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Hur, D. U. (2019). Psicologia, Política e Esquizoanálise

Book · June 2019

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Domenico Hur
Universidade Federal de Goiás
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2ª edição revisada

PSICOLOGIA, POLÍTICA E
ESQUIZOANÁLISE
Domenico Uhng Hur
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Hur, Domenico Uhng


Psicologia, política e esquizoanálise / Domenico
Uhng Hur. - 2ª ed - Campinas, SP : Alínea, 2019.
Bibliografia
ISBN 978-85-7516-864-6
1. Deleuze, Gilles, 1925-1995 2. Esquizofrenia
3. Esquizofrenia - Aspectos sociais 4. Guattari,
Félix, 1930-1992 5. Psicanálise - Aspectos sociais
6. Psicologia - Aspectos sociais 7. Psicologia
política 8. Psicologia social I. Título.

18-16909 CDD-150.19

Índices para catálogo sistemático:

1. Esquizoanálise : Psicologia 150.19

Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964

Direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19.2.1998.


É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização,
por escrito, dos detentores dos direitos.

Todos os direitos reservados ao


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www.atomoealinea.com.br
Impresso no Brasil
Foi feito o depósito legal
SUMÁRIO

PREFÁCIO ........................................................................................................................................ 5
Gregório F. Baremblitt

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................. 9

CAPÍTULO I
FORÇAS, POTÊNCIA E MICROPOLÍTICA .......................................................................................... 15
Magma: fluxos, estratos e território .....................................................................16
Potência e afetos ...................................................................................................22
Diagrama e poder de resistir.................................................................................31
Agenciamento e estrutura .....................................................................................35
Micropolítica e ‘método esquizoanalítico de intervenção’...................................41

CAPÍTULO II
SUBJETIVAÇÃO .............................................................................................................................. 47
Constituição da subjetividade e o hábito ..............................................................48
A dobra e a subjetivação.......................................................................................50
Subjetividade, subjetivação e indivíduo ...............................................................55
Coeficiente de territorialização ............................................................................58

CAPÍTULO III
CÓDIGOS, INSTITUIÇÃO E DISCIPLINA .......................................................................................... 63
Imagem do pensamento........................................................................................64
Inscrição-registro do código: o diagrama de inscrição.........................................69
Sobrecodificação dos fluxos: o diagrama de captura/soberania...........................72
Institucionalização do código: as instituições concretas ......................................76
Autonomização do código: norma e diagrama disciplinar ...................................79
Subjetividade disciplinar ......................................................................................82
CAPÍTULO IV
CAPITALISMO: AXIOMÁTICA DO CAPITAL E DIAGRAMA DE RENDIMENTO .................................... 87
Desterritorialização dos fluxos .............................................................................88
Axiomatização dos fluxos: classe universal e CMI/Império................................91
Diagrama de forças: controle e rendimento .........................................................97
Instituições imateriais e noopolítica ...................................................................101
Subjetividade capitalista e corpocapital .............................................................108
Capitalismo mafioso...........................................................................................117

CAPÍTULO V
PRÁTICAS E AGENCIAMENTOS PSICOPOLÍTICOS ......................................................................... 121
Discursos conscientes e investimentos desejantes .............................................122
Investimentos desejantes e agenciamentos psicopolíticos:
estratopolítica, tecnopolítica e nomadopolítica ..................................................126
Modos de funcionamento ...................................................................................134

CAPÍTULO VI
MICROFASCISMOS E NEOCONSERVADORISMOS.......................................................................... 139
Governamentalidade fascista..............................................................................140
Micropolítica do fascismo: ódio e destrutividade ..............................................143
Neoconservadorismos: extremismos de direita e recodificação do cotidiano....146

CAPÍTULO VII
ESTADO, POLÍTICAS PÚBLICAS E NEOCOLONIZAÇÃO .................................................................. 155
Estado estratopolítico .........................................................................................156
Estado tecnopolítico ...........................................................................................159
Políticas públicas e neocolonização ...................................................................163

CAPÍTULO VIII
MOVIMENTOS SOCIAIS NÔMADES .............................................................................................. 167
A máquina de guerra ..........................................................................................168
Movimentos sociais como máquina de guerra ...................................................173
Ecosofia: um mundo por vir ...............................................................................181

