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O espaço político: focos de tensão

Israel e a questão palestina


- Confronto entre árabes e Judeus pela posse do território palestino.

- 2 mil anos A.C., os Hebreus (depois chamados de Judeus) ocupavam a


Palestina.
- Posição geográfica privilegiada: entre Europa, Ásia e África. Por isso, sempre
foi uma região de muitas disputas dominadas por vários reinos e impérios.
Assírios e Babilônios dominaram e escravizaram os hebreus séculos antes da
era cristã.

Domínio dos romanos – Expulsão dos Hebreus (judeus) – 1ª Diáspora judaica


Século VII e século XV – Ocupação da Palestina por povos árabes (também
chamados de palestinos.

Povos quase todos mulçumanos – dominados pelo império Turco-Otamano


até o início do século XX, quando passaram para o controle do protetorado
britânico.

DA ESQ. À DIR.: General Edmund Allenby, o Primeiro Ministro e


depois Ministro das Relações Exteriores Arthur J. Balfour e o
Alto Comissário da Palestina, Herbert Samuel. Jerusalém,
Antigo império Turco-Otamano 1925.
Movimento Sionista
- Mesmo disperso, os judeus preservavam suas identidades histórico-cultural
e perseveraram no sonho de constituir um território judaico, soberano e
independente.

- Século XX – Movimento Sionista – imigração dos judeus para a Palestina


(antiga terra dos Hebreus).
- Lutavam pela criação de um Estado Judeu nos arredores do monte Sião
(origem do nome sionismo), uma das colinas que cercam as terras da cidade
de Jerusalém (sagrada para judeus, mulçumanos e cristãos)

- O sionismo ganhou força a partir do século XX com a crescente perseguição


dos judeus na Europa e, especialmente, após o genocídio de cerca de 6
milhões de pessoas no Holocausto (2ª Diáspora Judaica).
1917- Declaração de Balfour – fortalecimento do movimento sionista
Apoio dos britânicos para o retorno dos judeus – Conflito entre Grã-Bretanha
e o império Turco-Otamano.
A formação do Estado de Israel
- 1940: A ONU assume a responsabilidade de continuar o plano de
construção do estado judaico, em meio as disputas territoriais entre judeus e
palestinos.

- 1947: A partilha da Palestina – Cria-se dois estados: Um árabe e outro


judaico.

- O critério de divisão foi a partir da população predominante em cada


região.

- A cidade de Jerusalém permanece sob o controle internacional.


- O plano foi rejeitado pelos palestinos devido terem que ceder parte de
seus territórios para os judeus

- 1948: O Estado de Israel é declarado independente, ocupando 56% de


toda a palestina.

- Reação árabe: Primeira guerra árabe-israelense. Israel vence.


A luta pelo estado da Palestina
- Israel amplia seus domínios sob os territórios palestinos.

- O Egito controla a Faixa de Gaza ea Cisjordânia.

- A Jordânia controla a parte oriental de Jerusalém;

- Com a perda de seus territórios os palestinos se refugiam pelo entorno da


região. Os mesmos lutam pela criação de seu Estado. Surge a “Questão
Palestina”.
Surgiram Movimentos e organizações político-partidárias:
• OLP - grupos paramilitares
• FATAH (conquista árabe) – grupo radical
O Conflito Árabe -israelense
1967: Guerra dos Seis Dias – Israel anexou a Faixa de Gaza e a Península do
Sinai (do Egito), a Cisjordânia e Jerusalém (da Jordânia) e as Colinas de Golã
(da Síria).

1973: Guerra de Yon Kippur – Egito e Síria tentam recuperar seus territórios.
Mesmo atacando inesperadamente, Israel impediu o avanço das tropas
inimigas.

A ONU aconselhou a devolução dos territórios ocupados por Israel – Israel


recusou – Surge uma crise diplomática entre Israel e a ONU, que desgasta a
imagem de Israel mundialmente.
- 1970: Primeiro acordo de paz entre árabes e israelenses.

- Resultados do acordo:
• Israel devolveu a Península do Sinai ao Egito;
• O Egito reconheceu a existência do Estado Judeu;
• Israel devolveu parte das colinas de Golã à Síria.

- 1980: A OLP abandonou a luta armada e o terrorismo para se empenhar


na construção do Estado palestino procurando solucionar pacificamente a
situação.

- A OLP reconheceu oficialmente o estado de Israel e este reconheceu a OLP


como legítimo representante do povo palestino.
- Os acordos de paz, os acordos de Oslos (1993-1995) previam:
• A retirada dos soldados;
• Devolução da maior parte da faixa de Gaza e da Cisjordânia;
• Criação da ONP (Autoridade Nacional Palestina): Instituição estatal para
administrar o futuro Estado Palestino.

