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Prova de Economia (Microeconomia)

Instruções: Esta é a atividade avaliativa do conteúdo de microeconomia. Em grupo (não mais


do que 7 pessoas) responda as 3 questões abaixo. Procure utilizar os conceitos vistos em sala
de aula e respeitar as instruções de cada uma das perguntas. Apenas uma pessoa do grupo
deve enviar o trabalho. A atividade estará disponível para vocês de 26/04 à 02/05 e vale 2,5
pontos na média. Faremos tudo pelo BB, portanto a entrega deve ser feita por lá também.

Jessyka Maria Tavares Souza - RGM: 25436660

Sérgio Raphael Rodrigues - RGM: 18197396

Thiago Costa - RGM: 26447029

Questão 1: Com base nos dois textos abaixo posicione-se a respeito do mercado consumidor
de ovos de páscoa no Brasil, apontando seus desafios e seus impactos para os consumidores e
supermercados. Procure utilizar em suas respostas os conceitos de utilidade e de elasticidade.
(1 pontos)

Considerando o conceito de Utilidade, conclui-se que os Ovos de Páscoa são de alta utilidade
para os brasileiros durante o período da Páscoa, ou seja, possuem um alto valor de uso para
a população daqui em relação à de outros países. Como é dito no texto 1, isso pode ser
explicado pelos fatores socioculturais locais, mas também pode ser entendido simplesmente
pelo fato de muitos gostarem demasiadamente desses chocolates ou pela satisfação de tirar
fotos ou exibir-se para outras pessoas, afinal a Utilidade é algo pessoal. A Utilidade Marginal
do Ovo de Páscoa provavelmente não irá saturar pois o intervalo entre os períodos em que a
demanda para esse produto aumenta é grande, assim como ocorre com panetones. Pelo fato
de os Ovos de Páscoa serem culturalmente tão valorizados pelos consumidores brasileiros
nessa época, isso torna essa demanda inelástica, o que significa que os consumidores são
pouco sensíveis às alterações nos preços e irão comprar mesmo com aumentos nesses
preços.

No exemplo dos carros, o transporte público de baixa qualidade faz com que as pessoas
procurem carros individuais por necessidade (alta Utilidade e pouca Elasticidade) e o
protecionismo desestimula a concorrência vinda de empresas do exterior. Dessa forma, uma
grande demanda inelástica se forma com oligopólios que conseguem subir os seus preços
como quiserem.

No exemplo do iPhone, o status que várias pessoas almejam faz com que o preço de reserva
destas para esse smartphone seja maior. Com uma grande demanda, a Apple é estimulada e
aumentar a produção e os seus preços aqui, já que existem pessoas dispostas a pagar.

Voltando para os Ovos de Páscoa, a situação de pandemia atual faz com que muitas coisas
naturalmente fiquem mais (ou ainda mais) caras, e os Ovos de Páscoa são um produto já
caro devido ao seu processo de produção extremamente trabalhoso. Esse mercado ainda se
prejudica pela queda na demanda e Utilidade agora por não ser um produto objetivamente
essencial, então as pessoas hesitam em gastar o dinheiro que estão conseguindo.
Desconsiderando a pandemia, no geral, para os consumidores conseguirem uma diminuição
nesses produtos, é necessário que pessoas parem de comprar produtos com preços caros
demais ou abusivos, forçando as empresas a mudarem os processos de produção e buscarem
novas tecnologias para facilitar isso, ajustando o mercado novamente. Para os mercados é
benéfico ter as coisas como estão e essa data comemorativa de forma anual, caso contrário
as pessoas comeriam Ovos de Páscoa frequentemente e a Utilidade Marginal iria decrescer,
deixando a demanda mais elástica.

Texto 1:

Todo ano é a mesma coisa. A páscoa chega, e com ela, os ovos de páscoa. As pessoas
reclamam do preço desses ovos de chocolate, algumas pessoas rebatem dizendo “se você não
quiser pagar o que pedem, não compre”, outras dizem “ah, mas é mais caro produzir um ovo
de páscoa do que uma barra do mesmo chocolate”.

Se o ovo é tão caro, quer dizer que as pessoas são insensíveis ao preço?

Sim, e isso vem de fatores socioculturais. As pessoas ainda valorizam muito a presença de ovos
de chocolate na páscoa, abrem mão de qualquer coisa para manter essa tradição. Isso significa
não só demanda alta como uma demanda pouco elástica (como no segundo preço calculado
acima).

