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A proposta foi para o Entorno de Sapinhoá, na Bacia de Santos. Ganhou o consórcio da Petrobras com três multinacionais.
A estatal brasileira liderou outros consórcios que arremataram dois blocos: Peroba e Alto de Cabo Frio Central.
Mas a Petrobras ficou de fora do mais cobiçado. Norte de Carcará acabou nas mãos de gigantes da Noruega, Portugal e
Estados Unidos.
Além de pagar R$ 3 bilhões à vista, o bloco exigia investimentos que a endividada Petrobras não pode bancar.
“Sem dúvida nenhuma, você teria que fazer investimentos importantes. Investimentos talvez da ordem de 8 a 10 bilhões de
dólares nos próximos anos”, disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente.
No fim, apenas seis dos oito blocos foram vendidos. Mas os ministros e a Agência Nacional do Petróleo festejaram.
Investimentos de R$ 116 bilhões podem permitir a retomada do setor, e o governo afirma que o lucro com a produção do
pré-sal será bem maior que o previsto.
Temer sanciona lei que torna crime hediondo
posse ou porte ilegal de fuzil
O presidente Michel Temer informou nesta quinta-feira (26) ter sancionado a lei que torna crime
hediondo a posse ou o porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, a exemplo de fuzis.
A informação foi dada pelo presidente durante evento no Palácio do Planalto no qual a Prefeitura
do Rio de Janeiro e a Caixa Econômica Federal assinaram um acordo de financiamento.
Durante o evento, Temer disse que "não há como tratar bandidos com rosas nas mãos."
O projeto que virou lei foi apresentado pelo então senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), atual prefeito
do Rio de Janeiro. Crivella estava presente à cerimônia desta quinta.
"Quero dizer, e anuncio com muita satisfação, que na manhã de hoje [quinta] eu sancionei esse
projeto mencionado pelo prefeito Marcelo Crivella, que impede o uso de armas de porte exclusivo
do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, porque é isto que aflige o povo do Rio de Janeiro", disse o
presidente no evento.
O crime hediondo é considerado mais grave. Estão nesse rol, por exemplo, homicídio qualificado,
latrocínio e estupro. Por isso a legislação prevê punições mais severas.
Quando um crime é incluído nesta lista, não é permitido, por exemplo, o pagamento de fiança para
a libertação do criminoso. Além disso, a progressão de pena fica mais difícil.
O projeto tramitou por três anos no Congresso Nacional e somente ganhou força diante da crise na
segurança pública do Rio de Janeiro, com diversos confrontos entre policiais e criminosos.
Votação garante vitória de Temer, mas revela
enfraquecimento da base aliada
No dia 26 deste mês, políticos governistas se dedicaram a uma tarefa que junta matemática e política. Um
levantamento de como votaram na quarta-feira (25) os partidos que apoiam Michel Temer. O presidente
conseguiu que a denúncia contra ele fosse suspensa, mas com margem de votos menor do que esperava.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do Democratas, foi elogiado por ter conduzido a sessão com
imparcialidade e firmeza. Com um ultimato no meio da sessão, Maia cobrou a presença dos deputados
para votar a denúncia: “Ou os deputados vêm para o plenário, essa sessão já estava marcada há bastante
tempo, todo mundo sabia que era quarta-feira, no dia de hoje, ou a gente encerra a votação.”
Foram doze horas de sessão, que começou com a oposição do lado de fora, sem marcar presença. Uma
estratégia para tentar adiar a votação que preocupou o governo. Aliados do presidente Temer passaram
horas ao telefone convocando deputados. No fim, a tropa de choque do presidente Michel Temer
comemorou o resultado.
Temer recebeu menos votos na quarta-feira do que em agosto, na votação da primeira denúncia, por
corrupção passiva. Duzentos e cinquenta e um deputados votaram para barrar a investigação contra o
presidente. Em agosto, o apoio foi maior: 263 votos.
E aumentou a quantidade de votos contra Temer: 233 deputados foram a favor de autorizar o Supremo a
investigar o presidente. Na primeira, foram 227 votos.
Mesmo com os esforços das últimas semanas, Temer perdeu apoio, inclusive na bancada ruralista, que
levou Temer a publicar portaria que abranda a fiscalização do trabalho escravo e a dar desconto para o
pagamento de multas ambientais. Esta semana as novas regras sobre trabalho escravo foram suspensas
pela ministra Rosa Weber, até votação do plenário do Supremo Tribunal Federal.
