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REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA E GLOBALIZAÇÃO

A partir das últimas décadas do século XX (anos 70/80) a


circulação de mercadorias, capitais (investimentos) e informações entre os países
aumentaram muito, graças à abertura das fronteiras nacionais e do mercado consumidor,
contribuindo para isso, os grandes avanços nos setores de informática, telecomunicações e
transportes.
Com a abertura dos mercados consumidores para o
investimento estrangeiro, gerou uma grande expansão de empresas multinacionais que
instalaram filiais em vários países do mundo, inclusive no Brasil, em vários setores como o
comércio, indústria, bancos, telecomunicações, entretenimento, etc. Essas empresas
multinacionais, estruturaram redes de produção e distribuição de mercadorias, circulação de
informações, de capitais e de serviços, através de uma infra-estrutura técnica formada por
cabos ópticos, antenas, satélites, portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, que constituem a
base material das redes mundiais de circulação de mercadorias, informações, capitais e
serviços.
Nesse contexto das redes de circulação, a situação da
economia mundial é chamada de informacional e global, que permitam e facilitem o fluxo
de mercadorias, informações, capitais e serviços, formando as redes de comunicação.
Da mesma forma que houve aumento no fluxo de
mercadorias, capitais e informações, através do crescimento do turismo internacional,
aumentou também o fluxo de pessoas.
Essa interconexão entre pessoas, empresas e países, através
dessas redes de circulação de mercadorias, informações, capitais e serviços, é o que
caracteriza e chamamos de GLOBALIZAÇÃO.
Atualmente a ciência está bastante interligada à atividade
industrial, agrícola, pecuária, comércio e serviços, pois as empresas através do
desenvolvimento científico-tecnológico, têm possibilitado a criação de novos produtos e o
aperfeiçoamento de outros já existentes, além de reduzir custos na produção aumentando a
capacidade de competição no mercado mundial, com as grandes multinacionais possuindo
seus próprios centros de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.
Também o Estado, por meio das universidades e de outras
instituições de pesquisas governamentais, tem estimulado o crescimento produtivo
preparando e capacitando pessoas ao exercício de pesquisas na área industrial e agrícola,
com o desenvolvimento de novas tecnologias, transferidas ao mercado de consumo.
A Terceira Revolução Industrial, é caracterizada pelo
desenvolvimento da industria de informática, pelo surgimento de novos software
(programas de computadores), pela robótica e pelo avanço das telecomunicações, com a
utilização de satélites, cabos de fibras ópticas e de telefones celulares de abrangência
mundial. Outros fatores que marcam esta revolução técnico-científica é a engenharia
genética, o desenvolvimento da microeletrônica e a utilização da energia nuclear em larga
escala em vários países.
A integração entre a informática e as telecomunicações,
conhecida como telemática, é outra característica importante da Terceira Revolução
Industrial, permitindo o envio de dados, textos, imagens a lugares distantes, transferência
de grandes somas de capital entre países, facilitando o fluxo de investimentos.

