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As formas da psicose
Alexandre Simões
Transcrição (com adaptações) de vídeo disponível em
https://youtu.be/smsmWInkq98
com quem ele tem uma parceria, essa pessoa o trai. Ele tem essa
certeza, tem ideias que dizem respeito a isso.
O delírio, por exemplo, de erotomania, diferentemente
deste, é o delírio em que o sujeito começa a ter certeza de que o
outro o ama. Então, por exemplo, um aluno pode ter certeza de
que o seu professor o ama, um paciente pode ter certeza de que
o seu médico o ama. São formações delirantes.
Nos delírios persecutórios, como o próprio nome já diz, o
sujeito se porta com a certeza de que ele está sendo vigiado,
visto, observado. É um olhar que está o tempo todo lançado para
ele.
Por mais que possa parecer estranho, por mais que isso
possa parecer meio fora do comum, nós devemos compreender
que na paranoia, é perfeitamente possível que o sujeito construa
uma malha delirante, uma rede delirante, e que ele continue
lidando com o seu cotidiano, dependendo da situação, claro que
isso pode passar por modificações, mas ele continua lidando com
o seu cotidiano.
Então, o delírio não é necessariamente desorganizador
da realidade. É isso que eu quero dizer. Muito pelo contrário, o
delírio para o sujeito paranoico, para esse psicótico, o delírio é um
modo de organizar a relação dele com a realidade.
Por mais que o delírio possa parecer estranho, que para
quem escuta possa parecer que esse sujeito esteja fora, esteja
out, ou seja esteja, numa situação de clandestinidade em relação
ao nosso cotidiano, em relação aos aparentes fatos que
compõem o nosso dia a dia, nossa realidade, o delírio, de um
outro ponto de vista, mais preciso, mais clínico, o delírio é uma
forma de organizar, uma forma do sujeito se posicionar num dado
campo de realidade.
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