Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
01
SOBRE A
PÁSCOA
Luciana Castro - Professora do Jardim de Infância
O final de março inaugura a estação do outono. muito prazeroso e surpreendente. Nessa época
Com o equinócio, dias e noites têm a mesma do ano, elas podem observar as lagartas raste-
duração. Conforme o tempo caminha em jando pelas folhagens; as folhas que secam no
direção ao inverno, percebemos lentamente os alto das árvores e, ganham uma tonalidade
dias ficarem cada vez mais curtos, o entardecer amarelada e marrom, logo caem; as árvores
mais cedo e as noites mais longas. Um período mais frondosas perdem suas folhas e ganham
importante de recolhimento para a natureza. uma aparência mais ressequida, retorcida e
Esse é o cenário no qual a Páscoa está inserida frágil. Dos casulos nascem as borboletas. As
no hemisfério Sul, onde vivemos. As águas de flores geram seus frutos. O sacrifício, a perda e
março vão fechando o verão. O clima fica cada a dor da transformação se tornam visíveis nos
vez mais seco, o crescimento das plantas se eventos da natureza. Na observação, sem ter
retrai. As folhas caem. Muitas plantas ficam tão que explicar nada, as crianças se vinculam a
secas e sem folhas que parece que estão esses sentimentos e vivenciam a Páscoa de
mortas. maneira mais genuína. Através de seus olhares
Tudo lá fora parece estar morto, a natureza atentos e curiosos, todos os segredos se reve-
antes viva e verdejante parece agora perecer e lam no silêncio.
se recolher. É nesse momento, de introspecção, Para nós adultos, o convite é: aprender com as
que a natureza reúne forças que são capazes crianças a observar a natureza. Não nos limitar
de gerar novos impulsos para a vida. A Páscoa, ao que as tradições nos trazem, mas buscar
festa que comemoramos todos os anos, carre- uma nova forma de nos relacionar com as
ga esse mistério: o mistério da transformação, festas cristãs. A natureza, como revelação de
da ressureição, daquilo que depois de morto todas as leis cósmicas, nos fornece as imagens
gerou uma nova vida. que nos ajudam a encontrar e nos conectar
Para as crianças, olhar a natureza é sempre com uma realidade mais sensível.
A LAGARTA AMARELA
Lisandra Barrales - Professora do Jardim de Infância
Todos os anos, ao preparar o cantinho de época com algo incrível: ela fez um casulo ali mesmo no
de Páscoa eu desejava ter uma lagarta de verda- galho do cantinho de época. “Uau!” Diziam as
de para as crianças acompanharem bem de crianças encantadas e eu por dentro dizia “Uau”
perto o processo de transformação. Um ano mil vezes.
resolvi pegar uma lagarta que as crianças acha- O recesso da Páscoa chegou, me despedi do
ram no parque e sugeri que a colocássemos nas casulo e fui para casa. Por um momento até
plantas do cantinho de época. No primeiro dia, ela pensei em deixar o galho lá fora, pois se a borbo-
lá ficou e as crianças muito felizes ficaram. No dia leta resolvesse sair estaria no parque. Mas
seguinte, ela sumiu e nunca mais ninguém a viu. lembrei que a lagarta havia escolhido fazer seu
As crianças nem perceberam e muito menos casulo aí e eu não deveria interferir.
foram procurar a lagarta no cantinho de época. Na terça-feira após a Páscoa, cheguei na sala e a
Como as crianças nos ensinam sempre, aprendi janela já estava aberta. Fui até o cantinho de
que não deveria ter feito aquilo, tirar uma lagarta época e vi que o casulo estava aberto. Que felici-
da sua casa “sem perguntar” se ela desejava se dade! “E o grande milagre aconteceu: da lagarta
mudar. uma linda borboleta nasceu”. Agradeci mais uma
No ano seguinte, ao montar o cantinho de Páscoa vez, mas pensando que a borboleta já tivesse
mais uma vez desejei ter uma lagarta. O tempo saído pela janela. Fizemos a roda do bom dia no
passou, passou, até que um dia uma lagarta de parque e quando voltamos para a sala, adivinhem
verdade apareceu no galho do cantinho de época. só que estava nos esperando? Ela mesmo! A
Que emoção! Uma lagarta amarela com pinti- borboleta amarela! Parecia que estava esperando
nhas escuras. Ela foi nossa convidada de honra e as crianças entrarem. As crianças ficaram admi-
as crianças ficaram maravilhadas com a visitante radas como era pequena e tinha as manchinhas
tão especial. pretas de antes como lagarta. Depois que todos a
Fui para casa me sentindo realizada e agradecen- admiraram ela ficou mais um pouquinho e voou
do os anjos pelo presente, pensando que no dia para longe. Foi um lindo milagre de Páscoa e um
seguinte ela não estaria mais em nossa sala. Para presente inesquecível!
minha surpresa, no dia seguinte ela continuou em
nosso cantinho de época. As crianças fizeram Hoje a roda rítmica ganhou uma parte
festa de novo ao ver a nova amiga. Mais uma vez especial em homenagem à nossa visitan-
fui para casa feliz e grata, pensando que nossa te. As crianças já são outras, mas todas
aventura tivesse terminado. adoram a parte que falamos “É ela! É ela!
E no outro dia a lagarta amarela nos presenteou A lagarta amarela!”
04
SOBRE A PASCOELA
Fonte: Colibri - Páscoa 2006
05
SÍMBOLOS
DA PÁSCOA
A Borboleta e a a Páscoa
Fonte: Cantinho de Época, Colégio Waldorf Micael.
06
CONTOS PARA A ÉPOCA
CRIANÇAS DE 3 A 6 ANOS
O Coelho de Páscoa
conto russo recontado por Chista Glass
Era uma vez um pai coelho de Páscoa e uma mãe coelha ninho. Vem buscá-lo se quiseres”. Esse também não era o
de Páscoa que tinham sete filhos. Ao aproximar-se a época verdadeiro coelho de Páscoa.
da Páscoa, eles resolveram testar os coelhinhos para ver O próximo escolheu o ovo cinzento. Quando ia andando
qual deles era o verdadeiro “coelho de Páscoa”. pelo caminho chegou a um riacho. Ao passar pela ponte
A mãe pegou uma cesta com sete ovos e pediu para que viu-se espelhado nas águas. Ficou tão encantado com sua
cada filho escolhesse um para esconder. própria imagem que se descuidou do ovo indo este se
O mais velho pegou o ovo dourado e saiu correndo por espatifar numa pedra. Esse também não era o coelho de
campos e montes até chegar ao portão da escola, mas deu Páscoa.
então um salto tão grande e tão apressado que caiu de O outro coelhinho escolheu o ovo de chocolate e pôs-se a
mau jeito quebrando o ovo. Esse não era o verdadeiro caminho. Encontrou-se com o esquilo que lhe pediu para
coelho de Páscoa. dar uma lambida no ovo. - “Mas este ovo é para as
O segundo escolheu o ovo prateado e pôs-se a caminho. crianças”, disse o coelho.
Ao passar pelos campos encontrou a raposa. Esta queria O esquilo insistiu tanto que o coelho deixou que ele desse
comer o ovo e pediu-o ao Coelho. Ele não lhe quis dar. A uma lambida no ovo. O esquilo achou-o tão gostoso que o
raposa prometeu-lhe então uma moeda de ouro, conse- coelhinho resolveu dar também uma lambidinha. Lambida
guindo assim que o coelho a seguisse até sua toca. vai, lambida vem, os dois acabaram comendo o ovo. Esse
Chegando lá, a raposa escondeu o ovo e, com cara feia, também não era o coelho de Páscoa.
