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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

Instituto Multidisciplinar

Departamento de Administração e Turismo

1a AVALIAÇÃO

TRANSPORTES TURÍSTICOS e DESENVOLVIMENTO 2022.2

Prof Dra. Claudiana Guedes de Jesus

Nome:_____________________________________ Matrícula:_______________

Questão 1:

A mobilidade urbana está em uma crescente sem precedentes. Um estudo feito pela
plataforma Moovit traz uma estimativa que analisou milhões de viagens durante a
pandemia em 104 cidades e 28 países, com a intenção de ter uma visão qualificada
sobre o transporte público e a micromobilidade mundo adentro. A pesquisa alega que,
no Brasil, 36% dos passageiros passaram a usar menos transportes coletivos no período
da pandemia. tal fenômeno mundial trouxe um vertiginoso crescimento da procura por
transportes alternativos, como uso de bicicletas (incluindo as elétricas), patinete e etc.
Quais são os benefícios do transporte alternativo? Além de permitir o
distanciamento social, que é prejudicado em transportes coletivos, auxilia
consideravelmente na redução de emissão de gases poluentes. Segundo o Ceo da TWO
DOGS Brasil, empresa líder em alternativas elétricas para mobilidade urbana, as
bicicletas elétricas gozam de uma vantagem competitiva:
“Em grandes capitais como São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, o
tempo médio de viagens para distâncias curtas é bem longo, devido aos
congestionamentos e ao grande número de carros. Um veículo elétrico que
chega a 25 Km/h, como o patinete ou a bicicleta, por exemplo, pode
percorrer uma média de 8 km, em apenas 20 minutos. Essa mesma viagem,
de carro, poderia durar até 40, 45 minutos. É um tempo de vida que você
ganha” (FORTUNA, 2021)

A Pandemia serviu como combustível para a implementação de um


novo estilo de vida. Com as mudanças repentinas por conta da
pandemia, muitos consumidores passaram a abrir mão de automóveis
e transportes coletivos para o uso do transporte alternativo. Primeiro,
pelo fato de apresentar uma economia logo nos primeiros pássaros
em destino a um estilo de vida alternativo. Afinal, a gasolina também
aumentou com a pandemia. E segundo que, com a pandemia, o
trabalho home office ganhou bastante força. E por isso, em muitos
casos optar por um transporte alternativo para suprir as necessidades
de deslocamento não relacionadas ao trabalho, passou a ser uma
opção viável.
Outra corrente do universo de transporte e mobilidade é a luta
pelo fim do transporte feito por animais. Ainda no ano 2022, é
comum presenciar nas ruas das cidades (e naturalmente na zona
rural) carroças puxadas por animais de casco passivos a qualquer
tipo de maus-tratos, sendo, na maioria das vezes, conduzidos por
humanos sem qualquer tipo de preparo para lidar com tais animais.
A diária destes animais consiste em trabalhar o dia todo,
sujeito a qualquer tipo de perigo, estresse e agressão
física.Infelizmente, as Cinco Liberdades, proclamadas pela Farm
Animal Welfare Committee (FAWC) – não são respeitadas em
relação a esses animais: a liberdade de sede, fome e má-nutrição; a
liberdade de doença e dor ; a liberdade para se expressar; a liberdade
de desconforto; expressar o comportamento natural da espécie; e a
liberdade do estresse e do medo. “(...)ainda se verifica um grande
número de carroças circulando pelas ruas da capital gaúcha, num
visível desrespeito à lei, tracionadas por animais sobrecarregados,

espancados e à beira da exaustão .”(SCHEFFER, 2019)

Questão 2:
A partir da década de 70, com um processo de
desregulamentação do setor, que sofreu uma forte influência do novo
padrão de acumulação capitalista - a globalização, que trouxe
mudanças significativas para o transporte aéreo internacional e
consequentemente o transporte aéreo doméstico brasileiro.

