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Ebook

Diz-me o que sentes


Conceitos básicos e 5 sugestões de atividades para ajudar os
pequenos exploradores a gerirem as suas emoções

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"A inteligência emocional é um dos aspetos mais
importantes de uma pessoa. Possuir inteligência
emocional favorece o relacionamento com os demais e
consigo mesmo, melhora a aprendizagem, facilita a
resolução de problemas e favorece o bem-estar
pessoal e social" (GROP)

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Índice

1| Quem Somos ________________________________________ 1

2| O porquê deste Ebook __________________________________ 2

3| A Inteligência Emocional ________________________________ 3

4| Diz-me o que sentes ___________________________________ 6

4.1. Identificar as Emoções _______________________________ 7

4.2. Como podemos ajudar as crianças a gerir as suas emoções___17

5| Vamos passar à prática ________________________________ 21

5.1. Diz-me o que estás a sentir ___________________________22

5.2. O que diz o teu corpo _______________________________ 24

5.3. Semáforo _______________________________________ 26

5.4. Lentes novas _____________________________________ 28

5.5. O Diário das Emoções ______________________________ 30

5.6. Mais uma... Conta-me uma história _____________________ 32

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1. Quem Somos

A Tribo dos Pequenos Exploradores é uma loja online cujo


propósito é, para além de disponibilizar artigos especiais e de
elevada qualidade, criar uma comunidade onde os pais |
famílias | cuidadores tenham acesso a conteúdos sobre o
universo infantil através da partilha de artigos, sugestões de
atividades, eventos online e outras informações úteis.

Um espaço De e Para Todos aqueles que acreditam que a


brincar também se educa e aprende. Sejam bem-vind@s!

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2. O porquê deste Ebook

Enquanto pais, educadores, cuidadores e todos aqueles que


fazem parte do dia-a-dia das crianças, pretendemos contribuir
para a sua felicidade e para um desenvolvimento pleno |
harmonioso. Por isso, falar sobre as emoções e encontrar
estratégias para que as crianças consigam se autoregular é
fundamental.

Descobrir, identificar e diferenciar as emoções, permite à


criança descobrir-se a si própria, desenvolver a sua
autoconsciência e autoaceitação, crescendo e desenvolvendo
competências | habilidades de forma mais tranquila e segura.

"Foi o tempo que perdeste


com a tua rosa que tornou a
tua rosa tão importante"
[Antoine De Saint-Exupéry]

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3. A Inteligência Emocional

A inteligência emocional é formada por um conjunto de


competências, as quais se encontram relacionadas com a
capacidade de gerir de forma adequada não só as suas
emoções, como também, as emoções dos outros.

Deste modo, as competências emocionais para a gestão das


emoções são os conhecimentos, as capacidades, as
habilidades e as atitudes necessárias para compreender,
expressar e gerir as nossas emoções.

Uma criança que desenvolve a sua inteligência emocional, na


maioria das vezes, consegue...
Nomear e explicar o que está a sentir.
Identificar o que provocou essa emoção.
Lidar com a situação, através de estratégias e|ou recursos.
Focar-se em soluções e não apenas nos problemas,
conseguindo ver a situação de uma de outra perspetiva e
colocar-se no lugar do outro.

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"A literacia emocional permite colorir as nossas experiências e
atribuir-lhes um significado. Permite-nos identificar, expressar,
processar e regular as emoções e, consequentemente, ajustar
o comportamento a cada situação, de acordo com as nossas
emoções e com as dos outros" [Rita Castanheira Alves]

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3. A Inteligência Emocional

A inteligência emocional é fundamental. E porquê?


Porque as emoções e os sentimentos têm um grande poder
sobre nós, são parte integrante do ser humano e não têm de
constituir um problema. É preciso conhecer e aplicar estratégias
| ferramentas que permitam gerir as mesmas.

As emoções e os sentimentos são reais. Não é viável fingir que


não existem, ignorar ou que não estão de algum modo a afetar a
criança. É a forma como a criança vai aprender a lidar com os
inevitáveis sentimentos e emoções que vai fazer a diferença e
ter um grande impacto na sua vida.
As crianças que têm ferramentas para lidar com os seus
sentimentos e emoções...
Estabelecem relações mais saudáveis;
Comunicam de forma positiva;
Resolvem e encaram os desafios com uma outra perspetiva;
São menos ansiosas;
Tiram um maior benefício do presente: o aqui e agora.

