Você está na página 1de 4

Juventude internacional para a libertação da Ucrânia

Jovens da classe trabalhadora na vanguarda

Os jovens de famílias da classe trabalhadora estão na vanguarda das lutas internacionais


contra a opressão política, social e econômica; eles desempenham um papel fundamental
na luta pelas liberdades democráticas, bem como se defendem contra os ataques da classe
dominante às nossas condições de vida — diminuindo nossos padrões de educação,
moradia e condições de trabalho.

Os jovens da Ucrânia não estão em uma posição invejável. Sua luta interna pela
democracia e contra o autoritarismo ainda até hoje, em um processo rumo à ressonância:
sentimentos de indecisão e inseguranças em relação ao seu futuro têm pesado em suas
mentes por mais de 30 anos. Seus trabalhos raramente são agradáveis ou bem pagos, sua
educação acontece longe de seus campi, e suas aspirações são regularmente destruídas
por uma Rússia imperialista.

Os jovens da Ucrânia hoje estão vendo suas vidas e suas cidades sendo destruídas, e seu
povo sendo bombardeado e massacrado pelas tropas russas. Eles são forçados a
negligenciar ou desistir de seus estudos e planos de vida. Os jovens ucranianos estão se
juntando a uma defesa territorial de regimentos de defesa ao lado do resto da classe
trabalhadora, lutando na linha de frente nas mesmas bases que as forças armadas da
Ucrânia, ainda que o governo de Zelensky tenha recentemente aprovado duas leis (leis
5371 e 5161) que permitem a piora das condições de trabalho. Isso é claramente tirar
vantagem da guerra para escapar de qualquer possível oposição. Em última análise, o
governo ucraniano está enfraquecendo a resistência ucraniana à invasão russa, já que a
resistência é formada, principalmente, das pessoas da classe trabalhadora.

Apesar das traições de seu próprio governo, trabalhadores e jovens pobres estão indo para
a guerra para defender a integridade de seu país, seu modo de vida e, finalmente, defender
seu direito à autodeterminação política contra o domínio russo. Os jovens do resto do
mundo devem se perguntar qual deve ser sua posição sobre a guerra ucraniana.

Qual deve ser a posição dos jovens internacionalmente em relação à guerra na Ucrânia?

A guerra da Ucrânia é uma consequência da invasão perpetrada pelo segundo mais forte
poder militar do mundo - o exército russo, liderado pelo governo de Putin - contra um país
muito mais fraco, historicamente oprimido pela Rússia. A opressão histórica da Ucrânia foi
inicialmente realizada pelo império russo czarista, com figuras como Ivan, o Terrível, Pedro
I, Catarina I. Além disso, foi assumido por Joseph Stalin e pelo regime burocrático e
autoritário da URSS, que agiu contra o direito à autodeterminação nacional que os
ucranianos conquistaram durante a revolução ucraniana entre 1917-1921. E agora é
Vladimir Putin que tenta reprimir todos os tipos de grupos étnicos minoritários: dos tártaros
da Criméia aos ucranianos e chechenos, e de Yakuts aos Mari.

O regime russo está desempenhando um papel totalmente reacionário na Europa Oriental e


na Asia. Sua política interna visa atomizar e despolitizar a sociedade, purgar a oposição
(incluindo forças de esquerda) e apoiar organizações com retórica descaradamente ligadas
à ultradireita e até fascistas. Isso tudo sem mencionar a propaganda agressiva anti-LGBT
nos canais estatais e sua perseguição às pessoas LGBT. Ao mesmo tempo, com sua
política externa, o país apoia entusiasticamente ou participa abertamente da supressão de
protestos populares e operários, que tem sido visto repetidamente na Bielorrússia,
Cazaquistão, Chechênia, etc. O fato da Rússia se opor aos Estados Unidos não o torna um
regime progressista e, muito menos, democrático.

A linha de frente da defesa da Ucrânia contra as garras da Rússia tem sido, e sempre será,
alimentada pelo movimento estudantil. Os estudantes estavam presentes na luta pela
independência da Ucrânia que culminou na Revolução Estudantil em Granito, a Revolução
Laranja, e permitiu que a transição para a democracia começasse adequadamente. Eles
também estavam presentes na Revolução da Dignidade (também conhecida como
Revolução Maidan), que solidificou a ruptura econômica e política da Ucrânia da Rússia. A
revolução de Maidan, infelizmente, teve um custo: a Rússia a viu como a gota d'água, e
decidiu anexar a Crimeia e iniciar uma guerra em Donbass. Até 2022, a Rússia não estava
satisfeita com o status quo, então eles iniciaram uma invasão em larga escala da Ucrânia
para impor seus interesses políticos e econômicos sobre a vontade e resistência do povo
ucraniano — que permanecem muito fortes.

Toda nação deve ter o direito de se defender contra a opressão, de defender sua cultura,
linguagem, autodeterminação política e soberania nacional. Não é a Ucrânia que está
atacando a Rússia, é a Rússia que está destruindo um país, como fizeram na Síria. Por
causa disso, a juventude do mundo deve apoiar a resistência ucraniana e a derrota do
exército russo. Não podemos cair na propaganda de Putin sobre a "desnazificação" da
Ucrânia: o infame Batalhão Azov consiste, na melhor das hipóteses, de 2.500 pessoas (a
conta mais baixa diz que há apenas 900), enquanto hoje há mais de 700.000 pessoas
alistadas na resistência ucraniana.

