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METODOLOGIA

CIENTÍFICA
PROF. MARÍLIA
GABRIELLA MACHADO
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA

Prof. Marília Gabriella Machado

METODOLOGIA
CIENTÍFICA

Marília/SP
2022
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.

Missão da Faculdade Católica Paulista

Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
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emissão de conceitos.
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 01 INTRODUÇÃO À METODOLOGIA CIENTÍFICA 07

CAPÍTULO 02 A ESCOLHA DO TEMA E DO PROJETO 15

CAPÍTULO 03 PLANO DE TRABALHO E ETAPAS DA 23


PESQUISA

CAPÍTULO 04 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E DOCUMENTAL 32

CAPÍTULO 05 PESQUISA DE CAMPO E LABORATORIAL 40

CAPÍTULO 06 MÉTODOS CIENTÍFICOS 49

CAPÍTULO 07 DELINEAMENTO DO PROJETO 57

CAPÍTULO 08 EXECUÇÃO DO PROJETO 65

CAPÍTULO 09 ENTREVISTAS, COLETA E ANÁLISE DE DADOS 74

CAPÍTULO 10 PESQUISA ESTATÍSTICA 83

CAPÍTULO 11 LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS CIENTÍFICOS 91

CAPÍTULO 12 A ESCRITA DO TEXTO CIENTÍFICO 97

CAPÍTULO 13 NORMAS DA ABNT DE FORMA PRÁTICA: AS 105


CITAÇÕES

CAPÍTULO 14 ABNT E OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO 113


CIENTÍFICA

CAPÍTULO 15 O ARTIGO CIENTÍFICO 120

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INTRODUÇÃO

Caro aluno, iniciaremos neste momento nossa disciplina de Metodologia Científica


e espero que você goste do conteúdo que foi preparado para você!
Seja muito bem-vindo!
Vamos descobrir o que iremos aprender com as nossas aulas?
Com o objetivo de trazer para você com linguagem simples as principais etapas
de uma pesquisa científica e como percorrê-las, este material tem como principais
objetivos discutir a necessidade de que o objeto de estudo e objetivo de pesquisa
estejam adequados aos procedimentos metodológicos para o desenvolvimento do
projeto de pesquisa, definir o planejamento das etapas para a execução do projeto
de pesquisa e desenvolver junto com você as técnicas e formas de realizar a redação
de projeto de pesquisa, utilizando parâmetros científicos.
Esperamos que você se envolva com o decorrer dos capítulos e das nossas aulas,
que realize as atividades com muita atenção e que desenvolva o hábito da leitura e
da escrita científica!
Vamos lá?
Boa aula e bons estudos!
Vamos, juntos, com muito conhecimento científico e atenção!

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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À
METODOLOGIA CIENTÍFICA

Título: Livro
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/conhecimento-livro-biblioteca-1052013/

Caro aluno, que bom tê-lo por aqui!


Vamos conhecer um pouco sobre pesquisa científica? Seja muito atencioso durante
as aulas e seus estudos, pois esse conteúdo você utilizará por muitos anos.
Você sabia que o termo “pesquisa” significa um esforço da inteligência? Ou seja,
é o esforço cuidadoso, constante, atento e aprofundado para chegar-se a conhecer
algo. A pesquisa se refere a uma questão que o pesquisador ou a equipe se propõe a
responder e, portanto, encerra dificuldades a serem vencidas. Todo trabalho que visa
solucionar algo requer, ao mesmo tempo, reflexão crítica e ação organizada. Requer,
portanto, esforço mental e esforço material.
O termo “projeto”, por sua vez, é da ordem das intenções: pretende-se alcançar um
objetivo; por isso, sua apresentação obedece sempre ao condicional, que exprime dúvida,
perplexidade, além de desejo. Quem diz perplexidade, diz ignorância a respeito da finalidade

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proposta, diz hesitação em caracterizá-la, em ajuizá-la, em interpretá-la; diz também desejo


de ultrapassar a situação embaraçosa que a falta de conhecimento engendra.
Todo projeto de pesquisa é, assim, a convergência de três coordenadas:
desconhecimento, hesitação e dificuldade na ação futura. Também lhe estão afetas as
indagações; saber formular as perguntas cabíveis à resolução do problema demonstra
a capacidade dos pesquisadores.
O termo ”subjetivo” exprime o sujeito pensante em sua individualidade, naquilo que lhe
é próprio, que, compondo uma das matrizes de sua experiência de vida, forçosamente
interfere em suas interpretações, em sua imaginação, em seus julgamentos; todo
conhecimento que adquire ao longo da existência estaria, assim, fortemente marcado
pela contingência e pelo arbitrário de suas condições peculiares.
Os limites de objetivação, em cada momento histórico, estariam, pois, dependentes
tanto dos instrumentos de medida que se possuísse quanto da precariedade das
definições e dos conceitos, num momento dado, numa sociedade dada e também da
posição admitida para o pesquisador diante do objeto de pesquisa.
Não se afastava também a ideia de que as próprias delimitações de nível econômico
e de idade, que se acreditava traçarem os limites de contorno e de coletividade
analisada, pudessem agir no seu interior, dividindo subclasses de idade e subcamadas
econômicas. Tomou-se então por norma que todos os passos da pesquisa também
seriam submetidos à mesma reflexão crítica, a qual seria o instrumento lógico
fundamental a ser utilizado.

1.1 O que é Ciência?

Título: Luz
Fonte: Lightbulb Bulb Light - Free image on Pixabay

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Todos nós temos um olhar científico apurado e percebemos isso com maior clareza
e intensidade quando entramos no mundo científico.
É inato do ser humano a busca por respostas. Sempre nos questionamos e
procuramos colher as melhores respostas para nossas reflexões e também como
uma forma de resolver as questões do nosso dia a dia.
Antigamente, há muitos anos, o ser humano também fazia diversos questionamentos
e buscava suas respostas. Encontrava, portanto, a religião e também a metafísica,
assim como a mitologia e questões místicas para explicar suas indagações e questões
do dia a dia.
No entanto, conforme os questionamentos se tornavam mais complexos e as
respostas se tornavam menos aceitáveis, aquelas respostas que eram obtidas por meio
do senso comum, da crença, da religião, das questões metafísicas e também místicas,
o ser humano passou a utilizar da razão científica, fazer experimentos e desenvolver
teorias que fundamentassem suas certezas e os resultados em que chegava.

ANOTE ISSO

Um dos questionamentos que fazemos é: “o que é ciência afinal?” E, ao buscarmos


o significado etimológico da palavra, entendemos que ela surge do latim e significa
conhecimento e sabedoria. Segundo Morin (2001), a base principal da ciência
é a organização por meio de princípios, também teorias, essas que precisam
ser organizadas de forma sistematizada e também metódica, assim como o
ser humano passa a desenvolver um processo de construção rigorosamente
cientificamente de um objeto de estudos. Compreendemos, então, que a ciência não
é um local de acumulação de verdades, mas é um dos campos abertos de grande
importância entre teorias, metodologias, objetivos, hipóteses e visões de mundo,
assim como de concepções. (MORIN, 2001).

A ciência é uma especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos.


Para Alves (2002, p. 9) ciência é

[...] a hipertrofia de capacidades que todos têm. Isto pode ser bom,
mas pode ser muito perigoso. Quanto maior a visão em profundidade,
menor a visão em extensão. A tendência da especialização é conhecer
cada vez mais de cada vez menos [...] a aprendizagem da ciência é
um processo de desenvolvimento progressivo do senso comum. Só
podemos ensinar e aprender partindo do senso comum de que o
aprendiz dispõe.

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ANOTE ISSO

[...] Vamos ver que a ciência surgiu na modernidade, expressando uma


ruptura crítica com o modo metafísico de pensar [...] Para tanto, além
de ter que se apoiar em alguns pressupostos filosóficos, a ciência
precisa adotar práticas metodológicas e procedimentos técnicos,
capazes de assegurar a apreensão objetiva dos fenômenos através
dos quais a natureza se manifesta. [...] a ciência surge com a pretensão
de ser um saber único, a ser construído sob um único paradigma e
conduzido por um único método [...] No entanto, quando se passou a
estudar cientificamente o homem, com suas peculiaridades, através
das Ciências Humanas, rompeu-se esse monolitismo metodológico
em função da necessidade e da possibilidade de referências a
múltiplos paradigmas epistemológicos. [...] (SEVERINO, p. 99, 2007).

Enquanto senso comum, compreendemos que esse é o conhecimento adquirido


pelas pessoas por meio do convívio social com outros indivíduos. Isso quer dizer que
o senso comum é proveniente de diversas relações sociais, trabalhistas, amorosas, e
também entre amigos, familiares e pessoas que passam a se conhecer. O conhecimento
científico passa a ser uma forma de responder questões que o senso comum não
consegue fazer de forma científica. Portanto, compreendemos que o senso comum
não é um conhecimento científico.

1.1.1 A Ciência e o senso comum

Título: Romã. Simpatia.


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/rom%c3%a3-fruta-aberta-simpatia-ch%c3%a1-3349840/

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Para começo de conversa, você deve estar se perguntando os motivos de ter uma
imagem da fruta romã em nossa aula. E eu te pergunto: alguma vez você já comeu
romã na virada de ano para dar sorte? A romã é conhecida por ser uma fruta abundante,
que simboliza a prosperidade. No entanto, não há nenhuma comprovação científica
de que a romã é capaz de gerar prosperidade, assim como muitas simpatias, chás e
receitas de nossas avós.
Agora que foi lançada a problematização inicial, vamos descobrir o que é senso
comum?

1.2 Afinal, o que é senso comum?

Muitas vezes pensamos no senso comum e acabamos entendendo isso como se


fosse algo ruim. Mas gostaria que vocês compreendessem o senso comum de outra
maneira. O senso comum é um conhecimento popular, ou seja, ele é adquirido pela
observação, por questões do próprio dia a dia, por vivência de outras pessoas, mas
que não foram testadas metodicamente, cientificamente por meio de métodos de
técnicas e de teorias já estabelecidas anteriormente.

ANOTE ISSO

Para tanto, o senso comum é algo adquirido por meio do convívio coletivo,
por experiências, histórias ouvidas durante o dia a dia e que estão diretamente
relacionadas com a cultura, com as tradições, com os costumes e conhecimentos
de muitas pessoas.
No entanto, o senso comum muitas vezes não entende a importância do
conhecimento científico e até mesmo pode ser que refute a ciência, mesmo que tal
conhecimento já tenha sido testado cientificamente. Portanto, o senso comum:
• contém tradições culturais específicas;
• passa a ser algo visto como verdade;
• pode utilizar vários conceitos, conhecimentos populares e sabedorias,
• mas não é testado cientificamente.

A diferença entre o senso comum e o conhecimento científico é que


o senso comum é formado por sentimentos, desejos e misticismo,
já o conhecimento científico é formado através da razão e de forma
metodologicamente rigorosa, procurando excluir, do seu contexto, as
emoções, as crenças religiosas e os desejos do homem. Isto quer
dizer que há uma relação entre estes conhecimentos, pois se pode
observar uma continuidade entre o pensamento científico e o senso
comum. (OLIVEIRA, 2011, p. 7).

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É dessa maneira que compreendemos que “o senso comum e a ciência são


expressões da mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo,
a fim de viver melhor e sobreviver.” (ALVES, 2002, p.16). Mas, devemos nos lembrar
que “para se atingir o conhecimento científico é necessário a utilização do método
científico e, para garantir que este método seja o mais adequado, a pesquisa é o papel
da metodologia científica.” (OLIVEIRA, 2011, p. 7).

ANOTE ISSO

Metodologia literalmente refere-se ao estudo sistemático e lógico dos métodos


empregados nas ciências, seus fundamentos, sua validade e sua relação com as
teorias científicas. Caro aluno, sabemos que os procedimentos científicos variam
e que também são diferenciados e muito diversificados de acordo com o objeto
de estudo e também o tema, bem como a área. É dessa maneira que é possível
delimitarmos portanto as metodologias e o método científico que é utilizado o. no
final da pesquisa o cientista, o pesquisador deve demonstrar como chegou nos
resultados da sua pesquisa científica E como foi o caminho ou os trajetos que
necessitou percorrer para que a pesquisa saísse de uma forma concisa ponto final
esse processo deve ser descrito na parte da apresentação do método científico.

1.3 O que é método científico?

Título: Método científico.


Fonte: Método científico – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

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ANOTE ISSO

Método científico é a importância de definição do método – processo de


organização e sistematização, sendo importante também estar presente no texto,
na escrita – exposição das ideias.
Metodologia é como você chegará no resultado final do trabalho; como irá
desenvolver seus objetivos, demonstrar sua hipótese ou problema de pesquisa.

Na verdade, método, em ciência, não se reduz a uma apresentação dos passos


de uma pesquisa. Não é, portanto, apenas a descrição dos procedimentos, dos
caminhos traçados pelo pesquisador para a obtenção de determinados resultados.
Quando se fala em método, busca-se explicitar quais são os motivos pelos quais
o pesquisador escolheu determinados caminhos e não outros. São estes motivos
que determinam a escolha de certa forma de fazer ciência. (OLIVEIRA, 2011, p.07).

Entendemos que o método científico é necessário para as pesquisas e seus


resultados serem aceitos. Dessa forma, para a pesquisa ser científica é preciso um
procedimento formal, realizado de “modo sistematizado, utilizando para isto método
próprio e técnicas específicas” (RUDIO, 1980, p. 9).

Como parte fundamental da pesquisa, a metodologia visa responder ao


problema formulado e atingir os objetivos do estudo de forma eficaz,
com o mínimo possível de interferência da subjetividade do pesquisador
(SELLTIZ et al., 1965), referindo-se às regras da ciência para disciplinar
os trabalhos, bem como para oferecer diretrizes sobre os procedimentos
a serem adotados. (OLIVEIRA, 2011, p.08).

ANOTE ISSO
• “A aplicação do instrumental tecnológico se dá em decorrência de um
processo metodológico, da prática do método de pesquisa que está sendo
usado.” (SEVERINO, 2007, p. 100).
• “A ciência se faz quando o pesquisador aborda os fenômenos aplicando
recursos técnicos, seguindo um método e apoiando-se em fundamentos
epistemológicos”. (SEVERINO, 2007, p. 100).
• “A ciência é sempre o enlace de uma malha teórica com dados empíricos, é
sempre uma articulação do lógico com o real, do teórico com o empírico, do
ideal com o real”. (SEVERINO, 2007, p. 100)
• “A ciência utiliza-se de um método que lhe é próprio, o método científico”
“[...] trata-se de um conjunto de procedimentos lógicos e de técnicas
operacionais que permitem o acesso às relações causais constantes entre os
fenômenos”. “Ao trabalhar com seu método, a primeira atividade do cientista
é a observação de fatos. Inicialmente, essa observação pode ser casual e
espontânea”. (SEVERINO, 2007, p. 102).

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ANOTE ISSO

Compreendemos que a ciência é uma área de extrema importância para a nossa


vida em sociedade e para o desenvolvimento tecnológico. Entendemos que a
ciência desenvolve a sua área por meio de números tipos de pesquisa científica,
bem como acaba trabalhando com raciocínios indutivos e também dedutivos. “A
ciência se legitimou assim por essa sua eficácia operatória, com a qual forneceu
aos homens recursos reais elaborados para a sustentação de sua existência
material.”. (SEVERINO, 2007, p. 105).

1.4 Fundamentos teórico-metodológicos da ciência

A ciência, no sentido estrito em que a entendemos hoje, nasceu na


modernidade, quando se fez uma crítica cerrada ao modo metafísico
de pensar e de, supostamente, conhecer. Esse modo metafísico de
conhecer era fundado na crença de que nós podíamos, com as luzes
da nossa razão, chegar à essência das coisas, dos entes e objetos.
(SEVERINO, 2007, p. 109-111)

Na sociedade moderna, a ciência foi concebida como sendo a única modalidade


de “conhecimento válido, portanto, também universal e verdadeiro”. E foi também sob
essa inspiração que vingou a proposta de se criar o sistema das Ciências Humanas,
uma vez que também o homem e suas manifestações deveriam ser tratados como
fenômenos idênticos aos demais fenômenos naturais. (SEVERINO, 2007, p. 106).

A produção de conhecimentos científicos sobre o mundo natural


possibilitou a constituição das Ciências Naturais, formando assim o
sistema das Ciências da Natureza. Esse método utiliza-se de técnicas
operacionais que complementam e aprimoram as condições de
observação, de experimentação e de mensuração, procedimentos
que precisam ser realizados de forma objetiva, sem influências
deturpantes decorrentes de nossa subjetividade. (SEVERINO, 2007,
p. 107).

A ciência apreende seus objetos como fenômenos. Tem como pressuposto que o
universo é um sistema completo de regularidades e que, por isso, os fenômenos se
comportam sempre da mesma maneira, eles seguem “leis”, de tal modo que essas
causas produzem sempre os mesmos efeitos. O que se estabelece é uma relação
funcional quantitativa. (SEVERINO, 2007, p. 109-111)

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CAPÍTULO 2
A ESCOLHA DO TEMA E DO
PROJETO

Título: Mulher trabalhando em casa. Estudante usando laptop em seu quarto


Fonte:https://pixabay.com/pt/photos/computador-pc-ambiente-de-trabalho-1185626/

Caro aluno, chegamos agora ao momento de pensarmos a escolha do tema e do


projeto de pesquisa. Escolher um tema de pesquisa não é fácil, principalmente porque
há vários assuntos que podem ser muito interessantes e também muito importantes
para as diversas áreas do saber.
Aqui, a minha primeira dica para você é que escolha a área que você mais tem
identificação, pois como pesquisa é um processo longo e bastante complexo, é
necessário que você escolha algum tema e que você escreva um projeto de algo que
você tenha maior interesse, com que se identifique.
Vamos adiante agora com a nossa aula. Conto com a sua atenção para entendermos
como escolher um tema de pesquisa e como fazer um projeto!

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2.1 A escolha do tema

Título: Lupa. Verificação.


Fonte: https://pixabay.com/illustrations/audit-report-verification-magnifier-4576720/

Uma das questões essenciais ao pensarmos a escolha do tema do projeto de


pesquisa é entender que o tema precisa de uma delimitação, pois pode haver problemas
com temas muito extensos e não delimitados. Esses documentos são conhecidos
como projetos de pesquisa panorâmicos, pois acabam tratando de problemas muito
extensos que deveriam ser tratados em anos e em pesquisas mais maduras.
Dessa forma compreende-se que o pesquisador não terá tempo para escrever todo
o trabalho e nem mesmo para fazer uma pesquisa tão extensa ou que deverá ter que
fazer cortes imperdoáveis.

ANOTE ISSO
Em suma, recordemos este princípio fundamental: quanto mais se
restringe o campo, melhor e com mais segurança se trabalha. Uma tese
monográfica é preferível a uma tese panorâmica: é melhor que a tese se
assemelhe a um ensaio do que a uma história ou a uma enciclopédia.
(ECO, 1996, p.10)

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Alguns são os elementos necessários para tornar o projeto de pesquisa exequível e


dentro do prazo disponibilizado. Uma das questões mais importantes é a delimitação
do tema do projeto de pesquisa, da monografia, do TCC, ou do texto a ser escrito.
A delimitação do tema da pesquisa é chamada também de recorte. Ou seja, é a
escolha, a ênfase, que você dará para um assunto que é bastante amplo. Então, você
irá fazer um recorte sobre determinado tema e conseguir elaborar um problema de
pesquisa.
É nesse sentido que entendemos que delimitar um tema de pesquisa ou recortar
um tema significa estabelecer os limites. Esses limites devem estar de acordo com os
prazos, com os recursos e com o material de pesquisa, assim como com a metodologia
adequada ao determinado projeto.

ANOTE ISSO

Lembremos também que a pesquisa precisa ter alguma originalidade, relevância


científica, fiabilidade e, portanto, a delimitação do campo de ação do material a
ser analisado, do período de tempo a ser dedicado para pesquisa, do local a ser
realizada a pesquisa. Portanto, para se chegar ao recorte do tema é importante
fazer as seguintes perguntas: Quando? Como? Por quê? Quem? Onde?

Também é importante salientar que não pode haver confusão com o que é o tema, o
processo de delimitação do tema e o título do trabalho. Os processos são conectados,
mas cada um diz respeito a uma etapa da pesquisa e elas precisam ser compreendidas
separadamente.

ANOTE ISSO

• O tema é a grande área de estudo, é o assunto que você deseja investigar e que
está ligado a uma determinada área da pesquisa científica;

Exemplo: suponhamos que você deseja estudar educação, mas este é um tema
muito amplo. Dessa forma, você precisará aprofundar esse tema, fazer um recorte com
data, local, material de pesquisa, metodologia adequada, para que você consiga abordar
o seu tema em uma única pesquisa e de forma bastante restrita e não tanto. Essa é

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uma realidade que passa por todas as áreas do conhecimento, independentemente


da sua área de atuação e formação profissional e acadêmica.

• Conforme você reduz seu tema e o delimita, pensando nesse processo como se
fosse um funil, você está justamente afunilando esse tema, passando a escolher
a metodologia mais adequada para realizar sua pesquisa.
• Tema de pesquisa normalmente é muito parecido com o título, mas é necessário
que ambos não sejam confundidos, pois a partir do tema você conseguirá criar
o título e também os títulos dos capítulos e dos subcapítulos que irão compor
o seu trabalho final escrito.

No momento da escolha do tema, uma importante questão, nas mais diversas áreas
do conhecimento, passa por nós, pesquisadores: deveria ser feito um trabalho teórico
ou um trabalho histórico? Há diferenças nessas duas formas de fazer pesquisa?

Uma tese teórica é aquela que se propõe a atacar um problema


abstrato, que pode já ter sido ou não objeto de outras reflexões:
natureza da vontade humana, o conceito de liberdade, a noção de
papel social, a existência de Deus, o código genético. Enumerados
assim, estes temas fazem imediatamente sorrir, pois se pensa
naqueles tipos de abordagem a que Gramsci chamava “breves acenos
ao universo”. Insignes pensadores, contudo, se debruçaram sobre
estes temas. Mas, afora raras exceções, fizeram-no como conclusão
de um trabalho de meditação de várias décadas. (ECO, 1996, p.11)

Outra questão que o pesquisador sempre está pensando logo no começo da pesquisa
é: temas antigos ou temas contemporâneos?

Digamos desde já que o autor contemporâneo é sempre mais difícil. É


certo que geralmente existe uma bibliografia mais reduzida, os textos
são de mais fácil acesso, a primeira fase da documentação pode ser
consultada à beira-mar com um bom romance nas mãos, em vez
de fechado numa biblioteca. Mas, ou se faz uma tese remendada,
simplesmente repetindo o que disseram outros críticos e então não
há mais nada a dizer (e, se quisermos, podemos fazer uma tese ainda
mais remendada sobre um petrarquiano quinhentista) ou se faz algo
de novo, e então apercebemo-nos de que sobre o autor antigo existem
pelo menos esquemas interpretativos seguros aos quais podemos
nos referir, enquanto para o autor moderno as opiniões ainda são
vagas e contraditórias, a nossa capacidade crítica é falseada pela falta
de perspectiva e tudo se torna extremamente difícil. (ECO, 1996, p. 13).

