Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. APRESENTAÇÃO DA EQUIPE 3
2. INTRODUÇÃO 5
4. CONTEXTO HISTÓRICO 8
4.1. O POVO CURDO 8
4.2. GUERRA DA SÍRIA 12
5. APRESENTAÇÃO DO TEMA 14
5.1. PARTIDO DOS TRABALHADORES DO CURDISTÃO (PKK) E O
CONFEDERALISMO DEMOCRÁTICO 14
5.2. ROJAVA 17
5.3. GUERRA DA UCRÂNIA 21
5.4. SITUAÇÃO ATUAL 23
6. PRINCIPAIS ATORES 26
6.1 TURQUIA 26
6.2. SÍRIA 27
6.3. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 27
6.4. RÚSSIA 28
7. QUESTÕES RELEVANTES 28
8. REFERÊNCIAS 30
9. TABELA DE DEMANDAS 33
1. APRESENTAÇÃO DA EQUIPE
Olá, senhores Delegados! Meu nome é Vítor De Angeli Salles, tenho 17 anos e estou
cursando o 3º ano do Curso Técnico em Meio Ambiente no IFES Campus Vitória e
sou Diretor Geral no CSNU (2022) - Reunião Emergencial acerca da Ocupação do
Curdistão Sírio pela Turquia. Desde que ingressei no IFES, me interessei e me engajei
no projeto da simulação geopolítica. Apesar das barreiras que a pandemia de COVID-
19 impôs ao projeto, conseguimos seguir com ele nas simulações online e, desta
forma, realizou-se a VIII SiGI, da qual participei delegando como Brasil no comitê OEA
(2020) - Crise das Democracias Latino-americanas. Neste ano de 2022, com a volta
das atividades presenciais e a possibilidade da realização da IX SiGI de forma
presencial, tive a oportunidade de, junto a quatro colegas de turma, organizar um
comitê desta edição, envolvendo um tema complexo, junto a um contexto político e
geográfico instigante, protagonizado pelos múltiplos interesses geopolíticos. É com
muita satisfação que lhes dou as boas vindas ao CSNU (2022) - Reunião Emergencial
acerca da Ocupação do Curdistão pela Turquia. Bons estudos e bom comitê!
Vítor De Angeli,
Diretor Geral do Conselho de Segurança das Nações Unidas
Olá, senhores Delegados! Me chamo Rafael Jordane, tenho 19 anos e sou diretor
assistente no CSNU (2022) - Reunião emergencial acerca da ocupação do Curdistão
sírio pela Turquia. Estou cursando o terceiro ano do ensino médio no curso técnico
integrado em meio ambiente no Instituto Federal do Espírito Santo campus Vitória.
Conheci a SiGI ainda no meu primeiro ano, um pouco antes da pandemia do Covid-
19. Com o estabelecimento do ensino à distância não me adaptei muito bem ao
modelo de simulações online, então participei só de algumas simulações espaçadas
durante 2021. Com o retorno do presencial voltei a me interessar mais pelo projeto e
junto com alguns colegas de sala que já tinham esse envolvimento com a SiGI,
decidimos elaborar esse comitê. Já conhecia o tema a um tempo e sempre me
interessei muito por ele. A questão dos curdos na Síria é muito particular e levanta
consigo uma série de outros debates interessantes e relevantes, além de ser pouco
comentado de forma geral. É um tema muito produtivo que eu espero que os senhores
delegados façam um ótimo proveito! Bons estudos e até logo!
Rafael Jordane,
Diretor Assistente do Conselho de Segurança das Nações Unidas
Alice Alves,
Diretora Assistente do Conselho de Segurança das Nações Unidas
Olá, senhores Delegados! Me chamo Daniella Galter, tenho dezoito anos, estou
cursando o terceiro ano do ensino médio no curso técnico em meio ambiente no IFES
campus vitória e sou diretora assistente no CSNU (2022) - Reunião emergencial
acerca da ocupação do Curdistão sírio pela Turquia. Meu primeiro contato com a SIGI
foi em 2020, no meu primeiro ano, mas com a pandemia do Covid-19 acabei me
afastando do projeto. Com a volta às aulas presenciais voltei a me interessar pelas
simulações, e fui convidada pelos meus amigos a compor a mesa diretora do presente
comitê. A situação do Curdistão sírio é um tema complexo, interessante e relevante
atualmente. Espero que os senhores possam fazer bom uso de nosso guia que foi
feito com tanto carinho! Bons estudos e até breve!
