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A tecnologia que quer popularizar carros elétricos

Nexo Jornal , Cesar Gaglioni

O mercado de carros elétricos


(…) As expectativas para o mercado de veículos elétricos até 2030 são
otimistas, segundo análise feita pela empresa de pesquisa de mercado
britânica IDTechEx. “A eletrificação do transporte vai ser uma das maiores
revoluções de mercado nas próximas duas décadas”, afirmou a empresa
em estimativa. De acordo com a IDTechEx, o mercado de veículos elétricos
vai estar avaliado em US$ 2,4 trilhões até 2041.

No Brasil, o mercado de carros elétricos ainda é incipiente e pequeno.


Dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos mostram que o país
encerrou 2022 com cerca de 49 mil carros movidos a bateria em todo o
território nacional.

Em janeiro, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria,


Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, deu sinais de que o governo
pretende oferecer benefícios a montadoras de carros elétricos no país até
2026.

“É imperativa a redução da emissão de gases de efeito estufa, o


estabelecimento de uma política de apoio a uma economia de baixo
carbono, privilegiando tecnologias limpas e dando início a um processo
produtivo eficiente, seguro e sustentável”, afirmou Alckmin durante
evento em Brasília. Os planos para a implementação da ideia ainda são
desconhecidos.

Os veículos elétricos, por não usarem combustíveis fósseis, não emitem


gases do efeito estufa quando estão circulando. O aumento do uso desse
tipo de automóvel tem relação direta com os esforços mundiais para zerar
as emissões até 2050 e mitigar a mudança climática.

Data original da publicação: 16 de fevereiro de 2023


Brasil no mapa da produção de veículos elétricos
Estadão , Mário Sérgio Venditti

Há dois anos, a indústria automotiva acirrou uma interessante competição


para importar veículos eletrificados para o Brasil. Afinal, todas as marcas
querem ser representadas por modelos híbridos ou elétricos, no País. De
uma forma bem mais tímida, empresas brasileiras também entram, aos
poucos, na corrida da eletromobilidade, criando soluções caseiras,
principalmente, direcionadas à prestação de serviço.

É o caso da Hitech Eletric, startup de Curitiba (PR) que, desde 2017,


desenvolve projetos de veículos 100% elétricos. (…)

“Com o incremento nas compras online a partir da pandemia da covid-19,


nosso foco voltou-se para o transporte de carga”, afirma Rodrigo Scheffer
Contin, fundador e presidente da Hitech. Ele explica que os veículos são
desenvolvidos no Brasil, mas a montagem final ocorre em uma grande
fabricante da China.

Porém, isso pode mudar no próximo ano. “Em 2023, queremos iniciar a
produção no Brasil, o que trará maior competitividade econômica,
permitindo até mesmo reduzir os preços ao cliente final”, diz. “Fabricar
aqui nos dará outras vantagens, como melhorar a logística dos negócios,
criar linhas de crédito e aumentar a rede de assistência técnica.”

Atualmente, o atendimento para as manutenções e revisões dos carros da


Hitech acontece nas oficinas do Centro Automotivo Porto Seguro, nos
períodos de garantia e pós-garantia. São, aproximadamente, 350 pontos
espalhados pelo País.

Segundo Contin, a pandemia causou um forte impacto nos preços de


logística. Antes, o envio de um contêiner com o carro pronto da China para
cá custava US$ 2 mil. Hoje, esse valor está em US$ 12 mil.

Com a nacionalização integral nas operações, a Hitech projeta vender 60


veículos, por mês, em uma primeira fase. “O potencial de crescimento é
exponencial. O mercado mostra-se promissor, e nossos carros não
dependem de eletropostos. A bateria pode ser recarregada em tomadas
domésticas de 110 V ou 220 V”, garante.

Outra iniciativa dentro do Brasil envolve uma empresa argentina, a Bravo


Motor Company (BMC), e é fruto da parceria com a gigante industrial
americana Rockwell Automation para a construção de um complexo de
mobilidade elétrica em Nova Lima (MG).