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4. Diz-me o que Sentes...

“Tenho borboletas na barriga”


“Tenho monstros no quarto e não consigo dormir”
“O meu coração está a bater muito depressa”
"Dói-me a barriga"

Assim se vai falando de emoções e sentimentos com os mais


pequenos. É fundamental ajudá-los a perceber o que estão a
sentir, o que despoletou esse sentimento ou emoção, o que
podem fazer para gerir e alterar a situação.

Os pais, educadores e outros agentes, desempenham um papel


que faz toda a diferença! Estando presentes, escutando
ativamente, sem julgamentos ou críticas, com empatia e sem
esquecer que é todo um processo em que não há respostas
certas ou erradas... mas, sim um percurso a percorrer em
conjunto.

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4.1. Identificar as Emoções

Todas as emoções são importantes, naturais e fazem de cada


um nós, tornando-nos numa pessoa única e especial! Torna-se,
por isso, fundamental conseguir identificar as emoções. Por isso,
partilho algumas sugestões de como explicar à criança as
emoções mais comuns:

Alegria

Dá-nos energia e deixa-nos com mais vontade para fazer


atividades, estar com pessoas, estudar, brincar, rir....
Conseguimos encarar as situações de forma mais positiva e
acreditamos que vai tudo correr bem.

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4.1. Identificar as Emoções

tristeza

Ficamos com menos energia, mais atentos a situações e


acontecimentos desagradáveis, assim como, menos
disponíveis para participarmos em atividades ou brincarmos.
Podemos sentir mais cansaço, vontade de estar sozinhos, ter
menos apetite e vontade de chorar.
Quando estamos tristes podemos precisar de ajuda,
conforto, apoio e está tudo bem.

"A tristeza é uma emoção que


convida à reflexão e nos obriga a
parar e prestar atenção a algo que
nos acontece. Algo que tem de ser
visto para que possamos assimilá-lo
e transformá-lo" [Anna Llenas]

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4.1. Identificar as Emoções

medo

Sentimos medo quando achamos que estamos perante


situações, acontecimentos, pessoas, animais ou objetos que
consideramos serem perigosos.

Ficamos muito atentos ao que se passa à nossa volta e


podemos começar a transpirar, a respirar mais depressa, a
tremer mesmo sem ter frio, a doer a barriga... é o nosso corpo
a dar-nos sinais.

Mas, ter medo não é sinal de fraqueza. Todos nós já sentimos


medo de vez em quando!

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4.1. Identificar as Emoções

raiva

Podemos sentir raiva e ficar muito zangados quando


achamos que alguma situação é inaceitável, injusta ou que
nos magoou.

O nosso corpo começa a ficar muito agitado, temos


dificuldade em pensar ou fazer uma análise correta das
situações e em controlar o que fazemos | dizemos (agimos
sem pensar).

Achamos que podemos perder o controlo a qualquer


momento, os nossos músculos ficam tensos, o coração mais
acelarado... precisamos de parar para respirar com calma.

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4.1. Identificar as Emoções

calma

Podemos sentir calma quando temos consciência de que as


coisas estão a correr como esperávamos e consideramos
que somos capazes de lidar com o que se passa à nossa
volta. O nosso corpo fica com sensações agradáveis,
estamos relaxados, em paz e serenos.

Estamos mais disponíveis para nos envolvermos em


atividades, em estar com pessoas ou experimentar coisas
novas, porque consideramos que vamos ser capazes e bem-
sucedidos naquilo que precisamos de fazer.

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4.1. Identificar as Emoções

amor

Podemos sentir-nos ligados emocionalmente aos pais (amor


filial), aos irmãos (amor fraternal), aos amigos (amizade), a
animais ou objetos.

A nossa consciência de que aquilo que gostamos é


importante para nós pode ser maior ou menor. Por isso, é
também importante estarmos atentos aos sinais do nosso
corpo: podemos sentir-nos tristes por não estarmos com uma
pessoa ou sentir raiva porque estamos zangados com
alguém de quem gostamos muito por exemplo.

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4.1. Identificar as Emoções

ansiedade

Podemos sentir ansiedade perante situações ou


acontecimentos que exigem que façamos alguma coisa. E,
ao mesmo tempo, não sabemos muito bem o que pode
acontecer.

