Você está na página 1de 28

Notas Oficiais

Distúrbios na Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalem Oriental

Diplomacia

Inimigos, Irã e Arábia Saudita aprofundam reaproximação com


reunião de chanceleres

Política Externa Brasileira

Brasil e Angola assinam acordos em diversas áreas


'Putin não pode ficar com território da Ucrânia', diz Lula

G7

Volta do Brasil à cúpula do G7 é marcada por controvérsias e agenda


tensa

Ásia

Japão declara guerra ao pólen

Línguas Estrangeiras

Why Neutrality Is Obsolete in the 21st Century


Más falso que Judas o ir de Herodes a Pilatos: la Semana Santa y la
lengua española
Accords d’Abraham : "Les leaders palestiniens ne réalisent pas que la
région est en train de changer"
Distúrbios na Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalem
Oriental
Ministério das Relações Exteriores ,
O Governo brasileiro vem acompanhando com preocupação a escalada
da violência na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental. Neste período
de reflexão e simbolismo religioso, em que coincidem o Ramadã, o Pessach
e a Semana Santa, as investidas das forças de segurança israelenses contra
fiéis muçulmanos naquele lugar sagrado mostram-se ainda mais graves.
O lançamento indiscriminado de foguetes contra civis israelenses, a
partir da Faixa de Gaza e do território libanês, é igualmente condenável.
Ao reafirmar seu tradicional compromisso com a solução de dois
Estados, o Governo brasileiro exorta as autoridades israelenses a
respeitarem o status dos locais sagrados e conclama todas as partes
envolvidas a se absterem de represálias que apenas contribuem para a
escalada de mais tensão e violência.
Inimigos, Irã e Arábia Saudita aprofundam
reaproximação com reunião de chanceleres
O Globo ,
Os chanceleres da Arábia Saudita e do Irã se reuniram nesta quinta-feira
em Pequim, na China, para discutir a reabertura das missões diplomáticas e
outras questões de interesse comum — no primeiro encontro entre
representantes do mais alto escalão dos governos desde o rompimento dos
vínculos em 2016. Em março, as nações retomaram seus laços diplomáticos
após a intermediação do governo chinês.
No encontro, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein
Amir-Abdollahian, e seu homólogo saudita, o príncipe Faisal bin Farhan, se
comprometeram a trabalhar juntos para para levar "segurança e
estabilidade" para o Oriente Médio. Em um comunicado conjunto
divulgado após a reunião, os chanceleres também estabeleceram o
compromisso de continuar trabalhando em prol da boa relação diplomática
entre os países.
"As partes destacaram a importância de dar continuidade à aplicação do
Acordo de Pequim e sua ativação, de forma que amplie a confiança mútua e
os âmbitos de cooperação e contribua para criar segurança, estabilidade e
prosperidade na região", afirma a nota.
A Arábia Saudita cortou relações com o Irã em 2016 após manifestantes
do país terem atacado embaixada e consulados sauditas em resposta à
execução do clérigo xiita chiita Nimr al Nimr em Riad. O anúncio da
reconciliação, em 10 de março, surpreendeu a comunidade internacional.

Reabertura das embaixadas

— [As duas partes] negociaram e trocaram opiniões com uma ênfase na


retomada das relações bilaterais e medidas executivas para a reabertura das
embaixadas e consulados dos dois países — afirmou o Ministério das
Relações Exteriores iraniano.
O canal saudita Al Ekhbariya exibiu imagens dos dois ministros
apertando as mãos, conversando e sorrindo.
Mao Ning, porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores,
elogiou o encontro e destacou que os ministros "expressaram gratidão a
China por sua contribuição para a promoção do diálogo".
— A China trabalhará com os países do Oriente Médio para
implementar iniciativas (...) com o objetivo de promover a segurança,
estabilidade, desenvolvimento, prosperidade, tolerância e harmonia —
destacou Mao.
Com a retomada dos laços diplomáticos, os dois países devem reabrir
suas embaixadas e consulados no prazo de dois meses e aplicar os acordos
de cooperação econômica e de segurança assinados há mais de 20 anos.
O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, deve visitar Riad em breve. Raisi
aceitou o convite do rei Salman da Arábia Saudita, anunciou na segunda-
feira o vice-presidente do Irã, Mohamad Mokhber.

