Você está na página 1de 37

TRANSTORNOS

ALIMENTARES E
EMAGRECIMENTO
Martha Ludwig e Suzana Dias Freire

Sabemos que não é o suficiente meramente renutrir


uma pessoa com transtornos alimentares ou apontar os
transtornos. É um transtorno psicológico complexo
e é preciso tanto a terapia psicológica quanto a renutrição
para ajudar as pessoas a se recuperarem de verdade.

Phillipa Hay
Conheça
c o livro da disciplina
-
CONHEÇA SEUS PROFESSORES 3

Conheça os professores da disciplina.​

EMENTA DA DISCIPLINA 4

Veja a descrição da ementa da disciplina. ​

BIBLIOGRAFIA DA DISCIPLINA 5

Veja as referências principais de leitura da disciplina.​

O QUE COMPÕE O MAPA DA AULA? 6

Confira como funciona o mapa da aula.

MAPA DA AULA 7

Links de artigos científicos, informativos e vídeos sugeridos.

RESUMO DA DISCIPLINA 35

Relembre os principais conceitos da disciplina.​

AVALIAÇÃO 36

Veja as informações sobre o teste da disciplina.​

2
Conheça
c seus professores

-
MARTHA LUDWIG
Professora Convidada

Graduação em Psicologia (2004) pela Pontifícia Universidade


Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Mestrado em Psicologia
Clínica (2007) pela PUCRS e Doutorado em Psicologia (2012)
também pela PUCRS. Estágio no exterior (PDSE/CAPES) na
University of Maryland, Baltimore County (EUA) sob orientação
do Professor Phd Carlo DiClemente, com foco em Processos
de Mudança de Comportamento. Treinamento avançado em
Terapia Cognitiva para problemas alimentares no Beck Institute
(EUA) e em Entrevista Motivacional com Willian Miller e Theresa
Moyers (Albuquerque- EUA). Tradutora do Treinamento em
Entrevista Motivacional ministrado por Caroline Yahne na
PUCRS. Especialista em Terapias Comportamentais Contextuais
no CEFI. Psicoterapeuta e Supervisora Clínica. Fundadora da
PsiCOMnutri, mentoria e supervisão para nutrição. Atualmente
é professora no curso de Psicologia da Universidade do Vale
do Rio dos Sinos (UNISINOS), onde atuou por 6 anos como
supervisora de estágio na Ênfase de Clínica no Projeto de
Atenção Ampliada à Saúde (PAAS).

SUZANA DIAS FREIRE


Professora PUCRS

É presidente da Comissão de Especialidades Associadas


(COESAS/Capítulo RS) da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Também professora do curso
de Especialização em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental
(IMED), psicoterapeuta e psicóloga bariátrica em consultório
particular. Mestre em Psicologia Clínica (PUCRS/2009), Suzana Dias
Freire é especialista em Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais
(UNISINOS/2007) e em Psicologia do Comportamento Alimentar
(IPGS/2015).

3
Ementa da Disciplina
Estudo do Modelo Cognitivo-Comportamental dos transtornos alimentares
e do emagrecimento. Caracterização da avaliação, do plano de tratamento
e das intervenções cognitivo-comportamentais mais utilizadas para atingir o
emagrecimento e tratar transtornos alimentares como a Bulimia Nervosa e a
Anorexia Nervosa.

4
Bibliografia da Disciplina
As publicações destacadas têm acesso gratuito.

Bibliografia básica

BARLOW, D. H. Manual Clínico dos transtornos psicológicos: tratamento passo a passo.


Porto Alegre: Artmed, 2016.

BECK, J. S. Pense Magro por Toda a Vida. Porto Alegre: Artmed, 2010.

HAWTON, K.; SALKOVSKIS, P. M.; KIRK, J.; CLARK, D. M. Terapia cognitivo-


comportamental para problemas psiquiátricos: um guia prático. São Paulo: Martins
Fontes, 1997.

Bibliografia complementar

LUZ, F. Q. D.; OLIVEIRA, M. D. S. Terapia cognitivo-comportamental da obesidade:


uma revisão da literatura. Aletheia, Canoas , n. 40, p. 159-173, abr. 2013.

NARDI, H. B.; MELERE, C. O papel da terapia cognivo-comportamental na anorexia


nervosa. Rev. bras. ter. comport. cogn., São Paulo , v. 16, n. 1, p. 55-66, abr. 2014.

SILVA, T. A. B. D. et al . As terapias cognitivo-comportamentais no tratamento da


bulimia nervosa: uma revisão. J. bras. psiquiatr., Rio de Janeiro , v. 64, n. 2, p. 160-
168, June, 2015.

CAUDURO, G. N.; PACHECO, J. T. B.; PAZ, G. M. Avaliação e intervenção no


transtorno da compulsão alimentar (tca): uma revisão sistemática. Psico, v. 49, n. 4,
p. 384-394, 2018.

FINGER, I. D. R. Intervenção psicossocial intensiva baseada na terapia de aceitação e


compromisso para pessoas com sobrepeso e obesidade. 2017

5
O que compõe
o o

s
Mapa da Aula?
MAPA DA AULA
São os capítulos da aula, demarcam
momentos importantes da disciplina,
servindo como o norte para o seu FUNDAMENTOS
aprendizado.
Conteúdos essenciais sem os quais você
pode ter dificuldade em compreender a
matéria. Especialmente importante para
alunos de outras áreas, ou que precisam
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
relembrar assuntos e conceitos. Se você
estiver por dentro dos conceitos básicos
Questões objetivas que buscam
dessa disciplina, pode tranquilamente
reforçar pontos centrais da disciplina,
pular os fundamentos.
aproximando você do conteúdo de
forma prática e exercitando a reflexão
sobre os temas discutidos.​Na versão CURIOSIDADES
online, você pode clicar nas alternativas.
Fatos e informações que dizem
respeito a conteúdos da disciplina.
PALAVRAS-CHAVE
Conceituação de termos técnicos,
expressões, siglas e palavras específicas
do campo da disciplina citados durante DESTAQUES
a videoaula.
Frases dos professores que resumem
sua visão sobre um assunto ou situação.​
VÍDEOS
Assista novamente aos conteúdos
expostos pelos professores em vídeo.
Aqui você também poderá encontrar ENTRETENIMENTO
vídeos mencionados em sala de aula.
Inserções de conteúdos para tornar
a sua experiência mais agradável e
PERSONALIDADES significar o conhecimento da aula.​

Apresentação de figuras públicas


e profissionais de referência
mencionados pelo(a) professor(a).
CASE
Neste item, você relembra o case
analisado em aula pelo professor.​
LEITURAS INDICADAS
A jornada de aprendizagem não
termina ao fim de uma disciplina. Ela
segue até onde a sua curiosidade MOMENTO DINÂMICA
alcança. Aqui você encontra uma lista
de indicações de leitura. São artigos e Aqui você encontra a descrição detalhada
livros sobre temas abordados em aula.​ da dinâmica realizada pelo professor.

6
Mapa da Aula
Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas.

AULA 1 • PARTE 1

Uma coisa é o paciente, a 01:39


pessoa saber que precisa
fazer uma mudança, outra
coisa é ela efetivamente
fazer essa mudança.

