Você está na página 1de 20

Índice

Resumo ....................................................................................................................................... 4
1. Introdução............................................................................................................................ 5
1.1. Metodologia ................................................................................................................. 5
2. Pergunta de Partida: ............................................................................................................ 6
3. Organização das Nações Unidas (ONU) ............................................................................. 6
3.1. Criação da ONU ........................................................................................................... 6
3.2. Princípios ..................................................................................................................... 7
3.3. Adesão a ONU ............................................................................................................. 7
3.4. Órgãos Constitutivos da ONU ..................................................................................... 7
3.4.1. Assembleia Geral ..................................................................................................... 8
3.4.2. Conselho de Segurança ............................................................................................ 8
3.4.2.1. O Poder de Veto no Conselho de Segurança ........................................................ 9
3.4.3. Conselho Economico e Social da ONU ................................................................. 10
3.4.3.1. Funções do Conselho Economico e Social da ONU .......................................... 10
3.4.4. O Secretariado ........................................................................................................ 11
3.4.5. Corte Internacional de Justiça ................................................................................ 11
3.4.5.1. Funcionamento e composição da Corte Internacional de Justiça ....................... 12
4. Relações Politicas de Cooperação entre os países membros da CPLP e PALOP ............. 13
4.1. Composição (Estrutura e funcionamento) respectivamente ...................................... 14
4.1.1. Comunidade de Países de Língua Portuguesa ........................................................ 14
4.2. Os Estatutos ............................................................................................................... 15
4.2.1. Objectivos Gerais da Organização ......................................................................... 16
4.2.2. Os Órgãos da CPLP e o seu funcionamento .......................................................... 16
4.2.3. Observadores associados ........................................................................................ 17
5. Conclusão .......................................................................................................................... 19
5.1. Questões de Reflexão: ............................................................................................... 19
6. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 20
Universidade Lúrio

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Curso: Desenvolvimento Local e Relações Internacionais

Organização das Nações Unidas ONU

Ilha de Moçambique,

Janeiro de 2022

2
Universidade Lúrio

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Licenciatura em: Desenvolvimento Local e Relações Internacionais

Organização das Nações Unidas ONU

Turma: 1, 2º Grupo

Elementos do grupo:

Aurélio Muzuri Mussa

Alima Elísio Fiscal

Cipriano Alberto Caísse Candulu

Mahazuma Liuale Sempre

Trabalho científico de carácter avaliativo, do


Curso de: Desenvolvimento Local e Relações
Internacionais, 3º Ano, 2º Semestre. Cadeira de
Instituições e Relações Internacionais,
leccionada pelo Docente: Vitorino Chadreque.

Ilha de Moçambique,

Janeiro de 2022
3
Resumo

No referente trabalho investigativo em alusão, visa abordar sobre a Organização das Nações Unidas (ONU) e os
seus conselhos. Pretendendo assim trazer aspectos relacionados com alguns pressupostos como a estrutura da
Organização das Nações Unidas, as funções de cada conselho da Organização das Nações Unidas, assim como o
exercício de poder de cada conselho da Organização das Nações Unidas. Afim de, poder compreender de forma
sumaria o funcionamento da Organização das Nações Unidas (ONU). A Organização das Nações Unidas (ONU)
foi criada em 1945, após o término da Segunda Guerra Mundial. Segundo a Carta das Nações Unidas, tratado
constitutivo da organização, os propósitos da ONU são: manter a paz e a segurança internacionais, desenvolver
relações amistosas entre as nações, conseguir uma cooperação internacional para resolver problemas
internacionais e promover e estimular o respeito aos direitos humanos e ser um centro destinado a harmonizar a
acção das nações para a consecução desses objectivos comuns. Actualmente, a ONU conta com 192 Estados
parte. Contudo em um contexto de permanente mudança de forças políticas, a ONU fez notáveis esforços de
adaptação para desempenhar seu papel de promover a cooperação internacional económica e social, promover o
desenvolvimento económico, a paz, a protecção dos Direitos Humanos.

Palavras-chave: Cooperação, Criação, ONU, Estrutura.