mostrou os dentes como se quisesse comer o assustado Chegou então a vez do mais jovem. Ele escolheu o ovo
coelhinho que saiu correndo o mais que pôde. Esse azul. Quando passou pelo campo, veio-lhe ao encontro a
também não era o coelho de Páscoa. raposa, mas o coelho não entrou na conversa dela e
O terceiro escolheu o ovo vermelho e pôs-se a caminho. continuou o seu caminho. Mais adiante encontrou o outro
Ao atravessar o campo encontrou-se com outro coelho e coelhinho que queria lutar com ele, mas ele não parou.
pensou: “Ainda tenho muito tempo. Vou lutar um pouco Continuou caminhando até chegar à floresta. Ouviu os
com ele”. Os dois coelhos lutaram e rolaram tanto pelo gritos da pega - “Cuidado! A raposa vem vindo!”. O coelho
chão que amassaram o ovo. Também esse não era o não se deixou enganar e continuou seu caminho. Chegou
verdadeiro coelho de Páscoa. então ao riacho e cuidadosamente atravessou a ponte sem
O quarto pegou o ovo verde e pôs-se a caminho. Quando olhar para sua imagem refletida na água. Encontrou-se
passava pela floresta ouviu o chamado da Pega (1) que, mais adiante com o esquilo mas não lhe permitiu lamber o
pousada no galho de uma árvore, gritava: “Cuidado! A ovo, pois este era para as crianças.
raposa vem vindo!”. O coelho assustado olhou à sua volta Chegou assim até o portão da escola. Deu um salto nem
procurando um lugar para esconder o ovo. curto nem longo demais, chegando ao outro lado sem
- “Dá-me o ovo que eu o esconderei em meu ninho”, disse danificar o ovo. Procurou um esconderijo adequado no
a Pega. O coelho deu-lhe o ovo mas, percebendo que não jardim da escola onde guardou cuidadosamente o ovo.
havia raposa alguma quis o ovo de volta. A Pega respondeu Esse era o verdadeiro “Coelho de Páscoa”!
maldosamente: ”O ovo está muito bem guardado no meu
(1) Ave que vive na Europa e que leva objetos cintilantes para seu ninho
07
CONTOS PARA A ÉPOCA
CRIANÇAS DE 3 A 6 ANOS
Jonjoca
Era uma vez um coelhinho muito desajeitado Jonjoca contou-lhe seus problemas, era muito desa-
chamado Jonjoca. jeitado, não conseguia fazer nada
Vivia derrubando e quebrando tudo que estava ao certo.
seu redor. A borboleta resolveu ajudá-lo.
A mamãe coelha já não agüentava mais. - Jonjoca, disse ela, veja como eu mexo as asas
Por que Jonjoca era tão estourado? quando vôo.
Quando corria passava pelas flores do jardim e E a borboleta abriu suas belas asas coloridas e voou
amassava todas. Se queria dar um pulo, caia sempre de uma flor para outra com muita graça. Era tão leve,
no lugar errado. que quando pousava numa flor ela nem mexia.
Certa vez foi colher cenouras e quando voltava para Jonjoca estava maravilhado, nunca tinha visto tanta
casa, ao passar pela ponte, escorregou e a cesta beleza.
com cenouras foi parar dentro do rio. Apareceram mais duas borboletas, uma de asas
A Páscoa se aproximava. Papai coelho e mamãe amarelas e outra de asas azuis. E as três voaram ao
coelha tinham muitas encomendas. Seus filhos já redor das flores como se estivessem dançando.
estavam crescidos e podiam ajudá-los. Mas mamãe Jonjoca acompanhou cada movimento com a maior
lembrou da falta de cuidado de Jonjoca e proibiu o atenção. De repente, sentiu como se também
coelhinho de ajudar. Perto da casa havia um galpão estivesse voando.
onde costumavam trabalhar; enquanto uns pinta- Começou a pisar com muito cuidado.
vam os ovos, outros os embrulhavam com papéis Subiu na pedra e bem devagar pulou sobre a relva.
coloridos. Tornou a subir e a pular. Não havia amassado
Jonjoca olhou pela janela e viu seus irmãos, alegres nenhuma flor.
trabalhando. Agora ele já sabia como devia fazer.
