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Reino da Arábia Saudita

Conselho de Segurança das Nações Unidas


Tópico: Conflito entre Rússia e Ucrânia
Beatriz Vieira Passos

Riade, 23 de fevereiro de 2022


É com grande honra que a delegação do Reino da Arábia Saudita se faz presente na
reunião convocada do Conselho de Segurança das Nações para tratar da temática conflituosa
entre a Rússia e Ucrânia. Levando em consideração as questões observadas em período
recente, nos introduzimos ao debate em questão definindo, de antemão, a nossa neutralidade
diante do conflito, após uma análise aprofundada dos tópicos que o acompanham e que dizem
respeito ao pleno funcionamento da ordem da nossa nação. Entretanto, assim como toda a
comunidade internacional, apresentamos pleno interesse em buscar e apoiar uma decisão
democrática para garantir a regulamentação das concessões apontadas instituídas pela
Declaração Universal dos Direitos Humanos, estipulada pela ONU em 1948.
O Reino da Arábia Saudita compreende a existência de relações – diretas e indiretas -
vigentes com ambos os países, impossibilitando a tomada de uma decisão que favoreça
somente um dos polos tratados. Defendemos veementemente, assim, a tomada de uma
resolução, em perspectiva de garantir a segurança dos demais países e, essencialmente, dos
civis envolvidos, mas sendo tidas em vista os posicionamentos de ambos Estados.
Primordialmente, é viável apontar a nossa compreensão histórica de que o conflito
atual moldou-se devido a uma perspectiva consolidada desde o fim da União Soviética, em
meados de 1991. O país em questão sempre deixou evidente os seus ideais expansionistas, em
especial detrimento da unificação dos povos de cultura russa. Embora abominemos as
ofensivas estratégias adotadas pelo governo russo para remediar essa situação, que coloca
especialmente civis em risco, nos solidarizamos com a sua causa levando em conta nosso
próprio histórico de formação, unificando num território os nossos irmãos árabes islâmicos.
Outrossim, o fato de a Ucrânia apresentar uma dependência social, porém
especialmente econômica em termos de matriz energética da Rússia, nos leva a crer, uma vez
membros influentes no mercado internacional, enquanto fundadores da Organização Mundial
dos Exportadores de Petróleo (OPEP), que a expansão geopolítica e geográfica se mostra
vantajosa para intensificar o processo de construção ucraniano de um projeto de segurança
energética efetivo, de forma a garantir a prosperidade. Seguindo os parâmetros atuais que
indicam que cerca de 70% do petróleo consumido pela Ucrânia é advindo do território russo,
além do percentual de 90% do gás natural ser da mesma proveniência, identifica-se que essas
relações de dependência se tornam empecilhos para o pleno desenvolvimento do país
enquanto unidade isolada.
Nesse mesmo aspecto de consideração do posicionamento de todos os lados
envolvidos, cabe-se também determinar o nosso posicionamento em favorecimento da
Ucrânia, no seu interesse evidente de se tornar membro da Organização do Tratado Atlântico
Norte (OTAN). Mesmo não sendo membro efetivo da lista de nações que compõem essa
associação, é compreensível o seu eventual interesse em se agregar definitivamente a esse
grupo, visto que implicaria numa aproximação com os países ocidentais e, consequentemente,
no aumento da sua influência no mundo moderno globalizado, especialmente em aspectos
democráticos.
Após a conclusão de nossa análise, e compreendendo nosso grau de influência na
tomada de uma decisão em junção a outros países, o Reino da Arábia Saudita se faz disposto a
definir, de maneira democrática, uma solução para a minimização progressiva do conflito
russo-ucraniano, até que se extinga\ por completo. Nosso objetivo segue sendo buscar o
equilíbrio entre os interesses das partes nas conjunturas que envolvem esse embate, e
esperamos que nossos esforços conjuntos possam ser efetivados de forma íntegra.

Respeitosamente,

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Beatriz Vieira Passos
Representante do Reino da Arábia Saudita no Comitê de Segurança das Nações Unidas

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