Conflito de interesses

Irã e Arábia Saudita apoiam grupos rivais em diversas áreas de conflito


do Oriente Médio, incluindo o Iêmen, onde os rebeldes houthis contam com
o apoio de Teerã, enquanto Riad lidera uma coalizão militar pró-governo.
Os dois países também disputam influência na Síria, Líbano e Iraque.
O Irã também espera restabelecer as relações com o Bahrein, grande
aliado saudita, que há alguns anos acusou Teerã de apoiar uma revolta
liderada por xiitas no reino governado por sunitas — uma acusação que o
regime iraniano nega.
Washington, tradicional aliado de Riad, recebeu com satisfação a
aproximação, mas afirmou que ainda é necessário observar se os iranianos
"cumprirão sua parte do acordo". O sucesso da China na aproximação
diplomática entre Irã e Arábia Saudita, no entanto, põe em xeque a
relevância dos Estados Unidos como principal ator de influência no Oriente
Médio.
A China é o maior parceiro comercial da Arábia Saudita, enquanto a
Arábia Saudita é um dos maiores fornecedores de petróleo do país. Ao
contrário de Washington, Pequim se posiciona como um parceiro comercial
sem compromissos.
O gigante asiático também tem interesse na estabilidade da região. Mais
de 40% de suas importações de petróleo bruto de Pequim vem do Oriente
Médio. O Golfo também é um player importante para suas rotas comerciais,
assim como um grande mercado para bens de consumo e tecnologia
chinesa. O gigante chinês de telecomunicações Huawei fornece redes 5G na
Arábia Saudita, Catar, Kuwait e nos Emirados Árabes Unidos.
Brasil e Angola assinam acordos em diversas
áreas
Diplomacia Business ,
Reuniu-se, nesta quarta-feira (5), a 7ª Comissão Mista Brasil-Angola,
mecanismo de concertação política criado em 1980.
Os ministros das Relações do Brasil, Mauro Vieira, e de Angola, Téte
António. reuniram-se em Brasília e assinaram um acordo para evitar a dupla
tributação dos lucros do transporte aéreo e marítimo internacional.
“Instrumentos como o acordo para evitar a bitributação dos lucros do
transporte aéreo e marítimo internacional, entre outros, serão assinados na
quarta-feira”, informou o Itamaraty em nota.
A Comissão Mista Brasil-Angola, também assinou memorandos de
entendimento entre os ministérios da Saúde dos dois países e entre as
agências de aviação civil do Brasil e de Angola.
“Angola tem a maior comunidade brasileira no continente africano, com
aproximadamente 15 mil pessoas. Muitos destes expatriados vivem há anos
neste país e são parte integrante da sociedade angolana, à qual estão ligados
por laços laborais e familiares”, recordou o Ministério das Relações
Exteriores do Brasil.
Os ministros também analisaram temas relacionados à CPLP e
discutiram parcerias com a comunidade lusófona, que o governo brasileiro
diz estar disseminada em países de todos os continentes.
Em 2022, as exportações brasileiras para Angola atingiram os 584,19
milhões de euros, um aumento de 56,9% face a 2021, e as importações
atingiram os 699,13 milhões de euros, um aumento de 352%.
“As exportações do Brasil para Angola incluem carnes (17%) e peças e
acessórios para veículos automotores (16%). As importações, por outro
lado, são constituídas por óleos brutos de petróleo ou minerais betuminosos
(66%) e óleos combustíveis derivados de petróleo ou minerais betuminosos
(34%), enfatizou o Itamaraty.
'Putin não pode ficar com território da Ucrânia',
diz Lula
O Globo ,
Embora evite tomar lado no conflito entre Rússia e Ucrânia, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o presidente Vladimir
Putin retire as tropas dos territórios ocupados desde o início do conflito, em
2022.
— Putin não pode ficar com o terreno da Ucrânia. Talvez nem se discuta
a Crimeia, mas o que ele invadiu (em 2022) vai ter que repensar. O
(Volodymyr) Zelensky não pode querer também tudo o que ele pensa que
vai querer. Tudo isso é assunto que tem que ser colocado na mesa.
Segundo o presidente, houve um erro estratégico quando países
desenvolvidos não “gastaram muito tempo” nas negociações de paz no
início da guerra. O petista criticou a “entrada” imediata de países do bloco
europeu e dos Estados Unidos no conflito.
— O Brasil defende a integridade territorial de cada nação. Nós não
concordamos com a invasão da Rússia na Ucrânia. Agora, nós achamos que
o mundo desenvolvido, sobretudo a União Europeia e os Estados Unidos,
não poderia ter aceitado entrar na guerra da forma como entraram, com
rapidez, sem antes gastar muito tempo tentando negociar. E negociar a paz é
muito complicado — disse o presidente, em encontro com jornalistas no
Palácio do Planato.
Lula vem defendendo a criação de um grupo para mediar a guerra na
Ucrânia formado por países dispostos a negociar a paz no Leste Europeu.
— A guerra começou e alguém tem que parar. Os dois [países em
guerra] não vão tomar a iniciativa de parar. Alguém de fora tem que ajudar.
Estou convencido que tanto a Ucrânia quanto a Rússia, estamos esperando
alguém de fora (...) A paz é mais complicada do que a guerra. Guerra é um
desejo insano, mas a guerra tem que ser construída — disse Lula.
No ano passado, uma declaração de Lula à revista Time sobre a guerra
causou mal estar com a Ucrânia. Na ocasião, ainda como pré-candidato à
Presidência, afirmou que o presidente ucraniano era tão culpado quanto o
presidente russo, Vladimir Putin, pelo conflito. O petista ainda criticou
Zelensky ao dizer que ele é “um pouco esquisito, porque parece que ele faz
parte de um espetáculo”. Em reação, a Embaixada da Ucrânia em Brasília
disse que o petista estava "mal informado" sobre o assunto.
O assessor especial internacional da Presidência da República,
embaixador Celso Amorim, esteve na semana passada em Moscou e se
encontrou com o presidente Vladimir Putin para debater a guerra na
Ucrânia. Segundo Amorim, Putin foi cordial, mas não deu indicativos de
que um acordo de paz, ou mesmo um cessar-fogo, possa ocorrer em breve.
Volta do Brasil à cúpula do G7 é marcada por
controvérsias e agenda tensa
UOL ,
O governo do Japão afirma que decidiu convidar o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva para a cúpula do G7 com o objetivo de ouvir o
posicionamento do Brasil em alguns dos principais temas internacionais.
Mas a participação do país ocorre num momento de tensão e numa agenda
estabelecida pelos organizadores que pode representar pontos de profunda
discordância em relação aos objetivos da política externa brasileira.
A reunião entre os líderes ocorre em Hiroshima entre os dias 19 e 21 de
maio e a presença de Lula marca um retorno do Brasil ao grupo, depois de
anos ignorado e preterido. Jair Bolsonaro não foi convidado a nenhuma das
reuniões do G7, bloco formado por EUA, Reino Unido, França, Alemanha,
Canadá e Itália, além do Japão. Nos últimos anos, os presidentes do Chile
ou da Argentina foram convidados pelo grupo e representaram a América
Latina.
Segundo o embaixador do Japão, Kazuyuki Yamazaki, desta vez o
Brasil será o único país sul-americano convidado ao evento. O fato de ser
um dos principais membros dos Brics também foi considerado na escolha.
Além dos integrantes do bloco, a cúpula do G7 optou por chamar a
participação de outros oito países. São eles:

