Pós-Graduação em

Design de Interiores, Decoração e Ambientação

INTELIGÊNCIA, EMOÇÕES E
TOMADA DE DECISÃO

Com Daniel Goleman e Ricardo Primi

A inteligência emocional é uma grande habilidade para

reagir à pressão da vida e aos desafios do mundo.

Leandro Karnal
 Conheça
c o livro da disciplina
-
CONHEÇA SEUS PROFESSORES 3

Conheça os professores da disciplina.​

EMENTA DA DISCIPLINA 4

Veja a descrição da ementa da disciplina. ​

BIBLIOGRAFIA BÁSICA 5

Veja as referências principais de leitura da disciplina.​

O QUE COMPÕE O MAPA DA AULA? 6

Confira como funciona o mapa da aula.

MAPA DA AULA 7

Veja as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula.

RESUMO DA DISCIPLINA 54

Relembre os principais conceitos da disciplina.​

AVALIAÇÃO 56

Veja as informações sobre o teste da disciplina.​

2
 Conheça
c seus professores

-
DANIEL GOLEMAN
Professor Convidado

O norte-americano Daniel Goleman escreveu para o New

York Times, um dos jornais de maior circulação nos Estados
Unidos, por mais de uma década. No impresso, trouxe uma
abordagem ímpar sobre temas como o estudo do cérebro e
das ciências comportamentais. Dentre as obras que é autor,
coautor e organizador, destaca-se “Inteligência Emocional”,
que tem mais de cinco milhões de exemplares espalhados pelo
mundo. Além desse best-seller, outros livros são conhecidos,
como “Emoções que curam: conversas com o Dalai Lama
sobre mente aberta, emoções e saúde” , “Inteligência social:
a nova ciência das relações humanas” e “A mente meditativa”.
A combinação entre conhecimentos multidisciplinares e uma
carreira bem sucedida como escritor tornou Daniel Goleman em
uma autoridade mundial em Inteligência Emocional. É formado
pela Universidade da Califórnia, estado no qual nasceu em 1946,
e pela Universidade de Harvard, onde lecionou e adquiriu o seu
PhD.

RICARDO PRIMI
Professor PUCRS

Psicólogo pela PUC-Campinas, Doutor em Psicologia Escolar

e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo
com parte desenvolvida na Yale University (EUA) sob orientação
de Robert J. Sternberg. Coordenador do Laboratório de Avaliação
Psicológica e Educacional (LabAPE). As pesquisas que coordena
recebem financiamento do CNPq (produtividade em pesquisa),
FAPESP, CAPES e Instituto Ayrton Senna (IAS). É Professor
Associado do Programa de Pós Graduação em Psicologia da
Universidade São Francisco (Mestrado e Doutorado em Avaliação
Psicológica). Foi presidente do Instituto Brasileiro de Avaliação
Psicológica (IBAP) e membro da Comissão Consultiva em Avaliação
Psicológica do Conselho federal de Psicologia. Foi membro da
Comissão da Área de Psicologia do MEC/INEP e da CAPES. É
membro do comitê diretivo do EduLab21 Centro de Conhecimento
do IAS. Em 2009 foi professor visitante na University of Toledo
(Ohio, EUA) com bolsa Fulbright/CAPES.

3
 Ementa da Disciplina
Volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade são características da
contemporaneidade. Embora não possamos prever exatamente os desafios que
enfrentaremos no futuro, novas habilidades já vêm sendo demandadas para que os
profissionais ingressem e se mantenham ativos no mundo do trabalho. Uma delas
é a inteligência emocional (IE). Esta disciplina busca promover a compreensão
sobre o conceito de inteligência emocional como característica que permite buscar
crescimento contínuo, encontrar oportunidades, adaptar-se a mudanças nas
circunstâncias. Irá ainda explorar as interfaces entre a IE e as tomadas de decisão,
além de estimular a construção de estratégias para reconhecer e gerenciar as
próprias emoções e para desenvolver relações positivas.

4
 Bibliografia básica
a

-
As publicações destacadas têm acesso gratuito pela Biblioteca da PUCRS.

Bibliografia básica

Goleman, D. (1999). Trabalhando com inteligência emocional. Rio de Janeiro:

Objetiva.

Bar-On, R.,&; Parker, J. D. A. (2002). Manual de inteligência emocional: Teoria,

desenvolvimento, avaliação e aplicação em casa, na escola e no local de trabalho.
Porto Alegre: Artmed.

Goleman, D.(2012). O cérebro e a inteligência emocional: novas perspectivas. Rio de

Janeiro: Objetiva.

Bibliografia complementar

Abrahams, L., Pancorbo, G., Primi, R., Santos, D., Kyllonen, P., John, O. P., & De Fruyt,
F. (2019). Social-emotional skill assessment in children and adolescents: Advances
and challenges in personality, clinical, and educational contexts. Psychological
Assessment, 31(4), 460–473.

Goleman, D., & Boyatzis, R. (2017). Emotional intelligence has 12 elements. Which do
you need to work on. Harvard Business Review, 84 (2), 1-5.

Cherniss, C., Extein, M., Goleman, D. & Weissberg, R. P. (2006) Emotional

Intelligence: What Does the Research Really Indicate? Educational Psychologist,
41(4), 239-245.

Primi, R. (2003). Inteligência: avanços nos modelos teóricos e nos instrumentos de

medida. Avaliação Psicológica, 2(1), 67-77.

Primi, R., Santos, D. D., Hauck, N., Fruyt, F., & John, O. P. (2019). Mapping self-report
questionnaires for socio-emotional characteristics: What do they measure?. Estudos
de Psicologia (Campinas), 36.

5
 o o
O que compõe

s
Mapa da Aula?
MAPA DA AULA
São os capítulos da aula, demarcam
momentos importantes da disciplina,
servindo como o norte para o seu FUNDAMENTOS
aprendizado.
Conteúdos essenciais sem os quais
você pode ter dificuldade em
compreender a matéria. Especialmente
importante para alunos de outras
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
áreas, ou que precisam relembrar
assuntos e conceitos. Se você estiver
Questões objetivas que buscam
por dentro dos conceitos básicos dessa
reforçar pontos centrais da disciplina,
disciplina, pode tranquilamente pular
aproximando você do conteúdo de
os fundamentos.
forma prática e exercitando a reflexão
sobre os temas discutidos.​
CURIOSIDADES
Apresentação de figuras públicas
e profissionais de referência
PALAVRAS-CHAVE mencionados pelo(a) professor(a),
além de fatos e informações que dizem
Conceituação de termos técnicos, respeito à conteúdos da disciplina.
expressões, siglas e palavras específicas
do campo da disciplina citados durante
a videoaula. DESTAQUES
Frases dos professores, que resumem
sua visão sobre um assunto ou
VÍDEOS situação.​

Assista novamente aos conteúdos

expostos pelos professores em vídeo.
Aqui você também poderá encontrar
vídeos mencionados em sala de aula.
Lembre-se que a diversificação de
estímulos sensoriais na hora do estudo
otimiza seu aprendizado. ​
ENTRETENIMENTO
Inserções de conteúdos da equipe de
design educacional para tornar a sua
experiência mais agradável e significar
o conhecimento da aula.​

CASE
Neste item você relembra o case
analisado em aula pelo professor. ​
LEITURAS INDICADAS
A jornada de aprendizagem não
termina ao fim de uma disciplina. Ela
MOMENTO DINÂMICA segue até onde a sua curiosidade
alcança. Aqui você encontra uma lista
Aqui você encontra a descrição
de indicações de leitura. São artigos e
detalhada da dinâmica realizada pelo
livros sobre temas abordados em aula.​
professor em sala de aula com os alunos. ​

6
 Mapa da Aula
Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas.

AULA 1 • PARTE 1

Introdução 01:14

O professor Daniel Goleman inicia a

disciplina trazendo a sua trajetória na CURIOSIDADE
pesquisa sobre Inteligência Emocional. O 02:17
seu primeiro contato com o conceito foi
Peter Salovey
em 1990, quando ainda era um jornalista
científico no jornal The New York Times.
Ao pesquisar revistas acadêmicas em
busca de artigos interessantes, encontrou
a publicação de Peter Salovey e John D.
Mayer, chamada “Inteligência Emocional”,
que refletia sobre a capacidade de nomear
as emoções e usá-las para melhorar a forma
com que se pensa ou age sobre algo.
Psicólogo norte-americano, um dos pioneiros
Goleman ressalta que, a partir desta e principais pesquisadores da inteligência
primeira publicação, muitos modelos de emocional. Desde 2013, é presidente da
inteligência emocional surgiram. Nesta aula, Universidade de Yale. Possui Ph.D. em
ele apresenta o seu modelo, que consiste psicologia clínica, pela Universidade de Yale e
em quatro pontos principais: mestrado em sociologia, pela Universidade de
Stanford.
Autoconsciência: conhecer a si mesmo,
saber o que está sentindo, por que
está sentindo, como impacta os seus CURIOSIDADE
pensamentos, sua capacidade de realizar 02:34
determinada tarefa. John D. Mayer
Autocontrole: ser capaz de administrar bem
as suas emoções, não permitir que emoções
perturbadoras atrapalhem, manter-se
positivo, incentivar as emoções que ajudam
a ter um bom desempenho.

Consciência social: empatia. Buscar saber

ou sentir o que os outros sentem, fazendo
a leitura por expressão facial, tom de voz, Professor de Psicologia da Universidade
sinais não verbais. de New Hampshire. Seu artigo de 1990,
“Inteligência Emocional” com Peter Salovey,
Gestão de relacionamentos: utilizar as
forneceu uma base para a pesquisa na área
habilidades de relacionamento – como
– desde então, eles publicaram dezenas de
empatia, por exemplo, para ter relações
trabalhos, incluindo o Teste de Inteligência
eficazes.
Emocional Mayer-Salovey-Caruso.

7
Trazendo alguns exemplos pessoais, o LEITURAS INDICADAS
professor ressalta que quem se destaca 05:27
profissionalmente não é, necessariamente, Livro: Inteligência emocional
a pessoa com maiores notas, o melhor
técnico, mas sim quem possui uma boa
gestão de suas emoções – pessoas que são
agradáveis de estar perto, que são gentis.

A pessoa mais bem sucedida 06:43

profissionalmente não era aquela
com as maiores notas, não era
aquela com as notas mais altas
nos vestibulares, e assim por
diante. Era alguém [...] que era um
estudante, eu diria, mediano, mas
um ser humano excepcional.
Penso que a inteligência
emocional é esse fator oculto no
sucesso.
A obra de Daniel Goleman, publicada pela
primeira vez em 1995, transformou a maneira
de pensar a inteligência. Das fronteiras da
psicologia e da neurociência, o autor trouxe
o conceito de “duas mentes” - a racional e
a emocional - e explicou como, juntas, elas
moldam nosso destino. Segundo Goleman,
a consciência das emoções é fator essencial
para o desenvolvimento da inteligência do
09:51 indivíduo.

09:57 Dados recentes

Goleman apresenta alguns dados de

pesquisas recentes sobre a Inteligência
Emocional:
Modelo de competência 11:08
• Se você tem alta inteligência
Goleman apresenta o Modelo de
emocional, seu desempenho sob
Competências, abordado em seu trabalho
estresse é melhor.
original, em conjunto com David McClellan.
Neste modelo, pega-se uma grande • Quanto maior for a sua inteligência
quantidade de pessoas e determina-se emocional, mais positivo será o seu
quem são os melhores sob a avaliação que humor e menos humores negativos
fizer sentido e compara-se com pessoas que vivenciará.
são apenas medianas no mesmo parâmetro
• Algumas pessoas tiveram a inteligência
de avaliação. É feita uma análise sistemática
emocional testada em um estudo
e determina-se quais comportamentos ou
com duração de 15 anos, que
habilidades são percebidos nos melhores e
constatou que uma maior inteligência
não nos medianos.
emocional previu melhores pontuações
O professor utilizou este modelo em na satisfação com a vida e em
conjunto com o modelo de quatro aspectos relacionamentos melhores.
da inteligência emocional, apresentado
anteriormente, para determinar quais
competências dos melhores funcionários
são inerentes ou dependem de habilidades
de um ou outro destes quatro domínios.
Como resultado, Goleman obteve que as
competências mais importantes eram:

8
• Para autoconsciência, a autoconsciência
emocional; 15:34 Quanto mais alto se chega na
organização, menos importante
• Para o autocontrole, o equilíbrio
será o QI para um desempenho
emocional, se manter positivo, ser
excepcional e mais importante
adaptável, ser focado no sucesso e
será a inteligência emocional.
ser capaz de ficar de olho em um
objetivo distante, é continuar, apesar de
contratempos e obstáculos, em direção ao
objetivo;

• Para a empatia, a empatia em si e o que

se chama “consciência organizacional” 16:03 A inteligência emocional é de
também - ser capaz de compreender a 80% a 90% das competências dos
dinâmica da organização; melhores líderes.

• Para a gestão de relacionamento,

as pessoas excepcionais são as que
conseguem inspirar as pessoas,
conseguem influenciá-los, são bons
membros de equipe, podem ajudar a CURIOSIDADE
resolver conflitos e são excepcionais como 16:31
coaches e mentores. David McClelland
O professor apresenta alguns dados
importantes: ao observar o Modelo de
Competência de lideranças, buscando
compreender quantas das competências
as próprias empresas achavam que
discerniam seus melhores funcionários
se baseavam apenas em capacidades
cognitivas (ou QI) e quantas se baseavam
em inteligência emocional, foi possível
constatar que, para se tornar um executivo
de negócios, um professor, um enfermeiro,
um médico, é preciso ter uma base com
um QI relativamente alto para ter um grau
de vantagem. Por outro lado, essa base
não existe para inteligência emocional, o
(1917 – 1998)
que significa que, para todos os tipos de
empregos, as competências da inteligência Psicólogo norte-americano, atuou como
emocional parecem ser cerca de duas docente da Universidade de Harvard
vezes mais frequentes em modelos de desde 1956, conduzindo pesquisas por 30
competências dos melhores profissionais do anos. Foi um especialista em motivação
que pura habilidade cognitiva. humana, conhecido por seu trabalho sobre
a teoria das necessidades adquiridas e pelo
Dessa forma, o que Goleman constatou foi
desenvolvimento da Teoria da Motivação de
que, quanto maior o nível hierárquico de
Realização.
alguém dentro da organização, menos o QI
importará para um desempenho excepcional,
e mais a inteligência emocional importará.
Isso porque, se você é o líder ou CEO de uma
empresa de software, você tem quem saiba
trabalhar com o software, que é quem você
gerencia. O que você faz é gerir pessoas.
Então, inteligência emocional é de 80% a 90%

9
das competências dos melhores líderes.
 18:20 Não importa quão brilhante a sua
ideia seja, se não prestam atenção
em você, se você não for influente,
você não irá a lugar algum.

