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Controlar a dor é um dos maiores desafios da clínica médica. A dor é definida como uma
sensação desagradável, que pode ser aguda ou crônica, e é consequência de processos
neuroquímicos complexos nos sistemas nervosos central (SNC) e periférico. A dor é subjetiva, e
o médico deve basear-se na percepção e na descrição do paciente. O alívio da dor depende do
seu tipo específico: nociceptiva ou neuropática. Por exemplo, na dor artrítica leve ou moderada
(dor nociceptiva), os analgésicos não opioides, como os anti-inflamatórios não esteroides
(AINEs) (ver Cap. 36), em geral são eficazes. A dor neuropática pode ser tratada com opioides
(algumas situações exigem dosagens altas), mas respondem melhor a anticonvulsivantes,
antidepressivos tricíclicos ou inibidores da captação de serotonina e norepinefrina. Contudo,
para a dor grave ou crônica maligna ou não maligna, os opioides são considerados parte do
plano de tratamento em pacientes selecionados (Fig.14.1). Opioides são fármacos naturais,
semi sintéticos ou sintéticos que produzem efeitos tipo morfina (Fig. 14.2). Esses fármacos são
divididos em classes químicas com base na sua estrutura química (Fig. 14.3). Clinicamente,
isso é útil na identificação de opioides que têm maior possibilidade de causar sensibilidade
cruzada em pacientes com alergia a um opioide em particular.
Todos os opioides agem ligando-se a receptores opioides específicos no SNC para produzir
efeitos que imitam a ação de neurotransmissores peptídeos endógenos (p. ex., endorfinas,
encefalinas e dinorfinas). Embora os opioides apresentem um amplo espectro de efeitos, sua
utilização principal é para aliviar a dor intensa, independentemente de ela resultar de cirurgia,
lesão ou doença crônica. Entretanto, a ampla disponibilidade dos opioides levou ao abuso
daqueles capazes de produzir euforia. Os antagonistas que revertem as ações dos opioides
também são importantes clinicamente para uso em casos de dosagem excessiva.
- Dor nociceptiva: ocorre por ativação fisiológica de receptores ou da via dolorosa e está
relacionada à lesão de tecidos ósseos, musculares ou ligamentares.
- Dor neuropática: dor que ocorre em áreas ou órgãos envolvidos em lesões ou doenças
neurológicas.
- Sensibilidade cruzada: quando uma pessoa que é alérgica a uma substância em
particular também apresenta uma reação alérgica a uma substância semelhante.
- Quando um opioide se liga a um receptor opioide, ele desencadeia uma série de eventos
bioquímicos que resultam na produção de efeitos analgésicos, sedativos e de
recompensa. Esses efeitos são semelhantes aos produzidos por neurotransmissores
peptídeos endógenos, ou seja, substâncias químicas naturais produzidas pelo
organismo.
- As endorfinas, encefalinas e dinorfinas são exemplos de neurotransmissores peptídeos
endógenos que estão envolvidos na regulação da dor, do prazer e do humor. Quando os
opioides se ligam aos receptores opioides, eles imitam a ação desses
neurotransmissores, levando à redução da dor, ao relaxamento muscular e a sensações
de euforia e bem-estar.
1. Receptores opioides:
Os efeitos mais importantes dos opioides são mediados por três famílias de receptores,
designadas comumente μ (mi), κ (capa) e δ (delta). Cada família de receptores apresenta uma
especificidade diferente para os fármacos com os quais ela se liga. A propriedade analgésica
dos opioides é mediada primariamente pelos receptores μ, que modulam respostas
nociceptivas térmicas, mecânicas e químicas. Os receptores κ no corno dorsal também
contribuem para a analgesia modulando a resposta à nocicepção química e térmica. As
encefalinas interagem mais seletivamente com os receptores δ na periferia. Os três receptores
opioides são membros da família de receptores acoplados à proteína G e inibem a
adenililciclase. Eles também estão associados a canais iônicos, aumentando o efluxo
pós-sináptico de K+ (hiperpolarização) ou reduzindo o influxo pré-sináptico de Ca2+, impedindo,
assim, o disparo neuronal e a liberação do transmissor.
2. Mecanismo de ação:
O agonista opioide tem uma ação analgésica, ou seja, ele vai reprimir a dor, e ele faz isso
impedindo a liberação de neurotransmissores que induzem a informação da dor no nosso
corpo. O impedimento dessa transmissão da informação da dor gera uma analgesia. O opioide
faz isso basicamente fechando canais de cálcio e abrindo canais de potássio. Esse
neurotransmissor que leva a informação da dor ao ser liberado na fenda sináptica (para fazer
sinapse entre neurônios) não tem como liberar esse neurotransmissor para fazer sinapse, já
que não tem cálcio, e se não tem neurotransmissor não vai ter essa informação. E abrindo
canais de potássio, eu hiperpolarizo outras células.
Se eu não transmito o sinal da dor → ação analgésica.
3. Antagonistas:
4. Principais fármacos: