Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Além Lula, dona Marisa, Paulo Okamoto e Léo Pinheiro, outras quatro pessoas
passaram a ser réus nessa ação.
O ex-presidente Lula é investigado pela Lava Jato em Curitiba também pelas
reformas no sítio em Atibaia que o ex-presidente afirma não ser dele. Lula já é réu
numa outra ação que está na Justiça Federal em Brasília, acusado de tentar
atrapalhar as investigações da Lava Jato.
A defesa de Paulo Okamoto afirmou que as denúncias não tem provas ou justa
causa e não poderia ter sido recebida; que não há corrupção ou vantagem ilícita no
pagamento para a conservação de um acervo de ex-presidente; e que vai recorrer.
Movimento faz ato na Câmara para melhoria
da educação no país
O movimento Todos Pela Educação fez um ato na quarta-feira (21)
na Câmara dos Deputados para pedir prioridade no ensino de
qualidade, principalmente nas escolas públicas.
Thalisson, Isabelly e Tábata: de escolas públicas, mas histórias
diferentes. A sala de aula levou Tábata da periferia de São Paulo
para a Universidade de Harvard.
“A gente focar só muito no esforço é ruim. Tem que entender que
tem que ter a oportunidade e toda a estrutura familiar pra você
aproveitar a oportunidade”, afirma a cientista política Tábata
Amaral de Pontes.
Thalisson não teve a mesma sorte. Está fora da escola há quatro
anos. Colheu tomate na roça, hoje trabalha no desmonte de
sucatas. “Reprovei uma vez só e pronto... Saí”, conta.
No terceiro ano, a turma de Isabelly mudou de professor três vezes. Depois, ela
trocou de escola. Agora, no sétimo ano, tem dificuldades no aprendizado. A
mãe insiste. Sabe que o futuro da filha depende da educação.
“Eu acho que mais na frente ela vai ter alguma dificuldade em concorrer num
concurso, na faculdade”, diz a mãe de Isabelly, Denise Farias Moreira.
22% das crianças com oito anos são analfabetas; um ano a mais na escola
aumenta em 10% o salário; a cada 1% a mais de jovens na escola, os
homicídios caem 2%; e educação depende de professor, que precisa ser
valorizado.
“Quando eu escolhi ser professora, meu pai tinha orgulho de dizer ‘minha filha
é professora’, e hoje nós não vemos mais isso”, lamenta a professora Lenita da
Costa Fogaça.
A educação muda a realidade em todas as áreas: economia, emprego, renda, saúde,
violência. O problema é saber de tudo isso e não fazer nada. Essa é a razão da
sessão especial dia 21 na Câmara: a sociedade foi cobrar prioridade para a
educação.
O movimento Todos Pela Educação, que completa dez anos, promoveu o ato.
Presentes, educadores, alunos, parlamentares, gestores. A década de luta rendeu a
criação do piso nacional para o magistério, a ampliação da matrícula obrigatória de
4 a 17 anos, por exemplo - mas ainda falta muito.
“Precisa ter coragem de realmente colocar educação como a prioridade. Então, a
educação é a obsessão que o país tem que ter de melhorar, poder mudar de
patamar de desenvolvimento. A educação é o maior valor que a gente pode ter
como sociedade”, declara a presidente do movimento Todos Pela Educação, Priscila
Cruz.
Thalisson ainda quer trocar a sucata pela caneta: “Com os estudos tu vai ter alguma
coisa na frente. Sem os estudos, não”.
STF permite que identidade contenha nome
do pai afetivo e do biológico
O Supremo Tribunal Federal (STF) fixou no dia 22, o entendimento de que uma
pessoa pode ter, em seu documento de identificação, o registro de seu pai
biológico e também o do pai socioafetivo – aquele que, mesmo não tendo laços
de sangue, cria a criança.
A decisão se baseou em julgamento no dia 21, em que os ministros negaram o
recurso de um homem que, apesar de ser o pai biológico de uma mulher,
buscava retirar dela o direito de herança e pensão. Ele argumentava que ela não
deveria ter acesso aos benefícios por ter sido criada e registrada por outro
homem, que a acolheu como filha.
A Corte não só manteve os benefícios, como também deu a ela o direito de
mudar sua identidade, para constar o nome do pai biológico.
Segundo o relator da ação, ministro Luiz Fux, a decisão também permite que
uma pessoa inicialmente registrada com o nome do pai de criação possa
escolher entre manter o sobrenome dele, trocá-lo pelo do pai biológico ou
manter ambos em seu documento de identidade.
Nós decidimos que a paternidade afetiva convive com a paternidade biológica. Isso significa
que é possível que uma pessoa registrada em nome do pai socioafetivo depois promova
também o registro do pai biológico. Na prática, ela pode ter os dois nomes. O filho pode
escolher, ou dois ou um. "
"Nós decidimos que a paternidade afetiva convive com a paternidade biológica. Isso significa
que é possível que uma pessoa registrada em nome do pai socioafetivo depois promova
também o registro do pai biológico. Na prática, ela pode ter os dois nomes. O filho pode
escolher, ou dois ou um. O biológico, o afetivo, ou os dois, concomitantemente", disse Fux.
Para viabilizar a emissão de documentos com dois nomes de pai, é possível agora que
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tenha de regulamentar o assunto. Cabe ao órgão ditar as
regras para todos os cartórios do país.