Aprofundando as competências 19:30

Goleman traz mais detalhes sobre

as competências, iniciando pelas
autocentradas: autoconsciência e
autocontrole. 20:56 Autoconsciência é bem
interessante, porque é bastante
A autoconsciência abarca a autoconsciência invisível, mas acredito que seja a
emocional. Se você é autoconsciente, você base da inteligência emocional.
sabe o que e porque sente, o que o fez se
sentir dessa forma. Você está sintonizado
com os sinais internos que o corpo o envia
dos sentimentos. Você sabe como seus CURIOSIDADE
sentimentos ajudam ou prejudicam o seu 25:12
desempenho. Você tem uma consciência
George Lucas
orientadora dos seus valores, seus objetivos
e seu propósito. Essa consciência surge de
ouvir esses sentimentos internos. Apesar
de ser bastante invisível, a autoconsciência
é, de acordo com o professor, a base da
inteligência emocional.

O autocontrole ou equilíbrio emocional

é quando você mantém suas emoções
disruptivas e impulsos sob controle, você
se mantém eficaz sob estresse, com a
mente limpa e calma, recupera-se rápido Produtor cinematográfico, roteirista e diretor
de chateações. Quanto mais calmo e de cinema norte-americano. Mundialmente
focado você conseguir se manter nas conhecido como criador das franquias Star
situações, mais facilmente você consegue Wars e Indiana Jones.
processar profundamente uma informação e
responder agilmente.
CURIOSIDADE
25:55
Howard Gardner

Professor de Cognição e Educação na

Universidade de Harvard e professor adjunto
de Neurologia na Universidade de Boston,
é conhecido pela teoria das inteligências
múltiplas, lançada no livro “Estruturas da
Mente”, de 1983

10
 MOMENTO DINÂMICA
27:34
Goleman apresenta um exercício simples
de respiração para auxiliar na recuperação
em momentos de estresse e desânimo,
utilizado nas forças especiais do exército e
nas linhas de frente em situações médicas.
Nesse exercício, ao controlar a respiração, é 32:27 Quanto mais calmo e focado
possível mudar da chamada “excitação nervo você for, mais facilmente
simpática”, que é a reação de luta ou fuga, você conseguirá processar
para “excitação parassimpática”, que é o
profundamente uma informação e
responder agilmente.
modo de recuperação.

Você inspira profundamente, fazendo o seu

estômago subir ao inspirar. Segure pelo
tempo que for confortável e expire pelo
tempo que conseguir. Faça isso de seis a
nove vezes seguidas e isso acaba mudando LEITURAS INDICADAS
33:51
o seu corpo de desequilibrado, chateado,
Livro: Só os paranoicos sobrevivem
para um estado mais relaxado e calmo.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
35:00
Analise as afirmativas abaixo:

I. A inteligência emocional é de 80% a

90% das competências dos melhores
líderes.

II. A autoconsciência é a competência de

conhecer a si mesmo, saber o que está
sentindo e por que está sentindo.
III. Goleman constatou que, quanto
maior o nível de alguém dentro da
organização, mais o QI importará
para um desempenho excepcional
desta pessoa, e menos a inteligência
emocional importará.
Na obra, Andy Grove revela sua estratégia
para medir o momento de pesadelo que todo
líder teme – quando ocorre uma mudança
maciça e uma empresa deve, praticamente
da noite para o dia, adaptar-se ou cair no
esquecimento.

IV. Se você tem alta inteligência

emocional, seu desempenho sob
estresse é melhor.

Estão corretas:
I, II e III.
Resposta desta página: alternativa 4.

I, III e IV.

II, III e IV.

I, II e IV.

11
 AULA 1 • PARTE 2

Aprofundando as competências
00:29
(continuação)

Goleman traz detalhes de mais algumas

competências, relacionadas aos pontos da
Inteligência Emocional:
CURIOSIDADE
Positividade: também chamada de 00:45
“mentalidade de crescimento” atualmente, a Carol Dweck
positividade proporciona ver o lado positivo
nas pessoas, em situações e em eventos.
Você espera o melhor das pessoas, você
espera o melhor de si mesmo e você acredita
que o futuro lhe dará melhores opções.

Realização: também chamada de “garra”.

Na realização, você se esforça para alcançar
seus objetivos, não importa quais são as
distrações. Outro atributo da necessidade Psicóloga, PhD em psicologia pela
de realização é que o padrão de excelência Universidade de Yale, professora na
interno é muito alto, você sempre busca Universidade de Stanford e autora do livro
maneiras de melhorar. “Mindset: a nova psicologia do sucesso”.
Desenvolveu a teoria do mindset do
Adaptabilidade: sendo adaptável, você
crescimento, que estuda a mente humana,
se torna flexível para lidar com mudanças,
trabalhando os conceitos de mentalidade fixa
confortável com incerteza, consegue lidar
e mentalidade de crescimento.
com múltiplas demandas. Você se ajusta bem
aos novos desafios, você se adapta às novas
ideias, tem estratégias inovadoras, mantém CURIOSIDADE
seu foco no objetivo, mas você encontra 01:38
novas formas de chegar a ele.
Martin Seligman
Empatia: é preciso empatia para entender
como ler e conviver com pessoas que são
diferentes.

Consciência organizacional: cada

organização, cada grupo de pessoas
tem sua própria dinâmica. A consciência
organizacional auxilia na compreensão
dessa dinâmica. Com ela, pode-se entender
as correntes emocionais da organização, Psicólogo estadunidense, professor da
seus networks, suas dinâmicas. Você sabe Universidade da Pensilvânia, Ex-Presidente
quem são os influenciadores, quem toma da Associação Americana de Psicologia.
as decisões. Você pode perceber os valores Seligman é um forte promotor dentro da
e regras implícitos da organização, o que comunidade científica de suas teorias de
te ajuda a desempenhar o seu papel na Psicologia Positiva e de bem-estar.
organização.

Influência: ao ser capaz de influenciar

pessoas, você tem um impacto emocional

12
positivo nas pessoas, você gera confiança,
você pode persuadir os outros a apoiarem
o seu ponto de vista, você ganha apoio dos
grandes tomadores de decisão.
Trabalho em equipe: se você trabalhar bem
em equipe, pode trabalhar com outros,
rumo a uma meta em comum. Você tem
empatia, gera respeito, é útil, é cooperativo,
cria espírito de equipe, vê relações positivas
como importante entre os membros da
equipe, você se orgulha da identidade da
equipe.
Administração de conflito: com essa
competência, você ajuda outras pessoas a
passarem por situações tensas, consegue
perceber um conflito latente e expô-lo para
tentar resolver. Você consegue encontrar
soluções de ganho mútuo, todos apoiarão,
mesmo que nem todos estejam totalmente
de acordo. E você entende as diferentes
perspectivas e reconhece as visões de todos
os lados em um desentendimento, consegue
entender como essa pessoa vê, como aquela
pessoa vê e consegue articular suas visões
de uma forma que eles concordem.
Ser um coach e um mentor: com essa
habilidade, você induz aprendizado e
desenvolvimento dando seu feedback e
suporte, tem um interesse genuíno em
ajudar a outra pessoa, dá feedback oportuno
e construtivo, sabe os objetivos de uma
pessoa e dá tarefas desafiadoras se estiver
em posição de, apropriadamente, ajudá-la a
aprender ainda mais.
Ser um líder inspirador: a competência
de “inspirar” significa poder articular uma
missão de significado comum de uma forma
que traz o melhor das pessoas. Você pode
oferecer um senso de propósito comum além
das tarefas do dia a dia e você pode escolher
um bem maior que move as pessoas, e, para
isso, você precisa sintonizar o que importa
para você, e depois, articular isso de uma
forma que faça sentido, que gere impacto na
pessoa.
CURIOSIDADE
05:14
Angela Duckworth
Psicóloga e pesquisadora norte-americana,
autora do livro “Garra: o poder da paixão e da
perseverança”. Atualmente é professora de
Psicologia na Universidade da Pensilvânia.
12:08 A rigidez é inimiga da
adaptabilidade.
13:12 A empatia seja talvez mais
importante do que nunca no
mundo hoje.
FUNDAMENTO I
14:45
3 tipos de empatia
Existem três tipos de empatia:
Empatia cognitiva, que significa entender
como alguém pensa, entender as
perspectivas, os modelos mentais que
usa, as palavras que usa para rotular sua
realidade. Empatia cognitiva nos permite ser
bem claros em como enviamos mensagens
nas palavras que usamos com outras
pessoas, porque podemos escolher palavras
que sabemos que elas entenderão, que se
encaixam com a forma que elas rotulam o
mundo.
A empatia emocional, que diz respeito a
sintonizar com os sentimentos de outras
pessoas. São os centros emocionais do
cérebro que sintonizam com os centros
emocionais da outra pessoa.
Por fim, a preocupação empática,
relacionada ao círculo de cuidados, quando
existe uma preocupação com os outros,
buscando o bem-estar deles.
13
MOMENTO DINÂMICA
17:25
O ciclo do cuidado

O professor apresenta um exercício

que auxilia a expandir a capacidade do
25:48 A influência dá um valor adicional
cérebro de ativar circuitos para o zelo.
para qualquer ideia que você possa
Primeiramente, é necessário fazer o exercício ter, porque você consegue difundi-
de respiração apresentado na parte 1 desta las bem, você consegue o apoio de
aula, mantendo atenção plena em cada mais pessoas.
inspiração e expiração. Após, você deve traz
à mente alguém que foi gentil com você, que
você é grato, e você deseja silenciosamente 26:02 Para influenciar, você precisa
que esta pessoa esteja segura, esteja feliz, primeiro se conectar.
esteja saudável, que sua vida seja plena, que
prospere. Então você pensa em si mesmo,
e faz os mesmos desejos – que eu esteja
seguro, que eu esteja saudável, que eu CURIOSIDADE
esteja feliz, que minha vida seja plena, que 28:50
eu prospere. Você faz esses desejos para si Peter Senge
mesmo, várias vezes, silenciosamente.

Então você pensa em pessoas que ama e faz

esses desejos para eles. Que todos estejam
seguros, estejam felizes, saudáveis, que suas
vidas sejam plenas, que vocês prosperem.
Então pense em seus conhecidos, colegas de
trabalho, vizinhos, e faça esses desejos para
eles.
Engenheiro, mestre em Modelos de Sistemas
Faça isso várias vezes e expanda o “ciclo de
Sociais e PhD em Manegement pelo MIT.
cuidado” em todas as direções, em toda sua
Conhecido pela autoria do livro A Quinta
cidade, sua região, pelo mundo todo. Todos,
Disciplina, que sugere uma visão sistêmica de
em todo lugar, com os mesmos desejos.
vida, do mundo, e de todos os aspectos da
Foi descoberto que esse simples exercício, vivência humana.
torna as pessoas mais generosas e mais
gentis. CURIOSIDADE
31:58
Vanessa Druskat

Pessoas boas na competência 34:32

de trabalho em equipe têm a
perspectiva dos outros, sabem
como as pessoas do time veem
as coisas, elas se importam, dão
apoio aos outros membros da
equipe e são francas na avaliação
Professora associada de Comportamento
de seus desempenhos.
Organizacional na Universidade de New
Hampshire. Psicóloga social aplicada,
presta consultoria a líderes e equipes em
organizações em todo o mundo.

14
CURIOSIDADE
37:09
George Kohlrieser

42:15 Inspiração significa que você é

influente, mas com algo a mais. Não
é só que você sabe como persuadir,
mas, na verdade, você mesmo se
comove com uma missão que tem
sentido e propósito, e você pode
articular de forma que comova
Psicólogo clínico e organizacional, autor, outras pessoas.
palestrante e consultor norte-americano. É
professor de Liderança e Comportamento
Organizacional na escola de negócios do
International Institute for Management
Development (IMD) com sede em Lausanne,
Suíça..

AULA 1 • PARTE 3

Estilos de liderança 00:25

Goleman apresenta a relação entre os

estilos de liderança e o clima emocional que
ele gera na organização.

Visionário: é o líder inspirador, aquele que 05:21 Pergunta 1

pode articular uma missão em comum, de
coração para coração. Tem um impacto
extremamente positivo no clima emocional.
Coach: é o líder que tem um tempo a
sós com a pessoa, não sobre o trabalho,
não sobre o ensino, mas sobre a pessoa.
Busca compreender como pode ajudar os
funcionários a conquistarem seus objetivos.
Isso gera uma grande lealdade, a pessoa se
sente vista, compreendida, assistida. Gera
um clima emocional positivo.
Afetivo: é o estilo de líder que sabe que ter
um bom tempo juntos não é uma perda de
tempo, porque une as pessoas dentro de um
grupo. Busca celebrar vitórias, unir a equipe
em um tempo juntos para se divertirem
porque atingiram algum objetivo. Tem um
impacto positivo no clima emocional.
“Como inteligência emocional pode afetar a
saúde mental?”
As taxas de ansiedade e depressão estão
muito altas atualmente. De acordo com
o professor, a inteligência emocional
funciona como prevenção, como
intervenção na saúde mental. Se a sua
autoconsciência for alta, você conseguirá
perceber os sentimentos e pensamentos
que trazem gatilhos para ansiedade e
depressão e, com o equilíbrio emocional,
será possível se recuperar de forma mais
rápida.

