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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DEMINAS GERAIS

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO E UNIVERSITÁRIO - ISPU

GESTÃO ESTRATÉGICA DE
RECURSOS HUMANOS

Prof. Prof. Dr. José Márcio de Castro


PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DEMINAS GERAIS
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO E UNIVERSITÁRIO - ISPU

MÉTODOS E TÉCNICAS
DE PESQUISA:
uma introdução

Prof. Prof. Dr. José Márcio de Castro


sumário
Mapa do texto ......................................................................................... 3

1. Noções preliminares .............................................................................. 5

1.1. Tipos de conhecimento.................................................................. 5

1.1.1. Conhecimento empírico ............................................................ 5

1.1.2. Conhecimento filosófico............................................................ 6

1.1.3. Conhecimento teológico............................................................ 6

1.1.4. Conhecimento científico ........................................................... 6

1.2. Pesquisa científica........................................................................ 6

1.3. Métodos de raciocínio................................................................... 9

1.3.1. Método indutivo ..................................................................... 9

1.3.2. Método dedutivo ..................................................................... 9

1.3.3. Método hipotético-dedutivo....................................................... 9

1.4. Teoria e fato ............................................................................... 10

1.5. Observação sistemática ................................................................. 12

2. O projeto de pesquisa............................................................................ 14

2.1. Considerações gerais..................................................................... 14

2.2. Etapas de um projeto de pesquisa .................................................... 15

2.2.1. Termos substanciais de um projeto de pesquisa ............................... 16

2.2.2. Termos formais de um projeto de pesquisa ..................................... 16

3. Leitura e documentação: redação do trabalho científico ................................ 33

4. Publicações científicas ........................................................................... 50

Referências bibliográficas.......................................................................... 52
mapa do texto
Guia para busca interativa de assuntos

1. Noções preliminares

1.1.Tipos de conhecimento

1.1.1 Conhecimento empírico

1.1.2. Conhecimento filosófico

1.1.3. Conhecimento teológico

1.1.4. Conhecimento científico

1.2. Pesquisa científica

1.2.1. Critérios de demarcação científica

1.3. Métodos de raciocínio

1.3.1. Método indutivo

1.3.2. Método dedutivo

1.3.3. Método hipotético-dedutivo

1.4. Teoria e fato


1.5. Observação sistemática

2. O projeto de pesquisa

2.1. Considerações gerais

2.2. Etapas de um projeto de pesquisa

2.2.1. Termos substanciais do projeto

2.2.2. Termos formais de um projeto

2.2.1.1 Significado dos termos

Métodos e Técnicas de Pesquisa 5


3. Leitura e documentação: redação do trabalho científico

3.1. Fundamentação teórica: considerações gerais

3.2. A pesquisa bibliográfica


3.2.1. Etapas da pesquisa bibliográfica
3.2.1.1. 1ª ETAPA: Levantamento bibliográfico

3.2.1.2. 2ª ETAPA: Fichamento bibliográfico

3.2.1.3. 3ª ETAPA: Plano de assunto

3.2.1.4. 4ª ETAPA: Documentação da leitura

3.2.1.5. 5ª ETAPA: Crítica da documentação

3.2.1.6. 6ª ETAPA: Construção do texto

3.2.1.7. 7ª ETAPA: Redação do texto

3.2.2. Regras para a inserção de citações

3.2.3. Sistemas de indicação de fontes

3.2.4. Normas para referências bibliográficas

3.3. As partes genéricas de um trabalho científico

3.4. Estilo do trabalho científico

4. Publicações científicas

Referências

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1. Noções Preliminares

1.1. Tipos de conhecimento

1.1.1. Conhecimento empírico

O conhecimento empírico, também chamado de conhecimento vulgar, é adquirido ao aca-


so. É o conhecimento popular, obtido após inúmeras tentativas (senso comum) de acerto. É
ametódico e assistemático.

De acordo com Cervo e Bervian (1983, p. 8),

“Pelo conhecimento empírico, o homem simples conhece o fato e a sua ordem


aparente, tem explicações concernentes à razão de ser das coisas e dos homens e
tudo isso obtido das experiências feitas ao acaso, sem método, e de investigações
pessoais feitas ao sabor das circunstâncias da vida ou então sorvido do saber dos
outros e das tradições da coletividade ou, ainda, tirado da doutrina de uma reli-
gião positiva.”

O senso comum, embora seja assistemático, serve de base para a construção das teorias cien-
tíficas, uma vez que o conhecimento científico procura exatamente confirmar ou rejeitar o
conhecimento baseado no senso comum. Nesse movimento, o conhecimento científico in-
terage com o senso comum e modifica-o ao longo do tempo, incorporando novas informa-

Métodos e Técnicas de Pesquisa 7


ções e eliminando aquelas que contrariam ou não estão de acordo com as novas teorias e
descobertas.

1.1.2. Conhecimento filosófico

O conhecimento filosófico distingue-se do científico pelo objeto de investigação e pelo mé-


todo. O objeto da filosofia é constituído de realidades não perceptíveis pelos sentidos, isto
é, ultrapassam a experiência.

1.1.3. Conhecimento teológico

É um conjunto de verdades a que os homens chegaram não com o auxílio de sua inteligên-
cia, mas mediante a aceitação dos dados da revelação divina.

1.1.4. Conhecimento científico

“O conhecimento científico vai além do empírico procurando conhecer, além do fenôme-


no, suas causas e leis” (Cervo e Bervian, 1983, p. 8). É um conhecimento metódico e sis-
temático, que se refere sempre aos fatos da realidade empírica.

1.2. Pesquisa científica

O objeto da pesquisa científica é o conhecimento da realidade empírica. Por realidade po-


de-se entender tudo que existe, e empírico é tudo aquilo que se refere à experiência. Ou se-
ja, realidade empírica é tudo que existe e pode ser percebido, conhecido por intermédio da
experiência. É tudo que pode ser experimentado, que se revela por meio de fatos.

Pode-se dizer que grande parte dos esforços da ciência destina-se ao conhecimento dos fatos
que já existem, e que são produzidos pela natureza, os quais o homem desconhece ou, pelo
menos, não sabe todo o alcance de suas implicações. Nesse caso, a pesquisa é utilizada para
fazer descobertas.

Cabe esclarecer, no entanto, que fato é diferente de fenômeno, apesar de um certo uso in-
distinto. O fato acontece independente de haver ou não quem o conheça, já o fenômeno é a
percepção do fato pelo observador.

No entanto, o objetivo principal da ciência, mais do que a mera descrição de fenômenos


empíricos, é estabelecer, mediante leis e teorias, os princípios gerais com os quais se pode
explicar e prognosticar esses fenômenos. A ciência está preocupada com generalizações e não
com casos particulares, mas dedica-se a casos particulares para fazer generalizações.

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1.2.1. Critérios de demarcação científica

Foi feita uma distinção anterior entre os diversos tipos de conhecimento para, exatamente,
demarcar as características do conhecimento científico. Porém, algumas questões ainda sus-
citam polêmica, uma vez que nem tudo o que é chamado de científico, de fato pode ser to-
mado como tal. É preciso elucidar melhor o problema da neutralidade científica, da subjeti-
vidade, na tentativa de demarcar alguns critérios daquilo que se entende por conhecimento
científico.

A neutralidade (ou a objetividade) para os positivistas poderia, grosso modo, ser obtida
mantendo-se uma distância entre sujeito e objeto. Cabe observar que, ao escolher um tema,
tal escolha já vem permeada por valores; logo, a questão da objetividade deve ser discutida
para além da simples distância entre sujeito e objeto.

Na verdade, não se trata de opor objetividade e subjetividade, nem de dizer que existe uma
subjetividade “boa” e outra “má”. No tocante à subjetividade, deve-se levar em conta, inclu-
sive, o contexto onde é produzido o conhecimento. De qualquer forma, os riscos da subjeti-
vidade existem. O primeiro passo é reconhecer a possibilidade de subjetividade, sem reco-
nhecer: é como se ela não existisse; e, se ela não existe, por que se preocupar? Assim, reco-
nhecendo o problema da subjetividade, pode o pesquisador envidar esforços no sentido de
superá-la ou minimizá-la. Nas ciências sociais, por exemplo, a busca de objetivida-
de/objetivação concentra-se no esforço do pesquisador em relação aos quadros teóricos uti-
lizados e no controle dos “experimentos”, dentre outros aspectos.

“Os valores metodológicos são os que nos fazem estimar que o saber construído
de maneira metódica, especialmente pela pesquisa, vale a pena ser obtido, e que
vale a pena seguir os meios para nele chegar. Isso exige curiosidade e ceticismo, a
confiança na razão e no procedimento científico e, também, a aceitação de seus
limites...” (Leville e Dionne, 1999, p. 96).

Demo (1995), sugere alguns critérios internos e externos para demarcar o que seja um tra-
balho científico. Nestes termos, qualquer trabalho científico tem algumas características in-
ternas que se esperam encontrar, quais sejam, a coerência, consistência, originalidade e a ob-
jetivação.

No entanto, embora relevantes, os critérios internos podem ser verificados em trabalhos que
não são científicos. Então, paralelo aos critérios internos, o autor propõe o denominado cri-
tério externo. Tal critério trata exatamente da avaliação da produção científica pela comu-
nidade científica. Chamada de intersubjetividade, um trabalho científico adquire maior va-
lidade na medida em que é aceito por esta comunidade. (Demo, 1995)

Métodos e Técnicas de Pesquisa 9


1.3. Métodos de raciocínio

1.3.1. Método indutivo

É a lógica que parte do particular para o geral. Permite fazer generalizações a partir de certos
estudos individualizados.

