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Dito Zacarias

Gilda Damião

Dias Prisciliano

Guilherme Fernando

Saibo Rui Armando

A história regional
Curso de licenciatura em ensino de Historia com habilitações em documentação

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Dito Zacarias

Gilda Damião

Dias Prisciliano

Guilherme Fernando

Saibo Rui Armando

A história regional

Trabalho de carácter avaliativo, a ser


apresentado no departamento de Letras e
ciências sociais, recomendado na cadeira
de DH-IV. Do Curso de Historia pelo
docente da cadeira, 4º ano.

Docente MA. Tito Pulo da Costa Leveque

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Índice
Introdução..........................................................................................................................................3

1. História Regional...........................................................................................................................4

1.1. Conceito......................................................................................................................................4

1.2. Principais características.............................................................................................................5

1.3. Importância da história regional.................................................................................................6

Conclusão...........................................................................................................................................8

Referência bibliográfica.....................................................................................................................9
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Introdução

O presente trabalho, tem como tema: Historia Regional. Notadamente, essa inserção do estudo de
História Regional não é algo que acontecerá da noite para o dia, esse processo é lento e gradual,
porém são necessárias mudanças estruturais nos currículos escolares, que possam inserir temas
que contemplem a historia regional, bem como, reestruturação dos conteúdos abordados nos livros
didácticos, quando possa existir a flexibilidade dos organismos governamentais no sentido em que
os manuais didácticos possam ser produzidos em perspectivas Regional, sem perder de vista um
contexto mais amplo dos temas sugeridos no que se refere a História Geral.

Objectivo Geral:

Compreender o conceito e importância do estudo de historiar regional;

Objectivos Específicos:

Descrever o conceito e características de história regional;


Caracterizar a importância do estudo de história regional;
Quanto a metodologia usada na realização do presente trabalho foi a consulta de referências
bibliográficas que debruçam a cerca do tema em destaque, que consiste na leitura e interpretação
dos dados, os respectivos autores estão citados dentro do trabalho e vem na bibliográfica.

A organização importa referir que os conteúdos estão sequenciados de acordo com amplitude da
sua complementaridade lógica, partindo da introdução que faz a apresentação do tema, sugerindo
objectivos a serem alcançados e apresenta o método pelo qual usado na elaboração do mesmo: o
desenvolvimento onde é analisada o próprio tema e a conclusão que trás a culminância dos factos
abordados.
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1. História Regional
1.1. Conceito
A Nova Historia, em suas diversas expressões, contribuiu para renovação e ampliação do
conhecimento histórico e dos olhares da história, na medida em que foram diversificados os
objectos, os problemas e as fontes. A História Regional constitui uma das possibilidades de
investigação e de interpretação histórica. Através da História Regional busca-se aflorar o
específico, o próprio, o particular. A tratarmos de história regional estamos nos referindo à
abordagem que o historiador faz do seu objecto de estudo, recortando determinado espaço a ser
estudado.

O interesse central do historiador regional é estudar especificamente este espaço, ou as relações


sociais que se estabelecem dentro deste espaço, mesmo que eventualmente pretenda compará-lo
com outros espaços similares ou examinar em algum momento de sua pesquisa a inserção do
espaço regional em um universo maior (o espaço nacional, uma rede comercial) ”

O estudo regional nos permite estabelecer comparações, uma vez que, ao estabelecermos uma
relação do regional com o nacional, nossa visão e compreensão de determinado fato se amplia,
possibilitando romper com estereótipos historiográficos.

Segundo RECKZIEGEL apud CRESTANI (2016, p. 23), história regional,


refere-se “a manifestações de um tempo que recusa as ditas “concepções
hegemónicas”, que visam resgatar as particularidades e especificidades
locais como maneira de confirmar ou refutar as “grandes sínteses” até
agora impostas como válidas para as realidades históricas”.
Trabalhar com a história regional implica analisar uma determinada singularidade em meio a uma
totalidade, sob um “movimento dialéctico entre o pequeno e o grande acontecimento, para não cair
no erro de relativizar os acontecimentos, idealizando grupos e acontecimentos”. (CAPRINI,
2010).

Segundo JUNGBLUT, (2011, p. 3) salienta que, “para começar o estudo é importante que
percebamos que a história regional não se constitui como um método, muito menos possui um
corpo teórico próprio. “É uma opção de recorte espacial do componente estudado, ou seja, é uma
forma de delimitar algo a ser estudado sobre o passado”.