Austrália
Coreia do Sul
Vietnã
Brasil
Índia (na condição de presidente do G20)
Indonésia (na condição de presidente da Asean)
Comoros (como presidente da União Africana)
Ilhas Cook (como presidente do Fórum das Ilhas do Pacífica)

Também serão convidados os líderes de entidades como a OMS, OMC,


Banco Mundial, FMI e OCDE.
"O Brasil é o único do país da América do Sul que participará. É o
maior e queremos ouvir a visão e perspectiva do Brasil sobre os principais
temas da agenda", disse o embaixador japonês. "Em todos os temas, o
posicionamento brasileiro é relevante", insistiu.
Itens da agenda da reunião como mudanças climáticas e o
abastecimento de alimentos serão fundamentais na presença brasileiro.
Pesou, segundo os organizadores, o fato de o governo Lula manter um
"intenso engajamento diplomático com os principais líderes mundiais".

Sanções contra a Rússia e recados contra a China

Na cúpula de Hiroshima, a diplomacia japonesa não deixa dúvidas de


que a guerra na Ucrânia estará no centro do debate. Mas insiste que o
recado que governos querem dar é o da necessidade de se defender a
estabilidade da ordem internacional e condenar a agressão russa. "Estamos
em ponto histórico", disse o embaixador.
Fontes diplomáticas brasileiras também revelaram ao UOL que o
presidente levará ao G7 o resultado de suas reuniões com Xi Jinping, que
ocorre na próxima semana, e o diálogo que irá manter com o chanceler
russo, Sergei Lavrov, no dia 17 de abril em Brasília.
Lula ainda defende o estabelecimento de um grupo de facilitadores que
poderão ajudar a criar diálogo entre russos e ucranianos para permitir o fim
da guerra que já dura mais de um ano.
Tóquio deixou claro que dois pontos nortearão sua posição sobre o
conflito:
Um apelo para o fim da agressão militar por parte da Rússia e a
retirada das tropas da Ucrânia.
Um engajamento diplomático para estabelecer um acordo de paz
Mas num documento da missão do Japão na ONU sobre o evento, dois
pontos se destacam e revelam que a agenda não vai inteiramente na direção
do posicionamento internacional do Brasil.
Um deles é a disposição dos líderes do G7 para usar o evento para
ampliar a pressão contra Vladimir Putin. "O G7 continuará a promover
fortes sanções contra a Rússia e apoio para a Ucrânia", diz.
O Brasil, apesar de pressionado pelo governo americano, jamais
implementou sanções contra o Kremlin. De fato, o volume de comércio
entre Brasil e Rússia aumentou desde a eclosão da guerra.
Outro ponto de potencial atrito se refere à relação com a China. "O G7
irá reafirmar e fortalecer a cooperação pela Abertura e Liberdade da Região
Indo-Pacífica", diz o documento. Segundo diplomatas, trata-se de um
recado velado de unidade do bloco contra qualquer gesto de Pequim em
Taiwan ou em águas internacionais. O Brasil já deixou claro que quer uma
relação privilegiada com os chineses e que não fará parte de uma ofensiva
internacional anti-China.
No documento, outros os pontos principais foram apresentados para a
cúpula que terá a presença de Lula, Joe Biden, Emmanuel Macron e outros
líderes:

Desarmamento Nuclear

Um compromisso internacional de recusa ao uso de armas nucleares.

Resiliência econômica

G7 irá trabalhar em temas como a resiliência das cadeias de


fornecimentos.

Clima e Energia

O governo do Japão aponta que, apenas da importância da garantir


abastecimento de energia diante da agressão russa contra a Ucrânia, a meta
de redução de emissões até 2050 precisa ser mantida. Na cúpula, o G7
mostrará um rascunho do projetos para se atingir tais objetivos climáticos.

Alimentos

Diante da crise de commodities, o governo do Japão afirma ser urgente


garantir um acesso seguro e viável aos alimentos e desenvolver resiliência.
Com esse objetivo, o G7 irá identificar vulnerabilidades estruturais no
sistema de alimentos.

