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Saiba mais
O termo "globalização" tem estado em uso crescente desde meados da década de 1980 e
especialmente a partir de meados da década de 1990.[7] Em 2000, o Fundo Monetário
Internacional (FMI) identificou quatro aspectos básicos da globalização: comércio e
transações financeiras, movimentos de capital e de investimento, migração e movimento de
pessoas e a disseminação de conhecimento[8] onde os países relevantes se integram para
dar força ao capital transnacional.[9] Além disso, os desafios ambientais, como a mudança
climática, poluição do ar e excesso de pesca do oceano, estão ligados à globalização.[10]
História
Os seres humanos têm interagido por longas distâncias por milhares de anos. A Rota da
Seda, que ligava a Ásia, África e Europa, é um bom exemplo do poder transformador de troca
que existia no "Velho Mundo". Filosofia, religião, língua, as artes e outros aspectos da cultura
se espalharam e misturaram-se nas nações. Nos séculos XV e XVI, os europeus fizeram
descobertas importantes em sua exploração dos oceanos, incluindo o início das viagens
transatlânticas para o "Novo Mundo" das Américas. O movimento global de pessoas, bens e
ideias expandiu significativamente nos séculos seguintes. No início do século XIX, o
desenvolvimento de novas formas de transporte, como o navio a vapor e ferrovias, e as
telecomunicações permitiram um intercâmbio global mais rápido.[11]
Impactos
Comunicação
Mapa da rede de cabos submarinos ao redor da Terra que mantém a Internet
A globalização das comunicações tem sua face mais visível na internet, a rede mundial de
computadores, possível graças a acordos e protocolos entre diferentes entidades privadas
da área de telecomunicações e governos no mundo. Isto permitiu um grande fluxo de troca
de ideias e informações sem paralelos na história da humanidade. Se, antes, uma pessoa
estava limitada à imprensa local, agora ela mesma pode se tornar parte da imprensa e
observar as tendências do mundo inteiro, tendo apenas, como fator de limitação, a barreira
linguística.
Pode-se dizer que este incremento no acesso à comunicação em massa acionado pela
globalização tem impactado até mesmo as estruturas de poder estabelecidas, com forte
conotação democrática, ajudando pessoas antes restritas a um pequeno grupo de
radiodifusão de informação a terem acesso à informação de todo o mundo, mostrando, a
elas como o mundo é e se comporta.
Infelizmente, este mesmo livre fluxo de informações é tido como uma ameaça para
determinados governos ou entidades religiosas com poderes na sociedade, que têm gasto
enorme quantidade de recursos para limitar o tipo de informação a que seus cidadãos tem
acesso.
No Irã, Arábia Saudita e outros países islâmicos com grande influência da religião nas
esferas governamentais, a internet sofre uma enorme pressão do estado, que tenta
implementar diversas vezes barreiras e dificuldades para o acesso a rede mundial, como
bloqueio de sites de redes de relacionamentos sociais como Orkut e MySpace, bloqueio de
sites de noticias como CNN e BBC. Acesso a conteúdo erótico também é proibido.
Qualidade de vida
Londres, a cidade mais globalizada do planeta em 2012, junto com Nova Iorque, segundo a Rede de Pesquisa de
Globalização e Cidades Mundiais[18]
Embora alguns estudos sugiram que, atualmente, a distribuição de renda ou está estável ou
está melhorando, sendo que as nações com maior melhora são as que possuem alta
liberdade econômica pelo Índice de Liberdade Econômica,[21] outros estudos mais recentes
da Organização das Nações Unidas indicam que "a 'globalização' e 'liberalização', como
motores do crescimento econômico e do desenvolvimento dos países, não reduziram as
desigualdades e a pobreza nas últimas décadas".[22]
Teorias da Globalização
Monumento ao Multiculturalismo por Francesco Perilli em Toronto, Ontário, Canadá. Quatro esculturas idênticas
estão localizadas em Buffalo City, África do Sul; Changchun, China; Sarajevo, Bósnia e Sydney, Austrália.
A globalização, por ser um fenômeno espontâneo decorrente da evolução do mercado
capitalista não direcionado por uma única entidade ou pessoa, possui várias linhas teóricas
que tentam explicar sua origem e seu impacto no mundo atual.