Consenso: busca trazer a voz dos outros

para tomar uma decisão, principalmente
se a decisão for afetá-los. Ao invés de
simplesmente impor uma decisão de cima
para baixo, você deixa as pessoas que estão

15
envolvidas fazerem parte da tomada de
decisão. Gera um clima emocional positivo.
Marcador de ritmo: geralmente, é alguém
que costuma ter uma alta necessidade de
realização, eles têm alto padrão interno de
desempenho. Costumam ser promovidos
a líder porque tiveram um desempenho
individual excepcional. E são excepcionais
porque se estimulam, focam no que fizeram
de errado, não no que está certo. Eles trazem
essa visão para o seu trabalho como líder,
vendo o que a pessoa está errando e não
o que está acertando. Eles dão notas de
07:20
reprovação, criticam, culpam e isso tem
impacto negativo no clima emocional.
Coercitivo: esse estilo de liderança é um
vestígio de quando empresas costumavam
ser negócios de família e o patriarca
comandava o negócio apenas dando
ordens. Em uma organização moderna atual,
esse tipo de líder não funciona. É preciso
trabalhar em equipe, inspirar, liderar, treinar.
O líder coercitivo gera um clima emocional
negativo.
Pergunta 3
“Sobre intervenções da inteligência
emocional: quais são os achados relevantes
no contexto geral do trabalho e ensino, e
quais são as características principais em
termos de tempo, sessões e formato?”
Goleman conta que não acredita que as
especificidades do formato sejam tão
importantes quanto os princípios gerais.
Cita três princípios:
1. É melhor visar as necessidades
específicas de cada pessoa, dentre as 12
competências, observando um perfil de
forças e limitações. A partir disso, ajudar
a escolher no que quer trabalhar, onde
pode melhorar e como fazê-lo.
2. Dar apoio, dar um parceiro de
aprendizado ou até uma equipe para
ajudá-lo a melhorar.
3. Treinar, treinar e treinar.
06:00 Se sua autoconsciência for alta,
você saberá: ‘esses pensamentos
estão me deixando ansioso,
estão me deixando deprimido,
estou me sentindo ansioso, me
sentindo deprimido.’ E se você for
bom em autocontrole emocional,
principalmente, equilíbrio
emocional, você conseguirá fazer
algo a respeito disso.
Com equilíbrio emocional, você
tende a ser estimulado com menos
frequência, a viver o sentimento
disruptivo negativo com menos
intensidade e a se recuperar mais
rápido.
07:35 Pergunta 2
“Você relatou como a inteligência
emocional pode afetar o trabalho e a
liderança. Como a inteligência emocional
09:27 pode afetar as relações familiares? E
quanto à escola e ao desempenho dos
alunos?”
Todas as questões abordadas sobre
inteligência emocional podem também ser
aplicadas na família e na escola.
É possível pensar na família como um
time, buscando uma forma de entender
como cada pessoa vê as coisas, como ter
empatia por eles e ver suas perspectivas.
Tudo isso gera cordialidade, proximidade.
A habilidade de gestão de conflito
também é uma boa base para resolver as
diferenças familiares.
Sobre relações escolares, Goleman afirma
que quanto melhor for a relação entre
professor e estudante, melhor será o
aprendizado.
16
Pergunta 4
“Quais são as principais diferenças na
inteligência emocional em diferentes
estágios de desenvolvimento?”
Toda interação entre pais e filhos modela
ou ensina um aspecto da inteligência
emocional, seja autoconsciência, como
lidar com suas emoções, sintonizar com
outras pessoas, como ter relacionamentos
saudáveis. Professores e colegas também se
tornam grandes referências na construção
da inteligência emocional, com o passar do
desenvolvimento.
O circuito emocional e social de uma criança
se desenvolve do nascimento até meados
dos 20 anos, e conforme diferentes partes
específicas entram em jogo, é possível
ver diferentes mudanças. Por exemplo,
dos 5 aos 7 anos, existe a chamada
“mudança dos cinco ao sete nos círculos
de desenvolvimento”, porque as crianças
possuem mais controle cognitivo. Outro
marco no cérebro e no desenvolvimento na
puberdade chamado “poda neural”, onde o
circuito que não é utilizado é perdido, mas
os circuitos utilizados, tornam-se cada vez
mais fortes na sua ligação.
No fim da adolescência e início dos 20 anos,
há uma diferença no controle cognitivo
entre meninos e meninas. Esse controle
cognitivo parece ficar mais forte mais cedo
no fim da adolescência nas meninas e jovens
mulheres, e meninos ou jovens homens
notoriamente, correm riscos que adultos
podem ver como riscos estúpidos, mas a
habilidade deles em avaliar riscos não é tão
boa quanto será mais tarde na vida, porque
a parte do cérebro para controle cognitivo
destes impulsos não é tão forte.
Goleman indica a organização CASEL, que
apresenta um mapeamento de diferentes
linhas de desenvolvimento – emocional,
social e cognitivo.
10:51
CURIOSIDADE
11:06
Collaborative for Academic,
Social, and Emotional Learning
(CASEL)
Organização dos EUA que promove
o desenvolvimento de competências
acadêmicas, sociais e emocionais para todos
os alunos. Tem como missão é ajudar a
tornar a aprendizagem social e emocional
baseada em evidências uma parte integrante
da educação desde a pré-escola até o
ensino médio. Por meio de pesquisa, prática
e política, a CASEL colabora para garantir
que todos os alunos se tornem membros
conhecedores, responsáveis e contribuintes da
sociedade.
Saiba mais no site casel.org.
12:32 Toda interação entre pais e filhos
modela ou ensina um aspecto
da inteligência emocional, seja
autoconsciência, como lidar
com suas emoções, sintonizar
com outras pessoas, como ter
relacionamentos saudáveis.
14:18 Toda emoção é um impulso para
agir. Então, controlar o impulso
é uma parte do que toda criança
precisa dominar conforme cresce.
17
 15:21
Aspectos da inteligência
emocional te ajudam a ser mais
criativo, te ajudam a ser mais
inovador.
Pergunta 6
“Como criar alfabetização emocional para
jovens e adultos? Como podemos ajudar
a desenvolver inteligência emocional em
um mundo “VUCA”? Você tem algum
estudo aplicando inteligência emocional em
educação, e você pode compartilhá-lo?”
O aprendizado socioemocional, em
essência, é ajudar alunos, como parte do
trabalho regular na escola, a desenvolver
competência emocional e social. Em um
mundo cada vez mais volátil, incerto,
complexo e ansioso, o conjunto de
habilidades de inteligência emocional, que o
professor chama de alfabetização emocional
para crianças, é muito importante.
O modelo de Goleman que tem como base
autoconsciência, autocontrole, empatia
e habilidade social é o modelo usado na
CASEL, mas adiciona algo importante, que é
a tomada de decisão.
No Brasil, existe um programa que usa
aprendizado socioemocional chamado
‘Programa Compasso’. São aulas semanais
que ajudam alunos a identificar e entender
emoções, controlar seus sentimentos e
impulsos, lidar com outras crianças, focar
melhor. Essas lições geralmente melhoram a
função pré-frontal, como controle cognitivo.
Crianças melhoram em regulação emocional,
controle de impulso, competência social e
suas notas aumentam.
Goleman conta que observou o aprendizado
socioemocional em ação nas escolas, e o
que chamou a atenção foram crianças de
sete anos que entram na sala e, todo dia,
formam um círculo, onde cada aluno diz
Pergunta 5
“Qual o papel da criatividade na inteligência
emocional e na regulação emocional?”
15:56 A adaptabilidade é uma competência
que reflete diretamente na agilidade,
criatividade ou adaptabilidade, ser capaz
de fazer coisas de formas diferentes.
Porém, outro aspecto a ser considerado
nessa relação é que aspectos da
inteligência emocional te ajudam a
ser mais criativo e inovador. Goleman
18:06 afirma que existem três estágios para
a criatividade. O primeiro, é juntar
informações; o segundo, um tanto
paradoxal, é deixar tudo para trás – a parte
do cérebro que irá surgir e combinar todos
os elementos novos e úteis em um insight
criativo está abaixo da parte do cérebro
que reúne informação, então as soluções
para problemas serão solucionadas
quando esta parte for acionada
(geralmente em momentos de descanso).
E quando tiver o insight criativo, é melhor
voltar para o modo ativo, para poder
executar: aí entra o terceiro estágio, onde
é preciso juntar pessoas, formar a equipe
que irá ajudá-lo a executar aquela ideia.
Então é preciso ter os três aspectos. É
necessário autoconsciência para saber
para ser capaz de reunir informação e
saber quando deixá-la de lado, é preciso
gestão de relacionamento para formar
equipe, executar, influenciar, fazer pessoas
concordarem com sua nova ideia.
18
como se sente naquele dia e porque – de
CURIOSIDADE
forma completamente voluntária. Isso 20:54
permite que as crianças sintonizem em
Programa Compasso
como e porque sentem, e em como as outras
se sentem, ensinando autoconsciência e
Socioemocional
empatia.

Outro recurso utilizado, que o professor

afirmou que gosta bastante, é um pôster
que se vê em várias aulas de aprendizado
socioemocional, que mostra um tipo
Programa de aprendizagem socioemocional
de semáforo. Sinal vermelho: se estiver
do Instituto Vila Educação. Criado para
chateado, pare, acalme-se e pense antes de
promover um ambiente de aprendizagem
agir. Sinal amarelo: pense em uma série de
bem-sucedido para as crianças, contribui
coisas que pode fazer antes de responder.
para o desenvolvimento integral dos alunos,
Sinal verde: escolha o melhor e tente agir.
ajudando na construção de habilidades
Finalizando o assunto, o professor cita essenciais, como: aprender a aprender,
mais dois aspectos importantes: ensinar às fortalecer o sentimento de empatia, aprender
crianças todo o espectro de inteligência a gerir as emoções e resolver os problemas de
emocional, não focando em apenas uma forma segura e responsável.
parte; um elemento de um programa bom
e eficaz de inteligência emocional é que as
lições são apropriadas ao desenvolvimento:
à medida que as crianças crescem em sua
sofisticação cognitiva, é possível ensinar as 26:11 O aprendizado socioemocional
mesmas lições de forma diferente. é algo que as crianças amam, e
os professores também gostam,
porque as crianças conseguem
lidar melhor com elas mesmas,
CURIOSIDADE conseguem prestar mais atenção na
29:25 aula.
Roger Weissberg

CURIOSIDADE
29:31
Tim Shriver

(1951 – 2021)

Foi um pesquisador e professor de Psicologia

e Educação na Universidade de Illinois. Foi o
diretor de conhecimento e vice-presidente
do Collaborative for Academic, Social, and
Emotional Learning (CASEL).
É um ativista norte-americano pelos direitos
das pessoas com deficiência, produtor de
filmes e ex-educador. Presidente da Special
Olympics desde 1996, cofundou e atualmente
preside a Collaborative for Academic, Social,
and Emotional Learning (CASEL).

19
 34:15
Pergunta 7
“Você costuma ser creditado por dizer
que inteligência emocional prevê melhor o
desempenho que a inteligência cognitiva
ou o QI. Poderia explicar melhor? E como
essa ideia se difundiu tanto, que inteligência
emocional importa mais que QI?”
40:00
O professor brinca que é o culpado por essa
ideia, porque o subtítulo de seu livro sobre
inteligência emocional de 1995 era: “Por
que pode ser mais importante que QI?”.
Para Goleman, a palavra-chave foi ‘pode’,
que significa ‘em alguns casos’, mas muitas
pessoas interpretaram como ‘sempre’, que
a inteligência emocional sempre é mais
importante que o QI - não é.
No modelo de competência para QI contra
inteligência emocional, com melhores
desempenhos como medida de resultados,
em vários conjuntos, o QI era o indicador de
destaque, e não a inteligência emocional,
em várias das habilidades medidas.
O professor traz algumas profissões como
exemplo: engenharia é uma vocação de
alto QI, é preciso ter uma boa capacidade
cognitiva para se tornar um engenheiro.
Mas se for liderar um time de engenheiros,
é aí que suas habilidades de inteligência
41:00
Respostas desta página em ordem crescente: alternativas 1 e 2.
emocional importam. Então existem áreas
em que acho que inteligência emocional
importa bem mais que seu QI.
Imaginem como seria a vida, se, ao
invés de perguntar aos nossos filhos
na volta da escola: ‘Como você foi
na prova?’, perguntar: ‘Quem foi
gentil com você hoje?’. É uma visão
38:23 totalmente diferente. Uma forma
completamente diferente de pensar
a experiência escolar.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
“Com a _____, você se torna
flexível para lidar com mudanças,
confortável com incerteza, consegue
lidar com múltiplas demandas, se
ajusta bem aos novos desafios.”
A frase se refere a habilidade de:
Adaptabilidade
Empatia
Influência
Positividade
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
Entre os estilos de liderança que
possuem impacto negativo no clima
emocional, qual está representa
um vestígio de quando empresas
costumavam ser negócios de
família?
Consenso
Coercitivo
Coach
Marcador de ritmo
20
 AULA 2 • PARTE 1

Atividade cerebral e alta performance 00:33

Pense naquele momento da sua vida

em que você estava no seu melhor, que
executava suas atividades da melhor
forma. Segundo Goleman, esse é o estado PALAVRAS-CHAVE
que os neurocientistas chamam de 01:48
harmonia neural do cérebro. Nesse estado,
os circuitos importantes para a tarefa Estado de flow: ou estado de fluxo,
é o estado mental em que a pessoa
em questão estão plenamente ativos,
está totalmente imersa na atividade,
enquanto as outras áreas estão mais muitas vezes não percebendo o
quietas, não provocando distrações. tempo passar. O idealizador desse
conceito foi o psicólogo Mihaly
No entanto, para a ciência cognitiva, Csikszentmihalyi.
qualquer habilidade cognitiva que você
conseguir utilizar de forma mais eficiente
pode ser vista como eficiência cognitiva
ideal.

Esse estado a que Goleman se refere é

semelhante ao flow, idealizado por Mihaly
Csikszentmihalyi. No entanto, por conta CURIOSIDADE
do estado de fluxo ser um tanto isolado, 04:12
ocorrendo apenas algumas vezes durante Mihaly Csikszentmihalyi
a vida, o professor se propõe a ir além.