Saúde
Com base nas lições da pandemia, o G7 quer construir e fortalecer a
arquitetura de saúde global, com especial atenção dada para prevenção,
preparação e respostas a futuras pandemias. A meta é ainda a de promover
um debate sobre uma cobertura universal de saúde mais resiliente e
sustentável.
Japão declara guerra ao pólen
Agência Brasil ,
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, prometeu combater a
febre do feno, uma alergia ao pólen que se tornou problema de saúde
pública no país e que requer ação governamental urgente.
O pólen dos cedros e ciprestes, considerada “doença nacional”, dificulta
a vida de 40% da população japonesa.
Em Tóquio, os níveis de pólen atingiram o máximo numa década, e o
primeiro-ministro já afirmou que a febre do feno se tornou “problema
nacional”. Ele garantiu que o governo busca uma resposta. “Queremos
obter resultados”.
A reação de Kishida surge depois de um deputado do Partido Liberal
Democrático descrever a alergia como “doença nacional” e garantir que o
atual primeiro-ministro “entraria para a história” se a erradicasse.
Cerca de 40% da população japonesa apresentam sintomas de febre do
feno – incluindo comichão, olhos lacrimejantes e espirros – assim que os
cedros e ciprestes começam a liberar o pólen no início do ano. O último
surto explica o motivo pelo qual os japoneses mantêm o uso da máscara em
ambientes externos, apesar da suspensão da medida.
A prevalência da febre do feno no Japão é atribuída a um programa de
reflorestamento pós-guerra, durante o qual foram plantadas árvores em
ritmo avançado para ajudar na reconstrução do país.
No entanto, quando nas décadas de 70 e 80 o preço do material de
construção importado baixou, as florestas japonesas começaram a crescer, o
que levou ao aumento do pólen no ar.
A estação do pólen este ano já levou a uma corrida desenfreada aos anti-
histamínicos e outros produtos - como sprays nasais e óculos de proteção.
Algumas lojas registraram duplicação de vendas em comparação com os
primeiros três meses de 2022.
A Intage, empresa de pesquisa e análise de marketing, afirmou que as
vendas de tratamentos como sprays nasais anti-inflamatórios duplicaram na
semana de 27 de fevereiro, enquanto as gotas oftalmológicas antialérgicas
aumentaram 233%.
Segundo a Associação Meteorológica do Japão, as temperaturas quentes
pioraram a situação dos doentes, com a liberação do pólen começando duas
semanas mais cedo.
O Ministério do Ambiente divulgou alerta para Tóquio e mais 11
prefeituras, que deverão registrar o mais elevado índice de pólen de cedro
em dez anos. Algumas empresas chegam a fornecer aos empregados auxílio
para a febre do feno, a fim de ajudar a custear o tratamento.
Estudo de 2020 sobre pacientes com febre do feno mostra que cerca de
80% revelaram que os sintomas desapareciam mais rápido com o
tratamento.
A população espera que o plano do governo inclua o reflorestamento
com árvores que libertem menos pólen e a produção de um tipo de arroz
que alivia a febre do feno.
O maior fabricante japonês de máscaras descartáveis afirmou que “com
uma quantidade de pólen tão elevada este ano, é pouco provável que a
utilização de máscaras termine rapidamente”.
Why Neutrality Is Obsolete in the 21st Century
Foreign Policy , Franz-Stefan Gady
The Italian diplomat Niccolò Machiavelli had his doubts about the
wisdom of a state remaining neutral, as it usually risks alienating both sides
in a conflict. “He who conquers does not want doubtful friends who will not
aid him in the time of trial,” he wrote in his 16th-century strategy manual,
The Prince. “And he who loses will not harbor you because you did not
willingly, sword in hand, court his fate.”
Following Russia’s brutal invasion of Ukraine in February 2022, two
formerly neutral European states—Finland and

Sweden—have heeded Machiavelli’s advice. Today, Finland joins NATO as


its newest member, and neighboring Sweden

will soon follow. Europe’s four remaining traditional neutrals—Austria,


Ireland, Malta, and Switzerland—are sticking to

their neutrality for now. Ireland, which has de facto disarmed, claims to be
militarily neutral if not politically so; but the

country is slated to train Ukrainian soldiers and has been cozying up to


NATO since the outbreak of the war. Austria and

Malta likewise insist they are militarily neutral but not “not neutral on
values.” Switzerland is the most

uncompromising of the bunch, remaining both politically and militarily


neutral, going as far as refusing to grant other

countries permission to re-export Swiss-made weapons to Ukraine. To


Kyiv, the Swiss government’s stance goes beyond

neutrality by actively undermining Ukrainian defense capabilities, Ukraine


Ministry of Internal Affairs advisor Anton

Gerashchenko tweeted. Critics argue that neutrality, like pacifism, leaves


the victim of aggression to its fate.
Yet out of Europe’s four remaining neutrals, it is only Switzerland that
maintains relatively robust conventional

defenses capable of fielding a credible military deterrent against a potential


aggressor. Even though they are not part of
NATO, Austria, Ireland, and Malta have de facto outsourced their territorial
defense and security to the alliance, with

the implicit expectation that it will come to their aid when needed. This
enabled each of the three to spend less than 1 percent of GDP on their
armed forces before Russia’s attempt to conquer Ukraine. Although the
three countries have

announced defense spending increases, these will not be enough to boost


military capabilities and readiness to a level

where they would be able defend against another nation-state in a high-


intensity conflict any time soon.

