Você está na página 1de 14

Índice

1.INTRODUÇÃO.............................................................................................................................1

1.1 OBJECTIVOS............................................................................................................................2

1.1.1. Objectivo geral.......................................................................................................................2

1.1.2. Objectivos especifícos............................................................................................................2

1.2. Metodologia do trabalho............................................................................................................2

2. CRIACIONISMO.........................................................................................................................3

2.1. Conceito do criacionismo..........................................................................................................3

2.2. Evolução do criacionismo.........................................................................................................3

2.2.1. Evolução biológica do criacionismo......................................................................................4

2.3. Criacionismo e suas implicações para a formação docente e o Ensino de Ciências e Biologia4

2.4. Os Movimentos criacionistas....................................................................................................5

2.5. O papel do criacionismo no fundamentalismo..........................................................................6

3. TEORIA EVOLUTIVA DE OPARIN.........................................................................................7

3.1. A Teoria Evolutiva....................................................................................................................7

3.2. Teoria Evolutiva de Oparin.......................................................................................................8

3.2.1. Análises de fósseis indicam que a vida no planeta Terra originou-se há cerca de 3,5 bilhões
de anos..............................................................................................................................................8

3.2.2. Origem da vida de Oparin à luz da teoria da selecção natural...............................................9

3.2.3. Algumas influências no desenvolvimento da teoria da origem da vida de Oparin................9

3.2.4. A visão de Oparin sobre a teoria da geração espontânea e da continuidade da vida...........10

4. Conclusão...................................................................................................................................12

5. Referências bibliográficas..........................................................................................................13
1.INTRODUÇÃO

O presente trabalho do campo da cadeira de Biologia Evolutiva visa dar o fundamentado dos
temas referente ao “Criacionismo e a Teoria evolutiva de Oparin”.

A história da Terra e do homem pode ser detalhada à luz do criacionismo ou da evolução. O


primeiro apoia-se no ponto de vista em que um Criador (Deus) teria dado origem ao mundo assim
como todos os organismos vivos, tal como é hoje a partir do nada.

A teoria evolutiva tem capacidade de explicar a existência de sistemas de complexidade


irredutível, isto é, sistemas que pela sua complexidade parecem ter sido desenhados como um
todo. As estruturas complexas podem surgir por uma razão e serem posteriormente seleccionadas
para uma outra função de complexidade igual ou superior.

O Biólogo e Químico Aleksandr Oparin (1894-1980) é um autor de uma teoria que explica a
origem da vida. Na sua Teoria evolutiva, Oparin sugere que a vida surgiu gradualmente a partir
de moléculas inorgânicas, com blocos de construção como os aminoácidos se formando primeiro
e então combinando-se para formar polímeros mais complexos.

No âmbito do presente trabalho de pesquisa, serão desenvolvidos vários assuntos inerentes aos
temas acima expostos que para mi como estudante do curso de licenciatura em ensino de Biologia
é fundamental conhece -los neste processo de aprendizagem da cadeira de Biologia Evolutiva.

1
1.1 OBJECTIVOS

1.1.1. Objectivo geral

 Conhecer o Criacionismo e a Teoria evolutiva de Oparin.

1.1.2. Objectivos especifícos

 Conceitualizar o Criacionismo;
 Mencionar os Movimentos criacionistas;
 Descrever a Teoria evolutiva de Oparin.

1.2. Metodologia do trabalho

Na execução deste trabalho como metodologia, recorreu-se ao método bibliográfico que consiste
na busca de informações patentes em diversas obras publicadas pelos autores e páginas já
publicadas na internet, que trabalharam com os contextos relevantes para o desenvolvimento e
aprofundamento da pesquisa do trabalho científico.

2
2. CRIACIONISMO

2.1. Conceito do criacionismo

Antes de tudo, podemos afirmar, de maneira geral, que o cristianismo é uma religião criacionista,
pois identifica e atribui a natureza, o conceito de criação, a uma obra divina. No entanto, essa
compreensão pode ter vários desdobramentos em sua interpretação.

O termo criacionismo tem origem na palavra grega “bara” que é traduzida para o latim como
creavit, que segundo a teologia é o acto criador de Deus, o qual em seu poder e infinita
misericórdia, deu origem a todas as coisas, ( KUNG, 2007, p. 28).

O criacionismo é um discurso baseado em tradições escritas que buscam explicações literais para
narrativas mítico – religiosas presentes nas escrituras sagradas.