Se tudo sair como o planejado, o investimento de US$ 4 bilhões resultará


na primeira gigafábrica da América Latina de veículos elétricos, baterias e
outros componentes de mobilidade elétrica. “A atividade industrial é
capaz de transformar a realidade das cidades. Agora, estamos diante de
uma oportunidade única de promover uma sociedade mais sustentável
por meio da eletromobilidade”, celebra Eduardo Javier Muñoz, diretor da
Bravo Motor Company.

O projeto prevê a produção de quase 23 mil veículos elétricos e 43.750 kits


de bateria, por ano, a partir de 2024. Esses números deverão aumentar
em 2029, quando o complexo, batizado de Colossus Center, estiver
totalmente concluído. Mas as duas parceiras ainda não revelaram quais
modelos pretendem fabricar em Minas Gerais.

A exemplo da Hitech, vem do Paraná mais um projeto de


eletromobilidade. A Movi Electric divulgou o plano de produzir carros
elétricos no parque industrial da cidade de Toledo. A Movi tem acordo
comercial para fabricar os modelos da empresa argentina Sero Electric.

O catálogo é composto por um carro elétrico para duas pessoas e dois


veículos de carga – um com caçamba e outro com baú, que pode levar até
500 quilos de carga. São microcarros movidos a bateria e feitos com
estrutura de ligas de alumínio de alta resistência, o que aumenta a
segurança em casos de impacto.

De uso urbano, eles chegam a 50 km/h de velocidade máxima e são


capazes de rodar 150 quilômetros. Assim como os veículos da Hitech, os
carros elétricos da Movi são recarregados nas tomadas de 110 V e 220 V,
em tempo que varia de cinco a sete horas.
Data original da publicação: 14 de setembro de 2022
Brazil’s female diplomats in new equality push after
dark days of Bolsonaro
The Guardian , Constance Malleret

More than a century after Maria José de Castro Rebello Mendes became,
in 1918, the first woman to enter Brazil’s diplomatic service, the country’s
female diplomats have launched a new push for equal rights and
opportunity. Women make up less than 25% of Brazil’s diplomatic corps
and just 12% of ambassadors.

“We are blossoming at this moment of democratic government,” said


Irene Vida Gala, a senior diplomat who served as ambassador to Ghana
and is now the president of the newly created Association of Female
Brazilian Diplomats.

This institutional push to address the lack of diversity within Brazil’s


foreign office, known as Itamaraty, after the 19th-century Rio palace
where it was once housed, coincides with the return to power of Luiz
Inácio Lula da Silva after the four-year term of his openly misogynistic far-
right predecessor, Jair Bolsonaro. Lula, who has appointed Brazil’s most
diverse cabinet ever, promised a fresh start after the trail of devastation
left by Bolsonaro.

In the case of Itamaraty, this means “total reconstruction, because what


we have today is scorched earth,” said Marília Closs of Plataforma Cipó, a
thinktank focused on governance, peace and climate. “Bolsonaro’s foreign
policy wasn’t used as a tool to guarantee Brazil’s national interest, but
instead as a tool for bolsonarismo.”

When he took office in 2019, Bolsonaro appointed a Bible-bashing climate


denialist to lead the foreign office and defend his nationalistic,
ultraconservative agenda abroad. Together, they took a hammer to
Brazil’s decades-old tradition of foreign policy based on cooperation and
multilateralism, cosying up to rightwing strongmen, torpedoing Brazil’s
environmental leadership, and undermining the country’s past work
defending human rights, with a particularly persistent campaign against
expanding gender rights.

“Gender was emblematic of the transformation of Brazil’s foreign policy


[under Bolsonaro],” said Jamil Chade, a Brazilian foreign correspondent in
Geneva.

The country’s highly professional and once-respected foreign service was


“hijacked” to serve this ultra-conservative agenda, Chade added. He
describes watching embarrassed Brazilian diplomats forced to defend
outlandish positions at the United Nations, while the international
community looked on with befuddlement and concern.

“We were there having to back positions that were basically against our
vocation, against our very nature,” said Vida Gala. Fearing retribution that
would further harm their career progression, female diplomats who were
once vocal about their demands retreated into the shadows.

Now, they are being given a role in recovering Brazil’s international


credibility and soft power. There is some disappointment that Lula failed
to name Brazil’s first female foreign minister – the post went to Mauro
Vieira, who previously held the position in 2015 to 2016 under Lula’s hand-
picked successor Dilma Rousseff – but Itamaraty nonetheless gained its
first female secretary-general, the second highest position, in Maria Laura
da Rocha.

