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Atualidades

Guerra da Ucrânia x Rússia

Após meses de ameaças e posicionamento de soldados na fronteira ucraniana, a Rússia decidiu invadir
a Ucrânia.

Nas primeiras horas de 24 de fevereiro, Vladimir Putin anunciou a operação militar que, desde então,
se aproxima da capital Kiev e se tornou um dos maiores conflitos militares na Europa desde a Segunda
Guerra Mundial, desencadeando a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria.

O conflito ainda não tem uma previsão de terminar, já que sucessivos encontros entre representantes
dos dois países fracassaram, até o momento, em garantir um cessar-fogo definitivo.

Justificativas da Rússia – e Condições para Encerrar o Conflito

A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando
dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país.

Em dezembro de 2021, Putin apresentou à Otan – Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma
aliança militar ocidental – uma lista de exigências de segurança. A principal delas era a garantia de que
a Ucrânia nunca entrasse na Otan e que a aliança reduzisse sua presença militar na Europa Oriental e
Central.

As negociações não avançaram, e o acúmulo de força militar nas fronteiras não arrefeceu, apesar do
esforço diplomático empreendido no começo de 2022.

Dias antes de iniciar a invasão, nomeada até hoje pelos russos de “operação militar especial”, Vladimir
Putin reconheceu a independência de duas áreas separatistas pró-Rússia da Ucrânia, autodenomina-
das República Popular de Donetsk e República Popular de Luhansk.

No dia da invasão, Putin se justificou por uma declaração gravada exibida na TV. O russo afirmou haver
um “genocídio” em curso no leste ucraniano, promovido por tropas “neonazistas” do país contra russos
étnicos e separatistas da região.

“Era preciso pôr fim imediatamente a esse pesadelo: um genocídio voltado contra milhões de pessoas
que lá vivem e cuja única esperança está na Rússia, pessoas que só têm esperança em nós, ou seja,
em mim e em vocês”

Vladimir Putin em discurso em 24 de fevereiro, dia da invasão da Ucrânia

A operação militar, que teve como suposta motivação os conflitos já históricos de Donbass, não se
restringiu ao leste ucraniano desde o primeiro momento. Os ucranianos em Kiev acordaram com o som
de bombas – e a região não seria a única a ser alvo dos russos a partir de então.

Regiões da Ucrânia que registraram bombardeios da Rússia

Região sudeste do país é a mais dominada pelas tropas russas. O exército russo cerca Kiev, mas as
forças ucranianas continuam resistindo na capital.

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Delegações de negociação russas e ucranianas já se encontraram, virtualmente e pessoalmente, para


tentar ajustar acordos de cessar-fogo e retirada das tropas da Ucrânia, mas as condições estabelecidas
pela Rússia ainda não são facilmente aceitas pelo outro lado.

A Rússia pede que a Ucrânia se comprometa com uma neutralidade militar – o que impediria o país de
se juntar à Otan. Um dos moldes apresentados é o da Suécia ou da Áustria, que não integram a aliança
e não fazem parte de empreendidas militares mundo afora.

Além disso, o Kremlin exige a desmilitarização e "desnazificação" da Ucrânia, o reconhecimento da


independência de Donetsk e Luhansk, bem como o entendimento de que a Crimeia faz parte do terri-
tório russo desde 2014, quando a península foi anexada no primeiro movimento militar de Putin na
região.

O que diz a Ucrânia

A Ucrânia recebeu uma grande onda de apoio internacional de países tanto no âmbito militar -- com
diversas nações ocidentais enviando armamentos, drones, sistemas de defesa contra ciberataques e
outros -- quanto no repúdio de instituições globais e de grande parte do setor privado aos ataques.

Uma figura de destaque emergente da situação de guerra foi o presidente ucraniano, Volodymyr Ze-
lensky, que passou a pressionar as nações ocidentais pelo apoio militar e humanitário e, também, a
tentar negociar a entrada do país na União Europeia e até na Otan -- embora Zelensky já tenha abdi-
cado da última demanda.

Zelensky, de família judia, classificou como "risíveis" as alegações de que a Ucrânia estaria tomada por
"neonazistas" e disse que, se as negociações com a Rússia continuassem a falhar, o mundo poderia
testemunhar o acontecimento de uma terceira Guerra Mundial.

A Ucrânia não apresentou uma lista oficial de demandas para encerrar o conflito, como fez a Rússia.
Mas, ao longo da guerra, as autoridades ucranianas estabeleceram como prioridades a imposição de
sanções devastadoras à economia russa, bem como o isolamento de Putin no cenário internacional.

Com a Rússia, um dos principais pontos discutidos é uma garantia de segurança por parte do país
vizinho, já que esta não foi a primeira vez que a Ucrânia teve o território invadido e cobiçado. O presi-
dente ucraniano chegou a propor até a criação de uma nova aliança internacional visando assegurar a
paz em territórios invadidos.

Reação Global e os Impactos na Economia Rússia

As primeiras sanções contra a Rússia foram anunciadas horas depois do início da guerra, com a pro-
messa, feita pelo presidente dos Estados Unidos Joe Biden, de que essas seriam as maiores sanções
econômicas já impostas a um país em toda a história.

Ativos de bancos russos foram congelados em diversos países, bem como os ativos de oligarcas russos
e pessoas ligadas ao governo de Vladimir Putin. O rublo atingiu a mínima recorde e o Banco Central
russo suspendeu, por diversos dias, as negociações na Bolsa de Valores de Moscou.

Um dos mais duros golpes foi a exclusão de bancos russos do sistema global de pagamentos Swift, o
que isolou ainda mais a Rússia do ambiente de negócios internacional.

A questão energética, apesar de sensível devido à dependência europeia do gás natural russo, também
não ficou de fora. A certificação do gasoduto Nord Stream 2 -- um megaprojeto de US$ 11 bilhões
com 1.200 quilômetros, concluído em setembro de 2021 -- foi suspensa pela Alemanha.

A economia russa viu um movimento de debandada também do setor privado, indo de petroleiras como
a ExxolMobil e Shell até empresas do ramo alimentício, como McDonalds, e do entretenimento, como
Netflix e Spotify.

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As Consequências Econômicas Globais da Guerra

A invasão russa gerou uma reação em cadeia globalmente. Os preços de referência globais do petró-
leo subiram acima de US$ 110 por barril, atingindo um recorde dos últimos oito anos, à medida que
aumentava a preocupação de que o crescente isolamento econômico da Rússia desde a invasão da
Ucrânia interromperia o fornecimento global de energia.

O risco de estagflação -- aumento da inflação e baixo crescimento econômico -- também causa receio
nos formuladores de políticas monetárias em todo o mundo, apesar da situação da Europa ser a mais
delicada.

Analistas do Barclays reduziram sua previsão de crescimento da zona do euro para este ano em 1,7
pontos percentuais, para 2,4%. Espera-se que o consumo privado, o investimento e as exportações
cresçam a um ritmo mais lento em todo o continente.

Nos Estados Unidos, houve alta de 7,9% do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês)
em fevereiro, maior aumento anual em 40 anos.

O Apoio à Rússia

O líder russo conta com o apoio de alguns aliados. Países que já dependeram ou precisaram da ajuda
da Rússia em outros momentos decisivos da história se solidarizaram com a decisão de Putin de invadir
a Ucrânia.

Belarus tem uma posição estratégica muito importante no Leste Europeu, pois faz fronteira tanto com
a Rússia quanto com a Ucrânia. Por esta razão, Putin aproveitou os laços com o presidente bielor-
russo, Aleksander Lukashenko, para conduzir testes militares na ex-nação soviética. A Ucrânia acusa
ataques de terem partido do território belarusso, e o país também foi alvo de sanções de outras nações.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi incisivo ao declarar apoio aos movimentos de Putin na
Ucrânia. Maduro afirmou que tem “certeza de que a Rússia sairá dessa batalha unida e vitoriosa” e
declarou “todo o apoio ao presidente Putin e seu povo”.

Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, também apoio publicamente a posição da Rússia sobre a
Ucrânia. Ortega disse que Putin estava certo ao reconhecer duas regiões separatistas do leste da
Ucrânia como independentes.

Embora tenha defendido uma solução diplomática para o conflito na Ucrânia, a Cuba criticou forte-
mente os EUA por imporem “a expansão progressiva da Otan em direção às fronteiras da Federação
Russa”. Entendimento semelhante foi emitido pelo presidente do Irã, Ebrahim Raisi.

Outro apoio veio da Síria, forte aliada de Moscou desde que a Rússia lançou uma campanha de ataque
aéreo na Síria, em 2015, que ajudou a virar a maré em uma guerra civil em favor do presidente Bashar
al-Assad.

Além das nações citadas, a Índia, ao lado da China e dos Emirados Árabes Unidos, decidiu se abster
de votar a favor de resoluções contra a Rússia perante o Conselho de Segurança.

O Papel da China

A China disse que não foi contatada pela Rússia para o fornecimento de equipamentos militares ou
outra assistência a fim de apoiar a guerra na Ucrânia -- uma acusação que partiu dos Estados Unidos
devido ao posicionamento de neutralidade da gigante asiática diante do conflito.

O país, liderado por Xi Jinping, se coloca repetidamente a favor do diálogo e da manutenção da paz.
Ao mesmo tempo, se recusou a tecer comentários mais duros sobre os ataques russos na Ucrânia.

“A posição da China sobre a questão da Ucrânia é consistente e clara, e nós temos desempenhado um
papel construtivo na promoção de conversações de paz. É imperativo que todas as partes exerçam
contenção e esfriem a tensão, em vez de acrescentar combustível ao fogo; é importante pressionar por
uma solução diplomática, em vez de agravar ainda mais a situação”, disse em uma ocasião o porta-
voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian.

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Ao mesmo tempo, comentários anteriores do porta-voz afirmaram que foram as medidas da Otan, lide-
radas pelos Estados Unidos, que levaram a tensão entre a Rússia e a Ucrânia a um “ponto de ruptura”.

O país tem sido pressionado pelos membros da Otan a adotar uma postura mais crítica à Rússia, com
o qual a China mantém relações econômicas e de ordem geopolítica -- especialmente em relação ao
contraponto feito à hegemonia dos Estados Unidos globalmente.

A Crise dos Refugiados

Na manhã dos ataques, filas de carros de civis tentando deixar Kiev foram flagradas; este era o começo
de um movimento de fuga que já envolveu mais de 6,5 milhões de pessoas deslocadas dentro do país.
Além disso, mais de 3,5 milhões já deixaram a Ucrânia para países vizinhos -- a maior crise migratória
no continente desde a Segunda Guerra Mundial.

Correspondentes da CNN flagraram famílias e até crianças sozinhas cruzando a fronteira com a Polô-
nia, principal destino de quem sai da Ucrânia. Um dos maiores receios é o tráfico de pessoas, que se
alastra em ambientes vulneráveis como os campos de refugiados montados às pressas -- uma preocu-
pação endossada pelo Acnur, especialmente quando se trata de crianças.