How long can these neutrality doctrines survive in the 21st century without
becoming a security risk for the states

practicing them? Maintaining neutrality will become more difficult for two
main reasons. First, the existence of

European neutrals is much less useful to non-neutrals today than it was


during the Cold War, when it served the

purposes of both East and West. Not only will great powers be less inclined
to respect neutrality in the future, but the

European Union, too, will increasingly find its neutral members an obstacle
as the bloc tries to develop a common

security and defense policy. Second, at the military level, 21st-century


warfare increasingly requires highly integrated,

sophisticated, and interoperable capabilities in all domains that small,


neutral powers simply cannot afford on their

own.

Proponents of neutrality argue that as long as neutral states remain useful to


larger powers or alliances, they have little

to fear. And it’s true that neutral powers have historically been useful as
military buffer states or diplomatic gobetweens. A good example is Austria
during the Cold War: For the Soviet Union, a neutral Austria was useful
because it

cut the land bridge between NATO allies Italy and West Germany. A weak
Austria also offered the Soviets a potential

route for a rapid flanking attack on NATO forces in southern Germany.


Similarly for NATO, Austria’s status as a buffer

state gave the alliance the option of a forward defense on Austrian territory;
the Austrian military, which saw itself as a

secret NATO ally throughout the Cold War, would presumably have joined
NATO’s forces. Austria’s official Cold War

neutrality was very profitable for Vienna, which turned itself into a
diplomatic hub by enticing international

organizations—including the Organization for Security and Cooperation in


Europe, OPEC, and various United Nations

bodies—to establish their headquarters there.


However, the end of the Cold War also ended Austria’s utility as a
buffer state. Russia’s attacks on Ukraine in 2014 and

2022 show that staying out of alliances, as Ukraine did, offers no protection
from a revisionist great power. What’s more,

the idea that neutral powers can be successful conveyors and mediators
between hostile powers is generally not borne

out by history. Neutrality is no precondition to facilitating a post-war


settlement; one of the most successful cases of

peace brokering in European history was the Congress of Vienna, where the
hosting Austrian Empire was clearly on the

side of the Napoleonic Wars’ victors. Similarly, the United States’ and
France’s intervention in the Balkan Wars did not

keep them from supervising negotiations to end these conflicts at Dayton,


Ohio, in 1995 and Rambouillet, France, in

1999. Nor is a neutral state necessarily a better location for multilateral


diplomacy; the United Nations’ headquarters in

New York are at least as important a diplomacy hub as the organization’s


offices in Vienna and Geneva. The latter cities

are good diplomatic hubs not because of their neutral status, but because
they have easily accessible airports, plenty of

five-star hotels, and excellent conference infrastructure.


Today, Austrian, Irish, and Maltese neutrality contributes to the EU


remaining a weak player in security and defense.

There are of course many other reasons why the EU is unlikely to become a
European alternative to (or complement of)

NATO, including: “the absence of a common European threat perception, a


lack of financial resources, a shortage of

creative policy proposals, successive U.S. governments poised to blockade


the EU’s ambitions, and member states

unwilling to delegate power over defense to the supranational level.” But


neutral members contribute to this weakness,

not least because the so-called Irish clause of the EU’s Lisbon Treaty
effectively gives countries such as Austria and

Ireland an opt-out when it comes to providing military support to a fellow


EU member state under attack. Some EU

members’ neutrality can also be readily exploited by countries such as


Russia to drive wedges between members of the

bloc via influence campaigns. Neutrality also leads to fissures in military


support for Ukraine: Austria, Ireland, and

Malta have abstained from decisions to arm Ukraine under the European
Peace Facility financing instrument. This is

weakening the EU’s response to Russia’s invasion.


Military neutrality also makes less and less practical sense when one
considers the future character of warfare. Western

armed forces are adopting a doctrine of multi-domain operations, which


require the coordinated use of military

capabilities in multiple domains such as air, sea, land, space, and


cyberspace—and the ability of allied countries to do

so jointly, smoothly, and quickly. The fuel for these highly complex military
operations is intelligence, surveillance,

reconnaissance, and other types of data collection using multiple sources


such as satellites, uncrewed aerial vehicles,

and cyberspace operations that feed into command, control, and


communications to create a sophisticated picture of

the battlespace or overall strategic environment. Given the relatively limited


capabilities of European militaries, sharing

data and technologies across allied militaries will be key to future military
effectiveness. The militaries of neutral

countries would be largely cut out of these arrangements. Classification


issues and a general lack of trust make it

difficult for NATO members to share sensitive real-time tactical data with
Austria or Ireland in a military crisis. Even

short of crisis, neutrality already makes it difficult for some NATO member
states to share data with these countries on a

permanent basis—for example, on cyber threats.


It’s an open secret that Austria and Ireland are de facto NATO militaries
—they have adopted NATO standards for

operational concepts, doctrines, procedures, and munitions. But maintaining


interoperability with NATO partners will
become increasingly more challenging as sensitive data will not be shared
with non-alliance members. In addition,

Europe’s neutrals would not be permitted to participate in large-scale


military exercises focused on multi-domain

operations in a high-intensity war. Multi-domain operations, after all, is an


advanced version of combined arms

operations, which require constant training and practice. In other words,


future combined arms training would be

extremely difficult for Austria and Ireland.


