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Política Externa Brasileira

Grupo de Cooperação Internacional (GCI) do Mercosul reúne-se em


Brasília
Presidente Lula se reúne com presidente da Suíça em Nova York
Brasil veta sanções e propõe cooperação ambiental para fechar acordo
com UE

América Latina e Caribe

Brasil pede que Ortega liberte presos políticos e aceite inspetores da


ONU

Estados Unidos

Irã e EUA realizam troca de prisioneiros e Washington descongela


US$ 6 bi em ativos iranianos

Ásia

Taiwan detecta 103 aeronaves militares chinesas perto da ilha

ONU

ONU adota declaração política para acelerar desenvolvimento


sustentável
Takalik Abaj, cidade maia na Guatemala, é novo Patrimônio Mundial
da Unesco

Meio Ambiente

Financiamento climático: o nó a desatar na COP28

Línguas Estrangeiras
Will the U.S. Plan to Counter China’s Belt and Road Initiative Work?
Les Etats décident d’intensifier les efforts pour atteindre les Objectifs
de développement durable
El Sur Global, con el apoyo de Guterres, sube el voltaje de cara a la
Asamblea General de las Naciones Unidas
Grupo de Cooperação Internacional (GCI) do
Mercosul reúne-se em Brasília
ABC - Agência Brasileira de Cooperação ,

A reunião do Grupo de Cooperação Internacional (CGI) do MERCOSUL


foi realizada em 12 de setembro corrente, no Palácio do Itamaraty, em
Brasília. Trata-se da 30ª edição da Reunião do GCI do bloco.

Organizado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério


das Relações Exteriores (MRE), o encontro contou com a participação
presencial - e remota - de representantes da Argentina, do Uruguai e do
Paraguai, além da Unidade Técnica de Cooperação Internacional do
MERCOSUL.

O responsável pela cooperação multilateral da ABC, Márcio Corrêa, abriu o


evento lembrando a importância de todos os Estados-parte implementarem
formas inovadoras de atuação, a fim de reforçar o mecanismo que permite a
realização de novos projetos de interesse das nações participantes.
Mencionou, ainda, o privilégio de o Brasil exercer a presidência pró -
tempore do bloco.

Corrêa lembrou que, para o Brasil, constituem prioridades para a


Presidência pró-tempore do MERCOSUL o fortalecimento do diálogo e da
cooperação entre os países-membros. Citou trecho do discurso do
Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva durante a 62ª Cúpula do
MERCOSUL, realizada em julho último : “Em um mundo cada vez mais
pautado pela competição geopolítica, nossa opção regional deve ser a
cooperação e a solidariedade.”

O grupo discutiu temas como o posicionamento e o relacionamento do


MERCOSUL em matéria de cooperação, deliberou sobre os projetos que
fazem parte da carteira de projetos do grupo:

1. “Campanha de Prevenção do Trabalho Forçado e Tráfico de Pessoas para


Exploração Laboral”;
2. “Elaboração de Sistema de Informação Sobre Espécies Exóticas
Invasoras para Fortalecer a Proteção da Biodiversidade”;

3. Projeto REAF - “Programa Regional de Intercâmbio e Construção de


Capacidades em Inocuidade e Sanidade das Produções da Agricultura
Familiar – Em Busca de Territórios Saudáveis”.

Além disso, os participantes trataram de possíveis novos projetos


apresentados ao GCI, bem como da

ampliação de parcerias com outros atores. Abordaram os seguimentos dos


Memorandos de Entendimento entre o MERCOSUL e organismos
internacionais, como a Organização Internacional para as Migrações (OIM),
o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a
Organização Pan-americana de Saúde (OPS/OMS).
Presidente Lula se reúne com presidente da Suíça
em Nova York
Planalto ,

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve, na tarde desta segunda-feira,


18/9, sua primeira reunião bilateral na viagem para a 78ª Assembleia Geral
da ONU. Ele se encontrou com o presidente da Confederação Suíça, Alain
Berset, em Nova York.

Durante cerca de 40 minutos, os presidentes falaram sobre diversos


assuntos, como o acordo comercial entre Mercosul e EFTA – zona de livre
comércio de países europeus que não estão na União Europeia, formado por
Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein –, que está em discussão na esfera
diplomática.

Também trataram sobre a Presidência do Brasil no G20, que vai de 1º de


dezembro de 2023 até 30 de novembro de 2024, e do interesse da Suíça em
participar das discussões do grupo.

Berset disse que seu país viu com bons olhos a mudança na política
brasileira sobre o meio ambiente e o papel do Brasil no combate às
mudanças climáticas. Nesse tema, os dois líderes destacaram a onda de
calor incomum que atinge o Brasil nesta semana e falaram dos eventos
climáticos extremos que aconteceram recentemente no Rio Grande do Sul e
na Líbia.

O presidente da Suíça afirmou que tem muita simpatia pelo Brasil e contou
que morou em Olinda há vários anos. Ele contou também que tem interesse
em visitar o país em um futuro próximo.

COOPERAÇÃO – Brasil e Suíça têm parcerias em ciência, tecnologia e


inovação. Na cooperação bilateral, destacam-se projetos em áreas como
neurociências, saúde, energia e meio ambiente – com perspectiva de
cooperação em nanotecnologia, tecnologias da informação e das
comunicações, energias renováveis, ciências humanas e sociais. Em 2022, o
comércio bilateral entre Brasil e Suíça movimentou US$ 3,6 bilhões.
Brasil veta sanções e propõe cooperação
ambiental para fechar acordo com UE
UOL , Jamil Chade

Numa tentativa de fechar o acordo comercial entre Mercosul e União


Europeia, o Brasil propõe que um sistema de cooperação seja estabelecido
com os europeus no campo ambiental. O projeto, segundo revelou o
Itamaraty ao UOL, substitui a proposta original de Bruxelas que previa
punições, sanções e elevação de impostos para produtos sul-americanos em
caso de desrespeito por acordos climáticos.

No breve texto que circulou com a proposta do Mercosul aos europeus,


Bruxelas aponta que há uma referência explícita contra quaisquer sanções
ou mesmo "indícios de aplicação de sanções" contra produtos exportados
pelo bloco sul-americano.

Os europeus saíram da reunião com a impressão de que se trata, acima de


tudo, de um pedido de apoio financeiro. O bloco sul-americano estaria
interessado em uma ajuda dos europeus para permitir que seus exportadores
cumpram as exigências da UE.

Mas o texto vai além e, como antecipado com exclusividade pelo UOL,
destaca que qualquer tipo de barreira imposta pelos europeus seria revidada
com um mecanismo que permitiria "reequilibrar as concessões comerciais".
Ou seja: o Mercosul se daria o direito de rever qualquer abertura a um setor
de interesse dos europeus.