Meanwhile, women are tipped to represent Brazil in Washington and


Buenos Aires, two of the most prestigious diplomatic postings.

“We women have a really important contribution to make to [Lula’s]


agenda,” said Vida Gala. “We can strengthen diplomatic action … to
contribute to a diplomacy focused on reducing inequality, care of the most
vulnerable, and even the construction of peace.”

The three-week-old government has already turned its back on the


Bolsonaro era with regards to Brazil’s position on Israel, migration and
reproductive rights, notably withdrawing from a coalition of
ultraconservative, anti-abortion nations known as the Geneva Consensus.
Bolsonaro-appointed ambassadors in the US and Israel have been sacked.

Restoring Brazil’s battered reputation will not happen overnight, warned


Chade, but these signals are welcome, “showing, look, we’re not only
formulating a new policy, but also a new team that is going to take the
lead on this new foreign policy”.

“Brazil no longer wants to be part of the problem, it wants to be part of


the solutions,” he added. Ambassador Vida Gala and her colleagues will be
striving for those solutions to be female.

Data original da publicação: 23 de janeiro de 2023

Diplomatas do Brasil em nova igualdade avançam após dias sombrios de


Bolsonaro
O Guardião, Constance Malleret
Mais de um século depois de Maria José de Castro Rebello Mendes se
tornar, em 1918, a primeira mulher a ingressar no serviço diplomático do
Brasil, as mulheres diplomatas do país lançaram um novo impulso em prol
da igualdade de direitos e oportunidades. As mulheres representam
menos de 25% do corpo diplomático do Brasil e apenas 12% dos
embaixadores.
“Estamos florescendo neste momento de governo democrático”, disse
Irene Vida Gala, diplomata sênior que atuou como embaixadora em Gana
e hoje é presidente da recém-criada Associação das Diplomatas Brasileiras.
Esse esforço institucional para lidar com a falta de diversidade no
Ministério das Relações Exteriores do Brasil, conhecido como Itamaraty,
em homenagem ao palácio carioca do século 19 onde já foi instalado,
coincide com o retorno ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva após o
mandato de quatro anos de seu antecessor de extrema-direita
abertamente misógino, Jair Bolsonaro. Lula, que nomeou o gabinete mais
diversificado do Brasil, prometeu um novo começo após o rastro de
devastação deixado por Bolsonaro.
No caso do Itamaraty, isso significa “reconstrução total, porque o que
temos hoje é terra arrasada”, disse Marília Closs, da Plataforma Cipó, um
think tank focado em governança, paz e clima. “A política externa de
Bolsonaro não foi usada como uma ferramenta para garantir o interesse
nacional do Brasil, mas sim como uma ferramenta para o bolsonarismo.”
Quando assumiu o cargo em 2019, Bolsonaro nomeou um negacionista do
clima para liderar o Ministério das Relações Exteriores e defender sua
agenda nacionalista e ultraconservadora no exterior. Juntos, eles atacaram
a tradição de décadas de política externa do Brasil baseada na cooperação
e no multilateralismo, aproximando-se de homens fortes de direita,
torpedeando a liderança ambiental do Brasil e minando o trabalho
anterior do país na defesa dos direitos humanos, com uma campanha
particularmente persistente contra a expansão do gênero direitos.
“Gênero foi emblemático da transformação da política externa do Brasil
[sob Bolsonaro]”, disse Jamil Chade, correspondente estrangeiro brasileiro
em Genebra.
O serviço estrangeiro altamente profissional e respeitado do país foi
“sequestrado” para servir a essa agenda ultraconservadora, acrescentou
Chade. Ele descreve ter assistido a envergonhados diplomatas brasileiros
forçados a defender posições bizarras nas Nações Unidas, enquanto a
comunidade internacional observava com perplexidade e preocupação.
“Estávamos ali tendo que defender posições que eram basicamente contra
a nossa vocação, contra a nossa própria natureza”, disse Vida Gala.
Temendo represálias que prejudicariam ainda mais a progressão de suas
carreiras, as diplomatas que antes falavam abertamente sobre suas
demandas recuaram para as sombras.
Agora, eles estão recebendo um papel na recuperação da credibilidade
internacional e do soft power do Brasil. Há alguma decepção por Lula não
ter nomeado a primeira ministra das Relações Exteriores do Brasil – o
cargo foi para Mauro Vieira, que ocupou o cargo de 2015 a 2016 sob a
sucessora de Lula, Dilma Rousseff, escolhida a dedo – mas, mesmo assim,
o Itamaraty ganhou sua primeira secretária-geral mulher , a segunda
posição mais alta, em Maria Laura da Rocha.
Enquanto isso, as mulheres são indicadas para representar o Brasil em
Washington e Buenos Aires, dois dos cargos diplomáticos de maior
prestígio.
“Nós, mulheres, temos uma contribuição muito importante a dar à agenda
[de Lula]”, disse Vida Gala. “Podemos fortalecer a ação diplomática … para
contribuir para uma diplomacia focada na redução da desigualdade, no
cuidado dos mais vulneráveis e até na construção da paz.”
O governo de três semanas já deu as costas à era Bolsonaro no que diz
respeito à posição do Brasil sobre Israel, migração e direitos reprodutivos,
retirando-se notavelmente de uma coalizão de nações ultraconservadoras
e antiaborto conhecida como Consenso de Genebra. Embaixadores
nomeados por Bolsonaro nos EUA e em Israel foram demitidos.
Restaurar a reputação desgastada do Brasil não vai acontecer da noite
para o dia, alertou Chade, mas esses sinais são bem-vindos, “mostrando,
olha, não estamos apenas formulando uma nova política, mas também
uma nova equipe que vai assumir a liderança dessa nova política externa ”.
“O Brasil não quer mais fazer parte do problema, quer fazer parte das
soluções”, acrescentou. A embaixadora Vida Gala e seus colegas se
esforçarão para que essas soluções sejam femininas.
The Revolutionary Association of the Women of
Afghanistan
The Globalization of World Politics , Helen M. Kinsella