No geral, a globalização é vista por alguns cientistas políticos como o movimento sob o qual
se constrói o processo de ampliação da hegemonia econômica, política e cultural ocidental
sobre as demais nações. Ou ainda que a globalização é a reinvenção do processo
expansionista americano no período pós-guerra fria (esta reinvenção tardaria quase 10 anos
para ganhar forma) com a imposição (forçosa ou não) dos modelos políticos (democracia),
ideológico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e econômico (abertura de mercados e
livre competição).
Vale ressaltar que este projeto não é uma criação exclusiva do estado norte-americano e que
tampouco atende exclusivamente aos interesses deste, mas também é um projeto das
empresas, em especial das grandes empresas transnacionais, e governos do mundo inteiro.
Nesta ponta surge a inter-relação entre a Globalização e o Consenso de Washington.
Antonio Negri
O pensador italiano Antonio Negri defende, em seu livro "Império", que a nova realidade
sócio-política do mundo é definida por uma forma de organização diferente da hierarquia
vertical ou das estruturas de poder "arborizadas" (ou seja, partindo de um tronco único para
diversas ramificações ou galhos cada vez menores). Para Negri, esta nova dominação (que
ele batiza de "Império") é constituída por redes assimétricas, e as relações de poder se dão
mais por via cultural e econômica do que pelo uso coercitivo de força. Negri entende que
entidades organizadas como redes (tais como corporações, organizações não
governamentais e até grupos terroristas) têm mais poder e mobilidade (portanto, mais
chances de sobrevivência no novo ambiente) do que instituições paradigmáticas da
modernidade (como o Estado, partidos políticos e empresas tradicionais).
Mário Murteira
O economista português Mário Murteira, autor de uma das abordagens científicas mais
antigas e consistentes sobre o fenômeno da Globalização,[26] defende que, no século XXI, se
verifica uma 'desocidentalização' da Globalização, visto que se constata que os países do
Oriente, como a China, são os principais atores atuais do processo de Globalização e a
hegemonia do Ocidente, no sistema econômico mundial, está a aproximar-se do seu ocaso,
pelo que outras dinâmicas regionais, sobretudo na Ásia do Pacífico, ganharam mais força a
nível global.[27] Para Mário Murteira, a Globalização está relacionada com um novo tipo de
capitalismo em que o «mercado de conhecimento»[28] é o elemento mais influente no
processo de acumulação de capital e de crescimento econômico no capitalismo atual, ou
seja, é o núcleo duro que determina a evolução de todo o sistema econômico mundial do
presente século XXI.[29]
Stuart Hall
Benjamin Barber
Em seu artigo "Jihad vs. McWorld", Benjamin Barber expõe sua visão dualista para a
organização geopolítica global num futuro próximo. Os dois caminhos que ele enxerga —
não apenas como possíveis, mas também prováveis — são o do McMundo e o da Jihad.
Mesmo que se utilizando de um termo específico da religião islâmica (cujo significado,
segundo ele, é, genericamente, "luta", geralmente a "luta da alma contra o mal" e, por
extensão, "guerra santa"), Barber não vê como exclusivamente muçulmana a tendência
antiglobalização e pró-tribalista, ou pró-comunitária. Ele classifica, nesta corrente, inúmeros
movimentos de luta contra a ação globalizante, inclusive ocidentais, como os zapatistas e
outras guerrilhas latino-americanas.
Está claro que a democracia, como regime de governo particular do modo de produção da
sociedade industrial, não se aplica mais à realidade contemporânea. Nem se aplicará
tampouco a quaisquer dos futuros econômicos pretendidos pelas duas tendências
apontadas por Barber: ou o pré-industrialismo tribalista ou o pós-industrialismo globalizado.
Os modos de produção de ambos exigem outros tipos de organização política cujas
demandas o sistema democrático não é capaz de atender.
Daniele Conversi
Para Conversi, os acadêmicos ainda não chegaram a um acordo sobre o real significado do
termo globalização, para o qual ainda não há uma definição coerente e universal: alguns
autores se concentram nos aspectos econômicos, outros nos efeitos políticos e legislativos,
e assim por diante. Para Conversi, a 'globalização cultural' é, possivelmente, sua forma mais
visível e efetiva enquanto "ela caminha na sua trajetória letal de destruição global, removendo
todas as seguranças e barreiras tradicionais em seu caminho. É também a forma de
globalização que pode ser mais facilmente identificada com uma dominação pelos Estados
Unidos. Conversi vê uma correlação entre a globalização cultural e seu conceito gêmeo de
'segurança cultural', tal como desenvolvido por Jean Tardiff, e outros[30]
Samuel P. Huntington
Antiglobalização
Protestos contra a reunião do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional em Washington, D.C. em 2007.