Finally, their status will prevent Europe’s neutrals from pooling and sharing
military capabilities at the operational

level, where it matters most in a military crisis. Within NATO, there are
already discussions about various countries

specializing in different capabilities to save cost. One country might


provide offensive cyber capabilities, another could

provide advanced electronic warfare capabilities, and a third could


specialize in air defense. Neutral countries would be

left out of these arrangements—and would need to invest in capabilities


across all domains to mount a tenable defense.

That is an unlikely proposition. At the very least, Austria would have to


triple its defense spending—to 3 percent of GDP

—for decades to come.


From both diplomatic and military perspectives, the Austrian, Irish, and
Maltese governments’ case for maintaining

neutrality is weak—unlike Switzerland’s, since the Swiss maintain an


effective military. For the former countries,

neutrality could endanger their military security should the United States or
NATO not intervene in times of crisis.

Naturally, this security free-riding is breeding resentment among non-


neutrals, most of which spend a significantly

higher share of GDP on defense or have plans to do so. Austria, Ireland, and
Malta expect others to fight on their behalf,

while they are unwilling to do the same for their neighbors. For Europe’s
last neutrals, it’s time for a genuine, openminded discussion about the
diplomatic and military utility of neutrality in the 21st century.
Más falso que Judas o ir de Herodes a Pilatos: la
Semana Santa y la lengua española
The Conversation , Manuel Casado Velarde
Todo lo que forma parte de la vida, creencias y afanes de las sociedades
humanas acaba por dejar huella en sus lenguas –“la lengua es el archivo de
la historia”, escribió el filósofo y poeta estadounidense Ralph Waldo
Emerson– y afectar a los modos de expresarse sus hablantes y de estar
“instalados en el mundo”, por decirlo con palabras de Martin Heidegger.
La temprana evangelización de los habitantes de Hispania, cuyo
comienzo se remonta a la época apostólica (siglo I de nuestra era) –
pensemos en Santiago el Zebedeo y, posiblemente, también en san Pablo–,
tuvo repercusiones de gran calado en las diferentes manifestaciones de la
actividad lingüística, ya sea creando palabras nuevas, o bien dando nuevos
significados a las ya existentes.

Las nuevas realidades evangélicas

De entrada, hubo que empezar denominando las nuevas realidades que


anunciaba el mensaje evangélico: Mesías o Cristo, apóstol, obispo,
bautismo, misa, domingo, pascua, iglesia, penitencia, ángel, demonio,
cementerio…
La antroponimia, con los nuevos nombres de pila (bautismal, por
supuesto) que se fueron difundiendo, experimentó un vuelco importante, e
incluso la misma toponimia: nombres de ciudades como Santiago o Santa
Cruz, Santa Fe, San Juan, San José, San Francisco, San Antonio, Los
Ángeles, La Paz, luego trasplantados a América.
Apenas hay esfera de la vida en la que no haya dejado su impronta, y no
solo a través del idioma, la fe y el modo de vivir de los cristianos:
calendario, festividades y vacaciones, edificaciones, saludos y despedidas,
patronos, romerías, gastronomía, etc.

Refranero de origen cristiano


Y, como no podía ser menos, los personajes y acontecimientos de los
libros sagrados –tanto del Antiguo como del Nuevo Testamento– pasaron a
formar parte del acervo idiomático de andar por casa.
Por citar solo a personas o hechos asociados con las conmemoraciones
que se celebran en estos días, sirvan de ejemplo comparaciones
emblemáticas como ser alguien más falso que Judas, llorar como una
Magdalen_a o estar más alegre o contento que unas pascuas; enunciados o
frases como andar o ir de Herodes a Pilatos (ir de mal en peor en un
asunto), lavarse las manos (como el gobernador romano recién citado), estar
hecho un ecce homo, armar o montar el cirio, beber o apurar el cáliz, ser
_alguien un cirineo (persona que ayuda a otra en algún trabajo penoso), o
un Barrabás (persona mala, traviesa, díscola), hacer una barrabasada;
vocablos como Dolorosa, resurrección, hosanna, aleluya, escriba, fariseo; o
interjecciones como ¡por los clavos de Cristo! o ¡santas pascuas!

Los dolores y la cruz

Para referirnos a lo que se nos hace costoso o nos produce dolor, la


lengua española proporciona frases que incluyen expresiones como
Calvario o Gólgota, Getsemaní, vía crucis y calle de la amargura.
Sólo para la palabra cruz, el Diccionario común de las Academias de la
lengua registra más de cuarenta expresiones o locuciones.
El rótulo latino de la cruz (Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum), reducido a
las iniciales inri –la madre de todas las siglas que vendrían a lo largo de los
siglos, en particular en estos siglos de siglas en que vivimos–, campa en la
difundida locución para más (o mayor) inri.
¿A quién no le resultan familiares los nombres de Emaús, Pilatos,
Verónica, Nicodemo o José de Arimatea?
Algunos de los nombres que protagonizan los relatos bíblicos de estas
celebraciones pascuales se encuentran incluidos como nombres comunes en
los diccionarios de la lengua. Así, por ejemplo, herodes es un “hombre cruel
con los niños”, judas es un “hombre alevoso, traidor”, magdalena es una
“mujer penitente o arrepentida de sus pecados” y verónica se emplea
metafóricamente para un lance del toreo.