Ficou muito triste, foi andando, entrou na floresta e Agradeceu às borboletas e voltou para casa.
chegou na beira do lago onde os peixinhos nada- Lá chegando, abriu a porta do galpão, sentou ao lado
vam. Havia muitas flores por ali. Jonjoca sentou de seus irmãos, pegou o pincel e começou a pintar.
numa pedra. De repente, uma borboleta pousou Papai coelho nem percebeu que Jonjoca havia
numa flor vermelha que havia ali vendo a tristeza do entrado.
coelhinho e perguntou: Mas, mamãe coelha tudo observava e sorriu feliz
- O que aconteceu? Por que você está tão jururu? para Jonjoca.
08
CONTOS PARA A ÉPOCA
O Pintarroxo
Lenda
Jesus agonizava…
E um pequeno pássaro, sentado numa moita perto um espinho da cabeça do Divino Mestre.
dali, viu os espinhos que lhe perfuravam a testa, e Mas uma gota do sangue de Jesus lhe manchara as
cheio de tristeza pensou: penas do peito, que se tornaram roxas.
- Ninguém se acerca para amenizar-lhe o sofrimen- E como lembrança eterna do seu feito, o pintarroxo,
to, ninguém! ave de canto tão agradável, se destaca pela cor roxa
Voou para a cruz e com o bico conseguiu arrancar no peito.
A Vela
Leon N. Tolstoi (tradução livre de Monica Von Beckendorff)
Era uma época em que ainda existiam escravos e pelas maldades e crueldades.
senhores. A estória se passou na Rússia. Os senho- Começou então um sentimento de desassossega-
res eram de diferentes tipos: uns tratavam bem do, uma insatisfação crescente, uma revolta contra o
seus escravos, porém outros eram desumanos e administrador cruel, que não respeitava os seres
cruéis, mandando açoitá-los por qualquer motivo, humanos e seus direitos.
além de mantê-los prisioneiros. Alguns chegaram a pensar em matá-lo, “Será que
Havia um certo senhor que possuía uma grande seria pecado tirar a vida de um homem tão cruel?!
fazenda com gado, lagos, florestas, plantações Seria um crime contra Deus?! Até parecia que seria
imensas etc., etc. um favor para todos os escravos…, seria até possí-
Certa vez, ele foi até uma fazenda vizinha e trouxe vel que Deus os perdoasse… “assim pensavam
um escravo para ser seu administrador. Os escra- muitos escravos.
vos pensaram…” queira Deus que nossas vidas Estavam na Quaresma e a Páscoa já se aproxima-
melhorem, pois sendo ele um escravo terá conside- va.
ração por nós e nos compreenderá…” Certa noite surgiu o administrador na colônia,
Porém, isto não aconteceu, ao contrário. Como ele gritando e gesticulando furioso…
nunca havia tipo o poder, não soube exercer esta -“Quem abateu aquele carvalho acolá? Quem foi?!
autoridade e com excessiva maldade e ganância Se não acusarem eu mandarei açoitar todos…
começou a executar sua função de administrador. respondam?! Já. Quem é o responsável por
Ele instituiu trabalho também aos domingos, pois aquilo?”
tendo construído uma olaria, desejava que esta lhe -“Sidor” sussurram alguns homens apavorados…
desse bons lucros a qualquer custo. De repente o administrador desceu do cavalo,
Algumas pessoas foram se queixar ao patrão, mas esbofeteou um homem, deu-lhe um tremendo
este preferiu deixar as coisas como soco quebrando-lhe o maxilar e chicoteou-o.
estavam. Não queria se aborrecer. Por quê? Todos estavam assustados…
Quando o administrador soube do acontecido ficou Simplesmente porque o monte de gravetos para o
furioso e iniciou uma verdadeira perseguição aos fogo era muito pequeno.
subordinados. Tornou-se o “Temido” por todos, Diante dos olhares indignos de tantos escravos.