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2.2 A organização para o projeto

Título: Checklist
Fonte: https://pixabay.com/vectors/checklist-analysis-check-off-check-2023731/

Uma das principais regras para a pesquisa científica é a organização e o planejamento,


tanto do tempo do pesquisador como das etapas da pesquisa. Mas, vamos recapitular
algumas coisas que já vimos anteriormente:

• A escolha do tema, sendo fundamental que se escolha um tema de que goste,


para que tenhamos o empenho e a dedicação necessárias;
• A delimitação e o recorte do tema, pois o pesquisador não deve tentar abraçar
o mundo e nem mesmo formular temas muito amplos, que geralmente podem
ser resumidos em uns poucos vocábulos: A escravidão; a Internet; A televisão;
A Música Popular Brasileira; O Direito Constitucional.

Quanto tempo é requerido para fazer uma pesquisa científica? É importante sempre
pensar na questão do tempo e do prazo. Dessa forma, é importante levar algumas
questões em consideração:

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1) escolhemos a tese errada, superior às nossas forças; 2) somos do


tipo incontestável, que deseja dizer tudo, e continuamos a martelar a
tese por vinte anos, ao passo que um estudioso hábil deve ser capaz
de ater-se a certos limites, embora modestos, e dentro deles produzir
algo de definitivo; 3) fomos vítimas da “neurose da tese”: deixamo-la
de lado, retomamo-la, sentimo-nos irrealizados, entramos num estado
de depressão, valemo-nos da tese como álibi para muitas covardias,
não nos formamos nunca. (ECO, 1996, p. 14)

Um dos fatores essenciais, portanto, para uma boa escrita de um projeto de pesquisa
é a questão da organização e do tempo que o estudante irá levar para articular a
bibliografia a ser lida, selecionar a metodologia adequada, o ambiente e o tipo de
pesquisa a ser desenvolvida.
Outro ponto muito importante da questão da pesquisa científica é o processo de
escrita – um ponto que veremos de forma aprofundada nas próximas aulas. Mas, em
um primeiro momento, é importante que você saiba que escrever é um exercício de
comunicação do qual é presumido que haja um público. A minha dica nesse momento
é que você converse sempre que possível com professores, tutores, orientadores,
amigos e especialistas no tema, para que você consiga ter uma boa comunicação
sobre o seu trabalho.
Alguns pontos importantes para que você tenha um bom projeto de pesquisa:

ANOTE ISSO

1) o tema deve ser circunscrito;


2) o tema deve ser, se possível, atual, não exigindo bibliografia que remonte aos
gregos; ou deve ser tema marginal, sobre o qual pouca coisa foi escrita;
3) todos os documentos devem estar disponíveis num local determinado, onde a
consulta seja fácil. (ECO, 1996, p. 16)

Para alguns, a ciência se identifica com as ciências naturais ou com


a pesquisa em bases quantitativas: uma pesquisa não é científica se
não se conduzir mediante fórmulas e diagramas. Sob este ponto de
vista, portanto, não seria científica uma pesquisa a respeito da moral
em Aristóteles; mas também não seria um estudo sobre consciência
de classe e levantes camponeses por ocasião da reforma protestante.
Evidentemente, não é esse o sentido que se dá ao termo “científico” nas
universidades. (ECO, 1996, p. 21)

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2.3 Os tipos de pesquisa

Como sabemos, a pesquisa é atividade básica da ciência que pressupõe a existência


de uma técnica e de uma metodologia. Dessa forma entendemos que a técnica é uma
maneira de percorrer os detalhes da pesquisa científica, assim como uma forma de
seguir uma metodologia adequada, um método adequado para que se chegue no
resultado, portanto, na execução do trabalho.
Tipos de Pesquisa:
• Quanto à utilização: Pesquisa Pura; Pesquisa Aplicada
• Quanto à natureza do método: Qualitativa, Quantitativa
• Quanto aos fins: Exploratória; Descritiva; Explicativa; Intervencionista
• Quanto aos meios: Pesquisa de Campo; de Laboratório; Documental; Bibliográfica;
Experimental; Ex post facto; Participante; Pesquisa-ação; Levantamento (Survey);
Estudo de Caso.

Quanto à utilização dos resultados


• Pesquisa Pura: visa resolver problemas de natureza teórica.
• Pesquisa Aplicada: ênfase prática na solução de problemas.
• Pesquisa qualitativa: Não emprega instrumental estatístico; Responde questões
como: “o quê?”, “por quê?” e “como?”; Avaliação mais detalhada dos dados sobre
um menor número de pessoas e casos; Podem ser definidas proposições às
serem investigadas;
• Pesquisa quantitativa: Procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação
de fenômenos; Pesquisa estruturada; Podem ser definidas hipóteses a serem
testadas; Usa métodos estatísticos; Quantifica os dados;

Quanto aos fins


• Descritiva: Descrever alguma coisa: caracterizar; Já há conhecimento prévio
sobre o assunto;
• Isso permite que ela seja pré-planejada e estruturada.
• Explicativa: Esclarecer quais fatores contribuem para a ocorrência de determinado
fenômeno;
• Intervencionista: Visa não apenas explicar, mas também interferir na realidade
estudada para modificá-la.

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Quanto aos meios


• Pesquisa de Campo: Realizada no local em que ocorre ou ocorreu o fenômeno
estudado.
• Pesquisa de Laboratório: Investigação em local fechado, porque seria impossível
realizar no campo.
• Documental: Exame de documentos de naturezas diversas; Públicos, privados
ou com pessoas; Inclui materiais escritos, filmes, fotos, mapas, gravações etc.
• Bibliográfica: Geralmente é o primeiro passo de qualquer pesquisa científica;
procura um problema a partir de referências já publicadas, bibliográficas.
• Experimental: Caracteriza-se por manipular diretamente as variáveis; Avalia-se
a relação entre causas e efeitos de um determinado fenômeno.
• Participante: Pesquisador tem relação direta e intensa com a situação em estudo;
Visa compreender características do grupo.
• Pesquisa-Ação: Pesquisa participante, mas com a intervenção do pesquisador
no fenômeno estudado.
• Levantamento (survey): Elevado número de informações colhidas diretamente;
Uso de instrumentos que captam respostas objetivas; Definição de amostra
significativa; Realização de análise quantitativa: estatística; Conclusões podem
ser projetadas para um grupo maior.
• Estudo de Caso: Visa o exame detalhado de um objeto; Estuda fenômenos
contemporâneos da vida real; Natureza mais aberta; Permite analisar em
profundidade processos e as relações entre eles; Visa responder às questões
“como” e “por que” certos fenômenos ocorrem;

Estudo de Caso
• Aplicações para o Método do Estudo de Caso: explicar ligações causais nas
intervenções na vida real que são muito complexas para serem abordadas
pelas estratégias experimentais; descrever o contexto da vida real no qual a
intervenção ocorreu;
• O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de
poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento
(GIL, 2002).

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CAPÍTULO 3
PLANO DE TRABALHO E
ETAPAS DA PESQUISA

Título: Estudos
Fonte: Man Writing Laptop - Free photo on Pixabay

Caro aluno, é muito importante que você já saiba que um projeto de pesquisa
consiste num conjunto de ações que você deverá executar para a construção e para a
ampliação do conhecimento sobre o tema do qual você realizou uma problematização,
um questionamento e do qual você pretende dar uma resposta.
É dessa forma que o projeto de pesquisa é uma proposta que deverá conter todo
o seu plano de trabalho, o seu plano de pesquisa que você irá realizar nos próximos
meses ou, então, nos próximos anos.

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Agora, iremos estudar um pouco sobre como realizar um bom plano de trabalho
e também conhecer as principais etapas da pesquisa científica!
É muito importante que você consiga se organizar para fazer um bom plano de
trabalho para cumprir as principais etapas da pesquisa científica e do seu projeto de
pesquisa. Para tanto, a minha principal dica para você é que realize anotações sobre
a sua rotina, as suas prioridades, o seu dia a dia, as suas necessidades e como isso
deve estar relacionado com o seu tempo de estudo e com o seu tempo de trabalho,
pois dessa forma você conseguirá implementar o projeto de pesquisa na sua vida
acadêmica.

3.1 Plano de trabalho

O plano de trabalho é uma das principais etapas da pesquisa que você deverá
percorrer. Inicialmente, quando for o momento de você fazer a pesquisa, minha dica
é que você prepare um bom plano de trabalho. Ele deve conter: os seus objetivos, a
sua metodologia, o seu tipo de pesquisa, os textos, livros e artigos que você deverá
ler e quanto tempo você deverá dispor para fazer o seu projeto e a sua pesquisa.
Como vimos, o plano de trabalho pode, inclusive, acelerar os resultados da sua
pesquisa e registrar as atividades, os objetivos e as tarefas necessárias que você
terá de realizar durante a pesquisa científica. Portanto, o plano de trabalho é um dos
documentos e uma das ações mais importantes da pesquisa científica, que você
pode utilizar não apenas no início da pesquisa, mas durante e também na parte da
finalização. A importância do plano de trabalho é para que você não perca de vista a
necessidade de trabalhar os seus objetivos e alcançar os seus propósitos.
Não existe uma fórmula, um modelo padrão e único para o plano de trabalho.
Ele pode ser utilizado não apenas para a pesquisa científica, mas também para que
você consiga cumprir objetivos na sua vida pessoal e também na sua vida profissional.
Dessa forma, a identificação do propósito do plano de trabalho é essencial para
definir seu preparo corretamente. Como pode ser utilizado nas diversas áreas, seja
profissional, acadêmica ou pessoal, o plano de trabalho possui algumas características
diferentes, mas com muitas características semelhantes.

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ANOTE ISSO

• Na vida profissional, o plano de trabalho ajudará os profissionais a saber quais


os projetos e quais objetivos e metas deverão ser alcançados ao longo do
período determinado;
• Na questão acadêmica, o plano de trabalho auxiliará no desenvolvimento
da pesquisa científica, para a escrita de um artigo científico, do Trabalho de
Conclusão de Curso ou até mesmo para elaboração de uma rotina de estudos;
• Na vida pessoal, o plano de trabalho, muito relacionado com um plano de ação,
pode até mesmo te auxiliar a conquistar um objetivo, bem como te auxiliará no
acompanhamento e no desenvolvimento das suas atividades, assim como no
progresso deles.

Dessa forma, podemos afirmar que o plano de trabalho se tornou uma das ferramentas
mais importantes para a organização e sistematização de informações relevantes e de
tarefas necessárias, assim como ações importantes para a realização de um projeto
de pesquisa de um objetivo, uma investigação e uma tarefa com metas e objetivos
bem definidos.

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA


Já percebeu que isso acontece na prática do nosso dia a dia?
Nos dias atuais, fazemos essa avaliação e esse planejamento de como será nosso
cotidiano?
Por exemplo, se você quiser se planejar para fazer uma viagem, comprar um carro
ou uma casa, um plano de ação/de trabalho também é essencial.

O plano de trabalho pode ser anual, semestral, trimestral, mensal, semanal e até
mesmo diário, depende apenas das necessidades exigidas e da definição dos seus
objetivos e de suas metas. Nesse caso, é importante que você também elabore
um cronograma em que você consiga especificar as datas e as atividades a serem
realizadas com a finalidade de conseguir otimizar o tempo de trabalho.

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ANOTE ISSO
É preciso entender algumas das características e das finalidades mais importantes
do plano de trabalho:
• Otimização de tempo;
• Divisão de tarefas e funções;
• Sistematização dos processos;
• Definição dos objetivos e da metodologia;
• Elaboração de estratégias para o sucesso da sua pesquisa.

ANOTE ISSO

Etapa Processo Finalidade

Definir o que se quer alcançar com o projeto de pesquisa;

Reflexão: “O que desejo alcançar


Objetivos A importância de ter um objetivo bem definido para
com esse processo?”
que não ocorra perda de tempo, gastos desnecessários
de tempo.

Reflexão: “O que devo fazer para Responder à reflexão e conseguir traçar as ações
Ações
alcançar meu objetivo?” necessárias para realizar o projeto de pesquisa.

Utilizar ferramentas de tabela, O objetivo é organizar o tempo para as principais ações


Cronograma
Word, planilhas etc. do plano de trabalho e do projeto de pesquisa.

Escrita de relatório/trabalho,
Redação Publicação dos resultados.
projeto, artigos, TCC.
Título: Tabela 1 – Plano de trabalho para projeto de pesquisa
Fonte: Material preparado exclusivamente para esta aula.

A importância do plano de trabalho é a sua relação com o planejamento estratégico


da sua pesquisa e com o alcance das suas metas e dos seus objetivos. Para tanto,
planificar, controlar, definir e dirigir um plano de ação/trabalho é essencial para direcionar
sua pesquisa científica.

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ANOTE ISSO

O plano de trabalho deve conter:


• Título do Trabalho de Conclusão de Curso;
• Nome completo do aluno;
• Curso;
• Tema: o que será estudado, cenário, ideia básica, delimitação, histórico (500 a
2000 caracteres);
• Problema: Por que executar o TCC? Qual a relevância? Justificativa (até 1000
caracteres);
• Objetivos: Exposição clara e sucinta do resultado final que o projeto visa
diretamente produzir (400 a 1000 caracteres);
• Metodologia: Descrever o conjunto de etapas e processos a serem
desenvolvidos. Indicar como serão coletados os dados e informações de acordo
com o tipo de pesquisa escolhido. (mínimo 1500 caracteres ).

Os tipos de pesquisa são:


• Bibliográfica: pesquisa em que se utilizam informações constantes em
documentos ou publicações de significativo valor para composição do trabalho.
• Descritivo: pesquisa com conhecimentos sobre um tema para o qual se procura
uma resposta;
• Experimental: pesquisa com o objetivo de produzir ou reproduzir fenômenos,
ensaios, testes ou medidas sobre um controle e acompanhamento de variáveis.

• Referências: indicar bibliografia consultada.


• Cronograma: indicar o cronograma de desenvolvimento do trabalho por etapa e
duração (bimestral, trimestral...).

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3.2 Etapas e estruturas do projeto de pesquisa

Título: Processo de sucesso e crescimento.


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/p%c3%b4r-do-sol-homens-silhuetas-1807524/

Um bom projeto de pesquisa precisa ser muito bem estruturado para que as
etapas e os procedimentos de cada parte da pesquisa científica sejam realizados
adequadamente. É dessa forma que entendemos que um projeto de pesquisa é como
se fosse um roteiro para elaboração da pesquisa científica em determinada área do
conhecimento, de forma que irá possibilitar a produção do conhecimento para o
determinado tema abordado.
O tema da pesquisa nada mais é do que o objeto de estudo a ser analisado. Como
vimos anteriormente, é necessário que ele seja muito bem recortado, delimitado e
definido. Além do tema ser muito bem definido, o foco da pesquisa científica precisa
possuir uma delimitação, assim como precisa ter um período de recorte muito bem
sistematizado, além de apresentar concisa bibliografia teórica, objetivos, justificativa
e metodologia adequada para o tipo da pesquisa científica.
É necessário que o projeto de pesquisa tenha uma linguagem clara, objetiva e evitar
uma linguagem pesada que dificulte a compreensão das ideias, dos objetivos para

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pessoas que não sejam especialistas no tema. Ao compreendermos que o leitor do


seu projeto de pesquisa também lê outros projetos, é necessário que ele possua uma
redação coordenada, simples, objetiva, clara e com ortografia e gramática adequadas.
Vejamos agora como elaborar um projeto de pesquisa:

Título do projeto: é necessário conter expressões e conceitos claros que sirvam


para explicar o assunto; um título claro e objetivo e que atraia a curiosidade de possíveis
leitores; tente não criar títulos grandes, pois quanto mais longos, podem se tornar
mais confusos.

Resumo: é um elemento de grande importância que deve conter informações


referentes aos principais pontos acerca do trabalho, trazendo os principais resultados
e objetivos. Ele é a primeira etapa a ser lida e precisa estar muito bem escrito, para
que o trabalho não seja descartado, assim não diminuindo seu impacto científico.

Palavras-chave: indicar de 3 a 5 termos mais significativos do texto (as palavras-


chave iniciam com letra maiúscula, seguidas de ponto final).

Escolha do tema: (o que pesquisar; Para quê? Como? Por quê?)


O assunto deve ser significativo e adequado ao interesse, ao nível de formação e
às condições do pesquisador. O que pesquisar? Leva a definição do tema. Para quê?
Define-se os objetivos como? Define-se a metodologia adequada. Por quê? Define-se
a justificativa do trabalho. Pense nas seguintes questões:
1) O assunto pode ser tratado em forma de pesquisa?
2) Qual a função social da pesquisa? Quais as suas contribuições para o pesquisador,
para a sociedade e para o meio acadêmico? O assunto trará algo novo?

Delimitação do tema (que, como, onde, quem)


A escolha do tema pode fundamentar-se no desejo de aprofundar o estudo de uma
questão; no interesse particular ou profissional sobre determinado assunto ou seguir
sugestões de leitura, ou, ainda, aprofundar estudos realizados anteriormente, de maneira
superficial. Delimitar é selecionar um tópico de assunto para ser focalizado. Pode ser
feita no que diz respeito à extensão ou ao tipo de enfoque: psicológico, sociológico etc.

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Formulação do problema
Redigir de forma clara, interrogativa e objetiva a questão cuja solução viável possa
ser alcançada pela pesquisa. Ele ainda não possui respostas explicativas, portanto
deve ser redigido em forma de pergunta.
Para pensar o problema, é importante fazer as seguintes indagações:
1) O problema poderá ser resolvido pela pesquisa?
2) É relevante e justifica seu desenvolvimento?
3) Há fontes bibliográficas de consulta acessíveis?
4) A problemática será exequível no tempo que possuo e há condições para isso?

Justificativa da escolha (Por que pesquisar?)


(Deixar para escrever a justificativa no final do projeto, pois já terá todas as
informações definidas e detalhadas nos itens anteriores)

Objetivos gerais e específicos


Para que pesquisar? Propósitos do estudo, seus objetivos. Os objetivos sempre
iniciam com verbos imperativos (terminados em ar, er, ir):

Referencial teórico
Momento de revelar a literatura referente ao assunto. Escrever aqui o que os autores
escolhidos discutem sobre a temática abordada. É esse momento que possibilitará a
determinação dos objetivos, a construção das hipóteses e oferecerá elementos para
a fundamentação da justificativa e da escolha do tema. É permitido fazer citações.
Cuidado para não perder o centro de interesse!

Metodologia (Como pesquisar?)


Explicitar o tipo de pesquisa a ser desenvolvida: quantitativa, qualitativa (bibliográfica,
descritiva, exploratória, experimental). Descrever detalhadamente como a pesquisa
será desenvolvida: por meio de pesquisa participante, pesquisa-ação, estudo de caso,
estudo de caso etnográfico, pesquisa histórica etc). Os métodos e técnicas deverão
ser selecionados de acordo com os objetivos da pesquisa. Algumas técnicas serão
desenvolvidas apenas com a aplicação de questionários, outras por entrevistas,
observação direta, formulários etc.

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Lembre-se: o importante é adequar as técnicas disponíveis às características da


pesquisa, tendo em vista que a recolha bem feita dos dados é fundamental para a
investigação.

Plano de trabalho, cronograma de execução (quando pesquisar?) e produtos


previstos:
Descrever as atividades que serão desenvolvidas explicitando o período em que
cada uma delas será desenvolvida. Exemplo:

• Levantamento bibliográfico e leitura da bibliografia;


• Desenvolvimento das observações e entrevistas;
• Análise e tratamento dos dados coletados;
• Elaboração do relatório final;
• Participação de grupos de pesquisa;
• Participação com ou sem apresentação de trabalhos em eventos científicos;
• Elaboração de artigos científicos.

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CAPÍTULO 4
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
E DOCUMENTAL

Título: Arquivo
Fonte: Archive Boxes Shelf - Free photo on Pixabay

Caro aluno, chegamos em um momento em que começaremos a nossa unidade


de estudos acerca dos tipos de pesquisa científica. Ao compreendermos a pesquisa
científica, entendemos que ela possui um conjunto de procedimentos sistemáticos
que devem ser apoiados no rigor científico, no raciocínio lógico e na utilização de
metodologias científicas adequadas que possibilitem o desenvolvimento para a chegada
das soluções ou, então, para o desenvolvimento dos objetivos propostos no começo
da pesquisa com o intuito principal de solucionar um problema.
A partir disso, levamos em consideração que a pesquisa científica nada mais é do que
uma ferramenta, um instrumento essencial e fundamental para a construção e para o
desenvolvimento do conhecimento científico. As pesquisas científicas vão para além do
TCC e da monografia. As pesquisas mais avançadas se desdobram em dissertações de
mestrado e teses de doutorado, trabalhos de pós-doutorado e trabalhos de livre-docência.
Portanto, a pesquisa científica é essencial para compreendermos o mundo em que
vivemos, assim como sua complexidade. A solução de problemas e a possibilidade de
transformação do mundo estão diretamente relacionados com a pesquisa científica.
Agora iremos conhecer os tipos de pesquisa científica mais utilizados e espero que,
no final das nossas aulas, você consiga escolher a sua pesquisa mais adequada e a
sua metodologia! Boa aula para você!

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4.1 Pesquisa Bibliográfica

Iniciamos este quarto capítulo definindo o que é pesquisa bibliográfica, pois esse é
um termo muito utilizado e que sempre verificamos em diversos trabalhos científicos.

ANOTE ISSO
A pesquisa bibliográfica é um tipo de pesquisa científica que utiliza como base
fundamental a leitura, fichamento, anotações de diversos textos científicos como
artigos, livros, documentos e outros materiais que possam ser úteis para o projeto
e a pesquisa que se pretende elaborar. Na pesquisa bibliográfica, você pode utilizar
as melhores fontes primárias e fontes secundárias que melhor fundamentam o seu
projeto de pesquisa.

Atualmente, as pesquisas científicas utilizam muitos artigos científicos em grande


volume de informações e de conhecimento, pois é uma forma mais prática e rápida
de se atentar a muito do que os livros estão referenciando. Os artigos científicos não
são considerados grandes obras como são os livros, mas são importantes ferramentas
e instrumentos de leitura para análise e coleta de informações e também para a
pesquisa bibliográfica.
Portanto, a pesquisa bibliográfica nos possibilita compreender os estudos mais
recentes realizados acerca do nosso objeto do nosso sistema de pesquisa, com
diferentes óticas de abordagem, com diferentes metodologias empregadas, com
diferentes objetos e objetivos de pesquisa.