“A globalização pode ser descrita como um processo de liberalização


comercial e integração econômica, que se manifesta através de
diferentes fatores, mais especificamente, crescente aumento de
fluxos de investimento direto externo e rápida mudança tecnológica.
Este processo representa uma nova e mais avançada fase no processo
de "internacionalização” e de difusão da produção internacional,
iniciada a partir da década de 80, caracterizada pela globalização
financeira e pelo surgimento de grandes empresas
transnacionais(OCDE, 1992)
p7

Toda essa reestruturação pode ser dividida em 3 partes: A) A desregulamentação do


transporte aéreo; B) as privatizações e C) a reorganização das companhias aéreas.
De acordo como estudo da ITF (1992:20) quem defendia a desregulamentação
alegava que o processo traria melhoria ao serviço de aviação comercial de acordo com a
perspectiva do consumidor, como novos empresas, com mais competitividade, diminuição
da mão-de-obra e barateamento dos serviços sem a perda da eficiência. Porém, o resultado
foi uma crescente concentração em poucos grupos de companhias aéreas que passaram a
dominar tanto os mercados nacionais quanto internacionais. Houve uma transição do cenário
em que muitas companhias aéreas eram administradas por governos nacionais, para um
cenário em que as companhias aéreas eram administradas por algumas megaempresas
globais que passaram a fazer acordo bilaterais entre as próprias empresas. Mesmo empresas
estatais como a Air France agiam como empresas privadas.
Como consequência da desregulamentação e reorganização dos serviços podemos
destacar a introdução das seguintes inovações: a) reorganização das rotas de vôo através do
sistema centro e raio(hub-and-spoke); b) sistema de reservas computadorizadas; c)
programas de fidelidade ;c) um novo sistema de navegação Communication, Navigation,
Security/Air traffic Management
Enquanto que, no mercado brasileiro que teve sua gênese a partir da expansão das rotas
internacionais, só foi ter um investimento com empresas nacionais a partir de 1925, quando
houve o Primeiro regulamento sobre o transporte aéreo Brasileiro. Inspirado pela legislação
francesa, estabelece que as atividades domésticas deveriam ser administradas e realizadas
apenas por companhias com sede no país (bandeira nacional). Esse primeiro Regulamento
deu origem às primeiras empresas aéreas brasileiras. E as empresas estrangeiras se adaptam
a operar no país a partir de subsidiárias nacionais. É importante ressaltar que após a segunda
guerra mundial, houve um excedente de aeronaves americanas. Que, com algumas
modificações, foi um fato primordial a trazer um dinamismo à aviação comercial de todo o
mundo. No Brasil, tal fato tornou possível o surgimento de muitas empresas aéreas entre
1945 e 1954. A maioria das companhias concentrava suas operações em linhas das rotas
litorâneas. Como alega JESUS(2005, p.42) “A história da regulamentação na aviação
brasileira possui um divisor de águas - o Programa Federal de Desregulamentação -
estabelecido em 1990. O programa acompanhou a tendência internacional do setor”.
A desregulamentação no brasil aconteceu mais tarde, se comparar com a aviação
internacional.

“A flexibilização da regulamentação do transporte aéreo brasileiro foi iniciada em 1990,


durante a quinta Conferência Nacional de Aviação Comercial (V CONAC). Nela foi
estabelecida uma nova política para o serviço de transporte aéreo no pais que, juntamente
com à legislação do Ministério da Aeronáutica, formalizaram a “política de flexibilização do
transporte aéreo brasileiro”. O decreto nº 99.179 de 1990 instituiu o programa federal de
desregulamentação é a legislação do setor, que foi sendo gradativamente modificada.”
pagina 42

A característica principal da desregulamentação do transporte aéreo brasileiro foi a liberação


dos mecanismos normativos que estavam em vigor até tal momento. Que determinava: A) o
fim do monopólio nas rotas internacionais; b) extinção das restrições territoriais para as
empresas regionais (SITAR); c)o fim da exclusividade das empresas nacionais de operar as
“linhas aéreas especiais” e d)gradativa modificação do controle tarifário pelo DAC

“Como consequência observamos o aumento do movimento de entrada e saída de


companhias aéreas no mercado. No entanto, esse movimento resultou na concentração das
atividades em poucas companhias, tanto no segmento regional quanto nacional. Por outro
lado observamos, o crescimento das atividades do setor caracterizado pelo aumento do
tráfego aéreo, da frota nacional, do número de passageiros transportados é da receita
operacional das companhias.”
página 56

referência:
https://revistabicicleta.com/mobilidade/transportes-alternativos-na-pandemia/
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/617603520/carrocas-a-crueldade-que-
persiste-nas-ruas

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