01:58
Os pacientes com anorexia
geralmente não têm clareza
de que eles têm um problema.
Eles são levados para o
atendimento por familiares,
por outras pessoas. Eles estão
super egossintônicos.
Comportamento alimentar 05:58

O relacionamento com o corpo e com


a comida é central nos transtornos
alimentares, podendo expressar fobias,
impulsos nervosos ou mobilização de
excessos. Tanto os valores quanto as 07:43
[Na anorexia,] o alimento é
emoções são direcionadas podem ser temido. Se eu tenho controle
vistas a partir ora do medo, ora do sobre o que eu como, eu
isolamento, ora do controle, ora do alívio, tenho controle sobre a minha
ora da recompensa. vida. Se eu sou magra, eu
tenho valor.
A relação entre controle e descontrole
permeia os transtornos alimentares, por
meio de restrições e compulsões. Há de
se trabalhar, nesse sentido, diferentes
e relativas relações com o alimento. O 09:27
O alimento também é uma
vômito pode ser um expurgo recorrente
expressão de afeto. Se a
de fuga, compulsiva, obsessiva em sua
gente for receber alguém, a
frenética decisão de expulsar a todo
gente vai querer fazer alguma
custo uma autoimagem emocionalmente
coisa, preparar. Ele às vezes
frustrada.
também funciona como
forma de recompensa.

7
Principais comorbidades 12:57

Transtornos alimentares lidam


com questões como autoimagem,
compulsão, podendo estar associados
a demais transtornos. Aquilo que era
considerado, no DSM-4, como transtornos 14:38
Esses pacientes
diagnosticados pela primeira vez na
[com transtornos
infância e na adolescência, aparece
alimentares] precisam
no DSM-5 como transtornos do
de acompanhamento
neurodesenvolvimento. Nesse sentido,
psicoterápico, psiquiátrico
a prevalência relativa nas três principais
e nutricional. Esse é o
desordens da alimentação são, em grau
tripé do atendimento para
de intensidade quantitativa: transtorno
esses pacientes.
alimentar não especificado, bulimia
nervosa, anorexia nervosa e transtorno de
compulsão alimentar.

18:23 Anorexia nervosa

A anorexia nervosa é caracterizada


por uma baixíssima ingestão calórica,
o que ocasiona perda de energia. O
Quando a gente vai falar em 20:54 medo constante por não engordar
medicamentos, tratamento é acompanhado por recorrentes
farmacológico para restrições, com alteração de senso
pacientes com anorexia, se percepção de sua autoimagem corporal,
usa também antipsicóticos, de modo a não haver uma preocupação
além de antidepressivos, sobre a gravidade do baixo peso
porque tem uma alteração corporal.
nessa sensopercepção.
Ela tem dois subtipos: o tipo restritivo
e o tipo compulsão alimentar purgativa.
O transtorno pode ser acompanhado
de remissão parcial ou completa, o que
FUNDAMENTO
21:11 deve ser levado em conta também em
Sensopercepção relação ao IMC. É comum a alternância
entre subtipos no curso do transtorno,
A sensopercepção está diretamente
o que demonstra sua necessidade
relacionada à codificação e à interpretação
transdiagnóstica. A checagem obsessiva
dos estímulos sensoriais. É uma etapa
do peso, ou seu oposto, podem ser
fundamental da cognição, e se refere
vistas ora como aversão, ora como
aos objetos externos à consciência. Uma
uma compulsão por seu peso corporal.
alteração das diferentes qualidades
Há uma rigidez do organismo em
sensoriais pode ocasionar ilusões,
decorrência de um grande nervosismo,
alucinações ou percepções dissonantes.
o que ocasiona diversos prejuízos,
Alterações na sensopercepção podem
emocionais e energéticos. Em casos
se expressar tanto a partir de distúrbios
extremos, pode ocasionar osteoporose,
no reconhecimento de estímulos quanto
infertilidade, ausência menstrual,
uma hiperpercepção. No caso da anorexia
bulimia, e inclusive morte por inanição.
nervosa, a desregulação da sensopercepção
mais recorrente é a macropsia, quando
objetos parecem ser aumentados de
tamanho.

8
[Nos pacientes com anorexia 28:30
nervosa,] a perda de peso é
vista como uma conquista
marcante, um sinal de
autodisciplina extraordinário;
o ganho de peso, uma falta
de autocontrole inaceitável.
33:29 Bulimia nervosa

A bulimia também é marcada por uma


grande preocupação pelo peso e pela
forma, mas também tem fortemente
presente a questão da purga. Ela é
marcada por episódios recorrentes
Na anorexia, como a gente 36:47 de compulsão alimentar, a partir de
mede a gravidade? Pelo IMC.
ingestões quantitativamente irregulares
Na bulimia, como a gente
e uma falta de controle em relação
mede a gravidade? Pelo
à comida. Posteriormente, essa falta
número de comportamentos
de controle é acompanhada de
compensatórios por semana.
comportamentos compensatórios, com
intervalos de uma vez por semana por,
no mínimo, três meses, o que também é
uma problemática diagnóstica.

AULA 1 • PARTE 2

Transtorno de compulsão
00:25
alimentar

Ele é acompanhado por episódios


recorrentes de compulsão alimentar e falta
de controle, devendo estar associados a
critérios como: comer muito rapidamente,
comer até se sentir desconfortável, comer
grandes quantidades de alimentos na 00:50
O que muda da compulsão
ausência de fome física, comer sozinho para a bulimia? Não
por vergonha da quantidade ingerida tem, na compulsão, os
e sentir-se desgostoso de si mesmo comportamentos purgativos.
após esses comportamentos. Um
diagnóstico diferencial entre a bulimia
e esse transtorno é a purga e o fato da
compulsão alimentar não estar associada
a um comportamento compensatório
recorrente.

9
Outro transtorno alimentar não
06:04
especificado

Sobre esse aspecto, citam-se: a anorexia


nervosa atípica, a anorexia nervosa
de baixa frequência, o transtorno de
compulsão alimentar de baixa frequência,
11:07
o transtorno de purgação e a síndrome No transtorno dismórfico
do comer noturno. Assim, o transtorno corporal, existe uma
alimentar não especificado é quando o preocupação com o efeito
indivíduo apresenta sintomas de algum imaginado da aparência e
transtorno alimentar que causam prejuízo do corpo: a questão de ver
ao seu funcionamento social, causando- o seu nariz muito maior, ou
lhe sofrimento. Há uma preocupação com ver alguma parte do corpo
a forma, o conteúdo e a alimentação, muito diferente.
ao mesmo passo em que não há fatores
diagnósticos consideráveis para formar
um diagnóstico de outros transtornos
alimentares como anorexia ou bulimia. 11:40
A anorexia purgativa se
Dessa forma, é preciso considerar os diferencia da bulimia pelo
diferentes diagnósticos diferenciais IMC. Se há IMC baixo, é
em relação aos transtornos, a fim de anorexia. Se não, é bulimia.
planejar um tratamento singular e
específico. Inclusive, há de se refletir
sobre a associação de transtornos
alimentares com outros transtornos, como
13:57
por exemplo o transtorno obsessivo- Existe um maior nível de
compulsivo, o transtorno bipolar e o valorização excessiva do
transtorno depressivo. peso e da forma com
obesos com transtorno de
compulsão alimentar do que
em obesos sem transtorno
de compulsão alimentar.
A discussão da prevalência 16:01
de questões alimentares tem
uma variação significativa no
DSM-4. Depende de como a
gente investiga.

16:23
Dependendo de qual é
o critério que a gente
está usando para avaliar
o transtorno, aquele
transtorno vai aumentar
de prevalência ou
diminuir de prevalência.