A partir disso, trata de atividade cerebral

e performance. Aponta que, quando
estamos no nosso melhor estado diário,
contamos com o nível ideal de cortisol
(o suficiente, mas não em excesso).
Algumas características desse estado
de ótima performance são: não nos
(1934 - 2021)
distraímos, mantendo 100% de atenção
(autoconsciência, atenção aos outros Foi um psicólogo de origem croata. Ele criou
ou consciência organizacional); não o conceito psicológico de fluxo, um estado
duvidamos das nossas habilidades por mental altamente focado. Foi professor de
estarmos profundamente absorvidos Psicologia e Gestão da Claremont Graduate
no que estamos fazendo (sem University.
autoconsciência); possuímos agilidade e
flexibilidade para lidar com às demandas
e desafios; temos uma noção forte de
controle, de alcançar a demanda, a qual
varia de pessoa para pessoa; contamos
com uma sensação boa, de diversão.

Outra variável abordada pelo professor

09:46
é a de motivação intrínseca e extrínseca. Como você fará ao aprender,
Goleman explica que a motivação ou no trabalho, ou qualquer
intrínseca vem de dentro, e tem relação coisa, tem a ver com quão bem
com fazer determinada coisa porque você consegue estar totalmente
queremos e gostamos. Já a motivação concentrado no que está fazendo.

21
extrínseca ocorre quando fazemos algo
por um objetivo extremamente imposto.
Conforme o professor a motivação
intrínseca causa um maior engajamento,
fazendo com que as pessoas se sintam
mais competentes, tendo um senso de
satisfação e prazer ao fazer o trabalho.
10:11
A forma de aumentar seu
rendimento ou o rendimento
de alguém tem a ver com a
motivação e um senso de sentido.

Uma das melhores formas de motivação

intrínseca é quando o ser humano
encontra o senso de sentido ou propósito 11:38
naquilo que está fazendo. De acordo Prazos e avaliações tendem a
com Goleman - baseando-se em António acabar com o prazer do trabalho
Damásio - temos uma ‘voz interior’, a qual e do aprendizado.
serve como bússola para a nossa noção
de sentido. Conforme a neurociência, a
parte inferior do cérebro é a responsável
por uma sensação inata que serve como
‘direcionadora’ de certo ou errado.

Além disso, o professor aponta a

existência de uma ‘recompensa biológica’
CURIOSIDADE
13:18
conectada à ideia de propósito. Segundo
estudos da Universidade de Wisconsin, António Damásio
pessoas com um forte senso de propósito
estão mais satisfeitas com a vida, se
recuperam rápido de uma tristeza,
enxergam eventos negativos de uma
forma mais positiva, vivem mais e seus
corpos envelhecem mais devagar. Assim,
aponta que esses propósitos devem ser
buscados em pequenas ações do dia a
dia, as quais poderiam fazer do mundo um Neurologista português, reconhecido pelo
lugar melhor. extenso trabalho com o cérebro e as emoções
humanas. É autor do famoso livro “O Erro
O resultado dessas formas de motivação de Descartes”, publicado em 1994, em que
e engajamento, buscando algo que faça sustenta que as emoções são indispensáveis
sentido para você, pode ser a ida para o para a nossa vida racional, são elas que nos
topo em direção à performance ideal. fazem únicos, é o nosso comportamento
O professor ressalta ainda a necessidade emocional que nos diferencia uns dos outros.
de buscar o ‘bom trabalho’, alinhando o
que você é bom, suas habilidades, o que
você ama fazer, o que engaja você e o que
tem sentido (propósito). A partir disso
questiona: “quanto do seu dia envolve
o bom trabalho? O que você pode fazer
para aumentar essa porção? Dentro dos
próximos cinco anos, o que você pode
fazer para otimizar o que você faz?”. 13:58
Ter uma noção de propósito é
absolutamente crucial.

22
 CURIOSIDADE
Viktor Frankl
(1905 - 1997)
Foi um neuropsiquiatra austríaco e fundador
da terceira escola vienense de psicoterapia,
a Logoterapia e Análise Existencial. Ficou
mundialmente conhecido depois de
descrever a sua experiência dramática em
quatro campos de concentração nazistas,
em seu best-seller internacional: Em Busca
de Sentido. Viktor cria a primeira ciência
especializada em sentido da vida do mundo.
PALAVRAS-CHAVE
Eustress: É o considerado ‘estresse
do bem’. Ocorre quando reagimos
com motivação a uma dificuldade,
fazendo com que a tensão sentida
seja estimulante.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
De acordo com Goleman, uma das
formas mais efetivas de motivação
intrínseca é:
Quando se encontra senso de senti-
do ou propósito.
O autodesafio.
Resposta desta página: alternativa 1.
A busca por superar terceiros.
A motivação intrínseca não é efeti-
va.
14:05
15:04
O sentido e propósito que
encontramos no que fazemos é o
motivador definitivo.
17:14
A melhor forma de conseguir
performances ideais é usar suas
habilidades para algo que faça
sentido pra você.
20:14 Esgotamento e baixa performance
Ainda tratando da curva de performance
ideal, Goleman trata agora do
esgotamento e baixa performance.
Isso ocorre quando as pessoas estão
23:27 constantemente chateadas e perturbadas
emocionalmente.
Nesses momentos, biologicamente e
neorologicamente, o eixo HHA está
sendo ativado, provocando a secreção
de hormônios de estresse - cortisol e
adrenalina.
Quando isso ocorre em pequenos
episódios, não teremos maiores
problemas, uma vez que o corpo é
25:00
adaptado para lidar com a situação
através da ativação do sistema nervoso
simpático e parassimpático, que ajudam na
recuperação do cérebro. No entanto, para
isso, é necessário um bom equilíbrio.
Se isso ocorre constantemente, seu eixo
HHA está secretando muito cortisol,
provocando a chamada ‘doença da
civilização’, configurada por condições
inflamatórias (como diabetes, artrite,
doenças do coração, câncer, asma, entre
outras).
Esse professo é também afetado por
situações passadas na infância. Quando
enfrentamos situações de estresse
23

FUNDAMENTO II
Sequestro emocional
Conceito que descreve o processo
em que as impressões sensoriais são
enviadas diretamente à amígdala
(radar do cérebro para ameaças), antes
de serem plenamente processadas
pelo córtex pré-frontal (controla a
atenção, compreensão, tomada de
decisão, planejamento, resolução de
problemas, aprendizagem, etc.). Nesses
momentos, a eficiência cognitiva e
harmonia neural despencam. Algumas
ocorrências comuns são: a amígdala
nos fixa naquilo que acha que é uma
ameaça; a hierarquia das memórias fica
bagunçada; reagimos com o habitual
(coisas que fazemos automaticamente,
sem pensar); a amigdala provoca uma
‘visão turva’, podendo causar erros no
que vê; tomamos decisões rápidas e
impulsivas; reação a ameaças simbólicas,
não biológicas.
PALAVRAS-CHAVE
Processo primário: Na teoria
psicanalítica de Freud, o processo
primário está associado ao
inconsciente. Assim, dirige ações
imediatas e reflexas.
33:00
Inteligência emocional é a
Resposta desta página: alternativa 3.
interação suave entre seu
circuito emocional e seu
circuito pré-frontal.
periódicas, o corpo aprende a se recuperar,
23:57 proporcionando o que é chamado de
resiliência. Se as situações de estresse
foram constantes, os seres humanos
desenvolvem um eixo HHA hiperativo,
levando às doenças mencionadas
anteriormente.
O professor Goleman aponta que existem
diferentes tipos de estresse. Um deles
é o eustress, o qual nos deixa focado
e engajado no desafio e em alcançar o
objetivo. Se você estiver nele, alcançará
um bom desempenho.
Por outro lado, o estresse negativo -
quando temos estressores, como chefes
ruins, afazeres demais e pouco tempo, etc.
- pode afetar a memória, deixar-nos mais
distraídos, cansados, deprimidos, ansiosos
e, no pior dos casos, causa o chamado
‘sequestro emocional’.
Nesses últimos casos, é necessário ter
momentos de renovação, como brincar
com crianças ou animal de estimação,
caminhar na natureza, meditação ou
estar com a pessoa amada. Além disso,
a inteligência emocional também
compre um papel muito importante na
32:21 recuperação.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
O conceito que descreve o processo
onde as impressões sensoriais são
enviadas diretamente à amígdala,
antes de serem plenamente
processadas pelo córtex pré-frontal
é:
Estresse.
33:02
Eustress.
Sequestro emocional.
Recompensa biológica.
24