Apesar de a Rússia continuadamente negar que tenha como alvo instalações civis, bombardeios inces-
santes em cidades como Mariupol, que teve uma escola e uma maternidades atingidos, não têm sido
relatos incomuns vindos diretamente da Ucrânia.

Os países negociam semanalmente corredores humanitários pelos quais os civis possam escapar.
Mesmo assim, segundo as últimas estimativas da ONU, pelo menos mil civis morreram em decorrência
dos ataques russos na Ucrânia. O número, no entanto, deve ser "muito maior".

Guerra de Comunicação

A guerra se tornou rapidamente um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, e as diferentes
versões do conflito passaram a gerar consequências práticas.

Moscou afirma que está lutando contra o que considera uma guerra de informação com o Ocidente
sobre o conflito na Ucrânia, e, por isso, se moveu rápido para aprovar uma lei que impõe penas de
prisão a veículos de comunicação ou pessoas que promovam "desinformação" a respeito da "operação
militar especial" na Ucrânia.

Além disso, a autoridade de comunicação do governo da Rússia bloqueou o acesso das plataformas
da Meta, empresa dona do Facebook, em todo o país. Além da Meta, a agência de notícias russa TASS
informou que o Twitter também foi bloqueado no território russo.

Existem relatos de que outros serviços de informação de países do Ocidente estão sendo bloqueados,
como é o caso dos canais de notícias britânico BBC e alemão Deutsche Welle. Além disso, a plataforma
Wikipédia também teria sido bloqueada.

A União Europeia também decidiu retaliar veículos estatais russos em seu território, e suspendeu a
licença da TV Russia Today, por exemplo.

Riscos Nucleares

A disputa pelo controle de usinas nucleares na Ucrânia e o gesto de Putin de colocar em alerta as
forças nucleares russas acenderam um sinal de preocupação na comunidade internacional.

Um dos momentos de maior tensão na guerra foi um ataque à usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior
desse tipo em toda a Europa. O ataque provocou um incêndio na área da usina, do lado de fora do
complexo do reator principal, segundo o Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia. Os níveis de
radiação não excederam a normalidade na ocasião.

A região de Chernobyl, local do maior acidente nuclear da história, também foi envolvida no conflito.
Autoridades ucranianas acusaram os russos de não permitirem, por diversos dias, a saída de funcio-
nários da usina, e uma falha na conexão à rede elétrica nacional também gerou apreensão.

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Por semanas, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou que a situação, em que a
equipe de plantão estava exausta e trabalhando sob extrema pressão, representava um risco crescente
para a segurança do local e pediu que eles fossem retirados. Os funcionários foram posteriormente
evacuados da região.

Agora, a preocupação, de um lado, recai sobre a segurança das usinas nucleares ucranianas e, de
outro, no arsenal nuclear russo, que responde por mais da metade das ogivas existentes no planeta.

Em entrevista a uma rede de TV britânica, um oficial russo da ONU afirmou que o uso de armas nucle-
ares não estava descartado caso a Otan "provocasse" a Rússia.

Posição do Brasil

Vladimir Putin anunciou a invasão da Ucrânia dias após receber o presidente Jair Bolsonaro (PL) em
Moscou -- evento que gerou declarações de "solidariedade" à Rússia e causaram incômodos diplomá-
ticos iniciais para o Brasil.

Com a continuidade e intensificação do conflito, o Brasil passou a se posicionar de forma crítica tanto
aos ataques da Rússia -- sendo um dos países a votar favoravelmente à resolução crítica das Nações
Unidas contra a guerra -- quanto, em outras ocasiões, a resoluções como a aprovada pelo Conselho
de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Apesar de afirmar inicialmente que não seria possível resgatar brasileiros na Ucrânia, o Ministério das
Relações Exteriores mudou de entendimento e realizou ações para ir buscar refugiados na Europa e,
também, para autorizar a estadia de quem chega da Ucrânia.

Mais de 1.100 ucranianos desembarcaram no Brasil desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, se-
gundo dados da Polícia Federal (PF). Destes, 13 receberam a concessão de visto humanitário, um está
classificado como refugiado e outro pediu refúgio.

Mineração em Terras Indígenas

Enquanto defensores da autorização de mineração em terras indígenas, tema do Projeto de Lei


191 — que agora tramita em regime de urgência na Câmara — citam a possibilidade de regulamen-
tação e regramento sobre atividades que na prática já existem, críticos da proposta alertam para a
intensificação da pressão sobre áreas protegidas, com agravamento de danos ambientais, sociais e
até de conflitos que colocam os indígenas em posição de maior vulnerabilidade. Atualmente, especia-
listas citam as áreas dos Ianomâmis e a dos Mundurukus como as duas mais visadas pelo garimpo
ilegal. Além destas, garimpeiros também já estão presentes nas terras dos Sararé, Sawré Muybu, Las
Casas, Waimiri-Atroari, Apyterewa, Sai-Cinza, Araweté e Paukalirajausu.

Mineração ilegal na terra indígena Munduruku, no Pará.

Dados recentes corroboram a preocupação dos indígenas. Monitoramentos, por exemplo, do próprio
governo federal, através do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram como o garimpo
e o consequente desmatamento cresceram, em terras indígenas, durante a atual gestão de Jair Bolso-
naro.

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De 2019 a 2021, houve uma média anual de alertas de garimpos ilegais em 2.390 hectares de terra,
pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe. Esse valor é 125%
maior que a média observada no período entre 2017 e 2018, portanto anterior à eleição. Outra estatís-
tica do Inpe, que evidencia a consequência dessas atividades, revela que o desmatamento cresceu
138% nos três primeiros anos do governo, em comparação com os três anos anteriores.

Já o MapBiomas mostrou que, de 2010 a 2020, a área ocupada pelo garimpo dentro de terras indígenas
cresceu 495%. Antes mesmo de aprovações legislativas, o próprio discurso de Jair Bolsonaro, em
incentivo ao garimpo, faz com que as invasões se intensifiquem, explica Antonio Oviedo, pesquisados
do Instituto Socioambiental (ISA).

— Essa escalada está muito em cima do discurso do governo, que diz que vai legalizar tudo. Aí gera
mensagem no campo de que pode invadir porque no futuro os invasores serão beneficiados com a
posse de terra — afirma Oviedo, que destaca a vulnerabilidade de diversas terras indígenas, caso o
Projeto de Lei seja aprovado. — Nessas áreas hoje já há atividades ilegais, com um mínimo de infra-
estrutura. Então, numa hipótese de aprovação desse projeto, o garimpo escalaria facilmente nesses
lugares.

Em consulta ao sistema da ANM, é possível verificar que o número de requerimentos para exploração
mineral na Amazônia Legal cresceu a partir da posse de Bolsonaro. Foram 9.737 requerimentos, o que
inclui pedidos de pesquisa, lavras garimpeiras e outros pedidos de autorização, entre 2019 e 2021, nú-
mero 13% maior que o acumulado nos três anos anteriores. Um levantamento do Instituto Escolhas
mostrou que que, até o final de 2020, o país já tinha pedidos de pesquisa para mineração de ouro em
6,2 milhões de hectares de áreas protegidas da Amazônia Legal, o equivalente a 40 vezes o tamanho
da cidade de São Paulo, sendo 3,8 milhões em Unidades de Conservação e 2,4 milhões em terras
indígenas.

Os Ianomâmis e os Mudurukus sob Pressão

As duas terras indígenas hoje que estão sob maior ameaça são a dos Ianomâmis, situados nos estados
do Amazonas e Roraima; e a dos Mundurukus, no Pará. As duas reservas têm sofrido invasões cons-
tantes de grupos de garimpeiros, alguns vinculados a facções criminosas, como mostraram operações
recentes da Polícia Federal.

Nos últimos anos, no território Ianomâmi, o número de garimpeiros invasores quase se equiparou ao
da população indígena local — cerca de 28.000. Houve registro de disparos de tiros contra aldeias e
de duas crianças mortas sugadas por uma draga de garimpo, segundo a acusação de entidades indí-
genas locais. No fim de 2021, uma operação liderada pelo Ministério da Justiça apreendeu 75 aerona-
ves, 85.000 litros de combustível, 650 munições, 30 toneladas de minério, 17 balsas e 16 embarcações
utilizadas por garimpeiros na área demarcada que é a maior em extensão do Brasil.

O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Ianomâmi e Ye'kuana (Condisi-YY), Júnior He-
kurari Yanomami, declarou que o PL 191 "desrespeita os povos indígenas em todas as esferas".

— Se já tiver alguma mineração ilegal em alguma comunidade ela pode dar seguimento mesmo que
em caráter provisório, até que venha a ser legalmente autorizada. Portanto, isso fere os nosso direitos,
fere nosso modo de viver e trará prejuízos não somente no presente, como também no futuro fazendo
com que até mesmo populações indígenas deixem de existir. O que o governo atual têm tentado fazer
é extinguir populações indígenas, ele não busca melhorias, e sim a destruição — afirma Júnior.

Na terra dos Mundurukus, os ambientalistas têm uma preocupação a mais: a divisão entre os indígenas
vinculados à tribo que são contrários e os que apoiam o garimpo, cobrando pedágios para o acesso à
terra.

Única parlamentar indígena do Congresso Nacional, a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR) afirmou
que o projeto de lei pode criar guerra internas dentro das tribos.

— Vai levar morte e tragédia às terras indígenas — declarou a deputada, única parlamentar indígena
do Congresso.

Críticas Sociais e Jurídicas

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Sob o ponto de vista jurídico, ambiental e social, especialistas criticam o Projeto de Lei. Advogada do
Instituto Socioambiental (ISA), Juliana de Paula explica que a regulamentação do garimpo em terras
indígenas é vedada pela Constituição Federal. Já outras atividades, como hidrelétricas e mineração
industrial poderiam ser implementadas, desde que respeitados outros dispositivos constitucionais,
como a criação de Lei Complementar, já que haveria impacto nos recursos naturais das áreas, a auto-
rização pelo Congresso Nacional, e a participação dos povos indígenas num amplo processo de debate
e consulta. Obrigações, explica, que não estão previstas no atual texto.

— O problema é a forma que pretendem regulamentar a mineração, porque estão contrariando a pre-
visão da Constituição — afirma de Paula.

Entre os pontos mais problemáticos do PL191, a advogada cita a possibilidade de autorização "provi-
sória" de atividades mineradoras enquanto não houver autorização legislativa; a instituição de um con-
selho curador indicado pelo próprio governo para gerir os recursos de contrapartida (royalties) a serem
partilhados junto aos indígenas; a dispensa de estudos de impacto quando as terras não estiverem
ainda homologadas, ou seja, que ainda não chegaram à última fase de demarcação; e a ausência de
oitivas com os indígenas, o que fere a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

— Temos hoje pelo menos 237 terras indígenas no país ainda não homologadas que ficariam total-
mente vulneráveis — afirma.

