Você está na página 1de 88

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 1

2 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Convidado a fazer o prefácio destas páginas, aceitei com
prazer por saber que elas seriam destinadas a pais preocupados
e empenhados em criar bem seus filhos.

Este Manual do Bebê não é normativo nem prescritivo e não


pode nem deve ser um manual de “como fazer bem-feito”.
Ele traz informações úteis para o dia-a-dia e conta a história
do nascimento e do desenvolvimento infantil, atrelada aos
vínculos familiares. Acredito, porém, na sabedoria inata de
vocês e que, além da necessidade de informação, cada família
resolverá os impasses de sua maneira, com sua cultura e
normas de funcionamento.

Toda etapa de crescimento provoca emoções intensas e


prazerosas, mas também acarreta conflitos, emaranhamentos
e um pouco de ansiedade. É incrível que em poucos minutos
se passe a amar um “desconhecido íntimo”. O encontro dos pais
com o filho é um exemplo maravilhoso de mágica alquimia.
Com ternura e dedicação, a mãe, com muito apoio do pai, dá
segurança a seu bebê para que enfrente os futuros desafios.
A família é um ambiente de afeto, de conflito, que devemos
cuidar sempre e muito.

Boa e útil leitura!

Leonardo Posternak
Pediatra e presidente do Instituto da Família

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 3


COMO É Seu bebê.........................................................................7
UM RECÉM- O bebê de baixo peso................................................8
ÍNDICE Peso e comprimento..................................................8
NASCIDO
A cabeça.........................................................................9
A pele............................................................................ 11
O cordão umbilical................................................... 12
Os órgãos sexuais..................................................... 12
O primeiro exame médico.................................... 13

A MULHER A depressão................................................................ 15
DEPOIS A recuperação física................................................ 16
A menstruação e as relações sexuais................ 17
DO PARTO
Um pouco de exercício........................................... 19

O BEBE CHEGA Uma nova vida........................................................... 21


Seu filho precisa de você....................................... 22
EM CASA A relação mãe e filho............................................... 23
O papel do pai........................................................... 24
Os avós e a família.................................................... 24
A relação com os irmãos........................................ 25
As babás e os berçários.......................................... 26
O pediatra................................................................... 27

O ALEITAMENTO As vantagens do aleitamento materno............ 29


MATERNO Quando se deve começar a
amamentar o bebê?................................................ 30
A regularidade das mamadas.............................. 31
Como amamentar.................................................... 32
O que atrapalha a amamentação....................... 33
A alimentação da mãe............................................ 33
A postura do aleitamento e cuidados
com os seios............................................................... 34

A ALIMENTAÇÃO Como ir introduzindo outros alimentos........... 37


Os alimentos complementares........................... 38
VARIADA
As dificuldades na alimentação.......................... 41

4 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


HIGIENE E Por que é importante a higiene?........................ 45
CUIDADOS O banho do bebê..................................................... 45
O cabelo....................................................................... 48
COM O BEBE A pele e os órgãos vitais........................................ 49
Mudar a fralda do bebê.......................................... 50
A higiene da casa...................................................... 52

DESENVOLVIMENTO O peso, o comprimento e o


perímetro cefálico.................................................... 54
FÍSICO
Os dentes..................................................................... 55
O desenvolvimento motor.................................... 55
A ginástica do bebê................................................. 57

DESENVOLVIMENTO O aprendizado e a comunicação........................ 61


PSICOLÓGICO O sono.......................................................................... 62
O choro........................................................................ 64
As brincadeiras.......................................................... 66

A ROUPA Conforto e segurança............................................. 69


DO BEBÊ Como lavar a roupa................................................. 69
O sapato....................................................................... 70

PROBLEMAS E Febre............................................................................. 72
DOENÇAS Tosse.............................................................................. 73
Doenças mais freqüentes
e vacinas...................................................................... 74
Problemas na pele................................................... 74
Problemas nos olhos............................................... 75
Problemas nos ouvidos.......................................... 76
Problemas na boca e nos dentes........................ 77
A morte súbita........................................................... 78

SEGURANÇA Cuidado com a casa.........................................81


EM CASA Golpes e contusões.........................................81
As queimaduras................................................82
A asfixia................................................................83
As intoxicações..................................................84
A insolação..........................................................85
Os animais...........................................................85
As feridas.............................................................86

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 5


CAPÍTULO 1

COMO É UM
RECÉM-NASCIDO

6 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


SEU BEBÊ

Pergunte aos pais qual é o bebê mais lindo de todos que a resposta
vem rapidamente: o meu. Todo mundo considera seu filho a coisa mais
bonita que existe no mundo e para o bebê é muito bom que os seus
pais continuem pensando assim. Porém, essa descrição não resistiria à
opinião de uma testemunha imparcial e desapaixonada.

O corpo do bebê apresenta um aspecto meio desproporcional, tem


uma cabeça grande, um nariz achatado, abdômen volumoso e pernas
arqueadas. A pele do bebê, ao nascer, está coberta por uma camada
sebácea que foi responsável por sua proteção enquanto estava no
ventre materno e que, nas suas primeiras horas neste mundo, ajuda
a conservar a temperatura do corpo. Logo após o primeiro banho,
a pele que aparece é delicada e tem um tom rosado, além de ser
coberta por uma leve penugem. O bebê pode nascer careca ou com
uma cabeleira abundante, de fios finos e curtos. As unhas estão bem
formadas, até compridas.

Os ossos da cabeça não estão ligados ainda; passarão alguns meses


até que se unam. Essa ossificação lenta permite o desenvolvimento do
cérebro e geralmente termina no fim do segundo ano de vida do bebê.

O peso médio de um recém-nascido é de 3.300 gramas. Se for


prematuro, ou seja, nascer antes das 37 semanas previstas, o peso
provavelmente será inferior a 2.500 gramas. Neste caso ele pode ter
alguma imaturidade, o que o levará a uma incubadora, onde será
atendido por médicos e enfermeiras.

Destaque: A proporção de todas as partes do corpo de um recém-


nascido vai se modificando com o passar dos anos, até adquirir a de
um adulto. Por exemplo, o tórax é mais comprido que as pernas até
os 2 anos, quando a criança muda e alcança a proporção característica
de um adulto.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 7


O BEBÊ DE BAIXO PESO

Se o bebê tem um peso inferior a 2.500 gramas, é considerado de


baixo peso.
Existem muitas razões que podem causar um peso baixo. A mais
comum é o nascimento prematuro (antes da 37ª semana da gravidez).
Cada semana da gravidez corresponde a um dado peso do feto e a um
determinado grau de desenvolvimento e maturidade dos órgãos.

O peso reduzido também pode ser conseqüência de placenta não


suficiente, ou de complicações durante a gravidez que tenham
impedido o desenvolvimento normal do feto. Qualquer que seja
a razão, é preciso estudar a situação e prestar ao bebê os
cuidados necessários.

Quando tem menos de 2.500 gramas e é prematuro, é comum que


o bebê tenha dificuldade para manter a temperatura do corpo. Por
isso ele é levado à incubadora, um ambiente térmico adaptado às
suas necessidades e que pode ser controlado. Caso o nenê tenha
alguma dificuldade pulmonar ou cardíaca, existem outros aparelhos
ainda mais sofisticados. A verdade é que hoje a maioria dos bebês
prematuros pode crescer de forma perfeitamente normal. Houve
casos de bebês que nasceram até com 370 gramas e cresceram
perfeitamente saudáveis.

Destaque: Mesmo que o bebê tenha que ficar algum tempo


na incubadora, é importante visitá-lo com freqüência, isso
facilitará sua futura adaptação ao ambiente familiar.

PESO E COMPRIMENTO

Os bebês que nascem dentro do que é considerado período normal


de uma gravidez (entre a 37ª e a 41ª semana de gestação) pesam 3.300
gramas, medem 50 centímetros e têm um perímetro cefálico de 34
centímetros.

8 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Esses números podem variar conforme o sexo da criança (os meninos
costumam pesar alguns gramas a mais do que as meninas), fatores
genéticos (pais altos geralmente têm filhos altos) ou as condições da
gravidez (uma mãe que não se alimentou bem ou que fumou durante
a gravidez acaba tendo filhos de peso inferior).

É comum que na semana seguinte ao seu nascimento, o bebê perca


entre 5% e 10% do peso que tinha ao nascer. No entanto, na segunda
semana, ele geralmente recupera essa perda e começa a ganhar
peso sem parar. O ganho de peso ideal seria de 20 gramas por dia no
primeiro trimestre, quando ele começa a se movimentar e passa a
perder calorias em forma de energia e, portanto, engorda menos, de
10 a 15 gramas ao dia. No entanto esse crescimento não é linear, não
é necessário pesar o bebê a cada dia, um controle mensal na visita ao
pediatra é suficiente. Quanto ao comprimento, um bebê cresce no
máximo, no final de um ano, 50% da estatura que tinha ao nascer. Por
exemplo, se nasceu com 50 centímetros, depois de um ano terá no
máximo 75 centímetros.

Os pais podem e devem acompanhar o desenvolvimento de seu filho,


mas é o pediatra quem poderá avaliar a evolução do bebê e, caso
seja necessário, adotar as medidas indicadas para o caso. Por isso
é importantíssimo visitar o pediatra com freqüência. Aliás, procure
escolher e conhecer esse profissional antes do nascimento de seu
filho. É imprescindível encontrar uma pessoa com quem possam criar
uma relação de confiança e de colaboração.

Destaque: É essencial que um pediatra acompanhe o ritmo de


crescimento da criança a cada mês e que suas indicações sejam
seguidas à risca pelos pais.

A CABEÇA

A cabeça de um bebê que nasceu de parto normal apresenta


normalmente uma forma alongada. Não estranhe, afinal, para
chegar ao mundo foi preciso passar por um canal muito estreito.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 9


Mas, se o bebê nascer de cesariana, sua cabeça terá a forma normal,
arredondada.

Como já mencionamos, os ossos da cabeça não nascem unidos.

Dessa maneira a calota craniana pode crescer à medida que o cérebro


do bebê se desenvolve. A sutura desses ossos se consolida entre 9 e 18
meses de vida.

Se para o bebê nascer foi preciso a ajuda do fórceps, é possível que


surja um pequeno edema na região. Isso não deve ser motivo para
nenhuma preocupação, em poucas semanas desaparecerá.

É bom saber que nos primeiros três meses de vida o bebê não
consegue manter sua cabeça reta ou firme, por isso quando estiver no
colo é necessário tomar sempre o cuidado de apoiar seu pescoço com
as mãos ou usar o antebraço de apoio.

Não é muito comum, mas alguns bebês nascem cabeludos. Esse


cabelo logo, logo cai e muda de cor. A cor do cabelo do bebê só se
define depois dos 12 meses.

O mesmo acontece com a cor dos olhos, se ele nasceu com olhos azuis,
é importante esperar até o sexto mês, quando finalmente o tom se
define. E saiba que se ele nasceu com olhos escuros, eles nunca ficarão
claros. Ao nascerem, os bebês já conseguem ver e seguir os objetos
que tenham movimentos lentos, além de serem atraídos pelos rostos
que o cercam e pelas cores vivas.

Destaque: Nos primeiros dias de vida, o bebê já tem 40%


da visão desenvolvida, por isso consegue enxergar até
30 centímetros, distância suficiente para ter uma relação
olho a olho com sua mãe, fundamental para o seu bom
desenvolvimento emocional.

10 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


A PELE

Como dissemos, quando o bebê nasce sua pele é rosada e recoberta


por uma película sebácea conhecida como vernix caseosa, que serve
de proteção e sai no primeiro banho. Aquele tom rosado é decorrente
da abundância de glóbulos vermelhos, indispensáveis para a vida no
interior do útero materno.

Acontece de a pele do bebê se tornar amarelada e manifestar a


presença de icterícia. Pode ser necessário tirar uma amostra do
sangue para que o pediatra investigue a causa – nada assustador, as
maternidades usam um aparelho que dá uma picadinha na pele, é o
chamado BiliChek.

Geralmente, esse tom deve-se ao excesso de glóbulos vermelhos.


Em função disso, ele acabam expelindo uma substância chamada
bilirrubina, que pigmenta a pele de amarelo. Se os valores de
bilirrubina forem altos, a criança deverá ser submetida a um
tratamento de fototerapia, quer dizer, ela será exposta, durante alguns
dias, a uma lâmpada especial que transforma a bilirrubina e devolve à
pele sua cor natural. Não se preocupe, esse tratamento não é doloroso
e, apesar de obrigar o uso de uma venda nos olhos, não impede o
contato normal da mãe com o seu pequeno.

É possível que o bebê nasça com muitos pêlos sobre seu corpo,
mais precisamente no rosto e nos ombros, eles desaparecerão após
algumas semanas.

No rosto do bebê, especialmente no nariz, testa e queixo, podem


aparecer uns pontinhos brancos, que também desaparecem em
pouco tempo.

Alguns bebês nascem com manchas vermelhas nas pálpebras, entre


as sobrancelhas ou na nuca. Isso não tem a mínima importância. Seu
nome é angioma e essas manchas vão sumindo com o tempo, até
desaparecerem.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 11


Destaque: A pele do bebê é muito suave (tanto que existe a
expressão “tão linda quanto uma pele de bebê”) e delicada,
podendo apresentar alterações diante de mínimos estímulos,
como o toque, a temperatura, o atrito...

O CORDÃO UMBILICAL

O cordão umbilical pode ser considerado o cordão da vida, afinal foi


através dele que a mãe alimentou seu bebê em seu ventre.

Logo que nasce deve se aplicar álcool a 70º no cordão umbilical. Ele irá
secando e cairá entre o sétimo e 15º dia.

Pode acontecer que durante alguns dias a ferida do umbigo libere um


líquido, apresente uma vermelhidão ou ainda tenha mau cheiro.

Nesses casos, é importante lavar muito bem a ferida e aplicar um


anti-séptico como a cloro-hexidina, além de levar o bebê a uma
consulta ao pediatra.

Muitas vezes o umbigo “salta” para fora, devido a uma hérnia umbilical.
Isso costuma acontecer quando o bebê chora. Não tem problema
nenhum, geralmente desaparece nos primeiros meses de vida.

Destaque: Caso a cicatrização do umbigo apresente algum


problema, só o pediatra pode sugerir algum tratamento.

OS ÓRGÃOS SEXUAIS

Menino ou menina? A verdade é que o sexo não importa. Menino


ou menina, com certeza,será bem recebido e motivo de muito
amor e felicidade.

12 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Se for um menininho pode ser que os pais sintam alguma dificuldade
para puxar o prepúcio para trás a fim de descolá-lo da glande. É
normal porque a glande e o prepúcio estão aderidos no momento.
Mas essa aderência desaparecerá ao longo dos primeiros anos. Não
faça nenhum movimento brusco nem procure descolar o prepúcio
à força. A região é delicada, o uso de força pode fazer com que o
prepúcio não se retraia no futuro. Não se espante também com o
volume do saco escrotal nos primeiros dias de vida. A causa de seu
tamanho relativamente grande é simples, houve acumulo de líquido,
que desaparecerá em pouco tempo.

Em alguns casos os testículos podem estar escondidos. Isso também


acontece com certa regularidade, dê tempo ao tempo que eles
acabam indo para o lugar. Converse com o pediatra para que ele possa
tomar as eventuais providências.