Daniella Galter,
Diretora Assistente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
2. INTRODUÇÃO
O caráter das informações presentes no guia não tem a intenção de exibir qualquer
posicionamento ou partidarismo diante da questão tratada, que em muito é
caracterizada justamente por seus atritos ideológicos. Por afirmações como essa, é
importante saber filtrar tudo aquilo que será absorvido durante o estudo preparatório
ao comitê, sempre lembrando que toda fonte carrega consigo um viés por trás, seja
ele intencional ou não, ou favorável ou não a um dos lados.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas foi fundado em 1946, ano de sua
primeira reunião, de acordo como o Capítulo V da Carta da ONU, que foi responsável
por estabelecer os seis principais órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU),
que incluem a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU),o Conselho de
Segurança (CSNU), o Conselho Econômico e Social (ECOSOC), o Conselho de
Direitos Humanos (CDH), o Secretariado, e o Tribunal Internacional de Justiça.
A responsabilidade primordial do CSNU é a estabilidade da paz e segurança
internacional, conselho este que se reúne sempre que a paz está ameaçada. Na Carta
das Nações Unidas são atribuídas funções e responsabilidades do Conselho de
Segurança das Nações Unidas, sendo as principais a manutenção da paz e
segurança entre os países, o desenvolvimento de relações amistosas entre as
nações, a cooperação na resolução de problemas, a promoção do respeito aos
direitos humanos e a harmonia entre as nações.
Caso a disputa leve a hostilidades, o Conselho deve ter como objetivo trazê-las ao
fim o mais rápido possível. Para esse caso, o conselho pode aplicar diretivas de
cessar-fogo para que seja evitado o aumento do conflito e enviar forças de paz para
ajudar a reduzir as tensões. Também podendo aplicar medidas de execução, como
sanções econômicas, embargos de armas, sanções e restrições financeiras, proibição
de viagem, rompimento de relações diplomáticas, bloqueio ou ação militar coletiva.
4. CONTEXTO HISTÓRICO
O povo Curdo tem sua origem no ramo iraniano dos povos Indo-Europeus,
descendendo dos povos mesopotâmicos Mitani, Cassitas e Hurritas que ocupavam a
região entre planícies iranianas e a nascente do rio Eufrates.
Mapa I: Curdistão
De forma geral, a sociedade curda tem em sua composição relações complexas que
dificultam uma análise simplificada de resposta única à sua situação. É fato porém
que os Curdos se identificam como tal e demandam sua independência e autonomia
de governo enquanto povo, inclusive ativamente lutando para tal.
A Síria é governada de maneira ditatorial pela família Assad desde a década de 1970,
Bashar al-Assad, o atual presidente, só assumiu o país em 2000, após a morte do
seu pai, Hafez al-Assad, a partir de uma eleição fraudulenta e sem concorrentes. Por
um momento, o então novo presidente parecia poder trazer mudanças reais e
significativas ao regime sírio, pela sua formação ocidental, porém, as forças políticas
de seu governo se mostraram impassíveis em relação a mudanças profundas,
mantendo os mesmos instrumentos de ação do governo anterior, repletas de
corrupção e falta de liberdade política.
A guerra civil na Síria teve seu início em 2011 quando, em meio à Primavera Árabe
(onda de protestos que ocorreram de 2010 a 2011, exigiam melhores condições de
vida a partir da derrubada de governos autoritários e teocráticos), alguns jovens que
haviam escrito mensagens antigoverno pelos muros do país, foram torturados,
gerando revolta e uma forte onda de protestos que se estendeu rapidamente por toda
a Síria, e que tomou enormes proporções. Com esse episódio, a insatisfação dos
revoltosos com relação ao regime de Assad foi intensificada, exigindo sua retirada do
poder, e as manifestações, que antes eram de origem pacífica, se tornaram violentas.