Indução é um processo mental através do qual, partindo de dados particulares suficiente-


mente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal não contida nas partes exami-
nadas. Portanto, o objetivo dos argumentos é levar a conclusões cujo conteúdo seja muito
mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.

Exemplo: Pedro é estudioso e é aluno desta classe. Antônio é estudioso e é aluno desta clas-
se... Logo, todos os alunos desta classe são estudiosos.

1.3.2. Método dedutivo

Parte do geral para o particular. Permite certas relações a partir de um conhecimento geral.
Reformula ou enuncia, de modo explícito, a informação já contida nas premissas. O méto-
do dedutivo tem o propósito de explicitar o conteúdo das premissas.

Exemplo: Todos os alunos desta classe são inteligentes. João é aluno desta classe... Logo, Jo-
ão é inteligente.

1.3.3. Método hipotético-dedutivo

O método hipotético-dedutivo parte dos seguintes elementos:

PROBLEMA: Toda investigação científica parte de um problema, fato ou conjunto de fatos


para o qual não temos explicação aceitável.

HIPÓTESES PRELIMINARES: Um problema é uma dificuldade, uma lacuna existente no qua-


dro de conhecimento. As hipóteses preliminares são soluções provisórias para o problema
formulado.

FATOS ADICIONAIS: As hipóteses preliminares levam o cientista a procurar fatos adicionais,


surgindo, assim, novas hipóteses que, por sua vez, podem levar a novos fatos adicionais e as-
sim por diante.

HIPÓTESE: Dentre as diversas hipóteses preliminares, o pesquisador opta pela mais verossí-
mil, para submetê-la a testes de experiência.

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DEDUÇÃO DAS CONSEQÜÊNCIAS: Das hipóteses deduzem-se as conseqüências que deverão
ser testadas pela observação, pela teoria ou por ambas.

APLICAÇÃO: Como tudo que é científico, os resultados e as conseqüências devem ser aplica-
dos na prática, servindo de pauta para premissas de problemas semelhantes.

1.4. Teoria e fato

A teoria é um modo de organizar os fatos, explicando-os, explicitando-os, estabelecendo


relações entre eles e dando-lhes oportunidade de serem utilizados para previsão e prognósti-
co da realidade.

Embora a criatividade seja um elemento importante, é bom registrar que a pesquisa científi-
ca não pode ser fruto apenas da espontaneidade e da intuição. Ela exige submissão a méto-
dos e técnicas científicas. Uma boa pesquisa começa com um projeto de pesquisa bem deli-
neado.

“O trabalho de pesquisa não é de natureza mecânica, mas requer imaginação cri-


adora e iniciativa individual. Entretanto, a pesquisa não é uma atividade feita ao
acaso, porque todo trabalho criativo pede o emprego de procedimentos e disci-
plinas determinadas”. (Van Dalen e Meyer1 apud Rudio, 1991, p. 14)

Para Abramo (1979), a tentativa de estabelecer uma supremacia da teoria sobre o fato, ou
vice-versa, revela uma falsa dicotomia, uma vez que teoria e fato se interligam e se interde-
pendem.

Nesses termos, existem alguns aspectos da relação entre teoria e fato que merecem ser desta-
cados. Dentre eles:

“(...) a) a teoria serve como orientação para restringir a amplitude dos fatos a se-
rem estudados;

b) a teoria serve como sistema de conceptualização e de classificação dos fatos;

c) a teoria serve para resumir, sinteticamente, o que já se sabe sobre o objeto de


estudo através das generalizações empíricas e das inter-relações entre afirmações
comprovadas;

1
VAN DALEN, Deobold B., MEYER, William J. Manual de técnica de la investigación educacional. Barcelona: Ediciones
Omega, 1971.

Métodos e Técnicas de Pesquisa 11


d) a teoria, baseando-se em fatos e relações já conhecidos, serve para prever no-
vos fatos e novas relações;

e) a teoria serve para indicar os fatos e as relações que ainda não estão satisfatori-
amente explicados, e as áreas da realidade que demandam pesquisas” (Goode e
Hatt2 apud Abramo, 1979, p. 26).

Além disso, como observam Goode e Hatt (apud Abramo, 1979, p. 27), a relevância dos
fatos em relação à teoria deve-se às seguintes causas:

“(...) a) um fato novo, uma descoberta, pode provocar o início de uma nova teo-
ria;

b) os fatos podem provocar a rejeição ou a reformulação de teorias já existentes;

c) os fatos redefinem e esclarecem a teoria previamente estabelecida no sentido


de que ‘afirmam em pormenores o que a teoria afirma em termos mais gerais’; e,

d) os fatos, conduzindo à criação, rejeição, reformulação ou redefinição de teori-


as, levam à descoberta de novos fatos.”

1.5. Observação sistemática

O campo específico da ciência é a realidade empírica, daí a importância da observação. A


observação não trata apenas de ver, mas de examinar. Não se trata somente de entender,
mas de auscultar. Trata-se, também, de ler documentos (jornais, livros, impressos diversos)
para se informar dos resultados da observação e pesquisa obtidos por outros e, além disso,
da reação dos autores (Minon apud Rudio, 1991, p. 32). Por ser ampla, a observação a-
brange, de uma forma ou de outra, todos os procedimentos utilizados em pesquisa.

De acordo com Rudio (1991), a observação sistemática é a observação planejada, estrutura-


da ou controlada. É a que se realiza em condições controladas para responder a propósitos
que foram anteriormente definidos. Requer planejamento e necessita de operações específi-
cas para o seu desenvolvimento.

2
GOODE, W. J., HATT, P. K. Métodos em pesquisa social. São Paulo: Ed. Nacional, 1960.

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Na observação sistemática deve-se considerar os seguintes pontos:

por que observar? (planejamento e registro da observação)

para que observar? (objetivos)

como observar? (instrumentos a utilizar)

o que observar? (o campo da observação)

quem observa? (o observador)

Assim, a observação sistemática:

a) deve ser planejada;

b) deve ter como objetivo obter informações da realidade empírica;

c) deve utilizar, a fim de obter informações, um instrumento ou vários instru-


mentos;

d) necessita indicar e limitar a área da realidade empírica onde as informações


podem e devem ser obtidas;

e) exige que o observador seja competente para observar e obter os dados com
imparcialidade, sem contaminá-los com juízo de valor.

No sentido restrito, somente a observação sistemática pode ser usada como técnica científi-
ca. A observação sistemática pressupõe, pelo menos, três elementos:

a) população (o que ou quem observar);

b) circunstância (quando observar);

c) local (onde observar).

Exemplo: Análise da evolução do perfil da delinqüência juvenil em Belo Horizonte nos úl-
timos 10 anos.

Rigorosamente, a observação deve se referir, apenas, a fatos existentes na realidade empírica.


No sentido mais amplo, pode-se aplicá-la, também, ao “uso da biblioteca”, porque na bibli-
oteca encontram-se as observações e experiências realizadas por outros, assim como as bases

Métodos e Técnicas de Pesquisa 13


conceituais sem as quais não pode haver uma verdadeira observação científica. (Rudio,
1991)

Além do mais, não se pode fazer uma pesquisa válida sem consultar livros e outras obras, em
cada uma das fases do processo. Na própria escolha e definição do tema, é necessário recor-
rer à biblioteca; não apenas para buscar subsídios que orientem a escolha e ajudem a elabo-
rar o enunciado, mas também para verificar se o assunto que se pretende estudar já foi, ou
não, motivo de outras pesquisas.

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2. O Projeto de pesquisa

2.1. Considerações gerais

Para realizar uma pesquisa científica é necessário, em primeiro lugar, um projeto de pesqui-
sa articulado. Antes de executar qualquer pesquisa, deve-se elaborar um projeto que estabe-
leça as bases do planejamento dessa pesquisa.

O Projeto de Pesquisa é uma das etapas componentes do processo de elaboração, execução e


apresentação da pesquisa. É necessário que seja planejado com extremo rigor, caso contrário
o investigador, em determinado momento, encontrar-se-á perdido num emaranhado de da-
dos, sem saber como dispor dos mesmos ou até desconhecendo seu significado e importân-
cia. Em suma, o projeto é o planejamento da pesquisa. Pesquisa não é improvisação, nem
obra do acaso. Desde a escolha do tema, fixação dos objetivos, determinação da metodolo-
gia, coleta de dados, análise e interpretação para o relatório final - tudo deve ser previsto no
projeto de pesquisa.

Um planejamento de pesquisa, até alcançar a forma de projeto, passa pelas seguintes fases:

a) estudos preliminares buscando o equacionamento geral do problema;

b) anteprojeto que se constitui numa primeira versão, ainda em bases gerais;

c) projeto final ou definitivo;

d) montagem e execução, isto é, colocação em funcionamento;

e) funcionamento normal.

Um iniciante em pesquisa pode supor que elaborar projetos é perder tempo e que é melhor
começar imediatamente o trabalho de pesquisa. No entanto, a experiência vai lhe ensinar

Métodos e Técnicas de Pesquisa 15


que iniciar uma pesquisa sem projeto é lançar-se à improvisação, tornando o trabalho con-
fuso, gerando insegurança, o que vai levá-lo a refazer permanentemente a pesquisa.