Já o sexo das meninas apresenta outros problemas ao nascer. Pode


acontecer de a menininha vir a ter algumas perdas sanguíneas
vaginais ou mesmo ter as glândulas mamárias inchadas – o que
também pode ocorrer com os meninos. As duas situações são sinais
da transferência dos hormônios sexuais da mãe no final da gravidez.
É importante não espremer, apertar ou massagear as glândulas
mamárias, esse tipo de pressão pode causar uma infecção. Não se
preocupe, o inchaço desaparece num curto espaço de tempo. Além
disso, com as meninas deve-se tomar muito cuidado na assepsia, para
evitar a contaminação das vias urinárias por fezes.

Destaque: Qualquer anomalia ou alteração no sexo do recém-


nascido deve ser comunicada ao pediatra.

O PRIMEIRO EXAME MÉDICO

Normalmente, nos dias que se seguem ao nascimento do bebê,


o pediatra faz um exame minucioso na maternidade ou na
primeira consulta.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 13


Esse tipo de exame pode ser estranho para os pais, pois parece que
o pediatra está brincando com o bebê como se ele fosse um boneco
de borracha de tanto que ele vira a criança de um lado para o outro:
segura a criança pelas axilas, deita-a na cama, finge que a faz caminhar,
procura fazer com que agarre seus dedos, coloca-a sentada... Parece
uma sessão de ginástica. O que o médico pretende, na verdade, é
verificar se a criança se adaptou bem à nova vida, se não apresenta
alguma anomalia e se seu sistema nervoso é normal.

É comum que no berçário sejam extraídas algumas gotas de sangue


do calcanhar do bebê para fazer um exame cuja finalidade é analisar
sua saúde e descartar a possibilidade de algumas doenças – é o
chamado diagnóstico precoce. Caso não tenha sido feito no hospital,
pode ser feito logo depois da alta em um laboratório.

Em caso de qualquer dúvida quanto a esse procedimento, os pais


têm o direito e o dever de conversar com o pediatra sobre tudo
o que os preocupa.

Destaque: Este primeiro exame médico, como também os


outros que virão periodicamente, tem um único objetivo: a
prevenção. Com certeza essa é a melhor defesa em favor da
saúde de seu filho.

14 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


CAPÍTULO 2

A MULHER
DEPOIS DO PARTO

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 15


A DEPRESSÃO

Toda mulher que acaba de ter um filho viveu nove meses preocupada
com as alterações em seu corpo, o parto e o desenvolvimento
perfeito do filho em sua barriga. Durante todo esse tempo, ela foi
experimentando sensações diferentes das habituais com o seu corpo.
Após o nascimento do bebê, que junto com muita felicidade também
trouxe momentos de tensão, medo e ansiedade, chega uma sensação
de relaxamento físico e psíquico, coincidindo com a necessidade de
enfrentar os problemas próprios de seu novo papel: ser mãe.

Voltar para casa acaba trazendo uma sensação ambivalente. Se por um


lado é bom chegar em casa, por outro, será necessário enfrentar uma
nova vida. O cenário mudou; há uma nova pessoa que exige constante
atenção e carinho. Essa situação pode mesmo chegar a ser angustiante
para a mãe, porque ela também precisa da atenção e do amor dos
outros. Por vezes, isso pode causar depressão. A explicação é simples:
diante de uma crise, a defesa da mulher é regredir às instâncias mais
seguras e conhecidas para se re-organizar e prosseguir. Ou seja, certa
capacidade de regredir na mulher é normal e desejável.

A adaptação à nova rotina não é fácil e pede, acima de tudo,


paciência. Em primeiro lugar para se encaixar à nova vida, depois
para reorganizar e reiniciar seu relacionamento com os outros. É, não
tenha dúvidas, uma situação transitória, que, em poucos dias deverá
desaparecer, especialmente se a nova mãe contar com a ajuda, a
colaboração e o carinho da família, dos amigos e, principalmente,
do pai da criança.

Destaque: A depressão pós-parto (conhecida como puerperal


blues) é uma situação transitória que geralmente passa em
poucos dias. Em qualquer caso, uma mãe nunca deve se isolar
nem deixar de expressar às pessoas aquilo que sente.

16 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


A RECUPERAÇÃO FÍSICA

O conjunto de sensações físicas que a mulher sente depois do parto


chama-se puerpério. Num período de tempo que dura de 40 a 60 dias
o útero vai recuperando gradualmente a dimensão que tinha antes
da gravidez. Nesse processo, habitualmente, mulher sente contrações
uterinas, que podem chegar a parecer uma fisgada. Não há, porém,
motivo para preocupação, já que essas sensações tendem a reduzir
rapidamente, acabando por desaparecer.

Também é comum que nesse período a temperatura do corpo da


mulher aumente. Ela tem calor, pode suar. É uma reação normal, já
que o corpo precisa liberar parte dos líquidos que absorveu durante
os nove meses da gravidez e que naquela ocasião eram necessários
para manter os tecidos do corpo hidratados. O melhor é optar por usar
roupas de algodão, que absorvem melhor o suor e que proporcionam
uma maior sensação de bem-estar ao contato com a pele.
O recomendável é evitar tecidos sintéticos.

Outra reação freqüente é sentir certa insegurança ao caminhar, que


acontece por causa do estiramento que sofreu a musculatura da
parte superior das pernas e dos glúteos no momento do parto. Com
caminhadas e alguns exercícios específicos para essas regiões, a
musculatura rapidamente voltará a adquirir o tônus adequado.

Por mais que o repouso seja necessário, é bom praticar alguns


exercícios físicos, seguindo orientação médica, para evitar
eventuais problemas de circulação e recuperar inteiramente as
funções intestinais.

Destaque: A recuperação física no pós-parto é lenta, mas


constante. O exercício físico, a alimentação equilibrada e um
pouco de serenidade são os melhores meios para obter bons
resultados.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 17


A MENSTRUAÇÃO E AS RELAÇÕES SEXUAIS

Após os tais 40 a 60 dias depois do parto, a menstruação volta, o que


quer dizer que a ovulação recomeçou. Para as mulheres que dão de
mamar, geralmente a menstruação chega mais tarde. Neste caso, é
importante saber que o fato de não ter menstruação não impede
o reinício da ovulação. Portanto, é perfeitamente possível que uma
mulher engravide novamente sem voltar a ter qualquer menstruação.

Quanto às relações sexuais, é conveniente esperar certo tempo – de


três a quatro semanas após o parto – para evitar infecções vaginais e
permitir a cicatrização e a sutura dos pontos.

Independentemente dos conselhos médicos, é a mulher mesmo quem


decide quando e de que maneira recomeçar suas relações sexuais.
Essa decisão não é apenas uma questão física, mas psicológica, acima
de tudo. Em alguns casos, o receio de ficar novamente grávida faz
com que muitas mulheres esperem para dar esse passo. Em outros,
é a dedicação quase que exclusiva ao bebê, as mudanças de horário
devido à alimentação do pequeno e várias outras alterações em sua
vida que fazem desaparecer a vontade sexual.

Seja qual for a razão, é importante que o marido seja compreensivo e


que o casal conduza a situação até encontrar o momento adequado
para voltar a manter relações sexuais. Se, mesmo depois de tudo, a
esposa ainda apresentar dificuldades, é conveniente consultar um
médico, inclusive para optar pelo melhor método contraceptivo.

Destaque: As relações sexuais podem ser retomadas três a


quatro semanas depois do parto.

18 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


UM POUCO DE EXERCÍCIO

Os nove meses de gravidez deixam na mulher seqüelas consideráveis.


É importante, nesse momento difícil para ela, que o marido seja
especialmente carinhoso para ajudá-la a superar a situação.
Uma boa atitude para recuperar o corpo é fazer ginástica, sempre sob
indicação de seu médico. Veja alguns exemplos de exercícios:

Faça simples movimentos com os braços e as pernas. Levantando-os e


abaixando, andando...
O mais importante é fazer contrações do períneo. Portanto, depois de
urinar contraia três vezes o períneo, como se pretendesse reter a urina.
Para os músculos abdominais, deite-se de barriga para cima com os
joelhos flexionados e contraia a barriga, fazendo força com as costas
contra o chão ao expirar.
Para suas costas, fique de pé e largue seu corpo à frente, alongando
todo seu corpo: inspire olhando para a frente e expire olhando para
baixo, contraindo a barriga.
São muito importantes os exercícios de relaxamento e respiração, bem
como as massagens corporais.
Passear, a pé ou de bicicleta, jogar tênis (com moderação) ou natação
são também boas atividades.

Depois do exercício tome uma gostosa ducha de água morna.

Finalmente, não descuide da alimentação, que deve ser saudável e


equilibrada, com muitas verduras, proteínas e frutas.

Destaque: Um pouco de exercício e uma alimentação


equilibrada ajudam a recuperar o corpo depois do parto.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 19


CAPÍTULO 3

O BEBÊ
CHEGA EM CASA

20 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


UMA NOVA VIDA

Até que enfim o bebê e a mãe chegam em casa após alguns dias de
hospital. É como um sonhado final feliz depois de nove meses de gravidez.

Você já estava realmente com vontade de voltar para casa. É claro que
foi bom estar no hospital, você foi bem atendida, seu bebê recebeu
todos os cuidados..., mas finalmente chegou a hora da adaptação à
nova vida. A partir de agora tudo vai ser diferente: você terá um bebê
para cuidar, uma vida que depende muito de você, e que vai ser o
centro e grande parte da ocupação da sua vida nos próximos anos.

Por mais que tenha lido vários livros e revistas especializadas sobre a
nova situação, mesmo que tenha recebido diversos conselhos, há uma
coisa que você sabe muito bem: sua vida vai sofrer uma transformação
radical e, a partir de agora, você irá criar um vínculo muito forte com
seu filho. No começo pode parecer que é uma situação difícil. Mas,
com a experiência que for adquirindo dia a dia, momento a momento,
a vida da casa irá, aos poucos, ganhar um ritmo regular e natural, o que
é o mais indicado para o seu filho e todos que o rodeiam.

Destaque: A maternidade é uma experiência nova, singular e


apaixonante.

O SEU FILHO PRECISA DE VOCÊ

Até o momento do nascimento todas as necessidades que seu filho


tinha no útero eram supridas através de seu ventre. Agora é ele que
vai ter de aprender a respirar, digerir e, de certa maneira, a fazer frente
às novas exigências de um mundo novo: o ruído, a luz, as mudanças
de posição, de temperatura. Ele sente e capta muita coisa, mas não é
capaz de tomar decisões.

Antes de nascer seu corpo o protegia. Daqui para frente, ele vai
continuar precisando de você para atenuar todas as sensações
desagradáveis, para se sentir bem e seguro.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 21


O choro do seu bebê pode muitas vezes ser motivo de aflição para
você. Será que não troquei bem sua fralda? Será que não comeu o
suficiente? Por que não dorme de noite? Essas perguntas e muitas
outras a mãe vai se fazer inúmeras vezes. Mas procure não dramatizar
ou exagerar a situação. Todos os bebês choram, todos têm fome
e é comum que acordem no meio da noite. Enfrente as circunstâncias
com calma e você vai ver que todos os problemas têm soluções
bem simples.

Mas as coisas não ficam só nisso. Seu filho precisará de muito mais do que
dormir e comer: ele vai precisar se comunicar. Entre mãe e filho começa
agora uma relação que você deve fortalecer e cuidar acima de tudo.

Fale com ele docemente e você vai reparar como o bebê vira para
você. Não tenha a menor dúvida de que ele reconhece a sua voz, até
porque desde o útero ele já a ouvia. Por mecanismos psicológicos a
mulher regride a fases precoces de sua vida e consegue traduzir as
necessidades de seu filho e não de outra criança. Por isso que as mães
se tornam verdadeiras experts em choro de criança.

Acaricie seu bebê suavemente para mostrar seu amor e seu carinho.

Destaque: Seu filho precisa dos seus cuidados e da sua c


onfiança para ir adquirindo a própria confiança.

A RELAÇÃO MÃE E FILHO

Nas propagandas que vemos na televisão, nas revistas ou nos jornais,


as mães são sempre meigas, calmas, elegantes... Os bebês são uns
fofos, simpáticos, comem bem e dormem melhor. Visto por esse
ângulo ser mãe parece a tarefa mais simples do planeta.

Porém, é preciso distinguir a fantasia do real. É verdade que a


maternidade é amor, meiguice, compreensão, mas é também
ansiedade, inquietação e insegurança, especialmente durante os
primeiros meses.

22 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


A primeira coisa que uma mãe deve fazer é tratar de si, recuperar-se
do parto para enfrentar a maternidade em toda a grandeza do termo.
E não é, assim, uma tarefa tão fácil. Um bebê não precisa apenas ser
atendido e alimentado, ele precisa ser amado. Nada poderá substituir
esse sentimento feito de ternura, calor, dedicação e alegria.

Você tem à frente uma grande responsabilidade. Mas não precisa


se mortificar pensando se está fazendo as coisas de modo certo ou
errado, muito menos se, algumas vezes, não compreender bem as
reações do seu filho. O mais importante para ele é que você esteja
presente e disponível.

Cada bebê é diferente. O seu, apesar de ser tão pequeno e de


depender tanto de você, já tem a sua personalidade, que irá formando
e modelando com o tempo. Pouco a pouco você irá aprendendo a
descobri-la e desenvolvê-la.

Destaque: Nos cuidados com seu filho, deixe-se levar pelo amor.
As mães sabem muito mais do que elas (e os outros) imaginam –
é a verdade das mães.

O PAPEL DO PAI

Após a chegada de um filho – ainda mais se for o primeiro –, é muito


provável que o pai se encontre num estado de espírito dividido
entre a dúvida e a excitação. Certamente o nascimento não o afetou
em relação ao físico, mas mentalmente a sua situação pode ser
muito parecida com a da mãe. Ele sabe que agora irá enfrentar uma
nova situação na relação com sua família; que será tão mais rica
e vital quanto maior for o envolvimento e participação do pai no
crescimento do filho.
Não estamos aqui falando daquele antigo conceito de que o pai é o
responsável pelo sustento material da família. Felizmente as coisas
mudaram muito a esse respeito, e essa responsabilidade agora é
dividida, como também deve ser dividida a atenção ao bebê.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 23


Nesse sentido o pai deve se mostrar disposto à colaboração e à
solidariedade ou mesmo a trocar de papel com a mãe, especialmente
se ela trabalha fora de casa. Ninguém é menos homem porque teve
de preparar uma mamadeira ou trocar fraldas. Fazendo isso, além de
partilhar a responsabilidade, o pai pode experimentar a alegria do
contato físico com o filho.

O fato de o pai participar dos cuidados com o bebê tem uma


importância decisiva nas relações afetivas de ambos. Só dessa maneira
ele se torna perante o filho uma figura presente, ativa, interessada e,
conseqüentemente, um dos pontos de referência da sua vida.

Além disso, a intervenção do pai nas atenções ao bebê dá certa liberdade


à mãe. Ela poderá ter algum tempo livre para si ou para atender a outros
interesses, o que será benéfico para as relações do casal.

Destaque: O pai deve participar dos cuidados com o bebê.


É bom para toda a família.

A RELAÇÃO COM OS IRMÃOS

Todos sabem que nenhuma criança aceita de bom grado a chegada


de um irmão ou de uma irmã, mesmo que os pais continuem sendo
afetuosos com ela e procurem ensiná-la a amar o recém-nascido. Ela
era o centro da casa e, agora, apareceu um concorrente. Ciúme é como
gripe: não dá para evitar!

Só com o tempo esse incômodo vai desaparecendo. É bom que por


certo tempo os pais tenham cuidado com as manifestações de afeto
com o bebê na presença do irmão mais velho. Mas, mais importante,
será fazer com que ele entenda que também pode participar desse
presente, que pertence a todos.

