Você está na página 1de 50

TRANSTORNOS DO

HUMOR
Keith Dobson e Leandro Feix

Grande parte dos quadros depressivos são vis-


tos como doenças de adaptação ao estresse.

Ricardo Wainer
Conheça
c o livro da disciplina
-
CONHEÇA SEUS PROFESSORES 3

Conheça os professores da disciplina.​

EMENTA DA DISCIPLINA 4

Veja a descrição da ementa da disciplina. ​

BIBLIOGRAFIA DA DISCIPLINA 5

Veja as referências principais de leitura da disciplina.​

O QUE COMPÕE O MAPA DA AULA? 6

Confira como funciona o mapa da aula.

MAPA DA AULA 7

Links de artigos científicos, informativos e vídeos sugeridos.

RESUMO DA DISCIPLINA 48

Relembre os principais conceitos da disciplina.​

AVALIAÇÃO 49

Veja as informações sobre o teste da disciplina.​

2
Conheça
c seus professores

-
KEITH DOBSON
Professor Convidado

O psicólogo clínico Keith Dobson é pesquisador na área


da Cognição e outros vários estados psicopatológicos,
especialmente a depressão, área na qual conduziu pesquisas
sobre tópicos como avaliação cognitiva na depressão, o papel
interativo da cognição e eventos da vida na causa da depressão,
a capacidade das ferramentas de avaliação para diferenciar
ansiedade da depressão e descrição de aspectos estáveis e
instáveis da depressão. Atualmente, é professor de Psicologia
Clínica na Universidade de Calgary, no Canadá, onde também
atuou em outros cargos, incluindo chefe de psicologia e diretor
do programa de Psicologia Clínica. Dobson também participou
de vários estudos sobre o tratamento da depressão aguda,
bem como de sua prevenção. Uma das grandes referências na
área, os trabalhos do Dr. Keith Dobson resultaram em mais de
280 artigos publicados, 15 livros e numerosas apresentações
de conferências e workshops em muitos países. Seu best-seller
“Handbook of cognitive-behavioral therapies” já está na quarta
edição.

LEANDRO FEIX
Professor PUCRS

Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade


Católica do Rio Grande do Sul e especialização em Psicologia
Clínica com ênfase em Psicoterapia Cognitivo-comportamental. É
mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (2008). Atua como psicólogo clínico em Consultório
Particular e como Coordenador e docente do curso de Psicologia
do Centro Universitário Metodista, IPA. Tem experiência na área
de Psicologia, com ênfase em Psicologia Cognitiva, atuando
principalmente nos seguintes temas: falsas memórias, memória,
psicologia forense, entrevista cognitiva e psicoterapia cognitivo-
comportamental.

3
Ementa da Disciplina
Avaliação e tratamento cognitivo-comportamental dos principais transtornos
do humor, tais como transtorno depressivo maior e transtorno bipolar.

4
Bibliografia da Disciplina
As publicações destacadas têm acesso gratuito.

Bibliografia básica

BASCO, M. R.; RUSH, J. A. Terapia cognitivo-comportamental para o transtorno


bipolar: guia do terapeuta. Porto Alegre: Artmed, 2009.

BECK, A. T.; ALFORD, B. A. Depressão: causas e tratamento. Porto Alegre: Artmed,


2011.

RIBEIRO, B. C. Terapia cognitivo-comportamental para depressão e transtornos do


humor. Contentus, 2020.

Bibliografia complementar

KNAPP, P. (ORG). Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. Porto


Alegre: Artmed, 2007.

HAWTON, K.; SALKOVSKIS, P. M.; KIRK, J.; CLARK, D. M. Terapia cognitivo-


comportamental para problemas psiquiátricos: um guia prático. São Paulo: Martins
Fontes, 1997.

CIZIL, M. J.; BELUCO, A. C. R. As contribuições da terapia cognitivo comportamental


no tratamento da depressão. Revista Uningá, v. 56 (S1), p. 33-42, 2019.

GILLIHAN, S. J. Terapia cognitivo-comportamental: estratégias para lidar com


ansiedade, depressão, raiva, pânico e preocupação. São Paulo: Manole, 2020.

WENZEL, A. Inovações em terapia cognitivo-comportamental: intervenções


estratégicas para uma prática criativa. Artmed Editora. 2018.

5
O que compõe
o o

s
Mapa da Aula?
MAPA DA AULA
São os capítulos da aula, demarcam
momentos importantes da disciplina,
servindo como o norte para o seu FUNDAMENTOS
aprendizado.
Conteúdos essenciais sem os quais você
pode ter dificuldade em compreender a
matéria. Especialmente importante para
alunos de outras áreas, ou que precisam
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
relembrar assuntos e conceitos. Se você
estiver por dentro dos conceitos básicos
Questões objetivas que buscam
dessa disciplina, pode tranquilamente
reforçar pontos centrais da disciplina,
pular os fundamentos.
aproximando você do conteúdo de
forma prática e exercitando a reflexão
sobre os temas discutidos.​Na versão CURIOSIDADES
online, você pode clicar nas alternativas.
Fatos e informações que dizem
respeito a conteúdos da disciplina.
PALAVRAS-CHAVE
Conceituação de termos técnicos,
expressões, siglas e palavras específicas
do campo da disciplina citados durante DESTAQUES
a videoaula.
Frases dos professores que resumem
sua visão sobre um assunto ou situação.​
VÍDEOS
Assista novamente aos conteúdos
expostos pelos professores em vídeo.
Aqui você também poderá encontrar ENTRETENIMENTO
vídeos mencionados em sala de aula.
Inserções de conteúdos para tornar
a sua experiência mais agradável e
PERSONALIDADES significar o conhecimento da aula.​

Apresentação de figuras públicas


e profissionais de referência
mencionados pelo(a) professor(a).
CASE
Neste item, você relembra o case
analisado em aula pelo professor.​
LEITURAS INDICADAS
A jornada de aprendizagem não
termina ao fim de uma disciplina. Ela
segue até onde a sua curiosidade MOMENTO DINÂMICA
alcança. Aqui você encontra uma lista
de indicações de leitura. São artigos e Aqui você encontra a descrição detalhada
livros sobre temas abordados em aula.​ da dinâmica realizada pelo professor.

6
Mapa da Aula
Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas.

AULA 1 • PARTE 1

Aspectos iniciais e agenda 01:17

Em sua primeira aula, o professor de


psicologia clínica na Universidade de
Calgary, no Canadá, Keith Dobson
pretende abordar como conceituamos 03:14 A natureza da depressão
e avaliamos a depressão clínica em um
ambiente clínico. Para tanto, o professor Na América do Norte, é utilizado
argumenta que é preciso saber um pouco o Manual Diagnóstico e Estatístico
sobre a história, a teoria e a pesquisa de Transtornos Mentais, ou DSM, da
que nos permitem entender o que é a Associação Americana de Psiquiatria,
depressão. que é a forma predominante de
conceituar ou diagnosticar depressão
Muito embora o conteúdo abordado
clínica. O professor Dobson comenta
seja relevante, também, para crianças e
que existem padrões legais em quase
adolescentes, o foco da apresentação é
todo o mundo, sobre quem pode fazer
a depressão adulta, uma vez que adultos
um diagnóstico legal, no entanto, ter
podem consentir, permitindo tratamentos
essas informações não é um problema.
e avaliações diversos.
Além do DSM, existe a Classificação
A agenda para as aulas estabelecida pelo Estatística Internacional de Doenças e
professor percorre os seguintes itens: Problemas Relacionados com a Saúde,
ou CID, publicado pela Organização
• Natureza da depressão clínica; Mundial de Saúde.
• Modelos de risco e resiliência, em O professor destaca que ainda não
que serão apresentados estudos chegamos ao ponto de termos critérios
recentes e o que sabemos sobre a universais para a depressão clínica, mas
depressão clínica, bem como os fatores que estamos nos aproximando desse
associados ao aumento ou diminuição cenário.
do risco;

• O tratamento da depressão, com a


intenção de contextualizar a forma de
04:06
orientar e montar o tratamento; Ao longo dos anos, o DSM e
o CID vêm se desenvolvendo
• Avaliação: como fazê-la, as medidas
de modo relativamente
que podemos usar e a maneira que a
independente um do outro,
depressão é conceituada antes mesmo
mas nos últimos anos,
do processo de intervenção.
houve um movimento de
convergência, principalmente
nos transtornos mentais, como
a depressão.

7
FUNDAMENTO
04:47
Nove sintomas de um potencial
caso de depressão clínica
A depressão clínica, no Manual de
Diagnóstico e Estatística, é chamada
08:15
Transtorno Depressivo Maior, TDM, ou Então, podemos ver a
Depressão Maior. Existem nove sintomas diminuição ou o aumento do
possíveis que constituem os critérios de sono na depressão clínica.
diagnóstico para a depressão clínica, e é E se torna um sintoma
importante observar que, para atingir um paradoxal, nesse sentido.
diagnóstico completo, devemos ver pelo
menos cinco dos sintomas em um período
de até duas semanas. Os sintomas são:

• Tristeza ou irritação; 09:53


Essas pessoas, frequentemente,
• Diminuição do interesse ou perda de quando entram no estado de
prazer na realização de atividades depressão, vêm de um estado de
habituais; ansiedade, já tendo desenvolvido
previamente sintomas e padrões
Esses dois sintomas, o professor explica, são
relacionados à ansiedade.
chamados de sintomas cardinais, ou seja,
para diagnosticar formalmente alguém com
depressão clínica, precisamos que tenha um
dos dois sintomas.

Os demais sintomas são variáveis, e podem 10:54


Muitas vezes, quando saem da
ser chamados de sintomas de orientação
depressão, as pessoas voltam
fisiológica ou biológica. São eles:
a um estado de ansiedade
• Mudanças no peso ou no apetite. Os ou agitação, antes de se
critérios de diagnóstico permitem que recuperarem totalmente.
haja uma mudança de peso em termos
de aumento ou diminuição, associados
ao maior ou menor apetite. Pode ser
visto como um sintoma paradoxal, pois
pode assumir uma forma ou outra. 11:14
Precisamos reconhecer que
• Perturbações no sono. Também pode ser existem formas diferentes de
entendido como um sintoma paradoxal; se chegar ao diagnóstico de
uma condição.
• Atividade geral. Sintoma paradoxal que
possui dois padrões diferentes: agitação
psicomotora ou retardo psicomotor.

Os demais critérios tendem a ser mais


uniformes, independentemente da pessoa PALAVRAS-CHAVE
ter uma depressão mais agitada e ansiosa ou 12:16
mais típica:
Atribuição negativa: Também
• Cansaço e falta de energia; conhecida como culpa negativa,
representa o indivíduo se culpar
• Sentimentos de culpa; pelo fracasso.
• Problemas de concentração ou tomada
de decisão;

• Possibilidade de pensamentos e ações

8
suicidas.
Pessoas deprimidas costumam 12:22
ter um sentimento de
fracasso, e, frequentemente,
se consideram culpadas ou
responsáveis por isso.
13:42
O suicídio pode assumir
diferentes formas.

Então, ao pensarmos 14:12


nas várias combinações
e permutações desses
sintomas [...] acabamos com
cerca de 900 combinações.
16:08
Portanto, devemos dosar e
corrigir nossa intervenção
considerando os problemas
específicos que a pessoa
apresenta.
A desesperança é o principal 17:00
fator psicológico que está por
trás do risco de suicídio.

Notas sobre o diagnóstico de


18:36
depressão clínica
O sistema de diagnóstico apresenta duas
exclusões muito claras, ou seja, descarta
fatores para o diagnóstico:

O próprio medicamento pode 20:30 • Se estão sendo ingeridas substâncias


fazer com que alguns dos que podem exacerbar, piorar, ou
sintomas pareçam piores do simular os sintomas de depressão, é
que realmente são. necessário primeiro descartar o efeito
dessas substâncias e drogas antes de
realizar o diagnóstico. O professor
comenta que remédios prescritos com
frequência podem simular sintomas de
Como especialistas, temos 20:36 depressão.
que ser capazes de fazer o
• Dobson reforça que existe uma
diagnóstico de depressão
variedade de condições médicas que
mesmo com a interferência do
podem simular ou piorar os sinais
álcool e de outras substâncias
e sintomas de depressão clínica.
nos sintomas.
O professor cita exemplos como
hipertireoidismo, infecções crônicas,
encefalite e tumores, que podem
simular sinais e sintomas de depressão.

