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Para isso, Vladimir Putin enviou milhares de tropas para as bases russas na Crimeia em
fevereiro de 2014 e, no dia 18 de março, após um referendo local cujo resultado decidiu pela
anexação, assinou um projeto de lei incorporando essa região à Rússia, ação que a maioria dos
países europeus não aceita. Além disso, em 2014 teve início a crise com os separatistas pró-
Rússia, que declararam as repúblicas de Donetsk e Lugansk na região de Donbass, abrindo
caminho para Putin invadir o país oito anos depois.
Desta vez, o pretexto do Kremlin é realizar uma "operação militar especial" para defender a
população que fala russo e proteger a Rússia de “ameaças à segurança” devido à aproximação
da Ucrânia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
A partir de então, as principais cidades ucranianas foram sitiadas, mais de 2 mil civis foram
mortos e o cenário de guerra preocupa o mundo inteiro. Confira nesta linha do tempo os
principais acontecimentos que têm marcado a guerra da Ucrânia:
Cerca de 130 mil soldados estão instalados próximo às fronteiras ao norte, leste e sul da
Ucrânia. Isso preocupa toda a Europa, mas o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, garante que
o motivo são exercícios militares e que parte desse efetivo retornará às bases.
O Ocidente emite um alerta de que a Rússia continua movendo suas tropas em direção à
Ucrânia com veículos blindados, helicópteros e até um hospital de campanha. Diante da
temida invasão, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pede que os ucranianos se unam
em defesa de seu país e transforma o dia 16 de fevereiro em um símbolo dessa união.
Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro se reúne com o líder russo Vladimir Putin, em
Moscou, onde afirma que o Brasil é solidário aos "países que se empenham pela paz".
Durante a madrugada, Vladimir Putin inicia uma “operação militar especial” com bombardeios
em várias cidades ucranianas. O presidente Zelensky anuncia o fim das relações diplomáticas
com a Rússia, e milhares de moradores tentam sair de Kiev, causando trânsito intenso e filas
nos postos de combustíveis e supermercados.
Estados Unidos, Japão e países da Europa se posicionam contra a invasão russa, e uma reunião
urgente da Otan é solicitada. O valor do petróleo ultrapassa a marca dos US$ 100 por barril e
bolsas ao redor do mundo começam a operar em queda.
O exército russo ocupa a antiga usina nuclear de Chernobyl, e Zelensky afirma que os
ucranianos estão “sozinhos” na defesa da ex-república soviética. “Perguntei a todos os
parceiros de estado se estão conosco. Eles estão conosco, mas não estão prontos para que
entremos numa aliança com eles”, afirmou. Mesmo assim, o presidente garantiu que a Ucrânia
se defenderia.
Zelensky parabeniza os ucranianos pelo desempenho no primeiro dia de ataque a afirma que
os planos russos foram frustrados. "Nossos meninos e meninas, todos os defensores da
Ucrânia não permitiram que o inimigo realizasse o plano operacional da invasão no primeiro
dia", disse.
Essa defesa fez com que diversos países tivessem mais tempo para anunciar sanções
econômicas contra a Rússia, e uma reunião do Conselho de Segurança da ONU é realizada na
tentativa de condenar a invasão da Ucrânia e exigir a retirada das tropas. O embaixador
brasileiro na ONU, Ronaldo Costa Filho, vota a favor da condenação, assim como a maioria dos
membros, mas o poder de veto da Rússia no órgão anula a resolução.
No mesmo dia, a Comissão Europeia propõe uma nova bateria de sanções contra Moscou,
incluindo a paralisação dos ativos do Banco Central da Rússia e a exclusão de bancos russos do
sistema Swift de pagamentos interbancários mundiais.
A União Europeia confirma que os bancos russos serão desligados do Swift – e, como resposta
às sanções, Vladimir Putin ordena que forças nucleares de contenção da Rússia sejam
colocadas em “regime especial de serviço”.
Diante da situação, milhares de russos saem às ruas em protesto contra a guerra e mais de 5
mil pessoas são presas. Já no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro afirma que adotará postura
neutra durante o conflito para não prejudicar a importação de fertilizantes, essencial para a
agricultura do país. “Nossa posição tem que ser de bastante cautela.”
Em Belarus, delegações da Rússia e da Ucrânia iniciam negociações para o fim da guerra, mas a
reunião é encerrada sem acordo. Bombardeios nas imediações de Kiev aumentam, e Zelensky
assina pedido de entrada da Ucrânia na União Europeia.