O que fazer? Uma maneira inteligente de diminuir esse mal-estar é


fazer com que ele próprio vá descobrindo o bebê, que brinque com

24 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


ele, faça carinho, que o carregue nos braços, sempre com a vigilância
dos pais, é claro. Tirem fotos juntos, é divertido. Outra boa coisa seria
o irmão conhecer as necessidades do pequeno, colaborando na sua
atenção e cuidado na medida do possível. Desta forma, ele vai se sentir
parte desse novo amor que chegou.

Paralelamente os pais devem explicar para ele o privilégio de ter sido


o primogênito. Um passeio até o parque, uma ida ao zoológico, ao
cinema ou ainda a um restaurante podem ser muito oportunos sob
esse aspecto. Assim o irmão mais velho aprende a controlar o ciúme
e compreende que o irmãozinho, muito em breve, irá ser mais seu
cúmplice do que um rival.

Três cuidados básicos que os pais devem tomar nesse momento:


Evitar a criação de duas famílias, uma entre mãe e o recém-nascido
e outra entre o pai e o primogênito. É importante que os dois se
revezem nos cuidados com os filhos.
Prestar atenção para o primogênito não se tornar grande de um dia
para o outro, ele continua sendo uma criança pequena que requer
cuidados e amor.
Procurar mostrar ao seu filho maior que o pensamento concreto dele
“quando tenho um brinquedo, não quero brincar com o outro” não se
aplica a filhos, que a chegada do pequeno não significa que ele será
deixado de lado.

Destaque: É preciso mostrar ao filho mais velho que a chegada


do pequenino é como um presente do qual ele poderá desfrutar
cada dia mais.

OS AVÓS E A FAMÍLIA

Quando nasce um bebê, muitas pessoas da família se sentem


envolvidas. Isso significa para os pais a possibilidade de poder contar
com ajuda e companhia, o que é ótimo. Mas por outro lado significa
também algumas intromissões.
Muitas vezes os avós consideram os pais do bebê pouco experientes e
pretendem substituí-los com a melhor das intenções, mas nem sempre
com muito jeito, o que pode torná-los um pouco irritantes.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 25


Nesse caso é importante que o casal mostre aos parentes, com
delicadeza, porém com determinação, que desejam ser independentes
e responsáveis pelo crescimento do seu filho. Embora ouçam os
conselhos que os avós estão oferecendo, serão eles que tomarão as
decisões que lhes parecerão mais convenientes.

Por outro lado, muitas vezes alguns avós conseguem ser respeitosos
perante os novos papéis de seus filhos e podem dar ótimos conselhos.
Os avós devem passar a pensar que a relação com seus filhos agora é
de pais para pais.

Ninguém deve, nem pode, substituir os pais nas suas decisões. Todas
as pessoas da família precisam respeitar isso.

Destaque: É ótimo ouvir os conselhos e opiniões dos familiares,


mas são os pais os responsáveis por tomar decisões com relação
ao que é melhor para o filho.

AS BABÁS E OS BERÇÁRIOS

Hoje em dia a maioria das mulheres precisa voltar ao trabalho quatro


meses depois do parto (cinco, quando acrescenta um mês de férias à
licença maternidade). Nesse momento terão de encontrar uma pessoa
que tome conta de seu bebê durante parte do dia. Pode acontecer
que essa pessoa seja alguém da família, uma conhecida ou, mesmo,
desconhecida, como uma babá.

A decisão não é fácil. Muitas mulheres dividem-se entre o desejo de


ficar com seu filho e a necessidade de seguir sua profissão ou outros
interesses pessoais. Hoje, ninguém recrimina uma mãe que volta ao
trabalho ou que pretende terminar seus estudos etc. Ela é uma mãe
tão boa como aquela que fica no pé do filho durante toda sua infância.
Em todo o caso, é importante que a presença da pessoa substituta
aconteça de forma gradual, para que o bebê vá se habituando a ela.
Mais importante que isso, é a mãe e a babá entrarem num acordo
quanto aos métodos e comportamentos em relação à criança.
26 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses
Outra saída são os berçários. Mas nesse caso é importante pesquisar
bem as condições higiênicas, de atendimento, as sanitárias e
alimentares antes de resolver deixar seu filho lá. Esse tipo de solução é
bem freqüente e não significa que os pais estão renunciando ao filho.

Destaque: A intensidade da relação de uma mãe ou um pai com


seu filho não depende do número de horas que passam juntos,
mas sim da disponibilidade e qualidade da relação.

O PEDIATRA
É sabido que a prevenção é o mais importante em matéria de saúde.
No caso do recém-nascido é mesmo essencial: é preciso verificar
periodicamente o crescimento do bebê, a alimentação, as vacinas... E é nessa
hora que entra em jogo a figura do pediatra, o seu médico de cabeceira.

O pediatra é uma ajuda indispensável para os pais. Convém conhecer


alguns, informar-se sobre sua competência profissional, sua
responsabilidade, disponibilidade e sua capacidade para o diálogo, pois
ele terá de conquistar a confiança dos pais e obter deles informações
que permitam colher uma história médica de seu bebê e o cumprimento
rigoroso de suas indicações. Em outras palavras: é preciso que haja uma
comunicação permanente e construtiva entre os pais e o pediatra.

Todas as famílias podem recorrer ao pediatra do Posto de Saúde


ou escolher um médico particular. O mais importante é a visita ao
pediatra todos os meses durante o primeiro ano de vida e depois
com um maior espaçamento entre elas, de forma que tenha um
acompanhamento adequado da evolução da criança.
Finalmente, é importante lembrar que grandes hospitais possuem
serviços especializados onde problemas específicos das crianças
doentes, uma vez detectados pelo pediatra, podem ser tratados.

Destaque: Um bom diálogo entre o pediatra e os pais será


muito útil para que os pais tenham um bom resultado com o
desenvolvimento e crescimento de seu filho.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 27


CAPÍTULO 4

O ALEITAMENTO
MATERNO

28 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


É importante que as mulheres estejam informadas sobre todos
os benefícios do aleitamento materno e as desvantagens da
introdução precoce de leites artificiais. Também é importante
que possam receber ajuda diante das dificuldades que podem
surgir nas primeiras semanas.

Uma das vantagens da escolha em amamentar, tanto para o bebê


quanto para a mãe, é a estreita relação que se estabelece. Uma
cumplicidade difícil de comparar com qualquer outro sentimento. No
caso do bebê, o contato de uma pele com a outra proporciona o calor e
a segurança que permitem um desenvolvimento psicológico saudável.

Ter os seios pequenos não é motivo para fazê-la desistir desse


privilégio. Está mais do que provado que um seio pouco volumoso
tem tanta capacidade de produzir leite quanto um seio maior.

AS VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO

O leite humano é composto de mais de 200 substâncias, entre elas


anticorpos, vitaminas e sais minerais. É rico em nutrientes, sendo assim
o alimento mais completo e adequado para o bebê.

Vantagens do aleitamento materno:

Protege contra a maioria das infecções nos primeiros meses de vida.


Um bebê que mama no peito raramente fica doente e quando fica, sua
recuperação é muito mais rápida. O bebê digere com mais facilidade o
leite humano do que o de outros animais.
Nenhuma criança é alérgica ao leite humano. Isso pode protegê-la do
risco de, futuramente, sofrer doenças alérgicas.
A amamentação é boa para o desenvolvimento dos dentes e maxilares.
Pense que as crianças que mamam consomem 60 vezes mais energia
na sucção do peito do que as que se alimentam com uma mamadeira.
Ajuda a reduzir a incidência de várias doenças crônicas na infância, como
asma e obesidade, e na idade adulta, como hipertensão e diabetes.
Não há recipiente melhor e mais disponível que o seio materno.
Nele a comida do bebê está sempre pronta, com a temperatura e a
consistência ideais.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 29


Isso explica por que os bebês amamentados vão menos a
consultas, principalmente aquelas que acontecem por causa de
diarréias, otites transtornos gastrintestinais, alergias erupções
ou infecções respiratórias.

E se pensarmos apenas na mãe, há também bons motivos para que


dê de mamar a seu filho, pois assim conseguirá retornar a sua forma
física mais rapidamente. O aleitamento faz com que o útero – que
durante a gravidez aumentou em 20 vezes o seu volume – volte mais
depressa ao seu tamanho normal. Sabe-se também que o câncer de
mama é menos freqüente nas mulheres que amamentaram. Outra
vantagem suplementar para a sua saúde é que o aleitamento atrasa a
menstruação, o que permite armazenar reservas de ferro.

Destaque: O aleitamento materno proporciona um


desenvolvimento mais saudável e estreita a relação entre
mãe e filho.

QUANDO SE DEVE COMEÇAR A AMAMENTAR O BEBÊ?

Se a mãe permaneceu consciente durante o parto o ideal é que seja


aconselhada a dar de mamar logo que o bebê nascer.

Embora as práticas hospitalares nem sempre facilitem a mamada


na primeira hora de vida, a verdade é que nesse momento o bebê
está mais acordado do que algumas horas depois. Além disso, a
estimulação do seio leva à secreção de hormônios que ativam a
produção e a excreção do leite (nessa fase conhecido como colostro) e
à contração do útero, que pode ajudar a expelir a placenta.

O mais importante é que o bebê pode começar a se beneficiar das


propriedades do colostro, esse líquido doce e amarelado que os
seios vão armazenando nas últimas semanas da gravidez. O colostro
contém proteínas especiais que possuem a capacidade de defender o
recém-nascido de infecções.

30 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Após o nascimento o bebê vai passar por um período de adaptação
e pode precisar de ajuda para pegar o peito de maneira efetiva.
Então, fique tranqüila se o bebê precisar de alguns dias para se
adequar às mamadas.

A mamada na primeira hora de vida permite que o bebê permaneça


junto da mãe, facilitando sua adaptação ao meio extra-uterino.

Destaque: Paciência e habilidade são imprescindíveis para que


o bebê se adapte ao novo meio e comece a mamar.

A REGULARIDADE DAS MAMADAS

Nos primeiros dias de vida, raramente o bebê apresenta um ritmo estável


de mamada. Essas podem ser mais curtas ou mais longas dependendo
da produção de colostro de cada mãe e do perfil de cada bebê. O mais
importante nessa fase é oferecer o peito sempre que ele solicitar.

Quando o leite descer, ofereça um peito até que o sinta vazio e


se necessário complete a refeição com o outro peito. Na mamada
seguinte inverta a ordem. Muitos bebês ficam satisfeitos mamando em
apenas um peito. Se isso acontecer, procure esvaziar um pouco o outro
peito, assim você evita que o leite parado fique “empedrado”, o que
dificulta muito a mamada.

Se for necessário retirar o bebê de um peito, espere que ele faça uma
pausa para descansar. Outra forma para tirá-lo do peito é introduzindo,
com cuidado um dedo no lado da boca do bebê, o que o obriga a
parar a sucção.

De qualquer maneira, se a criança perder peso ou sentir fome, consulte


o pediatra.

Destaque: Cada bebê tem seu ritmo próprio de mamada.


O mais importante é que seja colocado no peito sempre que
solicitar. Nas primeiras semanas o bebê faz cerca oito mamadas
de cinco a dez minutos.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 31


COMO AMAMENTAR

O início da amamentação pode ser facilitado tomando-se alguns


cuidados.

Escolha um ambiente tranqüilo e uma posição confortável para você e


seu bebê. Coloque o bebê de frente para seu corpo, com a cabeça bem
apoiada na dobra do seu braço.
Verifique se a sua aréola (parte mais escura da mama) está macia. Se
necessário, esvazie um pouco o peito antes de oferecê-lo ao bebê,
assim fica mais fácil para ele pegar o peito.
Estimule o bebê a abrir a boca, passando o mamilo em seus lábios.
O bebê deve pegar o peito com a boca bem aberta e os lábios
voltados para fora. Quando o bebê pega o peito com a boca mais
fechada, machuca o mamilo e não consegue retirar o leite do peito,
o que o irritado.
Deixe o bebê mamar em um peito até esvaziá-lo, assim ele vai poder
receber o primeiro leite (que contém mais água) e o leite do final do
peito (que tem mais gordura). Dessa forma ele vai mamar um leite
completo e ficar mais saciado

Destaque: A pega adequada no peito da mãe facilita a saída do


colostro e do leite e evita fissuras no mamilo.

O QUE ATRAPALHA A AMAMENTAÇÃO

Quando algo não vai bem na amamentação, é importante que a


mulher possa contar com o suporte da família e de amigas. Nessas
horas, a ajuda de uma mulher que amamentou com sucesso pode ser
fundamental.

No entanto leia abaixo algumas práticas que podem atrapalhar a


amamentação.

1. A pega incorreta do bebê no peito. Isto freqüentemente provoca


fissura (rachadura) no mamilo, o bebê não consegue retirar o
leite que precisa, chora muito, causando grande ansiedade e

32 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


insegurança nos pais. Portanto, fique atenta à maneira como seu
bebê pega o peito.

2. O uso de bicos artificiais tipo chupeta e mamadeira. Um bebê que


usa chupeta e/ou mamadeira muitas vezes apresenta dificuldade
para mamar, pois a maneira como ele pega o peito é diferente
de como pega a mamadeira e a chupeta, provocando o que
chamamos de confusão de bicos.

3. Horários fixos para as mamadas. Durante a gestação o bebê é


alimentado de maneira contínua e não conhece a sensação de
fome, então é natural que precise de algumas semanas para
encontrar um ritmo para suas mamadas. A amamentação deve se
dar sob a forma de livre demanda, quer dizer, a mãe oferece o peito
sempre que o bebê solicitar ou quando ela achar necessário.

4. Mamadas curtas ou a troca freqüente de peito durante a mesma


mamada. O bebê deve sempre esvaziar uma mama antes que a
outra seja oferecida.

5. Uso de água ou chá. O bebê pode ficar saciado com o líquido


oferecido, mamar menos que o necessário para seu crescimento e
não ganhar peso adequadamente.

A ALIMENTAÇÃO DA MÃE

Enquanto estiver dando de mamar a mãe precisará de uma


alimentação suplementar de 600 calorias/dia, mas sem chegar, de
modo algum, ao “comer por dois”, o que as nossas avós aconselhavam.

Para ter uma idéia, pense que uma mulher de 1, 60 metro e uns 55
quilos precisa de 2.200 a 2.400 calorias por dia durante o período do
aleitamento.

Não é preciso se privar daqueles alimentos de que gosta, mas, deve,


sim, saber que sua alimentação condiciona o sabor do leite. O alho,
a cebola, os aspargos, as couves, a malagueta assim como outras
especiarias podem alterar seu sabor, mas é claro que se usados com

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 33


adequação e bom senso não vão trazer nenhum prejuízo ao bebê.

O que não deve faltar na sua alimentação são hidratos de carbono,


todo tipo de carnes e verduras (cruas, sempre que isso seja possível),
frutas e legumes, que têm imensa riqueza protéica.

Se você habitualmente usa leite em sua dieta, mantenha. No entanto,


leite de vaca em excesso poderá alterar a composição do seu próprio
leite, com o risco de provocar reações no bebê.

Não deixe de beber líquido. É normal que ao amamentar a sede


aumente.
Nem álcool nem cigarro são aconselháveis durante o aleitamento.
O mesmo acontece com alguns medicamentos. A maioria dos
medicamentos ingeridos pela mãe passa em quantidades tão
mínimas para o leite que não chegam a causar prejuízos à
amamentação. Somente alguns medicamentos especiais estão
formalmente contra-indicados.

As mães doentes devem consultar seus médicos, porque não há


razão para interromper o aleitamento, muito menos se abster de
seus remédios comuns, que podem trazer bem-estar e até evitar uma
quebra no fluxo do leite. As vitaminas, o ferro e o flúor que o médico
prescreveu são importantes.