The Revolutionary Association of the Women of Afghanistan (RAWA) was


founded in Kabul, Afghanistan in 1977. It was founded to promote
women’s rights and social justice; to increase women’s participation in
social, political, and economic activities; and to advocate for a secular
democratic state. Its goals were women’s emancipation, the separation of
religion and politics, economic democracy, eradication of poverty, and
networking with other national/international pro-democracy and
prowomen’s rights groups based on the ‘principle of equality and
noninterference in internal affairs’.

Founded only a year before the Soviet invasion in Afghanistan, RAWA


expanded its activities to resist Soviet rule. RAWA never aligned itself with
any other resistance movements, many of which adhered to a more
stringent interpretation of Islam than that practiced by RAWA’s members.
RAWA is anti-fundamentalist, but not anti-Islam. Meena, the charismatic
founder of RAWA, was murdered in 1987 because of her unrelenting
criticism of both sides in the war — Soviet and fundamentalists. In
response, RAWA began to hold more public events and to reach out for
international support from other women’s and human rights
organizations. One of RAWA’s members, all of whom use pseudonyms for
safety, shared: ‘we knew there would be more assassinations and
imprisonment if we kept silent. If we had a public face and we could make
ourselves more known, we could scare the enemy’.

During the Soviet rule and the resultant civil war that preceded the advent
of Taliban rule, RAWA members (women and ‘male supporters’) opened
schools in Afghanistan and Pakistan, housing, educating, and employing
men and women who fled from Afghanistan due to unremitting war.
Under the Taliban, RAWA members in Afghanistan went into hiding; many
members were killed and wounded and their families threatened and
harmed by the Taliban. Notwithstanding this threat, under which it had
always operated, RAWA opened underground schools to educate women
and girls and founded a magazine which members circulated clandestinely.
Every activity RAWA undertook meant its members risked immediate
death if discovered, and their lives were actively circumscribed by daily
and minute security concerns.

