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Após estragos em Taiwan, China entra em

alerta por supertufão Meranti


O Centro Nacional de Previsão Marina da China deu o alerta vermelho, o mais
alto em uma escala de quatro cores (vermelho, laranja, amarelo e azul), pelo
vendaval e as "monstruosas" ondas provocadas pelo supertufão Meranti, que
se aproxima da costa oriental chinesa a partir de Taiwan.
De acordo com um comunicado divulgado dia 14, as ondas superam os doze
metros de altura, enquanto o tufão se move de Taiwan para o oeste, em
direção à costa da China, onde deve chegar na quinta-feira.
A expectativa é que as fortes ondas atinjam a costa de Fujian e Zhejiang (leste)
e de Cantão (sul).
O tufão seguiu, em princípio, em direção da Província de Fujian e Cantão, e as
autoridades deram início a um programa de resposta de emergência, pedindo
para que as embarcações voltem ao porto, assim como a população
permaneça em suas casas.
Enquanto isso, em Taiwan, dois reatores nucleares em Hengchun foram apagados nesta
quarta-feira, ao sul, disse a elétrica Taipower em comunicado, como medida preventiva pelo
impacto do Meranti, o tufão mais forte que afetou à ilha nos últimos 21 anos.
Já a Terceira Usina Nuclear de Taiwan, que abriga os dois reatores, sofreu com rajadas de
vento de até 191 km/h, que estabelece uma marca em 120 anos e dá uma ideia da força
deste tufão e seu perigo para a infraestrutura e vida da população.
Meranti segue para a China a 18 km/h, com seu centro no mar, perto do extremo sul da ilha,
e rajadas de vento de até 263 km/h, segundo dados do Serviço Meteorológico Central de
Taiwan.
O supertufão deixou sem eletricidade mais de 500 mil casas no sul de Taiwan, e causou
inundações, quedas de árvores, postes e sinais de trânsito.
Graças as medidas de prevenção, incluindo o uso de dezenas de milhares de sacos de terra
para impedir que edifícios fossem inundados, os destroços causados pelo Meranti estão
sendo limitados em relação com sua força.
No entanto os preços das verduras e frutas, diante da destruição em massa de plantações,
dispararam em todo o sul de Taiwan.
A circulação dos transportes aéreo e ferroviário no sul de Taiwan estão interrompidas nesta
quarta-feira e devem voltar a funcionar somente na tarde de quinta-feira, quando o Meranti
deverá estar chegando na costa chinesa.
Bomba que explodiu em NY foi feita para
causar máximo estrago, diz NYT
A bomba que explodiu em Nova York na noite de sábado (17) foi
montada para gerar o maior caos e destruição possível, segundo
autoridades ouvidas pelo jornal “The New York Times” neste
domingo (18). No total, 29 pessoas ficaram feridas – todas já tiveram
alta dos hospitais.
Tanto a bomba que explodiu em Chelsea quanto a que foi
encontrada nas proximidades sem detonar foram feitas com panelas
de pressão, luzes de natal e foram preenchidas com materiais
fragmentados, segundo um alto oficial.
O artefato que explodiu estava cheia de pequenos “rolamentos de
metal”. A segunda bomba encontrada a quatro quarteirões de
distância parecia estar preenchida pelo mesmo material.
Também neste mesmo domingo, dois altos oficiais disseram ao jornal norte-
americano que uma “pessoa de interesse” no caso foi identificada. Eles não se
referiram a ela como “suspeita”.
Os investigadores trabalham com a possibilidade de o ataque ter uma conexão com a
explosão que aconteceu 11 horas antes em Nova Jersey, mas ainda é preciso
comparar as bombas para chegar a uma conclusão.
Ainda não foi divulgado nenhum motivo para os ataques. O governador de NY disse
mais cedo que a explosão em Chelsea foi um ato de terrorismo que aparentemente
não tem conexões internacionais.