Destaque: Durante a amamentação, a mãe deve manter uma


dieta saudável, evitando alimentos industrializados. A dieta
perfeita deve conter leite, hidratos de carbono, verduras,
legumes, frutas, carne e peixe. Evite o álcool e o tabaco.

POSTURA DO ALEITAMENTO E
CUIDADOS COM OS SEIOS

Sente-se numa cadeira baixa e apóie sobre uma banqueta o pé do


lado do peito que está dando, de modo a levantar o joelho. Com o
braço do mesmo lado segure confortavelmente o bebê. Com a mão do
outro lado segure o peito para torná-lo acessível.

34 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Os pequenos cortes que, por vezes, abrem na volta do mamilo,
conhecidos por rachaduras ou fissuras, geralmente são causados
quando o bebê está pegando o peito com a boca muito fechada.
Nesse caso é importante ajudar o bebê a melhorar a pega no peito.
Estas fissuras devem ser tratadas, pois, além de tornar a amamentação
muito dolorosa, podem ajudar a causar uma infecção conhecida
como mastite.

Outra dificuldade que pode surgir é a mama ficar muito cheia e o leite
“empedrar”. Os seios endurecem, a pele estica e o mamilo fica pouco
flexível. O bebê só consegue agarrar a parte mais saliente do mamilo,
que acaba por ser maltratado sem que o peito esvazie. Nesses casos
é importante esvaziar o peito antes de dar de mamar. Você pode
esvaziar com as mãos ou usar uma bomba elétrica de boa qualidade.
Em caso de dúvida consulte seu médico.

Destaque: A partir do sexto mês até o final da gravidez, é


importante tomar alguns cuidados com o mamilo para que ele
enfrente bem a amamentação. Pergunte ao seu obstetra quais
medidas aconselha.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 35


CAPÍTULO 5

O ALIMENTAÇÃO
VARIADA

36 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


COMO IR INTROUZINDO OUTROS ALIMENTOS

Por volta dos 6 meses, se estiver se alimentando exclusivamente de


peito ou com alimentação artificial, chegou o momento de introduzir
novos alimentos.

É importante que isso seja feito quando o bebê já tiver


desenvolvimento suficiente para controlar bem a cabeça e os
músculos do pescoço.

Nos primeiros dias, pode-se amamentar o bebê antes de lhe oferecer


alguma coisa sólida com uma colher. Assim, ele vai estar mais disposto
a fazer a experiência. Como aconteceu quando começou a aprender a
sugar, ele precisa se habituar aos novos movimentos dos músculos da
boca exigidos pela operação de receber os alimentos de uma colher.

Durante algum tempo o bebê pode ir combinando o peito e a


papinha. Com 1 ano de vida é recomendado que a criança seja
alimenta com a comida da família, que deve ser natural, saudável
e preferencialmente sem produtos industrializados. Bebês
amamentados ao seio devem continuar a receber o leite materno de 2
a 3 vezes ao dia.

Destaque: Não há uma data fixa para deixar de amamentar. A


recomendação oficial é que após os 6 meses de vida os bebês
possam receber uma alimentação saudável, juntamente com o
leite materno por 2 anos ou mais.

OS ALIMENTOS COMPLEMENTARES

Os novos alimentos deverão ser introduzidos aos poucos. Dessa forma


serão evitados problemas com o intestino, e você poderá notar se a
criança tem intolerância em relação a certos alimentos. O vômito, a
diarréia, o inchaço do rosto ou as erupções cutâneas podem ser sinais
de que o novo alimento não foi bem aceito. Consulte o pediatra.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 37


OUTROS ALIMENTOS

Por volta dos 6 meses, se estiver se alimentando exclusivamente de


peito ou com alimentação artificial, chegou o momento de introduzir
novos alimentos.

É importante que isso seja feito quando o bebê já tiver


desenvolvimento suficiente para controlar bem a cabeça e os
músculos do pescoço.
Nos primeiros dias, pode-se amamentar o bebê antes de lhe oferecer
alguma coisa sólida com uma colher. Assim, ele vai estar mais disposto
a fazer a experiência. Como aconteceu quando começou a aprender a
sugar, ele precisa se habituar aos novos movimentos dos músculos da
boca exigidos pela operação de receber os alimentos de uma colher.
Durante algum tempo o bebê pode ir combinando o peito e a
papinha. Com 1 ano de vida é recomendado que a criança seja
alimenta com a comida da família, que deve ser natural, saudável
e preferencialmente sem produtos industrializados. Bebês
amamentados ao seio devem continuar a receber o leite materno de 2
a 3 vezes ao dia.

Destaque: Não há uma data fixa para deixar de amamentar. A


recomendação oficial é que após os 6 meses de vida os bebês
possam receber uma alimentação saudável, juntamente com o
leite materno por 2 anos ou mais.

OS ALIMENTOS COMPLEMENTARES

Os novos alimentos deverão ser introduzidos aos poucos. Dessa forma


serão evitados problemas com o intestino, e você poderá notar se a
criança tem intolerância em relação a certos alimentos. O vômito, a
diarréia, o inchaço do rosto ou as erupções cutâneas podem ser sinais
de que o novo alimento não foi bem aceito. Consulte o pediatra.

A mesma importância que tem a qualidade do alimento tem a sua


atitude ao dar-lhe a comida. Agora, muito mais do que no começo da
amamentação, será preciso paciência e habilidade.

38 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Cereais
Você pode começar com papas de milho, arroz ou soja, introduzindo
mais tarde, a partir do sétimo mês, papas de trigo, centeio, cevada
ou aveia.

Seguimos essa seqüência porque as primeiras têm poder menos


alergênico, e não pela ausência ou presença de glúten. A única
conseqüência de dar papas com glúten mais cedo seria fazer o
quanto antes o diagnóstico de uma doença chamada celiaquia,
e isso, na verdade, não seria um inconveniente.

Laticínios
Cálcio, proteínas, vitaminas, gordura... tudo se encontra no leite, um
alimento indispensável.

O pediatra poderá indicar qual o melhor momento para introduzir


laticínios sólidos (iogurte, queijo fresco...) na dieta do bebê.

Peixes e ovos
Quando seu bebê completar 1 ano, a sua alimentação poderá ser
enriquecida com peixe branco e ovos. Introduza primeiro a gema e,
mais adiante, a clara. O ovo deve sempre ser cozido, nunca cru. Ele é um
alimento riquíssimo, pode ser dado várias vezes por semana. Ao contrário
do que se pensa, não eleva o colesterol se frito em gordura vegetal.

Purê de verduras e carnes


A batata e a cenoura podem servir de base para esse purê, que
normalmente você oferece ao bebê na hora do almoço.

Como verdura use: couve, abóbora...

Evite dar à criança espinafre até que complete 1 ano de vida. Nem dê
beterraba ou nabos porque podem causar um problema na criança
chamado meta-hemoglobinemia (a pele e os lábios ficam azuis).
Muitas crianças são alérgicas ao agrião e às ervilhas.

Se conservado no freezer, o purê poderá ser usado novamente dentro


de no máximo 24 horas.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 39


A carne mais recomendável é a de vaca. E, mais adiante, a partir
do momento em que verificar que o bebê não tem alergia ao ovo,
também a carne de frango.

O purê deverá ser temperado com azeite e não é necessário colocar sal.

Frutas
Para começar, é melhor oferecer ao bebê fruta em pequenas
quantidades antes da mamadeira.

As frutas mais utilizadas são a banana, a pêra, a maçã e mais tarde


– com 6 a 8 meses – a laranja, podendo também acrescentar frutas
próprias da estação, como tangerina, uva, ameixa, figo...

O morango e o pêssego são mais alergênicos e convém adiar a sua


introdução na dieta da criança.

Não acrescente bolachas nem mel ou açúcar na sua comida.

A partir dos 9 meses, a criança tem maturidade intestinal suficiente


para tolerar uma maior variedade de alimentos.

Destaque: A introdução de um alimento ou outro deverá ser


feita sempre sob o critério do pediatra É ele quem sabe melhor
as características e necessidades do seu bebê.

A partir do primeiro ano de vida

A criança já está em condições de seguir uma dieta variada. Pode


mastigar, e digerir bem os alimentos sólidos. Não podemos esquecer,
porém, que ainda se encontra no período de aprendizagem.

Legumes, omeletes e massas já fazem parte de sua dieta, mas não com
recheio ou acompanhados de carne de porco, chocolate, mariscos,
condimentos e bebidas gasosas. Você ainda deverá evitar que ele se
habitue ao sal e aos alimentos muito doces.

40 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Os produtos já preparados

A legislação é sempre muito rigorosa com relação às papas prontas,


por isso você pode ter completa confiança nelas. No entanto, os
especialistas são unânimes: é melhor que o bebê seja servido de uma
comida feita em casa.

A vantagem das papas prontas é a sua comodidade, principalmente


no caso de uma viagem. Além disso, elas permitem uma maior
variedade de gostos e texturas.

Mas tome dois cuidados: nunca conserve por mais de 48 horas na


geladeira um potinho preparado já aberto e não acrescente sal.

AS DIFICULDADES NA ALIMENTAÇÃO

Embora de forma diversa, dependendo do tipo de alimentação


(amamentação no peito ou na mamadeira) é freqüente que os bebês
sofram de doenças, mais ou menos inevitáveis, ao longo das primeiras
semanas de vida. Incômodos que o pequeno manifesta através de
choro e que, com boa informação e cuidados muito simples, você
pode evitar.

Arroto
Todas as crianças engolem ar ao mamar, tanto no peito quanto na
mamadeira. Por isso é importante ajudá-lo a eliminar o ar uma ou duas
vezes durante o tempo em que estiver mamando, geralmente no final.
Se você não fizer isso, pode ter certeza que os gases vão comprimir
seu estômago, trazendo mal-estar e até mesmo regurgito.

Um método simples de ajudá-lo a expulsar o ar é colocá-lo de pé,


contra o seu peito e com a cabeça inclinada no seu ombro. Ponha com
firmeza a mão nas costas do bebê e, se não soltou seu arroto antes de
um minuto, caminhe em volta do quarto com ele na mesma posição,
dando pequenas batidelas nas suas costas – muito delicadamente.
Fazendo isso ele se distrai e se sente mais tranqüilo e calmo para
expulsar o ar.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 41


Se o ar custar a sair, experimente deitá-lo de costas sobre os seus
joelhos durante dez segundos, depois torne a sentá-lo na posição
anterior; é um método que quase sempre dá certo.

Regurgito
A maioria das crianças regurgita de vez em quando uma golfada de
leite ao arrotar. Não se preocupe com isso se seu filho se mantém são e
for aumentando de peso.

Vômito
Ao contrário do regurgito, o vômito é abundante e sai a distância. Se
for freqüente, com coloração verde ou com sangue, pode ser sinal de
perigo: leve o bebê ao pediatra.

Diarréia
O ritmo da evacuação de uma criança criada com leite materno é
completamente diferente da criada com mamadeira. Os bebês que
mamam costumam ter evacuações mais líquidas e constantes, nos
primeiros dias, quase todas as vezes que mamam. Mais tarde, embora
as fezes não percam suas características, o intervalo entre uma e
outra evacuação se espaça, podendo ser de dias, o que a obrigará a
estimular a defecação. As fezes têm uma cor amarelo-clara.

No caso do bebê que se alimenta de mamadeira, as fezes são


castanhas ou verde-amareladas, de consistência mais firme e com um
cheiro também mais forte.

Para se considerar diarréia, é preciso que haja evacuações freqüentes,


de consistência aquosa e por vezes acompanhada de muco ou sangue
e cheiro muito desagradável.

Outros sinais que podem aparecer com a diarréia são febre, falta
de apetite, tristeza e vômitos. Qualquer um desses sinais é razão
suficiente para consultar o pediatra.

Soluço
Os bebês têm uma grande tendência para soluços, o que não deve
preocupar, mesmo se continuar soluçando enquanto estiver dormindo.

42 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Cólica
São conhecidas como cólicas o incômodo que um bebezinho que está
mamando tem acompanhadas de choro a partir da terceira semana
prolongando-se até os 3/4 meses, que é, segundo alguns, a idade em
que começa a reconhecer o sorriso da mãe. A causa desse problema
ainda não foi bem esclarecida.

Isso ocorre com crianças sãs e bem alimentadas que ficam bem
durante todo o dia, mas no fim da tarde começam a encolher as
pernas e a chorar com grande agitação. O episódio é interrompido e
reaparece mais tarde.

Nesses casos o melhor é segurar a criança numa posição em que se


sinta cômoda, sobre o ombro, com o abdômen sobre sua mão.

De qualquer maneira, convém consultar o pediatra, que


provavelmente nada encontrará na criança, mas poderá aconselhar e
acalmar você.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 43


CAPÍTULO 6

HIGIENE E CUIDADOS
COM O BEBÊ

44 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


POR QUE É IMPORTANTE A HIGIENE?

O nosso sistema imunológico dispõe de diversas defesas contra as


bactérias, os vírus, os parasitas... Isso é, contra todos os agentes que
transmitem doenças. São, entre outros, os anticorpos.

Durante a gestação, o feto recebeu anticorpos da mãe. E, se


depois de nascer, se alimenta de leite materno, consegue reforçar
consideravelmente essas defesas. Enquanto isso vai desenvolvendo
suas próprias defesas e se tornando, a cada dia, mais forte. Porém, isso
acontece lentamente; é preciso continuar a proteger e cuidar dele
porque é muito sensível às infecções.

Para tanto é muito importante a alimentação que recebe (falaremos


dela mais adiante), mas também a higiene. E, nesse aspecto, são
fundamentais o banho e a limpeza do bebê cada vez que muda de
roupa, a higiene do ambiente e os cuidados que o pediatra aconselhar
em cada caso.

Nos primeiros meses, as doenças mais freqüentes são as de natureza


infecciosa. Sendo propagadas pelas pessoas, é bom restringir o
contato do bebê com estranhos e com quem esteja resfriado, com
tosse, diarréia ou infecções de pele.

E, naturalmente, são indispensáveis as medidas de higiene na casa


toda, como também tomar precauções como lavar as mãos antes e
depois de estar em contato com seu bebê.

Destaque: A higiene do bebê, das pessoas que o circundam e da


própria casa são indispensáveis para proteger seu pequeno de
doenças.

O BANHO DO BEBÊ

O banho do bebê é mais do que uma simples medida de higiene, é um


momento de relacionamento muito intenso.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 45


Uma vez que o bebê perde o medo da água, ele passa a gostar muito
do banho, pois várias das sensações que sente na banheira fazem com
que se lembre de sua vida pré-natal, quando estava no ventre da mãe.
À medida que vai crescendo, o banho é para ele, mais do que tudo,
brincadeira.

O banho do seu filho pode tornar-se um dos momentos mais


gratificantes na relação entre o bebê e os pais, se tudo estiver bem
organizado. É preciso saber escolher o momento adequado e preparar
o ambiente para que a operação possa se realizar sem contratempos.

Os preparativos
É conveniente dar banho no bebê num quarto onde a temperatura
esteja entre os 24 e 25 ºC. Nesse local instale a banheira, com uma
temperatura adequada. Procure ter perto uma superfície plana e
ampla para poder trocar o seu filho, de preferência uma cama baixa,
onde será colocada uma toalha aberta, ao lado da roupa que o bebê
vai vestir depois do banho, é bom que ao lado esteja uma mesa ou
prateleira com tudo o que for necessário para o banho: sabonete,
esponja, pente, pomadas, óleo etc.

Antes de colocar água na banheira, certifique-se de que ela esteja


perfeitamente limpa. Nas banheiras sujas acumulam-se fungos e
outros germes prejudiciais à saúde.