Título: Livros
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/livro-ler-velho-literatura-livros-1659717/

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Uma pesquisa bibliográfica bem estruturada possui uma estrutura dividida nas
seguintes fases:

ANOTE ISSO

Como já tratamos anteriormente, a escolha do tema é de grande


importância no início da pesquisa científica. Aqui deve-se,
portanto, verificar as contribuições que você deseja realizar no
campo de estudo no qual irá trabalhar. O assunto a ser tratado
Escolha do tema deve levar em consideração algumas tendências e afinidades que
o autor pressupõe ter, bem como o interesse do pesquisador
no tema escolhido. Também é importante que se verifique se há
obras de relevância e já bastante aprofundadas sobre o assunto
a ser pesquisado.

Também um assunto bastante tratado nas aulas anteriores,


compreendemos a importância do plano de trabalho enquanto
Plano de trabalho
um instrumento estratégico para que seja possível cumprir as
ações, metas e objetivos da pesquisa científica.

É importante identificar os trabalhos que possuem grau de


impacto de acordo com as instituições científicas; é necessário
Identificação dos elementos
identificar aqueles trabalhos que realmente são de interesse
para pesquisa.

Identificação de todas as obras das quais gostaríamos de utilizar


Localização dos itens a serem
na pesquisa científica. Momento de irmos para o levantamento
pesquisados
bibliográfico e identificarmos aquelas que nos interessam.

Processo simples, com o objetivo de unir todos os materiais


Compilação das informações
levantados durante a pesquisa bibliográfica.

Momento de organização do material encontrado. É necessário


separar por tipo de trabalho, ou seja, se são artigos de livros,
Fichamento artigos em revistas, capítulos, livros, subcapítulos, palavras-
chave de temas, agências de pesquisa, impacto do trabalho,
importância para o estudo.

Momento em que você fará uma interpretação e analisará suas


Análise dos dados leituras. Pressupõe que você já realizou os fichamentos e que
seu próximo passo será o da escrita do seu trabalho.

Momento de escrita do seu trabalho final, seja o TCC, a


Redação
monografia, um artigo, uma dissertação ou uma tese.
Título: Tabela de pesquisa bibliográfica
Fonte: Tabela realizada exclusivamente para este material.

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Portanto, “[...] a pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia já tornada pública


em relação ao tema de estudo. [...] Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato
direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto.” Dessa
forma, “a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre
certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem,
chegando a conclusões inovadoras” (LAKATOS & MARCONI, 2003, p. 183)

TIPOS E FONTES BIBLIOGRÁFICAS


A) Imprensa escrita;
B) Meios audiovisuais;
C) Material cartográfico;
D) Publicações

DOCUMENTAÇÃO DIRETA
A documentação direta constitui-se, em geral, no levantamento de dados no próprio
local onde os fenômenos ocorrem. Esses dados podem ser obtidos de duas maneiras:
por meio da pesquisa de campo ou da pesquisa de laboratório. (MARCONI; LAKATOS,
2017, p. 185).
O que é a pesquisa de Campo? Pesquisa de campo é aquela utilizada com o
objetivo de obter informações e/ou conhecimentos acerca de um problema. As fases
da pesquisa de campo requerem, em primeiro lugar, a realização de uma pesquisa
bibliográfica. Como segundo passo, permitirá que se estabeleça um modelo teórico
inicial de referência. (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 186).
Em segundo lugar, deve-se determinar as técnicas que serão empregadas na coleta
de dados e na determinação da amostra. Por último, é preciso estabelecer tanto as
técnicas de registro desses dados como as técnicas que serão utilizadas em sua
análise posterior. (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 186).
Após a pesquisa bibliográfica, deve-se:
a) selecionar e enunciar um problema;
b) apresentar os objetivos da pesquisa;
c) estabelecer a amostra correlacionada com a área de pesquisa e o universo de
seus componentes;
d) estabelecer os grupos experimentais e de controle;
e) introduzir os estímulos;
f) controlar e medir os efeitos.

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4.2 Pesquisa Documental

A característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está


restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes
primárias.
Utilizando essas três variáveis – fontes escritas ou não; fontes primárias ou
secundárias; contemporâneas ou retrospectivas – podemos apresentar um quadro
que auxilia a compreensão do universo da pesquisa documental. Nota-se que os dados
secundários são aqueles obtidos em livros, também outras fontes como jornais, revistas,
publicações científicas, entre outros materiais acadêmicos. (MARCONI; LAKATOS,
2017, p.175).

Título: Arquivo.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/arquivos-papel-escrit%c3%b3rio-papelada-1614223/

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ANOTE ISSO

ARQUIVOS PÚBLICOS: podem ser municipais, estaduais e nacionais. Em sua maior


parte, contêm: (MARCONI; LAKATOS, 2017)

a) Documentos oficiais, tais como: ordens régias, leis, ofícios, relatórios,


correspondências, anuários, alvarás etc.
b) Publicações parlamentares: atas, debates, documentos, projetos de lei,
impressos, relatórios etc.
c) Documentos jurídicos, oriundos de cartórios: registros de nascimentos,
casamentos, desquites e divórcios, mortes; escrituras de compra e venda,
hipotecas; falências e concordatas; testamentos, inventários etc.
d) iconografia.

ARQUIVOS PARTICULARES: A primeira distinção a ser feita é entre domicílios e


instituições pela diferença de material que se mantém:

Em sua maior parte, contêm: (MARCONI; LAKATOS, 2017)


a) Domicílios particulares: correspondência, memórias, diários, autobiografias etc.
b) Instituições de ordem privada, tais como bancos, empresas, sindicatos,
partidos políticos, escolas, igrejas, associações e outros, onde se encontram:
registros, ofícios, correspondência, atas, memoriais, programas, comunicados
etc.
c) Instituições públicas do tipo delegacias, postos etc., quer voltadas ao trabalho,
trânsito, saúde, quer atuando no setor de alistamento militar, atividade
eleitoral, atividades de bairro e outros, podendo-se colher dados referentes
a: criminalidade, detenções, prisões, livramentos condicionais; registro de
automóveis, acidentes; contribuições e benefícios de seguro social; doenças,
hospitalizações; registro de eleitores, comparecimento à votação; registros
profissionais etc.

FONTES ESTATÍSTICAS

As fontes estatísticas servem para o processo de coleta e também de elaboração


dos dados estatísticos que são utilizados por órgãos particulares, públicos ou oficiais.

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a) Características da população: idade, sexo, raça, escolaridade, profissão, religião,


estado civil, renda etc.;
b) Fatores que influem no tamanho da população: fertilidade, nascimentos, mortes,
doenças, suicídios, emigração, imigração etc.;
c) Distribuição da população: habitat rural e urbano, migração, densidade demográfica
etc.;
d) Fatores econômicos: mão de obra economicamente ativa, desemprego,
distribuição dos trabalhadores pelos setores primário, secundário e terciário
da economia, número de empresas, renda per capita, Produto Interno Bruto etc.;
e) Moradia: número e estado das moradias, número de cômodos, infraestrutura
(água, luz, esgotos etc.), equipamentos etc.;
f) Meios de comunicação: rádio, televisão, telefone, gravadores, carros etc.
(MARCONI; LAKATOS, 2017, p.176-177)

TIPOS DE DOCUMENTOS

A) ESCRITOS

a) Documentos oficiais – Podem dizer respeito a atos individuais, ou, ao contrário,


atos da vida política, de alcance municipal, estadual ou nacional.
b) Publicações parlamentares – geralmente são registros textuais das diferentes
atividades das Câmaras e do Senado.
c) Documentos jurídicos – constituem uma fonte rica de informes do ponto de
vista sociológico, mostrando como uma sociedade regula o comportamento de
seus membros e de que forma se apresentam os problemas sociais.
d) Fontes estatísticas – os dados estatísticos são colhidos diretamente e a intervalos
geralmente regulares, quer abrangendo a totalidade da população (censos), quer
utilizando-se da técnica da amostragem, generalizando os resultados a toda
população. (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 178).

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ANOTE ISSO

Diversas são as formas pelas quais as estatísticas podem ser utilizadas pelos
pesquisadores, mas as três a seguir exemplificadas são as principais: correlação
entre uma pesquisa limitada e os dados censitários; estudo baseado exclusivamente
na análise e interpretação de dados existentes; utilização dos dados estatísticos
existentes para a verificação de uma teoria social (MARCONI; LAKATOS, 2017, p.
179-80).

e) Publicações administrativas: É necessário um estudo do momento político,


interno e externo, em que os documentos foram elaborados, para compensar
certos desvios.
f) Documentos particulares – consistindo principalmente de cartas, diários,
memórias e autobiografias, mas o significado que estes tiveram para aqueles
que os viveram, descritos em sua própria linguagem. Os principais problemas
enfrentados pelo pesquisador ao lidar com documentos pessoais são: falsificação
– tentativa deliberada de fazer passar por autoria de determinada pessoa”.
(MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 182-183)

B) OUTROS

a) Iconografia – abrange a documentação por imagem, compreendendo gravuras,


estampas, desenhos, pinturas etc., porém exclui a fotografia. É fonte preciosa
sobre o passado, pois compreende os únicos testemunhos do aspecto humano
da vida (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 182-183)
b) Fotografias têm a mesma finalidade da iconografia, porém referem-se a um
passado menos distante; (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 182-183)
c) Objetos: principalmente para os etnógrafos, os objetos constituem fator primordial
de seus estudos. Assim, os objetos permitem, em relação às diversas sociedades,
verificar: o nível de evolução; o sentido da evolução; os meios de produção; a
significação valorativa. (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 182-183)
d) Canções folclóricas – traduzem os sentimentos e valores de determinada
sociedade, em dado contexto. (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 182-183)
e) Vestuário – dependendo da sociedade, não constitui apenas um símbolo de status,
mas também de momentos sociais (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 182-183)
f) Folclore: o folclore permite a reconstituição do modo de vida da sociedade no
passado (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 182-183)

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CAPÍTULO 5
PESQUISA DE CAMPO
E LABORATORIAL

Como vimos, há vários tipos de pesquisas científicas a serem realizadas além da


pesquisa bibliográfica. E, da pesquisa documental, a pesquisa de campo é uma das
pesquisas mais importantes e utilizadas, assim como as pesquisas laboratoriais. As
pesquisas científicas, bem como as pesquisas de campo e as pesquisas realizadas
em laboratórios, são caracterizadas por análises e investigações realizadas por meio
de documentos, de bibliografia e de coleta de dados.
Para isso, as etapas da pesquisa científica devem seguir aquilo que já vimos nas
aulas anteriores: a necessidade de realizar a escolha do tema, a necessidade de definir
os objetivos, a metodologia e a bibliografia a ser utilizada em um plano de trabalho
bem definido, conciso e rigorosamente sistematizado. Dessa forma, a pesquisa de
campo e a pesquisa de laboratório se tratam também de duas formas de pesquisa
muito aprofundadas a serem realizadas em determinado local, para que o objeto de
estudo esteja bem circunscrito.
Nesses dois tipos de pesquisa, o pesquisador irá realizar a maior parte do trabalho
pessoalmente. Pode ser que ele aplique questionários, entrevistas, que realize
experimentos científicos, que haja relatos orais e depoimentos, pois o objetivo principal
é compreender os diferentes aspectos da realidade que ele pesquisa.

ANOTE ISSO

Nessas pesquisas conta-se também com a observação dos fatos e dos fenômenos,
assim como com as relações sociais e as relações que estão sendo desenvolvida
e que ocorrem no ambiente a ser pesquisado, de forma que o objetivo é verificar a
determinada realidade e sua contribuição para a solução do problema de pesquisa,
ou então, para o aumento da produtividade e da eficiência de alguma ação,
tratando-se de uma pesquisa laboratorial.

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Vejamos agora de forma mais aprofundada um pouco sobre as etapas da pesquisa


de campo e da pesquisa laboratorial!
Desejo a você uma boa aula, com muito aprendizado, conhecimento e aplicação
prática para a sua vida acadêmica e profissional!

5.1 Pesquisa de campo

Para esse tipo de pesquisa, é necessário realizar o levantamento de dados em


um local específico onde os fenômenos ocorrem, ou seja, os fenômenos não são
simulados em meios controlados como laboratório. Esse tipo de pesquisa pode ser
utilizado de maneira simples em um ambiente de trabalho porque a observação, a
coleta de dados, as conclusões e as escolhas das soluções podem ser utilizadas em
qualquer ambiente.
É importante ressaltar que o passo a passo da pesquisa seja realizado de maneira
organizada. Para isso, é importante que você compreenda que:

Título: Aldeia (local em que pesquisas de campo são realizadas)


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/n%c3%adger-%c3%a1frica-cabana-casa-lama-80758/

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ANOTE ISSO

• Um dos principais objetivos deste modelo de pesquisa é a coleta de


informações sobre um problema;
• Após isso, é necessário conhecer de forma aprofundada o problema, assim
como buscar uma resposta a respeito de uma hipótese;
• Nesse momento, é necessário que a partir da hipótese e do problema inicial,
seja necessário traçar objetivos e metodologias para comprová-los, ou ainda, até
mesmo conhecer novos fenômenos e possíveis relações desconhecidas;
• A observação dos fatos e das relações entre si, assim como a coleta de dados,
são necessários para que uma análise mais aprofundada seja possível.

Segundo Gonçalves,

A pesquisa de campo é o tipo de pesquisa que pretende buscar a


informação diretamente com a população pesquisada. Ela exige do
pesquisador um encontro mais direto. Nesse caso, o pesquisador
precisa ir ao espaço onde o fenômeno ocorre, ou ocorreu e reunir
um conjunto de informações a serem documentadas. (2001, p. 67).

Assim como em toda metodologia científica, uma pesquisa deve ser iniciada
primeiramente com um levantamento bibliográfico sobre o tema a ser pesquisado,
pois isso é primordial para que o pesquisador consiga definir melhor sua hipótese
inicial, ou seu problema de pesquisa, assim como seja capaz de identificar o que já
foi avaliado dentro do tema e, assim, definir sua metodologia de forma mais precisa.
Entendemos que na pesquisa de campo as técnicas, bem como os métodos de
coleta dos dados, são essenciais para que o pesquisador consiga fazer anotações de
campo com o diário de campo.
A pesquisa de campo, segundo Marconi e Lakatos (2017), deve ser realizada após
a pesquisa bibliográfica e deve seguir, também, algumas etapas. Vejamos:
• selecionar e enunciar um problema, levando em consideração a metodologia
apropriada;
• apresentar os objetivos da pesquisa, sem perder de vista as metas práticas;
• estabelecer a amostra correlacionada com a área de pesquisa e o universo de
seus componentes;
• estabelecer os grupos experimentais e de controle;
• introduzir os estímulos;
• controlar e medir os efeitos.

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ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

A pesquisa de campo é um dos modelos utilizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro


de Geografia e Estatística), pois os dados são coletados a respeito de um tema,
compilados e, enfim, analisados.
Por meio desse modelo de pesquisa conseguimos compreender diversas mudanças
e desenvolvimentos que ocorrem em nosso país. Leiam a notícia a seguir sobre
desemprego no Brasil. Percebam que o tipo de pesquisa realizada é a pesquisa de
campo.
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/
noticias/33544-com-taxa-de-11-1-desemprego-fica-estavel-no-primeiro-trimestre

TIPOS DE PESQUISA DE CAMPO


A) Quantitativo-Descritivos – consistem em investigações de pesquisa empírica
cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de
fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, ou o isolamento de variáveis
principais ou chave.
Subdividem-se em:
a) estudos de verificação de hipótese;
b) estudos de avaliação de programa;
c) estudos de descrição de população;
d) estudos de relações de variáveis

B) Exploratórios – são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a


formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver
hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente e clarificar
conceitos.

Dividem-se em:
a) estudos exploratório-descritivos combinados;
b) estudos usando procedimentos específicos para coleta de dados;
c) estudos de manipulação experimental

C) Experimentais – consistem em investigações de pesquisa empírica cujo objetivo


principal é o teste de hipóteses, que diz respeito a relações de tipo causa-efeito.

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Ela apresenta vantagens e desvantagens.


As vantagens seriam:
a) Acúmulo de informações sobre determinado fenômeno;
b) Facilidade na obtenção de uma amostragem de indivíduos sobre determinada
população ou classe de fenômenos.

Desvantagens:
a) Pequeno grau de controle sobre a situação de coleta de dados;
b) O comportamento verbal ser relativamente de pouca confiança

5.2 Pesquisa de laboratório

Título: Laboratório
Fonte: Laboratory Analysis Chemistry - Free photo on Pixabay

A pesquisa laboratorial é um método de investigação muito complexo, pois é capaz


de descrever e analisar o que pode acontecer em situações controladas. Dessa maneira,
todas as ações precisam ser definidas com variáveis pré-estabelecidas nas quais
apenas uma é alterada para se alcançar um resultado esperado.

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As experiências são efetuadas em ambientes fechados, geralmente em ambientes


artificiais e em laboratórios, mas há também possibilidades da utilização de ambientes
reais.
Neste tipo de pesquisa científica, precisam ser levados em consideração:
• o objeto de pesquisa;
• o objetivo da pesquisa;
• os instrumentos utilizados na pesquisa;
• e as técnicas utilizadas na pesquisa.

É de suma importância que haja uma delimitação da metodologia, assim como


um recorte exato do objeto de pesquisa, ótima delimitação dos objetivos e coerente
bibliografia que fundamente a temática.

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Esse tipo de pesquisa é muito utilizado pelas agências reguladoras e isso faz parte
do nosso cotidiano, pois muitos dos medicamentos são utilizados por conhecidos
ou por nós mesmos.
Um exemplo bem importante de análise laboratorial são as regulamentações de
empresas medicamentosas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Veja no site dessa instituição como é realizada a venda de remédios controlados!
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2020/consulte-
informacoes-sobre-venda-de-medicamentos-controlados

Definimos, portanto, a pesquisa laboratorial como um procedimento de investigação.


Ela descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas. Exige
instrumental específico, preciso e ambientes adequados. O objetivo da pesquisa de
laboratório deve ser previamente estabelecido e relacionado com determinada ciência
ou ramo de estudo. (MARCONI, LAKATOS, 2017, p. 190).
Quatro aspectos devem ser levados em consideração:
• objeto;
• objetivo;
• instrumental;
• técnicas.

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OBSERVAÇÃO DIRETA INTENSIVA


A observação direta intensiva é realizada por meio de duas técnicas: observação e
entrevista. A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações
e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. É um
elemento básico de investigação científica, utilizado na pesquisa de campo.
A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de
objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu
comportamento. (MARCONI, LAKATOS, 2017, p. 191)
A observação torna-se científica à medida que:
a) convém a um formulado plano de pesquisa;
b) é planejada sistematicamente;
c) é registrada metodicamente e está relacionada a proposições mais gerais;
d) está sujeita a verificações e controles sobre a validade e segurança.

Vantagens:
a) Possibilita meios diretos e satisfatórios para estudar uma ampla variedade de
b) fenômenos;
c) Exige menos do observador do que as outras técnicas;
d) Permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais
típicas;
e) Depende menos da introspecção ou da reflexão;
f) Permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou de
questionários.

Limitações:
a) O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no observador;
b) A ocorrência espontânea não pode ser prevista;
c) Fatores imprevistos podem interferir na tarefa do pesquisador;
d) A duração dos acontecimentos é variável;
e) Vários aspectos da vida cotidiana, particular podem não ser acessíveis ao
pesquisador. (MARCONI, LAKATOS, 2017,p. 191-192)

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OBSERVAÇÃO ASSISTEMÁTICA
A técnica da observação não estruturada ou assistemática consiste em recolher e
registrar os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais
ou precise fazer perguntas diretas. “É mais empregada em estudos exploratórios e
não tem planejamento e controle previamente elaborados”. (MARCONI, LAKATOS,
2017, p. 92)

OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA
A observação sistemática utiliza instrumentos para a coleta dos dados ou fenômenos
observados. Na observação sistemática, o observador sabe o que procura e o que
carece de importância em determinada situação; deve ser objetivo, reconhecer possíveis
erros e eliminar sua influência sobre o que vê ou recolhe. (MARCONI, LAKATOS, 2017,
p. 193)

OBSERVAÇÃO NÃO PARTICIPANTE


Na observação não participante, o pesquisador toma contato com a comunidade,
grupo ou realidade estudada, mas sem integrar-se a ela: permanece de fora. Isso,
porém, não quer dizer que a observação não seja consciente, dirigida, ordenada para
um fim determinado. O procedimento tem caráter sistemático. (MARCONI, LAKATOS,
2017, p. 193)

OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
Consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou grupo. Ele se
incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Fica tão próximo quanto um membro do
grupo que está estudando e participa das atividades normais deste. O observador
participante enfrenta grandes dificuldades para manter a objetividade, pelo fato de
exercer influência no grupo. O objetivo inicial seria ganhar a confiança do grupo. Em
geral, são apontadas duas formas de observação participante:
a) Natural. O observador pertence à mesma comunidade ou grupo que investiga;
b) Artificial. O observador integra-se ao grupo com a finalidade de obter informações.

OBSERVAÇÃO INDIVIDUAL
É uma técnica de observação realizada por um pesquisador. Nesse caso, a
personalidade dele se projeta sobre o observado, fazendo algumas inferências ou

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distorções pela limitada possibilidade de controles. É uma tarefa difícil, mas não
impossível. Em alguns aspectos, a observação só pode ser feita individualmente.
(MARCONI, LAKATOS, 2017, p. 194)

OBSERVAÇÃO NA VIDA REAL


As observações são feitas no ambiente real, registrando-se os dados à medida
que forem ocorrendo, espontaneamente, sem a devida preparação. A melhor ocasião
para o registro é o local em que o evento ocorre. (MARCONI, LAKATOS, 2017, p. 195)

OBSERVAÇÃO EM LABORATÓRIO
É aquela que tenta descobrir a ação e a conduta, que teve lugar em condições
cuidadosamente dispostas e controladas, um caráter artificial, mas é importante
estabelecer condições o mais próximo do natural, que não sofram influências.
(MARCONI, LAKATOS, 2017, p. 195)

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CAPÍTULO 6
MÉTODOS CIENTÍFICOS

Título: Lupa
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-foco-seletivo-da-lupa-1194775/

Caro aluno, ao trabalharmos todas as principais etapas da pesquisa científica,


compreendemos ser de grande necessidade que você tenha plena noção sobre os
métodos científicos e a melhor forma juntamente com a metodologia adequada para
sua pesquisa científica. É dessa maneira que neste capítulo temos o objetivo de explicar

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desde o que é método, bem como o desenvolvimento histórico do método científico,


assim como os tipos de métodos científicos que as pesquisas utilizam.
Estou muito contente porque iremos percorrer mais essa etapa do conhecimento
juntos. Vamos nessa!

