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Licenciatura em História – 2022/2023

Teoria da História

A História Oral –
reflexões e testemunhos

Docente:
Professor José Neves

Discentes:
Joana Clara Freire Ribeiro, n.º 2020118128
Miguel Augusto Luís, n.º 2020129451
Lara Patrícia Oliveira Rodrigues, n.º 2020130310
Vanessa Maria Ferreira Carvalho, n.º 2020131234
Mário Fernando Lopes Sequeira, n.º 2020128305
Rodolfo Miguel da Silva Matoso Aguiar Cunha, n.º 2020131003

1
Índice
1. Introdução...............................................................................................3
2. O que se entende por História Oral.........................................................3
3. Testemunhos de resistência nos campos alentejanos no trabalho de
Paula Godinho...............................................................................................5
4. Conclusão..............................................................................................10
Elementos bibliográficos.............................................................................11

2
1. Introdução
Optámos pelo tema da história oral devido a uma certa ideia de que através da
história oral se vão descobrir partes do passado que estavam ocultas promovendo o
diálogo entre o passado e o presente. A primeira parte do ensaio consistirá
essencialmente em análises de artigos e a segunda incidirá sobre um caso específico em
concreto. Iremos procurar reflectir de que formas é que a história oral poderá contribuir
para o conhecimento acerca do passado, ou seja, até que ponto é que pode ser uma
ferramenta valiosa para compreendermos melhor o nosso passado e para enriquecer as
nossas memórias ajudando a construir um futuro melhor.

2. O que se entende por História Oral


O termo “História Oral” designa uma metodologia historiográfica que implica o uso
central de fontes orais, ou, na ideia de P. Thompson, “…a interpretação da história e das
mutáveis sociedades e culturas através da escuta das pessoas…”. 1 O trabalho de quem a
pratica é, assim, simples de entender: estudar um dado tema da história através de
testemunhos orais recolhidos em entrevistas, narrativas individuais e não formalizadas –
assim contrastando com as tradições orais que são um outro tipo de ferramenta
historiográfica – tratadas pelo processo normal de crítica historiográfica.

As décadas de 1930 e ’40 podem ser apontadas como o começo desta prática
historiográfica, destacando-se a importância do Columbia Oral History Research Office,
cuja acção se focava na conservação dos testemunhos históricos prestados pelos ditos
“grandes homens”. Mas ao longo dos anos ’60, junta-se a esta história oral focada nas
elites uma outra, ligada à História Social que se desenvolve na mesma década, que foca
a sua acção na história de grupos subalternizados (os proletários, as mulheres, grupos
racializados…), ignorados pelas fontes tradicionais da historiografia.

Se é fácil de compreender a base da sua existência, a metodologia aqui em análise


está cheia de peculiaridades e polémicas que a separam (sobretudo a partir dos anos de
1970, quando os seus praticantes começam a teorizá-la) da historiografia tradicional. As
suas fontes são olhadas com desconfiança, porque, tratando-se de testemunhos pessoais,
não se limitam a testemunhar os factos, são subjectivas, “distorcem” a realidade para
criar uma narrativa, seja ela qual for.

1
THOMPSON, Paul, “História oral e Contemporaneidade”, p. 9.
3
Assim, se por um lado o historiador deve ter cuidado com estes desvios da realidade,
historiadores como Portelli chamam à atenção o facto de que estas narrativas, o contra-
factual, as falsas memórias – podem dar ao trabalho historiográfico uma profundidade
maior do que se estas fontes não fossem utilizadas, porque nos dão uma relação entre os
acontecimentos que faz sentido para quem os viveu, mas que seria talvez mais difícil
fazer apenas com base nas fontes tradicionais.2

Por este motivo, compreende-se a história oral como uma prática interdisciplinar por
excelência; várias áreas de estudo estão envolvidas na interpretação destas fontes: a
Sociologia, a Antropologia, a Linguística, por exemplo.