Fazer um projeto de pesquisa é traçar um caminho eficaz que conduza ao fim que se pre-
tende atingir, livrando o pesquisador do perigo de se perder antes de tê-lo alcançado. Assim,
planejar significa traçar um curso de ação a ser seguido para atingir as finalidades desejadas.
E, enquanto planejamento, um projeto de pesquisa serve essencialmente para responder às
seguintes questões:

a) o que fazer?

b) por que, para que, para quem fazer?

c) onde fazer?

d) como, com que e quando fazer?

e) com quanto fazer?

f) como pagar?

g) quem vai fazer?

2.2. Etapas de um projeto de pesquisa

2.2.1. Termos substanciais de um projeto de pesquisa

Em termos substanciais, um projeto deve conter:

a) o que pesquisar?

b) por que pesquisar o que se está propondo?

c) em que perspectiva pesquisar?

d) como pesquisar?

2.2.2. Termos formais de um projeto de pesquisa

Em termos formais, a estrutura de um projeto de pesquisa deve conter:

Capa;

Folha de rosto;

Instituição;

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Título da pesquisa;

Coordenador/autor/pesquisador;

Participantes (se for o caso);

Local e data.

1) TÍTULO DA PESQUISA
2) INTRODUÇÃO
3) PROBLEMA DE PESQUISA
4) JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
5) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
6) HIPÓTESES DA PESQUISA
7) OBJETIVOS DA PESQUISA
8) METODOLOGIA DA PESQUISA
9) CRONOGRAMA
10) ORÇAMENTO
11) REFERÊNCIAS

2.2.2.1. Significado dos termos do projeto

1) TÍTULO DA PESQUISA

O tema é o assunto que se deseja investigar. O título é uma decorrência direta do tema e re-
flete a tentativa do pesquisador de delimitar a questão em estudo.

Um bom título é o que sintetiza a idéia principal do trabalho. Deve ser atrativo, sem cair,
contudo, no sensacionalismo, no uso excessivo de metáforas. Deve ser conciso e explicativo
e evitar o uso de palavras desnecessárias, tais como: “Estudos em..., Investigações...”, “Pes-
quisa sobre problemas em...”.

2) INTRODUÇÃO

Na introdução, o pesquisador, de modo sucinto, deve:

situar rapidamente o tema no contexto teórico da área (atualidade) e na rea-


lidade sócio-econômica (possíveis implicações práticas);

situar a questão (problemática) no tema. Por exemplo: “dentro desse tema,


uma questão que tem merecido atenção é...pelas razões...”;

Métodos e Técnicas de Pesquisa 17


explicitar o objetivo do projeto de pesquisa, em termos bem gerais;

explicitar qual é a unidade empírica de análise (grupos, organizações, etc)


destacando brevemente os aspectos que justificam tal escolha.

3) PROBLEMA DE PESQUISA

O problema levantado pela pesquisa, início de todo processo, nasce freqüentemente da in-
tuição de alguma dificuldade existente na realidade de determinada teoria. Essa dificuldade,
em geral percebida casualmente, é fruto da atenção, perspicácia e discernimento de quem é
capaz de selecioná-la dentre muitas outras, que eventualmente poderiam ser vistas ou esco-
lhidas.

"(...) O que mobiliza a mente humana são problemas, ou seja, a busca de um mai-
or entendimento de questões postas pelo real, ou ainda a busca de soluções para
problemas nele existentes tendo em vista a modificação para melhor..." (Leville e
Dionne, 1999, p. 85)

Para Moreira (2001), antes de iniciar a elaboração do primeiro documento de intenções do


projeto de uma dissertação, é necessário tomar contato com o tema da pesquisa, tomar co-
nhecimento das definições de conceitos-chave, tomar conhecimento de autores do tema es-
colhido, ter o primeiro contato com as indagações ligadas ao tema escolhido e ter material
suficiente para elaborar seu próprio projeto. Fazem parte dessa etapa inicial as consultas ao
orientador, entrevistas com especialistas e pesquisadores do tema tratado.

A formulação do problema é considerada, segundo Rudio (1991), o ponto de partida de


toda pesquisa, ou o motor do processo investigatório. É a dúvida que suscita a necessidade
da pesquisa.

“Formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita, clara, compreen-


sível e operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que preten-
demos resolver, limitando o seu campo e apresentando suas características. Desta
forma, o objetivo da formulação do problema de pesquisa é torná-lo individuali-
zado, específico, inconfundível”. (Rudio, 1991, p. 75)

Existem alguns pontos que devem ser considerados na eleição de um tema para a pesquisa
ou tese:

Necessidade da pesquisa;

Capacidade de ser realizada em tempo razoável;

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Simetria de resultados potenciais;

Correspondência com a capacidade e interesse do aluno;

Área de desenvolvimento profissional;

Disponibilidade/facilidade para pesquisa e/ou dados.

Definir o problema consiste em delimitar o assunto de que trata a pesquisa.

"(...) A fase do estabelecimento e de clarificação da problemática e do próprio pro-


blema é freqüentemente considerada como a fase crucial da pesquisa (...) É ela que
serve para definir e guiar as operações posteriores, como uma espécie de piloto au-
tomático, uma vez que tenha sido bem planejada" (Leville e Dionne, 1999, p.
85).

3.1. Qualidades de uma formulação de problema de pesquisa

1. Verificar se o que se pensou é realmente um problema científico. Se a solu-


ção científica é impossível, claro está que o problema não é científico; o
problema deve ser definido de tal forma que a solução seja possível por meio
da pesquisa.

2. O problema deve ser formulado sob a forma de pergunta, uma vez que cla-
rifica para o autor, e para o leitor, o que se deseja saber. Deve-se apresentá-
lo em forma de pergunta, como por exemplo: “Como acontece ou aconte-
ceu alguma coisa? Em que medida tal coisa contribui para outra coisa?” As-
sim feito, torna-se evidente para o autor, e para o leitor, o que se deseja sa-
ber;

3. A pergunta deve ser redigida de forma clara e concisa;

4. O problema deve ser definido de tal forma que a solução seja possível. De-
ve-se estabelecer corretamente a situação-problema, isto é, situar bem a pro-
blemática como condição básica na delimitação do problema de pesquisa;

5. O problema deve ser colocado dentro de um tamanho que contribua para a


factibilidade da solução. A escolha do tema e problema de pesquisa pode pa-
recer difícil, mas não formular um problema corretamente, nem delimitá-lo,
é andar às cegas, no escuro. Na verdade, não se pode realizar uma pesquisa

Métodos e Técnicas de Pesquisa 19


sem a existência de um problema, devidamente enunciado, para ser resolvi-
do. Melhor dizendo, não há resposta sem uma pergunta anterior.

Descobrir os problemas que o assunto envolve, identificar as dificuldades que ele sugere e
formular as perguntas (adequadas ou pertinentes), significa abrir as portas pelas quais o pes-
quisador entrará no terreno do conhecimento científico.

3.2. Considerações na eleição do tema e problema de pesquisa

Ao eleger um tema/problema de pesquisa, o pesquisador deve:

observar suas preferências e inclinações em relação aos assuntos;

observar se o problema é relevante, se merece ser investigado cientificamente


e se tem condições de ser formulado e delimitado tecnicamente em função
da pesquisa.

3.3. Guia para o iniciante (fontes de busca para novos assuntos em pesquisa)

Levantar um assunto interessante e relevante de pesquisa é uma das partes mais difíceis de
um projeto de pesquisa, e alguns alunos tendem a gastar um tempo enorme até se fixarem
em algum assunto em particular. Por isso, você não deve desanimar. Não é raro o iniciante
sentir dificuldades nesta fase de definição da pesquisa. Porém, todo o desenvolvimento da
pesquisa depende, obviamente, da escolha do assunto: se for feliz ao escolher o seu tema, te-
rá mais condições de êxito; se infeliz, estará fadado ao fracasso.

Seguem abaixo, segundo Salomon (1991), algumas sugestões de fontes para o pesquisador
encontrar um tema relevante de pesquisa:

a. a observação direta do comportamento dos fenômenos ou fatos;

Observar o comportamento dos fenômenos ou fatos poderá representar uma excelente


oportunidade para se encontrar um bom tópico de pesquisa. Dependerá da curiosida-
de, e da capacidade do pesquisador, a descoberta de um problema que mereça ser in-
vestigado.

b. a reflexão;

Quem sabe pensar encontra em si mesmo um rico manancial de assuntos que oferecem
inúmeras possibilidades de serem explorados. Pela reflexão é que surgem as relações

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mais imprevistas, as dúvidas dignas de atendimento, a descoberta de falhas em certas
teorias e tantas outras questões relevantes.

c. o senso comum;

O pesquisador voltado para a descoberta de generalizações mais amplas ou em oposi-


ção a um grupo de generalizações existentes vê, em muitos conteúdos de senso co-
mum, autênticos estímulos para a investigação.

d. a experiência pessoal;

Todos nós temos maneiras peculiares de reagir não só às situações concretas da vida,
mas também às influências culturais, científicas e ideológicas. A experiência de vida
pode constituir uma rica fonte para se encontrar bons temas de pesquisa.

e. as analogias;

Muitos modelos e teorias pertinentes a uma ciência derivam de analogias com outras
ciências. Pode-se dizer, por exemplo, que a Teoria dos Sistemas (Cibernética) faz uma
analogia explícita com a Biologia dos organismos vivos.

f. a observação documental;

Os documentos, no sentido mais amplo, constituem, sem dúvida, um terreno fértil de


assuntos científicos para quem os sabe usar com inteligência e agudeza, sobretudo na
leitura de trabalhos e revistas especializadas.

g. os seminários e as controvérsias;

Quando bem dirigidos, os seminários costumam ser um campo propício para idéias
novas.

