Pós-Graduação em

Terapia Cognitivo-Comportamental

COGNIÇÃO E
COMPORTAMENTO
Com Ricardo Wainer e Márcio Englert Barbosa

Somos seres inacabados sempre, vamos

aprender do nascimento até a morte.

Sonia Beatriz da Silva Gomes

>
 Conheça
c o livro da disciplina
-
CONHEÇA SEUS PROFESSORES 3

Conheça os professores da disciplina.​

EMENTA DA DISCIPLINA 4

Veja a descrição da ementa da disciplina. ​

BIBLIOGRAFIA BÁSICA 5

Veja as referências principais de leitura da disciplina.​

O QUE COMPÕE O MAPA DA AULA? 6

Confira como funciona o mapa da aula.

MAPA DA AULA 7

Veja as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula.

ARTIGOS 43

Nesta página, você encontra links de artigos científicos, informativos e vídeos

sugeridos pelo professor PUCRS.

RESUMO DA DISCIPLINA 44

Relembre os principais conceitos da disciplina.​

AVALIAÇÃO 45

Veja as informações sobre o teste da disciplina.​

2
 Conheça
c seus professores

-
RICARDO WAINER
Professor Convidado

Psicólogo, Ricardo Wainer é diretor da Wainer Psicologia

Cognitiva, em Porto Alegre, RS, onde também é coordenador e
professor do primeiro curso do Brasil com credenciamento e selo
da International Society of Schema Therapy (ISST): a formação
em Terapia do Esquema. Em sua instituição de ensino, Wainer foi o
idealizador, coordenador e professor do curso de especialização
em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental. Também é sócio
fundador da Federação Brasileira de Psicoterapias Cognitivas
(FBTC), sócio fundador da Associação Gaúcha de Terapias
Cognitivas (ATC-RS), membro da International Association of
Cognitive Psychotherapy (IACP) e membro pleno da International
Society of Schema Therapy (ISST). Como autor, escreveu o primeiro
livro brasileiro sobre Terapia do Esquema, intitulado “Terapia
Cognitiva focada em Esquemas”. Além de muitos capítulos em
publicações, Wainer é organizador dos livros “Desafios clínicos
em Terapia Cognitivo-Comportamental”, “Terapias Cognitivo-
Comportamentais para crianças e adolescentes”, “Novas
temáticas em Terapia Cognitiva” e “Tópicos especiais em Terapia
Cognitivo-Comportamental”.

MÁRCIO ENGLERT BARBOSA

Professor PUCRS

Professor do curso de Psicologia da PUCRS. Doutor em

Psicologia e Mestre em Cognição Humana pela PUCRS, mesma
instituição pela qual se graduou Psicólogo. Também atua como
Psicólogo Clínico, sendo Especialista em Psicoterapia Cognitivo-
Comportamental pela WP Psicologia. Tem experiência na área
de Psicologia com ênfase em Psicologia Cognitiva, Psicoterapia
Cognitivo-Comportamental e Psicologia do Esporte.

3
 Ementa da Disciplina
O uso de técnicas comportamentais no contexto das Terapias
Cognitivo-Comportamentais. Aproximações e afastamento dos modelos
comportamentais e cognitivos. As diferentes fases de desenvolvimento das
Terapias Cognitivo-Comportamentais.

4
 Bibliografia básica
a

-
As publicações destacadas têm acesso gratuito pela Biblioteca da PUCRS.

BECK, J. Terapia Cognitivo-Comportamental. Porto Alegre: Grupo A, 2017.

LEAHY, R. L. Terapia cognitiva contemporânea: teoria, pesquisa e prática. Porto

Alegre: Artmed, 2010.

SKINNER, B. F. Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: EDART, 1974.

ANDRETTA, I.; OLIVEIRA, M. S. Manual prático de terapia cognitivo-

comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.

KNAPP, P. Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre:

Artmed: 2007.

LEAHY, R. L. Técnicas de terapia cognitiva: manual do terapeuta. Porto Alegre:

Artmed, 2006.

MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. de. Princípios Básicos da Análise do

Comportamento. 2ed. Porto Alegre: Artmed. 2019.

SUDAK, D. M. Terapia Cognitivo- Comportamental na Prática. Porto Alegre: Artmed,

2007.

5
 o o
O que compõe

s
Mapa da Aula?
FUNDAMENTOS
Conteúdos essenciais sem os quais você
pode ter dificuldade em compreender a
matéria. Especialmente importante para
alunos de outras áreas, ou que precisam
relembrar assuntos e conceitos. Se você EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
estiver por dentro dos conceitos básicos
dessa disciplina, pode tranquilamente Questões objetivas que buscam
pular os fundamentos. ​ reforçar pontos centrais da disciplina,
aproximando você do conteúdo de
forma prática e exercitando a reflexão
sobre os temas discutidos.​
CURIOSIDADES
Curiosidades, fatos e peculiaridades
que ampliam o seu conhecimento e
conectam a assuntos do cotidiano e PALAVRAS-CHAVE
vida profissional.
Significado de termos técnicos ou
palavras específicas do campo da
disciplina.​
DESTAQUES
Frases dos professores, que resumem
sua visão sobre um assunto ou situação.​
VÍDEOS
Assista novamente aos conteúdos
expostos pelos professores em vídeo.
Aqui você também poderá encontrar
ENTRETENIMENTO vídeos mencionados em sala de aula.
Lembre-se que a diversificação de
Inserções de conteúdos da equipe de estímulos sensoriais na hora do estudo
design educacional para tornar a sua otimiza seu aprendizado.​
experiência mais agradável e significar
o conhecimento da aula.​
CASE​
Neste item você relembra o case
analisado em aula pelo professor.​
LEITURAS INDICADAS
A jornada de aprendizagem não
termina ao fim de uma disciplina. Ela
segue até onde a sua curiosidade
alcança. Aqui você encontra uma lista MOMENTO DINÂMICA
de indicações de leitura. São artigos
e textos já publicados sobre temas Aqui você encontra a descrição
abordados em aula, que poderão ser detalhada da dinâmica realizada
indicações dos professores ou da pelo professor em sala de aula com
equipe de conteúdo da PUCRS Online.​ os alunos.​

6
 Mapa da Aula
Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas.

AULA 1 • PARTE 1

Introdução 00:56

Ricardo Wainer apresenta a disciplina,

comentando que serão enfocadas questões
tanto básicas quanto aplicadas das terapias
cognitivo-comportamentais. No sentido
básico e teórico, será discutido o modelo
PALAVRAS-CHAVE
comportamental, incluindo os principais 01:05
conceitos da psicologia comportamental,
do behaviorismo, que o cognitivismo e as Cognitivismo: Movimento que surge
terapias cognitivo-comportamentais acabam em resposta ao behaviorismo, tendo
incluindo em sua teorização. como principal objetivo o estudo da
consciência e da mente.
O professor destaca que o próprio termo
terapias cognitivo-comportamentais diz
respeito à psicoterapias que têm,
paradigmaticamente, o interesse em
trabalhar e modificar as questões
cognitivas, mas se utilizam de recursos
02:30 Conceitualização cognitiva é
comportamentais — uma vez que algumas
uma questão crucial quando nós
psicopatologias e dificuldades específicas
falamos em terapia cognitivo-
precisam ser trabalhadas pelo canal
comportamental.
comportamental e, a partir dele, também
ocorre uma mudança subjacente em
termos das cognições e dos pensamentos.

Além disso, serão aprofundadas questões

relacionadas à conceitualização cognitiva,
entendendo diferentes modelos, sua
importância no contexto das terapias
cognitivo-comportamentais e algumas das
principais técnicas, tanto cognitivo quanto
comportamentais.
03:15 Mais do que simplesmente
conhecer a aplicação específica
da técnica, talvez seja muito mais
importante você se dar conta de
qual é o objetivo terapêutico que
você tem com aquele paciente.

7
 Modelo Comportamental 03:39

Ao falar sobre o modelo comportamental,

o professor comenta que pretende romper
com qualquer preconceito referente ao
modelo, argumentando que o mesmo 04:19 Indiscutivelmente, o modelo
trouxe as maiores contribuições dentro comportamental trouxe as
do campo prático aplicado que temos maiores contribuições dentro do
atualmente na psicologia e apontando as campo prático aplicado que nós
diferentes tecnologias desenvolvidas por temos até hoje na psicologia.
comportamentalistas, que foram aplicadas
para os mais diferentes campos práticos.

Wainer destaca que não existe um bom

psicoterapeuta, que atue e trabalhe com CURIOSIDADE
05:38
amplo espectro de psicopatologias, que
não tenha que conhecer e aplicar vários Mindfulness
princípios comportamentais que serão Conjunto de técnicas que visam o
revisados em aula. estado mental de atenção plena e foco
no momento presente.

FUNDAMENTO I
06:42
Behaviorismo
O professor Wainer conceitualiza o
behaviorismo, também chamado de
comportamentalismo, como a ciência que
07:42 Uma das mais básicas [formas de
estuda a relação do comportamento com
aprendizagem] e que todos os
contingências ambientais, entendendo-as
animais praticamente têm, são os
não somente como ambiente externo, mas
condicionamentos, especialmente
também como contingências relacionadas
abordados e trabalhados pelos
ao próprio funcionamento do organismo.
comportamentalistas.
Nessa abordagem, busca-se controlar e
predizer qualquer tipo de comportamento
a partir da história de aprendizagem do
mesmo, ou seja, das associações que EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
ocorreram desse comportamento com 08:22
estímulos ambientais ou outros. De acordo com o professor Ricardo
Wainer, um terapeuta cognitivo-
Para modificar o comportamento, portanto, comportamental acredita que o que
é necessário modificar o ambiente, a partir gerencia os comportamentos e
de uma observação sistemática do mesmo e as emoções são:
do comportamento.
Resposta desta página: alternativa 3.

As vivências do indivíduo.

O ambiente externo.

Os comportamentalistas não 08:42 Cognições.

acham que é necessário entrar
detalhadamente na questão do Nenhuma das alternativas.
processamento mental em si.