O argumento essencial da história oral é, enfim, a historicidade da experiência


pessoal unida ao impacto pessoal dos acontecimentos históricos, tal como a memória
pessoal dos familiares mantêm viva a memória das pessoas já falecidas. O que interessa
ao historiador oral é o modo como o passado interferiu na vida privada do entrevistado,
e isso é muitas vezes desconsiderado por este. Deste modo, quebra a barreira entre o
privado e o público e entre o histórico e o anistórico, muitas vezes entre o Passado e o
Presente, abordando assuntos traumáticos – que, portanto, mantêm um peso tal na vida
das pessoas que continuam a fazer parte do seu presente.

Também neste sentido, a história oral é, utilizando as palavras já tradicionais de


Portelli, um “trabalho de relação”: de relação entre o Presente e o Passado, como já
referido, entre o público e o privado, e entre o historiador/entrevistador e o
entrevistado.3 É necessário, portanto, estabelecer entre os dois agentes uma relação, seja
qual for essa (de confiança ou desconfiança, por exemplo), para que o entrevistado se
mostre aberto a falar e o historiador a ouvir. 4 As fontes orais não correspondem a um
discurso concluído, mas num que se realiza; recorda-se, não se regista a recordação;
narra-se, não se regista uma narração: são, por isso, actos de presente. 5 A oralidade não
é só um veículo de informação, mas uma componente no seu significado; a densidade
da linguagem, o tom e a inflexão que se lhe imprime – tudo isto importa na análise
destas fontes altamente subjectivas. Mas, se a narração é uma performance, a escrita é
2
PORTELLI, Alessandro, “Um trabalho de relação: observações sobre a história oral”, pp. 188-190.
3
Ibidem, pp. 185-186.
4
CRUZEIRO, Manuela Maria, “Retratos de amigos enquanto falam”, pp. 16-17.
5
LOZANO, Jorge Eduardo Aceves, “Prática e estilos de pesquisa na História Oral Contemporânea”, pp.
23-24.
4
um ensaio – e, por isso manter a essência performativa das fontes implica citá-las muito
mais no texto, e não simplesmente apresentar a sua interpretação: assim se conserva a
polissemia das palavras e espaço para interpretações alternativas.

A história oral é um acto de presente, como já referido. Em última instância, trata-se


de uma ferramenta de compreensão do Presente, da influência que o Passado teve ou
tem sobre as comunidades ou indivíduos entrevistados. Autores como Thompson
descartam uma visão da História como um exercício distante e “erudito”, teorizando o
papel social da história oral, para a compreensão dos mitos e narrativas que movem as
comunidades e os indivíduos, que os moldaram e moldam ainda, adoptando um papel
relevante na formação da identidade local que, paradoxalmente, se fortalece na era da
economia global.

3. Testemunhos de resistência nos campos alentejanos no trabalho


de Paula Godinho
A tese de doutoramento de Paula Godinho publicada em 1998, insere-se num
quadro cronológico em que o recurso à História Oral como ferramenta de trabalho é
algo relativamente recente em Portugal.6 Os projetos envolvendo a História Oral
surgiram apenas a partir dos anos 90 do século XX nomeadamente, por exemplo, no
Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra. 7 O Centro de
Documentação 25 de Abril constituiu um arquivo audiovisual de história oral com base
em entrevistas realizadas que compreende a “movimentação político-social entre os
anos de 1958-1976”.8

Luísa Tiago de Oliveira fez um retrato sobre o recurso à História Oral no panorama
português e faz uma critica de que os testemunhos orais não foram frequentemente
utilizados como recurso nas investigações recentes que centram o seu objeto de estudo
no período do Estado Novo ou no 25 de Abril, sendo que no seu artigo “A História Oral
em Portugal” constatou o atraso da afirmação da História Oral enquanto disciplina
institucionalizada.