É interessante notar que os temas mais fecundos têm origem nas controvérsias. Preste
atenção aos debates e às controvérsias! No confronto de idéias pode estar latente um
bom tópico de pesquisa.

h. fatos atuais.

A leitura e o acompanhamento dos fatos ocorridos, através de jornais, revistas etc., po-
de ser uma boa maneira de se encontrar um assunto atual e interessante como objeto
de pesquisa.

Métodos e Técnicas de Pesquisa 21


Concluindo, a verdade é que não faltam assuntos para pesquisa, a questão está em de-
cidir-se por um deles.

4) JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Para apresentar a justificativa do seu projeto de pesquisa, o pesquisador deve procurar res-
ponder POR QUE é importante investigar a questão, ou o problema proposto. Em outras
palavras, o pesquisador deve destacar quais as contribuições teóricas e/ou práticas a resposta
ao problema formulado poderá trazer.

A justificativa deve responder se a pesquisa é importante ou significativa o bastante para jus-


tificar sua execução. Nenhuma pesquisa ou tese pode pretender ser a melhor do mundo,
mas nenhuma também deve trabalhar com um assunto trivial ou inconseqüente.

Dentre outros, deve-se considerar como aspectos importantes:

a atualidade do tema;

as possíveis contribuições teóricas do estudo;

as possíveis implicações práticas do estudo;

a relevância da população estudada.

Em síntese, a justificativa implica relacionar as razões teóricas e práticas que legitimam e


dão significado à realização do esforço de pesquisa. Implica defender o projeto do ponto de
vista teórico, pessoal, operacional, etc. Ainda na justificativa, cabe a exposição de interesses
envolvidos em relação à pesquisa.

5) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A finalidade da fundamentação teórica (revisão da literatura) é estabelecer a perspectiva a


partir do qual se situa, isola-se o problema e são fixadas as referências que nortearão a análi-
se dos dados, assim como o planejamento da coleta de dados.

A fundamentação teórica fixa, também, o campo no qual irão recair as hipóteses da pesquisa.

A esse respeito, não deixe também de ler o tópico leitura e documentação.

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6) HIPÓTESES DA PESQUISA

Uma vez delimitado teoricamente o estudo e formulado o problema, com a certeza de ser
cientificamente válido, o pesquisador deverá propor uma “suposta” resposta, provável e
provisória, ao problema formulado, isto é, uma hipótese.

Portanto, uma hipótese é uma afirmação provisória acerca da realidade que, tendo em vista
o campo teórico estabelecido, pretende dar uma resposta ao problema formulado. A função
da hipótese é orientar o investigador quanto aos dados que ele deve dar importância e quais
abandonar, desconhecer, por serem irrelevantes.

Assim, ao se enunciarem hipóteses para uma pesquisa, o pesquisador deve ter claramente
diante dos olhos a dupla função que elas desempenham, ou seja:

a) dar explicações provisórias;

b) servir de guia na busca de informações/dados para verificar a validade das


explicações.

A formulação de hipóteses para ser válida deve obedecer alguns parâmetros, tais como:

a) deve ser plausível (isto é, passível de ser admitida);

b) deve ter consistência (isto é, não contrariar uma teoria aceita);

c) deve ser específica (isto é, identificar bem o que vai se observar);

d) deve ser verificável;

e) deve ser clara, simples e econômica;

f) deve ser explicativa (isto é, tentar explicar o fenômeno em questão).

Nem todos os tipos de pesquisa necessitam de formulação de hipóteses. Todavia, nos estu-
dos em que há possibilidade de enunciá-las, obtém-se vantagens metodológicas uma vez que
as hipóteses também possuem a função, como dito anteriormente, de orientar e balizar o
pesquisador na condução do trabalho.

Às vezes, o problema e os objetivos da pesquisa permitem a formulação de hipóteses; em


outros casos, isso não é possível. Não sendo possível formular uma hipótese, recomenda-se
que o problema seja formulado o mais claramente possível.

Métodos e Técnicas de Pesquisa 23


7) OBJETIVOS DA PESQUISA

Os objetivos de uma pesquisa decorrem diretamente do problema e das hipóteses formula-


das. Indica aquilo que se vai investigar para responder o problema, o que, em última instân-
cia, vem delimitado pelas hipóteses formuladas.

Em alguns casos, é útil fazer uma distinção entre objetivos gerais e objetivos específicos.

8) METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia é, por assim dizer, o pólo técnico da pesquisa. É na metodologia que o pes-
quisador responde como será realizada a pesquisa. É o espaço onde se deve traçar os meios
necessários para uma observação da realidade de modo sistemático e disciplinado, no senti-
do de observar os fatos, analisar as relações entre eles e finalmente responder ao problema
da pesquisa que representa, para o pesquisador, uma lacuna no conhecimento.

Para a elaboração do plano metodológico da pesquisa, sugere-se alguns passos (estratégias)


principais para a investigação do problema:

Primeira Etapa: Definição do tipo de pesquisa e sua estratégia

De modo geral, é importante estabelecer e justificar a escolha do tipo e da estratégia de pes-


quisa a serem adotados na investigação de determinado problema. Isso implica em se in-
formar a respeito do grau de profundidade, assim como da forma genérica segundo a qual o
problema será abordado.

A decisão em relação ao tipo de pesquisa implica avaliar as seguintes possibilidades:

Pesquisas exploratórias. O objeto de investigação é desconhecido ou pouco


explorado. As pesquisas exploratórias visam à formulação e/ou sistematização
desse objeto; de todos os tipos de pesquisa, essas são as que apresentam me-
nor rigidez no planejamento. Em geral, envolvem levantamento bibliográfi-
co e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de casos;

Pesquisas descritivas: O objeto de investigação é parcialmente conhecido.


Pesquisas dessa natureza têm por objetivo a descrição das características de
determinada população ou fenômeno, e o estabelecimento de relações entre
variáveis. Em geral, implicam em planejamento mais rigoroso da coleta de
dados e envolvem a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados;

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Pesquisas explicativas: Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o co-
nhecimento acerca da realidade. É um tipo de pesquisa em que o objeto de
investigação é suficientemente conhecido para que se elabore hipóteses cau-
sais. Nesse tipo de pesquisa, o interesse é explicar a razão, o porquê das coi-
sas.

A decisão em relação à estratégia de pesquisa implica avaliar as seguintes possibilidades:

Pesquisa qualitativa: preocupa-se com a percepção da realidade. Preocupa-se


em apreender os fatos e fenômenos, e não meramente registrá-los ou descre-
vê-los. O tipo mais comum de pesquisa qualitativa em ciências sociais é o es-
tudo de caso;

Pesquisa quantitativa: expressa uma forte preocupação com a mensuração e


o estabelecimento de relações e determinações de alguns fatos, ou fenôme-
nos, da realidade social sobre outros;

A seguir, deve-se explicitar o método adotado que, de certa forma, já traz implícita a defini-
ção das técnicas de coleta e análise de dados que se pretende usar. É importante, ainda, que
fique clara a justificativa da escolha do método adotado.

Segunda Etapa: Definição do método de pesquisa

De uma forma geral, a escolha do método não é aleatória, estando vinculada à natureza do
problema que está sendo investigado. A decisão em relação ao método de pesquisa implica
avaliar as seguintes possibilidades:

Estudo de caso: é uma categoria de pesquisa cujo propósito é o estudo de


uma unidade empírica que se analisa profundamente. Visa o exame detalha-
do de um ambiente, de um sujeito ou de uma situação em particular. O es-
tudo de casos organizacionais e as histórias de vida são exemplos desse tipo
de estudo;

Estudos monográficos e de profundidade: pesquisa de um tema ou um pro-


blema específico, incluindo análise do maior número possível de variáveis
que interfiram no tema ou no problema de pesquisa;

Levantamentos, sondagens, surveys: caracterizam-se, em geral, como pes-


quisas de grande extensão geográfica e superficial (no sentido de abordar
poucos assuntos), para obter dados que permitam construir quadros de refe-

Métodos e Técnicas de Pesquisa 25


rência e formular hipóteses a serem utilizados posteriormente em pesquisas
de maior profundidade; (Abramo, 1979)

Terceira Etapa: Definição da (s) unidade(s) empírica(s) de análise

De modo geral, em se tratando do método de pesquisa do tipo Estudo de Caso (seja caso
único, sejam casos múltiplos), é relevante descrever e tipificar cada unidade empírica, objeto
do estudo, e explicar as razões de sua escolha para o estudo. Isso porque tal método torna-se
muito mais importante quando a escolha recai sobre casos típicos, ou que tenham uma sin-
gularidade que requeira o seu estudo.

