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A situação Ucrânia-Rússia é bem complicada, temos que ativar nossa memória histórica
para compreender esse conflito.
Em uma declaração feita pelo Biden em 97 ele afirmava que "A entrada dos países Balcãs
na OTAN é a única coisa que pode provocar uma reação violenta da Rússia e mudar o
equilíbrio entre EUA e Rússia".
De lá pra cá varios desses países entraram na Otan em nome de uma União Europeia unida
e forte, Estónia, Letonia, Lituânia, Romênia, Bulgaria e República Checa.
Desde o golpe de Estado ocorrido na Ucrânia em 2014, promovido pela UE e EUA, se
instarou um clima de perseguição e discriminação não somente as pessoas de origem russa
mas também de seus costumes, língua e cultura.
Joe Biden era o vice presidente do Barack Obama, encarregado pelo mesmo de seguir a
transição ucraniana. No mesmo período o filho de Biden, Hunter Biden, foi nominado no
Conselho Diretivo de uma fábrica de gás ucraniana.
Nos últimos anos a Rússia por conta de tais políticas financia econômica e militarmente a
resistência dos povos de origem russa como na Crimea e Donbass. No Donbass por
exemplo nos últimos 8 anos foram cerca de 13.000 mortos e 1 milhão e 500 mil pessoas
desabrigadas, questão que não teve a menor cobertura e empatia internacional.
A gota d'água foi a proposta de entrada na Otan que comporta geopoliticamente falando que
a Rússia teria bases e mísseis apontados à dois passos.
A resposta russa então se baseia por toda uma série de políticas adotadas no campo
geopolítico internacional da parte dos EUA, União Européia e Otan nos últimos 15 anos.
Uma resposta que seja Biden quanto os analistas de política internacional da Casa Branca
sabiam que seria dura e violenta.
Não estou defendendo aqui nem um lado nem o outro. Os dois lados estão ferindo a
autodeterminação dos povos, a população ucraniana é quem paga o preço maior neste
momento. Aqui estão pintando o Putin como um louco comunista que do nada resolveu
atacar o Ocidente. Putin para ficar bem claro, para mim é um governo de direita repressivo,
que bem pouco tem a ver com o comunismo, defender Putin é errado, assim como defender
a política européia ocidental também. Colocar a culpa do falimento das negociações na
Rússia e nao falar da política de financiamento e suporte bélico ativo que a UE está
fazendo, que provoca mais conflitos e tensões é o grande estratagema midiático para
convencer as massas a digerir essa guerra.
No meio disso tudo os preços da gasolina, diesel e gás estão nas estrelas, os preços de
alimentares estão subindo, o consumo diminuindo e muitas empresas já debilitadas com a
pandemia estão em sérias dificuldades. Quem tá pagando todo o preço dessa crise é a classe
trabalhadora, é o povo, em nome de uma guerra aonde quem ganha é sempre aquele 1% do
capital financeiro e suas multinacionais.
Vivemos um quadro bem complicado, os governantes fazem declarações de paz na televisão
e depois aprovam apoio bélico e financeiro nos grandes salões, a população não entende
nada pois temos uma grande mídia contando uma história pela metade e difundindo medo e
ódio. As manifestações pedindo paz em toda a Europa foram todas ignoradas e a vida
concreta da classe trabalhadora se encontra cada vez mais difícil com a incerteza no
trabalho e aumento dos preços.
Maurício Maestri