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E D U C A Ç Ã O PA R A PA Z

Páscoa Espiritual
com crianças
Meditações, atividades e histórias
para a Páscoa
Queridas famílias e crianças,

A Páscoa, que literalmente significa “passagem”, é


inspirada na antiga festa judaica Pessah, que comemora
a passagem do povo hebreu - que vivia na escravidão,
subjugado pelos egípcios - para a liberdade, liderados
por Moisés.
Na cultura cristã, ela celebra a ressurreição de Jesus
Cristo, ocorrida três dias depois da sua crucificação.
Ela é precedida por um período chamado Quaresma,
onde as pessoas buscam formas de purificação, como
fazer jejuns ou abster-se do consumo de carne, praticar
o bem ao próximo, intensificar as orações, realizar
meditações especiais e outras formas de elevação
espiritual.
Simbolicamente, ela representa essa verdadeira
metamorfose do ser humano: de uma existência de
“escravidão” aos sentidos e uma visão totalmente
materialista da vida, para uma forma de existir mais
plena de significado e liberdade interior.
Podemos fazer muitas coisas com as crianças para
celebrar essa época tão especial: desde observar com
reverência as quaresmeiras nesse período, estudar sobre
a transformação da lagarta em borboleta, que tão bem
simboliza esse período, pintar ovos para espalhá-los pela
casa, entre tantas outras vivências.
O ovo é um símbolo que representa a fertilidade e o
renascimento da vida. Pintá-los com cores alegres, nos
lembra da alegria que é encontrar a divindade em nós!

Uma linda Páscoa para toda a sua família!


Sementinha

Dorme, dorme sementinha,


Dentro da terra bem quentinha
O Sol quando esquentar
Com seu calor virá lhe acordar!
Dorme, dorme, sementinha.
Quando a lagarta se recolhe
Ela dorme, se envolve
Num casulo delicado e
Na escuridão nasce a luz
Que dá vida à borboleta
Voa cor de flor em flor.

Cecília Meireles
Inspiração para a Páscoa
de Paramahansa Yogananda

Trazemos aqui uma inspiração de Paramahansa


Yogananda, filósofo e mestre indiano da ciência da
Yoga sobre o significado simbólico mais profundo
da vida de Jesus e sobre o que representa essa
ressurreição para nós, em nossa era:

"O oceano está por trás de todas as ondas individuais.


Do mesmo modo, Deus está por trás das células
de nosso corpo, por trás de cada pensamento, cada
respiração e cada batida do coração. Ele é a Luz,
e o corpo é uma centelha dessa Luz; as fibras que o
compõem são raios de energia radiante. Jesus percebia
esta verdade e pôde ressuscitar o corpo porque sabia
que seus átomos e partículas subatômicas eram
apenas radiações dessa Grande Luz."
“Tanto durante sua encarnação como depois da
ressurreição, Jesus não era apenas uma personalidade
física, mas um receptáculo da Consciência Crística
Infinita. Enquanto ressuscitava no corpo, ele
ressuscitou seu espírito do confinamento em uma
forma e o dissolveu no Espírito onipresente. Em
unidade com o Cristo Infinito, ele ressuscita em cada
corpo que nasce, em você e em mim, em todos os seres
da Terra e em tudo o que tem vida. Ele ressuscita
nas estrelas cintilantes, nos planetas e na imensidão
cósmica. Ele ressuscita em tudo o que cresce sobre a
Terra, na relva e na mais delicada das rosas. Ele sente
sua ressurreição em cada forma que existe; ele renasce
em cada átomo e em cada célula do vasto cosmos.”

Trechos extraídos do livro A Segunda Vinda de Cristo, vol. 3, de


Paramahansa Yogananda, editado pela Self-Realization Fellowship
CAPÍTULO 1

OS SIMBOLISMOS DA PÁSCOA
E O UNIVERSO INFANTIL
OVO, um lúdico símbolo
para as crianças
De todos os símbolos, o ovo de Páscoa é o mais
esperado pelas crianças. Buscar esses ovos escondidos
é algo tão mágico e especial para elas...
Nas culturas pagãs, o ovo trazia a ideia de começo
de vida. Os povos costumavam presentear os amigos
com ovos, desejando-lhes boa sorte. Os chineses já
costumavam distribuir ovos coloridos entre amigos,
na primavera, como referência à renovação da vida.
Os cristãos primitivos do Oriente iniciaram a tradição
de dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a
ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos
países da Europa, costumava-se escrever mensagens
nos ovos e doá-los aos amigos.
Em outros, como na Alemanha, o costume era
presentear as crianças. Na Armênia, decoravam ovos
ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras
imagens religiosas.
A substituição dos ovos cozidos e pintados por ovos
de chocolate, parece ter acontecido pela proibição do
consumo de produtos de origem animal, por alguns
cristãos, no período da quaresma.

Hoje, ele pode nos inspirar na resiliência para uma


nova forma de viver, mais fraterna, mais justa e mais
pacífica, percebendo a Vida Única por trás de toda
vida.
Árvore de Páscoa

Na Páscoa também podemos montar uma árvore,


época muito propícia para isso, pois ela é o símbolo
de toda a transformação, da semente ao fruto,
tornando-se semente novamente, fechando assim o
ciclo da vida.
Com a participação das crianças, ela pode ser
feita com os símbolos da Páscoa (lagarta, casulo,
borboleta, ovos decorados). Pode-se montar o
cantinho completo ou ir acrescentando elementos a
cada semana. Exemplo: colocar lagartas feitas com
graveto enrolado com fio de lã ou de pedacinhos de
feltro enfileirados com linha ou ainda bolinhas de
papel crepom coladas umas nas outras.
Na semana seguinte, as lagartas vão sendo
substituídas por casulos, as próprias lagartas podem
ser envolvidas com retalhinhos de pano, algodão ou
lã de carneiro.
No domingo de Páscoa, os casulos são substituídos
por borboletas de papel, pano, lã ou como a
criatividade inspirar. Convém lembrar que nem todas
as lagartas se transformam ao mesmo tempo, e que
algumas nem chegam a se transformar, portanto
podemos deixar penduradas no galho algumas
lagartas e alguns casulos em proporções bem menores
que as borboletas.
Os ovos podem ser decorados de diversas formas,
uma semana antes. Se for usar ovos naturais, a dica é
fazer um furo em cada uma das extremidades e soprar
com força, para que o conteúdo do ovo saia, e este
fique vazio.
Os ovos podem ser pintados com as mais variadas
cores e materiais (tinta, giz de cera, colagens,
pigmentos naturais, papel crepom), pode-se passar
por ambos os furos um barbante ou fita, de um
lado faz-se nós e estão prontos para pendurar na
árvore.
Para a criança é muito importante participar desta
transformação do ovo, desse cuidado ao segurá-lo
para que não se quebre, da vontade de pintá-lo por
inteiro, de pendurá-lo na árvore.
Texto baseado no site festascristas.com.br