Então, podemos perceber que a história regional proporciona, na dimensão do estudo do


particular, um aprofundamento do conhecimento sobre a história nacional, ao relacionar
semelhanças entre as situações históricas diversas que constituem a nação.
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Para MARCOS SILVA (1990), entende a região como um universo de práticas vivenciadas pelos
diversos grupos humanos que nela se inserem, o qual engloba desde o relevo, as relações
humanas, a família, as condições de sobrevivência, até os aspectos culturais, a comunidade, entre
outros. A partir desta definição, pode-se pensar em extrapolar limites e fronteiras de ordem
administrativa-política que, em geral, costumam delimitar uma região. Assim sendo, o regional
torna-se um conjugado de identidades não vinculado, necessariamente, aos limites formais físicos
estabelecidos.

Pesquisando o espaço de acção, local onde os homens desenvolvem suas relações sociais,
políticas, económicas e culturais, a História Regional possibilita através de sua abordagem um tipo
de saber histórico que oportuniza conhecer uma ou mais destas dimensões nessa região, que pode
ser analisada tanto no que concerne aos seus desenvolvimentos internos, como no que se refere à
sua inserção em dimensões mais amplas.

No sentido de entender o termo História Regional, WESTPHALEN (apud


FRAGOMENI, 2005) questiona: “limitar o campo de estudo é, porventura,
diminuir a história? Reduzir seu objectivo para melhor atingi-lo não seria
mais eficaz e produtivo?” A autora segue na mesma linha da maioria dos
autores que tratam da questão, ou seja, considera a História Regional uma
metodologia, uma estratégia operacional. Diz também que a expansão dos
estudos de história regional já é objecto de análise desde o século XVIII,
quando a vida era muito mais marcada pela região do que pela nação.
Por sua vez BARBOSA (2011) lembra que a história “generalizante”, aquela das grandes sínteses,
tipo história de África desde o descobrimento aos nossos dias, trabalha com a noção de um tempo
constante, comum a todos os espaços, o chamado “tempo global”. Por sua vez, a História Regional
preocupa-se com a apreensão do “tempo dos lugares”, o tempo verdadeiramente vivido por cada
lugar, mesclado por experiências distintas daqueles vislumbrados por abordagens “globais”.

1.2. Principais características


O trabalho apresenta algumas características importantes da História Regional as seguintes:
 Caracteriza-se por ser uma história que tem o espaço de debates com a comunidade;
 Ligação do autor com o ambiente em estudo;
 A história regional caracteriza-se pelo estudo de um espaço físico reduzido;
 Análise dos fatos históricos relacionados ao local e região;
 O conteúdo trabalhado tem um forte significado na vida do aluno, pois faz parte de seu
quotidiano;
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 A história regional aproxima o historiador do seu objecto de estudo. Defende uma história
Viva, sendo que sua função básica é a construção de cidadãos críticos na escola e na
comunidade;
 As fontes para a história regional são as mais variadas, e não apenas textos oficiais. Tudo que
tem alguma relação com o objecto pesquisado, inclusive as fontes orais, fazem parte da busca
da "verdade" histórica;
 A história regional depende de outras disciplinas como a geografia, a sociologia e a
antropologia, para o estudo regional (OLIVEIRA, 2003, p. 26).

1.3. Importância da história regional

Segundo SILVA apud CRESTANI (2016, p. 16) salienta que, “abordagem de história local e
regional nem sempre teve importância no mundo acadêmico, semente a partir do final da década
de 1980, surgiram trabalhos mais sistematizados relacionados a essa temática. A partir da nova
conceção metodológica que surgiu na França em 1929, denominada de Nova História”.

Como cita a historiadora baiana Ana Maria Carvalho de Oliveira:


(...) A Nova Historia, em suas diversas expressões, contribuiu para
renovação e ampliação do conhecimento histórico e dos olhares da
história, na medida em que foram diversificados os objetos, os problemas
e as fontes. A História Regional constitui uma das possibilidades de
investigação e de interpretação histórica. (...) Através da História Regional
busca-se aflorar o específico, o próprio, o particular (OLIVEIRA, 2003, p.
15).
Por esta ótica, nota-se a importância do estudo da História Regional no universo historiográfico,
uma vez que ela aproxima o historiador do seu objecto de estudo. A narrativa deixa de ser
fundamentada em temas distantes para se incorporar aos fenómenos históricos da região,
consequentemente do município. Aquele passado distante, dá espaço para algo mais imediato.