Quarta Etapa: Definição da estratégia (instrumentos) de coleta de dados

É importante, também, juntamente com a definição da amostra, definir os instrumentos de


coleta de dados que serão utilizados. Nestes termos, o pesquisador deverá considerar as se-
guintes técnicas:
a) Levantamento Documental
b) Levantamento Bibliográfico
c) Questionário
d) Entrevista
e) Observação (participante / não participante)

a) Levantamento documental: observação indireta. Pressupõe a coleta de


dados em fontes documentais, tais como arquivos, registros estatísticos, jor-
nais, revistas etc.

b) Levantamento bibliográfico: observação indireta. Toda pesquisa requer


algum tipo de pesquisa bibliográfica; algumas, porém, baseiam-se exclusiva-
mente em dados bibliográficos. Pressupõe a coleta de dados em fontes bibli-
ográficas constituídas principalmente de livros e artigos científicos;

c) Questionário: observação indireta. É uma técnica de investigação com-


posta por um conjunto de questões apresentadas por escrito para os partici-
pantes da pesquisa e tem por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças,
sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc. Pode ser do
tipo fechado, semifechado e aberto. Requer um teste-piloto para verificação
de sua adequabilidade;

26 PUC Minas Virtual


d) Entrevista: observação indireta. É uma técnica em que o pesquisador inte-
rage com o participante da pesquisa formulando-lhe perguntas cujo objetivo
é a obtenção de dados para a investigação. É uma das técnicas mais utilizadas
em pesquisa social. Pode ser do tipo aberta, semi-aberta e fechada. Requer
um teste-piloto para verificação de sua adequabilidade;

e) Observação participante: observação direta. O pesquisador participa ati-


vamente da situação de pesquisa. O pesquisador, nesse tipo de pesquisa, as-
sume de certa forma o papel de membro do grupo ou comunidade que está
sendo observada;

Observação não participante: observação direta. É um tipo de observação


em que o pesquisador assemelha-se mais a um espectador. Permanece alheio
à situação de pesquisa e se limita a observar e registrar os fatos observados.
Pode ser do tipo sistemática, isto é, o pesquisador planeja com antecedência
quem observar, o que observar, quando observar, quanto observar e para que
observar. Pode ser uma fonte rica de dados, se for bem planejada.

Evidentemente, toda pesquisa é, na verdade, uma combinação de diversas técnicas de coleta


de dados e, portanto, cabe ao pesquisador em face do problema formulado, estabelecer
quais as técnicas necessárias para obter os dados de que necessita.

Quinta Etapa: Definição das unidades de observação

Implica estabelecer, para fins de coleta de dados, quem serão os respondentes da pesquisa.

Sexta Etapa: Definição do universo e a amostra da pesquisa (se for o caso)

Após a definição dos instrumentos de coleta de dados, é importante definir o universo e a


amostra da pesquisa. Evidentemente, nem todo estudo implica em seleção de amostra, mas,
se for este o caso, o pesquisador deverá considerar:

Amostra intencional: as unidades que compõem a amostra da pesquisa


são escolhidas intencionalmente pelo pesquisador, na pretensão de que
representem o universo pesquisado;

Amostra aleatória: as unidades são escolhidas inteiramente ao acaso, isto


é, cada unidade do universo pesquisado tem a mesma chance de fazer
parte da amostra e, portanto, representam as mesmas características en-
contradas no universo pesquisado.

Métodos e Técnicas de Pesquisa 27


Sétima Etapa: Pré-teste dos instrumentos de coleta de dados

Uma vez terminado o projeto de pesquisa definitivo, a tentação de iniciar imediatamente a


pesquisa é muito grande. Porém, deve-se considerar que muitos aspectos nos instrumentos
de pesquisa podem estar incompletos ou inadequados e, nesse caso, todo um esforço de
pesquisa pode ser desperdiçado. Recomenda-se, portanto, um pré-teste (teste-piloto) dos
instrumentos de coleta de dados, cujo propósito é validar o instrumento de pesquisa.

Após o teste, se necessário, reescreve-se o instrumento, adequando-o às dificuldades obser-


vadas durante o teste.

Oitava Etapa: Definição da estratégia de análise de dados

Por último, em função do tipo de pesquisa, do método e dos instrumentos de coleta de da-
dos, o pesquisador deverá definir qual tipo de análise de dados será delineada na pesquisa.
Para isso, deverá considerar os principais tipos:

Análises descritivas (mensurações);

Análises explicativas (relações, tendências, probabilidades);

Construção de tipos;

Construção de modelos;

Classificação de tipologias.

A base para a organização de respostas do tipo qualitativa (entrevistas abertas, por exemplo)
é o seu agrupamento em categorias de análise. A base para se decidir quais categorias são
mais significativas para o estudo encontra-se nas perguntas, ou nas hipóteses formuladas

A tabulação (mais aplicada a dados quantitativos) é uma forma de organização e análise, es-
pecificamente, para dados estatísticos. Essencial na tabulação é a contagem, para se deter-
minar o número de dados que se encontra em cada categoria.

9) CRONOGRAMA

O cronograma visa a planejar o trabalho em função do tempo. Pode parecer óbvio, mas
quando não se estabelece um cronograma para o início e o fim dos trabalhos (principalmen-
te quando os prazos são pré-determinados), é comum o pesquisador desperdiçar tempo ou
mesmo não ter uma percepção exata do tempo necessário para desenvolver cada uma das a-
tividades.

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No caso da pesquisa bibliográfica, o cronograma deve apresentar um planejamento de tem-
po necessário para cada atividade, isto é, levantamento bibliográfico, pré-leitura e leitura pa-
ra documentação, documentação, seleção e análise do material documentado, elaboração do
texto, redação, e assim por diante.

Em se tratando de pesquisa de campo, o pesquisador deve demarcar os prazos, principal-


mente para a fundamentação teórica (revisão da literatura). A seguir, deve determinar o
tempo necessário para a consecução da pesquisa de campo, isto é, a elaboração dos instru-
mentos de coleta de dados, pré-teste, execução da coleta de dados, tabulação/organização
dos dados, análise e interpretação dos dados e redação do relatório de pesquisa.

10) ORÇAMENTO

O orçamento diz respeito aos custos do desenvolvimento da pesquisa que, em geral, envol-
vem material de consumo, equipamentos, pessoal, material bibliográfico etc. Normalmente,
a elaboração de um orçamento de pesquisa é obrigatória quando se trata de projetos finan-
ciados, nos quais há uma prestação de contas à entidade financiadora. Em caso de pesquisas
com orçamentos próprios, o orçamento é importante como instrumento de planejamento e
controle de despesas.

11) REFERÊNCIAS

Referência bibliográfica é a relação de fontes/bibliografia utilizada formalmente (referencia-


das no texto) pelo pesquisador, e que deve ser listada no final do relatório de pesquisa em
ordem alfabética, pelo sobrenome do autor da obra.

A bibliografia é uma relação de fontes/bibliografia recomendadas pelo pesquisador que, se-


gundo sua percepção, complementam as referências bibliográficas.

As referências bibliográficas devem ser apresentadas separadamente das bibliografias reco-


mendadas ou consultadas pelo pesquisador.

Métodos e Técnicas de Pesquisa 29


3. Leitura e documentação: redação do trabalho científico

3.1. Fundamentação teórica: considerações gerais

Após definir o material de pesquisa, deve-se proceder à leitura. O mais indicado é começar
pelos textos mais recentes e gerais, indo para os mais antigos e particulares. As obras mais
recentes geralmente retomam as contribuições significativas do passado. Observar que as
obras clássicas dificilmente perdem seu valor de atualidade. (Severino, 2000).

A fundamentação teórica deve refletir, teoricamente, o problema representado pelo pesqui-


sador no âmbito de sua pesquisa. A fundamentação teórica poderá ser encontrada com ou-
tras denominações, como referencial teórico, marco teórico ou revisão da literatura. Mas, a
sua função será sempre a mesma, ou seja, a de permitir a familiarização com o assunto que
interessa ao pesquisador. Pode ser parte de uma pesquisa de campo ou a própria pesquisa,
quando se tratar de pesquisa bibliográfica.

A fundamentação teórica permite, também, descobrir as ligações do assunto que interessam


ao pesquisador com outros problemas, o que, sem dúvida alguma, ampliará a visão sobre o
tópico que se pretende estudar.

A esse respeito, convém fazer duas considerações:

não é possível interpretar e compreender a realidade sem uma base concep-


tual que permita explicar os fatos e fenômenos (veja Teoria e Fato);

a teoria não é um modelo, uma luva, à qual a realidade deve se adaptar. Pelo
contrário, é a realidade que aperfeiçoa freqüentemente a teoria, sendo que
algumas vezes a invalida totalmente, ou exige reformulações fundamentais.

Métodos e Técnicas de Pesquisa 31


Deve-se ainda assinalar que, de fato, o importante é a definição de um eixo teórico, uma de-
limitação teórica que seja explicativa daquela realidade que se está estudando. Na verdade, a
questão da fundamentação teórica é refletir e compreender formalmente o estado da arte
em relação ao problema de pesquisa.

Portanto, a fundamentação teórica deverá refletir:

a. a opção do pesquisador dentro do universo ideológico e teórico existente;

b. a síntese a que chegou, após as análises críticas a que submeteu os textos li-
dos e consultados;

c. o conjunto de conceitos que constituem o arcabouço teórico onde se situam


suas preocupações científicas;

d. a relevância contemporânea (atualização) exigida em toda pesquisa;

e. o balizamento teórico em que se dará a delimitação do problema e com o


qual procurará explicá-lo;

f. a base e o referencial da metodologia de pesquisa, isto é, da coleta e análise


dos dados.

