CURDOS ‫ﻣﺮﺣﺒﺎ‬

‫ﻣﺮﺣﺒﺎ‬
Conflito que vai muito além do território
Sobre os curdos
Os curdos são um dos povos
originários das planícies da
Mesopotâmia, que hoje em dia
compreendem uma comunidade
unida por raça, cultura e linguagem,
ainda que não tenham um língua
padrão. Eles têm diversas religiões e
credos, mas a maioria é muçulmana
sunita.
 Contexto
No início do século 20, muitos curdos começaram a considerar a criação de um
Estado, conhecido como Curdistão. Depois da Primeira Guerra Mundial e da derrota
do Império Otomano, os países ocidentais vitoriosos fizeram uma provisão para a
criação de um Estado curdo em 1920 no Tratado de Sèvres. Mas os planos foram
frustrados três anos depois, quando o Tratado de Lausanne, que estabeleceu as
fronteiras da Turquia moderna, não tratou de um Estado curdo, os deixando de lado.
Nas oito décadas seguintes, qualquer ação dos curdos para estabelecer um Estado
independente foi brutalmente anulada
O conflito
Há uma hostilidade enraizada entre o Estado turco e os curdos do país, que representam de 15% a
20% da população da Turquia, cerca de 80 milhões de habitantes.Os curdos receberam
tratamento duro nas mãos das autoridades turcas ao longo de diversas gerações. Em resposta aos
levantes nas décadas de 1920 e 1930, muitos curdos foram reassentados, nomes e roupas foram
proibidos, o uso da língua curda foi limitado e até a existência de uma identidade étnica curda foi
negada, com pessoas designadas como “Turcos da Montanha” . Desde então, mais de 40 mil
pessoas foram mortas e centenas de milhares foram desalojadas.

Em resposta às duras repressões, os curdos organizaram-se em diversos grupos armados ligados