O nosso corpo vai produzir substâncias (por exemplo, a


adrenalina) que nos fornecem mais energia para agirmos,
para darmos resposta a algo.
Por isso, emite sinais e ficamos mais agitados, inquietos, o
coração pode bater mais depressa, ter tonturas, transpirar,
ficar com a boca seca, sentir um nó na garganta ou
borboletas na barriga.

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4.1. Identificar as Emoções

nojo

Podemos sentir nojo perante a dificuldade em tolerar alguma


coisa, por considerarmos que de alguma forma pode ser
prejudicial ou colocar em risco a nossa integridade física e|ou
psicológica.

Podemos sentir nojo por objetos, alimentos, cheiros,


alimentos, pessoas (por exemplo, achamos que tem
comportamentos imorais), animais, etc.

O nosso corpo emite sinais e podemos sentir enjoos, vomitos,


dificuldade em tolerar o que nos acusa nojo, aumentado a
vontade de nos afastar ou evitar determinada situação.

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4.1. Identificar as Emoções

surpresa

Podemos sentir surpresa quando acontece alguma situação


ou acontecimento que não estavamos à espera.
Por exemplo, a chegada inesperada de um amigo ou uma
negativa numa ficha de avalição.

Ficamos centrados a fazer uma comparação entre o


estavamos a prever e o que aconteceu na realidade. Ao
reorganizarmo-nos, o nosso corpo pode responder de forma
mais lenta, ao precisarmos de observar, analisar e admirar a
realidade atual.

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4.1. Identificar as Emoções

vergonha

Podemos sentir vergonha em situações em que tomamos


consciência de algo (que fizemos, dissemos, uma
caraterística ou condição) que não é adequado perante uma
determinada situação ou acontecimento.

Ficamos retraídos, desconfortáveis, pouco à vontade,


sensíveis perante aquilo que os outros possam dizer ou fazer.
O nosso corpo emite sinais e podemos ficar tensos, corar, ter
vontade de fugir da situação, sentir a cara vermelha, o
coração a bater mais depressa...

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4.2. Como podemos ajudar as crianças
a gerirem as suas Emoções

1| Reconhecer e validar a emoção.


Evitar ignorar ou negar aquilo que a
criança está a sentir. A criança não
consegue evitar o que sente, tal
como nós adultos. Podemos
reconhecer a emoção ao usar
frases como "Estou a ver que estás
triste" ou "Estou a perceber que te
sentes zangado, é isso?".

2| Falar sobre a emoção.


Falar com a criança sobre o que ela está a sentir, por
exemplo com recurso a frases: "O que aconteceu para te
sentires assim? Queres falar sobre isso?", "Consegues
explicar o que estás a sentir?", "Já te sentiste assim outras
vezes?".

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4.2. Como podemos ajudar as crianças
a gerirem as suas Emoções

3| Ajudar a perceber o que pode fazer quando sente uma


determinada emoção.
A criança não consegue evitar sentir uma determinada
emoção, mas pode escolher o que fazer perante essa
situação. Com recurso ao diálogo, livros, jogos, atividades ou
outros, o adulto pode ajudar as crianças a encontrar novas
estratégias para gerir as emoções.

4| Desenvolver a empatia.
Ajudar a criança a imaginar o que o outro pode estar a sentir,
é desenvolver a empatia. Uma criança que geralmente
consegue se colocar no outro tem mais facilidade em reagir
melhor perante situações que geram emoções
desconfortáveis.
Podem ler histórias, ver um filme, recordar situações
anteriores, ver imagens e observar a cara das pessoas de
forma a descrever o que podem estar a sentir.

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4.2. Como podemos ajudar as crianças
a gerirem as suas Emoções

Gerir as emoções é um verdadeiro desafio...


Diria que o primeiro desafio é os pais desenvolverem a sua
própria literacia emocional. Quantas vezes nomeamos as
nossas emoções quando estamos com os nossos filhos?
Partilhamos o que estamos a sentir e o porquê? Se
diariamente, em família, promovermos a expressão
emocional de todos, de forma espontânea e natural, as
crianças vão adquirindo e desenvolvendo, de forma simples,
um reportório emocional saudável e equilibrado.

Se é fácil? Não! Vão haver dias em que vai correr muito bem e
outros nem tanto. Mas, é possível e como tudo na vida:
praticar, praticar, praticar... Tal como ensinamos as crianças
a vestir e a comer sozinhas, também devemos ensinar a
identificar, expressar e regular as emoções.