REFERÊNCIAS............................................................................................................................... 185
Bibliografia.........................................................................................................191
PREFÁCIO

Quando o autor deste livro-máquina-de-guerra me solicitou um prefácio para


seu esplêndido escrito, em função de nossa comprovada afinidade esquizoanalítica e
da amizade que firmemente nos une, aceitei honrado de imediato.
Não obstante, pedi para Domenico um bom tempo para efetuar a leitura desse
texto, ainda inédito. É claro que o amigo me concedeu o prazo de que precisasse.
O recorrido desse escrito me criou um dilema: li o mesmo aceleradamente, porque
queria possibilitar sua edição o mais rápido possível. O texto, se bem está redigido de
uma maneira rigorosa, também é muito fluido; mas constatei um pouco surpreendido
que tinha de estudá-lo.
A copiosa bibliografia publicada nestes últimos vinte anos em torno da
obra de Deleuze e Guattari inclui, desde logo, artigos e volumes muito valiosos.
Lamentavelmente, a meu entender, a potência da letra desses autores não teve ainda
a difusão, adoção, recriação e encarnação que brinda e merece. Isso acontece não
apenas no âmbito acadêmico, jugulado pelo utilitarismo do adestramento, ou pasto-
reado por religiões estruturalistas.
A recomendável aplicação da práxis da esquizoanálise des-acontece na imensa
maioria estatística das minorias singulares, nos seus heroicos movimentos, nas suas
épicas campanhas, nas suas fraternas iniciativas autogestionárias, em suma, nas suas
Utopias Ativas.
Desde logo, em muitos casos, essa assimilação demorada pode ser perfeita-
mente prescindível. A criatividade revolucionária pode produzir a inteligência do que
faz sem precisar de nenhum saber erudito.
6 PREFÁCIO

Mas se, em alguma medida, esse valor desperdiçado se deve às peculiaridades


dessa fecunda obra, não só vale a pena destinar-lhe um ótimo livro como este que
estou prologando, senão, que autoriza algum breve comentário.
Segundo me parece – e creio concordar com Domenico nestas páginas –, a
biblioteca de Deleuze e Guattari, composta a duas mãos, assim como a publicada
separadamente, tem poucos textos propriamente pedagógicos ou destinados a mili-
tantes populares ou de nível não sofisticado. Talvez o “Abecedário de Deleuze”, a
“Revolução Molecular” e “As Três Ecologias” de Guattari sejam exceções.
A isso se tem de acrescentar que tampouco para o leitor culto muitos desses
escritos são fáceis de entender, não apenas pelo denso e douto do conteúdo, senão pelo
estilo da exposição – dito em esquizoanalês, pela forma e substância de conteúdo e
expressão.
O Anti-Édipo e Mil platôs são exemplares nesse sentido. Robert Castel (1978),
numa publicação quase que simultânea com o primeiro, o qualificou como “fulguran-
te e elíptico”.
Embora nossos grandes pensadores sustentem que se pode entrar e sair de seu
universo por onde se queira, porque cada parte implica o todo, por outro lado, têm
acunhado uma sentença esquizossêmica concluintemente reveladora: não há todo;
cada todo se acrescenta aos todos como um todo a mais. Essa pluralidade das tota-
lizações não equivale, para nada, a dizer (segundo certos cultos do negativo) ‘não
todo’ e é uma bela amostra de originalidade, da potência da afirmação e da diferença
conceitual.
A sucessão editorial cronológica dos livros de nossos autores não significa
nada por relação ao tempo Aiônico de sua tessitura. Seu ‘estroma’ e seu ‘parênquima’
oscilam constantemente entre os espaços lisos e os estriados, entre desestratificação
e re-estratificação, entre descodificação e recodificação, entre desterritorialização e
territorialização, entre desaxiomatização e axiomatização. Linhas duras, flexíveis e de
fuga transversalizam as páginas. Forças não vetorizadas diagramatizam seus subter-
râneos. Formações molares e moleculares se imanentizam em seus parágrafos, os
gêneros literários se multiplicitam e rizomatizam. Há, nos capítulos, especialmente os
de ‘Capitalismo e Esquizofrenia’, um funcionamento polissemiótico que não aceita
em absoluto reduzir-se a uma semiologia maneirista do significante. Talvez se possa
qualificar de quântica (matéria-forma e energia-fluxo permutáveis) a uma escritura
que lembra aquela que Deleuze descobre nos Escólios da ‘Ética’ de Espinosa.
O leitor, que é peça autoral influente nesse redemoinhado oceano no qual
emergem incessantemente colossais cordilheiras móveis (ver Solaris), vive expe-
PSICOLOGIA, POLÍTICA E ESQUIZOANÁLISE 7