6
CRUZEIRO, Manuela Maria, História Oral – Dilemas e Perspectivas, parágrafo 2.
7
COIMBRA, Maria Natércia, “O arquivo de história oral no Centro de Documentação 25 de Abril da
Universidade de Coimbra: entrevistas: conceito, natureza e direitos de uso e divulgação envolvidos”, pp.
516-517.
8
Ibidem.
5
No entanto, a autora refere teses e estudos recentes que utilizam a história oral,
apesar de não ser numa dimensão hegemónica, como metodologia qualitativa durante o
processo de investigação, enumerando o caso de Paula Godinho. 9 Podemos notar que o
recurso à história oral em Portugal, eleva vozes de resistência e vivências oprimidas
durante o Estado Novo, assim como integra memórias orais durante a conjuntura
revolucionária portuguesa.10

O estudo da autora Paula Godinho enquadra-se numa metodologia de trabalho de


campo concentrada num espaço geográfico e intervalo de tempo singular, que dá conta
da resistência de assalariados rurais no Couço, onde distingue testemunhos pessoais que
permitem resgatar a memória de passados difíceis (de repressão, tortura e prisões),
experiências de resistência de classe e movimentos político-sociais durante o período do
Estado Novo.11

Assim, a história oral apresenta-se como uma metodologia que dá acesso a passados
silenciados, que Miguel Cardina alude como fundamental para compreender processos
históricos contemporâneos.12 Isto verifica-se também através da inclusão na recolha de
testemunhos de mulheres, por vezes não mencionados nas memórias masculinas. 13
Deste modo, a recolha de testemunhos orais de mulheres permite conhecer a sua
participação neste processo de luta, onde sobressai a questão das tradicionais
construções de género.14 Por isso, importa mencionar as “Mulheres do Couço”, entre
elas, por exemplo, Maria Carmina ou Rosa Viseu, que refere a participação da mulher
na reivindicação de direitos ao lado dos homens.15
9
OLIVEIRA, Luísa Tiago de, “A História Oral em Portugal” pp. 139-140.
10
Ibidem, p. 147.
11
Ibidem, pp. 141-142.
12
CARDINA, Miguel “História Oral. Caminhos, problemas e potencialidades”, in GODINHO, Paula,
Usos da Memória e Práticas do Património, p. 34.
13
GODINHO, Paula, Memórias da resistência rural no sul – Couço (1958-1962), p. 361. “Um dos
processos constituídos pela PIDE abrange 17 mulheres e dá conta da acção colectiva feminina, omitida
por esquecimento nas memórias masculinas recolhidas no início da estadia no terreno.”
14
Ibidem, p. 362. “Quando o José Dias Coelho foi assassinado eram as mulheres, eu e várias, que íamos
com os retratinhos do José Dias Coelho e que punhamos nas paredes, com a grande repressão que estava
no Couço. Os homens eram presos, mas ficavam as mulheres na retaguarda dos homens. Ficavam as
mulheres a trabalhar. Quando nós chegámos à prisão, fomos nós que levámos, que nos batiam muito e
que nos torturavam mesmo quase até à morte, porque viam que nós estávamos a fazer já o serviço dos
homens.” (Olímpia Brás)
15 ?
MUSEU DO ALJUBE, Morreu uma das Mulheres do Couço, a resistente antifascista Maria
Carmina, 2021. “As mulheres do Couço estiveram sempre ao lado dos homens na luta; deram o seu
6
Na tese Memórias de Resistência rural no Sul – Couço (1958-1962), a autora
reflecte acerca do papel da memória e dos testemunhos orais como instrumentos que
determinam a acção dos indivíduos enquanto agentes sociais de mudança.
Nomeadamente, a tese foca-se na análise das diversas formas e meios de resistência ao
Estado Novo por parte de grupos de militantes comunistas presentes na aldeia do Couço
na região do Alentejo. Grande parte da base na qual a tese se funda consiste no registo e
na interpretação de testemunhos sobre o passado dos indivíduos, centrando-se
essencialmente na história oral e cuja utilização se refere às lutas políticas desenroladas
no Couço entre 1958 e 1962. O significado dos acontecimentos segue um caminho de
particularização para os entrevistados tendo em conta o imperativo obscurecimento que
advém da opção pela reconstituição de um tempo determinado. 16 Neste aspecto,
verifica-se o já apontado por Thompson no sentido de que a história oral é mais
prevalecente no seio de certas comunidades, neste caso, na do Couço.

