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Índice
1. Apresentação ............................................................................................................................ 4
2. Regras particulares .................................................................................................................. 5
3. Apresentação do Conselho Europeu ....................................................................................... 6
3.1. História da instituição. ........................................................................................................ 6
3.2. Funcionamento e composição atual. ................................................................................... 8
4. Conflito Rússia e Ucrânia ....................................................................................................... 10
4.1. Histórico. ........................................................................................................................... 10
4.2. Aspectos da atualidade. ..................................................................................................... 13
5. Posicionamento da União Europeia ...................................................................................... 18
5.1. Relações diplomáticas da União Europeia. ........................................................................ 18
5.2. Posição da União Europeia face à guerra. .......................................................................... 21
6. Descrição dos membros .......................................................................................................... 24
6.1.Áustria - Karl Nehammer................................................................................................... 24
6.2. Bélgica - Alexander De Croo. ............................................................................................ 24
6.3. Bulgária - Kiril Petkov....................................................................................................... 25
6.4. Croácia - Andrej Plenković. ............................................................................................... 25
6.5. Países Baixos - Mark Rutte… ............................................................................................ 26
6.6. República Checa - Petr Fiala. ............................................................................................. 26
6.7. Dinamarca - Mette Frederiksen. ........................................................................................ 27
6.8. Estônia - Kaja Kallas. ........................................................................................................ 27
6.9. Finlândia - Sanna Marin. ................................................................................................... 28
6.10. França - Emmanuel Macron. ......................................................................................... 28
6.11. Alemanha - Olaf Scholz. ............................................................................................... 29
6.12. Grécia - Kyriakos Mitsotakis. ....................................................................................... 29
6.13. Hungria - Viktor Orbán. ................................................................................................ 30
6.14. Itália - Mario Draghi. .................................................................................................... 30
6.15. Letônia - Krišjānis Kariņš. ............................................................................................ 31
6.16. Lituânia - Gitanas Nausėda. .......................................................................................... 31
6.17. Polônia - Mateusz Morawiecki. .................................................................................... 32
6.18. Portugal - António Costa. .............................................................................................. 32
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6.19. Romênia - Klaus Werner Iohannis................................................................................ 32
6.20. Eslováquia - Eduard Heger........................................................................................... 33
6.21. Espanha - Pedro Sánchez. ............................................................................................. 33
6.22. Suécia - Magdalena Andersson. .................................................................................... 34
7. Referências bibliográficas ...................................................................................................... 35
2022
1. Apresentação
Caros delegados,
Ana Clara Monteiro: Olá senhores delegados, me chamo Ana Clara e faço parte da
mesa diretora. Entrei no mundo das simulações em 2019 e depois da minha primeira
experiência, tive a certeza que participaria mais vezes e faria Relações Internacionais no
futuro. É uma honra fazer parte deste projeto, espero que todos tenham uma simulação incrível
e estou à disposição para o que precisarem!
Manoela Araujo: Delegadas e delegados, meu nome é Manoela Araújo e também estou
compondo a mesa diretora. Desde que me lembro enquanto estudante do Colégio Loyola tenho
a lembrança dos “estudantes vestidos de roupa chique” e sempre tive a curiosidade de saber
quem eram, o que faziam, “o que comiam e onde viviam”. Brincadeiras à parte, agora está na
vez de vocês viverem a incrível experiência de serem delegadas e delegados de uma simulação
jesuíta. Espero que façam um bom proveito da experiência, que aprendam e que se divirtam no
nosso comitê!
Igor Piedade: Olá delegados, sejam bem-vindos! Sou Igor Piedade do Colégio Loyola.
Minha experiência na organização de simulações se resume ao exercício do cargo de secretário
do LoyolaMUN na edição de 2021 e como diretor do 9°MUN no mesmo ano. Confesso que eu
não gostava muito de acompanhar simulações, mas depois dessas experiências passei a amar
principalmente a parte organizacional do evento e seus temas. Aceitei com muito carinho o
convite para ser diretor do Intercolegial, uma simulação de tão alto nível. Por fim, espero que
se aprofundem mais no tema além da leitura do Guia de Estudos para que possam se sair bem
nos debates. Se chegou até aqui, obrigado e conto com você para o sucesso do nosso comitê!