Em outros países com menos apego a essa tradição dos ovos de páscoa, vemos que o mesmo
ovo, feito no brasil, com custo de transporte maior, acaba ficando mais barato. O motivo disso
é exatamente a importância que o brasileiro dá ao ovo de páscoa que o gringo não dá. Isso não
acontece apenas com o ovo de páscoa.

Esse mesmo fenômeno ocorre com os carros feitos no Brasil e vendidos no exterior, bem como
nos iPhones vendidos no Brasil.

Carros brasileiros são mais baratos no México e na Argentina. Isso se deve, na opinião do
autor, a dois fatores. O primeiro é a péssima qualidade do transporte público brasileiro, que
gera uma enorme demanda por carros individuais. O segundo fator é o superprotecionismo
que o governo brasileiro deu à indústria automobilística nos últimos anos.

O iPhone brasileiro é o mais caro do mundo quando se converte o preço em reais para o dólar.
A justificativa para a baixa elasticidade preço-demanda por iPhones no Brasil é mais uma
questão de status. O brasileiro está disposto a pagar qualquer preço por um iPhone, uma vez
que ele simboliza status em muitos segmentos sociais.

Fonte: https://www.infomoney.com.br/colunistas/terraco-economico/a-economia-dos-ovos-
de-pascoa-entendendo-as-diferencas-de-preco/

Texto 2:

O InfoMoney já apontou algumas razões para esse aumento nos preços em matéria anterior.
Fabio Gallo, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação
Getúlio Vargas (EAESP/FGV), explicou que o principal fator de encarecimento dos ovos nesta
Páscoa é o aumento do custo do cacau. Cerca de 70% do cacau no mundo vem de Gana e
Costa do Marfim, países localizados na costa oeste da África, que disputam uma guerra de
preços com empresas produtoras de chocolate.

“Ano passado, (Gana e Costa do Marfim) impuseram uma sobretaxa de US$ 400 por tonelada
no preço da exportação de cacau. De forma geral, isso afeta o mercado e o preço do insumo”,
explicou. “No caso dos ovos de Páscoa, tem um componente a mais. O custo do ovo também
reflete a embalagem, o enfeite. São materiais de plástico, papel. Os preços disso subiram
muito no Brasil, o que acaba afetando toda a cadeia produtiva.”

Fonte: https://www.infomoney.com.br/consumo/ovos-de-pascoa-2021-tem-mais-promocoes-
mas-preco-medio-esta-mais-amargo/

Questão 2: O case abaixo faz uma discussão sobre o que foi feito para que os consumidores
utilizassem menos gasolina e eletricidade nos EUA. Coincidentemente estamos enfrentando os
mesmos problemas aqui no Brasil. O preço da gasolina está muito alto e o nível dos
reservatórios de água está bem baixo, o que aponta que muito em breve poderemos ter
racionamento de água e aumento no preço da energia elétrica. Com base nos argumentos
contidos no texto, o que poderia ser feito no Brasil para tentar evitar esse problema? Utilize o
conceito de Curva de Possibilidade de Produção para fundamentar teoricamente a sua
resposta. (1 ponto)

Pela Curva de Possibilidade de Produção, estando todos os fatores de produção do território


brasileiro em pleno uso, isso significa que o país está no seu limite nesse setor e precisa
encontrar meios de aumentar a eficiência dos fatores atuais ou sacrificar parte da produção
de um setor em benefício de outro. Bacias maiores (Terras), investimentos públicos ou
parceiras privadas (Capital e Capacidade Empresarial), contratação de mais mão de obra,
etc.; ou a diminuição da produção de outras formas de energia, como a nuclear por exemplo,
são formas de lidar com isso.

Quanto ao preço da gasolina, é possível buscar por inovações no fator Tecnológico como
biocombustíveis e carros movidos à energia elétrica. O fator Tecnológico inclui também os
painéis de energia solar para complementar a produção energética. Como ocorreu anos
atrás, o racionamento de água é uma possibilidade que para ser evitada depende da
conscientização dos consumidores quanto ao seu uso. Como mencionado no texto, a
demanda eventualmente irá cair devido ao aumento de preço e consequente redução do
consumo, como se diminuísse um lado da balança para que a Curva de Possibilidade de
Produção retorne ao ponto em que podia produzir o suficiente para todos com os recurso e
fatores de produção disponíveis.

Case: Demanda de Energia – O que induz os consumidores a usar menos gasolina e


eletricidade?