A autora refere Ferrarotti e a busca da legibilidade social através das vozes


individuais. Crucial para o sucesso deste tipo de entrevista é o contexto relacional
incentivado pelo investigador, no qual se cria uma relação com o entrevistado que
predispõe à confidência. A autora opta pela história oral e pela abordagem biográfica
em especial devido à convicção de que cada um retém dos factos sobretudo aquilo que
representou uma alteração de uma ordem.17

De resto, a autora alcança conclusões semelhantes às de Portelli na medida em que


reconhece que, quando se utiliza o método das entrevistas, o entrevistador deve garantir
as condições de conforto e de confiança para que o entrevistado possa deixar fluir as
suas memórias. É igualmente de aplicar o argumento de Cardina segundo o qual a
história oral consiste num método de investigação baseado na realização e na análise de
entrevistas que estabelece precisamente um encontro relacional entre o entrevistador e o
entrevistado.18

contributo pela conquista de direitos; lutaram nas praças de jorna, nas lutas das oito horas, nas lutas para a
formação de um sindicato que nos defendesse, nas lutas contra as burlas eleitorais, nas lutas das malditas
prisões, e, nas horas amargas da tortura, estiveram sempre, sempre ao lado dos homens, seus
companheiros.”
16
GODINHO, Paula, op. cit., p. 38.
17
Ibidem.
18
CARDINA, Miguel, “Introdução”, in: PORTELLI, Alessandro, A morte de Luigi Trastulli e outros
ensaios. Ética, memória e acontecimento na História Oral, pp. 7-9.
7
Perante a possível subjectividade dos testemunhos recolhidos, a autora não hesita
em recorrer ao pensamento de Jean-Paul Sartre mencionando que o subjectivo é um
momento necessário do objectivo.19 Assim, a restituição da memória colectiva
possibilita uma certa imagem partilhada do passado, isto porque as vidas e experiências
individuais podem constituir um caminho para o conhecimento da sociedade.20

Para a autora, o método utilizado permite que a história surja a partir dos relatos
individuais e igualmente que a mesma se democratize ao dar voz a grupos sociais
subordinados, que introduz rupturas com uma visão diacrónica exclusivamente das
elites.21 Não existe um carácter cronológico necessário na narrativa dos entrevistados
porque para a autora não existem no passado origens legitimadoras de um lugar social. 22
A autora relembra que, enquanto a memória dos grupos possidentes usufruiu de
materialidade garantida através de dispositivos físicos cujo propósito é facilitar a
rememoração, é de notar que os grupos despossuídos não têm acesso aos mesmos
meios, o que promoveria as diferenças entre as classes sociais. 23 Assim, o papel da
oralidade e o uso da história oral na representação do passado prendem-se muito com
esta possibilidade de incluir grupos sociais habitualmente ostracizados, uma vez que
muitos dos que são parte destes grupos excluídos não são capazes de utilizar a palavra
escrita.24 Para além disso, perscrutar sobre a História Oral é ter consciência da sua
enorme contribuição como técnica de investigação complementar para a história,
mediante a inclusão dos seus relatos pessoais e observar os sentimentos destes grupos
sociais, que permite conhecer as suas visões do passado que tendem a ser
subalternizadas pela história escrita.25

A autora nota o contributo de Saussure, com a sua divisão da linguagem entre


língua - património comum dos falantes - e fala - a realização de um acto de discurso
por parte de falantes – e que não reconhece inteiramente a distinção nem a distância