Você também pode fazer ovos de papel, argila ou


biscuit, como no vídeo que fizemos.
Clique aqui na imagem para acessar o vídeo de como
montar uma Árvore de Páscoa:
COELHO, docilidade e alegria
O coelho da Páscoa, contam as lendas, é aquele que
traz os ovos coloridos ou de chocolate e os esconde
para que as crianças possam procurá-los. Assim, é
muito comum que, durante a Páscoa, as famílias
escondam os ovos, façam pegadinhas com farinha
molhada no dia anterior, para que as suas crianças
procurem por eles no Domingo de Páscoa.
Existem muitas teorias a respeito da origem do
coelho da Páscoa, uma delas diz que quando
as celebrações da Páscoa se transformaram em
momentos mais caseiros, que incluíam o âmbito
familiar, surge a figura de um coelho, que traz os
ovos coloridos para as crianças.
Outras teorias apontam que o coelho da Páscoa
têm associação inicial com a lebre. Com o passar do
tempo, a figura da lebre foi sendo substituída pela do
coelho, um animal mais dócil, justamente por essa
celebração ter sido inserida na vida familiar.
Outra ligação do coelho com o Cristianismo sugere
como, em muitos locais do Hemisfério Norte, o
coelho passou a ser visto como um símbolo cristão
porque, durante a época em que a Páscoa era
comemorada (próxima ao Equinócio de Primavera),
o coelho era um dos primeiros animais a serem
vistos com o fim do inverno. Isso fez com que o
animal passasse a ser enxergado como um símbolo da
renovação e, portanto, da ressurreição.
Os ovos de chocolate só surgiram no século XVIII,
por meio de confeiteiros franceses, e, com o tempo,
os ovos de galinha decorados que eram trazidos pelos
coelhos foram sendo
substituídos pelos
ovos de chocolate.
O coelho é
considerado um
animal de muita
fertilidade e, também
por isso, foi associado
ao conceito da Páscoa
de nova vida.
Inspirações com
as canções infantis

Com as clássicas canções infantis abaixo, podemos


realizar coreografias com movimentos alegres e
espontâneos, que despertam a alegria em imaginar
esse coelhinho pintando ovos, pulando, carregando
essas preciosidades para as crianças...
Coelhinho da Páscoa,
que trazes pra mim?
Um ovo, dois ovos, três ovos assim!
Um ovo, dois ovos, três ovos assim...
Coelhinho da Páscoa,
que trazes pra mim?
Um ovo, dois ovos, três ovos assim!
Um ovo, dois ovos, três ovos assim...
Coelhinho da Páscoa
Que cor eles têm?
Azul, Amarelo e Vermelho também!

Eu pulo prá frente,


Eu pulo prá trás
Dou mil cambalhotas
Sou forte demais!
Comi uma cenoura,
Com casca e tudo.
Tão grande ela era...
Fiquei barrigudo!
BORBOLETA, ciclo de renovação

De Lagarta à Borboleta

Para as crianças, o conceito da Páscoa é bastante


abstrato, mas a ideia de uma nova vida, a partir
de uma mesma vida, como o ciclo da Borboleta, é
bem concreto e, ao mesmo tempo, uma imagem
profunda para alimentar suas almas. Segue uma
sugestão de como contar sobre essa metamorfose da
Borboleta para as crianças...

Pupa, pupa, pupa, a lagarta vira pupa

A mamãe borboleta coloca seus ovinhos nas folhas


tenras das plantas. O ovinho fica ali esperando um
tempo, até que o clima esteja bom para o ovinho
romper, sair e se transformar em uma pequena
lagarta, que come, come, come, vorazmente as
folhas. Ela faz isso para guardar energia para o
período que vai ficar paradinha dentro do casulo.
Nessa fase de lagarta, ela produz uns fios, como os de
seda, em volta dela para se proteger de outros animais
e ficar meio escondida entre as folhas, mas ainda não
é o casulo... Quando ela chega na fase de ser pupa,
depois de várias mudanças de pele, ela começa a usar
esses fios para fazer um verdadeiro casulo.
Nessa casinha quentinha e protegida, ela fica um
bom tempo, de uma semana a um mês, dependendo
do tipo de borboleta, e todos os tecidos de seu
corpo vão se modificando, modificando, para se
transformar em uma linda borboleta.
Quando a inteligência da Mãe Divina avisa ela que
está pronta, ela rompe o casulo. Saem as perninhas,
mas as suas asinhas estão presas ainda em seu peito,
ela ainda não consegue voar. Por outra sabedoria,
ela contrai tudo e joga um líquido para dentro desse
lugar onde estão as asinhas, que se soltam e ela pode
sair e voar para bem longe, em busca de suas amigas
borboletas...
Sugerimos realizar atividades artísticas com as
crianças que lembrem dessa metamorfose. Segue
aqui duas sugestões da profa. Nana Palmeira, da
Escola Arte de Ser (@artedeser):

Mandala da Metamorfose:

Objetivos:
•Perceber que a Natureza possui ciclos de vida com
características específicas.
•Trabalhar a criatividade e desenvolver a
coordenação motora.
•Trabalhar a atenção, a ordem, sequência, orientação
espacial e estímulo sensorial.

Materiais: Pratinho de papelão, papel canson


recortado no formato de folhas e borboletas, papel
crepom amarelo e papel crepom marrom, feltro, lã,
cola e aquarela.
Passo a passo: Prepare um cantinho tranquilo e livre
de distrações. Convide a criança para sentar-se junto.
Pesquise imagens, em livros ou na internet, sobre
cada etapa da metamorfose, observe com as crianças
as características de cada etapa, nomeiem juntos.
Após a pesquisa, peça para a criança montar no
pratinho a sequência da metamorfose, oriente para
que fique em sentido horário.
Ovinhos, lagartinha, pupa e borboleta. Assim que a
sequência estiver pronta, é só colar tudo e colorir.
Varinha de Condão da Borboleta

Objetivos:
•Trabalhar a criatividade e a coordenação motora
•Explorar movimentos corporais amplos com
a dança.
•Promover sentimentos de alegria e carinho em
todos da casa, com o toque da Paz.
•Estimular a imaginação com elementos da
Natureza.

