Você está na página 1de 36

Política Externa Brasileira

Brasil e Rússia têm visões semelhantes sobre temas globais, diz


ministro de Putin
Chanceler nega que Brasil propague discurso russo sobre guerra da
Ucrânia
Brasil e Emirados Árabes Unidos assinam memorando sobre
mudanças climáticas

China

Visita de Lula à China marcou novo momento da diplomacia brasileira


Na China, Lula e Xi Jinping assinam 15 acordos de comércio

Economia

Eslováquia, Polônia e Hungria interrompem importações de grãos da


Ucrânia e são criticados pela UE
Fórum de Financiamento para o Desenvolvimento mira aceleração dos
ODS

Línguas Estrangeiras

Qué dicen en Paraguay de la construcción de la megacarretera que


unirá dos océanos a través de su "infierno verde"
Why America Still Needs Europe
L’insécurité alimentaire augmente dans le monde, dans l’indifférence.
Voici ce que nous pouvons faire
Brasil e Rússia têm visões semelhantes sobre
temas globais, diz ministro de Putin
GZH , Estadão Conteúdo

Enviado pelo presidente Vladimir Putin para reuniões em Brasília, o


chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, disse nesta segunda-feira (17) que os
países têm visões coincidentes sobre a guerra da Ucrânia. Segundo Lavrov,
os russos querem uma solução duradoura para o conflito e não de imediato.
Ele agradeceu à proposta brasileira para formação de um grupo de países
que busque mediar a paz e pela rejeição do Brasil às sanções unilaterais
aplicadas por potências ocidentais ao governo russo.

— As visões do Brasil e da Rússia são similares em relação aos


acontecimentos na Rússia. Estamos atingindo uma ordem mundial mais
justa, mais correta, baseada no direito. Isso nos dá uma visão de mundo
multipolar, levando em consideração as visões de vários países e não só de
poucos países. Isso é muito importante para a formação de instituições de
governança global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou bastante
disso, estamos falando também de instituições financeiras e sobre a
representatividade nesses respectivas instituições — afirmou Lavrov, em
pronunciamento no Itamaraty, ao lado do chanceler brasileiro, Mauro
Vieira.

O chanceler russo declarou que as sanções lideradas pelos Estados Unidos e


pela Europa prejudicam a Rússia e chamou de uma "luta dura" o
posicionamento do Ocidente em relação à guerra. O Brasil jamais apoiou as
sanções, não adotou nenhuma delas e posicionou-se contra nos fóruns
multilaterais, como as Nações Unidas.

— As sanções unilaterais aplicadas e não aprovadas pelo Conselho de


Segurança da ONU não são consideradas legítimas e estão impedindo o
trabalho de várias organizações — relatou Lavrov, horas antes de se
encontrar com o presidente Lula.
A retórica do líder brasileiro tem sido vista no Ocidente como cada vez
favorável aos interesses do governo Putin.

— Estamos conversando sobre a governança global. Há uma luta dura e


nossos colegas do Ocidente querem manter as posições financeiras e
políticas e na esfera de segurança. Isso motivou a situação que temos hoje
na Rússia, inclusive em relação à Otan e à comunidade europeia e no que se
refere aos processos que ocorrem na Ucrânia — disse.

O chanceler russo agradeceu ainda aos brasileiros pela contribuição para a


solução do conflito, e pontuou que a resolução deve ser "duradoura, e não
imediata".

— Vai ser levada em consideração a relação multilateral e a participação de


todos os países sem exceção. Estamos falando de uma segurança multipolar.
Ninguém está falando de se aproveitar das forças de segurança de outros
países. Temos nossas obrigações com vários países da ex-União Soviética,
da Ucrânia. A Rússia no início dos anos 2000, num conselho de segurança,
assumiu várias responsabilidades e infelizmente não cumpriram nenhuma
obrigação que assumiram — completou.

Lavrov destacou que a Rússia já explicou os motivos da invasão militar ao


território da Ucrânia e afirmou que o governo russo tenta proteger vidas de
comunidades russas que estavam sendo, segundo ele, ameaçadas e
perseguidas pelo governo ucraniano, com proibição de uso do idioma russo
e de literatura, por exemplo, pelo parlamento da Ucrânia.

— Estamos interessados que o conflito na Ucrânia seja solucionado o mais


rápido possível. A Rússia já explicou várias vezes as razões por que
aconteceu. Estamos querendo eliminar as ameaças. Estamos protegendo a
vida de pessoas de origem russa — pontuou o chanceler russo.

Protesto

Sete pessoas se juntaram em frente ao Palácio Itamaraty com faixas de


repúdio à invasão russa ao território da Ucrânia, que completou um ano em
24 de fevereiro. Uma mulher vestia uma camisa com as cores da bandeira
ucraniana. As faixas diziam "Fora Lavrov do Brasil" e "Fora Rússia da
Ucrânia". Outra pregava "Não aos acordos com a Rússia Imperialista."

Essa é a primeira viagem de Lavrov ao Brasil desde o início da guerra da


Ucrânia. A última vez que ele pisou no Brasil ocorreu em 2019, ano em que
o Brasil sediou a cúpula do BRICS.

O chanceler russo disse que as negociações bilaterais transcorreram, como


de costume, em ambiente "cordial", de "confiança e amizade". Segundo ele,
a cooperação entre as nações é construtiva, baseada em princípios de
"igualdade e respeito" e independentemente de "mudanças na conjuntura
mundial".

Lavrov e Vieira ressaltaram a intenção de expandir o comércio e


investimentos entre os países para atingir a meta de US$ 10 bilhões. Ele
citou a intenção de ampliar cooperação na área de energia atômica para fins
pacíficos, exploração espacial, agricultura e indústria farmacêutica.

O enviado russo citou a necessidade de retomar as atividades das comissões


de cooperação bilaterais entre Brasil e Rússia, os mecanismos de alto nível,
de comércio e de diálogo político.

Em sinal de boa vontade, o chanceler russo reiterou o apoio dos russos à


pretensão brasileira de ocupar um assento permanente no Conselho de
Segurança das Nações Unidas. E disse que há necessidade de satisfazer a
demanda por representação de países da África.