4
1. Introdução

Entre os propósitos da ONU estabelecidos pelo Artigo Primeiro da Carta, destaca-se


especialmente o fato de a expressão “promover cooperação internacional para resolver
problemas internacionais de carácter económico, social, cultural e humanitário” aparecer ao
lado da promoção da paz e da segurança internacionais. Houve algo que as sociedades
internacionais tiveram como lição, o caso dos grandes conflitos do século passado, estamos a
falar da I e II Guerra Mundial. Razão pela qual é muito importante esta tarefa que a ONU tem
de garantir a Paz e Segurança Internacional, porque a promoção do desenvolvimento
económico e social envolve inúmeras facetas, incontáveis agentes, múltiplos objectivos,
vários modelos e recursos dispersos. As Nações Unidas têm alcançado êxito na promoção do
debate sobre o desenvolvimento, a ONU fez notáveis esforços de adaptação para desempenhar
seu papel de promover a cooperação internacional económica e social.

Entretanto, no que se refere a estrutura deste trabalho, ele compreende os elementos pré-
textuais onde encontramos: (Capa, folha de rosto e índice); Textuais onde encontramos:
(Introdução, contextualização, objectivos geral assim como específicos, metodologia e
pergunta de partida e o desenvolvimento do trabalho) e por ultimo a parte pós-textuais onde
encontramos: (Conclusão, perguntas de reflexão e referencias bibliográficas). O objectivo
geral do trabalho é: Compreender de forma sumaria o funcionamento da Organização
das Nações Unidas (ONU). E, para a concretização do objectivo geral traçaram-se os
seguintes objectivos específicos:

 Apresentar a estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU);


 Abordar sobre as funções de cada estrutura da Organização das Nações Unidas
(ONU);
 Analisar o exercício de poder de cada estrutura da Organização das Nações Unidas
(ONU).
1.1.Metodologia

Tal como qualquer pesquisa de carácter científico, para a execução do trabalho, a metodologia
escolhida pelo grupo teve como base principal: um objecto de estudo que se integra numa
análise intensiva, ou seja, uma análise qualitativa de obras bibliográficas e outros acervos
disponíveis.

5
2. Pergunta de Partida:
 Em que consiste o papel da criação da ONU, no contexto de cooperação internacional
entre os países no âmbito do Esguardamento da Paz e Segurança Internacional?
3. Organização das Nações Unidas (ONU)
3.1.Criação da ONU

Tudo começa em 1945, quando representantes de 50 países reuniram-se em São Francisco, na


Conferência das Nações Unidas, para redigir a Carta das Nações Unidas. A deliberação dos
delegados foi redigida com base em propostas elaboradas pelos representantes da China,
União Soviética, Reino Unido e dos Estados Unidos em Dumbarton Oaks, nos Estados
Unidos, em Agosto Outubro de 1944. A Carta foi assinada a 26 de Junho de 1945 pelos
representantes dos 50 países. A Polónia, que não estava representada na Conferência, assinou
mais tarde, tornando-se um dos 51 Estados-membros fundadores, (Ribeiro, 2001).

Com isso, relativamente ao seu surgimento oficial, várias literaturas mostram que a
Organização das Nações Unidas foi criada em 24 de Outubro de 1945, quando a Carta foi
ratificada pela China, França, União Soviética, Reino Unido, Estados Unidos e pela maioria
dos outros signatários. Por essa razão, o Dia das Nações Unidas é comemorado a 24 de
Outubro de cada ano. Adicionalmente, constitui um facto de grande importância suscitar que
o seu epicentro espacial ou seja, a sede das Nações Unidas fica em Nova Iorque, nos Estados
Unidos, em território internacional.

Com isso, a ONU tem a sua própria bandeira e são utilizadas seis línguas oficiais: árabe,
chinês, espanhol, russo, francês e inglês. Por sua vez, na Europa, a sede das Nações Unidas
fica em Genebra, na Suíça Propósitos e Princípios De acordo com a Carta das Nações Unidas,
no seu Capítulo I, artigo 1, são propósitos ou finalidades da ONU, os seguintes:

 Manter a paz e a segurança Internacional, e para esse fim tomar colectivamente


medidas efectivas para evitar ameaças a paz e reprimir os actos de agressão ou
qualquer outra ruptura da paz e chegar por meios pacíficos e de conformidade com os
princípios da justiça e do Direito Internacional a um ajuste ou solução de controvérsias
ou situações que possam levar a uma perturbação da paz;
 Desenvolver relações amistosas entre as nações baseadas no respeito ao princípio de
igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos e tomar outras medidas
apropriadas ao fortalecimento da paz internacional;