6.1 Conceito e desenvolvimento histórico do método científico

ANOTE ISSO

O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior


segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e
verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista. (LAKATOS, MARCONI, 2003, p. 83)

Ao lançarmos o olhar para a história, notamos que o conhecimento mítico voltou-se


à explicação desses fenômenos, atribuindo-os a entidades de caráter sobrenatural,
pois à medida que o conhecimento religioso se voltou, também, para a explicação dos
fenômenos da natureza e do caráter transcendental da morte, como fundamento de
suas concepções, a verdade revestiu-se de caráter dogmático, baseada em revelações
da divindade. É a tentativa de explicar os acontecimentos por meio de causas primeiras
(LAKATOS, MARCONI, 2003, p. 83)
O conhecimento filosófico, por seu lado, volta-se para a investigação racional na
tentativa de captar a essência imutável do real por meio da compreensão da forma e
das leis da natureza. Com o passar do tempo, muitas modificações foram feitas nos
métodos existentes, inclusive surgiram outros novos. (LAKATOS, MARCONI, 2003, p. 84)
Para tal, consideramos, como Bunge, que o método científico é a teoria da investigação.
Dessa forma, é importante observarmos os pontos essenciais:

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ANOTE ISSO

A descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de conhecimentos

colocação precisa do problema, ou, ainda, a recolocação de um velho problema


B
à luz de novos conhecimentos

C procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema

D tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados

invenção de novas ideias ou produção de novos dados empíricos que prometam


E
resolver o problema

obtenção de uma solução do problema com auxílio do instrumental conceitual


F
ou empírico disponível

G investigação das consequências da solução obtida

prova da solução: confronto da solução com a totalidade das teorias e da


H
informação empírica pertinente

correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção


I
da solução incorreta
Título: Tabela sobre método científico
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material

6.2 Método indutivo

O método indutivo tem como principal caracterização a questão de que a indução


é realizada por meio de um procedimento mental em que deve se partir dos dados
particulares que são constatados. Após isso, se parte para uma processo de verdade
geral ou universal, mas que não é contido nas partes examinadas.

[...] pode-se afirmar que as premissas de um argumento indutivo correto


sustentam ou atribuem certa verossimilhança à sua conclusão. Assim,
quando as premissas são verdadeiras, o melhor que se pode dizer é que
a sua conclusão é, provavelmente, verdadeira. (LAKATOS, MARCONI,
2003, p. 86)

Devemos considerar três elementos fundamentais para toda indução:


a) observação dos fenômenos;
b) descoberta da relação entre eles;
c) generalização da relação entre os fenômenos e fatos semelhantes, muitos dos
quais ainda não observamos.

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Como vimos, tudo na pesquisa científica está relacionado com a questão da


observação. Dessa forma, o primeiro passo é a observação atenta de fatos ou de
fenômenos. Após isso, segue-se para a classificação dos mesmos. O próximo passo é
o de agrupamento. O outro passo deve ser o de classificação, o qual deve ser orientado
pelas características abaixo:
a) A necessidade de certificação sobre o que é essencial e verdadeiro;
b) Verificar as semelhanças e diferenças para realizar a classificação;
c) Verificar os aspectos qualitativos dos fatos e também dos fenômenos

ANOTE ISSO

A indução apresenta duas formas:


a) Completa ou formal, estabelecida por Aristóteles. Ela não induz de
alguns casos, mas de todos, sendo que cada um dos elementos
inferiores é comprovado pela experiência. Como esta espécie de
indução não leva a novos conhecimentos, é estéril, não passando
de um processo de colecionar coisas já conhecidas e, portanto, não
tem influência (importância) para o progresso da ciência.
b) Incompleta ou científica, criada por Galileu e aperfeiçoada
por Francis Bacon. Não deriva de seus elementos inferiores,
enumerados ou provados pela experiência, mas permite induzir, de
alguns casos adequadamente observados [...] Portanto, a indução
científica fundamenta-se na causa ou na lei que rege o fenômeno
ou fato, constatada em um número significativo de casos.

Regras de indução incompleta:


a) Para provar os experimentos nas quantidades suficientes e necessárias, é preciso
observar, negar ou afirmar questões relacionadas a espécie, categoria, gênero, etc.
b) É importante e muito necessário analisar, mas também fazer um destaque da
possibilidade de variações que são oriundas das circunstâncias acidentais.

6.3 Método dedutivo

As duas características básicas que distinguem os argumentos dedutivos dos


indutivos são:

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ANOTE ISSO

I. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira

Toda a informação ou conteúdo fatual da conclusão já estava, pelo menos,


II.
implicitamente nas premissas
Título: Tabela: Método dedutivo
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material.

Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira,


I.
mas não necessariamente verdadeira.

II. A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente, nas premissas
Título: Tabela: Método indutivo
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material.

Os dois tipos de argumentos têm finalidades diversas – o dedutivo tem o propósito


de explicar o conteúdo das premissas; o indutivo tem o desígnio de ampliar o alcance
dos conhecimentos.
Para tanto, os argumentos indutivos admitem diferentes graus de força, dependendo
da capacidade das premissas de sustentarem a conclusão. A relação entre a evidência
observacional e a generalização científica é de tipo indutivo. Por sua vez, os argumentos
matemáticos são dedutivos. (LAKATOS, MARCONI, 2003, p. 93).

6.4 Método hipotético-dedutivo

Karl R. Popper entende que o método científico parte de um problema (P1) e que
esse deve oferecer uma forma de solução provisória que depois passa a criticar a
solução para que o erro possa ser eliminado. Parecido com a dialética, o processo
acaba se renovando e sendo uma fonte de novos problemas.

ANOTE ISSO
Portanto, Popper defende estes momentos no processo investigatório:

1. problema, que surge, em geral, de conflitos ante expectativas e teorias existentes.

solução proposta consistindo numa conjectura (nova teoria); dedução de consequências


2.
na forma de proposições passíveis de teste.

testes de falseamento: tentativas de refutação, entre outros meios, pela observação


3.
e experimentação.

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Se a hipótese não supera os testes, estará falseada, refutada e exige nova reformulação
do problema e da hipótese, que, se superar os testes rigorosos, estará corroborada,
confirmada provisoriamente, não definitivamente como querem os indutivistas.
(LAKATOS, MARCONI, 2003, p. 96).
Mas toda observação é precedida por um problema, uma hipótese, enfim, algo
teórico. A observação é ativa e seletiva, tendo como critério de seleção as “expectativas
inatas”. Só pode ser feita a partir de alguma coisa anterior. Esta coisa anterior é nosso
conhecimento prévio ou nossas expectativas. (LAKATOS, MARCONI, 2003, p. 96).

Não há experiência passiva. Não existe outra forma de percepção


que não seja no contexto de interesses e expectativas, e, portanto,
de regularidades e leis. Essas reflexões levaram-me à suposição de
que a conjectura ou hipótese precede a observação ou percepção;
temos expectativas inatas, na forma de expectativas latentes, que
há de ser ativadas por estímulos aos quais reagimos, via de regra,
enquanto nos empenhamos na exploração ativa. Todo aprendizado
é uma modificação de algum conhecimento anterior (LAKATOS,
MARCONI, 2003, p. 97).

Sabemos que a observação, assim como já falamos em aulas anteriores, é um dos


pontos principais da pesquisa científica e, portanto, do problema científico.

6.5 Método dialético

Título: Água. Movimento.


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/agua-derrubar-l%c3%adquido-respingo-1761027/

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Quando verificamos o que é dialética entendemos que essa é oriunda da Grécia e


a conhecida como arte do Diálogo. É dessa forma que na Grécia antiga a dialética,
conhecida como a arte do Diálogo, passou a ser na verdade a forma de demonstrar
por meio do Diálogo uma tese de uma maneira muito argumentativa, ou seja de uma
argumentação que fosse capaz de definir e também de distinguir todos os conceitos
e as categorias que estavam envolvidas na discussão.
Mas foram os pensadores que falavam sobre a dialética. Aristóteles considerava
Zenon de Eléa o fundador da dialética, mas outros consideravam Sócrates e também
outros filósofos e pensadores daquele período.
Como passar dos anos a dialética foi perdendo espaço, como foi durante o processo
de feudalismo em que nas sociedades feudais e no período da Idade Média a dialética
passou a sofrer inúmeras derrotas e fico muito enfraquecida, pois durante aquele
regime feudal as pessoas eram completamente dominadas pela ideologia das classes
dominantes e o monopólio da igreja era muito forte a partir de que a dialética acabou
se tornando praticamente sinônimo de lógica, o qual não fazia parte da estratificação
da idade média e do feudalismo.
Com o Renascimento e o período da revolução comercial a dialética acabou
renascendo e acabou por fim conquistando posições e se mantendo nos séculos
seguintes, inclusive sendo parte de um grande movimento dos iluministas.
Com tais mudanças, é necessário entendermos um pouco sobre as quatro leis
fundamentais da dialética. Elas são:

A ação recíproca, unidade polar ou “tudo se relaciona”

B mudança dialética, negação da negação ou “tudo se transforma”

C passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa

D interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários


Título: Tabela sobre Método Dialético
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material

Entende-se que a dialética o compreende como um conjunto de processos. Para


Engels (POLITZER, 1979, p. 214 apud LAKATOS, MARCONI, 2003, p. 101), a dialética é:

[...] a grande ideia fundamental segundo a qual o mundo não deve ser
considerado como um complexo de coisas acabadas, [...] passam por
uma mudança ininterrupta de devir e decadência, em que, finalmente,
apesar de todos os insucessos aparentes e retrocessos momentâneos,
um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje.

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ANOTE ISSO

Para o método dialético, a contradição e o movimento são as coisas mais


importantes ao se analisar os fatos ou fenômenos. Entende-se que o que é
analisado está em movimento e não de forma acabada, ou seja, que esteja pronto,
pois o processo de transformação e movimento, bem como de contradição, é
inerente a nossa sociedade.

Dessa maneira, entendemos que a sociedade e os objetos estão organicamente


relacionados e que dependem uns dos outros, sejam de ordem da natureza ou da
sociedade. Ao entendermos que isso gere um processo, ou seja, um processo de
transformação, de movimento e de contradição, compreendemos que isso se torna
um processo e lei que é válido para o movimento de transformação da sociedade,
assim como o processo de negação e de transformação.
Entende-se que esse processo de negação e de transformação possui algo de
positivo. O ponto de partida, para o método dialético, é a tese. Quando essa é negada,
temos a antítese, depois temos aquilo que é produzido dessa contradição lógica de
movimento e de transformação que é a síntese. E, novamente, o processo é reiniciado.

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CAPÍTULO 7
DELINEAMENTO DO PROJETO

Título: Estudante
Fonte: Student Typing Keyboard - Free photo on Pixabay

Caro aluno, como vimos, a pesquisa é atividade de investigação capaz de oferecer


um conhecimento novo a respeito de uma área ou de um fenômeno.
Uma pesquisa implica o preenchimento de três requisitos:

ANOTE ISSO

• A existência de uma pergunta que se deseja responder;


• A elaboração e descrição de um conjunto de passos que permitam obter a
informação necessária para respondê-la;
• Confiabilidade na resposta obtida, referendada pelos procedimentos adotados.

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Investigar ou pesquisar significa buscar ou procurar respostas para alguma coisa,


o caminho para se fazer avançar, o conhecimento a partir de um trabalho planejado,
metódico, sistemático e de análise rigorosa.

ANOTE ISSO

O conhecimento científico resulta de uma atividade intencional que, partindo de


um problema referente a um dado tema, vincula fatos, ideias e conhecimentos
anteriormente adquiridos.
Algumas de suas características principais são:
• é obtido mediante procedimento metódico, racional e objetivo;
• atém-se aos fatos, mas os transcende; é comunicável e verificável;
• é analítico, requer precisão, exatidão e clareza; é explicativo e permite
generalizações.

Nas pesquisas que utilizam prioritariamente abordagens qualitativas, o pesquisador é


considerado o principal instrumento, em geral, coloca-se em contraposição o paradigma
positivista e o qualitativo.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Observe na notícia a seguir um estudo realizado por meio de pesquisa quantitativa


sobre o impacto da pandemia de Covid-19 na vida dos brasileiros.
Veja que a pesquisa quantitativa é muito utilizada nas diversas áreas do
conhecimento científico e que elas auxiliam no processo de compreensão das
relações sociais, bem como são capazes de promover melhorias e bem-estar social.
Fonte: https://medicinasa.com.br/pesquisa-covid/

Quantitativo e qualitativo: a caracterização das pesquisas como quantitativas


ou qualitativas não dá conta de esclarecer o tipo de pesquisa realizada, essas
características estão relacionadas ao tipo de dado coletado, e não à modalidade de
pesquisa. Dessa maneira, é importante que o pesquisador tenha clareza que fatores
externos e particulares, como religião, formação moral e ética, também as questões
culturais, não deve interferir no processo e no resultado da pesquisa científica.

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ANOTE ISSO

Lembremos que a pesquisa é um procedimento intelectual para estabelecer,


mesmo que momentaneamente, novas verdades sobre um fato (objeto, problema).
Com base em métodos adequados e técnicas apropriadas, no resultado de uma
pesquisa não se deve atribuir verdade absoluta, pois as descobertas são sempre
renovadas, e toda análise sobre um fato apresenta várias implicações.
A pesquisa é aquilo que resulta, ou seja, é o produto e o resultado das dúvidas,
questionamentos e reflexões que o ser humano busca entender, mas também resolver.

7.1 Projeto de pesquisa

O projeto de pesquisa, como já falamos anteriormente, não é algo simples para ser
elaborado, e depende de um conjunto de etapas/procedimentos/fases para que esse
seja muito bem formulado. Dessa maneira, a necessidade de elaboração de problemas,
assim como a formulação de objetivos bem determinados e um bom plano de coleta
e análise dos dados fará toda a diferença.
Etapas:
Inicia-se com a apresentação e delimitação do problema, acompanhadas de
uma revisão literária relacionada com o assunto. Apresenta também a formulação
de hipóteses e descrição da metodologia, dos procedimentos a serem adotados,
instrumentos de coleta e forma de análise dos dados.

ANOTE ISSO
Para que uma pesquisa seja considerada científica, tem que atender aos seguintes
requisitos:
• Tem que ser lógica e meticulosamente planejada;
• Seu objeto deve ser passível de mensuração;
• O critério de seleção da amostra deve permitir validade interna;
• O tamanho da amostra deve ser suficientemente grande para garantir uma
margem mínima de erro;
• A delimitação do problema deve ser feita de maneira clara e precisa;
• A formulação da hipótese se faz, de modo a permitir uma prova de significância;
• O instrumento de coleta não traz vícios de tendenciosidade;
• Os instrumentos de medida primam pela exatidão.
A pesquisa, portanto, é um procedimento formal, com método de pensamento
reflexivo, um “procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que
permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do
conhecimento”. (SEVERINO, 2007, p. 155).

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O desenvolvimento de um projeto de pesquisa compreende seis passos:


1. Seleção do tópico ou problema para a investigação
2. Definição e diferenciação do problema
3. Levantamento de hipóteses de trabalho
4. Coleta, sistematização e classificação dos dados
5. Análise e interpretação dos dados
6. Relatório do resultado da pesquisa

7.2 O desenvolvimento da pesquisa científica

O problema se formula como a questão da causa dos fenômenos observados, qual


a relação causal constante entre eles. Aí entra em ação novamente o poder lógico
da razão: a razão, com sua criatividade, formula uma hipótese, ou seja, propõe uma
determinada relação causal como explicação.
A hipótese é a resposta que o pesquisador formulou para seu problema/pergunta de
pesquisa. A partir do momento que esse formulou a hipótese, insere-se a necessidade
de realizar um processo de desenvolvimento e de retorno ao campo experimental para
que a hipótese possa ser verificada, assim como comprovada ou refutada.
Uma possível solução para o problema da pesquisa ou ideia a ser defendida no
decorrer da investigação é uma solução antecipada para o problema. Essa solução
poderá ter como base a teoria ou experiências anteriores e poderá ou não ser confirmada
no final da pesquisa. Sua função é orientar o pesquisador na coleta e análise dos dados.
Dessa forma, retomar o planejamento da pesquisa e suas fases é essencial. Como
vimos, a preparação da pesquisa deve conter:
1. Decisão
2. Especificação dos objetivos
3. Elaboração de um esquema (ou plano de trabalho)
4. Constituição da equipe de trabalho (definir a metodologia)
5. Levantamento de recursos e cronograma de execução

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ANOTE ISSO

Compreende-se que a preparação da pesquisa científica deve possuir não apenas


o plano de trabalho muito bem elaborado, mas também que as fases da pesquisa
estejam bem definidas. Para isso, vamos retomar:
1. Escolha do tema
2. Levantamento de dados
3. Formulação do problema
4. Definição dos termos
5. Construção de hipóteses
6. Indicação de variáveis
7. Delimitação da pesquisa
8. Amostragem
9. Seleção de métodos e técnicas
10. Organização do instrumental de pesquisa
11. Teste de instrumentos e procedimentos
Por fim, a execução da pesquisa contará com:
1. Coleta de dados
2. Elaboração dos dados
3. Análise e interpretação dos dados
4. Representação dos dados
5. Conclusões

Lembre-se que decidir sobre a pesquisa é uma das primeiras etapas e essa é
fundamental, pois é o momento em que o cientista decide pela realização da pesquisa,
do projeto e sente a necessidade de ir adiante.
Após isso, a necessidade de especificar os objetivos está relacionada com o fato de
que toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber o que se vai procurar
e o que se pretende alcançar. Deve partir, afirma Ander-Egg (1978, p. 62), “de um
objetivo limitado e claramente definido, sejam estudos formulativos, descritivos ou
de verificação de hipóteses”, pois os objetivos podem definir “a natureza do trabalho,
o tipo de problema a ser selecionado, o material a coletar” (CERVO, 1978, p. 49).
(SEVERINO, 2007, p. 156-157).
No processo de elaboração de um esquema ou de um plano de trabalho, entende-se
que desde que se tenha tomado a decisão de realizar uma pesquisa, deve-se pensar na
elaboração de um esquema que poderá ser ou não modificado e que facilite a sua viabilidade.
O denominado esquema, ou plano de trabalho, como vimos, é de grande importância para
que o pesquisador consiga ter uma abordagem objetiva. (SEVERINO, 2007).

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Dessa forma, a constituição da equipe de trabalho aparece como outro aspecto


importante no início da pesquisa: engloba recrutamento e treinamento de pessoas,
distribuição das tarefas ou funções, indicação de locais de trabalho e todo o equipamento
necessário ao pesquisador. (SEVERINO, 2007, p. 157)
O levantamento de recursos e a realização do cronograma de execução ocorrem
quando a pesquisa é solicitada por alguém ou por alguma entidade, que vai patrociná-
la. O pesquisador deverá fazer uma previsão de gastos a serem feitos durante ela,
especificando cada um deles. (SEVERINO, 2007, p. 157)

7.3 Aprofundando as fases da pesquisa científica

Título: Futuro - Fases.


Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/ciclo-fase-mudan%c3%a7a-curso-diagrama-2019530/

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Como vimos nas aulas anteriores, a escolha do tema é o passo inicial da pesquisa
científica. Relembremos que tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar.
O trabalho de definir adequadamente um tema pode, inclusive, perdurar por toda a
pesquisa. Nesse caso, deverá ser frequentemente revisto. “A escolha de um assunto
sobre o qual, recentemente, foram publicados estudos deve ser evitada, pois uma
nova abordagem torna-se mais difícil. O tema deve ser preciso, bem determinado e
específico”. (MARCONI & LAKATOS, 2013)
O levantamento de dados é utilizado em todos os tipos de pesquisa e em todas
as metodologias científicas. Mas, devemos recordar que a pesquisa bibliográfica é
uma maneira de se debruçar sobre os trabalhos que já foram realizados, sejam os
principais ou os que ainda não tiveram tanto valor acadêmico. O importante é que
seja realizada a coleta desse material, a seleção e a leitura da literatura encontrada
sobre seu tema de pesquisa.

ANOTE ISSO

Nesse sentido, os principais tipos de documentos são:


a) Fontes Primárias – dados históricos, bibliográficos e estatísticos; informações,
pesquisas e material cartográfico;
b) Fontes Secundárias – imprensa, em geral, e obras literárias.

A formulação do problema da pesquisa é uma das etapas mais complexas e


importantes, pois definir um problema significa especificá-lo em detalhes precisos e
exatos. “Na formulação de um problema deve haver clareza, concisão e objetividade.
A colocação clara do problema pode facilitar a construção da hipótese central”.
(SEVERINO, 2007, p. 159)
“O problema deve ser levantado, formulado, de preferência em forma interrogativa e
delimitado com indicações das variáveis que intervêm no estudo de possíveis relações
entre si”. (SEVERINO, 2007, p. 159)
O problema, antes de ser considerado apropriado, deve ser analisado sob o aspecto
de sua valoração:
a) Viabilidade;
b) Relevância;
c) Novidade;

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d) Exequibilidade;
e) Oportunidade
Tipos de problemas:
1. Problema de Estudos Acadêmicos;
2. Problema de Informação;
3. Problemas de Ação;
4. Investigação Pura e Aplicada.
Não diferentemente, o processo de definição de termos é de grande importância e
deve ser realizado com muita atenção e muita leitura, além de que as etapas anteriores
da pesquisa já devem ter sido realizadas.

Se o termo utilizado não condiz ou não satisfaz ao requisito que lhe foi
atribuído, ou seja, não tem o mesmo significado intrínseco, causando
dúvidas, deve ser substituído ou definido de forma que evite confusão
de ideias. (SEVERINO, 2007, p. 160)

Há dois tipos de definições:


a) Simples. Quando apenas traduzem o significado do termo ou expressão menos
conhecida
b) Operacional. Quando, além do significado, ajuda, com exemplos, na compreensão
do conceito, tomando clara a experiência no mundo extensional.

Finalizamos, portanto, compreendendo que a construção de hipóteses é o


desenvolvimento da construção de problemas de pesquisa. A partir da formulação
da hipótese, a indicação de variáveis surge como passo importante que pode interferir
ou afetar o objeto em estudo. Para isso, é necessário que haja uma delimitação da
pesquisa. Dessa forma, a pesquisa pode ser limitada em relação:
a) ao assunto – selecionando um tópico, a fim de impedir que se torne ou muito
extenso ou muito complexo;
b) à extensão – porque nem sempre se pode abranger todo o âmbito em que o
fato se desenrola;
c) a uma série de fatores – meios humanos, econômicos e de exiguidade de prazo,
que podem restringir o seu campo de ação.

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CAPÍTULO 8
EXECUÇÃO DO PROJETO

Título: Estudante feliz.


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/homem-escrita-computador-port%c3%a1til-2562325/

Caro aluno, chegamos em um momento muito importante da nossa disciplina!


Pensar a execução do projeto de pesquisa é de grande importância para que os
procedimentos da pesquisa científica sejam realizados da melhor forma possível.
Como já vimos, fazer pesquisa científica não é algo tão simples como muitos
imaginam. Necessita dos cuidados certos, ou seja, com rigor científico e seguindo
os procedimentos metodológicos adequados:
• Plano de trabalho;
• Cronograma de Execução;

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• Objetivos;
• Um bom tema com bo.m recorte;
• Bibliografia adequada;
• Metodologia adequada

Você conseguirá, finalmente, executar seu projeto de pesquisa.