Uma sessão extraordinária da Assembleia Geral da ONU é realizada para tratar da invasão
russa e o embaixador do Brasil na organização reforça posicionamento contrário aos ataques.
Ele também solicita que Europa e Estados Unidos reavaliem as sanções impostas,
“principalmente aquelas que podem afetar a economia global, incluindo o abastecimento
alimentar”.
No mesmo dia, Bolsonaro anuncia vistos humanitários para ucranianos em fuga da guerra, os
EUA expulsam 12 diplomatas russos do país por espionagem, e Putin proíbe a transferência de
moeda estrangeira para o exterior na tentativa de defender a Rússia das sanções ocidentais.
A Rússia é acusada de cometer crimes de guerra na Ucrânia, mas nega esse fato, afirmando
que seu objetivo é “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho. Ao todo, cerca de 2 mil civis já
foram mortos no conflito.
A Assembleia Geral da ONU aprova resolução condenando a invasão realizada pela Rússia e
solicitando retirada imediata das tropas. Essa solicitação não á atendida pelo Kremlin e a
Ucrânia pede ao papa Francisco que discuta com o presidente Vladimir Putin a respeito de
corredores humanitários para saída de civis enquanto a guerra continua.
Delegações da Ucrânia e Rússia se encontram pela segunda vez em Belarus. Elas não entram
em acordo para encerrar o conflito, mas concordam com a abertura de corredores
humanitários para a saída segura de civis.
A Rússia afirma que Ucrânia trabalha para desenvolver uma bomba atômica com apoio dos
Estados Unidos, e o país norte-americano anuncia sanções contra oito oligarcas russos e seus
parentes, incluindo o suposto testa-de-ferro do presidente Vladimir Putin, Alisher Usmanov.
Enquanto isso, o governo do Brasil disponibiliza uma aeronave da Força Aérea para resgatar
brasileiros em fuga da guerra e levar material de ajuda humanitária para refugiados do
conflito. Ao todo, mais de 2 milhões de pessoas já deixaram suas casas na Ucrânia, segundo a
ONU.
Enquanto isso, na Rússia, o governo sanciona uma lei que aumenta a censura à imprensa,
obrigando veículos a reportarem apenas a versão do governo a respeito da guerra, sob pena
de até 15 anos de prisão. O Kremlin também bloqueia o acesso da população às redes sociais
Facebook e Twitter, e vê emissoras como BBC e CNN suspenderem seu funcionamento devido
às restrições ao jornalismo independente.
Estimativas da ONU indicam que mais de 1,5 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia.
"Estamos diante da crise de refugiados que aumenta mais rapidamente desde a Segunda
Guerra Mundial", escreveu o Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. Além
disso, denúncias de crimes de guerra são apresentadas pelos Estados Unidos. "Vimos relatórios
de ataques deliberados contra civis”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
Na Rússia, protestos contra a guerra terminam com 3,5 mil presos, e a rede social TikTok
anuncia bloqueio parcial de seus serviços no país para garantir a segurança de usuários que
postam conteúdos relacionados ao conflito. Netflix e outras empresas, como Apple, Disney,
Volkswagen, Microsoft, Visa, Mastercard e American Express também suspendem seus
serviços para cidadãos russos em consequência dos ataques da Rússia contra a Ucrânia.
7 de março - Petróleo
Essa é uma das inúmeras sanções econômicas em represália pela invasão ao território da
Ucrânia, e Putin anuncia que elas “equivalem a uma declaração de guerra”. A fala foi publicada
em vídeo postado no Twitter pela Embaixada Russa na França — já que a rede social foi banida
na Rússia — e terminou em tom de ameaça: “Vou aconselhá-los a não agravar a situação e a
não impor sanções”.
Ainda no dia 7 de março, o Kremlin aprova uma lista de “nações hostis” contendo os membros
da União Europeia, Estados Unidos, Japão, Canadá e outros 17 países. Cerca de 10 mil pessoas
já foram presas na Rússia por se manifestarem contra a guerra, e a terceira rodada de
negociações entre Ucrânia e Rússia termina com “pequeno” avanço logístico para corredores
humanitários.
Além disso, o prefeito de uma cidade ucraniana e seus assessores são mortos enquanto
distribuíam pães e remédios aos doentes e feridos. “Memória eterna e nossa gratidão”,
informa a Câmara Municipal da cidade de Gostomel.