De acordo com Razera (2009), para muitos, a ideia do criacionismo é a mais coerente e que
explica todos os fenómenos biológicos que acontecem com os seres humanos, desconsiderando
efectivamente qualquer outra ideia de surgimento dos seres vivos.

2.2. Evolução do criacionismo

Com efeito, os criacionistas não demoraram a reagir. Os tempos, contudo, eram outros. Se, no
julgamento de Scopes, a base de acção contra a evolução era inteiramente centrada em motivos
explicitamente religiosos, tais como seu carácter não bíblico e seu potencial supostamente capaz
de afastar os jovens da fé, agora a cultura científica era uma força muito mais poderosa, e os
criacionistas procuraram explorar essa respeitabilidade (SCOTT, 2004).

Se a evolução biológica tinha então o direito de ser ensinada nas escolas – algo consensual nessa
nova configuração de forças instaurada pela reforma da educação científica pós-Sputnik, a
perspectiva bíblica também o tinha.

Esse era o argumento que se fazia presente, numa completa inversão de posições ao que fora
observado no caso de Scopes (LARSON, 2003, p. 100), em que o ponto de partida era o combate
à legitimidade inicial do ensino dos conteúdos evolucionistas.

3
2.2.1. Evolução biológica do criacionismo

As três versões do BSCS, publicadas em 1963, adoptaram a evolução biológica como eixo
unificador fundamental das ciências biológicas (SCOTT, 2004). Graças ao apoio do governo
federal, que garantia a sua distribuição independente do retorno comercial, ao interesse crescente
em uma boa educação, à qualidade do material e à sua pedagogia inovadora, os BSCS
rapidamente ganharam metade do mercado de livros didácticos do país (LARSON, 2003, p. 95),
inclusive nos três estados norte-americanos que tinham leis contrárias ao ensino de evolução.

Em tempos de destaque da ciência, de uma economia que crescia a taxas extremamente altas,
diante da necessidade crescente de qualificação da mão-de-obra e da importância dos avanços
tecnológicos na vida de todas as pessoas, foram cada vez maiores as pressões da população sobre
os comités escolares locais pela adopção dos novos livros. Embora muitos fossem contra o ensino
de evolução – e inúmeras manifestações tenham sido publicadas em jornais de todos os estados –,
essa discordância entrava em conflito com a possibilidade de seus filhos receberem uma
educação de qualidade inferior.

2.3. Criacionismo e suas implicações para a formação docente e o Ensino de Ciências e


Biologia

Tal observação pode ajudar a concluir que seja possível a convivência simultânea tanto de
concepções científicas como religiosas, cada qual sendo utilizada em seus contextos mais
pertinentes (MORTIMER, 1996).

Desse modo, o objectivo a ser alcançado pelo professor em sala de aula não seria o
convencimento dos alunos em favor das explicações científicas. Nesse sentido, as salas de aula da
escola e da universidade, cada uma com suas especificidades e preocupações distintas, assumem
uma posição de destaque ao funcionarem como espaços não apenas de transmissão de conteúdos
específicos de modo desarticulado e desprovidos de um significado maior, mas como locais em
que esses alunos podem entrar em contacto com diversos modos de pensar. Ensina-se, antes de
mais nada, para que os alunos tenham acesso a outros conjuntos de saberes e sejam capazes de
construir visões de mundo mais complexas que envolvam, em diferentes graus, oportunidades de
incorporação de saberes provenientes de diferentes áreas.
4
Por fim, diante do que foi exposto, é necessário fazer uma distinção entre a presença de
discussões sobre temas religiosos nas aulas de ciências e biologia, como parte das dúvidas e
questionamentos trazidos pelos alunos, e a presença do criacionismo como currículo prescrito em
livros didácticos e como conteúdo científico nessas aulas.

Enquanto os diferentes conflitos de nossos alunos devem ser entendidos como componentes
naturais das ideias que eles podem trazer para a sala de aula, devendo ser discutidos à medida que
se manifestem durante o curso como parte inerente do processo de aprendizado, acreditamos que
o movimento criacionista deve ser combatido como ingerência indevida em campos alheios ao
seu contexto de produção original. As dúvidas e posicionamentos dos alunos são parte integrante
do processo de realização de mediações com os conteúdos que se deseja transmitir, algo bem
diferente do que pretende a agenda política do criacionismo, que deve ser fortemente rejeitada na
escola.