Além da reunião bilateral e da declaração no Itamaraty, Lavrov ministrará


uma aula magna fechada a alunos do Instituto Rio Branco e será recebido
pelo presidente Lula às 17h, no Palácio da Alvorada.
Chanceler nega que Brasil propague discurso
russo sobre guerra da Ucrânia
O Globo ,

O chanceler Mauro Vieira rechaçou a afirmação da Casa Branca de que o


Brasil está repetindo a propaganda da Rússia, ao dizer que os Estados
Unidos e a União Europeia querem a guerra entre russos e ucranianos.
Vieira afirmou não concordar com essa visão do governo americano.

Mais cedo, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa


Branca, John Kirby, criticou declarações do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que culpou potências ocidentais pelo prolongamento da guerra entre
Rússia e Ucrânia.

Inicialmente, Mauro Vieira disse que não tinha ouvido a declaração da Casa
Branca sobre o tema e argumentou que Brasil e Rússia tinham uma longa
relação.

— Não posso dizer nada, porque não ouvi e não sei do que se trata. Só
posso dizer que o Brasil e a Rússia completam este ano 195 anos de
relações diplomáticas com embaixadores residentes. São dois países que
têm uma história em comum — disse.

Em seguida, ao ser informado por jornalistas sobre o teor da declaração da


Casa Branca rebateu:

— Não concordo de forma alguma (com a declaração) , não sei como, por
que (o porta-voz) chegou a essa conclusão. Desconheço as razões pelas
quais disse– afirmou Vieira.

O chanceler destacou que o Brasil completa 195 anos de relações


diplomáticas com a Rússia neste ano.

Perguntado se ele concorda com a declaração de Lavrov, de que Brasil e


Rússia têm visões similares e comuns a respeito da situação no Leste
Europeu, Vieira respondeu:

— A conversa, tanto comigo como com o presidente Lula, não entrou em


quadro de guerra. Falamos sobre paz. O presidente reiterou que o Brasil
está disposto a cooperar com a paz.

Mauro Vieira participou, nesta segunda-feira, de uma reunião com o


chanceler russo Sergey Lavrov e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no
Palácio da Alvorada. Segundo ele, foi uma visita de cortesia de Lavrov a
Lula.

— Lavrov foi portador de uma carta do presidente Vladimir Putin


convidando o presidente Lula para ir a Rússia participar do fórum
econômico de São Petersburgo — disse Vieira, acrescentando que o evento
acontece, normalmente, no mês de junho.

Lavrov deixará Brasília na manhã desta terça-feira. O chanceler russo


viajará à Venezuela, à Nicarágua e à Cuba antes de voltar para seu país.
Brasil e Emirados Árabes Unidos assinam
memorando sobre mudanças climáticas
Planalto ,

Em encontro neste sábado (15/4) para discutir pontos da relação bilateral


entre Brasil e Emirados Árabes Unidos (EAU), os presidentes dos dois
países se mostraram preocupados e comprometidos com a busca de
soluções para combater as mudanças climáticas que ameaçam o mundo.

Em visita de Estado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva,


ao país do Oriente Médio, a convite do líder emirático, Xeique Mohammed
bin Zayed Al Nahyan, os dois governos assinaram memorando de
entendimento específico sobre a pauta climática, com objetivo de fortalecer
a implementação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança
do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) e de seu Acordo de Paris.

A Convenção, assinada em Nova Iorque em 1992, visa à estabilização da


concentração de gases de efeito estufa na atmosfera em nível que não
ameace o planeta e impeça os efeitos danosos no clima. O Acordo de Paris,
tratado global firmado em 2015, avança no estabelecimento de metas que os
países signatários devem cumprir para reduzir as emissões.

O presidente Lula tem reiterado, em diferentes encontros, a necessidade de


todos os países do mundo – do mais ao menos desenvolvido – se
comprometerem com a preservação do meio ambiente. Em conversa com
jornalistas antes de deixar a China, Lula argumentou: “o planeta é um só;
todos estamos dentro do barco e, se ele afundar, não escapa ninguém”. Nos
diálogos realizados, tanto nos EAU como na China, a transição energética
foi pauta prioritária.

COP 28

O acordo entre Brasil e Emirados Árabes Unidos sobre o clima acontece em


um contexto especial, visto que o país do Oriente Médio vai sediar, de 30 de
novembro a 12 de dezembro de 2023, a COP 28 – Conferência das Partes,
criada pela UNFCCC. O Brasil é candidato a sediar, em Belém (PA), a COP
30, em 2025.

Ambas são consideradas de grande relevância e seriam as mais importantes


conferências desde a COP 21, na qual foi firmado o Acordo de Paris. A
expectativa é que a COP 28 conclua o balanço global da implementação do
Acordo de Paris. Na mesma ocasião, será aberta a segunda rodada das
contribuições individuais dos países no combate à mudança do clima, em
2025, quando ocorrerá a COP 30.

O Brasil expressou o total apoio aos EAU como a próxima presidência da


COP 28 – e ratificou o compromisso de contribuir para a conclusão bem
sucedida da Conferência. Os EAU saudaram o anúncio da candidatura do
Brasil para sediar a COP 30. Os dois países expressaram seu compromisso
de trabalhar juntos para garantir que o processo multilateral da UNFCCC
abra caminho para correções de curso na ação climática.
Visita de Lula à China marcou novo momento da
diplomacia brasileira
Agência Brasil ,

A visita do presidente Lula à China começou em Xangai, cidade que


rivaliza com Pequim, a capital.

Economia e Governo. Dinheiro e poder. Na China, tudo isso está ainda mais
interligado do que já é normalmente. Começar o dia indo à sede do banco
dos Brics – bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul – foi um símbolo perfeito dessa viagem, porque essa
instituição une esses dois aspectos.

É um banco especial porque existe por razões econômicas mas também


políticas. O NDB, sigla em inglês de Banco de Novo Desenvolvimento, é
mais conhecido como banco dos Brics. Os países-membros desse bloco
representam 40% da população mundial, um quarto do Produto Interno
Bruto (PIB) do planeta, cerca de 25 trilhões de dólares.

E também é uma tentativa de criar uma voz alternativa ao tradicional


mundo rico americano e europeu.

Esse banco é o instrumento financeiro que busca ajudar países em


desenvolvimento. Para o Brasil, estão reservados um bilhão e setecentos
milhões de dólares. Aguardaram a visita de Lula à Xangai para a posse de
Dilma Rousseff, economista e com uma longa carreira, na presidência do
banco. A nomeação de Dilma foi um sinal claro do prestígio de Lula e do
que o Brasil representa nesse grupo.