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2. Regras particulares
A.1.) Por meio das moções descritas no Guia de Regras, o debate pode ser alterado
temporariamente para a modalidade de Debate não-moderado, no qual a moderação da Mesa
fica suspensa e os delegados têm a liberdade de transitar pelo comitê para conversações
informais e redação conjunta de documentos.
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3. Apresentação do Conselho Europeu
3.1 História da instituição
Após isso, em 1957, os Tratados de Roma, assinados pelos países que faziam parte da
Comunidade Europeia (Alemanha Ocidental, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, França e
Itália) instituíram a Comunidade Econômica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia de
Energia Atômica (EURATOM). No ano de 1973 houve uma ampliação da Comunidade
Europeia: a Dinamarca, o Reino Unido e a Irlanda aderiram a ela.
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Em 1985, no Conselho Europeu de Luxemburgo, foi definido um acordo político que
abriu caminho à adoção do Ato Único Europeu, este entrou em vigor em 1987. O ato tinha
como um dos principais objetivos lançar a cooperação no domínio da política externa,
prevendo a livre circulação de bens, pessoas, serviços e capitais. Além disso, ele dota o
Conselho de uma base jurídica, ao oficializar suas reuniões e alargar o recurso à votação por
maioria qualificada no processo de tomada de decisões.
Em 1996 o Conselho Europeu passou a se reunir pelo menos quatro vezes ao ano,
anteriormente as reuniões eram realizadas somente duas vezes. Em fevereiro de 2003 o
Tratado de Nice entrou em vigor, reformando as instituições da União Europeia para preparar
uma futura UE com 27 Estados–Membros. A votação por maioria qualificada do Conselho
Europeu foi alargada e foi definido que após a União completar 18 membros, todas as
reuniões do conselho passariam a ser em Bruxelas, o que ocorreu em outubro de 2003.
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Em dezembro de 2009 o tratado de Lisboa entrou em vigor, ele reformou a estrutura da
União Europeia e seu funcionamento. Este tratado firmou o Conselho Europeu como uma
instituição oficial da UE de pleno direito e com um presidente próprio, anteriormente, o
Conselho era uma instância informal e o cargo da presidência não era oficial. O político belga
Herman Van Rompuy foi eleito unanimemente o primeiro Presidente permanente do Conselho
Europeu.
• Trata de questões complexas e sensíveis que não podem ser resolvidas a níveis
inferiores de cooperação intergovernamental.
• Define a política externa e de segurança comum da UE, tendo em conta os interesses
estratégicos e as implicações em termos de defesa.
• Designa e nomeia candidatos a determinados altos cargos nas instituições da UE, como a
presidência do BCE e da Comissão.
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O atual presidente do Conselho Europeu é o belga
Charles Michel, este cargo é eleito pelo próprio conselho e
tem o mandato de dois anos e meio, com direito a apenas uma
reeleição. Sua função dentro da instituição é convocar e
presidir às reuniões, que são realizadas 4 vezes ao ano, mas o
presidente pode convocar reuniões extraordinárias para
discutir questões urgentes. O Conselho Europeu é composto
pelos Chefes de Estado ou Chefes de Governo de todos os
países da União Europeia, pelo Presidente do Conselho
Europeu e pelo Presidente da Comissão Europeia.
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4. Conflito Rússia e Ucrânia
4.1 Histórico
A relação entre a Ucrânia e a Rússia é bastante complicada, uma vez que há vínculos
culturais e históricos que ao mesmo tempo unem e separam os dois países. Portanto, para
entender o conflito atual, é necessário entender o passado desses povos.
Essa conflituosa história começou há mais de 1000 anos, no século IX, quando Kiev,
atual capital da Ucrânia, situava-se no centro do primeiro Estado eslavo, chamado de Rússia
de Kiev ou Rus de Kiev (nome que faz referência ao povo dessa região, os “rus”). Esse Estado
medieval serviu como base para a origem tanto da Ucrânia, quanto da Rússia.
Algumas dessas invasões ocorreram no século XIII, quando o Império Mongol do leste
conquistou a Rússia de Kiev e no século XVI, quando exércitos poloneses e lituanos
invadiram o oeste do Estado Eslavo. Esta última invasão acabou dividindo o território, sendo
a leste do rio Dniepre controladas pela Rússia, e a oeste, pela Polônia. Isso fez com que a
parte ocidental da Ucrânia recebesse mais influência europeia, desde a contrarreforma até o
renascimento.
