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Os curdos, ou povo curdo, são um grupo ético do Médio Oriente. São um grupo com certa de trinta
milhões de indivíduos no mundo, sendo o quarto maior grupo ético do Médio-Oriente. A maioria vive
no leste da Turquia (14 milhões), numa região que é frequentemente referida como o Curdistão Turco,
sendo 20% da população da Turquia. As restantes vivem em partes do Iraque, Irã e Síria. Há também
comunidades curdas no Líbano, Armênia e Geórgia. Os curdos estão ligados aos povos iranianos pela
cultura e pela linguística, a sua maioria fala o idioma curdo, uma língua indo-europeia do ramo das
línguas iranianas. A cultura curda é o legado de vários povos antigos que moldaram os modernos
curdos e sua sociedade, principalmente os hurritas nativos, os iranianos antigos (medos) e os
muçulmanos. A cultura é muito próxima da de outros povos iranianos: os curdos, por exemplo,
também celebram o Noruz (21 de Março) como Dia de Ano Novo no calendário Persa. No entanto, as
origens étnicas curdas ainda são indefinidas, havendo discórdia sobre de onde terá realmente surgido
este povo.
Os curdos são um dos povos originários das planícies da Mesopotâmia — território
compreendido entre os rios Tigre e Eufrates — e dos planaltos da região onde hoje estão o sudeste da
Turquia, o nordeste da Síria, o norte do Iraque, o noroeste do Irã e o sudoeste da Armênia. Embora
eles habitem essa região há milénios, a sua história é pouco conhecida, devido à falta de estudos sobre
este tema, mas de acordo com a “Encyclopaedia Kurdistanica”, os curdos são descendentes de todos
aqueles que se fixaram no atual Curdistão, e não de um grupo particular. No entanto, nunca tiveram
um país para chamar de seu.
4- Os Curdos no Iraque
Os curdos representam cerca de 15% a 20% da população do Iraque, que chega a 38,3 milhões de
habitantes. Historicamente, eles gozam de mais direitos nacionais do que os curdos que vivem em
Estados vizinhos, mas também enfrentaram uma repressão brutal.
Em 1946, Mustafa Barzani formou o Partido Democrata do Curdistão (KDP) para lutar pela
autonomia no Iraque. Mas foi somente em 1961 que ele lançou uma luta armada completa.
Durante a guerra Irã-Iraque na década de 1980, o regime implementou políticas anticurdos e uma
guerra civil de facto eclodiu. O Iraque foi amplamente condenado pela comunidade internacional, mas
nunca foi seriamente punido pelos meios opressivos que utilizou tais como assassinato em massa de
centenas de milhares de civis, a destruição generalizada de milhares de aldeias e a deportação de
milhares de curdos para o sul e o centro do Iraque. A campanha do governo iraquiano contra os
curdos em 1988 foi chamada Anfal ("Pilhagem de Guerra"). Os ataques Anfal levaram à destruição
duas mil aldeias e entre 50 e 100 mil curdos foram mortos.
A violência começou a cessar apenas em 1991, quando uma "zona de exclusão aérea" foi estabelecida
pelo Conselho de Segurança da ONU, o que facilitou o retorno de refugiados, e o Curdistão iraquiano
obteve uma autonomia de facto. A região é administrada oficialmente pelo Governo Regional do
Curdistão e sua população é estipulada em cerca de 6 milhões de pessoas. Atualmente, em torno de 1
milhão de refugiados, em sua maioria iraquianos e sírios, também vivem na região, considerada a
mais segura do Iraque. A situação atual é baseada em certa autonomia desse povo e pela perseguição
que essa população vem sofrendo, não mais por parte do Estado, mas por parte de grupos jihadistas,
como o ISIS. A autonomia é legitimada pela constituição de 2005, que estabeleceu a região autônoma
do Curdistão ao norte do país.