Agora, me acompanhe nesta aula com bastante atenção para compreendermos
mais algumas das etapas essenciais da pesquisa científica.
Lembre-se que todo esse conhecimento será muito importante para toda a sua
trajetória acadêmica e profissional!
Então, vamos lá?!
Boa aula!!!

8.1 Os objetivos gerais e específicos do projeto de pesquisa e a justificativa

Objetivos e justificativa são partes ligadas em nosso dia a dia e cotidiano, não
apenas na pesquisa científica.
Sempre quando pensamos em concretizar um sonho: seja o de comprar a casa
própria, fazer uma viagem, comprar um automóvel ou alguma outra coisa, traçar o
objetivo é de suma importância para que você consiga concretizar seu desejo.
Ao traçar esse objetivo, com certeza você irá ver os lados positivos e negativos
daquilo que você quer comprar ou deseja fazer, assim como irá tentar procurar motivos
(justificativas) para fazer tal coisa.
Ou seja, em nosso cotidiano é comum pensarmos nos objetivos e justificarmos
nossas escolhas e atitudes. Com um projeto de pesquisa não é tão diferente, pois
você precisará traçar vários caminhos para chegar ao seu objetivo final.
Esses caminhos chamamos de objetivos específicos, pois neles você deverá traçar
linha a linha da trajetória que irá percorrer até chegar no seu objetivo final: que pode
ser demonstrar sua hipótese de pesquisa ou responder a seu problema de pesquisa.

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Título: Calendário
Fonte: https://pixabay.com/it/vectors/calendario-icona-minimalista-volta-1559935/

Os objetivos de um projeto são parte essencial quando nos perguntamos: Para que
pesquisar? Ao traçarmos os propósitos de um estudo, traçamos e definimos seus
objetivos. É claro que para traçarmos os objetivos de forma bem definida, precisamos
também levar em consideração a questão do tempo, ou seja, os prazos, pois o projeto
precisa ser exequível.
Para isso, é necessário que a bibliografia esteja bem recortada, assim como o tema.
O problema e o objeto de estudo devem estar consoantes com os objetivos, com a
justificativa, com a metodologia e com o objetivo final do trabalho.
Vejamos que os objetivos sempre iniciam com verbos imperativos (terminados
em ar, er, ir):

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ANOTE ISSO

Associar, calcular, citar, classificar, definir, descrever,


Verbos de distinguir enumerar, especificar, enunciar, estabelecer,
conhecimento exemplificar, expressar, identificar, medir, nomear, registrar,
relacionar, relatar, selecionar.

Concluir, descrever, distinguir, deduzir, demonstrar, discutir,


Verbos de
explicar, identificar, ilustrar, inferir, interpretar, localizar,
compreensão
relatar, revisar.

Aplicar, classificar, estruturar, ilustrar, interpretar, organizar,


Verbos de aplicação
relacionar.

Analisar, classificar, categorizar, combinar, comparar,


comprovar, contrastar, correlacionar, diferenciar, discutir,
Verbos de análise
detectar, descobrir, discriminar, examinar, experimentar,
identificar, investigar, provar, selecionar.

A combinar, compor, criar, comprovar, deduzir, desenvolver,


Verbos de síntese
documentar, explicar, organizar, planejar, relacionar.

Avaliar, concluir, constatar, criticar, interpretar, julgar,


Verbos de avaliação
justificar, padronizar, relacionar, selecionar, validar, valorizar.
Título: Tabela sobre objetivos
Fonte: Elaborada exclusivamente para este material

No objetivo geral:
• Trata-se de uma ação geral da pesquisa. O pesquisador deve esclarecer o que
ele pretende conhecer de uma forma geral, ampla na temática proposta.
• O objetivo geral da pesquisa não pode ser alterado, pois vincula-se ao próprio tema
proposto. Caso contrário, corre-se o risco de alterar os rumos da investigação.
• Os verbos mais usados são: conhecer, descobrir, identificar, caracterizar, analisar,
avaliar, entre outros.
Já nos objetivos específicos:
• Parte-se de ações mais específicas – o pesquisador deverá detalhar e especificar
tudo o que deseja verificar dentro da temática abordada, ou seja, elementos que
devem ser compreendidos para que se alcance o objetivo geral da pesquisa.
• Determinam as etapas que serão desenvolvidas para alcançar o objetivo geral.
• Os verbos mais usados são: aplicar, descrever, determinar, enumerar, explicar,
levantar, selecionar, relatar, descrever, aplicar, demonstrar, manipular, classificar,
comparar, provar, investigar, pesquisar.

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ANOTE ISSO

A justificativa é o momento de realizar uma introdução explicativa a respeito da


escolha do tema, bem como a importância ou relevância do tema escolhido,
explicitando os motivos que o levaram a pesquisar tal temática, definindo também
a problemática encontrada e circunscrevendo seus limites. Neste momento, expõe-
se as hipóteses propostas, ou seja, uma solução provisória que se propõe para o
problema formulado, podendo ser ela positiva ou negativa. Em casos de pesquisa
exploratória ou descritiva, não há necessidade de hipóteses. Pode-se relacionar o
tema e o problema com o contexto social dizendo sobre as contribuições do estudo
para a área.
Na justificativa, resgata-se o objetivo geral da investigação, pode-se ampliar a
discussão. Apresente na justificativa qual será o referencial teórico que subsidiará a
pesquisa. Apenas cite os autores principais, obedecendo a citação (autor/data). Em
seguida, apresente rapidamente como se espera atingir os objetivos da pesquisa.
Portanto, comente rapidamente o tipo de pesquisa que será desenvolvido, como se
espera coletar os dados e de que forma pretende analisá-los.
Por último, finalize com a função social da pesquisa, ou seja, quais as contribuições
da temática para a área em questão, respondendo à seguinte questão: a quem sirvo
com a minha ciência?

8.2 Amostragem

É sabido que a pesquisa procura estabelecer generalizações a partir de observações


em grupos ou conjuntos de indivíduos chamados população ou universo. A amostra é
uma parcela convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto
do universo.
Importante que a partir do momento que os instrumentos de pesquisa já foram
elaborados, que o pesquisador faça testes preliminares para a validação, esses
consistem em testar os instrumentos de pesquisa a partir de uma amostra ou de uma
população. É necessário que o pesquisador possua alguma experiência ou então que
tenha a supervisão de alguém com experiência e também que tenha a metodologia
Clara da pesquisa.

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ANOTE ISSO

Amostragem é a coleta de dados de uma parte da população, selecionada a partir


de princípios que garantam sua representatividade.

É preciso descrever, nesse momento, quem serão os sujeitos da pesquisa, quantos


serão, sua faixa etária, sexo e o local em que a pesquisa vai acontecer.

8.3 Coleta, elaboração e análise de dados

Como vimos, os métodos e as técnicas a serem empregados na pesquisa científica


podem ser selecionados desde a proposição do problema, da formulação das hipóteses
e da delimitação do universo ou da amostra.
Como sabemos, selecionar todo o instrumental metodológico é uma tarefa bastante
complexa, e essa escolha e esse procedimento Também irá depender daquilo que é
estudado, e todos os fatores relacionados com a própria pesquisa acadêmica, seja o
tipo de pesquisa, objeto, os objetivos, a justificativa, a forma de coletar e analisar os
dados, e assim por diante.

ANOTE ISSO

Ao se falar em organização do material de pesquisa, dois aspectos devem ser


apontados:
a) Organização do material para investigação, anteriormente referido.
b) Organização do material de investigação, que seria o arquivamento de ideias,
reflexões e fatos que o investigador vem acumulando no transcurso de sua
vida.

O uso de instrumentos para a coleta de dados também precisa ser muito bem
definido para que seja possível a coleta de dados quantitativos. Dessa maneira, podem
ser utilizados questionários e formulários. Essa é a etapa da pesquisa em que se inicia
a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se
efetuar a coleta dos dados previstos.

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Para uso de instrumentos qualitativos, são utilizados:


• observação direta;
• observação participante;
• entrevistas estruturadas;
• entrevistas semiestruturadas;
• entrevistas despadronizadas;
• relatos orais;
• histórias de vida;
• depoimentos.

E não podemos nos esquecer da importância de cumprir os prazos da pesquisa


e por isso ressalta a necessidade de ter um plano de trabalho muito bem definido e
muito bem estipulado.

ANOTE ISSO

São vários os procedimentos para a realização da coleta de dados, que variam de


acordo com as circunstâncias ou com o tipo de investigação. Em linhas gerais, as
técnicas de pesquisa são:
1. Coleta Documental;
2. Observação;
3. Entrevista;
4. Questionário;
5. Formulário;
6. Medidas de Opiniões e de Atitudes;
7. Técnicas Mercadológicas;
8. Testes;
9. Sociometria;
10. Análise de Conteúdo;
11. História de vida.

É importante ressaltar que após o procedimento da coleta de dados esses devem


ser elaborados e também devem ser classificados.
Temos, portanto, os processos de:
a) Seleção;
b) Codificação;
c) Tabulação;

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Outro momento importante é o de análise e interpretação. Vejamos Ao que se refere:


1. Análise (ou explicação) – a elaboração da análise, propriamente dita, é realizada
em três níveis:
a) Interpretação; explicação; especificação.
2. Dois aspectos são importantes:
a) Construção de tipos, modelos, esquemas;
b) Ligação com a teoria;
Para proceder à análise e interpretação dos dados, deve-se levar em consideração
dois aspectos:
• planejamento bem elaborado da pesquisa, para facilitar a análise e a interpretação;
• complexidade ou simplicidade das hipóteses ou dos problemas.
O processo de reapresentação dos dados constitui a construção de tabelas,
quadros e/ou gráficos. Entende-se que Tabelas ou Quadros são um método estatístico
sistemático de apresentar os dados em colunas verticais ou fileiras horizontais, que
obedece à classificação dos objetos ou materiais da pesquisa.
Existem numerosos tipos de gráficos estatísticos, mas todos eles podem formar
dois grupos:
a) Gráficos informativos;
b) Gráficos analíticos.
Todos os dados reunidos até agora serão comparados entre si e analisados de
acordo com a teoria que fundamenta a pesquisa. Atente-se aos elementos recorrentes
na investigação. Que dados se repetem, por que se repetem? Podem ser considerados
categorias ou eixos de análise reflexiva? Esses eixos ou categorias serão analisados
à luz da teoria proposta. Diga se terá análise estatística, comparativa, de conteúdo,
discursiva etc.
Não se esqueça de que concluir um trabalho e demonstrar a conclusão é muito
importante. Um momento de confusão é aquele em que você irá desenvolver e
demonstrar como foi realizada a comprovação e desenvolvimento da sua hipótese
de pesquisa e se a sua hipótese foi comprovada ou refutada. É dessa maneira que a
conclusão nada mais é do que um processo formal de demonstração daquilo que foi
pesquisado E como foi pesquisado.
Sem a conclusão, o trabalho parece não estar terminado. A introdução e a conclusão
de qualquer trabalho científico, via de regra, são as últimas partes a serem redigidas.

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Nesse momento, é como se fosse realizado um relatório com a finalidade de dar


informações sobre os resultados da pesquisa. Se possível, com detalhes, para que
eles possam alcançar a sua relevância. “São importantes a objetividade e o estilo,
mantendo-se a expressão impessoal e evitando-se frases qualificativas ou valorativas,
pois a informação deve descrever e explicar, mas não intentar convencer.” (LAKATOS
& MARCONI, 1989, p. 39)

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CAPÍTULO 9
ENTREVISTAS, COLETA
E ANÁLISE DE DADOS

Título: Entrevista
Fonte: Camera Equipment Interview - Free photo on Pixabay

Caro aluno, chegamos agora ao momento de falarmos um pouco sobre entrevistas,


questionários, formulários e como se deve estruturar todo o procedimento para
realização das entrevistas na pesquisa científica.
A entrevista é uma das técnicas mais importantes da pesquisa científica, muito
utilizada na pesquisa quantitativa, mas também na pesquisa qualitativa.

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Como vimos, o planejamento da pesquisa científica é de grande importância e muito


necessário para que o procedimento de pesquisa, assim como todas as metodologias
que você irá utilizar, a definição dos seus objetivos e a construção da sua hipótese
ocorram da melhor forma possível, trazendo bons resultados que você irá desenvolver
em seus relatórios científicos na sua monografia, em artigos científicos, em trabalho
de conclusão de curso ou em trabalhos que possam ser enviados para congressos.
Dessa forma, compreendemos que o planejamento e o plano de trabalho são etapas
essenciais da pesquisa científica, mas não há dúvidas de que para realizar entrevistas
também é de grande importância que o pesquisador realize planos de trabalho e um
planejamento estratégico para que consiga alcançar seus resultados com sucesso.
Dessa maneira, o pesquisador deverá levar em consideração alguns dos aspectos
mais importantes da sua pesquisa, ou seja, a natureza da pesquisa (se ela é aplicada
ou se é básica), a abordagem do problema de forma quantitativa ou qualitativa, se os
objetivos são descritivos exploratórios ou explicativos e, por fim, os procedimentos
técnicos e metodológicos que estão relacionados com o tipo de pesquisa: se essa
será uma pesquisa documental bibliográfica laboratorial ou um estudo de caso, uma
pesquisa-ação, uma pesquisa experimental, uma pesquisa de campo, entre outras.
Agora, peço que você se ligue em nossa aula, que preste muita atenção na nossa
explicação, que realize as atividades e que este capítulo 9 seja muito importante para
você na sua vida profissional e também na sua vida acadêmica.
Então, vamos lá? Boa aula!

9.1 Entrevista

Fazer uma entrevista é um momento muito importante também delicado na pesquisa


científica. Sabemos que esse é o momento em que eu encontro entre duas pessoas e
é realizada muitas vezes utilizando um gravador ou então um papel e uma caneta. A
entrevista é muito utilizada enquanto o procedimento científico para auxiliar a coleta
de dados ou então para que seja levantado reformulado a resposta ou também o
questionamento sobre algum problema que possa ver a se tornar uma questão de
pesquisa científica.

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ANOTE ISSO

A entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do entrevistado:


a) Averiguação de fatos;
b) Determinação das opiniões sobre os fatos;
c) Determinação de sentimentos;
d) Descoberta de planos de ação;
e) Conduta atual ou do passado;
f) Motivos conscientes para opiniões, sentimentos, sistemas ou condutas.

Dessa maneira, precisamos saber também que há diversos tipos de entrevistas e


que esses variam de acordo com o propósito do entrevistador:
a) Padronizada ou Estruturada;
b) Despadronizada ou não estruturada. Esse tipo de entrevista apresenta três
modalidades:
• Entrevista focalizada;
• Entrevista clínica;
• Não dirigida
c) Painel.

ANOTE ISSO

Como técnica de coleta de dados, a entrevista oferece várias vantagens e


limitações:
Vantagens:
a) Pode ser utilizada com todos os segmentos da população;
b) Fornece uma amostragem muito melhor da população geral;
c) Há maior flexibilidade;
d) Oferece maior oportunidade para avaliar atitudes, condutas;
e) Dá oportunidade para a obtenção de dados que não se encontram em fontes
documentais;
f) Há possibilidade de conseguir informações mais precisas;
g) Permite que os dados sejam quantificados e submetidos a tratamento
estatístico.

Limitações:
a) Dificuldade de expressão e comunicação de ambas as partes;

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b) Incompreensão por parte do informante;


c) Possibilidade de o entrevistado ser influenciado;
d) Disposição do entrevistado em dar as informações necessárias;
e) Retenção de alguns dados importantes;
f) Pequeno grau de controle sobre uma situação de coleta de dados
g) Ocupa muito tempo e é difícil de ser realizada.

9.1.1 A preparação da entrevista

A entrevista, assim como todas as outras fases da pesquisa científica, exige muita
preparação, planejamento e estratégias.
a) Planejamento da entrevista;
b) Conhecimento prévio do entrevistado;
c) Oportunidade da entrevista;
d) Condições favoráveis;
e) Contato com líderes;
f) Conhecimento prévio do campo;
g) Preparação específica.

9.1.2 Diretrizes da entrevista

“Quando o entrevistador consegue estabelecer certa relação de confiança com


o entrevistado, pode obter informações que de outra maneira talvez não fossem
possíveis.” (MARCONI, LAKATOS, 2017, p. 199) Para maior êxito da entrevista, deve-
se observar algumas normas:
a) Contato Inicial;
b) Formulação de perguntas;
c) Registro de respostas;
d) Término da entrevista;
e) Requisitos importantes: validade; relevância; especificidade e clareza;
profundidade; extensão.

9.1.3 Observação direta extensiva e os questionários

A observação direta extensiva realiza-se através do questionário, do formulário, de


medidas de opinião e atitudes e de técnicas mercadológicas. Os questionários são

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“um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas,
que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.” (MARCONI,
LAKATOS, 2017, p. 201)

ANOTE ISSO

Em média, os questionários expedidos pelo pesquisador alcançam 25% de


devolução. Como toda técnica de coleta de dados, o questionário também
apresenta uma série de vantagens e desvantagens:
Vantagens:
a) Economiza tempo, viagens e obtém grande número de dados;
b) Atinge maior número de pessoas simultaneamente;
c) Abrange uma área geográfica mais ampla;
d) Economiza pessoal, tanto em adestramento quanto em trabalho de campo;
e) Obtém respostas mais rápidas e mais precisas;
f) Há maior liberdade nas respostas em razão do anonimato;
g) Há mais segurança pelo fato de as respostas não serem identificadas;
h) Há menos risco de distorção pela não influência do pesquisador;
i) Há mais tempo para responder e em hora mais favorável;
j) Há mais uniformidade na avaliação em virtude da natureza impessoal do
instrumento;
k) Obtém respostas que materialmente seriam inacessíveis.
Desvantagens:
a) Percentagem pequena dos questionários que voltam;
b) Grande número de perguntas sem respostas;
c) Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas;
d) Impossibilidade de ajudar o informante em questões mal compreendidas;
e) A dificuldade de compreensão, por parte dos informantes, leva a uma
uniformidade aparente;
f) Na leitura de todas as perguntas, antes de respondê-las, pode uma questão
influenciar a outra;
g) A devolução tardia prejudica o calendário ou sua utilização;
h) O desconhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos torna difícil o
controle e a verificação;
i) Nem sempre é o escolhido quem responde ao questionário, invalidando,
portanto, as questões;
j) Exige um universo mais homogêneo.

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9.1.4 Processo de elaboração

O processo de elaboração requer a observância de normas precisas a fim de


aumentar sua eficácia e validade. O processo de elaboração é longo e complexo:
exige cuidado na seleção das questões, levando em consideração sua importância.
O questionário deve ser limitado em extensão e em finalidade.

ANOTE ISSO

Sabemos que responder uma pesquisa, por meio de um questionário, pode não
ser algo muito interessante. Se esse questionário for muito longo pode causar
algum cansaço e também desinteresse E se for muito curto Pode ser que a pessoa
não consiga responder aquilo de forma suficiente. O ideal é que contenha em
média de 20 a 30 questões e que não passe mais de trinta minutos o entrevistado
respondendo às suas perguntas.

Depois de redigido, o questionário precisa ser testado antes de sua utilização


definitiva, aplicando-se alguns exemplares em uma pequena população escolhida. “O
pré-teste pode ser aplicado mais de uma vez, tendo em vista o seu aprimoramento
e o aumento de sua validez. Deve ser aplicado em populações com características
semelhantes, mas nunca naquela que será alvo de estudo.” (MARCONI, LAKATOS,
2017, p. 203).
O pré-teste serve também para verificar se o questionário apresenta três importantes
elementos:
a) Fidedignidade;
b) Validade;
c) Operatividade.

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9.2 As perguntas e os formulários

Título: Entrevista
Fonte: https://pixabay.com/it/illustrations/risposta-riferire-uomini-d-affari-2990424/

Quanto à forma, as perguntas, em geral, são classificadas em três categorias: abertas,


fechadas e de múltipla escolha:
a) Perguntas abertas. Também chamadas livres ou não limitadas, são as que
permitem ao informante responder livremente, usando linguagem própria, e
emitir opiniões;
b) Perguntas fechadas ou dicotômicas. Também denominadas limitadas ou de
alternativas fixas, são aquelas em que o informante escolhe sua resposta entre
duas opções: sim e não;
c) Perguntas de múltipla escolha. Perguntas com mostruário; perguntas de
estimação ou avaliação.
Quanto ao objetivo, as perguntas podem ser:
a) Perguntas de Fato;
b) Perguntas de Ação;
c) Perguntas de ou sobre Intenção;
d) Perguntas de Opinião;
e) Perguntas-Índice ou Perguntas-Teste.

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“Bateria é uma série de perguntas que têm a finalidade de aprofundar algum ponto
importante da investigação e do questionário ou formulário”. Coloque no final as questões
de fato, para não causar insegurança. “No decorrer do questionário, devem-se colocar
as perguntas pessoais e impessoais alternadas.” (MARCONI, LAKATOS, 2017, p. 211)
Para evitar o efeito de contágio, as perguntas relativas ao mesmo tema devem
aparecer separadas: primeiro a opinião e, por último, as perguntas de fato. “Pode
ocorrer, também, o contágio emocional e, para evitá-lo, devem-se alterar as perguntas
simples, dicotômicas ou tricotômicas, com as perguntas mais complexas, abertas ou
de múltipla escolha.” (MARCONI, LAKATOS, 2017, p. 212)

ANOTE ISSO

Formulário é um sistema de coleta de dados que consiste em obter informações


diretamente do entrevistado. Portanto, o que caracteriza o formulário é o contato
face a face entre pesquisador e informante e ser o roteiro de perguntas preenchido
pelo entrevistador, no momento da entrevista. São três as qualidades essenciais de
todo formulário:
a) Adaptação ao objeto de investigação;
b) Adaptação aos meios que se possui para realizar o trabalho;
c) Precisão das informações em um grau de exatidão suficiente e satisfatório para o
objetivo proposto.
Vantagens:
a) Utilizado em quase todo o segmento da população;
b) Oportunidade de estabelecer;
c) Presença do pesquisador;
d) Flexibilidade;
e) Obtenção de dados mais complexos e úteis;
f) Facilidade na aquisição de um número representativo de informantes;
g) Uniformidade dos símbolos utilizados.
Desvantagens:
a) Menos liberdade nas respostas;
b) Risco de distorções;
c) Menos prazo para responder às perguntas;
d) Mais demorado;
e) Insegurança das respostas;
f) Pessoas possuidoras de informações necessárias podem estar em localidades
muito distantes.

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“Deve ser levado em conta o tipo, o tamanho e o formato do papel; a estética e o


espaçamento devem ser observados, e cada item deve ter espaço suficiente para a
redação das respostas. A redação simples, clara, concisa é ideal. Itens em demasia
devem ser evitados. Causam má impressão, questionários ou formulários antiestéticos
em termos de papel, disposição das perguntas, grafia etc.” (MARCONI, LAKATOS, 2017,
p. 213)

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CAPÍTULO 10
PESQUISA ESTATÍSTICA

Título: Estatística
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/marketing-digital-tecnologia-caderno-1433427/

Caro aluno, já estudamos bastante sobre diversas formas de pesquisa científica.