O presidente norte-americano Joe Biden informa que está proibida a importação de petróleo,
gás e energia da Rússia para os EUA, e pontua às empresas que “este não é o momento de
obter lucro em cima da situação”. No mesmo dia, Vladimir Putin assina um decreto de
“medidas especiais”, como a proibição de exportações e matérias-primas para salvaguardar a
economia russa.
A imprensa ucraniana também afirma que Belarus está de prontidão para ingressar na guerra
ao lado da Rússia, e o presidente Volodymyr Zelensky diz que o país não se renderá.
“Lutaremos nas florestas, nos campos e nas ruas”, disse em videoconferência com o
parlamento britânico, ao solicitar que o Reino Unido promova uma zona de exclusão aérea nos
céus da Ucrânia para impedir bombardeios russos.
Esse é um dos pedidos do presidente ucraniano, que também solicita armamentos e soldados.
No entanto, a Rússia ameaça os países que decidem ajudar. "Voluntários e mercenários
enviados para a Ucrânia retornarão como combatentes duros à Europa”, disse a porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
No mesmo dia, ministros das Relações Exteriores dos países em conflito se reúnem na Turquia
para tentar novo acordo, mas os russos exigem rendição da Ucrânia como condição para o
cessar-fogo, algo que o país do leste europeu afirma que não fará.
Os ataques russos continuam às cidades ucranianas, e locais que ainda não tinham sido
bombardeados se tornam alvos, como Ivano-Frankivsk e Lutsk, que fica a 90 quilômetros da
fronteira com a Polônia. Os russos solicitam voluntários sírios para fortalecer seu exército, e
pedem reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU para discutir "atividades
militares biológicas dos Estados Unidos no território da Ucrânia".
Essa convocação urgente do Conselho ocorre em meio às acusações cruzadas entre Rússia e
Estados Unidos sobre uso de armas biológicas. De acordo com o presidente norte-americano,
Joe Biden, a Rússia pagará "alto preço" se usar armas dessa natureza na guerra, mas também
ressaltou que quer evitar confronto direto entre Otan e Rússia, pois isso significaria o início da
Terceira Guerra Mundial.
De acordo com a ONU, a guerra na Ucrânia deixou mais de 2,5 milhões de refugiados até
agora, obrigou 2 milhões de pessoas a se deslocarem internamente e afetou mais de 12
milhões de pessoas no território ucraniano. O presidente Volodymyr Zelensky pede pressa na
resposta da União Europeia (UE) para a adesão da Ucrânia ao bloco, mas líderes da UE
descartaram essa rápida adesão.
12 de março
O sábado começa com ataques mais intensos nas proximidades de Kiev, e mísseis atingem o
norte e sul da capital. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia acusa militares russos
de sequestrarem o prefeito da cidade de Melitopol — Ivan Fedorov —, e o Youtube bloqueia
canais de veículos estatais da Rússia que minimizam eventos violentos como a guerra na
Ucrânia.
Com a censura aos veículos de comunicação do país, boa parte da população russa não
acredita na invasão militar. "Contei com detalhes o que estava acontecendo. Meu pai
respondeu que isso era bobagem, que não havia guerra e que os russos estavam nos salvando
dos nazistas", relatou o ucraniano Misha Katsurin, que criou uma plataforma para ucranianos
com parentes na Rússia tentarem convencê-los de que a guerra é real.
Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informa que 12 mil soldados
russos e 1,3 mil integrantes das forças armadas ucranianas morreram desde o início da
ofensiva militar. Fontes ligadas ao presidente da França, Emmanuel Macron, disseram neste
sábado que Vladimir Putin não tem intenção de "parar a guerra".
13 de março
Mísseis russos atingem a base militar ucraniana de Yaroviv e ampliam a preocupação de que o
conflito se espalhe para outros países, já que o local fica próximo à Polônia. Um cinegrafista
norte-americano é morto a tiros na cidade de Irpin, e o fotógrafo de origem colombiana que o
acompanhava fica ferido. Estados Unidos se manifestam em relação ao ataque e prometem
“consequências apropriadas”.
Delegações dos países em conflito se preparam para a quarta rodada de negociações desde o
início da invasão e há acenos para um possível acordo nos próximos dias.
14 de março
Fotos de valas coletivas para enterro das vítimas em cidades como Mariupol também chocam.
Nem todos os corpos são identificados e "ninguém sabe exatamente onde estão os parentes",
informa a deputada local Mykhailyna Skoryk-Shkarivska.
