Você está na página 1de 21

VIAS DE

ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAMENTOS NA
ODONTOLOGIA
Profa. Mestra Talita Neulls
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAMENTOS NA
ODONTOLOGIA
• A via de administração é definida como a porta de
entrada do fármaco no corpo humano.

• Ela representa o local a partir do qual o


medicamento vai ter acesso às demais estruturas
do organismo.

• A via de administração é a grande responsável por


definir qual é o caminho que o fármaco vai seguir
até o seu local de ação
Para escolher a melhor via de administração, os fatores a seguir devem ser
considerados:

Características físico-químicas da molécula do fármaco (solubilidade, peso molecular e


conformidade estrutural, grau de ionização, lipossolubilidade).
Forma farmacêutica (comprimido, cápsula, solução, supositório, pomada, aerossol, etc.).

Dose do medicamento administrado.

Tipo de efeito desejado (local ou sistêmico).

Tempo necessário para o início da ação (imediato ou lento).

Idade do paciente.

Quadro clínico (presença de condições patológicas).

Duração do tratamento.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO MAIS UTILIZADAS

 VIAS ENTERAIS
Normalmente, as vias enterais são mais convenientes para o paciente e, portanto,
são as preferidas para uso em odontologia.

VIA ORAL
Área disponível para absorção.

Fluxo sanguíneo na região.

Motilidade e propulsão gastrointestinal (taxa de esvaziamento gástrico).

Presença de alimentos no trato gastrointestinal.

Estado físico (solução, suspensão ou preparação sólida).

Hidrossolubilidade do fármaco.

Destruição/metabolização por enzimas da flora ou mucosa gastrointestinais


VIA SUBLINGUAL

VANTAGENS:
• Para realizar a administração sublingual, o medicamento deve ser colocado embaixo da
língua e permanecer lá até a sua total absorção;
• A via sublingual é uma via útil para a administração de medicamentos instáveis em pH
gástrico ou que sejam intensamente metabolizados pelo fígado.

DESVANTAGENS:
• Nem todos os fármacos podem ser administrados por essa via, pois
alguns podem ser absorvidos de forma incompleta e indevida;
• Outro inconveniente dessa via é a irritação da mucosa;
• Ela é contraindicada para pacientes inconscientes.
CURIOSIDADE
VIA BUCAL

• A via de administração bucal compreende a administração do


medicamento no espaço entre a gengiva e a bochecha;

• Ela é utilizada para a administração de fármacos que exercem


ação no local de aplicação;

• A manutenção da concentração dos fármacos é


relativamente difícil, devido à ação diluidora da saliva;

• A administração bucal, assim como a sublingual, tem como vantagem a


disponibilização do fármaco diretamente na circulação sanguínea, sem sofrer o
efeito de primeira passagem;

• As formas farmacêuticas prescritas por essa via, é possível citar os comprimidos


bucais, as soluções para enxágue, os comprimidos bioaderentes, as pomadas e os
cremes.
VIA RETAL
• A via retal é caracterizada pela administração do medicamento por
meio da mucosa do reto;

• Pode ser utilizada tanto para efeitos locais quanto para sistêmicos;

• É uma via interessante para a administração de medicamentos em


pacientes inconscientes ou que apresentam quadros de náuseas,
vômito e não conseguem deglutir;

• Há o risco de lesão da mucosa retal e a possibilidade de expulsão da


forma farmacêutica administrada;

• Não é bem aceita pelos pacientes, devido ao incômodo e desconforto.

• Outro inconveniente é que a absorção do fármaco pela via retal pode ser incompleta e irregular
 VIAS PARENTERAIS
As vias parenterais podem ser subdivididas em diretas e indiretas:

Nas vias diretas: o acesso é feito por meio de


injeções. São exemplos a intravenosa, a
subcutânea, a intramuscular.

As vias indiretas: dispensam o uso de injeções.