Quase Metade do Ouro Exportado pelo Brasil é Ilegal

Para Larissa Rodrigues, gerente de portfólio do Instituto Escolhas, o argumento de que a exploração
mineral seria necessária para suprir demanda de fertilizantes afetada pela guerra na Ucrânia é uma
"manobra inescrupulosa" que visa, na verdade, o mercado do ouro. Um estudo recente do Instituto
mostrou que, entre 2015 e 2020, o Brasil comercializou 229 toneladas de ouro com indícios de ilegali-
dade, número baseado somente nos registros oficiais, portanto ainda aquém da realidade, mas que
representa quase metade do total (487) de exportação no período. Boa parte dessa extração ilegal
ocorreu em terras indígenas ou unidades de conservação.

— Em vez de se esforçar em fiscalizar essa cadeia do ouro e controlar as operações ilegais, o governo
usa o discurso de legalizar as atividades como forma de acabar com a ilegalidade — afirma Rodrigues,
que explica a posição do Instituto de se acabar com as permissões do garimpo no país. — Hoje o
garimpo ocorre sem controle ambiental, social ou trabalhista. As tentativas de se chegar em um meio
termo não vêm funcionando, e o garimpo acaba beneficiado por regras brandas.

Instituto Brasileiro de Mineração Defende o "Amplo Debate"

Mirando exemplos da Austrália e do Canadá, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) afirmou que
"pode haver o uso sustentável da mineração em terras indígenas ". Sem entrar no mérito da aprovação
de urgência no trâmite do PL, o Ibram defendeu, em posicionamento sobre a matéria, o amplo debate
do assunto pela sociedade brasileira.

"O Ibram defende que a mineração industrial pode e deve ser viabilizada em qualquer parte do território
brasileiro, condicionada à criação de um ambiente dotado de plenas condições para o exercício da
atividade, como pesquisa geológica; estudos de viabilidade econômica; segurança jurídica; e os licen-
ciamentos legais pertinentes", respondeu, em nota.

Ao citar a Convenção 169 da OIT e a Declaração das Nações Unidas Sobre Direitos de Povos Indíge-
nas, o Ibram destacou que a aprovação depende um "processo de consulta abrangente", junto aos
povos indígenas. O instituto reconheceu, portanto, que a estruturação de atividade mineral nesses ter-
ritórios é "algo mais a longo prazo", e que ainda não se sabe a real dimensão do potencial mineral
nessas localidades, mas que ele existe, e que poderia contribuir para o setor, que corresponde a 2,4%
do PIB brasileiro.

Combustíveis no Brasil

Disparada dos combustíveis no país gerou insatisfação política, trocas no comando da Petrobras e
questionamentos sobre a política de preços da empresa. Caio Paes de Andrade, que trabalhou com
Paulo Guedes, foi eleito por conselho para presidir a estatal.

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O preços têm saltado há meses e levaram a um embate político sobre a gestão de preços praticada
pela empresa. O último reajuste foi feito no último dia 18, quando a gasolina aumentou 5,18% e o diesel,
14,26%.

Mas, afinal, como são definidos os preços dos combustíveis no Brasil e que poder o governo federal
pode exercer, de fato, sobre os valores do diesel e da gasolina praticados pela Petrobras?

Por que os preços dos combustíveis subiram tanto?

Os preços dos combustíveis vêm sendo pressionados por uma série de fatores. O primeiro é a reto-
mada do crescimento econômico global em 2021, após um 2020 de contração devido à pandemia da
Covid-19.

Essa retomada faz aumentar a demanda pela commodity – e consequentemente joga os preços inter-
nacionais para cima. Na outra ponta, o cartel dos grandes produtores de petróleo (a Opep) ainda não
retomou os níveis de produção de antes da pandemia, fazendo com que a oferta não cresça no mesmo
ritmo.

Em 2022, a guerra na Ucrânia e as sanções ao petróleo da Rússia reforçaram ainda mais a pressão
de inflação sobre os combustíveis, já que reduziram a oferta e prejudicaram as cadeias de distribuição.

No Brasil, os combustíveis sofrem ainda com o aumento do dólar. Como o barril é cotado lá fora na
moeda norte-americana, ele fica mais caro conforme o real fica mais fraco.

Embora sejam apontados como culpados pela alta, os impostos e tributos não sofreram majoração.
Mas, como eles são cobrados como um percentual do preço dos combustíveis, o consumidor também
acaba pagando mais em impostos quando o preço sobe.

Como são formados os preços da gasolina e do diesel?

Apesar de a estatal não ter monopólio sobre o refino no Brasil, a Petrobras ainda é a principal fornece-
dora de combustíveis no país. Assim, os preços praticados pela empresa acabam tendo reflexo sobre
toda a cadeia. A formação de preços é ditada principalmente pelos valores praticados em suas refina-
rias, mas parte da distribuição é feita por empresas privadas e importadores.

Desde que foi instaurada a política de paridade de preços internacionais (PPI), em 2016, a Petro-
bras tenta igualar o preço da gasolina na refinaria com o valor internacional. Ou seja, os reajustes são
resultado das oscilações dos preços do petróleo e do câmbio.

Além de impostos (ICMS, PIS/Pasep e Cofins, e Cide), a diferença entre os preços das refinarias para
o preço cobrado do consumidor sofre influência dos lucros do produtor ou importador, custo do etanol
anidro (no caso da gasolina) e do biodiesel (no caso do diesel) e também margens do distribuidor e
revendedor.

O que é a Paridade de Preço Internacional?

A Paridade de Preço Internacional (PPI) é a política de preços adotada pela Petrobras. Ela determina
que a estatal cobre, ao vender combustíveis para as distribuidoras brasileiras, preços compatíveis com
o exterior.

Essa política foi adotada em 2016, durante o governo Michel Temer. Até então, a Petrobras chegou a
vender combustíveis com perdas ao segurar os repasses aos consumidores.

Por que a Petrobras precisa repassar as variações do preço do petróleo e do câmbio?

Mesmo sendo um grande produtor e exportador de petróleo, o Brasil depende da importação de com-
bustíveis para garantir o abastecimento doméstico, sobretudo de diesel. Em momentos de alta de-
manda pelo combustível, cerca de 30% do abastecimento é preenchido pelo diesel importado.

Assim, a Petrobras precisa vender diesel próximo à paridade, sob pena de desestimular empresas im-
portadoras a trazer combustível de fora - o que elevaria o risco de um desabastecimento pontual e
forçaria a companhia a assumir prejuízo na importação que ela mesmo faz.

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O governo tem participação nas decisões da Petrobras sobre reajustes?

As decisões sobre reajustes de combustíveis são tomadas pelo Conselho de Administração e pela
diretoria da Petrobras, considerando as regras da companhia e a legislação vigente.

Como acionista majoritário da petroleira, o governo indica a maioria dos membros do conselho. A atual
composição, de 11 conselheiros, tem seis que foram indicados pelo governo Bolsonaro.

O governo tem poder para mudar a política de preços da Petrobras?

Mudar a política de preços da estatal exigiria mudanças nos estatutos da companhia e na legislação –
em especial a lei das estatais.

Sem isso, uma mudança na política de preços da Petrobras para impedir o aumento do valor dos com-
bustíveis no Brasil seria arriscada e extremamente custosa para a diretoria da empresa e estaria sujeita
a questionamentos jurídicos.

Os conselheiros da Petrobras podem ser questionados legalmente pelos acionistas minoritários sobre
mudanças na política de preços que prejudiquem as contas da estatal. Eles estão protegidos por duas
leis que regem esse tema: a Lei das SAs (Lei das Sociedades por Ações), de 1976, e a Lei de Respon-
sabilidade das Estatais, de 2016.

Como fica política de preços com a nova troca de comando na Petrobras?

Andrade disse ao Comitê de Elegibilidade (Celeg) da companhia que não recebeu orientações do go-
verno em relação à mudança da política de preços da estatal. O indicado para comandar a Petrobras,
no entanto, recusou um convite do Conselho de Pessoas da estatal para dar explicações sobre mu-
danças na política de preços dos combustíveis.

O que diz a Lei das Estatais?

As leis determinam que as estatais sejam operadas obedecendo a critérios de governança e estabele-
cem uma série de obrigações aos sócios, à distribuição de dividendos e aos sócios minoritários. A Lei
das Estatais também veda participação de integrantes do governo ou de partidos políticos no conselho.

Já o estatuto da Petrobras determina compensação pela União caso a estatal seja instada a cumprir
seu interesse público e haja diferenças "entre as condições de mercado definidas e o resultado opera-
cional ou retorno econômico da obrigação assumida" – ou seja, se a Petrobras for forçada a vender
abaixo do preço internacional, ela deve ser compensada pelo governo.

O que aconteceu quando houve intervenção do governo na política de preços no passado?

A decisão da Petrobras de desde 2016 adotar o Preço de Paridade Internacional (PPI), que se orienta
pelas flutuações do mercado internacional, foi uma resposta ao controle de preços que vigorou na
estatal entre 2011 e 2014 como parte de uma estratégia do governo da então presidente Dilma Rousseff
(PT) para segurar a inflação.

Ex-membros do Conselho de Administração da Petrobras durante o governo Dilma chegaram a ser


julgados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A acusação entendia ter havido falha no dever
de lealdade dos conselheiros, por terem induzido investidores a erro ao retardar decisão sobre mudan-
ças na precificação dos produtos.

Entre os acusados estavam também o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, a ex-ministra do Pla-
nejamento e ex-presidente da Caixa Miriam Belchior e o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.
Mas o julgamento terminou em 2021 com a absolvição dos investigados.

O que tem sido feito para segurar a alta dos combustíveis?

O governo tem centrado esforços em reduzir os preços dos combustíveis cortando a tributação. Para o
diesel, os tributos federais foram zerado até o final do ano.

Mas parte considerável da tributação é cobrada pelos estados, por meio do ICMS, e o governo vem
tentando forçar um corte nessa arrecadação.

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ATUALIDADES

Na última semana, o Congresso aprovou um projeto do governo que estabelece que os combustíveis,
a energia elétrica, as comunicações e o transporte coletivo passarão a ser considerados bens e servi-
ços essenciais. Essa definição proíbe os estados de cobrarem taxa superior à alíquota geral do ICMS,
que varia entre 17% e 18%, sobre esses itens.

A proposta também zera as alíquotas do PIS/Pasep, da Cofins e da Cide sobre o álcool até o fim deste
ano.

Em outra frente, o governo zerou impostos de importação do etanol até 31 de dezembro – mas a me-
dida tem pouco efeito, já que o Brasil importa um volume reduzido do álcool.

Além disso, houve a série de trocas na presidência da estatal.

É possível fazer mais para segurar os preços?

Algumas das propostas incluem criar um fundo de estabilização dos preços, com recursos oriundos
dos lucros da própria Petrobras, e que hoje vai para os cofres da União. Uma alternativa também ven-
tilada é a concessão de subsídios a caminhoneiros e trabalhadores de menor renda.

No longo prazo, reduzir a dependência dos importados - em especial do diesel -, aumentando a capa-
cidade de refino, poderia facilitar a transição para um modelo de precificação fora do PPI.

Uma política econômica que contribua para a queda na cotação do dólar também teria o efeito de
reduzir o impacto do câmbio sobre os preços dos combustíveis.