"Uma bomba explodindo em Nova York é, obviamente, um ato de terrorismo, mas
não está ligado ao terrorismo internacional. Em outras palavras, não encontramos
nenhuma conexão com ISIS, etc", disse Andrew Cuomo em referência ao grupo
extremista Estado Islâmico baseado no Iraque e Síria. "Mas a explosão de uma bomba
é genericamente uma atividade terrorista. É assim que vamos considerá-la",
acrescentou.
'Cemitério' de coletes salva-vidas em Londres
divulga crise de refugiados
Cerca de 2.500 coletes salva-vidas usados por refugiados que fizeram a travessia
marítima da Turquia para a Grécia foram colocados em frente à praça do Parlamento,
em Londres.
O “Cemitério de Coletes Salva-vidas” foi montado para chamar a atenção para a crise
de refugiados do Oriente Médio. A ideia era coincidir com o primeiro dia da primeira
Cúpula da ONU para Refugiados e Migrantes, que ocorre nesta segunda-feira em Nova
York.
Os coletes foram usados por migrantes que chegaram à ilha grega de Chios. A
iniciativa é da produtora Snappin' Turtle junto com organizações que atendem Líderes
mundiais começaram nesta segunda-feira na sede da Organização das Nações Unidas
(ONU) uma reunião para abordar a crise dos refugiados e a situação dos migrantes,
um encontro que abre a semana de encontros de alto nível do organismo.
"Estamos sendo testemunhas da pior crise humanitária e de refugiados desde a
Segunda Guerra Mundial", lembrou na abertura da cúpula o presidente da Assembleia
Geral, Peter Thomson, que defendeu que a comunidade internacional não pode falhar
com essas pessoas que fogem da guerra e da violência.
Quase 100 chefes de Estado e de governo discursarão ao longo do dia durante a cúpula, na
qual os 193 países-membros da ONU devem adotar uma declaração em que se
comprometem com a proteção de refugiados e migrantes. O texto, aprovado por
aclamação, foi negociado durante meses pelos governos e foi criticado por muitas ONGs,
que o consideram carente de ambição e de ações concretas.
A chamada Declaração de Nova York reitera muitos dos compromissos internacionais já
existentes, promete apoio os países mais afetados pela crise dos refugiados e coloca
algumas das bases sobre as que se negociarão nos próximos anos pactos globais sobre
refugiados e migrantes.
Hoje, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu que o documento deve unir todo
o mundo ao redor de "compromissos coletivos" que incluam a defesa dos direitos humanos
de todos os refugiados e migrantes sem importar seu status.
"Com ações corajosas para implantar a Declaração de Nova York, asseguraremos que não se
deixa para trás nenhum refugiado ou migrante", disse Ban.
Para o chefe das Nações Unidas, a própria realização da cúpula de hoje já é um "avanço"
nos esforços internacionais para responder aos problemas que a mobilidade humana
apresenta.
"Uns escapam da guerra, outros buscam oportunidades. Não devemos ver os refugiados e
migrantes como um peso. Eles oferecem um grande potencial se o libertamos", insistiu.
Discurso de Michel Temer abre Assembleia
Geral da ONU
Começou oficialmente na terça-feira (20), a Assembleia geral da ONU. Como
já é tradição, o Brasil foi o primeiro país a falar, com o discurso o presidente
Michel Temer. Foi a primeira vez que o presidente Michel Temer falou na
assembleia.
Mas ele enfrentou protesto. Antes mesmo de Temer começar a falar, os
representantes de pelo menos dois países, Venezuela e Equador, se
levantaram e saíram. As delegações de Cuba e da Bolívia saíram antes ainda.
Só voltaram ao local quando Temer acabou o discurso.
Temer falou sobre a situação dos refugiados no mundo, o aumento da
xenofobia e do nacionalismo. Pediu a modernização da ONU e a reforma do
conselho de segurança.
Michel Temer falou ainda sobre o momento político pelo que o Brasil vem
passando e sobre a necessidade de melhorar a economia.
Projeto que pretendia anistiar uso de caixa 2
ainda provoca discussões
A discussão sobre a criminalização da prática do caixa 2 ainda provoca polêmica na
Câmara. O projeto foi retirado da pauta, mas a possibilidade de anistiar quem não
declarou antigas doações ainda gera discussão.