6
 Conseguir uma cooperação Internacional para resolver os problemas internacionais de
carácter económico, social, cultural ou humanitário. E para promover e estimular o
respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais para todos, sem distinção
de raça, sexo, língua e religião;
 Ser um centro destinado a harmonizar a acção das nações para a consecução desses
objectivos, (Artigo 1). Analiticamente, olhando para estes propósitos elencados pelo
artigo 1 da Carta das Nações, podemos tirar a ilação de que a ONU enquanto uma
organização internacional e inteiramente de carácter política, dá aos países a
oportunidade de procurar soluções em conjunto para os desafios do mundo,
preservando os interesses e a soberania nacional.
3.2.Princípios

A Organização e seus membros, para a realização destes propósitos mencionados no artigo 1,


agem de acordo com os seguintes princípios:

 A Organização é baseada no princípio de igualdade de todos os seus membros;


 Todos os membros devem resolver suas controvérsias internacionais por meios
pacíficos, de modo que a paz não seja ameaçada;
 Todos os membros, a fim de assegurarem para todos em geral os direitos e as
vantagens resultantes de sua qualidade de membros, deverão cumprir de boa fé as
obrigações por eles assumidas;
 Os membros devem evitar em suas relações internacionais, a ameaça ou o uso da força
contra a integridade territorial (Artigo 2).
3.3.Adesão a ONU

A admissão como membros das Unidas fica aberta a todos Estados amantes da Paz que
aceitarem as obrigações contidas na Carta e que a juízo da organização estejam preparadas
para cumprir (Artigo 4).

3.4. Órgãos Constitutivos da ONU

7
De acordo com o capítulo III, artigo 7 da carta das Nações Unidas, ficam como os órgãos das
Nações Unidas: Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Económico e
Social, Conselho de Tutela, Secretariado e a Corte Internacional de Justiça.

Nos parágrafos a seguir, de forma muito objectiva e clara serão abordados cada um destes
órgãos, excepto o terceiro e o quarto.

3.4.1. Assembleia Geral

A Assembleia Geral é o principal órgão deliberativo das Nações Unidas e tem como objectivo
definir as políticas da Organização. Todos os Estados-membros das Nações Unidas estão
representados na Assembleia Geral, sendo o único órgão da ONU com representação
universal. Cada país tem direito a um voto, independentemente da sua dimensão demográfica
ou territorial (Ribeiro, 2001).

Dado isso, ela é constituída por todos os membros da Organização. Relativamente as suas
funções, como elenca o artigo 10 da carta, são funções deste organismo os seguintes:

Discutir quaisquer questões relativas a manutenção da Paz e da segurança Internacional, que a


ela serem submetidas por qualquer membro das Nações Unidas ou pelo Conselho de
Segurança;

Solicitar a atenção do Conselho de Segurança para situações que possam constituir ameaça a
paz e a segurança Internacional;

Recomendar medidas para a solução pacífica de qualquer situação, qualquer que seja a sua
origem, que lhe pareça prejudicial, as relações amistosas entre as nações, inclusive em
situações que resultem da violação dos dispositivos da carta (Artigos 9-13 do Capítulo IV da
Carta das Nações).

Adicionalmente, importante suscitar que a Assembleia Geral, a cada ano, elege um presidente
para cumprir um mandato de 12 meses. Em 1995, a 50ª Sessão da Assembleia Geral das
Nações Unidas foi presidida pelo português Diogo Freitas do Amaral.

3.4.2. Conselho de Segurança

Segundo a Carta das Nações Unidas, o Conselho de Segurança é o principal responsável pela
manutenção da paz e segurança internacionais. Actualmente é composto por 15 membros (5
membros permanentes e 10 não permanentes). Cada membro tem um voto, sendo que os 5
8
membros permanentes (China, Estados Unidos da América, França, Reino Unido e Rússia)
têm poder de veto.

Os membros não permanentes são eleitos para um mandato de dois anos. Nos termos da
Carta, todos os Estados-membros são obrigados a cumprir as decisões do Conselho (Artigo
23).

