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INTRODUÇÃO

O termo "globalização" tem estado em uso crescente desde meados da


década de 1980 e especialmente a partir de meados da década de 1990.
Em 2000, o Fundo Monetário Internacional (FMI) identificou quatro
aspectos básicos da globalização: comércio e transacções financeiras,
movimentos de capital e de investimento, migração e movimento de
pessoas e a disseminação de conhecimento onde os países relevantes se
integram para dar força ao capital transnacional. Além disso, os desafios
ambientais, como a mudança climática, poluição do ar e excesso de pesca
do oceano, estão ligados à globalização.

A globalização é um assunto que se encontra em destaque nos meios de


comunicação e, principalmente, nos livros de Geografia. No entanto,
muitas análises relacionadas ao tema são pouco esclarecedoras e acabam
gerando certa dificuldade de compreensão acerca do assunto.
A globalização permitiu uma maior conexão entre pontos distintos do
planeta, fazendo com que compartilhassem de características em comum.
Desta forma, nasce a ideia de Aldeia Global, ou seja, um mundo
globalizado onde tudo está interligado.O processo de globalização se
constitui pelo modo como os mercados de diferentes países e regiões
interagem entre si, aproximando mercadorias e pessoas.

Costumes, tradições, comidas e produtos típicos de determinada


localidade passam a estar presentes em outros lugares totalmente
diferentes. Isso acontece graças a troca e liberdade de informações que a
globalização pode proporcionar.A quebra de fronteiras gerou uma
expansão capitalista onde foi possível realizar transações financeiras e
expandir os negócios - até então restritos ao mercado interno - para
mercados distantes e emergentes.

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1 - CONCEITO
A Globalização é o processo de aproximação entre as diversas sociedades
e nações existentes por todo o mundo, seja no âmbito econômico, social,
cultural ou político. Porém, o principal destaque dado pela globalização
está na integração de mercado existente entre os países.

2 - HISTÓRIA
Os seres humanos têm interagido por longas distâncias por milhares de
anos. A Rota da Seda, que ligava a Ásia, África e Europa, é um bom
exemplo do poder transformador de troca que existia no "Velho Mundo".
Filosofia, religião, língua, as artes e outros aspectos da cultura se
espalharam e misturaram-se nas nações. Nos séculos XV e XVI, os
europeus fizeram descobertas importantes em sua exploração dos
oceanos, incluindo o início das viagens transatlânticas para o "Novo
Mundo" das Américas. O movimento global de pessoas, bens e ideias
expandiu significativamente nos séculos seguintes. No início do século XIX,
o desenvolvimento de novas formas de transporte, como o navio a vapor
e ferrovias, e as telecomunicações permitiram um intercâmbio global mais
rápido.

É tido, como início da globalização moderna, o fim da Segunda Guerra


mundial, e a vontade de impedir que uma monstruosidade como ela
ocorresse novamente no futuro, sendo que as nações vitoriosas da guerra
e as devastadas potências do eixo chegaram a conclusão que era de suma
importância, para o futuro da humanidade, a criação de mecanismos
diplomáticos e comerciais para aproximar, cada vez mais, as nações uma
das outras; Deste consenso, nasceu as Nações Unidas.

3 - IMPACTOS
A globalização afecta todos os sectores da sociedade, principalmente
comunicação, comércio internacional e liberdade de movimentação, com
diferente intensidade dependendo do nível de desenvolvimento e
integração das nações ao redor do planeta.

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 Comunicação

Fig. 1 - Mapa da rede de cabos submarinos ao Fig. 2 - Mapa das rotas aéreas comerciais de todo o mundo
redor da Terra que mantém a Internet. em junho de 2009.

A globalização das comunicações tem sua face mais visível na internet, a


rede mundial de computadores, possível graças a acordos e protocolos
entre diferentes entidades privadas da área de telecomunicações e
governos no mundo. Isto permitiu um grande fluxo de troca de ideias e
informações sem paralelos na história da humanidade. Se, antes, uma
pessoa estava limitada à imprensa local, agora ela mesma pode se tornar
parte da imprensa e observar as tendências do mundo inteiro, tendo
apenas, como factor de limitação, a barreira linguística.

Outra característica da globalização das comunicações é o aumento da


universalização do acesso a meios de comunicação, graças ao
barateamento dos aparelhos, principalmente celulares e os de
infraestrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e
incremento geral da qualidade graças a inovação tecnológica. Hoje, uma
inovação criada no Japão pode aparecer no mercado português ou
brasileiro em poucos dias e virar sucesso de mercado. Um exemplo da
universalização do acesso à informação pode ser o próprio Brasil, hoje
com 42 milhões de telefones instalados, e um aumento ainda maior de
número de telefones celulares em relação à década de 1980,
ultrapassando a barreira de 100 milhões de aparelhos em 2002.