9
Vale a pena quando a pessoa 21:41
tem sinais ou sintomas
diagnosticáveis, obter uma
avaliação médica como parte
da avaliação geral.
22:00 É importante ter em mente que
não é uma questão de somar
critérios, em termos de sinais e
sintomas que a pessoa precisa
ter, mas também considerar os
critérios de exclusão.
Problemas associados 22:12

É incomum que a depressão se apresente


sozinha. Quando as pessoas chegam no
consultório, apresentando esses sinais
e sintomas, não é anormal que também 25:00 Estima-se que cerca de 50% das
tenham outros problemas associados.
pessoas que atendem aos critérios
É mais comum que as pessoas de depressão clínica, possuem
apresentem problemas concomitantes, ou ou possuíram o diagnóstico de
comorbidades diagnósticas. Não apenas ansiedade também.
um, mas dois ou mais transtornos mentais
juntos.

O que vemos de mais comum é, em geral:


25:21 A ansiedade é um problema muito
• Problemas relacionados ao
comum com a depressão.
desempenho, às vezes aparecem no
ambiente de trabalho, ou na escola, no
caso de alunos, depende do tipo de
vida do indivíduo;

• Retração social, que pode ser tanto um


27:27 É importante quando trabalhamos
precursor, ou seja, um fator de risco
em potencial para a depressão, como com pessoas com depressão que
também uma possível consequência da paremos e pensemos sobre os
depressão. outros problemas que elas podem
ter e quais questões podem estar
• Mudanças drásticas no comportamento presentes em suas vidas. Porque,
usual; às vezes, os problemas se tornam
• Uso de álcool ou drogas como questões para intervenção.
potenciais concomitantes ou
precursores em alguns casos;

• Transtornos de ansiedade.

Ao falar sobre ansiedade, o professor 29:15 Na prática clínica, é bem


explica que não é incomum que alguns dos importante que não só
mesmos padrões que vemos na ansiedade acompanhemos a pessoa até
também estejam presentes no contexto da que ela se sinta melhor, mas
depressão. Costumamos, na ansiedade, ver que esteja bem, idealmente.
mais dúvidas sobre o futuro, preocupação
com o futuro e como as coisas ocorrerão.
Já na depressão, o mais comum são
pensamentos negativos sobre o passado.

10
FUNDAMENTO
29:30
Recaída e recorrência
Em muitos casos, as pessoas têm um
segundo, um terceiro, ou um quarto episódio
de depressão. Utilizam-se os termos recaída, 29:15 A recaída e a recorrência são
se a pessoa está saindo de um episódio, ou bastante comuns na depressão.
recorrência, se for um episódio totalmente
novo de depressão.

A maneira como 30:37


gerenciamos um caso
clínico varia dependendo
de onde se encontra no
episódio depressivo. 29:15 Os [pacientes] que tiveram
mais episódios costumam ser
mais desamparados e sem
esperança. Podemos precisar
Muitas vezes pensamos na 30:37 avaliar mais o risco de suicídio
depressão como uma entidade em casos crônicos.
diagnosticável, onde a pessoa
atende a cinco, ou mais, dos nove
critérios, mas também medimos a
depressão em termos de medidas 32:55 Frequentemente, ao fazermos
de gravidade. intervenções, não prestamos
muita atenção à presença
ou ausência do diagnóstico,
mas prestamos atenção à
Existem diferentes maneiras de 33:42 gravidade dos sintomas.
definir a depressão, gravidade é
uma, diagnóstico é outro.

Informações sobre o diagnóstico


33:50
de depressão
Keith Dobson traz alguns dados da
América do Norte sobre a depressão:

Não devemos considerar a idade 34:39 • Cerca de 20% dos casos são
da pessoa a fim de decidir se diagnosticados no início da idade
podem ou não estar deprimidas. adulta;

• Cerca de 50% pessoas que terão um


episódio de depressão, o terão aos 39
anos;
PALAVRAS-CHAVE
34:57 • O início pode ser em qualquer idade.

Sintomas prodrômicos: No contexto Então podemos ter alguém, por


da aula, podem ser entendidos como exemplo, com 75 anos, que nunca esteve
os primeiros sinais de alerta, que clinicamente deprimido, então ocorre uma
preveem a probabilidade do indivíduo
convergência de fatores, nesse período
ter um eventual episódio depressivo.
Um exemplo é a perturbação do sono. específico, e acabar tendo o seu primeiro
episódio depressivo.

11
A natureza crônica da depressão 36:07

O professor Dobson explica que a


depressão costuma ser crônica, e que
costumamos prever sua cronicidade com
mais facilidade do que uma depressão não
37:40 Então, se uma pessoa tem o
crônica.
primeiro episódio de depressão,
Estima-se que o episódio médio de se tiver uma recaída ou
depressão dura cerca de oito meses, e recorrência, infelizmente, isso é
que os primeiros episódios tendem a ser um prenúncio de uma depressão
mais curtos. No entanto, se a pessoa tem mais crônica.
episódios recorrentes de depressão, eles
tendem a se tornar mais longos e difíceis
de serem tratados.

Outro fator a se pensar, no contexto 38:04 Devemos antecipar que a pessoa


da cronicidade, é que muitas pessoas
que vemos no consultório, e
deprimidas possuem recaídas ou
apresenta depressão, terá uma
recorrências. Estima-se que, em ambientes
provável recaída ou recorrência.
clínicos, dos que saem de um episódio de
depressão, aproximadamente 50% terão
uma recorrência ou recaída dentro de um
ano.

Muitas pessoas terão um segundo episódio


de depressão. E se houver um segundo 39:47 Se você puder concentrar nos
episódio de depressão, estima-se que 60% sintomas residuais, e não apenas
desses indivíduos terão uma recaída e um em tratar o episódio atual, é melhor
terceiro episódio. Depois disso, o risco de para o cliente a longo prazo.
recaída passa para aproximadamente 70%.
Portanto, tende a se tornar mais crônico.

Foi estimado que mesmo para o primeiro


episódio, se acompanharmos as pessoas
por tempo suficiente, não apenas um ano, EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
mas cerca de dez anos, aproximadamente
É incomum que a depressão se
70% delas terão um segundo episódio de
apresente sozinha. Entre os possíveis
depressão.
problemas concomitantes ou
Também foi estimado que, se o comorbidades diagnósticas, está:
indivíduo tiver um segundo episódio, ele
provavelmente continuará a tê-los, o que é Transtornos de ansiedade.
chamado de “carreira”, ou uma ocorrência
vitalícia, de seis ou sete episódios ao longo Mudanças drásticas no
comportamento atual.
Resposta desta página: alternativa 4.

de sua vida.

Muitas vezes, o primeiro episódio é o Problemas relacionados ao


mais dramático e grave, e com o tempo, desempenho (escola, trabalho, etc).
os episódios se tornam um pouco menos
graves, porém mais longos e habituais em Todas as alternativas.
alguns aspectos.

12
AULA 1 • PARTE 2

A natureza crônica da depressão


00:00
(continuação)

Alguns dos fatores de risco para


depressão costumam ser crônicos em
certa medida e podem piorar com a
recorrência dos episódios de depressão. 03:37 Evasão é um fator geral de geração
de estresse.
Muitas pessoas terão as chamadas
cicatrizes psicológicas, ou consequências
negativas de terem tido depressão.
Então, os fatores de risco, que os tornam
vulneráveis à depressão, são os mesmos 05:00 Subtipos de depressão
que pioram após a depressão. O sono
pode ser um desses exemplos. Outro bom Conforme mencionado, o primeiro
exemplo é a tendência ao isolamento episódio de depressão, conforme o DSM,
ou à evasão social. Muitas pessoas que seria chamado de primeiro episódio
se tornam vulneráveis à depressão depressivo maior. Nesse contexto, o
apresentam esse padrão de evasão, que indivíduo apresenta cinco ou mais dos
também é comum na ansiedade. nove sintomas discutidos anteriormente.

E quando saem da depressão, podem Após o primeiro episódio, se houver um


acabar sendo mais evasivos, ter relações segundo, ele é chamado de transtorno
sociais piores, e isso se configura, depressivo maior. São os mesmos
novamente, como um fator de risco para critérios e sintomas, só que se trata
depressão recorrente. de um caso recorrente. Em ambos os
casos, chama-se depressão maior ou
Na literatura, esses tipos de processos
depressão clínica.
de que acabamos de falar, às vezes, são
chamados de cicatrizes, consequências Um dos subtipos comuns é a
residuais da depressão, ou fatores de chamada distimia, também chamada
erosão, e são fatores de risco para a de transtorno distímico, em que a
depressão. pessoa apresenta sinais ou sintomas
predominantemente físicos da
Alguns fatores são externos à pessoa.
depressão. Distimia também é associada
Algumas pessoas podem ficar deprimidas
à depressão recorrente, na qual não há
por terem sofrido muitas perdas na vida,
um episódio grave, mas um episódio
pode ser a perda de uma carreira ou
mais brando e duradouro.
a de alguém amado, e podem assumir
diferentes formas. Geralmente, isso é um Um indivíduo pode sofrer dos dois
fator de início que configura o primeiro casos, e quando são sobrepostos esses
episódio. sintomas distímicos, um dos termos
usados na literatura para descrever é
depressão dupla.

Outra condição é o transtorno bipolar,


Há boas evidências de que a 07:56 em que o indivíduo entrará em um ciclo
biologia da depressão bipolar entre períodos de depressão, ou de
é um pouco diferente da vista desligamento, e períodos em que fica
na depressão maior. mais excitado, agitado. Nos menores
níveis, a condição é chamada de
hipomania.

13
Existem outros perfis de sintomas
Fatores de risco para a depressão: relacionados à depressão maior ou à
12:54
O Modelo Biopsicossocial depressão clínica. Por exemplo, um
padrão relativamente comum é o
Outro grande fator complicador da
transtorno afetivo sazonal, que também
depressão, que alimenta as questões de
podemos chamar de SAD. É a depressão
avaliação e definição, é o fator de risco.
maior que ocorre em um período
A melhor forma de fazer uma pesquisa sazonal, em lugares mais ao norte,
de risco é identificar um grupo de ocorre mais nos meses de inverno, e
pessoas antes de terem um episódio de se a pessoa tem depressão recorrente,
depressão, medir os potenciais fatores de duas ou mais vezes na mesma época,
risco, acompanhá-los ao longo do tempo, podemos diagnosticar como transtorno
para então ver se é possível prever de afetivo sazonal, que é basicamente a
verdade quem pode ou não desenvolver depressão clínica recorrente, em um
depressão. Infelizmente, essa pesquisa é determinado momento.
muito difícil de usar. Eles precisam de um
Outro tipo particular de depressão é a
grande número de pessoas no começo,
depressão pós-parto. É específica para
precisam fazer avaliações abrangentes,
mulheres, e ocorre no período após
acompanhar as pessoas ao longo do
o parto, normalmente começando a
tempo. Então é uma pesquisa muito cara e
partir de uma ou duas semanas após o
desafiadora.
nascimento, quando a mulher começa a
O modelo dominante utilizado é sentir os sinais e sintomas da depressão
conhecido como modelo biopsicossocial, clínica.
e analisa diferentes classes ou diferentes
O professor explica que existe um
grupos de fatores de risco. Em particular,
termo mais amplo, chamado depressão
a relação entre fatores de risco biológicos,
perinatal, que se refere ao período em
psicológicos e sociais, que o professor
torno do um nascimento, ou seja, se a
explica que são considerados fatores de
mulher apresenta depressão durante
risco baseados em evidência, ou seja,
os estágios finais da gravidez, ou
são fatores de risco comprovados para a
logo após o nascimento, ela pode ser
depressão.
diagnosticada com depressão perinatal.