8
Características importantes das TCCs 08:54

Uma característica importante das terapias

cognitivo-comportamentais, de acordo
com o professor Ricardo Wainer, é a sua
preocupação com o caráter experimental,
09:01 Uma das características
ou seja, as determinações, as postulações
que os terapeutas cognitivo- importantíssimas das terapias
comportamentais fazem devem estar cognitivo-comportamentais é
baseadas em dados possíveis de serem a preocupação com o caráter
replicados e comprovados, ou seja, dentro experimental.
do campo da psicologia experimental.

E a primeira grande modalidade

terapêutica que se preocupou com
essa questão de uma análise científica, uma
09:12 As postulações que os terapeutas
análise rigorosa dos resultados, foram as
cognitivo-comportamentais
terapias comportamentais e, nesse sentido,
fazem devem estar baseadas
as TCCs são herdeiras das técnicas de
em dados possíveis de serem
modificação do comportamento baseadas
replicados, comprovados.
em evidências.

E essa ideia de que a mente é 11:46

estruturada através de esquemas
mentais e de processos que
mantém essa estrutura, isso não
é uma mera especulação teórica.

14:35 Todos os fatores que determinam

o comportamento não estão
necessariamente no ambiente
externo.

Diferenças nos condicionamentos 15:06

Alguns comportamentos podem ser

mais facilmente condicionados do que
outros. Essas diferenças individuais estão
relacionadas a uma base genética, que
16:01 A particularidade comportamental
dará sensibilidade a determinados fatores
e de interferência de contingências
ambientais e não para outros.
ambientais de cada organismo será
Um determinado tipo de contingência única.
ambiental pode mobilizar um
comportamento e, mais adiante, ele pode ser
modificado por outras contingências — por
isso a importância de avaliar caso a caso.

9
CURIOSIDADE
B. F. Skinner
Considerado o maior psicólogo da
modernidade, o norte-americano foi
responsável por evidenciar as diferenças
nos tipos de comportamento e os controles
diferenciados que os mesmos sofrem.
Skinner propôs a diferenciação de eventos
públicos, que são aqueles facilmente
observados, e os eventos privados, que
são comportamentos, ações que ocorrem
internamente no organismo, e que todos
esses eventos acabam, de uma maneira
ou de outra, sendo contingências e
influenciando a manutenção ou não dos
comportamentos. Os eventos que não
podem ser entendidos como naturais,
Skinner chama de eventos fictícios.
As emoções básicas
todas são reflexos.
Todos nós temos algumas
associações reflexas relacionadas
a comportamentos ansiosos.
17:51
20:27 A teoria comportamental [...] vai
continuar sendo um conhecimento
extremamente válido e importante
ao longo de toda a história da
psicologia.
20:27 Para o behaviorismo e para
as técnicas de modificação
do comportamento, a nossa
personalidade vai ser o conjunto
unificado de comportamentos aos
diferentes ambientes em que nós
somos inseridos.
26:15 Comportamento reflexo
B. F. Skinner fez uma discriminação
importante entre tipos de comportamento.
Segundo o psicólogo norte-americano,
temos duas grandes classes de
comportamentos: os comportamentos
reflexos ou respondentes e os
28:41 comportamentos operantes.
Os comportamentos reflexos são
aqueles comportamentos em que o reflexo
ocorre a partir de um estímulo específico
antecedente. De maneira geral, são
comportamentos vinculados aos processos
inatos, ou seja, à nossa vida instintual,
30:41 relacionados à sobrevivência, reprodução e
proteção.
O professor cita alguns exemplos de
comportamentos reflexos que ocorrem
involuntariamente a partir de estímulos,
como a dilatação da pupila conforme a
quantidade de luz e o movimento que a
perna faz ao atingirmos o tendão patelar.
10
 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Assinale a alternativa incorreta em
relação ao comportamentalismo:
Entende que para modificar o
comportamento, é necessário
modificar o ambiente.
Busca-se controlar e predizer
qualquer tipo de comportamento a
partir da história de aprendizagem
do mesmo.
Pode ser entendido como a
ciência que estuda a relação do
comportamento com contingências
ambientais.
Acredita em entrar detalhadamente
na questão do processamento
mental.
Por isso comportamento
operante, ele opera mudanças
no ambiente.
A maior parte dos nossos
comportamentos são operantes.
Resposta desta página: alternativa 4.
Não vai existir a possibilidade de
um comportamento operante
sofrer condicionamento reflexo.
31:00
31:38 Se eu entendo como é gerado
um funcionamento disfuncional,
eu entendo a capacidade de
reversão dele.
32:03 Comportamento operante
São comportamentos que ocorrem
independente ou sem uma vinculação direta
com o estímulo antecedente.
A contingência ambiental que controla
os comportamentos operantes é a
consequência, ou seja, o que vem
concomitante ou após a emissão do
comportamento.
O professor dá alguns exemplos de
comportamentos operantes e explica como
33:50 as consequências reforçadoras — ou mesmo
a falta delas — impactam nesse tipo de
comportamento. Ele explica que grande
parte dos nossos comportamentos são
operantes, justamente por se tratarem de
comportamentos relacionais.
35:26
CURIOSIDADE
36:00
Ivan Pavlov
36:11
Fisiologista e médico russo, famoso por seu
trabalho com condicionamento clássico.
Pavlov foi vencedor do Prêmio Nobel de
Fisiologia ou Medicina em 1904.
11
 Condicionamento respondente 42:03

O professor explica como se dá o

condicionamento respondente, que atua
sobre os comportamentos reflexos.
44:39 O estímulo incondicionado
Antes do condicionamento, existe um gera o reflexo.
estímulo incondicionado, um estímulo
natural da espécie, que gera uma resposta
incondicionada. Um estímulo neutro é um
estímulo que não gera nenhum reflexo.

Gerando o condicionamento, busca-se 48:48 Para que o estímulo neutro deixe

que um estímulo neutro tenha o mesmo de ser estímulo condicionado, o
poder de gerar uma resposta que o que eu tenho que fazer? Eu tenho
estímulo incondicionado. Isso é feito através que me expor.
da associação do estímulo incondicionado
ao estímulo neutro, gerando uma resposta
incondicionada, inicialmente devido
ao estímulo incondicionado. Porém,
após uma quantidade de associações, CURIOSIDADE
o estímulo neutro se transforma em um 50:34
estímulo condicionado ou aprendido, Modelo de dois fatores de Mowrer
ou seja, ele passa a ter o poder eliciador
O psicólogo norte-americano Orval Hobart
de um estímulo natural, gerando então,
Mowrer, em 1939, baseando-se na teoria
a mesma resposta obtida pelo estímulo
comportamental, propôs um modelo que
incondicionado. Essa resposta é chamada
explica os comportamentos de esquiva
de resposta condicionada.
nos transtornos de ansiedade e como um
estímulo fóbico que nos causa medo ou
ansiedade continua a produzi-los ao longo
da vida, mesmo sem ocorrer uma nova
Toda vez que eu evito me expor associação reflexa.
51:59
ao estímulo condicionado, é
como se eu tivesse causando
uma nova associação reflexa.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
52:00
Os comportamentos vinculados
aos processos inatos, ou seja, à
nossa vida instintual, relacionados
à sobrevivência, reprodução e
proteção, são chamados de:

Uma situação traumática, que Comportamento reflexo.

52:02
Resposta desta página: alternativa 1.

aconteceu na adolescência, pode

se manter estável e mais forte, Comportamento operante.
mesmo que não tenha ocorrido
uma nova associação reflexa. Comportamento relacional.

Nenhuma das alternativas.

12
 AULA 1 • PARTE 2
Entendendo a base teórica e
experimental que está por trás,
vocês não precisam ficar um
especialista na técnica, vocês
deduzem a técnica.
01:06
Eu posso entender a relação do
condicionamento, mas isso não
muda o condicionamento.
Antes de eu avaliar se a minha
terapia está funcionando ou
não, eu tenho que ver qual é a
frequência do comportamento
que eu quero modificar.
Lembrando que reforço e punição
não é bom, ruim, bonito ou feio.
Reforço aumenta a frequência,
punição diminui.
O que pode ser punitivo para um
comportamento de uma pessoa,
pode ser altamente reforçador
para o comportamento de outra.
18:31
A todo momento, os nossos
comportamentos operantes
estão sofrendo forças muito
grandes, tanto de reforçamentos
e punição.
00:56
Condicionamento operante
O primeiro elemento no comportamento
operante é o próprio operante, ou seja, a
emissão do comportamento. E o que vai
controlar esse operante, é a consequência que
04:12
ele vai causar no ambiente.
Os comportamentos operantes são divididos
em simples, que incluem comportamentos
como beber e comer, prestar atenção,
olhar, escutar, responder, andar, correr, se
movimentar, escolher vestuário, entre outros;
e complexos, que correspondem a um
13:41
sequenciamento de comportamentos simples
e têm como exemplos: dirigir, operar máquinas,
escrever, desenhar, digitar, andar de bicicleta,
dançar, etc.
Dentro do condicionamento operante, existem
duas contingências que podem seguir um
comportamento operante: o reforçamento,
15:59 que aumenta a frequência do comportamento,
e a punição, que reduz.
Os reforços e punições podem ser positivos e
negativos, ou seja, consistem em acrescentar
ou retirar determinado estímulo, visando
aumentar ou diminuir um comportamento.
16:08
O alívio é muito poderoso.
20:17
13
 Se alguém continua emitindo um 21:00
comportamento, por mais que ele
reclame desse comportamento,
existe algum reforçador que está
ocorrendo em relação a esse Questões importantes sobre o
22:38
comportamento. condicionamento operante

São apresentadas duas questões

importantes sobre o condicionamento
Todos nós somos manipuladores operante:
23:59
e manipulados a todo tempo. • O que é reforçador em um determinado
ambiente, pode não ser reforçador em
outro;

• O que é reforçador em um determinado

Teoria da Aprendizagem Social 24:40 momento, pode não ser reforçador em
outro momento.
É discutida a teoria desenvolvida por
Bandura e Mischel, conhecida como O professor Ricardo dá alguns exemplos
condicionamento vicário ou teoria da e destaca que o segredo é descobrir,
aprendizagem social. para cada indivíduo, o que é reforçador e
punitivo para seus comportamentos.
Ao desenvolverem essa teoria, os
autores se deram conta da importância
de levar em consideração os processos
cognitivos e as crenças na regulação do
CURIOSIDADE
24:54
comportamento.
Albert Bandura e Walter Mischel
A teoria da aprendizagem social postula
que os seres humanos funcionam como
auto-sistemas que se regulam. E essa
regulagem não se dá apenas pelos
estímulos diretos, mas também pelas
expectativas que os indivíduos têm sobre
as coisas que vão acontecer.

