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Darli Alves de Souza

A revolução ecumênica na América Latina:


do proselitismo ao compromisso de
transformação social

São Paulo, 2021.

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Copyright © Editora Recriar, 2021.

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Revisão gramatical: Cynthia Emmerich
Capa, diagramação e projeto gráfico: Nathália Schneider

Conselho Editorial:
Dr. Alonso Gonçalves (UMESP)
Dr. Claudio de Oliveira Ribeiro (UFJF)
Dr. David Mesquiati de Oliveira (UNIDA-ES)
Dr. Edin Sued Abumanssur (PUC-SP)
Dr. Gedeon Freire de Alencar (FTB-SP)
Dra. Marina Aparecida de Oliveira Santos Correa (UMESP)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

S729a Souza, Darli Alves de.


A revolução ecumênica na América Latina: do proselitismo
ao compromisso de transformação social /Darli Alves de
Souza. São Paulo: Recriar, 2021.

252 p.

ISBN 978-65-86242-58-4

1. Ecumenismo 2. Protestantismo de libertação


3. Transformação social 4. Contexto latino-americano
I. Título

CDD: 261

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Sumário

Lista de figuras................................................................................................9
Lista de siglas..................................................................................................9

Apresentação.............................................................................................13
Edin Sued Abumanssur

Prefácio........................................................................................................15
Um exercício de memória para reconstruir utopias
Magali do Nascimento Cunha

Introdução..................................................................................................21

Capítulo 1....................................................................................................31
O movimento ecumênico latino-americano
e a trajetória de ISAL

1.1.Panorama ecumênico na América Latina.......................................32


1.1.1. Criação de Conselhos Nacionais de Igrejas.......................35
1.1.2. Primeira Conferência Evangélica
Latino-Americana – Cela I – Buenos Aires, 1949.......................37
1.1.3. Segunda Conferência Evangélica
Latino-Americana – Cela II, Lima 1961.......................................38
1.2. A trajetória da Igreja e Sociedade na América
- ISAL – antecedentes e influências.........................................................39
1.2.1. O protagonismo da juventude e o seu papel
para a formação da ISAL................................................................40
1.3. A ISAL e sua caminhada....................................................................43
1.3.1. A influência de Evanston para criação da ISAL ��������������43
1.3.2. A contribuição da CEB para a criação da ISAL ���������������44
1.4. ISAL – Síntese histórica de suas principais
atividades......................................................................................................46

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1.4.1. I Consulta de Igreja e Sociedade.........................................46
1.4.2. IV reunião plenária da ISAL – Montevidéu – 1963 50
1.4.3. II Consulta Latino-Americana de Igreja e
Sociedade..........................................................................................52
1.4.4. Conferência Mundial de Igreja e Sociedade......................56
1.4.5. III Consulta Latino-Americana da ISAL...........................58
1.4.6. Estrutura organizacional da ISAL.......................................65
1.4.7. IV Assembleia Continental da ISAL...................................72

Capítulo 2....................................................................................................77
O contexto latino-americano: o continente das
revoluções

2.1. Contexto revolucionário....................................................................78


2.2. Contexto Econômico.........................................................................80
2.2.1. BID – Banco Interamericano de
Desenvolvimento.............................................................................80
2.2.2. Instituições financeiras Internacionais
multilaterais – IFI............................................................................82
2.2.3. Fundo Monetário Internacional – FMI..............................83
2.2.4. Banco Mundial - BM............................................................84
2.2.5. A importância e o impacto das organizações
financeiras (BM e FMI) na economia latino-americana �����������85
2.2.6. Teoria da dependência..........................................................88
2.3. Contexto Político.................................................................................91
2.3.1. As experiências políticas populistas...................................93
2.3.2. As ditaduras na América Latina..........................................96
2.3.3. Ditadura na Argentina........................................................100
2.3.4. Ditadura no Brasil...............................................................101
2.4. Contexto religioso: O Protestantismo
Latino-Americano....................................................................................106
2.4.1. O protestantismo e sua relação com a cultura
latino-americana............................................................................111
2.4.2. O protestantismo e sua realidade interna........................114
2.4.3. O protestantismo e sua relação com o sistema
ditatorial: entre omissão, cooperação e resistência...................117
2.4.4. Omissão................................................................................119
2.4.5. Colaboração.........................................................................120
2.4.6. Oposição e resistência ao sistema opressor.....................126

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Capítulo 3..................................................................................................131
Os intelectuais ecumênicos na América Latina:
encontros e desencontros

