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Resumo do Livro – Farmacocinética – Farmacologia Ilustrada, Clark

Farmacocinética:
Estudo do que o organismo faz com o fármaco;
Existem quatro propriedades farmacocinéticas que determinam a velocidade do início
da ação, a intensidade do efeito e a duração da ação desse medicamento, sendo elas:
• Absorção: permite que esse agente terapêutico/fármaco/remédio chegue no plasma,
seja de forma direta ou indireta;
• Distribuição: caminho reversível que o fármaco faz, saindo da circulação sanguínea
e distribuindo-se nos líquidos intersticial e intracelular;
• Biotransformação ou Metabolismo: acontece sua biotransformação no fígado ou em
outros tecidos;
• Excreção ou Eliminação: fármaco e seus metabólitos são eliminados através da
urina, bile ou fezes.

O profissional deve levar em conta essas informações sobre o fármaco para otimizar
sua escolha de tratamento.
(observar a via que vai ser escolhida, a quantidade de medicação e a frequência de cada
dose juntamente com a duração do tratamento)

Fármaco entra no plasma (absorção) onde ele vai para os tecidos e outras regiões do
organismo (distribuição) sendo modificado (biotransformado) para metabólitos nos
tecidos que vão ser eliiados (excreção) na forma de urina, fezes ou bile.

Vias de Administração:
Deve ser determinada mediante as propriedades do fármaco + objetivos do tratamento;
Pode ser:
• Enteral:
Administração pela boca;
Modo mais seguro e prático;
Deglutido ou deixado sob a língua (sublingual);
Absorção direta na corrente sanguínea.
• Oral:
Facilmente autoadministrado;
Baixo risco de infecção sistêmica;
Casos de toxidade/dosagem excessiva pode ser neutralizado com
antídotos;
O baixo pH do estômago pode inativar alguns fármacos;
Preparações revestidas: proteção química resistente à ação
dos líquidos e enzimas do estômago; útil para fármaco
instáveis em meio ácido; protege contra o ácido gástrico
liberando o fármaco apenas no intestino onde esse
revestimento vai se dissolver e liberar essa medicação.
Preparações de liberação prolongada: controlam a
velocidade com que o fármaco é liberado; melhora a
adesão do paciente ao tratamento; manutenção das
concentrações de fármaco em uma faixa adequada;
vantajosas para fármacos com meia-vida curta.
• Sublingual:
O fármaco sob a língua vai se difundir pela rede capilar,
entrando diretamente na circulação;
Absorção rápida;
Administração conveniente;
Baixa incidência de infecções;
Evita que o fármaco passe pelo intestino;
Evita biotransformação de primeira passagem (fármaco
absorvido pela veia cava superior);
Via bucal é sua semelhante.

• Parentenal:
Introdução direta do fármaco na circulação sistêmica;
Evita barreiras orgânicas;
Usada em fármacos pouco absorvidos ou instáveis no trato gastrointestinal;
Tratamento de paciente inconsciente ou com necessidade de rápida ação;
Maior biodisponibilidade;
Não sofre biotransformação de primeira passagem nem agressão do meio
gastrointestinal;
Administração irreversível podendo causar dor, lesões tissulares ou infecções;
Intravascular – intravenosa ou intra-arterial, intramuscular e subcutânea;

• Intravenosa (IV):
Mais comum;
Efeito rápido com grau de controle máximo sofre os níveis
circulantes do fármaco;
Quando injetado, toda a dose é quase que imediatamente
administrada na circulação sistêmica;
Boa para fármacos que podem causar irritação quando
administrados por outras vias, já que dessa forma ele se
dilui no sangue rapidamente;
Uma vez injetado, não existe antídoto para ele;
Essa via pode introduzir bactérias e partículas de infecção
em caso de contaminação da injeção;
Em casos de liberação muito rápida do fármaco no plasma
e tecidos, pode causar hemólise e outras diversas reações
desfavoráveis.

• Intramuscular (IM):
Soluções aquosas rapidamente absorvidas ou preparações de
depósito lentamente assimiladas.

• Subcutânea (SC):
Absorção por difusão simples;
Levemente mais lenta que a IV;
Minimiza riscos de hemólise ou trombose associadas a injeção;
Efeitos lentos, constantes e prolongados;
NÃO deve ser usada em fármacos que causam irritação tissular
porque pode provocar dor e necrose.

• Outras:
• Inalação Oral:
Fármaco age de forma rápida devido a presença da ampla
superfície de membrana mucosa do trato respiratório e epitélio
pulmonar;
Rapidez passível de comparação com a via IV;
Usados em fármacos que podem ser dispersos em um aerossol e
que são gases;
Eficaz e conveniente para pacientes com problemas respiratórios,
já que o fármaco atua diretamente no local de ação, minimizando
efeitos sistêmicos.

• Inalação Nasal:
Diretamente no nariz.

• Intrafecal ou Intraventricular:
Fármaco introduzido diretamente no liquido cerebrospinal;
Efeito local e rápido;
Opta-se por esse procedimento quando a barreira hematocenfálica
retarda ou impede a entrada de remédios no SNC;

• Tópica:
Usado quando se quer um efeito localizado.