“A importância deste ensino regionalizado e localista na disciplina de história pauta-se na ideia de


contribuir para o desenvolvimento de habilidades voltadas a uma nova maneira de pensar a
história regional e local em termos de aprendizagem e concepções. A história regional e local
produz a inserção do aluno na comunidade da qual faz parte, favorecendo que forme sua própria
historicidade e identidade” (SCHMIDT; CAINELLI, 2005).

Assim, a prática de problematizar a história regional contribuirá para que o aluno compreenda o
desenvolvimento histórico de sua cidade e desconstrua a versão oficial, intrinsecamente ligada à
versão do “pioneirismo” que considera os pioneiros como “heróis”.
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Para CAPRINI apud CRESTANI (2016. P. 17), “o estudo de história


regional enfatiza a necessidade de pesquisar espaços e contextos que
ficaram esquecidos, sendo valorizados somente aspectos históricos
nacionais ou temas já consagrados. No entanto, não se deve conceber um
ensino que imponha somente a versão dos acontecimentos dos
vencedores”.

Além do mais, a História Regional oferecia a possibilidade de comparação entre diferentes


situações históricas, contribuindo para a produção de uma síntese, a nível macro-espacial, uma vez
que cada região não poderia ser vista deslocada do todo em que se encontrava inserida. O recorte
regional permitia o esgotamento das fontes disponíveis para a pesquisa, garantindo a veracidade
dos resultados. (VISCARDI, 1997).
Segundo CRESTANI (2016, P. 21) salienta que, a história regional é capaz de apresentar
aspectos não previamente observados em níveis mais amplos como na “História Geral”. Um
estudo na ótica regional analisa um menor espaço físico e o conjunto de relações e articulações
estruturadas em torno de identidades singulares da localidade ou região em estudo o que
favorece o processo de compreensão do espaço em que vivem e agem os sujeitos históricos.

A história regional parte da memória como evocação do passado, da lembrança e do


esquecimento, ou seja, do que é esquecido, rejeitado, apagado da memória.

Logo, o ensino de História Regional busca apreender várias versões dos fatos históricos, trazendo
para a discussão em sala de aula os distintos sujeitos destes fatos, muitos dos quais foram
silenciados. Nessa mesma perspectiva, contribui também com o processo de construção do sujeito
histórico dos alunos, pois problematiza uma maneira de pensar e fazer a história a partir da sua
realidade social, acrescendo questões como o anacronismo, o etnocentrismo e as visões
reducionistas e localistas. Por meio da observação da realidade local, a turma pode entrar em
contacto com os primeiros conceitos históricos e aprender a construir ligações entre o quotidiano e
os aspectos mais amplos da vida social (CRESTANI, 2016, P. 28).

Os trabalhos regionais são justificados porque os estudos nacionais ressaltam as semelhanças, e a


regional trabalha com as diferenças. Possibilitam abordar aspectos que não seriam percebidos no
contexto maior. Dessa forma,
[...] o estudo regional oferece novas ópticas de análise do estudo de cunho
nacional, podendo apresentar todas as questões fundamentais da História
(como os movimentos sociais, a acção do Estado, as actividades
económicas, a identidade cultural etc.) a partir de um ângulo de visão que
faz aflorar o específico, o próprio, o particular. A historiografia nacional
ressalta as semelhanças, a regional lida com as diferenças, a
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multiplicidade. A historiografia regional tem ainda a capacidade de


apresentar o concreto e o quotidiano, o ser humano historicamente
determinado, de fazer a ponte entre o individual e o social. [...] (SILVA,
1990, p. 13).
A importância da pesquisa regional em história é verificada também pelo fato de que por meio
dessa abordagem podemos discutir também a aplicação de teorias, pois a historiografia regional é
também a única capaz de testar a validade de teorias elaboradas a partir de outros parâmetros, via
de regra, o país como um todo, ou uma outra região, em geral, a hegemónica. Estas teorias,
quando confrontadas com realidades particulares concretas, muitas vezes se mostram inadequadas
ou incompletas (SILVA, 1990, p. 13).

