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Curso: Noções de Gestão Ambiental na

SUSTENTABILIDADE E GESTÃO
Amazônia

AS CONCEPÇÕES DE

AMBIENTAL
UNIDADE 1
Tema: Velho e Novo mundo: a
ordem econômica e os impactos
ambientais.

Docente Conteudista: Eloisa Mendonça Gadelha


Olá Estudante, como vai?

Nesta Unidade 1 e segunda parte da aula 1, vamos estudar sobre Velho e


Novo Mundo: a ordem econômica e os impactos ambientais. Antes de
compreendermos sustentabilidade e gestão ambiental do tempo presente,
vamos reconstituir uma síntese do mundo ambiental enfatizando a relação
humana x natureza.

A Amazônia do Novo Mundo será o nosso principal espaço de estudo nesta


aula. Vamos conhecer as transformações na relação entre civilizações
humanas e natureza com a “descoberta” do Novo Mundo e o respectivo projeto
colonial civilizatório para essa região da América do Sul.

Este curso tem como base fontes históricas, documentais, literaturas e


bibliografias as quais nos remeterão a percepções, raciocínios e sentimentos
que formam uma historiografia da sustentabilidade e gestão ambiental
amazônicas.
Velho e Novo mundo: a ordem
econômica e os impactos
ambientais.

Cronologia: Amazônia colonial


e pós-colonial, século XV ao
XIX.

Fonte: http://www.brainly.com.br, 2022.


• O Velho Mundo é uma expressão usada para designar a visão de mundo dos europeus por
volta do século XV. Incluía os continentes da Europa, África e Ásia.

• O continente americano é denominado pelo projeto colonial civilizatório europeu de Novo


Mundo.

• O Novo Mundo “foi construído nas duas margens do oceano Atlântico, através dos laços
atados entre a América, a Europa ocidental e uma África fornecedora de escravos” (Bernand;
Gruzinski, 2006, p.10). A Amazônia colonial, a exemplo, foi formada pelos índios, europeus e
africanos vítimas do tráfico negreiro.

• O Tratado de Tordesilhas (1494) é um dos marcos da colonização no Brasil. O território


brasileiro foi disputado pelas coroas de Portugal e Espanha. A divisão cartográfica enfatiza o
predomínio do ser humano sobre o mundo animal e vegetal ligada a uma nova lógica político-
econômica.

• A ordem econômica é a razão do domínio do território para acúmulo de riqueza e formação


de propriedades privadas. A Amazônia é vista como um armazém de bens naturais para
produção de riqueza material da Europa. (SILVA, 2012).
Portugal acabou obtendo monópolio
sobre as terras brasilis e o Brasil
passou a ser Reino de Portugal.
Mas a divisão do país foi além das
linhas cartográficas do Tratado de
Tordesilhas. Acentuou-se a visão de
que o Velho Mundo era
desenvolvido, avançado e
civilizado, e o Novo Mundo
subvertido, primitivo e selvagem.
(SOUSA SANTOS, 2010).

Fonte: http://www.brainly.com.br, 2022.


O projeto colonial para civilizar a Amazônia resulta em decisivos momentos de rupturas e
engendramento de novas relações entre ser humano, sociedade e natureza na região:

1) conflitos étnicos-culturais entre europeus e nativos provocam redução demográfica e


cultural decorrente da dizimação de populações indígenas;
2) jornada de trabalho forçado sobre os indígenas para acúmulo de capital;
3) ações predatórias à cultura e à natureza operadas por colonos e barões da seringa na
destruição dos quintais de plantas domesticadas e dos sistemas agroflorestais (SAFs). Em
ações que visaram a regulação de monoculturas de café, tabaco, engenhos de açúcar e
fazendas de gado;
4) intensificação do mercado de escravos das colônias africanas que movimenta
positivamente o sistema econômico nas metrópoles europeias;
5) execução do trabalho negreiro se dá pelo aproveitamento dos saberes indígenas sobre
a domesticação da floresta. A cultura da terra e o extrativismo das drogas do sertão são os
princípios do mercantilismo que abastecem as colônias, o comércio intra-regional e
comandam as exportações. Todas as transações comerciais geravam receitas para Portugal
e Espanha.

Fontes: Gadelha (2018); Silva (2012).


• A colonização do Novo Mundo estava orientada
pelo antropocentrismo, no qual o ser humano era
visto como senhor da natureza e essa, por sua
vez, uma fonte inesgotável de bens e recursos a
serem transformados em lucros.

• A pós-colonização ou nova colonização mantém a


lógica do antropocentrismo e a crença ingênua na
capacidade ilimitada da natureza em
proporcionar matéria-prima à humanidade. Nesta
fase, da Idade Moderna, a agricultura era a atividade
econômica predominante no planeta. Embora
causasse o desmatamento, os impactos ambientais
ainda não tinham atingido o seu ápice.
I Ciclo da borracha na Amazônia (1879-
1912).
• A Revolução Industrial traz tecnologias para
Fonte: http://pt.wikipedia.br, 2022.
transformação das paisagens na vida moderna que
aceleram o consumo por produtos mecanizados.

Fontes: Pearson Education (2011); Thomas (2010).


Olá, estudante!

Nesta aula, estudamos sobre Velho e Novo Mundo: nova ordem


econômica e impactos ambientais recorrendo à historiografia da
relação humana com a natureza.

A Amazônia do mundo moderno foi o nosso principal espaço de


estudo. Vimos que a colonização do Novo Mundo estava
orientada pelo antropocentrismo, no qual o ser humano era
visto como senhor da natureza e essa, por sua vez, uma fonte
inesgotável de bens e recursos a serem transformados em lucros.

Após os séculos de colonização e o advento da Revolução


Industrial, a lógica do antropocentrismo é mantida e a natureza
continua sendo um armazém ilimitado para proporcionar
matéria-prima à humanidade, causando impactos ambientais
diversos.
Principais Referências
BERNAND, Carmen; GRUZINSKI, Serge. História do Novo Mundo 2: as mestiçagens. Tradução de Mary
Amazonas Leite de Barros. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2006.

GADELHA, Eloisa Mendonça. A morte social da natureza: do bom selvagem ao civilizado moderno da Amazônia
brasileira. Manaus: UFAM, 2018. Tese de doutorado.

LIMA, Carla Oileira. Historiografia social da Amazônia e história ambiental: um breve balanço. Revista do Lhiste,
Porto Alegre, num.6, vol.4, jan/dez. 2017, p.90-112.

PEARSON EDUCATION DO BRASIL. Gestão ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

SILVA, Marilene Silva Corrêa da. O Paiz do Amazonas. 3. ed. Manaus: Valer, 2012. (Série Memórias da
Amazônia).

SOUSA SANTOS, Boaventura de. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos
saberes. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo:
Cortez, 2010.

THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural: mudanças de atitudes em relação às plantas e aos animais (1500-
1800). São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

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