A Ucrânia calcula perda de aproximadamente U$$ 119 bilhões desde o início da guerra, com
interrupção de serviços essenciais de abastecimento e “produção entrando em colapso”. Já na
Rússia, a censura continua minimizando o conflito, e uma funcionária de um canal estatal se
arrisca durante o jornal ao vivo para segurar um cartaz com a mensagem: “Não acredite na
propaganda. Eles estão mentindo para você”.
Enquanto isso, Estados Unidos afirmam que a China sofrerá consequências se ajudar a Rússia
na guerra, novos oligarcas sofrem sanções econômicas, e delegações dos países em conflito
iniciam a quarta rodada de negociações “difíceis”, em formato de videoconferência . Eles
fazem pausa técnica para “esclarecer certos termos” e devem retomar as discussões na terça-
feira (15).
15 de março
Dois jornalistas da emissora americana "Fox News" morrem na guerra e um repórter britânico
perde parte da perna. Eles estavam no mesmo veículo quando foram atingidos por disparos,
perto de Kiev. "A verdade é o alvo", disse o Ministério da Defesa ucraniano, ao citar que a
Rússia se esforça para que informações a respeito do conflito não sejam divulgadas.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, anuncia novo toque de recolher na capital ucraniana, e o
governo do país europeu estima que a invasão acabe até o início de maio, quando a Rússia
ficaria sem recursos para atacar. Enquanto isso, o Kremlin anuncia sanções contra o presidente
dos Estados Unidos, Joe Biden, incluindo proibição da entrada dele em território russo.
As delegações dos países em conflito iniciam a quinta rodada de negociações com discussões
“bastante duras entre as partes", mas ainda não há acordo. Para ajudar as vítimas do conflito,
a Igreja Católica Ucraniana no Brasil realiza campanha de arrecadação de recursos. O telefone
para contato e para transferência de valores via Pix é o 41 99643-3320.
16 de março
Ucrânia e Rússia rascunham um possível acordo de paz com 15 pontos. A informação foi
divulgada pelo jornal "Financial Times" e citou que as principais solicitações russas são a
desistência da Ucrânia de aderir à Otan e de hospedar bases militares estrangeiras. Dessa
forma, o país mantém suas Forças Armadas, mas não pode ter alianças militares, assim como
ocorre com Áustria e Suécia. Segundo o assessor do presidente Volodymyr Zelensky, a Ucrânia
reivindicou que seu modelo de neutralidade seja diferente do existente nesses países.
A Rússia é expulsa do Conselho Europeu nesta quarta-feira (16), após 26 anos desde sua
adesão, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chama Vladimir Putin de "criminoso de
guerra" por conta das táticas militares "bárbaras" usadas na invasão à Ucrânia.
17 de março
O dia é marcado por desdobramentos de um discurso realizado por Putin. Pela TV, o
presidente da Rússia ameaçou cidadãos que contrariam o governo e apoiam o Ocidente.
“Estou convencido de que uma autopurificação natural e necessária da sociedade só
fortalecerá nosso país", disse, ao afirmar que "o povo russo sempre será capaz de distinguir
verdadeiros patriotas da escória e dos traidores e simplesmente cuspi-los como uma mosca
que voou em suas bocas”. Esse discurso lembra O Grande Expurgo, uma violenta campanha de
repressão política conduzida pela União Soviética que matou mais de 750 mil pessoas entre
1936 e 1938.
Ainda nesta quinta-feira (17), a Rússia rejeitou a decisão da mais alta corte da ONU de que o
país suspendesse imediatamente suas operações militares na Ucrânia. Seu argumento é de
que ainda não há acordo com o governo ucraniano. Segundo a Ucrânia, a paz só poderá se
tornar realidade a partir de um diálogo direto entre os presidentes Volodymyr Zelensky e
Vladimir Putin.
Até agora, mais de 3,16 milhões pessoas fugiram da Ucrânia em direção a outros países desde
o início da invasão da Rússia, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados
(Acnur).
18 de março
Em um evento com música, dança e show de luzes realizado no Estádio Olímpico Luzhniki -
palco da final da Copa do Mundo de Moscou, em 2018 - o presidente Vladimir Putin fez um
discurso sobre a "operação especial" na Ucrânia, num verdadeiro espetáculo pró-guerra.