Cérebro e atenção
Outro trabalho do córtex pré-frontal é
o gerenciamento de algo que está em
constante disputa nos dias atuais: a
atenção.
Segundo Goleman, atualmente, uma
pessoa recebe, em média, cinco vezes
mais informações do que há 20 ou 25
anos. E, conforme um ditado da ciência
cognitiva: “O que informação consome é
atenção. A fartura de informação significa
a pobreza de atenção”.
Para tratar do tema, o professor aborda
o número mágico da ciência cognitiva:
sete + ou - dois. Ele corresponderia
aos ‘pedaços’ de informações que o
ser humano pode carregar no que
é chamado de memória funcional
temporal. Mais do que isso provocaria um
sobrecarregamento.
Por conta da grande quantidade de
informações que lidamos diariamente,
dados apontam que estamos
constantemente sobrecarregados.
Um dos grandes colaboradores para
esse cenário são os smartphones, que
são considerados por Goleman o nosso
melhor amigo e o pior inimigo. Ele pode
ajudar em muitas coisas, mas é repleto
de distrações. Dessa forma, a tecnologia
está subvertendo, aos poucos, os
padrões de atenção. Esse processo acaba
transformando a vida em vários aspectos
em que foco é essencial.
No entanto, por conta de um fenômeno
chamado neuroplasticidade - que diz que
quanto mais um circuito neural é utilizado,
mais forte ele se torna - o cérebro pode
ser treinado. Segundo Daniel, esse
treinamento segue os seguintes passos:
prestar atenção, sua mente vagueia, você
percebe isso e traz de volta para o ponto
de foco. Toda vez que você traz a atenção
de volta, você fortalece os circuitos de
atenção e concentração.
AULA 2 • PARTE 2
00:24
03:10
Quanto mais focados estamos,
mais aptos estamos para fazer
qualquer coisa.
03:51
O cérebro é uma
academia mental.
07:22 Exercícios para o controle cognitivo
Além dos exercícios para retorno ao
foco, o professor traz algumas outras
formas de controle cognitivo. Entre elas,
o professor aponta os benefícios da
meditação. Segundo Goleman, ela ajuda
a entrar no estado ideal, porque melhora
a concentração enquanto mantém calmo.
Daniel explica que são dois circuitos
sobrepostos no cérebro que controlam a
concentração e a calma. Assim, quanto
mais você os fortalece, melhor.
Além disso, outra forma de melhorar
esse domínio é nomear os sentimentos,
uma vez que assim se reduz a ativação
dos centros emocionais através da
transferência para o córtex pré-frontal.
Retoma ainda o controle da respiração,
que consiste em respirar fundo, segurar
a respiração enquanto for confortável e
expirar devagar. Segundo o professor,
essa é uma forma de retomar o controle
cognitivo imediatamente quando você está
o perdendo.
25
Além disso, pesquisas de Stanford
mostram que se for feito o exercício de
respiração e atenção plena dez minutos
por dia, a volta ao foco para pessoas
multitarefas seria facilitada.
LEITURAS INDICADAS
09:31
Livro: Permissão para sentir
13:26
“Por meio da combinação de pesquisas
científicas e relatos pessoais, Marc Brackett
mostra como aplicar o método para que você
se permita sentir sem se tornar prisioneiro
das suas emoções.
CURIOSIDADE
19:42
Martin Buber
(1878 - 1965)
Filósofo, escritor e pedagogo austríaco
naturalizado isralense. Entre suas obras estão
“Eu e Tu” (1923), “Entre homem e homem”
(1947) e “O Eclipse de Deus” (1952).
Trata também da importância do diálogo
interior. Segundo Goleman, podemos
escolher enxergar as situações de uma
forma positiva, ajudando a obter o
controle cognitivo.
Outra abordagem é o que o professor
chama de momento de atenção plena
- luz vermelha. Viktor Frankl define
maturidade como a expansão do espaço
entre estímulo e resposta. De acordo com
Goleman, uma forma de aumentar esse
espaço é por meio da atenção plena, de
escolher parar e pensar antes de agir.
Cérebro social
Uma descoberta recente foi a do ‘cérebro
social’. Esses circuitos foram projetados
para focar na pessoa à nossa frente,
criando uma conexão instantânea,
inconsciente e automática entre os
cérebros.
Esses circuitos foram chamados de
‘neurônios espelho’, e nos dão a sensação
de noção do que está acontecendo com a
outra pessoa.
O professor aponta que existem três
ingredientes para ocorrer a conexão: a
total atenção mútua, sincronia não-verbal
e estar no estado ideal.
Essa conexão acaba afetando também
no ambiente de trabalho e escola ou
universidade. Quando o líder ou professor
está de mau humor, a tendência é que
o restante das pessoas também fique,
fazendo com que a performance caia. o
contrário também é verdadeiro.
Ainda tratando de conexão, o professor
cita o filósofo Martin Buber, que tratava
das conexões “eu-você” e “eu-isso”. Na
primeira, somos empáticos, conectados e
temos afinidade. O que fazemos depende
de como a pessoa recebe, sente ou reage
ao que você fez ou disse. Já na segunda,
não nos importamos, tratando a outra
pessoa como uma máquina/robô.
Quando temos o primeiro tipo de conexão
26
CURIOSIDADE
Daniel Batson
Psicólogo social norte-americano, doutor
em teologia e psicologia. É conhecido por
suas contribuições nos campos da psicologia
social do altruísmo, preocupação empática e
psicologia da religião.
Conexão e poder
Segundo Goleman, uma questão muito
importante sobre a conexão tem ligação
com status social e poder. Sempre que
uma pessoa com status social alto e muito
poder interage com outra com baixo
status social e pouco poder, a tendência
é que a primeira citada interrompa a
segunda múltiplas vezes, não faça contato
visual, demonstre impaciência de forma
não verbal e demais sinais de falta de
empatia. Enquanto isso, a pessoa com
menos poder e status presta atenção
aguda.
Por conta dessa disparidade, a pessoa com
menos poder se sente desvalorizada e que
não pertence, o que é muito doloroso. Da
mesma forma se sentem as pessoas que
fazem parte das minorias sociais.
Dessa forma, se você é autoconsciente,
pode se perguntar: “eu interrompo as
pessoas?”, “eu faço contato visual com
os outros?” ou “eu consigo relaxar e estar
presente no momento com outra pessoa?”.
Caso julgue que não está se saindo bem,
faça uma mudança intencional.
A sensação de “se sentir pertencente” tem
múltiplos efeitos. Em pesquisa feita na
Google, por exemplo, descobriu-se que as
melhores equipes possuíam uma qualidade
em comum: bem-estar e segurança
psicológica.
em uma relação pai/mãe x filho, criamos
23:24 uma base segura, na qual a pessoa se
sente cuidada, reconhecida e apoiada,
causando um grande impacto no seu
desenvolvimento emocional.
A tecnologia, no entanto, é um grande
problema para o cérebro social. Isso
ocorre porque a conexão muitas vezes
não pode ser estabelecida da mesma
forma através da tela de celulares, uma
vez que o contato visual, por exemplo,
não é o mesmo - embora contemos com
as expressões faciais e sinais não-verbais.
No caso dos telefonemas, perdemos o
visual, mas ainda temos o tom de voz.
No entanto, conforme Goleman, a pior
situação é quando utilizamos apenas as
mensagens de texto. Por conta da falta do
que o professor chama de ‘sinais sociais’,
27:01
muitas falhas de comunicação podem
ocorrer.
Ainda tratando sobre conexão, Goleman
traz um estudo feito em um seminário.
Nele, foi dito aos participantes que dariam
um sermão e seriam avaliados por isso.
Para metade disponibilizaram “A Parábola
do Bom Samaritano”, enquanto para o
restante deram passagens aleatórias da
bíblia. Enquanto se dirigiam um a um para
o prédio onde seriam avaliados, passavam
por um homem curvado, gemendo de dor.
A partir disso, o professor constata que
quanto mais as pessoas pensam que estão
atrasadas menos percebem os outros.
Explica, assim, que existe um espectro
que vai da autoabsorção total, de um lado,
para a compaixão, de outro, passando
por uma série de estágios intermediários.
Segundo o professor, para fazer algo,
o primeiro passo é parar para prestar
atenção, o segundo é relacionado à
empatia, o terceiro é pensar se existe algo
que podemos fazer para ajudar e o quarto
é entrar em ação de fato. Esse ciclo de
cuidado tornará mais provável que você
ajude.
27
 AULA 2 • PARTE 3
00:25
Equipes
Equipes são a ponte entre a performance
individual, o desempenho ideal e o de
organizações inteiras. Um dos pontos
mais importantes, dessa forma, é construir
equipes emocionalmente inteligentes.
Segundo Goleman, existem pesquisas que
afirmam que ter funcionários e chefes com
alta inteligência emocional acaba gerando
maior satisfação e gosto pelo trabalho;
mais positividade; mais comprometimento
com a empresa; melhor humor; mais
engajamento; desempenho elevado;
melhor saúde física e mental; melhor
‘cidadania organizacional’ (auxiliar os
colegas de trabalho, mesmo que não seja
obrigação).
03:14
O resultado dessas características é uma
rotatividade menor, algo que deveria
ser muito almejado pelas empresas,
uma vez que reduz custos de contrato e
treinamento.
No final das contas, com todas essas
características, a tendência é que
08:09
ocorra uma melhora no desempenho
dos negócios. Dados apontam que em
empresas emocionalmente inteligentes
existe maior satisfação do público e
clientes, melhor produtividade e lucros
mais altos.
A partir disso, Goleman apresenta dados
de suas pesquisas trazendo evidências
sobre benefícios da inteligência emocional
nas empresas.
Dicas para feedbacks
Daniel Goleman traz algumas dicas para
quem precisa dar feedbacks. Entre elas,
aponta que é aconselhável que se articule
um propósito, um senso que reverbere
naquela pessoa.
01:15
Uma das possibilidades - utilizada pelos
líderes visionários - é articular uma meta
em comum e, a partir disso, apontar o
que é feito que não ajuda na busca pelos
objetivos e o que pode ser alterado.
No caso de mentorias, o feedback pode
ser dado considerando o objetivo de vida
daquela pessoa e o que é sucesso para ela.
Com isso, o professor aponta que é
possível dar feedbacks ajudando as
pessoas ao invés de machucá-las.
Inteligência emocional é a base
que compõe uma empresa
emocionalmente inteligente.
Como construir organizações
emocionalmente inteligentes?
Existem algumas formas de se construir
empresas emocionalmente inteligentes.
Uma delas é contratar pessoas com essa
característica. No entanto, o professor
aponta que não considera muito eficaz,
já que todos que buscam por empregos
se esforçam para serem bem-vistas, e os
assessments que medem isso nessa etapa
normalmente são feitos por autoavaliação.
A outra forma, mais indicada pelo professor,
é desenvolver a inteligência emocional
dentro das empresas. Isso pode ser feito por
meio da recomendação de treinamentos,
além de outras ferramentas, como os
28
 CURIOSIDADE
Richard E. Boyatzis
Teórico organizacional e professor de
Comportamento Organizacional, Psicologia e
Ciências Cognitivas da Case Western Reserve
University. É considerado um especialista nas
áreas de inteligência emocional, mudança de
comportamento e competência. Algumas de
suas obras são “The Competent Manager”
(1982), “Becoming a Resonant Leader” (2008)
e “Helping People Change” (2019).
Desenvolvimento da
inteligência emocional
Segundo Goleman, existem alguns passos
cruciais para o desenvolvimento da
inteligência emocional.
O primeiro deles é a reflexão. Nela,
devemos nos perguntar: “Eu me importo?
Isso realmente importa?” Caso a resposta
seja não, pode parar por aí. É muito
importante que seja positiva, já que esse
desenvolvimento requer esforço e tempo.
O segundo passo é uma análise de suas
forças, limites e inteligência emocional. Para
isso, o professor recomenda o Emotional and
Social Competence Inventory.
O terceiro passo é conectar o perfil obtido
no passo dois ao objetivo pessoal, com o
Resposta desta página: alternativa 2.
qual você deseja trabalhar.
O quarto passo é desenvolver um
planejamento de aprendizado, isto é, algo
específico que você possa fazer e que vai
ajudá-lo a ser melhor no que você quer
desenvolver.
Por último, o professor enfatiza que, nesse
processo, um hábito deve ser substituído por
feedbacks e avaliações 360º.
10:26
O professor traz alguns exemplos de
construção desses espaços através
de empresas que acompanha em suas
pesquisas.
11:13
Quanto maior a diferença em
como você se vê e como outros
te veem, é mais improvável que
você desenvolva competência e
inteligência emocional.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
12:00
Na construção de organizações
emocionalmente inteligentes, o
professo ideal, conforme Goleman,
é:
Contratação de pessoas com esse
perfil.
12:35 Desenvolvimento interno através de
treinamentos.
Essa construção é impossível, já que
IE não se ensina.
Nenhuma das alternativas.
CURIOSIDADE
16:27
Paul Ekman
Psicólogo norte-americano pioneiro no estudo
das emoções e expressões faciais. Ekman
foi considerado um dos 100 mais notáveis
psicólogos do século XX. Algumas de suas
obras são “Unmasking the face “ (1975),
“Telling Lies “ (1985) e “Emotions revealed”
(2003),
29
outro, o que não é um processo fácil, e que
pode ser desconfortável e estranho. No
entanto, devemos insistir intencionalmente
até atingir o marco neural, transformando um
novo comportamento em hábito.
19:40
Um dos pontos principais sobre
ser emocionalmente inteligente é,
em qualquer interação, deixar a
pessoa com quem você interage
se sentindo um pouco melhor.

AULA 2 • PARTE 4

Pergunta 01 00:25

“Quais são as semelhanças e diferenças

entre os modelos de inteligência emocional
de Salovey e Mayer?”

O professor aponta que o modelo de 03:30

O cérebro é maleável
Salovey e Mayer era muito forte em por toda a vida.
autoconsciência e davam muita ênfase
em nomear as emoções e usá-las de
forma habilidosa. Para eles, a inteligência
emocional tinha relação direta com o
estado emocional adequado para o seu
trabalho. Salovey e Mayer se baseavam em
um tipo de modelo de habilidade ou de
qualidade, não enxergando as emoções
como algo mutável - ou difícil de mudar,
tal qual o QI.
03:39 Pergunta 02
Para o professor Goleman, baseando-se
em David McClelland, essas características
“Você tem conhecimento do trabalho
são algo que podem ser melhoradas.
recente sobre SEL, Aprendizado
Além disso, pensa em como isso poderia
Socioemocional, que se integra com os
ser aplicado ao contexto organizacional.
modelos dos cinco grandes fatores de
Assim, foi levado à construção do modelo
personalidade?”
de competências, que estão diretamente
ligadas a partes específicas do cérebro, O professor responde que não tem
relacionando-as com os desempenhos nas conhecimento sobre essa pesquisa e
organizações. agradece pela indicação.

Goleman aponta também que os dois

modelos tem formas diferentes de
observar a mesma realidade, sendo a sua
mais pragmática.

30
Pergunta 03 04:09

“Quais as diferenças entre o modelo de

inteligência emocional e esses modelos
mais abrangentes de habilidades
socioemocionais, derivados de teoria sobre
personalidade?”

O professor aponta que são lentes bem

diferentes da mesma natureza humana,
ambas olhando para o mesmo cérebro. CURIOSIDADE
As duas apontam que ele define as 05:06
oportunidades, habilidades e limitações. Jerome Kagan
No entanto, enquanto o modelo de
inteligência emocional assume a
maleabilidade a partir das experiências
(nutrir), as teorias da personalidade não.

(1929 - 2021)

Psicólogo norte-americano conhecido

Pergunta 04
“Quais as melhores práticas para medir
inteligência emocional? É possível medir
inteligência emocional com autoavaliações?
Quais os limites dessas medidas?”
por ser um dos pioneiros da psicologia do
09:16
desenvolvimento. Foi docente na Universidade
de Harvard e na New England Complex
Systems Institute.

Segundo Goleman, a autoavaliação pode

ser positiva se as pessoas souberes
o que estão procurando. No entanto,
esse método permite que as pessoas
respondam pensando naquilo que seria
bem-visto.
10:49 Pergunta 05
Porém, o professor indica a autoavaliação
somada à avaliação 360º, onde as pessoas
“No seu livro de 1995, você se refere a
ao redor avaliam. Segundo ele, assim é
Joseph LeDoux e sua neurociência, seu
possível ter uma visão mais sólida sobre o
trabalho sobre a amígdala. Há atualizações
conjunto de habilidades.
sobre inteligência emocional no campo da
neurociência?”

O professor responde que baseou boa

parte da sua teoria no sequestro da
amígdala e no trabalho de Joseph LeDoux.

Sobre atualizações, o professor aponta

que existe uma da qual foi o revisor. Ela
é ligada à neurociência afetiva. Além
disso, conta sobre uma alteração na
compreensão dos traumas e sua ligação
com a amígdala.

31
CURIOSIDADE
11:03
Joseph LeDoux

12:33 Pergunta 06

“Por que é tão importante trazer

Neurocientista norte-americano. Suas inteligência emocional para empresas? E
pesquisas se concentram principalmente por que isso virou moda hoje em dia?”
nos circuitos de sobrevivência, abrangendo
O professor responde que pesquisas estão
seus impactos em emoções - como medo e
comprovando que os melhores líderes
ansiedade.
têm alta inteligência emocional, bem
como as melhores equipes, o que acaba
resultando em uma melhor performance
nos negócios. Assim, como as empresas
estão sempre procurando vantagens, a IE é
Os melhores líderes têm uma 12:51 uma das possíveis fontes fonte.
alta inteligência emocional,
as melhores equipes têm
alta inteligência emocional,
e isso leva às melhores
performances nos negócios.

13:09 Pergunta 07

“O que torna um líder emocionalmente

inteligente?”

Pergunta 08 14:56 Segundo Goleman, podemos responder

isso por nós mesmos: o chefe que
“Como você pode lembrar um líder a ser adoramos é o que tem inteligência
humano? Como conciliar as expectativas emocional. Algumas das características
da empresa com ser emocionalmente são: autoconsciência, saber agir,
inteligente?” adaptação, persistência, empatia, lidar
bem com relacionamentos, saber guia,
O professor aponta que essa pergunta
inspirar e influenciar, lidar bem com
questiona mesmo sobre a distância
conflitos, entre outras.
comum existente em algumas empresas,
que visam o sucesso em termos de
métrica, mas ignoram o custo humano
para alcançar isso. Daniel afirma que isso
até pode funcionar por um tempo, mas
que a tendência é que as pessoas queiram
se demitir, esvaziando o capital humano.

No entanto, em organizações emocionais,

são adquiridos bons resultados por meio
da inteligência emocional.