É uma tarefa diária de extrema importância para no futuro


serem um adulto com ferramentas internas que lhe permita
alcançar sucesso nas várias etapas e áreas da sua vida,
assim como, nas relações que estabelece.

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"Sentir é um privilégio e
aprender a expressar as nossas emoções
ajuda a aproximarmo-nos daqueles que
amamos" [in Emocionário]

lembrete

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5. Vamos passar à prática?

O comportamento da criança é a primeira pista! Alguns sinais


a que devemos estar atentos...
Não consegue descrever o que está a sentir;
Raramente fala sobre os seus sentimentos e emoções;
Não tem a iniciativa de pedir ajuda quando se sente mal;
Expressa as suas atitudes de forma menos positiva, por
exemplo: grita, atira objetos, amua, fica em silêncio;
Não consegue reconhecer de forma consciente que as
emoções tomaram "conta dela".

Podemos ajudar as crianças a gerir as suas emoções através


do diálogo e|ou colocando em prática pequenas atividades.
Vou partilhar contigo 5 atividades, bastante simples, mas que
vão permitir dar o próximo passo para promover a
inteligência emocional do teu filho.

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5.1. Diz-me o que estás a sentir...

Objetivo:
Reconhecer e identificar as suas emoções.
Adquirir e desenvolver vocabulário emocional.

MATERIAL:
Rostos de pessoas que representem expressões como medo, alegria,
tristeza, surpresa, entre outras.

idade:
A partir dos 4 anos de idade.

descrição:
Convida a criança a observar as diferentes caras, as quais representam
emoções distintas. O ponto de partida desta atividade será a pergunta: "O
que achas que a pessoa está a sentir?".

desenvolvimento | ideias a explorar:


1| Convida a criança a refletir...
"Qual a emoção que cada uma destas caras representa?".
"Quando as pessoas se sentem tristes (alternar com as várias
emoções das imagens disponíveis) como é que reagem | o que
fazem?"
"O que tem de acontecer a ti para te sentires assim?"
"Como achas que irias reagir?"
"O que era preciso acontecer para reagires de forma diferente?"

2 | Podem, com recurso às mesmas imagens, convidar a criança a


partilhar e|ou escrever numa folha...
"Qual é a emoção que mais gostas de sentir?"
"E aquela que menos gostas? Consegues dizer porquê?"
"Eu fico triste (ou outra emoção) quando…"

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5.1. Diz-me o que estás a sentir...

algumas considerações...
Podem ajudar a criança a perceber o que cada emoção transmite:
Alegria: gostamos de partilhar com quem nos rodeia.
Medo: pode ser assustador e ficares sem saber o que fazer. Podes
ficar no mesmo sítio ou então fugires para outro local.
Triste: quando estás triste pode apetecer chorar, estar sozinho, ficar
mais calado e sem vontade de brincar, ter alguém ao teu lado para
conversar ou dar a mão.
Raiva: às vezes dá vontade de gritar ou atirar coisas ao chão.
Surpresa: podes ficar sem saber o que fazer, é algo que não estavas à
espera.

Outras Considerações....

ideias a reter....

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5.2. O que diz o teu Corpo?

Objetivo:
Reconhecer e identificar as suas emoções.
Perceber onde moram as emoções no mapa do nosso corpo.

MATERIAL:
Desenho de um contorno de um corpo.
Lápis ou marcadores.

idade:
A partir dos 3 anos de idade.

descrição:
Quando as emoções surgem, sentimos que algo se passa no nosso corpo.
Localizar e identificar essas sensações permite reconhecer as emoções e
agir, é como que um GPS que localiza onde vivem as nossas emoções.

desenvolvimento | ideias a explorar:


1| Convida a criança a pensar numa situação (agradável ou desagradável).
Seguidamente, pede para dizer que emoção sentiu e em que lugar do seu
corpo.

2| Convida a criança a identificar no desenho a(s) zona(s) onde sentiu a emoção


no seu corpo. Podes dar um exemplo, se a criança for pequena ou se for mais
fácil para realizar a realizar a atividade:
"Quando sentes medo, o teu coração bate muito depressa. Desenha um
coração vermelho na zona do peito".
"Quando estás muito zangado com alguém e tens vontade de bater, a tua
mão parece que fica muito quente. Pinta uma bola à volta da mão".