Com a rápida escalada dos protestos, aumentou também a repressão por parte do
governo que, além de fazer uso de forte violência contra os manifestantes, aplicava
penalidades como a suspensão do abastecimento de água e energia para algumas
regiões. Dois anos após o início das hostilidades, o governo fez uso de armas
químicas contra os civis, causando diversas mortes e despertando revolta na
comunidade internacional. (SANTOS, 2014; ZAHREDDINE, 2013).
Outro grupo que teve destaque na guerra civil travada na Síria foram os curdos, que
se mobilizaram para o conflito a partir de 2014, quando o Estado Islâmico passou
a perseguir a minoria curda da Síria. As tropas curdas atualmente mantêm o
controle ao norte da Síria, na região chamada Rojava ou Federação Democrática do
Norte da Síria.
5. APRESENTAÇÃO DO TEMA
A luta dos curdos pela autonomia teve seu ápice em 1978, mediante a
criação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK. O partido
foi fundado na Turquia e tem como líder Abdullah Öcalan. Seus
princípios agregam ideais do independentismo curdo e do socialismo
revolucionário. Desde então, o PKK, dada as ofensivas contra o
governo Turco, foi inserido na lista de organizações terroristas pelos
EUA, União Europeia, OTAN e Irã. (AMOROSI, 2020)
Além disso, apenas no final de 2012 que a Turquia, agora governada por Erdogan,
estabelece negociações de paz com o PKK. Estas negociações foram realizadas em
segredo com Öcallan ainda na prisão após diversas tentativas de cessar-fogo,
principalmente do PKK. Porém, as negociações cessaram a partir de 2015, e em
outubro de 2019 o governo turco realizou um ataque agressivo às bases curdas na
fronteira da Síria com a Turquia.
5.2. ROJAVA
Fonte: Wikipedia
Após uma investida da oposição síria à capital Damasco, em meados de 2012, Bashar
al-Assad decidiu retirar suas tropas da região norte do país. Essa tática acabou por
ceder o controle do território para o PYD, que aproveitou a situação para iniciar uma
revolução em Rojava, estabelecendo o Curdistão sírio como essa região autônoma e
organizando uma democracia de assembleia. Em novembro de 2013, foi declarada
autonomia pelos cantões de Afrin, Kobani e Jazira, com a declaração da constituição
de Rojava, a qual foi aprovada pela população local em janeiro de 2014 (NASSER;
ROBERTO, 2016).
Ao longo dos séculos de domínio Russo sobre o território ucraniano até após a
declarada independência, os conflitos entre os países nunca cessaram por completo.
No período da URSS, os países do bloco formaram o Pacto de Varsóvia, uma união
militar adversária à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), liderada pelos
Estados Unidos, com o objetivo de conjurar estratégias que prezam a proteção e
extensão territorial.
Contudo, em 1989 o muro de Berlim foi derrubado, a Guerra Fria chegou ao fim e,
consequentemente, a dissolução da União Soviética e do Pacto de Varsóvia. O
governo russo, mesmo após o fim da Guerra Fria, não perdeu seu caráter de proteção
territorial, mantendo sua preocupação com os avanços da OTAN aos países do leste
europeu.
A quebra das intervenções ocorre por um curto período de tempo, a partir de março
de 2019 com a dominação do território restante do ISIS, quando Donald Trump
anuncia a iminência da retirada de suas tropas do território sírio e, em agosto de 2019,
um acordo em relação ao estabelecimento de uma zona de segurança no Norte sírio
é firmado entre Ancara e Trump. As ameaças turcas voltam a ocorrer logo depois,
entretanto, quando Erdogan não encontra o cumprimento de suas demandas em
relação ao controle do YPG.