Com esses pressuposto, o Conselho de Segurança assume a liderança quando se trata de


determinar a existência de uma ameaça à paz ou um ato de agressão, convidando as partes em
disputa a resolvê-la através de meios pacíficos, e emite recomendações sobre soluções, o que
leva-nos a percepção de que o objectivo do Conselho de Segurança da ONU é sem dúvida
lutar por medidas e acções que visem à segurança internacional e à promoção da paz mundial.
Por isso, tem o poder de mediar conflitos e aprovar resoluções que devem ser seguidas por
todos os países-membros das Nações Unidas, (Ribeiro, 2001).

Por sua vez, devido a este facto, faz com que em alguns casos, o Conselho de Segurança
recorra à imposição de sanções ou até mesmo autorizar o uso da força para manter ou
restaurar a paz e a segurança internacional.

3.4.2.1.O Poder de Veto no Conselho de Segurança

O poder de veto do Conselho de Segurança das Nações Unidas refere-se ao poder de veto
exercido exclusivamente pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da
ONU que são: China, Estados Unidos, França, Rússia e Reino Unido, permitindo-lhes evitar a
adopção de qualquer projecto adicional pela Resolução do Conselho, independentemente do
apoio internacional para o projecto. Por causa disso, o veto não se aplica aos votos
processuais, o que é significativo na medida em que os membros permanentes do Conselho de
Segurança podem votar contra um projecto de resolução processual, sem necessariamente
bloquear a sua aceitação pelo Conselho (Pinto, 2000).

Portanto, dentro do Conselho de segurança, apenas são os membros permanentes que tem o
direito a veto, isto significa que, para a aprovação de qualquer resolução, além de nove votos
favoráveis, é necessária uma unanimidade entre o conselho permanente, o que gera muita
dificuldade na resolução de medidas consideradas críticas e importantes.

9
Reflexivamente, em razão disto, tem surgido várias críticas associadas ao modelo de gestão
deste organismo, não por acaso, muitas reivindicações para que seja realizada uma completa
reforma em sua estrutura.

3.4.3. Conselho Economico e Social da ONU

Para Alves (2014)

O Conselho Económico e Social é um dos seis órgãos principais das Nações Unidas,
ao lado da Assembleia Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho de Tutela, da
Corte Internacional de Justiça e do Secretariado. É o fórum central da Organização
para discussão de questões económicas e sociais, bem como para formulação de
recomendações de políticas aos Estados-membros e ao sistema da ONU. Ademais, é o
responsável pela implementação dos objectivos internacionais de desenvolvimento
acordados pelas grandes conferências e reuniões de cúpula da Organização. (p.31).

3.4.3.1.Funções do Conselho Economico e Social da ONU

“Nos termos da Carta das Nações Unidas, cabe ao Conselho Económico e Social examinar as
questões globais que estão fora da área de segurança. O Capítulo X da Carta (que trata
especificamente do ECOSOC) atribui várias funções ao Conselho” (Alves, 2014, p.34):

 Fazer ou iniciar estudos e relatórios sobre questões económicas, sociais, culturais,


educacionais, de saúde e outras relacionadas com estas;
 Fazer recomendações à Assembleia Geral e às agências especializadas; fazer
recomendações para promover o respeito e a observância pelos direitos humanos e
liberdades fundamentais para todos;
 Preparar minutas de convenções para submissão à Assembleia Geral;
 Convocar conferências internacionais sobre assuntos de sua competência;
 Coordenar as actividades das agências especializadas e requisitar relatórios preparados
por estas; e
 Fornecer informações ao Conselho de Segurança. A responsabilidade por essas
funções foi dada à Assembleia Geral e, sob a autoridade desta, ao ECOSOC.

10
Segundo a Carta das Nações Unidas Capitulo X, Artigo 61.1, O Conselho Económico e
Social será composto de cinquenta e quatro (54) Membros das Nações Unidas eleitos pela
Assembleia Geral das Nações Unidas.

De acordo com os dispositivos do parágrafo 3, dezoito Membros do Conselho Económico e


Social serão eleitos cada ano para um período de três anos, podendo, ao terminar esse prazo,
ser reeleitos para o período seguinte.