Material:
•1graveto
•fitas de cetim
•fita adesiva
•papel canson recortado no formato
de uma borboleta
•aquarela
•pincel
•1paninho
•1potinho com água
Passo a passo:
Prepare um cantinho organizado, com todos os itens
para pintura.
Disponha a aquarela, o pincel, o paninho, o potinho
com água e a borboleta de papel canson.
Assim que as asas da borboleta estiverem bem
coloridas, é hora de montar a varinha mágica! Amarre
fitinhas e enfeite da maneira que preferir, grude a
borboleta na ponta da varinha, e vamos voar!
Uma varinha de condão, muitas possibilidades para
explorar, brincar e se movimentar...
Canção Voa Borboleta

Clique aqui para ouvir a música no Spotify

Solta e Dançar
Com a canção da Cris Pitanga, autora do livro
Yoga com Música, você pode usar essa varinha de
condão da Borboleta e incentivar a criança a dançar
livremente, enquanto canta a música:

“Voa borboleta, voa borboleta.


Voa pra cá, voa pra lá.
Vou voar como uma borboleta
e a paz eu vou levar, para todo lugar!”

Dance, explore os movimentos e espalhe a Paz com


a sua varinha!
Yoga
Você pode depois, sentar e fazer a postura da yoga da
borboleta (Badhakonasana), enquanto canta para a
criança a música.

A postura se realiza dessa forma:


Sente-se ereto com as pernas esticadas. Flexione
os joelhos e coloque as solas dos pés juntas uma
da outra. Segure seus pés colocando as mãos sobre
eles. Traga os calcanhares o mais próximo possível
do corpo. Agora, como as asas de uma borboleta,
balance os joelhos para cima e para baixo.
Arte e Alegria
Vamos recordar o famoso poema de Vinicius
de Moraes para novas inspirações:

As Borboletas
Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam na luz
As belas borboletas.

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então...
Oh, que escuridão!

Vinicius de Moraes
Sugestão de Atividade:
Para vivenciar esse poema, você pode desenhar
borboletas para a criança pintar, se ela for muito
pequena, ou deixar ela desenhar as borboletas de
todas as cores, oferecendo materiais variados: lápis de
cor, tinta guache, papéis coloridos, o que estiver à sua
disposição...

Nesse vídeo abaixo, você pode aprender a fazer


borboletas de forma fácil e original. Clique na
imagem para acessar o vídeo, e seguir o passo a passo:
Receita de Páscoa
Biscoitos para fazer com as crianças:

Ingredientes:
Massa:
• 450 g de farinha de trigo integral fina
• 270 g de manteiga sem sal derretida
• 1 ovo
• 100gr de açúcar de baunilha
• 130 g de amêndoas moídas (castanhas do Pará
ou gotas de chocolate meio amargo)
• 1 pitadinha de sal
• 1 colher de sopa de fermento químico
...e naturalmente muito amor e carinho!

Cobertura:
• chocolate meio amargo
• castanha do Pará bem picadinha

Modo de Preparo:
Misture à mão o açúcar de baunilha, manteiga, ovo,
sal e amêndoas.
Junte a farinha peneirada e o fermento. Misture bem
até a massa ficar bem homogênea. Se ela ficar muito
molhadinha, acrescente um pouco mais de farinha.
Cubra e leve à geladeira por, no mínimo, 1 hora.
Aqueça o forno (alto). Divida a massa em
duas partes. Abra cada parte da massa com
aproximadamente três cm de espessura em uma mesa
polvilhada com farinha.
Para que o biscoito tenha a forma de ovinho, corte
os biscoitos com um cortador oval (se você não
tiver um cortador oval, pode entortar um cortador
redondo de metal ou cortar “ovos redondos” com
um copo e amassá-los nos lados para ficarem mais
ovalados).
Cortadores em forma de coelhinhos podem ser
comprados em lojas especializadas.
Os olhinhos dos coelhinhos podem ser feitos com
pedacinhos de castanha, amêndoas ou pepitas de
girassol.
Coloque os biscoitos em uma fôrma levemente
untada ou com papel manteiga. Leve ao forno por
10 minutos, até que as bordas dos biscoitos estejam
levemente douradas. Deixe esfriar.
Derreta o chocolate em banho-maria e decore os
biscoitos desenhando linhas com um fio de chocolate
e polvilhando castanha sobre eles.
Decore as orelhas ou rabinhos dos coelhinhos com
chocolate.
Deixe a cobertura firmar e sirva em cestinhas, como
ovos de Páscoa.