Na sessão do Congresso do dia 20, deputados voltaram a cobrar. Queriam ver o texto
e saber quem eram os autores do projeto que pretendia anistiar, deixar sem punição,
os políticos que usaram caixa 2 nas campanhas eleitorais.
“A sociedade quer saber qual é a digital que está ali dessa manobra que foi feita no
dia de ontem para prejudicar a população brasileira”, disse Hildo Rocha (PMDB-MA).
“Não aparece o pai dessa corujinha pelada, filhote. Não tem pai quando é feia”,
afirmou Chico Alencar (PSOL-RJ).
Na segunda-feira (19), a votação foi adiada depois de muita resistência,
principalmente por deputados do PSOL e da Rede.
A reação foi pesada nesta terça na comissão que discute as medidas de combate à
corrupção, entre elas a que criminaliza o caixa 2. O presidente falou em golpe.
“Se tivermos que fazer alguma coisa, vamos fazer à luz do dia pra que a população, a
imprensa possam saber. O nosso parlamento não pode mais se prestar a esse tipo de
coisa. E pode se falar esse golpe que estava se preparando ontem”, declarou o
presidente da comissão, Joaquim Passarinho (PSD-PA).
O procurador Vladimir Aras disse que o caixa 2 cometido no passado pode ser
punido como lavagem de dinheiro, por exemplo, e defendeu a punição sem anistia.
“Hoje a legislação permite que pessoas que utilizem caixa 2 sejam processadas com
base no código eleitoral. Então, qualquer alteração pra se assegurar anistia teria que
ser muito específica, estabelecendo a não aplicação desse artigo da lei eleitoral. O
ideal é que não aconteça, que haja punição do caixa 2”, afirmou o procurador.
Beto Mansur, do PRB, que comandou a sessão na segunda-feira, disse que a decisão
de colocar o projeto em votação foi do presidente Rodrigo Maia, do DEM, e dos
líderes na Câmara. E disse mais: que não conhecia o conteúdo do projeto que tentou
votar.
“Eu desconheço o projeto, eu não sei o que estava dentro desse projeto. Pode ser
bom, pode ser ruim pra Casa, pode ser bom, ser ruim pro Brasil, eu desconheço o
projeto. A minha função era colocar pra votar”, alegou.
Rodrigo Maia reconheceu que foi um erro pautar o projeto que criminaliza o caixa 2,
mas disse também que não sabia de nenhuma emenda que pudesse anistiar essa
prática em eleições anteriores
“O que eu entendi é que havia um apoio da maioria dos líderes da base da oposição
para se discutir a criminalização do caixa 2, nos termos do MP seria bom, qualquer
outro termo seria muito ruim pro Congresso Nacional”, disse Maia.
Se a medida tivesse passado pela Câmara, ia direto para votação no Senado. Segundo
o deputado Miro Teixeira, da Rede, um dos que mais combateram a manobra, isso já
estava acertado com o presidente do Senado. Renan Calheiros disse que não
participou do acordo.
“Eu não participei em nenhum momento e não participaria”, defendeu-se Renan.
Parlamentares disseram que havia, sim, um acordo de grande parte dos líderes.
Deputados do PMDB, PSDB, DEM, PP, PR e PT apoiaram a manobra, mas ninguém saiu
em defesa do texto. Já Aelton Freitas, líder do PR, afirmou que se propôs a ser o
relator da emenda da anistia e disse que ninguém pode ser punido por algo que não
era crime.
Moro aceita denúncia e Lula e dona Marisa se
tornam réus na Lava Jato
O ex-presidente Lula se tornou, pela segunda vez, réu na Lava Jato. Ele, dona
Marisa Letícia e mais seis pessoas vão responder pelos crimes de corrupção e
lavagem de dinheiro.
A força-tarefa afirma que Lula recebeu vantagem indevida da OAS nos casos do
triplex em Guarujá e no armazenamento de bens pessoais.