No mesmo dia, o negociador-chefe da delegação russa, Vladimir Medinski, afirmou que os dois
países em guerra estão aproximando "o máximo possível" suas posições sobre o status neutro
da Ucrânia com relação à Otan e chegaram à "metade do caminho" nas conversações sobre a
desmilitarização do país. A informação, no entanto, foi negada pelo conselheiro do presidente
ucraniano e membro da equipe de negociação, Mykhailo Podolyak.
Enquanto isso, um submarino russo que estava no Mar Negro bombardeava as imediações da
cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia, um importante ponto de passagem para fugitivos que se
dirigem à fronteira com a Polônia.
19 de março
A Rússia fez seu primeiro ataque com mísseis hipersônicos contra a Ucrânia. Segundo o
ministério de Defesa russo, a ofensiva destruiu um local subterrâneo de armazenamento de
munição em Ivano-Frankivsk, no oeste ucraniano. Trata-se de um tipo de míssil mais difícil de
ser interceptado.
Enquanto isso, nas redes sociais, as fotos de três cosmonautas russos viralizaram desde a
sexta-feira (18), quando o trio chegou à Estação Espacial Internacional usando trajes amarelos
com detalhes em azul, mesmas cores da bandeira ucraniana. A escolha levantou
questionamentos sobre uma possível menção à guerra, mas a Rússia negou a relação neste
sábado.
20 de março
Bombardeios russos atingiram uma escola de arte na cidade de Mariupol, onde cerca de 400
cidadãos – mulheres, crianças e idosos – se abrigavam. As informações sobre mortos e feridos
não foram divulgadas. A cidade portuária é estratégica para os russos, já que pode funcionar
como um corredor terrestre para a Crimeia, anexada em 2014 pelos russos.
No mesmo dia, a Rússia deu um ultimato para que as forças ucranianas abandonassem a
cidade antes do meio-dia (horário local, cinco horas a mais do que o de Brasília) de segunda-
feira (21), mas o governo ucraniano rejeitou a rendição.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, declarou que Rússia e
Ucrânia avançaram nas negociações e estão "perto de um acordo". O país mantém laços com
as duas nações em guerra e vem se posicionando como mediador do conflito. O presidente
ucraniano, Volodymyr Zelenzky, disse estar pronto para uma conversa com o presidente russo,
Vladimir Putin, mas alertou que qualquer falha em uma negociação dessas pode resultar na
“terceira Guerra Mundial”.
Pelo menos 902 civis morreram e 1.459 ficaram feridos na Ucrânia, segundo informação do
escritório de direitos humanos da ONU no domingo (20). Entre os mortos no conflito estão 75
menores de idade. Até a data, o número de refugiados ucranianos, dentro e fora do país,
chegava a dez milhões de pessoas.
21 de março
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o andamento da negociação entre Rússia
e Ucrânia por um acordo de paz ainda não permite que haja uma reunião entre os respectivos
presidentes, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. Isso porque o encontro só seria possível
depois de um trabalho prévio e de um acordo consensual. "No momento, não há avanços
significativos", garantiu.
22 de março
Sobre "ataques indiscriminados contra civis ucranianos", o Pentágono informou que está
ajudando a coletar evidências de crimes de guerra cometidos pela Rússia na Ucrânia. O
objetivo é responsabilizar os autores perante a justiça, em processos futuros.
O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, admitiu que o país ainda não conseguiu
atingir nenhum de seus objetivos militares na Ucrânia e não descartou o uso de armas
nucleares por parte de Moscou.
O número de crianças que precisaram sair da Ucrânia desde o início da invasão da Rússia chega
a 2 milhões. Outros 3,3 milhões de menores ucranianos foram obrigadas a se deslocar
internamente no país, indicou a Unicef Itália.
23 de março
O Ministério da Defesa do Reino Unido indicou que as tropas da Rússia na Ucrânia estão "se
reorganizando" no norte do território ucraniano, antes de continuar com operações ofensivas
"em grande escala".
Tanto Rússia quanto Ucrânia descreveram como “difíceis” as tentativas de um acordo visando
o fim do conflito. O lado ucraniano ressalta ter “posições claras e de princípios” e o lado russo
alega que a Ucrânia apresenta "mudança constante de posições". O país invasor também
reclama que os Estados Unidos atrapalham o progresso das conversas com os representantes
ucranianos.