E, por fim, o professor comenta sobre


o subtipo denominado depressão
psicótica, em que a pessoa não só
apresenta os sinais ou sintomas da
Devido à natureza da depressão, mas também pensamentos
15:27
depressão, o quão grave desordenados que podem ser tão
pode ser, o custo social para extremos que são considerados
a sociedade, o custo pessoal psicóticos, fora da realidade.
para os indivíduos, felizmente
pesquisamos por muito
tempo os fatores de risco
para a depressão.

14
Fatores de risco biológicos 16:43

Entre os fatores de risco biológicos para


depressão clínica, estão:
16:57
• Sexo: o professor explica que as Sabemos que as mulheres, em
mulheres correm maior risco de particular, correm mais risco de ter
desenvolver depressão do que homens, depressão do que os homens.
e que parte disso é devido a alguns dos
diferentes subtipos, como a depressão
perinatal mencionada anteriormente,
que ocorre especificamente em 20:22
Há evidências muito boas de que
mulheres, além de fatores de risco a falha na neurotransmissão é um
social para depressão tardia, como o fator de risco para a depressão.
abuso infantil ou experiências adversas
na infância, algo que, em muitas
sociedades, as mulheres têm maior
probabilidade de sofrer. 24:00 Fatores de risco psicológicos
• Genética: há estudos feitos em gêmeos
que sugerem que aproximadamente Existe uma série de pesquisas analisando
20% do risco de depressão está na diferentes fatores de risco psicológicos
composição genética dos indivíduos. associados com o risco do início da
depressão. Isso inclui:
• Neurotransmissão: existem muitos
estudos que mostram que os cérebros • Estilos de comportamento: indivíduos
das pessoas com depressão, em média com poucas habilidades sociais, que
tendem a ser menos ativos do que os quando crianças tiveram um baixo
das pessoas que não estão deprimidas. desenvolvimento social. Essas pessoas
frequentemente utilizam evasão e
• Condições médicas: muitas condições retirada como uma espécie de estilo
médicas podem parecer depressão. E, social ou interpessoal.
de fato, algumas podem precipitar a
depressão. • Pensamento: há muitos aspectos
diferentes das cognições ou padrões de
• Mudanças hormonais: fator de pensamento na depressão que foram
risco específico para as mulheres. estudados e identificados tanto como
Dobson explica que mulheres podem correlatos em alguns casos, mas também
ter alterações nas emoções e no como fatores de risco para depressão.
funcionamento cognitivo e psicológico Por exemplo, a tendência de ruminar, ter
em diferentes partes de seus ciclos pensamentos negativos repetitivos, é
menstruais, ou no período perinatal. algo que acompanha a depressão, mas
que também tem se mostrado um fator
• Medicamentos prescritos: podem
de risco para depressão. As distorções
ser fatores de risco e fatores de risco
cognitivas são também representam
biológicos para a depressão. Em
fatores de risco para a depressão, assim
particular, os tipos de drogas que
como atribuições, ou seja, a tendência
desaceleram o sistema nervoso tornam-
de se culpar por fracassos ou falhas
se fatores potenciais para o início da
percebidas.
depressão. Incluem os medicamentos
ansiolíticos e anti-hipertensivos, por • Crenças ou esquemas: o professor cita
exemplo, que desaceleram o sistema dois padrões de crença associados
nervoso central. ao risco de depressão: sociotropia e
autonomia, explicando que ambos
• Abuso de álcool e drogas: grande
precisam de um evento associado para
depressor do sistema nervoso central.
causar a depressão.

15
Em particular, a estratégia de 26:44
enfrentamento evitativa é aquela
que geralmente está associada
ao risco de depressão.
PALAVRAS-CHAVE
27:21

Sociotropia: Padrão de crença em


que o indivíduo acredita que o seu
valor e o benefícios da vida vêm de
suas interações sociais.

O que sabemos é que pessoas 27:51


que são muito sociotrópicas,
se elas vivenciarem problemas
interpessoais ou perdas
interpessoais, elas estarão em
maior risco de depressão. PALAVRAS-CHAVE
28:16

Autonomia: Esta é a crença geral de


que você precisa ter sucesso, ou dar
certo, ou ter conquistas, ou completar
tarefas a fim de encontrar significado
ou valor.
Fatores de risco sociais 29:00

Entre os fatores de risco sociais


identificados para a depressão, estão:

• Experiências negativas no início da


vida: representam um aumento no 29:16
A morte precoce ou ausência
risco de depressão tardia, e incluem a de um dos pais ou do cuidador,
morte precoce ou ausência de um dos especialmente antes dos três anos
pais ou do cuidador, especialmente é um fator de risco demonstrável
antes dos três anos; negligência ou para a depressão tardia.
abuso, que pode assumir diferentes
formas e podem ser classificadas
através do conceito de Experiências
Adversas na Infância, ou EAI; e crianças
PALAVRAS-CHAVE
que têm doenças crônicas ou longas 30:00
internações.
Experiências Adversas na Infância
• Depressão materna: tanto meninos (EAI): Representam todos os tipos de
como meninas, mas principalmente abuso, negligência e circunstâncias
meninas que são criadas por mães que potencialmente traumáticas que
estão deprimidas, têm se mostrado um ocorrem com indivíduos com menos
de 18 anos de idade.
fator de risco para depressão.

• Acontecimentos da vida: o professor


ressalta os acontecimentos de perda
como importantes fatores de risco,
explicando que podem assumir 30:25
As EAI não são específicas
diferentes formas, como perda de
da depressão, mas são
membros em acidentes, perdas
definitivamente um fator de
profissionais, perda relacionada à
risco para a depressão.
rejeição em determinada circunstância
social, e perdas de entes queridos.

16
• Perda maior e aborrecimentos
diários: pesquisas sugerem que o
36:07 Quando pensamos sobre a
primeiro episódio de depressão muitas
vezes é associado com uma perda probabilidade de uma pessoa
maior. Então, pode não ser um, mas desenvolver depressão, [...]
dois ou até três tipos de maiores você precisa pensar sobre os
incidentes de perda, todos juntos. fatores biológicos, psicológicos
Geralmente, na depressão tardia há e sociais que aumentem a
menos gatilho ou menos ocorrências probabilidade dessa pessoa
importantes que são desencadeadas. entrar na clínica e apresentar-se
O que foi estudado, portanto, foram
com depressão clínica.
os chamados aborrecimentos
diários, que representam eventos
menos estressantes que todos nós
enfrentamos diariamente, como ficar 36:51 Então quando vemos
preso no trânsito, ter frustrações no
alguém na clínica com
trabalho ou na escola, ter problemas
depressão, é importante
interpessoais em casa, entre outros
tanto avaliarmos os padrões
fatores.
de sintomas, porque isso
• Apoio social: pesquisas que mostram pode nos dar pistas para a
que pessoas que têm menos apoio intervenção, como também
social, estão em maior risco de avaliarmos os fatores de
depressão. risco biopsicossociais para
aquele indivíduo.
• Viver com uma pessoa deprimida: há
boas evidências de que estar perto de
pessoas deprimidas aumenta o seu
risco de ficar deprimido.
38:01 Clinicamente, o padrão de sintomas
é muito importante para os fatores
de risco.

Fatores de resiliência 38:07

Muita literatura está sendo desenvolvida


nessa área, porém são estudos
relativamente novos em comparação com
o trabalho sobre fatores de risco. 38:48 Exercícios de diferentes tipos
podem servir como um fator de
Os fatores de resiliência são representados
tratamento para pessoas que estão
por:
clinicamente deprimidas.
• Estilos de vida saudáveis: o professor
comenta sobre fatores preventivos,
como padrões de sono saudáveis e
manter uma rotina de exercícios.

• Apoio social: desenvolver apoio social 40:44 Quanto mais cedo avaliarmos e
sólido é um fator preventivo. intervirmos, melhor será nossa
capacidade de resiliência ou de
• Avaliar e intervir cedo: quanto antes
resistir à depressão.
ocorrer esse processo, melhor será a
capacidade de resiliência do indivíduo
ou de resistir à depressão.

17
AULA 1 • PARTE 3

Princípios básicos dos tratamentos


00:29
para a depressão

Devido ao número de pessoas que sofrem


de depressão e por causa do seu impacto
significativo, existe uma série de pesquisas
01:12 Não há um tratamento que seja o
relacionadas a tratamentos efetivos.
melhor para a depressão clínica,
Ao falar sobre os princípios básicos dos infelizmente.
tratamentos para a depressão, o professor
Dobson explica que:

• Não há um tratamento que seja melhor


para a depressão clínica, ou seja, 03:42 Previsão, avaliação e tratamento
quando se trata de evidências reais, antecipados são recomendados.
não há dados sólidos que apontem
para uma direção ou outra;

• A maioria dos tratamentos têm


resultados aproximadamente 03:48 Terapia medicamentosa
equivalentes;
Nesta parte da aula, Keith Dobson busca
• Às vezes, as combinações de
apresentar, de forma geral, o funcionamento
tratamentos podem melhorar os
por trás dos medicamentos antidepressivos.
resultados;
Através de ilustrações, o professor explica
• Se um tratamento não funcionar, é
que na depressão, em geral, vemos uma
possível tentar o outro;
diminuição no funcionamento, ou seja, algo
• Novamente, o quanto mais cedo está interferindo ou reduzindo o processo de
ocorrer a intervenção, melhor será o neurotransmissão.
resultado, bem como a probabilidade
Em termos do processo de
de recaída ou recorrência.
neurotransmissão, o professor aponta que
há muitas coisas que podem dar errado
ou podem potencialmente diminuir a
neurotransmissão. Por exemplo:

• Poderia ter um problema na produção,


O cérebro é uma peça 04:56
ou seja, não ter neurotransmissores
arquitetônica extremamente
suficientes sendo produzidos para
complicada.
sustentar a neurotransmissão;

• Processo excessivo de reciclagem a partir


da quebra de neurotransmissores por
Então, se você pensar sobre [as 06:13 conta da atividade enzimática;
falhas na neurotransmissão] em • Quebra excessiva na fenda sináptica,
termos de depressão, geralmente situada entre as duas células nervosas;
estamos falando sobre algo
que está acontecendo que • Problemas no local do receptor, ou seja,
interfere ou reduz o processo de o nervo que está recebe as mensagens
neurotransmissão. não está recebendo-as corretamente;

• Problemas regionais.

18
Os medicamentos teoricamente
Não podemos realmente estudar 08:59 interagem com diferentes processos
o que acontece no nível individual mencionados anteriormente.
da célula. Alguns são pensados para interagir
com essas enzimas que quebram
os neurotransmissores, outros
são pensados para bloquearem a
recaptação, e outros são pensados para
estimular os locais dos receptores.
Outros tratamentos físicos 10:20
A maioria dessas terapias
Não é incomum, por exemplo, algumas medicamentosas têm praticamente
pessoas que apresentam níveis altos os mesmos tratamentos. O professor
de ansiedade comórbida, receberem, menciona que aproximadamente dois
tranquilizantes, medicamentos ansiolíticos terços das pessoas terão benefícios com
ou mesmo remédio para dormir, sedativos, qualquer um dos antidepressivos, e que
quando apresentam distúrbios de sono. alguns deles têm efeitos colaterais e
restrições alimentares diferentes, devido
O professor aponta que a dificuldade
à forma como operam.
encontrada é que os sedativos e os
agentes ansiolíticos são depressores do
sistema nervoso central, ou seja, podem
ajudar a reduzir problemas de ansiedade e
de sono, mas podem, acabar estimulando
a letargia e a dificuldade de se movimentar
14:39 Terapias psicológicas
provenientes do quadro depressivo.