Metodologia de pesquisa

Sobre metodologias de pesquisa da história regional, a pesquisa na aquisição de conhecimento ou


mesmo na colheita de dados e necessário que use os dois principais métodos de pesquisas que são:
o método quantitativo e qualitativo. Podemos afirmar que os tipos de pesquisa, quanto a sua
natureza, são: qualitativa e quantitativa. Já, quanto às modalidades da pesquisa em História, essa
classificação pode ter a seguinte especificação: pesquisa descritiva, pesquisa documental, pesquisa
bibliográfica. Ainda, vale destacar que o método utilizado na pesquisa histórica necessita das
Ciências Sociais e Humanas e pode ser denominado de: método de história oral, método
indiciário, método de montagem, método de descrição densa, etc.
Método qualitativo

A colecta de dados nos métodos qualitativos pode ser feita por meio de entrevistas, questionários,
observação, anotações, busca em documentos, entre outros.

A análise dos dados deve ocorrer por um meio que permita observar o fenómeno e suas
características, além das relações entre ele e outras variáveis que nele incidem.

A partir disso, o pesquisador pode sistematizar seus resultados e discutir suas implicações,
apresentando essas informações em um artigo científico.

O pesquisador para o seu trabalho do campo precisa de:


 Entender as motivações de um grupo;
 Compreender e interpretar comportamentos e tendências;
 Identificar hipóteses para um problema;
 Descobrir opiniões e expectativas de indivíduos
A colecta de dados nos métodos qualitativos pode ser feita por meio de entrevistas, questionários,
observação, anotações, busca em documentos, entre outros. A análise dos dados deve ocorrer por
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um meio que permita observar o fenómeno e suas características, além das relações entre ele e
outras variáveis que nele incidem. A partir disso, o pesquisador pode sistematizar seus resultados e
discutir suas implicações, apresentando essas informações em um artigo científico.

Método quantitativo

Os métodos quantitativos consiste na obtenção de informações por meio de ferramentas como


pesquisam, questionários, etc. Uma vez que os dados são colectados com essas ferramentas de
pesquisa, uma análise é geralmente realizada usando métodos estatísticos.

Para compreender melhor como se utiliza uma metodologia quantitativa, podemos supor o
seguinte caso: um investigador tem a intenção de medir, analisar e quantificar, o grau de satisfação
dos estudantes de uma determinada Universidade. Para o conseguir, ele deve realizar uma
pesquisa quantitativa, porque assim, vai conseguir através de um questionário estruturado, traduzir
em números as opiniões e informações dos estudantes e depois, analisar dos dados e, assim,
chegar a uma conclusão. Neste tipo de metodologias de pesquisa, a actuação de um especialista é
outra característica fundamental para se conseguir lapidar correctamente o grande volume de
informação bruta recebida através das ferramentas de recolha de datos, e depois, conseguir,
interpretá-la da melhor forma possível.
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Conclusão
Nessa perspectiva, precisamos entender a necessidade de valorização do estudo da História
Regional na Educação Básica, uma vez que “estudar a região ou local é importante e necessário
para o aluno, na medida em que ele está desenvolvendo o processo de conhecimento e de crítica
da realidade em que está vivendo”.
Dessa forma, acreditamos que a História Regional e Local, se configura como um valioso
instrumento metodológico para o professor de história, pois a abordagem de conteúdos voltados
para o local e o regional possibilita a elaboração de um olhar diferenciado acerca do saber
histórico, capaz de acusar uma visão critica entre os educandos, bem como, permite a efectivação
da noção de cidadania no ambiente escolar, uma vez que o objecte de estudo se apresenta como
familiar a realidade de vida dos estudantes.
O fundamental é tornar as aulas mais prazerosas, levando os alunos a perceberem que sua própria
vida já é uma grande história e que o conhecimento histórico pode ser elaborado por todos,
independentes de qualquer aspecto social, político, económico e cultural.
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Referência bibliográfica

BARBOSA, Agnaldo de Sousa. O propósito de um Estatuto para a História Local e Regional:


algumas reflexões. Disponível em: <www.franca.unesp.br/, 2011.

CAPRINI, Aldieris Braz Amorim. Considerações sobre História Regional. Disponível em:
<www.saberes.edu.br/arquivos/texto_aldieris.pdf>.. 2010.

CRESTANI, Leandro de Araújo. Fronteiras do ensino da história regional e local: Toledo: Fasul,
2016.

JUNGBLUT, Cesar Augusto. História regional. Indaial: Uniasselvi, 2011.

OLIVEIRA, Ana Maria Carvalho dos Santos. Recôncavo Sul: Terra, Homens, Economia e Poder
no Século XIX, Salvador, EDUNEB, 2003.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione,
2004.

SILVA, Luís Carlos Borges da. A importância do estudo Da história regional e local no ensino
fundamental. Poder, Cultura e Diversidade – ST 4: História e Educação: São Paulo 1990.

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