Acompanhada de 2 diretores, um russo e outro chinês, Dilma transparecia a


alegria de quem está assumindo um cargo de muita relevância no cenário
internacional. No discurso de posse, ela disse ter uma conexão antiga com o
banco, pois foi em 2014, numa reunião do Brics em Fortaleza, quando ela
era presidenta do Brasil, que foi decidida sua criação.
Afirmou também que a ajuda a países mais pobres, em desenvolvimento, é
uma prioridade e que o banco desempenha um papel importante na visão de
um mundo multilateral. Essa expressão, mundo multilateral, é uma vontade
política de questionar o domínio americano que se traduz não só em poderio
militar, mas também no peso dos Estados Unidos em instituições como
Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial que,
tradicionalmente, eram os únicos com cacife suficiente para socorrer países
em dificuldade financeira, mas também para impor condições que muitos
acham injustas.

No seu discurso, o presidente Lula salientou um outro aspecto que também


sinaliza concretamente uma influência na direção de um mundo mais plural.
Lula disse que os países não precisam ficar sempre atrelados ao dólar nas
suas transações internacionais. Que é possível fazer um comércio direto
usando as moedas locais, que fazer as coisas de uma maneira diferente e
com muita paciência é uma marca dos chineses. E que o banco tem um
potencial transformador para o mundo.

Diante da delegação brasileira composta de dezenas de políticos, entre


governadores, senadores e deputados, Lula também falou do Brasil. Disse
que nunca poderia imaginar a volta da fome no nosso país e que o último
governo destruiu tudo o que foi construído nas áreas de meio ambiente,
ciência e cultura.

Encerrou seu discurso pedindo um mundo mais generoso e com mais


fraternidade para derrotar o discurso do ódio e o individualismo. Distanciar-
se do dólar tem consequências na relação com os Estados Unidos. Pode ser
uma visão econômica racional, mas também com carga política.

E, à tarde, a visita à Huawei, empresa chinesa de telecomunicações, uma


das maiores do mundo, de certa forma botou mais lenha nessa fogueira.

Isso porque, embora a Huawei já esteja no Brasil há mais de vinte anos, ela
atualmente faz parte de uma briga entre China e Estados Unidos. O governo
americano proibiu a Huawei de vender seus produtos por lá, o que causou
um prejuízo de mais de 30 bilhões de dólares para os chineses.
É uma briga sobre tecnologia, patentes, invasão de privacidade,
espionagem. As acusações são polêmicas e, portanto, a visita do presidente
do Brasil neste momento pode ser lida de várias maneiras. Para a China,
tem um gostinho de vitória e, necessariamente, para os Estados Unidos um
sabor de derrota.

Economia, política, e muito cuidado na diplomacia. Afinal, são os dois


maiores parceiros comerciais do Brasil. Mas o principal está por vir.

Nesta sexta-feira, Lula, que já está em Pequim, se encontra com o líder


chinês Xi Jinping à tarde. Os dois estão começando seus terceiros
mandatos. Os dois são pesos pesados no cenário da política internacional.
Ambos gostariam de ter o apoio do outro em vários temas, de meio
ambiente à guerra da Ucrânia, por exemplo.

Uma boa relação entre eles pode render muito para o Brasil, para a China e
até para o mundo.
Na China, Lula e Xi Jinping assinam 15 acordos
de comércio
Nexo Jornal , Da Redação

Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping assinaram 15 acordos de comércio e


parceria nesta sexta-feira (14). Os presidentes se encontraram na capital
chinesa Pequim. Os termos acordados tratam de cooperação para
desenvolvimento de tecnologias, entre outros. A projeção é que a parceria
tenha impacto de R$ 50 bilhões em investimentos.

Ao anunciar os pactos em discurso a jornalistas com o homólogo chinês,


Lula também afirmou que quer aprofundar a relação do Brasil com o país
asiático e que “ninguém vai proibir” aproximação.

“Ontem fizemos visita à Huawei, em uma demonstração que queremos


dizer ao mundo que não temos preconceito em nossas relações com os
chineses. Ninguém vai proibir que o Brasil aprimore sua relação com
a China” - Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, em
discurso a jornalistas nesta sexta-feira (14), na China

A multinacional de telecomunicações chinesa visitada por Lula é pivô de


disputas com os americanos, que aplicaram sanções contra a empresa. A
agenda do presidente brasileiro e as declarações feitas por ele na China
criaram um mal-estar entre diplomatas dos Estados Unidos, conforme
registrou o jornalista Jamil Chade em sua coluna no Portal UOL. Na quinta-
feira (13), Lula questionou o papel do dólar como moeda padrão usada no
comércio internacional.

Após as declarações do presidente brasileiro, que foram descritas como uma


“calculada alfinetada” aos Estados Unidos pelo portal Metrópoles, o
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil é muito
grande para “ficar escolhendo parcerias comerciais” e que não existe
preferência em negociações com China ou Estados Unidos.
A China é o principal parceiro comercial do país, seguida por Estados
Unidos.
Eslováquia, Polônia e Hungria interrompem
importações de grãos da Ucrânia e são criticados
pela UE
Estadão , Estadão Conteúdo

Os governos da Eslováquia, Polônia e Hungria anunciaram nos últimos dias


a interrupção da importação de grãos da Ucrânia e instalaram uma crise na
União Europeia. A decisão dos três países é motivada pelo acúmulo de
grãos nos estoques por problemas logísticos, o que causou uma queda no
preço dos grãos e protestos de agricultores locais, mas é considerada
inaceitável pela UE.

Desde o início da guerra com a Rússia, os grãos ucranianos transitam pelo


território da UE para chegar a outros países por causa dos bloqueios dos
portos no Mar Negro. Apesar da interrupção, os governos da Eslováquia e
da Polônia dizem que vão continuar recebendo grãos que sejam destinados
a outras nações. A Hungria não deu afirmações neste sentido.

Segundo o ministro da Agricultura da Eslováquia, Samuel Vlcan, a


interrupção entra em vigor na quarta-feira para proteger o setor agrícola
local. Diversos produtos, como cerais, açúcar, frutas, legumes, vinho e mel,
deixarão de ser importados. “Hoje, o governo aprovou uma proposta para
proibir a importação de produtos agrícolas e alimentícios selecionados da
Ucrânia”, disse nesta segunda-feira, 17.

O Ministério da Agricultura da Eslováquia também citou a detecção de um


pesticida não-autorizado pela UE nos grãos importados da Ucrânia que teria
impactos negativos na saúde.