Os verdadeiros poupadores de energia não usam roupas antigas. Ou será que usam?

Por Anna Bernasek


Fonte: New York Times, 13 de novembro 2005

Quando os preços do petróleo e do gás dispararam, após a passagem dos furacões Katrina e
Rita, o presidente George W. Bush fez um apelo ao povo para economizar energia. Ele pediu
que as pessoas diminuíssem as viagens desnecessárias, por exemplo, e que fizessem rodízio de
carros com amigos para ir ao trabalho. Então, em outubro, a Casa Branca começou uma
campanha para conservação de energia, desenterrando ideias antigas, como trocar as
lâmpadas incandescentes por fluorescentes e instalar melhor sistema de isolamento térmico
nos sótãos das casas.

Alguns críticos ridiculizaram o programa, dizendo que era uma volta bizarra à década de 1970,
um conjunto de ideias ultrapassadas que evocavam sentimentos de escassez e tristeza. Será
uma pena, contudo, se uma política eficaz de energia não sair do papel. Aprendemos muito
desde aquela época sobre o que funciona ou não. [...]

Há motivos para ser otimista. Um deles é que as forças de mercado podem ajudar a fornecer
soluções: o simples aumento de preços já leva as pessoas a economizar. A forma como os
consumidores respondem à variação dos preços – o que os economistas chamam de
elasticidade da demanda – vem sendo objeto de muitas pesquisas.

Atualmente, os economistas acreditam que desenvolveram uma regra muito boa para o uso de
energia. No caso da eletricidade, que é relativamente fácil de medir, eles descobriram que,
quando o preço aumenta 10%, a quantidade demandada cai quase 3%. Nos postos de gasolina,
um aumento de 10% no preço provoca uma queda de aproximadamente 2% na quantidade
demandada.

O comportamento do consumidor muda rapidamente durante uma crise. Peter C. Reiss,


professor de Economia na Universidade de Stanford, e Matthew W. White, professor de
administração e Políticas Públicas na Faculdade Wharton, da Universidade da Pensilvânia,
realizaram um estudo que apresenta evidências recentes. Ao analisarem o consumo das
famílias, durante a crise de eletricidade de 2000 e 2001, em San Diego, na Califórnia, eles
descobriram que, surpreendentemente, ele caiu rapidamente. No verão de 2000, em 60 dias,
quando a conta de luz subiu quase $ 60 – um aumento de 130% - a família média diminuiu o
consumo em 12%.

Esse tipo de queda exige grande mudança de comportamento. Os autores descobriram que as
famílias não usaram os condicionadores de ar, em pleno verão, e que investiram em novos
equipamentos com baixo consumo de energia, entre outras coisas.

O alto custo não é a única força que influencia a redução de consumo. Embora os apelos
públicos para economizar energia sejam ridicularizados por comediantes nos shows de TV, que
lembram as roupas antiquadas usadas na época pelo presidente Jimy Carter, o esforço pode
ter impacto significativo.

Os professores Peter Reiss e Matthew White descobriram que isso é verdade, em San Diego.
Em fevereiro de 2001, com o preço no limite, o Estado da Califórnia começou uma campanha
para economizar eletricidade. E funcionou. “Ficou claro, depois de seis meses, que o apelo
público teve grande impacto” disse o professor White. Tais campanhas podem ter efeitos
significativos sobre o comportamento do consumidor, segundo ele, quando se apresenta uma
explicação clara das atitudes que as pessoas podem tomar e como elas poderão fazer a
diferença.

Talvez a razão mais importante para ser otimista seja o papel da tecnologia para promover
economia de energia. De 1979 a 1985, logo após a crise de energia, o povo americano reduziu
o consumo de petróleo em 15%. O fator singular mais importante foi a mudança nos hábitos
de compra de automóveis. Os americanos descobriram que um carro que gasta menos
combustível, em vez dos beberrões habituais, não impede que continuem a ir aos mesmos
lugares a que sempre foram.

Questão 3:

Selecione uma reportagem de jornal, de preferência do caderno de economia, em que seja


abordada alguma das estruturas de mercado (concorrência perfeita, monopólio, oligopólio ou
concorrência monopolística) estudada em sala de aula e faça uma breve análise da reportagem
escolhida à luz da estrutura de mercado da empresa (ex.: se a reportagem fala sobre preço,
analise como é formado o preço naquele mercado, se a reportagem fala de marketing, analise
a importância do marketing para aquela estrutura e assim por diante). (0,5 ponto)

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