Alguns pais levam a criança molhada de um lado para o outro da casa


à procura de uma toalha, ou deixam que ela fique sozinha para buscar
sabonete ou ainda trocam de roupa num sofá qualquer. Essa exposição
toda pode trazer problemas e, por isso mesmo, é importante ter
cuidado na preparação do banho. Antes de despir o bebê e colocá-lo
na banheira, deixe tudo preparado à mão.

A temperatura da água
A água do banho deve estar entre 36 e 37 ºC. Para ter certeza, o melhor
é utilizar um termômetro ou, simplesmente, experimentar a água com
o cotovelo. Em caso de dúvida é melhor que a água esteja mais para
morna do que para quente.

46 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Ao banho!
Quando a água já estiver preparada, coloque o bebê devagar dentro
dela. Nas primeiras semanas é preciso ter muito cuidado com a
cabecinha do bebê, segurando-a sempre com uma mão ou com o
antebraço, enquanto com a outra mão vai ensaboando a criança. O
mais indicado é colocar seu antebraço por trás das costas da criança
e segurar com essa mão sob sua axila contrária à que você está
encostada. Enquanto uma mão segura o bebê, fazendo com que sua
cabeça permaneça sempre fora da água, a outra vai ensaboando todo
seu corpo, incluindo o cabelo. O ensaboar pode ser feito apenas com
as mãos, embora também possa ser usada uma esponja.

É imprescindível que o sabão seja neutro. Procure não exagerar na


quantidade e evite que entre nos olhos.

Quando o bebê estiver lavado, depois de eliminar toda a espuma,


agasalhe-o numa toalha grande e macia, ao tirá-lo da banheira,
e coloque-o na superfície já preparada para a troca de roupa, de
preferência uma cama. Seque seu corpo fazendo uma leve pressão
com as mãos sobre a toalha.

Quando dar banho no bebê?


O banho pode ser dado a qualquer hora do dia. Alguns pais
preferem dar no começo do dia, outros preferem à tarde, antes da
última mamada. Mais do que de manhã ou tarde, o importante
é a regularidade, porque ajuda o bebê a se adaptar a um ritmo,
mesmo que de vez em quando seja preciso alterá-lo por causa de
algum imprevisto. De qualquer forma, o banho é um momento
de relacionamento entre a criança e os pais e é preciso desfrutá-lo
intensamente e sem pressa.

Entre os 8 meses e 1 ano de idade, o bebê já pode começar a tomar


banho na banheira grande. Lá ele vai se deleitar com sensações muito
agradáveis, mas as precauções precisam ser ainda maiores.

No banheiro é preciso estar sempre perto do pequeno, procurando


servir de apoio quando quiser se levantar, endireitar-se, cuidando
para que não escorregue, se machuque ou engula água com os

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 47


seus movimentos. Existem dois cuidados que podem evitar muitos
problemas: colocar um material aderente no fundo da banheira e não
deixar nunca que a água ultrapasse mais de 10 centímetros de altura.

Destaque: Antes de dar banho no bebê, é preciso que


tudo esteja preparado para você ficar com toda a atenção
direcionada para ele durante este momento.

O CABELO

Devido à abundante transpiração do bebê a partir do segundo mês


de vida, o couro cabeludo segrega várias substâncias gordurosas que
podem chegar a se acumular formando crostas. Isso pode ser evitado
facilmente, com a limpeza diária do cabelo, utilizando sabão ou
xampu neutros.

Depois de ensaboar o cabelo, convém fazer uma massagem suave no


couro cabeludo e, a seguir, enxaguar bem o cabelo com água. Nos
primeiros dias o bebê pode se sentir incomodado com a água caindo
na cabeça, mas acaba se acostumando com o tempo.

Algumas pessoas lavam o cabelo do bebê na torneira do lavatório.


Não é uma prática aconselhável pelos perigos que pode acarretar: um
movimento brusco do bebê ou uma distração da pessoa que o está
segurando podem fazer com que a criança bata a cabeça na torneira
ou no lavatório, provocando, eventualmente, feridas ou lesões de
alguma gravidade. Outro inconveniente nesse processo de lavagem é
o fato de não poder controlar bem a temperatura da água da torneira,
que pode sair mais quente ou mais fria, provocando sensações
bastante desagradáveis na criança.

A partir de 1 ano de idade, seu filho poderá mostrar-se resistente a


lavar a cabeça e isso pode virar até motivo de briga com os pais. Essas
lavagens podem ser reduzidas a três ou quatro por semana, mas o
banho diário deve ser mantido.

Uma vez bem lavado e seco, o cabelo do bebê deve ser penteado com
uma escova suave ou um pente.

48 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Destaque: A lavagem do cabelo deve ser feita todos os dias
durante o banho, pelos menos nos primeiros meses de vida.

A PELE E OS ÓRGÃOS VITAIS

A pele
A pele do bebê é extremamente delicada, especialmente nos
primeiros meses de vida. O pescoço, as axilas e o bumbum devem
estar sempre limpos e secos; caso contrário a pele se irritará com
facilidade. Como já dissemos, o banho é uma medida imprescindível
para manter a pele limpa e hidratada. Da mesma maneira que é
necessário trocar as fraldas do bebê para evitar que resíduos de urina
e fezes provoquem irritações e mal-estar.
Além desses cuidados com higiene que citamos, é preciso ficar atento
também com os olhos, ouvidos, umbigo, genitais e unhas.

Destaque: As axilas, pescoço, zonas dos órgãos genitais e o ânus


devem estar sempre bem limpos e secos.

Os olhos
A higiene dos olhos começa logo depois do parto, quando o
médico ou as enfermeiras aplicam nos olhos do bebê uma solução
desinfetante para protegê-los de eventuais infecções. Eles podem ter
uma conjuntivite, que na verdade não é nada, apenas a obstrução do
canal lacrimal. Mais adiante podem aparecer irritações, que precisarão
ser tratadas somente sob o cuidado do pediatra. Lembre sempre que
antes e depois de mexer nos olhos do bebê é necessário lavar as mãos.
Outra medida importante é proteger os olhos da criança de luz muito
forte. Se suspeitar de qualquer tipo de transtorno ou dificuldade de
visão em seu filho, entre em contato com o pediatra imediatamente.

Destaque: Os olhos do bebê devem ser protegidos do excesso


de luz solar.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 49


Os ouvidos e o nariz
Os ouvidos segregam cerume. É preciso limpá-los, mas apenas
superficialmente, usando hastes flexíveis sem chegar a introduzi-las no
canal do ouvido. O banho costuma ser suficiente para a limpeza, caso
contrário, converse com seu pediatra.
Não é necessário limpar o nariz do bebê se não houver secreções.
Se for preciso, é possível utilizar soro fisiológico, porém sempre sob
prescrição médica.

O umbigo e os órgãos genitais


O umbigo deve ser limpo com álcool a 70ºC até cicatrizar
completamente. Depois a limpeza diária no banho será suficiente.

Quanto aos órgãos genitais, é importante limpar todas as pregas da


pele, no banho. No caso de meninos, há médicos que aconselham
puxar delicadamente pele do prepúcio, mas faça isso só até onde
oferecer resistência. Nunca force a retração do prepúcio!

Destaque: As obstruções nasais podem ser tratadas com soro


fisiológico, mas sempre sob prescrição médica.

MUDAR A FRALDA DO BEBÊ

Desde o nascimento do bebê os pais ficam às voltas com trocas


freqüentes de suas fraldas para proteger a pele da zona genital e anal,
que é extremamente delicada. Durante os primeiros meses essas
trocas vão ser mesmo muito freqüentes, até o bebê começar a urinar e
soltar suas fezes com regularidade.

Existem no mercado vários tipos de fralda, conforme a idade e o sexo.


A maioria desses produtos é fabricada com materiais de primeira
qualidade, a fim de garantir uma boa absorção, adaptação à anatomia
do bebê e cuidado de sua pele delicadíssima.

Destaque: A troca de fraldas deve ser feita várias vezes durante


o dia, no começo com a alimentação, de modo a garantir a
melhor higiene possível do bebê e, ao mesmo tempo, evitar
irritações da pele numa zona particularmente sensível.

50 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Como fazer?
A troca das fraldas deve ser feita sobre uma superfície ampla, um
trocador, uma mesa ou uma cama recoberta com um pano ou uma
toalha. Como no caso do banho, nessa hora também é bom ter tudo o
que for necessário bem perto: fraldas limpas, toalhinhas umedecidas,
algodão, um recipiente com água, pomada etc. Tudo deve estar ao
alcance da mão. Cuidado: nunca deixe o bebê sozinho.

A troca da fralda deve ser feita com freqüência, sempre que o bebê
estiver sujo ou depois do banho. Mais para a frente, quando o bebê
começar a ter mais regularidade nos xixis e cocôs, a operação pode ser
feita com intervalos maiores.

Depois de tirar a fralda suja, com a ajuda de um algodão umedecido


em água ou uma toalhinha umedecida, limpe toda a zona genital e
anal, da frente para trás, para não levar micróbios da zona anal para as
vias genital e urinária. Se for preciso, repita a operação diversas vezes.
Uma vez limpa a área, seque-a com uma toalhinha ou mesmo uma
fralda de pano, que é bem macia, a fim de não esfregar muito a pele,
que como já dissemos é bastante delicada. Uma vez limpa e seca a
região, basta aplicar uma pomada que evite a irritação da pele.

É esse o momento de colocar a fralda. Procure deixá-la bem ajustada,


mas sem apertar as articulações ou a cintura. A tira adesiva permite
adaptar a pressão conforme o tamanho da criança.

Destaque: Antes de trocar as fraldas, tenha todo o material


necessário perto de você para conseguir fazer a troca sem
deixá-lo sozinho nem por um momento.

Quando ele deve deixar de usar fraldas?


Não existe uma data para isso. Mas está provado que antes dos 18
ou 20 meses um bebê não está neurologicamente preparado para
reter as fezes e a urina. E, mesmo quando já estiver preparado, à noite
continua sendo preciso recorrer às fraldas para garantir um descanso
adequado a ele.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 51


Habituar um bebê a fazer suas fezes na privada não é tão simples. A
primeira coisa a mostrar é o local predeterminado (uma privada, um
penico...) e explicar que é lá que ele pode, se quiser, deixar o cocô.
Procure colocá-lo na privada depois das refeições; nesses momentos os
reflexos nervosos do aparelho digestivo são mais ativos. Outra opção é
levá-lo para fazer cocô no horário em que ele geralmente fazia quando
usava fraldas. Por exemplo, logo ao acordar e no fim da tarde. De
qualquer maneira, é importante armar-se de paciência e esperar que
o bebê aprenda que essa é uma função natural, e aos poucos comece
a controlá-la. Nunca brigue nem castigue sua criança. Faça o contrário:
mostre contentamento cada vez que for levá-lo ao banheiro.
Em algumas crianças o controle da urina demora mais, até os 2 anos, 2
anos e meio, podendo chegar aos 3 anos de idade. Se depois dessa idade
o bebê ainda não alcançou sua autonomia, converse com o pediatra.

Destaque: A partir dos 18 ou 20 meses você pode estimular seu


bebê a controlar sua urina e fezes. Informe o pediatra sobre seus
progressos ou dificuldades para que ele possa orientá-la caso
seja preciso.

A HIGIENE DA CASA

A casa deve estar sempre limpa, arejada, com muita iluminação natural
e uma temperatura agradável.

É preciso ter cuidado com o ar condicionado e o aquecedor. Há


determinados tipos de aquecimento que tornam o ambiente muito
seco, o que deve ser compensado umedecendo o quarto onde se
encontra o bebê, por exemplo, colocando uma bacia de água perto do
aquecedor. Quanto ao ar condicionado, é preciso ter cuidado para não
ficar uma temperatura muito fria, muito menos ter correntes de ar. Em
ambos os casos o resultado pode ser resfriados.

A limpeza da casa deve ser feita com mais cuidado quando o bebê
começa a engatinhar. A partir desse momento pode ter certeza de que
ele vai mexer em tudo e colocar tudo na boca, ou então se deitará em
qualquer lugar. Não que a limpeza deva virar uma obsessão da mãe,
mas algumas regras são bem-vindas:

52 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Sujeiras, pó, insetos que podem provocar doenças ou alergias se
concentram no chão e nos tapetes. Por isso é importante limpá-los
com freqüência.
Limpe também móveis e livros que juntam muito pó. Os banheiros
devem ser limpos todos os dias, pois acumulam muitos germes.
Nunca fume no quarto do bebê.

Destaque: A casa deve estar limpa e arejada. Chão, móveis e


banheiros devem ser limpos diariamente.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 53


CAPÍTULO 7

DESENVOLVIMENTO
FÍSICO

54 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


O PESO, O COMPRIMENTO E O PERÍMETRO CEFÁLICO

O peso
O bebê cresce de maneira espetacular nas primeiras semanas. No
entanto, cada bebê é diferente, e seu crescimento (em comprimento
ou peso) varia conforme a sua constituição, alimentação e evolução
das doenças. Em todo caso, a curva deve ser ascendente e atingir um
peso, no final de 12 meses, entre 8 e 12 quilos.

O comprimento
O comprimento de um bebê passa dos 50 centímetros que tem em
média no momento de seu nascimento para 75 centímetros ao fim
de um ano. Dá para reparar esse crescimento através da roupa, que
vai precisar de até três medidas diferentes nesse período. Mas lembre:
todos esses números são apenas referências médias.

O perímetro cefálico
A evolução do perímetro cefálico é outro dos elementos a se
considerar nessa fase de crescimento. Já falamos que os ossos da
cabeça ainda não estão completamente unidos para permitir o
desenvolvimento do cérebro, que cresce consideravelmente. É a fase
das grandes aprendizagens: a fala, a motricidade..., e o cérebro precisa
de espaço. A média de crescimento do perímetro cefálico vai dos 35
centímetros, no nascimento, até os 46 centímetros quando o bebê
atinge os 12 meses.

Destaque: A evolução do peso, do comprimento e do perímetro


cefálico deve ser controlada periodicamente pelo pediatra.

OS DENTES

Os dentes de leite do bebê estão praticamente calcificados no


momento em que nasce. Mas esses 20 dentes ainda se encontram
ocultos entre os maxilares e só pouco a pouco vão crescendo, até
surgirem na boca por volta do sexto mês. A dentição ficará completa
aos 2 anos e meio.
O ritmo de aparecimento dos dentes é mais ou menos o seguinte:

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 55


Entre o 6º e o 8º mês: os incisivos centrais inferiores.
Entre o 7º e o 9º mês: os incisivos centrais superiores.
Entre o 8º e o 10º mês: os incisivos laterais inferiores.
Entre o 10º e o 12º mês: os incisivos laterais superiores.
Entre o 12º e o 18º mês: os primeiros molares.
Entre o 18º e o 24º mês: os caninos.
Entre o 24º e o 30º mês: os segundos molares, completando
os 20 dentes de leite.

É importante saber que esses limites não são tão rígidos e,


muitas vezes, por herança familiar, e não por doença, podem ser
ultrapassados.

A dentição permanente começa a aparecer entre os 6 e 7 anos, ficando


completa entre os 18 e 19 anos, quando nasce o dente do siso.

As moléstias dentais
O nascimento dos dentes vem acompanhado de alguns incômodos e
até doenças no bebê: agitação, falta de apetite, dor. A criança nessas
circunstâncias tende a levar a mão na boca constantemente. É possível
observar vermelhidão e inchaço das gengivas e aumento da salivação.

Não há necessidade de se preocupar, enfrente a situação com calma.