O anúncio da Eslováquia nesta segunda-feira se soma aos da Hungria e a


Polônia feitos no sábado, 15. Além dos três, a Bulgária também considera a
decisão, segundo reportagem do jornal britânico The Guardian. Os
ministros da Ucrânia iniciaram um diálogo com os governos para encontrar
mecanismos para continuar exportando os grãos através destes territórios.
O escoamento dos grãos por estes países é importante para o comércio dos
grãos ucranianos, uma economia crucial para o país devastado pela guerra.
De acordo com o ministro da Agricultura da Ucrânia, Mikola Solski, os
produtos agrícolas enviados para e através da Polônia representam cerca de
10% do total das exportações de alimentos da Ucrânia; a Hungria
corresponde por mais 6%.

A União Europeia reagiu nesta segunda-feira ao anúncio dos países,


considerando a decisão “inaceitável”. “É importante ressaltar que a política
comercial é competência exclusiva da UE e que as ações unilaterais não são
aceitáveis”, declarou Miriam García Ferrer, porta-voz do bloco. “Nestes
tempos difíceis, é crucial coordenar e alinhar todas as decisões dentro da
UE”, acrescentou.

Em paralelo, a Comissão Europeia (o braço Executivo da UE) anunciou que


solicitou informação adicional às autoridades competentes para poder
avaliar as medidas, incluindo a base legal. No mês passado, a Comissão
propôs financiamento de emergência aos agricultores dos Estados-membros
da Europa Central para compensar o excesso de grãos ucranianos, mas
vários se queixaram de que não é suficiente e os agricultores protestaram
massivamente.

Houve sinais nas últimas semanas de que as exportações de alimentos da


Ucrânia estavam se tornando um ponto sensível nas relações com a Polônia,
um de seus aliados mais importantes em meio à guerra. No mês passado, os
primeiros-ministros da Polônia, Hungria, Romênia, Bulgária e Eslováquia
pediram à União Europeia que tomasse medidas para conter o fluxo de
produtos ucranianos que vinha pressionando os preços para baixo e
disseram que a Europa deveria considerar restabelecer as tarifas.

O impasse também acontece no momento em que a Rússia expressa dúvidas


sobre a extensão do acordo de grãos do Mar Negro, que as Nações Unidas e
a Turquia intermediaram no ano passado e que estava programado para
expirar nas próximas semanas. O acordo, que permite que os embarques de
grãos em tempo de guerra deixem os portos ucranianos, tem sido crucial
para aliviar a escassez global de alimentos e limitar os aumentos de preços.
O acordo do Mar Negro foi renovado em março, mas a ONU não disse
quanto tempo duraria. A Rússia, que na época disse que o acordo era válido
até 18 de maio, expressou insatisfação por meses por causa das sanções
ocidentais que impediram suas próprias exportações de alimentos e
fertilizantes. O acordo se tornaria ainda mais vital se a Ucrânia não pudesse
enviar grãos e alimentos por rotas terrestres na Europa Oriental, através da
Polônia e da Hungria.
Fórum de Financiamento para o Desenvolvimento
mira aceleração dos ODS
ONU News ,

A ONU acolhe, até quinta-feira, o Fórum sobre Financiamento para o


Desenvolvimento. Neste ano, o evento com representantes internacionais
aborda a urgência em lidar com questões financeiras ameaçando o
progresso sustentável.

O crescimento global deve cair 1,9% em 2023, ao contrário da estimativa


de 3% divulgada ano passado. Por isso, a plataforma quer mobilizar
recursos para lidar com as divisões e estimular o alcance dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, ODS.

Economias em desenvolvimento

O secretário-geral, António Guterres, abriu a reunião ressaltando sua


proposta ao grupo das maiores economias globais, G20, do estímulo de pelo
menos US$ 500 bilhões por ano para que economias em desenvolvimento
atinjam as metas globais.

Guterres prioriza a meta de aumentar a liquidez para os investimentos nas


transformações necessárias para alcançar os ODS em setores como energia
renovável, sistemas alimentares sustentáveis e a quarta revolução industrial.

Em segundo lugar, o alvo é enfrentar o alto custo da dívida e os riscos


crescentes de superendividamento. Nesse sentido, ele pediu o alívio da
dívida com débitos de curto prazo por instrumentos de mais longa duração
taxas de juros mais baixas e incentivos a credores privados para
participação na reestruturação de dívidas.

Em terceiro lugar, o líder da ONU citou a alocação de US$ 650 bilhões em


Direitos Especiais de Saque anunciada pelo Fundo Monetário Internacional.
Desse valor, as economias desenvolvidas “receberam 26 vezes mais do que
os países menos desenvolvidos e 13 vezes mais do que todos os países da
África juntos”.

Estímulo ODS

Guterres pediu apoio ao Estímulo ODS para que seja feita a diferença
imediata para economias em desenvolvimento rumo à Agenda 2030. Para
avançar nesse sentido, ele assinalou o fórum sobre Financiamento para o
Desenvolvimento e o Fórum Político de Alto Nível como plataformas
importantes.

Já o presidente da Assembleia Geral pediu esforços urgentes envolvendo


credores públicos e privados, internacionais e governos. A meta é encontrar
soluções para os antigos problemas estruturais da dívida.

Csaba Korosi apontou falhas do sistema internacional de desenvolvimento,


tais como injustiça na arquitetura financeira internacional e alocação
desequilibrada de recursos orientada à transformação para o
desenvolvimento sustentável.

Ele disse ainda que os impactos do financiamento de projetos ainda não são
mensurados como deveriam. A partir de erros do passado, o presidente da
Assembleia Geral sugere maior eficiência dos gastos e diminuição de
gastos.

Modelo de negócios dos bancos multilaterais

Para Korosi, os países devem se alinhar os marcos políticos globais para


promoverem um novo modelo de financiamento para o desenvolvimento
sustentável.

No evento, a presidente Comissão da ONU para os Assuntos Econômicos e


Sociais, Ecosoc, Lachezara Stoeva, destacou a busca de medidas urgentes
imediatas, e de longo prazo, para financiar respostas às atuais crises
sobrepostas.
Outra finalidade é aumentar os investimentos nos ODS e discutir a
cooperação para o desenvolvimento, a reforma da arquitetura financeira
internacional e o modelo de negócios dos bancos multilaterais.