11
A CRIANÇA DE 12 ANOS
E A PREPARAÇÃO PARA O NASCIMENTO DO CORPO ASTRAL
Ana Paula Galdino - Professora do 6º ano
O segundo setênio é um período de grandes e importantes prazer em questionar motivos e por em dúvida as opiniões.
transformações no desenvolvimento da alma humana e Assim, o princípio da autoridade amada, revelado no início do
culmina com o desabrochar da individualidade por volta dos segundo setênio, deixa de ter tanto valor. Porém, quando
12 anos, período de preparo para o nascimento do corpo sentem nossa força atenciosa, objetiva e firme, respondem
astral, que acontece por volta dos 14 anos. com interesse e carinho. É importante ter o adulto como
Na troca dos dentes, em torno dos 7 anos quando a criança referência de valores éticos e morais para se sentirem
ainda vive entregue ao mundo paraíso em toda sua ingenui- seguros. A personalidade adolescente é provisória e se
dade e fantasia, sua relação com os adultos é de plena alterna. Busca a solidão, pelo isolamento em seus sonhos e
confiança e veneração pela autoridade amada (querer). Por imagens, ao mesmo tempo que possui a necessidade de
volta dos 9 anos, a criança vivencia o “Rubicão” uma fase de estar com amigos e companheiros. É áspero e grosseiro por
distanciamento entre ela e os adultos, entre ela e o mundo, fora por não suportar a presença interior. Nesse momento
causa-lhe grande insegurança. Inconscientemente, sua devemos julgar e criticar o ato errado, o comportamento e
recém-chegada individualidade, começa a questionar a não o sujeito desses julgamentos. Apenas o ato é ruim, não o
autoridade e busca justificar sua admiração e veneração para jovem. Ele precisa de alguém presente, que o escute, o
reencontrar a segurança (sentir). Entre os 10 anos, a criança compreenda e oriente.
já está mais adaptada à sua própria individualidade e entra O corpo e a alma recém-chegados, estão curiosos e insegu-
em uma fase mais harmoniosa, de beleza, atividade e ros diante de um mundo maravilhoso a ser dominado. Para
entrega interessada. Até então, o que ensinamos para a enfrentar com liberdade os desafios e perigos, precisam
criança deve ser isento de conceito e casualidade. estar impregnadas por julgamento moral e sentimento
Chegado os 12 anos, o corpo vive o início da puberdade e a religioso. O adulto deve orientar esse ser humano no mundo
alma humana, o despertar da individualidade. Agora ela ensinando através de vivencias e exemplos que despertem o
acorda para a auto-confiança na sua própria capacidade de sentimento e o julgamento. É preciso educar o jovem para
julgamento e a compreensão de conceitos e das relações de que considerem moral e religião tão integrantes de sua
causa e efeito. Nessa época estão na sua maior capacidade condição humana que não se sentirão como pessoas
de raciocínio e sua intelectualidade precisa ser orientada e completas se não estiverem permeados pela moral e
estimulada (pensar). Os adultos devem harmonizar o pensar, aquecidos pela religião. Assim, ao despertar a capacidade de
o sentir e o querer dos jovens. Com estímulo conscientes, juízo o jovem possa confiar na força de seu julgamento.
que desperte sentimento ético pela existência, desenvolva Como exemplo, vejamos o outono, a Época de Páscoa. O
capacidades amplas, mentais, emocionais e volitivas com as jovem não aceita mais apenas as imagens trazidas no início
vivencias de fenômenos nesse mundo belo. do segundo setênio, precisam exercitar a compreensão de
No final desse setênio, entre 12 e 15 anos, quando acontece a conceitos e das relações causa e efeito. O adulto deve fazer
puberdade, são complexos os processos de transformação o exercício interior de vivenciar o significado espiritual da
dentro do corpo. Termina a infância e inicia a adolescência. O Páscoa como uma festa repleta de arquétipo. Assim, será
corpo da criança perde as características da infância, com o capaz de proporcionar sensações que estimulem a capaci-
crescimento dos membros, tronco e pescoço, no fim desse dade de raciocínio e a intelectualidade do jovem quanto ao
período estarão prontos os órgãos reprodutivos, a maturida- conteúdo anímico dessa época do ano.