19
GODINHO, Paula, op. cit., p. 44.
20
Ibidem.
21
Ibidem.
22
Ibidem.
23
Ibidem.
24
Ibidem, p. 43.
25
NEVES, José, “Paula Godinho. Memórias da Resistência Rural no Sul – Couço (1958-1962)”,
parágrafos 1-3
8
entre as formas oral e escrita de uma narrativa.26 Ou seja, por um lado temos a oralidade,
que tende em favor da emoção, da subjectividade e de um pendor crítico reduzido, e por
outro lado existe a escrita mais racional e crítica.27

Tal pode ser explicado no sentido de que a firme associação entre modos de
pensar, de produzir o pensamento e de o reproduzir, proporciona que o sentido crítico
seja menos susceptível de existir quando não existe um suporte físico para o que é
transmitido, que se limita por isso apenas a certas circunstâncias temporais e espaciais,
estando fora do alcance de quem pretenda no futuro submetê-las a novas análises e
avaliações.28 Consequentemente, a autora argumenta que por esta via a oralidade torna-
se mais persuasiva uma vez que a crítica que lhe possam fazer perde acutilância porque
obriga a uma reacção imediata.29

Conforme refere Luísa Tiago de Oliveira, e tal como já tinha feito Portelli, Paula
Godinho procura interligar as realidades de grupo com as vivências individuais
realçando o papel essencial da memória na construção de uma identidade individual e
colectiva no âmbito das lutas e das resistências ocorridas num certo enquadramento
histórico.30

Neste contexto, a autora defende também que se é verdade que a memória é um


elemento estruturante da acção dos indivíduos, tal não implica necessariamente que a
cultura seja algo absolutamente determinante dessa mesma acção, mas somente um
entre vários factores possíveis no âmbito da complementaridade que se verifica entre os
vectores da antropologia e da história.31 Tal é assim porque, para a autora, cada
indivíduo é um agente social e não apenas o produto de uma sociedade, adoptando uma
vez mais a argumentação de Sartre de que os indivíduos não devem ser meramente
reduzidos às circunstâncias que os produziram. 32 Para a acção social pretendida, é

26
Ibidem.
27
Ibidem, p. 45.
28
Ibidem, p. 46.
29
Ibidem.
30
OLIVEIRA, Luísa Tiago de, op. cit., pp. 141-142.
31
GODINHO, Paula, op. cit., pp. 409-410.
32
Ibidem.
9
fundamental aquilo que a autora denomina como cultura de resistência e que é um
verdadeiro pano de fundo dos testemunhos orais que permeiam a tese.33

Ou seja, a cultura de resistência é confirmada através das configurações dos


momentos de acção colectiva que possibilitam que no presente se evoquem os
momentos marcantes do passado e que constitui uma espécie de caixa de ferramentas –
parafraseando Claude Lévi-Strauss - que confere ao presente um repertório que permite
reactivar, em conjunturas determinadas, novas formas de actuação.34

A cultura providencia aos indivíduos as ferramentas necessárias para que eles se


integrem na sociedade, a cultura fornece-lhes o idioma que inclui os símbolos, as
memórias, os rituais, as visões do mundo passíveis de reutilização na transformação do
próprio mundo e na colocação em causa dos processos sociais permitindo engendrar
novos modos de acção sem determinismo de fins. 35 Segundo a autora, o idioma social
transmite sentido às existências individuais e permeia o passado, o presente e o futuro 36,
sendo que a história oral permite conhecer melhor os dois primeiros e abrir novas
possibilidades e perspectivas para o último. E nisto consistem os principais fins da
história oral não obstante as suas possíveis limitações intrínsecas apontadas por Portelli.

4. Conclusão
A história oral parte do pressuposto de que as fontes escritas podem ter
limitações em permitir conhecer o passado porque são fontes do poder, daqueles que
têm a possibilidade de escrever. A história oral, ao levar-nos a estudar as práticas
memorialísticas em geral, defende que a memória não é muito diferente das práticas
historiográficas. Mas ao mesmo tempo, a história oral é uma história do presente, o
historiador procura a dialéctica entre o entrevistador e o entrevistado.