Receita tirada do Boletim Colibri,


Escola Waldorf Anabá
CAPÍTULO 2

HISTÓRIAS PARA A PÁSCOA


O Mensageiro do Outono

História para crianças de 2 a 5 anos


Há muito tempo, quando a terra era bem mais nova, a Mãe Terra
chamou todos os animais até ela e disse: "Quem é o mais inteligente,
rápido, puro de coração e pode se tomar o mensageiro do Outono?"
Todos os animais ali reunidos disseram: "Escolha-me, escolha-me",
pois todos queriam ser "o melhor mensageiro". Assim, Mãe Terra
disse: - " Vamos fazer um torneio e averiguar quem será o primeiro a
dar a volta na terra e retornar a mim. O vencedor será o mensageiro
do Outono".
E assim os animais partiram.
O leão, que era o mais valente de todos os animais, que corria com
suas pernas fortes por colinas e campos foi o primeiro a partir... mas
ao encontrar uma fonte, parou para beber água e ao ver o reflexo
de sua linda juba na água, nada mais o fez sair dali e esqueceu
completamente o torneio.
O próximo animal a sair foi a águia, com suas majestosas asas abertas
voando pelo céu. Certamente ela seria a vencedora, pois ninguém
poderia voar tão longe e livre como ela. Mas lá embaixo num rio, ela
avistou um peixe vermelho nadando. A águia pensou em seu jantar e
logo estava à caça do peixe e esqueceu-se do torneio.
O antílope, que sabia ser rápido - com suas patas seguras que subiam
as mais íngremes montanhas - também poderia ser o vencedor e se
tornar o mensageiro do Outono.
Lá foi ele, saltando por altas montanhas sem nenhuma dificuldade,
até que o sol começou a se pôr e encher o céu de lindos matizes.
O antílope se perdeu neste prazer de saltar e logo se esqueceu do
torneio.
Um por um os animais partiram, cada um certo de que seria o
vencedor, e cada um foi esquecendo da sua missão. Até que no fim só
restava um animal, era o pequeno coelho.
-“Mãe Terra, eu sou pequeno
e não tão rápido, mas eu
gostaria de tentar ser o
mensageiro do Outono.”
Mãe Terra o acariciou e
disse: "Pois então você
deveria tentar".
O coelhinho começou
a saltar pelas campinas,
pelas florestas, sobre rios,
montanha acima, vale
abaixo, lá foi ele. Ele não era
tão veloz, mas se mantinha
a caminho... Ele saltava e
saltava, saltava e saltava, nem
mesmo parou para descansar.
Foi ele o primeiro a retornar
à Mãe Terra.
—"Oh coelhinho, é você o sábio, o veloz e puro de coração. Você
vai ser o mensageiro do Outono, viva o coelhinho !!!!!" E, assim, o
coelhinho foi escolhido para levar os ovinhos até as casas das pessoas,
para lembrá-las do brilho especial do Outono.
Os ovinhos têm dentro de si um pequeno sol como sinal de uma
nova vida para todos nós... E por isto que, a cada Outono, o
coelhinho distribui os ovinhos para vocês e para mim.

História de Suzanne Down, traduzida por


Silvia Jensen, profa da Escola Waldorf Anabá

Sugestão de atividade: após essa história ser contada,


a família pode fazer algumas atividades ao ar livre com
elementos naturais que aparecem no Outono. Clique no
vídeo abaixo para se inspirar:
O Verdadeiro Coelho da Páscoa

História para crianças de 2 a 5 anos


Era uma vez um pai coelho da Páscoa e uma mãe coelha da Páscoa
que tinham sete filhos. Ao aproximar-se da época da Páscoa, eles
resolveram testar os coelhinhos para ver qual deles era o verdadeiro
“coelho da Páscoa”. A mãe pegou uma cesta com sete ovos e pediu
para que cada filho escolhesse um para esconder.
O mais velho pegou o ovo dourado e saiu correndo pelos campos e
montes até chegar ao portão da escola, mas deu um salto grande e
tão apressado que caiu de mau jeito, quebrando o ovo. Esse não era o
verdadeiro coelho da Páscoa.
O segundo escolheu o ovo prateado e pôs-se a caminho. Ao passar
pelos campos, encontrou a raposa. Esta queria o ovo e pediu-o ao
coelho. Ele não quis dar. A raposa prometeu-lhe uma moeda de ouro,
conseguindo assim que o coelho a seguisse até a sua toca. Chegando
lá, a raposa escondeu o ovo, e com cara feia, mostrou os dentes como
se quisesse comer o assustado coelhinho, que saiu correndo o mais
que pôde. Esse também não era o coelho da Páscoa.
O terceiro escolheu o ovo vermelho e pôs-se a caminho. Ao atravessar
o campo, encontrou-se com outro coelho e pensou: "Ainda tenho
muito tempo. Vou brincar de luta um pouco com ele". Os dois
coelhinhos brincaram de luta e rolaram tanto pelo chão, que
acabaram amassando o ovo. Também esse não era o verdadeiro coelho
da Páscoa.
O quarto pegou o ovo verde e pôs-se a caminho. Quando passava
pela floresta ouviu o chamado da Pega (uma ave que vive na Europa
e leva objetos cintilantes para seu ninho) que, pousada no galho de
uma árvore, gritava: “Cuidado! A raposa vem vindo!”
O coelho assustado olhou à sua volta, procurando um lugar para
esconder o ovo. —"Dá-me o ovo que eu esconderei em meu ninho",
disse a Pega. O coelho deu-lhe o ovo, mas assim que ele percebeu
que não havia raposa alguma, quis o ovo de volta. A Pega respondeu
maldosamente: "O ovo está muito bem guardado."
O próximo escolheu o ovo cinzento. Quando ia passando pelo
caminho, encontrou um riacho. Ao passar pela ponte, viu-se
espelhado nas águas. Ficou tão encantado com sua própria imagem
que se descuidou do ovo, que se espatifou numa pedra. Esse também
não era o coelho da Páscoa.
O outro coelhinho escolheu o ovo de chocolate e pôs-se a caminho
Encontrou-se com o esquilo que lhe pediu para dar uma lambida
no ovo. –“Mas este ovo é para as crianças”, disse o coelho. O esquilo
insistiu tanto que o coelho deixou que ele desse uma lambida no ovo.
O esquilo achou-o tão gostoso que o coelhinho resolver dar também
uma lambidinha. Lambida vai, lambida vem, os dois acabaram
comendo o ovo todo. Esse também não era o coelho da Páscoa.
Chegou então a vez do mais jovem. Ele escolheu o ovo azul. Quando
passou pelo campo, veio-lhe ao encontro a raposa, mas o coelho não
entrou na conversa dela e continuou o seu caminho. Mais adiante,
encontrou o outro coelhinho que queria lutar com ele, mas ele não
parou. Continuou caminhando até chegar na floresta. Ouviu os gritos
da Pega, um passarinho: - “Cuidado! A raposa vem vindo!” O coelho
não se deixou enganar e continuou o seu caminho. Chegou então
ao riacho e cuidadosamente atravessou a ponte sem olhar para sua
imagem refletida na água. Encontrou-se mais adiante com o esquilo,
mas não lhe permitiu lamber o ovo, pois esse era para as crianças.
Chegou assim até o portão da escola. Deu um salto, nem curto nem
longo demais, chegando ao outro lado, sem danificar o ovo. Procurou
um bom esconderijo no jardim da casa das crianças, onde guardou
cuidadosamente o ovo. Esse era o verdadeiro "Coelho da Páscoa"!
História tradicional utilizada na
Pedagogia Waldorf

Sugestão de atividade: propomos fazer coelhinhos de


Origami para pendurar alguns na Árvore de Páscoa
e outros para enfeitar a mesa de Páscoa.
Clique aqui nesse vídeo para ver o passo a passo:
Como, de um ovo, surgiu
o ovo de Páscoa?