10
Avaliação e preparação para o
16:35
tratamento

Todo e qualquer tratamento também


possui como elemento fundamental a
relação terapêutica: vínculo, confiança e
pessoa real. Para o caso de transtornos
alimentares, é fundamental investigar
18:22
a relação da pessoa com a forma e o Não é o protocolo que tem
conteúdo do seu corpo, a comida, o que se encaixar no paciente. É
regime alimentar, etc. a gente que tem que adaptar
o protocolo para ele, e não ele
Nesta parte, são trazidos diversos que tem que se encaixar no
instrumentos de avaliação, como o Eating nosso protocolo.
Attitudes Test, validado em território
brasileiro. Já o Bulimic Investigatory Test
of Edinburg avalia a compulsão alimentar
e a bulimia nervosa. O Questionário sobre
a Imagem Corporal - BSQ - também foi 32:56
O que acontece dentro da
traduzido pelo Brasil e procura investigar minha pele? O que eu penso?
a relação da pessoa com o seu corpo e a O que eu sinto? O que eu estou
sua aparência. Outro instrumento trazido experimentando aqui? Quais
à tona é o BI-AQQ, que é atravessado por são as minhas emoções? Quais
uma interpretação sobre a intensidade do são os meus pensamentos?
valor das pessoas em relação ao seu peso
e à alimentação.

Com efeito, deve-se visar o


automonitoramento do paciente de 38:32
acordo com cada protocolo, com o
É compreensível que tu esteja
acompanhamento do registro de afetos
sentindo essas coisas difíceis,
e que tu queira parar de sentir
e ingestão calórica. Também deve-se
essas coisas difíceis. Essa foi
realizar a identificação de situações que
a estratégia que se encontrou
gerem gatilhos para comportamentos
até agora.
compensatórios. Logo, deve-se levar em
conta tanto fatores internos - sentimentos,
emoções, percepções - quanto fatores
externos - o contexto, as companhias, o
que foi comido. Tendo em vista possíveis
39:19
deposições emocionais colocadas na Eu posso trabalhar, já quando
comida, deve-se também levar em essas coisas estão instaladas,
conta a depressão e a ansiedade como lançar mão de estratégias de
comorbidades possivelmente ligadas aos regulação emocional para
transtornos alimentares. que eu chegue no alívio de
uma forma que não seja
disfuncional para a pessoa.

11
É importante ver os 40:45
sintomas, avaliar as
comorbidades dos
pacientes para poder
tratar o que caminha
junto com o transtorno EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
alimentar. A depressão é
uma das comorbidades Assinale a alternativa incorreta
bem comuns dos três conforme o apresentado em aula:
transtornos alimentares.
Um terço ou mais das pessoas com
transtorno de compulsão alimentar
são homens.

Tanto na anorexia quanto na


bulimia, a maior parte dos
pacientes são adolescentes, jovens
e mulheres.

As taxas de comorbidades
psiquiátricas são maiores em
pessoas obesas com transtorno de
compulsão alimentar (TCA) do que
em obesos sem TCA.

O automonitoramento deve levar


em conta apenas fatores internos,
na medida em que os fatores
externos são incontroláveis em
relação à regulação emocional da
pessoa.
Resposta desta página: alternativa 4.

12
AULA 1 • PARTE 3

Tratamento 00:25

A professora lê um exemplo clínico com


o objetivo de exercitar a percepção de
fatores internos e externos relacionados
a sensações corporais. O caso é de uma
mulher refugiada de África com queixas de 05:25
Geralmente, uma reeducação
dor de cabeça, com baixo IMC, ausência alimentar vai ser em torno de
de menstruação no último mês. Porém, 1500 kcal. Uma alimentação
demonstra emoções positivas e motivação regular, de 2000 kcal.
para vencer a desnutrição, ao mesmo
passo em que tem uma ingestão de
mais ou menos 600 kcal por dia, o que é
considerado extremamente baixo. Ela diz 07:30
que não sente apetite, sentindo inchaço e
A anorexia é egossintônica.
náuseas depois das refeições. A paciente
Ou seja: eu tenho anorexia e
nega os sintomas de transtorno alimentar,
acredito que esse é o caminho,
como purgação, e relata que caminha de
eu tenho vários argumentos
aproximadamente 2 a 4 horas por dia.
para continuar assim.

Ela negou que sua atividade 08:54


física fosse motivada pelo
desejo de queimar calorias.
Isso é bem típico da anorexia.
Por isso que, quando a gente
avalia uma paciente com
anorexia, a gente tem que
estar com a mente atenta. 11:56
O tripé do tratamento é o
aconselhamento nutricional,
psicoterapia - a com mais
evidência é a cognitivo-
comportamental - e a
farmacoterapia. Como eu
comentei com vocês,
antidepressivos são
utilizados, e, em alguns
casos, antipsicóticos,
principalmente na questão
da anorexia por conta da
distorção da imagem.

13
Intervenções em TCC 12:19

Para pensar intervenções em TCC, é


fundamental utilizar o modelo cognitivo
para transtornos alimentares. Existem
fatores cognitivos de perfeccionismo, uma
ênfase no peso e na forma, regras rígidas 14:59
O que é essa disfunção no
relativas ao comer, uma dieta restritiva,
esquema de autoavaliação?
gatilhos, compulsões, sentimentos
Uma supervalorização do
negativos sobre si, comportamentos
controle sobre o comer, do
purgatórios ou repulsivos. Essas são,
controle sobre a forma, do
basicamente, as questões que compõem o
controle sobre o peso.
modelo cognitivo, autorreprodutório, dos
transtornos.

Há uma disfunção no sistema de


autoavaliação, ativada por uma percepção 15:50
Eu preciso ajudar a pessoa a se
perfeccionista, o que possui um forte
ver além do corpo e da forma.
vínculo relacional com a autoestima da
pessoa. Nesse sentido, é importante trazer
reflexões sobre o reconhecimento e o
valor que existem nos diferentes contextos
da vida do paciente, a fim de deslocar
a enorme intensidade dada ao peso e à 17:28
Se o meu humor muda, muda o
forma.
meu comportamento alimentar.
De acordo com a divisão 12 da APA, Se o meu comportamento
apresentam-se os principais protocolos alimentar muda, muda o meu
com evidências de tratamento. Mais humor. Isso tudo vai reforçando
uma vez ressalta-se a necessidade de o perfeccionismo.
diagnósticos diferenciais em relação
à purgação, à compulsão, à regulação
emocional e ao controle de estímulos.

Também são possíveis outras formas


20:52
de psicoterapia, além de haver Aqui, a gente vai trabalhar
contraindicações para a própria TCC. muito mudança cognitiva,
Também evidencia-se a forte presença mudança comportamental,
da desregulação emocional como regulação emocional.
intensificadora quantitativa e temporal das
emoções nos transtornos.

Uma das coisas que as 21:58


pessoas fazem para fugir
do comer emocional, para
mudar o comer emocional, é
buscar algum comportamento
saudável para botar no lugar.

14
As nossas emoções flutuam. 27:06
A gente fica feliz, triste,
com raiva. Elas vêm e vão
como ondas. A desregulação
emocional [...] vem de um
ambiente invalidante, mais
uma vulnerabilidade genética.

AULA 1 • PARTE 4

Desafios e estratégias 00:10

Dentre os principais desafios e


estratégias para o tratamento, cita-se a
importância de perceber e estar sensível
às ambivalências do paciente no que diz
respeito às mudanças propostas. Também 01:12
O paciente fica muito
citam-se estratégias de motivação ambivalente em buscar
emocional e estágios e processos do tratamento. Ao mesmo tempo
modelo transteórico de mudança. A em que ele quer, por exemplo,
professora ressalta a necessidade de mudar a compulsão, ele
realizar perguntas abertas, a fim de que também valoriza o controle
o paciente se expresse subjetivamente, rígido que ele tem sobre o que
tentando tocar seu íntimo de modo a ele come.
gerar um engajamento para a mudança
comportamental.

