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1.

Introdução

O presente trabalho da cadeira de Ciência Política salienta que o principal ponto positivo da
globalização tem os avanços tecnológicos que facilitam o fluxo de informação e de capitais
mediante inovações nas áreas das Telecomunicações e da Informática. A Globalização fez
surgir a Geração, a primeira que está vivendo num mundo híper conectado e com menos
barreiras comerciais e culturais. Portanto a razão da Ciência Política tem uma importante
contribuição a oferecer ao administrador público em todos os níveis. No entanto, o campo de
estudo da Ciência Política é muito vasto, não só porque as relações entre Estado e sociedade
têm múltiplos aspectos, como também porque as relações de poder permeiam todas as
interacções dos indivíduos e grupos na sociedade.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Conhecer a Globalização e Ciência Política;

1.1.2. Específicos

 Definir os conceitos da globalização e ciência política;


 Apresentar as causas da globalização;
 Identificar as vantagens e desvantagens da globalização;
 Descrever as importâncias da ciência política.
1.2. Metodologia
A metodologia usado para realização deste presente trabalho foi através de varias consulta,
Internet, referencias, e alguns manual.
2. Globalização e Ciência Política

2.1. Conceitos de Globalização

A globalização é um assunto que se encontra em destaque nos meios de comunicação e,


principalmente, nos livros de Geografia. No entanto, muitas análises relacionadas ao tema são
pouco esclarecedoras e acabam gerando certa dificuldade de compreensão acerca do assunto.

Globalização é a difusão de conexões transplantarias entre as pessoas, e mais


recentemente, de conexões supraterritoriais. A partir desta perspectiva, a
globalização envolve reduções de barreiras aos contactos transmundiais. As
pessoas tornaram-se mais aptas: física, legal, cultural e psicologicamente a
engajarem-se umas com as outras em um só mundo (Scholte, 2002, p.14).

De acordo com Scholte (2005,p.110), O processo de globalização é um fenómeno do modelo


económico capitalista, o qual consiste na mundialização do espaço geográfico por meio da
interligação económica, política, social e cultural em âmbito planetário. Porém, esse processo
ocorre em diferentes escalas e possui consequências distintas entre os países, sendo as nações
ricas as principais beneficiadas pela globalização, pois, entre outros factores, elas expandem
seu mercado consumidor por intermédio de suas empresas transnacionais.

O desenvolvimento e a expansão dos sistemas de comunicação por satélites, informática,


transportes e telefonia proporcionaram o aparato técnico e estrutural para a intensificação das
relações socioeconómicas em âmbito mundial. Esse processo é uma consequência da Terceira
Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Técnico-Científico-Informacional,
uma vez que, por meio dos avanços tecnológicos obtidos, foi possível promover maior
integração económica e cultural entre regiões e países de diferentes pontos do planeta.
(McGrew 1999).

As principais beneficiadas pela globalização são as empresas transnacionais, haja vista que
esse fenómeno faz com que elas continuem com suas matrizes em um país (desenvolvido),
mas atuem com filiais em outros (em desenvolvimento), expandindo seu mercado
consumidor. Elas se aproveitam da mão-de-obra barata, além de benefícios (isenção de
imposto, doação de terreno, etc.) proporcionados pelos governos dos países em
desenvolvimento, visando ao aumento da lucratividade.

Além de factores económicos e sociais, a globalização também interfere nos aspectos


culturais de uma determinada população. O grande fluxo de informações obtidas por meio de
programas televisivos e, principalmente, pela Internet, exerce influência em alguns hábitos
humanos.

2.2. As Características da Globalização

Económicas

A globalização se caracteriza pela união do mercado mundial através de blocos económicos e


a desaparição das fronteiras comerciais entre seus membros.

Com isso, se verifica o aumento da concorrência económica e do nível de competição, com a


consequente exploração da mão-de-obra. No mundo globalizado, se valoriza a qualificação
profissional, ao mesmo tempo em que se diminuem os direitos trabalhistas que empurram os
trabalhadores para o mercado informal.

Políticas

Os fóruns e organismos internacionais se transformaram no palco privilegiado das decisões


políticas e económicas. Por isso, os blocos económicos tentam dar aos cidadãos participação
política sejam através de parlamentos a fim de que se construa um espaço de discussão.

Comunicações

A marca mais visível da globalização talvez seja no campo dos meios de comunicação.
Televisão e o telefone já cumpriam este objectivo, mas com o advento da Internet e dos
celulares inteligentes, este papel foi ampliado. Por isso, vemos como a informação agora é
instantânea e próxima, se estamos conectados a uma rede.