Preocupada com o uso de armas químicas por parte da Rússia, a OTAN solicitou um acordo dos
aliados para defender a Ucrânia. O secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, não deu
detalhes sobre o tipo de equipamento que poderiam oferecer a Kiev, mas pediu um “apoio
adicional, incluindo assistência para cibersegurança, assim como equipamento para ajudar a
Ucrânia a se proteger contra ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares".
A Ucrânia já recolheu quase 5 mil provas de crimes de guerra cometidos pela Rússia e
apresentados por cidadãos, por meio da plataforma unificada (warcrimes.gov.ua). As fotos e
vídeos devem servir em futuros julgamentos no Tribunal Penal Internacional e em tribunais
especiais.
24 de março
A invasão da Rússia à Ucrânia completa um mês, e especialistas não veem sinais de que o
conflito possa chegar ao fim em breve, uma vez que os dois países não conseguiram
estabelecer acordos para o cessar-fogo. A guerra já deixa um saldo de quase mil civis
ucranianos mortos e mais de 3,6 milhões de refugiados.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu a expulsão da Rússia do G20, ou, pelo
menos, a permissão de que a Ucrânia participe das reuniões do mecanismo multilateral. No
mesmo dia, ele anunciou que os EUA estão prontos para receber até 100 mil refugiados da
Ucrânia.
Na Assembleia Geral da ONU, 140 países votaram a favor de uma resolução que exige "o fim
imediato das hostilidades na Ucrânia". Apenas cinco nações votaram contra o texto e 38 se
abstiveram.
25 de março
Cerca de 13 milhões de pessoas estão retidas na Ucrânia, segundo o Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). A invasão da Ucrânia pelas tropas russas também
provocou, em um mês, o deslocamento de pelo menos 6,5 milhões de pessoas no território
ucraniano e a fuga de 3,7 milhões de pessoas para outros países.
A Rússia anuncia que perdeu 1315 soldados em um mês de guerra e confirmou que as Forças
Armadas do país destruíram, com mísseis de cruzeiro de alta precisão lançados do mar, o
maior depósito de combustível na região central da Ucrânia, que era utilizado para abastecer
as tropas de Kiev.
Segundo Moscou, desde o início da ofensiva na Ucrânia, 261 drones, 204 sistemas de mísseis
antiaéreos, 1.587 tanques e outros blindados de combate, 163 lança-foguetes múltiplos, 636
canhões de artilharia de campanha e morteiros, assim como 1.397 unidades de veículos
militares especiais foram destruídos.
O vice-chefe do Estado Maior da Rússia, Sergey Rudskoi, também informou que as tropas do
país bloquearam Kiev e Chernigov, no norte da Ucrânia; Kharkiv, no leste; Sumy, no nordeste;
e Mykolaiv, no sul. O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que considera terminada a
primeira fase da guerra.
26 de março
A Ucrânia anunciou que 136 crianças morreram desde o primeiro dia da invasão russa.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin,
"não pode permanecer no poder". O líder americano também participou de uma reunião na
Polônia com ministros ucranianos, para falar sobre segurança e ajuda humanitária à Ucrânia.
A invasão russa ao país vizinho também monopolizou as atenções no Fórum de Doha, com o
inesperado discurso do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Um ataque com mísseis russos contra a cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia e a cerca de 90
quilômetros da fronteira com a Polônia, deixou pelo menos cinco feridos. Até o momento, a
região era relativamente segura, sem ofensiva física. O prefeito da cidade, Andrii Sadovyi
afirmou que o ataque foi um recado para o presidente americano, Joe Biden.
As autoridades de Mariupol denunciaram a deportação em massa de médicos e pacientes
refugiados no porão de um hospital da cidade, que está sob o cerco de tropas russas.
Tropas russas anunciaram ter tomado a cidade de Slavutych, perto da fronteira com Belarus,
onde moram trabalhadores de Chernobyl.
27 de março
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a Rússia deve retirar suas tropas do
país antes que qualquer documento seja assinado sobre a não adesão da Ucrânia à Otan.
Em pouco mais de um mês de guerra, as forças ucranianas teriam capturado 117 taques russos
e perdido outros 74.
A Ucrânia ainda controla a região de Kiev, mas teme uma nova ofensiva contra a capital, após
o reagrupamento das tropas russas no território de Belarus.
Na região de Kiev, nas últimas 24 horas houve mais de 30 bombardeios de tropas russas contra
conjuntos habitacionais e infraestrutura social, segundo a Administração Regional Militar.
Desde o início da ofensiva militar russa, foram registrados danos em 34 das 69 comunidades
da região. Mais de 500 alvos foram destruídos.
