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AS DIMENSÕES AMBIENTAL, CULTURAL E ECONÓMICA DA GLOBALIZAÇÃO:


SEU IMPACTO NA VISÃO DO EMPREENDEDOR NACIONAL

Article in SSRN Electronic Journal · May 2019


DOI: 10.6084/m9.figshare.9121979

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Áureo Nhaca
Universidade Técnica de Moçambique
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AS DIMENSÕES AMBIENTAL, CULTURAL E ECONÓMICA DA
GLOBALIZAÇÃO: SEU IMPACTO NA VISÃO DO EMPREENDEDOR NACIONAL

Áureo Nhaca
Pós-Graduação, Universidade Técnica de Moçambique

Resumo
O presente trabalho tem como ponto focal o de definir a globalização como processo dinâmico,
complexo e multidimensional, sob o ponto de vista de espaço de oportunidades para o mundo
empresarial, identificando os elementos de continuidade histórica no processo de Globalização.
Contextualizar e distinguir as dimensões ambiental, cultural, social e económica da
globalização, fazendo uma análise e explorando as formas de mitigação dos efeitos da
globalização sobre a actividade empresarial tendo como referência o Acordo de Paris. E na
visão do empreendedor instigar a globalização por via de suas dimensões, visando ajudar a
difundir o que de bom o país tem e pode oferecer, desde as energias renováveis,
biocombustíveis, imóveis autossustentáveis e assim firmar sua posição no comércio
internacional, impulsionando o empreendedor nacional de igual modo.
Palavras-chave: Globalização. Dimensões. Acordo de Pais. Empreendedor Nacional.

1. Introdução
A globalização sofreu alterações ao longo do tempo, para alguns autores os primórdios desta
remontam ao século XV, e há mesmo quem relembre que muito antes deste período existiam
contactos comerciais entre povos e mesmo viagens intercontinentais, o que por outras palavras,
já se considerava globalização, pois poder-se-ia ter o mesmo produto da Inglaterra na China, e
vice-versa. No seu estudo remete-nos a um leque de transformações económicas, políticas,
sociais e culturais que se fazem sentir a nível mundial, isso em termos de dimensões de
incidência total ou parcial. Como visto em países desenvolvidos, tais transformações denotam-
se estar frequentemente associadas a inovações tecnológicas, pois, a velocidade a que estas se
sucedem e ocorrem no mundo contemporâneo, contribuem para acreditar que a globalização
constitui um fenómeno completamente novo, havendo sempre uma necessidade de estudo
(STIGLITZ, 2007).

2. Globalização
Fundamentalmente, é a integração mais estreita dos países e dos povos que resultou da enorme


Graduado em Gestão Financeira e Mestrando em Finanças e Comércio Internacional pela Universidade Técnica
de Moçambique (UDM). Analista Económico e Financeiro. anhaca@me.com
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redução dos custos de transportes e de comunicação e a destruição de barreiras artificiais à


circulação transfronteiriça de mercadorias, serviços, capitais, conhecimentos e (em menor
escala) pessoas (STIGLITZ, 2004).
Este fenómeno tem inúmeras repercussões sobre o mundo inteiro, considerando as conotações
que advém de vários escritores, entretanto, uma maioria considera como uma força irresistível
e benéfica que trás evolução económica para todos os estados, e que tem uma história e esta
insere-se na trajectória do capitalismo, do comércio e da economia de mercado. É uma força
condutora central por trás das rápidas mudanças sociais, políticas e económicas que estão a
remodelar as sociedades modernas e a ordem mundial (HAMPSON et al., 1999, p. 705).