Esse tipo de reação geralmente não carece de qualquer tratamento.
Evite as substâncias para aplicação local, que podem afetar o esmalte
do dente, muito sensível na época em que está nascendo. No entanto,
o que pode aliviar essas dores é morder algum objeto de borracha.
Quanto à alimentação, não force a criança nessa situação, é melhor
dar-lhe alimentos líquidos e moles.

A higiene dentária
O cuidado com os dentes do bebê começa realmente durante a
gestação, sendo muito conveniente que a mãe se alimente de maneira
correta e que adote as devidas precauções em relação ao consumo
de certos tipos de antibiótico. O conselho médico é sempre o mais
oportuno nesses casos.

No entanto, o cuidado mais importante é a prevenção de cáries, por


isso é fundamental controlar os alimentos que a criança ingere. Todos

56 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


sabem que os doces são prejudiciais aos dentes, portanto é melhor
evitar bolos, açúcar, docinhos, que favorecem o desenvolvimento da
placa bacteriana e acabam por provocar as cáries. Habituar a criança a
comer alimentos adocicados na mamadeira ou molhar a chupeta em
açúcar ou mel é um mau hábito. O bebê acaba se acostumando, o que
coloca em perigo a saúde dos dentes. Está mais do que provado que a
administração local de flúor previne a cárie dentária.

Logo que a criança for capaz, o melhor é habituá-la a utilizar (em


movimentos verticais e não horizontais) a escova de dentes, que deve
ser pequena e macia. A pasta de dentes pode conter flúor para proteger
e reforçar o esmalte dos dentes. Aos 3 anos a criança já deve saber
escovar os dentes sozinha, mas não deixe de fazer uma inspeção.

Destaque: Logo que a criança tenha completado sua dentição,


é aconselhável uma visita ao odontopediatra, o que se tornará
uma prática regular a partir desse momento.

O DESENVOLVIMENTO MOTOR

Desde que nasceu, o bebê começa a responder aos estímulos


externos. No começo as suas reações são automáticas, mas
lentamente ele vai conseguindo controlá-las e adquire novas
capacidades que aos poucos vão dando mais liberdade com relação
à dependência dos adultos. Pode, então, travar relação com o mundo,
começará a pegar coisas, a falar, a engatinhar, a andar.

O desenvolvimento motor é o resultado da evolução física e


psíquica do bebê. Isso acontece gradualmente (ele adquire uma
nova capacidade, tem uma pausa para estabilização e consegue
outra aquisição). Ou seja, a criança avança lentamente, porém com
regularidade. O progresso depende do desenvolvimento do sistema
nervoso.

Podemos estabelecer algumas fases no desenvolvimento motor do


bebê durante o primeiro ano de vida. Essas fases podem variar para
mais ou menos, conforme o caso:

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 57


1 mês: quando de bruços, começa a levantar a cabeça e a mexê-la de
um lado para o outro.
2 meses: é capaz de se apoiar nos antebraços, estica os braços e as
pernas e começa a entreabrir as mãos.
3 meses: mantém a cabeça erguida quando está no colo.
4 meses: tende a agarrar objetos e abaná-los.
5 meses: começa a se virar no berço de barriga para baixo, sozinho.
Brinca com os pés e com as mãos.
6 meses: começa a sentar.
7 meses: leva os objetos à boca e os atira no chão, explora diferentes
partes do corpo.
8 meses: já se senta e é capaz de se esticar para apanhar objetos.
9 meses: consegue levantar e sentar e começa a engatinhar.
10 meses: já se senta perfeitamente, começa a pegar objetos com
os dedos polegar e indicador, quer meter a ponta dos dedos em
qualquer buraquinho, não pára de engatinhar.
11 meses: começa a caminhar com apoio.
12 a 15 meses: já anda sem apoio.

Os pés
Todas as crianças nascem com os pés planos. O arco da planta do
pé vai se formando lentamente. Por essa razão é conveniente que o
bebê caminhe descalço o máximo possível. Pode ser na grama, na
areia da praia, no chão da sala, pois isso permite o fortalecimento da
musculatura dos pés. No entanto, é preciso ficar atenta para que ele
não se machuque ou faça feridas nos pés. O calçado deve ser sempre
cômodo, com sola de couro, bico largo, pequeno forro posterior
interno e que permita a transpiração.

Muitos pais ficam preocupados com a tendência dos filhos de ter


os pés virados para dentro. Isso é comum e costuma se corrigir
espontaneamente. De qualquer forma, é conveniente consultar o
pediatra caso essa situação se prolongue.

As pernas
Os bebês têm as pernas arqueadas durante alguns meses. É comum.

58 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Com o caminhar, as tíbias e as articulações endireitam
progressivamente. Por volta dos 3 anos as pernas estão
completamente retas.

Destaque: O desenvolvimento motor do bebê é progressivo


e lento. Qualquer anomalia que se descubra deve ser
imediatamente comunicada ao pediatra.

A GINÁSTICA DO BEBÊ

Todos os movimentos que o bebê realiza facilitam o desenvolvimento


de sua musculatura. O fato de se mexer é bom para sua saúde. Alguns
pais se preocupam, mas não há motivo para isso.

Um bom momento para que o bebê faça um pouco de ginástica é


na mudança de fraldas. Convém estendê-lo numa cama ou numa
superfície com espaço para que ele possa se mexer à vontade, mas
com segurança.

Outro bom momento é o banho. Ao se sentir livre de qualquer roupa


que restrinja as suas articulações, o bebê pode se movimentar com
muita liberdade. É uma boa ocasião para mexer braços e pernas. Deixe
que ele dê a volta, ajude-o a sentar e levantar – é claro que sempre
segurado por alguma pessoa adulta para que não ocorra um acidente.

É importante levar em conta que os movimentos do bebê devem ser


espontâneos e naturais. Nunca force a criança puxando com força suas
pernas ou braços.

A partir do momento em que começa a andar, a musculatura se


fortalece com rapidez. Agora ela corre e pula continuamente.
Exercícios, como colocar-se na ponta dos pés ou subir e descer
escadas são extremamente importantes para o desenvolvimento da
musculatura das pernas.

Destaque: É muito bom que a criança faça exercícios


musculares. O momento da mudança da fralda e do banho são
duas ocasiões perfeitas para isso.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 59


CAPÍTULO 8

DESENVOLVIMENTO
PSICOLÓGICO

60 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


O aprendizado e a comunicação

Paralelamente ao desenvolvimento físico, vai também progredindo a


capacidade de se comunicar, falar, brincar porque o desenvolvimento
é global: tanto físico quanto psicológico.

Nos capítulos anteriores, descrevemos os progressos habituais no


primeiro ano de vida do bebê no aspecto motor. Vamos conhecer
agora esse processo do ponto de vista psicológico.

1 mês: vira-se para a mãe quando escuta sua voz. Sorri de forma
isolada. Segue com o olhar os pontos luminosos e as cores mais vivas,
desde que estejam dentro do seu campo visual.
2 meses: começa a sorrir quando alguém fala com ele; pronuncia sons
semelhantes às consoantes. Surpreende-se com sons mais fortes.
3 meses: observa com atenção tudo que o rodeia; o seu quarto, as
atividades das pessoas, as suas mãos. Responde aos sons quando
falam com ele.
4 meses: abana os objetos para que façam barulho; manifesta
abertamente o seu estado de espírito: alegria, tristeza, medo; ri
abertamente; reconhece objetos de uso corrente, como a mamadeira.
5 meses: sabe diferenciar perfeitamente a voz das pessoas que
falam com ele.
6 meses: exprime com clareza a sua aceitação ou recusa. Por exemplo:
na hora de comer ou se vestir; balbucia para chamar a atenção das
pessoas com quem pretende se comunicar.
7 meses: leva à boca todos os objetos que segura com as mãos;
reclama a atenção dos familiares que identifica e os distingue
perfeitamente das pessoas estranhas; toma consciência da
existência de um mundo além da sua visão; pronuncia algumas
sílabas por repetição.
8 meses: descobre o prazer de brincar com as pessoas, esconde-se
atrás da almofada ou de uma cortina; fica muito próximo da mãe, pois
a reconhece como sendo a fonte de segurança e proteção.
9 meses: consegue chamar atenção com seus gestos e as suas
gracinhas; começa a sentir ciúme se não for atendido.
10 meses: sabe dar tchau com a mãozinha; reconhece os objetos do
cotidiano quando dizem seu nome.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 61


11 meses: a motricidade do bebê atinge um alto grau de
desenvolvimento; puxa a toalha da mesa, e mexe em vários objetos ao
mesmo tempo.
12 meses: consegue entender as intenções das pessoas pelo tom
de voz que usam com ele; imita os outros nos gestos, nas ações. Fica
zangado, muito bravo mesmo, quando sua vontade não é realizada.
Pronuncia duas a três sílabas que, com variação de tom rendem
inúmeros significados.

Esses aspectos do desenvolvimento psicológico não dependem


apenas da capacidade da criança, mas também de outros fatores:
genéticos, o ambiente em que vive, saúde etc.

Destaque: É importante que os pais prestem atenção em


todos os aspectos psicológicos, fortaleçam e desenvolvam
as habilidades e aprendizagens da criança, com calma, sem
imposições.

O SONO

É difícil determinar a quantidade de horas que um bebê deve dormir. A


maioria dorme entre 15 e 20 horas durante os três ou quatro primeiros
meses de vida, mas nas primeiras semanas, os hábitos do bebê são
imprevisíveis e a adaptação a esse ritmo pode ser difícil.

Nesse período, costumam dormir entre três e quatro horas, nos


intervalos da alimentação, mas alguns bebês resistem a isso
fazendo longas dormidas durante o dia, para depois passarem
horas acordados à noite.

A partir do sexto e sétimo meses, o bebê passa a dormir algumas


horas de manhã, mais algumas à tarde; com mais alguns meses
basta uma boa dormida à tarde. De qualquer forma, é o bebê quem
determina seu ritmo.

É preciso prestar atenção nos sinais de cansaço de seu filho. Quando


esfrega os olhos, boceja ou começa a ficar irritado, é provável que

62 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


esteja querendo dizer que está com sono. O melhor é colocá-lo
para dormir, porque senão mais tarde é bem provável que não
consiga dormir bem.

É importante que coma sua última refeição num lugar tranqüilo e


calmo, longe de luzes fortes e barulhos – nem é preciso dizer longe da
televisão ou de um rádio. Dessa maneira ele vai associando a idéia de
silêncio à de sono.

É claro que é conveniente manter uma rotina para os horários de


dormir da criança, mas lembre-se de que essa organização deve ser
ajeitada conforme cada criança. Idéias rígidas com relação ao sono
podem levar a métodos de força, que não têm outro efeito a não ser
provocar recusa na criança.

Onde o bebê deve dormir?


O melhor é que cada um tenha seu quarto. No entanto, muitas vezes
os pais preferem que o bebê durma perto deles para facilitar as trocas
e mamadas à noite. Nesse caso, quando a criança estiver entre o
sexto e o oitavo mês, procure transferi-la para o seu quarto definitivo,
porque nessa ocasião sua necessidade de alimentação é menor e seu
sono é menos profundo, podendo ser interrompido com qualquer
ruído. O melhor é que fique sozinho no seu cantinho.

Como preparar o berço?


Hoje, com as fraldas descartáveis, tudo ficou mais fácil. O forro de
colchão não é mais tão necessário, apesar de sempre ser útil para
qualquer “acidente”.
Não coloque mais roupa de cama para o bebê além daquela que você
está usando na sua cama. O costume de agasalhar demais a criança é
um erro que pode prejudicá-la.

Posições para dormir


Durante os primeiros meses, é melhor que o bebê durma de lado
(principalmente o direito, se acabou de comer). É prudente evitar
colocá-lo de costas, porque caso regurgite leite nessa posição há a
possibilidade de asfixiar-se. Evite, também, colocá-lo de bruços. Por
mais que os costumes variem entre um país e outro, o ideal é fazer o

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 63


bebê acostumar-se a dormir em várias posições, pois cada uma delas
tem a sua vantagem e evita-se que a cabeça do bebê se “molde” se
ficar sempre deitado na mesma posição.

Uma postura lateral dá liberdade para que a criança olhe para as


paredes do quarto ou do berço e faz com que fique com o rosto mais
livre do que se estivesse de bruços. Para mantê-la nessa posição,
pode-se colocar uma toalha enrolada junto das costas e por baixo
do pescoço. Com essa finalidade, existe também uma espécie de
almofada dupla em forma de triângulo, à venda em lojas de acessórios
para bebês.

A partir do sexto ou sétimo mês, quando o bebê consegue se virar


completamente e ele mesmo se coloca em qualquer posição, já não há
mais razão para preocupações se a criança preferir dormir de costas.

A hora do sono
Já dissemos que o melhor é criar um ambiente especial no quarto do
bebê na hora que ele vai dormir. É bom também habituá-lo a ir para
a cama na mesma hora e, se possível, que ele veja o pai ou mãe no
berço antes de dormir. Dessa maneira, com serenidade e sem agitação,
o bebê irá se acostumar à hora do descanso, que pode prolongar-se,
em muitos casos, durante 12 horas seguidas, quando já não precisa de
alimentação no meio da noite.

Destaque: Durante os primeiros meses, o bebê deve dormir de


preferência deitado de lado, sendo conveniente mudá-lo de
posição de vez em quando.

O CHORO

O choro é a primeira forma de comunicação do bebê. Exprime sempre


alguma coisa: dor, sede, fome, sono, desconforto por estar sujo, por ser
incomodado, por causa de barulho.

Sempre dê importância ao choro do bebê. Quando ele chora é porque


está com algum problema - e, como não sabe falar, chora. Por isso
a primeira coisa a fazer é tentar descobrir o motivo do choro para

64 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


resolver o problema. Não existe nenhum remédio que faça o bebê
parar de chorar num passe de mágica.

Muitas vezes o choro do seu filho pode ser enervante, deixando você
realmente irritada. Parece que entra na nossa cabeça como se fosse
uma agulha espetada. Quando isso acontecer, respire fundo e procure
conservar a calma, para o seu benefício e para o do bebê. Também
não se desinteresse pela criança fechando a porta e deixando-a chorar
sozinha. Muito menos use violência ou rispidez. Houve casos em
que pais acabaram batendo nos filhos nessa situação. Nunca faça isso.
O melhor é se acalmar e pedir ajuda a alguém que se encontre
mais calmo.

O que fazer quando o bebê chora? É muito simples:

Se tem fome, dê de comer.


Se está cansado, coloque-o para dormir.
Se está sujo: basta trocar a roupa ou dar-lhe um banho.
Se tem alguma doença: mude-o de posição, arrume seu bercinho,
cubra-o ou descubra-o conforme sua temperatura.
Se está se sentindo sozinho, converse com ele, dê um pouco de
atenção, mude o berço de lugar, coloque-o observando
o movimento da casa.

Muitas vezes quando chega a noite alguns bebês choram


desconsoladamente. E por mais que você se esforce, ele não pára.
No final você pega seu filho no colo para que se acalme. São crises
comuns durante os primeiros meses, que uma hora param. Só tome
cuidado para que ele não chore apenas porque quer que você o
pegue no colo.

Como acalmar seu bebê


A chupeta muitas vezes é uma boa solução.
Dê um pouco de água: principalmente se estiver calor e ele já come
alimentos sólidos.
Compre um daqueles cangurus, uma espécie de saco ou mochila
onde você pode carregar seu bebê nas costas pela casa. Muitos bebês
querem apenas ter companhia.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 65


Ligue uma música. Dizem que música amansa as feras, ela tem o
mesmo efeito com crianças choronas.
Dê um banho. Um bom banho faz com que o bebê relaxe,
especialmente à noite.