- Questões que impediram os avanços no processo de paz:


• Israel não aceita o retorno dos refugiados que vivem nos países vizinhos;
• Não reconhece a parte oriental da cidade de Jerusalém como futura capital
palestina;
• A vitória da direita conservadora israelense (partido Likud), nas eleições
2022.
- Israel inviabiliza a devolução dos territórios aos palestinos e retomou a
construção de colônias judaicas em áreas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

- Os árabes retomam com seus grupos extremistas e suas ações terroristas;

- Israel cria uma barreira de segurança para isolar as comunidades judaicas e


palestinas na Cisjordânia.
A Questão Basca
Os bascos receberam poucas influências culturas ou de miscigenação por
outros povos – preservação das suas características biológicas, étnicas,
culturais e linguística.

Sua língua (euskara) é falada na família, na escola e no trabalho.

Alimentam um sentimento nacionalista – aspiram a conquista de soberania

Origem da ideia de um Estado Basco: Criação do Partido Nacionalista Basco


(final do século XX)

A ditadura espanhola, de Francisco Franco (1939-1975) interrompeu o plano


de criação do Estado Basco em 1934.
O Partido Nacionalista Basco foi considerado uma organização ilegal (sofreu
censura e perseguição política. Isso se estendeu ao povo basco)

O povo basco foi tolhido de falar e ensinar sua língua, hastear sua bandeira e
manifestar tradições culturais.

Nesse contexto surgiu o movimento separatista Euskadi Ta Askatazuna ou


Pátria Basca e Liberdade – mais conhecido como ETA criado em 1959.

Agiram com luta armada e terrorista. Ao longo da história foram mais de 800
mortos.

Em 2006, o ETA declarou cessar-fogo, porém não durou por muito tempo.
Em dezembro de 2006, houve a explosão de carro-bomba em um terminal de
um aeroporto de Madri (houve muitos mortos e feridos).
Com o desgaste de sua imagem perante a opinião pública, perda de prestígio
e apoio popular, o ETA foi se enfraquecendo.

Em 2011 declarou o seu fim.


Mesmo assim, na Espanha, a
esquerda nacionalista
continua se articulando para
criar novas organizações
pacíficas para conquistar
seus objetivos.

O governo espanhol não


aceita tais organizações.
Os conflitos na Caxemira: Índia x Paquistão
Localizada na encosta da Cordilheira do Himalaia,
constitui o maior foco de tensão geopolítica do Sul
asiático, que dura a mais de 60 anos.
Depois que o império britânico deixou essa região,
em 1947, a Índia e o Paquistão disputam a posse
da região da Caxemira (220 mil quilômetros de
extensão, cerca de 10 milhões de pessoas).

O conflito terminou em 1948. O Paquistão ficou com um terço do território


e a Índia com dois terços.
Porém a tensão geopolítica continuou:

- O Estado Islâmico do Paquistão continuou reivindicando a região total da


Caxemira, devido ser a maioria de mulçumanos na região.

- A índia não aceita as reivindicações e acusa o Paquistão de ações terroristas


por grupos radicais islâmicos. A Índia combate os atentados para evitar
eventuais movimentos separatistas, como o dos Sikhs, que reinvidicam a
região do Punjab.

- A disputa da região da Caxemira gerou duas guerras em 1965 e 1971.


Essa questão se tornou mais complexa com o envolvimento da China, que,
desde 1962, se apossou de parte da região da Caxemira, após guerra com os
indianos.
Estas guerras levaram a uma crescente militarização desses países, justificada
pela corrida armamentista, que levou Paquistão e a Índia desenvolverem
armas nucleares, coisa que a China já tinha.

Esta instabilidade política é uma preocupação internacional.


Os curdos e o Curdistão
Sugere-se que exista cerca de 26 a
40 milhões de curdos espalhados
pelo Oriente Médio

É o maior grupo ético sem Estado.

O território ocupado pelos curdos


se chama Curdistão.

O Curdistão é uma região montanhosa, possui 530.000


km², e abrange áreas do Irã, Iraque, Síria, Armênia,
Turquia, Geórgia.
A maioria vive na Turquia (cerca 13,6 milhões, o que representa 18% da
população).

Na Turquia surgiu em 1970 o Partido dos Trabalhadores do Curdistão - PPK


(mais atuante grupo armado). Foi criado para lutar pelo estabelecimento do
Estado do Curdistão.

O governo Turco considera o PPK como um movimento terrorista e o


combate violentamente.

Estima-se que nesse conflito curdo-turco já morreram mais de 37 mil


pessoas.
Além dos motivos geopolíticos o conflito tem outra motivação. Essa região
possui imensas reservas de petróleo em seu subsolo.

A Turquia extrai quase todo o seu petróleo na região curda. Cerca de 40% do
petróleo Iraquiano vem, também, dessa região.

Por isso, em 1980, o Iraque promove ataque que destruíram mais de 2 mil
aldeias curdas e massacre de milhares de pessoas, incluindo mulheres e
crianças ( estima-se cerca de 50 a 100 mil mortos)

A complexa instabilidade política na região do Oriente Médio é marcada por


diversos problemas de ordem interna e externa nesses países.
Na Síria, por exemplo, eclode uma guerra em 2011, liderada por grupos
extremistas do Estado islâmicos contra as forças curdas, apoiada pelo
terrorismo islâmico.
• Região montanhosa;
Conflitos no Cáucaso
• Sudeste da Europa: Entre
o mar Negro e o mar
Cáspio;

• Área de grande tensão


geopolítica.

