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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE LICENCIATURA EM CIENCIA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS


ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

CENTRO DE RECURSOS DE XAI-XAI

1. O estudante:

Nome: Piedade Fernando Muchanga

Curso: Ciência Política e Relações Internacionais Código do Estudante: 31220438

Ano de Frequência: 2º ano

2. Trabalho

Trabalho de: Organizações Internacionais Código da disciplina:

Tema: Reforma da Organização das Nações Unidas


(ONU)
Tutor: Nº de Paginas: 08

Registo de Recepção por: Data da entrega:

3. Correcção

Corrigido por:

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4. Feedback do Tutor
Índice
Introdução.......................................................................................................................................... 3
1. Origens da ONU ............................................................................................................................ 4
1.1 Composição da ONU................................................................................................................ 4
2. Reforma da Organização das Nações Unidas .................................................................................. 5
4. Principais propostas de reforma ..................................................................................................... 6
5. Considerações finais ...................................................................................................................... 6
6. Bibliografia .................................................................................................................................... 8
Introdução

As transformações a nível mundial ocorridas nos últimos anos, com especial destaque para o
fim da guerra fria, a emergência de novos atores e de novas ameaças e a globalização em
todos os sectores, contribuíram para uma grande instabilidade nas relações internacionais,
onde observa-se uma conflitualidade latente. As transformações ocorridas também
evidenciaram vulnerabilidades e deficiências da Organização das Nações Unidas, que vem
perdendo credibilidade, não só pelas suas insuficiências, mas também pelas intervenções
unilaterais de seu membro mais proeminente, os Estados Unidos da América. Pelo fato de ser
um fórum difícil de substituir, pela sua legitimidade ímpar para assegurar a paz e a segurança
internacionais, sua reestruturação afigura-se como necessária e fundamental a fim de manter
uma estabilidade e diálogo entre as nações, contribuindo decisivamente para uma segurança
global. Portanto, pretende-se com este trabalho debruçar em torno da reforma da Organização
das Nações Unidas (ONU). Para a realização do presente trabalho, utilizou-se como
metodologia a pesquisa bibliográfica.
1. Origens da ONU

A ONU é a sucessora da Liga das Nações, cuja criação ocorreu em paralelo com as
negociações, realizadas na Conferência de Paz de Paris, para selar a paz entre os aliados e a
Alemanha, e o seu texto foi incorporado ao Tratado de Versalhes, assinado em 28 de Junho de
1919. Os idealistas da Liga das Nações pretendiam evitar que os horrores da I Guerra
Mundial, recém terminada, fossem repetidos no futuro. Para isso, envidaram esforços na
criação de instrumentos que promovessem a solução pacífica de controvérsias, mas, por outro
lado, que também possuíssem mecanismos coercitivos, que seriam accionados caso a
comunidade internacional fosse desafiada por Estados transgressores.

A criação da Organização das Nações Unidas (ONU) deu-se em 24 de Outubro de 1945, na


cidade de São Francisco, EUA, como resultado das conferências de paz realizadas no final da
Segunda Guerra Mundial. Assinaram inicialmente a Carta das Nações Unidas 50 países,
excluindo os que haviam feito parte do Eixo.

Em Abril de 1946, na Conferência de São Francisco, com a presença de representantes de


cinquenta países, a Liga das Nações foi dissolvida, transferindo as suas responsabilidades para
a recem criada ONU. Actualmente a ONU possui um total de 193 países membros, incluindo
Moçambique.