de sexual. Há, portanto, o predomínio do desenvolvimento do Uma oportunidade de despertar a capacidade de juízo é o
sistema ósseo ao sistema muscular, causando uma sensa- jovem ser orientado a buscar consciência nas imagens que a
ção de peso no corpo. Esse desenvolvimento corpóreo exige Páscoa representa. Temos a Tradição cristã, onde a Páscoa
muita atividade física interior, o que por outro lado, causa tem grande importância. Após os quarenta dias da quares-
grande inatividade no mundo (“preguiça”). Nesta fase o ma e a consciência dos acontecimentos vivenciados por
jovem impressiona pela quantidade de alimento que conso- Jesus Cristo durante a Semana Santa, os cristãos comemo-
mem, assim também é com a alma, sente fome de todo tipo ram, no domingo de Páscoa, a glória da ressurreição de
de estímulo e experiência. Surge o desequilíbrio na alma e a Cristo. A paixão, morte e ressurreição nos deixou o legado de
antipatia aos valores tradicionais até então aceitos. Na uma nova vida após a morte, e a partir de quando Seu corpo
infância, se aprendeu algum trabalho manual ou instrumento e sangue penetraram nas profundezas da terra ela se torna
musical, usam como ferramenta para aprimorar suas experi- um centro de luz, vivificada pelo Eu do Cristo.
ências, pois exercita habilidades e dedica sua força de vonta- Diante disso, o adulto deve conduzir o despertar do jovem
de por um hábito e não por uma imposição. através de atividades artísticas, essenciais, nessa fase.
Os adultos são constantemente testados, alvos do poder da Através do encontro consigo cria-se as bases do comporta-
palavra e de atitude inconsequente, onde o jovem exercita a mento ético, o sentimento de fraternidade e de reverência
satisfação de sentir a própria personalidade. O jovem agora aos mistérios da vida e da natureza. Nessa fase, a virtude que
quer saber tanto o que o adulto conhece de cada assunto, a criança precisa ver manifestada no mundo, é a beleza. O
quanto a sua opinião. Torna-se cruelmente crítico e tem mundo é belo!
12
RITUAIS EM FAMÍLIA:
PÁSCOA
EM CASA
MÓB I L E DE BORBOLETAS
MATERIAL
• Lã feltrada
• Moldes de borboleta em
3 tamanhos
• Linha
• Agulha
• Tesoura
• Caneta ou canetinha
MODO DE FAZER
13
RITUAIS EM FAMÍLIA:
PÁSCOA
EM CASA
PINTAR OVOS COM PAPEL CREPOM
MATERIAL
MODO DE FAZER
14
RITUAIS EM FAMÍLIA:
PÁSCOA
EM CASA
OVOS COLORIDOS COM GIZ DE CERA E VELA
MATERIAL
• cascas de ovo de galinha branco vazios
• giz de cera (diversas cores) - preferencialmente giz bastão
• vela e fósforo
MODO DE FAZER
• Com auxilio de um adulto que acenderá a vela e dependen-
do da idade da criança o adulto coloca o giz no fogo e entrega
para a criança colocar o giz derretido na casca do ovo. As
crianças podem pintar bolinhas só encostando o giz na casca
ou tentar fazer outros enfeites.
OVOS DE BARBANTE OU LÃ
MATERIAL
• cascas de ovo de galinha branco vazios
• barbante ou lã
• cola líquida
MODO DE FAZER
• Passar cola líquida na ponta do dedo da criança e espalhar
pela casca do ovo
• Colocar barbante ou lã em volta do ovo
MATERIAL
• ovo de galinha branco cozido
• giz de cera de diversas cores
MODO DE FAZER
• Após cozinhar os ovos e esperar esfriar, as crianças podem
pintar com giz de cera
• O ideal é fazer no dia que serão consumidos ou guardar na
geladeira. A sugestão é que a família troque entre si os ovos
pintados, resgatando um costume europeu que surgiu antes
da troca de ovos de chocolate.