O ex-presidente Lula agora é réu na Lava Jato e terá de ficar frente a frente
com o juiz Sérgio Moro para ser interrogado em Curitiba.
Ao aceitar a denúncia, Sérgio Moro fez, como de costume, um breve resumo
do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras, e relembrou que ex-
executivos da OAS, entre eles o ex-presidente da empresa Léo Pinheiro, já
foram condenados na Lava Jato.
O juiz Sérgio Moro ressaltou ainda que, nessa fase do processo, basta analisar
se há justa causa e que a decisão de aceitar a denúncia não significa que os
réus sejam culpados.
Segundo Moro, “tais ressalvas são oportunas pois o juiz não esquece que entre os
acusados está um ex-presidente da República e, por conta disso, a aceitação da
denúncia pode levar a celeumas, confusões de toda a espécie”.
Ainda segundo Moro, essas confusões devem acontecer fora do processo. E que
durante o trâmite da ação penal o ex-presidente poderá exercer livremente a sua
defesa e caberá à acusação produzir a prova acima de qualquer dúvida razoável de
suas alegações.
Sobre a denúncia de corrupção e lavagem de dinheiro, Sérgio Moro lembrou a
alegação do Ministério Público Federal que “o ex-presidente da República Luiz Inácio
Lula da Silva teria participado conscientemente do esquema criminoso, inclusive
tendo ciência de que os diretores da Petrobras utilizavam seus cargos para
recebimento de vantagem indevida em favor de agentes políticos e partidos
políticos”.
Mas não se referiu ao ex-presidente como chefe do esquema de corrupção na
Petrobras como afirmou o procurador Deltan Dallagnol ao apresentar a denúncia na
semana passada.
Moro também afirmou que, ao contrário do que se esperaria da narrativa, o
Ministério Público Federal não imputou ao ex-presidente o crime de associação
criminosa.
A omissão, segundo o juiz, encontra justificativa plausível, pois esse fato está em apuração
no Supremo Tribunal Federal, Brasília, que envolveria agentes que detém foro por
prerrogativa de função.
Moro lembra que na denúncia do Ministério Público Federal estaria o recebimento de
vantagem indevida da OAS através de dinheiro desviado de obras nas refinarias de Abreu e
Lima, em Pernambuco, e Getúlio Vargas, no Paraná. O valor total da propina foi de R$ 87
milhões.
Segundo as investigações, a OAS pagou mais de R$ 3 milhões a Lula ao reformar e decorar o
triplex de Guarujá e ao bancar o armazenamento de bens do ex-presidente.
Sobre o triplex em Guarujá, Sérgio Moro faz um resumo sobre a transação do imóvel desde
que ele ainda estava sob responsabilidade da Bancoop e a transferência para a construtora
OAS. Moro também apontou uma série de trocas de mensagens, indícios e delações para
afirmar que “há razoáveis indícios de que o imóvel em questão teria sido destinado, ainda
em 2009, pela OAS ao ex-presidente e a sua esposa, sem a contraprestação
correspondente, remanescendo, porém, a OAS como formal proprietária e ocultando a real
titularidade. Quanto às reformas e benfeitorias, há indícios de que se destinariam ao ex-
presidente e à sua esposa também sem a contraprestação correspondente”.
O juiz Sérgio Moro também fez um breve relato sobre o armazenamento de bens pessoais
do ex-presidente.
Segundo Moro, “relaciona a denúncia o custeio da armazenagem às propinas
acertadas no esquema criminoso da Petrobras, o que revestiria o pagamento pela
OAS dessas despesas de caráter criminoso. Não se trataria, portanto, de mera
doação por desprendimento, mas de benefício recebido quid pro quo”, ou seja, em
troca de algo.
Dona Marisa Letícia, mulher de Lula, também está entre os réus. No despacho do
dia 20, Moro lamentou a imputação realizada contra dona Marisa Letícia e
completou: “muito embora haja dúvidas relevantes quanto ao seu envolvimento
doloso, especificamente se sabia que os benefícios decorriam de acertos de propina
a sua participação específica nos fatos e a sua contribuição para a aparente
ocultação do real proprietário do apartamento é suficiente por ora para justificar o
recebimento da denúncia”.