O governo turco se aproveita das relações mantidas entre Bashar al-Assad e Vladimir
Putin para atrair o apoio estadunidense à invasão do território sírio, com o objetivo de
abrir uma segunda frente contra a Rússia na Síria, em resposta à invasão da Ucrânia.
Da mesma forma, Ancara avaliou que a Rússia teria dificuldades para se concentrar
na Síria em meio à sua preocupação com a Ucrânia e não estaria disposta a irritar a
Turquia, que forneceu uma tábua de salvação contra a enxurrada de sanções
ocidentais.
6. PRINCIPAIS ATORES
6.1 TURQUIA
O histórico entre o Estado turco e o povo curdo denota conflitos desde os primórdios
de suas relações geopolíticas. Com o marcante embate militar da década de 80 e a
negação de direitos e territórios que perpassa a situação da Rojava diante de Ancara,
existe uma Turquia que há anos planeja e anuncia a tomada do território ocupado
pelo Curdistão Sírio. Membro da Coalizão Global de Combate ao Terrorismo, Ancara
considera a efetivação desta ação militar de primeira instância, visto que enxerga o
YPG (partido central atuante na Rojava) como uma vertente similiar a do PKK, sendo
assim, um partido de cunho terrorista. Assim, desde 2016, opera ataques menores
em território curdo.
A situação escala quando, neste ano, em meio a outro conflito de proporções globais,
Ancara decidiu efetivar tais ataques em uma operação militar organizada,
pretendendo tomar o território Curdos, as tropas avançam de forma rápida, em
direção às regiões de Al Qamishli e Kobani, sem previsão para recuo.
6.2. SÍRIA
A Guerra na Síria deixou como saldo mais de 490 mil mortos e uma profunda crise
econômica, política e social. Mais de 12 milhões de pessoas tiveram de deixar suas
casas (DI SPAGNA, 2022). Nos dias atuais o governo de Bashar Al Assad, que se
manteve no poder, tenta reconstruir sua economia e toda a estrutura física e
governamental do país. A intenção de Damasco é recuperar todas as áreas do país
tomadas pela FDS, Curdos ou EI, mas a economia do país ainda está engatinhando
e com o fim do apoio militar russo, esse processo tem ocorrido de forma lenta.
Com a invasão turca ao norte de seu território, o governo de Assad se mostrou
profundamente atacado, declarando a ocupação como uma violação da soberania do
país. Para Damasco, a questão dos curdos no norte da Síria deve ser resolvida pela
própria Síria, sem interferência externa ou ocupação de seu território.
6.4. RÚSSIA
Após as várias tentativas de prevenção a invasão turca, o comitê traz uma conferência
emergencial, auferindo examinar o que já foi feito até a data atual e o que pode ser
feito diante das situações atuais para que um cessar fogo possa realmente acontecer
por ambas às partes, estabilizando o número de mortos e refugiados que só vem
crescendo.
Para que isso seja possível, foram organizadas questões importantes para que sejam
abordadas no debate:
● Como a forma com que os Curdos lidam com temas como o patriarcado, o
preconceito étnico e a organização da sociedade devem ter papel nas
discussões acerca de seu direito à autonomia e território?
DIRIK, Dilar. Living Without Approval. New World Academy Reader: Stateless
Democracy. Amsterdam: BAK, 2015.
Representações pontualmente
demandadas a tomar parte nas
discussões.
Representações medianamente
demandadas a tomar parte nas
discussões.
Representações frequentemente
demandadas a tomar parte nas
discussões.
PAÍS DEMANDA
Rússia
China
França
Reino Unido
Brasil
Albânia
Gabão
Gana
Índia
Irlanda
Quênia
México
Síria
Turquia
Iraque
Irã
Armênia
Jordânia
Representante da Federação
Democrática do Norte da Síria
Estado da Palestina
Israel
Alemanha
Espanha
Peru
Canadá
Cuba
Ucrânia
Noruega
Finlândia
Japão
Cruz Vermelha
Itália
Suécia
Arábia Saudita