2.3. Causas de globalização

O autor WEBER (1994), As causas da globalização várias têm sido as explicações dadas para
as causas da globalização. Para uns, os avanços tecnológicos seriam o motor da globalização;
para outros, os marcos regulatórios é que teriam um papel de primazia na promoção da
globalização. Scholte, por sua vez, partindo de uma perspectiva estruturacionista, afirma que a
supraterritorialidade decorre, basicamente, da combinação dos seguintes aspectos – que não
possuem primazia ontológica um sobre o outro mas que mantém entre si uma relação de co-
dependência:
 A emergência de uma consciência global, como um produto do conhecimento
racionalista;
 Mudanças no desenvolvimento do sistema capitalista de produção;
 Inovações tecnológicas, em especial aquelas ligadas às comunicações e ao
processamento de dados;
 A construção de marcos regulatórios, especialmente através dos Estados e de
instituições supraestatais (Scholte, 2000).

2.4. As Vantagens e Desvantagens da Globalização

Vantagens Globalização:

A extensão da comunicação

O autor WEBER (1994), diz se há um aspecto em que a globalização se tornou visível é o das
tecnologias de comunicação. A irrupção e consolidação das redes sociais e a possibilidade de
contactar em tempo real com qualquer parte do planeta têm sido duas das suas chaves.

Intercâmbio cultural

A comunicação permite o intercâmbio cultural. Esse conhecimento compartilhado enriquece a


todos, tanto no campo das ideias quanto no económico. Na história da humanidade nunca
houve maior transferência de valores culturais do que hoje.

Desaparecimento das fronteiras económicas

A livre circulação de bens e capitais gerou alguns aspectos positivos para a economia global,
embora nem sempre se tenham reflectido na população. O facto de os mesmos produtos, com
as mesmas características, poderem ser consumidos em diferentes países é um dos símbolos
da globalização comercial.

Intercâmbio linguístico

A permeabilidade cultural favorecida pelas redes sociais é um dos factores que favorecem o
intercâmbio linguístico em todo o planeta. Outra é o surgimento de plataformas online que
oferecem séries de TV, que se tornaram fenómenos culturais globais.
Extensão dos direitos humanos

A divulgação dos valores e direitos contidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos
da Organização das Nações Unidas (ONU) também não para de crescer.

Desvantagens da Globalização:

Intervencionismo estrangeiro

Entre os problemas que alguns vêem no processo de globalização está uma certa diminuição
da soberania nacional. Como os países estão tão inter-relacionados, económica, social,
política e culturalmente, qualquer desvio das directrizes gerais é visto com desconfiança.

Perda da identidade nacional

Há também quem veja o perigo de perda da identidade nacional, já que as sociedades se


assemelham cada vez mais, com os mesmos gostos culturais, modas, etc.

Declínio das línguas minoritárias

Para as línguas minoritárias, foi detectado um risco real de desaparecimento, ou, pelo menos,
de perda de influência nos seus territórios. Ao longo da vida de uma pessoa isso pode ser
quase imperceptível, mas ao longo de várias gerações pode haver um desaparecimento
gradual de muitas línguas em todo o planeta.

Aumento do desemprego nos países desenvolvidos

Um dos aspectos mais referidos pelos críticos da globalização económica é a fuga de


empresas nacionais para países onde os custos de produção são mais baixos. Essa realocação
teve duas consequências perniciosas: por um lado, à medida que os empregos desaparecem, o
desemprego aumenta nos países desenvolvidos e a mão-de-obra torna-se mais barata.

Concentração de capital em grandes multinacionais

Uma das consequências do ponto anterior é que as desigualdades cresceram. Ao aumentar os


lucros e as chances de competir, as gigantes multinacionais são as grandes vencedoras desse
modelo de globalização económica. Pelo contrário, as pequenas empresas nacionais e os
profissionais independentes viram os seus rendimentos diminuir e, consequentemente, ser
afectados por um desequilíbrio económico.

2.2. Ciência Política

2.2.1. Conceitos básicos da ciência política

Segundo HOBBES (1979), A ciência política é o campo das ciências sociais que estuda as
estruturas que moldam as regras de convívio entre as pessoas em agrupamentos. A ciência
política dedica-se a entender e moldar as noções de Estado, governo e organização política, e
pode estudar também outras instituições que interferem directa ou indirectamente na
organização política, como ONGs, Igreja, empresas etc. Alguns teóricos restringem o objecto
de estudo da ciência política ao Estado, outros defendem que o seu objecto é mais amplo,
sendo o poder, em geral, aquilo que deve ser estudado por essa área.

Existe uma grande área de estudos dentro das ciências humanas denominada ciências sociais.
As ciências sociais são compostas pela sociologia, antropologia, psicologia social, economia e
ciência política. A ciência política é a parte das ciências sociais que se dedica a tentar
entender, exclusivamente, as formações políticas estruturais que o ser humano criou para
garantir o convívio pacífico em grandes sociedades, (HOBBES,1979.p.7).