Conocer la historia y la religión


Preocupan, con razón, las carencias en la competencia lingüística de los
jóvenes. No hace falta que, de pascuas a ramos, nos lo recuerden los
informes PISA u otros similares. Es posible, en cambio, que nos cause
menos desazón la ignorancia de las raíces y tradiciones de nuestra cultura y
civilización.
Pero no se puede separar la lengua y la cultura; la civilización y el
idioma que le ha servido de cauce expresivo durante siglos. En los países
occidentales de tradición judeocristiana, no conocer los valores que han
configurado su vivir durante siglos se traduce en inhabilidad lingüística. Lo
mismo ocurre con el inmenso y rico mundo de las bellas artes (arquitectura,
escultura, pintura, música, literatura), que se torna opaco, en buena medida,
cuando se desconocen los referentes que venimos comentando.
¿Más motivos para ponderar la importancia del conocimiento de la
historia y de la religión? Otro gallo catará, o cantaría, por emplear una
expresión más, tomada de las celebraciones de la Semana Santa, si se
atendieran mejor los contenidos (y no solo las destrezas y habilidades) en
las enseñanzas secundarias.
Accords d’Abraham : "Les leaders palestiniens ne
réalisent pas que la région est en train de
changer"
France 24 ,
Avocat spécialisé dans les droits de l’Homme, chercheur éminent au
sein du groupe de réflexion du Washington Institute for Near East Policy,
Ghaith al-Omari est un acteur reconnu du processus de paix israélo-
palestinien, au point mort depuis 2014.
L'ancien négociateur palestinien, présent notamment au sommet de
Camp David en 2000 et aux pourparlers de Taba en 2001, fut conseiller du
président de l’Autorité palestinienne Mahmoud Abbas jusqu’en 2006. Il
était de passage à Paris en mars pour la présentation du projet "Murmuré
depuis Gaza", une série de courts-métrages animés, à l'Assemblée nationale.
L’occasion pour Ghaith al-Omari d’accorder un long entretien à France
24. Après avoir abordé le désarroi de la jeunesse palestinienne et la
situation politique en Cisjordanie occupée et l’avenir du leadership
palestinien, il se penche dans ce troisième et dernier volet sur les accords
d’Abraham signés en 2020, sous l'égide des États-Unis.

France 24 : Alors que la cause palestinienne reste populaire


dans la rue arabe, les pays signataires des accords d’Abraham
ont ouvert une nouvelle ère dans la région. Est-ce aux dépens
des Palestiniens ?

Ghaith al-Omari : Je ne pense pas que les signataires de ces accords


aient tourné le dos aux Palestiniens. Nous assistons à une toute nouvelle
façon de faire de la politique au Moyen-Orient, impulsée par les pays du
Golfe. Ainsi, les pays arabes qui se sont engagés dans cette voie l'ont fait au
nom de leurs intérêts légitimes, et ils ont tout à fait le droit de le faire. Je
pense que les leaders palestiniens ne réalisent pas que la région est en train
de changer. Ils vivent toujours dans le passé, pensant toujours que les jours
de Gamal Abdel Nasser [le président égyptien porte-flambeau du
panarabisme, NDLR] reviendront. Or ils ne reviendront pas. Le bon vieux
temps des idéologies disparaît lentement, les temps du panarabisme, du
panislamisme, du nassérisme ne sont plus dominants.
C'est une réalité. La question qui se pose donc aux Palestiniens, alors
que tout le monde est concentré sur ses propres intérêts, est de savoir s'ils
peuvent trouver un moyen de tirer profit de la nouvelle donne, ou s'ils se
contentent de rester sur la touche et regarder l'Histoire passer devant eux. Je
pense qu'il y a des moyens d'en tirer profit. J'ai été négociateur palestinien
et je peux vous dire que lorsque nous avions besoin de faire pression d’une
manière efficace sur le gouvernement israélien, nous faisions d'abord appel
à Washington, bien sûr, puis ensuite à Amman et au Caire. Pourquoi ? Parce
que les pays arabes qui ont des relations avec Israël ont aussi des leviers
pour faire pression sur ses dirigeants. Aujourd'hui, de nouveaux pays arabes
disposent de nouveaux leviers. N'oublions pas que les Émirats arabes unis
ont signé les accords d'Abraham avec Israël à condition que le
gouvernement israélien cesse les annexions de territoires palestiniens. En
quelque sorte, ils ont donc déjà fait leur part. Les dirigeants palestiniens ont
donc le choix entre aller voir ces pays et leur dire qu’ils respectent leurs
décisions de nouer des liens avec Israël, et voir comment ils peuvent
bénéficier de ces accords, ou alors faire ce qu'ils font actuellement, c'est-à-
dire condamner cette nouvelle donne et refuser de s'y associer.

Quels peuvent être ces bénéfices pour les Palestiniens ?