Os movimentos ecologistas da UE e o Partido Verde reagiram com


preocupação, alertando que o gesto do Mercosul, se aceito pela UE, poderia
representar um enfraquecimento do combate ao desmatamento.

Mas, para o gabinete da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der


Leyen, a esperança é de que um acordo possa ser finalizado até dezembro
deste ano.
De acordo com o governo brasileiro, a oferta foi recebida de forma positiva
pelos europeus e há espaço para uma negociação que permita um eventual
acordo, depois de mais de duas décadas de negociação.

Reunião nesta segunda-feira, às margens da ONU

O tema será alvo de uma reunião dos chanceleres do Mercosul, que estão
nesta segunda-feira em Nova York para participar da Assembleia Geral da
ONU. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abre o evento nesta terça-
feira, com um discurso que vai insistir sobre a necessidade de uma reforma
no sistema internacional e maior espaço aos emergentes.

Lula também leva para a ONU a garantia de que o Brasil apresentará um


novo compromisso ambiental e, para o governo, as demonstrações do país
indicam que a proposta da UE não faria sentido.

Lançada em 1999, a negociação para a criação do maior acordo comercial


do mundo viveu um impasse nos anos de Jair Bolsonaro. Os europeus
passaram a insistir que, para que o entendimento fosse fechado, o Brasil
teria de dar garantias de cumprimento do Acordo de Paris e de metas de
desmatamento.

O projeto europeu foi mantido depois da posse de Lula, o que irritou o novo
governo brasileiro. O presidente chegou a dizer que as ameaças da UE eram
"inaceitáveis" e que, se existe um pacto de relações estratégicas entre os
dois blocos, tal comportamento não seria adequado.

Protecionismo camuflado

Para o Itamaraty, a questão ambiental era o argumento que os europeus


esperavam para justificar medidas protecionistas contra as exportações
agrícolas do Mercosul. Ao longo dos últimos 20 anos, os setores mais
reticentes em promover qualquer abertura foram buscar argumentos em
diferentes crises que afetaram o país, inclusive doenças fitossanitárias e
corrupção.
No caso atual, a UE previa que medidas de retaliação possam ser adotadas
caso:

O Brasil não cumpra o Acordo de Paris


Metas de redução de desmatamento não sejam atingidas
Um produto exportado seja resultado de um recente desmatamento

Na semana passada, numa reunião preliminar, o Brasil apresentou a contra-


oferta. Nela, o Mercosul substitui todos os mecanismos de sanções por
propostas de cooperação para que os dois blocos se unam pela preservação
da Amazônia.

Um dos sistemas que poderia ser explorado seria o Fundo da Amazônia.


Apesar de prometer recursos para o mecanismo que havia sido desmontado
por Jair Bolsonaro, os europeus ainda não efetivaram os depósitos de forma
integral.

Itamaraty diz que ações do governo Lula desmontam


argumento europeu

O argumento do governo Lula é de que os dados, em 2023, mostram uma


queda do desmatamento e que todo o esforço da nova administração vai no
sentido de um compromisso com a causa ambiental.

Segundo o governo brasileiro, houve uma compreensão por parte da Europa


de que o momento era outro, que a nova gestão não repetiria o
negacionismo climático de Bolsonaro e que as ações nas áreas mais críticas
começam a dar resultados. Para o Itamaraty, o governo tem hoje
credibilidade para que sua proposta possa ser considerada.

A avaliação interna no governo é ainda de que, com os primeiros resultados


de queda de desmatamento, o Brasil conseguiu desarmar os argumentos
europeus, que poderiam ser usados como barreiras protecionistas contra as
exportações nacionais no setor agrícola.

Agenda intensa
Com a proposta ganhando força, a ideia dos negociações é de que reuniões
semanais sejam realizadas entre o Mercosul e a UE, seja de forma
presencial ou por videoconferência.

Depois do encontro desta semana entre os chanceleres, com o objetivo de


alinhar a posição do bloco, europeus e sul-americanos voltam a se reunir na
próxima semana.
Brasil pede que Ortega liberte presos políticos e
aceite inspetores da ONU
UOL , Jamil Chade

O Brasil se alia a uma iniciativa de países que questionam as violações de


direitos humanos, cometidas pelo regime de Daniel Ortega, na Nicarágua. A
adesão acontece em meio a críticas de entidades de direitos humanos e de
dissidentes no país centro-americano, frustrados com a postura do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na ONU, porém, a decisão do Itamaraty foi a de se unir a ao grupo formado


por Canadá, Costa Rica, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru, além do
Chile. O bloco solicita que Ortega liberte dissidentes e que aceite a equipe
de inspetores da Comissão de Inquérito, criada na ONU, para investigar os
crimes cometidos pelo regime.

No fundo, trata-se de um reconhecimento da existência da repressão.

O governo brasileiro insiste que é necessário manter canais de comunicação


com Ortega, mas vem sendo pressionado até mesmo pela ONU para
explicar como essa postura tem resultado em ações concretas.

Dissidentes nicaraguenses, em conversas com o UOL na condição de


anonimato, aplaudiram a presença do Brasil no grupo. Mas argumentam que
Lula, por sua influência, poderia agir de forma mais contundente para
pressionar Ortega a abandonar a repressão.

"Desde o início da crise na Nicarágua, as autoridades nicaraguenses


fecharam mais de 3.372 organizações da sociedade civil, incluindo toda a
mídia independente e o espaço cívico", denunciam os países, num
documento conjunto apresentado no Conselho de Direitos Humanos das
Nações Unidas.

Outro alerta se refere à decisão de Ortega de retirar a nacionalidade de


dissidentes. "As pessoas deixaram o país em massa, buscando asilo. Em
março passado, condenamos a revogação arbitrária da nacionalidade de
mais de 300 nicaraguenses considerados opositores do governo", disse.

Segundo o grupo, porém, a situação é ainda pior.

"Agora, a Nicarágua está intensificando sua repressão contra a Igreja


Católica, com a prisão e a condenação do bispo de Matagalpa, Rolando José
Álvarez Lagos, a mais de 26 anos de prisão após sua recusa em se exilar",
declararam.

Outra preocupação se refere ao setor de educação. "O fechamento e o


confisco de bens da ordem religiosa jesuíta e da Universidade da América
Central elevam para 27 o número de universidades fechadas", afirmam.

O apelo do Brasil e dos demais países, porém, é para que Ortega aceite
cooperar e que permita a entrada de relatores da ONU que irão investigar a
situação.