Agora, iremos nos debruçar para compreendermos um pouco sobre a metodologia
quantitativa, muito utilizada na pesquisa quantitativa, mas também quando o
pesquisador decide fazer pesquisas de campo ou entrevistas.
Como já sabemos, uma pesquisa pode ser QUALITATIVA conforme o objetivo do
pesquisador, de compreender fenômenos complexos. Nesse momento, entende-se

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que há muita complexidade na pesquisa científica, bem como os níveis de grande


profundidade ao considerarmos a natureza social e cultural.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

A minha sugestão do momento é que você navegue no site do IBGE (Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística) e conheça um pouco mais sobre a pesquisa
estatística na prática.
Veja como são mensurados os dados, como a coleta de dados é realizada e
também como são feitos os relatórios e o trabalho final de divulgação.
https://www.ibge.gov.br/estatisticas/multidominio/condicoes-de-vida-desigualdade-
e-pobreza/9221-sintese-de-indicadores-sociais.html?=&t=resultados

Pode ser que sejam realizadas várias análises sobre descrições e interpretações
feitas por comparações, não considerando valores numéricos com bases de análises
estatísticas.
A pesquisa QUANTITATIVA é outra forma de pesquisa que também utiliza a
metodologia estatística e que trabalha com variáveis expressas em forma de dados
numéricos, que são analisados por ferramentas estatísticas e que podem ser
classificados e comparados de formas rígidas, incluindo desvios permitidos e também
correlações (SILVA, 2004).

10.1 O planejamento e coleta de dados

Nas pesquisas científicas, também precisamos coletar dados que possam fornecer
informações capazes de responder às nossas indagações, para que os resultados da
pesquisa sejam confiáveis, tanto a coleta dos dados quanto a sua análise devem ser
feitas de forma criteriosa e objetiva. (BARBETTA, 2015, p. 23)
Embora a aplicação de técnicas estatísticas seja feita basicamente na etapa de
análise dos dados, a metodologia estatística deve ser aplicada nas diversas etapas da
pesquisa, interagindo com a metodologia da área em estudo. (BARBETTA, 2015, p. 24)

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ANOTE ISSO

Para se iniciar qualquer processo de pesquisa, deve-se ter bem definido o problema
a ser pesquisado. Isso normalmente envolve uma boa revisão da literatura sobre o
tema em questão. (BARBETTA, 2015, p. 24)
Os objetivos podem ser alcançados por uma pesquisa. Além disso, é necessário
que você descreva as características pertinentes da população. Objetivo geral:
comparação de dois métodos de treinamento de funcionários, sendo um deles
usualmente aplicado, e o outro, novo. Especificamente, queremos decidir qual é o
método mais adequado, no sentido de aumentar a produtividade dos funcionários
de determinada empresa. (BARBETTA, 2015, p. 26)
Por outro lado, o objetivo é mais analítico, pois nele está embutida a hipótese de que
existe associação entre satisfação e produtividade, hipótese que deve ser colocada
à prova no decorrer da pesquisa. (BARBETTA, 2015, p. 25)

Depois de os objetivos estarem explicitamente traçados, devemos decidir sobre


as linhas básicas da condução da pesquisa, ou seja, seu delineamento. (BARBETTA,
2015, p. 25)
Esse tipo de pesquisa é usado para resolver problemas bem específicos, geralmente
formulados sob forma de hipóteses de causa e efeito. (BARBETTA, 2015, p. 26)
“Contudo, se a coleta de dados for feita no próprio local de trabalho e no período de
uma semana, os funcionários que neste período estão de férias ou de licença ficam
inacessíveis de serem observados.” (BARBETTA, 2015, p. 27)
Quando houver diferença razoável entre a população-alvo e a população acessível,
pode haver viés ao generalizar os resultados da análise para toda a população-alvo.
“Assim, é recomendável citar no relatório da pesquisa a limitação de que seus resultados
valem especificamente para a população definida como acessível, evitando que os
resultados da pesquisa sejam usados de maneira inadequada.” (BARBETTA, 2015, p. 27)
Depois de definirmos os objetivos e a população a ser estudada, precisamos pensar
como será a coleta de dados. Em muitas situações, não precisamos ir até os elementos
da população para obter os dados, porque eles já existem em alguma publicação ou
arquivo. (BARBETTA, 2015, p. 28)
Quando os dados forem levantados diretamente dos elementos da população, é
necessário construir um instrumento para que sua coleta seja feita de forma organizada.
(BARBETTA, 2015, p. 28)

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10.2 Dados e variáveis

Título: Gráfico
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/grafico-de-linha-de-papel-de-pessoa-apontando-590041/

As variáveis surgem quando perguntamos o que vamos observar ou pedir nos


elementos de uma população ou amostra. A observação (ou medida) de uma variável
num elemento da população deve gerar um e apenas um resultado. (BARBETTA, 2015,
p. 29)
Como definir uma variável na prática?
Na população de funcionários de uma empresa, podemos definir variáveis, tais
como: tempo de serviço, estado civil etc.
Contudo, essas perguntas não estão identificando bem as variáveis e interesse,
pois os funcionários podem interpretá-las de diferentes formas.

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Quando os possíveis resultados de uma variável são números de uma certa escala,
dizemos que esta variável é quantitativa. Quando os possíveis resultados são atributos
ou qualidades, a variável é dita qualitativa. (BARBETTA, 2015, p. 30)
Na descrição das variáveis envolvidas na pesquisa, devemos incluir a escala (ou
unidade) em que serão mensuradas as variáveis quantitativas e as categorias (possíveis
respostas) das variáveis qualitativas. (BARBETTA, 2015, p. 30)

Exemplo de mensuração de uma variável.


• O respondente deve atribuir uma resposta dentre as três categorias apresentadas.
Como existe uma ordenação do nível de satisfação nas três opções, dizemos
que a variável é qualitativa ordinal. (BARBETTA, 2015, p. 31)
• A decisão de como medir determinada característica depende de vários aspectos,
mas é sempre recomendável verificar se a mensuração proposta leva aos objetivos
da pesquisa e, além disso, se ela é viável de ser aplicada. (BARBETTA, 2015, p. 31)

10.3 Como elaborar um questionário?

“Na condução de uma pesquisa, a construção de um questionário é uma etapa longa


que deve ser executada com muita cautela. Tendo em mãos os objetivos da pesquisa
claramente definidos, bem como a população a ser estudada”, chamamos a atenção de
alguns procedimentos para a construção de um questionário. (BARBETTA, 2015, p. 32)

Separar as características (variáveis) a serem levantadas


Etapa 1

Fazer uma revisão bibliográfica para verificar formas de mensurar as variáveis em estudo
Etapa 2

Estabelecer a forma de mensuração das variáveis a serem levantadas. Para as variáveis


Etapa 3 quantitativas, devem estar bem definidas as unidades de medida (meses, metros, kg
etc.) que devem acompanhar as respostas

Nas variáveis qualitativas deve haver uma lista completa de alternativas, mesmo que
Etapa 4
seja necessário incluir categorias como: outros, não tem opinião etc.
Título: Tabela entrevista (1)
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material.

Não devemos nos esquecer que o planejamento da pesquisa também é um dos


itens mais importantes e fundamentais sobre como utilizar as indagações da nossa
pergunta científica.

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Numa entrevista estruturada, o entrevistado responde verbalmente as perguntas


e o entrevistador as transcreve para uma ficha.
Nesta segunda situação, o entrevistador pode ou não interferir, sob forma de
esclarecimento de algum item, anotando aspectos que julgar relevantes, mas nunca
influenciando na resposta do entrevistado.
Caso a sua pesquisa envolva algum aspecto particular do entrevistado da pessoa que
Etapa 1 irá responder, é importante que você dê a sugestão para que estes sejam questionário
anônimo, Pois é importante respeitar a individualidade e a vontade do entrevistado.

É fundamental a realização de um pré-teste, aplicando o questionário em alguns


Etapa 2
indivíduos com características similares aos indivíduos da população em estudo.

Somente pela aplicação efetiva do questionário é que podemos detectar algumas


Etapa 3
falhas que tenham passado despercebidas em sua elaboração.
Título: Tabela entrevista (2)
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material.

ANOTE ISSO

Exemplo de um projeto de pesquisa:

Nesta seção apresentaremos um exemplo de um projeto de


pesquisa relativamente simples, desenvolvido com a participação
dos alunos da disciplina de Estatística do curso de Ciências
Sociais da UFSC, semestre 1991/1, com finalidades puramente
acadêmicas. (BARBETTA, 2015, p. 35)

Problema de pesquisa:
• A relação do aluno universitário com o curso. Objetivo geral: conhecer melhor
a relação entre o aluno e o seu curso (curso de Ciências da Computação da
UFSC), para servir de subsídio nas políticas de melhoria do curso.
Objetivos específicos:
1) Avaliar o nível de satisfação do aluno com o curso que está realizando;
2) Verificar se existe associação entre o nível de satisfação do aluno com o seu
desempenho no curso;
3) Levantar os aspectos positivos e negativos do curso na visão do aluno.

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10.4 As pesquisas possíveis de utilizar a estatística

Finalizamos nossa aula pensando na forma prática com que a metodologia estatística
pode ser utilizada, ou seja, em sua forma mais definida. Agora que já sabemos como
realizar a coleta de dados e os outros procedimentos científicos que devem ser utilizados
nas mais diversas formas e metodologias científicas, devemos escolher, finalmente,
o melhor tipo de pesquisa a ser utilizado por nós durante a graduação.
Para uma boa pesquisa quantitativa, todos os procedimentos da pesquisa científica
também devem ser realizados.
Vamos relembrar um pouco sobre a importância do planejamento da pesquisa
científica e do seu projeto de pesquisa? Então, vamos lá!
Como vimos nas aulas anteriores, o plano de trabalho é uma das principais etapas
da pesquisa que você deverá percorrer. Inicialmente, quando for o momento de você
fazer a pesquisa, minha dica é que você prepare um bom plano de trabalho. Ele deve
conter: os seus objetivos, a sua metodologia, o seu tipo de pesquisa, os textos, livros
e artigos que você deverá ler e quanto tempo você deverá dispor para fazer o seu
projeto e a sua pesquisa.
O plano de trabalho pode, inclusive, acelerar os resultados da sua pesquisa e registrar
as atividades, os objetivos e as tarefas necessárias que você terá de realizar durante
a pesquisa científica. Portanto, o plano de trabalho é um dos documentos e uma das
ações mais importantes da pesquisa científica, que você pode utilizar não apenas no
início da pesquisa, mas durante e também na parte da finalização. A importância do
plano de trabalho é para que você não perca de vista a necessidade de trabalhar os
seus objetivos e alcançar os seus propósitos.
Não existe uma fórmula, um modelo padrão e único para o plano de trabalho. Ele
pode ser utilizado não apenas para pesquisa científica, mas também para que você
consiga cumprir objetivos na sua vida pessoal e também na sua vida profissional.
Como sabemos, várias são as pesquisas científicas que podem ser realizadas. Mas, a
escolha é essencial. Vamos, então, relembrar os tipos de pesquisa científica e, portanto,
identificar em quais podemos utilizar a metodologia estatística que aprendemos no
decorrer desta aula.

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Investigação em local fechado, porque seria impossível realizá-la no


Pesquisa de Laboratório
campo

Exame de documentos de naturezas diversas; públicos, privados ou com


Documental
pessoas; inclui materiais escritos, filmes, fotos, mapas, gravações etc.

Geralmente, é o primeiro passo de qualquer pesquisa científica; procura


Bibliográfica
um problema a partir de referências já publicadas, bibliográficas

Caracteriza-se por manipular diretamente as variáveis; avalia-se a


Experimental
relação entre causas e efeitos de um determinado fenômeno

Pesquisador tem relação direta e intensa com a situação em estudo;


Participante
visa compreender características do grupo.

Pesquisa participante, mas com a intervenção do pesquisador no


Pesquisa-Ação
fenômeno estudado

Elevado número de informações colhidas diretamente; uso de


instrumentos que captam respostas objetivas; definição de amostra
Levantamento (survey)
significativa; realização de análise quantitativa: estatística; conclusões
podem ser projetadas para um grupo maior

Visa o exame detalhado de um objeto; estuda fenômenos contemporâneos


da vida real; natureza mais aberta; permite analisar em profundidade
Estudo de Caso
processos e as relações entre eles; visa responder às questões “como?”
e “por quê?” em relação a de que forma certos fenômenos ocorrem

Uma pesquisa que tem como objetivo quantificar as coisas, ou seja,


Pesquisa quantitativa
utilizar números para que demonstrem o que os dados mostraram
Título: Tabela de tipos de pesquisa
Fonte: elaborada exclusivamente para este material

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CAPÍTULO 11
LEITURA E ANÁLISE DE
TEXTOS CIENTÍFICOS

Título: Livros
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/abra-o-livro-biblioteca-educa%c3%a7%c3%a3o-1428428/

Caro aluno, outro ponto de grande importância para o processo de criação da


ciência é a leitura e a análise de um texto científico. Os gêneros textuais existentes são
diversos, e o texto científico possui grande complexidade para ser compreendido. Uma
das minhas principais dicas é que você leia e escreva, faça anotações, fichamentos e
resenhas dos textos que você ler, pois isso te auxiliará na leitura e análise de textos
e artigos científicos.
A minha sugestão também é que você faça muitas leituras de artigos científicos,
pois será por meio da leitura que você conhecerá a estrutura de um artigo, bem como
irá se familiarizar com a linguagem científica, a forma de apresentação da metodologia,
dos objetivos, da justificativa e dos resultados que foram descobertos.

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Também não podemos nos esquecer de que a escrita de um texto científico, assim
como a leitura, dependem de uma relação comunicativa entre duas pessoas. Há uma
finalidade e uma intenção conforme a linguagem científica passa a cumprir o papel
social. Ou seja, há um interlocutor. Dessa forma, sempre haverá outras pessoas que
lerão os seus textos.

ANOTE ISSO

O que escrever?

Para quem escrever?

Por que escrever?

Como dizer?
Título: Reflexões para o processo de escrita.
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material.

Responder a essas questões sobre a escrita é muito importante para que você
comece a traçar objetivos e a finalidade da sua escrita, de forma, também, que irá auxiliar
no seu processo de leitura do texto científico. Na leitura há, também, procedimentos
e técnicas. Por mais que ela vá além de um processo de decodificação de códigos
linguísticos, é preciso que se compreenda o que está além do que está escrito. É
possível afirmarmos que um dos principais desafios do cientista e do pesquisador é
o domínio da leitura e da escrita científica.

11.1 Elementos importantes para a leitura de um artigo científico

Um dos principais objetivos e aspectos da leitura científica para que o jovem


pesquisador consiga identificar os elementos essenciais de um texto científico, seja
ele um artigo, um trabalho completo, um resumo ou até mesmo um capítulo de livro,
uma dissertação ou uma tese, é a identificação de elementos que constam em todo
os textos devido à estrutura que esse tipo de texto segue.
Normalmente, a estrutura de um texto científico seguirá os itens a seguir:

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ANOTE ISSO

Título Estabelece qual assunto a ser tratado

Fornece informação leitor de quando este estudo


Data de publicação foi feito, em determinadas pesquisas, pode ser um
elemento de descarte de leitura

Contra capa Onde estão as credenciais do autor

Os tópicos sobre quais são tratados durante a


Sumário
leitura

Fornece informações e objetivos que o autor


Introdução pretende abordar de forma
sucinta

Discutir as referências bibliográficas metodologias


Metodologia
e resultados

São as fontes consultadas para a realização deste


Referências
trabalho
Título: Tabela 1 – Estrutura de um texto científico.
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material.

Um artigo científico possui algumas características e elementos essenciais para


que o texto seja conciso em seu desenvolvimento, bem como possua a finalidade de,
conforme apresenta seus resultados, desperte a atenção do leitor e da comunidade
científica.
Observe na tabela a seguir esses elementos e suas respectivas definições, pois
isso irá te auxiliar no processo de leitura do texto, facilitando sua compreensão do
argumento desenvolvido pelo autor.

ANOTE ISSO

Precisa ser conciso e interessante. É necessário que o título assuma o objetivo


Título de resumir o trabalho, trazendo seu aspecto principal, problema ou hipótese
e que também desperte a atenção e a curiosidade do leitor.

Local em que deve ser inserido o nome do autor, ou dos autores, do trabalho,
bem como o nome da instituição em que a pesquisa foi desenvolvida, se teve
Filiação auxílio financeiro para a pesquisa, uma breve descrição da formação dos
autores. É importante disponibilizar, ainda, um e-mail para contato, permitindo
que o leitor possa falar diretamente com o autor se tiver necessidade.

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O resumo é uma das principais informações que devem constar no trabalho.


O resumo também precisa ser redigido de forma clara e objetiva. É preciso
mostrar ao leitor uma visão do que contém ao longo do texto: uma breve
introdução, objetivos, metodologia e métodos empregados, material utilizado
Resumo
ao longo da pesquisa. Não se deve fazer a utilização de abreviações, símbolos,
siglas e nem mesmo para citar referências. Após o resumo, sempre na linha
de baixo, é necessário inserir algumas palavras-chave, de três a cinco, que
representam os temas dos quais o trabalho trata.

A introdução é uma das partes mais importantes do trabalho. Além de


contextualizar o tema, é necessário inserir o estado da arte da pesquisa.
Introdução Também não se pode estender muito nesta parte, sendo preciso focar no
tema e no problema a ser pesquisado, colocando a literatura a respeito,
autores, livros e artigos lidos.

Fundamentação É o momento de realizar uma análise da literatura lida e estudada. Dialogar


Teórica (Revisão com os autores, artigos, livros e capítulos é essencial para demonstrar ao
Bibliográfica) leitor que você conhece seu tema de estudo.

Nessa parte do texto, é necessário inserir os métodos utilizados e também


como a pesquisa foi realizada. Descrever muito bem essa parte será essencial
Metodologia
para que outros pesquisadores possam compreender e até mesmo reproduzir
o estudo.

Esse é o momento em que o autor apresenta os resultados ao leitor, mas não


os desenvolve, pois isso será realizado no momento da discussão. Conforme
Resultados
o tipo de pesquisa escolhida, será necessário expor os dados em tabelas
ou gráficos.

O momento da discussão é o mais importante para desenvolver os resultados


obtidos ao longo da pesquisa. Se a pesquisa foi fundamentada em um
problema ou em uma hipótese, esse será o momento de discutir e mostrar
Discussão
seu desenvolvimento. É necessário também que o desenvolvimento e os
resultados da pesquisa estejam relacionados com as análises da literatura
e com o estado da arte da pesquisa realizada.

Como o próprio nome já diz, esse é o momento adequado para falar sobre
o desenvolvimento e as conclusões do tema estudado. Nesse momento, é
Conclusão possível falar sobre as vulnerabilidades que foram encontradas na pesquisa,
demonstrar como a hipótese foi comprovada e também pode ser o momento
para sugerir novas abordagens para a investigação da pesquisa.

Local das referências de acordo com as normas da ABNT ou do periódico


Referências
científico.
Título: Tabela 2 – Estrutura de um artigo científico.
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material.

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11.2 Etapas essenciais para uma boa leitura científica

Título: Pessoa lendo.


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/livros-p%c3%a9s-pernas-pessoa-lendo-1841116/

Como sabemos, a leitura é parte essencial da pesquisa científica e do desenvolvimento


de cada etapa da pesquisa: é preciso fazer um planejamento com um plano de trabalho,
sendo a leitura fator essencial para a construção da bibliografia a ser analisada, assim
como para a compreensão do estado da arte da pesquisa, da formulação dos objetivos,
da justificativa e também da metodologia.

ISTO ESTÁ NA REDE

Leia na matéria a seguir um texto sobre uma pesquisa realizada pela neurocientista
Maryanne Wolf sobre a importância do hábito de leitura e seus benefícios para o
cérebro.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-59121175

No entanto, para uma leitura melhor realizada, podemos elencar algumas fases
importantes que podem ser seguidas e que, com certeza, irão contribuir para a sua

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pesquisa. Observe a tabela a seguir e siga as orientações conforme realizar sua pesquisa
e as leituras essenciais para seu projeto e sua pesquisa.
Cabe ressaltar que em cada fase da leitura e também do seu projeto é importante
que você faça anotações, resenhas e fichamentos do texto lido.

ANOTE ISSO

Nesta primeira fase é realizada uma rápida leitura com a finalidade de saber se
o assunto tratado no texto é ou não de interesse para seu tema de pesquisa.
Leitura de
Portanto, é o momento de verificar as informações que estão contidas no texto.
reconhecimento
É importante que sejam verificados os títulos, os subtítulos dos capítulos que
compõem o material e também as referências bibliográficas que o autor utilizou.

Esta segunda fase da leitura exploratória também é muito importante para o


processo de sondagem das informações contidas no texto. Esta etapa visa
Leitura localizar as informações durante o texto. Pressupõe que a etapa anterior já tenha
exploratória sido realizada. É necessário fazer a leitura de um resumo e também da introdução,
ou até mesmo de um capítulo. Assim como na fase anterior, é importante verificar
as referências utilizadas para ver se realmente se trata do assunto pretendido.

Nesta terceira etapa, o objetivo é que as duas fases anteriores já tenham sido
percorridas e que os assuntos e temas que não são de interesse da pesquisa
Leitura seletiva já tenham sido descartados ou que sejam eliminados neste momento. Ou seja,
eliminamos os assuntos que não dialogam diretamente com o tema da pesquisa
e com o recorte já realizado.

Esta fase, a da leitura reflexiva, é um momento de grande importância. Como o


próprio nome já diz, esse é o momento de refletir sobre o assunto. Portanto, deve
Leitura reflexiva ser realizada uma leitura mais profunda do que as anteriores. Este é o momento
de você realizar um processo de reconhecimento e também de avaliação sobre
os temas abordados.

A leitura crítica é bastante parecida com a leitura reflexiva, mas é diferente


conforme o leitor é capaz de verificar no texto, e também avaliar, se existe uma
Leitura crítica
intencionalidade do autor, qual é a linha teórica que foi trabalhada, se os resultados
estão de acordo com o enunciado pelo autor, se a metodologia foi adequada etc.

Este é o momento de fazer uma análise e uma interpretação dos assuntos tratados
Leitura
ao longo do texto, bem como de seus problemas e se será um texto útil ou não
Interpretativa
para a sua pesquisa.

A última fase, a da leitura explicativa, é o momento de verificação dos fundamentos


Leitura
verídicos de foco do autor. Este é o tipo de leitura utilizada em monografias ou
explicativa
teses.

