Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE CARREIRAS Autoria
Suleimane Seidi
EXPEDIENTE
Direção Geral: Projeto gráfico e diagramação:
Prof. Me. Cláudio Ferreira Bastos Francisco Erbínio Alves Rodrigues /
Direção Geral Administrativa: Diego Porto Nojosa
Prof. Dr. Rafael Rabelo Bastos Capa:
Direção de Relações Institucionais: Francisco Erbínio Alves Rodrigues
Prof. Dr. Cláudio Rabelo Bastos
Tratamento de imagens:
Direção Acadêmica: Diego Porto Nojosa
Prof. Dr. Valdir Alves de Godoy
Coordenação Pedagógica: Autoria de leitura complementar
Profa. Esp. Maria Alice Duarte G. Soares Dyanne Nossis Fontoura Abreu
Pedro Alexander Cubas Hernández
Coordenação NEAD:
Profa. Me. Luciana R. Ramos Duarte Revisão Técnica:
Ficha Técnica Emanuelle Oliveira da Fonseca /
João Carlos Rodrigues da Silva
Autoria: Revisão Metodológica:
Suleimane Seidi Francisco Jahannes dos Santos Rodrigues
Designer instrucional: Revisão Textual:
Ana Lúcia do Nascimento / Antônio Carlos Vieira
Emanoela de Araújo
FICHA CATALOGRÁFICA
CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
BIBLIOTECA FACULDADE ATENEU
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por quaisquer
métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor
da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo,
deverão ser dirigidos à Direção.
Seja bem-vindo!
Caro(a) estudante, é com grande satisfação que apresento o material didático
da disciplina Planejamento de Carreira. Ao ler e estudar por este material, você terá
condições de responder as atividades no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA.
Bons estudos!
Sumário
UNIDADE 01: ADMINISTRAÇÃO DE CARREIRA – CONCEITOS E IMPORTÂNCIA
1. As dimensões contemporâneas do trabalho....................................................................8
1.1. Competitividade e espírito empreendedor .................................................................10
1.1.1. A concepção de carreira...........................................................................................14
1.1.2. Perspectivas e desenvolvimento de carreiras..........................................................16
1.2. Visão global sobre planejamento e gestão de carreiras.............................................18
1.2.1. Tipos de carreiras.....................................................................................................22
1.2.2. Carreira proteana.....................................................................................................25
1.2.3. Carreira sem fronteira...............................................................................................26
2. Estudo de carreiras no Brasil ........................................................................................29
Referências........................................................................................................................32
Veremos nesta unidade os conceitos iniciais que dão base para nossos
estudos. Como em toda área do conhecimento, é importante esta fase para que
possamos nos embasar e assim podermos ter propriedade sobre nossa área e
seguir bem nos nossos estudos.
PLANEJAMENTO DE CARREIRAS 7
Objetivos de aprendizagem
REDE
SOCIAL
Fonte: <https://goo.gl/L974mB>.
Fonte: <https://goo.gl/j4F99k>.
10 PLANEJAMENTO DE CARREIRAS
Um profissional que não sabe aonde quer chegar, não tem foco e com isso não
permanece motivado. Motivação e entusiasmo são competências muito valorizadas no
mercado atual.
Fonte: <https://goo.gl/hyZ2ii>.
PLANEJAMENTO DE CARREIRAS 11
Uma das características que pode ser decisiva para sair na frente é o
Capital Intelectual, que nada mais é que a vivência de fatos, habilidades e o
potencial de conhecimentos que as pessoas adquirem ao longo da vida, e a
Inteligência Social, que é a compreensão do próximo, a habilidade de lidar com
as pessoas ao nosso redor, exercitando a empatia. Com isso, podemos concluir
que os aspectos humanos norteiam cada vez mais as habilidades que o profissio-
nal deve ter na hora de driblar a concorrência.
Fonte: <https://goo.gl/rNVm9c>.
PLANEJAMENTO DE CARREIRAS 13
O empreendedor é alguém que busca sua realização pessoal, de sua família,
empresa ou comunidade e que sabe onde, quando e como chegar lá. E uma vez
definidos os seus sonhos, ele os projeta em um horizonte futuro de aproximada-
mente 15 anos.