"Pedimos às autoridades que iniciem uma cooperação com os mecanismos


internacionais de direitos humanos, que lhes permitam acesso para
investigar alegações de violações de direitos humanos e que renovem o
diálogo com o Escritório do Alto Comissariado e o sistema interamericano
de direitos humanos", afirmam.

"Incentivamos a ONU e as instituições financeiras internacionais a


intensificar os esforços para garantir a transparência e a responsabilidade
dos fundos fornecidos às autoridades do governo nicaraguense, assegurando
que eles ajudem as pessoas mais vulneráveis", declaram.

Para completar, o Brasil e os demais países pedem que Nicarágua "liberte


todos os presos políticos e inicie um diálogo de boa fé com a comunidade
internacional".
Irã e EUA realizam troca de prisioneiros e
Washington descongela US$ 6 bi em ativos
iranianos
Estadão ,

O Irã e os Estados Unidos realizaram uma troca de prisioneiros nesta


segunda-feira, 18, depois que quase US$ 6 bilhões em ativos iranianos que
estavam congelados na Coreia do Sul chegaram ao Catar, um fator
importante para o acordo, segundo disseram autoridades.

Os americanos que estavam detidos no Irã decolaram em um avião de Teerã


momento em que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden e Ebrahim
Raisi, o presidente do Irã, devem participar da reunião anual de líderes
mundiais da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, na terça-
feira, 19. Os cinco americanos voaram para Doha, capital do Catar.

Apesar do acordo, é quase certo que as tensões permanecerão elevadas


entre os EUA e o Irã, que estão envolvidos em várias disputas, incluindo
sobre o programa nuclear de Teerã. O país persa diz que o programa é
pacífico, mas agora enriquece urânio em níveis elevados.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani,


reconheceu que a troca ocorreria na segunda-feira. Ele disse que os ativos
congelados que estavam em poder da Coreia do Sul haviam sido
transferidos para o Qatar.

Declarações

Em um comunicado, Biden disse que “cinco americanos inocentes que


foram presos no Irã estão finalmente voltando para casa”.

Ele acrescentou que os prisioneiros “em breve se reunirão com seus entes
queridos – depois de suportar anos de agonia, incerteza e sofrimento. Estou
grato aos nossos parceiros nacionais e estrangeiros pelos seus esforços
incansáveis para nos ajudar a alcançar este resultado, incluindo os governos
do Qatar, Omã, Suíça e Coreia do Sul.”

Siamak Namazi, um dos cinco americanos libertados, afirmou em um


comunicado que sonhava com a liberdade há quase oito anos, enquanto
experimentava “tormento” durante 2.898 dias de prisão.

“Minha sincera gratidão ao presidente Biden e sua administração, que


tiveram que tomar algumas decisões incrivelmente difíceis para nos
resgatar”, disse ele no comunicado. “Obrigado, presidente Biden, por
colocar a vida dos cidadãos americanos acima da política. Obrigado por
acabar com este pesadelo. Obrigado por nos trazer para casa.”

Os americanos farão um breve exame médico em Doha antes de embarcar


em um avião do governo dos EUA de volta a Washington, disseram
autoridades.

Já Kanaani, porta-voz do ministério das Relações Exteriores do Irã, fez seus


comentários durante uma entrevista coletiva transmitida pela televisão
estatal, mas a transmissão foi cortada imediatamente após as suas
declarações.

“Felizmente, os ativos congelados do Irã na Coreia do Sul foram liberados


e, se Deus quiser, hoje os ativos começarão a ser totalmente controlados
pelo governo e pela nação”, disse Kanaani.

Mohammad Reza Farzin, chefe do Banco Central do Irão, apareceu mais


tarde na televisão estatal para reconhecer o recebimento de mais de 5,5 mil
milhões de euros – 5,9 mil milhões de dólares – em contas no Catar. Meses
atrás, o Irã previa receber até 7 mil milhões de dólares.

A troca planeada desenrolou-se no meio de uma grande escalada militar


americana no Golfo Pérsico, com a possibilidade de tropas norte-
americanas embarcarem e protegerem navios comerciais no Estreito de
Ormuz, por onde passam 20% de todas as remessas de petróleo.

“Esta ação foi tomada estritamente para atender a uma necessidade


humanitária”, disse o presidente iraniano a jornalistas em Nova York na
segunda-feira. Ele acrescentou: “Esses eram fundos que pertenciam ao povo
do Irã”.

Críticas

O acordo também já expôs Biden a novas críticas de republicanos e outros


que dizem que a administração está contribuindo para uma melhora da
economia iraniana num momento em que o Irã representa uma ameaça
crescente às tropas americanas e aos aliados do Oriente Médio. Isso
também poderia ter implicações em sua campanha de reeleição.

Washington afirmou que a troca incluiu Siamak Namazi, que foi detido em
2015 e posteriormente condenado a 10 anos de prisão por acusações de
espionagem; Emad Sharghi, um empresário condenado a 10 anos; e Morad
Tahbaz, um britânico-americano de ascendência iraniana que foi preso em
2018 e também recebeu uma sentença de 10 anos.

Até agora, as autoridades norte-americanas recusaram-se a identificar o


quarto e o quinto prisioneiros.

O dinheiro que o país persa irá receber representa um pagamento que a


Coreia do Sul devia ao Irã, mas não pagou, pelo petróleo adquirido antes
dos Estados Unidos aplicarem sanções as transações, em 2019.

Os EUA sustentam que, uma vez no Catar, o dinheiro será mantido em


contas restritas e só poderá ser utilizado para bens humanitários, como
medicamentos e alimentos. Essas transações são atualmente permitidas
pelas sanções americanas que visam o Irã devido ao seu programa nuclear.

Histórico

O Irã e os EUA têm um histórico de trocas de prisioneiros que remonta à


tomada do poder da Embaixada dos EUA em 1979. O seu mais recente
grande debate aconteceu em 2016, quando o Irã chegou a um acordo com as
potências mundiais para restringir o seu programa nuclear em troca de um
alívio das sanções.
Quatro prisioneiros americanos, incluindo o jornalista do Washington Post
Jason Rezaian, regressaram do Irã, e vários iranianos nos EUA obtiveram a
liberdade. Nesse mesmo dia, a administração do então presidente americano
Barack Obama transportou por via aérea 400 milhões de dólares em
dinheiro para Teerã.

O Ocidente acusa o Irã de utilizar prisioneiros estrangeiros – incluindo


aqueles com dupla nacionalidade – como moeda de troca, uma alegação que
Teerã rejeita.

Outras negociações para a troca de prisioneiros não foram concluídas


depois que o então presidente Donald Trump retirou unilateralmente os
Estados Unidos do acordo nuclear em 2018.