Redes de televisão e imprensa multimédia em geral também sofreram um


grande impacto da globalização. Um país com imprensa livre hoje em dia
pode ter acesso, algumas vezes por televisão por assinatura ou satélite, a
emissoras do mundo inteiro, desde a NHK do Japão até a Cartoon Network
americana.

 Qualidade de vida

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Londres, a cidade mais globalizada do
planeta em 2012, junto com Nova Iorque,
segundo a Rede de Pesquisa de
Globalização e Cidades Mundiais.

O acesso instantâneo de tecnologias,


principalmente novos medicamentos,
Fig. 3 - Cidade de Londres, Inglaterra. novos equipamentos cirúrgicos e técnicos,
o aumento na produção de alimentos e o barateamento no custo têm
causado, nas últimas décadas, um aumento generalizado da longevidade
dos países emergentes e desenvolvidos. De 1981 a 2001, o número de
pessoas vivendo com menos de um dólar estadunidense por dia caiu de
1,5 bilhão de pessoas para 1,1 bilhão, sendo a maior queda da pobreza
registrada exactamente nos países mais liberais e abertos à globalização.

 Efeitos na indústria e serviços

Os efeitos da globalização no mercado de trabalho são evidentes, com a


criação da modalidade de outsourcing de empregos para países com mão-
de-obra mais barata para execução de serviços em que não é necessária
alta qualificação. Outro efeito da globalização é a produção distribuída
entre vários países, seja para criação de um único produto, onde cada
empresa cria uma parte, seja para criação do mesmo produto em vários
países para redução de custos e para ganhar vantagens competitivas no
acesso a mercados regionais.

O ponto mais evidente é o que o colunista David Brooks definiu como "Era
Cognitiva", onde a capacidade de uma pessoa em processar informações
ficou mais importante que sua capacidade de trabalhar como operário em
uma empresa graças a automação, também conhecida como Era da
Informação, uma transição da exausta era industrial para a era pós-
industrial.

Nicholas A. Ashford, académico do Instituto de Tecnologia de


Massachusetts, conclui que a globalização aumenta o ritmo das mudanças
disruptivas nos meios de produção, tendendo a um aumento de
tecnologias limpas e sustentáveis, apesar que isto irá requerer uma
mudança de atitude por parte dos governos se este quiser continuar
relevante mundialmente, com aumento da qualidade da educação, agir
como evangelista do uso de novas tecnologias e investir em pesquisa e

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desenvolvimento de ciências revolucionárias ou novas como
nanotecnologia ou fusão nuclear.

4 - GLOBALIZAÇÃO: VANTAGENS E DESVANTAGENS NO MUNDO


ACTUAL

A globalização pode ser definida como um processo de convergência


global que aglomera factores muito diferentes: tecnológicos, económicos,
sociais, culturais, ambientais, políticos, entre outros. Como se fosse uma
carteira, a globalização inclui diferentes moedas, cada uma com as suas
caras e coroas. É por isso que, hoje, analisamos a globalização e as suas
vantagens e desvantagens.

 Vantagens da globalização

No rosto amigo da globalização encontram-se os sinais que caracterizam


as sociedades mais modernas: integração e facilidade de comunicação,
livre circulação de bens ou extensão dos direitos humanos. São sinais de
modernidade que definem os países desenvolvidos e melhoram a vida dos
seus cidadãos.

a) A extensão da comunicação

Se há um aspecto em que a globalização se tornou visível é o das


tecnologias de comunicação. A irrupção e consolidação das redes sociais e
a possibilidade de contactar em tempo real com qualquer parte do
planeta têm sido duas das suas chaves.

Isso também afectou a percepção que os cidadãos têm do mundo como


uma entidade única. Para as pessoas do século XXI, a Terra é a casa
comum, e muito menor do que era para os humanos dos séculos
passados.

A globalização caracteriza as sociedades mais modernas: integração e


facilidade de comunicação, livre circulação de mercadorias ou extensão
dos direitos humanos. Os benefícios também são para as empresas, que
podem agilizar todos os seus processos e aumentar as suas vendas; e para
pesquisadores e estudantes, que podem conectar-se e aceder
imediatamente a novos conhecimentos.

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Por outro lado, a comunicação e o uso global de dispositivos electrónicos
criaram toda uma nova estrutura social e económica. Graças a este,
surgiram novas profissões que podem ser desenvolvidas em qualquer
parte do globo.

b) Intercâmbio cultural

A comunicação permite o intercâmbio cultural. Esse conhecimento


compartilhado enriquece a todos, tanto no campo das ideias quanto no
económico. Na história da humanidade nunca houve maior transferência
de valores culturais do que hoje.