28 de março
O Estado Maior das Forças Armadas da Ucrânia divulgou que cerca de 17 mil militares russos
morreram ou ficaram feridos desde o começo da invasão ao país, representando baixas nas
tropas de Moscou.
Enquanto isso, mais de 3,8 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia, segundo dados da ONU.
Além disso, 6,5 milhões de cidadãos se deslocaram dentro da própria Ucrânia em decorrência
da invasão russa.
29 de março
Mais uma rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia foi encerrada. Desta vez, o encontro
entre as delegações aconteceu na Turquia. Os países fizeram acordo para abertura de
corredores humanitários para evacuar parte da população.
Depois das negociações, a Rússia anunciou reduzir a atividade militar em Kiev e Chernigov. Os
Estados Unidos desconfiam do real interesse da Rússia no anúncio de retirada de tropas.
30 de março
Mesmo depois de anunciar redução militar em Kiev e Chernigov, Rússia atacou 64 alvos
ucranianos em 24 horas e disse que não houve avanços nas negociações com a Ucrânia.
Porta-voz da Ucrânia disse que Rússia deve se retirar para que acordo de paz seja votado.
O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, visitou a
usina nuclear de Konstantinovka, no sul da Ucrânia, devido ao risco de acidentes.
A ONU indicou que a Rússia usou bombas de fragmentação, que são proibidas, em pelo menos
24 ocasiões na Ucrânia.
Estados Unidos e União Europeia se reuniram para reforçar sanções ao presidente russo,
Vladimir Putin.
31 de março
O porta-voz do governo da Rússia, Dmitry Peskov, negou as informações divulgadas pelos
Estados Unidos, que indicam que o presidente da antiga república soviética, Vladimir Putin,
estava sendo mal informado sobre o andamento real da chamada "operação militar especial"
na Ucrânia.
O assessor do gabinete da presidência da Ucrânia, Mikhail Podoliak, afirmou que uma reunião
entre os chefes de Estado russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, não
acontecerá nos próximos dias ou em curto período de tempo.
Russos começam a retirada de Chernobyl, que ocuparam no primeiro dia da invasão russa, em
24 de fevereiro.
Putin disse que vai suspender contratos de gás com países que não pagarem em rublos.
1º de abril
Número de crianças e adolescentes mortos desde a invasão russa chegou a 153. Outros 245
ficaram feridos.
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, visitou Kiev, sem anunciar o motivo da
ida à capital ucraniana.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou durante sua visita oficial à
Índia, que houve algum progresso nas negociações sobre o status de neutralidade da Ucrânia,
incluindo uma reaproximação de posições sobre a situação nas regiões de Donbass. A Ucrânia
anunciou nova rodada de negociações com a Rússia por videoconferência.
Depois da retirada dos russos da Usina de Chernobyl, o diretor da fábrica informou que
soldados russos podem ter sido contaminados por radiação durante as quatro semanas em
que ocuparam e cavaram a usina nuclear.
2 de abril
O papa Francisco dirigiu uma crítica implícita ao presidente russo, Vladimir Putin, em um
discurso às autoridades, durante sua viagem a Malta. “Mais uma vez, um poderoso,
tristemente apanhado em reivindicações anacrônicas de interesses nacionalistas, está
provocando e fomentando conflitos, enquanto as pessoas comuns sentem a necessidade de
construir um futuro que será compartilhado ou não será”, disse o pontífice, que não descartou
responder positivamente o convite das autoridades ucranianas para visitar Kiev.
A Ucrânia anunciou sete corredores humanitários, para a evacuação de civis de cidades onde
estão sendo registrados combates, nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país. O
esforço resultou na saída de 2.700 pessoas, mas retirar a população de Mariupol segue sendo
um desafio, por questões de segurança.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha informou ter conseguido acesso à cidade de Irpin, no
subúrbio oeste da região de Kiev, palco dos principais confrontos no país. A organização
entrou na cidade e entregou ajuda humanitária aos cerca de 3,5 mil habitantes que seguem
sitiados, segundo um comunicado divulgado no sábado.