Receber e perceber as respostas do


paciente é também saber entregar uma 03:42
Qualquer pergunta aberta que
resposta resumida enquanto terapeuta.
eu vá fazer, que vai fazer o
Também ressalta-se a importância do
paciente dizer coisas, razões
reforço, que acontece entre posturas
que ele têm para mudar, são
afirmativas e reflexivas. A reflexão não
perguntas motivacionais.
deve ser acompanhada de perguntas, mas
sim enquanto orações afirmativas.

05:04
A gente faz as perguntas
abertas para coletar as flores
que o paciente tem. O que
são as flores? As razões, os
motivos, as necessidades que
ele têm de mudar.

15
Eu vou fazer perguntas para 07:39
que o paciente fale coisas que
vão levar ele para a mudança,
e não coisas que vão deixar
ele onde ele está.

12:16
A reflexão é uma habilidade
muito importante. A reflexão,
ela é a gente servir de espelho
para o paciente.

AULA 2 • PARTE 1

Aspectos motivacionais 01:07

Trabalhar a mudança é um dos aspectos


centrais na psicoterapia, o que pode
vir a partir tanto de reflexões quanto
de afirmações ou respostas sumárias.
Uma reestruturação cognitiva pode ser 01:18
A gente vai fazer as perguntas
costurada à medida em que o paciente vá abertas, as reflexões, as
percebendo seu valor de acordo com a afirmações, sempre buscando
construção das suas crenças, sobretudo a que o paciente traga as razões
respeito de sua autoestima, no caso dos e os motivos pelos quais ele
transtornos alimentares. precisa fazer a mudança.
Assim, flexibilizar as crenças de controle e
compulsão sobre a comida é importante
para a construção de uma saúde que
regularize os hábitos alimentares. Entre 04:37
Vou fazer uma pergunta aberta
valores, autoestimas e formas corporais,
pensando em reestruturação
trabalha-se para distribuir o peso entre
cognitiva: quais são as
as diferentes visões que existem de uma
habilidades ou qualidades que
mesma pessoa.
fazem alguém ter valor?

O que acontece quando tu 06:48


controla muito o que tu come,
no curto prazo? Eu me sinto
no poder, com valor. E no
médio e no longo prazo, ao
longo do dia, o que acontece?
Eu compulsiono.

16
Lembrem que, no resumo, eu 10:24
preciso pegar as coisas que
empurram a pessoa para a
mudança, que auxiliam ela na
mudança, e não as coisas que
mantêm ela onde ela está.
13:41
Alimentação monótona, comer
sempre a mesma coisa é um
comportamento problema - na
anorexia, principalmente.

Como alguém se sente perto 19:40


de alguém? Isso faz a pessoa
ter valor. Essa é uma pergunta
que é ótima, porque está
buscando uma reestruturação
cognitiva: o que precisa ter
para ter valor? 21:09
Quando a pessoa se escuta
pelo viés dos outros, ela vai
ressignificando a visão dela, a
história dela.

Estágios e processos 21:49

Os estágios de contemplação funcionam


a partir das ambivalências das crenças
e comportamentos dos pacientes em
relação à sua distância em relação à
mudança. Assim, deve-se considerar o
24:54
paciente em seu contexto existencial Quanto menos pronto o
próprio: reforços ambientais, estímulos paciente está, o modelo
relacionais negativos, autoimagem, transteórico vai nos dizer que
reavaliação circundante, alívio emocional, mais a gente tem que ajudar
etc. o paciente a pensar, a refletir,
a fazer contato com seus
Pode-se realizar um mapeamento de
pensamentos e suas emoções.
situações em relação ao humor, a fim
de exercitar uma consciência reflexiva
dos ganhos e prejuízos alimentares.
O fundamental é estabelecer uma
confiança no próprio corpo, colocando o 28:19
A família que tem uma
indivíduo diante de si mesmo enquanto
relação rígida com o
organismo aberto à mudança de si em
corpo, com a alimentação,
termos alimentares. Entre os malefícios
regras rígidas: isso precisa
e benefícios, é preciso elucidar a
ser trabalhado, porque
importância da comida para o balanço
isso reforça o problema.
energético do corpo, investigando a
Então, [é preciso que
saciedade e a vontade de comer. Assim,
haja] uma psicoeducação
deve-se agir no sentido de engajar a
com essa família.
mudança no próprio paciente.

17
Quando a gente está nessa 35:39
relação conturbada com o
corpo e a comida, às vezes
a gente acredita que sabe
ler nossos sinais de fome e
saciedade. Mas a gente está
tão escravo dessas regras
externas do que é certo e
errado que às vezes a gente 45:36
Alívio emocional é outro
perde esse contato com o processo de mudança
nosso corpo. cognitivo experencial, tem a
ver com a gente puxar das
vísceras. É aquela pergunta
que vai no rim, que evoca
as emoções.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

Assinale a alternativa incorreta


conforme o conteúdo apresentado
em aula:

Os estágios de mudança auxiliam


o terapeuta a perceber o quanto o
paciente está pronto ou não para
fazer uma mudança.

O medo do alimento não alimenta


transtornos alimentares.

No estágio de mudança
contemplativo, o indivíduo já
lida com o planejamento de uma
mudança atitudinal.

A psicoeducação pode passar por


perceber os benefícios e malefícios
dos comportamentos baseados em
transtornos alimentares.
Resposta desta página: alternativa 2.

18
AULA 2 • PARTE 2

Processos comportamentais 00:25

Deve-se ter o cuidado de não agir


de forma muito prescritiva quando
o paciente está em fases iniciais
da contemplação. Dessa forma, os
processos comportamentais lidam com o 02:10
O condicionamento é essa
condicionamento de reforços, a partir da pista que a gente cria. O
análise psicológica de B. F. Skinner. Eles contracondicionamento
funcionam a partir de condicionamentos é quando a gente tenta
e contracondicionamentos, ou seja, mudar a rota, evitar um
estímulos intuitivos que lidam com comportamento problema.
comportamentos automáticos, com a
própria memória do paciente diante de
certas situações recorrentes e estruturais.
Assim, deve-se visar uma reflexão
03:50
psicoeducativa a partir do gerenciamento As relações de ajuda são as
de reforços. pessoas com que eu posso
desabafar, com quem eu
posso contar, com quem eu
posso me vulnerabilizar.

O último processo de 05:11


mudança comportamental
é a deliberação social:
quais são as coisas do meu
contexto que facilitam essa
minha mudança?
05:48
O primeiro passo é sempre
educar o paciente sobre as
consequências psicológicas,
sociais e físicas de manter o
problema alimentar.
A importância do empirismo 06:33
colaborativo é que o
paciente não pode sentir
que o terapeuta está
controlando, mas sim que
ele está junto, construindo,
respeitando as vontades, os
limites, o desejo do paciente.