riências alucinantes. Não obstante, bastante amiúde naufraga nas turbulências, e no


melhor dos casos, tem de remontar às correntes que o arrastam; em outros, o acha-
mos aferrado numa pedra estriada, repetindo como um eco uma noção ‘salvadora’ da
‘demoníaca’ correnteza.
Durante minhas leituras (muitas) de Capitalismo e esquizofrenia, tenho-me
elevado aos firmamentos cósmicos, às vezes me precipitei nas protopáticas profunde-
zas e noutras fiquei boiando nos rios de lava ou me precipitei nas cataratas estilísticas
(tal como estão descritas as superfícies na Lógica do sentido). Frequentemente me
acometeram impulsos solidários que pretendiam responder ao SOS de meus compa-
nheiros leitores, alunos etc. Escrevi alguma “Introdução”, mas senti que se precisava
algo do tipo de “Para ler...” que as publicações existentes não resolviam.
Penso que Psicologia, Política e Esquizoanálise cumpre exaustivamente essa
missão.
Não é por casualidade que o afluente de entrada – e o promontório de atalaia –
deste livro é a esquizoanálise. Desde esse portal zaratustriano se divisa a geopolítica
do planeta deleuzo-guattariano na hora da Aurora e não necessariamente na do meio-
-dia ígneo de Kafka, por uma literatura menor ou na do aristocrático crepúsculo de
O que é a filosofia?.
Por certo, não se trata de privilegiar – nem muito menos de excluir – nenhum
volume dessa formidável e generosa prateleira. Nossos autores não o tolerariam.
Trata-se de enfatizar paragens-chave, olhando para a vasta paisagem esquizossêmica
com uma lente que mereceria ser lavrada por Espinosa, e calçada por Marx. Mas enfa-
tizar exige selecionar e definir com clareza e precisão, o qual não implica engessa-
mento, senão, que denota sensibilidade para o nascimento do novo radical: revolução,
produção, invenção, criação.
É a partir desse insólito que se re-definem os domínios, continentes, regiões,
locais e povoações, tanto de outras localidades do mapa deleuzo-guattariano como o
das velhas disciplinas; suas vozes sem dúvida enriquecem o coro, mas elas ressoam
segundo uma partitura cuidada por princípios, não por fundamentos. Isso ajuda
a equacionar o que em seu ‘discurso’ pode eventualmente soar como palavras de
ordem. A esquizoanálise não ‘importa’ materiais de ‘outros’ campos para enriquecer
um Império de especificidade solipsista. A esquizoanálise navega como nômade que é
– ‘entre’ – embora, pitorescamente, diga que ‘rouba’. A esquizoanálise não dissimula
sua ética-política com nenhum ardil ‘purista’ de extramundanidade.
O amigo Domenico nos obsequiou esta bela caixa de ferramentas, mas dotada
de uma sistematização caosmótica que permite escolher com segurança no estrondo
8 PREFÁCIO

dos mais de quarenta volumes, sabendo em que consiste cada instrumento e quais são
as principais opções para empregá-lo.
Tal precisão sem dúvida promoverá e melhorará em muito as performances
esquizoanalíticas dos leitores.
Apesar desse esmero, a travessia por estas folhas é bem amena, tem muito de
cartografia, mas também de uma viagem “à la Julio Verne”.
Este tomo não é para ser só ‘alegremente’ folheado, com o espírito desses
ocos embalos carnavalescos que contaminaram até alguns pesquisadores. A futilida-
de demagógica, igual ao enciclopedismo atemorizante, são inimigos da idoneidade
heurística.
Este livro, como disse ao princípio, tem de ser cuidadosamente estudado...
para poder ser operacionalizado.
Parabenizo ao autor e a seus expedicionários.