Essas expectativas podem se dar tanto

em desempenhos quanto em resultados.
O ato de fazer uma dieta ou estudar
para o vestibular são desempenhos, que
dependem apenas do indivíduo, enquanto
atingir um determinado peso ou passar no
vestibular são resultados, que dependem
de muito outros fatores — inclusive,
fatores que o indivíduo não tem como
controlar.
Responsáveis pela teoria de aprendizagem
social, Albert Bandura (esquerda) é
um psicólogo canadense, professor na
Universidade de Stanford, nos Estados
Unidos, e Walter Mischel (direita) foi um
psicólogo nascido na Áustria e criado nos
Estados Unidos, que lecionou psicologia na
Universidade de Columbia e foi pesquisador,
também, na Universidade de Stanford.

Pessoas que ficam sempre 30:14

vinculadas à expectativas de
resultados, geralmente, têm menos
capacidade motivacional do que
pessoas que trabalham mais na
expectativa de desempenho.

14
Avaliação Comportamental 32:43

Os comportamentos específicos que

querem ser trabalhados devem ser
selecionados e descritos. O professor 33:13 O terapeuta cognitivo-comportamental
Ricardo Wainer comenta que, em vez
vai fazer a avaliação comportamental
de globalmente, os comportamentos não somente em termos de
devem ser trabalhados atomicamente, comportamento. Muitas vezes, em
dadas as diferentes contingências termos de funcionamento.
que atuam sobre eles. Após, é feita a
seleção e implementação das técnicas
de intervenção e, por fim, a avaliação
dos efeitos provocados.
35:19 Os comportamentos não são emitidos
globalmente em todas as situações,
para todas as pessoas.

A consequência está diretamente 35:44

relacionada à frequência da emissão
do comportamento.

37:16 Tudo depende da história de

aprendizado de cada pessoa.

Comportamento-Chave 37:29

Busca-se a compreensão de toda

a cadeia de comportamentos do
indivíduo e o comportamento-chave
que a origina. 40:11 Nós sempre temos que entender
Ao tratar esse comportamento, toda a cadeia comportamental.
provoca-se uma mudança em toda
a cadeia de problemas.

Técnicas Comportamentais 40:16

São exemplificadas algumas técnicas

baseadas no condicionamento operante,
como técnicas de relaxamento, exposição
gradual, dessensibilização sistemática e
intenção paradoxal; no condicionamento 48:33 Agir, só se aprende agindo ou vendo
operante, como agendamento de os outros fazerem. Dizer como faz
atividades, economia de fichas, ensaio não é suficiente.
comportamental e modelagem; e na
aprendizagem social, como treinamento
em habilidades sociais (THS) e role-play.

15
 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
50:00
Qual é o primeiro passo da avaliação
cognitiva, de acordo com o professor
Ricardo Wainer?

Seleção das técnicas de

intervenção.

Implementação das técnicas de

intervenção.

Seleção e descrição dos

comportamentos específicos que
querem ser trabalhados.

Avaliação dos efeitos.

AULA 1 • PARTE 3

Conceitualização Cognitiva 00:00

Ricardo Wainer inicia o bloco da aula sobre

conceitualização cognitiva, ou estudo de
caso, comentando que, no âmbito das
04:39 O terapeuta cognitivo-comportamental
terapias cognitivo-comportamentais,
deve trabalhar buscando hipóteses
considera-se que não existe uma terapia de
diagnósticas.
boa qualidade sem um processo continuado
de conceitualização de caso, que funciona
como uma espécie de mapa para entender
a dinâmica de funcionamento do paciente,
PALAVRAS-CHAVE
com a estruturação dos seus esquemas 05:56
mentais, tanto positivos quanto disfuncionais,
assim como as estratégias aprendidas ao Anedonia: Fenômeno próprio dos
longo da vida para lidar com as demandas estados depressivos graves, onde se
observa a perda da capacidade de
do contexto em que está inserido. sentir prazer nas atividades.
As TCCs são uma terapia baseada no modelo
Resposta desta página: alternativa 3.

científico, ou seja, é uma pressuposição

que terapeuta e paciente funcionam como
uma dupla de cientistas, que identificam um
06:03 A conceitualização vai obrigando, de
problema, formulam hipóteses e buscam
comprovações, a partir de experimentos certa maneira, o terapeuta a buscar
comportamentais, checagem de evidências
coerência na sua construção teórica.
entre outros processos, para concluírem ou
não a eficácia da resolução do problema e
aplicarem a melhor estratégia.

16
Esquema da Psicopatolgia Cognitiva 07:43

É feita uma retomada geral de como um

terapeuta cognitivo-comportamental
pensa e constrói a lógica do seu caso e do
tratamento.
08:57 Tirar informação desse paciente
O primeiro nível do esquema é o de
não é tarefa fácil, muitas vezes.
descrição, que inicia com uma queixa
do paciente — que, na grande maioria
das vezes, não chega de maneira clara.
A partir dessa queixa, o terapeuta
cognitivo-comportamental pensa dentro
da psicopatologia ateórica, ou seja, da PALAVRAS-CHAVE
psicopatologia descritiva. Essa, permite o 10:07
chamado raciocínio clínico, que, através
de perguntas e análises, vai afunilando as Distimia: Forma crônica de depressão,
que, embora menos grave do que a
possibilidades de hipótese diagnóstica. maneira mais conhecida da doença,
A partir do diagnóstico, tem-se o geralmente é mais duradoura.
conhecimento do curso e do prognóstico
desse transtorno. Os estudos de curso
e prognóstico indicam quais terapias
comprovadamente eficientes existem para
determinado transtorno.

O segundo nível é o teórico ou explicativo, 10:36 Reparem a quantidade de

ou seja, o nível da psicopatologia
hipóteses que eu tenho que
teórica, que no caso das TCCs, é a imaginar para poder chegar
psicopatologia cognitiva. A partir dela, na situação mais adequada.
busca-se a explicação da gênese e o
desenvolvimento dos transtornos mentais.
Nesse momento, o professor explica,
é quando as diferentes abordagens
psicoterápicas se diferenciam em suas
19:49 Se você entender qual o princípio,
diferentes estratégias terapêuticas. Essa
estratégias devem trabalhar no paciente
em termos terapêuticos, de
mudança que você precisa utilizar
a capacidade de identificação, checagem
com esse paciente, vai ficar muito
e modificação de pensamentos e crenças
mais preocupado na estratégia
disfuncionais. A partir dessas estratégias,
terapêutica do que na técnica.
temos as técnicas, como a exposição, a
dessensibilidade sistemática, instrução
paradoxal, entre tantas outras.

23:40 Para esses estudos de

curso e prognóstico, eu
obrigatoriamente tenho que
ter hipóteses diagnósticas.

17
Processamento cognitivo
O professor faz uma retomada de como é
feita a conceitualização.
Quando estamos em um processamento
cognitivo, existe uma situação, ou um
input, que pode ser interno, ou seja, um
pensamento, um sentimento, uma reação
fisiológica, ou externo, um evento, uma
conversa que acontece. Essa situação é
interpretada sob a ótica de um esquema
mental ou alguns esquemas mentais
específicos e a partir disso, é gerada
uma representação dessa situação pelo
indivíduo. A situação, ao ser decodificada
pelas crenças centrais e intermediárias, tem
como resultado de mais fácil de acesso à
cognição, o pensamento automático.
A grande questão é que,
terapeuticamente, a maioria das
pessoas consegue ter acesso
rapidamente e entender os
pensamentos automáticos.
As TCCS, elas não estão preocupadas
com a realidade. Elas estão
preocupadas com a representação
que nós fazemos da realidade.
A ideia que os seres humanos
são seres racionais, não é de
todo o verdadeiro.
A terapia cognitivo-comportamental
busca exatamente fazer com que
a gente tenha um processamento
mais racional.
23:47
FUNDAMENTO II
24:38
O que é um esquema mental?
É uma estrutura teórica que armazena
crenças, regras, mémórias sobre
determinado assunto ou papel que
estamos fazendo.
O professor Ricardo Wainer explica que
temos diversos esquemas — dando o
exemplo de seus esquemas de professor,
terapeuta, pai e marido — e destaca
que vamos funcionando de maneiras
diferenciadas conforme os estímulos que
ativam determinados esquemas.
29:13
30:33 Nas TCCs, nós sempre queremos
mexer um pouco nessa estrutura
mais interna, mais básica, que são
os esquemas mentais.
31:47
34:28 Distorções Cognitivas
A conceitualização cognitiva nos permite
identificar distorções cognitivas, ou seja,
erros lógicos no processamento, que todos
nós temos. O professor discute a ideia de
34:49 que os seres humanos são seres racionais,
apontando algumas situações em que a
tendência natural é a irracionalidade.
As terapias cognitivo-comportamentais
vão buscar um processamento mais
racional e de acordo com pressupostos
35:07 lógicos, ou seja, de acordo com as
probabilidades. Assim, terapeuta e paciente
cada vez mais facilmente identificam as
principais distorções cognitivas que geram
pensamentos automáticos disfuncionais.
18
 AULA 1 • PARTE 4
Uma boa conceitualização vai
ser, naturalmente, um processo
que vai permitir uma excelente
psicoeducação para o paciente
sobre o seu funcionamento.
01:20
Não há boa terapia cognitiva
sem uma boa conceitualização.
A terapia não ocorre só no
momento que você está na
sessão com o paciente.
Não existe esquema mental
ruim ou bom.
É muito mais fácil eu querer
interpretar a realidade de
um jeito, do que modificar
as minhas cognições.
PALAVRAS-CHAVE
Anamnese: Consiste em uma
entrevista realizada pelo profissional
de saúde, em que o paciente narra
histórico de todos os sintomas sobre
determinado caso clínico, servindo
como ponto inicial no diagnóstico de
uma doença.
05:54
00:43
Utilidade da conceitualização
A conceitualização cognitiva é uma
ferramenta que explica ao paciente a
conexão direta da forma como ele processa
01:31
e pensa sobre si mesmo, o mundo e suas
perspectivas futuras, e vai entender suas
principais crenças e a intensidade com
que elas influenciam os pensamentos
automáticos e o seu modo de lidar com as
situações do cotidiano.
01:48
A conceitualização busca tornar
compreensíveis comportamentos e
pensamentos aparentemente ilógicos, e
possibilita ao paciente prevenir, ter controle
sobre eles, além de auxiliar o paciente a
02:40 conectar-se com sua história passada e
como ela se conecta à forma como seu
transtorno nele se expressa.
Para elaborar a conceitualização, é
necessário realizar o diagnóstico clínico
do paciente, além de coletar a história
03:28
passada e atual do mesmo, conseguindo
fazer as interconexões entre as situações
da vida passada do paciente que geraram
as crenças e, hoje, podem estar gerando
gerando disfuncionalidade.
Uma boa conceitualização é ativa,
constante e dinâmica, pois, ao longo do
05:23
tratamento, deve ser aprimorada, refinada e
modificada, dado que as principais crenças
ativadas no início do tratamento, podem
mudar no decorrer do mesmo.
A conceitualização, no seu
melhor estado, ela deve ser
ativa, ou seja, constante.
19
PALAVRAS-CHAVE
07:13

Coping: Está relacionado ao

conjunto de estratégias utilizadas
pelas pessoas para lidarem com
circunstâncias adversas quando
não está disponível uma resposta 08:26 As TCCs são tratamentos diretivos,
automática. ativos e altamente cooperativos.