PIB de 2021

O crescimento de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2021 surpreendeu o mercado, e
recuperou a economia das perdas com a pandemia, mas o ano de 2022 deve ser marcado pela estag-
nação, com expectativa de próxima a 0%.

Ao CNN Brasil Business, especialistas afirmaram que o resultado positivo no ano passado poderia ter
sido ainda melhor, mas foi afetado por fatores que devem se manter neste ano, em especial a infla-
ção elevada e os efeitos da política sobre a economia, em especial no câmbio.

Somado a isso estão os juros altos, acima dos 10%, os efeitos da guerra entre Ucrânia e Rússia e
as eleições presidenciais no Brasil.

Na ponta positiva, a crise hídrica aliviou, o país continua a gerar empregos, o agronegócio deve ter
uma safra recorde e o dólar entrou em uma tendência de queda, mas as pressões negativas devem
acabar pesando mais.

Resultado em 2021

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o resultado no ano passado foi “um pouco
melhor do que o imaginado”, e está ligado a um mês de dezembro que superou as expectativas, prin-
cipalmente em serviços e comércio, além da recuperação da agropecuária, que cresceu mais de 5%
após cair 8% no terceiro trimestre.

Em relatório, economistas da Genial afirmam que resultado positivo no último trimestre, tirando o Brasil
da chamada recessão técnica, e no ano, está mais ligado à recuperação dos serviços, que só começou
em 2021 com a reabertura da economia.

Responsável por cerca de 70% do PIB, o setor ainda se recupera, em um processo mais tardio que
a agropecuária, pouco afetada pela pandemia, e a indústria, que iniciou a retomada no segundo se-
mestre de 2020.

Silvia Matos, coordenadora do Boletim de Macroeconomia do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da


Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma que o resultado geral veio dentro do esperado, com variações
nos resultados de cada setor dentro da margem de erro.

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ATUALIDADES

O boletim de fevereiro da instituição projetava, por exemplo, um crescimento maior da agropecuária no


último trimestre, com o setor encerrando o ano com leve alta. No fim, o resultado foi um recuo de 0,2%,
com um ano adverso devido a condições climáticas ruins e custos de produção maiores.

O setor de serviços, com crescimento de mais de 4% no ano, também veio levemente abaixo das
estimativas, mas a indústria superou o projetado. Combinando tudo, o PIB anual seguiu a estimativa
do boletim.

Margarida Gutierrez, professora da UFRJ, considera que o resultado “surpreendeu positivamente”, em


especial devido à recuperação da agropecuária e também de investimentos em construção civil e com-
pra de maquinário, indicando uma expectativa otimista para a economia.

“A recuperação da economia ocorreu, e foi importante”, diz. No caso da indústria, ela associa o bom
desempenho a um bom 1º trimestre, com perda de fôlego no resto ano.

Já o setor de serviços teve forte recuperação, apoiado em especial por áreas de tecnologia mais avan-
çada e de logística de transporte, segmentos que, segundo a professora, “se desenvolveram muito
durante a pandemia”.

Fatores como a desvalorização cambial, a falta global de suprimentos, efeitos de incertezas quanto à
política fiscal do governo e a crise hídrica acabaram afetando a economia, e impedindo um crescimento
ainda maior do PIB.

Mesmo superando a perda na pandemia, o PIB nominal ainda não chegou no de 2019, segundo levan-
tamento da Austin Rating, o que mostra que ainda havia espaço para recuperação.

Expectativas para 2022

A Genial projeta o PIB em 2022 em 0,6%, com uma “herança estatística” de 0,3% de 2021 e com o
resultado puxado pela agropecuária, normalização de segmentos de serviços e mais investimentos
públicos. O cenário, porém, deve ser “extremamente contracionista”, prejudicando o consumo.

Em relatório, a XP destaca que medidas de estímulo ao consumo pelo governo podem ajudar a sus-
tentar o crescimento do PIB, mas questões como a guerra na Ucrânia pressionarão os custos de pro-
dução. Por isso, a projeção é que resultado seja de estabilidade.

Vale, da MB Associados, mantém a projeção de 0% para o PIB em 2022, citando os efeitos da variante
Ômicron, que deve impactar o PIB do 1º trimestre devido ao grande número de afastamentos no mer-
cado de trabalho, além da combinação de inflação e juros altos.

“Os impactos da guerra na Ucrânia vão repercutir em termos de inflação e juros, e os juros devem
impactar a economia no segundo semestre. O ano de 2022 vai ser bem mais complicado que 2021,
com dificuldades crescentes para esse ano, incluindo a questão eleitoral”, diz.

Como elemento positivo, o economista aponta a expectativa de crescimento na agropecuária, com


safras recordes, com os efeitos de uma provável alta nos fertilizantes devido à crise na Ucrânia afe-
tando mais a safra de 2023.

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ATUALIDADES

“O que pode afetar em 2022 é a questão climática, ainda pode levar o setor a resultados mais prejudi-
cados. Nós projetamos um crescimento de 3,5%, mas com riscos”.

O movimento de valorização do real em relação ao dólar, com a moeda rondando os R$ 5 com um


fluxo de investimento favorável, pode ajudar a reduzir as altas de preços, mas “não é garantia que vai
continuar acontecendo, e o cenário eleitoral pode afetar essa tendência”, diz.

O cenário traçado por Vale é da chamada estagflação, quando um país enfrenta uma inflação elevada
com uma economia estagnada, com baixo ou nenhum crescimento.

Também considerando esse contexto, Matos manteve a projeção do último Boletim Macro, com o PIB
de 2022 crescendo 0,6%, puxando principalmente pela agropecuária (2,8%), junto com serviços (1,3%),
mas com expectativa de queda da indústria, de 1,1%.

Gutierrez afirma que, antes da guerra na Ucrânia, não imaginava um cenário de estagflação em 2022
devido à recuperação do emprego ao longo de 2021, indicando otimismo no mercado e possibilitando
um aumento no consumo, ajudando o setor de serviços.

A guerra, porém, “traz um cenário nebuloso”. “A primeira questão é a alta da inflação, a nível mundial,
com commodities disparando, e ninguém sabe quanto tempo vão ficar assim. As condições financeiras
também apertaram bastante, com fuga para o dólar”, diz.

A combinação de inflação mais alta que o previsto, assim como os juros para combatê-la, impactariam
no poder de compra da população, com a economia desacelerando. O grau do impacto, segundo ela,
dependerá do tempo de duração da guerra e a dimensão que ela terá.

A “tempestade perfeita” para o Brasil, afirma Gutierrez, seria uma extensão da guerra no segundo se-
mestre misturada com uma eleição presidencial mais polarizada, que afetaria negativamente elementos
como o câmbio. E ainda não há como descartar novas variantes do coronavírus que retomem períodos
mais graves da pandemia.

Mesmo desconsiderando esses fatores, a professora avalia que o crescimento do PIB brasileiro nos
últimos 40 anos é menor que a média dos países emergentes, o que mostra a necessidade de “lidar
com problemas estruturais, o que demanda reformas, estávamos fazendo mas a pandemia veio e mu-
dou o cenário”.

Entre as necessidades, ela cita a redução do chamado custo Brasil, a reforma tributária, atração de
investimentos, investimento em educação e aumento da capacidade produtiva. “Enquanto não tiver
isso, o Brasil vai ficar sempre nessa tendência de crescer menos”.

Panorama da Economia Mundial

Os prognósticos de crescimento e inflação para a economia global têm piorado devido à guerra na
Ucrânia, cujos efeitos se sobrepuseram aos da pandemia, dos quais os países vinham se recuperando.
O aumento e a persistência da inflação têm levado ao aperto da política monetária em diversos países.

A escassez de oferta de alguns produtos devida à guerra adiciona pressão inflacionária. Destacam-se
os mercados de commodities, que tiveram seus preços ainda mais elevados. Na China, a política de

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ATUALIDADES

“Covid zero”, baseada em rigorosos lockdowns, provocou quedas muito fortes nos indicadores de ati-
vidade econômica em abril.

Em maio, alguns indicadores mostram recuperação. Nos Estados Unidos, a economia tem estado bas-
tante aquecida, de acordo com diversos indicadores, com destaque para os do mercado de trabalho.

O relatório considera que a guerra exacerbou dois difíceis trade-offs de política econômica. O primeiro,
entre combater a inflação e manter a recuperação que estava em curso. O segundo, entre socorrer os
vulneráveis e reconstruir os “colchões” fiscais.

No caso da inflação, muitas de suas causas estão fora do alcance dos bancos centrais: a guerra, as
sanções, a pandemia e as quebras nas cadeias produtivas. No entanto, as pressões sobre os preços
estão cada vez mais disseminadas, exigindo respostas das autoridades monetárias, ainda que diferen-
ciadas entre os países, conforme a exposição de cada um aos preços mais afetados pela guerra, como
combustíveis e commodities.

As políticas fiscais a serem adotadas também deverão variar em cada país, de acordo com sua expo-
sição às consequências econômicas da guerra, o estado da pandemia e o impulso da recuperação do
nível de atividade. Como decorrência das expansões fiscais exigidas pela pandemia, as dívidas gover-
namentais estão em níveis historicamente altos em muitos países, deixando-os mais expostos a eleva-
ções de taxas de juros para combater a inflação. Entretanto, a necessidade de consolidação fiscal não
deveria impedir que os governos gastassem de maneira focada nos vulneráveis, impactados pela
guerra, pela pandemia ou pela alta dos preços dos alimentos.

Assim, para o FMI, cinco principais forças influenciam a perspectiva de curto prazo do crescimento
global: i) a guerra; ii) o aperto monetário e a volatilidade no mercado financeiro; iii) a retirada dos estí-
mulos fiscais da pandemia; iv) a desaceleração do crescimento na China; e v) a pandemia e o acesso
à vacinação.

O fundo reviu, entre janeiro e abril, sua previsão de crescimento do produto interno bruto (PIB) mundial
em 2022, de 4,4% para 3,6%. As revisões para baixo foram bem disseminadas entre as regiões. O
Brasil é uma das exceções: o FMI reviu a projeção de crescimento para o país para cima, de 0,3% para
0,8%. Área do euro, Reino Unido e Japão tiveram reduções significativas nas taxas previstas, de, res-
pectivamente, 1,1; 1,0 e 0,9 pontos de porcentagem (p.p.). As revisões para a China (0,4 p.p.) e os
Estados Unidos (0,3 p.p.) foram menores. O crescimento no volume de comércio internacional em 2022
foi revisto de 5% para 4%. A tabela 1 traz estas e outras projeções, inclusive para 2023, ano para o
qual se espera, para a economia mundial, a mesma taxa de crescimento deste, 3,6%.