Elementos bibliográficos

33
Ibidem.
34
Ibidem.
35
Ibidem.
36
Ibidem.
10
 CARDINA, Miguel, “História Oral: Caminhos, problemas e
potencialidades” in: GODINHO, Paula, Usos da Memória e Práticas do
Património, Lisboa: Colibri: IELT – Instituto de Estudos de Literatura
Tradicional, 2012, pp. 27-43, disponível em:
https://eg.uc.pt/bitstream/10316/43879/1/Hist%C3%B3ria
%20Oral_caminhos%20problemas%20e%20potencialidades.pdf, consultado
em 20/01/2023 às 10:01.

 CARDINA, Miguel, “Introdução”, in: PORTELLI, Alessandro, A morte de


Luigi Trastulli e outros ensaios. Ética, memória e acontecimento na História
Oral, 1ª edição, Lisboa: Unipop, 2013, pp. 7-16.

 COIMBRA, Maria Natércia, “O arquivo de história oral no Centro de


Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra: entrevistas:
conceito, natureza e direitos de uso e divulgação envolvidos” in: Do Estado
Novo ao 25 de Abril Revista de História das Ideias, 17, Coimbra: Instituto de
História e Teoria das Ideias Faculdade de Letras, 1995, pp. 513-552,
disponível em:
https://digitalis-dsp.uc.pt/bitstream/10316.2/41959/1/O_arquivo_de_historia
_oral_no_Centro_de_Documentacao.pdf, consultado em 20/01/2023 às
10:04.

 CRUZEIRO, Manuela Maria, “Retratos de amigos enquanto falam” in


CRUZEIRO, Manuela Maria; BEBIANO, Rui, Anos inquietos: Vozes do
Movimento Estudantil em Coimbra (1961-1974), Porto: Edições
Afrontamento, 2006, pp. 15-21.

 CRUZEIRO, Manuela Maria, História Oral – Dilemas e Perspectivas,


Centro de Documentação 25 de Abril – Universidade de Coimbra:
http://www1.ci.uc.pt/cd25a/wikka.php?wakka=thMC6, consultado em:
20/01/2023 às 10:05.

 GODINHO, Paula, Memórias da resistência rural no sul - Couço (1958-


1962), tese de doutoramento, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Nova de Lisboa, 1998, disponível em:
https://run.unl.pt/bitstream/10362/3600/1/paula%20godinho.pdf.

11
 LOZANO, Jorge Eduardo Aceves, “Prática e estilos de pesquisa na História
Oral Contemporânea” in FERREIRA, Marieta de Morais; AMADO, Janaína
(org.), Usos e abusos da História Oral, Rio de Janeiro: Fundação Getúlio
Vargas, 1996, pp. 15-25.

 MUSEU DO ALJUBE, Morreu uma das Mulheres do Couço, a resistente


antifascista Maria Carmina, 2021, disponível em:
https://www.museudoaljube.pt/2021/01/27/morreu-uma-das-mulheres-do-
couco-a-resistente-antifascista-maria-carmina/, consultado em 20/01/2023 às
10:11.

 NEVES, José, “Paula Godinho. Memórias da Resistência Rural no Sul –


Couço (1958-1962)”, in Etnográfica, vol. 6 (2.), 2002, pp. 405-407,
disponível em: https://journals.openedition.org/etnografica/4604?lang=en,
consultado em 20/01/2023 às 10:10.

 OLIVEIRA, Luísa Tiago de, “A História Oral em Portugal”, in: Sociologia


Problemas e Práticas, 63, 2010, pp. 139-156.

 PORTELLI, Alessandro, “Um trabalho de relação: observações sobre a


história oral”, in: Revista Trilhas da História, Três Lagoas, 7, 13, 2017, pp.
182-195.

 THOMPSON, Paul, “História oral e Contemporaneidade”, in: História Oral,


5, 2002, pp. 9-28.

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