15
RITUAIS EM FAMÍLIA:
PÁSCOA
EM CASA
CA F É DA MAN HÃ ESPECIAL
SUGESTÕES DE BRINCADEIRAS
O R E I DA PÁ S C OA TROCA DE OVOS
Todos em pé em volta da mesa com um ovo Ao confeccionar os ovos, já podem ir pensando nos
cozido na mão direita. O primeiro bate o seu ovo mais especiais, para serem presenteados entre a
contra o ovo do que está à sua direita. Quem familia, como uma “troca de ovos”, vivenciando a
teve seu ovo quebrado deve sentar-se e o jogo valorização do simples, belo e único dos trabalhos
prossegue até que apenas permanece um ovo feitos a mão.
inteiro. Este será o Rei da Páscoa. Ele poderá
escolher algo especial: uma brincadeira, o
almoço, um passeio, etc.
A Páscoa é um dia de estar junto em casa, trocar, cantar, dar e receber. Certamente
esses momentos ficarão guardados na memória e no coração das crianças.
16
RECEITAS
PÃO DE CENOURA PASKHA
prato russo típico da Páscoa
INGREDIENTES Livro Novos Caminhos da Alimentação
Dra. Gudrun
MASSA
• 1 xicara de leite de chá de leite / água INGREDIENTES
• 30 g de fermento biológico
• 3 colheres sopa de açúcar • 2 kg de ricota fresca
• 1 colher chá de sal • 120 g de manteiga
• 200 g de cenoura cozida amassada • 2 gemas
• 2 ovos • 1 xícara de chá de creme de leite
• 4 colheres sopa de manteiga • Açúcar-baunilha a gosto
• 1 xícara de chá de farinha de aveia • 1 colher de chá de sal
• 700 g de farinha de trigo (aproximadamente) • Uvas passas, amêndoas ou outras nozes a
gosto
RECHEIO
• 3 colheres sopa de chocolate em pó ou cacau MODO DE FAZER
• 1 xicara de uvas passas Passar primeiro a ricota na peneira, depois a
manteiga. Acrescentar as gemas e o creme de
MODO DE FAZER leite, depois o sal, o açúcar, as uvas-passas
Junte os quatro primeiro ingredientes e 3 colheres de lavadas e enxutas e as amêndoas ou nozes
sopa de farinha de trigo, misture bem e deixe levedar raladas, mexendo bem. Pegar um guardanapo
por 30 minutos. Adicione os demais ingredientes e o grande, molhá-lo, torcê-lo e forrar com ele um
restante da farinha de trigo aos poucos, até obter a escorredor de macarrão. Despejar a massa no
consistência de massa macia. Divida a massa em escorredor, amarrar as pontas do guardanapo e
duas partes, deixe crescer por 30 minutos, abra a
colocar um prato com um peso em cima, deixan-
massa deixando um dos lados maior, para que possa
do escoar o soro. Depois de 24 horas na geladeira,
dar o formato da cenoura, distribua o recheio e enrole
abrir o guardanapo e virar a Paskha sobre um
como rocambole. Pincele com gema e óleo, faça
pequenos cortes, coloque em forma untada e asse em prato raso. Cortar fatias e servir como sobremesa
forno médio por 30 minutos. Após assado, decore ou como panetone pascal.
com galhos verdes. Bom apetite!
17
MÚSICAS PARA A ÉPOCA que alegram e dão ritmo
UNIDADE GRAMADÃO
Av. Aristídes Mariotti, 911 - Bairro IV Centenário . Jundiaí SP
11.4582.2380 | 11.97699.5752 - secretaria@escolaangelim.com.br
UNIDADE ENGORDADOURO
Rua Profº Clarismundo Fornari, 2200C - Engordadouro . Jundiaí SP
11.4582.2380 | 11.97699.5752 - secretaria@escolaangelim.com.br
www.escolawaldorfangelim.com.br
escolawaldorfangelim