Lachezara Stoeva apontou fatores adversos como guerra na Ucrânia,


emergência climática, aumento da inflação e crise do custo de vida como
causas de expansão do abismo financeiro entre países desenvolvidos e em
desenvolvimento.

Número de pessoas enfrentando insegurança alimentar

A situação tem “impedido de forma severa o progresso dos Objetivos de


Desenvolvimento Sustentável, que estão no meio do caminho”.

Com o conflito russo-ucraniano, quase três décadas de progresso na redução


da pobreza foram revertidas e o número de pessoas enfrentando insegurança
alimentar aguda mais do que dobrou em comparação com os níveis pré-
pandêmicos.

Lachezara Stoeva chamou a situação atual de encruzilhada que exige uma


ação rápida para que as atuais divisões de financiamento não se tornem
separações de desenvolvimento sustentável.
Why America Still Needs Europe
Foreign Affairs , Michael J. Mazarr

The war in Ukraine has sparked a puzzling development in U.S. national


security thinking. At the same time as U.S.-European cooperation has
surged, an influential group of American scholars, analysts, and
commentators have begun pressing the United States to prepare to radically
scale back its commitment to Europe. The basic idea is not new: restraint-
oriented realists such as Emma Ashford, John Mearsheimer, Barry Posen,
and Stephen Walt have long called for the United States to rethink its
security posture in Europe.

Now, however, they have been joined by an influential band of China


hawks, led by former Pentagon official Elbridge Colby, who argue that the
United States must curb its European commitments. The main contest, this
group believes, is in the Indo-Pacific, against China—and Washington must
focus all its resources on that confrontation.

The specific wishes of these realists and hawks are often vague, combining
ill-defined cuts to U.S. forces in Europe with demands for Europe to step up
its own security, although without necessarily calling on Washington to
ditch NATO outright. But if the United States is to reduce its obligations to
NATO, to go all-in on the China threat, as they argue it should, it will have
to slash its forces in Europe and at least raise the possibility of pulling away
from the alliance.

On a conceptual level, this idea is bold and thought-provoking. In theory, by


empowering allies to take the lead in Europe and liberating U.S. resources
for use in Asia, Washington can significantly bolster its Indo-Pacific
posture. But a closer look at the dynamics in play shows how self-defeating
such a shift would be in practice. Instead of strengthening Washington’s
hand in Asia, the result could be to badly weaken the United States in its
growing competition with China.

APPLES AND ORANGES


To begin with, the tradeoff between Europe and the Indo-Pacific is not
nearly as great as some skeptics suggest. The military needs of the two
regions are quite different. The Indo-Pacific, because of its vast distances
and maritime orientation, primarily requires ships and airplanes, not ground
forces of the sort that Europe needs. Both theaters do place demands on
common capabilities, including air and missile defense, and advanced
munitions, but the Defense Department is now buying more, and allies can
help in these areas.

The long-standing charge that the United States needlessly lavishes


resources on Europe is also mistaken. In 2018, for example, one estimate of
the total cost of U.S. contributions to NATO budgets, U.S. forces in Europe,
European Deterrence Initiative programs, and security assistance came to
about $36 billion, which was less than six percent of the U.S. defense
budget that year. With the Biden administration’s decision to deploy
roughly 20,000 additional troops to Europe after February 2022, that bill
has grown, but only temporarily. The 2024 defense budget is $842 billion,
of which the United States’ European commitments represent only a small
fraction.

Advocates of disengagement from Europe often ignore an uncomfortable


fact. The only way to save significantly on European commitments would
be for the United States to take the most extreme and risky step of leaving
NATO—a step few if any of the Europe critics recommend. It would,
however, be necessary: no other measure would lead to big reductions. If,
for example, the United States were to seek merely to reduce its presence in
Europe but stay in NATO, it would still need to maintain sufficient forces
and capabilities to fulfill its NATO obligations. The U.S. defense bill would
not shrink by much.

China is most likely to attack Taiwan if it becomes desperate.

U.S. interests preclude any complete separation from Europe. Consider


what would happen if the United States were to leave NATO to focus on the
Indo-Pacific, and then Russia decided to attack one of the Baltic countries
or Poland. It is inconceivable that a U.S. president could sit by and do
nothing as Europe fought for its life against a brutal autocrat. Such inaction
would be particularly implausible if Russia were getting major help from
China, the very power that the United States had pivoted to challenge. If a
European war will almost certainly draw in the United States, then the best
way to avoid massive cost and risk is not to penny-pinch on peacetime
commitments. The most cost-effective option is to stay, strengthen existing
alliances, and keep war from happening in the first place. Moreover, the
growing partnership between Russia and China means that Europe and the
Indo-Pacific are now inextricably linked. However much the United States
may wish to prioritize one region over the other, backing off from Europe
will empower Russia, China’s primary partner and ally, even as it feeds
Beijing’s narratives about U.S. decline and the triumph of autocracy.

The proposal to move troops from Europe to reinforce the Indo-Pacific


misreads the requirements for deterrence. China is most likely to attack
Taiwan if it becomes desperate, believing it will lose any hope of
unification if it fails to act. At such a moment, Beijing is unlikely to be
deterred by modest additional capabilities shifted from Europe. Indeed,
such a redeployment could easily spark Chinese escalation by signaling the
beginning of a more determined phase of U.S. efforts to “contain” China. In
other words, the dramatic demonstration of U.S. disengagement from
Europe to reinforce its military presence in the Indo-Pacific could well
induce war rather than deter it.

MEMBERSHIP HAS ITS PRIVILEGES

The United States also derives diverse benefits from NATO membership
that contribute directly to its global military effectiveness, including in the
Indo-Pacific. Washington’s cooperation with European allies in areas
including coordinated ballistic missile defense operations enhances
capabilities that the United States can use to address threats beyond Europe.
U.S. participation in NATO exercises—for example, training in Arctic areas
with Finnish and Norwegian troops or practicing amphibious operations
with Sweden—improves U.S. forces’ skills. NATO’s vigorous response to
other kinds of threats, including disinformation campaigns, has generated
insights that inform U.S. and partner responses elsewhere through
intelligence sharing, joint planning and exercises, and combined analysis.
NATO allies are also developing capabilities for joint intelligence and
targeting in a shared battle space, an effort that is likely to offer critical
lessons for similar initiatives in the Indo-Pacific. Finally, NATO has begun
work on combating cyberwarfare, announcing a Comprehensive Cyber
Defense Policy, forming Cyber Rapid Reaction teams, and building a Cyber
Defense Center of Excellence in Estonia, to share intelligence, develop
common plans and norms for cyberdefense, and engage in shared training
and exercises.

