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Geografia – 2º ano – Globalização

A globalização pode ser compreendida como a fase de expansão que o capitalismo atingiu na atualidade, impactando a economia, a política, a cultura
e o espaço geográfico. Se no capitalismo comercial iniciado no final do século XV, com as grandes navegações e o colonialismo, diferentes partes do
mundo passaram a estabelecer maiores relações, nos séculos seguintes essas relações se intensificaram conforme as novas tecnologias possibilitaram o
avanço da produção industrial e do comércio mundial. A globalização é, sobretudo, econômica, e caracteriza-se pelo conjunto de mudanças no processo
de produção de riquezas, nas relações de trabalho, no papel do Estado, nas formas de dominação sociocultural e pela facilitação dos fluxos de pessoas,
capitais e informações ao redor do mundo.
A base estrutural que possibilitou o aumento dos fluxos de informações nas últimas décadas é o avanço das telecomunicações (satélites artificiais,
centrais telefônicas, cabos de fibra óptica e telefonia celular) e da informática. A evolução das tecnologias para computadores e internet permite um
volume e rapidez cada vez maiores na transmissão de dados, voz, texto e imagem em todo o planeta, tornando-o cada vez mais conectado e integrado.
Além das telecomunicações e informática, também houve avanços da robótica, biotecnologia e dos meios de transporte, na etapa do desenvolvimento
industrial conhecida como Terceira Revolução Industrial, quando ciência, técnica e produção adquiriram maiores vínculos. A revolução tecnológica dos
meios de informação e comunicação intensificou-se, possibilitando uma disputa cada vez maior entre países e empresas a partir da facilidade de
circulação do capital de um país para outro, seja para a venda de mercadorias, para a instalação de filiais de empresas ou para aplicações financeiras.
O aumento da capacidade produtiva das empresas, das infraestruturas e da utilização de sistemas informatizados nas variadas atividades econômicas
(indústria, agropecuária, comércio e serviços) fez com que a técnica, a ciência e a informação se tornassem mais presentes no espaço geográfico. Essa
presença é, porém, desigual. Concentra-se nos países desenvolvidos, distribui-se de modo irregular nos subdesenvolvidos industrializados e é ainda
escassa em países subdesenvolvidos de economia primária. Portanto, a globalização não integra o mundo todo da mesma forma. A maioria dos usuários
de internet no mundo, por exemplo, concentra-se em países como EUA, Japão, China e Alemanha.
A derrocada do bloco socialista pós-Guerra Fria (1989) iniciou a chamada nova ordem mundial, levando o capitalismo ao mundo todo e
impulsionando o processo de globalização. Novos mercados consumidores se abriram, ao passo que governos e grandes empresas intensificaram
medidas e políticas neoliberais (que favorecem a iniciativa privada), ampliando a circulação de capitais entre os países.
Com a economia mundial globalizada, as empresas multinacionais se destacaram, espalhando suas atividades ao redor do mundo através de
complexas redes de produção, distribuição, divulgação e comercialização. Seus lucros são maximizados ao dividirem as etapas de produção e demais
atividades em diferentes países. Os investimentos são direcionados conforme as vantagens que o país (geralmente subdesenvolvido) fornece, como: mão-
de-obra barata e qualificada, matéria-prima abundante, baixo custo para instalação de filiais, redução ou mesmo isenção de impostos. Já os centros
administrativos, científicos e tecnológicos são mantidos em suas sedes, nos países de origem. Dessa forma, diversas marcas de todos os tipos de
produtos, redes de fast food, supermercados, bancos e serviços em geral, tornam-se cada vez mais presentes em diversos países.
Atualmente, mercados mundiais importantes são dominados por um pequeno número de corporações multinacionais ou transnacionais, que
concentraram capitais através de fusões e/ou aquisições.
A popularização do acesso à internet e comunicação instantânea através de celulares e computadores é um fato representativo dos níveis de
desenvolvimento que o processo de globalização vem atingindo no século XXI.
Fonte: https://www.infoescola.com/geografia/globalizacao/ - acesso: 23/07/2018.
O que é Globalização?
Globalização é um processo de integração política, econômica e cultural mundial, marcado pelos avanços nos meios de transporte e comunicação.
A Globalização é um termo elaborado na década de 1980 para descrever o processo de intensificação da integração econômica e política
internacional, marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e de comunicação. Por se caracterizar por um fenômeno de caráter mundial, muitos
autores preferem utilizar o termo mundialização.
É preciso lembrar, porém, que apesar de ser um conceito recentemente elaborado, a sua ocorrência é antiga. A maioria dos cientistas sociais data o
seu início no final do século XV e início do século XVI, quando os europeus iniciaram o processo de expansão colonial marítima. Com isso, é possível
perceber que a globalização não é um fato repentino e consolidado, mas um processo de integração gradativa que está constantemente se expandindo.
Muitos autores utilizam o termo “Aldeia Global” para se referir à globalização, pois ela não se limita aos planos políticos e econômicos, ocorrendo
também no âmbito da cultura. Observa-se uma grande troca de costumes, hábitos e mercadorias culturais. Os animes japoneses e os filmes de
Hollywood, por exemplo, são assistidos em todo o mundo.