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Aparecem novos produtos, que fazem surgir novos setores de
atividade, novas tecnologias de informação, as fábricas incluem centros de testes e controle
de qualidade, multiplicam as firmas onde executivos e técnicos desenvolvem novos
programas de computadores, ou seja, as empresas cada vez mais investem na informática,
na pesquisa, na formação e qualificação de seus funcionários e na publicidade
(propaganda), o chamado investimento imaterial. Os pólos mundiais de alta tecnologia que
agrupam os centros de pesquisas de grandes empresas localizam-se próximos as
importantes universidades, como é o caso do Vale do Silício situado na Califórnia, próximo
a Universidade de Stanford, São Francisco/EUA.
Outra tendência da Revolução Técnico-Científica é a
formação de grandes fusões e aquisições entre empresas, com objetivo de disputar
mercados com maior poder de competitividade e aumentar a capacidade de investimentos
em novas pesquisas. O aumento das fusões entre empresas, a expansão das multinacionais
ou transnacionais, o aumento nos fluxos de investimentos e de mercadorias entre países,
tomou forma com a aplicação de políticas neoliberais.
Essa política pregava principalmente a necessidade dos países
eliminarem ou diminuírem as restrições à entrada de capitais estrangeiros e também de
mercadorias de outros países, devendo o Estado implantar um amplo programa de
privatizações restringindo sua atuação a alguns setores (como a saúde e educação), ou seja,
o chamado Estado mínimo, afastando totalmente dos meios de produção.
A Globalização acabou por acentuar as desigualdades sociais
no interior de muitos países, ampliando a pobreza. Boa parte da mão-de-obra fica
desempregada, por não estar apta a exercer outras funções, por falta de capacitação
profissional e qualificação. Por isso faz se necessário à intervenção efetiva do Estado nas
áreas de educação, para contribuir na qualificação da grande massa de trabalhadores e
jovens, preparando-os para o novo mercado de trabalho.
Nesse contexto de maior integração comercial entre os países,
fez-se necessário à criação de um órgão internacional que disciplinasse essas relações
comerciais. Cento e vinte e cinco países estabeleceram normas para o comércio
internacional, através da Organização Mundial do Comércio (OMC), agência especializada
da Organização das Nações Unidas (ONU).
Entretanto, apesar da OMC não se subordinar aos interesses
de nenhum país específico, a direção dos grandes investimentos continuam a ter uma forte
dependência das determinações do grupo dos sete países mais ricos do mundo, que são os
EUA, Alemanha, Japão, França, Inglaterra, Rússia e Canadá (conhecidos com G-8), com
destaque para os três primeiros (EUA, Japão e Alemanha), denominados Tríade.
Outra tendência importante verificada na fase atual do
capitalismo, é a formação de blocos econômicos regionais. A regionalização é caracterizada
pela formação de associações de países que tem por objetivo a integração comercial e
econômica entre si, reduzindo impostos de importação cobrados pelos países integrantes do
bloco, aumentando o fluxo de circulação de mercadorias e favorecendo o comércio dos
países-membros. São exemplos de blocos econômicos regionais, a União Européia (na
Europa), o Mercosul (na América do Sul), o Nafta (na América do Norte), a APEC (na
Ásia), a ALCA (em todo o continente americano).

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Com o avanço no processo de globalização, com a
intensificação dos fluxos internacionais de mercadorias, capitais, informações, pessoas e a
implantação de políticas neoliberais, despontaram vários movimentos de protestos através
de Organizações Não-governamentais (ONG´s), que se posicionavam contra a
globalização, mostrando a necessidade de reestruturar as políticas internacionais que
contribuem para acentuar as desigualdades entre os países ricos e pobres.
Em vista desta interligação entre os vários países do mundo, o
sistema de fuso horário é hoje de extrema importância, pois as grandes empresas
multinacionais, instituições financeiras e mesmo pessoas, devem conhecer esse sistema
para facilitar a comunicação e o fluxo de informações no mundo.
Fuso horário é uma faixa que vai de um pólo a outro, limitado
por dois meridianos. Toda circunferência possui 360° e como a Terra leva 24 horas para
realizar o movimento de rotação (que é aquele que estabelece a duração de um dia). Ao
dividir os 360° pelas 24 horas que formam um dia no planeta, temos 15°. Este é o espaço
que cada fuso ocupa na superfície do planeta. Portanto a Terra possui 24 fusos horários de
15° cada, dentro do qual prevalece uma hora legal.
Graças uma convenção internacional que estabeleceu o
Meridiano de Greenwich como o fuso inicial, temos 12 fusos horários a leste e 12 fusos
horários a oeste. Como o Sol nasce no leste, temos que os lugares localizados a leste terão
sempre as horas adiantadas em relação aos lugares situados a oeste. Assim sempre que
caminhamos em direção ao leste, as horas aumentam e ao contrário sempre que
caminhamos para o oeste as horas diminuem.
O Brasil encontra-se no fuso 45° a oeste do Meridiano de
Greenwich, ou seja, em relação à Londres (Inglaterra), apresentando o país, 3 horas a
menos que a Inglaterra. No entanto, devido a sua grande extensão territorial no sentido
leste-oeste, o território brasileiro, apresenta 4 fusos horários diferentes.
O primeiro fuso horário é o que compreende nossas ilhas
oceânicas, Fernando de Noronha por exemplo (30° oeste de GMT), com duas horas a
menos que Greenwich.
O segundo fuso é o de Brasília (45° oeste de GMT), horário
oficial do Brasil, com 3 horas a menos de Greenwich, que compreende todos os Estados
litorâneos, Goiás, Tocantins, Minas Gerais e parte do Pará.
O terceiro fuso compreendendo os Estado do Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, parte do Pará e do Amazonas, é o de 60° oeste do
GMT, com 4 horas a menos que Greenwich,.
E o quarto e último fuso horário é o de 75° a oeste de GMT,
com 5 horas a menos que Greenwich, compreendendo o Estado do Acre e pequena parte do
oeste do Amazonas.

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