Concluindo, a fundamentação teórica indica a orientação e as diretrizes da pesquisa a ser


empreendida. É a partir da teoria que se busca explicar os fatos, para racionalizá-los, com-
preendê-los e dominá-los.

É importante reforçar, ainda, que uma boa fundamentação teórica, ou revisão da literatura,
começa com um levantamento bibliográfico inteligente e racional. A instrumentalização pa-
ra a elaboração da fundamentação teórica será abordada a seguir.

3.2. A pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica pode ser realizada como um estudo independente, isto é, sendo ela
a própria pesquisa, ou como parte de uma pesquisa de campo que se constitui, então, como
a fundamentação teórica ou revisão da literatura no relatório de pesquisa. Em qualquer dos
casos, exige método, rigor e disciplina.

De acordo com o que já foi discutido anteriormente, todo o processo de pesquisa se inicia
com o assunto escolhido. A partir das definições do tema e do problema de pesquisa é que
se começa a explorar a bibliografia disponível sobre o assunto.

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A bibliografia, como a documentação, constitui um ramo auxiliar da ciência, pois nos ensi-
na a procurar fontes, livros e outros materiais científicos a serem utilizados nos trabalhos. A
finalidade principal da bibliografia é colocar o pesquisador em contato com tudo o que se
tem pesquisado sobre o assunto, objeto da pesquisa.

Quando se fala em pesquisa bibliográfica, é importante fazer uma diferença entre fonte, bi-
bliografia e documento. Fonte é material de primeira mão, original. Quanto à bibliografia é
o conjunto de obras derivadas sobre determinado assunto, escrita por diversos autores. Já o
documento constitui-se uma categoria específica e diz respeito a todo o material encontrado
nas bibliotecas sob a forma de fotocópias, microfilmagens, ou compilados por computador
etc.

3.2.1. Etapas da pesquisa bibliográfica

3.2.1.1. 1ª ETAPA: Levantamento bibliográfico

No que tange à preparação e seleção do material de leitura, a observação de Eco (1991, p.


45) é bastante profícua:

“(...) é aconselhável não procurar ler, na primeira assentada, todos os livros en-
contrados, mas elaborar a bibliografia básica. Neste sentido, a consulta prelimi-
nar dos catálogos permitirá que se faça pedidos quando já se dispõe da lista (...)”.

O levantamento bibliográfico é uma etapa fundamental para a pesquisa bibliográfica. Con-


siste em identificar os principais materiais publicados a respeito do assunto que está sendo
investigado. Permite ao pesquisador ter uma idéia genérica do conjunto de conhecimentos
existente a respeito do assunto da sua pesquisa. Para realizar o levantamento bibliográfico, o
pesquisador poderá:

recorrer ao material bibliográfico existente nos catálogos de assuntos das bi-


bliotecas;

recorrer à bibliotecária;

recorrer aos sistemas de consultas interbibliotecas (por exemplo: COMUT);

recorrer a pesquisas eletrônicas, através de bases de dados da internet.

Métodos e Técnicas de Pesquisa 33


Na biblioteca, o pesquisador vai encontrar, pelo menos, 3 (três) tipos de fichas:

Ficha de autor

Ficha de título

Ficha de assunto

A consulta a essas fichas é fundamental para o início do levantamento bibliográfico, princi-


palmente para os iniciantes que ainda não formularam concretamente o problema de pes-
quisa, ou que desconhecem a amplitude do assunto que está sendo pesquisado.

Ao elaborar um levantamento bibliográfico, a tendência é o pesquisador selecionar todo o


material relativo ao assunto pesquisado. Porém, antes de começar a leitura, é interessante
que se faça uma triagem desse material bibliográfico. Certamente, numa segunda seleção, o
pesquisador irá se deparar com materiais já considerados velhos, outros que não estão rela-
cionados tão diretamente ao assunto e assim por diante. Portanto, uma triagem do material
levantado é fundamental para a crítica e o refinamento do levantamento bibliográfico.

3.2.1.2. 2ª ETAPA: Fichamento bibliográfico

O levantamento bibliográfico se faz por meio de fichas bibliográficas, cujo formato interna-
cional é de 12,5 cm X 7,5 cm. Ao preencher uma ficha bibliográfica, o pesquisador deverá
preocupar-se com a diligência na transcrição dos dados bibliográficos, a saber:

a. palavra de ordem: sobrenome e nome do autor;

b. título e subtítulo do livro ou artigo científico;

c. notas tipográficas: lugar, editora, edição e data da edição;

d. notas bibliográficas: número de páginas, número de volumes etc.

Para enriquecimento do seu levantamento, é recomendável procurar as referências da bibli-


ografia consultada, com o objetivo de fazer um controle cruzado dos livros ou materiais que
foram mais citados, pois com certeza são títulos de referência.

O levantamento bibliográfico é um trabalho metódico e de paciência. Assim, à medida que


o pesquisador identifica um material de interesse para a sua pesquisa, ele deve abrir uma fi-
cha bibliográfica e transcrever os dados da obra para essa ficha e, assim, ir formando o seu
arquivo de fichas (fichário). (Salomon, 1991).

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Por uma questão de cuidado e disciplina, o pesquisador poderá, ainda, acrescentar na frente
ou no verso da ficha os seguintes dados:

a biblioteca onde se encontra a obra;

um breve sumário da obra;

algum juízo crítico, notas pessoais etc.

A classificação das fichas bibliográficas é usualmente feita em ordem alfabética, tendo em


vista o sobrenome do autor da obra.

3.2.1.3. 3ª ETAPA: Plano de assunto como hipótese de trabalho

Antes de iniciar qualquer trabalho de pesquisa, convém ao pesquisador elaborar um plano


de trabalho provisório, que contenha os capítulos (corpo do trabalho) previamente defini-
dos para servir de fio condutor. Provavelmente, ao chegar ao final do trabalho, a estrutura
será um pouco diferente; no entanto, o roteiro provisório terá sido bastante útil para a ela-
boração da fundamentação teórica.

“(...) redigir logo o índice como hipótese de trabalho serve para definir o âmbito
da tese. Objetar-se-á que, à medida que o trabalho avança, esse índice hipotético
se vê obrigado a reestruturar-se várias vezes, talvez assumindo uma forma total-
mente diferente. Certo. Mas a reestruturação será mais bem feita se contar com
um ponto de partida”. (Severino, 2000, p. 73)

No início, esse plano de leitura pode ser feito com tópicos bem genéricos sobre o assunto e,
à medida que o pesquisador vai dominando o assunto, provavelmente novas idéias em ter-
mos de organização de leitura devem surgir e adquirir características próprias. A elaboração
de um esquema que funcione como um plano provisório evita muita perda de tempo e, não
raro, fornece idéias para um esquema definitivo.

Nessa mesma linha, Eco (1991) sugere que uma outra técnica pode ser utilizada: além de se
criar o escopo básico com as divisões, cria-se também uma pequena introdução, que vai
sendo adaptada durante o desenvolvimento do trabalho, servindo inclusive de referência pa-
ra que o pesquisador verifique a coerência na inclusão de novas idéias, assim criando um ní-
vel de consistência maior para o trabalho.

“Antes de começar a leitura, o aluno elabora um roteiro de seu trabalho. Trata-se


de uma primeira estruturação do trabalho, baseada em grandes idéias oriundas
dos vários aspectos que pode ter um problema referente ao assunto estudado.
São essas idéias que nortearão a leitura e a pesquisa que se iniciam. Essa etapa é

Métodos e Técnicas de Pesquisa 35


fundamental, pois que sem uma idéia-diretriz na mente a leitura e a documenta-
ção não serão suficientemente fecundas”. (Severino, 2000, p. 78)

3.2.1.4. 4ª ETAPA: Documentação da leitura

Com a documentação, o pesquisador atinge a parte mais importante do trabalho de pesqui-


sa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica se completa e tem razão de ser com a documenta-
ção. Documentar significa extrair do material estudado aqueles dados ou informações que
serão fundamentais para a solução do problema de pesquisa formulado.

Em geral, principalmente quando se trata do iniciante em pesquisa, observa-se a ausência de


qualquer método em relação ao processo de leitura. É comum, nesse caso, uma leitura assis-
tematizada, sem qualquer vínculo com o processo de documentação do que está sendo lido.
O pesquisador precisa entender que documentar a leitura é armazenar um conjunto de in-
formações que mais tarde serão de extrema valia para a redação do texto científico.

A documentação a ser feita no decorrer de uma leitura deve possuir os seguintes requisitos:

exatidão quanto ao conteúdo e às fontes;

utilidade para o trabalho;

integridade, no sentido de não excluir nenhuma informação útil.

À medida que a leitura vai sendo feita, os elementos

“(...) julgados válidos devem ser transcritos nas fichas de documentação. Passa-se
para a ficha alguma passagem completa do texto em que se lê, caso em se deve
transcrever ao pé da letra, colocando-se tudo entre aspas e citando a fonte; em
outros casos, faz-se apenas a síntese das idéias em questão; nesta hipótese, as as-
pas são dispensadas, mas mantém-se a citação da fonte. Contudo é hábito pesso-
al, a transcrição nas fichas será feita interrompendo-se a leitura (o que é mais a-
conselhável) ou, então, primeiramente será feita uma leitura completa do texto
pesquisado, assinalando-se levemente as passagens mais importantes, transcre-
vendo-as a seguir”. (Severino, 2000, p. 81)

As fichas para documentação podem ter formato maior, e devem ser de três tipos para cada
obra a ser lida:

1) Fichas de citações;
2) Fichas de resumo;
3) Fichas de idéias pessoais. ( Salomon, 1991).