2.4. Os Movimentos criacionistas

O movimento anti-evolucionista (“movimentos criacionistas”) parece ter surgido da oposição


puramente religiosa, de interpretação literal dos textos sagrados,que se iniciou no princípio do
século XX (SCOTT, 2004). O movimento “criacionista”refere-se à existência de uma entidade
sobrenatural que criou o universo e espécie humana. Existem inúmeras formas de “criacionismo”,
existindo um continuum, que vai do “criacionismo” mais extremo, que afirma que uma entidade
divina criou o universo e tudo o que nele está contido, como um acto especial ou uma série de
actos especiais, encontrando-se totalmente envolvido na sua criação, até ao outro extremo, o
“Deísmo”, que afirma que Deus colocou em marcha as leis da natureza e permaneceu nos
“bastidores”. (PENNOCK, 2003).

Para Souza (2009, p. 12) afirma que, “os movimentos criacionistas começam a se organizar de
forma sistemática”. Vários sítios de igrejas evangélicas na internet se dedicam a retransmitir as
ideias de algumas das principais vozes do criacionismo, e editoras vinculadas a denominações
religiosas traduzem para o português muitas de suas publicações.

Alguns autores, como Schünemann (2008), viram nesse episódio uma evidência das diferenças
do grau de relevância do movimento criacionista brasileiro em comparação com o norte-
americano, uma vez que nos Estados Unidos o ensino do criacionismo nas escolas através do
5
ensino religioso há muito teria sido abandonado pela maioria dos grupos. Nessa mesma linha, em
13 de novembro de 2014, o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), pastor da igreja Catedral
do Avivamento, uma igreja ligada à Assembleia de Deus, encaminhou ao Congresso Nacional o
Projeto de Lei n. 8.099/2014, que tem como objectivo tornar obrigatório o ensino do criacionismo
na educação básica pública e privada do país, gerando manifestações de repúdio por parte de
diversas entidades, como a Associação Brasileira de Ensino de Biologia.

Engler (2007, p. 87-101) apresenta diversas tipologias para classificar as correntes criacionistas.
A partir das tipologias apresentadas, ele propõe uma classificação complexa, avaliando vários
aspectos como a formada interpretação da Bíblia (literal, figurativa ou mito), tipo de acção
criativa de Deus, idade da Terra, aceitação da evolução, entre outros itens (ENGLER, 2007, p.
102). A classificação proposta por Engler é bastante detalhista e realmente dá um panorama geral
das diversas correntes criacionistas, no entanto, como ele mesmo indica, nem todos os
criacionistas estão em conflito com a evolução biológica ou a geologia.

2.5. O papel do criacionismo no fundamentalismo

Há pelo menos duas funções importantes do criacionismo científico no fundamentalismo. A


primeira é servir de uma forma de legitimação de sua racionalidade, em um mundo governado
pelo domínio tecnológico; a segunda é ser um instrumento para o controle do conteúdo ensinado
nas escolas públicas nos Estados Unidos.

Para entendermos aquilo que consideramos a primeira função precisa-mos destacar que os
fundamentalistas, de um modo geral, não têm uma rejeição sistemática às técnicas modernas.
Esse dado também é observado por Schlegel (2001, p. 138-139), que destaca até o oposto:

Que diversas formas de fundamentalismos fazem um uso apreciável das técnicas


modernas, que são vistas quase sempre como neutras, sendo legitimado o seu uso, em
especial para o benefício de suas próprias convicções. Ele analisa que esse uso tende a
ser excessivo, na medida em que esse recurso tecnológico pode ser útil à expansão
política ou mesmo à defesa de seus interesses económicos. Assim, o fundamentalismo
não é uma crítica geral à modernidade, mas apenas a alguns aspectos dela.

6
3. TEORIA EVOLUTIVA DE OPARIN

3.1. A Teoria Evolutiva

A teoria evolutiva tem capacidade de explicar a existência de sistemas de complexidade


irredutível, isto é, sistemas que pela sua complexidade parecem ter sido desenhados como um
todo. As estruturas complexas podem surgir por uma razão e serem posteriormente seleccionadas
para uma outra função de complexidade igual ou superior.

Segundo a biologia evolutiva actual, quando um elemento é adicionado a um sistema, porque


melhora esse sistema, no início é apenas um extra, não constituindo uma peça essencial. Mas com
o decorrer do tempo, e porque as novas adições ao sistema assentam sobre a plataforma anterior,
alguns componentes que no início não eram essenciais, podem tornar-se basilares pelo facto de
serem pressupostos dos subsequentes. Como é óbvio, a probabilidade disso acontecer vai
aumentando à medida que aumenta o tempo evolutivo. (GASPAR; MATEUS; ALMADA, 2007)

De facto, a teoria da evolução é hoje considerada uma teoria que devido à sua enorme capacidade
explicativa tem o poder de unificar as ciências biológicas, explicando não só a diversidade
existente no mundo, como abrindo uma série de novas questões relacionadas com a vida na terra.