Boletim de Expectativas – Abril de 2022

Este Boletim apresenta uma compilação de expectativas de mercado para diversas variáveis econômi-
cas, coletadas de diferentes fontes. Neste número, aborda-se a questão de se a inversão em alguns
trechos da curva de juros nos Estados Unidos sinaliza recessão e pode levar o Fed a reduzir o aperto
monetário esperado: a conclusão, com base em estudo do próprio Fed, é que não. Em seguida, é
mostrada a evolução do juros reais ex-ante no Brasil em 2022, que têm ficado relativamente estáveis
em meio à elevação dos juros nominais e da inflação. Por fim, apresenta-se um quadro com projeções
anuais medianas de mercado para algumas variáveis macroeconômicas brasileiras: de 2022 a 2024,

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ATUALIDADES

espera-se paulatino aumento da taxa de crescimento do PIB, redução da inflação ao consumidor, da


Selic, da taxa de câmbio e do déficit nominal do setor público, ao lado de estabilidade no déficit em
transações correntes do balanço de pagamentos.

Como a guerra na Ucrânia poderá afetar o comércio exterior? Efeitos sobre o Brasil

O fim da guerra entre Rússia e Ucrânia é imprevisível, mas os efeitos comerciais já são factíveis pelos
recentes desequilíbrios observados no fornecimento de petróleo e derivados, produtos agrícolas, como
trigo, milho e óleo de girassol, e fertilizantes. Instabilidades que acometem a segurança energética e
alimentar refletem na alta dos preços das commodities, que já vinham em uma tendência de alta em
consequência da pandemia. A magnitude dos efeitos do conflito geopolítico ainda é difícil de mensurar,
mas é certo que esses efeitos serão maiores quanto mais intensas forem as sanções adotadas de parte
a parte, envolvendo um grande número de países. O objetivo desta nota é discutir alguns desdobra-
mentos iniciais sobre potenciais implicações da guerra sobre o comércio internacional, com ênfase no
Brasil.

A guerra entre Rússia e Ucrânia pode trazer efeitos devastadores sobre as populações envolvidas, mas
também sobre a economia internacional, mais diretamente sobre o comércio internacional, os quais
serão tanto maiores quanto mais tempo durar o conflito e quanto mais intensas forem as relações co-
merciais e as sanções adotadas por diferentes países.

O objetivo desta nota é apenas trazer algumas análises preliminares sobre potenciais efeitos da guerra
sobre o comércio internacional, com ênfase no Brasil. Neste momento, é difícil fazer qualquer afirmação
sobre a evolução do conflito e seus desdobramentos. É um velho adágio que as guerras, se sabe como
começam, mas nunca como terminam. De forma mais específica, busca-se identificar os principais
produtos comercializados internacionalmente pela Rússia e Ucrânia e discutir de que forma o mundo e
o Brasil poderão ser afetados.

De que maneira o comércio internacional seria mais afetado pela guerra e por meio de que canais? Em
primeiro lugar, há um choque de oferta direto pela interrupção na produção, exportação e importação
da Ucrânia. Ainda que seu peso no comércio mundial seja pequeno, em alguns produtos sua importân-
cia é relevante, como será visto a seguir. Deve-se lembrar que, tendo a Ucrânia um peso relevante em
alguns produtos agrícolas, quanto mais tempo durar a guerra, e também dependendo da forma e das
consequências da ocupação russa, mais longa será a interrupção da produção desses bens, como
girassol, milho e trigo. Ademais, parece estar havendo um grande êxodo populacional e um forte des-
locamento interno da população, o que pode afetar a oferta de trabalho no campo. Tudo isso provocará,
sem dúvida, uma forte recessão da economia ucraniana.

Em segundo lugar, devem-se examinar os efeitos não apenas sobre a Rússia, mas também sobre a
Bielorrússia. Às sanções impostas por boa parte dos países europeus e pelos Estados Unidos – entre
os principais, sobre o sistema financeiro e também sobre o banco central, cidadãos e empresas da
Rússia – somam-se diversas medidas tomadas por empresas privadas em relação a esses países,
várias com grande potencial de afetar tanto as exportações como as importações da Rússia, algumas
alcançando a Bielorrússia. Já se observam restrições sobre a participação de bancos russos no sistema
Swift, restrições ao uso de ativos russos no exterior, além de fechamento recíproco de espaços aéreos.
A Bielorrússia, que não tem saída pelo mar e depende dos países bálticos para o comércio marítimo,
já reporta dificuldades de atingir os portos do mar báltico. A Rússia, ainda que controle todos os portos
no mar Negro e no mar de Azov, já está tendo dificuldades de embarcar ou desembarcar mercadorias

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ATUALIDADES

por aí. De um lado, as principais empresas de contêineres já se recusam a enviar esses equipamentos
para portos russos. De outro, é possível esperar significativas elevações nas cotações dos seguros e
fretes. Outras medidas ainda devem vir. Portanto, o choque de oferta será importante.

Esses efeitos se somarão à desorganização do sistema logístico internacional, que ainda está bastante
prejudicado em razão dos efeitos da pandemia da covid-19. Tudo isso traria como consequência inevi-
tável elevações de preços, tanto maiores quanto mais longa for a duração do conflito e mais severas
forem as suas consequências. Além disso, também como visto no caso da pandemia, haveria efeitos
importantes sobre a produção e renda globais, com efeitos secundários sobre o comércio.

Não se pode esquecer que as sanções impostas pelos países ocidentais sobre a Rússia transbordam
para os demais países. Por exemplo, aumentos mais intensos e duradouros dos preços de petróleo e
gás afetam a todos. De 1o de fevereiro até 3 de março, os preços do barril de petróleo Brent subiram
26,5%; os do trigo, 47,4%; e os do milho, 19,1%. Isso afeta todos os países exportadores e importado-
res. A redução da demanda e a recessão nesses três países também terão efeitos sobre os demais.

Inflação E Nível De Atividade Na Economia Global

A recuperação do nível de atividade no mundo depois da forte queda no início da pandemia foi marcada
por rupturas nas cadeias produtivas, deslocamento da demanda de serviços para bens e por desequi-
líbrios no mercado de trabalho. Esses fatores e a pressão inflacionária decorrente têm persistido, le-
vando as autoridades monetárias de diversos países a apertarem suas políticas, com impacto nas ex-
pectativas de crescimento, também reduzidas pelos efeitos do surto da nova variante do vírus da Covid-
19, que fez diminuir a atividade, principalmente no setor de serviços. O FMI reviu a previsão de cresci-
mento do PIB global em 2022 de 4,9% para 4,4%, e o Banco Mundial, de 4,3% para 4,1%.

A elevação da inflação em 2021 foi um fenômeno bem disseminado: Estados Unidos, Zona do Euro,
países da América Latina e do Leste Europeu são alguns exemplos. Os preços das commodities, que
subiram bastante em 2020 e 2021, continuaram, de maneira geral, em trajetória de alta no começo de
2022.

A continuidade da elevação da inflação no segundo semestre de 2021 teve causas variadas, tendo a
mais importante nas economias avançadas sido a alta nos preços de energia, de acordo com o FMI,
na atualização de janeiro de seu World Economic Outlook (WEO).4 O gráfico 2 inclui a variação do
preço do gás natural e ilustra sua correlação com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) americano
– note-se, entretanto, que o núcleo inflacionário, que exclui os preços de energia, também subiu muito
em 2021.

A crise entre Rússia e Ucrânia acrescenta riscos de mais elevação – ou, pelo menos, mais volatilidade
– do preço do gás. O WEO também destaca a continuidade das rupturas nas cadeias produtivas, portos
congestionados e a alta demanda por bens como fonte de pressão sobre os preços. Para o Fundo, a
inflação elevada no mundo deve persistir, com os problemas nas cadeias produtivas e os altos preços
de energia se prolongando em 2022.

Na verdade, o FMI espera inflação mundial ao consumidor maior em 2022 do que em 2021, com a taxa
agregada das economias avançadas passando de 3,1% para 3,9% e, nos mercados emergentes e
economias em desenvolvimento, de 5,7% para 5,9%. Se as expectativas de inflação permanecerem

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ATUALIDADES

ancoradas, as taxas deverão ceder, em 2023, para 2,1% e 4,7%, respectivamente, à medida que os
desequilíbrios entre demanda e oferta se corrijam e também em resposta à política monetária nas mai-
ores economias.

Boletim de Expectativas – Economia Mundial

Este Boletim apresenta uma compilação de expectativas para variáveis econômicas mundiais, coleta-
das de diferentes fontes. São apresentadas previsões para o PIB e a inflação ao consumidor para
diversos países e regiões e também para a evolução dos preços das commodities de energia, agrícolas
e metálicas. As previsões de crescimento do PIB mundial e das economias avançadas para 2021 so-
freram, da parte FMI, pequenas revisões para baixo; porém, as taxas esperadas para este ano e para
2022 continuam significativamente acima das observadas antes da pandemia, inclusive considerando
médias de períodos mais longos. Uma das características da economia global no momento é a maior
inflação, causada por descasamentos entre demanda e oferta decorrentes da pandemia e pela alta dos
preços das commodities. Esses preços, embora com variações, têm, na maior parte, previsão de queda
a partir de 2022, porém mantendo-se acima dos níveis prevalecentes antes da Covid-19.

Eleição Presidencial no Brasil em 2022

A eleição presidencial no Brasil em 2022 está sendo realizada em dois turnos, nos dias 2 e 30 de ou-
tubro, dois domingos, respectivamente, como parte das eleições gerais deste ano. 156,4 milhões de
brasileiros aptos a votar no país e no exterior elegerão um presidente da República e seu vice para um
mandato de quatro anos que será iniciado em 1.º de janeiro de 2023 e terminará em 6 de janeiro de
2027. A votação ocorre no período de 8 a 17 horas uniformizado pelo horário da capital federal Brasí-
lia. Será a nona eleição presidencial no país realizada sob a vigência da Constituição promulgada em
1988.

No primeiro turno da eleição, onze candidatos concorreram à Presidência da República, entre eles Jair
Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), em exercício desde 2019, que tenta a reeleição. Ele recebeu 43,20%
dos votos e avançou para o segundo turno com Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhado-
res (PT), primeiro colocado, com 48,43% do eleitorado, que disputou o cargo outras seis vezes —
sendo o candidato que mais concorreu à Presidência desde o fim da República Velha —, vencendo
duas, em 2002 e 2006.

Ambos centraram as atenções no cenário político durante o pleito, polarizado devido a divergências
ideológicas e realizado em plena recessão causada pela pandemia de COVID-19, enquanto outros
candidatos procuraram apresentar-se como nomes alternativos da terceira via para eleitores indecisos.

Enquanto a Eleição presidencial no Brasil em 2018 foi marcada por questões envolvendo o combate
à corrupção, a segurança pública e a renovação política, especulou-se que a principal pauta das elei-
ções de 2022 seria a economia e a gestão pós-pandemia. Com desemprego, inflação e a volta da fome
no Brasil, estudos mostraram que o principal interesse dos eleitores é a economia. A economia do Bra-
sil sofreu sucessivas crises desde a de 2014, abalando-se ainda com a recessão causada pela pande-
mia de COVID-19.

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ATUALIDADES

O Governo Jair Bolsonaro, eleito em 2018, não contou, de acordo com pesquisas de opinião, com a
aprovação majoritária. Cerca de 54% da população avaliava sua gestão como sendo ruim ou péssima
em fevereiro de 2022. Durante o mesmo, houve um alto índice em decorrência da pandemia de COVID-
19, causando-lhe desgaste adicional suas falas negacionistas.