Anos mais tarde, em 1764, a imperatriz russa Catarina, avançou seus domínios sob as
terras ucranianas que eram, até então, controladas pelos poloneses e iniciou um processo
conhecido como russificação, que proibiu o estudo e o uso da língua ucraniana e obrigou os
habitantes a seguirem a fé ortodoxa russa. Nesse momento, o nacionalismo se intensificou na
porção oeste, que passaram a ficar sob o controle do Império Austríaco. Muitas pessoas
começaram a se chamar de “ucranianos” para se diferenciar dos russos.
Já no século XX, com a Revolução Comunista de 1917, a Ucrânia passou por uma
guerra civil e acabou sendo tomada por Joseph Stalin e o país passou a fazer parte da URSS
(União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), sendo chamada de República Socialista
Soviética da Ucrânia. Na década de 1930, esse líder russo promoveu uma campanha de
coletivização das fazendas, para que os camponeses entrassem na política comunistas de
fazendas coletivas, que gerou fome e morte de milhares de ucranianos. Depois disso, Stalin
levou muitos cidadãos
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soviéticos para território ucraniano visando repovoar o leste da região, mas muitos não tinham
nenhum laço com o local e não falavam o idioma.
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tendo relações políticas e econômicas com a Rússia. Um exemplo dessa aproximação foi, por
exemplo, através da parceria colaborativa com a OTAN, em que a Ucrânia desistiu do arsenal
nuclear que possuía em troca de um acordo assinado entre a Rússia, os EUA e o Reino Unido
para proteger sua soberania. No entanto, essa aproximação não foi suficiente, já que ainda
mantinham bastante contato com o país soviético, o que contribuiu para que estourasse a
Revolução Laranja de 2004, uma mobilização popular de resistência que ocorreu na capital,
Kiev, e que demonstrou a insatisfação da população com esses governos semiautoritários e um
apoio a uma maior integração com a Europa, além de protestar contra as fraudes que
ocorreram nas eleições daquele ano. Uma boa parte da população ucraniana desejava
melhorias no país e apoiava o candidato da oposição do governo, que ganhou a presidência
após as primeiras eleições terem sido anuladas. Esse conflito aumentou ainda mais a
rivalidade entre o leste e o oeste, que reafirmaram seus posicionamentos através do apoio a
um dos candidatos, o leste em sua maioria apoiava o governo da época e o oeste, a oposição.
Reforçando suas opiniões pró-rússia e pró-ocidente, respectivamente.
Alguns anos mais tarde, em 2008, os países líderes da OTAN, Organização do Tratado
do Atlântico Norte, concordaram que a Ucrânia tinha potencial para entrar no bloco, o que
gerou grande preocupação a Moscou. Na mesma época vários conflitos político-comerciais
entre Rússia e Ucrânia aconteceram, como o do gás, no qual houve interrupção no
abastecimento de energia para a Europa, de 2006 a 2009.
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Esses conflitos geraram um acordo conhecido como Acordo de Minsk, em 2015, que se
resumia em um cessar-fogo entre os países, mas que teve repetidas violações. Esse tratado de
paz foi intermediado pela França e pela Alemanha.
Em 2019, a Ucrânia aprovou uma emenda constitucional para continuar com a adesão à
Otan e à UE e tornou-se um Parceiro de Oportunidades Aprimoradas da Otan, cooperando em
missões e exercícios militares.
No fim de 2021 e início de 2022, o exército russo reuniu mais de 130 mil soldados
perto da fronteira ucraniana. A Rússia criou três pontos de pressão na Ucrânia: na Crimeia, ao
sul, no lado russo da fronteira entre os dois países e em Belarus, ao norte. Em 21 de fevereiro,
a Rússia reconheceu as regiões das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk como
independentes. Por fim, em 24 de fevereiro de 2022 a Rússia iniciou a invasão à Ucrânia por
terra, ar e mar, intensificando o conflito no leste europeu que hoje envolve e preocupa
diversos países ao redor do mundo.