3.4.4. O Secretariado

O secretariado – geral da ONU é o principal órgão administrativo da ONU. É chefiado pelo


secretário-geral, que é também o mais alto funcionário e principal representante da
organização. É eleito pela Assembleia geral mediante recomendação do conselho de
segurança, para um mandato de 5 anos, permitida uma recondução para o período
subsequente. Responsável por uma administração ampla e pesada, com muitas
responsabilidades burocráticas e técnicas, o Secretário-Geral da ONU não deve ser
influenciado por nenhum dos Estados-Membros. (Seitenfus, 2012).

Além das funções administrativas, o secretário – geral tem papel diplomático, podendo
oferecer seus bons ofícios ou mediação para solucionar conflitos internacionais e podendo,
também, chamar a atenção do conselho de segurança para qualquer assunto, que em sua
opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacional. Os seus assessores
e o conjunto dos funcionários internacionais estão a serviço da organização internacional.
Para tanto, dispõem de imunidades diplomáticas e respondem somente perante as Nações
Unidas.

Os funcionários internacionais deverão ser recrutados segundo critérios de “eficiência,


competência e integridade”, mas será “levada na devida conta a importância de ser a escolha
da pessoal feita dentro do mais amplo critério geográfico possível” (art. 101, e 3º). Além das
funções descritas anteriormente, previstas na Carta, o Secretário-Geral tem iniciativa
diplomática para mediar ou conciliar conflitos.

3.4.5. Corte Internacional de Justiça

“A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é o principal órgão judicial da ONU. Ela foi criada em
1945, pela própria Carta da ONU (art. 92) e começou seu funcionamento em 1946,
substituindo a antiga Corte Permanente de Justiça Internacional (CPJI) ” (Araújo, 2021).
11
Araújo (2021) afirma que:

A CPJI tinha sido criada em 1921 e foi oficialmente extinta em 1946. Ela estava
associada à ordem internacional vigente no pós-Primeira Guerra Mundial, quando o
Tratado de Versalhes (1919) criou a Liga das Nações. A Liga das Nações é
considerada a antecessora da actual ONU. Ela foi uma organização internacional
voltada para a promoção de cooperação entre os Estados e manutenção da paz. a Liga
das Nações não foi capaz de impedir a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-
1945). (s/p).

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a comunidade internacional tinha a necessidade de


criar uma nova organização internacional que superasse as fragilidades da Liga das Nações e
fosse capaz de impedir novas guerras sistémicas. Assim, a ONU e a CIJ foram criadas no
contexto do pós-Segunda Guerra Mundial.

A Corte Internacional de Justiça também é chamada de „Corte Mundial‟ ou „Corte de Haia‟,


devido ao seu carácter universal e ao fato de estar sediada na cidade de Haia, nos Países
Baixos. O Estatuto da CIJ (ECIJ) é um anexo integrante da Carta da ONU e todos os
membros das Nações Unidas são partes no Estatuto da CIJ (art. 93 da Carta da ONU).

3.4.5.1. Funcionamento e composição da Corte Internacional de Justiça

De acordo com Araújo (2021), a CIJ se destaca por ser o tribunal internacional permanente de
maior abrangência na sociedade internacional, uma vez que sua competência abarca todas as
questões que as partes lhe submetam, bem como todos os assuntos especialmente previstos na
Carta da ONU ou em tratados e convenções em vigor (art. 36 do ECIJ).

A CIJ funciona de forma permanente e é composta por quinze juízes de diferentes


nacionalidades. Os juízes devem ser independentes, ter alta consideração moral e ter
condições para o exercício das mais altas funções judiciais em seus respectivos países ou
terem reconhecida competência na área de direito internacional. Cada juiz tem um mandato de
nove anos, reconduzível, sendo que há renovação de um terço dos membros a cada três anos
(artigos 3, 2 e 13 do ECIJ). (Araújo, 2021).

Os juízes são eleitos pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança da ONU. A fim de
assegurar a universalidade do tribunal, existe uma preocupação geopolítica e nas eleições

12
deve se considerar que sejam representadas as grandes civilizações e os principais sistemas
jurídicos do mundo (artigos 4 e 9 do ECIJ). (Araújo, 2021).

Os juízes possuem mandato de nove anos, podendo ser reeleitos (art. 13). Desfrutam de
privilégios e imunidades diplomáticas (art. 19). Não podem ser demitidos, excepto por
unanimidade de votos de seus pares (art.18). Devem dedicar-se exclusivamente à Corte
(art.16). Estão, ainda, impedidos de participar de decisão sobre tema no qual tenham
anteriormente intervindo, no seu país ou não, de qualquer modo (art.17, item 2).