Algumas pessoas têm depressão e Também existem terapias psicológicas


possuem pensamentos psicóticos. Nesses que foram desenvolvidas e hoje são
casos, podem receber prescrição de validadas empiricamente para o
medicamentos antipsicóticos, que também tratamento da depressão. A maior na
são fortes depressores do sistema nervoso área, de status internacional, e que
central. agora é fornecida praticamente no
mundo inteiro, é a Terapia Cognitivo-
O professor comenta brevemente Comportamental, desenvolvida na
sobre o uso do Carbonato de Lítio para década de 1970 para a depressão clínica.
regular o sistema nervoso, tratamento O professor explica que as pessoas
frequentemente utilizado para casos que têm sucesso na terapia cognitivo-
pessoas que apresentam depressão comportamental possuem menor
bipolar ou transtorno bipolar, e sobre probabilidade de apresentar depressão
a terapia eletroconvulsiva, tratamento recorrente do que as pessoas tratadas
conhecido há mais de meio século, que com medicamentos antidepressivos.
consiste na passagem de uma corrente
elétrica no cérebro do indivíduo. O professor comenta sobre outro tipo
de terapia psicológica chamada terapia
comportamental, ou terapia de ativação
comportamental. É um tipo de versão
simplificada da terapia cognitivo-
Certamente, existem habilidades 19:31 comportamental que, basicamente, se
e maneiras de pensar e concentra apenas no comportamento
medicamentos potenciais que do indivíduo, ou seja, coisas como evitar
podem ser direcionados para a contato social, habilidades sociais,
adolescência. Mas, muitas vezes, entre outros fatores de risco da esfera
a constelação familiar também psicológica e social.
precisa mudar.

19
A outra terapia que existe é chamada
de TIP, ou terapia interpessoal, modelo
Avaliação inicial 24:52
baseado nos relacionamentos sociais de
O professor explica que quando você pessoas deprimidas.
atende pessoas que têm depressão, é Além das terapias psicológicas
possível fazer uma avaliação sem prejulgar apresentadas anteriormente, o professor
que tipo de tratamento elas irão receber. comenta sobre a terapia familiar,
Há diferentes modos de conceituar e importante especialmente casos de
pensar sobre a depressão que podem crianças e adolescentes que apresentam
levar a diferentes tipos de decisões depressão.
sobre o cuidado ideal. Se a gama de
intervenções for maximizada quando a Dobson também comenta sobre a
pessoa se apresentar pela primeira vez, terapia de apoio, que consiste em
você provavelmente terá maior sucesso a simplesmente falar, apoiar e cuidar
longo prazo. de uma pessoa, e como ela pode ter
um benefício antidepressivo. Não é
Dobson ressalta que a preferência do considerado um tratamento completo
paciente deve ser considerada. Se uma para a depressão, mas há evidências que
pessoa chega no consultório e tem sugerem que muitas pessoas que obtêm
a preferência por uma intervenção apoio, a chance de falarem, de serem
psicológica, dar a ela um medicamento ouvidas e validadas como um indivíduo,
antidepressivo não é a melhor prática. conseguem algum benefício desse
Ao realizar a avaliação inicial, existem cuidado.
questões gerais que sempre precisam
ser abordadas, como esclarecer as
expectativas. Em muitos países do mundo,
é necessária a etapa de consentimento
informado, em que são discutidos os
limites da confidencialidade, os registros 25:28 Diferentes tipos de apresentações
que devem ser mantidos, entre outras de depressão podem ser melhor
questões. No contexto da depressão, um indicadas para diferentes tipos de
fator em particular são os problemas de intervenções.
risco associados ao suicídio.

Ainda no processo de avaliação inicial, é


preciso esclarecer ao paciente se houver
uma taxa envolvida, e como o pagamento
27:02 Se você puder combinar a
deve ser feito.
preferência do paciente com
É então realizada a entrevista, bem como o tratamento que é fornecido,
outras avaliações e, por fim, é resumido provavelmente aumentará a
para a pessoa os resultados, ou seja, o probabilidade de um resultado
terapeuta sumariza o que ouviu, o que melhor.
entendeu, sua primeira conceituação do
caso, e como começou a pensar sobre
a depressão daquele caso específico. O
professor comenta que todo esse processo
27:57 A melhor prática [...] é separar,
de avaliação inicial pode ser realizado
em até uma hora. A última etapa é a de tanto quanto possível, a avaliação
documentação do que foi feito. da intervenção.

20
Além do processo de entrevista, o
processo de avaliação também envolve
36:07 Questionário de Saúde do Paciente
medidas quantitativas, que podem
ser obtidas através de questionários e
O professor Dobson recomenda a escala
escalas. O professor dá o exemplo do
Questionário de Saúde do Paciente,
popular Inventário de Depressão de Beck
ou PHQ-9, que já existe há 20 anos
desenvolvido por Aaron Beck e colegas
e está crescendo em popularidade.
em 1961, e também comenta sobre
O questionário foi desenvolvido
escalas para populações específicas,
especificamente em torno dos critérios
como a Escala de Depressão Geriátrica,
do DSM, de modo que tem nove itens,
que é uma escala que mede os mesmos
e cada um deles é classificado em uma
tipos de sinais e sintomas de depressão
pontuação de zero a três em termos de
comentados anteriormente, mas desconta
gravidade portanto, você obtém uma
ou diminui alguns dos sinais comumente
pontuação total que varia de zero a 27.
identificados em pessoas idosas, como
distúrbios do sono. Algumas pessoas dirão que a pontuação
em torno de 10 provavelmente
Outra escala é chamada Escala de
consiste em um caso diagnosticável de
Depressão do Centro de Estudos
depressão clínica.
Epidemiológicos, CES-D, utilizada em
estudos de pesquisa da comunidade,
uma vez que detecta sinais ou sintomas
de depressão que você tem menos
probabilidade de ver no ambiente
hospitalar ou clínico.

39:02 Então o PHQ-9 pode ser usado


de diferentes maneiras, seja como
um escore de gravidade, ou como
uma espécie de ferramenta de
pseudodiagnóstico.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

Qual é o modelo de terapia baseado


nos relacionamentos sociais de
pessoas deprimidas?

Terapia familiar.

Terapia de apoio.

Terapia interpessoal.
Resposta desta página: alternativa 3.

Terapia comportamental.

21
AULA 1 • PARTE 4

Itens para abordar na avaliação 00:28

Sugere-se uma entrevista de 5 a 10


minutos, onde questiona-se o paciente:
“Por que está aqui? Quais problemas
está enfrentando? Quais as suas
preocupações?”. A partir das respostas, 04:30 Então, o que estou fazendo
busca-se identificar, além da depressão, conceitualmente é pensar em
os eventos desencadeadores ou eventos uma trajetória normal de vida,
cotidianos que acontecem na vida da os marcos que acontecem com
pessoa que são problemas. frequência, e onde potencialmente
a pessoa começou a sofrer.
Dobson comenta que, na sequência da
entrevista, pergunta-se sobre aspectos
familiares, buscando uma descrição da
família do paciente, aspectos da história
de desenvolvimento, doenças infantis, 07:49 Estou procurando ouvir qualquer
se o paciente alcançou marcos de coisa que possa ser uma pista
desenvolvimento na idade certa, histórico de que há algo errado, algo
escolar e social, ensino superior, carreira aconteceu, que é um problema.
e ocupação, parceiros íntimos, saúde e
doença. Em algum momento, pede-se
para o paciente, de certa forma, fazer uma
conceitualização da sua própria depressão,
investigando-se, em particular, os
08:45 Se alguém é aceito na terapia,
fatores de risco que ele considera serem
relevantes. Busca-se entender, também, sempre temos tempo para voltar
as tentativas passadas de lidar com os mais tarde e preencher as lacunas,
problemas, pergunta-se sobre esperanças se for o caso.
e expectativas, e também pede-se uma
autodescrição.

Se houver sucesso, tentaremos 11:32


replicá-los, e se houver fracassos,
tentaremos evitá-los.

11:48 Sabemos pelos estudos que


expectativas ou esperanças
elevadas levam a melhores
resultados.

22
Problemas de diversidade 13:18

Também precisamos prestar atenção às


considerações de diversidade. Sempre que
alguém está em uma situação incomum,
ou em um grupo diferente, “fora do 14:40 O tratamento é um objetivo.
padrão”, o risco de depressão aumenta.

Portanto, pessoas cuja raça, cultura ou


etnia não são do grupo normativo da
sociedade, pessoas cuja identidade de
gênero não é normativa, pessoas cuja 16:23 Indicativos de falha no tratamento
preferência sexual não é normativa,
pessoas que tem baixo status O professor destaca a importância de
socioeconômico, pessoas idosas e pessoas estar atento aos indicadores de falha
mais jovens, e pessoas com deficiência de tratamento, principalmente com
física: todas têm risco maior de sofrer pacientes deprimidos. Entre eles, estão:
depressão.
• Falta às consultas: pode ser uma
pista de que o paciente não aceita
a intervenção ou que não acredita
estar se beneficiando da intervenção.
Essas dinâmicas interpessoais 18:29
mais sutis são pistas potenciais • Tarefas não realizadas;
de que a terapia está falhando e
• Problemas na parceria ou na relação
você precisa ser capaz de avaliar
de trabalho entre o profissional e o
e abordar essas questões.
paciente;

• Quando o profissional sente


desamparado ou sem esperança
em relação ao cliente, ou mesmo
Minha tendência é não discutir 19:41 frustrado;
com o cliente sobre os objetivos
ou intervenções. Quando em • Quando existe uma discordância
dúvida, aceite que o cliente entre os objetivos terapêuticos;
sabe melhor e então veja o que
• Falta de resposta às estratégias
acontece.
terapêuticas.

20:24 Formulação de caso

Há diferentes modelos para fazer a


formulação de caso, e o professor Keith
Dobson compartilha o modelo que
costuma adotar, baseado na terapia
Como psicólogo, minha pergunta cognitiva-comportamental. O modelo
21:26
é: “Como começo a pensar sobre apresentado pelo professor começa com
o caso e a traçar estratégias para a ideia de que todos nós temos crenças
intervenção?” centrais, que também são chamadas na
literatura de esquemas.

23
Essas crenças centrais têm origem na
nossa cultura, experiências de vida,
Temos crenças centrais 23:30
histórias pessoais, e podem ser alteradas
sobre nós mesmos, sobre
no curso da vida do indivíduo. Acredita-
como o mundo funciona em
se que eventos da vida interagem com
geral, sobre relacionamentos
crenças fundamentais, e que como
interpessoais, temos crenças
resultado dessa interação, a pessoa
em muitas partes diferentes da
começa a se envolver com o mundo e
maneira como operamos.
pensar sobre o mundo de certa maneira,
através dos pensamentos automáticos.
Estes, por sua vez, resultam em
emoções e comportamentos.

Observamos como a pessoa 26:33


está entendendo os eventos
que estão acontecendo, em
parte, com base em sua crença
central, em parte, com base nos
próprios eventos da vida.
27:57 Uma vez que começa a evitar ou
recuar, você está mudando sua
vida social, seus eventos sociais.

Crenças centrais ou esquemas 30:58

O professor traz uma definição de Beck


e Kovacs, de 1986, em que esquema
refere-se “a estruturas cognitivas de
conhecimento organizado, abstraídos
de uma experiência real, que orientam o
31:20 Há boas evidências de que, uma
processamento de novas informações e a
memória de informações antigas”. vez que se desenvolvem esquemas
ou crenças centrais negativas, a
Dobson apresenta os modelos de tríade
atenção seletiva é tendenciosa de
cognitiva de Aaron Beck, e também o
uma forma negativa e as memórias
de Esquemas Iniciais Desadaptativos
até se tornam distorcidas para
(EID), proposto pelo psicólogo Jeffrey serem mais consistentescom seus
Young e colegas. Este último apresenta esquemas negativos.
um grande número de tipos de esquemas
potenciais que as pessoas têm que
podem torná-las vulneráveis a diferentes
formas de psicopatologia. É um modelo
clínico vasto, pensar sobre as crenças 32:46 A maior parte do trabalho
centrais que as pessoas podem ter, que que fazemos na depressão é
interagem com os eventos da vida e focado em torno do “self” e,
tornam a pessoa vulnerável à depressão. até certo ponto, em torno de
O professor comenta sobre as principais relações interpessoais.
categorias do modelo: autonomia
prejudicada, desconexão, indesejabilidade,
autoexpressão restrita, perfeccionismo e
limites insuficientes.