32

Pergunta 09
“Há dados sobre o impacto de líderes
emocionalmente inteligentes sobre suas
equipes?”
Goleman aponta que os estudos de
Vanessa Druskat, citada em aula, contam
com uma série de dados sobre o impacto
de líderes emocionalmente inteligentes
sobre suas equipes. Eles apontam que
quanto mais emocionalmente inteligente é
o líder, melhor a equipe se sai.
CURIOSIDADE
Clyde Kluckhohn
(1905 - 1960)
Antropólogo norte-americano e teórico
social. Ficou conhecido por seu trabalho
etnográfico de longo prazo entre os navajos,
bem como por suas contribuições para o
desenvolvimento da teoria da cultura na
antropologia norte-americana.
LEITURAS INDICADAS
15:45
Leadership Run Amok: The Destructive
Potential of Overachievers
Artigo de Scott Spreier, Mary H. Fontaine,
e Ruth Malloy. Nele, os autores tratam da
16:38 relação entre foco demasiado na realização
(tarefas e objetivos) e seu efeito prejudicial
ao desempenho, Acesse clicando aqui.
17:02 Pergunta 10
“Há diferentes escolas de pensamento
sobre emoções. Qual delas lhe serve
melhor? Emoções são determinadas pela
evolução ou pela cultura?”
Tratando das abordagens de Ekman
(evolução) e Barrett (cultura), o
professor aponta que gosta de ambas.
19:13 Em confluência com sua afirmação, traz
o antropólogo Clyde Kluckhohn, que
afirmava que, em alguns aspectos, todos
os seres humanos são iguais; em outros,
eles são semelhantes a alguns; e, nos
demais aspectos, eles são diferentes de
todos.
20:32 Pergunta 11
“A pandemia desafiou a nossa inteligência
emocional? Que recursos emocionais nós
precisamos para superar isso?”
Goleman afirma que existem duas
principais causas para a ansiedade: uma
é a própria COVID-19 e a outra é o clima.
Assim, aponta que é necessário fazer a
gestão emocional, mais do que qualquer
outra coisa.
33
Pergunta 12
“Você poderia explicar o modelo ESCI de
inteligência emocional e cada uma dessas
quatro áreas de inteligência emocional:
autoconsciência, consciência social,
autocontrole e gestão relacional?”
O professor aponta que fez isso na
primeira aula.
Pergunta 14
“Quais são as ameaças atuais para
o mundo devido à COVID-19, à crise
migratória e à crise ecológica? O que isso
nos diz sobre humanidade como um todo,
em termos evolutivos e de inteligência
emocional?”
O professor cita alguns outros problemas
preocupantes que enxerga, os quais não
foram citados na pergunta - como o futuro
da inteligência artificial e os empregos,
o aquecimento global, entre outros. A
partir disso, conta acreditar que o estresse
será uma constante no futuro. Uma das
possíveis ferramentas para ajudar as
pessoas a aumentarem suas habilidades
e lidar melhor com essas situações é o
Social and Emotional Learning (SEL).
CURIOSIDADE
Richard Davidson
É um neurocientista da Universidade de
Winsconsin. Formado em Psicologia, é doutor
em Psicopatologia e Psicofisiologia pela
Universidade de Harvard. É autor de diversos
livros sobre a mente humana.
21:04
21:20 Pergunta 13
“Liderança ressonante, poderia falar sobre
isso?”
Conforme Goleman, é o tipo de liderança
visionária, em que você articula algo
pelo que nutre sentimentos profundos,
fazendo-o de um jeito que reverbera nos
21:40
outros sujeitos.
25:59 Pergunta 15
“Qual a relação entre meditação e
inteligência emocional? Você poderia
comentar sobre alguns estudos?”
A meditação apresenta uma série de
benefícios. Para iniciantes, por exemplo,
alguns ganhos são: redução da ansiedade;
melhora da memória; aumento da
habilidade de aprendizado; recuperação
mais rápida de estresses; melhora do
sono; melhora na concentração. É possível
apresentar esses benefícios desde o
princípio, mas a tendência é que se
aprimore ao longo do tempo.
26:10 Se for feita a meditação do ciclo de
cuidado, é mais provável que se importe
e ajude mais as outras pessoas; seja mais
generoso; aumente a empatia.
Para pessoas que fazem muita meditação,
foi descoberto que ocorre um aumento na
atividade do córtex pré-frontal; controle
de impulso; menos cortisol; concentração
melhor; mais eficiência cerebral, de forma
geral; maior bem-estar; menos estresse;
recuperação mais rápida do estresse;
menos reatividade na amígdala; queda no
nível de genes inflamatórios; reação à dor;
ativação gama.
34
 CURIOSIDADE
29:34
Matthieu Ricard
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
30:00
O tipo de liderança na qual se
articula algo pelo que se nutre
sentimentos profundos, fazendo de
uma forma que reverbere nos outros
sujeitos é:

Liderança inteligente.
Monge budista que reside no Monastério
Liderança ressonante. Shechen Tennyi Dargyeling, no Nepal. É filho
filósofo francês Jean-François Revel.
Liderança emocional.

Nenhuma das alternativas.

AULA 3 • PARTE 1

Introdução 01:08

O professor da Universidade São Francisco

Ricardo Primi inicia a aula se apresentando.
Psicólogo, pesquisador do EduLab21, do
Instituto Ayrton Senna e membro de grupos
de estudo coordenados pela OCDE. Trabalha
atualmente com ciência de dados e avaliação 05:00 Inteligência
de habilidades socioemocionais. O professor
tem uma sólida referência nos estudos O professor inicia com o questionamento
sobre inteligêcia emocional. Desse modo, ao sobre o significado da inteligência. Os testes
longo da aula serão abordados temas como de inteligência tornaram-e mais sofisticados
inteligência, aprendizagem, bases neurais do que antigamente, assim como as antigas
da emoção, modelo habilidade, modelo teorias sobre o tema são compreendidas
misto, aprendizagem socioemocional, por meio de um processo culumativo e
integrativo.
Resposta desta página: alternativa 2.

personalidade e como medir habilidades

socioemocionais. Desse modo, a inteligência é uma
característica importante, e deve ser
interpretada a partir de uma visão integrada
das habilidades socioemocionais e dos
fatores que levam ao desenvolvimento
intelectual.

35
 A teoria psicométrica tradicionalmente
Esta afirmação de que 07:42 entendeu a inteligência por meio de uma
inteligência não é importante, análise fatorial, identificando subgrupos de
ela não é inteiramente correta, habilidades. Foram feitos diversos testes, a
nunca foi. Inteligência é fim de perceber desempenhos e relações
uma das características que possíveis entre os pares. A partir desses
mais prediz desempenho e testes empíricos de classificação, obtiveram-
realização. se diversos grupos de identificação, tendo
sido proposto um modelo integrativo dos
diferentes modelos: a teoria CHC.

Em seguida, o professor apresenta a

inteligência como a capacidade de se
LEITURAS INDICADAS adaptar e de resolver situações, em suas
17:11 mais diversas perspectivas: conhecimentos
Livro: Human Cognitive Abilities gerais, linguagem e letramento matemático.
Também vinculam-se à inteligência a
memória de longo prazo, o estoque
de conhecimento em sua amplitude e
profundidade - a inteligência cristalizada.

A inteligência também pode ser vista

como processo cognitivo. Ela envolve a
capacidade de raciocínio, memória de
trabalho, armazenamento e recuperação
na memória de longo prazo e, por último,
fluência ou habilidade na recuperação
mnêmica por associação (conexão entre
redes neurais, criatividade e conexao entre
Publicado pela Cambridge University conhecimentos). Também há fatores ligados
Press em 1993, este livro de John B. Carroll
à eficiência de processamento, como a
sintetiza mais de setenta anos de estudos
de análise fatorial em relação às habilidades velocidade de recuperação de memórias.
socioemocionais, prestando atenção a fatores
como memória, percepção e criatividade.
Sendo um estudo fatorial de fôlego, o livro
apresentou um modelo integrado, sendo um
dos grandes marcos da psicologia nas teorias
da psicometria.

18:13
Inteligência, de maneira geral,
é a nossa capacidade de se
adaptar a situações, resolver
problemas.

O conhecimento especializado 22:28

se desenvolve em função
daquilo que a pessoa estuda,
e aquilo que a pessoa estuda
está associado aos seus
interesses.

36
 Aprendizagem 32:17

A fim de entender o que é aprendizagem,

o professor apresenta a chamada Teoria
do Investimento, de Raymond Cattel.
Cattel entendeu que as pessoas adquirem
conhecimento a partir do investimento em
33:09
certas aprendizagem, ou seja: a inteligência Nós investimos nossas
também é aprendida como processo energias, nossa capacidade
psicossocial. Nesse processo, há um mental e de processamento em
investimento tanto pessoal quanto social, experiências de aprendizagem
entendendo as diferentes formas de acesso, ao longo do tempo - na
oportunidade e permanência nos espaços escola o informalmente. Desse
educacionais. investimento, nós construímos
nossa inteligência como
Trazendo o modelo de J. B. Carroll, Primi conhecimento.
entende que a aprendizagem efetiva
depende da quantidade de tempo de
engajamento dividida pela quantidade
de tempo necessária para o aprendizado.
A aprendizagem, assim, depende das
oportunidades sociais de valorização cultural 34:44
A inteligência não é só o
da educação no cotidiano.
reflexo de capacidades
individuais, que, em parte, são
determinadas geneticamente,
e, em parte, são influenciados
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO pelo ambiente; mas também
36:00 é bastante dependente de
Assinale a alternativa correta aspectos socioemocionais e
conforme o visto em aula: investimentos sociais.

A inteligência depende apenas de

processos individuais, na medida
em que ela é feita apenas de incen-
tivos da pessoa em relação a ela
mesma.

A inteligência é baseada em parte

no engajamento pessoal, e em par-
te nos incentivos sociais em relação
à educação, pois a educação é um
processo não apenas cognitivo, mas
sobretudo psicossocial.

A psicometria surgiu no século XXI,

Resposta desta página: alternativa 2.

em escolas psicológicas indianas.

A inteligência não envolve a capaci-

dade cognitiva de assosiação e ra-
ciocínio em relação à memória, pois
refere-se apenas à linguagem mate-
mática.

37
 AULA 3 • PARTE 2

Inteligência emocional 00:27

O professor relembra o livro citado por

Goleman na primeira aula desta disciplina
(Inteligência Social), um trabalho de revisão
sobre livros de psicologia e neurociência,
que serviu de base para a conceitualização
de inteligência emocional. 05:07
As emoções são parte
A inteligência emocional pode ser entendida integrante do funcionamento
como capacidade cognitiva, processamento cognitivo, e elas de fato têm
da informação recebida pelo meio externo. esse poder de influenciar a
Ressaltando a importância das emoções, cognição.
Primi as destaca como organizadoras
do processo cognitivo, influenciando a
cognição. Logo, elas são produtoras do
próprio conteúdo do pensamento, sendo
05:38
fundamentais para o funcionamento do As emoções têm uma influência
psiquismo e da nossa cognição. Tal influência muito poderosa sobre o
ocorre pelo fato de as emoções geralmente funcionamento cognitivo de
fazerem parte de um funcionamento cerebral maneira geral.
que está a todo momento conectado com o
mundo externo. As emoções são respostas
a contextos externos, sejam elas reações
positivas ou negativas do organismo.
07:01
As emoções são esses
Primi destaca os estudos a respeito
fenômenos psicofisiológicos
do medo, feitos por Joseph LeDoux.
que acontecem em reação
LeDoux entende que há duas áreas de
a determinadas coisas que
armazenamento sensorial, em constante
aparecem no ambiente. Elas
diálogo com a memória de trabalho, onde
são maneiras eficientes de
processamos informações novas a fim de nos
adaptação às exigências
adaptarmos ao ambiente. Nesse caminho
dinâmicas do ambiente.
cerebral, a amídala seria quem processaria
a reação no organismo, sendo fundamental
ao funcionamento sensorial e à memória
de trabalho. O processo envolve tanto a
consciência quanto o inconsciente, o que
pode ocasionar sequestros emocionais.
20:58
A inteligência emocional, logo, traria uma
Na vida, a gente muitas veze
maior complexidade a uma emocionalidade
sente primeiro, e depois pensa.
Isso é algo muito importante
vista como primitiva. Ela propõe um maior
para a gente pensar.
diálogo adaptativo em relação às emoções.

38
Como pontos centrais da inteligência
emocional, ressalta-se a capacidade de
perceber as emoções e, respectivamente,
nomeá-las. Também é necessário validar a
autenticidade da expressão emocional. Primi
relembra o nome de Paul Ekman, citado
por Goleman durante a disciplina, a fim
de ilustrar o entendimento das expressões
emocionais.
21:10
Parte da inteligência
emocional é justamente esse
funcionamento integrado entre
o raciocínio, nossa capacidade
de processar informação, e as
emoções.

Outro ponto central é a capacidade de

utilizar as emoções a favor do sujeito, na
medida e no grau em que nos é permitido 31:58
O conhecimento emocional
controlá-las, entendendo que o ser humano
é justamente conhecer esses
também é constituído da falta de controle
conceitos, essas emoções,
sobre si. Também ressalta-se o conhecimento
saber identificá-las, saber
emocional, ou seja, saber identificar as
nomeá-las, saber diferenciá-las
emoções e seus fluxos individuais interiores.
em você e nos outros.
Na medida em que cada emoção tem uma
funcionalidade, ter uma noção sobre suas
reações em nós também é ajudar a dá-las
um caminho, reintegrá-las em seus possíveis
desvios.
36:36
O estímulo que dispara a
As emoções, dessa forma, são reações,
tristeza é a perda de um objeto
possivelmente simbólicas, servindo para
valorizado.
uma modulação da consciência de forma
intrinsecamente relacionada aos afetos
e fatores externos, que produzem em
nós certa carga. Essa carga, por vezes
perturbadora ou estressora, pode em
39:16
certa medida ser controlada, conforme As emoções são reações sobre
interpretado pela inteligência emocional. a sua relação com o ambiente,
A inteligência emocional, assim, envolve e elas estão mostrando
o monitoramento das avaliações, desde coisas que são importantes
sua provocação inicial quanto seus e fundamentais para a sua
desdobramentos indiretos posteriores. Como sobrevivência. Elas estão no
retornar ao estado anterior? Como manter a cérebro mostrando para a
calma e o discernimento de uma consciência gente o que é importante.
inicialmente abalada pelo medo, pelo pânico,
pela angústia?

Reinterpretar a situação, processo comum

à psicoterapia, é ir ao encontro de um
maior conhecimento nominativo sobre a 42:07
singularidade de cada emoção. Por fim, Primi
O que é a regulação
destaca os dois principais instrumentos de
emocional? Regulação
avaliação da inteligência emocional: testes
emocional é justamente saber
de autorrelato e testes de desempenho.
o que provoca as emoções,
justamente para a gente
conseguir regulá-las.