Desinformação

Para as eleições de 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se mobilizou para "combater desinforma-
ções diante da elevada quantidade de notícias falsas difundidas nas eleições de 2018". As autoridades
eleitorais manifestaram preocupação especial com a desinformação sobre o sistema eleitoral. O minis-
tro Edson Fachin argumentou que os boatos são propositais para fazer a população se voltar contra o
processo democrático, as instituições de Estado e o estado democrático de Direito. Em agosto de 2019,
o TSE estabeleceu um programa sobre o tema, posteriormente incluindo o Programa Permanente de
Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral em agosto de 2021.

Outras ações do TSE incluem o Portal da Frente de Enfrentamento à Desinformação Eleitoral, que
coordena o programa de enfrentamento às fake news, e o Sistema de Alerta contra a Desinformação
em Relação ao Processo Eleitoral, onde pode-se denunciar desinformação e disparos em massa em
redes sociais.

O presidente Jair Bolsonaro espalha constantemente desinformação sobre as urnas eletrônicas e o


sistema eleitoral. Uma reunião de Bolsonaro com embaixadores estrangeiros lhe rendeu quinze denún-
cias ao TSE. Outra preocupação são as redes sociais e aplicativos de mensagem. Dentre estas, estava
o Telegram, que ignorava ordens jurídicas do Brasil, mas passou a cooperar com a Justiça e ingressou
no programa de enfrentamento às fake news apenas após o ministro Alexandre de Moraes ordenar o
bloqueio do aplicativo no país. Ainda assim, a Polícia Federal (PF) relata que o aplicativo de mensa-
gens não colabora tanto quanto gostariam. O Whatsapp suspendeu o lançamento da função de super-
grupos no Brasil, que poderia reunir até 2.560 pessoas.

Acusações de Censura após Adoção de Medida contra Fake News

Algumas das decisões tomadas pelo TSE acatando a pedidos da Federação Brasil da Esperança, do
Partido dos Trabalhadores, durante as eleições de 2022, em particular as que afetaram a Jovem Pan e
a Gazeta do Povo, foram criticadas como cerceamentos à liberdade de expressão e liberdade de im-
prensa por especialistas e associações de jornalistas, como a Associação Nacional de Jornais. As de-
cisões do TSE apontam reiterada prática de abrir espaço "para especulações, sem nenhum fundamento
em evidência fática, sobre conchavos políticos e sobre imaginária manipulação de pesquisas e mesmo
dos resultados das eleições" e a exploração "de forma recorrente e calcada apenas na percepção sub-
jetiva dos diversos comentaristas, o sentimento de medo, procurando-se incutir nos ouvintes que riscos
como um 'golpe de esquerda', fechamento de igrejas e domínio do crime organizado rondam o cenário
eleitoral". A alegação central do TSE é de que os veículos em questão continuaram propagando infor-
mações inverídicas após decisões por ele proferidas de remoção do referido conteúdo, como o fecha-
mento de igrejas e a suposta relação do PT com o Primeiro Comando da Capital.

Outra decisão do TSE relacionada ao controle de informação no contexto do período eleitoral que gerou
repercussão, inclusive internacional, foi resolução apresentada pelo ministro Alexandre de Moraes,
aprovada no dia 21 de outubro, que concede ao órgão poder para agir de ofício - sem a solicitação de
terceiros - no que tange a retirada de conteúdo julgado falso de plataformas online.

Movimentações Internacionais

Em junho de 2022, a Alta Comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet,
inseriu o Brasil em uma lista de países em situação preocupante em violações de direitos humanos.
Ela teceu diversas críticas ao Brasil, como as ameaças aos povos indígenas e defensores do meio
ambiente, violência policial e retrocesso da pauta do aborto e da participação civil na política. Também,
em um gesto raro, pediu às instituições brasileiras que mantenham sua independência e garantam o
respeito aos direitos humanos. Ainda, fez um apelo para que as eleições sejam democráticas e sem
interferência, e alertou sobre a violência que pode ocorrer contra mulheres, negros e LGBTQIA+ que
concorram ao pleito.

No dia 9 de julho, Jair Bolsonaro e o presidente Joe Biden tiveram encontro bilateral na Cúpula das
Américas, em Los Angeles. Fontes anônimas relataram ao jornal Bloomberg que Bolsonaro pediu ajuda

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ATUALIDADES

a Biden com as eleições, alegando que um possível governo do ex-presidente Lula iria contra os inte-
resses americanos. Biden mudou de assunto quando abordado, mas enfatizou a importância de manter
a integridade das eleições brasileiras. Bolsonaro respondeu dizendo que respeita a democracia e irá
respeitar o resultado das eleições. A resposta de Biden vai de acordo com os comentários feitos recen-
temente por Elizabeth Bagley, embaixatriz americana no Brasil indicada por Biden. Kristina Rosales,
porta-voz do estado americano, defendeu que as eleições precisam ser transparentes e acompanhadas
por observadores internacionais. Porém, o ministro da Justiça brasileiro, Anderson Torres, afirmou que
os observadores internacionais não ajudam em quase nada e defendeu a participação da Polícia Fe-
deral, do Exército e da sociedade civil nas eleições.

No dia 20, Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, afirmou que conver-
saram com altos funcionários brasileiros e que a visão americana é de que as eleições brasileiras foram
testadas por muitos anos e são um modelo para as outras nações, e que os Estados Unidos acompa-
nharão as eleições com grande interesse. A fala veio após reunião convocada por Bolsonaro para
embaixadores estrangeiros no dia 18, onde mentiu sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Na Conferência Ministerial Internacional sobre Liberdade de Religião ou Crença, que aconteceu em


julho de 2022 em Londres, Péter Szijjártó, ministro dos Negócios Estrangeiros e Comércio da Hungria,
solicitou encontro bilateral com a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Cristiane Britto, para
saber mais sobre o cenário eleitoral brasileiro. Cristiane Britto explicou sobre o cenário de polarização,
e ambos conversaram sobre a convergência de pensamentos de ambos os países em pautas identitá-
rias. Szijjártó perguntou se havia algo que a Hungria pudesse fazer para ajudar na reeleição de Bolso-
naro, e pontuou ainda que o Brasil possui a maior comunidade húngara na América Latina, que em sua
maioria apoia o atual presidente.

Calendário Eleitoral

Convenções

As convenções nacionais em 2022 tinham como objetivo confirmar as candidaturas presidenciais e


apoios partidários. Elas ocorreram no período entre o dia 20 de julho e o dia 5 de agosto de 2022,
determinado pela lei da reforma política (lei nº 13.165/2015)

O quadro abaixo indica o número de deputados federais filiados a cada partido em 13 de abril de 2022,
após o término da "janela partidária". A quantidade de deputados em uma coligação era usada em dois
cálculos: I) no horário eleitoral, o número que conta era o de deputados federais eleitos em 2018; II) na
distribuição do fundo eleitoral, 48 por cento divididos entre os partidos na proporção do número de
representantes na Câmara dos Deputados na última eleição geral, 35 por cento entre os partidos na
proporção do percentual de votos válidos obtidos pelas siglas que tenham pelo menos um represen-
tante na Câmara, 15 por cento entre as agremiações na proporção do número de representantes no
Senado Federal e 2 por cento repartidos igualmente entre todos as siglas registradas no TSE.

Candidatos:

Ciro Gomes (PDT)

Constituinte Eymael (DC)

Felipe d'Avila (NOVO)

Jair Bolsonaro (PL)

Léo Péricles (UP)

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ATUALIDADES

Lula (PT)

Simone Tebet (MDB)

Sofia Manzano (PCB)

Soraya Thronicke (UNIÃO)

Vera (PSTU)

Partidos Neutros e Candidaturas Abandonadas

Candidato em 2018, Cabo Daciolo chegou a se filiar ao Partido da Mulher Brasileira (PMB) para con-
correr à Presidência, mas desistiu no fim de 2021 e anunciou apoio a Ciro Gomes. Então, o PMB não
registrou apoio ou candidatura própria.

O Partido Social Democrático (PSD) chegou a lançar Rodrigo Pacheco, Senador por Minas Gerais e
então Presidente do Senado, mas Pacheco desistiu em março de 2022.

O apresentador de televisão e empresário Luciano Huck se apresentava para concorrer à Presidência,


mas não chegou a se afiliar a nenhum partido político e desistiu ainda em junho de 2021.

COVID-19

Doença por coronavírus 2019) é uma doença infeciosa causada pelo coronavírus da síndrome respira-
tória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). Os sintomas mais comuns são febre, tosse seca e cansaço. Entre
outros sintomas menos comuns estão dores musculares, dor de garganta, dor de cabeça, congestão
nasal, conjuntivite, perda do olfato e do paladar e erupções cutâneas. Cerca de 80% das infeções pelo
SARS-CoV-2 confirmadas têm sintomas ligeiros de COVID-19 ou são assintomáticos, e a maioria re-
cupera sem sequelas.

No entanto, 15% das infeções resultam em COVID-19 severa com necessidade de oxigénio e 5% são
infeções muito graves que necessitam de ventilação assistida em ambiente hospitalar. Os casos mais
graves podem evoluir para pneumonia grave com insuficiência respiratória grave, sepse, falência de
vários órgãos e morte. Entre os sinais de agravamento da doença estão a falta de ar, dor ou pressão
no peito, dedos de tom azul ou perturbações na fala e no movimento. O agravamento pode ser súbito,
ocorre geralmente durante a segunda semana e requer atenção médica urgente.

A doença transmite-se através de gotículas produzidas nas vias respiratórias das pessoas infeta-
das. Ao espirrar ou tossir, estas gotículas podem ser inaladas ou atingir diretamente a boca, nariz ou
olhos de pessoas em contacto próximo. Estas gotículas podem também depositar-se em objetos e su-
perfícies próximos que podem infetar quem nelas toque e leve a mão aos olhos, nariz ou boca, embora
esta forma de transmissão seja menos comum. O intervalo de tempo entre a exposição ao vírus e o
início dos sintomas é de 2 a 14 dias, sendo em média 5 dias. Entre os fatores de risco estão a idade
avançada e doenças crónicas graves como doenças cardiovasculares, diabetes ou doenças pulmona-
res. O diagnóstico é suspeito com base nos sintomas e fatores de risco e confirmado com ensaios em
tempo real de reação em cadeia de polimerase para deteção de ARN do vírus em amostras de muco
ou de sangue.

Entre as medidas de prevenção estão a lavagem frequente das mãos, evitar o contacto próximo com
outras pessoas, evitar tocar com as mãos na cara e o uso de máscara em locais públicos. À data de
25 de março de 2021, 12 vacinas contra a COVID-19 tinham recebido autorização de uso por pelo
menos uma entidade reguladora nacional em todo o mundo. Não existe tratamento antiviral específico
para a doença. O tratamento consiste no alívio dos sintomas e cuidados de apoio. As pessoas com
casos ligeiros conseguem recuperar em casa. Os antibióticos não têm efeito contra vírus.