The advantages that NATO offers Washington, then, are not confined to
Europe. Indeed, it is increasingly clear that, in the event of a clash in the
Indo-Pacific, the United States would call on NATO for assistance.
Although it has often been assumed that the alliance would be a bystander
to wars elsewhere, a major conflict with China will challenge those
assumptions. As described by defense experts including Jeffrey Engstrom,
Mark Cozad, and Tim Heath, Chinese military doctrine calls for paralyzing
blows against an enemy’s military, social, and political systems at the outset
of war. Such attacks could well reach into the continental United States,
which would at least in theory provide grounds for NATO’s leaders to
invoke Article 5, requiring the alliance’s other members to come to
Washington’s assistance. Indeed, there is a precedent for such a request:
NATO invoked Article 5 after the 9/11 attacks on the United States.

The general belief has been—and rightly remains—that European


governments will be eager to steer clear of a U.S.-China conflict. This
desire was made plain by French President Emmanuel Macron’s statement
in early April that Europe should not get “caught up in crises that are not
ours.” But a massive strike on U.S. forces or on the United States itself may
leave European leaders with little choice but to help in some way. And over
the last few years, America’s European allies have edged closer to open
support for U.S. commitments in the Indo-Pacific. Several NATO members,
including Canada, France, Germany, the Netherlands, and the United
Kingdom, have sent ships to the Indo-Pacific. In 2021 alone, there were 21
such deployments. NATO has also been deepening its institutional
partnerships with Australia, Japan, New Zealand, and South Korea in
recognition of the Chinese threat. Not all of these deployments are
surprising. France has long had a presence in the Indo-Pacific and still has
over 7,000 troops there. The United Kingdom also has historic ties to the
region, and its membership, with Australia and the United States, in the
trilateral security pact AUKUS has bound it directly to Indo-Pacific
security. Formal NATO strategy documents have been increasingly explicit
in identifying China as a threat.

Washington cannot expect governments to place their trust in a


nation that breaches its commitments.

These commitments remain highly conditional, and NATO members, with


smaller navies and air forces and persistent European and Mediterranean
responsibilities, could send only modest forces to the Indo-Pacific. Even in
the event of an invasion of Taiwan, many European allies may well choose
to restrict their help to noncombat roles. But such support can be critical in
numerous ways: sharing intelligence; cooperating in cyberdefense; ramping
up production of munitions; providing logistical, medical, and other support
functions; and potentially deploying symbolic units to other Indo-Pacific
countries. Such assistance could relieve the United States of other
responsibilities, fill gaps, and send powerful signals about a unified
response to any further aggression.

Close coordination with Europe is also critical to the United States’ efforts
to oppose China’s campaign to dominate the norms, rules, and institutions
of the international system. The United States cannot do this alone.
European support on many emerging issues—from climate and cyber
threats to artificial intelligence—will be essential to ensure that these norms
are not set in ways that undermine shared interests. True some level of
cooperation would continue were the United States to leave the alliance.
But the injured prestige, feelings of abandonment, and political blowback
that would erupt if Washington were perceived to be cutting Europe loose
would make disenchanted European governments more determined to carve
out a course independent of U.S. goals. Finally others will be watching any
U.S. uncoupling from Europe, and drawing their own conclusions.
Washington could hardly expect Indo-Pacific governments to place their
trust in a nation that had breached its commitments to its staunchest allies.
Beijing would doubt whether a United States that had deserted Europe
would really make good on its pledge to defend Taiwan.
ME TOO, NOT ME FIRST
The proposal to disengage the United States from Europe misreads the
current strategic moment. Since World War II, the United States has made
the case for its international role as the sponsor of a shared order of mutual
benefit. After two decades of threats to U.S. standing—from Iraq to the
financial crisis, “America first” to Afghanistan—coordinating responses to
Russian aggression in Ukraine has reaffirmed the value of American
leadership.

Stripping, or even significantly downgrading, the United States’ European


commitments would demolish much of this accumulated legitimacy. It
would validate the grim picture that China and Russia now paint of a United
States that is pitilessly self-interested and transactional, and would severely
undermine the United States’ painstaking attempts to build a reputation as
that rare great power that offers something to the world other than naked
ambition. The country’s chief competitive advantage in the contest with
China is its dominant global network of friends and allies. Now is the time
to strengthen those coveted ties—in Europe and elsewhere.
Qué dicen en Paraguay de la construcción de la
megacarretera que unirá dos océanos a través de
su "infierno verde"
BBC News Mundo ,

"Es un nuevo Canal de Panamá": así es como Egon Neufeld describe el


corredor bioceánico, un gigantesco proyecto de infraestructura que intentará
unir la costa del oceáno Pacífico en Chile con la costa atlántica en Brasil.

Neufeld, un rico dueño de vastas tierras en Paraguay, dice que la carretera -


que tendrá una distancia de unos 2.200 kilómetros y atravesará Argentina,
Brasil, Chile y Paraguay- facilitará la vida de los ganaderos y los
campesinos de la región para transportar el ganado y los productos de
exportación a los puertos que están en el Atlántico y el Pacífico.

Los gobiernos de cada uno de los países involucrados en el proyecto han


expresado su apoyo, pero ha sido el presidente paraguayo Mario Abdo
quien ha sido uno de sus principales impulsores.

"Paraguay es el cuarto exportador de soja en el mundo. Para que la soja


llegue al océano Pacífico tiene que pasar por el Canal de Panamá. Una vez
que la nueva carretera esté lista, se va a presentar un ahorro para todo el
sector productivo de alrededor del 25% en costos de logística", dijo con
entusiasmo el mandatario a la BBC.

Cerca de 525 kilómetros de esta nueva carretera pasan por la región


conocida como el Gran Chaco, una de las principales reservas
medioambientales del país, poblado de matorrales y humedales.

Es el hogar de jaguares, pumas, osos hormigueros y miles de especies de


plantas, uno de los lugares de mayor biodiversidad del planeta.

Este lugar no siempre ha sido amable para quienes han querido establecerse
en estas tierras.
Cuando los menonitas, una comunidad cristiana protestante, aterrizaron en
este lugar a principio del siglo XX, lo llamaron "el infierno verde".

El abuelo de Neufeld fue uno de los menonitas que se estableció en el


Chaco en 1930, tras escapar de la persecución en Ucrania.