24
Esquema de dependência 39:15

Para diferentes domínios do esquema,


podem ser identificados diferentes tipos
de padrões. O esquema da dependência
é aquele em que você sente que não FUNDAMENTO
é adequado como indivíduo e precisa 42:04
ser dependente de outras pessoas. O Esquema de imperfeição e falta
professor comenta sobre alguns padrões: de amor
• Comportamento de manutenção Então, se você reconhecer que o cliente
do esquema: Acontece quando desenvolveu essa crença central de ser
a pessoa age de acordo com seu uma pessoa indesejável ou defeituosa, a
esquema. Nesse contexto, o indivíduo maneira que ele pode mostrar a manutenção
é dependente de outras pessoas o do esquema pode ser tendo um parceiro
tempo todo, e constantemente reforça que sempre os rebaixa, enquanto a
esse comportamento. compensação pode ser sempre estar em
busca de atenção. Você pode perceber
• Compensação de esquema: Algo a evitação pelo fato do indivíduo não ter
que se desenvolve quando a pessoa relacionamentos próximos. A alternativa
sabe que tem uma crença central, e adaptativa é a pessoa ter relacionamentos
está tentando lutar contra ela, o que próximos, que podem ter pontos fortes, mas
frequentemente resulta em falhas e também vulnerabilidades.
reforços do esquema de maneira geral.

• Esquema de evitação: A pessoa evita


situações em que pode ser dependente
de outras pessoas, então procrastina
45:28
situações ou as evita completamente. Se a terapia não estiver
funcionando, a conceituação de
• Comportamento adaptativo: Em caso pode ajudá-lo a reorientar
termos de dependência, seria: se o a terapia e redirecionar o que
indivíduo fosse solicitado a fazer uma você está fazendo.
tarefa, ele a executaria da melhor
maneira possível. Teria ajuda quando
precisasse, e não teria ajuda se não
precisasse. Dessa forma, o indivíduo
aprende quando é dependente de 45:37 Descobrir que a intervenção
outras pessoas e quando não é, terapêutica não funciona, dá tanta
aceitando o fato de que não pode fazer informação para a conceituação
tudo e está tudo bem. Representa a de caso quanto saber que tudo
alternativa funcional. está funcionando bem.

Então a hipótese de trabalho 47:21


tem o elemento de crença
central, tem o gatilho ou o
evento de ativação, e, em
seguida, tem a parte de
resposta dele. Esses são os
três elementos críticos da
hipótese de trabalho ou a
conceituação de caso.

25
É importante observar que a 49:48
avaliação e a conceituação de
caso começam no minuto em
que você conhece um cliente,
na primeira sessão, mas
continuam ao longo do curso
da terapia.
51:00 [Conceitualização de
caso] não é apenas algo
que o terapeuta diz ao
cliente, geralmente é
feito como um tipo de
experiência colaborativa.

Só de pensar sobre o 53:11


objetivo da terapia em
termos do que você está
tentando alcançar, é um
processo dinâmico e muda.

54:48 Muitas vezes podemos


ajudar a maioria das
pessoas, mas nem todos.

AULA 2 • PARTE 1

Agenda da segunda apresentação 01:16

O foco desta apresentação está no


planejamento e condução da terapia
cognitivo-comportamental para depressão
clínica, ou seja, irá se concentrar na
intervenção no âmbito da TCC.
03:10 Estrutura da TCC para depressão
A segunda aula pretende abordar a
estrutura da TCC, alguns dos métodos de O professor apresenta a estrutura
ativação utilizados no início do tratamento, desenvolvida por Aaron Beck e colegas,
como trabalhar com pensamentos desenvolvido em 1970. Esse modelo foi
automáticos negativos, como avaliar e submetido a milhares de estudos e a
em seguida, intervir com crenças centrais TCC para a depressão, especificamente,
ou esquemas. Finalmente, será discutido já foi incluída nas diretrizes de
como concluir ou encerrar a terapia, assim tratamento em muitos países ao redor
como se preparar para a recaída. do mundo, sendo reconhecida como
uma terapia baseada em evidências
e, também, como uma terapia para a
prevenção da depressão.

26
Entre os princípios da terapia cognitivo-
comportamental, estão:
Mas parte [do questionamento 11:29
socrático] é passar ao cliente a • Utilizar o modelo cognitivo: a
ideia de que ele pode resolver conceituação chave com nossos
seus próprios problemas. pacientes é feita desde os primeiros
momentos que interagimos com eles
e estamos constantemente tentando
desenvolver ou elaborar nossos
modelos, para obter mais informações
ao longo da terapia.
Alguns clientes precisam de 12:35
mais ajuda do que outros. Mas, • Foco na ativação de crenças centrais,
na medida em que o cliente e não nas motivações: analisar quais
puder criar suas próprias são as crenças centrais que estão
soluções, certamente vão presentes, que parecem ser ativadas
preferir isso. por eventos da vida, ou nos gatilhos
nos quais a pessoa está envolvida.

• Acredita-se que as crenças negativas e


A maneira como você 18:33 padrões de comportamento negativos
interpreta os eventos ao seu que muitas vezes vemos na depressão
redor leva a consequências foram aprendidos ao longo do tempo
comportamentais emocionais, — e que esses são fatores de risco
que se tornam processos de modificáveis, e podem ser esquecidos
reforço próprio por meio dos ou aprendidos em alguns casos.
ciclos de feedback. • Inicialmente, a TCC se concentra nos
problemas e questões atuais que o
cliente apresenta. Depois, ao longo da
terapia, uma vez que desenvolvemos a
concepção do caso, podemos também
Avaliar se esses pensamentos focar em alguns eventos anteriores ou
21:44
são distorcidos e negativos, fatores que levaram às crenças centrais
ou talvez mais realistas e que identificadas na terapia.
negativos, é indispensável • Foco na mudança rápida dos sintomas;
em termos de como você
vai prosseguir com a sua • Tentar manter a terapia pragmática, ou
intervenção e os tipos de seja, focar em problemas e situações
intervenção que você faz. concretas;

• Emprego do questionamento
socrático, técnica que consiste em
educar as pessoas a partir de perguntas
e questionamento, conduzindo-as até a
Fazer essa distinção entre 22:06
resposta, colaborativamente, evitando
pensamento negativo
impor ao paciente as alternativas;
realista e pensamento
negativo distorcido é uma • Utilização do raciocínio e pensamento
característica fundamental em indutivo;
termos de saber onde você
• Utilização de uma abordagem empírica,
vai aplicar suas intervenções.
ou seja, desenvolvem-se hipóteses e
experiências que podem ser testadas
pelo cliente e ajustadas em conjunto
com o profissional a partir de seus
resultados.

27
O raciocínio da TCC 22:18

Quando começamos a trabalhar com


terapia, com TCC para a depressão,
procuramos fazer de forma colaborativa.
Para tanto, tentamos educar o paciente
o máximo possível, para que ele entenda
o raciocínio, entenda o que e o porquê 25:12 É importante entender a experiência
estamos fazendo, e que aprenda com o anterior e as expectativas dos
tempo sobre como funciona o processo. clientes para o trabalho que você
Basicamente, é tentar socializar o paciente está planejando.
com a terapia. Se estamos apresentando
novas técnicas, apresentamos como
habilidades que o cliente pode aprender.

Nesse processo é enfatizado o trabalho


30:40 Se você tem uma intervenção
entre as sessões, e é imprescindível
bem-sucedida na terapia, mas
analisar as expectativas da terapia, assim
que não se encaixa na vida do
como ouvir as preocupação do paciente.
paciente, é um fracasso, na
O professor ressalta a importância de
minha opinião.
apresentar o modelo cognitivo para o
cliente, ou seja, discutir sobre a importância
dos pensamentos e como eles conduzem
a maneira como respondemos a diferentes
situações. Ao longo da terapia, são
apresentados conceitos como distorções EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
cognitivas, crenças centrais, entre outros. A
TCC trabalha com tarefas de casa e encoraja Entre os princípios da terapia
constantes feedbacks. cognitivo-comportamental, estão:

Foco nas motivações, e não nas


Estágios típicos da TCC para crenças atuais.
33:08
depressão
Utilização do modelo cognitivo.
• Realizar a avaliação inicial;

• Desenvolver uma lista de problemas e Inicialmente, a TCC se concentra em


de objetivos;
problemas e questões da infância.

• Utilizar a psicoeducação ao longo do Nenhuma das alternativas.


processo de TCC;

• Treinar o autocontrole;

• Ativar mudanças comportamentais;

• Mudar o foco da terapia para os


Resposta desta página: alternativa 2.

pensamentos negativos ou automáticos;

• Discutir estratégias para mudar 35:47 A regra geral na TCC é começar


suposições ou crenças presentes; pelo problema mais grave.
• Pensar sobre a prevenção de recaídas;

• Finalizar o curso de terapia com a


intenção de que se a pessoa tiver
alguma dificuldade ou caso apresente
sintomas recorrentes, ela poder voltar

28
ao tratamento.
AULA 2 • PARTE 2

Começo da sessão 00:28

A primeira parte de uma sessão de TCC


para tratamento de depressão leva de
cinco a dez minutos. Em uma checagem
de humor, pergunta-se ao paciente como
ele está e se preencheu o questionário,
caso o profissional opte pela utilização do 03:59 É seu trabalho como terapeuta
mesmo. Tira-se um tempo para analisar monitorar o tempo.
esse questionário e a pontuação total.

Orienta-se a pessoa a fazer uma


relação entre a sessão anterior e a
atual, comentando sobre os temas que
foram abordados. O professor ressalta a
importância de revisar a tarefa de casa, 07:15 O trabalho em si
que frequentemente será assunto de
foco durante a sessão. Além disso, serão O professor destaca que o trabalho
introduzidos assuntos importantes para a em si é muito variável, e dependerá do
presente sessão, estabelecendo-se, então, tipo de problema, o estágio da terapia,
uma agenda, juntamente ao paciente. sensibilidade ou consciência do cliente
e o quanto estão socializados com a
terapia. É necessário ser flexível nesta
etapa da sessão em particular, mas
sempre que possível seguindo o plano
que foi desenhado. Pede-se ao cliente um
breve resumo daquela seção em si, e se
Fim da sessão 08:52
há tarefa de casa combinada, a mesma
Então chegando ao fim da sessão, deve ser reforçada.
é necessário revisar a sessão inteira,
momento em que são revisados os
aprendizados que o cliente teve ao longo
da sessão, a tarefa de casa estipulada,
e em que pede-se ao cliente um
feedback sobre a sessão. Esse processo
normalmente leva de cinco a dez minutos. 10:12 É preferível obter sucesso com
um número menor de tarefas
do que dar muitas tarefas e ter
uma experiência falha.

29
Tipos de intervenções na TCC para
13:59
depressão

Nesta parte da apresentação, o professor


divide os tipos de intervenções na TCC
para depressão em três grupos:
15:06 É seu trabalho como terapeuta
• Métodos comportamentais;
monitorar as técnicas
• Intervenções sobre pensamentos desenvolvidas e o trabalho que
automáticos; realiza ao longo do tempo.
• Crenças centrais.

No processo de avaliação
comportamental, monitoram-se
comportamentos considerados arriscados, 18:02 Muitas das intervenções que
e é feita uma análise funcional que leva o fazemos de uma perspectiva
cliente a uma melhor compreensão das comportamental, são tentativas
sequências comportamentais. de evitar a evasão, tentativas
de evitar o afastamento e criar
um compromisso, uma relação
com o ambiente.

Em teoria, qualquer atividade 25:53


pode ser antidepressiva desde
que o cliente diga que é. Você
precisa perguntá-lo e descobrir
o que será valioso para atenuar
sua depressão.