19
Orientações motivacionais 06:51

As posturas do terapeuta devem sempre


ser evidenciadas a partir das condições
contextuais trazidas pelo paciente
de acordo com cada temporalidade
específica. Assim, deve-se sempre levar 10:40
Como eu quero, daqui a um
em conta a intensidade do desejo e ano, estar com todos esses
da confiança do paciente no processo ganhos aqui vivendo como eu
terapêutico. estou vivendo hoje? Então, essa
também é uma estratégia que
Na medida em que o automonitoramento é
a gente pode usar para ajudar
uma importante ferramenta de percepção
o paciente.
de comportamentos e emoções, deve-se
focalizá-lo por meio da consciência de
atitudes e estados mentais. Com efeito,
como pode ser a vida da pessoa depois
de curado o transtorno? De que forma 20:24
Enquanto profissional da saúde,
o indivíduo se prospecta e se realiza
a gente precisa ser muito
enquanto projeto nesse tempo, nesse
cuidadoso em relação a isso:
desejo em aberto? Aliás, quais são seus
postar a imperfeição.
objetivos com o tratamento? Resgatar
essas questões é um importante caminho
para imaginar o tratamento enquanto
processo. Nesse sentido, a professora
enfatiza os gatilhos de fracasso que 20:49
Eu acho que é um
podem ser criadas nas redes sociais, por
compromisso nosso, enquanto
meio de padrões de beleza ou de rotina
profissional de saúde, ser um
“perfeitos”, o que pode acabar por criar
exemplo de imperfeição.
mais desvalores e mais perfeccionismo
corporal, intensificando os sintomas do
transtorno.

22:52 Perspectiva transdiagnóstica

A perspectiva transdiagnóstica parte


da complexidade dos transtornos
alimentares, unificando seu tratamento
a partir de uma modificação
individualizada do peso e da forma
As técnicas, a gente divide 26:39 do corpo, questões por vezes tratadas
elas até de uma forma como neuroses obsessivas na sociedade.
didática, mas a gente vai Uma análise complexa entende o
trabalhando elas de uma movimento entre os transtornos
forma integrada. alimentares, focando na questão
patológica central sobre o corpo,
pensando as melhores técnicas para
cada paciente e seu tempo processual
próprio.

20
AULA 2 • PARTE 3

O gênero do terapeuta pode 00:42


ter alguma relevância no
tratamento do transtorno
alimentar. Terapeutas mulheres
poderiam ser vistas como
mais capazes de entender os
problemas e serem modelos
de comportamento, em
termos da aceitação da forma 04:34 TCC e anorexia
e do peso.
O tratamento da anorexia nervosa
é mais longo, sendo o protocolo de
40 sessões. A superestimação da
forma e do peso é acompanhada de
uma alimentação rígida, um comer
O contrato com o paciente 05:50 restritivo, de modo a haver uma grande
é bem importante. É
e obsessiva preocupação com a comida.
importante que a gente
Na medida em que o paciente pode
faça essa aliança, alinhando
enxergar o tratamento como forma de
expectativas, intenções dele
ganhar peso, é fundamental estabelecer
para o tratamento, e construir
um contrato de expectativas, intenções
uma expectativa positiva em
e esperanças positivas quanto ao
relação ao tratamento.
processo, para que o paciente não sinta-
se com medo ou receio.

A primeira fase passa por uma análise


discriminada da fobia de comida, a
A perspectiva do 06:21
concepção do esquema cognitivo, o
paciente de abandonar o
estabelecimento de padrões alimentares
comportamento anoréxico é
muito assustadora, porque, normais. Aos poucos, constrói-se um
para ela, o comportamento plano alimentar de maior quantidade
restritivo é segurança, é calórica.
controle. Abandonar isso é A segunda fase trabalha com a crenças
repulsivo e aterrorizante. irracionais e padrões disfuncionais,
assim como o medo de ganhar peso.
Vão se trabalhando questões além da
mera comida, aos poucos engajando
Os pacientes precisam 10:20 o paciente na percepção de outras
entender essa interação entre experiências sobre si e seu corpo. Torna-
pensamento, sentimento se fundamental trabalhar a regulação
e comportamento, e emocional a partir da identificação
entender que o peso não de padrões alimentares disfuncionais,
é a dificuldade real deles. entendendo a existência para além do
Tem outras coisas na vida mero transtorno.
que estão mantendo essa
importância do peso para ela.

21
A gente tem uma questão 11:43
genética que a gente não vai
conseguir modificar, mesmo
que a gente modifique nossos
hábitos alimentares. [É
preciso] trabalhar a aceitação
desses outros jeitos, aumentar
a importância de outros
15:46 TCC e bulimia
domínios da vida.
Uma supervalorização do peso e da
forma levam a um controle rígido,
compensatório, compulsivo, um
descontrole emocional que leva à purga.
O impacto duradouro sobre a 17:48 Para melhorar tal quadro, é importante
compulsão e a purga também ampliar a visão das experiências de vida
depende de abordar as dietas
do paciente, de forma a desestigmatizar
extremas dos pacientes, sua
sua biografia em relação ao transtorno.
superestimação da forma
Na medida em que interações e estados
e do peso, e sua tendência
emocionais levam, seja por vergonha,
em comer em resposta a
ansiedade ou outro motivo, à purga, é
eventos adversos e estados
importante identificar gatilhos e, com
emocionais negativos.
isso, trabalhar técnicas de regulação
emocional, para que o paciente lide com
suas emoções sem necessitar da purga.

O que eu posso fazer diferente, 20:01 Assim, pensar em estratégias de alívio


qual comportamento eu posso e trabalhar relações interpessoais
fazer diferente que vai me são importantes ferramentas para o
trazer um alívio, mas que não é tratamento. Para tanto, precisa-se avaliar
um comportamento problema? o grau da psicopatologia, estabelecendo
o automonitoramento em tempo
real, instruindo o paciente a respeito
do transtorno. Deve-se perceber os
Como a gente trabalha 28:00 avanços e, com isso, flexibilizar crenças
os episódios residuais de disfuncionais a partir de reestruturação
compulsão? Regularizando cognitiva.
a alimentação, e o paciente
entendendo que, em Dessa forma, deve-se abrir espaço para
resposta a eventos externos a expressão das emoções e sentimentos,
estressantes, ele vai mudando em decorrência da bulimia estar ligada
o seu hábito alimentar. também a uma purga emocional.
Também pode ser importante realizar
exercícios comparativos a respeito
da abordagem à imagem corporal,
trabalhando os diferentes biotipos,
As emoções comunicam 29:56 belezas e autoestimas. A imperfeição é,
coisas. O que a emoção por si só, bela em sua individualidade
está me comunicando? Se enquanto imagem flexível de amor
estou com medo, estou com diante de si mesmo. Tal visão visa a
medo porque estou sendo uma positivação da existência, com
ameaçada. Se estou triste,
o objetivo de permitir uma abertura,
alguma coisa importante está
aceitação e reflexão por parte do
sendo perdida.
paciente.

22
A questão da flexibilidade 37:37
cognitiva tem a ver com alternar
diferentes pensamentos, regras
ou tarefas.

39:10
Essa alta exigência com a
desvalorização dos acertos
aumenta a insatisfação com
o desempenho e diminui a
autoestima. [...] A gente precisa
ajudar a paciente a enxergar
onde ela acerta, onde ela é boa.

AULA 2 • PARTE 4

TCC e compulsão alimentar 00:25

A compulsão alimentar e a alimentação


excessiva devem sempre ser interpretadas
de acordo com cada contexto. Deve-se
permitir um olhar em perspectiva, do
paciente para o paciente, de modo a 01:19
O tratamento tem que se
identificar os mecanismos responsáveis
concentrar na capacidade
de manutenção de manutenção do
do paciente em lidar com
transtorno. Deve-se ter cuidado em
eventos e humores adversos,
relação a grandes quantidades de
sem a compulsão. Esse é
comida, estabelecendo metas pequenas
o centro do tratamento da
que desfavoreçam comportamentos
compulsão [alimentar].
compulsivos diante da comida.

A questão da flexibilidade 37:37


cognitiva tem a ver com alternar
diferentes pensamentos, regras
ou tarefas.