3.2. Teoria Evolutiva de Oparin

3.2.1. Análises de fósseis indicam que a vida no planeta Terra originou-se há cerca de 3,5
bilhões de anos

Na década de 1920, Aleksandr Ivanovich Oparin e John B. S. Haldane, trabalhando de forma


independente, tentavam explicar um dos fatos que mais intrigam a humanidade: como surgiu a
vida na Terra?

Análises de fósseis mostraram que os primeiros micro-organismos viveram há cerca de 3,5


bilhões de anos, mas como eles surgiram? As ideias de Oparin e Haldane surgiram na tentativa de
responder a essa questão. Suas hipóteses puderam ser testadas e replicadas em laboratório, como
fizeram Stanley Miller e Haroldo Urey na década de 1950, que chegaram à conclusão de que o
surgimento da vida provavelmente ocorreu no seguinte cenário:

7
 Moléculas orgânicas, como os aminoácidos, surgiram a partir de moléculas simples
presentes em uma atmosfera que continha metano, amónia, hidrogénio e vapor de água.
Diferentemente de hoje, não havia oxigénio nem nitrogénio. A energia para a formação
dessas moléculas orgânicas foi fornecida por raios e radiação ultravioleta, que eram muito
intensos naquele período;
 Essas moléculas orgânicas, ao serem levadas pelas chuvas para a crosta terrestre ainda
muito quente, sofreram algumas reacções e formaram macromoléculas, como as
proteínas;
 Com o aumento das chuvas, o esfriamento da Terra e a formação de mares e oceanos, as
macromoléculas uniram-se e originaram estruturas maiores, os protobiontes ou
coacervados. Os coacervados possuíam membranas que mantinham o seu interior
separado e diferente do meio exterior.

Oparin, cientista que contribuiu para a hipótese moderna de formação das primeiras células, para
ele as proteínas sob certas condições se agrupam formando o que denominamos Coacervados.
Para ele os alguns destes coacervados teriam englobado moléculas de ácido nucléico (responsável
pela hereditariedade) no seu interior e também proteínas enzimáticas e aderindo a moléculas de
gordura que formasse uma camada de protecção. Teríamos então um ser vivo (Miller, S. L.,
Schopf, J. William & Lazcano, A. (1997).

Os coacervados conseguiam absorver material do meio e transformá-lo por meio de enzimas


contidas em seu interior. Essas enzimas facilitavam as reações químicas, o que pode ter levado ao
aumento da complexidade dessas estruturas e originado moléculas que se autorreplicavam e,
assim, formaram os primeiros organismos simples.

3.2.2. Origem da vida de Oparin à luz da teoria da selecção natural.


Oparin, para fundamentar sua teoria, se baseou claramente na selecção natural de Charles
Darwin. Para que a vida pudesse surgir, a matéria orgânica teve, por milhões de anos que passar
pelo processo de transformação chegando aos coacervado (Oparin, 1967).
Oparin apresentou suas ideias com base na selecção natural em vários momentos, porém algumas
partes estão mais explicitas, como por exemplo, quando escreveu que as proteínas evoluíram e

8
deram origem aos coacervados que apesar de não possuírem vida, eles teriam sido capazes de
gerar as primeiras formas de vida em certas condições ambientais.
No registro feito por Oparin, é notório a fusão que ele faz da visão materialista com darwinista,
pois afirmou que enquanto a substância orgânica estava dissolvida nas águas dos mares e dos
oceanos primitivo era possível analisar sua evolução.
Oparin não concordou com a possibilidade da vida surgir espontaneamente e muito menos em
uma força vital. Por isso, tinha que apresentar uma teoria que estivesse livre dessas ideias. Para
poder explicar como a matéria inorgânica se tornava orgânica para, então a vida surgir, precisou
se basear na teoria darwiniana, que como comentado anteriormente, para ele era uma forma
materialista de pensar.