4. Relações Politicas de Cooperação entre os países membros da CPLP e PALOP

De acordo com Rodrigues (2019), os PALOP, compostos no período da descolonização por


Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau (na época, Guiné Portuguesa), Moçambique e São Tomé e
Príncipe, conglomeram presentemente milhões de falantes nativos do português no
continente, uma contribuição directa para o estabelecimento da cooperação formal entre os
PALOP.

Essa cooperação, na época da descolonização, é marcada pela criação de múltiplos foros


internacionais com enfoque na luta pela independência dos PALOP, como o Movimento
Anticolonial (MAC), nos últimos anos da década de 1950, a Frente Revolucionária Africana
para Independência Nacional das Colónias Portuguesas (FRAIN), em 1960, e a Conferência
das Organizações Nacionais de Libertação das Colónias Portuguesas (CONCP), em 1961,
dentre os escopos desses centros organizadores estavam o fornecimento de apoio aos
movimentos de independência dos PALOP, suporte logístico e material e articulação política
entre países independentes e não independentes. (Rodrigues, 2009).

Um exemplo melhor debatido e analisado de concertação política entre países dos PALOP no
período da descolonização é a criação do Partido Africano para a Independência da Guiné e
Cabo Verde (PAIGC), em 1956, do qual, na década de 80, se instituiria o Partido Africano
para a Independência de Cabo Verde (PAICV), que até hoje se configuram como partidos-
políticos de Cabo Verde e Guiné-Bissau. Em um balanço geral sobre as instâncias de
cooperação dos PALOP durante o período de descolonização, foram de todo positivas para a
consequente conquista da independência e o reconhecimento da soberania desses países no
sistema internacional.

13
Para o Autor acima referenciado subsidia ainda que: O fortalecimento das suas relações,
devido à herança colonial, à língua comum, à identidade continental cultural, dentre outros
factores, também é gratificado por esses empenhos históricos, os quais, por sua vez, também
vieram a encorajar o desenvolvimento da cooperação por meio de relações multilaterais dos
países de língua portuguesa, mesmo além da África, como o Brasil e Timor-Leste, futuros
estados membros da CPLP, e até mesmo com Portugal, que em um contexto renovado
instituiu novas relações de cooperação com os PALOP após o derrube do regime autoritário
vigente.

Assim sendo, quanto mais os PALOP se desenvolverem, mais a CPLP crescerá internamente
e externamente. Nos muitos projectos de cooperação desenvolvidos no âmbito da
Comunidade, são de destaque áreas como justiça, defesa, saúde, educação, comunicação,
segurança alimentar, turismo. Com uma variedade enorme de projectos em curso e sendo
pensados para longo prazo, a concertação dentro da CPLP é de afirmado sucesso. Anseia-se
que com um maior crescimento, tanto dos PALOP como da CPLP em si, os benefícios da
cooperação multilateral possam ser reconhecidos amplamente, como também a noção de
pertencimento a esse espaço.

4.1. Composição (Estrutura e funcionamento) respectivamente

4.1.1. Comunidade de Países de Língua Portuguesa

De acordo com Fonseca (2008), a CPLP foi criada oficialmente a 17 de Julho de 1996, com
início formalizado em Portugal, no intuito de unir estes povos num “transatlântismo
linguístico comum”, tendo Timor-Leste completado o ciclo dos oito países da Lusofonia,
nomeadamente:

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, em
31 de Julho de 2003, na Cimeira de Brasília.

A CPLP é a organização que congrega os povos lusófonos que tem a língua e a cultura como
base, tendo contudo ultrapassado já largamente este âmbito, ampliando os seus domínios de
cooperação, nomeadamente criando a partir de 2002, a componente de defesa. Contudo, já em
1998 se havia realizado a 1ª Reunião de Ministros da Defesa, que consubstanciou o início
informal da vertente de defesa no quadro da Comunidade. Quatro anos depois, resolveu-se

14
alterando os estatutos iniciais, introduzindo a componente da defesa e da segurança pública na
área dos seus objectivos de cooperação (Artº 3º b).