23
VÍDEO
03:50
Por que fazer dieta normal-
mente não funciona

05:58
Mindfulness é a nossa
habilidade de observar, aqui
e agora, o que eu estou
sentindo, o que eu estou
pensando, o que eu estou
experimentando. Isso é uma
Vídeo expositivo de Sandra Aamodt tomada de perspectiva. Essa
a respeito da realização de dietas. consciência nos ajuda a poder
Disponível aqui. fazer escolhas.

Caso clínico 07:30

Apresenta-se o caso de uma pessoa que


se cobra muito em relação à perfeição
das coisas. Ela sente-se aliviada comendo
muito, descarregando na alimentação
sua frustração em relação ao trabalho,
13:23
o que é procedido de sentimentos de Eu quero escapar de sentir
desesperança, culpa e vergonha. aquilo, quero deixar de sentir
aquilo, então, eu tenho um
Entender o modelo cognitivo é importante
comportamento compulsivo,
para perceber os mecanismos de
que vai me trazer um alívio
sustentação do transtorno, estimulando
temporário, um alívio no curto
um raciocínio analítico e de resolução de
prazo, mas consequências
problemas.
negativas de longo prazo.
Apresenta-se um segundo caso de uma
mulher que tem problemas com vômitos,
que passou, a partir da faculdade, a utilizar
a alimentação como forma de regulação
emocional. Ela utiliza da purga como 24:24
Que vocês possam
forma de controle do peso, o que ocasiona ir construindo esse
questões somáticas, construindo padrões conhecimento para fazer as
comportamentais e isolamento social, melhores intervenções com
que dialogam com sintomas depressivos. os pacientes. Tem várias
Identifica-se um quadro de bulimia, o que teorias que nos ajudam a
deve ser tratado clinicamente a partir entender e a intervir. A gente
de uma motivação para a mudança, deve fazer uma formulação
alimentações regulares e sem vômitos, específica e singular para
exposição social, valorização de sua cada paciente.
autoestima, etc.

24
AULA 3 • PARTE 1

Avaliação 01:43

O Índice de Massa Corporal é utilizado


amplamente como forma de cálculo
do peso em relação à altura. Deve-se
analisar o IMC de acordo com os riscos
decorrentes da obesidade. Apesar de 04:54
As medidas que avaliam
suas vantagens, o IMC não leva em a composição corporal,
consideração o percentual de gordura e principalmente na manutenção,
a composição corporal do indivíduo. A vão ter uma importância muito
composição corporal pode ser avaliada maior para avaliar a evolução
de acordo com três principais técnicas: do paciente, essa troca de
medida de dobras cutâneas (plicômetro), massa gorda por massa magra.
bioimpedância elétrica tetrapolar e
densitometria da composição corporal.

De acordo com o CID-11, a obesidade


consta no capítulo de doenças endócrinas, LEITURA INDICADA
nutricionais ou metabólicas, no item 08:35
de distúrbios nutricionais. No DSM-5, a Relatório: Vigitel brasil 2019
obesidade não é mais considerada como
uma doença mental, o que demonstra a
humanização da obesidade. Na etiologia
da obesidade, citam-se fatores genéticos,
comportamentais, sociais, metabólicos
e culturais. Pelo fato de a obesidade ser
uma doença neuroendócrina, ela também
carrega consigo fatores hormonais, o que
dificulta metabolicamente o tratamento.

Levantamento nacional realizado pelo


Em 2019, 55,4% da população 09:04 Ministério da Saúde para identificação dos
adulta [brasileira] era principais fatores de risco para doenças
classificada com sobrepeso. crônicas. Disponível aqui.

20,3% da população adulta 09:38


no Brasil foi classificada com
obesidade. Nessa mesma
faixa etária de 45 a 54 anos,
essa prevalência ficou ainda
aumentada: 24,5%.

25
A hereditariedade é um dos 11:06
fatores bem marcantes. A
pessoa que tem um dos pais
com obesidade vai ter 50%
de chance de desenvolver
obesidade ao longo da vida.
Quando tem pai e mãe
com obesidade, já aumenta
14:00 Contexto cultural e obesidade
para 80% de chance de
desenvolver obesidade.
Atualmente produz-se uma imagem
cultural da obesidade relacionada à
tristeza, ao sofrimento, ao preconceito,
à preguiça. A indústria da beleza
constrói padrões corporais baseados
Nesse estigma social, esse 16:22 num conceito artificial de beleza:
julgamento de que a pessoa
enquanto corpos magros e sarados são
só tem valor se ela for
reproduzidos como objetos de desejo,
magra, o sucesso está muito
corpos fora dos padrões situam-se fora
atrelado à forma física,
do desejo social por um corpo perfeito.
desde o século XX.
O século XX produziu uma obsessão
por corpos perfeitos, magros e felizes,
construindo uma imagem social de
sucesso. Neurótico em sua produção
O mercado da estética 18:10 de discursos pretensamente universal
faz um proveito, se
de beleza, o século XXI intensificou
utiliza da fragilidade, da
a exclusão da diversidade entre os
vulnerabilidade desse
corpos a partir das redes sociais. Com
paciente que sofre com
efeito, o mercado estético não cessa
excesso de peso.
de produzir soluções fáceis, mágicas,
definitivas, apelativas. Nesse sentido,
deve-se trabalhar para a redução da
discriminação, a fim de problematizar
O paciente obeso que 21:01 o preconceito e a exclusão dos corpos
tem esse perfil de fazer a
ditos “anormais”.
regulação emocional através
da comida se viu em casa,
com aquela quantidade toda
de alimentos, com aquela
sensação de desamparo
que acometeu todo mundo LEITURA INDICADA
durante a pandemia. 21:47
Silva NDJ, Ribeiro-Silva RDC,
Ferreira AJF, et al. Combined
association of obesity and other
cardiometabolic diseases with
severe COVID-19 outcomes: a
nationwide cross-sectional study
of 21 773 Brazilian adult and elderly
inpatients. BMJ Open 2021.

26
Tratamento cirúrgico 24:04

O tratamento cirúrgico deve ser utilizado


após tentativas clínicas de remissão
da obesidade. Caso escolhido, esse
tratamento deve ser acompanhado de
um acompanhamento clínico por parte 28:35
Eles [os pacientes] buscam
de um psicólogo bariátrico. O IMC é um a cirurgia bariátrica nesse
dos critérios para a indicação de cirurgia, contexto de já ter tentado
de modo ao paciente ter obesidade há, muitas das outras alternativas
pelo menos, cinco anos. É obrigatória a não cirúrgicas.
assinatura de um termo tanto por parte do
paciente quanto do familiar, entendendo
o tratamento como um processo de longo
prazo, que não se encerra na cirurgia, 34:00
Qual é o maior benefício que
pois se prolonga de diversas formas na
se percebe nessa cirurgia
temporalidade pós-cirúrgica.
[bariátrica]? Ela tem um efeito
hormonal, uma adaptação
hormonal que o organismo
passa depois dessa cirurgia.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

Assinale a alternativa incorreta


conforme o conteúdo abordado em
aula:

O plicômetro pode ser utilizado


independente do peso do paciente,
sendo uma boa alternativa para
pacientes com obesidade.

A medida da circunferência
abdominal está diretamente
relacionada ao risco de cardiopatia
e síndrome metabólica.

Quanto menos anos de


escolaridade, maior a prevalência de
obesidade na população brasileira.

A obesidade é uma doença crônica


com causas multifatoriais, desde
fatores sociais até hereditários,
Resposta desta página: alternativa 1.

o que traz a necessidade de um


tratamento interdisciplinar.

