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Direito PENAL I

Aula 9

1 mjinguane
Estrutura da
apresentação

i. Alguns factos da semana


relevantes para o DP;
ii. Resumo da aula anterior;
iii. Aplicação da lei penal no
tempo – excepções não
previstas no CP (cont.)
iv. Considerações sobre o
Tempus delicti – o
momento do crime;
v. Temas para trabalhos de
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grupo.
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Alguns Factos da semana relevantes para o DP


 Reportagem da STV emitida no Jornal da noite do dia
30.08.015 referente ao Plágio (cópia) em trabalhos
académicos, quer seja de fim de curso ou de outra
natureza.
 Pensamos ser um assunto a levar em consideração na
Academia, desde logo por atentar contra os direitos de
autor (protegidos em sede da lei nº 4/2001 de 27 de
Fevereiro – lei dos direitos de autor );
 Isto chama-nos atenção a necessidade de nos
precavermos e desenvolvermos a prática da escrita de
trabalhos, recorrendo sempre a citações e referências
bibliográficas.
 Face a este cenário, é oportuno um trabalho de grupo (em DP) para praticar a realização
de trabalhos científicos.
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Aplicação da lei penal no tempo – excepções


(Cont.)
 Excepções do art. 8º CP não previstas no CP
Ler:
 Eduardo Correia (2010, pp. 161-163)
 Elísio de Sousa (2012, pp 69 – 71)
 Nota prévia: as excepções não previstas no CP são
colocadas em sede de uma análise doutrinária, não
reunindo consenso, por vezes, entre os diferentes
autores e muitas vezes, remetendo a soluções que
carecem de interpretação jurisprudencial contraposto a
observância do principio da legalidade/tipicidade.
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Cont.
Entre as excepções não previstas no CP e apresentadas
pela Doutrina constam as seguintes:

Imputabilidade;
Circunstâncias atenuantes e agravantes;
Prazos de prescrição;
Leis que atribuem ao mesmo facto efeitos diversos
acerca da vida da acção criminal;
Medidas de segurança.
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Cont.
Imputabilidade
Segundo Correia (2010:161) “se uma lei nova lei passa a
exigir certos requisitos para a imputabilidade, é evidente
que tem de aplicar-se retroactivamente, pois da sua
aplicação resulta, praticamente a exclusão da incriminação”
Já Elísio de Sousa defende que deve ser aplicada “a lei
mais abrangente no concernente as regras de
inimputabilidade, para que possa beneficiar pessoas e não
prejudicar o delinquente…”

Nota: sobre a imputabilidade – cfr. arts 45 alínea a), 46 e


47 nº1 do CP.
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Cont.
Circunstâncias atenuantes e agravantes;
Para Correia (2010) aplica-se de forma retroactiva a
lei que estabelece as circunstâncias atenuantes na
medida em que ela concebe uma pena mais leve
(benéfica) ao delinquente.

Nota: sobre as circunstâncias agravantes e


atenuantes (enumeração taxativa), cfr arts. 37 e 43 do
CP.
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Cont.
Prazos de prescrição
Segundo Gonçalves (2007, p.225) a prescrição traduz-
se na “renúncia do Estado a um direito, ao jus puniendi,
condicionada pelo decurso de certo lapso de tempo, e
que tem razão de ser determinante na não verificação
dos fins das penas”. – estamos em sede da prescrição
do procedimento criminal.
Para o autor, o fundamento da prescrição em DP está
na não verificação dos fins das penas, considerando o
esquecimento do crime, face ao tempo que decorreu
desde o seu cometimento ou verificação versus
sentença condenatória do réu.
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Cont.
Nota:
Sobre os prazos de prescrição do procedimento
criminal, cfr art. 151 nºs 3 a 7 do CP.
Sobre os prazos de prescrição das penas, cfr arts. 152
do CP (especial enfoque aos nº 3 a 9).
Para Elísio de Sousa, “a prescrição é de natureza
adjectiva uma vez que faz extinguir qualquer processo
que esteja em juízo independentemente da sua fase”.
Assim, “as normas relativas a prescrição são de
aplicação directa e imediata sem entrar em colisão com
qualquer principio do DP”.
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Cont.
 Assim também entende Eduardo Correia, (aplicação
imediata das normas sobre a prescrição); Entretanto, ele
considera-as normas de natureza mista (substantiva e
adjectiva).
 Em suma: não é tanto um problema de aplicação da lei
penal no tempo, aplicando-se a nova lei (dada a
aplicação imediata – natureza processual/adjectiva da
prescrição) mesmo que desfavoreça o arguido.
 Entretanto, posição diferente tem o professor Germano
Marques da Silva, pois ele entende que as normas sobre
a prescrição do procedimento criminal “são de aplicação
retroactiva quando mais favoráveis ao arguido”
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Cont.
 Quanto a nós, este aspecto está em aberto na
Doutrina e remete a um aprofundamento e melhor
clarificação em sede de uma possível revisão do
Código do Processo Penal, considerando a actual
revisão feita ao Código Penal, sem olvidar-se do
principio basilar da Legalidade em DP, ou ainda uma
intervenção do Conselho Constitucional, proferindo
uma Jurisprudência (Acórdão) a adoptar face aos
desalinhamentos em termos interpretativos pela
Doutrina.
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Leis que atribuem ao mesmo facto efeitos