Sucesso
Promoção
Curso específico
Promoção
MBA
Vaga
Trainee
Estágio
Início
Fonte: adaptado de <https://goo.gl/99QQER>.
Fonte: <https://goo.gl/v39eeC>.
PLANEJAMENTO DE CARREIRAS 17
De acordo com o conceito âncoras de carreiras de Schein (1996) apud
Dutra (2010), alguns elementos da realidade de uma pessoa determinam suas
preferências, que resultam de um padrão de escolhas na sua vida profissional,
influenciando escolhas, decisões para mudanças de carreiras e determinando as
visões de futuro. São elas:
• Competência técnica/funcional: pessoas que têm esse tipo de âncora
se sentem realizadas quando enfrentam desafios em áreas técnicas e
evitam áreas gerenciais caso tenham que abrir mão de sua área de es-
pecialidade;
• Competência gerencial geral: pessoas que têm responsabilidade ab-
solutamente com os resultados da empresa envolvidos com a forma que
realiza o seu trabalho;
• Autonomia/independência: procuram flexibilidade, não toleram regras
organizacionais;
• Segurança/estabilidade: pessoas que estão preocupadas em se senti-
rem bem-sucedidas, seguras e estáveis;
• Criatividade empreendedora: estão focadas em uma nova criação
para melhoria da empresa, dispostas a assumir riscos; o alvo é sempre
a procura de uma nova oportunidade. A melhora na remuneração é en-
carada como uma prova da sua capacidade profissional;
• Serviço/dedicação a uma causa: são pessoas que se realizam em
oportunidades de trabalho em que façam algo útil, por exemplo, ajudar
pessoas, melhorar a harmonia entre elas, ou em causas ambientais;
• Puro desafio: encontram desafios nos problemas insolúveis, não abrem
mão de solucionar problemas de autorrisco;
• Estilo de vida: nessa âncora, os profissionais não abrem mão de um
equilíbrio entre família, necessidades pessoais e carreira profissional. A
identidade está relacionada ao modo de vida do profissional.
1.2. Visão global sobre planejamento e gestão de carreiras
Rocha (2007) apud Dutra (1996) sugere que as pessoas reflitam sobre
suas carreiras de modo a buscarem um melhor aproveitamento de oportunida-
des, pois quando planejam suas carreiras de acordo com a realidade dada pelo
ambiente em que vivem, perdem a condição de atuar na própria realidade. Essa
atuação mais forte no ambiente permite transformá-lo para melhor, de acordo com
suas características pessoais e preferências. Essa reflexão permite o indivíduo
18 PLANEJAMENTO DE CARREIRAS
olhar para o seu interior e identificar as oportunidades oferecidas no ambiente
que o satisfaz e o entusiasma. Com isso, identificam uma melhor oportunidade de
carreira, pois estão usando um padrão interior de avaliação.
Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001) apud Dutra (2010) definem planeja-
mento de carreira como: um processo contínuo que visa atender tanto ao empre-
gado como à organização. No quadro a seguir, os autores explicam resumidamen-
te os passos básicos para elaborar um plano de carreira.
Quadro 01: Passos básicos para desenvolver um plano de carreira.
PLANEJAMENTO DE CARREIRAS 19
Quanto à forma de estratégia global para o plano de carreira, o autor cita:
• Uma metodologia estruturada para o seu desenvolvimento e implemen-
tação;
• A possibilidade de se estabelecer uma situação futura desejada pelo
indivíduo bem estruturada, sustentada e sequencial;
• A interação entre os pontos fortes e fracos de cada indivíduo, além
de capacitações, vocações e oportunidades e ameaças no mercado de
trabalho.
Multitarefa
Fonte: <https://goo.gl/oK8Up7>.
O autor ainda diz que o que é esperado para as próximas décadas são pro-
fissionais que escolhem cada vez mais a carreira subjetiva, pautada de acordo
com os seus valores e os de sua família, e outras questões éticas ao invés da
carreira objetiva com cargos e salários definidos. Já se vê hoje, nos EUA, a ten-
dência de alguns jovens de diminuírem o ritmo no trabalho para se dedicarem à
família e quando os filhos crescem, voltam em um ritmo mais acelerado em relação
a suas carreiras.
PLANEJAMENTO DE CARREIRAS 21
Figura 08: Equilíbrio entre família e carreira.