O SARS-CoV-2 foi identificado pela primeira vez em seres humanos em dezembro de 2019 na cidade
de Wuhan, na China. Pensa-se que o SARS-CoV-2 seja de origem animal. O surto inicial deu origem
a uma pandemia global que à data de 25 de outubro de 2022 tinha resultado em 627 935 528 casos
confirmados e 6 579 365nmortes em todo o mundo. Os coronavírus são uma grande família de vírus
que causam várias doenças respiratórias, desde doenças ligeiras como a constipação até doenças
mais graves como a síndrome respiratória aguda grave (SARS). Entre outras epidemias causadas por

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ATUALIDADES

coronavírus estão a epidemia de SARS em 2002-2003 e a epidemia de síndrome respiratória do Médio


Oriente (MERS) em 2012.

Sinais e Sintomas

A gravidade dos sintomas varia, desde sintomas ligeiros semelhantes à constipação até pneumonia vi-
ral grave com insuficiência respiratória potencialmente fatal. O período de incubação entre a exposição
ao vírus e o início dos sintomas é, em média, de 5 dias, embora possa variar entre 2 e 14 dias. A
doença é contagiosa durante o período de incubação, pelo que uma pessoa infetada pode contagiar
outras antes de começar a manifestar sintomas.

Em muitos casos de infeção não se manifestam sintomas. Nos casos sintomáticos, os sintomas mais
comuns são febre, tosse, falta de ar e cansaço. Entre outros possíveis sintomas estão dores muscula-
res, dor de garganta, dor de cabeça, congestão nasal, conjuntivite, perda do olfato e do paladar, espir-
ros, diarreia, erupções cutâneas na pele ou dedos de tom azul.

Entre os sinais de emergência que indicam a necessidade de procurar imediatamente cuidados médi-
cos estão a dificuldade em respirar ou falta de ar, dor persistente ou pressão no peito, confusão, ou tom
azul na pele dos lábios ou da cara.

Entre as possíveis complicações da doença estão pneumonia grave, falência de vários órgãos, compli-
cações cardiovasculares, complicações neurológicas, insuficiência renal aguda, insuficiência hepática
aguda, síndrome da libertação de citocinas, síndrome inflamatório multissistémico pediátrico, choque
séptico, coagulação intravascular disseminada, insuficiência respiratória aguda, aspergilose, lesões no
pâncreas, rabdomiólise, anemia hemolítica autoimune, trombocitopenia imune, tiroidite subaguda e
morte.

A doença está associada a um stresse inflamatório elevado que pode causar diversas complicações
cardiovasculares. A inflamação do sistema vascular pode resultar em microangiopatia difusa com trom-
bose, e a inflamação do miocárdio pode resultar em miocardite, insuficiência cardíaca, arritmias, sín-
drome coronária aguda, deterioração rápida e morte súbita.

Entre os casos graves da doença é comum a ocorrência de complicações neurológicas, incluindo do-
ença cerebrovascular aguda, perturbações no estado de consciência, ataxia, crises epilépticas, neural-
gia, lesões no músculo esquelético, meningite, encefalite, encefalopatia, mioclonia, mielite trans-
versa e síndrome de Guillain-Barré. A presença de complicações neurológicas está associada a um
prognóstico menos favorável.

Existem relatos de pessoas com sintomas de longo prazo da doença que têm revelado parosmia que
está a afetar especialmente, jovens e profissionais de saúde que tenham sido infetados com o novo
coronavírus que descrevem como um odor "insuportável" a peixe, ou a queimado, ou mesmo de enxo-
fre. Embora mais estudos sejam necessários, as pesquisas apontaram um aumento no número de ca-
sos a respeito de pacientes com redução da função cognitiva — como memória, habilidade percep-
tiva e atenção — associada ao vírus.

Sociedade e Cultura

Durante a pandemia de 2019 começaram a circular nas redes sociais vários boatos, mitos e desinfor-
mação relativos à nova doença. À data de março de 2020, não existiam ainda quaisquer medicamentos
comprovadamente eficazes para o tratamento de COVID-19, embora estivessem vários em fase de
testes. É falsa a informação de que as vacinas contra a pneumonia, como a vacina contra a doença
pneumocócica ou a vacina contra o Haemophilus influenzae tipo b, possam proteger contra o novo
vírus. Não há evidências de que lavar o nariz com solução salina ou comer alho ofereçam qualquer
proteção contra o novo coronavírus. Os antibióticos destinam-se a tratar infeções com bactérias e não
são eficazes contra vírus. No entanto, podem ser necessários em casos graves que desenvolvam ou-
tras infeções pulmonares.

É falsa a informação de que apenas as pessoas idosas contraem o vírus. Embora idosos e pessoas
com outras doenças crónicas como hipertensão, diabetes ou doenças cardiovasculares sejam mais
susceptíveis à infeção, o vírus pode infetar pessoas de qualquer idade. É falsa a informação de que o
vírus não se transmite em climas quentes. O vírus pode ser transmitido em qualquer região do mundo,
incluindo regiões com clima quente e húmido. É falsa a informação de que o tempo frio mate o vírus. A

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ATUALIDADES

temperatura corporal mantém-se por volta dos 37º, independentemente do tempo ou temperatura ex-
terior. Tomar um banho quente também não previne nem mata os vírus, dado que a temperatura do
corpo se mantém inalterada. É falsa a informação de que os coronavírus possam ser transmitidos pela
picada de mosquitos. Os coronavírus são vírus respiratórios que se transmitem por gotículas ao tossir
ou espirrar.

É falsa a informação de que os secadores de mãos possam matar os vírus. Não devem ser usadas
lâmpadas ultravioleta para esterilizar as mãos, as quais podem causar irritações na pele. Os scanners
térmicos são apenas eficazes para detectar pessoas com febre e não detectam pessoas infetadas que
ainda não desenvolveram sintomas. O período de incubação da doença, entre a exposição ao vírus e
a manifestação de sintomas como febre, é de 2 a 14 dias. Espalhar álcool ou cloro pelo corpo não mata
os vírus que já entraram no corpo e pode causar lesões nas mucosas.

Impactos da Pandemia de COVID-19

Os impactos causados pelo coronavírus de 2020 ocorreram quando a pandemia de COVID-19 atin-
giu Hubei, China, epicentro do surto que posteriormente afetou Europa, América, África e Oceania,
com 179 territórios com casos confirmados.

Dentre os impactos, estão queda da bolsa de Valores nas principais regiões afetadas, queda de con-
sumo, quarentena, entre outros.

A epidemia coincidiu com o Ano-Novo Chinês, que marca uma grande temporada de festivais para a
região e o período mais movimentado de viagens na China. Vários eventos envolvendo grandes multi-
dões foram cancelados pelos governos nacionais e regionais, incluindo o festival anual de Ano Novo
em Hong Kong. Na Itália, o governo decidiu fechar escolas e universidades até 15 de março para tentar
conter o vírus e determinou que todos os principais eventos esportivos do país, sejam disputados sem
a presença de público.

A nível mundial, o medo do surto resultou em pessoas optando por evitar atividades que poderiam
expô-las ao risco de infecção, como sair para fazer compras. Restaurantes, revendedoras de carros e
lojas têm registrado quedas na demanda mundial. Segundo a Organização para a Cooperação e De-
senvolvimento Econômico (OCDE), em razão do surto, a economia global pode crescer na taxa mais
baixa desde 2009. Tanto a pandemia como as medidas de contenção da mesma adotadas por governos
possuem impactos psico-sociais profundos e duradouros, estando associados com ansiedade, depres-
são, stress, e aumento do número de suicídios.

Económico

Como a China continental é uma grande economia e um centro de manufatura, o surto viral foi visto
como uma grande ameaça desestabilizadora para a economia global. Agathe Demarais, da Economist
Intelligence Unit, previu que os mercados permanecerão voláteis até que se tenha uma definição dos
possíveis resultados. Alguns analistas estimaram que as consequências econômicas da epidemia no
crescimento global poderiam superar as do surto de SARS.

Montadoras globais anunciaram que vão parar a produção de veículos. No Brasil, os estoques de peças
e equipamentos eletrônicos vindos da China tem previsão de durar até final de fevereiro. Apesar de
ainda não faltar produto no comércio, se o abastecimento não for normalizado, os preços podem subir.
Levantamento da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apurou que 52 por
cento das indústrias pesquisadas apresentam problemas no recebimento de materiais, componentes e
insumos vindos da China, principalmente entre as fabricantes de produtos de Tecnologia da Informa-
ção.

De acordo com o estudo da Bain & Company, o custo do novo coronavírus pode ultrapassar 70 bilhões
de dólares (500 bilhões de yuans) para a China, o que indica uma redução de até 0,5 por cento do PIB,
superior à de todos os surtos anteriores. O Banco da China Internacional estima que o impacto a curto
prazo nas exportações custará 30 bilhões de dólares, destaca o estudo.

No início de fevereiro de 2020, a Hyundai Motors suspendeu a atividade em todas as suas sete fábricas
na Coreia do Sul, após fornecedores chineses interromperem as operações devido ao surto.

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ATUALIDADES

A 20 de fevereiro de 2020, o Banco Popular da China (PBoC, o BC chinês) anunciou a redução da taxa
de empréstimos de um ano de 4,15 por cento em janeiro para 4,05 em fevereiro.

Na China, a venda de automóveis novos decresceu 92 por cento durante as primeiras duas semanas
de fevereiro. Segundo fontes da Automative News, os decisores políticos chineses têm estado a discutir
o prolongamento de subsídios para a aquisição de veículos elétricos, com o intuito de aumentar o vo-
lume de vendas de veículos.

Durante o surto, os mercados bolsistas perderam a nível mundial cinco biliões de dólares.

No dia 2 de março, foi divulgado o último relatório Focus do Banco Central. Os economistas consultados
acreditam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 2,17 por cento em 2020, ante 2,20 por
cento na semana anterior.

As repercussões sobre os impactos do novo coronavírus têm pesado nas projeções do crescimento da
economia brasileira.

A pandemia ocorre em um momento em que o país ainda sente os efeitos da recessão de 2015/2016,
o que, segundo estimativas, atrasará ainda mais a volta do Produto Interno Bruto (PIB) ao nível pré-
crise.

Em 10 de março de 2020, a British Airways cancelou todos os seus voos para a Itália, após o país
anunciar medidas de quarentena devido ao surto.

Em 22 de maio de 2020, a multinacional Hertz (aluguel de automóveis) com mais de um século de


existência, entrou com pedido de falência depois que seus negócios desapareceram durante a pande-
mia do novo coronavírus.

A recessão da COVID-19 é uma grave crise econômica global que causou recessão em alguns países
(principalmente nos Estados Unidos) e em outros uma depressão econômica. É a pior crise econômica
global desde a Grande Depressão na década de 1930.

A crise começou devido a várias restrições governamentais criadas para conter a pandemia de COVID-
19 ainda em curso. O primeiro grande sinal de recessão foi o colapso dos mercados durante a queda
do mercado de ações de 2020, que começou no final de fevereiro e durou até março. Mas a queda foi
rápida e muitos índices do mercado em todo o mundo se recuperaram.