Destaque: Quando um bebê chora, procure atendê-lo, pois o


choro quer dizer que ele tem alguma coisa. Nunca bata num
bebê. Além de ser um ato desumano, bater só vai fazer com
que ele chore mais ainda e você pode causar uma lesão grave
no pequenino. Se o choro não é uma de suas características
corriqueiras, é melhor levá-lo ao pediatra.

AS BRINCADEIRAS

Brincar e jogar tem uma importância decisiva para o bebê. Brincando,


além de aproveitar a alegria da vida, o bebê evolui e cresce. Mexendo
nas coisas, colocando-as na boca, apalpando objetos, etc., ele capta
diariamente centenas de informações que permitem que raciocine e
vá formando sua inteligência.
Além disso, se o jogo for partilhado com outras pessoas, vai ajudá-lo
na integração social.

Um jogo para cada idade


Nem todos os jogos são adequados para um bebê. Cada idade
corresponde a certas capacidades, e todos os jogos têm um grau de
dificuldade que é preciso considerar.

Entre 0 e 3 meses, o bebê sente-se muito atraído pelos sons, a música,


o movimento, a luz e a cor. Os jogos mais adequados para essa idade
são os móbiles com caixas de música pendurados no teto ou no berço
e, naturalmente, músicas na hora de dormir ou simplesmente ser
embalado nos braços dos pais.

Entre os 3 e 6 meses, o bebê, além do que já falamos, mostra também


interesse em colocar objetos na boca, pegar coisas e se relacionar
com os outros. Nessa idade gosta de fazer, e de que lhe façam, caretas

66 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


e sorrisos, sente interesse pelos brinquedos que pode chupar, por
passear no seu carrinho e descobrir o mundo.

Entre os 6 e os 9 meses, o bebê coloca tudo na boca e gosta


de brincar com bonecos e patinhos ou objetos de borracha,
especialmente se fizerem barulho. As bolas são também apropriadas
para essa idade, pois oferecem uma ótima oportunidade de brincar
fazendo-a rolar continuamente. E, é claro, a criança adora brincar
jogando objetos no chão.

Entre os 9 meses e 1 ano, o bebê começa a caminhar e aperfeiçoa


incrivelmente todos os seus movimentos. Domina com habilidade os
movimentos das mãos e adora pegar em colheres, copos de plástico.
Levanta-se e senta-se constantemente, esconde-se, empurra e muda
de lugar todo tipo de objeto, guarda no cesto de brinquedos e tira
de volta, faz isso com muitos objetos que tem nas mãos. Os cubos de
plástico são ótimos para essa idade.

Quando a criança atinge o primeiro ano de vida, já aperfeiçoou sua


habilidade em manusear objetos, sendo capaz de relacionar formas
e cores. Os pequenos quebra-cabeças de grandes peças ou as figuras
geométricas para encaixar são adequados para essa fase da evolução
da criança. O mesmo acontece com os veículos de rodas.

Brinquedos perigosos
É importante que toda vez que seu filho resolva brincar com um
objeto perigoso você diga “não” carinhosamente e tire o objeto de sua
mão. Nunca o deixe brincar com objetos que possa colocar na boca e
que tenham peças destacáveis ou cortantes.

Destaque: É preciso tomar algumas precauções com os


brinquedos que o bebê coloca na boca. Devem ser grandes
o suficiente para que não sejam engolidos ou aspirados e
fabricados com substâncias não tóxicas nem inflamáveis.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 67


CAPÍTULO 9

A ROUPA
DO BEBÊ

68 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


CONFORTO E SEGURANÇA
Modernas ou clássicas, baratas ou caras. No final das contas, o que
importa na hora de comprar a roupa para o seu filho é que seja
confortável, fácil de colocar e fácil de lavar.

Não adianta, não existe criança que goste de se vestir ou mesmo


se despir – a não ser que seja para um gostoso banho de banheira.
Por isso, você deve procurar uma roupa mais para ampla, que entre
facilmente pela cabeça e braços, e que seja bastante solta, dando
liberdade de movimentos.
Bebês e tecidos sintéticos não combinam. Em geral, a pele dos
pequenos é delicada e se irrita ao contato com esse tipo de tecido.
Além disso, não permite a transpiração – evite-o. O algodão é a fibra
perfeita, pois agasalha ao mesmo tempo que facilita a transpiração.
A lã, pelo contrário, em contato com a pele pode provocar eritema
devido ao efeito do calor, e mesmo roupinhas que tenham pêlos
compridos podem irritar.
A segurança é especialmente importante. Evite fibras que possam vir a
enrolar no pescoço e alfinetes de bebê. Os melhores fechos são os de
velcro; além de seguros, são fáceis de fechar. Já botões não são tão práticos.

Destaque: A roupa do bebê deve ser confortável, fácil de colocar


e de lavar. O algodão é a fibra natural mais recomendada, pois é
quentinha e, ao mesmo tempo, permite a transpiração.

COMO LAVAR A ROUPA

Toda roupa que for entrar em contato com a pele do bebê precisa
ser lavada antes de ser usada. É recomendável também tirar
cuidadosamente a etiqueta da marca para evitar que ela possa causar
alguma irritação.

Tanto a roupa do seu bebê quanto os lençóis – que também ficam


em contato direto com a pele do pequenino, especialmente o rosto
– devem ser lavados com todo o cuidado. Sabão ou detergente de
qualidade e específico para tecidos delicados é imprescindível.
Por mais que as máquinas de secar roupa centrifuguem e aqueçam

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 69


os tecidos, nada é mais natural do que secar as roupas do seu bebê
sob o sol. Evite usar qualquer tipo de calor – de um aquecedor, do
motor da geladeira – que não o sol para secar peças de roupa, pois
elas ficam ásperas.

Destaque: Antes de estrear uma roupa em seu bebê, lave-a.


Também convém tirar a etiqueta da marca, para não provocar
irritações na pele.

O SAPATO

O uso de um sapato infantil apropriado é muito importante para prevenir


o aparecimento de alterações dos membros inferiores das crianças.
Botinhas de lã e sapatinhos muito flexíveis servem para manter os
pés quentes, mas, a partir de 1 ano de idade, quando geralmente a
criança começa a andar, é aconselhável procurar um sapato adequado
às suas necessidades. Convém que tenha um bico relativamente largo
e forro (a parte de couro que recobre o calcanhar) mais rígidos na
parte posterior e interna, para que o pequenino tenha estabilidade,
no entanto a sola deve ser flexível. Evite botas ortopédicas rígidas que
restringem a mobilidade do tornozelo, dificultando o caminhar.

Até os 3 anos, muitas crianças têm pé chato e até meio abertos para
fora, isso acontece pelo acúmulo de gordura na planta do pé e pelo
pouco desenvolvimento muscular. Somente se o problema persistir
depois dessa idade que é conveniente procurar um pediatra.
Sapatos muito grandes trazem dificuldade para andar. É melhor escolher
um modelo mais simples e barato para poder trocá-los com maior
freqüência. Não é aconselhável aproveitar sapatos que já foram usados,
porque o peito do pé já se adaptou à forma de caminhar da outra criança.

Saiba: é saudável caminhar descalço.


Aproveite a areia da praia e a grama para deixar o seu filho caminhar
descalço à vontade.

Destaque: Os primeiros sapatos para andar devem ter sola


flexível, e ao mesmo tempo o forro um pouco rígido, que traga
estabilidade.

70 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


A P ÍT ULO 1
C 0

PROBLEMAS
E DOENÇAS

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 71


É normal se preocupar quando o bebê fica inquieto e chora. Até que
ele aprenda a falar, o choro é um dos sinais que permitem ao adulto
descobrir mais facilmente qualquer alteração em seu organismo.

Não precisa exagerar, mas também nada de se sentir envergonhada


de consultar o pediatra sempre que perceber alguma modificação no
comportamento de seu filho ou no seu aspecto físico.

O primeiro sinal de que algo não vai bem com a saúde de seu filho é
a febre. Mas também a tosse, a respiração difícil (quando o bebê fica
ofegante), os vômitos em seqüência, as mudanças na cor da pele ou
o aparecimento de manchas ou de erupções na pele e a diarréia são
sinais claros de alguma doença.

FEBRE

Por mais que seja um dos sinais mais freqüentes de que seu filho está
doente, não precisa se alarmar. Nas crianças os aumentos súbitos
de temperatura são freqüentes, e não tem relação, na maioria dos
casos, com a gravidade da doença que eventualmente os provoca. A
temperatura normal do reto de um bebê é 37 a 37,5ºC.

A partir dos 38ºC é preciso recorrer a um antipirético (medicamentos


que fazem baixar a temperatura) e a outras medidas.

Embora pareça um contra-senso, é preciso manter a criança com


pouca roupa, permitindo que perca calor.
É importante fazer com que beba líquidos com freqüência. Se não
estiver comendo podem ser líquidos açucarados.
Prepare um banho com água na temperatura de todos os dias e, com
o bebê dentro da banheira, vá acrescentando água fria. Pode passar
uma esponja molhada em seu rosto e corpo, para aumentar o efeito de
perda de calor. Deixe a criança ficar nessa água de cinco a dez minutos.

Evite pano molhado com água fria na cabeça ou no corpo, assim


como pano embebido em álcool devido ao efeito irritante que pode
ter em contato com a pele do bebê. Embora eventualmente baixem a
temperatura, provocam a seguir uma subida de temperatura até mais
alta do que as primeiras como uma espécie de reação.

72 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Paralelamente ao banho, enquanto espera o pediatra, dá para baixar
a temperatura com o uso de um antipirético. Os mais comuns são
os que contêm ácido acetilsalicílico (como a aspirina infantil) e o
paracetamol, que devem ser ministrados de acordo com a idade e o
peso da criança.

A complicação mais freqüente e assustadora da febre é a convulsão,


que pode ser acompanhada de perda de consciência ou de
movimentos musculares bruscos que passam em minutos. No entanto,
nesses casos não deixe de consultar seu pediatra ou encaminhar a
criança a um hospital para uma avaliação mais detalhada.

Destaque: A febre alta no bebê pode ser freqüente, mas na


maioria dos casos não tem relação com a gravidade da doença
que a provoca.

TOSSE

É uma espécie de reflexo que serve como sinal, ao mesmo tempo, um


meio de defesa do bebê, pois permite controlar as secreções. A tosse
muitas vezes é útil, porque serve para limpar as vias aéreas. O bebê
não cospe, mas engole as secreções, que depois são neutralizadas no
estômago.

Em geral, uma entre duas visitas ao pediatra é decorrente de tosse.


Para o médico poder fazer um diagnóstico preciso a respeito da causa
da tosse, é importante informar se ela aparece de manhã ou à noite, se
é uma espécie de tosse seca ou se traz secreções.

Embora um xarope possa resolver os acessos de tosse, evite ministrá-


lo por iniciativa própria. O xarope pode encobrir um sinal importante
no diagnóstico médico.

Destaque: Só se deve dar xarope ao bebê por ordem do


pediatra. A tosse é muitas vezes útil, especialmente se há
secreções.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 73


DOENÇAS MAIS FREQÜENTES E VACINAS

Felizmente seu bebê quando nasce e ao longo dos primeiros meses de


vida ainda se encontra protegido pelos anticorpos que herdou da mãe.
Isso explica o fato de eles só começarem a contrair doenças típicas de
criança, como sarampo e rubéola, quando estão mais crescidinhos.
Algumas dessas doenças podem ser prevenidas através das vacinas.

É muito importante ter uma carteirinha de vacinação atualizada,


para controlar o que foi ministrado ao seu filho. Procure se informar
sobre campanhas de vacinação pública, além das vacinas que podem
ser tomadas nos postos de saúde. O pediatra, na visita mensal, deve
orientar os pais caso esteja na época de alguma vacina.

Destaque: É importante respeitar o calendário oficial e guardar


sempre a caderneta de vacinações.

PROBLEMAS NA PELE

A pele do bebê é particularmente delicada e frágil. O seu grau de


permeabilidade faz com que produtos totalmente inócuos para os
adultos sejam nocivos para ele. É por isso que água de colônia com
álcool, alguns desinfetantes e pomadas que contenham corticóides
devem ser evitados.

A irritação mais freqüente na pele do bebê é uma dermatite


desencadeada pelo contato demorado da zona cutânea com a
umidade, o amoníaco da urina e diversos agentes, como fungos
ou bactérias.

Com as fraldas descartáveis, esse tipo de reação é cada vez menos


comum e para combatê-la basta limpar bem o local e deixar o
bumbum da criança tomando um pouquinho de ar.

Acontece também de o bebê apresentar certa escamação no couro


cabeludo entreos 3 meses e os 7 meses. Se isso acontecer com o seu
filho, basta fazer uma massagem na cabeça com um óleo como o de

74 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


amêndoas, deixar atuar por algumas horas e depois eliminar – com
delicadeza – essa “caspinha” com um pente de dentes muito finos.
Depois lave sua cabeça como de costume.

Muitas crianças nascem com uma mancha avermelhada na testa,


nas pálpebras superiores, no lábio superior ou na parte posterior do
pescoço. Não se preocupe elas desaparecem sozinhas no primeiro
ano de vida.

Muitos bebês têm alguns pequenos grãos de sebo ou pequenas


pápulas avermelhadas espalhadas pelo corpo. As duas situações não
têm nenhuma importância e passam espontaneamente.

Infecções na pele, como bolhas com pus ou crostas com secreções,


devem ser analisadas pelo pediatra e tratadas.

Destaque: Para tratar a mais comum dermatite em bebês, que


acontece em decorrência do uso freqüente de fraldas, basta
fazer uma boa higiene e manter a criança um pouco sem fraldas
depois da limpeza.

PROBLEMAS NOS OLHOS

O problema mais comum com os olhos é um avermelhado devido a


uma conjuntivite. A forma correta de tratar essa infecção é limpar a
região com soro fisiológico e aplicando um antibiótico.

Após o nascimento se o olho começar a lacrimejar ou sofrer infecções


freqüentes, pode ser que exista alguma obstrução no canal lacrimal.
Se o problema persistir o pediatra pode recomendar uma visita ao
oftalmologista.

Os olhos do recém-nascido estão mais desenvolvidos que o restante


do organismo. É por isso que as crianças dão a impressão de ter olhos
grandes. Durante a amamentação e de forma especial nos primeiros
6 meses de vida, a visão sofre um desenvolvimento notável. Por isso
é tão importante colocar seu bebê num ambiente adequado com

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 75


relação a mobília, iluminação, brinquedos, cores do quarto etc. O ideal
é que o berço não fique encostado à parede, para posição do berço de
forma a permitir o desenvolvimento simétrico da visão periférica e dos
músculos oculares de seu filho.

Hoje se sabe que uma boa visão só é possível quando houve, antes,
um bom desenvolvimento motor. Por esse motivo é extremamente
importante que toda criança antes de começar a andar aprenda a rolar,
rastejar e, sobretudo, engatinhar.

Antes dos 3 anos, o transtorno mais facilmente reparado pelos paisnos


olhos de seu filho é o estrabismo. Muitas vezes, trata-se de um falso
estrabismo, provocado pela menor abertura do olho no ângulo interno
oculto da pálpebra. Se o estrabismo persistir, um dos métodos mais
simples de corrigi-lo consiste em tapar o olho são. Em casos complexos
o oftalmologista poderá recomendar uma cirurgia. O mais importante
é conseguir que a criança consiga atingir o paralelismo ocular
adequado, não só por razões estéticas, mas também para evitar uma
visão dupla e o abandono do uso de um dos olhos.

Destaque: Uma boa visão só é possível se antes houver


um desenvolvimento motor adequado. Por esse motivo é
importante que o bebê antes de começar a andar aprenda a
rastejar, rolar e engatinhar.