27
AULA 3 • PARTE 2

Técnicas cirúrgicas 00:25

As duas principais técnicas cirúrgicas são


o bypass gástrico e o sleeve. No bypass
gástrico, o estômago redimensionado
liga-se diretamente ao intestino, sendo
uma cirurgia ao mesmo tempo restritiva e 02:04
Depois de um tempo, eles
disabsortiva. Já o sleeve é uma derivação
começaram a ver que o
do bypass, sendo muito mais recente e de
sleeve, sozinho, já dava conta
caráter meramente restritivo. Geralmente,
de muitos dos casos de
o bypass é considerado como uma cirurgia
emagrecimento, já conseguia
mais radical, enquanto o sleeve é apenas
promover um emagrecimento
restritivo, de modo ao estômago ficar com
satisfatório. Hoje, o sleeve
maior capacidade.
é considerado uma técnica
Deve-se estar atento para a absorção isolada, mas, em alguns casos,
de nutrientes em relação ao tamanho ela ainda é usada como o
dos tecidos, o que pode ser sinal de primeiro tempo de um bypass.
preocupação e sofrimento por parte dos
pacientes. Na medida em que as técnicas
cirúrgicas estão diretamente relacionadas
ao corpo e à alimentação, é preciso um 15:38
sinal de alerta em relação ao tratamento Falta de energia, cansaço,
clínico e emocional dessas mudanças. alterações do sono, anemia,
redução de pensamentos
Por fim, também cita-se o balão hedônicos, reganho de peso:
intragástrico, o processo de esse é o cenário de um
grampeamento e a banda gástrica paciente que se submete a
ajustável. Nesse sentido, enfatiza-se a uma cirurgia bariátrica.
necessidade de um acompanhamento
clínico para cirurgias bariátricas no que diz
respeito às alterações de comportamentos
alimentares e emoções relacionadas a
16:18
isso. Nutrólogos, psicólogos, psiquiatras, Em 2003, eles criaram a
cardiologistas: todas essas especialidades Comissão de Especialidades
devem fazer parte das equipes cirúrgicas, Associadas. Isso é a forma
acompanhando o paciente no curso do que os cirurgiões conseguiram
tratamento como um todo. oficializar a importância das
equipes multidisciplinares.
Então, especialidades
associadas incluem todas as
outras áreas que acompanham
o paciente no tratamento.

28
Pré-operatório 17:21

O protocolo pré-operatório entende


que o mínimo tempo clínico é o de 3
consultas, o que deve ser acompanhado
de uma reflexão sobre a mudança de
hábitos, comportamentos e emoções que 19:28
Muitos pacientes procuram
existem após o procedimento. Deve-se ter essa cirurgia [bariátrica]
consciência e informação a respeito dos com a esperança de que vão
impactos da cirurgia e a temporalidade de emagrecer com menos esforço,
longo e médio prazo que acompanham e que, a médio prazo, vão
essa mudança. Há uma rede de apoio poder voltar a comer errado e
para dar suporte a dietas restritivas? não voltar a engordar.
Há a possibilidade de uma organização
que dê conta das necessidades
físicas, alimentares, psicológicas?
Qual é a expectativa de resultado de 23:13
Antes de operar, [é preciso]
emagrecimento para o paciente e
a gente já propor que
possíveis impactos como flacidez da pele
seja feito um treinamento
e queda de cabelo? O paciente entende
de como as coisas vão
a diferença entre fome física e fome
ser depois: não tanto em
emocional?
relação às quantidades, mas
principalmente à escolha dos
alimentos, ao preparo, a ter
uma alimentação correta em
Quando a pessoa come por 29:11 casa, no seu dia a dia.
estar com fome, ela não fica
com sentimentos negativos
depois. Quando o paciente
come por fome emocional,
fica a vergonha, a culpa,
a tristeza, a frustração, o
33:30 Pós-operatório
arrependimento por ter
comido daquela forma.
Conforme já ressaltado, a cirurgia
demanda um acompanhamento
psicológico de longo prazo, devendo
haver consultas periódicas para avaliar
os retornos a respeito da reeducação
alimentar. Também é necessário um
monitoramento sobre a atividade
física e os desafios na manutenção do
emagrecimento. Qual é o impacto do
emagrecimento nas relações sociais e
na percepção do paciente sobre seu
próprio corpo?

29
AULA 3 • PARTE 3

Tratamento clínico 00:25

O mais difícil do tratamento da


obesidade é o reganho de peso, ou
seja, a manutenção do peso. Esse é um
grande ponto de atenção em relação ao
tratamento clínico, o que exige um olhar 00:58
processual, sistêmico e de longo prazo em O tratamento é para
relação à temporalidade terapêutica. emagrecer, mas, ainda assim,
boa parte do tempo, das
Os pilares do emagrecimento estão intervenções, da atenção
relacionados à atividade física, à do terapeuta precisa ser
reestruturação cognitiva, ao estilo de direcionada à fase de
vida, ao suporte social e interpessoal, manutenção. É isso que
ao suporte nutricional. Deve-se tentar os pacientes tendem a
encorajar o acompanhamento por parte negligenciar, a se desmotivar.
de um nutricionista e um educador físico,
além do psicólogo, caso possível, a fim de
ter um acompanhamento multidisciplinar a
respeito do emagrecimento.
03:57
A ideia é que, ao longo do
Deve-se também desenvolver uma relação
emagrecimento, o paciente
saudável com a balança, sem pesagens
também tenha, de forma
excessivas e sem pesagens praticamente
orientada, a prática do
inexistentes. Ao mesmo tempo em que
exercício físico. Para isso,
busca-se a mudança, também deve-se também existem profissionais.
trabalhar a necessidade de aceitar coisas
que são imutáveis. Ou seja: visa-se tanto o
controle quanto a paciência.

As cinco principais etapas do tratamento 06:45


Muitos pacientes têm aversão
clínico são: avaliação interdisciplinar, à balança, desenvolveram
conscientização, planejamento, uma relação muito aversiva
implementação de mudanças e com a balança, e tudo bem
manutenção dos novos hábitos. Um que ele não se pese em casa,
acompanhamento nutricional e físico são nas farmácias. Mas vai ser
fundamentais no decorrer do processo, necessário: pode ser durante as
atendendo às questões biológicas nossas consultas.
do paciente e às limitações físicas
relacionadas ao exercício, sobretudo o
exercício anaeróbico. Um olhar metabólico
é importante no sentido de perceber
08:22
a intensidade e a circulação calórica A gente vai, ao longo do
no interior do organismo em relação à processo, fazer com que o
composição corporal do paciente. Por paciente aceite melhor o seu
fim, ressalta-se a necessidade de acolher corpo, mesmo ainda não tendo
o sofrimento, a doação e a regulação chegado no peso que gostaria.
emocional desses pacientes.

30
A gente precisa saber de que 13:22
forma acolher esse sofrimento,
até porque os pacientes já vêm
de toda uma saga com outros
profissionais da saúde que
destratam eles. Tem profissionais
que sequer vão propor algum
tipo de tratamento.
17:12
O acompanhamento
nutricional, a gente
recomenda, encoraja que
o paciente tenha essa
especialidade. A gente vai, ao
longo do tempo, ir avaliando
A forma de regular, de
a necessidade de entrar em
21:42
descontar na comida os contato com um nutricionista
desconfortos da vida, [é para ajustar a dieta, trabalhar
normal] o paciente acabar mais as questões do
recorrendo ao alimento. emagrecimento ativo depois
Então, durante muitos e da manutenção.
muitos anos, a forma de
lidar com as dificuldades, as
adversidades, as tristezas, era
recorrendo ao alimento.