Programa nuclear

O chefe do órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas tem alertado que
o Irã possui agora urânio enriquecido suficiente para produzir “várias”
bombas, e que provavelmente seriam necessários alguns meses para
construir uma arma.

O país persa afirma que o seu programa nuclear é pacífico e a comunidade


de inteligência dos EUA manteve a sua avaliação de que o Irã não está
desenvolvendo uma bomba atómica.

O Irã realizou medidas nos últimos meses para resolver algumas questões
com a Agência Internacional de Energia Atómica. Mas os avanços no seu
programa levaram a receios de uma conflagração regional mais ampla, uma
vez que Israel, também uma potência nuclear, disse que não permitiria que
Teerã desenvolvesse uma bomba.
Taiwan detecta 103 aeronaves militares chinesas
perto da ilha
O Globo ,

O Ministério da Defesa de Taiwan informou, nesta segunda-feira, que


detectou 103 aeronaves militares chinesas ao redor da ilha, num período de
24 horas, e garantiu que este é um pico nos últimos tempos.

“Entre as manhãs de 17 e 18 de setembro, o Ministério da Defesa Nacional


detectou um total de 103 aeronaves chinesas, o que é um máximo recente e
representa sérios desafios à segurança do Estreito de Taiwan”, afirmou o
ministério, em comunicado.

“O assédio militar contínuo pode facilmente levar a um aumento repentino


da tensão e piorar a segurança regional”, acrescentou o ministério, exigindo
que Pequim “pare imediatamente esse tipo de ações unilaterais destrutivas”.

Do total de aeronaves detectadas, 50 cruzaram a linha média do Estreito de


Taiwan que separa a ilha da China continental e entraram nas partes sudeste
e sudoeste da sua zona de identificação de defesa aérea, relata o
comunicado.

Além disso, também localizaram a presença de nove navios da Marinha


chinesa.

Na véspera, Taipei havia anunciado a detecção de 28 aviões de guerra


chineses perto da ilha, dos quais 20 haviam cruzado a linha média do
estreito.

Aumento de ataques

Pequim considera a ilha autônoma de Taiwan como a sua província,


aguardando a reunificação com o resto do seu território. Nos últimos anos,
aumentou a pressão diplomática e militar contra Taipei.
As autoridades da ilha denunciaram, na semana passada, um aumento no
número de incursões de aviões e navios militares chineses, depois de
Pequim ter dito que suas tropas estavam em “alerta máximo” após a
passagem, este mês, de dois navios pertencentes aos Estados Unidos e à
China pelo Estreito de Taiwan.

O Ministério da Defesa disse que 68 aeronaves e 10 navios foram


detectados ao redor da ilha entre quarta e quinta-feira de manhã.

Algumas dessas aeronaves e navios de guerra dirigiam-se para uma área


não especificada do Pacífico Ocidental para “realizar treinamento marítimo
e aéreo conjunto” com o porta-aviões chinês “Shandong”, segundo a pasta.

O Shandong é um dos dois porta-aviões operacionais da frota chinesa. Na


semana passada, estava a cerca de 110 quilômetros a sudeste de Taiwan, em
direção ao oeste do Pacífico, disseram autoridades de Taipei.

O Ministério da Defesa do Japão informou, na semana passada, que


detectou seis navios chineses navegando a cerca de 650 quilômetros ao sul
da ilha de Miyakojima, a leste de Taiwan. Também registrou a presença de
helicópteros e aviões decolando e pousando no porta-aviões.

A China não fez comentários oficiais sobre exercícios militares no Pacífico


Ocidental.
ONU adota declaração política para acelerar
desenvolvimento sustentável
ONU News ,

Líderes mundiais reunidos na sede da ONU em Nova Iorque deram um


passo importante, nesta segunda-feira, rumo a transformações necessárias
para enfrentar os maiores desafios globais, como fome, poluição e
desigualdade.

Sob a condução do presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, os


países adotaram a declaração Política do Fórum de Alto Nível para o
Desenvolvimento Sustentável.

Compromisso com aumento do financiamento

No plenário da Assembleia Geral, Francis declarou que o texto foi aprovado


sem objeções. A declaração prioriza os meios de implementação dos
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ODS, especialmente o
financiamento.

Segundo o texto, é necessário um aumento expressivo nos investimentos


para assegurar transições justas e equitativas em temas como energia,
educação, alimentação e tecnologias digitais.

O documento também estabelece uma ação imediata para garantir o


estímulo aos ODS, que implica em investimentos de U$ 500 bilhões todos
os anos.

Ao aprovar a declaração os países também concordaram com um forte


apoio a uma reforma da arquitetura financeira internacional para melhor
refletir a economia global de hoje.

Esperanças, sonhos, direitos e expectativas


Os líderes reconhecem que “a Agenda 2030 é de natureza universal e que os
seus objetivos e metas são abrangentes, de longo alcance, centrados nas
pessoas, indivisíveis e interligados.”

Em seu discurso na abertura da Cúpula dos ODS, nesta segunda-feira, o


secretário geral da ONU, António Guterres, enfatizou que os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável “não são apenas uma lista de objetivos.”

Segundo Guterres, esses objetivos “carregam esperanças, sonhos, direitos e


expectativas de pessoas de todas as partes do mundo.”

O líder da ONU lembrou aos líderes mundiais que essas metas são
promessas para pessoas “assoladas pela pobreza, as que passam fome em
um mundo de abundância, crianças que não tem acesso a uma vaga numa
escola, famílias que fogem de conflitos e pais que assistem desesperados
seus filhos morrendo de doenças preveníveis.”

Ele disse se sentir “profundamente encorajado pela declaração política


detalhada e abrangente” aprovada, especialmente o compromisso de
“melhorar o acesso dos países em desenvolvimento ao combustível
necessário para o progresso dos ODS: o financiamento.”

Superação da pobreza e desnutrição

Já o presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, disse que a Cúpula é


uma “plataforma única” para recriar o compromisso com a Agenda 2030.

Ele destacou que os impactos das crises que hoje afetam o mundo são mais
sentidos por aqueles vivendo em circunstâncias mais precárias.

Francis mencionou países em situações especiais como pequenos Estados


insulares, países menos desenvolvidos e países em desenvolvimento sem
litoral.

O presidente da Assembleia Geral ressaltou que “com uma ação concertada


e ambiciosa, ainda é possível que, até 2030, mais de 124 milhões de pessoas
sejam tiradas da pobreza e garantir que menos 113 milhões sofram de
subnutrição.
Transições prioritárias

A presidente do Conselho Econômico e Social da ONU, Ecosoc, Paula


Narváez, disse que “a declaração política é um testemunho do compromisso
inquebrantável dos líderes com o cumprimento eficaz da Agenda 2030 e
dos ODS e de todos os princípios nela consagrados.”