PROBLEMAS NOS OUVIDOS

Descobrir se seu bebê sofre de alguma insuficiência auditiva nem


sempre é simples. Porém, os pais devem ficar atentos se o recém-
nascido não se sobressaltar ao ouvir uma palmada, ou se quando
estiver irrequieto não se acalmar ao ouvir a voz da mãe ou do pai.
Dos 8 aos 12 meses, o bebê deve voltar a cabeça quando ouvir sons
familiares e deve balbuciar.
O resultado de uma possível correção de um defeito auditivo tem
relação direta com a precocidade com que o defeito é detectado.
Por isso é tão importante consultar um pediatra se há suspeita de
qualquer problema.

76 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


A doença mais comum na criança é a otite. Dor, irritação, a recusa de
ingerir alimentos e/ou a febre são um quadro sugestivo. Um sinal é
a dor que ela pode sentir logo que for feita pressão junto à orelha. A
causa da otite geralmente se localiza numa infecção no ouvido.

Não tente diminuir a dor colocando gotinhas disso ou daquilo. Assim,


você poderá mascarar os sintomas e impedir a análise precisa do
ouvido feita pelo pediatra, atrasando assim, um tratamento eficaz.

Uma vez que o médico receitou o medicamento adequado, você


pode aliviar a dor com um método caseiro. Aplique calor seco sobre o
ouvido infectado e dê ao pequeno um analgésico; um dos que você já
costuma usar para fazer baixar a temperatura dele.

Em geral, nunca procure extrair um corpo estranho de dentro do


ouvido de seu bebê, a não ser que consiga segurá-lo com facilidade
do exterior. E, principalmente, não introduza pinças ou qualquer outro
tipo de objeto no canal do ouvido.

Destaque: É possível verificar se o bebê está sentindo dor de


ouvido fazendo uma ligeira pressão junto à orelha. Não coloque
nenhuma gotinha ou remédio sem a indicação do pediatra.

PROBLEMAS NA BOCA E NOS DENTES

É muito comum que seu filho tenha nos primeiros meses de vida uma
infecção conhecida popularmente como sapinho. Ela se manifesta na
forma de uma membrana branca, que parece nata de leite, na parte
interior da boca. Não é mais do que um fungo, porém provoca dores
na hora de se alimentar.

A aplicação de um líquido fungicida várias vezes ao dia é, geralmente,


suficiente. Além disso, será preciso aumentar as medidas de higiene na
limpeza do mamilo, das chupetas e mamadeiras.

Muitas mães preocupam-se quando, por volta dos 2 ou 3 meses,

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 77


o filho começa a babar abundantemente. É apenas um processo
fisiológico normal, não se trata de qualquer problema. Simplesmente
chegou a hora em que o bebê começa a produzir mais saliva.

O início da saída dos dentes acontecerá mais tarde, por volta dos 5
ou 7 meses.

Embora sejam normais dores quando o dente rasga a gengiva,


algumas crianças passam por esse processo sem o menor problema.
Os pediatras não aconselham a aplicação de medicamentos sobre as
gengivas, pois podem lesar o esmalte dos dentes que acabaram de
nascer e que é muito sensível.
Os remédios que se utilizam para tratar a febre são suficientes. Além
disso, morder objetos alivia o mal-estar. Um mordedor de borracha
conservados na geladeira cumprem o papel.

A estomatite é uma infecção provocada por um vírus, acompanhada


de febre alta. Manifesta-se por pequenas aftas que se formam no
interior da boca e nas gengivas e são muito dolorosas para o bebê.

O tratamento consiste em medidas higiênicas de limpeza oral e


aplicação de alguns medicamentos que aliviem as dores. O bebê
aceitará melhor alimento líquido, frio e não ácido.

Destaque: A higiene oral é especialmente importante nos bebês


cujas defesas são menores perante bactérias, fungos ou vírus.

A MORTE SÚBITA

Como o próprio nome diz, trata-se da morte inesperada do bebê,


sem nenhum sinal prévio de doença. A causa, até hoje, continua sendo
um mistério. É uma situação traumática para os pais e também para
os pediatras.

78 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


A freqüência varia com o nível social e a situação geográfica, sendo
mais afetados os bebês com menos de 1 ano e também aqueles bebês
que estavam dormindo de bruços.

Quando existem antecedentes familiares, ou o pequeno possui fatores


de risco, como doenças respiratórias ou neurológicas, podem ser
adaptados monitores no bebê enquanto ele dorme que dão um sinal
de alarme caso ele pare de respirar. Acordá-lo com uma sacudidela é o
suficiente para que volte a respirar.

Hoje há testes que avaliam a predisposição para esta situação.

Destaque: Quando existem antecedentes familiares ou


problemas respiratórios desde o nascimento, pode ser usado
um alarme durante o sono, que sinalize quando houver
interrupção da respiração do bebê.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 79


U
CAPÍT LO 11

A SEGURANÇA
EM CASA

80 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


CUIDADO COM A CASA

Segundo as estatísticas é em casa que a maior parte dos acidentes


infantis acontece. Nem sempre é a casa dos pais, mas dos avós e dos
amigos não tão preparadas para a prevenção. Crianças desconhecem
o significado da palavra perigo. Por isso é importante ensinar ao seu
filho, desde pequeno, a se manter longe dos lugares que oferecem
perigo, com maiores riscos de acidente, e tentar colocar a distância
objetos que possam provocá-los.

Crianças entre os 9 meses e 4 anos são as mais propensas a acidentes.


Eles acontecem com maior freqüência com os meninos do que com as
meninas, principalmente quando se trata de garotos impulsivos, ativos
e que sempre estão querendo chamar a atenção.

Há duas coisas que você precisa ter sempre em mente caso aconteça
um acidente:

Mesmo que o acidente seja terrível, a melhor coisa a fazer é manter


a calma. Quanto mais assustada estiver a criança, mais difícil será
levá-la a um atendimento de urgência para que sejam feitos os
primeiros socorros.
Ganhar tempo pode ser decisivo. Tenha sempre à mão e em lugar
de fácil acesso os telefones de urgência, como o do médico, da
ambulância, dos bombeiros e da polícia.

Destaque: Manter a calma e ter anotado em lugar visível os


telefones para caso de urgência permite ganhar tempo, o que
pode ser vital no caso de um acidente.

GOLPES E CONTUSÕES

Quando os bebês ainda não aprenderam a andar, o acidente mais


comum é cair do berço ou da cama dos pais. Para evitar esse acidente
tão corriqueiro, basta manter abaixadas as laterais do berço, que devem
ter barras com intervalos de no máximo 7 centímetros entre uma e
outra. Além disso, nunca deixe a criança sozinha sobre sua cama.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 81


As crianças costumam imitar o que vêem os adultos fazer. Por isso
é importante evitar colocá-la na janela e, mais ainda, apóia-la numa
cadeira ou sobre o peitoril, mesmo que tenha alguém ao lado
segurando-a. Como medida complementar, o melhor é colocar
elementos de segurança como uma rede nas janelas e terraços para
impedir que suba pela grade ou passe através dela.

Colocar adesivos antideslizantes debaixo dos tapetes, proteger as


quinas das mesas e outros móveis, colocar uma portinha em cada
canto da escada e na porta da cozinha são medidas a ser adotadas tão
logo a criança comece a engatinhar.

É normal que o pequenino após levar um tombo, batendo a cabeça,


chore e depois adormeça. Se o incidente não foi nada sério, deixe-o
descansar, mas observe seu sono. Se vomitar ou der a impressão
de estar desorientado ou excessivamente com sono, mesmo que o
acidente tenha sido há algumas horas, leve-o ao hospital.

Destaque: Mesmo que já tenham passado algumas horas de


uma queda, se a criança está com sono e desorientada ou tem
alguma alteração de comportamento, a melhor coisa a fazer é
levá-la ao hospital.

AS QUEIMADURAS

A mãe deve ensinar ao filho, desde pequeno, a não ficar entre suas
pernas enquanto está na cozinha. Esse é o lugar da casa que mais
oferece perigo para ele.

No fogão, coloque as panelas com o cabo para dentro. Tome cuidado


e nunca transporte líquido quente se, no caminho, existir alguma
possibilidade de tropeçar no seu filho. Nas refeições procure colocar
uma espécie de pinça que prende a toalha à mesa, para que, caso
ele a puxe, não caiam a toalha, e junto com ela, um prato de sopa
ou qualquer outro líquido quente. Quando for encher a banheira,
comece com a água fria e depois com a quente; se por acaso ele cair na
banheira não sofrerá queimaduras.

82 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Dependendo da superfície afetada e da profundidade da queimadura,
o tratamento varia. Se for uma queimadura leve, é possível aliviar a
dor usando água fria na zona afetada, o que também reduz o dano
eventualmente sofrido pelas células.

As queimaduras menores, de segundo grau (isso é, quando se


formam bolhas), podem ser lavadas com água e sabão neutro. Se
a queimadura for profunda, é melhor não mexer, embrulhe a zona
queimada numa toalha ou lençol limpo e leve seu filho ao hospital
imediatamente. Nunca procure descolar a roupa que eventualmente
ficou colada à pele.

Um acidente com corrente elétrica também pode provocar graves


queimaduras. O mais urgente nesse caso é desligar a fonte de energia
e levar a criança embrulhada em pano seco para o hospital.

Destaque: Habituar seu filho a não ficar entre suas pernas


enquanto cozinha, começar a encher a banheira com água fria e
proteger as tomadas evitará queimaduras.

A ASFIXIA

Como sabemos, as crianças adoram colocar na boca tudo o que


vêem pela frente. Na maior parte dos casos, se engolir o objeto, ele
chega ao estômago e segue pelo intestino sem a menor dificuldade.
O problema é com coisas bicudas como alfinete, agulha, alfinete de
bebê, que podem perfurar o intestino. Outro grande problema é se ele
aspirar o objeto, que pode asfixiar por obstrução, ou eventualmente
se forem vegetais (frutos secos por exemplo), que vão parar nos
brônquios e podem causar pneumonias muito graves.

Se o bebê engasgar, o melhor é colocar os dedos na garganta com a


cabeça inclinada para baixo ou em posição vertical agarrado pelos
pés. Mesmo que, depois do susto, a criança pareça estar perfeitamente
bem, é conveniente não deixar de contar o episódio ao pediatra.

Caso não seja possível extrair com facilidade o objeto com o qual
se engasgou, não perca tempo e vá direto ao pronto-socorro. Todo

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 83


objeto que chega ao estômago consegue percorrer o intestino, mas
pode demorar uma semana, ou ainda mais, para aparecer, finalmente,
nas fezes. Uma radiografia pode ajudar a localizá-lo.

Evite colocar no bebê correntes com medalhas e cordões para


pendurar a chupeta, pois podem enrolar-se em seu pescoço.
Também não deixe à mão sacos plásticos em que, ao brincar,
possa introduzir a cabeça.

Seu filho não deve ficar nunca sozinho na banheira. Saiba que 20
centímetros de água são suficientes para, caso escorregue, afogar-se.

Destaque: Coloque longe do alcance das crianças sacos


plásticos, brinquedos que tenham partes que possam se
descolar, como pequenos olhos e rodas. A chupeta nunca deve
ser pendurada em um cordão colocado em volta do pescoço.
Nunca dê frutos secos a uma criança pequena.

AS INTOXICAÇÕES

O que para você é um simples remédio pode parecer uma deliciosa


balinha para seu bebê. Por isso guarde seus remédios em lugares
seguros, de preferência altos e fechados à chave. Os produtos de
limpeza, os pesticidas e herbicidas também precisam ser guardados
longe do bebê a partir do momento em que ele começa a engatinhar.
Se a criança ingeriu algum medicamento, procure fazê-la vomitar
e depois vá a um pronto-socorro, levando com você a caixinha do
remédio com a respectiva bula.
Mas, pelo contrário, se o que ele bebeu foi um detergente ou algum
produto cáustico, não tente provocar vômito. Ligue para o pediatra ou
leve o bebê diretamente ao pronto-socorro.

Destaque: Se o bebê engoliu um medicamento, faça o possível


para que vomite procurando descobrir a quantidade ingerida,
logo depois o leve ao pronto-socorro, munida com a caixinha do
remédio e sua respectiva bula. Se ele tiver engolido um produto
cáustico, não faça com que vomite.

84 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


A INSOLAÇÃO

Um bebê é muito sensível ao calor. Colocá-lo diretamente no sol


no verão é muito perigoso. Nem mesmo se estiver embaixo de
um guarda-sol estará bem protegido. Outro cuidado que deve
tomar é nunca deixá-lo dentro de um automóvel parado num
dia de muito calor.

Se, apesar de todas as preocupações seu filho tiver febre após ter sido
exposto ao sol, é preciso tomar cuidado. Molhe sua pele, dê água para
ele beber em quantidade. Depois, um banho de água morna ajudará a
evitar o surgimento de outros sintomas de insolação.

Um protetor solar, ou melhor, um bloqueador com fator elevado e


indicado para crianças é muito bom, no entanto não o considere
proteção suficiente para seu filho.

Destaque: A criança é muito sensível ao sol. Além de um creme


de alta proteção, procure molhá-la com freqüência e fazer com
que tome líquido.

OS ANIMAIS

Para as crianças, os animais são como melhores amigos: são dóceis,


divertidos e, mais do que tudo, têm a mesma altura. Mas, para que
esse contato seja benéfico para seu filho é preciso tomar algumas
precauções. Siga-as com atenção:

Evite que o cão ou gato entrem no quarto do bebê. Ele pode subir no
berço e sem querer asfixiar o bebê.
Cuidado. Como acontece com certos adultos, algumas crianças podem
ser alérgicas ao pêlo de animais. Esse tipo de reação não é difícil de
descobrir; converse com o pediatra.
Certas doenças dos animais podem ser transmitidas para o homem.
Não é suficiente ter o animal vacinado; tome outros cuidados, como
não deixar o animal por perto quando o bebê estiver comendo.

Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 85


Por mais que os animais normalmente gostem de brincar com
crianças, pode acontecer uma mordida ou um arranhão. Nesse
caso, lave bem a ferida com água e sabão e ponha, a seguir, um
desinfetante. Consulte o pediatra porque essas feridas podem
infeccionar, afinal há poucas coisas mais “sujas” do que o dente de
um cão. Por mais familiar que seja, seu filho precisará da proteção
de uma vacina antitetânica.

Destaque: Cuidados com animais de estimação entrando no


quarto do seu bebê, eles podem subir no berço e ao se estender
asfixiar o bebê.

AS FERIDAS

Preste atenção: “não existe ferida sem importância”. Essa máxima tem
ainda mais razão quando se trata de crianças. Normalmente, para
estancar a hemorragia é suficiente colocar o corte ou a escoriação
embaixo de água corrente fria. Se tiver entrado terra na ferida, o
mais indicado é lavar mesmo a ferida, usando água e sabão, e
desinfetá-la a seguir.

Há cortes, não muito fundos, que você mesma poderá ajudar a


cicatrizar. Basta aplicar um esparadrapo juntando as laterais do corte,
sem a necessidade de pontos.

Uma ferida cicatriza mais rápido se ficar aberta do que se estiver


tapada. A não ser que se encontre numa zona muito exposta ao pó e à
sujeira, caso em que convém protegê-la com um curativo.

Destaque: Para estancar a hemorragia e lavar uma ferida, a


melhor atitude é colocá-la embaixo de água corrente fria.

86 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses


Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses 87
www.letsfamily.com.br

88 Manual do Bebê | Tudo sobre os próximos 12 meses

Você também pode gostar