According to RAWA, the rule of the Soviets, the warlords, and the Taliban
were marked by similarity in repression and brutality that varied primarily
in degree and justification. RAWA roundly criticized the invasion by the
United States, not only for its premise but also because of its effects.
Moreover, RAWA members noted that indigenous women’s rights
networks and organizations’ expertise and knowledge were utterly ignored
in the push to ‘liberate’ them. RAWA itself was characterized as too radical
and dogmatic in its critique of all forms of economic, political, and social
repression, and in its advocacy for an Afghan democracy.

RAWA has stated: ‘RAWA believes that freedom and democracy can’t be
donated; it is the duty of the people of a country to fight and achieve
these values. Under the US-supported government, the sworn enemies of
human rights, democracy and secularism have gripped their claws over our
country and attempt to restore their religious fascism on our people.’

Data original da publicação: 09 de dezembro de 2020

A Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão


A Globalização da Política Mundial, Helen M. Kinsella
A Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão (RAWA) foi
fundada em Cabul, Afeganistão, em 1977. Foi fundada para promover os
direitos das mulheres e a justiça social; aumentar a participação das
mulheres nas atividades sociais, políticas e econômicas; e defender um
estado democrático secular. Seus objetivos eram a emancipação das
mulheres, a separação entre religião e política, democracia econômica,
erradicação da pobreza e networking com outros grupos
nacionais/internacionais pró-democracia e pró-direitos das mulheres com
base no “princípio de igualdade e não-interferência em assuntos internos”.
Fundada apenas um ano antes da invasão soviética no Afeganistão, a
RAWA expandiu suas atividades para resistir ao domínio soviético. A RAWA
nunca se aliou a nenhum outro movimento de resistência, muitos dos
quais aderiram a uma interpretação mais rigorosa do Islã do que a
praticada pelos membros da RAWA. A RAWA é antifundamentalista, mas
não anti-islâmica. Meena, a carismática fundadora da RAWA, foi
assassinada em 1987 por causa de suas críticas implacáveis a ambos os
lados da guerra – soviéticos e fundamentalistas. Em resposta, a RAWA
começou a realizar mais eventos públicos e a buscar apoio internacional
de outras organizações de direitos humanos e de mulheres. Um dos
membros da RAWA, todos os quais usam pseudônimos por segurança,
compartilhou: “sabíamos que haveria mais assassinatos e prisões se
ficássemos em silêncio. Se tivéssemos um rosto público e pudéssemos nos
tornar mais conhecidos, poderíamos assustar o inimigo'.
Durante o governo soviético e a guerra civil resultante que precedeu o
advento do regime talibã, os membros da RAWA (mulheres e 'apoiadores
masculinos') abriram escolas no Afeganistão e no Paquistão, abrigando,
educando e empregando homens e mulheres que fugiram do Afeganistão
devido à incessante guerra. Sob o Talibã, os membros da RAWA no
Afeganistão se esconderam; muitos membros foram mortos e feridos e
suas famílias ameaçadas e prejudicadas pelo Talibã. Apesar dessa ameaça,
sob a qual sempre funcionou, a RAWA abriu escolas clandestinas para
educar mulheres e meninas e fundou uma revista cujos membros
circulavam clandestinamente. Cada atividade realizada pela RAWA
significava que seus membros corriam risco de morte imediata se
descobertos, e suas vidas eram ativamente circunscritas por preocupações
diárias e minuciosas de segurança.
De acordo com a RAWA, o governo dos soviéticos, dos senhores da guerra
e do Talibã foi marcado por semelhanças na repressão e na brutalidade
que variavam principalmente em grau e justificação. A RAWA criticou
duramente a invasão dos Estados Unidos, não apenas por sua premissa,
mas também por seus efeitos.
Além disso, os membros da RAWA notaram que as redes de direitos das
mulheres indígenas e a expertise e o conhecimento das organizações
foram totalmente ignorados no esforço para “libertá-las”. A própria RAWA
foi caracterizada como muito radical e dogmática em sua crítica de todas
as formas de repressão econômica, política e social e em sua defesa de
uma democracia afegã.
A RAWA declarou: 'A RAWA acredita que a liberdade e a democracia não
podem ser doadas; é dever do povo de um país lutar e conquistar esses
valores. Sob o governo apoiado pelos EUA, os inimigos jurados dos direitos
humanos, da democracia e do secularismo agarraram nosso país e
tentaram restaurar seu fascismo religioso em nosso povo.'

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