1.1 Composição da ONU


Para executar as suas tarefas, a ONU possui seis órgãos fundamentais:
 Assembleia Geral, composta por todos os países-membros;
 O Conselho de Segurança, formado por cinco membros permanentes (URSS, EUA,
Inglaterra, França e China) e mais dez membros provisórios eleitos pela Assembleia
Geral;
 O Secretariado, presidido pelo Secretário-Geral e com a atribuição de administrar e
organizar a instituição;
 O Conselho Econômico e Social, ao qual estão ligados diversos órgãos, como a
Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a OMC (Organização Mundial do
Comércio);
 E a Corte Internacional de Justiça, órgão jurídico da ONU com sede em Haia, na
Holanda
2. Reforma da Organização das Nações Unidas
De acordo com Pintos (2012), na presente conjuntura internacional, a ONU está fortalecida
em seu papel de guardiã da paz mundial. Contudo, vem enfrentando permanente crise e toda
sorte de problemas que impedem ou dificultam a efectivação de seus objectivos. Os resultados
concretos obtidos por ela são, frequentemente, frustrados por sua burocratização e politização.
A reforma do Conselho de Segurança sempre esteve presente nos debates das Nações Unidas.
No entanto, desde a sua criação, ele foi reformado apenas uma vez, com a ampliação do
número de membros não permanentes. Essa ampliação se efectivou em 1965, através de
emendas realizadas na Carta, e decorreu do sensível aumento do número de membros
da ONU, com o ingresso de países da África e da Ásia após passarem pelo processo de
descolonização e da pressão exercida por eles em prol de maior participação nos órgãos da
organização.
No final dos anos 70, o “Movimento Não Alinhado”, sob a liderança indiana, propôs o
reexame da composição do Conselho, sem encontrar, contudo, condições propícias para
que a discussão prosperasse.
O tema só recobrou um momento adequado ao final dos anos 80 e início dos anos 90, com o
fim da Guerra Fria e o revigoramento do Conselho. Uma vez liberado da paralisia causada
pelo conflito Leste/Oeste, o órgão tornou-se mais activo e dinâmico, o que suscitou novo
interesse em discutir sua composição.
O tema só recobrou um momento adequado ao final dos anos 80 e início dos anos 90, com o
fim da Guerra Fria e o revigoramento do Conselho. Uma vez liberado da paralisia causada
pelo conflito Leste/Oeste, o órgão tornou-se mais activo e dinâmico, o que suscitou novo
interesse em discutir sua composição.
Em Março de 1997, o então Presidente da Assembleia Geral, Razali Ismail, da Malásia,
propôs um projecto que ficou conhecido como “Fórmula Razali”, segundo a qual ocorreria
ampliação em ambas as categorias de membros (permanentes e não permanentes), com
presença de países em desenvolvimento (um por região), além da ausência do direito de veto e
do aperfeiçoamento dos métodos de trabalho.
A reforma continuou sendo objecto de diversos debates, também, no mandato de Kofi Annan
(1997/2006) que, além de discutir a modernização dos métodos de trabalho, apresentou vários
projectos para reformar os órgãos da instituição, entre eles o Conselho de Segurança. Seu
objectivo era recuperar para a ONU um papel importante e norteador da cooperação
internacional em diferentes campos, através da re-dinamização e modernização das
estruturas e métodos das Nações Unidas para melhor reflectir as novas realidades do mundo
contemporâneo.
No ano de 2004, o Secretário-Geral estabeleceu um “Painel de Alto Nível sobre Ameaças,
Desafios e Mudança”, com o propósito de fortalecer o sistema de segurança internacional. As
conclusões do painel foram claras em recomendar a reforma do Conselho de Segurança.

4. Principais propostas de reforma


As propostas de reforma caracterizam-se pela multiplicidade de questões abordadas, dentre as
quais se destaca a preocupação em democratizar a organização. O debate sobre essa
necessidade de democratizar a ONU tem como foco duas questões centrais: o processo
decisório interno do Conselho de Segurança e a representação de atores não estatais em seus
fóruns (Filho, 2005).
O sucesso da consecução dos objectivos da ONU depende, sobretudo, da legitimidade de seus
representantes. Nesse sentido, Celso Amorim afirmou:“a eficácia (da ONU) somente será
assegurada por uma composição verdadeiramente representativa do conjunto das
nações” (Funag, 1995:577 citado por Pintos, 2012).
Os modelos de reforma que visam a democratização das Nações Unidas possuem como
objectivos a serem adoptados o aumento da prestação de contas da organização; limitar o
poder discricionário dos membros permanentes do Conselho; valorizar a participação da
sociedade civil no processo de formulação conceitual e de debates, bem como incluem o
aumento do número de membros permanentes e não permanentes no Conselho de Segurança.
A reforma da ONU não será completa sem a revisão de seu único órgão com poder decisório e
vinculativo: o Conselho de Segurança. A autoridade deliberativa está alocada nesse órgão. Os
Estados soberanos conferem a ele a responsabilidade primordial pela manutenção da paz e
segurança internacionais, aceitando suas decisões e agindo de acordo com as mesmas. Sua
capacidade de adoptar resoluções vinculativas para todos os países não encontra paralelo em
qualquer outra instituição internacional ao longo da história. Ademais, cabe ao Conselho a
adopção de medidas coercitivas e a autorização do uso da força para manter ou restabelecer a
segurança e a paz internacionais.

5. Considerações finais

O debate sobre a reforma da ONU e as mudanças que têm ocorrido durante os últimos anos
representam uma possibilidade de democratização não só da organização, mas de todo o
sistema político internacional, criando um espaço onde diferentes visões e interesses dos
países podem confrontar-se de maneira pacífica e diplomática em uma ordem mundial mais
justa, mais participativa, mais equilibrada e mais segura.
Mesmo com todos os seus defeitos e imperfeições, incluindo o direito de veto, a ONU
mantém-se como esperança para preservação da paz, do estímulo ao respeito das obrigações
advindas de tratados internacionais, da cooperação para solução dos problemas económicos e
sociais e da promoção dos direitos humanos.
6. Bibliografia

FILHO, J. L. R. (2006). A reforma da ONU e a importância de um novo Conselho de


Segurança. Disponível em https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/12258

PINTOS, C. C. P. F. (2012) A reforma da ONU: Possibilidade de democratização da


organização.

SARDENBERG, R. M. (2010). Reforma das Nações Unidas: um legado de


permanência e mudança. Fundação Alexandre de Gusmão, Brasília.
.
Editorial Mundo Escola - Criação da ONU após a II Guerra Mundial. Disponível em
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/criacao-onu-apos-ii-guerra-mundial.htm

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