História para crianças acima de 5 anos


Há muito tempo, no Egito, vivia uma filha de um rei, que se
chamava Catarina. Ela, porém, não vivia num palácio. Os romanos
haviam conquistado o Egito e eles mesmos queriam morar no
palácio. Por isso, Catarina morava nos arredores da cidade de
Alexandria, onde terminava a estrada pavimentada com pedras.
Os caminhos naquela região passavam por planícies e campos, até
chegarem ao largo rio Nilo.
Muitas pessoas se encontravam à noite, na casa de Catarina. Eram
pessoas bem diversas. Mulheres e homens, pescadores, fazendeiros e
artesãos se reuniam na casa dela. Todos eles já tinham ouvido falar de
Jesus e eram batizados cristãos.
Nesses encontros, as pessoas frequentemente falavam sobre Jesus,
cantavam e oravam. Eles também comiam e bebiam juntos. Todos
traziam comida e bebida e compartilhavam. Quem era rico e possuía
muito, trazia bastante. Os pobres traziam um pouco do pouco que
tinham. Era como se todos fossem uma grande família.
Naquela época, a cidade de Alexandria era governada por Maximino,
o imperador de Roma. Ele era o senhor de muitas terras e mares.
Maximino queria visitar as grandes cidades de seu império. Então, ele
deu ordem para abastecer muitos navios, que deveriam levá-lo através
do mar até o Egito. Essa notícia se espalhou rapidamente pela cidade
de Alexandria e a maioria das pessoas ficou feliz. Elas pensavam que o
imperador viria para distribuir presentes.
Uma grande festa deveria ser celebrada quando o imperador chegasse.
Então, as pessoas arrumaram as ruas, pintaram as casas, limparam,
varreram e esfregaram até que a cidade ficou num brilho só!
Mas os cristãos que se reuniram na casa de Catarina não se alegraram
para essa importante visita. Eles sabiam que Maximino não era
amigável com os cristãos. O imperador romano queria ser como o
próprio Deus. E Maximino achava que os cristãos também deveriam
adorá-lo como Deus. Como os cristãos não concordaram, ele jogou
muitos deles nas prisões em Roma.
As pessoas da casa de Catarina também tinham ouvido falar dessas
histórias. Então eles estavam com medo do Imperador. Catarina ia de
um em um e os confortava.
Ruth, uma menina de doze anos, costumava sempre ficar com
Catarina. Seus pais eram pescadores. A cabana onde morava Ruth
ficava perto do rio Nilo. Uma faixa de juncos separava a casa do rio.
Seu pai construiu uma ponte entre os juncos. No final da ponte,
ficava o ancoradouro para o barco de pesca.
Um dia, de longe, apareceram muitas velas coloridas na curva do
rio Nilo. Os navios romanos navegaram com o vento em direção ao
porto de Alexandria. Uma magnífica visão. As pessoas se amontoaram
na margem. Todos queriam ver o esplêndido navio do imperador. As
velas roxas estavam presas a um mastro cravejado de placas douradas.
Cem pessoas escravizadas sentavam no porão do navio e remavam.
O imperador foi escoltado pela cidade em uma procissão festiva,
montado num cavalo branco.
Uma multidão na beira da estrada acenava para ele com galhos e
lenços de cores vivas. Maximino ergueu a mão e cumprimentou
o povo. A comitiva terminou no Palácio Real, onde Maximino
pretendia morar.
Na manhã seguinte, homens e mulheres nobres de Alexandria vieram
ao Palácio. Eles trouxeram presentes ao imperador e contaram-lhe
sobre a cidade e o país.
À tarde, Maximino perguntou:
-"Ouvi dizer que a filha do rei, Catarina, mora aqui. Por que ela não
vem ao Palácio para saudar seu imperador?"
Em seguida, seus conselheiros lhe contaram sobre Catarina.
-"Ela é cristã", disseram eles. "Talvez ela tenha medo do imperador."-
-"Mande buscá-la", ordenou Maximino. "Eu quero vê-la."
Catarina foi levada para o palácio. Ruth correu com ela. Os guardas
do palácio pensaram:
A menina deve ser a serva da filha do rei. É por isso que deixaram
Ruth entrar no salão do imperador com a Catarina.
Maximino disse: "Eu mandei chamar você."
Catarina respondeu: "Você é o imperador. Aqui estou."
Então Maximino perguntou: "Ouvi dizer que você se considera
cristã. Isso está correto?"
Catarina disse: "Disseram-lhe a verdade. Eu sou uma cristã."
Então, Maximino pediu a ela: "Sente-se e me fale sobre o seu Deus."
No início, Catarina não sabia por onde começar. Mas depois ela
relatou ao imperador sobre o nascimento de Jesus fora dos portões
da cidade de Belém e sobre a visita dos reis do Oriente que viajaram
pelo deserto para adorar a Jesus; dos enfermos que Jesus curou,
dos famintos aos quais ele deu pão, das pessoas necessitadas que
encontraram o apoio dele, dos pobres e desesperados, que tiveram
uma nova esperança através de Jesus. Catarina contou tudo isso ao
imperador.
Maximino queria ouvir mais e mais sobre Jesus. Já fazia tempo que
havia anoitecido. A lua brilhava pela janela do salão. Os criados
acenderam as velas. E as velas estavam quase no fim, quando o
imperador finalmente disse:
- "Seu Jesus era uma grande pessoa. Eu gostaria de tê-lo conhecido.
Mas todas as pessoas tem que morrer. Jesus morreu também."
- "Isso mesmo", disse Catarina. "Ele foi pregado na cruz e sepultado.
Mas no terceiro dia, ele ressuscitou dos mortos."
Maximino sorriu e perguntou: "Você quer dizer que ele estava morto
e voltou a viver?"
Catarina respondeu: "Sim. Ele ressuscitou e venceu a morte. Muitos
o viram antes dele subir ao céu."
Maximino olhou para Catarina com espanto. "Você é uma mulher
inteligente, Catarina. Você está afirmando que isso é realmente
verdade? "
-"Sim, Maximino, asseguro que sim."
Então o imperador riu alto e gritou: "Só vou acreditar nessa história
se você me mostrar como pode despertar a vida de uma pedra! E
agora desapareça, longe daqui com suas histórias impossíveis."
Catarina voltou para sua casa. Todos os seus amigos estavam
esperando por ela há muito tempo e ficaram muito felizes quando ela
finalmente chegou.
Ruth aconchegou-se a Catarina e disse: “Fiquei muito assustada no
palácio real. É bom termos chegado em casa, sãs e salvas."
Catarina relatou o que viveu no palácio: "imaginem", concluiu
Catarina, "apenas se eu conseguir mostrar a vida surgir de uma pedra,
só então, nesse caso, Maximino acreditará que Jesus ressuscitou dos
mortos. "
Ruth ficou triste e disse: “O imperador está pedindo algo impossível.
Vida aparecer de uma pedra, ninguém pode conseguir fazer isso."
No dia seguinte, a menina veio correndo para Catarina e a chamou:
“Venha, Catarina, eu quero mostrar algo lindo para você." Catarina
foi com ela.
Ruth e a filha do rei passaram pela cabana da família de Ruth e
correram para o campo de junco.
Ruth colocou os dedos sobre os lábios para Catarina fazer silêncio.
Ela apontou para os juncos.
Uma pata havia construído seu ninho ali. Havia sete ovos marrons no
ninho. Um ovo já estava quebrado e um patinho apareceu.
-"Nova vida", disse Ruth.
Catarina ficou muito animada. "É isso aí", ela sussurrou. "Esse é
o sinal." Com muito cuidado, ela pegou um dos ovos. Ela sentiu
dentro dele o patinho se movimentar...
-"Tenho de ir ao palácio", disse Catarina.
Ela embrulhou cuidadosamente o ovo em um pano, colocou-o no
peito e correu para Maximino.
Os guardas do palácio se recusaram, no início, a deixar Catarina
entrar. Mas ela disse: "Diante dos olhos do imperador, devo mostrar
o milagre que ele me pediu."
Os guardas então a conduziram a Maximino.
Ela pegou o ovo nas mãos e mostrou ao imperador. Naquele exato
momento, o patinho começou a quebrar a casca. O patinho abriu
um pequeno furo na casca do ovo com o bico. O imperador olhou
atentamente como o bichinho se libertava cada vez mais de sua casca.
Finalmente, apareceu nas mãos da filha do rei, um pequeno patinho
amarelo.
-"Nova vida", disse Catarina.
Maximino ficou em silêncio por um longo tempo e olhou. Claro, ele
viu imediatamente: não era uma pedra que Catarina estava segurando
em sua mão. Mas o imperador entendeu o que estava acontecendo
diante de seus olhos.
-"Uma nova vida saiu do ovo aparentemente morto", disse ele
sussurrando.
O imperador Maximino tornou-se muito pensativo. Catarina e Ruth
rapidamente carregaram o filhote de volta para o campo de junco e
colocaram-no cuidadosamente de volta no ninho.
Desde então, o ovo se tornou o símbolo da Páscoa. Quando as
pessoas se presenteiam com ovos na Páscoa, elas se lembram deste
símbolo:
"Jesus vive. Ele verdadeiramente ressuscitou dos mortos." E com isso
os cristãos se alegram na Páscoa, até os dias de hoje.
Autor da história: W. Fährmann
Título original: Wie aus dem Ei das Osterei wurde. ©
1990 Echter Verlag Würzburg
Sugestão de atividade: ao finalizar essa história,
propomos que você faça com as crianças patinhos de
pompom para enfeitar a mesa de Páscoa. Alguns
patinhos vocês também poderão pendurar na árvore
de Páscoa.