São Paulo fecha 12 parques como medida de
prevenção à febre amarela
A Cidade de São Paulo está mobilizada para se proteger da febre amarela.
Portões fechados. Parques interditados. Já são 12 na região onde um macaco morreu contaminado com a
febre amarela silvestre. A prefeitura decidiu impedir a visita para evitar o risco de contaminação.
Além dos 12 que já estão fechados, a prefeitura recomenda que a população não frequente outros três
pontos, como o Parque Sena, também na Zona Norte. Ele parece uma grande praça, que vai
acompanhando a rua. Ela não tem cerca nem portão. Não dá para fechar. Mas a recomendação agora é
que os moradores não frequentem essas áreas.
O segurança Cícero Bezerra costuma ver macacos por ali. “Já vi vários, macaco, sagui, já vi vários”, conta.
A doméstica Marluce de Souza atravessou a rua quando chegou perto das árvores. Ela foi alertada do
risco, pelo patrão. “Falou para eu ficar longe e ficar longe dos mosquitos”, disse.
Mas o segurança Manuel dos Santos estava fazendo ginástica na praça, tranquilo. “Desse aqui não estava
sabendo não. É deixar liberar para poder frequentar de novo”, afirmou.
O número de postos de saúde que estão vacinando contra a febre amarela na cidade também aumentou,
por causa das filas que viravam o quarteirão. Agora, são 37 postos.
O público alvo da vacinação são os moradores de regiões próximas a matas da Zona Norte de São Paulo.
“As pessoas não precisam correr porque tem vacina para todo mundo. Cada um vai receber, no momento
em que for exposto ao risco. A vacina vai ser ofertada para as pessoas”, disse o coordenador de controle
de doenças da Secretaria estadual de Saúde, Marcos Boulos.
Justiça suspende regra que zera redação do
Enem com desrespeito aos direitos humanos
Justiça Federal suspendeu o item do edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que prevê nota zero para quem desrespeitar os direitos humanos na redação. A decisão, divulgada nesta quinta-feira (26), é
provisória e foi tomada em ação civil pública movida pela Associação Escola Sem Partido.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do Enem, informou que não foi notificado oficialmente, mas assim que for, irá recorrer.
A redação do Enem será aplicada no primeiro domingo de provas, 5 de novembro.
No pedido em tramitação no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), a Associação Escola Sem Partido sustenta que a regra não apresenta critério objetivo e tem "caráter de policiamento ideológico".
“Ninguém é obrigado a dizer o que não pensa para entrar na universidade. O edital viola o direito de livre expressão do pensamento do candidato”, diz Romulo Martins Nagib, advogado do movimento, em
entrevista ao G1.
Em sua decisão, o desembargador federal Carlos Moreira Alves, do TRF1, afirma que o "conteúdo ideológico do desenvolvimento do tema da redação é, ou deveria ser, um dos elementos de correção da prova
discursiva, e não fundamento sumário para sua desconsideração, com atribuição de nota zero ao texto produzido, sem avaliação alguma em relação ao conteúdo intelectual desenvolvido pelo redator."
Leia exemplos de redações nota mil no Enem 2016
O desembargador argumenta ainda que há "ausência de um referencial objetivo no edital dos certames" e que a "ofensa à garantia constitucional de liberdade de manfestação de pensamento e opinião também é
vertente dos direitos humanos propriamente ditos."
Desde o ano passado, após questionamento do Ministério Público Federal em Goiás, o Inep passou a divulgar nos manuais de redação o detalhamento do que é a noção de direitos humanos que precisa ser
respeitada no texto.
Em nota divulgada, o governo federal afirmou que respeita a decisão judicial, mas que vai recorrer da sentença assim que for notificado. Ainda segundo o Inep, "estão mantidos os critérios de avaliação das cinco
competências da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2017), tal como divulgados, amplamente, em seus documentos oficiais".
A autarquia voltou a defender a legalidade do edital. "O Ministério da Educação (MEC) reafirma que todos os seus atos são balizados pelo respeito irrestrito aos Direitos Humanos, conforme a Declaração Universal
dos Direitos Humanos, consagrada na Constituição Federal Brasileira", diz o comunicado.
O que é desrespeito aos direitos humanos?
De acordo com o Inep, uma das competências exigidas para a redação do Enem é elaborar uma "proposta de intervenção" para o problema abordado no tema da redação. A proposta precisa respeitar os direitos
humanos.