4.2. Os Estatutos

Nos estatutos aprovados pela I Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, a CPLP é definida
como “o foro multilateral privilegiado para o aprofundamento da amizade mútua, da
concertação político-diplomática e da cooperação entre os seus membros” particularmente nos
domínios económico, social, cultural, jurídico, técnico-científico e interparlamentar.

Para Fonseca (2008), os Estatutos da CPLP consagram os princípios básicos seguintes:

 Igualdade soberana dos Estados-membros;


 Não-ingerência nos assuntos internos de cada Estado;
 Respeito pela sua identidade nacional;
 Reciprocidade de tratamento;
 Primado da Paz, da Democracia, do Estado de direito, dos Direitos Humanos e
da Justiça Social;
 Respeito pela sua integridade territorial;
 Promoção do desenvolvimento;
 Promoção da cooperação mutuamente vantajosa.

15
4.2.1. Objectivos Gerais da Organização
 A concertação político-diplomática entre seus Estados membros, nomeadamente
para o reforço da sua presença no cenário internacional;
 A cooperação em todos os domínios, inclusive os da educação, saúde, ciência e
tecnologia, defesa, agricultura, administração pública, comunicações, justiça,
segurança pública, cultura, desporto e comunicação social; A materialização de
projectos de promoção e difusão da língua portuguesa.

4.2.2. Os Órgãos da CPLP e o seu funcionamento

A Conferência de Chefes de Estado e de Governo reúnem-se, ordinariamente, de dois


em dois anos. Este órgão é a instância deliberativa superior da Organização e as suas
decisões são sempre tomadas por consenso.

“O Conselho de Ministros é constituído pelos ministros dos Negócios


Estrangeiros e das Relações Exteriores dos oito países membros. O Conselho de
Ministros reúne-se, ordinariamente, uma vez por ano e, extraordinariamente,
quando solicitado por dois terços dos Estados membros” (Fonseca, 2008).

A Assembleia Parlamentar é o órgão que reúne as representações de todos os


Parlamentos da Comunidade, constituídas na base dos resultados eleitorais das eleições
legislativas dos respectivos países.

O Comité de Concertação Permanente reúne-se, ordinariamente, em Lisboa, na sede da


CPLP, uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que necessário.

O Comité é coordenado pelo representante do país que detém a presidência do Conselho


de Ministros.

O Secretariado Executivo é o principal órgão executivo da CPLP e tem por incumbência


implementar as decisões dos três órgãos deliberativos (Conferência, Conselho e
Comité). É dirigido pelo Secretário Executivo, alta personalidade de um dos países
membros, eleito rotativamente por um mandato de dois anos, que pode ser renovado
uma única vez.

O 10º Aniversário foi ocasião para proceder a uma Revisão dos Estatutos da CPLP. Na
nova redacção saída da VI Conferência de Chefes de Estado e de Governo, decorrida
em Bissau, ficou contemplada a reestruturação interna do Secretariado Executivo, por

16
forma a melhor responder aos desafios que se apresentam à Comunidade, tendo sido
criado o cargo de Director-geral e extinta a posição de Secretário Executivo Adjunto.

Para Fonseca (2008), as Reuniões Ministeriais Sectoriais são constituídas pelos


ministros e secretários de Estado dos diferentes sectores governamentais de todos os
Estados-membros. Compete às Reuniões Ministeriais coordenar, ao nível ministerial ou
equivalente, as acções de concertação e cooperação nos respectivos sectores
governamentais. A Reunião dos Pontos Focais de Cooperação congrega as unidades
responsáveis, nos Estados-membros, pela coordenação da cooperação no âmbito da
CPLP. Compete-lhe assessorar os demais órgãos da CPLP em todos os assuntos
relativos à cooperação para o desenvolvimento no âmbito da Comunidade. Os Pontos
Focais de Cooperação reúnem-se, ordinariamente, duas vezes por ano.

4.2.3. Observadores associados

Desde a fundação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que o


desejo de alargar as colaborações extracomunitárias se tem vindo a evidenciar. Nesse
espírito, foi criado o Estatuto de Observador na IIª Cimeira de Chefes de Estado e do
Governo, na Cidade da Praia em Julho de 1998. Em 2005, no Conselho de Ministros da
CPLP reunido em Luanda, foram estabelecidas as categorias de Observador Associado e
de Observador Consultivo. A criação do estatuto de Observador Associado abriu uma
janela de oportunidade para o eventual ingresso de Estados ou regiões lusófonos que
pertencem a Estados terceiros, mediante acordo com os Estados-membros. (Fonseca,
2008).