Gregório F. Baremblitt1

1. Nascido em Santiago del Estero, Argentina. Médico-psiquiatra formado e livre-docente em


Psiquiatria pela Universidade Nacional de Buenos Aires. Autor de 14 livros e dezenas de
artigos publicados. Realizou inúmeras intervenções institucionais.
Professor da Cátedra de Medicina do Hospital das Clínicas, Buenos Aires e da Faculdade
de Humanidades da Universidade Nacional de la Plata, Argentina. Professor convidado
de diversas Instituições: na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual do Rio de
Janeiro, no Programa de Pós-graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro, no mestrado em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais e no
curso de especialização na Faculdade de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais. Ministrante de cursos e grupos de estudo sobre temas de filosofia, esqui-
zoanálise, esquizodrama, psiquiatria, psicanálise e psicologia social em diversas cidades,
como: Montevidéu, Caracas, Cidade do México, Lisboa, Bolonha e Zurique.
Membro fundador do grupo Plataforma argentino, filiado à Plataforma internacional,
Zurique. Fundador do Instituto Brasileiro de psicanálise, grupos e instituições (IBRAPSI),
Rio de Janeiro. Membro honorário da Fundação Gregorio Baremblitt de Belo Horizonte,
da Fundação Gregorio Baremblitt de Uberaba e do Instituto Gregorio Baremblitt de Frutal.
Cidadão de honra das cidades de Belo Horizonte e de Uberaba, Minas Gerais.
INTRODUÇÃO

A esquizoanálise é um conjunto de saberes contemporâneo, multifacetado,


plural e heterogêneo – um campo teórico-político criado pelos pensadores Gilles
Deleuze e Félix Guattari após as agitações do maio de 1968 francês e que é a expres-
são filosófica desse acontecimento. Trata-se de uma análise micropolítica dos agencia-
mentos, investimentos desejantes e de poder que propõe uma cartografia das relações
clínicas, institucionais, sociais e políticas não mais no par família e neurose, tal como
privilegiado na psicanálise, mas, sim, na articulação entre capitalismo e esquizofrenia.
Desse novo par, desdobra-se extenso repertório de conceitos, proposições e
práticas que transpassam as tradicionais leituras da psicanálise, da psicologia social,
do estruturalismo ou do marxismo. São produzidas concepções originais do incons-
ciente como usina intensiva e não como teatro representativo e do desejo, como
produção e não como falta, bem como um novo paradigma: o ético-estético-político.
Nele, opera-se com base nas lógicas e práticas críticas que incitam processos instituin-
tes, desejantes, de experimentação e a expressão das diferenças e multiplicidades, em
vez da hierarquia e das normas adaptativas.
No Brasil e na América Latina, tornou-se importante referência para os estudos
sobre a clínica, a sociedade e a arte. Contudo, mesmo elaborando valiosas ferramen-
tas teóricas para o estudo dos fenômenos políticos, nota-se uma lacuna referente às
produções neste campo, pois seu potencial analítico é pouco utilizado para refletir
sobre a política.
Dessa forma, o livro Psicologia, Política e Esquizoanálise tem como objetivo
apresentar e discutir conceitos esquizoanalíticos que sirvam como instrumentos teóri-
cos para a análise dos fenômenos psicopolíticos atuais. Busca proporcionar linhas de
10 INTRODUÇÃO

experimentação que ampliam os repertórios analíticos da Psicologia e das Ciências


Humanas, ao apreender os fenômenos no triângulo resultante das relações entre poder,
investimentos desejantes e processos de subjetivação. Em outras palavras, remete à
conexão de três instâncias fundamentais: política, psicologia e subjetividade.
Como método de trabalho, foi realizada uma cartografia sobre toda a longa obra
de Deleuze e Guattari, que supera quarenta títulos. Buscou-se sistematizar as princi-
pais passagens em que figuram os conceitos que fornecem uma análise dos processos
psicopolíticos. A cartografia é um modo de produção metodológico que fabrica seus
sentidos por meio do acompanhamento dos processos investigados (Passos, Kastrup
& Escóssia, 2009). É um mapa que realiza e atualiza os movimentos do território ao
analisá-lo (Rolnik, 1989). Assim, traçamos linhas, coordenadas e articulações para
investigar as engrenagens psicopolíticas do cotidiano presentes na obra de Deleuze e
Guattari. Também se citam reflexões de pensadores próximos, como Michel Foucault,
Maurizio Lazzarato, Gregório Baremblitt, bem como outros com quem estabeleceram
parceria.2
Para a compreensão do atual cenário de efervescência e crise política, desen-
volvemos oito temáticas fundamentais na articulação entre psicologia e política:
1. Poder;
2. Subjetividade;
3. Instituições e códigos;
4. Capitalismo;
5. Práticas e agenciamentos psicopolíticos;
6. Microfascismos;
7. Estado;
8. Movimentos sociais.