Ela enfatizou a “necessidade coletiva de tomar medidas imediatas em


relação aos 17 ODS.”

Durante a Cúpula, mais de 100 países apresentarão compromissos nacionais


para a transformação dos ODS, que incluem transições prioritárias e áreas
de investimento.

Espera-se que os Estados-membros estabeleçam padrões de referência


nacionais para reduzir a pobreza e as desigualdades até 2027 e reforcem os
quadros institucionais para apoiar o progresso dos ODS.
Takalik Abaj, cidade maia na Guatemala, é novo
Patrimônio Mundial da Unesco
GZH , AFP

O sítio arqueológico de Takalik Abaj, na Guatemala, símbolo da transição


da cultura olmeca para a maia no México e na América Central, tornou
Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco) nesta segunda-feira (18).

"O Sítio arqueológico Nacional Takalik Abaj, na Guatemala, acaba de ser


inscrito na Lista de Patrimônio Mundial da Unesco", anunciou essa agência
do sistema ONU, logo após a decisão divulgada em Riade, na 45ª sessão do
Comitê de Patrimônio Mundial.

O parque é cercado por estruturas, esculturas, praças cerimoniais, além de


uma densa vegetação, plantações de café e escrituras das duas civilizações
no município de El Asintal, a 200 quilômetros da capital Cidade da
Guatemala.

São 650 hectares no sopé de uma cadeia vulcânica, onde existem 356
monumentos. Em 133 deles, há seis formas diferentes de escrita.

O sítio arqueológico reúne uma variedade de peças fundamentais da


transição entre as civilizações, das quais se destaca uma escultura de pedra
que começou a ser esculpida em olmeca e finalizada com uma ainda
incipiente escrita maia.

"Quando se conhecem e começa a se formar a nova cultura maia, o


principal centro daquele momento era Takalik Abaj, então nasce ali. Por
isso dizemos que Takalik Abaj é o início da cultura maia. Isso a torna única
e universal", disse à AFP o ministro guatemalteco da Cultura, Felipe
Aguilar.

O novo patrimônio mundial da Unesco era uma cidade comercial


cosmopolita habitada, a princípio, por olmecas (1.500 a.C. a 100 d.C.) e,
posteriormente, pelos maias, no período pré-clássico médio (800 a 300 a.C),
de acordo com a arqueóloga Christa Schieber.

Conhecidos por serem nômades, os olmecas desapareceram, enquanto os


maias continuaram desenvolvendo sua cultura em áreas da Guatemala, sul
do México, El Salvador, Honduras e Belize.

O sítio também foi a residência do primeiro rei da cultura maia, K'utz


Chman, que está enterrado no local, disse Aguilar.

A cidade foi ocupada por 1.700 anos, de 800 a.C. a 900 d.C.
Posteriormente, foi redescoberta em 1888.

Também são patrimônios mundiais na Guatemala a cidade colonial de


Antígua, as ruínas maias de Tikal e Quiriguá e a festa da Semana Santa.
Financiamento climático: o nó a desatar na
COP28
O Globo , Maria Netto

Os impactos das mudanças climáticas afetarão cada vez mais todos os


aspectos da sociedade e da vida econômica. Há apenas uma estreita janela
de oportunidade para corrigir a situação. A declaração final da Cúpula do
G20, em Nova Délhi, reafirma a necessidade de se alocar aproximadamente
US$ 5,9 trilhões em países em desenvolvimento até 2030 para o
cumprimento de seus compromissos nacionais para enfrentar a mudança do
clima. Os países emergentes têm recebido menos de 27% dos investimentos
e fluxos financeiros necessários.

Não por acaso, um aumento significativo dos fluxos de finanças constitui


condição importante para o sucesso do Acordo de Paris. O cumprimento do
acordo vem sendo revisado por meio de um processo de Balanço Global,
incluindo a forma como os países vêm avançando em ação climática e
como os recursos para apoiar tais iniciativas vêm sendo efetivados.

A COP28, em novembro deste ano, em Dubai, terá como entrega principal


uma decisão política, a partir desse balanço, de guiar a elaboração das
novas contribuições nacionais para mitigar e adaptar-se às mudanças do
clima. A Conferência deverá ainda definir um caminho claro para que, na
COP29, se estabeleça uma nova meta global de financiamento, incluindo a
ambição de aumento substantivo de recursos disponíveis e canais e
mecanismos financeiros mais eficazes.

Um dos resultados da COP27, no Egito, foi a decisão de criar um fundo


para perdas e danos. A conferência também ressaltou a necessidade de
reformar o sistema financeiro global, de modo a assegurar que os fluxos de
recursos, sua disponibilidade e o acesso pelos países em desenvolvimento
sejam condizentes com a emergência climática.

Essas demandas se somam a antigos impasses na arena do financiamento


climático, que sempre foi um dos temas mais complexos na Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) — e
agora extrapola também para outros fóruns, como o G20. Em particular, o
fracasso dos países desenvolvidos em cumprir o compromisso no Acordo
de Paris de prover financiamento climático de US$ 100 bilhões por ano até
2020 e dificuldades na operacionalização efetiva dos mecanismos
financeiros da Convenção são causas da perda de confiança nas
negociações.

Historicamente reconhecido pelo papel de construtor de pontes e soluções


criativas para alcançar consensos, o Brasil vai precisar responder à
expectativa de protagonismo, considerando a sua presidência do G20
durante 2024 e a preparação para a COP30, em 2025.

Apontar soluções para a agenda de finanças climáticas internacionais


demandará um processo sofisticado, considerando a importância de
assegurar que metas financeiras de países desenvolvidos sejam cumpridas
de forma transparente e contundente. Mas é preciso também levar em conta
a necessidade de reformas profundas do sistema financeiro internacional,
uma vez que a transição não será feita somente com dinheiro público. Será
preciso inovar em alternativas que alavanquem investimentos privados
consideravelmente e que, por outro lado, não causem efeitos colaterais
sobre economias já em crise, a exemplo do agravamento da dívida de países
vulneráveis. A forma como fluxos financeiros e investimentos são
efetivamente canalizados e acessados também requer revisão, incluindo a
efetividade dos fundos globais para o clima e a necessidade de reformas que
aumentem sua eficiência.