3.1. Lideranças Ecumênicas - intelectuais orgânicos


e revolucionários.......................................................................................136
3.2. A origem dos intelectuais ecumênicos –
organizações de juventude......................................................................141
3.3. O intelectual ecumênico: realidade e contexto............................144
3.4. O campo ecumênico.........................................................................146
3.5. Intelectuais revolucionários: disputas e identidade...................151
3.6. Diálogo entre os intelectuais ecumênicos
e o marxismo..............................................................................................156
3.7. Os intelectuais revolucionários e a revolução
teológica......................................................................................................165
3.8. Os intelectuais ecumênicos e a (não) relação
com as igrejas.............................................................................................169
3.9. Intelectuais revolucionários e o diálogo com a sociedade
– movimentos sociais e de libertação da ditadura.............................172
3.9.1. AP - Ação Popular..............................................................174
3.9.2. VPR – Vanguarda Popular Revolucionária.....................179

Capítulo 4..................................................................................................183
A cooperação ecumênica e as entidades ecumênicas

4.1. Conhecendo a cooperação internacional.....................................184


4.2. A cooperação ecumênica.................................................................187
4.2.1. Gênese da cooperação ecumênica....................................188
4.2.2. Cooperação ecumênica: o combate à fome
e o desenvolvimento......................................................................189
4.2.3. A cooperação ecumênica e as
rápidas transformações sociais....................................................190
4.2.4. O papel da cooperação ecumênica no
movimento ecumênico.................................................................193
4.3.1. UCEB – União Cristã de Estudantes do
Brasil................................................................................................199
4.3.2. CEB - Confederação Evangélica do Brasil.......................209
4.3.3. Os primeiros passos da revolução ecumênica.................217

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4.3.4. Centro Evangélico de Informação....................................225
4.3.5. Editora Paz e Terra..............................................................226

Considerações Finais................................................................................229

Referências Bibliográficas.......................................................................235

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A tarefa transformadora que nos impõe o
processo revolucionário latino-americano é
particularmente difícil aos cristãos. Como
homens de nosso tempo, como cidadão
da América Latina, mas sobretudo como
cristãos, não podemos ficar relegados nesta
hora revolucionária que vive o continente. A
mudança nos é imposta; não como uma mera
transformação institucional originada no
conflito ideológico, mas como impostergável
necessidade de nos identificar com a demanda
de justiça social e o desejo de obtê-la.
(CONTERIS, 1963, p. 7)

Quando a ditadura é um fato,


a revolução é um dever.
(MERCIER, 2014, p. 9)

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Lista de figuras

Figura 1: Estrutura Local da ISAL................................................................... 68


Figura 2: Estrutura Continental de ISAL....................................................... 69
Figura 3: Quadro dos governos populistas da América Latina ������������������ 95
Figura 4: Quadro de distribuição de Renda no Brasil �������������������������������122

Lista de siglas

ACA – Associação Cristã de Acadêmicos


AID – Associação Internacional de Desenvolvimento
AP – Ação Popular
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
BM – Banco Mundial
CAIC – Conselho Americano de Igrejas Cristãs
CBC – Comissão Brasileira de Cooperação
CEB – Confederação Evangélica do Brasil
CCLA – Comitê de Cooperação para a América Latina
CCPD – Comissão da Participação da Igreja no Desenvolvimento
CEI – Centro Evangélico e depois Ecumênico de Informação
CELA – Conferência Evangélica Latino-Americana
CEDI – Centro Ecumênico de Documentação e Informação
CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e Caribe
CFI – Corporação Financeira Internacional
CIA – Central Intelligence Agency (Agência Central de Inteligência)

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CIADI – Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre
Investimentos
CID – Cooperação Internacional para o Desenvolvimento
CIIC – Conselho Internacional de Igrejas Cristãs
CIM – Conselho Internacional de Missões
CMI – Conselho Mundial de Igrejas
COLINA – Comando de Libertação Nacional
EPJS – Educación Para la Justicia Social
FIEA - Federação Argentina de Igrejas Evangélicas
FIEU – Federação de Igrejas Evangélicas do Uruguai
FMI – Fundo Monetário Internacional
FREJULI – Frente Justicialista de Liberación Nacional
FTL – Fraternidade Teológica Latino-Americana
IFI – Instituições Financeiras Internacionais Multilaterais
ISAL – Comissão de Igreja e Sociedade na América Latina
ISEDET - Instituto Superior Evangélico de Estudios Teológicos
JEC – Juventude Estudantil Católica
JUC – Juventude Universitária Católica
MCAB - Movimento Cristão de Acadêmicos do Brasil
MNR – Movimento Nacional Revolucionário
MPB – Música Popular Brasileira
MR8 - Movimento Revolucionário 8 de outubro
MVE – Movimento Voluntário Estudantil
NCC – National Council of Churches (Conselho Nacional de Igrejas)
OLAS – Organização Latino-Americana de Solidariedade
ONU – Organização da Nações Unidas