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CAPÍTULO 12
A ESCRITA DO
TEXTO CIENTÍFICO

Título: Digitação.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/caderno-digitando-caf%c3%a9-computador-1850613/

Caro aluno, quando falamos sobre a escrita de um texto científico, a primeira coisa
que precisamos saber é sobre a importância da leitura e da escrita em nossa vida.
Escrever um texto nunca é fácil, ainda mais quando se trata de um texto científico,
no qual precisamos seguir um rigor acadêmico, utilizar o método e a metodologia
adequada e até mesmo termos um bom plano de trabalho já traçado.
Nesse plano de trabalho é importante que você tenha compreensão de que a
publicação de artigos científicos, assim como de trabalhos em anais de congressos
e em eventos científicos sobre o tema da sua pesquisa, é de grande importância para
o seu desenvolvimento enquanto pesquisador e cientista. A comunidade acadêmica
compreende que uma das formas mais eficientes de divulgação da pesquisa científica
e de seus resultados é a publicação de artigos em periódicos científicos. É dessa

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forma que a produção desse tipo de texto, assim como a sua monografia, o seu TCC,
ou qualquer outro trabalho que você venha a escrever possua o objetivo de tornar
públicos os seus conhecimentos e o seu empenho. Dessa forma, a exigência é muito
grande, assim como o esforço e o cuidado do autor na escrita do texto científico.
Existe uma estrutura básica a ser seguida e que é adotada pela comunidade científica
de forma geral, independentemente da área do saber e do conhecimento. Para que
isso existe? Entendemos que o grande objetivo é a padronização do formato desses
trabalhos, para que os leitores, os autores e a comunidade acadêmica, em geral,
consigam compreender os principais aspectos do trabalho a serem apresentados.
Caro aluno, antes de iniciarmos o nosso processo de aprendizagem sobre a escrita
de um texto científico, peço sua atenção para retomarmos um pouco sobre a questão
dos métodos, pois para escrevermos um bom texto científico precisamos ter clareza
sobre método e rigor científico. Isso é essencial para que tenhamos um bom trabalho.
Preste muita atenção em nossa aula e boa aula para você!

12.1 Pensando em métodos e em escrita científica

“Método e métodos situam-se em níveis claramente distintos, no que se refere à


sua inspiração filosófica, ao seu grau de abstração, à sua finalidade mais ou menos
explicativa, à sua ação nas etapas mais ou menos concretas da investigação e ao
momento em que se situam.” (MARCONI, LAKATOS, 2003, p. 106)
Assim teríamos, em primeiro lugar, o método de abordagem, assim discriminado:

ANOTE ISSO

a) método cujo Processo de aproximação dos fenômenos fará com que o pesquisador
indutivo paget de forma cada vez mais próxima para constatar as suas hipóteses,
teorias

b) método Pressupõe que a partir de teorias também laser foto entende-se a


dedutivo ocorrência dos fenômenos particulares

c) método Método é utilizado Quando se é necessário compreender a percepção de


hipotético- uma lacuna no conhecimento científico acerca daquilo que foi causado
dedutivo por um problema ou hipótese

d) método que penetra o mundo dos fenômenos através de suas Contradições,


dialético movimento e transformações da sociedade das interações sociais.
Título: Tabela sobre métodos
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material

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É necessário, portanto, nos atentarmos ao fato de que, durante a exposição escrita de


um trabalho científico, o autor deve ter plena clareza sobre o método utilizado durante
a pesquisa e também na exposição escrita de suas ideias e dos seus resultados.
(MARCONI, LAKATOS, 2003)

12.1.1 Método histórico

“Assim, o método histórico consiste em investigar acontecimentos, processos e


instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje. [...] Seu
estudo, para uma melhor compreensão do papel que atualmente desempenham na
sociedade, deve remontar aos períodos de sua formação e de suas modificações.”
(MARCONI, LAKATOS, 2003, p. 107).
Como sabemos, o método histórico irá preencher as lacunas dos Fatos e dos
Coelhos dos acontecimentos de forma a se apoiar naquilo que possa ser de alguma
forma reconstruída artificialmente, por meio de teorias e metodologias e adequações
que serão realizadas na pesquisa científica.

12.1.2 Método Comparativo

O método comparativo é usado tanto para “[...] comparações de grupos no presente,


no passado, ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de iguais
ou de diferentes estágios de desenvolvimento.” (MARCONI, LAKATOS, 2003, p. 107).

ANOTE ISSO

O método comparativo permite analisar o dado concreto, deduzindo dele os


elementos constantes, abstratos e gerais.
• O método comparativo será também utilizado para estudos que consigam
abranger grandes setores, sejam estudos qualitativos ou quantitativos
• É também utilizado nas diversas fases assim como nos diversos níveis de
investigação científica, pois pode ser utilizado no estudo descritivo para verificar
e analisar os elementos,
• Nos estudos que compõem classificações, o método comparativo é utilizado
também para construção de tipologias

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12.1.3 Método Monográfico

O método monográfico é aquele que irá desenvolver o exame de um aspecto


particular sobre determinada coisa. Um dos exemplos práticos que podemos pensar
sobre o método monográfico é do orçamento familiar, por exemplo. Ali são averiguadas
questões como o orçamento, questões profissionais, formação em termos de educação
da família, os custos de vida e aquilo que é gasto.
Dessa maneira um estudo monográfico irá verificar as atividades que são realizadas
por um grupo social e tem como vantagem principalmente compreender a forma que
o grupo interage entre si.

12.1.4 Método Estatístico

Como vimos em outro momento das nossas aulas, o método estatístico é um dos
métodos mais importantes e também muito utilizado tem como objetivo principal
fornecimento de uma descrição quantitativa da sociedade. Esse é um método em
que é necessário a organização e a delimitação do estudo de forma a mensurar a
importância e também verificar o que é quantificável ou não.

12.1.5 Método Tipológico

O método tipológico está relacionado com o momento em que o pesquisador passa


a contar alguns fenômenos sociais de grande complexidade. O pesquisador Pode ser
que crie alguns tipos idealizados vírgulas que são os modelos ideais construídos e
pensados a partir de sua análise sobre algum aspecto do problema, do fenômeno,
do fato daquilo que tem sido estudado. esse tipo de método é bastante utilizado e
possui uma origem histórica, sua característica principal é servir como modelo para
compreender outros casos.

12.1.6 Método Funcionalista

O método funcionalista, assim como todos os outros métodos que já vimos


no decorrer deste Capítulo e dos Capítulos anteriores e também um método de
Interpretação da investigação científica. Uma das diferenças e das particularidades do

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método funcionalista é que esse possui uma forma de levar em consideração alguns
componentes diferenciados que estão relacionados ou então que são interdependentes
da sociedade.
É dessa maneira que podemos afirmar que o método funcionalista enxerga a
sociedade como um sistema organizado de atividades ou seja uma forma de entender
a função de cada unidade dentro da sociedade que seria algo muito mais amplo.
Afirmamos, portanto, que o método funcionalista irá considerar a sociedade
enquanto uma estrutura que possui uma grande complexidade de indivíduos. Esses
são interdependentes que se relacionam por meio de interações sociais que acabam
então formando uma rede de relações que dependem uma da outra.
O método funcionalista considera, de um lado, a sociedade como uma estrutura
complexa de grupos ou indivíduos, reunidos numa trama de ações e reações sociais;
de outro, como um sistema de instituições correlacionadas entre si, agindo e reagindo
umas em relação às outras. (MARCONI, LAKATOS, 2003, p. 110).

12.2 A redação do texto

Título: Máquina de escrever


Fonte: https://www.freeimages.com/pt/photo/old-typewriter-1275686

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Caro aluno, após você ter seguido o passo a passo e as etapas da pesquisa científica,
a hora de escrever o seu projeto ou o resultado da sua pesquisa será um dos momentos
mais complexos que você irá encarar durante a pesquisa científica. A escrita de um texto
não é uma atividade muito fácil, mas se você seguir algumas dessas dicas, com certeza
esse trabalho irá se tornar mais simples e até mesmo prazeroso!

ANOTE ISSO

A primeira sugestão é que você leia sobre o que já foi escrito, pois isso servirá tanto
para você escolher e delimitar seu tema como para recortá-lo, bem como seu objeto de
estudo. Em seguida, elabore seus objetivos, sua justificativa e também a metodologia
que utilizará e o tipo de pesquisa a ser realizada. Isso também servirá para que você
conheça um pouco sobre o que já foi escrito, estudado e pesquisado sobre a temática.
Aqui, a minha dica principal é que você se inteire de artigos científicos publicados em
periódicos nacionais e também internacionais, servindo, também, como um bom
levantamento para o seu projeto de artigo científico ou TCC que você irá escrever.

A minha segunda sugestão é que você identifique as principais pesquisas científicas


que investigam o seu tema de pesquisa para que, dessa maneira, você consiga identificar
e também traçar um objetivo sobre qual o nível de pesquisa científica você pretende
atingir com o seu trabalho. Aqui levamos em consideração que os trabalhos científicos
são publicados em periódicos acadêmicos tanto nacionais como internacionais, pois
a partir do momento que você traçar esse objetivo para a publicação de uma forma
especializada (seja do seu artigo ou da sua monografia), esse material pode vir a se
tornar um artigo científico. É importante que você elabore a sua pesquisa da melhor
forma possível, visando a compreensão não apenas para as pessoas que estudam
seu tema de pesquisa, mas para a comunidade científica em geral.

ANOTE ISSO

A quem nos dirigimos: falar sobre a escrita – clara e objetiva; ainda que contenha
Etapa 1
subjetividade e questões políticas envolvidas

Fornecer ao leitor todas as informações de que ele precisa; um mecanismo


Etapa 2
importante são as notas de rodapé

Etapa 3 A definição de conceitos é importante

Etapa 4 Escrita: é treino, sempre faça fichamentos, anotações, escreva trabalhos etc.
Título: Tabela sobre escrita
Fonte: Elaborada exclusivamente para este material

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Com certeza ao longo da sua pesquisa você irá se deparar com alguma novidade, ou
seja, algo novo e relevante com que você poderá contribuir para a temática que você
estuda. Dessa maneira, minha sugestão é que você, a partir da metodologia adequada
para sua pesquisa, dos métodos, dos objetivos e da sua justificativa, assim como depois
de realizado um bom levantamento bibliográfico sobre sua área do conhecimento,
encontre uma nova abordagem sobre o tema a ser pesquisado, podendo vir a contribuir
de forma positiva para a temática selecionada.
Outra sugestão é que no seu plano de trabalho você elabore, de forma positiva, o
momento adequado e exequível de sua pesquisa, para que você comece a escrever
tanto o seu projeto de pesquisa quanto o seu TCC ou seu artigo científico. Faça um
apontamento para isso, pois, em minha experiência, verifiquei muitos estudantes que
começavam a escrever seu artigo, sua monografia ou sua dissertação, ou, então, sua
tese no momento inadequado. É muito comum que o pesquisador muitas vezes não
tenha uma dimensão clara da totalidade do seu trabalho científico e acabe adiantando
algumas partes do seu texto sem que a pesquisa de fato tenha sido concluída, sem ter
analisado e até mesmo interpretado dados importantes para a conclusão da pesquisa.
No quadro a seguir veja algumas questões importantes que coloco para você refletir
sobre o momento ideal da escrita do seu trabalho final:

ANOTE ISSO

Questão 1 Como foi o surgimento e o interesse pela pesquisa científica e por seu tema?

Questão 2 Aonde você chegou com a sua pesquisa até o presente momento?

Como você chegou nesse caminho? Quais as principais teorias e metodologias


Questão 3
aplicadas?

O que a sua pesquisa mudará no mundo científico? Qual é a contribuição


Questão 4
que ela apresenta?

Questão 5 Por que as pessoas se interessariam por sua temática e abordagem científica?

Título: Reflexões para a escrita


Fonte: Elaborada exclusivamente para este material.

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Minhas últimas dicas para que você tenha um texto escrito com muita qualidade
e rigor científico é que você siga alguns pontos importantes. Veja-os a seguir:
• A importância de manter a lógica no texto, pois é necessário observar se você
não se contradiz durante ele. Nesse sentido, a introdução, o desenvolvimento e a
conclusão precisam estar muito bem alinhados e relacionados com os objetivos,
com a sua justificativa e também com a metodologia que você decidiu utilizar
durante a sua pesquisa.
• Observe também que é de grande importância que o texto esteja muito bem
sintetizado. Isso não quer dizer que um trabalho com grande quantidade de
páginas é um bom trabalho. Para tanto, é preciso fazer uma síntese científica
de forma a relacionar os autores com teorias, metodologias em hipótese
semelhantes, assim como apontar as diferenças entre outros autores e colocar
sua contribuição científica de forma adequada.
• É de grande importância que, ao longo da sua escrita, você seja claro. Chamamos
isso de clareza científica, por meio da qual você consegue evitar palavras e
termos, assim como conceitos e categorias que dificultem a compreensão de
quem lerá o seu texto.

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CAPÍTULO 13
NORMAS DA ABNT DE FORMA
PRÁTICA: AS CITAÇÕES

Título: Digitação
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/m%c3%a3os-computador-port%c3%a1til-trabalhando-2178566/

A nossa aula sobre as normas práticas da ABNT, ou seja, como fazer citações é
mais um momento para que você consiga desenvolver um pouco do lado pesquisador
e do lado cientista que existe dentro de você.
Você verá que, nesse momento, é importante que você preste atenção no material
a seguir, nas técnicas e nas instruções normativas para que você consiga aplicá-las
de forma prática no seu trabalho.
Desejo que você tenha uma ótima última aula e que você consiga aprender e também
a desenvolver, em nossas atividades práticas, todos os conteúdos que vimos até este
momento!
Uma boa aula com muitos conhecimentos e pesquisa científica!

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13.1 As citações

Com certeza você já deve ter ouvido falar em citações. Como sabemos, elas são
essenciais para um bom trabalho científico e são obrigatórias ao longo do seu trabalho,
seja ele seu projeto de pesquisa, seu TCC ou qualquer outra modalidade de trabalho
acadêmico que você realizar.
No seu trabalho escrito você utilizará as diversas normas da ABNT. E uma delas, talvez
uma das principais em relação à rigorosidade científica, é, também, um embasamento
teórico, é o aprofundamento teórico que você deverá demonstrar em seu trabalho por
inteiro. Trata-se das citações.
O que são citações?
Quais são os tipos de citações?
Como e quando utilizar as citações?
Essas são algumas reflexões. Talvez as três reflexões mais importantes que faremos
ao longo desta primeira etapa da aula com o objetivo de compreendermos, então, o
que são situações, quais os seus tipos e quando utilizá-las.

Título: Bibliografia
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/nota-de-rodap%c3%a9-cita%c3%a7%c3%a3o-bibliografia-6972770/

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As citações são muito utilizadas nas partes textuais de um trabalho científico, com
exceção das conclusões. É dessa forma que você utilizará a citação para situar seu
leitor em determinado contexto histórico do trabalho, ou então demonstrar teoricamente
que aquilo que você falou já está de acordo com outros trabalhos já realizados por
outros autores de renome, especialistas em sua área, de forma que você irá parafrasear
ou transcrever literalmente o texto a que você faz referência.

ANOTE ISSO

É dessa forma que se entende que as citações são nada mais do que os textos
transcritos de determinados autores, livros, revistas científicas ou trabalhos
acadêmicos dos quais você retirou, de forma fiel ao próprio texto, um trecho que
você gostaria de transcrever para demonstrar, comprovar ou até mesmo embasar o
assunto de que você está tratando.
Portanto, citações são muito utilizadas para que você consiga dar algum
esclarecimento, sustentar ou ilustrar de forma comprovada o assunto que você está
tratando. Ao compreender a importância do referencial teórico, você compreende
também a importância das citações. E será dessa maneira que em seus estudos
ficará cada vez mais natural você inserir em seu trabalho as inúmeras ideias e
teorias trabalhadas por diversos autores científicos.
A partir de então, irá compreender que é necessário você demonstrar, ao longo do
seu trabalho científico, como diversos autores estão presentes nos seus estudos, de
forma que você irá apresentar as suas teorias e descrevê-las, assim como fará com
os autores. Dessa maneira, as citações, sejam elas diretas, indiretas ou citações de
citações farão toda a diferença no seu estudo. Esse instrumento irá ser mais do que
importante para dar clareza, rigor científico e credibilidade à sua pesquisa.

Agora que conseguimos responder às nossas primeiras três questões reflexivas


acerca das situações, precisamos entender um pouquinho sobre como funciona
cada uma dessas três principais ferramentas que são muito utilizadas em trabalhos
científicos em suas diversas modalidades.

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ISSO ESTÁ NA REDE

Leia no texto a seguir uma matéria muito interessante sobre a importância


de utilizar citações nos trabalhos científicos, pois elas servem, inclusive, como
indicadores de qualidade.
Lembra que durante as aulas conversamos muito sobre rigor científico? Pois bem,
chegou a hora de você conhecer um pouquinho mais sobre isso.
Fonte: https://www.revistacomunicar.com/wp/escola-de-autores/a-citacao-como-indicador-de-qualidade/

Observe no quadro a seguir o que significa cada tipo de citação e o que elas
significam:

É o momento de realização de uma transcrição textual de parte da obra do


Citação direta
autor consultado;

É o momento em que você irá transcrever um texto baseado na obra do autor


Citação indireta
consultado;

Momento em que você deve fazer uma referência direta ou indireta de um texto
Citação de citação
em que não se teve acesso ao original.
Título: Quadro sobre citações
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material

Iremos ver, de forma mais aprofundada e com exemplos, cada uma delas, mas
agora observe como elas podem ser utilizadas nos textos.
Você com certeza irá recordar que já viu inúmeras citações nos textos que leu.
A minha dica é que agora que você conhece um pouco mais sobre as citações,
sua importância e também como utilizá-las nos seus estudos e produções científicas,
você, a cada texto que ler, preste muita atenção na forma com que o autor utilizou as
citações, pois isso também irá te auxiliar quando você escrever seu texto e publicá-
lo ou apresentá-lo, pois já estará muito mais familiarizado com essa ferramenta da
escrita científica.

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Exemplo 1:

Título: Várias formas de citações


Fonte: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/106866/ISSN1981-8106-2011-21-37-135-154.pdf?sequence=1&isAllowed=y

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Exemplo 2:

Título: Várias formas de citações


Fonte: https://pdfs.semanticscholar.org/23d1/ccf9930ebf0d560bada6248d2ecca23e76dd.pdf?_ga=2.259801674.1306884993.1652661590-
1273283877.1652661590

13.1.1 Citações diretas

As citações diretas no texto, de até três linhas, devem estar contidas entre aspas
duplas. Por se tratar de uma transcrição literal de trecho do original, é obrigatória a
menção da paginação de onde tal trecho foi extraído.

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Exemplo 1:

Título: Citação
Fonte: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/106866/ISSN1981-8106-2011-21-37-135-154.pdf?sequence=1&isAllowed=y

As citações diretas, no texto, de mais de três linhas devem ser destacadas com recuo
de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto (a FECAP recomenda
a utilização de fonte 10), espaçamento simples e sem aspas. “Por se tratar de uma
transcrição literal de trecho do original, é obrigatória a menção da paginação de onde
tal trecho foi extraído.” (IFRR/CNP, 2020)

Exemplo 1:

Título: Citação
Fonte: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/106866/ISSN1981-8106-2011-21-37-135-154.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Exemplo 2:

Título: Citação
Fonte: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/106866/ISSN1981-8106-2011-21-37-135-154.pdf?sequence=1&isAllowed=y

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13.1.2 Citações indiretas

É a transcrição de conceitos do autor consultado, porém descritos com as próprias


palavras do redator. Na citação indireta, o autor tem liberdade para escrever com suas
palavras as ideias do autor consultado.

Exemplo 1:

Título: Citação
Fonte: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/106866/ISSN1981-8106-2011-21-37-135-154.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Exemplo 2:

Título: Citação
Fonte: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/106866/ISSN1981-8106-2011-21-37-135-154.pdf?sequence=1&isAllowed=y

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CAPÍTULO 14
ABNT E OS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

Título: Projetos
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/pap%c3%a9is-projetos-documentos-4862061/

Caro aluno, ao longo desses capítulos aprendemos diversas questões que estão
relacionadas com a metodologia científica, de forma introdutória para alguns capítulos
e de forma mais desenvolvida para outros. O nosso objetivo até o momento foi trazer
para vocês um pouco sobre as principais questões que estão relacionadas a essa área
científica tão importante no seu desenvolvimento acadêmico e também profissional.

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Foi por esse motivo que estudamos os diversos tipos de pesquisa científica e seus
métodos, as técnicas e instrumentos utilizados para leitura científica, mas também, de
forma bastante desenvolvida em nossas aulas, como elaborarmos um artigo científico.
Agora, neste momento, durante esta nossa aula temos como objetivo principal
aprendermos sobre as normas da ABNT e entendermos um pouco mais sobre os
meios de comunicação do mundo científico. Ou seja, os congressos, as conferências
e os simpósios.
Tanto as normas da ABNT quanto os meios de comunicação científicos andam
juntos, pois para participar de um congresso, de um simpósio ou de uma conferência,
é necessário que o pesquisador saiba sobre as normas da ABNT de forma correta
para a elaboração dos trabalhos científicos e acadêmicos e as utilize adequadamente.

ANOTE ISSO

Compreendemos que as normas possuem a finalidade e o principal foco


de elaborar trabalhos acadêmicos em suas diferentes modalidades: sejam
dissertações, monografias, trabalhos de conclusão de curso, trabalhos completos
ou resumos a serem apresentados em meios de comunicação científica e também
teses de doutorado.

Ou seja, as normas são utilizadas para todos os trabalhos de natureza científica, até
mesmo para artigos científicos, fichamentos e resenhas. Normalmente, os periódicos
científicos, bibliotecas de universidades ou repositórios digitais em que os trabalhos
são inseridos disponibilizam as normas determinadas pela instituição ou instituto em
questão. É importante também sempre verificar as normas da ABNT e da unidade, assim
você não correrá o risco de ter seu trabalho reprovado devido à falta da normatização
acadêmica.
Bom, espero que com essa aula e a próxima, também sobre as normas da ABNT
e sua utilização prática, você consiga realizar um bom trabalho e, quem sabe, até
mesmo fazer a publicação dele!
Boa sorte e bons estudos para você!

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14.1 O que é a ABNT e para que ela serve?

Título: Fachada da ABNT


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_de_Normas_T%C3%A9cnicas

Vamos agora aprender um pouco sobre a ABNT?