23:37 Autoestima e mudança

A autoestima está diretamente


relacionada à autoimagem, ao
autoconceito e à autoeficácia. Todas
essas questões devem ser consideradas
No início do tratamento, é 24:30 no que diz respeito à mudança, em
muito simples de pensar que decorrência de ser através delas que
ninguém se compromete com
o tratamento ocorre. De que forma o
um processo de mudança se
paciente se percebe como capaz de
a pessoa não se acha capaz
lidar com o tratamento? Qual é sua
de conseguir lidar com aquilo.
motivação diante da mudança? Qual sua
Então, a gente vai identificar
capacidade para lidar com a frustração
o quanto o paciente se sente
de ocasionalmente regredir a estágios
capaz de emagrecer.
de mudança anteriores? Caso isso
ocorra, deve-se positivar o processo
de tratamento e aprendizagem em
relação ao já transcorrido até então.
À medida em que o 26:30 O modelo transteórico de mudança e
paciente recai e não fica a entrevista motivacional lidam com a
mais motivado para as motivação do paciente em relação ao
mudanças, ele nunca volta processo de tratamento, trabalhando a
para a estaca zero. Essa alteração da sua consciência a respeito
espiral é ascendente. da obesidade no caso em questão. O
quanto a obesidade afasta o paciente da
forma como ele se vê no futuro? Quais
as consequências desses problemas?

31
A gente oferece esse espaço 30:19
para que o paciente consiga
trazer as suas vivências, os
seus relacionamentos que
reforçaram essas crenças
todas com relação ao peso.

31:27
A autodeliberação é, de fato,
o paciente começar a se
preparar para a mudança, se
comprometer, estabelecer
alguns objetivos realistas.

AULA 3 • PARTE 4

Intervenções em TCC 00:25

O automonitoramento pode ser levado à


cabo de diversas formas, dentre as quais
ressalta-se o registro de pensamentos
disfuncionais. Já o controle de estímulos
está relacionado ao manejo do ambiente 01:14
Tem vários dos aspectos
e os estímulos que eles carregam consigo. da evolução do tratamento
O paciente deve saber estruturar seu que a gente vai pedir
ambiente - no que é possível fazê-lo - registro entre uma consulta
ligando-o aos objetivos do tratamento. e outra, e vai formatando
aqueles protocolos de
Quais são as situações que geram gatilhos
registro da forma como o
para um comer excessivo? Quais são as
paciente vai evoluindo ao
condições de acesso e manutenção do
longo do tratamento.
tratamento psicológico?

A professora, em seguida, apresenta


um modelo cognitivo de crenças
e comportamentos, assim como
04:02
pensamentos dicotômicos relacionados A gente vai instrumentalizar
aos principais erros lógicos. Assim, o paciente para, frente a
identificar as situações de risco é essas situações estressoras,
importante para trazer à tona os esquemas de que forma ele vai se
emocionais e comportamentais existentes regular, vai se acalmar,
na corporeidade do paciente. Da mesma vai voltar para um estado
forma, é importante reconhecer os emocional mais estável sem
pensamentos funcionais, para que o recorrer ao alimento.
paciente utilize o que ele já tem a seu
favor.

32
Quem está conseguindo se 08:58
manter no plano alimentar,
dificilmente vai dizer: eu estou
conseguindo 100% das vezes.
Não existe 100%. É: eu estou
fazendo do jeito que dá.
13:14 Pense magro

A autora s psicóloga Judith


Beck desenvolveu um programa
de modificação cognitiva e
FUNDAMENTO comportamental essenciais para
20:06 levar um estilo de vida saudável, sem
Protocolo de Oxford grandes restrições. O programa é
O protocolo de Oxford vem sendo composto por 6 semanas, que vão
comprovado em diversas frentes desde o aprendizado dos fundamentos
como forma de intervenção cognitivo- até organizar de um plano, superar e
comportametal para a obesidade. O reagir aos desafios. A ideia do Pense
tratamento é longo, possui dez módulos Magro, assim, é acabar com os excessos
e é um processo terapêutico integral e e perceber os graus de saciedade em
complexo. Ele tem o objetivo de modificar a relação às refeições.
autoimagem negativa e as privações a partir, É normal que pensamentos
justamente, da valorização do paciente. O sabotadores, recaídas e inseguranças
protocolo visa promover uma administração façam parte do processo, o que
das barreiras e da autoimagem do paciente não é um problema. Resistir a eles,
de forma positiva, valorizando-o. Assim, todavia, também é importante. Uma
trabalha-se as preocupações com a imagem boa dica é perceber técnicas de
corporal ao mesmo passo em que enfatiza- distração e perceber a eficácia de
se uma alimentação saudável. cada uma delas. É fundamental que o
terapeuta perceba o paciente em suas
preferências e individualidades, de
modo a acompanhá-lo em seu processo
individual.
A gente pede que o paciente 25:28
avalie o quanto ele, durante Registrar seus pensamentos e entender
aquela semana, entre uma quais são as situações de risco
consulta e outra, se percebe pode significar já antecipar certas
comprometido, como inseguranças, de modo a projetá-las
ele está avaliando o seu para o futuro e já estar preparado
comprometimento com a psicologicamente para possíveis
dieta, com o tratamento. pensamentos disfuncionais.

26:20
[É importante a gente] traçar
um plano de ação, fazer
com que o paciente se sinta
preparado para estar naquelas
situações de forma organizada,
e que o terapeuta também essa
atitude positiva.

33
O alimento é o ansiolítico 32:36
mais usado e menos eficaz,
enquanto que o exercício
físico é o ansiolítico mais
eficaz e menos utilizado.
Então, ele tem, sim, um
impacto importante no
controle da ansiedade e dos
estados de humor. 33:43
Qual é a representação, de
que forma o paciente se
enxerga? O quanto essa
imagem corporal é negativa?

Muitas vezes, o paciente 38:58


acaba não se dando conta,
mas, para além processo
ser agradável e sustentável,
a gente vai fazendo ele
perceber que muitas outras
coisas na sua vida já estão
apresentando melhora.

34
Resumo da disciplina
Veja, nesta página, um resumo dos principais conceitos vistos ao longo da disciplina.

AULA 1

A anorexia nervosa é caracterizada


pela purga.

Os transtornos alimentares são


baseados numa preocupação excessiva
com o peso e a forma do corpo
Os transtornos alimentares podem
ser formas de deposição das
emoções em comportamentos
compulsivos

AULA 2

O paciente precisa andar lado a lado


com o terapeuta, de forma ativa.

O modelo transdiagnóstico entende


que os transtornos alimentares se
retroalimentam a longo prazo.

É preciso que o paciente seja


positivado em seus ganhos e veja a
terapia como um processo não linear.

AULA 3

A indústria da beleza constrói um


contexto cultural de exclusão aos
corpos vistos como fora do padrão.

Ao longo do processo terapêutico,


o paciente precisa aprender formas
de regular suas emoções que não o
impactem negativamente
O acompanhamento psicológico é
requisito indispensável para cirurgias
bariátricas.

35
Avaliação
ca-

-
Veja as instruções para realizar a avaliação da disciplina.

Já está disponível o teste online da disciplina. O prazo para realização


é de dois meses a partir da data de lançamento das aulas. ​

Lembre-se que cada disciplina possui uma avaliação online.


A nota mínima para aprovação é 6. ​

Fique tranquilo! Caso você perca o prazo do teste online, ficará aberto
o teste de recuperação, que pode ser realizado até o final do seu curso.
A única diferença é que a nota máxima atribuída na recuperação é 8. ​

Você também pode gostar