S'ils s'engagent, ils obtiendront un soutien politique arabe accru. Nous


avons récemment vu, durant le mois de février, que les Émirats arabes unis
étaient prêts à parrainer une résolution du Conseil de sécurité de l'ONU
pour soutenir les Palestiniens contre la construction et l’expansion de
colonies israéliennes. Au-delà du soutien politique, il peut également y
avoir des possibilités dans le domaine économique. Je vais prendre un
exemple. Il y a deux ans, Israël, la Jordanie et les Émirats ont signé un
accord en partant d’une équation à résoudre : les Israéliens sont en pointe
dans le domaine de la désalinisation de l'eau de mer, mais ont de gros
besoins en électricité, en particulier dans le sud du pays. De son côté, la
Jordanie est un leader régional en termes de production d'énergie propre, en
partie grâce à l’énergie solaire, mais reste l’un des pays les plus pauvres en
eau. Quel fut donc le marché conclu ? Construire des champs solaires en
Jordanie et des usines de dessalement en Israël, de sorte que les uns et les
autres exportent de l'électricité et de l'eau pour répondre aux besoins de
chacun. Ce sont les Émirats arabes unis qui financent le tout, sachant que
tout excédent vendu commercialement rapporterait de l'argent aux Émiratis.
C'est un accord triplement gagnant. Or les Palestiniens auraient été de
parfaits candidats pour ce genre de deal. Il y a beaucoup d'idées de projets
comme celle-ci qu’ils peuvent intégrer. Il y a beaucoup à gagner, mais ils
doivent faire le choix d'adhérer à la nouvelle réalité. La région change et ces
accords d’Abraham sont là pour rester – d’ailleurs, on peut voir que malgré
la tension actuelle entre le gouvernement israélien et ses partenaires arabes,
leurs relations économiques et sécuritaires continuent à se développer.

Au regard de la donne politique actuelle en Israël, ces accords


d’Abraham jouent-ils un rôle dissuasif à l’égard du
gouvernement le plus à droite de l’histoire israélienne ?

Les considérations politiques israéliennes resteront principalement


d'ordre intérieur, comme pour tous les pays de la planète. Mais avec les
accords d'Abraham, Israël doit désormais réfléchir à deux fois avant de
prendre certaines décisions. Je peux vous dire de source officielle
israélienne que le Premier ministre Benjamin Netanyahu, l'establishment
diplomatique et la communauté du renseignement israéliens sont très
sensibles aux critiques émanant des Émirats arabes unis, de Bahreïn et du
Maroc. Les Israéliens se sont presque habitués aux critiques en provenance
de l'Égypte et de la Jordanie. Ils ne les prennent pas tellement au sérieux,
mais lorsque leurs nouveaux partenaires émettent des critiques, ils les
écoutent parce que ces accords sont très populaires en Israël. Nous savons
par exemple que le ministre de la Sécurité nationale, Itamar Ben Gvir,
voudrait multiplier les provocations à Jérusalem. Or c'est la crainte de voir
les Émirats arabes unis, qui ont développé des relations très profondes et
très rapides avec Israël, couper les relations qui pousse Benjamin
Netanyahu à faire pression sur son ministre pour qu'il s'abstienne de passer
à l’action. Il ne réussit pas tout le temps, il ne veut peut-être pas réussir tout
le temps, mais cela met une nouvelle pression sur Israël. Sans elle, je pense
que les éléments extrémistes de ce gouvernement seraient beaucoup plus
forts qu'ils ne le sont aujourd'hui.
D’un point de vue plus général, le conflit israélo-palestinien,
autrefois question centrale des relations internationales, semble
avoir été relégué au statut de simple conflit régional. Partagez-
vous ce constat ? Ce déclassement a-t-il facilité la conclusion
des accords d’Abraham ?

Aujourd'hui, lorsque la communauté internationale observe le monde,


elle y voit des menaces bien plus importantes : la guerre en Ukraine, la
montée en puissance de la Chine, la menace nucléaire iranienne – sans
parler des situations au Yémen, en Syrie et en Libye. En termes de risques,
la question israélo-palestinienne qui nous concerne a donc été éclipsée par
d’autres conflits. Dans les années 1990 et jusqu’au début des années 2000,
il y a eu un sens de l’opportunité, l'idée que si vous investissez
politiquement dans le conflit israélo-palestinien, vous pouvez obtenir des
résultats. Aujourd'hui, il n'y a plus cette possibilité : les Occidentaux et les
acteurs régionaux ont compris que les Palestiniens sont trop faibles pour
conclure un accord, et que les Israéliens ne sont pas intéressés par cette
perspective. Les leaders politiques cherchent donc des opportunités ailleurs,
et c'est pourquoi les accords d'Abraham sont populaires. Si vous êtes un
dirigeant, voudriez-vous vous engager dans quelque chose qui va échouer ?
Alors oui, le monde est passé à autre chose. Et c'est en fin de compte aux
Palestiniens et aux Israéliens de convaincre le monde de se réengager sur ce
dossier. Paradoxalement, les politiques extrémistes et parfois racistes de
l’actuel gouvernement israélien attirent l'attention et suscitent beaucoup de
réactions internationales. Il est presque sans précédent que l'ambassadeur
d'Israël soit convoqué au département d'État à Washington, comme il le fut
récemment. Même les nouveaux alliés d'Israël, comme les Émirats arabes
unis, se retrouvent à le critiquer en permanence. C'est une chose d'ignorer
ce conflit, mais si la situation dégénère, en particulier du côté de Jérusalem,
cela peut avoir des répercussions sur le monde arabe et le monde
musulman. C'est donc un rappel que cette question ne peut pas être
complètement ignorée.

Você também pode gostar