PALAVRAS-CHAVE
08:49

Setting terapêutico: Representa o

espaço onde ocorre a relação entre
paciente e terapeuta.

11:11 Também são levados em conta os

aspectos positivos da cognição
desse paciente.

Conceitualização básica de J. Beck 11:56

É apresentada conceitualização básica

postulada por Judith Beck, modelo
amplamente utilizado mundialmente.
15:03 O pensamento de desesperança
Esse modelo é divido em uma parte, que
é a parte esquemática, ou seja, a parte é o maior preditor de para o
interna do paciente, aspectos de sua
suicídio.
personalidade, e a parte situacional, sendo
essa a parte mais descritiva, onde estão
ocorrendo os problemas e as principais
dificuldades desse paciente.
FUNDAMENTO III
O professor dá exemplo hipotético de um 17:35
paciente que apresenta a tríade cognitiva Tríade Cognitiva da Depressão
da depressão, apresentando diferentes
Postulada em 1976, por Aaron Beck, é
situações e mostrando como, a partir
composta por três padrões cognitivos
de perguntas e interpretação, é possível
presentes no sistema de crenças um
identificar os diferentes tipos de crenças
indíviduo com depressão: a visão negativa
do indivíduo.
de si mesmo, do mundo e do futuro.

A partir de uma crença central, 24:12

eu posso derivar várias coisas
diferentes.

20
 Crença nucleares compensatórias
29:06
e estratégias

As crenças nucleares são o nível mais

fundamental da crença, tendo como
principais características serem globais,
rígidas e supergeneralizadas, servindo EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
32:00
como base para as crenças intermediárias.
Assinale a alternativa incorreta a
Após, o professor apresenta algumas respeito da conceitualização:
estratégias compensatórias comuns, que
são tipos de estratégias comportamentais Uma boa conceitualização é ativa,
e modos de agir em relação à vida. São constante e dinâmica.
exemplos: evitar emoções negativas, exibir
intensas emoções para atrair atenção, Explica ao paciente a conexão
direta da forma como ele processa
tentar ser perfeito, evitar responsabilidade,
e pensa sobre si mesmo, o mundo e
evitar intimidade, buscar intimidade suas perspectivas futuras.
inadequada, buscar reconhecimento, evitar
atenção, evitar confronto, entre tantos Não busca tornar compreensíveis
outros comportamentos. comportamentos e pensamentos
aparentemente ilógicos.

Vai entender suas principais

crenças e a intensidade com que
Muitas vezes, o que os pacientes elas influenciam os pensamentos
32:22
automáticos
acham que é o objetivo terapêutico,
na verdade, não é.

AULA 2 • PARTE 1

CURIOSIDADE
01:01
Christine Padesky

02:42 Embora a terapia do esquema tenha

surgido no início dos anos 90, hoje
[...] vários dos seus conceitos foram
Resposta desta página: alternativa 3.

incorporados globalmente dentro

de todas as terapias cognitivo-
A terapeuta cognitivo-comportamental comportamentais.
Christine Padesky é autora da obra “A Mente
Vencendo o Humor: Mude como Você se
Sente, Mudando o Modo como Você Pensa”.
Mais recentemente, Padesky realiza cursos e
workshops para terapeutas de todo o mundo.

21
CURIOSIDADE
03:00
Irismar Reis de Oliveira
03:00
Irismar é referência em Psiquiatria Clínica e
Psicoterapia Cognitiva, atuando principalmente
em esquizofrenia, depressão, transtorno do
déficit de atenção/hiperatividade e transtornos
de ansiedade, com ênfase nos transtornos
obsessivos-compulsivos, de pânico e fobia
social. As principais intervenções terapêuticas
que o Dr. Irismar utiliza na atuação clínica são
Psicofarmacologia e Psicoterapia Cognitiva,
tendo desenvolvido seu próprio modelo de
psicoterapia, que denominou Terapia Cognitiva
Processual (TCP) ou Trial-Based Cognitive
Therapy (TBCT).
ENTRETENIMENTO
03:47
Livro: O Processo
06:34
07:56
Romance escrito pelo checo Franz Kafka,
em que personagem principal é preso e
condenado sem saber o crime pelo qual foi
acusado. A obra inspirou a Terapia Cogniva
Processual, de Irismar Reis de Oliveira.
Terapia Cognitiva Processual
Trabalha com três níveis de cognição, ou
seja, os pensamentos automáticos, as
crenças intermediárias e as crenças centrais,
e a estrutura da conceitualização cognitiva
vai trabalhar exatamente nesse três níveis.
Também, como uma tendência atual, o
paciente é convidado a agir ativamente no
processo de descoberta e entendimento dos
níveis de cognição e suas inter-relações.
Inspirada na obra “O Processo”, de Kafka,
onde o personagem principal é acusado
injustamente de um crime, a Terapia
Cognitiva Processual parte do pressuposto
que muitas das nossas crenças centrais são
processos acusatórios que fazemos contra
nós mesmos. E a terapia, portanto, assume
a postura de um tribunal, onde o sujeito,
além do processo natural de autoacusação,
também deve atuar como advogado de
defesa, juiz e júri. Nesse processo, é possível
reverter essas falsas acusações, e fazer com
o que o indivíduo chegue em suas crenças
mais adaptativas, pois elas que garantem
a redução dos sintomas e uma melhora na
qualidade de vida.
A TCP dá uma ênfase importante
às crenças intermediárias.
Determinadas situações têm
um poder de ativação de
determinados esquemas e,
portanto, de algumas crenças,
mais do que outras.
22
 Terapia do Esquema 10:15

A Terapia do Esquema surge como uma

tentativa de complementalidade dentro
das terapias cognitivo-comportamentais,
para trabalhar com casos mais graves 11:26 O transtorno de personalidade
e complexos, como transtornos de
nada mais é do que a personalidade
personalidades, em que é muito difícil do sujeito.
de obter mudanças significativas e
duradouras. Nessa modalidade, trabalha-
se com estruturas cognitivas mais
profundas do que os esquemas mentais
trabalhados de maneira geral, e recebem
o nome de esquemas iniciais, podendo 11:55 Todo esquema mental surge
ser desadaptativos ou positivos. Esses como uma melhor maneira
esquemas surgem sempre a partir de de se adaptar.
grandes ativações emocionais, que
surgem na medida que necessidades
emocionais básicas não são supridas
e acontecem predominantemente na
infância — sendo muitas deles nem PALAVRAS-CHAVE
sequer acessados de forma verbal. 14:52

Transtorno de personalidade
borderline: Transtorno mental
caracterizado por um padrão
de instabilidade no humor,
comportamentos e relacionamentos.

O que nos motiva realmente 16:16

a mudar? É um sofrimento.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
20:00
De acordo com o professor Ricardo
Wainer, todo esquema mental surge:

Geralmente, em uma etapa mais

avançada da vida.

Para o terapeuta entender como 21:11 A partir das crenças intermediárias.

esse sujeito chegou a desenvolver
o seu jeito de funcionar, a sua Como uma melhor maneira de se
Resposta desta página: alternativa 3.

personalidade, podem ser muito adaptar a um contexto.

úteis os conceitos de esquemas
iniciais desadaptativos. A partir de uma situação positiva.

23
 FUNDAMENTO I
22:05
Reparentalização limitada
Introduzida pela Terapia do Esquema,
é caracterizada pelo preenchimento
das necessidades emocionais não
atendidas do paciente ao longo de seu
23:50 Mesmo uma personalidade
desenvolvimento, dentro dos limites
antissocial, ela pode estar adaptada,
desde que esteja em um contexto
da relação terapêutica. Ou seja, trazer
onde seu funcionamento, suas
novamente a força, a importância
crenças façam sentido.
dessa relação como poderoso veículo
de mudança nos pacientes. Na medida
que o terapeuta consegue quebrar a
expectativa do paciente, não permitindo
a perpetuação de esquemas iniciais
desadaptativos, isso gera uma dissonância 29:07 Os esquemas iniciais
no paciente, possibilitando que ele desadaptativos surgem na medida
enfraqueça a valência desses esquemas que necessidades emocionais
desadaptativos e busque agir de uma
básicas não são supridas.
maneira diferente no ambiente externo.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
25:30
Os esquemas iniciais desadaptativos:

Surgem a partir de grandes

ativações emocionais.

32:17 A conceitualização vai ser um

São analisados em casos menos
graves de depreassão. processo de psicoeducação
do paciente sobre seu
São acessados exclusivamente de funcionamento.
forma verbal.

Não podem ser acessados.

34:34 Alguns pacientes demoram

um bom tempo para conseguir
ter objetivos terapêuticos
simétricos no tratamento.
PALAVRAS-CHAVE
36:59
Resposta desta página: alternativa 1.