O Capítulo 1, Forças, potência e micropolítica, inicia o livro com uma refle-


xão sobre as forças como fundamento do poder, da política e de todos os processos.
Desenvolve sua atualização em fluxos e estratos, diagramas e máquinas concretas,
intensidades e extensões, agenciamento e estrutura. Discute as qualidades das forças,
sua atividade e reatividade, que marcam os processos de composição e decomposição
entre os corpos e os modos de afecções resultantes. Também versa sobre o poder de
resistir e sobre um ‘método esquizoanalítico de intervenção’.

2. Todas as citações em língua estrangeira foram traduzidas pelo autor para o português.
PSICOLOGIA, POLÍTICA E ESQUIZOANÁLISE 11

O Capítulo 2, Subjetivação, discute a produção de subjetividade com base em


dois modelos filosóficos: o hábito e a dobra. Diferencia subjetivação de subjetivi-
dade e de indivíduo. Adiciona uma dimensão a mais nessa questão ao desenvolver
o conceito de coeficiente de territorialização como fenômeno fundamental para a
compreensão das diferenças individuais.
O Capítulo 3, Códigos, instituição e disciplina, versa sobre os fundamentos
do pensar e do agir sociais tomando como base as figuras do código, instituições,
normas e imagem do pensamento. Por intermédio da consolidação das forças pelos
diagramas de captura e disciplinar discute a formação das Instituições concretas e da
subjetividade disciplinar.
O Capítulo 4, Capitalismo: axiomática do capital e diagrama de rendimento,
é a dobradiça central do livro, que proporciona a compreensão de como funciona a
sociedade atual e suas fraturas. Faz a cartografia das forças do capitalismo por meio
dos conceitos de axiomática do capital e diagrama de rendimento. Também aborda
sua atualização nas Instituições imateriais, em novas formas de governabilidade, em
modalidades corporais e numa nova configuração subjetiva: a subjetividade capitalis-
ta, a qual é hipertrofiada, busca o máximo rendimento, mas está esgotada e endividada.
O Capítulo 5, Práticas e agenciamentos psicopolíticos, visa articular os inves-
timentos desejantes às práticas políticas. Oferece uma proposição que traz um novo
ângulo de visualização à ação política: os agenciamentos psicopolíticos. Elabora uma
nova tipologia tripartite que explica as práticas políticas de forma que se vai além das
ideologias, dicotomias de classe ou de esquerda e direita políticas.
O Capítulo 6, Microfascismos e neoconservadorismos, discute um dos fenô-
menos que mais assombra o planeta na atualidade: o retorno e intensificação dos
fascismos e conservadorismos. Com uma leitura micropolítica do fascismo, em sua
dimensão molecular, analisa sua governamentalidade, pautada no ódio ao outro. Essa
lógica consolida-se nos fundamentalismos e extremismos políticos que se intensifica-
ram na contemporaneidade, tal como se vê na vitória eleitoral da extrema-direita no
Brasil.
O Capítulo 7, Estado, políticas públicas e neocolonização, analisa outro tema
bastante atual, que são as novas configurações do Estado e suas formas de governo.
Versa sobre dois modelos de Estado, em transição devido à intensificação do capita-
lismo. Também aborda as políticas públicas como equipamentos de efetivação de sua
razão governamental e que fortalecem o fenômeno denominado neocolonização.
O Capítulo 8, Movimentos sociais nômades, visa desenvolver uma concepção
esquizoanalítica de movimentos sociais articulada ao conceito de máquina de guerra,
12 INTRODUÇÃO