3.2.3. Algumas influências no desenvolvimento da teoria da origem da vida de Oparin


Durante sua carreira Oparin foi influenciado por vários estudiosos, o que contribuiu muito para a
elaboração de sua teoria da origem da vida. Nomes como Engels, Bach, Darwin e Timiriázev
(1843-1920), foram importantes, tanto na sua formação acadêmica quanto na indústria.
Começaremos com Aleksei N. Bach (1857-1946), que o influenciou na carreira em bioquímica,
conforme comentado anteriormente. Oparin, um jovem estudante da Universidade de Moscou,
trabalhou no laboratório de Bach, que além de ser um eminente cientista era uma importante
figura política no Instituto Físico-Karpov. Nesse laboratório desenvolveu estudos sobre a
fotossíntese e como a maioria dos bioquímicos de sua geração, rapidamente adotou a ideia de que
o metabolismo era resultado de reações de oxidação e redução que foram acoplados no interior
das células.

Nos livros de Oparin, (1989), verificamos várias semelhanças entre a concepção de Engels sobre
a origem da vida, a leitura que ele faz de Darwin e a sua hipótese sobre a origem da vida. O
bioquímico pode ter sido influenciado por outros estudiosos, porém pode ter se inspirado
diretamente por Darwin, por utilizar a teoria darwiniana para explicar a evolução da matéria. Para
fundamentar sua pesquisa, Oparin também fez reflexões importantes sobre a teoria de Ernest
Haeckel (1834-1919).
Em seu livro, Oparin comentou que Haeckel acreditava que a vida teria surgido da interação de
substâncias dissolvidas nas águas do oceano primitivo(detalharemos essa ideia de Haeckel mais

9
adiante), porém ele não sabia explicar como a vida poderia surgir nas condições atuais. Haeckel
considerava qualquer apresentação sobre a origem primária da vida como insatisfatória devido à
falta de dados confiáveis sobre as condições extremamente peculiares existentes na superfície da
Terra primitiva.

Oparin entrou em contato com as ideias de Darwin quando assistiu a palestras de K. A.


Timiriázev (1843-1920) em Moscou. Durante uma entrevista acadêmica em 1970 em Moscou,
Oparin descreveu como as palestras sobre o darwinismo de Timiriázev, dadas no Museu
Politécnico, quando ele era apenas um garoto, o influenciaram no seu desenvolvimento
profissional.

As ideias de Preyer foram comentadas por Oparin em seu “Origem da vida na Terra”.
Para expor a teoria proposta por Oparin utilizaremos seu livro de 1938 e a reedição de 1956, que
o projetaram internacionalmente. Em ambas as edições ele começa fazendo questionamentos
sobre a origem da vida evidenciando a teoria da geração espontânea.
Nessas versões de sua obra introduziu modificações em concepções anteriores de várias maneiras
importantes, pois considerou mais a literatura internacional sobre astronomia, geoquímica,
química orgânica e enzimologia vegetal, baseando-se nela para aprimorar seu livro, nas
publicações, ao mesmo tempo, atacava a teoria da geração espontânea, os idealistas e
mecanicistas e defendia as transformações químicas como a base para o surgimento da vida.
Segundo Oparin, explicar como surgiram os primeiros seres vivos seria um dos maiores
problemas enfrentados pelas ciências naturais e não haveria “sistema filosófico ou pensador que
não lhe tenha dedicado a mais séria atenção”.Para tratar disso, em primeiro lugar ele apresentou
pontos de vista diferentes sobre a origem da vida para por fim, apresentar suas ideias.

3.2.4. A visão de Oparin sobre a teoria da geração espontânea e da continuidade da vida

Oparin começa o primeiro capítulo, em ambas as edições, fazendo sérias críticas à geração
espontânea e aos idealistas que consideravam a vida como uma manifestação de um princípio
espiritual superior e imaterial. Para eles a matéria seria em si algo inerte e privado de vida, o
material de construção do ser vivo, cuja alma lhe proporcionaria forma e estrutura.

10
Oparin dividiu o mundo da natureza circundante como, o mundo dos seres vivos (animais e
vegetais) e da matéria bruta ou inorgânica. Segundo ele, o que diferenciava os representantes de
cada um desses grupos era a presença da vida, que em sua concepção teria origem material,
diferente da concepção dos idealistas e sobre isso ele escreve que:

Os idealistas sempre consideraram e continuaram a considerar, a vida manifestação de


um princípio espiritual superior e imaterial: “alma”, “espírito universal”, “força vital”,
“razão divina”, etc. Segundo esse ponto de vista, a matéria é em si mesma algo inerte e
privado de vida, servindo apenas de material para a construção dos seres vivos que,
supostamente, não podem nascer e existir senão quando esse material tenha recebido
alma que lhe confira forma e estrutura conveniente.