A Ciência Política é responsável por entender e moldar as questões relativas ao poder na


sociedade, estabelecendo normas e preceitos para o pleno funcionamento das instituições
sociais, da economia, do Estado e do sistema jurídico. Fica a cargo da ciência política a
provisão intelectual e teórica de meios de acção do ser humano e das instituições que
beneficiem a vida colectiva.

2.2.2. A importância da ciência política

Conforme LOCKE (1983), Ciência política é de extrema importância para o avanço do estudo
dos mecanismos de poder. A actuação de políticos, sejam do poder Executivo, sejam do poder
Legislativo, de juristas e de economistas ou pessoas ligadas ao grande mercado financeiro está
directamente ligada ao poder. Entender o poder é necessário para que haja avanço nas
instituições políticas e para que se evitem os abusos de poder perpetrados pelo Estado, por
governos ou por instituições financeiras. Para que os avanços nesse campo sejam efectivos,
existem quatro conceitos básicos:
 Cidade: são as primeiras instituições políticas que agruparam seres humanos por meio
de uma estrutura jurídica bem definida. Com o nascimento da polis (cidade-estado), na
Grécia Antiga, surge a preocupação com a política.
 Cidadania: é de extrema importância, enquanto noção, para a ciência política, e ela
existe em qualquer formação política, variando apenas a abrangência do poder
permitido por esse dispositivo. Na aristocracia, a cidadania é garantida a uma minoria
escolhida supostamente por suas qualidades; na oligarquia, a um grupo maior que o
aristocrático, escolhido pelo poder financeiro. No absolutismo, a cidadania restringe-
se à figura do monarca. Na democracia, ela é distribuída entre todos que podem
participar do sistema político.
 Direitos: (civis e políticos) são objectos de estudos da ciência política em conjunto
com a ciência jurídica (direito).
 Estado: uma das mais importantes noções da ciência política, pois é ela que tenta
entender as formas e estruturas políticas mais notáveis do tratamento político social.

Todos esses conceitos estão directamente ligados à noção fundamental da ciência política de
poder.

Partindo dessa ideia de que política implica autoridade ou governo, vários cientistas políticos
buscaram definir Ciência Política como uma disciplina que se dedicaria ao estudo da
formação e da divisão do poder (DAHL, 1970).

Ainda de acordo com Bobbio (1987), na Filosofia Política o problema do poder foi tratado a
partir de três teorias: a substancialista, a subjectivista e a relacional.

Teoria substancialista: o poder é concebido como algo que se tem, uma posse, e que se usa
como um outro bem qualquer, (BOBBIO, 1987, p. 77). Tais meios podem ser os mais
diversos, desde a inteligência até a riqueza.

Teoria subjectivista: o filósofo John Locke (1694) definiu o “poder” não como bem ou
posse, mas como a capa- cidade do sujeito de obter certos efeitos através de sua vontade
(BOBBIO, 1987, p. 77).

Teoria relacional: o poder dependerá da relação entre dois sujeitos, na qual um indivíduo –
que possui o poder, obtém do segundo – que não possui poder –, um comportamento que, não
fosse por essa condição, não ocorreria, (BOBBIO, 1987). Para Anthony Giddens (2005, p.
342), afirma que o poder consiste na habilidade de os indivíduos ou grupos fazerem valer os
próprios interesses ou as próprias preocupações, mesmo diante das resistências de outras
pessoas.
3. Consideração final

Chegando ao fim do trabalho considera-se que A globalização também interfere nos aspectos
culturais de uma determinada população. O grande fluxo de informações obtidas por meio de
programas televisivos e, principalmente, pela Internet, exerce influência em alguns hábitos
humanos. A importância do estudo da Ciência Política para o estudante de Direito, em linhas
simples, consiste em fornecer conhecimento sobre as instituições e os problemas da sociedade
contemporânea, trazendo compreensão sobre o papel do Estado como grande influenciador
desta, e fornecendo instrumentos e técnicas requeridas para a solução de tais problemas, na
medida do possível, por meio da aplicação do Direito.
4. Referências bibliográficas

BOBBIO, Noberto. A Teoria das formas de governo. Brasília: Ed. UNB,. Estado, governo e
sociedade: para uma teoria geral da política. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad.
João Paulo Ponteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. Trad. Anoar Aiex e E. Jacy Monteiro. 3. ed.
São Paulo: Abril Cultural, 1983.

WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Trad. Regis


Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. 3. ed. Brasília : Ed. UnB, 1994. v. 1.

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