27:27 De uma forma sensível,


usaremos a mudança de
comportamento na sessão
como uma técnica para
descobrirmos o que acontece
nos pensamentos do cliente.
Também é muito útil caso 27:53
perceba que o cliente está
tendo pensamentos negativos
sobre você, pois você pode ser
um ativador de situações para
o cliente.

32:39 Na maioria das vezes [...] evitar


situações leva a um reforço
negativo.

30
Usar situações hipotéticas 35:38
pode ser muito útil às vezes
para criar formas diferentes
de pensar numa situação,
chegando a diferentes
respostas possíveis. 36:02 Não pense que porque o cliente
diz o que você está esperando
ouvir que é isso que irá
acontecer na realidade.
Principais técnicas de intervenções 36:10

Uma vez que se tem noção de quais os


comportamentos chaves precisam de
intervenção, é possível estruturar diferentes
43:17 Eu preferiria ter menos sucesso
tipos de atividades.
a tentar alcançar muito em
Uma das principais é a programação de pouco tempo fazendo o cliente
atividades, em que o foco é o reengajamento sentir que está falhando.
na vida da pessoa, de modo a ajudá-la a
restabelecer rotinas que envolvem sono e
dieta saudáveis e exercícios regulares.
45:31 Fique atento, pois nem todos
Uma das outras ideias a respeito de tem as habilidades que talvez
avaliações comportamentais é usar precisem, então você irá
atribuição de tarefa classificada. A ideia é ensinar certas habilidades,
começar com uma atividade adequada ao precisará ensinar habilidades
nível de depressão do cliente e, à medida sociais dependendo da pessoa
que a depressão diminui, intensificá-la. e de seus antecedentes.

AULA 2 • PARTE 3

Outras estratégias comportamentais 00:28

Comenta-se a respeito da troca de papéis,


ou roleplaying, que pode ser feito de
diferentes maneiras, simulando relações
interpessoais e contextos de vida do
paciente.
00:58 Ao trocar de lugar com ele,
Outra alternativa, menos utilizada, é dar
para assim interpretar o cliente,
orientações diretas, dizendo ao cliente qual
poderá mostrá-los dessa
estratégia podem usar. Existe uma certa
maneira formas de serem
resistência em utilizar esse método, uma vez
mais adaptáveis e então você
que pode abalar o senso de competência e
precisa inverter, é claro, para
confiança do paciente.
fazê-los demonstrarem.
A evasão e a distração podem servir como
estratégias para situações em que não
podem ser resolvidas em um curto prazo,
mas com a ideia de que, a longo prazo, a
situação será abordada.

31
A realidade é que algumas 02:22
vezes situações externas
são problemáticas e são
mais ou menos insolúveis a
curto prazo.

04:35 A resposta a diferentes


atividades te dá uma pista em
termos da conceituação do
caso e de onde você pode tirar
mais benefícios a longo prazo.
Se o cliente tiver problemas 05:55
de assertividade, problemas
com os pais, ou problemas
financeiros, dificuldades de
comunicação, problemas
interpessoais, ficaríamos felizes Trabalhando com pensamentos
em ajudar o cliente nessas 06:34
automáticos negativos
áreas, em habilidades de
Muitas vezes, percebemos que na TCC
solução de problemas.
para depressão a maior parte da redução
de pontos da depressão acontece
nas primeiras sessões de terapia. As
técnicas de mudança de comportamento
comentadas anteriormente são muito
A cognição ou o pensamento 09:08 poderosas, de acordo com Dobson.
por trás desta emoção
forte geralmente é algo que Geralmente, o cliente começa a ganhar
devemos prestar atenção. um senso de energia novamente,
começa a sentir-se um pouco melhor
sobre si mesmo. A partir disso, sugere-
se uma mudança de perspectiva, em
que são trabalhados os pensamentos
Conceitualmente, as distorções 12:21 negativos que levam a esse problemas
são exageros irrealistas de comportamentais e emocionais.
avaliações negativas.
Nesta etapa da terapia, busca-se
identificar os pensamentos automáticos,
distinguindo-os de pensamentos
específicos e situacionais. Procura-se,
Se você encontrar uma 17:09 também, por distorções cognitivas nesses
emoção sem um pensamento pensamentos. Uma maneira de ajudar o
por trás, você precisa avaliar paciente a entender sobre a distorção é
mais. Se há um pensamento através da psicoeducação.
automático que não parece A principal técnica utilizada na TCC é o
corretamente ligado a registro de pensamento, ou registro de
uma resposta emocional, é pensamento disfuncional, técnica que,
necessário mais compreensão. tipicamente, compõe tarefas escritas,
onde o cliente é encorajado a preencher
colunas em que descreve a situação, as
emoções e os pensamentos automáticos.

32
Se você não parar e 18:10
perguntar sobre o
comportamento, pode
ser que você perca uma
cognição chave.

18:55
Quanto mais forte for o
pensamento automático, mais
forte será a resposta emocional.

Atribuições são as explicações 26:49


que criamos para diferentes
resultados.

AULA 2 • PARTE 4

Identificando crenças e esquemas 02:08

São explicadas algumas técnicas para


trabalhar com as crenças centrais na
depressão.

Uma delas é o questionamento socrático:


fazer perguntas abertas, como “De onde
03:28 Você precisa tomar uma decisão
você acha que veio este pensamento?”,
estratégica sobre onde estão no
ou, após você introduzir a ideia sobre
processo de terapia.
crenças centrais, “você acha que há uma
crença central por trás deste pensamento
automático?”, e então comparar as
respostas dos pacientes com as suas
conceitualizações.
05:17 Na maioria das vezes descobrimos
Alguns pacientes podem, em determinada as crenças centrais simplesmente
sessão, entregar a sua crença central, eles observando a ativação de
têm uma consciência interior. O terapeuta, pensamentos automáticos ao
então, decide o momento certo de longo da terapia.
abordar a informação. É possível agendar
para alguma sessão. Em outros casos,
quando não houve a entrega da crença
central pelo paciente, o tema pode surgir
por inferência do terapeuta.
10:56 Não faça a técnica da seta para
Há também ferramentas de medição,
baixo de crença central no final
como a “Escala de Atitudes Disfuncionais”,
de uma sessão de terapia.
que se trata de uma escala que mede
atitudes ou crenças disfuncionais.

33
Existem os chamados padrões emocionais
de “cognições quentes”, que são ativados
13:30 Terapia cognitiva focada em esquema
com o tempo, com diferentes tipos de
crenças centrais. É importante descobrir
Existem alguns aspectos referentes a
os sentimentos, pois geralmente eles dão
terapia cognitiva focada em esquema
pistas para qual é a verdadeira crença
que devem ser destacados. Muitas vezes
central.
acaba se realizando menos trabalho
Também é utilizada a “técnica da seta guiado, e ocorrem mais confrontos,
para baixo”. Trata-se de uma metáfora: O como chamar a atenção do paciente ou
terapeuta começa com um pensamento sugerir mudanças necessárias. O nível
automático sobre uma situação de efeito da técnica é mais elevado,
específica, e pergunta “E daí? O que e os clientes podem tornar-se mais
isso significa para você?”. Através deste angustiados por um tempo. Quando se
questionamento, você mergulha para inicia o trabalho focado em esquemas,
baixo, descendo níveis conforme realiza é necessário estar ciente disso e talvez
mais perguntas. Eventualmente, você avisar o cliente que isso pode ocorrer.
chega na crença central.
Outro processo bastante natural é que,
quando as pessoas possuem crenças
centrais e o terapeuta tenta modificá-
las, existe resistência por parte dos
pacientes. Também é possível que o
Os clientes podem tornarem-se paciente tente algum tipo de evasão;
14:38
mais angustiados quando você por ser uma mudança difícil, ele pode
começar o trabalho focado em desmerecer ou sabotar algumas das
esquemas, por um tempo. tarefas de casa. Quando se encoraja
mudanças nas crenças centrais, talvez
seja necessário ser um pouco mais
incisivo do que em outros casos. Talvez
seja necessário passar mais tempo
Mas sempre haverá analisando os problemas da infância,
24:43
desvantagens, e você precisa buscando compreender de onde vêm
reconhecer isso. essas crenças centrais e, então, fazer
algumas intervenções neste nível.

30:26 Você pode usar histórias,


paralelos, leituras apropriadas
para o cliente que mostre os
tipos de mudança das quais as
pessoas são capazes.

As pessoas podem 36:31


desenvolver resiliência de
várias maneiras diferentes,
converse com o cliente sobre
coisas que ele possa achar útil,
e depois experimente ou tente
essas técnicas.

34
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

Sobre a “técnica da seta para baixo”,


analise as afirmativas:
I. É uma escala que mede atitudes ou
crenças disfuncionais.
II. Através de uma série de perguntas 37:12 Habilidades de Mindfulness
sobre uma situação específica,
o terapeuta desce níveis e, Um psicólogo da Universidade de
eventualmente, chega na crença central. Cambridge, John Teasdale, disse que
III. São feitas perguntas abertas e então uma das vulnerabilidades chaves para
se compara as respostas dos pacientes a recaída da depressão em particular,
com as conceitualizações. foi o que ele chamou de “Hipótese do
Diferencial da Ativação”. Ele diz que,
Apenas afirmativa I está correta. quando a vida acontece, coisas ruins
vão acontecer. E a diferença que ele
Apenas afirmativa II está correta. diz existir entre pessoas que estão
vulneráveis para a recaída da depressão
Apenas afirmativas I e III estão corretas. e pessoas que não têm recaídas é que
quando essas coisas ruins acontecem e
Todas as alternativas estão corretas. seus sentimentos emergem, as pessoas
vulneráveis à recaída dizem coisas a si
mesmas como, “Meu Deus, lá vamos
nós de novo. Isso é horrível. Vou ficar
deprimido de novo”.

Essa série de pensamentos e reações


ativa um segundo nível de cognição,
Passar um tempo falando 43:03 ou segundo nível de pensamento, que
sobre reconciliar ou leva a essa profecia autorrealizável na
consolidar as coisas que o qual a pessoa torna-se, potencialmente,
paciente aprendeu na terapia deprimida de novo. É o diferencial da
e prever como reagir a ativação. Então, o que ele chamou de
futuros desafios vale a pena. metacognições, pensamentos sobre
pensamentos, sobre experiência,
precisam estar no foco.

Uma das técnicas desenvolvidas


PALAVRA-CHAVE especificamente para mirar em
44:48 metacognições negativas é o
Mindfulness, que é um conjunto de
Desvanecer as sessões: Em alguns habilidades derivado da filosofia
casos, os clientes podem estar
budista. É um conjunto de técnicas
relutantes para encerrar a terapia.
ou habilidades onde você aprende a
Nestes casos, uma abordagem fading
prestar atenção nas suas experiências,
Resposta desta página: alternativa 2.

out (desvanecer as sessões) pode ser


útil. Trata-se de reduzir a frequência seus pensamentos, sentimentos,
dos últimos encontros, dando maior comportamentos, o que você faz e
tempo para o cliente treinar as como se sente. Então você pode estar
habilidades entre as consultas, e o ciente deles, mas você não tem uma
prepara para a ausência da terapia.
reação secundária.

35
Se você teve uma terapia 52:47
bem sucedida com uma
pessoa deprimida, e
você sabe quais foram as
intervenções bem sucedidas,
as chances são de que
funcionarão pela segunda vez EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
se necessário.
É uma das características da terapia
cognitiva focada em esquema:

Possibilidade do terapeuta
passar mais tempo analisando os
problemas da infância.

O paciente pode se tornar mais


angustiado por algum tempo.

O paciente pode apresentar


comportamento evasivo, como
desmerecer ou sabotar algumas das
tarefas.

Todas as alternativas estão corretas.

AULA 3 • PARTE 1

As TCCs ganham um 03:07


corpo e uma maior
aceitação na comunidade
científica e dentro da
psicologia justamente pelas
contribuições, pelos benefícios
dela no tratamento dos
transtornos de ansiedade e
nos transtornos de humor. 06:26
Um paciente com diagnóstico
de transtorno bipolar, quando
Resposta desta página: alternativa 4.

apresenta um episódio
depressivo, vai precisar dos
mesmos recursos terapêuticos
que um paciente que apresenta
um diagnóstico de depressão
em episódio depressivo.