Moro afirma ainda que, “por ora, o fato de que grande parte, talvez a maior parte,
do faturamento do grupo OAS decorresse de contratos com a Petrobras, aliado ao
comprovado envolvimento do grupo OAS no esquema criminoso que vitimou a
Petrobras, tornam esses mesmos contratos uma provável causa e fonte dos
supostos benefícios concedidos pelo grupo OAS, sem aparente contraprestação
financeira, ao ex-presidente, como o apartamento no Guarujá e o custeio do
armazenamento dos bens recebidos durante o mandato presidencial, o que, em
tese, pode caracterizá-los como vantagem indevida em um crime de corrupção”.
E afirma que o argumento de que as supostas vantagens indevidas “recebidas pelo
ex-presidente possam aparentar ser desproporcionais à magnitude do esquema,
não justificaria a rejeição da denúncia, já que isso não descaracteriza o ilícito. E que
é oportuno ainda não olvidar que há outras investigações em curso sobre supostas
vantagens recebidas pelo ex-presidente”.

Além Lula, dona Marisa, Paulo Okamoto e Léo Pinheiro, outras quatro pessoas
passaram a ser réus nessa ação.
O ex-presidente Lula é investigado pela Lava Jato em Curitiba também pelas
reformas no sítio em Atibaia que o ex-presidente afirma não ser dele. Lula já é réu
numa outra ação que está na Justiça Federal em Brasília, acusado de tentar
atrapalhar as investigações da Lava Jato.
A defesa de Paulo Okamoto afirmou que as denúncias não tem provas ou justa
causa e não poderia ter sido recebida; que não há corrupção ou vantagem ilícita no
pagamento para a conservação de um acervo de ex-presidente; e que vai recorrer.
Movimento faz ato na Câmara para melhoria
da educação no país
O movimento Todos Pela Educação fez um ato na quarta-feira (21)
na Câmara dos Deputados para pedir prioridade no ensino de
qualidade, principalmente nas escolas públicas.
Thalisson, Isabelly e Tábata: de escolas públicas, mas histórias
diferentes. A sala de aula levou Tábata da periferia de São Paulo
para a Universidade de Harvard.
“A gente focar só muito no esforço é ruim. Tem que entender que
tem que ter a oportunidade e toda a estrutura familiar pra você
aproveitar a oportunidade”, afirma a cientista política Tábata
Amaral de Pontes.
Thalisson não teve a mesma sorte. Está fora da escola há quatro
anos. Colheu tomate na roça, hoje trabalha no desmonte de
sucatas. “Reprovei uma vez só e pronto... Saí”, conta.
No terceiro ano, a turma de Isabelly mudou de professor três vezes. Depois, ela
trocou de escola. Agora, no sétimo ano, tem dificuldades no aprendizado. A
mãe insiste. Sabe que o futuro da filha depende da educação.
“Eu acho que mais na frente ela vai ter alguma dificuldade em concorrer num
concurso, na faculdade”, diz a mãe de Isabelly, Denise Farias Moreira.
22% das crianças com oito anos são analfabetas; um ano a mais na escola
aumenta em 10% o salário; a cada 1% a mais de jovens na escola, os
homicídios caem 2%; e educação depende de professor, que precisa ser
valorizado.
“Quando eu escolhi ser professora, meu pai tinha orgulho de dizer ‘minha filha
é professora’, e hoje nós não vemos mais isso”, lamenta a professora Lenita da
Costa Fogaça.
A educação muda a realidade em todas as áreas: economia, emprego, renda, saúde,
violência. O problema é saber de tudo isso e não fazer nada. Essa é a razão da
sessão especial dia 21 na Câmara: a sociedade foi cobrar prioridade para a
educação.
O movimento Todos Pela Educação, que completa dez anos, promoveu o ato.