Cerca de 100 años después, su nieto continúa luchando contra el ambiente


hostil.
¿Qué es el corredor bioceánico?
El corredor bioceánico es un proyecto de infraestructura impulsado desde
2015 por los gobiernos de Argentina, Brasil, Paraguay y Chile para unir
mediante una autopista cuatro puertos ubicados en el océano Pacífico como
son Antofagasta, Mejillones, Tocopilla e Iquique con el puerto de la ciudad
brasileña de Santos.

Se estima que la carretera tenga cerca de 2.200 kilómetros de extensión y el


costo aproximado de la inversión total sea de US$10.000 millones.

La carretera atravesará las regiones de Mato Grosso do Sul en Brasil, el


Gran Chaco en Paraguay, las provincias de Salta y Jujuy en Argentina y las
regiones de Antofagasta y Tarapacá en Chile.

Cada país tiene la responsabilidad de cumplir con unos tramos y plazos, sin
embargo, no se tiene claro cuál es el plazo definitivo para la entrega del
proyecto terminado.

De hecho en enero de este año, los presidentes de Brasil y Chile, Lula da


Silva y Gabriel Boric, confirmaron que acelerarían la construcción de los
tramos que corresponden a sus territorios.

Tal vez uno de los países que más adelantado está respecto a la ejecución
del proyectos es Paraguay, que ya tiene listo uno de los tres tramos que
tiene dentro de su territorio.

"El tramo uno del corredor bioceánico, que ya está listo, ya ha permitido un
acceso mucho más fácil para los comercios, porque antes el camino era de
terracería y cuando llovía era difícil transitar. Ahora puedes llegar
fácilmente a las diferentes ciudades menonitas y sus colonias", le dijo a la
BBC el ingeniero Alfredo Sánchez, vocero del gobierno en el tema del
corredor.

"Para nosotros, el mayor problema es que tenemos que quitar la maleza de


los campos. Si no los cuidas, la mala hierba vuelve y se apodera de todo",
explica.

Su comunidad ha logrado establecerse con éxito en algunas secciones del


"infierno verde", especialmente han logrado levantar una rentable industria
ganadera y lechera y ahora se transportan en camionetas 4x4 y no en carros
impulsados por caballos como ocurre en otras comunidades.

Para Neufeld, la carretera le dará más oportunidades de empleo que atraerá


a trabajadores de otras partes de Paraguay.

Pero eso que para algunos es atractivo, para otros resulta preocupante.

Como le ocurre a Taguide Picanerai, un joven líder de la comunidad


indígena de los ayoreo, uno de los primeros habitantes del Chaco.

La comunidad de los ayoreo ya está sufriendo los efectos de la


deforestación, debido a que miles de árboles fueron talados para que se
estableciera la industria ganadera.

Cerca del 20% del bosque del Gran Chaco, el equivalente del área del
estado de Nueva York, ha sido convertido en tierra para pastura de ganado y
producción agroindustrial desde 1985, de acuerdo a las fotografías
satélitales de la NASA.

"La nueva carretera significará que habrá más ganadería, lo que lleva a una
gran pérdida de biodiversidad", dice Picanerai y agrega que también le
preocupa una mayor pérdida de territorio para los ayoreo.

Él explica que en el pasado los productores se mudaron hacia los territorios


ancestrales de los ayoreo, les impidieron el acceso al agua y restringieron el
espacio de caza para las comunidades indígenas.

La vida para los ayoreo ha cambiado significativamente en solo una


generación. Los padres de Picanerai solían vivir en el bosque impenetrable,
donde se dedicaban a la caza de jabalíes y tortugas.

Su comunidad fue convencida por misioneros estadounidenses que vinieron


al Paraguay en 1960 de abandonar su vida de cazadores, ponerse ropa y
establecerse junto a otras comunidades indígenas.

Y muchas de sus tierras fueron vendidas a granjeros y ganaderos, lo que ha


llevado a batallas legales de años para reclamar algunos de esos territorios
para que la comunidad pueda volver a establecerse allí.

"Ese territorio es vital para nosotros", insiste Picanerai.

La amenaza ambiental

El presidente Abdo reconoce que la nueva carretera "conducirá a una mayor


población en el Chaco" y generará "más actividad comercial". Pero cree
que, siempre que se cumplan las leyes, el impacto será positivo.

El mandatario le dijo a la BBC que ya existían reglas estrictas para los


propietarios de tierras, incluida una disposición que estipula que "lo
máximo que la gente puede deforestar en el Chaco es el 50% de su
latifundio, y menos si la biodiversidad del área es considerada más
delicada".

Para el ambientalista Miguel Lovera, estas medidas no son suficientes.

"La construcción de nuevas carreteras conduce a una mayor deforestación y


a la tala de bosque en pequeños parches, lo que impone una enorme presión
sobre el frágil ecosistema", señala Lovera, quien dirige una organización
que lucha por la protección de los grupos indígenas en el Chaco.

Por otra parte, para Bianca Orqueda, una joven cantautora del grupo
indígena Nivaclé, la carretera tiene algunos aspectos positivos.

Orqueda, que dirige una escuela de música para niños en las afueras del
pueblo menonita de Filadelfia, divide su tiempo entre su comunidad y la
capital de Paraguay, Asunción.

Y la autopista le ayudará a acortar los tiempos de viaje.


Ella no está convencida de que sea posible que su comunidad siga viviendo
aislada y agrega que los Nivaclé necesitan "salir adelante", lo que para
algunos puede significar dejar atrás el Chaco y su forma de vida.

"A los niños les digo que si quieren ser médicos, arquitectos, dentistas o
músicos, tendrán que salir una vez que terminen la escuela e irse a otra
ciudad".

"Aquí en Filadelfia no hay universidades, no hay nada a menos que quieras


dedicarte a la agricultura", dice Orqueda.

Para Picanerai, la conservación del Chaco es algo más que la forma de vida
de su comunidad indígena.

"La rica biodiversidad del Chaco significa que es un problema global que
debería preocupar a todos", dice, y agrega que está decidido a proteger su
tierra de los recién llegados que se muden aquí después de que se termine la
obra de la nueva carretera.
L’insécurité alimentaire augmente dans le monde,
dans l’indifférence. Voici ce que nous pouvons
faire
The Conversation , Félix Bhérer-Magnan

Se nourrir pour survivre, c’est ce que beaucoup d’êtres humains tentent de


faire.