Homens e mulheres jovens, estudantes e trabalhadores, compõem uma parte considerável


das forças armadas da Ucrânia, particularmente a defesa territorial. Embora o Estado isenta
os estudantes universitários de recrutamento, muitos estudantes participam voluntariamente
da resistência armada. A luta histórica contra a grande opressão russa é, em última análise,
uma luta pela libertação ucraniana e independência contra qualquer forma de dominação
imperialista. É por isso que o exército russo deve ser derrotado.

Como devemos apoiar os combatentes ucranianos?

A estratégia russa atual é um uso maciço de artilharia pesada. O povo ucraniano quer lutar,
mas eles não têm as armas necessárias para destruir artilharia russa e aviões, por isso a
obtenção de armas pelo povo ucraniano é uma questão de vida ou morte.

É por isso que o método mais importante para apoiar a resistência ucraniana é exigir o
fornecimento incondicional de armas pesadas à Ucrânia. Essa é a única maneira de eles
serem capazes de ganhar a guerra. Qualquer outra posição, como o pacifismo, ou um apoio
abstrato, significa praticamente negar o direito à autodefesa, e contribui para a vitória russa.
O povo ucraniano já assumiu a tarefa de se defender, o que manteve a guerra até agora.
Mas para ganhar esta guerra, precisa de apoio material, especificamente armas pesadas.
Defender a resistência ucraniana não significa apoiar a OTAN ou o governo Zelensky.

O imperialismo americano e europeu, apesar de prometer armas, não enviam o que é


necessário, e aproveitam a oportunidade para justificar seu próprio rearmamento. Ao
mesmo tempo, as mãos da UE estão manchadas de sangue ucraniano, pois financiam a
campanha militar de Putin comprando gás e petróleo da Rússia, e continuam a se apropriar
da riqueza ucraniana através da dívida externa. A OTAN e a UE não querem uma vitória
total para a resistência ucraniana, em vez disso pressionam Zelensky a aceitar dividir o país
com a Rússia, de acordo com uma divisão imperialista do território.

A OTAN negando os armamentos necessários para a resistência ucraniana deixa a Ucrânia


em perigo. Os governos europeus só tomaram a posição (superficial) de apoio que
atualmente detêm porque as massas ucranianas resistiram desde o início, e porque as
massas internacionalmente são contra a agressão russa.

Ao mesmo tempo, Zelensky aproveitou a guerra para atacar os direitos dos trabalhadores e
os direitos dos jovens, tanto em geral quanto particularmente aqueles que estavam na linha
de frente. Eles acabaram de aprovar duas leis que, por um lado, criam uma nova forma de
contrato de trabalho que desregula a limitação das horas de trabalho, e, por outro lado,
permitem que os capitalistas ignorem os direitos dos trabalhadores em empresas com mais
de 250 funcionários. Os capitalistas também estão sendo autorizados a demitir todos os
trabalhadores que foram para a linha de frente para defender seu país.

A situação para os estudantes não é melhor: o Estado ucraniano ainda obriga os estudantes
a continuar pagando por sua educação, mesmo que em muitos lugares isso não esteja
ocorrendo, e em qualquer outro lugar ele fica muito atrás do nível pré-guerra. Tornou-se
cada vez mais frequente para os alunos da frente receberem cartas de suas instituições de
ensino afirmando que não poderão mais continuar seus estudos devido a problemas com a
administração da universidade. Enquanto isso, os deputados aumentam seus próprios
salários, mostrando que o povo ucraniano não pode confiar nem no governo Zelensky nem
no parlamento.

A necessidade de realizar uma grande campanha internacional de jovens em apoio à


resistência ucraniana e à auto-organização.

Os jovens são a geração que viverá neste mundo por mais tempo, mas nunca nos foi dada
a chance de decidir como funciona ou tentar mudá-lo. Além de lutar por nossos direitos
democráticos, também devemos construir um mundo diferente do em que nascemos. Que
seja um mundo de libertação para jovens, estudantes e trabalhadores.

Mas para construir um novo mundo temos que ser claros: em última análise, nem a OTAN,
nem a Rússia, nem qualquer governo burguês garantirá os direitos e a vida dos jovens e
trabalhadores se isso for contra seus interesses econômicos e políticos; pelo contrário, eles
vão atacá-los, como estamos vendo dia após dia. Só podemos garantir nossa
independência política, tomando a luta em nossas próprias mãos e avançando nossa
auto-organização política, como os jovens, estudantes e trabalhadores ucranianos estão
fazendo.
Hoje, a principal tarefa dos jovens ucranianos que buscam o direito à autodeterminação
política (e muitos outros direitos) é derrotar as tropas russas invasoras. É por isso que
devemos realizar uma campanha internacional de solidariedade, reunindo jovens de todo o
mundo que desejam apoiar a resistência ucraniana. Jovens que são a favor da derrota das
tropas russas, pela entrega incondicional de armas à Ucrânia, e pela suspensão da dívida
externa.

Nós, apoiadores da juventude e classe trabalhadora Ucraniana, demandamos o envio


incondicional de armas pesadas à Ucrânia!

Você também pode gostar