cuja atualização faz com que tais movimentos assumam características singulares,
muito distintas das práticas políticas de Estado ou de partidos. O livro finaliza ressal-
tando esse diferencial de forças, que não somente conforma outro modo de funciona-
mento aos movimentos coletivos, bem como direciona à constituição de uma Utopia
Ativa na forma de uma Ecosofia que pode instaurar outros mundos e formas de viver
possíveis.
Na esquizoanálise, as referidas temáticas não aparecem com essa categoriza-
ção. Contudo, optamos por organizar os capítulos dessa maneira para aproximar as
categorias utilizadas das reflexões psicossociais correntes e por didatismo. Essa trans-
dução também expressa traços estilísticos nossos e a forma com que nos apropriamos
da obra de Deleuze e Guattari. Por mais que o livro tenha certa linearidade, cada
capítulo corresponde a problemáticas distintas e pode ser lido isoladamente, de acordo
com os interesses do leitor. Por exemplo, aqueles que pretendem consultar apenas o
tema dos processos de subjetivação, podem ler o Capítulo 2 e os tópicos Subjetividade
disciplinar (p. 82) e Subjetividade capitalista e corpocapital (p. 108); o tema
das Instituições, os tópicos Institucionalização do código: as instituições concre-
tas (p. 76), Autonomização do código: norma e diagrama disciplinar (p. 79) e
Instituições imateriais e noopolítica (p. 101); o tema do Estado, o Capítulo 7 e os
tópicos Sobrecodificação dos fluxos: o diagrama de captura/soberania (p. 72) e A
máquina de guerra (p. 168); o tema do Capitalismo, o Capítulo 4 e o tópico Estado
tecnopolítico (p. 159); o tema dos movimentos sociais, o Capítulo 8 etc.
Esta obra pode ser utilizada como uma introdução à esquizoanálise, embo-
ra não busque ficar somente em sua reprodução, ou numa suposta exatidão de seus
enunciados. Da mesma forma que este pensamento crítico incita a insurgência e a
transformação, não deve ficar limitado a conceitos e proposições reconhecidos e legi-
timados. Deve repensar-se e reconfigurar-se tendo como base acontecimentos do fora
e do presente, que impelem suas enunciações a se extrapolarem e a assumirem novas
conformações e efeitos. Nem a própria esquizoanálise deve ficar incólume às forças
do pensar, deve transpassar as fronteiras. Por isso, suas teorias são agenciadas aos
problemas do presente, a uma crítica do contemporâneo, transversalizando o campo
filosófico às problemáticas psicopolíticas, na qual se distendem e se propõem outros
conceitos, como os de agenciamentos psicopolíticos, movimentos sociais nômades e
linhas de luta.
Este livro oferece elementos que expressam que a esquizoanálise é, ou funda-
menta, uma Psicologia Política, ou melhor, uma Psicologia Política Crítica, compro-
metida com o fomento das potências insurgentes, sempre direcionadas à variação
DOMENICO UHNG HUR 13

contínua, à transformação e ao projeto da autonomia. E, como qualquer outra produ-


ção, é muito mais coletiva do que individual. Gera-se num campo de intersecção de
diversas linhas, pensamentos e debates: é um agenciamento coletivo de enunciação.
É uma composição que atravessa leituras, estudos teóricos e reflexões resultantes de
pesquisas com diversos ativistas políticos e participação anterior em movimentos polí-
ticos. Parte de uma reorganização de distintos escritos realizados ao longo de nossa
trajetória e do nosso projeto de pesquisa “Psicologia Social e Esquizoanálise: crítica,
política e intervenção social” na Universidade Federal de Goiás (UFG). Deriva-se
também de meu histórico de aulas assistidas e proferidas, discussões empreendidas,
orientações realizadas, oficinas e dispositivos vivenciados e coordenados.
Muitos mestres influenciaram, direta ou indiretamente, esta obra. De vários,
nomearei apenas alguns, aos quais sou extremamente agradecido, por mais que
talvez não se reconheçam neste livro: Gregório Baremblitt, Maria Inês Assumpção
Fernandes, Heliana Conde Rodrigues, Félix Vázquez, Salvador Sandoval, José Manuel
Sabucedo e Gregório Kazi. Também agradeço aos alunos das disciplinas “Psicologia,
política e subjetividade: debates contemporâneos”, do Programa de Pós-graduação
em Psicologia da UFG, e dos “Seminários optativos”, do Programa de Mestrado em
Psicologia Social da Universidade Pontifícia Bolivariana (Medellín/Colômbia), com
os quais pudemos, ao longo de 2016/2017, apresentar, debater e desenvolver estas
reflexões.
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