Existencialismo: Movimento filosófico

que reflete sobre a existência humana.
De acordo com Jean-Paul Sartre, maior
expoente do movimento, a existência
precede a essência. Ou seja, defende
que o homem é livre e responsável
por suas ações, que independem da
existência de critérios exteriores.

24
 AULA 2 • PARTE 2
A maioria dos terapeutas têm
alguns conjuntos de técnicas
que eles acreditam mais e que se
sentem mais aptos de aplicar.
06:15
Qualquer terapeuta cognitivo-
comportamental vai fazer, em
todas as sessões, a identificação
e validação dos pensamentos
automáticos.
Esquemas mentais, processo
de pensamento, interpretação,
pensamentos automáticos,
emoções, comportamentos,
tudo está interligado.
O que o terapeuta cognitivo-
comportamental mais deseja
é que haja uma reestruturação
cognitiva.
08:16
A quantidade de conhecimento
que temos que ter, se quisermos
tratar qualquer tipo de
transtorno, é muito grande.
05:40
Níveis de intervenção
É apresentado um esquema constando o
fluxograma do funcionamento cognitivo,
que apresenta os diferentes níveis de
intervenção possíveis. Esses níveis estão
06:58 relacionados à frequência em que são
utilizados. São os 5 níveis:
Nível 1: Identificar e validar pensamentos
automáticos;
Nível 2: Monitorar distorções cognitivas,
resolução de problemas;
Nível 3: Identificar e rever crenças centrais;
07:39
Nível 4: Intervenções comportamentais e
experienciais;
Nível 5: Intervenção ambiental.
É importante o entendimento de que a
estratégia de utilização dessas intervenções
variam muito conforme o transtorno e o
paciente, e que essas intervenções podem
08:10 acontecer simultaneamente durante o
tratamento.
PALAVRAS-CHAVE
Reestruturação cognitiva: Pode ser
representada pelo enfraquecimento
de alguns esquemas mentais
desadaptativos, criação de novos
esquemas mais adaptativos e/ou
aumento da valência de ativação de
09:53 outros esquemas positivos.
25
 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
10:00
Assinale a alternativa correta sobre os
5 níveis de intervenção apresentados:

São aplicados em uma ordem CURIOSIDADE

sequencial. 10:56
Wendy Behary
Estão relacionados à frequência em
que são utilizados.

Os níveis de intervenção não variam

de acordo com os transtornos.

Nenhuma das alternativas.

Fluxograma do funcionamento cognitivo 10:15

O fluxo inicia-se por um input, ou seja, um Wendy é psicóloga especialista em tratar

estímulo, uma situação, como conversar narcisistas e as pessoas que convivem com
com alguém. Esse input, ao passo que é eles. É a fundadora e diretora do Centro
interpretado pelo indivíduo, ele também de Terapia Cognitiva de Nova Jersey e dos
ativa esquemas mentais específicos Institutos de Terapia de Esquema de NJ-
aos quais ele está associado, que estão NYC-DC, nos Estados Unidos. É autora
relacionados a crenças centrais e regras. do best-seller internacional, “Disarming
the narcissist: surviving and thriving with
Os inputs, filtrados pelos esquemas, passam
the self-absorbed” e coautora de vários
por diversos processos pensamentos, como
capítulos e artigos sobre Schema Therapy
julgamento, tomada de decisão, processos
e Cognitive Therapy.
de categorização, reconhecimento de
padrão, seleção atencional, entre outros, que
são processos adaptativos, racionais, porém,
é também onde ocorrem as distorções
cognitivas e as falhas em resolução de
problemas.
15:18 Se eu conseguir quebrar, em
Após esses processos de pensamento, é alguma parte dessa cadeia, o
gerada a interpretação e a representação processamento usual, eu vou,
mental do input por parte do indivíduo, também, acabar enfraquecendo o
que é um componente fundamental para a esquema mental desadaptativo.
análise do terapeuta, onde são identificados
Resposta desta página: alternativa 2.

os pensamentos automáticos, que ocorrem

de forma verbal ou mental, através de
emoções e comportamentos, a resposta final
do fluxograma. 16:10 Os pensamentos automáticos
não estão dentro da estrutura
esquemática.

26
 Por que os pensamentos 18:15
absolutistas são complicados?
Porque eles não te dão muita
margem para negociar.

20:29 Às vezes, a forma como eu

represento o problema, sim,
que tem um encadeamento
direto com o esquema mental.

PALAVRAS-CHAVE
22:52

Pensamento dicotômico: Distorção

cognitiva que ocorre quando o
indivíduo valoriza de maneira extrema
determinados acontecimentos,
não levando em conta os aspectos
intermediários.
32:00 Geralmente, quando há mudanças
importantes nos esquemas mentais,
naturalmente os indivíduos mudam
seu ambiente externo.

Para quebrar automatismos, 35:24

tu tem que criar novos
automatismos.

AULA 2 • PARTE 3

A gente aprende a fazer 04:36

as coisas a partir do que
observamos e treinamos
na vida.

06:28 A ação, muitas vezes,

precede a motivação.

27
 Técnicas comportamentais 07:43

São apresentadas algumas das principais

técnicas comportamentais utilizadas.
O professor Ricardo inicia com as técnicas
de ativação parassimpática, ou táticas para
contracondicionamento, como também
são chamadas. São exemplos exercícios
respiratórios ou relaxamento muscular.
PALAVRAS-CHAVE
08:16
Sistema nervoso parassimpático:
Sistema que tem como função
retornar o organismo ao estado de
calma prévio à situação de estresse.

Outra técnica é a dessensibilização

sistemática, que representa a junção da
exposição — que é um processo gradual
e que leva um período de tempo maior —
com a ativação parassimpática. 11:33 O maior gatilho para
A técnica de role-play acontece quando
ativação simpática é um
aumento na oxigenação.
o paciente racionalmente a inutilidade
de sua crença, embora ainda esteja
emocionalmente ligado a ela. Nesse
momento, o terapeuta propõe ao paciente
que dramatizem, simulem uma situação na
qual o paciente inicialmente fará o papel 23:07 A agenda de atividades,
racional, e o terapeuta, o emocional. muitas vezes, está associada
ao conceito [...] de ativação
A agenda de atividades consiste na comportamental.
programação das atividades diárias na
semana do paciente, que visam a sensação
de prazer e motivação. Colocar ao lado da
atividade prevista uma nota de 0 a 10 para
prazer e habilidade esperados, e o paciente EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
anota as atividades que efetivamente 25:00
realizou e a nota do prazer e habilidade de Não é um exemplo de ativação
fato obtidos. É importante que o tempo seja parassimpática:
estrategicamente preenchido e monitorado.
Respiração diafragmática.

Exercícios respiratórios.
Modelagem 28:43
Relaxamento muscular.
Muito mais um princípio do que uma
técnica, visa o reforçamento diferencial de
Agenda de atividades.
respostas por aproximações sucessivas a
partir de um modelo emitido.

Baseada nos preceitos de condicionamento

Resposta desta página: alternativa 4.

operante de Skinner e na teoria de

aprendizagem social de Bandura e Mischel,
visa moldar o comportamento do paciente.
33:46 Eu vou reforçando e
estabelecendo comportamentos
graduais dessa pessoa.

28
 O terapeuta cognitivo- 36:08
comportamental [...] deve
ver o mundo dentro do
prisma do paciente.

AULA 2 • PARTE 4

Na TCC, o contrato [entre 00:33

paciente e terapeuta] é
totalmente explícito.

01:31 Modelo ABC

É uma das técnicas mais básicas, tendo

por base a psicoeducação fundamental
Registro de pensamentos disfuncionais 04:41 das TCCs. Seu objetivo é a identificação
da relação entre situações, pensamentos
É uma das técnicas mais importantes
e consequências. O “A” equivale ao
em TCC, porque ela mostra a força dos
acontecimento, ao evento ativador. O
pensamentos sobre o comportamento das
“B” diz respeito às crenças (do inglês
pessoas. Além disso, permite revelar como
“beliefs”). O C refere-se às consequências.
interpretações alternativas mais racionais
podem mudar muito o jeito de ser e estar O modelo busca estabelecer
no mundo. A sequência de registros permite representações mais adaptativas, lógicas
que terapeuta e paciente identifiquem as e racionais da realidade. Essa base inicial
distorções cognitivas que possam estar vai dar fundamentação para registro
causando os pensamentos automáticos de pensamentos disfuncionais (RPD),
disfuncionais. com a diferença de que nele apenas um
pensamento vai ser trabalhado por vez, e
Entre os tipos de pensamentos automáticos
o modelo ABC não faz essa limitação.
(PAs) a serem registrados, estão os
associados ao problema central do
tratamento ou da sessão, os que são típicos
do paciente, os relacionados a uma crença
central que ele tenha, os ligados a afetos 09:10 Apelar direto para uma
negativos e aqueles significativamente mais restruturação cognitiva
distorcidos ou disfuncionais. normalmente resulta em
insucesso do tratamento.
As principais dificuldades que podem
aparecer ao uso do RPA são o paciente
não perceber as distorções cognitivas que
têm, apresentar crenças disfuncionais em
18:07 RPD já é um mecanismo
relação ao PA (“se meus pensamentos são
utilizado com crianças, a partir
errados quer dizer que sou defeituoso”; “se
da alfabetização, ou até por
o terapeuta percebe meus PAs errados, não
meio de desenhos.
tenho valor”; se modificar meu PA e me
sentir melhor, algo ruim pode acontecer)
ou não cumprir as tarefas de registro no
intervalo entre uma sessão e outra.