• Abrange três países:


Geórgia, Arménia e
Azerbaidjão e algumas
repúblicas russas:
Ossétia do Norte,
Chechênia, Daguestão e
Inguthétia.
Estima-se 21 milhão de pessoas, e tem grande diversidade cultural.
São mais de 100 grupos étnicos. Professam as religiões cristã e Islâmica.
A partir da desintegração da URSS , em 1990, os conflitos se tornaram mais
intensos, pois esta região era controlada a mão de ferro pelos soviéticos.
Com o fim da União Soviética, algumas repúblicas tornam-se países
independentes. Outras passaram para o controle Russo.

Devido as diferenças entre os grupos foram inevitáveis os conflitos na região


do Cáucaso.
Tropas armênias se
dirigem à região do
Nagorno-Karabakh,
onde se intensifica a
disputa de terreno
com o Arzebaijão
Década de 1990 – Conflito na Chechênia (população de maioria mulçumana)
declara sua independência em relação a Rússia.

O governo russo não reconheceu a independência da Chechênia e atacou


violentamente, com saldo de 80 mil mortos. Fato conhecimento como a
Guerra da Chechênia (1994-1996).
Em 2004, terroristas chechenos invadiram uma escola, na República da Ossétia do Norte, e
detonaram explosivos, causando a morte 344 pessoas, onde 186 foram crianças.
No Daguestão, um grupo mulçumano luta para
formar um Estado Islâmico. Esse movimento é
bastante combatido pelas forças russas, sobretudo
devido as reservas de petróleo lá existentes.

Conflitos separatistas na Geórgia:


- Ossétia do Sul (maioria Persa e
Cristã);
- Abkházia (maioria mulçumana
ortodoxa): Lutam contra os
georgianos cristãos desde 1991.
Em 2008, houve uma ofensiva militar da Geórgia, com intervenção russo na
região da Ossetia do Sul. Os russos desalojaram soldados georgianos. A
participação da Rússia no conflito levou um acirramento das tensões com os
Estados Unidos, que tem a Geórgia como aliada.

Na região de nagorno-karabakn, a
disputa é entre Armênia e Azerbaidjão.
80% da população é cristã e de origem
Armênia.

Desde 1990, os Armênios reivindicam


esse território. Esses países entraram
em guerra em 1992 e 1994. Apesar do
cessar-fogo, o impasse ainda existe.
Territórios e conflitos na África
Esses conflitos tem origem histórica ligada ao processo de expansão do
capitalismo ao longo dos últimos dois séculos e suas implicações na
delimitação das fronteiras dos Estados Nacionais.

Século XX –África habitada por


diversos grupos étnicos –
ocupada e explorada por
potências europeias.
Século XX – Revolução Industrial e a
necessidade dos países ricos por
matéria prima: Inglaterra, Bélgica,
Holanda, França, Alemanha.

Tais países se apropriavam de vastas


extensões de terra para esse fim, tanto
na África quanto na Ásia.

Utilizavam-se essas terras para as


plantations.

Assim ficou estabelecida a partilha do


território africano em 1885 durante a
conferência de Berlim.
Consequência: A desestruturação da organização política, econômica e social
dos povos originários:
- em alguns casos alguns povos rivais se viam num mesmo territórios e
povos que viviam unidos, com a mesma identidade histórico-cultural foram
separados.

Além da escravização populacional, houve a imposição da língua


colonizadora, costumes e valores morais e éticos.
Por exemplo o governo belga de Leopoldo II (1865 e 1909) - Punições severas
com àqueles que atingiam a quota necessária da exploração da borracha e
marfim.

Século XX – 2ª Guerra Mundial – Enfraquecimento das potências europeias


– Impulso nas lutas populares contra o colonialismo.
Surge os movimentos de independência – Ruptura com as metrópoles (de
forma pacífica e de forma violenta)

Esses movimentos ficaram conhecidos historicamente como processo de


descolonização

Mesmo com os conflitos ocorridos no processo de descolonização, as


fronteiras políticas demarcadas pelos colonizadores foram mantidas.

A desorganização étnico-cultural trouxe como causa inúmeros conflitos


territoriais e guerras civis.
Religiões do Sudão do Sul: Cristã
católica, protestante, anglicana e religiões
animistas africanas.
A Guerra Civil Argelina foi um conflito armado entre o governo argelino e vários
grupos de rebeldes islâmicos, que teve início em 1991 e finalizou em 2002.

O número de mortos é estimado entre 150 mil e 200 mil, entre os quais há mais
de 70 jornalistas, quer por forças do Estado ou por militantes islâmicos.
Estas incluem: a Frente Unida para a Mudança
Democrática, a União das Forças para a
Democracia e o Desenvolvimento, a Reunião de
Forças pela Mudança e a Concórdia Nacional do
Chade
Em 6 de maio de 1998 as tropas da Eritreia ocuparam e anexaram a região
de Badme.

Isto levou a pequenos confrontos que foram usados pela Eritreia para acusar a
Etiópia pelos assassinatos de vários oficiais da mesma e invadiu com um grande
número de forças o seu vizinho.

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