O Brasil deverá liderar por exemplo próprio a agenda internacional. O


relançamento do Fundo Clima, o Plano de Transição Ecológica, o novo
arcabouço de títulos soberanos sustentáveis, o desenvolvimento de
taxonomia verde, assim como a discussão do mercado regulado de carbono,
são exemplos do que é possível fazer para dar escala à ação climática
impulsionando a economia e buscando reduzir desigualdades sociais. O país
tem a oportunidade única de ser líder global na criação de um ambiente que
alavanque investimentos para a reindustrialização verde, a transição
energética, a restauração florestal e a escalabilidade de produção agrícola
sustentável.
Will the U.S. Plan to Counter China’s Belt and
Road Initiative Work?
Council on Foreign Relations , David Sacks

At last week’s G20 summit, President Joe Biden announced an India-


Middle East-Europe Economic Corridor (IMEC), which seeks to counter
the inroads China has made through its Belt and Road Initiative (BRI) by
linking India, the Arabian Gulf, and Europe. This reflects a recognition in
Washington that even though BRI has encountered serious setbacks,
Chinese leader Xi Jinping’s signature foreign policy undertaking is not
going anywhere. In addition, even a stumbling BRI poses significant
challenges to the United States, as we argued in our CFR-sponsored
Independent Task Force report. If successful, IMEC would help knit
together important regions and offer an alternative to BRI, but major
questions remain regarding financing, timeline, and viability.

The Belt and Road Initiative Turns Ten

In September 2013, during a visit to Kazakhstan, Xi Jinping proposed


building a “Silk Road Economic Belt,” later adding a “21st Century
Maritime Silk road.” Taken together, these two strands, which sought to
connect China to Central, South, and Southeast Asia, the Middle East,
Africa, and Europe would form “One Belt, One Road” (now more
commonly known as the Belt and Road Initiative). BRI has since outgrown
its original corridors, becoming global in scope. Under BRI, China has
financed and built roads, power plants, ports, railways, and digital
infrastructure. It is the world’s largest ever global infrastructure
undertaking, with China financing up to $1 trillion in infrastructure around
the world. Nearly 150 countries have signed on to BRI in some form.

China pursued BRI in hopes that it would absorb excess manufacturing


capacity, enable Beijing to put its excess savings to use, narrow the gap
between China’s affluent coastal cities and its impoverished interior, and
help secure a consistent source of inputs for China’s manufacturing sector.
New trade routes would reorient commerce away from the United States
and Western Europe and toward China, further boosting Chinese economic
growth. In addition to the domestic drivers of BRI, China could convert its
economic clout into political sway, pressuring countries not to take stances
that run counter to China’s interests on sensitive issues. China’s investments
in overseas ports would give its military greater power projection
capabilities.

BRI’s implementation has raised serious concerns about debt and


environmental sustainability. Many BRI projects were not economically
viable and have increased the debt load of already heavily indebted
countries. As the COVID-19 pandemic eviscerated the global economy,
debt crises emerged in countries that were major recipients of BRI loans,
such as Pakistan, Sri Lanka, Zambia, and Kenya. As a result, since 2019
China has spent over $100 billion bailing out developing countries in debt
distress. BRI has also financed carbon-intensive power generation, most
worryingly coal-fired power plants, locking in a reliance on fossil fuels for
decades to come.

Such concerns have led China to recalibrate the initiative. Xi has stated that
BRI will focus more on poverty alleviation, health care, and green
development. He has highlighted the need for economic and fiscal
sustainability of projects and pledged that BRI will follow international
standards for project development. Still, there remains a gap between such
declarations and how BRI is being implemented on the ground. Now, as
China is contending with its own economic issues, BRI is likely to move
forward as a less ambitious undertaking, with fewer major infrastructure
projects and increased focus on digital infrastructure, financial integration,
and people-to-people ties.

An Alternative Emerges?

While BRI has not gone according to plan, it nonetheless poses challenges
to the United States. BRI has increased debt burdens, locked countries into
carbon-intensive futures, tilted the playing field in major markets toward
Chinese companies, and drawn countries into tighter economic and political
relationships with Beijing. It has the potential to displace American
companies, set technical standards that are incompatible with U.S. products,
and push countries to politically align with China. BRI also makes it harder
for the World Bank and other traditional lenders to insist on high standards
by offering quick infrastructure packages that forego rigorous
environmental- and social-impact assessments.

Despite BRI’s many flaws, it is important to note that it is addressing a real


issue, namely the urgent and unmet need for infrastructure investment. The
World Bank has identified an $18 trillion global infrastructure gap. As
traditional lenders shifted their focus away from infrastructure, China was
willing to step into this void, and as a result is now the world’s largest
official creditor.

Although the United States has recognized that it has to offer an affirmative
vision for global infrastructure rather than merely opposing BRI, its
response has to this point been insufficient. On the positive side, under the
Trump administration the United States provided greater authorities to the
Export-Import Bank and established the Development Finance Corporation.
The Biden administration, for its part, announced an initiative titled Build
Back Better World (B3W), which seems to have been rebranded the
Partnership for Global Infrastructure Investment (PGII). PGII aims to
mobilize private capital to invest in four areas: climate change and energy
security, health and health security, digital technology, and gender equity
and equality.

Now, in an echo of BRI, the United States and its partners have introduced
IMEC, which seeks to link India, the Arabian Gulf, and Europe via railways
and shipping lines. In addition to the trade links, IMEC envisions electricity
and digital infrastructure as well as pipe for clean hydrogen export. In
Africa, a Trans-African Corridor (the Lobito Corridor) will connect Angola
to the Democratic Republic of the Congo (DRC) and Zambia, eventually
reaching the Indian Ocean. Details regarding financing and timeline,
however, have yet to be announced.

If successful, these corridors have the potential to increase supply chain


security and resilience, generate economic growth, and promote trade
among U.S. partners. European Commission president Ursula von der
Leyen, for instance, noted that IMEC would make trade between India and
Europe 40 percent faster. At the same time, the new corridors’ geopolitical
motivations are hard to miss. If the Lobito Corridor is able to increase the
production and trade of critical minerals such as copper and cobalt, it will
decrease reliance on China for the electric vehicle supply chain. IMEC can
be seen as an effort to respond to Saudi Arabia and the UAE’s tilt toward
China, facilitate economic integration between Israel and the Arab world,
and promote an alternative to Russian energy supplies.

IMEC and the Lobito Corridor are big undertakings that will take many
years to bear fruit even under the best circumstances. But there is a better
and simpler way to compete with BRI right now: reorienting the World
Bank to focus more on digital connectivity, infrastructure, and energy
access while expanding its lending capacity. Given its long history of
leadership in the World Bank and its unique position in World Bank
governance, the United States is well positioned to spearhead such efforts.
The Biden administration should be commended for beginning this process,
which could prove even more consequential than headline-grabbing
economic corridors.