diversos acerca da vida da acção criminal
 O professor Eduardo Correia aborda este caso
referindo-se casamento de um estuprador com a
respectiva vítima, como um motivo de cessão da
pena/procedimento criminal. Na esteira da sua
abordagem, ele faz referência a aprovação de uma
norma que estabeleceria efeitos diferentes ao caso
apresentado (ou seja invés da cessação da pena, o
casamento só viria a suspender a sua execução,
estando a cessão dependente da vigência de 05 anos
de casamento, sem divórcio ou separação judicial e por
factos somente imputados ao marido).
 Pergunta-se: “se o crime fosse praticado antes da
aprovação da nova lei e o casamento se celebrasse
depois, quais seriam os efeitos deste?”
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Cont.
 Ora, segundo o professor Eduardo Correia, aplica-se a
lei nova {aqui não se beneficia, de imediato o réu,
como seria de esperar com a aplicação retroactiva da
lei penal na medida em que seria aplicado, em principio
a norma antiga que estabelece a cessão da pena
devido o efeito do casamento}; Assim, o réu deve
esperar pelo cumprimento do exigido em sede da nova
lei (esperar 5 anos…a pena fica suspensa).
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Medidas de segurança
 Já se sabe que as medidas de segurança (artigos 76 e
ss do CP) actuam contra a perigosidade do
delinquente.
 Para Eduardo Correia, aplica-se a lei nova, pois as
medidas de segurança se destinam ao momento da
sua vigência ou cometimento pelo infractor (tempo
presente), ou seja, a lei que prevê a aplicação das
medidas de segurança "é sempre de aplicação
imediata".
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Tempus delicti (Momento do crime)


Sobre o momento do crime há que questionar o seguinte:
 Quando é que se considera consumado um crime (no
momento do seu cometimento ou no momento em que
acontece o resultado?)

Há duas teorias que respondem a questão:


 Teoria da acção;
 Teoria do resultado.
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Teorias sobre o Momento do crime


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Temas para Trabalhos de Grupo

 Tema 1 (para 2 grupos 1º e 4º grupo): normas penais


– estrutura e classificação;

 Tema 2 (para 2 grupos 2º e 3º grupo): teorias sobre os


fins das penas.

 
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Cont.
Aspectos a considerar
Capa – instituição de ensino, tema, elementos do grupo,
docente da cadeira, data;
Índice (índice automático);
Introdução – enquadramento geral, importância do
tema…
Desenvolvimento – teorias a volta do tema
Conclusão – posicionamento do grupo
Referências bibliográficas.
Fonte: times new roman ou Arial narrow; espaçamento
1,5; texto justificado;
Margens: Sup. 3 cm, Esq. 3 cm; Inf. 2 cm e Dir. 2 cm.
Páginas: min.8 – máx.12 .
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Alguns aspectos sobre citações

Consultaros slides sob tema “Procedimentos para uso


das Normas APA” do MA Urbano Nhamulane (Docente da
FCSP – UCM).

Prazos:
 Data da entrega: 01 a 07.10.015 (para o Laboral e ainda
por definir para o pós-laboral)
 Data de inicio das defesas: semana a seguir.
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Referências Bibliográficas
 Alves, S. & Rodrigues, L. B. (2006). Código penal e
legislação complementar de Moçambique. Coimbra:
Livraria Almedina.

 Correia, E. (2010). Direito criminal. Coimbra: Livraria


Almedina.

 Silva, G. M. (2001). Direito Penal Português. (2ª edição).


Editorial Verbo.

 Sousa, E. (2012). Direito Penal Moçambicano. Maputo:


Escolar Editora.
 Lei 35/2014 de 31 de Dezembro – Código Penal

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