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OSPAAL – Organização de Solidariedade com os povos da Ásia, África e
América Latina
POLOP – Política Operária
PRT – Partido Revolucionário dos Trabalhadores
SODEPAX – Sociedade, Desenvolvimento e Paz
SRSI – Setor de Responsabilidade Social da Igreja
TL – Teologia da Libertação
UCEB – União Cristã de Estudantes do Brasil
UETC – União Evangélica para o Trabalho de Cristo
ULAJE – União Latino-Americana de Juventude Evangélica e depois
Ecumênica
UNE – União Nacional dos Estudantes
UNELAM – Comissão Provisória pro Unidade Evangélica Latino-
Americana
USAID – United States Agency for International Development (Agência
Estado-Unidense de Desenvolvimento Internacional)
VAR-Palmares – Vanguarda Armada Revolucionária
VPR – Vanguarda Popular Revolucionária

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Apresentação

Edin Sued Abumanssur

O livro de Darli Alves debruça-se sobre aquilo que ficou conhecido


na América Latina como Movimento Ecumênico. A trajetória do ecumenis-
mo segue uma linha que vai de uma ideia, no período de expansão missio-
nária das igrejas cristãs do século XIX, até as suas formas mais estruturadas
e institucionalizadas na segunda metade do século XX.
O ecumenismo moderno surge basicamente como uma proposta
de igrejas europeias de tradição protestante que buscavam dar um testemu-
nho de fé, de forma unificada, nas regiões abertas à colonização pelas com-
panhias e interesses de empresas em fase de expansão comercial. Por trás
das propostas de testemunho unificado da fé, havia também as razões de
ordem econômica de otimização de recursos materiais e humanos. A dupli-
cação de esforços para a cristianização de regiões na África, Ásia, Oceania,
significava desperdício de recursos caros para a Europa. O ecumenismo
seria uma forma de racionalização de tempo e esforços das igrejas.
Este livro indica a mudança de paradigma do ecumenismo moder-
no, que se origina no contexto da expansão missionária do século XIX e se
configura, no final do século XX, como teologia das transformações sociais
do então chamado Terceiro Mundo. Em ambas as pontas do ecumenismo
está a perspectiva do testemunho da fé segundo os limites dados pelas con-
junturas da época.
Os capítulos 3 e 4 são de especial importância, pois abrem dois
temas que sofrem maior resistência analítica por parte dos agentes en-
volvidos com o Movimento Ecumênico, a saber: o lugar da chamada “co-
operação ecumênica” e o papel dos intelectuais na condução dos movi-
mentos sociais. Darli não deixa de apontar a subsunção das pautas que
mobilizam as organizações ecumênicas na América Latina aos interesses

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das igrejas europeias e americanas que, em grande medida, financiavam
tais organizações. É o dinheiro da “cooperação ecumênica” que orienta os
ventos que mobilizam as organizações e traçam os seus destinos, sucessos
e fracassos.
Darli indica também como os intelectuais ecumênicos se
constituíram na vanguarda teológica e política sensível às pautas de interesse
das igrejas mais afluentes do Primeiro Mundo. Sem a atuação desses
intelectuais, o movimento ecumênico caminharia sem rumo e dissociado
das mobilizações maiores e mais abrangentes mundo afora. São estes dois
capítulos que tornam esse livro essencial para o início de outras pesquisas.
A partir dessa porta entreaberta surgem outras temáticas urgentes como,
por exemplo, a ascensão do populismo no século XXI, poderão ser mais
bem estudadas.
São várias as pesquisas que procuram entender melhor os processos
comprometidos com as transformações sociais da segunda metade do sé-
culo XX, vividos pelos setores das igrejas na América Latina. Há muitos
fatores envolvidos nessa questão e cada um deles merece um olhar atento
e profundo.
Darli nos traz os passos que levaram a essas mudanças, aponta os
limites e analisa os enfrentamentos do campo ecumênico. Este livro é mais
uma peça que compõe o grande quebra-cabeça político, econômico e teo-
lógico do momento mais rico, dinâmico e desafiador que viveram os países
e regiões que ocuparam o papel de rejeitos e dejetos de um capitalismo
predatório, excludente e injusto.

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