29
Técnica da seta descendente
Deve ser utilizada com pacientes que já
passaram pelo RPD, ou seja, conseguem
26:42
identificar seus pensamentos disfuncionais,
além de terem um PA com carga emocional
muito grande e o terapeuta ter percebido
que esse PA deve estar relacionado a alguma
crença central do paciente. Para aplicação
da técnica, que consiste na proposição
de perguntas para aprofundamento do
significado de determinado PA, é importante
que a aliança terapêutica seja sólida, porque,
quando o paciente identifica uma crença
central, há uma forte carga emocional
associada, com risco de que sinta-se
27:57
atacado pelo terapeuta ou constrangido
de ficar tão vulnerável na sua frente. Um
sinal de que isso possa estar acontecendo
é o paciente em vez de falar o que pensa,
começar a falar o que deveria fazer em
relação a situação analisada.
Ao chegar na crença central, é importante
investigar lembranças mais remotas
associadas e pedir que ele verifique se
todos os indicativos atuais continuam
confirmando aquela ideia ou se na realidade
é simplesmente a repetição de um padrão.
A técnica não deve ser interrompida
com o paciente em estado disfórico ou
desconfortável .
Uma coisa é um comportamento
que eu posso ter e não gostar
dele. Outra bem diferente é ser
aquele comportamento.
31:39
PALAVRAS-CHAVE
Continuum cognitivo: Técnica muito
utilizada para avaliação de perspectivas
com pacientes dicotômicos, que
apresentem pensamentos do tipo tudo
ou nada e/ou de catastrofização.
23:31
Técnicas para avaliação de
perspectivas do pensamento
São apresentados exemplos para aplicação
das técnicas mais utilizadas para avaliação
de perspectivas do pensamento do paciente.
Entre os exemplos, estão: Definição de Termos
e Conceitualização versus Descrição, Análise
Custo-Benefício do pensamento automático,
Balança Decisacional e Continuum Cognitivo.
FUNDAMENTO II
Terapia Racional-Emotiva
Comportamental
Desenvolvida por Albert Ellis (1913-2017),
em 1955, é fundamentada no pensamento
de filósofos gregos, romanos e asiáticos.
Caracteriza-se por ser ativa (terapeuta
e paciente devem fazer 50% do trabalho
cada), diretiva (o terapeuta guia o
paciente em sessões dinâmicas, para
obtenção de informações necessárias,
formulação de hipóteses e intervenções)
e focada no aqui e agora (mesmo que
sejam levantadas possíveis causas mais
remotas para o sofrimento, o ponto-
chave é investigar como ainda impactam
no presente momento, para poder
interromper esse mecanismo).
29:35
Balança Decisacional e Plano de Mudanças
Tem como objetivo avaliar prós e contras de
uma determinada ação para ajudar o paciente
a tomar uma decisão, normalmente em um
33:51 sentido diferente do que ele vem fazendo. A
partir dessa análise, é formulado um plano de
mudança, que contenha o que vai ser mudado,
as razões para isso, as etapas para obtenção
dessa mudança, bem como a definição de
como as pessoas podem ajudar o paciente
nos momentos mais difíceis do processo,
dos aspectos que permitirão identificar que
está dando certo e das possíveis ameaças a
realização desses marcos. É bastante utilizada
para tratamento de comportamentos aditivos.
30
 Tabela de participação 36:15

Técnica elaborada por Irismar Reis de

Oliveira, a partir do aperfeiçoamento de
outra técnica muito utilizada em TCC, o
gráfico de pizza para levantamento da
parcela de participação em algum episódio.
Ricardo Wainer traz exemplo para uso
da tabela de participação, empregada
principalmente em casos que o indivíduo
sente-se muito culpado, mas não consegue
mensurar sua responsabilidade em
determinado episódio. A técnica requer um
tempo razoável para sua aplicação.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Sobre o registro de pensamentos
disfuncionais, assinale a alternativa
correta:
45:59 Curtograma
Utilizada normalmente no início do
tratamento, para ajudar o paciente a
perceber a dificuldade em equilibrar as
demandas de vida, fundamentalmente entre
prazeres e deveres. Embora seja uma técnica
muito simples e com a qual os pacientes
simpatizam, pode gerar forte carga
emocional pela identificação de falhas no
foco do que realmente é importante na vida
daquele indivíduo. Consiste um uma tabela
50:00 com as atividades que:
• São realizadas e apreciadas;
• Não são realizadas, mas são apreciadas;

• São realizadas, mas não apreciadas;

Permite revelar como interpretações
alternativas mais racionais podem • Não são realizadas e não são apreciadas.
mudar muito o jeito de ser e estar
no mundo.

Foi desenvolvido por Albert Ellis,

em 1955.

É empregado principalmente em
casos que o indivíduo sente-se
muito culpado.

Tem como objetivo avaliar prós e

contras de uma determinada ação
pra ajudar o paciente a tomar uma
decisão.
Resposta desta página: alternativa 1.

31
 AULA 3 • PARTE 1
Cognição e comportamento são
níveis diferentes de análise que, de
certa forma, se complementam.
04:40
Em termos de psicoterapia,
satisfação pessoal é algo muito
complicado para ser levado
como uma medida confiável do
resultado do teu trabalho.
08:50
O feedback é útil, mas não é a
única informação importante
quando a gente quer avaliar
resultado de terapia.
11:14
Os julgamentos dos seres
humanos são falhos e estão
sujeitos a uma série de vieses
que todos nós compartilhamos.
17:48
PALAVRAS-CHAVE
Piloto automático: Expressão que
descreve o estado da mente em
que a pessoa não age com intenção
consciente e não obtém percepção
sensorial do momento presente. Por
termos uma capacidade limitada de
atenção, algumas ações se tornam
automáticas com o tempo, por
exemplo: escrever ou dirigir. Os efeitos
prejudiciais surgem quando esse
processamento visa nossas emoções.
02:25
Psicoterapias baseadas em evidências
Práticas profissionais baseadas em
evidência, que necessitam de uma
08:20 base científica robusta e lidam com
comportamentos, julgamentos, vieses e
fatores inespecíficos.
Muitas vezes os pacientes
dizem coisas porque eles acham
que é o que esperamos ouvir.
Conscientemente ou não.
08:20
Medir resultados é o que
me aproxima da ciência.
16:26
Principais vieses na psicoterapia
• Pistas dinâmicas: o mesmo erro,
necessariamente vai levar a um mesmo
resultado;
18:36
• Previsibilidade dos resultados é bastante
deficiente e a variação de características é
muito grande;
• Feedback tardio, o que dificulta a ação
direta, e ambíguo;
• Situação propócia para viés de
confirmação, emoção de curto prazo e viés
de confiança excessiva.
32
 As pistas em psicoterapia são 18:53
dinâmicas. O mesmo erro não
necessariamente levará ao
mesmo tipo de consequência.

CURIOSIDADE
22:40
Antônio Demásio

Em psicoterapia, as pesquisas 25:05

mostram que experiência prediz
confiança.

Neurologista, neurocientista, professor,

ENTRETENIMENTO escritor e diretor do Instituto do Cérebro
25:57 e da Criatividade. Entre suas obras mais
Livro: Rápido e devagar: duas conhecidas estão “A estranha Ordem das
formas de pensar Coisas”, “O mistério da consciência” e “E o
cérebro criou o homem”. Como investigador
no campo da neurociência, destaca-se por
propor hipóteses inovadoras quanto ao
funcionamento do cérebro, baseadas em
estudos do comportamento de doentes com
lesões cerebrais.

26:37 Economia comportamental

Daniel Kahneman foi o propositor

Lançado em 2011, a obra do economista do que é conhecido como economia
comportamental, Daniel Kahneman, comportamental. O economista trouxe
diferencia nossas reações imediatas dos
avanços do ponto de vista científico no
pensamentos mais estruturados, com o
propósito de auxiliar no entendimento de sentido de como os vieses interferem
nossas decisões financeiras e pessoais. no comportamento das pessoas, o que
se prova importante em termos de
compreensão dos fenômenos econômicos,
Ciência 28:34 mas também, de diversas outras facetas do
comportamento humano.
O professor Márcio Barbosa frisa que,
apesar de existirem lacunas, falhas e
aspectos a serem desenvolvidos, a
ciência continua sendo o melhor caminho
para a maior consciência no âmbito
da psicoterapia, de modo a formar
profissionais mais competentes e de maior
auxílio àqueles que buscam tratamento.

33
 Muitas pessoas acreditam na ciência 30:18
na hora de tomar a medicação que
o médico prescreveu, acreditam na
ciência quando passam em cima de
uma ponte que foi construída por
um engenheiro, mas que acham que
psicoterapia é arte. 34:21 Eu tenho que ser capaz de
comparar pessoas com elas
mesmas ou com outras pessoas.

Mesmo na ciência, tem muitos 36:48

aspectos de relação da teoria
tentando buscar o resultado
porque nem tudo é empírico.

38:24 Tipos de estudo

São apresentados alguns exemplos de

As TCC, historicamente, investem em
estudos que identificam mudanças
nos sintomas. Nos últimos tempos,
vêm se preocupando mais em
entender quais são os processos
que realmente levam à diminuição
dos sintomas.
estudos de caso, demonstrando como é
possível desenvolver estudos científicos
sobre psicoterapia:
42:10
• Metanálise: resultado no cenário atual;
• Revisões sistemáticas: revisão da literatura;
• Mudança sobre os sintomas: “padrão
ouro” são os ensaios clínicos controlados e
randomizados;

• Randomizados;

• Não randomizados;

• Séries de casos;
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO • Casos únicos;
42:30
Assinale a alternativa que não • Processo/resultado.
representa um viés da psicoterapia:

Feedback tardio e ambíguo

Baixa variação de características.

Pistas dinâmicas.
Resposta desta página: alternativa 2.

Emoção de curto prazo.

34
 AULA 3 • PARTE 2

Protocolo de pesquisa 04:47

O estudo das intervenções para transtornos

psiquiátricos depende do desenvolvimento
de protocolos de intervenção. É bastante
comum que traga uma descrição de quais
são os tópicos e as técnicas que devem 05:08 O protocolo de pesquisa
ser utilizadas em cada uma das etapas normalmente apresenta um
da terapia que está sendo proposta. Essa nível de rigidez no formato
terapia normalmente tem um número da intervenção.
fixo de sessões que serão realizadas ou
um intervalo (entre 10 e 15 encontros, por
exemplo). Até pode trazer uma margem de
adaptação a casos individuais, mas isso não 08:38 A pesquisa é rígida e ela precisa
pode acontecer ao infinito, sob pena de os ser rígida. Mas aí começamos
dados coletados não serem passíveis de a encontrar alguns desafios.
comparação, por não corresponderem a um Como eu traduzo isso para a
mesmo sintoma que foi abordado de uma prática clínica?
mesma forma.