Em setembro de 2020, todas as economias avançadas haviam caído para recessão ou depressão, en-
quanto todas as economias emergentes estavam em recessão. A modelagem do Banco Mundial su-
gere que, em algumas regiões, uma recuperação econômica total não será alcançada antes de 2025
ou mais.

A pandemia fez com que metade da população mundial fosse colocada em lockdown para impedir a
disseminação de COVID-19. Isso causou graves repercussões nas economias em todo o mundo, logo
após uma desaceleração econômica global em 2019, que viu a estagnação dos mercados de ações e
da atividade de consumo em todo o mundo.

A recessão tem apresentado aumentos extraordinariamente altos e rápidos no desemprego em muitos


países. A Organização das Nações Unidas (ONU) previu em abril de 2020 que o desemprego global
eliminará 6,7 por cento das horas de trabalho globalmente no segundo trimestre de 2020 - equivalente
a 195 milhões de trabalhadores em tempo integral.

Em alguns países, espera-se que o desemprego gire em torno de 10%, com as nações mais afetadas
pela pandemia de COVID-19 apresentando taxas de desemprego mais altas. O mundo em desenvolvi-
mento também está sendo afetado por uma queda nas remessas, agravando as crises globais de ali-
mentos.

A recessão viu uma queda no preço do petróleo desencadeada pela guerra de preços do petróleo entre
a Rússia e a Arábia Saudita em 2020; o colapso do turismo e da indústria de energia ; e uma queda
significativa na atividade de consumo em comparação com a década anterior.

Consumo

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ATUALIDADES

Em fevereiro de 2020, em meio à crise provocada pelo surto do novo coronavírus, a população de Hong
Kong tem formado longas filas para comprar alimentos e demais produtos básicos, como rolos de papel
higiênico, em um fenômeno batizado pela imprensa internacional de "consumismo de pânico". Diante
disto, políticas de racionamento, como a imposição de um limite máximo de dois itens por cliente, têm
sido implementado por algumas redes de supermercados da região.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os pacientes com HIV na China correm o risco de
ficar sem medicamentos que salvam vidas, em razão das quarentenas e bloqueios destinados a conter
o surto de doença por coronavírus. Segundo a ONU, pode haver dificuldades em reabastecer os esto-
ques de medicamentos vitais.

Em 28 de fevereiro de 2020, a Amazon pediu aos funcionários que só viajassem se for essencial. "Es-
tamos pedindo aos funcionários que adiem viagens não essenciais durante esse período", confirmou a
empresa em comunicado à CNN.

Copa do Mundo FIFA

É uma competição internacional de futebol que ocorre a cada quatro anos, com exceção de 1942 e
1946, quando não foi realizada por conta da Segunda Guerra Mundial. Essa competição, que foi criada
em 1928 na França, sob a liderança do presidente Jules Rimet, está aberta a todas as federações re-
conhecidas pela FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado, em francês: Fédération Interna-
tional de Football Association). O antigo nome da taça faz referência a Jules Rimet. A primeira edição
ocorreu em 1930 no Uruguai,escolhida como pais sede cuja seleção saiu vencedora.

Com exceção da Copa do Mundo de 1930, o torneio sempre foi realizado em duas fases. Organizada
pelas confederações continentais, as Eliminatórias da Copa do Mundo permitem que as melhores se-
leções de cada continente participem da competição, que ocorre em um ou mais países-sede. O for-
mato atual da Copa do Mundo é com trinta e duas equipes nacionais por um período de cerca de um
mês. A partir da edição de 2026 o torneio contará com a participação de 48 equipes.

Apenas oito países foram campeões mundiais até hoje. O Brasil, a única seleção a ter jogado em todas
as competições, é o maior campeão com cinco títulos (1958,1962,1970,1994 e 2002). É também o
único proprietário permanente da Taça Jules Rimet (posta em jogo em 1930) e ganha em definitivo pelo
país que vencesse pela terceira vez o campeonato, o que se deu na competição em 1970, com Pelé,
o único jogador tricampeão mundial da história. A seleção brasileira é seguida pela Itá-
lia (1934,1938,1982 e 2006) e Alemanha (1954,1974,1990 e 2014) com quatro troféus cada um. A
equipe que venceu a primeira edição, o Uruguai, conquistou duas vezes (1930 e 1950) , como a Ar-
gentina (1978 e 1986) e a França (1998 e 2018) , bicampeão na edição de 2018. Finalmente, a Ingla-
terra (1966) e a Espanha (2010), ganharam uma Copa do Mundo cada um. O Uruguai (1930), a Itá-
lia (1934), a Inglaterra (1966), a Alemanha (1974), a Argentina (1978) e a França (1998) conseguiram
vencer ao menos uma edição em casa. Enquanto, os únicos países a ganharem fora de seus continen-
tes são o Brasil na Europa em 1958 e na Ásia em 2002, a Espanha na África em 2010 e a Alemanha na
América do Sul em 2014.

A Copa do Mundo é o evento esportivo mais assistido e prestigiado em todo o mundo, ultrapassando
até mesmo os Jogos Olímpicos, que era principal competição mundial. Economicamente, a competição
tem efeitos positivos sobre o crescimento de certos setores e para o desenvolvimento do país que
sedia. Instalações desportivas, incluindo os estádios, são construídos ou reformados para a oca-
sião. Estradas, aeroportos, hotéis e infraestrutura de um modo geral, também são melhorados para re-
ceber a competição. Entretanto, um país menos desenvolvido, de "Terceiro Mundo", pode sofrer mais
que o esperado para organizar um Mundial.

A Copa do Mundo tem aspectos políticos. Enquanto pode transmitir os valores da paz e universalismo,
a competição pode, ser também, a ocasião de brigas generalizadas e violência em torno das partidas,
ou até mesmo desencadear uma guerra entre países. Há várias adversidades para se organizar um
Mundial. O evento também está presente na cultura popular, em vários filmes e documentários, e é
uma oportunidade para criar canções ou hinos. Jogos eletrônicos e álbuns de figurinhas dos futebolis-
tas, por exemplo, são colocados à venda antes da Copa do Mundo e geram uma excelente oportuni-
dade econômica e lucrativa.

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ATUALIDADES

A contagem regressiva para a Copa do Mundo 2022 chegou no seu último mês. Em 20 de novembro,
começa o torneio mais importante do futebol mundial –e mais uma oportunidade para o Brasil conquis-
tar o hexacampeonato.

Essa será a primeira vez que a competição será disputada no Oriente Médio e no fim do ano. Isso
acontece porque o país-sede deste ano, o Catar, registra altas temperaturas durante o mês de junho,
época tradicional de realização do mundial.

Ao todo, 32 seleções nacionais disputam a taça. Elas foram divididas em oito grupos, cada um com
quatro times. O Brasil está no G, junto de Camarões, Sérvia e Suíça.

A fase de grupos será disputada até o dia 2 de dezembro. A final acontecerá no dia 18 de dezembro,
no estádio Lusail.

A convocação dos 26 atletas da seleção brasileira acontecerá no dia 7 de novembro, segundo a Con-
federação Brasileira de Futebol (CBF). Até lá, as principais ligas do mundo ainda terão jogos –o que
deixa o fantasma das lesões assombrando as comissões técnicas e atletas.

Abaixo, a CNN conta o que você precisa saber sobre essa edição da Copa do Mundo, além de detalhes
e curiosidades sobre o torneio.

Grupos

A Fifa sorteou os grupos da Copa no dia 1° de abril deste ano. As seleções se enfrentam entre si dentro
dos grupos. Os dois primeiros colocados avançam para a as oitavas de final. A partir daí, o formato da
disputa é o chamado mata-mata, no qual um jogo único define quem passa. Em caso de empate, os
times jogam uma prorrogação de 30 minutos (dividida em dois tempos de 15 minutos). Persistindo o
resultado igual, há disputa de pênaltis.

A partida de abertura da Copa será entre Catar e Equador, após a cerimônia de abertura, no dia 20 de
novembro.

As últimas seleções a se classificarem para o mundial foram Austrália, Costa Rica e País de Gales –
que volta a disputar o torneio pela primeira vez em 64 anos–, após a disputa da repescagem.

Jogos do Brasil

Os torcedores brasileiros que estão ansiosos para a estreia da Seleção Canarinha terão de esperar
alguns dias depois da abertura.

O primeiro jogo do Brasil será no dia 24 de novembro, contra a Sérvia, às 16h (horário de Brasília).

O Brasil está no grupo G, com Camarões, Sérvia e Suíça. Se avançar para as oitavas de final, enfren-
tará um dos dois primeiros colocados do Grupo H, que tem Portugal, Uruguai, Gana e Coreia do Sul. Cli-
que aqui para entender o caminho completo do Brasil até a final e quem pode enfrentar.

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ATUALIDADES

A Seleção Brasileira tem bom retrospecto diante desses adversários. Contra a Sérvia, são dois jogos e
duas vitórias; contra Camarões, o maior número de triunfos: cinco vitórias e uma derrota; e contra a
Suíça, o histórico mais equilibrado: três vitórias, quatro empates e duas derrotas.

Veja os dias e horários de jogos do Brasil na fase de grupos:

Brasil x Sérvia – quinta-feira, 24 de novembro – 16h (horário de Brasília)

Brasil x Suíça – segunda-feira, 28 de novembro – 10h (horário de Brasília)

Brasil x Camarões – sexta-feira, 2 de dezembro – 16h (horário de Brasília)

Fifa Fan Fest no Brasil

Algumas cidades pelo mundo vão montar eventos públicos para que os torcedores possam assistir à
Copa do Mundo do Catar, entre elas, Cidade do México, Dubai, Londres e Seul.

Aqui no Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro estão confirmadas para receber o Fifa Fan Festival.

Na capital paulista, a festa acontecerá no Vale do Anhangabaú, no Centro. No Rio, será na praia de
Copacabana.

La’eeb, a Mascote Oficial

Inspirado em lenços de cabeça da cultura árabe, o mascote dessa edição da Copa do Mundo será o
La’eeb. Seu nome significa “jogador muito habilidoso” em árabe.

De acordo com a Fifa, o nova mascote estará “animando a ação durante o torneio”, e uma série de
GIFs e figurinhas virtuais poderão ser baixadas por meio dos canais oficiais da entidade.

Novo mascote foi apresentado durante vídeo que abriu a cerimônia do sorteio dos grupos da Copa do
Mundo de 2022.

Restrição a bebidas e espaço para consumo de álcool

O Catar tem controles rígidos sobre o consumo de álcool. Segundo a Reuters, torcedores com ingres-
sos poderão comprar cerveja em partidas três horas antes do início do jogo e até uma hora após o apito
final.

Além disso, o presidente-executivo da organização do torneio disse em uma entrevista à Sky News
que haverá áreas para que as pessoas fiquem sóbrias.

Outro ponto de preocupação para a comunidade internacional é a segurança de pessoas LGBTQIA+,


pois a homossexualidade é proibida no país.

Sobre isso, Al Khater reforçou que “todos são bem-vindo e se sentirão seguros quando vierem ao Ca-
tar”.

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