ao PKK (Partido dos Trabalhadores Curdos), reconhecidos como terroristas, que atuam muitas
vezes por meio da ativação de carros-bombas e atentados públicos contra os governos,
principalmente na Turquia e, mais recentemente, na crise da Síria. Essa instabilidade e a dura
repressão do governo turco em relação os curdos são, inclusive, uns dos entraves que o país possui
para conseguir sua entrada na União Europeia, que não admite governos tidos como
antidemocráticos e que violam os direitos humanos.
 Causas
Os curdos buscam um território autônomo ou
independente devido a uma série de causas históricas e
contemporâneas. Isso inclui séculos de repressão e
discriminação, a preservação de sua identidade étnica e
cultural, conflitos étnicos com os governos locais, a busca
por recursos naturais, mudanças na geopolítica regional,
liderança organizada, e a busca por estabilidade. Esses
fatores, juntamente com eventos históricos e atuais,
intensificaram o desejo dos curdos de delimitar seu próprio
território, embora essas aspirações variem em
complexidade e localização dentro da comunidade curda.
Desdobramentos
A luta pela autonomia desse povo vem sendo combatida de
maneira violenta, especialmente pelo Iraque e Turquia. No
Iraque, os curdos estão estabelecidos em uma região rica
em petróleo, por isso, na década de 80, o ditador Saddam
Hussein usou armas químicas para matar 5.000 curdos. Em
decorrência desse fato, o Iraque sofreu uma grande
pressão internacional para instituir um projeto de
autonomia parcial para os curdos, então foi criada uma
zona de segurança localizada na região norte do país, onde
se concentra grande parte dessa etnia. A luta desse povo
parece estar longe de obter uma solução satisfatória, tendo
em vista que nenhum país quer abrir mão de parte de seus
respectivos territórios para ser repassada a essa nação que
vive subordinada.
Turquia
A Turquia tem a maior população curda na
região e está preocupada com o movimento
separatista curdo dentro do seu próprio
território, liderado pelo Partido dos
Trabalhadores do Curdistão (PKK). O governo
turco considera o PKK como uma organização
terrorista e conduziu operações militares
tanto dentro do país quanto em áreas curdas
no norte do Iraque e nordeste da Síria para
combater o grupo. A Turquia teme a
possibilidade de um Estado curdo
independente nas regiões vizinhas, o que
poderia inflamar os sentimentos separatistas
em seu próprio território.
 Irã
O Irã também tem uma significativa população
curda, principalmente na sua fronteira com o
Iraque. Embora o governo iraniano tenha
reprimido movimentos separatistas curdos no
passado, a situação é mais estável comparada à
Turquia. No entanto, o Irã mantém vigilância
sobre a situação curda, especialmente por
causa da presença do PKK e das implicações
regionais.
Iraque
Os curdos iraquianos têm uma região
semiautônoma conhecida como Curdistão
iraquiano, que goza de um certo grau de
autonomia política e econômica. A relação
entre o governo central iraquiano e os curdos é
complexa, com questões como o controle de
recursos naturais, fronteiras e poder político
sendo pontos de tensão. O Curdistão
iraquiano tem conseguido manter certa
estabilidade e cooperação com o governo
central, mas há desafios contínuos.
 Síria
Os curdos sírios, principalmente na região
conhecida como Rojava, buscaram mais
autonomia e autogestão durante a guerra civil
síria. As Unidades de Proteção Popular Curda
(YPG) são um componente-chave das Forças
Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos
Estados Unidos na luta contra o Estado
Islâmico. Isso gerou tensões entre os curdos e
o governo sírio, assim como com a Turquia, que
considera as YPG como afiliadas ao PKK.
Estados Unidos
Os EUA forneceram apoio militar e logístico às
FDS, incluindo as YPG, na luta contra o Estado
Islâmico. Isso gerou um desentendimento com
a Turquia, um aliado da OTAN, que vê as YPG
como uma extensão do PKK. O envolvimento
dos EUA no conflito curdo tem sido um fator
importante na dinâmica geopolítica da região.
 Rússia
A Rússia também desempenhou um papel na
questão curda, especialmente após o seu
envolvimento militar na Síria. A Rússia
manteve relações com grupos curdos, visando
fortalecer a sua influência na região e explorar
as divisões entre os atores locais e globais.
Carta das
nações
“unidas”
 Príncipios violados Mercury

1. Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar, coletivamente,

. medidas efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os atos de agressão ou outra
qualquer ruptura da paz e chegar, por meios pacíficos e de conformidade com os
princípios da justiça e do direito internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias
ou situações que possam levar a uma perturbação da paz;

2. Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de

. igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas
.
apropriadas ao fortalecimento da paz universal;

3. Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso

. da força contra a integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado,
ou qualquer outra ação incompatível com os Propósitos das Nações Unidas.
 Proposta de soluções
1° Tutela
Artigo 75 - Sistema
internacional de tutela para a
administração e fiscalização
dos territórios que possam ser
colocados sob tal sistema
2° Curdistão
Criação oficial e reconhecida
pela ONU do Estado Nacional
Curdistão
3°Distritos curdos
01
Criação de distritos curdos (como o
de Chinatown) dentro dos
territórios que apresentam grandes
concentrações da população curda
Soluções 03 Problemática da proposta: A luta
para conseguir maior
independência do Iraque e a criação
de uma região federal autônoma,
uma unidade federativa com
presidente e constituição própria,
02 ligada ao governo iraquiano e
outras nações, é contestada,
principalmente pelos Estados
Unidos que temem que um Estado
curdo no Oriente Médio possa
desencadear mais conflitos.
 Referências bibliográficas
https://www.marilia.unesp.br/Home/Extensao/observatoriodeconflitosinternacionai
s/serie- --a-questao-curda-fevereiro.pdf

https://www.jornaleletronicofivj.com.br/jefvj/article/view/772

https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/42971

http://www.kurdistan-today.de/linguas/hintergrund/schriften/Ocalan-Guerra-e-paz-
noCurdistao.pdf
Obrigada!
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