Além disso, o seguimento de um mesmo

modelo também proporcionaria uma maior
confiabilidade das informações levantadas 10:07 A única forma de medir não é
em pesquisas em que diferentes profissionais com questionários. Mas é uma
são responsáveis por sua aplicação, pois das mais comuns.
os resultados estariam menos suscetíveis a
sofrer influência das características de cada
técnico. O professor ressalta, contudo, que,
ao mesmo tempo que se toma essa medida
para que os dados reflitam apenas a eficácia
12:13 Não é possível mensurar
ou não de um tratamento, ela proporciona
uma crença que não seja por
um certo distanciamento em relação ao
autorrelato. Autorrelato é
que se costuma encontrar na prática clínica.
comportamento. Isso não é uma
Além disso, a forma como a eficácia da
conclusão fatídica e indisputável
intervenção é avaliada na pesquisa pode
de que a crença existe.
não corresponder a objetivos de tratamento
buscados no atendimento fora de ensaios
clínicos.

Para o que acontece dentro da 13:57

mente, eu não tenho medições
diretas. Eu tenho indiretas,
a partir das quais eu faço
inferências.

35
 Divisão 12 da Associação da APA
Evidências e aplicações são tão importantes
que a divisão 12 da Associação Americana de
Psicologia (APA, de American Psychological
Association), que é de psicologia clínica, tem
um levantamento de avaliação de eficácia de
mais de 90 tratamentos.
No site https://div12.org/ é possível consultar
um levantamento de avaliação de eficácia de
diferentes tratamentos. Na página é possível
filtrar a lista pelo nome do tratamento, pelo
transtorno e mesmo por sintomas ou estudos
de caso. De acordo com o Professor Márcio,
somente evidências bastante robustas
são consideradas pela relação, que em
sua maioria é composta por tratamentos
cognitivo-comportamentais.
Ciência na prática: desafios 1 e 2
A dificuldade de acessar evidências
científicas de qualidade é um dos desafios
para que elas sejam fonte para ajustes
na prática clínica. Entre os empecilhos
relacionados a isso estão o preço para
acessar publicações de destaque, os artigos
normalmente serem escritos em língua
estrangeira, os vieses apresentados pelas
plataformas de busca e o tempo disponível
para se manter atualizado
A forma como os resultados são
mensurados nas pesquisas também é
vista pelo professor como obstáculo
para que sejam corretamente utilizadas
por terapeutas no consultório. Alguns
problemas relacionados a esse aspecto
seriam objetivos dos estudo diferentes dos
encontrados na prática clínica e tempos de
seguimento insuficientes (para determinar,
por exemplo, se os efeitos relatados são
duradouros ou se a abordagem seria efetiva
Resposta desta página: alternativa 2.
caso o protocolo fosse mais longo) estão
entre os principais pontos relacionados.
Quando conhecemos as
limitações do método científico
nos tornamos melhores
cientistas e melhores clínicos.
21:21
22:06 Controverso, modesto e forte
Um estudo científico bem-delineado, mas
com evidências conflitantes, ou com o
modelo de por que o tratamento funciona
em desacordo com as evidências, vai
conferir a um determinado tratamento a
classificação ‘controverso’ no que se refere à
eficácia para o problema investigado.
Um estudo muito bem delineado, ou dois
estudos realizado por grupos independentes
com delineamento adequado (grupos
independentes), apontando para provável
eficácia de um tratamento, vai fazer
com que seja considerado ‘modesto’. A
evidência de eficácia vai ser vista como
‘forte’ se tivermos dois estudos muito bem
delineados promovidos por instituições que
24:49 não tenham vinculação.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
25:00
A respeito de protocolos de
intervenção em pesquisas sobre
transtornos psiquiátricos, assinale
a alternativa correta. A respeito
de protocolos de intervenção
em pesquisas sobre transtornos
psiquiátricos, assinale a alternativa
correta:
Normalmente não trazem um
número fixo de sessões.
É bastante comum que traga uma
descrição de quais são os tópicos e
as técnicas que devem ser utilizadas
em cada etapa.
Deve apresentar boa margem de
adaptação a cada participante
atendido.
Precisa permitir que as
características individuais de cada
psicólogo que responsáveis por sua
25:02 aplicação influenciem no resultado
da pesquisa.
36
 AULA 3 • PARTE 3

Ciência na prática: desafios 3, 4 e 5 00:03

Outras três dificuldades para a incorporação

de evidências científicas no planejamento
terapêutico de consultório se referem à
adequação do protocolo utilizado pelo
estudo a um caso individual: 02:51 As diferentes intervenções
muitas vezes compartilham
3) Protocolo não se aplica ou não funciona os mesmos ingredientes.
com meu paciente;

4) O meu paciente não é igual ao do estudo;

5) Influência da conceitualização
individualizada no resultado. 04:07 Conhecer os protocolos
e o cenário científico no
O professor ressalta a importância de tratamento daquele problema
análise cuidadosa do programa utilizado junto com a conceitualização
pelo estudo com o objetivo de identificar vão dar uma robustez muito
“ingredientes” que possam funcionar em maior ao meu trabalho.
doses diferentes ou em outras combinações,
em casos que o paciente não responde
as intervenções preconizadas ou quando
ele tem características que não foram
04:58 Focar não só em como eu faço
endereçadas pela pesquisa.
para reduzir sintoma, mas em
Atentar aos critérios de seleção dos entender que processo ajuda a
participantes do estudo também é provocar cada tipo de mudança.
fundamental para avaliar a repetição do
programa na presença, por exemplo, de
condições que foram consideradas motivos
para exclusão. Outro desafio diz respeito
à dúvida sobre se a conceitualização 06:19 O meu paciente não é igual
individualizada vai permitir o mesmo ao do estudo.
resultado obtido na pesquisa.

O professor lembra que todo o processo

científico serve para ajudar a diminuir as
falhas nas decisões clínicas. Mas, como
clínico, na vida real do dia a dia, não tem
07:53 Quando tu tens um transtorno
como não ter que tomar decisões, e essas mental, a chance de ter um
decisões serão falíveis. Mas os erros podem segundo transtorno é maior do
ser menores ao amparar essas escolhas em que a de ter um só.
conhecimento científico.

Geralmente a gente não pode 08:52

se dar ao luxo de tratar pessoas
que não têm comorbidades.

37
Práticas baseadas em evidências 12:09

É uma categoria mais ampla dentro da qual

se encontram as psicoterapias baseadas
em evidências. A Associação Americana
13:01 Eu preciso estar atualizado, mas eu
de Psicologia (APA) vai definir o termo
devo, sim, levar em consideração
como “a integração das melhores pesquisas
o meu conhecimento e a minha
disponíveis com conhecimento clínico,
experiência clínica e o contexto do
levando em consideração o contexto do
paciente.
paciente”.

FUNDAMENTO I
22:05
Psicoterapia baseada em evidências
A psicóloga norte-americana Kelly Koerner,
professora do Departamento Psicologia na
Universidade de University of Washington em
Seattle, vai propor cinco eixos no processo
17:57 Percebem que não é ‘li o artigo e saio
clínico de tomada de decisão para que o
aplicando’? É compartilhar com o
terapeuta consiga trabalhar com práticas
paciente o teu plano.
baseadas em evidências:

1) Formular perguntas importantes acerca dos

pacientes (será que a etnia, gênero ou religião
pode trazer interferência?).
2) Obter as melhores evidências possíveis 21:12 Não significa que a gente vá ter que
ter uma especialização para cada
sobre a questão a ser trabalhada.
tipo de tratamento.
3) Avaliar criticamente a validade de
evidências e sua aplicabilidade ao problema
em questão.
4) Aplicar as evidências por meio de
engajamento na tomada de decisão de forma ENTRETENIMENTO
25:57
colaborativa com o paciente, considerando
contexto, valores e preferências que ele tenha, Terapia cognitivo-comportamental
além dos recursos disponíveis, incluindo a baseada em processos
expertise do profissional.
5) Avaliar o desfecho (métodos sistemáticos,
como questionários, podem ser úteis).

Como estratégia para fugir de vieses, o

professor Márcio vai lembrar a importância
de sempre considerar sempre as melhores
práticas baseadas em evidências para o
problema principal do paciente. Às vezes não
vão estar disponíveis para todos os problemas
apresentados, mas para aqueles principais
o mais comum é que sejam encontrados
estudos e práticas das quais o profissional Livro organizado por um cognitivista e
possa partir para construção do plano um comportamentalista. Professor Márcio
sinaliza que não é uma leitura introdutória
terapêutico. Ele também aconselha a uma em TCC. Um dos capítulos é de autoria de
hierarquia de focos de tratamento informada Kelly Koerner, e tem como tema os eixos do
pela ciência, além da vinculação dos alvos da processo clínico de tomada de decisão na
terapia a processos psicológicos robustos. psicoterapia baseada em evidências.