Next month, attention will turn back to Beijing as Xi hosts the third Belt
and Road Forum for International Cooperation, where he will likely
introduce further tweaks to BRI. The United States, for its part, has put an
affirmative agenda on the table but has a long way to go in turning the idea
into a reality. As Washington begins to do so, it should also reinvigorate the
World Bank and introduce a trade strategy that demonstrates its
commitment to the Indo-Pacific.
El Sur Global, con el apoyo de Guterres, sube el
voltaje de cara a la Asamblea General de las
Naciones Unidas
ELMUNDO , SEBASTIÁN FEST

La Cumbre del G-77+China, que se cerró este sábado en La Habana, fue


una suerte de ensayo general para lo que pretende ser la semana próxima
una acción coordinada de varios países en la Asamblea General de las
Naciones Unidas (ONU). Todo, ante la presencia y en muchos aspectos el
apoyo del secretario general de la organización, el portugués Antonio
Guterres.

"En este momento la voz del Sur Global es indispensable para que se hagan
las reformas profundas necesarias en la arquitectura financiera
internacional. Tenemos instituciones que fueron creadas después de la
Segunda Guerra Mundial. Muchos de los países que están aquí no existían
en ese momento y no tuvieron voz", dijo Guterres en una entrevista con
Prensa Latina, la agencia oficial de noticias del régimen cubano.

La Cumbre dirigida por el presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, tuvo


como lema Ciencia, tecnología e innovación al servicio del desarrollo, algo
que Guterres, ex jefe del Gobierno portugués, considera sumamente
importante.

"Si miramos la brecha digital, en los países del norte todo el mundo dispone
de acceso a Internet, mientras que en los países del sur hay mucha gente que
no lo tiene. En el caso de las vacunas (contra el Covid), la innovación
tecnológica estaba en el Gran Norte y las vacunas no fueron distribuidas de
forma igualitaria por todo el mundo. Cuando vemos la Inteligencia
Artificial, la inversión se concentra en un pequeño grupo de países, sobre
todo los del norte, y los beneficios muy importantes que pueden salir de la
ciencia y la tecnología en esas áreas pueden incrementar dramáticamente
las desigualdades", añadió el secretario general de la ONU.
En la Cumbre abundó la retórica anti imperialista, en un revival de los años
del Movimiento de Países No Alineados, con la paradoja de un país de
ambiciones imperiales, China, como invitado especial. El representante de
Burkina Faso, por ejemplo, terminó su discurso con un "Patria o Muerte,
¡venceremos!".

Así y todo, el G-77 es un mecanismo de diálogo y cooperación avalado por


la ONU, al mismo nivel que el G-7 o el G-20. Reúne a 134 países en vías de
desarrollo y subdesarrollados de América Latina, África y Asia, aunque la
etiqueta de 'Sur Global', hoy muy en boga, es la que prevalece. Y, con la
presencia de China, reúne a tres cuartas partes de la población mundial.

En el primer día de la Cumbre, Guterres mantuvo una reunión con el líder


del régimen venezolano, Nicolás Maduro, que solicitó al portugués apoyo
para "denunciar la persecución financiera, las presiones e imposición de
medidas coercitivas unilaterales contra la República Bolivariana", según
Prensa Latina.

"¡Basta ya de persecución contra los pueblos del mundo que quieren su


independencia y construir sus propios modelos!", enfatizó Maduro, que
pidió al G-77 y China más fuerza en sus posiciones: "Hay que hacer mucho
más".

Maduro realizó esta semana una visita de Estado a China y firmó con Xi
Jinping, el presidente chino, un acuerdo de "asociación estratégica" entre
ambos países, que eleva el nivel de las relaciones bilaterales. "China seguirá
apoyando a Venezuela en sus esfuerzos por defender su soberanía", destacó
el jefe de Estado chino.

Telesur, la señal de noticias panamericana con sede en Caracas, definió a


China como "la capital de los BRICS, un sitio donde se está gestando el
nuevo mundo multipolar".

En La Habana, el rechazo al "bloqueo" de Estados Unidos a Cuba fue


unánime, y unió a tres líderes de grandes economías de América Latina, el
brasileño Lula da Silva, el argentino Alberto Fernández y el colombiano
Gustavo Petro.
"Hasta hoy, Cuba es víctima de un bloqueo económico ilegal", criticó Lula,
que enfatizó que su país "está en contra de cualquier medida coercitiva de
carácter unilateral" y rechazó que Cuba se mantenga en la "lista de Estados
patrocinadores del terrorismo". Xiomara Castro, la presidenta de Honduras,
habló del "mayor bloqueo genocida que haya conocido la historia de la
humanidad".

En un contexto en el que el Mercosur elevó el nivel de tensión con la Unión


Europea (UE) por el "anexo ambiental" en la negociación del Tratado de
Asociación entre ambos países, Lula lanzó un mensaje para que se escuche
en Bruselas: "Tenemos que aprovechar el patrimonio genético de nuestra
biodiversidad con reparto justo de los beneficios resguardando la propiedad
intelectual sobre nuestros recursos y conocimientos tradicionales".

El brasileño, que en su tercer mandato esté llevando adelante una política


exterior mucho menos pragmática que la de 2003-2011, apoyó los esfuerzos
por una industrialización sostenible y una agricultura de bajo carbono, pero
dejó otra advertencia a las principales economías de Europa y
Norteamérica: "Lo haremos sin olvidar que no tenemos la misma deuda
histórica que los países ricos por el calentamiento global".

"El principio de responsabilidades comunes, pero diferenciadas, sigue


siendo válido. Es por eso que la financiación climática debe ser garantizada
a todos los países en desarrollo según sus necesidades y prioridades",
añadió.

Lula recordó el acuerdo de cooperación para el uso pacífico de la energía


nuclear que firmaron en los años 80 Argentina y Brasil, que implicó
desactivar una hipótesis problemática en el Atlántico Sur, así como la
cooperación espacial con China. Fernández, el viernes, había enfatizado la
capacidad tecnológica de Argentina: "Vengo de un país que pone satélites
en el espacio y fabrica reactores nucleares".

Lula coincide con el inquilino de la Casa Rosada: "Los países del Sur tienen
plenas condiciones de ocupar la vanguardia de la ciencia, tecnología e
innovación". Es lo que dice también Guterres, y es lo que se escuchará la
semana que viene en Nueva York. "Cuento con este grupo, que durante
mucho tiempo ha sido paladín del multilateralismo, para que dé un paso al
frente, utilice su poder y luche por defender un sistema basado en la
igualdad", señaló el secretario general de la ONU.
Les Etats décident d’intensifier les efforts pour
atteindre les Objectifs de développement durable
ONU Info ,

« Les ODD ne sont pas qu'une simple liste d'objectifs. Ils portent les
espoirs, les rêves, les droits et les attentes de personnes du monde entier. Et
ils constituent le moyen le plus sûr de respecter nos obligations envers la
Déclaration universelle des droits de l'homme, dont nous célébrons le
75ème anniversaire », a déclaré le chef de l’ONU dans un discours.