Nesta quinta, os ministros voltaram a se reunir para discutir como a decisão deverá ser
aplicada a outros casos que tramitam na Justiça. A ação tem repercussão geral, mecanismo
que obriga as demais instâncias a aplicar o entendimento do STF.
Na sessão, os ministros aprovaram o seguinte entendimento: "a paternidade socioafetiva,
declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação
concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios".
A paternidade socioafetiva se estabelece no convívio, bom base nos laços de
afinidade e afetividade. Para efeitos de herança e pensão, no entanto, a relação
deve obter o reconhecimento na Justiça, que avalia o histórico da pessoa com
aquela outra que a acolheu.
Em seu voto, proferido nesta quarta, Fux considerou a possibilidade da "dupla
paternidade", de forma a garantir à pessoa buscar sua origem e obter seus
respectivos direitos de filiação.
"A paternidade responsável [...] impõe o acolhimento, no espectro legal, tanto
dos vínculos de filiação construídos pela relação afetiva entre os envolvidos,
quanto daqueles originados da ascendência biológica, sem que seja necessário
decidir entre um ou outro vínculo quando o melhor interesse do descendente for
o reconhecimento jurídico de ambos", votou o ministro.
"É de rigor o reconhecimento da dupla parentalidade, devendo ser mantido o acórdão
de origem que reconheceu os efeitos jurídicos do vínculo genético relativos ao nome,
alimentos e herança", conclui o voto.
No julgamento desta quarta, seguiram o ministro Luiz Fux outros sete integrantes do
STF: Rosa Weber, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Ricardo
Lewandowski, Celso de Mello e Cármen Lúcia. Divergiram apenas dois ministros:
Edson Fachin e Teori Zavascki.
Primeiro a discordar de Fux, Fachin votou no sentido de que a paternidade
socioafetiva prevalece sobre a biológica. Ressalvou, no entanto, que isso não impede a
pessoa de buscar conhecer sua origem genética, por exames de DNA.
ministros, no entanto, seguiram a solução apresentada por Fux, para reconhecer os
direitos da filha em relação ao pai biológico.
“Fez o filho, tem a obrigação. Pode ter sido criado por outra pessoa. Comprovou
geneticamente, tem a obrigação, ponto”, resumiu Toffoli.
“Amor não se impõe, mas cuidado, sim”, finalizou, em seu voto, a presidente do STF,
Cármen Lúcia.
Governo assina medida provisória com
mudanças no ensino médio
O governo assinou uma medida provisória com mudanças para o ensino médio,
como o aumento da carga horária e o fim da obrigatoriedade da educação física
e das aulas de arte.
O estudante Murilo Bezerra, de 14 anos, ainda tem dúvida do que quer ser
quando crescer, mas já sabe do que não gosta de estudar.
“Nas matérias que eu gosto eu presto mais atenção na aula. Português, no caso
das que eu não gosto, eu fico meio, não tenho tanto interesse”, conta o
estudante.
Hoje são treze matérias obrigatórias no ensino médio.
“Tudo que se aprende é válido, mas se ele focar na matéria que ele gosta, o
efeito vai ser maior, ele vai tirar notas melhores”, afirma Neusa Roberta Silva,
avó de Murilo.
A reforma no ensino médio está em debate desde 2010, assim como a crise na
educação. Mas a gota d'água foi o resultado do Ideb, que não só confirmou a
estagnação do ensino médio, como a piora dos alunos em matemática. Daí a
urgência da reforma do ensino médio.
“Um milhão e setecentos mil jovens hoje que nem trabalham nem estudam; ou
a gente adapta esse ensino médio ao que acontece, aconteceu no mundo todo,
ou a gente vai ficar cada vez mais distante de nos tornarmos um país digno,
decente e equilibrado socialmente e educacionalmente”, declarou o ministro da
Educação, Mendonça Filho.
O eixo da reforma será uma base curricular comum para todo o país. Metade
com o conteúdo obrigatório. Matemática, português e inglês já estão
determinados na medida provisória. Pelo texto, arte e educação física são
obrigatórias apenas na educação infantil e no ensino fundamental. Espanhol,
hoje obrigatório no ensino médio, também passaria a ser optativo. Mas o
Ministério da Educação garantiu que tudo isso ainda será decidido com os
governos estaduais.
A outra metade do conteúdo será de livre escolha do aluno: linguagens,
matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou, então, ensino técnico
profissionalizante.
A carga horária também deverá aumentar de 800 para 1.400 horas anuais, mas o
ensino integral será adotado aos poucos. O presidente Michel Temer garantiu que
não faltará recurso para o novo ensino médio.
A presidente do movimento Todos Pela Educação esperava uma reforma mais
profunda, mas reconhece que a educação não pode mais esperar.
“Esse caminho da MP não é o melhor caminho, mas dá para fazer dessa situação
uma situação melhor, se os estados, a partir dessa implementação, também fizerem
o seu trabalho de debate interno com os professores, com as suas redes”, avalia
Priscila Cruz.
Viviane Senna, do Instituto Ayrton Senna, disse que esse é só um primeiro passo.
“Nós perdemos 50% dos jovens durante o ensino médio e parte da razão, uma
grande parte é a falta de engajamento. Se você tem uma escola que lhe dá opções
de escolha, e de fato boa qualidade no preparo, esse jovem fica. Todo plano começa
com um bom primeiro passo. Eu acho que o desafio maior é a questão da
execução”, afirma Viviane.