Este facto suscita desafios e debates, mas o multiculturalismo é uma


realidade nos países avançados. As grandes capitais do mundo possuem
pequenos microcosmos identitários nos seus bairros e reflectem uma
nova forma de convivência entre diferentes culturas.

c) Desaparecimento das fronteiras económicas

A livre circulação de bens e capitais gerou alguns aspectos positivos para a


economia global, embora nem sempre se tenham reflectido na população.
O facto de os mesmos produtos, com as mesmas características, poderem
ser consumidos em diferentes países é um dos símbolos da globalização
comercial.

Como em todos os processos, há avanços e retrocessos, e talvez o aspecto


económico seja um dos mais polémicos. Actualmente, existem duas
tendências opostas: a de uma maior globalização da economia e a de um
retorno ao proteccionismo.

É preciso deixar claro que os defensores dessas restrições não são contra a
globalização em geral, mas apenas contra os factores que consideram
prejudiciais para eles próprios. Portanto, com o aumento das tarifas na
importação de produtos de alguns países e a redução das exportações, há
quem acredite que a desglobalização tenha começado.

d) Intercâmbio linguístico

A permeabilidade cultural favorecida pelas redes sociais é um dos factores


que favorecem o intercâmbio linguístico em todo o planeta. Outra é o

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surgimento de plataformas online que oferecem séries de TV, que se
tornaram fenómenos culturais globais.

Estas plataformas, que permitem a visualização na versão original com


legendas, são um grande avanço para o conhecimento de outras línguas
em países que, como Espanha, só tiveram esta opção em casos isolados.

Os videojogos, a música e o cinema tornaram-se ainda mais globais e


serviram, sobretudo, para fazer do inglês a língua franca mais utilizada nas
últimas décadas. Nesse espaço global, o espanhol também tem vindo a
ganhar espaço.

e) Extensão dos direitos humanos

A divulgação dos valores e direitos contidos na Declaração Universal dos


Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) também não
para de crescer.

Assinada em 1948, esta declaração foi completada com pactos e


protocolos para formar a Carta Internacional dos Direitos Humanos. A
globalização funciona aqui de duas maneiras principais: como difusora
desses direitos e como instrumento de controlo contra suas violações.

As organizações não-governamentais (ONG’s) são um actor fundamental


na extensão desses direitos, assim como o jornalismo, médicos e outros
profissionais que alertam o resto do mundo quando há uma violação em
qualquer lugar do globo. Nesse sentido, o envolvimento da opinião pública
nos países desenvolvidos é um fenómeno novo e muito importante.

 Desvantagens da globalização

Do lado negativo do processo de globalização estão, principalmente, a


uniformidade cultural e a desigualdade económica. É paradoxal que se
promova o mesmo estilo de vida global quando as diferenças na qualidade
de vida são tão grandes, não só entre os países, mas dentro de cada um
deles.

a) Intervencionismo estrangeiro

Entre os problemas que alguns vêem no processo de globalização está


uma certa diminuição da soberania nacional. Como os países estão tão

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inter-relacionados, económica, social, política e culturalmente, qualquer
desvio das directrizes gerais é visto com desconfiança.

No entanto, este intervencionismo não é mau nem bom em si, é apenas


uma característica dos novos tempos. Se reflecte bondade ou maldade,
dependerá das consequências. Por exemplo, para a comunidade
internacional, obrigar um país a respeitar os direitos humanos é algo
positivo para os seus cidadãos. No entanto, se um grupo de países forçar
outro a adoptar certas políticas económicas que vão contra a maioria da
sua população, isso será negativo para a sua sociedade.

b) Perda da identidade nacional

Há também quem veja o perigo de perda da identidade nacional, já que as


sociedades se assemelham cada vez mais, com os mesmos gostos
culturais, modas, etc.

Talvez o debate deva ser colocado sobre se essas identidades nacionais


são estáticas ou se sempre estiveram em evolução. Neste segundo caso, o
problema estaria mais na uniformidade do que na transformação. Mais do
que a mudança, o que preocupa é que essa mudança leva todos os países
ao mesmo lugar, ao mesmo estilo de vida.

Mas esse processo não é novo. Por exemplo, um nova-iorquino pode ter
mais em comum com um londrino do que com alguém do interior do seu
próprio país. E isso já acontece há séculos. Assim, o medo de perder a
identidade nacional não é apenas acreditar que as raízes estão
abandonadas, mas que o modo de vida não é diferenciado de um país
para outro.