Segue aqui um passo a passo. Precisa só trocar o bico do


pintinho por um bico de pato, que é mais arredondado:
CAPÍTULO 3

PREPARANDO O AMBIENTE INTERNO


DAS CRIANÇAS PARA A PÁSCOA
A Páscoa nos traz a ideia de transformação e
renovação. Como podemos trabalhar essa renovação?
A partir do desenvolvimento da força de vontade,
para que os nossos maus hábitos possam “morrer” e
haja espaço para o nascimento de bons hábitos.
Podemos observar em nós mesmos primeiro:
O que é urgente transformar em mim? E depois, em
cada criança ao nosso redor: que maus hábitos estão
produzindo infelicidade, doenças nas crianças com
que eu convivo? Como posso ajudá-las a transformar
essas tendências que a aprisionam de sua verdadeira
essência divina?
Realizar vivências que promovam os bons hábitos
da concentração, do autocontrole e da calma, com
certeza, fará com que a criança perceba o que tem
de errado no seu comportamento, e naturalmente,
quererá abandoná-los. A calma nos traz mais força
para podermos realizar as melhores escolhas a cada
momento de nossas vidas.
A figura da borboleta nos dá uma excelente metáfora,
a partir da história da lagarta se transformando em
borboleta. Muitos recursos lúdicos podem ser usados
para essa ideia de transformação.
Trabalhar com as crianças (e com nós mesmos)
este exercício da renovação, do nascer interior, do
brotar de novas ideias, sentimentos e atitudes, é o
caminho para experenciarmos juntos o significado da
verdadeira Páscoa. Os elementos da Natureza podem
ser bastante explorados, pois eles são a representação
mais bela da existência de uma Inteligência Divina
por trás de tudo o que existe.
COMO MEDITAR COM AS CRIANÇAS
Os benefícios da meditação são inúmeros e já
comprovados cientificamente, mas o mais importante
é aproveitar esse período tão propício para elevar
a consciência, começar novos hábitos, melhorar as
relações familiares e cultivar o divino em nós.
Para que possamos envolver as crianças, devemos
fazer desses momentos algo muito lúdico, amoroso,
criativo: assim, elas irão participar com alegria.
O grande mestre iogue e educador indiano
Paramahansa Yogananda diz:
“Na primeira infância de uma planta humana,
os cuidados e a nutrição espiritual frequentemente
determinam seu desenvolvimento posterior.”
As crianças são seres dinâmicos, agitados e inquietos
corporalmente. Em contrapartida, a mente delas é
bem mais calma que a mente de um adulto.
O papel do adulto é acalmar o corpo da criança
falando baixo e suavemente, demonstrando calma e
se movimentando lentamente.
ORANDO COM AS CRIANÇAS
Yogananda ensina que devemos sempre orar antes
de meditar, como uma forma de conversar com o
Divino, sentindo Sua presença como a de um amigo
muito querido e especial.
Mas é importante também deixar a criança à
vontade para criar suas próprias orações.
Apresentamos, aqui, algumas orações de
Paramahansa Yogananda, publicadas em seu livro de
poemas Sussurros da Eternidade:
“Querido Pai Celestial, enquanto durmo, vens a mim
como Paz. Quando desperto, vens a mim como Alegria.
Quando amo meus amigos, vens a mim como Amor.”
“Quando corro, corres comigo. Quando brinco, Te
divertes também. Quando penso, pensas comigo.
Quando quero, és Tu que me dás o poder da vontade.”
“Ensina-me a brincar de forma correta, a pensar
corretamente, a ter a vontade correta e a me comportar
bem. Quero agradar a Ti, que estás dentro de mim.
Gosto de ser guiado por Ti, porque és o meu Maior
Apoio.”