Fonte: <https://goo.gl/wXzZwC>.
De acordo com Dutra (2010), em meados dos anos 70, as teorias sobre
carreira começam a mudar, surgindo estudos sobre as teorias não tradicionais que
dão ênfase a outras perspectivas, contrapondo as teorias tradicionais, tais como:
• Psicologia: as pessoas são vistas como construtoras de sua própria
carreira, dando significado a sua vida;
• Ciências Sociais: dá ênfase a auto-organização de elementos ligados à
carreira, buscando adaptar-se ao seu ambiente;
• Escola de Chicago: estudos focados em situações flexíveis e dinâmi-
cas ao invés de estudos burocráticos das teorias tradicionais e de sim-
ples cargos de trabalho para abranger a vida individual, familiar e social
do trabalhador.
Conforme Dutra (2010), nos anos 90, os estudos sobre carreira ainda prio-
rizavam o movimento intracompanhia em detrimento do movimento intercom-
panhia, enfatizando, principalmente, as grandes organizações, ou seja, a carreira
organizacional valorizava o ambiente estável que ela proporcionava. Dutra (2010)
ainda enfatiza algumas características das carreiras tradicionais ou organiza-
cionais pautadas na organização:
PLANEJAMENTO DE CARREIRAS 23
Figura 09: Carreira na Teoria Tradicional/Organizacional.
Dono
Diretores
Gerentes
Supervisores
Trabalhadores de base
Fonte: Arte FATE.
Segundo Artur e Rousseau (1996) apud Dutra (2010), apesar desse tipo de
carreira ter predominado nos anos 80 e 90, as grandes empresas hierárquicas
continuaram influenciando as pessoas e suas carreiras, entretanto, a maioria das
organizações não puderam oferecer cargos vitalícios e as pessoas não tinham
perspectivas profissionais de longo prazo dentro de uma única empresa, surgin-
do, assim, as carreiras sem fronteiras, com a proposta de dar uma nova visão
para os estudos sobre carreira.
No início dos anos 1980, os chamados baby boomers (pessoas que nasceram no
período do pós-guerra, no qual houve uma explosão de nascimentos nos Estados Unidos
e na Europa) começaram a ocupar as posições de média gerência, fazendo com que as
gerações seguintes ficassem sem espaço no mercado de trabalho (FLEURY, 2002).
24 PLANEJAMENTO DE CARREIRAS
As teorias não tradicionais enfatizam a necessidade do indivíduo de gerenciar
sua própria carreira. Podemos identificar dois tipos de abordagem das teorias não
tradicionais de carreira. A carreira proteana e a carreira sem fronteiras.
Fonte: <https://goo.gl/AVJd6T>.
“O termo proteana vem de Proteus, que na mitologia grega podia mudar de forma
conforme a sua própria vontade. Isso explica muito sobre o que é a nova carreira proteana:
a própria pessoa passa a gerenciar a sua carreira ao seu modo, tirando a organização de
foco. Se as carreiras tradicionais eram lineares e previsíveis, a carreira proteana é multili-
near ou multidirecional.” Fonte: <https://goo.gl/ds73jP>.
Arthur, Inkson e Pringle (1999) apud Dutra (2010) afirmam que os principais
estudos sobre o planejamento de carreira foram escritos baseados na economia
industrial, na qual as empresas eram burocráticas com uma rígida hierarquia.
Apenas após a Segunda Guerra Mundial, com o crescimento econômico das econo-
mias ocidentais, deu-se o aumento do número de organizações, oferecendo emprego
e aumentando a chance do trabalhador de construir uma carreira nas empresas.
PLANEJAMENTO DE CARREIRAS 27
O autor identifica, dentre essas características, uma independência dos
tipos de carreiras tradicionais, pois nas carreiras sem fronteiras o indivíduo é
responsável por sua carreira futura, que ocorre com o cultivo de network e buscando
sempre o conhecimento e recursos de outros indivíduos.