39
 As emoções, justamente, são 50:53
essas reações automáticas
do nosso cérebro que estão
mostrando para a gente
coisas importantes que estão
acontecendo, e que são EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
importantes para a nossa vida. 52:00
Assinale a alternativa incorreta
conforme aquilo apontado em aula:

A inteligência emocional baseia-se

num maior controle das emoções,
que nos afetam internamente a par-
tir da exterioridade do mundo.

A inteligência emocional envolve

saber identificar as emoções de si
próprio, mas nunca as dos outros.

Cada emoção provoca certa expres-

são na linguagem corporal, que po-
dem ser apreendidas e devidamente
identificadas por meio da inteligên-
cia emocional.

Há uma forte relação entre as emo-

ções e os processos cognitivos.

AULA 3 • PARTE 3

Aprendizagem socioemocional 00:27

Assim como a inteligência foi ampliada a

partir da inserção de critérios emocionais,
a educação também se modificou
nesse sentido. Apesar da educação
disciplinarmente ter lidado com afetos,
Resposta desta página: alternativa 2.

sensibilidades e emocionalidades, a
aprendizagem socioemocional é um
dos grandes desafios para o século XXI,
como forma de respeito à diversidade e
cultivo da cidadania. Tal renovação deu-
se com a inserção de diversas habilidades
socioemocionais na base curricular
atualmente vigente no Brasil.

40
A partir do longo, extenso e qualificado
documento da BNCC, pode-se perceber
um grande diálogo entre emoções,
aprendizagem, cognição e cidadania.
O professor aborda que há diversas
leituras sobre quais seriam as habilidades
socioemocionais a ser desenvolvidas para
uma cidadania global no século XXI. Apesar
das discrepâncias, há um forte movimento
para consolidar a educação como processo
social, emocional e de desenvolvimento
acadêmico dos alunos da educação básica.
Conforme exposto na BNCC, a ideia de
uma educação integral busca integrar
uma educação progressista à prevenção
da saúde mental, a inteligência social
com a promoção de um bem-estar tanto
subjetivo quanto coletivo. O grupo CASEL
foi um dos que, em 1994, pautaram essas
reflexões, tendo como pontos centrais: o
gerenciamento das emoções, o cuidado com
os outros, relações positivas e responsáveis,
possibilidades de resposta a situações
adversas. O aprendizado das emoções,
assim, leva a uma integralização da escola
como ambiente propício para a criação
de um propósito social harmônico, com
a empatia, a diversidade e a coletividade
como norteadores das práticas educacionais,
interdisciplinares e esperançosamente
pedagógicas.
O reconhecimento individual perante o
mundo, auxiliado pela escola, passa também,
necessariamente, pelo reconhecimento
respeitoso da individualidade dos outros,
organizada dentro de uma coletividade
empática e sensivelmente gerenciada. Tal
compreensão, de si e dos outros, demanda
um planejamento e certos objetivos em
relação à modulação e ao controle das
emoções e dos impulsos internos. Trata-se
de um controle comportamental que deixe
certa temporalidade inicial em suspenso,
para que a emoção seja sentida também
racionalmente, com calma e autogestão. A
educação, nesse sentido, deve propiciar uma
autonomia individual baseada na ética.
FUNDAMENTO
01:46
BNCC
A Base Nacional Curricular Comum é um
documento federal pensada a partir da Lei
de Diretrizes e Bases (LDB), e tem como
objetivo orgnizar o currículo da educação
básica brasileira. Em recente aprovação,
a partir de competências, habilidades e
conhecimentos, a BNCC age de forma
integrada e multidisciplinar, servindo de
base para as aprendizagens essenciais
desenvolvidas pelos estudantes do ensino
infantil, fundamental e médio. Ela possui
uma compreensão coletiva, complexa e
integrada da educação básica escolar,
valorizando a cidadania, as diferentes
manifestações culturais e a colaboração
participativa.
05:27
A inteligência deve ser
entendida de maneira global,
envolvendo os aspectos
socioemocionais.
LEITURAS INDICADAS
05:40
Artigos científicos
Salovey P, Mayer JD. Emotional Intelligence.
Imagination, Cognition and Personality.
1990; 9(3):185-211.
Duckworth AL, Peterson C, Matthews MD,
Kelly DR. Grit: perseverance and passion for
long-term goals. J Pers Soc Psychol. 2007
Jun;92(6):1087-101.
David Osher, Yael Kidron, Marc Brackett,
Allison Dymnicki, Stephanie Jones, Roger
P. Weissberg. Advancing the Science and
Practice of Social and Emotional Learning:
Looking Back and Moving Forward. Review
of Research in Education, 2016 (40):644-
681.
41
Quais são as habilidades 13:38
socioemocionais que nós
devemos desenvolver na
escola? Como devemos fazer
isso? Como a gente pode
medir essas habilidades?
15:21
Desde bebê, a gente já tem
reações emocionais, percebe o
ambiente, está interagindo com
o ambiente. As emoções são
partes já construídas dentro
do cérebro. A gente está
pensando e agindo em função
delas desde sempre.
Esse momento de parar 23:11
tenta, justamente, dar um
tempo para você ter a reação
emocional e retomar o
controle, via o cérebro pré-
frontal lateral, para não deixar
aquela reação já engajar o
comportamento e você ter a
ação.

24:19
O controle emocional tenta
modular a resposta emocional
depois que a resposta
emocional ocorreu.

Empatia é a capacidade de 24:44

perceber o outro, perceber
o que o outro está sentindo.
Tem um pouco a ver com as
questões sociais de ressoar
junto com a outra pessoa.

25:19
A consciência social é
justamente esse aspecto de
perceber o outro, de tomar
a perspectiva do outro. Tem
também uma implicação para o
respeito com as outras pessoas
e apreciar a diversidade.

42
ENTRETENIMENTO
32:42
Filme: Divertida Mente

Lançado em 2015, é um renomado filme de

animação, que venceu o Oscar de Melhor
Filme de Animação do Ano. A animação
conta a história das emoções de Riley,
com apenas 11 anos de idade, que ficam
extremamente agitadas com a mudança
para uma nova cidade. Colocando vida nas
emoções e enxergando-as como personagens
que vivem dentro do cérebro de Riley, o filme
passa a representar uma confusão na sala
de controle emocional, deixando a Alegria
e a Tristeza de fora, o que afeta a vida de
Riley radicalmente. A animação é uma ótima
e didática forma de explorar os caminhos
das modulações emocionais na interioridade
individual.

AULA 3 • PARTE 4

Modelo de Chicago 00:26

Para dar seguimento à discussão sobre

aprendizagem socioemocional, Primi
traz um modelo advindo do Estado de
Illinois. O modelo traz os ciclos de fases
de desenvolvimento infanto-juvenis, com
01:51
o advento de algumas habilidades e suas Esse conhecimento sobre como
transições. Ele traz à tona o desenvolvimento o mundo funciona, como você
da individualidade, valores, competências é, como o ambiente é, e qual
e identidades. Ao final da adolescência, a sua relação com o ambiente,
espera-se que as crenças e os valores é bastante importante para
desaguem num desenvolvimento completo e motivar o jovem a estudar.
integrado à identidade do adolescente.

43
Competências da BNCC 04:28

O professor traz à tona as competências

gerais da BNCC, que carregam os aspectos
socioemocionais de forma mais ampla.
Primi destaca a utilização do conhecimento
para o exercício de protagonismo VÍDEO
sobre o mundo, repertório cultural, 13:11
criatividade, argumentação, empatia, Gorilla and cub examining ca-
cooperação, comunicação, projeto de vida, terpillar
responsabilidade e cidadania.

De um ponto de vista prático, Primi

pensa como se dá o desenvovimento
socioemocional no ensino fundamental.
Ao iniciar sua trajetória escolar, espera-se
que a criança tenha suas emoções menos
reguladas pelos pais, e mais por ela própria.
Sendo a escola, segundo Hannah Arendt,
o lugar de descobrimento da estranheza
e da familiaridade do mundo, é natural Vídeo de gorilas identificando e
que o espaço escolar produza frustrações, analisando uma lagarta. Disponível aqui.
fundamentais para o autoconhecimento e
a capacidade de entender a tristeza como
constituinte da vida. Todavia, também é
responsabilidade da escola tentar criar
motivação intrínseca nos alunos, que podem
encontrar no conhecimento aspectos de
familiaridade com os quais se identifiquem. 15:17
Quando a criança entra na
Ter uma autogestão cognitiva é manter o escola, tudo é muito desafiador,
foco na tarefa, movimentando a persistência tanto as relações sociais
e a curiosidade. quanto o conhecimento.
A escola tem a responsabilidade de, ao ver a
frustração da criança, tentar construir junto
com ela estratégias de resposta, assim como
o entendimento de que fracassos existirão
15:55
em qualquer vida humana - no sentido A capacidade de resiliência
construtivo e propositivo das emoções em emocional é justamente
suas integridades. Crescer, assim, é ter noção conseguir vivenciar essa
de suas crenças, acreditar em seu potencial emoção e modulá-la, voltar
como indivíduo autônomo e digno em seus ao estado anterior, para poder
esforços. estar num estado ótimo de
aprendizagem.
Já no ensino médio é quando há
transformações biológicas relacionadas a
uma maior aututonomia e independência,
ao desejo e à sexualidade. A independência
anda lado a lado com maiores incertezas
e conquistas. A escola também deve
ser assertiva no desenvolvimento
da responsabilidade, que, durante a
adolescência, está fortemente imbricada
com um questionamento da autoridade.

44
 Você tem que dar valor 19:11
para a criança para o tanto
que ela se esforça, e não
necessariamente pelo produto.
Você tem que valorizar o
esforço, pois vai criando
uma crença de que ela é boa
porque ela investe bastante VÍDEO
20:10
naquilo. This Is Us - lemonade scene

Hoje em dia, no Brasil, a 25:20

gente tem que pensar no
desenvolvimento das
habilidades socioemocionais.
Como a escola deveria
Vídeo da série “This is Us”. Disponível
intencionalmente desenvolver aqui.
isso? O quão complexo é isso?

AULA 4 • PARTE 1

Introdução 01:08

O professor continua a discussão

sobre aprendizagem socioemocional,
apresentando um panorama geral sobre
os estudos a respeito do tema. A partir
de Osher et al (2016), são trazidas à tona
operacionalizações sobre habilidades
socioemocionais em relação ao nosso
tempo. Alguns modelos tratam de muitas
habilidades, outros já são formados por
um concenso entre especialistas - como
é o caso da BNCC -, assim como há
certas habilidades que repetem-se com
nomes diferentes. Por meio da rede de
pesquisadores do EduLab21, houve um
mapeamento das principais habilidades,
com o intuito de aperfeiçoar políticas
públicas para o melhoramento da
educação básica no Brasil.
PALAVRAS-CHAVE
01:23
Instituto Ayrton Senna: Criado logo
após seu falecimento, a partir do
compartilhamento de um sonho
conjunto entre Ayrton e sua irmã, o
Instituto nasceu pela preocupação de
promover a igualdade educacional
no Brasil. Ele produz conhecimento
e experiências didáticas que visam
promover uma educação integral,
valorizando competências como
criatividade, colaboração e resolução
de problemas. Um dos seus projetos
mais famosos, o Acelera, pode ser
acessado aqui.

45
Modelo Big Five
O modelo Big Five, trazido público pelo
EduLab21, é exposto ao mesmo passo
em que é exposta a necessidade de
instrumentos de avaliação. Como medir a
empatia, por exemplo? Nesse sentido, houve
uma tentativa de entender as competências
dos modelos em diálogo com os estudos
avaliativos da psicologia. O modelo Big
Five foi o apontado, a partir do estudo
da OCDE, como o melhor possível em
termos de complexidade de características,
personalidades e avaliação. Trata-se de um
grande modelo de cinco dimensões que
organizam as características pessoais.
Como o Big Five inicialmente foi
desenvolvido como um modelo de
personalidade, destaca-se que há
componentes genéticos importantes para a
personalidade; todavia, ela não é estática, de
modo à genética não ser necessariamente
determinante. Ao longo da vida, sofremos
diversos períodos de transição, que vão
moldando nossa personalidade em suas
temporalidades próprias. A pessoa que
tem uma genética com maior tendência à
sociabilidade terá maior chances de resolver
problemas ou executar tarefas que exijam
essa característica, o que cria um perfil de
habilidades.
Após publicações internacionais sobre
o tema, pesquisadores no Brasil se
dedicaram a realizar um teste empírico,
que concluiu que com seis conceitos
poderiam ser possível explicar as habilidades
socioemocionais.
Tem gente que já tem uma
pré-estruturação cerebral,
com neurotransmissores e
estruturas que facilitam ela
interagir socialmente; há
outros que não interagem
tanto, não gostam tanto de
interagir socialmente.
07:58
08:23
Depois de definir as habilidades
socioemocionais, a gente
precisa de instrumentos de
medida, para poder avaliar.
Para você poder implementar
uma política, você precisa ter
instrumentos de medida para
saber se as escolas estão as
desenvolvendo ou não.
10:09
O modelo que poderia ajudar
a fazer um resumo taxonômico
dessas habilidades é o
modelo socioemocional Big
Five. O Big Five é uma teoria
de personalidade empirica,
baseada em estudos científicos,
que foi generalizada em
diversos países.
13:24
Quando a gente fala de
personalidade, geralmente
as pessoas pensam em
características fixas, que são
aquilo que você nasce, a
característica que você tem e
nasce com.
14:09
46
 Todas as evidências empíricas 15:20
e os estudos mostram
que há uma mudança na
personalidade ao longo do
tempo.

16:51
Traços de personalidade têm a
ver com a sua maneira de agir,
seu estilo de agir, e não tem a
ver com capacidade.

LEITURAS INDICADAS
21:00
Artigos científicos

Patrick C. Kyllonen; Anastasiya A. Lipnevich;

Jeremy Burrus; Richard D. Roberts.
Personality, Motivation, and College
Readiness: A Prospectus for Assessment
and Development, June 2014, Research
Report, ETS RR–14-06.

Primi, Ricardo; Santos, Daniel; John,

Oliver; De Fruyt, Filip. Development of an
Inventory Assessing Social and Emotional
Skills in Brazilian Youth. European Journal
of Psychological Assessment. Vol. 32, n. 1,
2016, p. 5-16.