Presentes, educadores, alunos, parlamentares, gestores. A década de luta rendeu a
criação do piso nacional para o magistério, a ampliação da matrícula obrigatória de
4 a 17 anos, por exemplo - mas ainda falta muito.
“Precisa ter coragem de realmente colocar educação como a prioridade. Então, a
educação é a obsessão que o país tem que ter de melhorar, poder mudar de
patamar de desenvolvimento. A educação é o maior valor que a gente pode ter
como sociedade”, declara a presidente do movimento Todos Pela Educação, Priscila
Cruz.
Thalisson ainda quer trocar a sucata pela caneta: “Com os estudos tu vai ter alguma
coisa na frente. Sem os estudos, não”.
STF permite que identidade contenha nome
do pai afetivo e do biológico
O Supremo Tribunal Federal (STF) fixou no dia 22, o entendimento de que uma
pessoa pode ter, em seu documento de identificação, o registro de seu pai
biológico e também o do pai socioafetivo – aquele que, mesmo não tendo laços
de sangue, cria a criança.
A decisão se baseou em julgamento no dia 21, em que os ministros negaram o
recurso de um homem que, apesar de ser o pai biológico de uma mulher,
buscava retirar dela o direito de herança e pensão. Ele argumentava que ela não
deveria ter acesso aos benefícios por ter sido criada e registrada por outro
homem, que a acolheu como filha.
A Corte não só manteve os benefícios, como também deu a ela o direito de
mudar sua identidade, para constar o nome do pai biológico.
Segundo o relator da ação, ministro Luiz Fux, a decisão também permite que
uma pessoa inicialmente registrada com o nome do pai de criação possa
escolher entre manter o sobrenome dele, trocá-lo pelo do pai biológico ou
manter ambos em seu documento de identidade.
Nós decidimos que a paternidade afetiva convive com a paternidade biológica. Isso significa
que é possível que uma pessoa registrada em nome do pai socioafetivo depois promova
também o registro do pai biológico. Na prática, ela pode ter os dois nomes. O filho pode
escolher, ou dois ou um. "
"Nós decidimos que a paternidade afetiva convive com a paternidade biológica. Isso significa
que é possível que uma pessoa registrada em nome do pai socioafetivo depois promova
também o registro do pai biológico. Na prática, ela pode ter os dois nomes. O filho pode
escolher, ou dois ou um. O biológico, o afetivo, ou os dois, concomitantemente", disse Fux.
Para viabilizar a emissão de documentos com dois nomes de pai, é possível agora que
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tenha de regulamentar o assunto. Cabe ao órgão ditar as
regras para todos os cartórios do país.
Nesta quinta, os ministros voltaram a se reunir para discutir como a decisão deverá ser
aplicada a outros casos que tramitam na Justiça. A ação tem repercussão geral, mecanismo
que obriga as demais instâncias a aplicar o entendimento do STF.
Na sessão, os ministros aprovaram o seguinte entendimento: "a paternidade socioafetiva,
declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação
concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios".
A paternidade socioafetiva se estabelece no convívio, bom base nos laços de
afinidade e afetividade. Para efeitos de herança e pensão, no entanto, a relação
deve obter o reconhecimento na Justiça, que avalia o histórico da pessoa com
aquela outra que a acolheu.
Em seu voto, proferido nesta quarta, Fux considerou a possibilidade da "dupla
paternidade", de forma a garantir à pessoa buscar sua origem e obter seus
respectivos direitos de filiação.
"A paternidade responsável [...] impõe o acolhimento, no espectro legal, tanto
dos vínculos de filiação construídos pela relação afetiva entre os envolvidos,
quanto daqueles originados da ascendência biológica, sem que seja necessário
decidir entre um ou outro vínculo quando o melhor interesse do descendente for
o reconhecimento jurídico de ambos", votou o ministro.
"É de rigor o reconhecimento da dupla parentalidade, devendo ser mantido o acórdão
de origem que reconheceu os efeitos jurídicos do vínculo genético relativos ao nome,
alimentos e herança", conclui o voto.