Assim, muito se fala em uma padronização cultural. No entanto, há quem conteste essa tese, dizendo que os regionalismos também se ampliam,
promovendo o aumento da heterogeneidade cultural. Outros chegam a afirmar que o que ocorre, na verdade, é uma hegemonização cultural, em que os
costumes dominantes se impõem sobre os demais.
Para se ter uma ideia dos avanços tecnológicos e do aumento da velocidade nas trocas de informações, podemos comparar as notícias das mortes de
duas personalidades mundialmente conhecidas. Em 1865, quando Abraham Lincoln faleceu, a notícia chegou à Europa treze dias depois. Em 2009, a
morte de Michael Jackson estava sendo divulgada em tempo real para todo o mundo.
O geógrafo e economista David Harvey, em sua obra “A condição pós-moderna”, utiliza-se de um conceito específico para se referir ao aumento da
velocidade nas trocas comerciais e de informações: a compressão espaço-tempo. Isso porque, com os avanços nos meios de transporte, as grandes
distâncias deixaram – ou estão deixando – de ser um obstáculo. Ao mesmo tempo, os avanços nos meios de comunicação também “encurtaram” o
tempo, como no exemplo citado acima. O que se levava vários dias ou semanas para ser noticiado, hoje é conhecido pelo mundo todo em pouquíssimos
segundos.
Críticas à globalização
O processo de globalização, em seus moldes atuais, vem sendo duramente criticado por alguns intelectuais e grupos sociais organizados. A principal
afirmação é de que esse processo ocorre de uma forma que beneficia apenas as elites econômicas e os países dominantes, em detrimento das populações
pobres e regiões de todo mundo.
O ponto central das críticas é que os avanços tecnológicos e das comunicações sempre alcançam primeiramente aqueles que possuem um poder
aquisitivo superior. Outro fator é que, com as expansões das inúmeras multinacionais em todo mundo, amplia-se a concentração de renda, de modo que o
número de pessoas contempladas pelos benefícios da mundialização diminui constantemente.
Um exemplo a ser citado é o fato de as três pessoas mais ricas do mundo somarem mais riquezas do que os 48 países mais pobres do mundo juntos.
Além disso, segundo os críticos da globalização, o processo de integração mundial foi construído tendo como base o modelo europeu de cultura e
civilização. Assim, toda forma de conhecimento e comportamento teria sido estabelecida com base nos padrões eurocêntricos de moralidade, suprimindo
povos e culturas tradicionais de outros países, considerados “inferiores” pela ideologia dominante.
O geógrafo Milton Santos, em sua renomada obra Por uma outra Globalização, divide esse fenômeno em três abordagens: a) a globalização como
fábula, ou seja, da forma como nos é contada; b) a globalização como perversidade, da forma como ela realmente é; c) globalização como possibilidade,
quando propõe a ideia de uma outra globalização, mais justa e igualitária.
Atualmente, os principais movimentos organizados para lutar contra a globalização ou contra as suas consequências são o Fórum Social Mundial e o
Ocuppy Wall Street.
PENA, R. F. A. "O que é Globalização?"; Brasil Escola. <https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-globalizacao.htm>. Acesso: 23/07/2018.
Evolução dos meios de transportes e o encolhimento relativo do mundo
As Grandes Navegações transoceânicas que se iniciaram no século XV e o consequente processo de colonização de novos continentes (novos
espaços) pelos europeus decorreram de um conjunto de avanços técnicos que se desenvolveu, anteriormente, na navegação costeira, em especial no Mar
Mediterrâneo.
Exemplos desses avanços técnicos são os portulanos (mapas náuticos que registram as rotas marinhas e as direções segundo os pontos cardeais) e a
bússola. As Grandes Navegações inauguraram um período na história do mundo ocidental que, a despeito de várias oscilações em seu ritmo,
caracterizou-se pela incorporação de diversos outros avanços técnicos, como a máquina a vapor, o telégrafo e muitos outros.
Esses aparatos técnicos possibilitaram a certos países atuar em escala global, acelerar os contatos e as trocas, ter acesso a novos bens e outras
culturas, expandindo assim sua força econômica, que já se construía como um regime capitalista. Mas era possível nesse momento falar em
globalização? Tendo em vista o que acontece atualmente, é provável que não.
A globalização no presente tem intensidade e qualidade distintas. Sobretudo, é fruto de uma revolução tecnológica nas comunicações e na eletrônica,
que encurtou distâncias e criou novas formas de comunicação e organização.
Tais alterações também podem ser consideradas como responsáveis pelas grandes mudanças no cenário geopolítico do século XX, alimentando
novas formas de organização econômica ao aproximar mercados e reorientá-los em blocos comerciais.
Essa reorganização é diferente da ocorrida durante o período da Guerra Fria, quando o mundo era polarizado por forças hegemônicas lideradas pelos
Estados Unidos e pela extinta URSS, que utilizaram seus sistemas econômicos – capitalismo e socialismo – como forças de pressão internacional.
Nos últimos tempos, os progressos técnicos estão intimamente ligados à aceleração do tempo, característica-chave do processo de globalização. A
aceleração é algo que muda nossas relações com a distância geográfica, agora mais facilmente transposta. Trata-se da compressão do tempo-espaço,
como pode ser observada na abaixo, já clássica: o encolhimento do mapa do mundo graças a inovações nos transportes, que encolhem o espaço por meio
do tempo.

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