Na mesma linha Fonseca diz que: Os observadores Associados beneficiarão dessa


qualidade a título permanente e poderão participar, sem direito a voto, nas Cimeiras de
Chefes de Estado e de Governo, bem como no Conselho de Ministros, sendo-lhes
facultado o acesso à correspondente documentação não confidencial, podendo ainda
apresentar comunicações desde que devidamente autorizados. Poderão ser ainda
convidados para Reuniões de carácter técnico. Qualquer Estado-membro poderá, caso o
julgue oportuno, solicitar que uma Reunião tenha lugar sem a participação dos
Observadores.

A qualidade de Observador Associado ou Consultivo poderá ser retirada, temporária ou


definitivamente, sempre que se verifiquem alterações às condições que recomendaram a

17
sua concessão. A decisão final caberá ao órgão que decidiu a respectiva admissão, com
base em proposta do Secretariado Executivo e após apreciação pelo Comité de
Concertação Permanente. (Fonseca, 2008).

Neste contexto, no XIº Conselho de Ministros, reunido em Bissau, em Julho de 2006,


foi recomendada a atribuição do Estatuto de Observador Associado à República da
Guiné Equatorial e à República da Ilha Maurícia.m

Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)

Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), nomeadamente Angola,


Cabo Verde, Guiné Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

18
5. Conclusão

Chegado a esta parte conclusiva do presente trabalho investigativo, conclui-se que, a


estrutura das Nações Unidas apresenta uma dicotomia intrínseca ao modelo escolhido
caracterizado pela busca constante de equilibrar o peso das grandes potências com o
princípio da maioria. Bem mais complexa e pesada, a ONU apresenta uma estrutura
impressionante, onde se destacam cinco órgãos principais: Assembleia Geral,
Secretariado, Conselho de Segurança, Conselho Económico e Social, Corte
Internacional de Justiça. Mas, do ponto de vista institucional, a organização conta com
duas câmaras: uma geral e desprovida de poder real (AG), onde todos os Estados
estarão representados em pé de igualdade. A maioria destes Estados possuem somente
um interesse limitado pelas questões internacionais, porem todos os Estados-Membros,
com direito a um voto, estão representados na Assembleia Geral, órgão central, pleno e
totalmente democrático das Nações Unidas. O outro órgão é restrito em sua
composição, o conselho de segurança (CS), onde as grandes potências vencedoras da
guerra, capazes militarmente e com interesses generalizados, serão representadas de
forma permanente.

5.1. Questões de Reflexão:

Baseando se no principio do direito internacional que suscita a igualdade entre os


estados, será que a maneira de distribuição do poder dentro da ONU sobretudo no
conselho de segurança não viola a tal igualdade dos estados nas relações internacionais?

Que analise podemos fazer da ONU enquanto um a organização internacional; em


relação aos seus efeitos nos países do ocidente em comparação com os países da África?

Sabe-se que após a I Guerra Mundial as nações Mundiais criaram a Liga das Nações
Unidas, sucede que ao andar do tempo esta organização vai entrar em colapso por varias
razões, assim como o surgimento da II Guerra Mundial. A questão é porque razões a
ONU continua forte desde a sua criação e praticamente sem probabilidades de um dia
entrar em colapso?

19
6. Referências Bibliográficas

Ribeiro, M, A (2001). A Organização das Nações Unidas. Coimbra:

Almedina. Pinto, M.(2000) O papel da ONU na criação de uma nova ordem mundial:
Lisboa.

Carta das Nações Unidas e Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Departamento de


informações Públicas-1948.

Alves, C. A. 2014. O conselho económico e social das nações unidas e suas propostas
de reforma. Brasília: FUNAG, 2013.

Seitenfus, R. (2012). Manual das organizações internacionais, 5ª edição, porto Alegre:


editora livraria do advogado.

Carta das Nações Unidas e Estatuto da Corte Internacional de Justiça (1948). Nova
Iorque.

Ítalo, M. A. R. (2019). História, Identidade e Cooperação: A África na Comunidade dos


Países de língua Portuguesa

Fonseca, L. (2008) CPLP: Construindo a Comunidade. Europress Editores. Lisboa


Portugal.

20

Você também pode gostar