“Mãe Divina, eu Te agradeço pelas Suas águas claras.


Quando estou com sede, eu bebo a água porque Tu a
criaste, límpida e fresca, para mim. Quando estou sujo,
depois de brincar, tomo banho com Tua água e me sinto
limpo e refrescado.”

“Mãe Divina, quando o Sol toca meu rosto, eu Te


agradeço pelo carinho amoroso. Quando as nuvens
cobrem o céu e depois o Sol aparece novamente por trás
das nuvens, eu sei que Tu está brincando de esconde-
esconde comigo.”

“Eu me curvo a Ti na água e no brilho do Sol, e em


todas as alegrias do dia a dia. Eu me curvo a Ti no
alvorecer, ao meio dia, à tarde e na silenciosa noite.”
CRIANDO O CANTINHO DA PAZ

Lembre de preparar um canto especial com a criança,


onde vocês podem colocar juntos elementos da
Natureza e as artes com o tema de Páscoa.
Nesse canto, vocês poderão se sentar no chão ou em
cadeiras em frente a essa mesinha especial.
Clique aqui para assistir ao vídeo Cantinho da Paz
para você criar esse espaço no quarto da criança não
apenas na Páscoa, mas para qualquer época do ano...
Nesse canto, vocês poderão se sentar no chão ou em
cadeiras em frente a essa mesinha especial.
É muito importante manter as costas retas. Para isso,
rode os ombros para trás para o peito ficar mais para
a frente.
A coluna ereta é um pré-requisito para a prática da
meditação iogue, pois a energia cósmica flui pela
espinha dorsal. Quanto mais ereta a coluna estiver,
mais vocês irão sentir os benefícios da meditação.
Você pode iniciar contando alguma história que
lembre os valores humanos universais que quer
inspirar a elas.
Pode também colocar uma música suave ao fundo,
sugerir para a criança ouvir o silêncio ou o barulho
de uma concha do mar.
O desafio maior das crianças é ficarem muito tempo
paradas, por isso, devemos ir "alfabetizando-as"
nesse convívio com o silêncio interior, por meio de
práticas meditativas bem curtinhas. A duração vai
depender da idade da criança e de sua natureza.
Outra sugestão é fazer algumas posturas de
hatha-yoga simples para a criança se alongar e relaxar
o corpo, antes da prática da meditação.
Comece, então, convidando a criança a fechar os
olhos e respirar pausadamente, sentindo o ar chegar
até a barriga. Fale para a criança colocar a mão na
barriga para sentir o ar entrando e saindo dessa
região.
Você pode fazer a respiração do balãozinho, se
quiser, sugerindo para a criança, antes da prática,
ficar deitada, com um barquinho em cima de sua
barriga e respirar profundamente para elevar o
barquinho e depois soltar o ar devagarinho, descendo
o barquinho. A profa de Yoga Elma Martins sugere
fazer essa prática visualizando o barquinho nas ondas
do mar.
Depois, novamente na postura sentada, explique
para a criança que temos um ponto entre as
sobrancelhas, dizendo que este é o nosso ponto de
maior concentração, também chamado de Ponto
da Sabedoria. Na Índia, ele é chamado de Olho
Espiritual.
Peça para a criança apertar com o seu dedinho esse
ponto entre as suas sobrancelhas.
Diga para a criança sentir uma luz nesse ponto e
continuar respirando calmamente.
Agora vocês irão, juntos, lentamente, inspirar o
ar contando até três, segurar o ar contando até
três e soltar o ar contando até três. Sempre de
olhos fechados, e mesmo com os olhos fechados,
mantenham o olhar no ponto entre as sobrancelhas.
Faça esse exercício três vezes com a criança.
Agora, pouco a pouco, vocês entram numa sintonia
de apenas sentir o ar entrando e saindo e começam
a acalmar os pensamentos, deixando eles passarem
pela mente de vocês como se fossem cenas de filmes.
Deixe eles irem embora, repare que, se vocês não
derem atenção a eles, eles se vão.
Vem outro pensamento e se vai. Sinta os
pensamentos como ondas do mar e sinta por detrás
deles o grande oceano do Espírito. Sinta aquela
imensidão desconhecida com a qual, através da
meditação, pouco a pouco, vocês começam a ter
contato.
Para finalizar, peça para a criança abrir os olhos e
começar a se espreguiçar.
Aproveite esse momento para permanecer em
silêncio, tanto quanto possível. A princípio, pode
parecer difícil meditar com as crianças, mas com
o passar do tempo, as famílias verão os frutos
dessa ação claramente, pois as crianças irão reagir
emocionalmente mais tranquilas aos seus desafios
diários e terão mais foco, criatividade e paz interior.
Afirmações Positivas

Naquele “Cantinho da Paz”, a família poderá


praticar afirmações inspiradas nessa renovação que é
a Páscoa.
As afirmações são uma excelente ferramenta da
ciência da Yoga para usar com as crianças. Desde
pequenas, elas podem aprender que são capazes
de controlar sua mente, e as afirmações positivas
representam uma técnica muito poderosa para isso.
Paramahansa Yogananda dizia:
"Palavras ou afirmações sinceras repetidas com
compreensão, sentimento e vontade seguramente farão
com que a Força Vibratória Cósmica Onipresente o
auxilie em qualquer dificuldade."
Assim, se as afirmações já transformam adultos,
imagine o poder que elas têm nas mentes jovens, que
são facilmente moldáveis!
Recomendamos utilizar algumas afirmações simples,
relacionadas ao tema da Páscoa.
Uma sugestão é escrever as afirmações em pequenos
papéis, dobrá-los e colocá-los numa caixa.
Vamos deixar algumas sugestões, mas vocês, junto
com a criança, podem também criar novas afirmações
positivas.
Todos os dias, durante a Quaresma, você pode tirar
juntamente com a criança, uma afirmação ao acaso
da caixa e repetir algumas vezes, primeiro em voz
alta, depois mais baixo e ir diminuindo a voz até que
a afirmação se transforme num sussurro.
Veja alguns exemplos de afirmações:

"Eu sou paz, eu sou amor, eu sou luz."