A globalização é um fenômeno moderno que surgiu com a evolução dos novos meios de
comunicação, cada vez mais rápidos e mais eficazes. Há, no entanto, aspectos tanto
positivos quanto negativos na globalização. No que concerne aos aspectos negativos, há a
referir a facilidade com que tudo circula, não havendo grande controle, como se pode
facilmente depreender pelos atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos. Outro dos
aspectos negativos é a grande instabilidade econômica que se cria no mundo, pois qualquer
fenômeno que acontece num determinado país atinge rapidamente outros países, criando-se
contágios que, tal como as epidemias, se alastram a todos os pontos do globo como se de
um único ponto se tratasse. Os países, cada vez, estão mais dependentes uns dos outros e
já não há possibilidade de se isolarem no seu ninho, pois ninguém é imune a estes contágios
positivos ou negativos. Como aspectos positivos, temos, sem sombra de dúvida, a facilidade
com que as inovações se propagam entre países e continentes e o acesso fácil e rápido à
informação e aos bens. Esta globalização serve para os mais fracos se equipararem aos
mais fortes, pois tudo se consegue adquirir através desta grande autoestrada informacional
do mundo que é a Internet. Com a ressalva de que, para as classes menos favorecidas
economicamente, especialmente nos países em desenvolvimento,[34] esse acesso não é
"fácil" (porque seu custo é elevado) e não será rápido.
Bibliografia
Das, D. (2006) Globalization in the World of Finance: An Analytical History. Global Economy
Journal 6 (1), article 2.
Ver também
Referências
24. «The Cognitive Age» (https://www.nytim 29. «O novo tipo de Capitalismo está na
es.com/2008/05/02/opinion/02brook origem da Globalização» (http://www.m
s.html) . The New York Times. 2 de ariomurteira.com/licao%20de%20jubil
maio de 2008 a.html)
Bibliografia
«CONVERSI, Daniele. Americanization and the planetary spread of ethnic conflict : The globalization
trap. in Planet Agora, dezembro 2003 - janeiro 2004» (http://www.planetagora.org/english/theme4_su
j2_note.html) (em inglês)
(em inglês) CONVERSI, Daniele. Nationalism, boundaries and violence, Millennium. Journal of
International Studies, vol. 28, n. 3, 1999, pp. 553-584
(em inglês) CONVERSI, Daniele. Post-communist societies between ethnicity and globalization, Journal
of Southern, 2001
«CROTTY, James. Slow Growth, Destructive Competition, and Low Road Labor Relations: A Keynes-
Marx-Schumpeter Analysis of Neoliberal Globalization. PERI- Political Economy Research Institute,
PERI Publications, 11/1/2000» (https://www.peri.umass.edu/publication/item/download/177_240a2
d89910fe3c0bde45ecb538f6c27) (em inglês)
[ GARDELS, Nathan.Globalização produz países ricos com pessoas pobres: Para Stiglitz, a receita para
fazer esse processo funcionar é usar o chamado "modelo escandinavo" . Economia & Negócios, O
Estado de S. Paulo, 27/09/2006]
(em inglês) O'ROURKE, Kevin H.,Globalization and History: The Evolution of a Nineteenth-Century
Atlantic Economy.
RODRIGES, Gabriela e VIZENTINI, Paulo F. e Gabriela O dragão chinês e os tigres asíáticos.
«Joseph Stiglitz -- A Dangerous Man, A World Bank Insider Who Defected., HAGE, Dave, Minneapolis
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inglês)
STIGLITZ, Joseph E. Livre Mercado Para Todos. São Paulo: Campus Editora, 2006. ISBN 85-352-2179-
4
STIGLITZ, Joseph E.Rumo a um novo paradigma. São Paulo: Francis, 2004. ISBN 85-89362-41-8
«STIGLITZ, Joseph E. More Instruments and Broader Goals: Moving Toward the Post-Washington
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«STIGLITZ, Joseph E. The pact with the devil. Beppe Grillo's Friends interview» (http://www.beppegrill
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Ligações externas
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