A expansão da Otan pelo leste europeu é uma das principais justificativas russas para a
invasão. A OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, é uma aliança militar de defesa
criada em 1949, formada inicialmente por 12 países (Bélgica, Canadá, Dinamarca, França,
Islândia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos),
cujo objetivo era combater a ameaça da expansão soviética em um cenário de Guerra Fria,
além de proteger seus membros. Atualmente, ela conta com 30 países, sendo que, dos novos
participantes, 14 deles são países do leste europeu que faziam parte do bloco soviético e se
tornaram membros da Otan, como Lituânia, Letônia e Estônia. Além destes, a Alemanha
também se uniu ao grupo em 1955. Por isso, a Rússia preocupa-se com essa expansão, já que
acredita que as potências ocidentais estão usando a aliança para cercar o país soviético e alega
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que os EUA descumpriram com a garantia que teria sido feita em 1990 de que a Otan não se
expandiria para o leste. Embora a Ucrânia não seja um membro da organização, apenas um
"país parceiro” e solicite a entrada no grupo, a Rússia entende essa aproximação ucraniana
com o ocidente como uma perda de influência e uma ameaça à segurança do país, já que caso
a Ucrânia ingresse para a Otan, o grupo protegerá e aumentará sua capacidade militar. Para
tentar conter o que a Rússia vê como ameaça, Putin exigiu nos últimos anos que a Otan
encerrasse suas atividades militares no leste da Europa e garantisse que a Ucrânia não fosse
aceita na organização.
Associado a isso, a invasão contemporânea também foi motivada pelos eventos que
ocorreram entre 2013 e 2014, quando a Ucrânia estava prestes a entrar para a União Europeia,
mas teve as negociações suspensas pelo presidente da época. Esse acontecimento gerou uma
grande onda de protestos pelo país e fez com que o chefe de Estado ucraniano pró-Rússia fosse
deposto em 2014, devido à sua mudança repentina de postura. Essa situação em que quase
houve a adesão de Kiev à UE, em conjunto com a retirada do presidente que se alinhava aos
ideais russos, levou a Rússia a anexar a Crimeia, república semi autônoma da Ucrânia, ao seu
território, com a justificativa de que estaria defendendo os interesses locais e dos cidadãos, que
são de herança russa e apoiavam o antigo governante. Após a queda do presidente
Yanukovych, o Parlamento da Crimeia elegeu um primeiro-ministro com o mesmo
posicionamento e realizou uma votação sobre a separação da Ucrânia, que resultou em
maioria dos eleitores apoiando a opção de se unir à nação vizinha. Por não ter tido a presença
de nenhum observador internacional confiável, a Ucrânia e outros países consideraram o
referendo ilegal, tendo sido aceito apenas pela Rússia. Os EUA e a União Europeia
impuseram diversas sanções a indivíduos e empresas russas em resposta à anexação da
península. Em 2019, alguns anos após a anexação, a Rússia inaugurou uma ponte entre a
península e seu território, fazendo uma ligação no Estreito de Kerch, região que separa
fisicamente as duas áreas. A União Europeia interpretou essa construção como uma violação à
soberania ucraniana, uma vez que a anexação não foi reconhecida pela Ucrânia e nem pela
comunidade internacional. Esse território torna-se ainda mais disputado por ambos os países
pela sua importância econômica e cultural. A Crimeia se localiza ao sul da Ucrânia e a
sudoeste da Rússia e é uma via de acesso ao mar Negro, com uma posição geográfica
estratégica que facilita o transporte marítimo de mercadorias, especialmente útil para as
importações e exportações ucranianas, além de ajudar na defesa territorial por parte da Rússia,
que controla uma base naval na cidade de Sevastopol. Sua população, por outro lado, por ser
majoritariamente de origem russa, tende a apoiar os líderes
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russos e identificar-se com os aspectos culturais desse país. Além disso, o fato de a península
já ter sido parte da Rússia e transferida à Ucrânia na década de 1950, durante a URSS, faz com
que as tensões sejam ainda maiores para a decisão de qual Estado controla a Crimeia e a qual
país esse território pertence.
Outra área que também é alvo de disputas é a região de Donbass, no leste da Ucrânia.