No manual de redação divulgado pelo Ministério da Educação como guia para os candidatos, há exemplos de ideias que ferem os direitos humanos e receberiam nota zero. São elas:
• defesa de tortura;
• mutilação;
• execução sumária;
• qualquer forma de “justiça com as próprias mãos”, isto é, sem a intervenção de instituições sociais devidamente autorizadas (o governo, as autoridades, as leis, por exemplo);
• incitação a qualquer tipo de violência motivada por questões de raça, etnia, gênero, credo, condição física, origem geográfica ou socioeconômica;
• explicitação de qualquer forma de discurso de ódio (voltado contra grupos sociais específicos).
O manual esclarece que qualquer menção ou apologia a tais ideias em qualquer parte da redação levaria à anulação do texto.
Brasília vive a maior escassez de água de seus
57 anos de história
A pior seca da história do Distrito Federal aumentou o risco de um racionamento de água
mais rigoroso na região.
Um buraco sem água é o que sobrou de um pequeno rio do Distrito Federal. No lugar de
peixes, outros bichos à procura de umidade. “Só está restando hoje, essa água que vocês
estão vendo aqui ó”, disse um homem.
A última grande chuva em Brasília foi há cinco meses. Difícil acreditar que a cidade ao redor
de um imenso lago vive a maior escassez de água de seus 57 anos de história.
O Paranuá não foi feito para abastecer a cidade. O lago artificial era para embelezar,
aumentar a umidade do ar e, de quebra, mover as turbinas de uma pequena hidrelétrica,
mas agora até ele entrou na mira da Caesb, a Companhia de Abastecimento de Água.
A captação não passa de 450 litros por segundo, cerca 7% do consumo médio na capital,
uma ajuda para ver se ameniza um pouco a crise que impôs um racionamento de um dia
por semana sem uma gota nas torneiras.
Um buraco sem água é o que sobrou de um pequeno rio do Distrito Federal. No lugar de
peixes, outros bichos à procura de umidade. “Só está restando hoje, essa água que vocês
estão vendo aqui ó”, disse um homem.
A última grande chuva em Brasília foi há cinco meses. Difícil acreditar que a cidade ao redor
de um imenso lago vive a maior escassez de água de seus 57 anos de história.
O Paranuá não foi feito para abastecer a cidade. O lago artificial era para embelezar, aumentar a
umidade do ar e, de quebra, mover as turbinas de uma pequena hidrelétrica, mas agora até ele
entrou na mira da Caesb, a Companhia de Abastecimento de Água.
A captação não passa de 450 litros por segundo, cerca 7% do consumo médio na capital, uma ajuda
para ver se ameniza um pouco a crise que impôs um racionamento de um dia por semana sem uma
gota nas torneiras.
“Eu tomo banho de balde”, disse uma criança.
A Caesb já foi autorizada a ampliar o racionamento que começou em janeiro para dois dias por
semana. O cronograma já está pronto, mas o governo do Distrito Federal ainda tem fé que São Pedro
vai evitar o pior.
Nas cidades mais distantes, já chegou a faltar água por 10 dias. A dona Raimunda Rodrigues divide o
pouco que a mãe dela conseguiu economizar. “Banho, é só um banho por dia. Não dá para banhar
duas vezes”, disse a dona de casa.
Todo dia os dois principais reservatórios registram quedas nos níveis, situação visível nas margens, na
distância da água até o topo das barragens e nas construções antigas, que vieram à tona.
“Nós estamos em um deserto aqui, tem que tomar uma providência, né?”, contou a aposentada Maria
José Patrício.
Nesta seca, a umidade relativa do ar chegou a apenas 11% e o calor bateu recorde. “Deus me livre,
menino do céu, é o fim dos tempos mesmo. Ninguém consegue viver sem água não”, afirmou a dona
de casa Josete Alencar.
Municípios usam verba exclusiva para educação em
outras áreas
Prefeituras de 19 estados ganharam na Justiça o direito de receber quase R$ 100 bilhões do
governo federal para serem usados exclusivamente na educação. Mas tem prefeito querendo
dar outro destino ao dinheiro.
No quintal de um bar, funciona há cinco anos uma escola de improviso numa casa inacabada.
Cadeiras e carteiras velhas, chão de cimento e paredes sem pintura. O casebre não tem
nenhum pátio ou refeitório para as crianças.
A “escola municipal” fica em Tutóia, município maranhense com quase 60 mil habitantes
onde o pau-de-arara ainda funciona como transporte escolar. Um município que acaba de
receber R$ 42 milhões do governo federal para investir exclusivamente na educação. Mas o
prefeito da cidade quer que o dinheiro seja usado em outras áreas.