AULA 4 • PARTE 2

As habilidades
00:27
socioemocionais: Big Five e além

Nesta parte, destacam-se as pricipais

habilidades do modelo. Primeiramente,
cita-se a abertura ao novo, que relaciona-se
à abertura para novos conteúdos e explorá-
02:06
los. Autogestão é a capacidade de ter foco e Aquilo que nos dá mais alegria
cumprir tarefas com esforço. A amabilidade são aspectos sociais, são
ocorre juntamente à empatia, à visão do interações com pessoas, e não
outro, perceber os outros com compaixão. O com coisas.
engajamento com os outros é a capacidade
de se motivar a interagir com os outros,
gerando sociabilidade e afetos positivos.
Por último, fala-se sobre a habilidade de
resiliência emocional, que se traduz como
a capacidade de gerenciar as emoções de
forma regulada e autopercebida.

47
Primi destaca que as emoções, tristezas
e sorrisos fazem parte da vida, e criam 02:43
Amabilidade é a habilidade de
simbolicamente noções da realidade e perceber o outro, de considerar
memórias que carregamos. A questão é, a o outro.
partir do aprendizado das habilidades, ter
consciência de si próprio, exercitá-las de
forma intencional.

Cada habilidade corresponde a facetas

específicas, passíveis de ser avaliadas. A
abertura ao novo, por exemplo, desdobra-se
em curiosidade para aprender, imaginação
criativa e interesse artístico. Já a resiliência
emocional é singularizada a partir da
tolerância ao estresse, da autoconfiança e da
tolerância à frustração.
04:31
Viver significa chorar, ficar
alegre, ficar ansioso, ficar com
raiva: isso é viver. A questão
toda é como você lida e qual o
balanço final disso.

Depois, Primi destaca as grandes

similaridades entre o modelo Big Five e
o modelo CASEL: a autoconsciência é
semelhante, como aspecto cognitivo, à 09:59
A tolerância à frustração é
resiliência emocional. A consciência social justamente a raiva, é a pessoa
relaciona-se à habilidade, pela ótica de uma que consegue modular os
sociabilidade empática. sentimentos de agressividade.
Ela entra na irritabilidade ou
Tendo em vista que a abertura ao novo
raiva, mas ela volta rápido e se
pode produzir motivação intrínseca, uma
acalma.
aprendizagem que tenha como foco seu
desenvolvimento pode produzir histórias,
gerar narrativas curiosas e abertas à
diversidade, ter contato com tarefas
criativas, etc. É importante que a escola
propicie uma escuta atenta, interessada no
14:54
compartilhamento das histórias dos outros, A colaboração é a qualidade
gerando um convívio baseado na confiança da interação. É você ser legal
e numa alteridade construtiva. Cultivar a com as pessoas, entender
autoeficácia é dar ao aluno a possibilidade as pessoas, ser um ouvido
de ser valorizado em seu esforço. presente, interessado nos
outros.
Já no que diz respeito às habilidades
híbridas, não presentes no modelo Big Five,
ressalta-se o raciocínio crítico e a critividade,
que combinam aspectos cognitivos e
socioemocionais.
16:15
Citam-se os estudos de Kevin McGrew, que
Se a pessoa um fracasso
propuseram um modelo afetivo-cognitivo,
como uma oportunidade de
integrando inteligência, socioemocional
aprendizagem, isso é uma
e motivação. Nesse sentido, a psicologia
imunidade para ela poder
como disciplina divide seus contructos
continuar, insistir, de novo, num
objetivo.
entre: afetivos (personalidade), cognitivos
(inteligência) e conativos (motivação). Logo,
procura-se um modelo que interligue tais
facetas, motivando os desejos dos alunos
a fim de desenvolver seus valores, crenças,
individualidades e esforços.

48
 LEITURAS INDICADAS
Artigo científico
McGrew, Kevin. The Cognitive-Affective-
Motivation Model of Learning (CAMML):
Standing on the Shoulders of Giants.
Canadian Journal of School Psychology, p.
1-18, 2021.
Resposta desta página: alternativa 1.
19:00
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
20:00
Assinale a alternativa incorreta
conforme o apontado em aula:
A abertura ao novo deve ser tratada
em sala de aula a partir da motiva-
ção extrínseca, gerando participa-
ção e pertencimento às atividades
propostas.
O desenvolvimento de uma alterida-
de inclusiva, que se enriqueça com a
diversidade, é central para a escola
atualmente, pois deve propor uma
escuta atenta, cuidadosa e autênti-
ca.
Estimular a autoeficácia na escola
é permitir e incentivar que o aluno
perceba que suas realizações são
fruto de seu esforço, sua vida, suas
ações.
É preciso que cada habilidade so-
cioemocional seja passível de ser
avaliada de forma autêntica, de
acordo com cada contexto sociocul-
tural específico. Apesar de constitu-
írem um referencial forte, as habili-
dades devem ser olhadas de acordo
com cada contexto histórico.
49
 AULA 4 • PARTE 3

Pensamento crítico 00:25

O professor passa a abordar a partir de

agora a habilidade socioemocional chamada
pensamento crítico, fundamental para a
criação de indivíduos com norteadores
éticos e com responsabilidade social. A
02:28
BNCC traz o pensamento crítico na matriz Na BNCC, é declarado um
das diversas partes que a constituem, como desejo de que os alunos
impulsionador de respostas e soluções frente desenvolvam um raciocínio
aos problemas individuais e sociais. crítico.
De acordo com o estudo do P21, ter um
pensamento crítico é utilizar diferentes
sistemas de pensamento, realizar uma
boa análise com base em evidências e
LEITURAS INDICADAS
argumentos. Trata-se da apuração de um 02:46
raciocínio lógico, sequencial, a partir de Artigo científico
um desenvolvimento linguístico que torne
a língua como um espaço diante do qual
pode-se realizar qualquer movimento
sistemicamente lógico e correto. What We Know About
CRITICAL THINKING
Part of the 4Cs Research Series
Logo, o raciocínio crítico é fundamental
para o mundo contemporâneo, sobretudo
com o advento da fake news e a maior
disseminação virtual de informações falsas.
Dessa forma, o raciocínio é muito imbricado
nos aspectos emocionais, pois ambos
representam atitudes frente a valores de
verdade socialmente distribuídos.
Estudo do P21 a respeito do pensamento
Um pensamento crítico é aquele que
crítico no século XXI. Disponível aqui.
está imbricado na mesma temporalidade
que as emoções, é permitir que haja uma
integração entre ambos esses lados do
nosso organismo. O professor ainda ressalta
a união que produz os grupos sociais, nos
quais há tanto autoridade quanto cuidado, 03:50
Talvez a essência do raciocínio
pluralismo quanto inteligência social, justiça crítico seja justamente o
quanto lealdade. Por fim, Primi ressalta processo de raciocinar, mas
a história da Cambridge Analytica, que avaliando os argumentos e as
utilizou dos modelos socioemocionais para informações para tentar julgar
manipular comportamentos via signos o quão credível ou não é aquilo.
psicográficos, o que demonstra o domínio
de dados totalmente deslocado da ética do
corpo político.

50
 O raciocínio é outro aspecto,
é a capacidade de pensar,
argumentar, contatenar as
ideias, montar um argumento.
A familiaridade com uma
informação faz com que ela
pareça uma verdade. Então, se
você ouvir uma mentira várias
vezes, na quinta ou sexta vez
você vai começar a achar mais
real aquela mentira.
Há poucos animais que se
unem vários num grupo para
poder produzir alguma coisa.
Isso precisa de uma formação
coesiva, de coalizão entre as
pessoas.
06:15
07:05
Uma das coisas que faz uma
informação parecer verdadeira
é se você tem uma premissa o
um dado que alguém considera
verdadeiro, mas não é.
Qualquer semelhança com fake
09:28 news não é mera coincidência.
10:48
Nós temos sempre uma
reação emocional às coisas
que é muito mais rápida que
o raciocínio. O raciocínio vem
sempre depois dessas reações.
14:53
VÍDEO
16:21
TED Jonathan Haidt

VÍDEO
17:32
The Power of Big Data and Psy-
chographics

Palestra do psicólogo social

jonathan haidt no qual ele aborda os
fundamentos morais do pluralismo.
Disponível aqui.

Palestra no evento Concordia Annual

Summit a respeito da manipulação de
dados psicográficos e o escândalo da
Cambridge Analytica. Disponível aqui.

51
 O raciocínio crítico precisa ser 21:57
urgentemente desenvolvido
nas escolas. A gente precisa
de pessoas que pensem
mais, que não sejam tão
influenciadas por essas
manipulações atuais, que
estão acontecendo.

AULA 4 • PARTE 4

Avaliação das habilidades

00:26
socioemocionais

Conforme já apontado, é preciso que,

para que as habilidades sejam definidas e
estruturadas, elas sejam validadas a partir
de instrumentos avaliativos próprios. A
avaliação pode ocorrer tanto de forma
internalizada quanto por heterorrelatos
externos. Pelo fato das habilidades serem 03:37
Em todo o ciclo de PISA, que
provindas de estudos recentes, o autorrelato ocorre a cada três ou quatro
ainda é a principal medida avaliativa. anos, existe uma área de
O professor traz um exemplo de autorrelato inovação, em que eles tentam
do modelo SENNA, baseado no Big Five. criar novas formas de medir.
Ele foi feito por meio da autopercepção
de características associadas aos temas
do funcionamento socioemocional, assim
como a percepção de habilidade associada
à noção de capacidade. Cada pergunta,
com respostas em escala, relaciona-se
08:02
a uma determinada habilidade, desde a Ao fazer o seu autorrelato, a
determinação de esforços até o entusiasmo pessoa tem que ser virar e ser
social e a tolerância à frustração. um observador de si mesmo.
Ela tem que se olhar, observar
O autorrelato permite que o indivíduo olhe
a sua memória, o seu passado
a si mesmo no espelho da sua consciência,
para tentar entender: de que
prestando atenção às modulações
jeito que eu sou?
emocionais, seus traços de personalidade,
mobilizando sua memória a fim de ver-se de
forma integral e sincera. Assim, é preciso que
haja um mapeamento de como estão sendo
desenvolvidas as habilidades nos diferentes
espaços educacionais, a fim de realizar
um panorama nacional com o objetivo de
aperfeiçoar as práticas pedagógicas às
realidades escolares.

52
Um mapeamento avaliativo é positivo no
sentido de perceber a distribuição das
diferentes habilidades não apenas nos
espaços escolares, mas sobretudo na
sociedade como um todo, de acordo com as
diferentes formações, trajetórias e histórias
de vida. Mapear as habilidades é também
perceber as vulnerabilidades existentes
em nível nacional, a fim de perceber
favorecimentos ou dificuldades para certas
especificidades sociocognitivas, assim como
possíveis resistências a cenários difíceis.
22:11
O adolescente sai de casa e
vai para a escola e, nessa fase,
ele está virando autônomo.
Até então, os pais ou os
responsáveis tinham parte de
ajuda na vida nele, e agora é
ele.
16:09
O indicador de escolaridade
da mãe é um indicador de
vulnerabilidade, de falta de
oportunidade. Porque, se a
mãe tem baixa escolaridade,
é lógico que ela tem menos
recursos econômicos e menos
estimulação intelectual, ou uma
estimulação mais limitada.
Mudanças socioemocionais
normativas
Na última parte da aula, o professor analisa o
cenário educacional dos estudantes em suas
trajetórias educacionais. Primi destaca que
as habilidades de autogestão e a disciplina
sofrem normalmente um decréscimo no
9º ano, mas há um aumento do senso
22:53 de responsabilidade. Ressalta-se que as
mulheres tendem a ter tanto a autogestão
quanto a amabilidade mais elevada, ao
mesmo passo em que os homens geralmente
têm uma regulação emocional mais alta.
Por último, fala-se sobre a avaliação
formativa, tema a partir do qual foram
criados diversos instrumentos, que têm
o objetivo de escalar as habilidades. O
autorrelato pode, com efeito, auxiliar os
estudantes a perceberem-se como indivíduos
pertencentes a histórias singulares, assim
como fazerem uma leitura de suas biografias
com o objetivo de perceber, por meio da sua
memória, os primeiros sinais do destino da
vida adulta que começa a ser colocada na
adolescência.
53
 Resumo da disciplina
Veja nesta página, um resumo dos principais conceitos vistos ao longo da disciplina.

AULA 1

Quanto mais alto se chega na

organização, menos importante será o QI
para um desempenho excepcional e mais
importante será a inteligência emocional. A inteligência emocional é de
80% a 90% das competências dos
melhores líderes.
Aspectos da inteligência emocional
te ajudam a ser mais criativo e
inovador.

AULA 2

A forma de aumentar seu

rendimento ou o rendimento de
alguém tem a ver com a motivação
e um senso de sentido.
Quanto mais focados estamos, mais
aptos estamos para fazer qualquer
coisa.

O cérebro é maleável por toda a

vida.

AULA 3

Exercitar a inteligência emocional

passa pelo reconhecimento das
emoções em seu aparecimento.

A escola tem a responsabilidade

de construir junto com a criança
estratégias de resposta às suas
frustrações.
As emoções são parte importante do
nosso sistema cognitivo, sendo reações
ao ambiente externo.

54
 AULA 4

Desenvolver o pensamento crítico

é exercitar a amabilidade, a
consciência social e o cuidado com
os outros.
A abertura ao novo é projetar o
futuro em sua perspectiva positiva
de vislumbramento.

O autorrelato propicia um encontro

da pessa consigo mesma, de modo a
investigar sua trajetória e refletir sobre
sua personalidade.

55
 Avaliação
Veja as instruções para realizar a avaliação da disciplina.

Já está disponível o teste online da disciplina. O prazo para realização

é de dois meses a partir da data de lançamento das aulas. ​

Lembre-se que cada disciplina possui uma avaliação online.

A nota mínima para aprovação é 6. ​

Fique tranquilo! Caso você perca o prazo do teste online, ficará aberto
o teste de recuperação, que pode ser realizado até o final do seu curso.
A única diferença é que a nota máxima atribuída na recuperação é 8. ​
 Pós-Graduação em
Design de Interiores, Decoração e Ambientação