Sendo assim, segundo Farley, Preyer (1977), defendia que nos tempos actuais só seria possível
conceber que os organismos vivos dessem origem a outros organismos vivos. Por outro lado,
segundo Oparin, Preyer defendeu que as substâncias inorgânicas poderiam não apenas se originar
de outra matéria inanimada, mas também organismos vivos que após a morte são considerados
inanimados. Preyer defendia que na matéria inanimada sempre teria algo vivo.
Para Oparin a teoria de Preyer seria antiga, idealista e “estabelece uma interpretação
extraordinariamente ampla e indefinida a respeito da vida”. Oparin concluiu que se deixasse de
lado a interpretação e focasse apenas no problema da origem da vida dos organismos atuais, a
teoria proposta por Preyer não “ofereceria nada de concreto”.

Oparin criticou o idealismo, que afirma, segundo ele, “que o ser supremo, Deus, insuflou uma
alma viva a uma carne inanimada e inerte” é o que move o ser e o mantém com vida. Para ele, a
vida é material e é atributo de todos os seres vivos e não está presente em objetos e substâncias
do “mundo inorgânico”, além de não precisar de “alma” para dar vida a um ser.

11
4. Conclusão

A ideia do criacionismo é a mais coerente e que explica todos os fenómenos biológicos que
acontecem com os seres humanos, desconsiderando efectivamente qualquer outra ideia de
surgimento dos seres vivos.

Há pelo menos duas funções importantes do criacionismo científico no fundamentalismo. A


primeira é servir de uma forma de legitimação de sua racionalidade, em um mundo governado
pelo domínio tecnológico; a segunda é ser um instrumento para o controle do conteúdo ensinado
nas escolas públicas nos Estados Unidos.

A teoria evolutiva tem capacidade de explicar a existência de sistemas de complexidade


irredutível, isto é, sistemas que pela sua complexidade parecem ter sido desenhados como um
todo. As estruturas complexas podem surgir por uma razão e serem posteriormente seleccionadas
para uma outra função de complexidade igual ou superior.

O Bioquímico Aleksandr Oparin (1894-1980), foi um autor de uma teoria que explica a origem
da vida.

Oparin, cientista que contribuiu para a hipótese moderna de formação das primeiras células, para
ele as proteínas sob certas condições se agrupam formando o que denominamos Coacervados.
Para ele os alguns destes coacervados teriam englobado moléculas de ácido nucléico (responsável
pela hereditariedade) no seu interior e também proteínas enzimáticas e aderindo a moléculas de
gordura que formasse uma camada de protecção. Teríamos então um ser vivo.

12
5. Referências bibliográficas

Farley, J. (1977). The spontaneus generation controversy from Descartes to Oparin. London: The
Johns Hopkins University Press Ltd.

Gaspar, A.; Mateus, O.; Almada, F.(2007). Os argumentos criacionistas em face da evidência
científica. In: GASPAR, Augusta (Coord.). Evolução e criacionismo: uma relação impossível.
Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições, p. 197-237.

Larson, E.(2003). Trial and error: the American controversy over creation and evolution. New
York: Oxford University Press.

Kung, H. (2007). O principio e todas as coisas. Petrópolis vozes, p. 28

Miller, S. L., Schopf, J. William & Lazcano, A. (1997) “Oparin’s Origin of life: Sixty years
later”. Journal of Molecular Evolution (1997): 351-3, http://www.toriah.org/articles/miller.pdf
(acessado em 10 de março de 2015).
Mortimer, E.F.(1996). Construtivismo, mudança conceitual e ensino de ciências: para onde
vamos? Investigações em Ensino de ciências, n. 1, p. 20-39.

Moore, R.(2001). The lingering impact of the scopes trial on high school Biology textbooks.
Bioscience, n. 51, p. 790-796.

Razera, J. C. C.(2009). Evolucionismo versus criacionismo na sala de aula. Ciência em tela, v 2.

Schünneman, H.E.S.(2008). O papel do “criacionismo científico” no fundamentalismo


protestante. Estudos de Religião, n. 35, p. 64-86.

Scott, E.C.(2004). Evolution versus creationism: an introduction. Los Angeles: University of


California Press.

Souza, S. (2009). A goleada de Darwin: sobre o debate criacionismo/darwinismo. Rio de Janeiro:


Record.

Schlegel, J. L.(2001). Fundamentalistas e integristas ante a modernidade. In: ACAT.


Fundamentalismos, integrismos: uma ameaça aos direitos humanos. São Paulo: Paulinas.

13

Você também pode gostar