36
Temperamento e bipolaridade 07:02

A terapia cognitiva da depressão, de Beck,


foi magistral na demonstração da eficácia
de intervenções que modificam estruturas
cognitivas, modificando, também, o humor.
Todavia, a atual revisão do DSM-5 “retirou”
08:32
o transtorno bipolar dos transtornos de O humor é considerado, ainda,
humor. Apesar disso, é recorrente na como a nossa característica
literatura a nomenclatura de transtornos afetiva mais estável, que não
de humor, que reúne a depressão e a tem muita flutuação. A gente
bipolaridade. entende o humor - nosso e
das pessoas que nos cercam -
Conceitualmente, poderia-se definir o
como sendo uma característica,
humor como um estado afetivo estável
um jeito de ser daquela pessoa.
de uma pessoa, com poucas oscilações.
Ademais, há um forte fator genético
e biológico do transtorno bipolar,
justamente em decorrência de fatores
comportamentais biológicos. Desde
o nascimento há certos componentes 09:58
O bebê, quando nasce, já
que expressam determinado tipo de tem uma forma de responder
comportamento, aos estímulos.
Assim, o transtorno bipolar (TB) pode ser
considerado como uma doença mental
grave, crônica, recorrente e incapacitante.
Em decorrência da recorrência do
transtorno, é normal haver momentos 10:49
O temperamento já é
em que há agravo das condições, com observado desde os primeiros
episódios depressivos, maníacos ou dias de vida, e vai contribuir
hipomaníacos. Geralmente, as oscilações para um estilo afetivo.
de humor de bipolares não ocorrem
em pequenos intervalos de tempo, e
ocasionam prejuízos no desenvolvimento
social dos indivíduos. Logo, a família
é um importante componente para o 14:47
O transtorno bipolar é um
tratamento, tendo em vista o estresse e os problema de saúde pública,
prejuízos relacionais dos pacientes com tal porque ele vai causar um
transtorno. impacto social bastante grande.
Dificilmente uma pessoa com
transtorno bipolar não vai ter
problema nas suas relações.
Características 18:44

Atualmente sugere-se que o TB deva ser


interpretado de acordo com episódios
depressivos, não necessariamente
condizentes com uma depressão. Sua
prevalência se dá normalmente no
início da idade adulta. Apesar de haver
equivalência entre os gêneros, há uma
ciclagem de humor mais rápida entre as
mulheres.

37
Muitos pacientes [com 23:45
transtorno bipolar] acabam
por fazer uso de substância
como estratégia de regulação
do humor.

23:34
Um paciente com transtorno
bipolar, dependendo da idade
que chega até nós, a gente vai
ver um histórico de episódios
de humor, um histórico de
Classificação e diagnóstico 24:48 episódios de recaída.

O DSM-5 irá classificar o transtorno bipolar


de acordo com três tipos: o Tipo I, o
Tipo II e o Tipo Ciclotímico. Ele deixa de
ser considerado como um transtorno de 27:02
Alguns pacientes com
humor, colocando a bipolaridade entre a transtornos bipolares vão ter
esquizofrenia e os transtornos depressivos. sintomas mais psicóticos. Outros
Episódios de mania, por exemplo, passam pacientes vão ter sintomas
a ocasionar uma perda neural ao paciente, prevalentes mais depressivos.
o que traz continuamente prejuízos Essa é a lógica de a gente
cognitivos a longo prazo, podendo entender um pouco essa
provocar semelhanças muito grandes com perspectiva de espectro, de
pacientes psicóticos. Por esse motivo, é continuum do transtorno mental.
fundamental que o diagnóstico ocorra o
quanto antes.

Mais especificamente, o Tipo 1 é o EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO


entendimento moderno do antigo
transtorno maníaco-depressivo, ou Assinale a alternativa incorreta
psicose afetiva. Todavia, não há exigência conforme o apresentado em aula:
de psicose ou um episódio depressivo
significativo, mas sim um episódio de O transtorno bipolar é considerado
mania. um dos transtornos mentais nos
quais há uma maior preponderância
Já o Tipo 2 requer episódios depressivos de fatores biológicos.
maiores, com pelo menos um episódio
hipomaníaco. Por conta de uma depressão O transtorno bipolar é uma doença
às vezes refratária, esses pacientes grave, porém não é crônica.
geralmente irão requerer um maior
cuidado.
O transtorno bipolar geralmente
A Ciclotimia envolve períodos de flutuação provoca diversos problemas
relacionais, inclusive no que diz
crônica de sintomas de hipomania e
respeito à relação terapêutica.
Resposta desta página: alternativa 2.

depressivos ao longo de dois anos.


Esse diagnóstico é menos frequente na
Famílias de pacientes com
população, é frequente de ambos os
transtorno bipolar podem sofrer
sexos e é considerado um diagnóstico de estresse crônico caso não haja
de exclusão. Por fim, destaca-se a estrutura para a realização de
necessidade de investigação de episódios cuidado.
depressivos, entre perda do interesse,
alterações do peso, fadiga, falta de
atenção, etc.

38
Pacientes bipolares Tipo 2, 32:57
por conta de uma depressão
mais crônica e, muitas vezes,
refratária, não vão ter muitos
ganhos terapêuticos.

AULA 3 • PARTE 2

Transtorno bipolar tipo 1 01:01

No Transtorno Bipolar Tipo 1, é obrigatório


que tenha ocorrido um ou mais episódios
maníacos. Já no Tipo 2, há necessidade
de pelo menos 1 episódio depressivo, pelo
menos 1 episódio hipomaníaco e nenhum 03:45
Eu não conheço paciente que
episódio maníaco.
tenha transtorno de humor que
Especificamente sobre o Tipo 1, destaca- não vá ter problema de sono.
se conceitualmente a mania como uma
euforia, um pico de elevação do humor,
um período de humor anormal e elevado,
durando pelo menos uma semana. Além 08:30
disso, são necessários três critérios
É muito comum também
diagnósticos: autoestima grandiosa, pouca
alguns pacientes [maníacos]
necessidade de sono e grande incentivo
terem um comportamento
à fala. Também destaca-se a fuga de
mais hipersexualizado, um
ideias, a grande distratibilidade durante o
aumento do desejo sexual, da
momento de euforia e o aumento de um
libido, e podem adotar uma
envolvimento excessivo em atividades
postura mais hipersexualizada,
ou até um comportamento
prazerosas que também tem grande
mais promíscuo, que não faz
potencial para dor. O episódio maníaco
parte do seu repertório próprio
traz perturbações graves de humor,
de comportamento.
ocasionando prejuízos significativos na
vida da pessoa.

Nesse sentido, avaliar os riscos é


fundamental para a conceituação de
uma mania, A sintomologia psicótica é 10:09
Muitos pacientes, num episódio
frequente nesses pacientes, apesar de de mania, têm sintomas
geralmente serem breves e episódicas. psicóticos, como delírios
Ademais, ressalta-se o olhar atento diante persecutórios, paranoias;
da iatrogenia em casos de psicose e/ podem ter até alucinação,
depressão. delírios erotomaníacos.

39
Distinguir uma mania 12:32
de uma hipomania [...],
fundamentalmente, é a
gravidade. Se a gente tiver
algo bastante distintivo, tipo
risco, sintomas psicóticos, aí
é mania.
15:22
Na maioria das vezes, num
paciente em estado depressivo
- que é quando geralmente
eles nos procuram - a gente
vai ter que buscar essa
diferenciação [entre mania e
Não se prescreve
hipomania] a partir do relato
17:07
antidepressivo em pacientes do paciente. Então, a gente
com transtorno bipolar tipo tem que fazer boas perguntas
1; em tipo 2, às vezes sim. para fazer essa distinção.

17:29 Transtorno bipolar tipo 2

O tipo 2 se refere a uma hipomania,


diferindo no que diz respeito à
gravidade dos critérios. Nesse sentido,
esse tipo se diferencia pela intensidade,
em decorrência dos critérios para
Curso e estressores 24:56 diagnóstico serem muito semelhantes.
Sua singularidade também se dá a partir
Há uma relação direta entre episódios
dos episódios estarem associados a uma
maníacos e depressivos. Com o passar do
inequívoca alteração no funcionamento.
tempo, pode-se perceber um aumento
Os episódios hipomaníacos não são
do número de episódios, ao mesmo
suficientes para causarem graves
tempo em que o intervalo vai diminuindo.
prejuízos sociais, diferentemente de
Também ressalta-se que pacientes de
episódios maníacos.
primeiro grau têm maiores chances de
desenvolver bipolaridade e depressão.

Numa compreensão etiológica, as


principais causas multifatoriais do
transtorno envolvem hereditariedade, 26:18
eventos traumáticos e vulnerabilidades
É mais frequente a gente se
cognitivas. Os estressores também
deparar com transtorno bipolar
desempenham importante papel no
Tipo 1 do que Tipo 2, se a gente
transtorno, como as emoções expressas,
for considerar as estatísticas.
Também estão relacionadas ao transtorno
o uso de substâncias e transtornos de
ansiedade e de personalidade. Por fim,
a maioria dos pacientes com transtorno
bipolar manifestam sintomas ao menos em
metade de suas vidas.

40
A cronicidade, a cronificação da 27:37
bipolaridade envolve ter mais
episódios num intervalo mais
curto de tempo. O período entre
crises vai diminuindo com o
passar do tempo.

29:32
Não existe a causa. Não existe
a origem. Como a grande
parte dos transtornos mentais,
[o transtorno bipolar] é
multifatorial, multicausal.
Muitas vezes, para um 37:28
paciente em episódio de
mania, a gente vai ter que
prestar atenção e prover o
cuidado, a proteção desse
paciente, mas, muitas vezes,
a gente não vai ter muitos
recursos a fazer. 41:06
O transtorno bipolar é
uma doença crônica e
predominantemente depressiva.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

Assinale a alternativa incorreta


conforme o apresentado em aula:

Há uma relação positiva entre


transtorno de humor e dificuldades
41:32 Problemas e dificultadores
de sono.

Pacientes com transtorno bipolar


A mania se diferencia da hipomania demoram entre 10 e 13 anos para
principalmente no que diz respeito receberem o diagnóstico, em
à intensidade.
decorrência de subdiagnósticos ou,
mesmo, diagnósticos equivocados
Há maior prevalência de transtorno a respeito da depressão ou, mais
bipolar de Tipo 2 do que de Tipo 1. comumente, do TDAH. Apesar
das escalas diagnósticas se darem
Episódios depressivos em por autorrelatos, há carência de
Resposta desta página: alternativa 3.

transtorno bipolar se diferenciam instrumentos específicos.


da depressão por si só, o que deve
ser acompanhado de diferentes Nesse sentido, ressalta-se a necessidade
diagnósticos. dos pacientes estabelecerem alianças
seguras no período da avaliação, com o
objetivo de proporcionar um ambiente
de confiança e atento às singularidades
de cada transtorno.

41
A mania às vezes é 43:30
confundida com irritabilidade
ou agressão porque às vezes,
na percepção do indivíduo,
ele reagiu a um estímulo, e
por isso que foi agressivo.

46:35
Pacientes com bipolaridade
têm uma correlação alta com
suicídio, chegando a 19%.

No transtorno bipolar Tipo 1 - é 47:05


daí que vem a gravidade - 5%
conseguem cometer o suicídio,
têm sucesso na tentativa de
suicídio, e falecem justamente
pelo suicídio.