3. As dimensões da Globalização vs Empreendedor Nacional


Olhando para definição do Hampson et al, claramente nos apercebemos de que a globalização
é multidimensional, pois através delas os Estados efectuam diversas transações, assim cabe-nos
analisar tais dimensões e verificar que impacto incorre o empreendedor nacional através delas.
3.1. Dimensão Ambiental
A globalização e a crise ambiental contemporânea, marcadas pela degradação ambiental, social
e económica impulsionaram o surgimento de reuniões, negociações e conferências sobre meio
ambiente, bem como legislações que visam à conservação e manutenção dos ecossistemas
naturais e manutenção do meio ambiente equilibrado. Segundo Mata (2016, p. 87), a crise
ambiental é, como tal, produto de um modelo de organização geral da sociedade que comporta
decisões políticas e económicas que condicionam toda a vida individual e social.
Meio a isto, depois de vários anos de negociações, impasses e fracassos, aos 12 de dezembro
de 2015 na França, 195 países e a EU produziram na COP 21 em Paris um acordo que define
os meios de combate ao aquecimento global, tendo como maior objectivo reduzir a temperatura
média em 2º Celsius, reduzindo os gases estufa. Nessa perspectiva, vê-se para o empreendedor
nacional uma vantagem em poder desenvolver com o apoio do fundo de 100 mil milhões de
dólares em prol do acesso às energias renováveis para os países em vias de desenvolvimento,
meios de produzir e comercializar tais energias renováveis, casas autossustentáveis e
biocombustíveis, considerando que ainda tem inúmeras áreas que possam ser usadas para tal.
3.2. Dimensão Cultural
Através desta dimensão o empreendedor nacional, pode aproveitar para fazer a difusão da
cultura e aproveitar de igual modo a internacional, de modo a praticá-la localmente, trazendo
os mesmos benefícios de outros estados para o mercado nacional, criando diversificação como
a homogeneidade cultural, por via de joint venture ou parceria, a título de exemplos.
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3.3. Dimensão Social


Na sua dimensão social, o empreendedor nacional pode aproveitar o factor do mercado de
trabalho, visto que poderá contar com experts da área que pretende desenvolver, se for no caso
das energias renováveis, técnicos americanos por exemplo que já exploram os mesmos serviços
há décadas, assim flexibilizando o emprego, e reduzindo as desigualdades nos rendimentos.
3.4. Dimensão Económica
Esta dimensão, é a que mais poderá ajudar o empreendedor nacional, sob o ponto de vista de
internacionalização da empresa, e, por conseguinte, a trans-nacionalização da produção, por via
de características atípicas, tais como, os baixos custos de transporte e comunicação, a revolução
das TIC’s, uma economia sustentada num crescimento forte do comércio internacional e com
processos de produção muito flexíveis em vários pontos do mundo, além de poder sempre
contar com o mercado de trabalho e financeiro internacional.

4. Considerações Finais
As dimensões da globalização nas exigências da racionalidade capitalista a qual vivemos, que
se encontra expressa na incessante busca de maior produtividade, maior competitividade e
maior lucro, estão sendo materializadas dentro de um sistema de produção que esta orientado
para os mesmos fins, condicionando comportamentos dos empreendedores nacionais, que se
reflectem negativamente sobre o ambiente natural, tal que, a intervenção do governo de modo
a regular suas actividades se torna crucial, numa perspectiva geral e individual.
Assim, apenas se pode mitigar a globalização por via da actividade empresarial se os
empreendedores nacionais olharem para ela como uma oportunidade de expansão e divulgação
dos seus produtos e serviços, e apreender dos países desenvolvidos novas técnicas que ajudem
a dinamizar o processo de produção e prestação de serviços para os demais estados do mundo
a fora.

5. Referências
Hampson, F. O., Held, D., McGrew, A., Goldblatt, D., & Perraton, J. (1999). Global
Transformations: Politics, Economics, and Culture. International Journal, 54(4), 705.
Mata, A. Maria R. F. R. (2016). A globalização e o novo paradigma civlizacional: a
perspetiva de Leonardo Boff. Universidade de Évora.
Stiglitz, J. E. (2004). Globalização: a Grande Desilusão. Lisboa: Terramar.
Stiglitz, J. E. (2007). Globalização: Como Dar Certo. São Paulo: Companhia das Letras.

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