Exemplos: a cutânea, a mucosa, a respiratória,
a intracanal
 Vias parenterais diretas
VIA INTRAVENOSA
• O medicamento será administrado diretamente na corrente
sanguínea por meio de uma injeção diretamente na veia;
• os níveis plasmáticos são previsíveis, pois não há absorção e
a biodisponibilidade é de 100%;
• a via intravenosa é útil quando são desejadas respostas rápidas ou concentrações
sanguíneas exatas;

• Essa é uma administração que exige a presença de profissionais capacitados, a higienização do


local de injeção (para evitar infecções) e um monitoramento cuidadoso da resposta do
paciente.

• Embora a via intravenosa seja uma das injeções parenterais mais comuns, vale ressaltar que o
dentista raramente vai utilizá-la, a não ser em emergências e apenas se o profissional for
habilitado a realizá-la
VIA SUBCUTÂNEA

• A administração do medicamento ocorre logo abaixo da pele;

• As injeções subcutâneas são utilizadas para a


administração de soluções aquosas, oleosas e
suspensões não irritantes em pequenos volumes;

• A taxa de absorção é lenta, mas constante, sendo


interessante para produzir um efeito prolongado.

importante ressaltar que essa via não tem indicação na clínica odontológica
VIA SUBCUTÂNEA
As injeções subcutâneas são realizadas nas regiões superiores externas
dos braços, na anterior das coxas, na superior do dorso e no abdome
VIA INTRAMUSCULAR
• A administração intramuscular é realizada no interior dos músculos esqueléticos,
entre as fibras musculares;

• podem ser administradas soluções aquosas, oleosas, suspensões e emulsões;

• A absorção de alguns fármacos é maior no músculo deltoide


(músculo com alto fluxo sanguíneo) do que no glúteo (baixo
fluxo sanguíneo);
• Assim como as injeções subcutâneas, as intramusculares
podem causar dor, desconforto, hematomas e abcessos no
sítio de administração.

Também é uma via raramente utilizada


na clínica odontológica
VIA INTRA-ARTICULAR

• A via intra-articular é utilizada para a injeção de


fármacos no interior da cápsula articular.

• É uma via geralmente utilizada para a administração


de corticoides em artrites.

• Em odontologia, é empregada para a


injeção de fármacos na articulação
temporomandibular
 VIAS PARENTERAIS INDIRETAS
VIA ENDODÔNTICA (INTRACANAL)
• É caracterizada pela administração de medicamentos no
sistema de canais radiculares dos dentes e na zona pulpar;

• É uma via de uso exclusivamente odontológico;

• cavidade pulpar é irrigada por vasos sanguíneos linfáticos


e por terminações nervosas. Dessa forma, dependendo da
doença dentária, o fármaco pode alcançar a circulação
sanguínea;

• O objetivo de administrar medicamentos via intracanal é eliminar e/ou reduzir os


microrganismos, tornar o conteúdo do canal inerte, aumentar o efeito do anestésico e reduzir a
dor pós-tratamento endodôntico
VIA RESPIRATÓRIA
• A administração do medicamento no sistema respiratório pode ser
realizada por meio das vias intranasais e inalatórias;

• Essas administrações podem ser empregadas para a obtenção de


efeitos locais (como descongestionante nasal) ou sistêmicos (como
anestésicos inalatórios);

• Suas principais vantagens são a possibilidade de administração


de pequenas doses e a rápida absorção;

• Como desvantagens, é possível citar a irritação do epitélio


pulmonar e a dificuldade de regulação da dose;

Na odontologia, essa via é utilizada para a administração de


uma mistura de óxido nitroso com oxigênio, visando à
sedação do paciente
VIA TÓPICA

• A via tópica refere-se à aplicação do fármaco


diretamente em seu sítio de ação.

• a aplicação é realizada sob a pele ou mucosas


(conjuntiva, nasofaringe, orofaringe, vagina, colo,
uretra e bexiga)

• Um inconveniente dessa técnica é a possibilidade


de ocorrência de irritações no local da aplicação

• As formas farmacêuticas mais utilizadas são cremes, pomadas,


emulsões, soluções, géis e adesivos

Você também pode gostar