3| Convida a criança a refletir...


"Já tinhas pensado que o teu corpo "fala" contigo?"
"Como é que isso te pode ajudar a gerir as situações?"

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5.2. O que diz o teu Corpo?

algumas considerações...
Esta atividade pode ser complementada com uma outra, a ser realizada
previamente: "O Mapa do Corpo". Consiste em convidar a criança a
desenhar numa folha os contornos do seu corpo.
Antes podem fazer uma breve meditação, respirar pausadamente para
sentir o corpo.

O objetivo principal é a consciência plena do corpo para uma maior


autorregulação quando surge uma emoção demasiado forte.

Outras Considerações....

ideias a reter....

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5.3. Semáforo.

Objetivo:
Adquirir e desenvolver estratégias para controlar as emoções.

MATERIAL:
Folha ou cartolina.
Lápis ou marcadores.

idade:
A partir dos 5 anos de idade.

descrição:
Comecem por convidar a criança a desenhar um semáforo numa cartolina
ou folha tal como o da imagem. A criança, a partir deste momento, pode
utilizar o semáforo sempre que vivenciar uma situação que a irrite, aborreça
muito ou deixe descontrolada, tendo em conta as seguintes fases
representadas:

Verde: contar a situação e tentar encontrar um solução.


Amarelo: respirar fundo até te conseguires acalmar para pensar com
clareza. Quando fores capaz disso, podes então passar para a luz verde.
Vermelho: pára… não grites, agridas ou atires coisas. Permite-te parar
para refletir.

desenvolvimento | ideias a explorar:


Descrevam e reflitam sobre as ações da Mariana:
-A irmã da Mariana foi ao seu quarto quando ela estava ausente e levou um jogo
para brincar. Mas, a Mariana não gosta que mexam nas suas coisas sem
autorização. Ficou muito chateada e está prestes a gritar a irmã.

- No entanto, antes de isso acontecer, lembra-se e vai buscar o seu semáforo.


Mariana olha com muita atenção e pára, tal como indicada a luz vermelha.
Depois, consegue respirar várias vezes como indica a luz amarela.

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5.3. Semáforo.

- Por fim, olha para a luz verde e vai dizer à irmã que da próxima vez gostaria
que ela pedisse autorização antes de mexer no jogo. Consegue transmitir o
que está a sentir sem gritar.

- A irmã ao perceber que é algo importante para a Mariana. Passa a ter mais
atenção e a pedir autorização antes de mexer.

algumas considerações...

1| Esta pode ser uma atividade para toda a família. O semáforo pode estar
num local de fácil acesso a todos e sempre que algum membro da família se
aborrece com algo, podem recorrer ao semáforo e ir assinalando as
diferentes fases. Deste modo, os adultos estão a dar o exemplo de como
autorregular as próprias emoções, o que se vai necessariamente refletir no
comportamento das crianças.

2| Podem em família representar ou recordarem-se de situações passadas e


utilizar o semáforo para as ajudar a resolver. Tudo é uma questão de prática
e estão a aprender a gerir futuras situações.

Outras Considerações....

ideias a reter....

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5.4. Lentes novas.

Objetivo:
Aceitar que a mesma situação pode ter diferentes interpretações e
que nenhuma é melhor do que a outra.

MATERIAL:
Folhas.
Lápis ou marcadores.

idade:
A partir dos 7 anos de idade.

descrição:
Convida a criança a fazer um desenho que represente a emoção que está
a sentir naquele momento ou uma emoção que já tenha sentido num
determinado momento (e.g. medo, tristeza, alegria, raiva, vergonha…). A
única regra: o desenho não pode ter descrições | palavras.

desenvolvimento | ideias a explorar:


1 | Convida a criança a mostrar o seu desenho a várias pessoas (uma de cada
vez): pais, irmãos, tios, avós, primos, amigos, vizinhos… quantas mais pessoas
melhor. Quem observa o desenho deve escrever na parte detrás da folha a
emoção que julgam estar representada no desenho.

2 | Quando terminar convida a criança a ver o que escreveram...


"Agora que estás a ler, o que escreveram coincide com o que querias
transmitir com o teu desenho?".
"Há alguma palavra que não te faça sentido? O que podes fazer para
perceber quais os motivos pelos quais escreveram essa palavra?".
"É fácil ou difícil perceber todas as palavras que escreveram?".
"Gostaste desta atividade? O que aprendeste?"