AULA 3 • PARTE 3

Modelo cognitivo 00:25

A formulação de caso deve seguir


três principais condições cognitivas:
o paciente eutímico, com humor
estável; o paciente em caso de mania
ou hipomania; o paciente em episódio 00:50
Crenças, pensamentos
depressivo. Por se tratar de condições automáticos, comportamentos
complementares, é necessário estar atento vão ser distintos em cada um
às diferentes manifestações durante as desses três momentos. Então,
conceitualizações cognitivas. a conceitualização tem que ser
feita não uma, mas três.
Outros aspectos importantes são
distorções específicas dos pensamentos,
hipercompensações, dificuldades
interpessoais. Já no ciclo vicioso da 04:50
A gente vai utilizar o diagrama
mania, há uma grande euforia, somada
de conceitualização cognitiva,
a uma grande capacidade e disposição
a formulação de casos clássica
para superação e proatividade. Com
da TCC com esses pacientes
efeito, deve-se interpretar o paciente
[bipolares]. Mas o que talvez
de acordo com os três principais
seja interessante a gente ter é
momentos emocionais do seu transtorno
uma espécie de comparação
- depressão, eutimia e mania - inclusive
entre esses três momentos.
para psidoeducá-lo cognitva e
comportamentalmente.

42
A coleta dos pensamentos 07:12
automáticos não é inferida
pelo terapeuta: é obtida pelo
próprio paciente.

07:32 Tratamento

Tratar os sintomas tanto da mania


quanto da hipomania e da depressão
são grandes desafios para o tratamento
Ainda é um desafio o 08:48 do transtorno bipolar. Não apenas
tratamento dos sintomas a farmacologia deve ser utilizada,
depressivos crônicos, porque mas sobretudo a TCC enquanto
muitos desses pacientes forma de compreender, avaliar e
[bipolares], especialmente modificar crenças e comportamentos
do transtorno bipolar tipo dos pacientes. Assim, a TCC pode
2, são um pouco refratários existir de forma conjunta com
às medicações. Então, intervenções psicofarmacológicas,
eles são tratados com a desde estabilizadores de humor até
psicofarmacologia, mas antipsicóticos e anticonvulsivantes.
não melhoram tanto dos
sintomas depressivos. Nesse sentido, a TCC desenvolve
diversos pontos positivos enquanto
estratégia de tratamento, sobretudo
em relação a uma melhor autoeficácia
do paciente, uma melhor aderência à
[A TCC] melhora a autoestima 11:24
farmacologia, uma redução do risco
e a autoeficácia dos pacientes.
de suicídio e uma melhora social do
Muitas vezes, eles chegam no
paciente. Para tanto, a psicoeducação
consultório, na clínica já com
um rótulo, com o estigma de sobre o transtorno é fundamental,
serem doentes, incapazes, além da abordagem familiar e outros
loucos, desregulados. modelos.

Deve-se trabalhar uma apropriação


do transtorno e do tratamento pelo
próprio paciente, a fim de que monitore
Ter evidências significa que são seus sintomas e empreste seu corpo à
13:13
tratamentos que funcionam. percepção e, logo, à mudança de si. A
Funcionam em que sentido? psicoterapia deve estimular a aderência
Reduzem sintomatologia. ao tratamento, inclusive farmacológico,
se necessário. A TCC também deve
agir de forma comportamental e
emocional, a fim de propor um maior
automonitoramento e uma maior
LEITURAS INDICADAS
14:07 estabilização afetiva, além de um
Chiang, K. J., Tsai, J. C., Liu, D., manejo dos sintomas e formas de
Lin, C. H., Chiu, H. L., & Chou, K. prevenção à mania ou à hipomania.
R. (2017). Efficacy of cognitive-
behavioral therapy in patients with
bipolar disorder: A meta-analysis of
randomized controlled trials. PloS
one, 12(5).

43
A psicoeducação tem o 15:09
caráter de normalizar o
paciente, ou seja, ele aceitar
o diagnóstico, trabalhar a
aceitação do diagnóstico,
e também se engajar no
processo de mudança, no 15:50
Uma maior apropriação por
processo de melhora. parte do paciente do seu
próprio transtorno, da sua
própria condição vai ajudar ele
a ser mais agente do processo
de mudança.
Psicoeducação e medicação 20:29

A psicoeducação deve agir tanto sobre


o transtorno quanto o tratamento, a fim
de perceber os sintomas e possíveis
indicativos de episódios e quadros graves. 23:39
Pacientes em episódios
A detecção precoce dos episódios é especialmente de mania,
fundamental, para que o paciente não ou também de episódio
tenha uma recaída, motivo pelo qual depressivo, também vão ter
ressalta-se a psicoeducação dele e da um deficit na resolução de
família. problemas. Então, é papel do
terapeuta ajudar o paciente,
Quais situações podem gerar gatilhos
pensar, definir melhor o
episódicos? É possível evitá-las? É possível
problema, gerar soluções para
reduzir o estresse a partir de técnicas
esse problema.
de relaxamento? Assim, o terapeuta
pode agir de forma reflexiva, ajudando o
paciente a pensar em soluções, manejando
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
estressores e episódios.

Pelo fato da visita ao psicólogo Assinale a alternativa incorreta


normalmente ser mais frequente do que conforme o apresentado:
ao psiquiatra, é importante aconselhá-
lo e promover uma melhor aderência ao 5% dos pacientes com transtorno
tratamento farmacológico. Pensamentos bipolar tipo 1 cometem suicídio.
automáticos relacionados à medicação
devem ser acompanhados de forma a É fundamental investigar déficits
mobilizar uma aceitação com o transtorno e excessos na vida dos pacientes
e um compromisso com o tratamento, com transtorno bipolar para uma
ou seja, com uma maior estabilidade. avaliação significativa.
Diários do humor podem ser importantes
O que mais impacta o paciente
ferramentas para o monitoramento
com transtorno bipolar é a
do paciente, assim como o registro de descontinuidade do tratamento
Resposta desta página: alternativa 4.

pensamentos disfuncionais. farmacológico.

A prevalência de transtorno bipolar


é necessariamente maior em mulher,
haja vista sua maior desregulação
emocional.

44
AULA 3 • PARTE 4

Quando a gente trabalha 00:25


com esse plano de prevenção
à mania? No período entre
crises, ou seja, não é quando
o paciente está em mania. A
gente precisa fazer isso antes
da mania acontecer.
02:14
A análise pós-episódica é
justamente uma avaliação do
episódio que ocorreu. A gente
aprende com a experiência.

Controle do estilo de vida 02:37

O primeiro componente do controle do


estilo de vida é o cuidado com o sono, o
que é operacionalizado desde o controle
de estímulos quando o de substâncias. 04:56
Também é importante que o paciente
Para pacientes que não
realize técnicas de redução do estresse,
conseguem dormir, que já
colocando limites de forma assertiva. O
estão acordados por mais
de um dia, a gente tem que
mindfulness pode ser uma ferramenta que
considerar isso com caráter
possibilite uma maior autoconsciência.
de urgência, para o paciente
Com efeito, deve haver um equilíbrio entre fazer uso de uma medicação
satisfação e produtividade, de modo ao para dormir, porque ele precisa
terapeuta ficar atento ao grau de estresse dormir para regular o sono.
e pressão do paciente em suas atividades.
O terapeuta deve monitorar o paciente de
forma investigativa, percebendo possíveis
exageros em seu prazer, inclusive no que
07:02
diz respeito ao uso de substâncias. Nesse O mindfulness é a atenção
último ponto, devem ser trabalhadas plena, um treino atencional
estratégias motivacionais de engajamento para que o paciente aumente a
ao tratamento e redução de danos. sua autoconsciência.

Tem pacientes que se recusam 10:51


a parar, ou moderar, ou deixar
de usar a substância. Isso é um
problema para o tratamento. A
substância é um gatilho quase
para todos os pacientes que
usam. A substância compete
com o tratamento.

45
Sintomas e recorrência 12:04

Dentro do plano de prevenção de manias,


ainda ressalta-se o reconhecimento
dos sintomas, a preparação para a
violência e a análise pós-episódica. O
reconhecimento de sintomas é uma 13:08
A gente entende que o
estratégia de monitoramento ativa, com paciente precisa dessa
a identificação dos sintomas típicos da apropriação, justamente para
mania no próprio indivíduo. Logo, visa- ele ser agente do seu processo
se de certa forma transportar o paciente de mudança. A gente parte de
também para a figura de um terapeuta, um empirismo colaborativo,
com a finalidade de analisar a si próprio de ir passando o controle do
em suas conceitualizações e categorias tratamento para o paciente.
comportamentais.

Sobre a preparação para a recorrência,


cita-se a evitação de estímulos
exacerbadores, que devem ser escritos 17:39
Uma recomendação que eu
sob a pena do próprio paciente, a fim
faço é que o paciente faça sua
de torná-lo literalmente autor de sua
própria lista [de sintomas] e
história, narrando-a de forma organizada
escreva isso com a sua própria
e sintomática. Quais comportamentos
letra; que ele escreva em
podem ser realizados a fim de evitar
sessão isso, que ele leve isso
situações que aumentem os sintomas?
para consigo.
Quais respostas podem ser dadas aos
sintomas automáticos?

Realizar intervenções baseadas na emoção


é uma boa chave clínica, tendo em vista a
19:51
natureza dual do transtorno bipolar. Difícil A gente pode também
tarefa, trata-se de captar os pensamentos usar a mesma estratégia
e as emoções quando eles se manifestam comportamental clássica de
corporalmente, na face, no corpo, na controle de estímulos: colocar
linguagem, na expressão do paciente. restrições sobre as ações e
limitar as situações que levem
Por fim, a análise pós-episódica visa a ao comportamento indesejado.
um aprendizado da experiência, como
forma de prevenção à mania, analisando
uma situação concreta. Essa análise pode
servir ao aperfeiçoamento do plano de
22:26
prevenção da mania, a fim de instalar Essa identificação dos
a esperança diante de situações de sintomas é um processo
fragilidade, deixando o paciente mais de aprendizagem. Então, a
preparado para episódios futuros. gente tem que considerar
uma curva de aprendizado do
paciente. É fundamental que
o terapeuta forneça feedback,
e perceba isso.

46
A partir de um 23:02
questionamento socrático,
ou da descoberta guiada,
a gente pode ajudar o
paciente a identificar que
ele está entrando num
episódio maníaco.
26:20
Com o paciente em mania,
o nosso principal objetivo é
tentar retardar a reação dele,
aumentar esse intervalo do
comportamento, controlar as
reações à cognição distorcida
até que tenha havido tempo
para ele refletir.
Pacientes que se submetem 32:00
ao tratamento da terapia
cognitivo-comportamental
ficam um maior período em
estabilidade do humor, maior
período intercrises.

47
Resumo da disciplina
Veja, nesta página, um resumo dos principais conceitos vistos ao longo da disciplina.

AULA 1

Existem formas diferentes de se chegar


ao diagnóstico de uma condição.

A ansiedade é um problema muito


comum de acontecer junto com a
depressão.
Diferentes tipos de apresentações
de depressão podem ser melhor
indicadas para diferentes tipos de
intervenções.

AULA 2

Alguns clientes precisam de mais


ajuda do que outros.
É importante entender a experiência
anterior e as expectativas dos
clientes para o trabalho que você está
planejando.
É trabalho do terapeuta monitorar
as técnicas desenvolvidas e o
trabalho que realiza ao longo do
tempo.

AULA 3

O transtorno bipolar pode provocar


alucinações, delírios e possíveis
psicoses em alguns casos.
É fundamental que o terapeuta
trabalhe técnicas de regulação
emocional para prevenção de
futuras crises
O paciente com bipolaridade deve
ser compreendido por meio de
conceitualizações cognitivas principais:
eutimia, mania e depressão

48
Avaliação
ca-

-
Veja as instruções para realizar a avaliação da disciplina.

Já está disponível o teste online da disciplina. O prazo para realização


é de dois meses a partir da data de lançamento das aulas. ​

Lembre-se que cada disciplina possui uma avaliação online.


A nota mínima para aprovação é 6. ​

Fique tranquilo! Caso você perca o prazo do teste online, ficará aberto
o teste de recuperação, que pode ser realizado até o final do seu curso.
A única diferença é que a nota máxima atribuída na recuperação é 8. ​

Você também pode gostar