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1) Fichas de citação

Fichas de citação são aquelas em que o pesquisador, durante a leitura, registra alguma cita-
ção importante de um determinado autor em determinada obra, e que ele julga interessante
e útil para a análise do problema de pesquisa formulado. A anotação dessas citações em fi-
chas exclusivas para cada obra vai facilitar sobremaneira o trabalho de construção posterior
do texto científico. (Salomon, 1991).

2) Fichas de resumo

As fichas de resumo têm por função buscar condensar a exposição do autor em sua obra.
Trata-se de uma síntese da obra. Do mesmo modo que a anterior, esta ficha tem um signifi-
cado muito grande na construção da pesquisa bibliográfica.(Salomon, 1991).

3) Fichas de idéias pessoais

Fichas de idéias pessoais são aqueles em que o pesquisador registra as idéias, críticas e asso-
ciações que realiza durante a leitura de determinada obra. Por isso mesmo, tal ficha pertence
ao leitor e não ao autor da obra.(Salomon, 1991).

3.2.1.5. 5ª ETAPA: Crítica da documentação

Esta fase refere-se ao próprio exame do conteúdo do documento, seu significado. Corres-
ponde à realização da crítica do material que foi documentado, a saber:

crítica de interpretação, ou seja, interpretar o sentido exato do que o autor


da obra quer dizer;

crítica de conteúdo, ou seja, qual o valor das idéias contidas no documento.

É nesse momento que o pesquisador determina, de fato, os fundamentos teóricos do seu


trabalho. Nessa etapa, o pesquisador deve estabelecer o quadro de referência, a conexão en-
tre as teorias existentes e a “novidade” que trará com seu trabalho.

Após cumprir as etapas descritas anteriormente, o pesquisador contará em seus arquivos


com, no mínimo, três tipos de fichas para cada obra lida, a partir das quais desenvolverá a
sua pesquisa bibliográfica ou fundamentação teórica. São elas:

fichário bibliográfico;

documentação de fontes e bibliografias (fichas de citação e de resumo);

anotações e críticas pessoais (fichas de idéias pessoais).(Salomon, 1991).

Métodos e Técnicas de Pesquisa 37


3.2.1.6. 6ª ETAPA: Construção do texto

O trabalho de construção nada mais é do que a coordenação das diversas categorias de fi-
chas e sua utilização. Trata-se, então, de ordenar os elementos numa construção bem arqui-
tetada que responda, plenamente, às exigências e objetivos do próprio estudo.

Assim, todo o acervo de arquivos (fichas) é recolhido e ordenado em torno da idéia domi-
nante e cada elemento vai sendo destinado para o seu lugar próprio. Nesse processo, é fun-
damental aquele plano provisório de assunto, discutido anteriormente.

Essa construção se realiza concomitantemente, ou seja, seleção ou apuração do material, e


síntese dos dados colhidos.

A seleção consiste em separar aquilo que é útil e ordená-lo de acordo com o esquema ou
plano de assunto. Durante esse processo, as fichas poderão ter os seguintes destinos:

algumas serão eliminadas fatalmente, pela inutilidade;

outras serão destinadas ao início do trabalho;

outras irão para o corpo do trabalho (capítulo 1, capítulo 2 etc.).

Desse modo, por um esforço de reflexão, crítica e invenção, vai a mente assimilando pro-
gressivamente os dados do problema, descobrindo-lhes a complexidade, comparando-os. É
dessa atividade que surgem as relações possíveis, prováveis e certas. Pouco a pouco, as pers-
pectivas se desenham, a harmonia é estabelecida e a unidade é feita. Depois do processo de
análise (separação do material), a síntese (junção do que foi ou estava separado) deve ser rea-
lizada. A síntese final é o plano definitivo da pesquisa ou dissertação. (Salomon, 1991).

3.2.1.7. 7ª ETAPA: Redação do texto

A redação é o refinamento último do trabalho. Compreende duas etapas:

redação provisória: um primeiro rascunho do texto;

redação definitiva. (Salomon, 1991).

3.2.2. Regras para a inserção de citações

As citações são idéias de outros autores (informações colhidas em outras fontes) que o pes-
quisador inclui no seu texto para reforçar a argumentação. Num trabalho muito interessan-

38 PUC Minas Virtual


te, Eco (1993) sugere um conjunto de regras para o uso correto de citações. Especificadas,
abaixo, algumas delas:

as citações devem dizer algo de novo ou relevante;

o pesquisador deve compartilhar da idéia expressa na citação;

as citações devem incluir informações sobre a obra/autor citado;

o autor estrangeiro deve ser citado na língua original (quando for o caso);

a citação com até três linhas poderá ser inserida no corpo do parágrafo;

a citação acima de três linhas deverá vir em destaque;

as citações devem ser fiéis ao texto etc.

Existem dois tipos de citação, a saber:

1) Citação direta ou textual

A citação é direta ou textual quando é feita a transcrição literal de palavras, ou textos, de um


autor. Nesse caso, a citação deve aparecer entre aspas e destacada tipograficamente.

2) Citação indireta ou livre

Este tipo de citação ocorre quando as idéias de um autor são reproduzidas no texto sem se-
rem transcritas totalmente.

Em termos de regras gerais para se usar as citações, destacam-se as seguintes:

a) quando há necessidade de supressão de texto, utilizam-se as reticências entre


parênteses no lugar do texto omitido;

b) quando há necessidade de salientar trechos ou palavras da citação, direta ou


textual, elas são sublinhadas ou escritas em negrito na citação, ao final da
qual escreve-se a expressão “grifo nosso”, entre parênteses;

c) quando se tratar de texto traduzido por quem faz a citação, a mesma deverá
vir seguida da expressão “tradução nossa”, entre parênteses;

Métodos e Técnicas de Pesquisa 39


d) quando se quer citar informações colhidas de canais não escritos, informais,
tais como palestras, debates, entrevistas, deve-se usar a expressão “informa-
ção verbal”, seguida da data entre parênteses;

e) quando o texto citado foi retirado de outra citação, escreve-se o sobrenome


do autor do texto original seguido da expressão latina “apud” (citado por), o
sobrenome do autor da obra consultada, o ano da publicação dessa mesma
obra e a página de onde foi retirada a citação;

f) é indispensável indicar os dados completos das fontes de onde foram extraí-


das as citações, utilizando-se no decorrer do texto um único sistema de refe-
rência, que pode ser do tipo alfabético ou numérico.

3.2.3. Sistemas de indicação de fontes

Existem dois sistemas que podem ser empregados no relatório de pesquisa, ou em qualquer
outro tipo de produção científica, para a indicação de fontes. São eles:

1) SISTEMA ALFABÉTICO: emprega-se o sobrenome do autor seguido da data


da edição da obra e, no caso de citações diretas ou textuais, indica-se, tam-
bém, a página inicial de onde foi retirada a citação;

2) SISTEMA NUMÉRICO: a indicação dos documentos é feita por chamadas


numéricas, em algarismos arábicos. As chamadas numéricas podem ser re-
metidas para as “referências bibliográficas” ou para as notas de rodapé, no
final do texto ou da seção.

É importante lembrar que qualquer um dos dois sistemas pode ser usado, mas nunca se de-
ve misturar os dois sistemas em um mesmo trabalho científico.

3.2.4. Normas para referências bibliográficas

Existe um conjunto de normas emanado da ABNT (Associação Brasileira de Normas Téc-


nicas), que rege a apresentação das referências bibliográficas. Eis algumas dessas normas:

1) OBRA ÚNICA DE UM AUTOR

Sobrenome do autor, seguido do nome;


Título da obra (em destaque);
Edição (se for a primeira não é necessário fazer a referência);
Local da edição;

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Editor;
Ano da edição;
Número de páginas e volumes (se for o caso).

Exemplo:

TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qua-


litativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

2) OBRA ÚNICA COM DOIS OU TRÊS AUTORES

Sobrenomes dos autores, seguidos dos nomes;


Título da obra (em destaque);
Edição (se for a primeira não é necessário fazer a referência);
Local da edição;
Editor;
Ano da edição;
Número de páginas e volumes (se for o caso).

Exemplo:

LAVILLE, Christian, DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia


da pesquisa em ciências sociais. Porto Alegre: Editora Artes Médica Sul Ltda, 1999.

3) OBRA ÚNICA COM MAIS DE TRÊS AUTORES


Sobrenome do autor (principal), seguido do nome e da expressão et al (que substi-
tui o nome dos outros autores);
Título da obra (em destaque);
Edição (se for a primeira não é necessário fazer a referência);
Local da edição;
Editor;
Ano da edição;
Número de páginas e volumes (se for o caso).

Exemplo:

PAGÉS, Max et al. O poder nas organizações: a dominação das multinacionais sobre o
indivíduo. São Paulo: Atlas, 1987.

Métodos e Técnicas de Pesquisa 41


4) OBRA EM SEPARADO DE VÁRIOS AUTORES
Sobrenome e nome do autor do capítulo, artigo ou ensaio;
Título do capítulo, artigo ou ensaio;
Nome (s) do(s) organizador(es), precedido da expressão “In:” e da expressão
(Org.) ou (Coord.);
Título da obra (em destaque);
Edição (se for a primeira não é necessário fazer a referência);
Local da edição;
Editor;
Ano da edição;
Número de páginas e volumes (se for o caso);
Intervalo de páginas que contém o capítulo, artigo ou ensaio.