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5.4. Lentes novas.

algumas considerações...
1| É provável que muitas das palavras correspondam ao que querias
transmitir com o teu desenho. Mas, talvez tenhas ficado surpreendido ao
veres que algumas pessoas escolheram emoções que não tinham nada a
ver com o teu desenho.

2| Para perceberes melhor o que escreveram, podes sempre perguntar


diretamente a quem escreveu.

3| Se perguntares é possível que chegues à conclusão que era possível


interpretar o teu desenho de forma diferente da tua e isso não está
errado. Ao ouvires a explicação, é possível que compreendas o motivo
pelo qual descreveram daquela forma o teu desenho.

4| O que podemos concluir com esta atividade? Todos nós temos umas
lentes diferentes para ver a mesma realidade | situação. O que para mim
é uma coisa, para o outro pode ser totalmente diferente. E se não o
compreendermos podemos perguntar.

Outras Considerações....

ideias a reter....

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5.5. O Diário das Emoções.

Objetivo:
Reconhecer e identificar as emoções no dia-a-dia.
Partilhar com a família os acontecimentos e emoções para que
possam, em conjunto, melhorar a comunicação e encontrar
estratégias para uma melhor autorregulação das emoções.

MATERIAL:
Caderno.
Canetas, lápis ou marcadores.

idade:
A partir dos 3 anos de idade... é mesmo para toda a família.

descrição:
O Diário das Emoções da Família. Não tem de ser um diário "bonito", muito
antes pelo contrário… deve ser algo com significado para todos.

desenvolvimento | ideias a explorar:

1| Este é um diário especial! Nele toda a família vai partilhar emoções. Podem
escrever, desenhar, colar imagens, o que vos fizer sentido.

2| O Diário deve ser usado com regularidade e estar num local de fácil acesso a
todos.

3| Como usar? Isso são vocês que decidem, tendo em conta as vossas rotinas,
expetativas e necessidades. Podem escrever todos os dias, quando se sentem
tristes ou alegres com alguma situação em particular, podem definir um dia
para reunirem em família e conversarem sobre o que foi sendo escrito ao longo
da semana.

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5.5. O Diário das Emoções.

algumas considerações...
1| Nem todos os elementos da família podem querer participar e não há
problema. Comecem com quem demonstra interesse e com o tempo até
pode acontecer que tenham curiosidade e vontade de participar.

2| Pode acontecer o inverso… todos começam com muito entusiasmo e


depois vão deixando de participar. Não fazer disso uma obrigatoriedade,
podemos convidar a participar, mas não impor. Afinal, estamos a falar de
partilhas pessoais.

3| Divirtam-se, partilhem e cresçam enquanto família. Esta é uma


atividade que permite aos membros da família se conhecerem melhor,
conversarem de forma empática e sem julgamentos, em que são ouvidos
com a cabeça e o coração.

Outras Considerações....

ideias a reter....

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5.6. Mais uma... conta-me uma história.

Os livros são uns ótimos aliados para todas as famílias. Existem inúmeros
livros cujo tema são as emoções e as crianças, muito úteis para
promovermos a inteligência emocional.

desenvolvimento | ideias a explorar:

1| O adulto pode ler o livro e|ou acompanhar a criança enquanto ela explora o
livro (faz a sua leitura e|ou folheia).

2| No final, pode colocar alguma questões para reflexão...


"Como achas que se sentiu?"
"Como te irias sentir se a situação fosse contigo?"
"O que poderia fazer diferente para resolver a situação?"

3| Podem dramatizar a história e inventar um fim diferente. Qual é o objetivo? A


mesma situação pode ter soluções diferentes e é fundamental que as crianças
tenham essa perspetiva. Não há respostas certas ou erradas.

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5.6. Mais uma... conta-me uma história.

Sugestões de leitura...
Existem livros maravilhosos para as crianças sobre as emoções e os
sentimentos. Os livros aqui sugeridos são muito apelativos pelas suas
ilustrações e texto, sendo que estes e muitos outros se encontram
disponíveis na nossa loja online em:
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"Então podemos começar com pequenos passos. Primeiramente, é
muito importante sabermos que não escolhemos uma emoção. Ela
surge assim, sem aviso. Além disso, na criança as emoções são mais
fortes, pois o seu cérebro está em construção e ela não sabe como
regulá-las" [Valérie Marchand]

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