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Historicamente, pode-se dizer que o mercado, enquanto instituição, isto é, uma força capaz de
influenciar a ordem socioeconômica, não se iniciou sob uma lógica rural e produtiva local, mas,
sim, sob uma lógica internacional e financeira que caracterizou o comércio ultra marítimo da Era
dos Descobrimentos. Antes disso, o mercado tradicional, local e rural, somente confrontava a
oferta inicial com a demanda final, não deixando lugar para intermediações.
Consequentemente, não permitia o surgimento da figura do mercador, o qual irá, com o
surgimento do mercantilismo, formar a classe da burguesia comercial e submeter áreas cada
vez maiores da vida humana ao império do dinheiro.
Em função dos poderes que detêm uns e outros se definem os tipos de mercado:
• Mercado de concorrência;
• Mercado de monopólio / monopsônio;
• Mercado de oligopólio / oligopsônio.
Apesar dessas exigências, pode se admitir a existência, ainda hoje, de mercados concorrenciais
que podem ser observados, particularmente, no varejo em geral, nos serviços, no mercado das
commodities, nos alimentos frescos, na indústria de cosméticos, etc..
Monopólio
Geralmente, um produtor adquire situação de monopólio quando possui uma das seguintes
vantagens
Quanto ao monopsônio, trata-se de um agente econômico que compra tudo o que é produzido
por fornecedores, como no caso das concessionárias de energia elétrica que compram toda
energia gerada por terceiros. Aliás, nesses casos de concessionárias configura-se uma situação
de monopólio e monopsônio ao mesmo tempo. Ainda, na maioria dos serviços que exigem a
instalação de redes pesadas de distribuição, tais como oferta de água e luz, os custos fixos são
de tal forma elevados que fica economicamente mais eficiente prestar o serviço com uma só
empresa do que com mais de uma. Essa situação é conhecida como de monopólio natural.
Oligopólio
Empresas oligopolísticas podem evitar a concorrência e formar carteis para auferir maiores
lucros, elevando os preços. Esses acordos entre as empresas são ilícitos e são combatidos por
leis antitrustes.
Analisamos primeiro o mercado de concorrência perfeita e o que se aprende nessa análise pode
ser útil no estudo dos demais tipos de mercado. Veremos que há sempre um grau de
concorrência, mesmo nos casos de monopólio
DEMANDA
Partimos do princípio de que o comportamento dos compradores determina a quantidade
demandada, Qd, de quaisquer bens e serviços.
Suponhamos que a demanda, D, acompanhe o preço P. Quando P aumenta, D cai e, vis versa,
quando P cai, D aumenta.
ΔP → ΔD
Como é essa relação? é proporcional? mais ou menos que proporcional? Ou seja, de quanto
aumenta ou cai D de um produto quando seu P cai ou amenta? Isso depende basicamente do
quão necessário seja o bem em questão, da existência de outro(s) produto(s) que possa(m)
substituir o bem demandado e, também, do grau dessa substituibilidade.
Quando dois produtos, x e y, são substitutos, como, por exemplo, gasolina e álcool no
combustível de um automóvel Flex, a variação do preço de um gera variação na demanda do
outro.
ΔPx → ΔDy
Evidentemente, a demanda não depende somente do preço, mas também do nível de renda, R.
Por uma renda menor, uma demanda menor e vis versa. Todavia, existem bens e serviços cuja
demanda varia no sentido inverso da variação da renda.
ΔR ↓ → Dx ↑
Nesse caso, o produto é considerado como bem relativamente inferior. Por exemplo, uma
família consume apenas 1 quilo de salsicha por mês, porque a sua dieta em proteínas animais é
completada por outras carnes mais caras. Depois que sofre queda na sua renda, essa família
passa a demandar 6 quilos do produto. A salsicha seria, nesse caso e no justo momento em que
a mudança ocorre, um bem inferior.
Ocorre também que a variação do preço de um bem x pode causar variação na demanda do
próprio produto x e, também, na quantidade demandada de outro bem ou até de um conjunto
de outros produtos.
Uma elevação no preço da gasolina, por exemplo, causa queda na demanda pelo combustível,
pelos pneus, automóveis; redução do número de passageiros, etc.
Nesse caso, os bens e serviços são complementares, como o café e o açúcar; o cimento e a areia;
o processador de informática e o programa associado, etc.
A demanda é influenciada pelos gostos e outros inúmeros fatores históricos, culturais, religiosos,
psicológicos e, ainda, pelas expectativas. De fato, o que se espera no futuro, em termo de renda,
gastos, tecnologia e da evolução dos preços, afeta diretamente a demanda de hoje.
Enfim, considerando todos esses fatores (renda, gostos, expectativas) constantes, uma mudança
de preço, P, acarreta variação na quantidade demandada, Q.
ΔPx→ΔQx
Para fim de análise, os economistas supõem constante o que varia, operando uma abstração
problemática, porém necessária, vez que não se pode capturar todas as interações em
movimento na economia. Utilizam a cláusula ceteris paribus (as outras coisas sendo iguais) para
fixar variáveis e acompanhar a trajetória de distintos fenômenos econômicos. Todavia, importa
atentar para o que é mantido constante e o que está mudando na análise do economista, isto é,
distinguir a variável do dado.
Mas, quando varia um outro fator de demanda, que não seja o preço, como renda, gosto dos
consumidores ou surgimento de produto substituto, a curva de demanda se desloca.
Qualquer alteração que aumente a quantidade, Q, demandada a cada preço, desloca a curva de
demanda para a direita.
Variação de outros fatores que afetam a demanda fora o preço, causa deslocamento da curva
da demanda.
OFERTA
A relação entre o preço, P, e a quantidade ofertada, Q, forma a LEI DA OFERTA.
Q=f(P)
É claro, a quantidade ofertada de cada bem ou serviço depende também de outros fatores fora
o preço deste bem ou serviço. Depende basicamente:
ΔPx → ΔOx
OFERTA E DEMANDA
Se o preço vier a cair abaixo do P*, os produtores revisariam seus planos de produção para baixo.
A quantidade de oferta cairia, ficaria abaixo da quantidade demandada e a consequente
escassez elevaria o preço, levando-o de volta ao nível P*.
Da mesma forma, se o preço subir acima do P*, a quantidade ofertada aumentaria de forma
excessiva, o que implicaria numa queda do preço rumo ao P*. O preço varia e é acompanhado
por decisões empresais que alteram a alocação dos recursos para a produção.
Quando algum fator desloca uma dessas curvas, o equilíbrio do mercado se altera e passa para
um novo ponto de equilíbrio. Equilíbrio antigo seguido por equilíbrio novo, configurando uma
estática comparativa. A estática é o estudo de sistemas sob ação de forças que se equilibram.
GRÁFICOS - Movimento de equilíbrio
Variação da demanda
Variação da oferta
Uma mudança significativa do preço da cenoura gera mudança no plantio e na oferta do legume,
levando, via ajustes sucessivos, a um novo ponto de equilíbrio.
O problema é que os ajustes de oferta e demanda não ocorrem de modo instantâneo, mas de
forma ex-post, uma vez que já houve escassez ou excesso. Nos dois casos há desperdício de
recursos, flutuações anárquicas e depressões que podem inviabilizar a eficácia do mercado em
garantir o equilíbrio. Economistas heterodoxos (Marx e Keynes, notadamente) exploraram essa
incapacidade do mercado como prova da natureza instável da economia capitalista.
O grau desse impacto pode ser proporcional, mais que proporcional ou menos que proporcional.