"Amado Cristo, ilumina minha mente e meu


coração."
"Sou forte e corajoso e a todos quero ajudar."
VISUALIZAÇÃO

Nasce uma Estrela

Sente-se com a criança no chão ou numa cadeira


de espaldar reto, com a coluna ereta e procurem
acalmar a respiração, sentindo o ar entrando frio e
saindo mais quente.
Depois, você pode narrar de forma resumida, com
suas próprias palavras, como foi a vida e a passagem
de Jesus e como ele resuscitou. Pode lembrar por
exemplo, como Jesus nasceu, as coisas boas que ele
fez para as pessoas, como curar aos doentes e levar
palavras lindas de amor e alegria aos que estavam
tristes... E, dependendo da idade da criança, pode
simplificar o relato de sua morte, contando apenas
que quando ele deixou o seu corpo e partiu dessa
Terra, ele viu que seus discípulos (seus alunos mais
queridos) ficaram muito tristes... Ele, então, resolveu
realizar o milagre de criar novamente um corpo para
se despedir dos seus amigos e ensinar mais algumas
coisas importantes para eles não ficarem tristes com
sua despedida. Depois disso, Jesus novamente deixou
aquele corpo e assumiu a forma real de sua alma, de
Luz Infinita.
Após esse relato, você começa a dirigir a Visualização,
falando com voz pausada e em um tom suave o
seguinte texto:
Feche os olhos e sinta uma luz brilhante em seu coração.
Ela é uma luz dourada que vai aumentando e se
espalhando por todo o seu corpo.
Imagine todo o seu corpo brilhando nessa luz dourada.
Você se sente como uma estrela luminosa. Você sente
seu corpo como uma estrela de luz. Você está feliz e
brilhante. Todo o seu corpo brilha nessa luz dourada.
Você percebe que, além do seu corpo físico, você também
é um corpo de luz.
E esse corpo de luz é que te faz ser alegre e positivo.
(Espere um tempo em silêncio)
Agora você sabe que quando se sentir triste ou com
medo você pode fechar os olhos e lembrar que você
também é uma estrela luminosa.
Assim como Jesus Cristo renasceu, você pode, sempre
que quiser, renascer nessa luz dourada que existe em seu
próprio coração.
Com uma voz calma e tranquila, você pede para
a criança abrir os olhos devagar e começar a se
espreguiçar.
Relaxamento
Yoganidra

A Lagarta vira Borboleta


Vamos pedir para as crianças se deitarem no chão,
em um tapete ou na grama, e fecharem os olhos, elas
podem estar de costas ou na posição que se sentirem
mais confortáveis. Você pode envolvê-las com um
tecido na hora do casulo e conduzir da seguinte
forma:
Vamos imaginar que somos um ovinho bem
pequenininho, que está pousado em um arbusto com
folhas bem tenras, que quer sair da casquinha...
Esse ovinho se esforça, se esforça e ploft!... consegue sair e
vira uma lagarta bem pequenininha.
Essa lagartinha está com muita fome, ela come,
come, come sem parar as folhas verdinhas e macias da
plantinha que estava.
Essa lagarta cresce e cresce e quando está muito grande,
começa a pegar um fiozinho de seda de um lugarzinho
escondido que ela tem, e vai tirando fios e mais fios e
fazendo um casulinho envolta dela, bem apertadinho, se
enrola, se enrola até formar uma casinha perfeita, bem
fechadinha...
Ela fica lá por um tempo, quietinha, sem comer, sem
beber, sem se mexer...
(Aguardar um tempo...)
Depois de um tempo, ela vai sentindo seu corpinho lá
dentro se modificar, algo está acontecendo, ela sente que
chegou a hora de acordar, de sair daquele casulo... Algo
aconteceu...
Uma perninha sai para fora, outra perninha, um
corpinho e, finalmente, asinhas!
Ela tinha se transformado em uma linda borboleta!
Ela sai voando pelo céu, voa, voa, sem parar, feliz,
olhando tudo lá embaixo com grande alegria...
Imaginem tudo o que ela está vendo... flores, pássaros,
árvores, mar, terra...
Agora vamos voltar para nossa sala (ou lugar que
você está com a criança)... vamos espreguiçar, abrir os
olhinhos bem devagar... e se sentar lentamente...
Depois, vocês podem falar para as crianças, que
quem quiser pode contar como foi a sensação de ser
uma lagarta que virou borboleta.
Programa Omnisciência de
Educação para Paz
Nosso programa de Educação para Paz procura
inspirar as crianças e os jovens em uma nova
consciência que traga, como frutos, seres humanos
mais felizes e equilibrados.
A principal fonte de referência para o nosso programa
é o educador e filósofo indiano Paramahansa
Yogananda, que trouxe para o Ocidente as bases de
como aplicar os métodos da Ciência da Yoga para
uma vida saudável e equilibrada.
Sua metodologia, denominada How-To-Live,
contempla a aplicação prática da Yoga em quatro
pilares para um desenvolvimento harmonioso:
Ciência do Corpo, Engenharia Mental, Artes Sociais
Aplicadas e Ciência Espiritual Aplicada.
Aqueles que se interessarem em conhecer livros
infantojuvenis selecionados em Valores Humanos,
podem clicar na imagem abaixo:
Equipe Programa Omnisciência
de Educação para Paz

instagram: @educacaoparapaz

www.omnisciencia.com.br

Pesquisa e Textos: Ligia Miragaia e Maeve Vida


Edição de Arte: Ligia Miragaia

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