“Hoje, no momento em que atravessa o nosso Brasil, nossos municípios, eu acho um exagero
gastar todo esse dinheiro na educação”, disse o prefeito Romildo Soares (PSDB).
O dinheiro é referente a uma ação movida pelo Ministério Público Federal de São Paulo, que
detectou que, durante os anos de 1998 e 2006, o governo federal depositou menos do que
deveria para a educação dos municípios de 19 estados. A União foi condenada a pagar R$ 98
bilhões a esses municípios.
ONU no Brasil condena medida que dificulta
combate ao trabalho escravo
Mais uma organização internacional condenou a medida do governo que dificulta o
combate ao trabalho escravo no Brasil. Desta vez, as Nações Unidas.
A ONU no Brasil reforçou a fila de organizações ligadas ao trabalho que criticam as
medidas. Em nota, declarou que "vê com profunda preocupação a portaria" por
entender que ela "tende a dificultar as ações de combate ao trabalho escravo".
No mesmo tom, o Ministério Público do Trabalho voltou a dizer que a medida altera
conceitos estabelecidos em lei e no Direito Internacional, e por isso é ilegal.
“Um dos vícios da portaria tem que ser sanado, que é a alteração do conceito do
trabalho escravo, porque esse conceito somente pode nos ser dado via legislação. O
ministro do Trabalho não pode usurpar a competência do Congresso Nacional”, disse
o procurador-chefe da assessoria jurídica do Ministério Público do Trabalho, Márcio
Amazonas.
As maiores críticas à medida tratam da definição do trabalho escravo. Pelas novas
regras, para caracterizar trabalho escravo, o fiscal precisa constatar a submissão do
trabalhador sob ameaça de punição, com uso de coação, realizado de maneira
involuntária.
Antes, para caracterizar o trabalho escravo, bastava que fosse constatado trabalho forçado, jornada
exaustiva, condições degradantes ou restrição de locomoção por razão de dívida.
O senador Randolfe Rodrigues, da Rede, entrou com uma ação na Justiça Federal pedindo a suspensão
das novas regras. Segundo Randolfe, a medida foi adotada sob pressão da bancada ruralista em troca de
apoio político para derrubar a denúncia contra o presidente Temer, na Câmara.
A Confederação Nacional da Indústria vai em sentido contrário e apoia a medida. Considera que "ela
representa um importante avanço na definição de um conceito mais claro sobre trabalho escravo" e que
"propicia maior segurança jurídica, evitando que empresas sejam acusadas injustamente".
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, recebeu, na quinta-feira (19), a procuradora-geral da
República, Raquel Dodge, que pediu novamente a revogação da portaria. Depois da conversa, o ministro
avalia fazer mudanças no texto, mas qualquer alteração só poderá ser analisada pelo presidente Temer
na semana que vem, depois da votação da denúncia contra ele na Câmara. O ministro do Trabalho foi
exonerado nesta sexta-feira (20) do cargo para votar a favor de Temer na quarta-feira (25) e só reassume
na quinta (26).
A coordenadora da Câmara Criminal do Ministério Público Federal disse que não existem sugestões que
possam melhorar a portaria. "Qualquer ajuste que fosse feito, vai implicar na renovação da portaria. Só
que a recomendação foi para a revogação. Agora, se outra portaria vier a ser feita, certamente ela não
vai poder reduzir o que a lei diz. Ela não vai poder dizer, por exemplo, que jornada exaustiva é só
somente quando houver o empecilho de ir e vir, porque não é", explicou Luiza Cristina Frinscheisan.
Desmatamento na Amazônia cai 16% em 12
meses
O desmatamento na Amazônia caiu 16% entre agosto de 2016 e julho de 2017. Os
dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram divulgados
pelos ministros do Meio Ambiente, Sarney Filho, e da Ciência, Tecnologia, Inovações
e Comunicações, Gilberto Kassab. Apesar da queda, 6.624 quilômetros quadrados
(km²) de floresta foram devastados no período, o equivalente a quatro vezes a cidade
de São Paulo.
De acordo com o Inpe, em relação a 2004, quando foi lançado o Plano para
Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia, a devastação do bioma
recuou 76%. Sarney Filho disse que os dados de hoje mostram a tendência de
regressão na curva do desmatamento, que, segundo ele, se deve a fatores como
reforço da fiscalização e recomposição do orçamento dos órgãos ambientais.