3 de abril
A Procuradoria Geral da Ucrânia informou que “410 corpos de civis assassinados” foram
retirados dos subúrbios do norte de Kiev, após a saída das tropas russas da região. Em
entrevista ao vivo à emissora americana de televisão CBS, o presidente da Ucrânia, Volodymyr
Zelensky, classificou como "genocídio" as ações das Forças Armadas da Rússia contra o povo
que vive em seu país. As imagens, que circularam as redes sociais e foram divulgadas pela
imprensa internacional, provocaram a reação de líderes europeus e americanos. O governo da
Rússia negou as acusações, alegando que a Ucrânia usa as imagens como "provocações".
4 de abril
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu que Vladimir Putin seja julgado por
crimes de guerra. Questionado se considera o que aconteceu em Bucha um genocídio, Biden
disse que para ele é um "crime de guerra". "Vocês vão se lembrar que fui criticado por chamar
Putin de criminoso de guerra. A verdade é que todos vocês viram o que aconteceu em Bucha.
Ele é um criminoso de guerra, mas temos que recolher as informações", ressaltou.
No mesmo dia, a embaixadora dos Estados Unidos junto às Nações Unidas, Linda Thomas-
Greenfield, anunciou que o país vai buscar a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos
Humanos da ONU.
5 de abril
6 de abril
7 de abril
8 de abril
10 de abril
Dezenas de corpos de civis ucranianos foram encontradas em uma vila próxima da capital Kiev.
Segundo relatos de autoridades locais, os corpos estavam em Buzova, área recentemente
desocupada pelas tropas russas. Uma rede de TV local informou a vala seria próxima a um
posto de gasolina. Na semana anterior, ao menos 30 corpos de civis já tinham sido
encontrados espalhados em Buzova. A cidade fica a 30 quilômetros de Bucha, onde 410 corpos
foram encontrados pelas autoridades locais, após a retirada dos russos.
11 de abril
O fundador do Batalhão Azov da Ucrânia, Andriy Biletsky, acusou as tropas russas de usar uma
substância química em Mariupol e ferir três pessoas no mesmo dia em que o presidente
ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou sobre isso em seu discurso diário. Em mensagem no
Telegram, Biletsky denunciou que a Rússia usou uma substância venenosa de origem
desconhecida que foi lançada de um drone sobre a fábrica de Azovstal, em Mariupol.
12 de abril
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usou pela primeira vez o termo "genocídio" para
descrever a guerra na Ucrânia. O comentário ocorreu em um comício no estado de Iowa,
quando Biden falava sobre os esforços de seu governo para conter o aumento dos preços da
gasolina resultante da guerra na Ucrânia.
13 de abril
O Ministério da Defesa da Rússia disse que 1.026 fuzileiros navais ucranianos - incluindo 162
oficiais e 47 mulheres militares - se renderam no porto sitiado de Mariupol. A Ucrânia negou a
informação, afirmando que os últimos defensores da cidade conseguiram unir forças para
continuar resistindo à ofensiva russa, que dura mais de um mês.
O conselheiro presidencial ucraniano, Oleksiy Arestovych, disse que "em Mariupol, como
resultado de uma manobra arriscada, unidades da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais
Independentes avançaram para [se juntar] ao regimento Azov".
14 de abril
A nau capitânia russa Moskva afundou, após ser seriamente danificada por mísseis ucranianos.
"Os mísseis Neptune que custodiavam o mar Negro causaram danos muito graves ao barco
russo", declarou o chefe da administração militar regional de Odessa, Maksym Marchenko,
pelo Telegram. A perda de um dos maiores navios de guerra do mundo representa um duro
golpe no prestígio militar russo.
A Rússia não reconheceu o ataque, alegando um “intenso incêndio” como causa da detonação
de munições na embarcação. Dias depois, os russos informaram que um marinheiro morreu e
outros 27 estavam desaparecidos após o afundamento do navio-símbolo da Frota Russa do
Mar Negro.
18 de abril
A Rússia deu início a uma "nova fase da guerra", intensificando a investida militar no lado leste
da Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou à população de seu país
que “começou a grande batalha por Donbass”, em referência à esperada grande ofensiva do
Exército russo para controlar todo o leste do território ucraniano.
21 de abril
O ministério da Defesa da Rússia afirmou que tropas do país tomaram o controle de Mariupol,
apesar de admitir que ainda existe resistência na siderúrgica de Azovstal. A indústria, onde se
escondem cerca de 2 mil militares ucranianos, seria alvo de ataque, mas a ação foi cancelada
pelo presidente russo. Para a Ucrânia, essa tentativa de evitar um confronto final com suas
forças na cidade é um reconhecimento de que a Rússia não tem forças para derrotá-los.
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ucrania-ate-agora/