Para Weick (1996) apud Dutra (2010), as carreiras sem fronteiras são um
meio para fazer trocas de interrupções de carreira em adaptações e ressalta que
as experiências de trabalho são cada vez mais separadas de empresas específicas,
tornando-se mais proativas. O autor se baseia em dois termos: atuação e auto-orga-
nização. Atuação, sugerindo que as pessoas sejam autores do seu próprio desti-
no profissional, e auto-organização, referindo-se ao aprendizado contínuo em um
mundo sem fronteiras, gerando cada vez mais a procura de continuidade a fim de
gerar novas aprendizagens. O autor cita algumas características das carreiras
sem fronteiras:
• O indivíduo é o principal responsável pelas ações que determinam a
carreira;
• Mobilidade além das fronteiras organizacionais e valor do seu trabalho
independente da empresa ou empregador;
• Ser auxiliado por informações sobre o mercado de trabalho e por ne-
twork;
• Reconhecer outras formas de progresso e continuidade na carreira sem
depender da hierarquia tradicional;
• Conciliar as necessidades pessoais e familiares com as necessidades
profissionais;
• Se organizar como indivíduo para novas possibilidades de carreira sem
esperar pelas possibilidades da empresa;
• Saber reconhecer possíveis campos de atuação em pequenos projetos
ou participar de um projeto simultaneamente a outros como forma de
mobilidade e definição da carreira profissional;
• Ter como principal meta de desenvolvimento profissional a aprendiza-
gem contínua na carreira;
• A participação e a ação sem um contrato definido como elemento para o
desenvolvimento da carreira.
28 PLANEJAMENTO DE CARREIRAS
As carreiras sem fronteiras surgem como resposta às mudanças no mundo do
trabalho ocasionadas por alterações no contexto econômico, social e organizacional que
influenciam a gestão de carreira. Considera-se que tal gestão é permeada pelo papel da
pessoa no planejamento da sua vida profissional e pelo papel da organização em sua res-
ponsabilidade por definir um sistema de gestão de carreiras.
Fonte: <https://goo.gl/TMQ6tX>.
Esta década foi marcada pela ditadura e repressão aos sindicatos. Com o
acelerado crescimento e investimento na indústria de base, as organizações
Anos 70 recebiam mão de obra com baixa qualificação. Segundo Dutra (2010), havia
foco da gestão de pessoas em treinamento e controle, a remuneração tinha
como base o tempo de serviço e a carreira era vista como “vida na empresa”.
Marcada pela paralisia econômica, retração da produção industrial, inflação,
planos econômicos e diminuição de postos de trabalho. As organizações
sofriam influência dos sindicatos fortalecidos e a gestão de pessoas era con-
Anos 80 centrada em descrição, requisitos e avaliação de cargos. A remuneração era
marcada por reajustes constantes, que ocorriam através de “gatinhos” salariais,
e os estudos focavam a gerência participativa. A carreira podia ser ilustrada
como uma árvore de sequência de cargos (DUTRA, 2010).
O avanço tecnológico marcou essa década, além do desemprego e da crise do
sindicalismo, provocando a abertura dos mercados e a necessidade de com-
Anos 90
petitividade nas organizações, com isso, a carreira passou a ser representada
por novas possibilidades e empregabilidade.
Essa época foi marcada pela globalização. A responsabilidade social e a ideia
de sustentabilidade influenciaram as empresas que tinha seu ambiente marcado
por fusões e privatizações. O salário era baseado em competências e com
Anos 2000
um forte incentivo à gestão participativa. Conforme Dutra (2010), busca-se o
alinhamento entre vida pessoal e profissional, considerando o indivíduo res-
ponsável e cidadão. As carreiras gradativamente tornaram-se sem fronteiras.
Fonte: adaptado de Dutra (2010).
30 PLANEJAMENTO DE CARREIRAS
2. Explique a diferença entre Capital Intelectual e Inteligência Social.
PLANEJAMENTO DE CARREIRAS 31
8. Escolha três características das carreiras sem fronteiras citadas por Weick
(1996) apud Dutra (2010) e explique-as.
9. Disserte sobre a evolução das teorias de carreira no Brasil durante os anos 80 e 90.
32 PLANEJAMENTO DE CARREIRAS
Referências
ABRES. Estatísticas. Disponível em: <http://www.abres.org.br/v01/dados-estagia-
rios-estudantes-no-brasil/>. Acesso em: 10 nov. 2017.
OLIVEIRA, D. P.R. Plano de carreira: foco no indivíduo. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2013.