Au niveau international, il existe une constellation d’organisations ayant


comme mission de lutter contre la faim, dont le Programme alimentaire
mondial (PAM), l’Organisation des Nations unies pour l’alimentation et
l’agriculture et le Fonds international de développement agricole.

Mais malgré ces organisations internationales et non gouvernementales


(ONG) visant l’élimination de la faim dans le monde, la situation actuelle
est dramatique. La faim dans le monde est en constante augmentation pour
la sixième année consécutive.

Membre de l’Observatoire des droits de la personne affilié au Centre


d’études et de recherches internationales de l’Université de Montréal
(CÉRIUM) et étudiant au doctorat en science politique, mes intérêts de
recherche portent sur la justice climatique, les droits de la personne et la
transition énergétique.

Des millions d’êtres humains touchés par la famine

Selon les projections du PAM, au moins 345 millions de personnes seront


en situation d’insécurité alimentaire en 2023. C’est le double du nombre
enregistré en 2020. À l’heure actuelle, on parle de 43,3 millions de
personnes dont la vie est gravement menacée par la famine. Il s’agit d’une
croissance dix fois plus rapide qu’il y a cinq ans.

Parmi les pays les plus touchés par la famine, on retrouve l’Afghanistan,
dont 90 % de la population vit sous le seuil de la pauvreté. Suivent de près
l’Éthiopie, le Nigeria, la Somalie, le Soudan du Sud et le Yémen. Il ne faut
pas non plus oublier Haïti, le Honduras, le Liban et le Sri Lanka.

Plus largement, ce sont environ 828 millions de personnes, soit près d’une
personne sur neuf, qui n’a aucune idée du moment de leur prochain repas.
Et les enfants sont loin d’être épargnés par cette crise. L’UNICEF estime
qu’au moins 40 millions d’entre eux sont mal nourris, et ce, dans 15 pays
seulement. Ils ne reçoivent pas le strict minimum d’une alimentation
diversifiée nécessaire pour grandir et se développer. De plus, en 2020, près
de 149 millions d’enfants de moins de cinq ans à travers le monde
souffraient d’un retard de croissance.

Les droits de la personne ne sont pas respectés

Les principales causes de la faim dans le monde sont connues, et la liste des
pays les plus affectés le confirme : conflits, inégalités et dérèglements
climatiques. La guerre en Ukraine, l’un des principaux pays exportateurs de
blé, a aussi mis à mal l’approvisionnement dans de nombreux pays. Les
récoltes ont chuté de 50 % en 2022.

Dans ce contexte, il ne fait malheureusement pas de doute que les droits


fondamentaux de ces populations sont bafoués. Exactement 75 ans après
son adoption, la Déclaration universelle des Droits de l’Homme n’est pas
honorée. L’article 3 stipule, par exemple, que « tout individu a droit à la vie,
à la liberté et à la sûreté de sa personne ». Or, la faim peut conduire à de
graves problèmes de santé, voire à la mort. La liberté des individus qui
luttent pour survivre se voit fortement limitée.

Ensuite, l’article 25 énonce que « toute personne a droit à un niveau de vie


suffisant pour assurer sa santé, son bien-être et celui de sa famille,
notamment pour l’alimentation, l’habillement, le logement […] ». Il ne fait
malheureusement aucun doute que des millions de personnes ont un niveau
de vie nettement insuffisant pour assurer leur santé globale, parce que leur
alimentation est grandement limitée. Ce manque est susceptible d’exacerber
plusieurs autres problèmes de santé.
Finalement, en dépit de l’article 28, il est impossible d’affirmer que toute
personne profite d’un environnement où règne l’ordre, sur le plan social et
sur le plan international, comme les droits et libertés énoncés dans la
présente Déclaration.

La communauté internationale s’est pourtant engagée à éradiquer la faim


dans le monde d’ici 2030, soit dans moins de huit ans. L’objectif principal
ne peut être plus clair et précis : garantir l’accès de tous et toutes,
notamment des personnes en situation de pauvreté et de vulnérabilité y
compris les nourrissons, à une alimentation sécuritaire et suffisante tout au
long de l’année.

Cependant, l’aide internationale est actuellement insuffisante pour combler


tous les besoins en nourriture. Pendant ce temps, les étalages des
supermarchés en Amérique du Nord et en Europe regorgent de nourriture.
Alors que le tiers de l’ensemble de la nourriture produite sur la Terre est
gaspillé ou perdue.

Des solutions existent

Dans ce même ordre d’idées, seulement 47 % du financement de la lutte


contre la faim par l’entremise du système humanitaire onusien est comblé.
En d’autres mots, moins de la moitié du financement est atteint. Ce dernier
provient majoritairement des États-Unis, de l’Allemagne, de l’Union
européenne, du Royaume-Uni et du Canada. Les donateurs privés
constituent aussi une source majeure de financement. Notons que le PAM
est entièrement financé par des dons volontaires, qui totalisaient en 2022
près de 14 milliards de dollars. Or, le manque de fonds exacerbe d’autres
problématiques comme l’itinérance, la pauvreté, les problèmes de santé
majeurs et la malnutrition.

Heureusement, des solutions existent. Outre un réinvestissement massif


dans le Programme alimentaire mondial, des sommes devraient être
consacrées aux propriétaires de petites exploitations agricoles et
maraîchères. Ces dernières fournissent des emplois, des revenus et de la
nourriture. Un soutien financier et matériel permettrait ainsi de profiter du
plein potentiel de leur culture. De plus, des investissements régionaux
ciblés devraient aussi être destinés à la prévention de la dégradation des
sols, au soutien à l’agriculture durable et à la résilience des aménagements
agricoles.

Ensuite, la mise en place d’un programme universel de repas scolaires


devrait être une priorité, alors que 370 millions d’enfants dans le monde
arrivent à l’école le ventre vide. Il serait aussi tout à fait justifié d’imposer
une taxe sur les bénéfices des grandes entreprises du G7, comme le suggère
Oxfam. Des experts proposent aussi que chaque pays alloue 1 % de leur
produit intérieur brut (PIB) au système alimentaire et à la recherche liée à
l’alimentation. Les pays en développement pourraient recevoir une aide
pour atteindre la cible.

Aujourd’hui, on ne peut que constater l’échec du système international de


préserver la dignité des individus et de leur garantir les besoins de base. Les
structures dont la communauté internationale s’est dotée pour répondre aux
problématiques sont incapables de répondre aux défis actuels.

Você também pode gostar