38
 Sustente as suas intervenções
na ciência, mas não ignore que
psicoterapia tem um percentual
de arte.
29:19
Duvide de afirmações genéricas
sobre conhecimento científico.
AULA 3 • PARTE 4
Caso clínico: resumo
Maria, 35 anos, e Paulo, 45 anos, são pais de
Joana, 14 anos. Trazem a filha para tratamento
05:44
por indicação de amigos e da escola. Os
pais trazem como principal queixa a raiva
e agressividade da filha. A menina também
está com notas baixas, já foi convidada a se
retirar da escola anterior, e os pais temem
que isso aconteça novamente este ano. Briga
com professores, não estuda em casa e usa
excessivamente o celular em sala de aula,
embora a atual escola já tenha recomendado
que a garota não traga o aparelho. Ela
prometeu fazer um inferno no colégio caso os
pais a obrigassem a deixar seu smartphone em
casa, já que todos os colegas também utilizam
o item na instituição de ensino. Com receio,
preferiram não testar a garota, deixando que
ela siga levando o objeto para as aulas. “Só
eu não tivesse ameaçado, não teriam me
escutado. Só me escutam quando eu brigo”,
justificou Joana ao terapeuta.
Caso clínico: relato de terceiros (II)
Situação 3: Joana briga com os pais por
impedirem que ela falte a aula para fugir de
apresentação em grupo. A garota já tinha
pedido aos colegas para não participar dessa
parte do trabalho, pois tem dificuldades para
falar em público. Após uma grande briga com
os pais, a adolescente consegue o que queria, e
a escola passa uma tarefa extra para compensar
a nota perdida.
29:09
Cuidado com o foco excessivo nas
técnicas e diminuído na relação
terapêutica e na conceitualização
individualizada de caso.
30:44
01:12
Caso clínico: relato de terceiros (I)
Pais contam três outros episódios de raiva
protagonizados pela paciente do caso clínico.
Situação 1: Mãe proíbe uso de sandálias
para ir ao colégio, por achar inadequadas
para o ambiente. Inicialmente Joana tenta
argumentar com a mãe, que se mostra
inflexível. A adolescente se irrita, dizendo
aos gritos que as colegas também usam e
que precisava disso para sentir-se parte do
grupo. Ela quebra um porta-retrato. Para
evitar agravamento da briga, o pai permite as
sandálias.
Sitação 2: Pai e filha combinam skate de
dia das crianças se, depois da compra, ela
estudar por duas horas para uma prova. No
shopping, não encontram o modelo desejado,
e o pai tenta insistir para que levem um outro.
A garota grita e bate nele, acusando-o de
não estar cumprindo o combinado. Os dois
07:39
vão a outro centro de compras para adquirir
o produto adequado. Ao chegarem em casa,
Joana estuda apenas uma hora, pois já era
tarde. A mãe fica contrariada e diz à filha
que ela é quem não cumpre o que promete.
Adverte que pretende levá-la a um psicólogo
que consiga “dar um jeito” nisso.
39
Conceitualização cognitiva
Professor sugere que o aluno pause o vídeo
e tente, como exercício didático, elaborar
sozinho um diagrama de conceitualização
12:55
cognitiva do caso clínico. Elementos iniciais
importantes para essa conceitualização:
• A fase de vida da paciente faz com que,
independentemente da intervenção utilizada,
seja muito comum que os pais participem em
algum momento, por meio de combinações
ou entrevistas, desde que isso seja acordado
com a paciente e que ela tenha segurança de
que o sigilo é com ela e não com os pais (a
não ser em caso de risco à vida).
• A queixa parece estar bem definida,
com problemas escolares e de raiva e
agressividade, além de ansiedade social
relacionada a apresentações de trabalho em
público.
• A paciente foi convidada a se retirar da
escola, algo que não é comum; os problemas
que ela vem encontrando em suas relações
interpessoais podem estar colocando-a
no limite em relação possibilidade de
manutenção de algumas relações, como a
relação institucional com a escola.
• As características dos pais são dados
relevantes da história.
Mesmo que já tenham ouvido
falar em TCC, meus pacientes não
costumam ter nem ideia do que
uma crença central é, quando
procuram ajuda. O que eles trazem
são situações.
Na compreensão cognitiva, o que
eu chamar de comportamento é
algo que eu veria em uma câmera.
09:02
Diagrama: parte inferior
Alguns dos pontos destacados pelo professor
em algumas das análises situacionais (parte
inferior do diagrama de conceitualização)
de episódios envolvendo a paciente do caso
clínico.
Estojo jogado no professor:
• PAs: “ele está sendo injusto” e “ele está me
perseguindo”.
• Emoção: raiva.
• Comportamento: atirar o estojo no professor.
• Significados (investigados na sessão de
terapia): “o mundo é injusto e eu sou uma
vítima”.
Ameaça de fazer um inferno na escola se não
pudesse levar o celular:
• PAs: “estão sendo injustos” e “estão me
perseguindo”.
• Emoção: raiva.
• Comportamento: a ameaça.
• Significados (investigados na sessão de
terapia): “o mundo é injusto e eu sou uma
vítima”.
Proibição de ir de sandálias para a escola:
13:30 • PAs: “só eu não posso” e “eu preciso disso
pra me sentir bem”.
• Emoção: raiva e, potencialmente, tristeza.
• Comportamento: quebrar um porta-retrato.
• Significados (investigados na sessão de
terapia): o mundo é injusto e minha mãe não
me compreende.
14:47
40
 Temáticas que vão se repetindo,
especialmente no significado do
pensamento automático vão nos
dar pistas chaves, e até mesmo os
termos próprios que nós vamos usar
para definir crenças centrais.
17:29
Diagrama: parte superior
Crenças centrais, crenças-regra e
estratégias compensatórias levantadas na
conceitualização cognitiva do caso.
31:09
• Histórico de brigas com professores.
• Mãe pouco compreensiva na percepção
da paciente.
• Pai parece ser permissivo, embora a
garota também o avalie como pouco
compreensivo.
• Crenças centrais: “os outros não me
compreendem”, “o mundo é injusto”, “os
outros são críticos e julgadores” e “sou uma
vítima” (as duas primeiras crenças parecem
ser as mais urgentes de serem trabalhadas).
• Crenças-regra: “preciso me defender”,
“não devo tolerar injustiças”, “só me ouvem
se eu brigo” e “se eu me expor em público,
serei julgada”.
• Estratégias compensatórias: brigar
(fisicamente e verbalmente), ameaçar,
evitar situações que gerem ansiedade e
isolar-se (relacionada ao fato de a garota
não fazer refeições com os pais, porque
seriam intermináveis discussões dos
problemas dela).
16:40
Isso aqui tem toda a cara de crença
intermediária: ‘Se estão sendo
injustos, não devo tolerar. Se estão
sendo injustos, devo me defender.’
28:03
Conceitualização comportamental
Análise comportamental do mesmo caso
clínico. Professor diz que sua leitura vai
se aproximar do que é feito em termos de
conceitualização em terapia de aceitação e
compromisso e em terapia comportamental
dialética, embora não vá ser uma análise que
necessariamente vem desses modelos, e,
sim algo que é coerente com esses modelos.
Novamente ele sugere que o aluno pause o
vídeo e esquematize uma conceitualização
comportamental do caso como atividade
didática.
Na conceitualização comportamental,
também vai ser interessante o trabalho
com os pais em algum momento. Contudo,
aqui, o foco vai ser fundamentalmente na
mudança no comportamento a partir do que
o paciente aprende do seu comportamento
com a conceitualização realizada por
terapeuta e paciente. Vai-se falar de
pensamento, emoção e comportamento o
tempo todo, bem como de ambiente, mas
sabendo que grande parte das contingências
ambientais não estão sob controle do
terapeuta e não estão, sequer, sob controle
do paciente.
41
 Em tratamentos comportamentais
não se trabalha só mexendo no
ambiente.
33:33
Numa visão comportamental, tudo é
comportamento e tudo se influencia
mutuamente.
34:52
Os comportamentos não acontecem
no vácuo. Eles estão sempre dentro
de um fluxo de antecedente-
comportamento-consequência.
PALAVRAS-CHAVE
Análise molar: Contém aspectos
ligados à história de vida e ao
desenvolvimento de padrões
comportamentais. Permite investigar
as contingências de instalação e
manutenção do comportamento, a
partir de dados da história de vida,
das contingências atuais e da relação
terapêutica.
Nós temos aproximações e
diferenças entre os modelos
comportamentais e cognitivos.
O futuro vai continuar sendo de
coexistência de dois modelos que
em suas contraposições se ajudam
a crescer.
32:20
O mundo ao nosso redor responde
como ele responde, e não
exatamente como gostaríamos
que ele respondesse.
34:19
Análise situacional
Diversas situações envolvendo a paciente são
analisadas. Sobre o episódio do estojo jogado
no professor, vão ser levantados os seguintes
aspectos:
37:02
• Análise antecedente do comportamento/
resposta:
1) repreensão do professor/xingá-lo e atirar
o estojo nele;
2) professor pede que exercícios sejam
feitos/fica conversando;
3) professor chama sua atenção/dizer que
55:13 ele está sendo injusto.
• Ela dizer que sempre aprendeu que deve se
defender e não tolerar injustiças diz respeito ao
histórico de aprendizagem da paciente.
• Regra verbal: “se estou diante de uma
injustiça, devo me defender”.
• Ela dizer que os pais, especialmente a mãe,
são muito pouco compreensivos seria uma
descrição de contingências?
• Ela diz que ninguém tentou escutar seu
lado da história. Isso seria antecedente ou
57:55 consequência?
59:36
42
 Artigos
Nesta página, você encontra links de artigos científicos, informativos
e vídeos sugeridos pelo professor PUCRS.

ARTIGO INFORMATIVO

Psicologia baseada em evidências

ARTIGO CIENTÍFICO

NEUFELD, C. B.; CAVENAGE, C. C. Conceitualização cognitiva de caso:

uma proposta de sistematização a partir da prática clínica e da formação
de terapeutas cognitivo-comportamentais. Revista Brasileira de Terapias
Cognitivas v. 6, n. 2, p. 3-35. Rio de Janeiro. Dez 2010.

VÍDEO

Live sobre conceitualização cognitiva

43
 Resumo da disciplina
Veja nesta página, um resumo dos principais conceitos vistos ao longo da disciplina.

AULA 1

Agir, só se aprende agindo ou

vendo os outros fazerem.

Não há uma boa terapia sem

uma boa conceitualização.

O terapeuta cognitivo-
comportamental deve trabalhar
buscando hipóteses diagnósticas.

AULA 2

Determinadas situações têm um

poder de ativação de determinados
esquemas e crenças maior do que
outras.
O que o terapeuta cognitivo-
comportamental mais deseja é que
haja uma reestruturação cognitiva.

A ação, muitas vezes, precede

a motivação.

AULA 3

Cognição e comportamento são

níveis diferentes de análise que, de
certa forma, se complementam.

Os julgamentos dos seres

humanos são falhos e estão
sujeitos a uma série de vieses.

Todo o processo cientifico visa ajudar a

diminuir as falhas nas decisões clínicas,
mas os clínicos devem necessariamente
tomar as decisões.

44
 Avaliação
Veja as instruções para realizar a avaliação da disciplina.

Já está disponível o teste online da disciplina. O prazo para realização

é de dois meses a partir da data de lançamento das aulas. ​

Lembre-se que cada disciplina possui uma avaliação online.

A nota mínima para aprovação é 6. ​

Fique tranquilo! Caso você perca o prazo do teste online, ficará aberto
o teste de recuperação, que pode ser realizado até o final do seu curso.
A única diferença é que a nota máxima atribuída na recuperação é 8. ​
 Pós-Graduação em
Terapia Cognitivo-Comportamental