• Transdérmica:
Aplicação do fármaco na pele, ação que proporciona efeitos
sistêmicos;
Adesivo cutâneo;
Velocidade varia de acordo com: características físicas da pele,
local de aplicação e lipossolubilidade do medicamento;

• Retal:
Garante a minimização da biotransformação do fármaco pelo
fígado, uma vez que possui 50% da sua drenagem passando pela
circulação portal;
Evita destruição pelas enzimas intestinais ou pelo baixo pH do
estômago;
Útil caso o paciente se encontre vomitando ou inconsciente;
Entretanto, geralmente apresenta uma absorção errática e
incompleta, com diversos fármacos irritando a mucosa retal.

Absorção dos Fármacos:


Transferência do seu local de administração até a corrente sanguínea;
Velocidade e eficiência dependem do ambiente onde o fármaco é absorvido e de
suas características (química e via de administração).

• Mecanismos de Absorção de Fármacos a partir do TGI:


Fármaco pode ser absorvido pelo trato gastrointestinal por:

Difusão Passiva:
Gradiente de concentração – o fármaco vai da região mais
concentrada para a com baixa concentração;
Não envolve transportador;
Não é saturável;
Hidrossolúveis – atravessam a membrana celular por meio de
canais ou poros aquosos;
Lipossolúveis – movem-se facilmente através das membranas
biológicas devido sua solubilidade na bicamada lipídica.

Difusão Facilitada:
Não requer energia, podendo ser saturado;
As proteínas transportadoras transmembrana especializadas vão
sofrer alterações conformacionais permitindo a passagem de
fármacos e moléculas endógenas para o interior da célula;
Move-se das áreas de alta concentração para as de baixa
concentração.

Transporte Ativo:
Depende de energia;
Movido pela hidrólise de trifosfato de adenosina;
Consegue mover fármacos contra o gradiente de concentração;
Seletivos, podendo ser inibidos por outras substancias
cotransportadoras.

Endocitose e Exocitose:
Transporte de fármacos muito grandes através da membrana
celular;
Endo – moléculas do fármaco são engolfadas pela membrana e
levadas ate o interior da célula pela compressão da vesícula;
Exo – células vão secretar diversas substâncias por um processo
semelhante ao da formação das vesículas.
• Fatores que Influenciam a Absorção:

Efeito do pH na Absorção de Fármacos:


A maioria dos fármacos é ácido fraco ou base fraca;
Atravessam a membrana mais facilmente quando não
estão ionizados, ou seja, apresentam-se na sua forma
molecular;
A relação entre a forma ionizada e não ionizada é
determinada pelo pH e pelo pKa, que estão
correlacionados com a acidez ou basicidade da substância;
Obs – fármacos lipossolúveis atravessam mais
rapidamente a membrana celular, adentrando os tecidos
com uma velocidade determinada pelo fluxo sanguíneo.

Fluxo de Sangue no Local de Absorção:


Absorção no intestino é maior do que a no estômago (pois
o fluxo de sangue para o intestino é maior).

Area de Superfície Disponível para Absorção:


Intestino possui uma absorção bem maior se comparado ao
estômago, devido a presença de sua superfície rica em
microvilosidades.

Tempo de Contato com a Superfície de Absorção:


Cao o fármaco se desloque muito rapidamente pelo trato
gastrointestinal, ele não será bem absorvido;
Qualquer retardo no transporte do fármaco do estômago
para o intestino reduz a velocidade de absorção;
Presença de alimento no estômago dilui o fármaco e
retarda o esvaziamento gástrico (absorção mais lenta).

• Biodisponibilidade:
Fração do fármaco que chega na circulação sistêmica;
Determinar a biodisponibilidade é importante para saber calcular a
dosagem necessária nas vias de administração;
Pode ser afetada pela escolha da via de administração e por suas
propriedades físicas e químicas.

Determinação de Biodisponibilidade:
Determinada através da comparação entre os níveis plasmáticos do
fármaco depois de uma via particular de administração com os níveis
plasmáticos do fármaco quando realizada a administração por via
intravenosa (100% do fármaco entra na circulação);
Fatores que Influenciam a Biodisponibilidade:
IV garante 100% da biodisponibilidade.

Biotransformação Hepática de Primeira Passagem:


O fármaco é absorvido a partir do trato gastrointestinal →
vai entrar na circulação portal antes da sistêmica → caso
ele seja rapidamente biotransformado no fígado ou na
parede intestinal nessa passagem inicial, a quantidade de
fármaco inalterado que terá acesso à circulação sistêmica
vai diminuir;
Acontece muito em fármacos de via oral terem sua eficácia
limitada devido a biotransformação na primeira passagem
(pelo fígado ou intestino).

Solubilidade do Fármaco:
Muito hidrofílicos – pouco absorvidos, devido a sua
incapacidade de atravessar as membranas celulares ricas
em lipídeos;
Muito hidrofóbicos – pouco absorvidos, devido sua
insolubilidade nos líquidos aquosos do organismo;
Para uma boa absorção: basicamente hidrofóbico, com
alguma solubilidade em soluções aquosas.

Instabilidade Química:
Alguns fármacos são instáveis ou até mesmo destruídos no
trato gastrointestinal, pelas enzimas.

Natureza da formulação do Fármaco:


Tamanho da partícula, revestimento entérico, tipo de sal –
todos esses fatores não relacionados a sua estrutura
química também podem ser influenciadores da dissolução
daquele fármaco, alterando assim sua velocidade de
absorção.

Bioequivalência:
Dois fármacos são bioequivalentes quando apresentarem biodisponibilidade
comparáveis e tempos similares para alcançar o pico de concentração plasmática.

Equivalência terapêutica:
Dois fármacos são terapeuticamente iguais quando são farmaceuticamente equivalentes
com perfis clínicos e de segurança similares.

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