Exemplo:

SEGNINI, Liliana Rolfsen P. Taylorismo: uma análise crítica. In: BRUNO, Lúcia,
SACCARDO, Cleusa. (Org.). Organização, trabalho tecnologia. São Paulo: Atlas,
1986, p. 81-88.

5) OBRA DE RESPONSABILIDADE DE ÓRGÃOS OU EMPRESAS

Nome do órgão, empresa ou entidade;


Nome da obra;
Local da edição;
Ano da edição;
Número de páginas e volumes (se for o caso).

Exemplo:

IBGE. Relatório da Diretoria Geral: 1984. Rio de Janeiro: 1985, 40p.

6) ARTIGO DE PERIÓDICO

Sobrenome e nome do autor do artigo;


Título do artigo;
Título do periódico (em destaque);
Local da publicação;
Número do volume;

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Número do fascículo;
Página inicial e final do artigo;
Data do volume do fascículo.

Exemplo:

MARQUES, Benjamin Campolina de Avelar. Legislação e movimentos pendulares


ambientais. Revista Mineira de Engenharia. Belo Horizonte, v. 3, n. 6, p. 8-11, out.
1989.

7) ARTIGO DE JORNAL

Sobrenome e nome do autor do artigo;


Título do artigo;
Título do jornal (em destaque);
Local da publicação;
Data (dia, mês e ano);
Número ou título do caderno, seção ou suplemento;
Página(s) do artigo referenciado.

Exemplo:

o
FERRAZ, Sílvio. Nasce a super Alemanha. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 1 . de jul.
de 1990. Caderno Especial, p. 31.

3.3. As partes genéricas de um trabalho científico

De um modo geral, o trabalho científico tem três partes básicas. São elas:

1) INTRODUÇÃO

A introdução tem por finalidade apresentar o problema que o pesquisador está estu-
dando, acenar para o seu estágio de desenvolvimento e para a relevância da pesquisa a
ser realizada. Mesmo sendo a primeira parte do trabalho, deve ser redigida por último.
Deve conter os seguintes itens:

apresentação sumária do estágio de desenvolvimento do assunto mediante


referência a tudo que já se escreveu sobre ele;

Métodos e Técnicas de Pesquisa 43


referência às possibilidades de contribuição da pesquisa que está sendo de-
senvolvida, sem anunciar soluções ou conclusões;

enfoque da idéia central que presidiu a pesquisa e do roteiro obedecido para


atingir esse propósito;

destaque das fontes e bibliografia fundamental pesquisada;

delimitação clara e precisa do campo de pesquisa e indicação das partes


componentes do corpo do trabalho.

2) CORPO DO TRABALHO (DESENVOLVIMENTO)

O corpo ou desenvolvimento do trabalho constitui-se na parte mais extensa do trabalho ci-


entífico. Tem por objetivo desenvolver a idéia principal, analisando-a, ressaltando os por-
menores mais importantes, discutindo hipóteses divergentes, reais ou possíveis, expondo a
própria hipótese e demonstrando-a por meio de documentação.

Requisitos como clareza, objetividade e simplicidade são essenciais.

3) CONCLUSÕES

A conclusão tem por finalidade reafirmar sinteticamente a idéia principal e os pormenores


mais importantes já desenvolvidos no corpo do texto. É o momento de retomar o argumen-
to decisivo do trabalho em seus delineamentos fundamentais. A conclusão deve, também,
ressaltar o alcance e as conseqüências dos esclarecimentos prestados pela pesquisa e o possí-
vel mérito de seus “achados”, com sugestões para novas pesquisas.

3.4. Estilo do trabalho científico

Um relatório de pesquisa exige certas qualidades em relação ao estilo. Entre as mais impor-
tantes, pode-se sugerir:

a) Impessoalidade: deve ser evitado o uso da primeira pessoa do singular. Co-


mumente se usa a primeira pessoa do plural ou o sujeito indeterminado,
impessoal, para a expressão das idéias;

b) Clareza: as idéias devem ser apresentadas de maneira que não haja margem
para ambigüidades. A escolha correta de termos é muito importante para
indicar, com exatidão, os achados de pesquisa;

44 PUC Minas Virtual


c) Precisão: as ciências dispõem de terminologias técnicas específicas, que pos-
sibilitam a transmissão de idéias. O pesquisador não pode ignorá-las ao re-
digir o relatório de pesquisa;

d) Concisão: as frases constantes do relatório de pesquisa devem ser simples,


evitando-se os períodos longos que dificultam a compreensão e a leitura.

Métodos e Técnicas de Pesquisa 45


4. Publicações Científicas

4.1. Comunicação científica

De acordo com Lakatos e Marconi (1987, p. 80),

“Comunicação científica é a informação apresentada em congressos, simpósios,


semanas, reuniões, academias, sociedades científicas, etc., onde se expõem os re-
sultados de uma pesquisa original, inédita, criativa, a ser publicada posterior-
mente em anais ou revistas”.

A comunicação científica deve levar em consideração os seguintes aspectos:

1. Finalidade;

2. Informações;

3. Estrutura;

4. Linguagem;

5. Abordagem.

4.2. Tipos de comunicação científica

4.2.1. Artigos científicos

Os artigos científicos são estudos breves, porém completos, que tratam de questões verda-
deiramente científicas, mas que, pelo volume, não constituem matéria suficiente que justifi-

46 PUC Minas Virtual


que a publicação de um livro. Apresentam resultados de estudos ou pesquisas e diferem de
outros tipos de publicação pela reduzida dimensão e conteúdo. (Lakatos e Marconi, 1987)

4.2.2. Informe científico

É um tipo de relato escrito que divulga os resultados parciais ou totais de uma pesquisa, as
descobertas ou os primeiros resultados de uma investigação em curso. É o mais sucinto dos
trabalhos científicos e restringe-se à descrição dos resultados obtidos em pesquisa. (Lakatos
e Marconi, 1987)

4.2.3. Resenha crítica

A resenha é uma descrição minuciosa de uma obra, compreendendo um certo número de


fatos. Resenha crítica é a apresentação do conteúdo de uma obra que compreende a leitura,
resumo, crítica e formulação de um conceito de valor do livro, feitos pelo resenhista. (Laka-
tos e Marconi, 1987)

A finalidade de uma resenha é informar ao leitor, de maneira objetiva e cortês, o assunto


tratado no livro, evidenciando a contribuição do autor em termos de novas abordagens, no-
vos conhecimentos e novas teorias. Visa, portanto, a apresentar uma síntese das idéias fun-
damentais da obra. (Lakatos e Marconi, 1987)

Métodos e Técnicas de Pesquisa 47


Referências

ABRAMO, Perseu. Pesquisa em ciências sociais. In: HIRANO, Sedi. (Org.). Pesquisa Social: proje-
to e planejamento. São Paulo: T. A. Queiroz, 1979, p. 21-88.

CERVO, A. L., BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Mac Graw-Hill do Bra-
sil, 1983.

DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciências sociais. 3. ed. Ver. e ampl. São Paulo: Atlas,
1995.

ECO, Humberto. Como se faz uma tese. Tradução de Gilson César C. de Souza. São Paulo: Pers-
pectiva, 1993.

LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de A. Metodologia do trabalho científico. 2 ed. São
Paulo: Atlas, 1987.

LEVILLE, Christian, DIONNE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa


em ciências humanas. Tradução de Heloísa Monteiro e Francisco Settineri. Porto Alegre: Editora
Artes Médicas Sul Ltda; Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

MOREIRA, Daniel A. As dificuldades de uma dissertação de mestrado. São Paulo: Fund. Escola de
Comércio Álvaro Penteado, 2001. (Dissertação de Mestrado em Administração)

RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa. 16. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1991.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez,
2000.

48 PUC Minas Virtual


Bibliografia consultada

ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação: noções
práticas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

ASTI VERA, Armando. Metodologia da pesquisa científica. 8. ed. São Paulo: Globo, 1989.

BRUYNE, Paul et al. A dinâmica da pesquisa em ciências sociais. 2. ed. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1982, p. 133-155.

FRANÇA, Júnia Lessa et al. Manual de Normalização de publicações técnico-científicas. 3. ed. rev.
e aum. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994.

GODOY, Arilda Schmidit. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de Ad-
ministração de Empresas. São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, mar./abr. 1995.HIRANO, Sedi (Org.).
Pesquisa social: projeto e planejamento. São Paulo: T.A Queiroz, 1979.

KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. 3 ed. São Paulo: Editora Perspectiva,
1994.

LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de A. Técnicas de pesquisa. 2. ed. São Paulo: Atlas,
1990.

MARCONI, Marina de A,LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 2 ed. São Paulo: Atlas,
1991.

TRIVIÑOS, Augusto W. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em


educação. São Paulo: Atlas, 1987.

BARROS, Aidil Jesus da Silveira, LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de metodo-
logia científica: um guia para a iniciação científica. São Paulo: Makron Books, 2. ed. rev. e ampl.,
2000.

BASTOS, Lília da Rocha, LYRA, Paixão, LUCIA, (?), Monteiro Fernandes. Manual para a elabora-
ção de projetos e relatórios de pesquisa, teses e dissertações. Rio de Janeiro: Zahar, 2. ed.,1981.

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