No julgamento desta quarta, seguiram o ministro Luiz Fux outros sete integrantes do
STF: Rosa Weber, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Ricardo
Lewandowski, Celso de Mello e Cármen Lúcia. Divergiram apenas dois ministros:
Edson Fachin e Teori Zavascki.
Primeiro a discordar de Fux, Fachin votou no sentido de que a paternidade
socioafetiva prevalece sobre a biológica. Ressalvou, no entanto, que isso não impede a
pessoa de buscar conhecer sua origem genética, por exames de DNA.
ministros, no entanto, seguiram a solução apresentada por Fux, para reconhecer os
direitos da filha em relação ao pai biológico.
“Fez o filho, tem a obrigação. Pode ter sido criado por outra pessoa. Comprovou
geneticamente, tem a obrigação, ponto”, resumiu Toffoli.
“Amor não se impõe, mas cuidado, sim”, finalizou, em seu voto, a presidente do STF,
Cármen Lúcia.
Governo assina medida provisória com
mudanças no ensino médio
O governo assinou uma medida provisória com mudanças para o ensino médio,
como o aumento da carga horária e o fim da obrigatoriedade da educação física
e das aulas de arte.
O estudante Murilo Bezerra, de 14 anos, ainda tem dúvida do que quer ser
quando crescer, mas já sabe do que não gosta de estudar.
“Nas matérias que eu gosto eu presto mais atenção na aula. Português, no caso
das que eu não gosto, eu fico meio, não tenho tanto interesse”, conta o
estudante.
Hoje são treze matérias obrigatórias no ensino médio.
“Tudo que se aprende é válido, mas se ele focar na matéria que ele gosta, o
efeito vai ser maior, ele vai tirar notas melhores”, afirma Neusa Roberta Silva,
avó de Murilo.
A reforma no ensino médio está em debate desde 2010, assim como a crise na
educação. Mas a gota d'água foi o resultado do Ideb, que não só confirmou a
estagnação do ensino médio, como a piora dos alunos em matemática. Daí a
urgência da reforma do ensino médio.
“Um milhão e setecentos mil jovens hoje que nem trabalham nem estudam; ou
a gente adapta esse ensino médio ao que acontece, aconteceu no mundo todo,
ou a gente vai ficar cada vez mais distante de nos tornarmos um país digno,
decente e equilibrado socialmente e educacionalmente”, declarou o ministro da
Educação, Mendonça Filho.
O eixo da reforma será uma base curricular comum para todo o país. Metade
com o conteúdo obrigatório. Matemática, português e inglês já estão
determinados na medida provisória. Pelo texto, arte e educação física são
obrigatórias apenas na educação infantil e no ensino fundamental. Espanhol,
hoje obrigatório no ensino médio, também passaria a ser optativo. Mas o
Ministério da Educação garantiu que tudo isso ainda será decidido com os
governos estaduais.
A outra metade do conteúdo será de livre escolha do aluno: linguagens,
matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou, então, ensino técnico
profissionalizante.
A carga horária também deverá aumentar de 800 para 1.400 horas anuais, mas o
ensino integral será adotado aos poucos. O presidente Michel Temer garantiu que
não faltará recurso para o novo ensino médio.
A presidente do movimento Todos Pela Educação esperava uma reforma mais
profunda, mas reconhece que a educação não pode mais esperar.
“Esse caminho da MP não é o melhor caminho, mas dá para fazer dessa situação
uma situação melhor, se os estados, a partir dessa implementação, também fizerem
o seu trabalho de debate interno com os professores, com as suas redes”, avalia
Priscila Cruz.
Viviane Senna, do Instituto Ayrton Senna, disse que esse é só um primeiro passo.
“Nós perdemos 50% dos jovens durante o ensino médio e parte da razão, uma
grande parte é a falta de engajamento. Se você tem uma escola que lhe dá opções
de escolha, e de fato boa qualidade no preparo, esse jovem fica. Todo plano começa
com um bom primeiro passo. Eu acho que o desafio maior é a questão da
execução”, afirma Viviane.

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