No entanto, na arena política não faltam aqueles que têm levantado as


suas bandeiras como elemento de diferenciação, apelando às emoções
primárias do sentido de pertença. É o caso do nacionalismo de extrema-
direita em países do Leste Europeu e outros mais próximos, como a Itália.

c) Declínio das línguas minoritárias

Para as línguas minoritárias, foi detectado um risco real de


desaparecimento, ou, pelo menos, de perda de influência nos seus
territórios. Ao longo da vida de uma pessoa isso pode ser quase

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imperceptível, mas ao longo de várias gerações pode haver um
desaparecimento gradual de muitas línguas em todo o planeta.

O problema do desaparecimento de uma língua não é algo menor. A


língua é o expoente máximo de uma cultura e a sua perda implica o
desaparecimento de uma identidade única e insubstituível. Por isso, um
correcto processo de globalização deve ter a preocupação de que as
essências que definem os povos perdurem, na medida do possível.

d) Aumento do desemprego nos países desenvolvidos

Um dos aspectos mais referidos pelos críticos da globalização económica é


a fuga de empresas nacionais para países onde os custos de produção são
mais baixos. Essa realocação teve duas consequências perniciosas: por um
lado, à medida que os empregos desaparecem, o desemprego aumenta
nos países desenvolvidos e a mão-de-obra torna-se mais barata; por
outro, precarizaram-se os empregos e perderam-se direitos que faziam
parte do chamado estado de bem-estar.

e) Concentração de capital em grandes multinacionais

Uma das consequências do ponto anterior é que as desigualdades


cresceram. Ao aumentar os lucros e as chances de competir, as gigantes
multinacionais são as grandes vencedoras desse modelo de globalização
económica. Pelo contrário, as pequenas empresas nacionais e os
profissionais independentes viram os seus rendimentos diminuir e,
consequentemente, ser afectados por um desequilíbrio económico. Além
disso, os trabalhadores perderam o poder de compra.

De uma perspectiva global, pode ver-se como essa concentração de


capital em poucas mãos também empobrece os países. Muitas nações
têm um produto interno bruto inferior à facturação das grandes
empresas, o que coloca os seus estados em posição inferior,
principalmente aos que estão em processo de desenvolvimento. É por isso
que muitos vêem menos vantagens e mais desvantagens na globalização.

Em resumo, pode dizer-se que a globalização é um processo irreversível,


mas resta saber como se desenvolve. Enquanto o processo avança, as
bandeiras nacionais voltaram a ser hasteadas em muitos países, levando à

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suspeita de que, talvez, a humanidade ainda não esteja preparada para
alcançá-lo.

5 - ANTIGLOBALIZAÇÃO
Apesar das contradições, há um certo
consenso a respeito das características da
globalização que envolve o aumento dos
riscos globais de transacções financeiras,
perda de parte da soberania dos Estados,
com a ênfase das organizações supra-
governamentais, aumento do volume e
Fig. 4 - Protestos contra a reunião do Banco velocidade como os recursos vêm sendo
Mundial e do Fundo Monetário Internacional em
Washington, D.C. em 2007. transaccionados pelo mundo, através do
desenvolvimento tecnológico etc.

Além das discussões que envolvem a definição do conceito, há


controvérsias em relação aos resultados da globalização. Tanto podemos
encontrar pessoas que se posicionam a favor como contra a globalização.
Um dos maiores eventos do movimento antiglobalização é o Fórum Social
Mundial, que se reuniu pela primeira vez em Porto Alegre, no Brasil, em
2001. O Fórum Social Mundial serve como ponto de encontro para
movimentos sociais de todo o mundo propondo a globalização alternativa,
não baseada nas dinâmicas reguladas pelo capitalismo.

A globalização é um fenómeno moderno que surgiu com a evolução dos


novos meios de comunicação, cada vez mais rápidos e mais eficazes. Há,
no entanto, aspectos tanto positivos quanto negativos na globalização. No
que concerne aos aspectos negativos, há a referir a facilidade com que
tudo circula, não havendo grande controlo, como se pode facilmente
depreender pelos atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos.
Outro dos aspectos negativos é a grande instabilidade económica que se
cria no mundo, pois qualquer fenómeno que acontece num determinado
país atinge rapidamente outros países, criando-se contágios que, tal como
as epidemias, se alastram a todos os pontos do globo como se de um
único ponto se tratasse. Os países, cada vez, estão mais dependentes uns
dos outros e já não há possibilidade de se isolarem no seu ninho, pois
ninguém é imune a estes contágios positivos ou negativos.

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CONCLUSÃO

Concluímos que, o processo de globalização é um fenômeno do modelo


econômico capitalista, o qual consiste na mundialização do espaço
geográfico por meio da interligação econômica, política, social e cultural
em âmbito planetário. Porém, esse processo ocorre em diferentes escalas
e possui consequências distintas entre os países, sendo as nações ricas as
principais beneficiadas pela globalização, pois, entre outros fatores, elas
expandem seu mercado consumidor por intermédio de suas empresas
transnacionais.

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