Normalmente, quem faz pesquisa científica começou uma graduação e se
deparou com a necessidade de escrever um projeto científico, um trabalho, artigo,
uma monografia, um TCC, uma dissertação ou uma tese. A ABNT e suas normas
normalmente causam até calafrios, muitos deles relacionados a como formalizar o
seu trabalho em questão.
Caro estudante, aqui gostaria de falar para você que não há necessidade de sentir
nenhum receio sobre as normas da ABNT e nem mesmo sobre como padronizar ou
não seu trabalho. Inúmeros manuais disponibilizados na internet, e até mesmo no site
da própria ABNT, podem te auxiliar nesse processo de regulamentar seu trabalho em
relação à fonte, ao espaçamento, à margem e à capa.
Com certeza você já conheceu alguém que, durante o processo da pesquisa científica,
acabou tendo muitas dificuldades com as normas da ABNT e com esse processo de
formatação do próprio trabalho acadêmico. Gostaria que você não sentisse esse receio

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e que compreendesse que além de conhecer as normas e as técnicas obrigatórias


e definidas pela ABNT, é necessário que você as pratique ao longo da sua trajetória
acadêmica e as coloque em prática.
Ou seja, sempre que você for escrever um texto científico, seja uma resenha, um
fichamento, uma anotação, por mais simples que seja o material escrito que você
irá elaborar, minha principal dica é que você sempre coloque tudo nas normas da
ABNT, pois ao escrever um trabalho científico que será enviado para uma banca, um
periódico ou algum evento acadêmico será muito mais fácil você já ter tido contato
com as normas da ABNT.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, conhecida como ABNT, possui
reconhecimento da sociedade brasileira desde quando foi fundada no ano de 1940.
ABNT tem como missão principal incluir e promover a sociedade brasileira por meio de
documentos normativos e também com avaliação de conformidade, ou seja, capaz de
permitir a produção, o uso de bens e serviços, a comercialização e também contribuir
para o desenvolvimento científico e tecnológico do país, além de proteger o meio
ambiente, defender o consumidor e a inovação tecnológica.
A ABNT tem como objetivo principal a normalização. Dessa forma, existe todo um
processo particular para elaborar e difundir a implementação de normas técnicas e
científicas para determinados campos da vida na sociedade brasileira.
Sendo assim, um dos principais objetivos é formular e aplicar regras para a solução
e também a prevenção de certos problemas. Entende-se que o objetivo de normalizar
é estabelecer soluções por meio de partes interessadas.

ANOTE ISSO

No momento que entendemos que a ABNT serve como normas, ou seja, leis
que são utilizadas para padronizar e que indicam, também, um certo padrão de
qualidade, segui-las é de grande importância no seu trabalho acadêmico e científico,
para que não exista conflito de padronização entre as pesquisas relacionadas sobre
o mesmo assunto.
Mais do que isso, a padronização auxilia no processo de comparação dessas
pesquisas científicas, de forma que o processo de leitura e de verificação dos textos,
das referências e da metodologia utilizada pelos autores acaba se tornando algo
muito mais fácil para que o leitor e pesquisador consiga entender o que o autor está
querendo dizer em seu texto.

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14.2 Congressos, colóquios, conferências, seminários e simpósios

Apresentar seu projeto de pesquisa é um momento muito importante da sua trajetória


enquanto jovem pesquisador e cientista. Além disso, é uma atividade muito positiva
e que irá te trazer maior desenvolvimento e contribuições para a sua área enquanto
pesquisador.
São vários os formatos e locais em que trabalhos podem ser apresentados. Os
meios de comunicação científica são os congressos, encontros, colóquios, simpósios,
seminários, entre tantos. Vamos começar falando sobre as diferenças de cada um
desses meios de comunicação científica em que você poderá enriquecer sua pesquisa
e seu desenvolvimento enquanto pesquisador cientista.

Congresso Principais encontros acadêmicos e profissionais de pesquisadores acerca de um tema,


em que é possível você participar apresentando seu trabalho de pesquisa ou, então,
ouvindo palestras, participando de grupos de trabalho, em que diversos pesquisadores
apresentam suas pesquisas, as limitações e dificuldades que encararam, assim como
seus resultados. Você poderá também participar de workshops práticos nos quais
conseguirá ter contato, assim como em diversos minicursos, com pesquisadores
mais especializados do que você em temas como o seu ou semelhantes.

Simpósio Os simpósios são eventos científicos em que determinados especialistas em


determinados temas se reúnem e expõem suas teses e hipóteses sobre resultados
de pesquisas.
Um exemplo de simpósio seria aquele em que inúmeros pesquisadores, nacionais e
também internacionais, especialistas sobre a temática da educação e da tecnologia, se
encontrassem em uma determinada mesa de um evento científico para discutirem o
assunto abordado, emitirem seus pareceres e resultados de estudos sobre a utilização
da tecnologia na educação. Caso o evento em questão tenha inscritos como ouvintes,
o simpósio pode também propor uma discussão, um debate com os participantes
e fazer as respostas de questões que o público possa vir a ter.

Seminário Um seminário normalmente é realizado com uma palestra, que pode ter um, dois
ou até mesmo quatro palestrantes, como uma mesa de debates em que após a
explanação do palestrante ou dos palestrantes, há um momento aberto com rodízio
de perguntas para que os membros da mesa possam respondê-las. No entanto,
apenas especialistas sobre determinado assunto irão dialogar sobre ele.
Título: Eventos científicos I
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material

Não podemos nos esquecer que também há outros tipos de eventos acadêmicos
além de seminários, simpósios e congressos científicos:

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Elas são de curta duração ou então com maior tempo, com um ou mais
Palestras palestrantes, que possuem o objetivo de trazer novas informações sobre
os temas abordados.

Há também, em eventos científicos determinados, cursos sobre temas


específicos, de forma que são mais aprofundados com o objetivo de promover
Cursos e minicursos
o aprimoramento profissional e também teórico sobre determinado tema
em que você poderá se inscrever.

São conhecidos como eventos mais práticos, mas que também contam
com a exposição de um especialista sobre determinada área. Além disso,
Workshop
há discussão sobre as temáticas propostas, em que os participantes podem
discutir determinado tema.

São conhecidas como locais democráticos e ótimos para debate, em que há


Mesas-redondas um moderador ou mediador que organizará o tempo de fala de cada um dos
especialistas que estarão reunidos no local para discutir determinado tema.
Título: Eventos científicos II
Fonte: Elaborado exclusivamente para este material

Também não podemos nos esquecer dos periódicos científicos, para os quais você
poderá enviar os artigos que produzir ao longo de sua trajetória acadêmica.

ANOTE ISSO

Comecemos compreendendo que a palavra “comunicação” tem como epistemologia


o latim, vindo da palavra “comunicare”. Significa deixar algo em comum, ou seja,
partilhar e repartir, também trocar opiniões. Ou seja, no mundo acadêmico-científico,
para todos os envolvidos, diferentes pesquisadores dos mais distintos níveis de
formação, o ato de comunicação científica é muito importante e é um momento de
interação e troca.

Esse é o momento em que é possível absorver as diversas informações


existentes para a pesquisa. Depois dessa contribuição, é necessário devolvermos
ao meio científico, também por meio de outros trabalhos, aquilo que agregamos em
nosso trabalho.

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ANOTE ISSO

Entendemos, portanto, que esse processo de comunicação existente nos diversos


eventos acadêmicos e científicos é de grande importância para aumentar o nosso
processo de desenvolvimento na área acadêmica. Isso também serve para nossa
forma de falar e de apresentar o nosso trabalho, as nossas hipóteses, objetivos e
resultados, assim como entendermos que se trata de um processo de comunicação
contínuo que auxilia na nossa capacidade de integrarmos a vida coletiva e de
interagirmos com outros que pesquisam temáticas semelhantes com as nossas.

Agora que você já sabe as normas da ABNT, as conhece e também tem conhecimentos
sobre as modalidades de eventos acadêmicos e científicos, acredito que você se
preparará e pensará sobre a apresentação do seu trabalho final.
As apresentações formais são realizadas normalmente nos eventos científicos, sejam
eles congressos, simpósios ou seminários. Mas, há também a tão famosa banca do
TCC. Aqui a minha dica é que você escolha o melhor modelo de apresentação para
o seu trabalho, de forma que você considere quais foram as metodologias que você
utilizou e sua forma de ser.
Você pode recorrer a um modelo de apresentação de banner, slide ou até mesmo
apenas uma apresentação oral. Minha principal dica é que você mantenha a calma e
que se sinta confiante no seu processo de apresentação de trabalho, pois com certeza,
se você seguiu as dicas deste material e se empenhou nesta disciplina, realizou sua
pesquisa, passou pelas limitações e dificuldades comuns a ela, sua apresentação e
defesa do TCC serão sua chegada de vitória!

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CAPÍTULO 15
O ARTIGO CIENTÍFICO

Título: Escrita.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/homem-de-negocios-computador-port%c3%a1til-2452808/

Caro aluno, estamos chegando ao final da nossa disciplina e acredito que você esteja
ansioso para aprender como é a escrita de um artigo científico. Nesse momento, iremos
entender não apenas a questão escrita, mas, com os exemplos ao longo das aulas, iremos
desenvolver o conhecimento acumulado ao longo da disciplina.
Torço por você, que sonha em ver seu trabalho publicado em algum periódico científico
importante! Espero que consiga aprender, durante esta aula, um pouco mais sobre a leitura
e também a escrita de um artigo científico.
Como já vimos, os artigos científicos são uma forma de comunicação acadêmico-
científica e possuem o grande objetivo de demonstrar os resultados de uma pesquisa
científica, assim como as monografias, os TCCs, as dissertações e também as teses.
Chegamos agora à nossa última aula e nosso último capítulo. O caminho que trilhamos
até aqui não foi nada fácil, e eu compreendo isso, pois ao longo da minha trajetória
acadêmica tive que percorrer esse mesmo caminho diversas vezes.

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Mas, agora que chegamos no momento final de mais uma das nossas disciplinas,
espero que você tenha conseguido aprender muito do que foi falado até este momento.

15.1 A estrutura de um artigo científico

Ao longo das nossas aulas, já conhecemos a estrutura de um artigo científico e também


como cada etapa deve ser lida e também escrita. Observamos que para o desenvolvimento
do processo de estudo, o artigo científico precisa conter elementos, e eles são padronizados
de acordo com os elementos das normas da ABNT ou do periódico científico.
Como vimos, para o corpo do artigo a estrutura a seguir deve ser seguida, ainda que
haja algumas variações de acordo com as normas a serem seguidas:

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• Introdução
• Métodos
• Resultados
• Conclusão
No desenvolvimento do texto, a composição do artigo deve conter:
• Elementos com:
a. Cabeçalho: título (e subtítulo) do trabalho;
b. Autor(es);
c. Credenciais do(s) autor(es);
d. Local de atividades.
• Resumo
• Corpo do artigo
a. Introdução: deve conter a apresentação do assunto, objetivo, metodologia e as
limitações que foram encontradas durante a pesquisa.
b. Corpo do texto: é o local para fazer a exposição, a explicação e também a
demonstração do material; é o momento de fazer a avaliação dos resultados, a
análise dos textos utilizados e também uma comparação com obras anteriores.
c. Comentários e conclusões: concluir o texto, demonstrar os resultados, a
comprovação ou não do problema ou da hipótese da pesquisa de forma
resumida.
4. Parte das referências
a. Inserir as referências bibliográficas;
b. Inserir apêndices ou anexos (quando e se houver necessidade);
c. Agradecimentos (quando e se houver necessidade).

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15.2 Exemplos de como construir um artigo científico

Título: Computador
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/computador-port%c3%a1til-brincar-2838921/

É claro que escrever um texto científico não é uma tarefa fácil, mas observando os
modelos a seguir, com certeza essa tarefa será até mesmo prazerosa de ser realizada,
pois você verá que as técnicas de pesquisa, de leitura e de escrita que desenvolvemos
ao longo da nossa formação durante esta disciplina podem ser muito úteis e auxiliar
no seu desenvolvimento enquanto cientista e pesquisador.

15.2.1 O título

A seguir, verificamos o exemplo de um título presente em um artigo científico. Observe


que ele foi construído de forma sucinta, clara e objetiva. Ele realmente apresenta o
assunto principal da pesquisa realizada.

Título: Figura 1
Fonte: https://www.scielo.br/j/es/a/KS6FVdMKj4D9hzbGG9dfcps/?format=pdf&lang=pt

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Necessidade de possuir coesão e também ser interessante. É necessário que o


Título título assuma o objetivo de resumir o trabalho, trazendo seu aspecto principal,
problema ou hipótese e que também desperte a atenção e a curiosidade do leitor.
Título: Tabela sobre título
Fonte: Elaborado para este material

15.2.2 O resumo

Sabemos que esse é um elemento também importante e que deve conter informações
referentes aos principais pontos acerca do trabalho, trazendo os principais resultados
e objetivos, como também a metodologia utilizada, uma breve introdução do tema e
até mesmo sua importância.

Título: Figura 2 – resumo


Fonte: https://www.scielo.br/j/es/a/KS6FVdMKj4D9hzbGG9dfcps/?format=pdf&lang=pt

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Verifique que o resumo é seguido por palavras-chave e também por versão em


língua estrangeira. Normalmente, o inglês é utilizado, mas pode ser que o periódico
científico ou as normas da ABNT determinem que seja escrito também em outro
idioma. É importante que você se atente a isso.

Resumo O resumo é uma das principais informações que devem constar no trabalho. O
resumo também precisa ser redigido de forma clara e objetiva. É preciso mostrar ao
leitor uma visão do que contém ao longo do texto: uma breve introdução, objetivos,
metodologia e métodos empregados, material utilizado ao longo da pesquisa. Não
se deve fazer a utilização de abreviações, símbolos, siglas e nem mesmo citar
referências. Após o resumo, sempre na linha de baixo, é necessário inserir algumas
palavras-chave, de três a cinco, que representam os temas dos quais o trabalho trata.

Título: Tabela sobre resumo


Fonte: Elaborado para este material

15.2.3 A introdução e a fundamentação teórica

A introdução é o momento de realização de um embasamento científico e teórico


para o trabalho. Como vimos anteriormente, é importante dialogar com a bibliografia
indicada, demonstrar que o tema possui embasamento científico e também que há
uma justificativa, objetivos bem delimitados e uma metodologia adequada.
Veja o exemplo a seguir de um trecho da introdução.
Saiba que normalmente, em artigos científicos, as introduções possuem cerca de
uma página e meia a, no máximo, três.

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Título: Figura 3 – Introdução


Fonte: https://www.scielo.br/j/es/a/KS6FVdMKj4D9hzbGG9dfcps/?format=pdf&lang=pt

A introdução deve contextualizar o tema. O ideal é não se estender muito. É importante


Introdução apenas que a questão pesquisada seja bem embasada. No final, os objetivos e as
justificativas do estudo devem ser expostos de forma clara e precisa.
Título: Tabela sobre introdução
Fonte: Elaborada para este material

Utilizar citações diretas e/ou indiretas também pode ser algo positivo para o seu
trabalho, pois irá demonstrar a fundamentação teórico-metodológica da sua pesquisa.

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Título: Figura 4 – Uso de citação


Fonte: https://www.scielo.br/j/es/a/KS6FVdMKj4D9hzbGG9dfcps/?format=pdf&lang=pt

ANOTE ISSO

A fundamentação teórica é o momento da revisão bibliográfica, ou de fazer uma


escrita reflexiva, crítica e interpretativa dos autores e trabalhos que você precisou ler
para fundamentar seu artigo, comprovar sua hipótese e desenvolver os resultados
principais da sua pesquisa científica.
Neste momento importante do texto, cabe ao autor avaliar criticamente a literatura
sobre os temas envolvidos no trabalho.
Veja no exemplo a seguir uma forma de realizar esse processo. Verifique que os
autores demonstram como Bakhtin contribui para o debate e o inserem enquanto
fundamentação teórica de seu trabalho.

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Título: Figura 5 – Escrita crítica


Fonte: https://www.scielo.br/j/es/a/KS6FVdMKj4D9hzbGG9dfcps/?format=pdf&lang=pt

15.2.4 A metodologia

Na metodologia, é necessário descrever como e de qual forma os estudos foram


conduzidos. É comum a utilização de metodologias que são conhecidas e padronizadas.
Lembre-se de descrever como os estudos foram realizados durante o seu projeto e
durante a pesquisa. Você pode colocá-la como itens (no seu projeto de pesquisa).
Não se esqueça de descrever como cada etapa da pesquisa foi realizada e também
demonstrar o porquê da utilização da metodologia escolhida.

Os métodos utilizados devem ser explicitados nesta parte do texto. A


Metodologia qualidade dessa descrição será essencial para que outros pesquisadores
possam reproduzir o estudo.
Título: Tabela sobre metodologia
Fonte: Elaborada para este material

Observe na imagem a seguir um exemplo de descrição de método empregado em


um artigo científico.

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Título: Figura do método


Fonte: https://www.redalyc.org/pdf/878/87817147006.pdf

15.2.5 Conclusão e discussão dos resultados

Para os resultados, é necessário que o autor os apresente ao leitor sem examiná-los,


mas lembre-se de que você pode discutir os resultados caso entenda ser necessário
fazê-lo nessa etapa. Dependendo da natureza da pesquisa, pode ser interessante expor
os dados em forma de tabelas e gráficos.

ANOTE ISSO

Os resultados mais relevantes são discutidos no final do trabalho. Se a pesquisa for


baseada na construção de hipóteses, o autor deverá usar esse espaço para discuti-
las. Além disso, os resultados devem ser relacionados com as conclusões de outros
estudos da literatura.

É o momento para expor as conclusões do estudo. As vulnerabilidades da pesquisa


podem ser expostas, além de o autor poder sugerir novas abordagens de investigação
para aperfeiçoar a compreensão do objeto de estudo.
Veja isso no exemplo a seguir:

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Título: Figura sobre considerações finais


Fonte: https://www.scielo.br/j/er/a/X3D3CtSHRk4kKkTfC9HGbHF/?format=pdf&lang=pt

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CONCLUSÃO

Caro aluno, parabéns! Você chegou a mais uma etapa da sua vida acadêmica e
profissional, pois você encerrou mais uma disciplina e, dessa vez, uma disciplina muito
importante denominada Metodologia Científica. Assim como as outras disciplinas que
você cursou ao longo da sua graduação, ela vai te auxiliar em todo o decorrer da sua
vida acadêmica e profissional.
Espero que neste momento de encerramento da nossa disciplina de Metodologia
Científica você tenha gostado do conteúdo que foi preparado para você, que tenha
compreendido, a partir da nossa linguagem simples e também metodológica, os
objetivos principais da nossa disciplina.
Espero que você tenha conseguido realizar as atividades propostas ao longo
do nosso curso, que você tenha conseguido percorrer as principais etapas de um
projeto de pesquisa, que tenha alinhado seu objeto de estudo aos objetivos, que tenha
conseguido fazer a justificativa e escolhido a melhor metodologia e os métodos que
irão te acompanhar durante a escrita do seu artigo final, relatório ou TCC.
Sim, o objetivo principal da nossa disciplina foi lhe dar algumas ferramentas e
instrumentos metodológicos para que tornassem seu desenvolvimento enquanto
pesquisador um pouco mais fácil e também prazeroso. Se você foi capaz de alcançar
os objetivos propostos nas nossas aulas, eu te parabenizo e espero que você consiga
fazer um bom trabalho final, inclusive publicado!
Portanto, parabéns pela conclusão da sua disciplina e tudo de bom na sua trajetória
acadêmica e profissional!

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ELEMENTOS COMPLEMENTARES

LIVRO

Título: Como elaborar projetos de pesquisa


Autor: Antonio Carlos Gil
Editora: Atlas
Sinopse: Como elaborar projetos de pesquisa
incorpora, em sua 7ª edição, as mais recentes
contribuições referentes à utilização de novas
tecnologias na coleta e análise de dados na
pesquisa, o que reforça o caráter atual da obra e
reafirma o seu maior propósito: auxiliar estudantes e
profissionais na elaboração de projetos de pesquisa,
nos mais diversos campos do conhecimento. Ao
desenvolver este livro, o autor foi guiado por duas
prioridades: em primeiro lugar, apresentar aos
iniciantes, de maneira simples e acessível, os elementos necessários para a elaboração
de projetos de pesquisa; em segundo, garantir aos pesquisadores, bem como aos
estudantes universitários – inclusive de cursos de pós-graduação –, condições para
a organização de conhecimentos dispersos, obtidos ao longo da vida acadêmica ou
por meio do contato direto com a prática de pesquisa. Com uma natureza prática, mas
longe de ser um “receituário”, a obra esclarece os procedimentos a serem adotados
para a elaboração de projetos voltados aos mais diversos tipos de pesquisa, como
pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, ensaios clínicos, estudos de coorte,
levantamentos de campo, estudos de caso, pesquisa etnográfica, pesquisa narrativa,
pesquisa fenomenológica, grounded theory, pesquisa-ação, pesquisa participante e
pesquisas de métodos mistos. Trata, ainda, das múltiplas implicações teóricas que
envolvem o processo de criação de técnicas para as disciplinas Métodos e Técnicas
de Pesquisa e Metodologia de Pesquisa dos cursos de Educação, Psicologia, Ciências
Sociais, Pedagogia, Comunicação Social, Serviço Social e Economia, bem como dos
cursos de pós-graduação lato sensu. Leitura complementar para as disciplinas Pesquisa

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de Opinião e Mercadologia e Pesquisa de Opinião dos cursos de Administração e


Comunicação Social. Leitura de interesse para profissionais das áreas de Pesquisa
Socioeconômica e Pesquisa de Mercado. Obra de referência para estudantes de pós-
graduação envolvidos na preparação de teses e dissertações acadêmicas.

FILME

Título: O Nome da Rosa


Ano: 1986
Sinopse: Em 1327, William de Baskerville
(Sean Connery), um monge franciscano, e
Adso von Melk (Christian Slater), um noviço,
chegam a um remoto mosteiro no norte da
Itália. William de Baskerville pretende participar
de um conclave para decidir se a Igreja deve
doar parte de suas riquezas, mas a atenção
é desviada por vários assassinatos que
acontecem no mosteiro. William de Baskerville
começa a investigar o caso, que se mostra
bastante intrincado, além dos religiosos
acreditarem que é obra do Demônio. William
de Baskerville não partilha desta opinião, mas
antes que ele conclua as investigações, Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-
Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia
que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Como não gosta de Baskerville,
ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados.
Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é
travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado.

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REFERÊNCIAS

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Biblioteca].

DEMO, P. Praticar ciência: metodologias do conhecimento científico. 1. ed. São


Paulo: Saraiva, 2012.

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FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. São Paulo: Saraiva, 2002.

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LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. São


Paulo: Atlas, 2017. [Minha Biblioteca].

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2017.


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LAKATOS, E. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2011.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. In:


Cap. 4. Métodos Científicos. São Paulo: Atlas, 2003, p. 83-112.

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LIMA, M.C. Monografia: a engenharia da produção acadêmica. São Paulo: Saraiva,


2010. [Minha Biblioteca].

Manual ABNT: Regras gerais de estilo e formatação de trabalhos acadêmicos / Centro


Universitário Álvares Penteado – FECAP, Biblioteca FECAP – Paulo Ernesto Tolle. – 5. ed.,
rev. e ampl. São Paulo: Biblioteca FECAP Paulo Ernesto Tolle, 2021. 109 p.; PDF.

MATTAR, J. Metodologia científica na era da informática. São Paulo: Saraiva, 2008.


[Minha Biblioteca].

MEDEIROS, J. B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas.


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MICHEL, M. H. Metodologia e pesquisa científica em ciências sociais. São Paulo:


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SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo:
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SORDI, J. O. Elaboração de pesquisa científica. Seleção, leitura e redação. São


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