« Pourtant, aujourd'hui, seuls 15% des objectifs sont en bonne voie.


Nombre d'entre eux reculent. Au lieu de ne laisser personne de côté, nous
risquons de laisser les ODD de côté », a-t-il prévenu, réclamant « un plan
de sauvetage mondial ».

Répondant à l'appel du Secrétaire général, les dirigeants du monde entier


ont convenu lundi au début de ce Sommet des ODD qui se déroule les 18 et
19 septembre, d'intensifier de toute urgence leurs efforts pour atteindre les
ODD, la feuille de route mondiale pour sortir des crises, d'ici 2030.

En 2015, les dirigeants du monde ont fait une promesse mondiale historique
de garantir les droits et le bien-être de chacun sur une planète saine et
prospère lorsqu’ils ont accepté l’Agenda 2030 et les 17 ODD.

Cependant, à mi-chemin de leur mise en œuvre, les ODD sont en péril. Des
dizaines de millions de personnes sont tombées dans la pauvreté depuis
2020. Plus de 110 millions de personnes sont déplacées de force. Les
inégalités se sont aggravées, de manière frappante pour les femmes et les
filles.

De nombreux gouvernements sont contraints de choisir entre le


remboursement de la dette et l’investissement dans les soins de santé et
l’éducation. L’urgence climatique fait des ravages sur les vies et les moyens
de subsistance. Les pays en développement et les populations les plus
vulnérables du monde continuent de subir le poids de ces crises.
Déclaration politique

Lundi, les dirigeants ont adopté une Déclaration politique soulignant leur
engagement collectif à construire un monde durable, inclusif et prospère
d'ici 2030.

En mettant fortement l'accent sur les moyens de mise en œuvre, et en


particulier sur le financement du développement, la Déclaration reconnaît
que sans un bond quantique dans les investissements pour permettre des
transitions justes et équitables en matière d'énergie, d'alimentation et
numérique, ainsi qu'une transformation de l'éducation et une protection
sociale solide dans les pays en développement, les objectifs ne seront tout
simplement pas atteints.

En outre, la Déclaration appelle à une action immédiate pour mettre en


œuvre les mesures de relance des ODD proposées par le Secrétaire général
de l'ONU, qui appelle à une augmentation massive du financement pour la
réalisation de ces objectifs à hauteur de 500 milliards de dollars chaque
année. Elle témoigne également du ferme soutien de tous les pays à une
réforme indispensable de l’architecture financière internationale afin de
mieux refléter l’économie mondiale d’aujourd’hui.

« Je suis profondément encouragé par le projet de Déclaration politique


détaillé et de grande envergure examiné ici aujourd’hui – en particulier par
son engagement à améliorer l’accès des pays en développement au
carburant nécessaire au progrès des ODD : le financement », a déclaré le
Secrétaire général, peu avant l'adoption de la Déclaration. « Cela peut
changer la donne et accélérer la réalisation des ODD ».

Selon lui, il y a six domaines cruciaux où des transitions urgentes sont


nécessaires : agir contre la faim ; accélérer la transition vers les énergies
renouvelables ; partager plus largement les avantages et les possibilités du
numérique ; investir dans les systèmes éducatifs pour offrir une éducation
de qualité aux enfants ; créer de nouveaux emplois décents et élargir la
protection sociale ; et cesser la guerre contre la nature.

Une action concertée et ambitieuse est nécessaire


De son côté, le Président de l'Assemblée générale des Nations Unies,
Dennis Francis, a noté qu'en dépit des engagements, 1,2 milliard de
personnes vivaient toujours dans la pauvreté en 2022 et qu'environ 8% de la
population mondiale, soit 680 millions de personnes, seraient toujours
confrontées à la faim d'ici la fin de la décennie. La communauté
internationale ne peut pas accepter ces chiffres, a-t-il dit.

« Grâce à une action concertée et ambitieuse, il est encore possible que,


d'ici 2030, nous puissions sortir 124 millions de personnes supplémentaires
de la pauvreté et réduire de quelque 113 millions le nombre de personnes
souffrant de malnutrition », a-t-il déclaré.

La Présidente du Conseil économique et social des Nations Unies


(ECOSOC), Paula Narváez, s'est dite encouragée par l’adoption de la
Déclaration politique, la qualifiant de témoignage de l’engagement
indéfectible des dirigeants en faveur de la mise en œuvre des ODD.

L’ECOSOC est au cœur du travail du système des Nations Unies sur les
trois piliers du développement durable – économique, social et
environnemental – et fournit une plate-forme de suivi et d’examen des
objectifs, a-t-elle souligné.

« Cette semaine devrait constituer un tournant pour sauver les ODD », a-t-
elle déclaré. « Nous ne devons pas laisser passer ce moment ».

Engagements mondiaux et nationaux

Plus de 100 pays doivent présenter des engagements nationaux en faveur de


la transformation des ODD incluant les transitions prioritaires et les
domaines d'investissement, établissant des références nationales pour
réduire la pauvreté et les inégalités d'ici 2027 et renforçant les cadres
institutionnels pour soutenir les progrès des ODD.

En plus de ces engagements nationaux, les pays développés et les autres


pays qui en ont la capacité doivent prendre des engagements mondiaux
individuels en s'appuyant sur la proposition du Secrétaire général d'une
relance les ODD et des moyens de mise en œuvre plus larges, tels que
respecter les engagements en matière d'aide publique au développement,
suspendre le paiement de la dette, et convenir de mécanismes de
financement innovants.

Week-end d'action ODD

Les ODD ne peuvent pas être réalisés seulement par les gouvernements. Le
week-end d'action ODD, les 16 et 17 septembre, a donné l'occasion à plus
de 3.000 personnes de tous les secteurs de la société de présenter leurs
engagements pour accélérer les progrès vers les ODD. La Journée de
mobilisation des ODD du samedi 16 septembre a vu les entreprises, la
société civile, la science, les autorités locales et les jeunes apporter des
contributions significatives à la mise en œuvre des ODD.

La Journée d’accélération des ODD du 17 septembre a mis en lumière les


initiatives des Nations Unies à fort impact qui montrent que la
transformation est possible et contribueront à donner une dynamique
d’action sur le terrain dans les années à venir. Les initiatives se concentrent
sur six transitions majeures qui favoriseront les progrès dans la réalisation
des ODD : protection sociale ; énergie ; éducation ; systèmes alimentaires ;
transformation numérique ; biodiversité et nature, soutenues par un
financement accru et d'autres soutiens, ainsi que par des actions visant à
faire progresser l'égalité des sexes.

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