Nesse local estão localizadas as repúblicas autodeclaradas de Luhansk e República Popular de
Donetsk. Na mesma época da anexação da Crimeia e da deposição do presidente ucraniano,
separatistas pró-Rússia ocuparam a região e foram apoiados pelos próprios russos a favor de
tornarem-se independentes de Kiev. Novamente são áreas que estão relacionadas a interesses
econômicos e culturais de ambos os países. As províncias têm laços históricos, culturais e
políticos que as conectam com Moscou, grande parte da população da região fala russo, e são
um ganho do ponto de vista econômico e estratégico para Rússia, já que estão em uma região
rica em minerais, conhecida como "cinturão da ferrugem" da Ucrânia e é um canal de acesso à
Crimeia. Putin reconheceu a independência das regiões em 21 de fevereiro, três dias antes de
realizar a invasão nesses mesmos locais, o que permitiu à Rússia a construção de bases
militares e o envio de tropas em "missões de paz" para as duas áreas. Os líderes dessas regiões
de Donbass solicitaram o apoio militar russo depois do reconhecimento de sua independência.
Segundo o presidente russo, a operação visava libertar completamente Donbass. Portanto, o
que começou como uma missão para “proteger o Donbass” transformou-se em uma guerra
total na Ucrânia, sendo mais um aspecto em jogo e mais um impasse para a resolução do
conflito.
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Outro fator importante que interfere no conflito é sobre o fornecimento de gás natural
feito pela Rússia à Europa. Cerca de 40% do gás natural importado pelo continente vem do ex-
líder da União Soviética através de gasodutos, o que faz com que os europeus dependam dessa
importação, já que só aguentariam dois ou três meses sem esse combustível. Ademais,
conseguir outras formas para a obtenção do gás ou diferentes fontes de energia são opções que
trazem impactos ambientais negativos ou até mesmo são insuficientes em quantidade para
suprir a necessidade energética europeia. Por outro lado, a Rússia também depende da venda
desse gás para arrecadar capital, sendo esta sua principal fonte de renda internacional, cerca de
metade do orçamento público. Surge então um impasse, pois ambos os lados têm interesses
econômicos com a venda desse produto e acaba por acirrar as tensões no decorrer do conflito.
Enquanto a Europa tenta aplicar sanções internacionais para pressionar a Rússia a parar com as
invasões - através da redução da aquisição do gás natural, já que esse consumo acaba
indiretamente financiando o conflito devido ao alto lucro russo - ela é extremamente
prejudicada com a falta desse recurso natural, o que faz com que o país fique dividido entre os
dois aspectos. Ao mesmo tempo, a Rússia ameaça cortar o fornecimento fechando o gasoduto
em resposta às sanções internacionais pois sabe da dependência europeia. Em 27 de abril deste
ano, a estatal russa Gazprom decidiu suspender o fornecimento de gás para a Bulgária e a
Polônia, o que agravou ainda mais o conflito. Além disso, a própria Ucrânia é afetada com a
questão do gás natural pois o Nord Stream 2, novo gasoduto que liga a Rússia diretamente à
Alemanha, contorna o país e faz com que ele perca a renda que obtém com o trânsito de gás
russo pela rede tradicional de oleodutos terrestres, tornando-se mais vulnerável em relação à
Moscou. A construção do novo gasoduto também aumenta a dependência europeia do gás
russo e permite que Moscou escolha países como a Ucrânia para fazer cortes de energia, sem
que haja interrupção do abastecimento europeu. Esses fatores fazem com que haja um
desentendimento quanto ao funcionamento do gasoduto entre os próprios países europeus, a
União Europeia com a Rússia, com a Ucrânia, chegando até mesmo a envolver os Estados
Unidos, que se opôs durante bastante tempo à obra. A Polônia e os países bálticos, por
exemplo, temem que o bloco acabe cedendo às ambições da Rússia e se tornem extremamente
dependentes. Na Alemanha, o Nord Stream 2 também não tem aceitação unânime. O partido
ambientalista se opôs por um tempo, até que adotou uma posição mais tolerante após sua
entrada no governo. Atualmente, devido ao agravamento do conflito militar, a Alemanha
suspendeu a aprovação final do gasoduto, já que com a aprovação, as importações de gás da
Rússia aumentariam e com o veto, o país intensifica as sanções financeiras contra Moscou,
ainda que a UE continue comprando gás russo pelas vias já existentes. Percebe-se, então, que o
Nord Stream 2 causa grandes desavenças e afeta diversos países, sendo um ponto crucial para
o entendimento do conflito.
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Por fim, há a questão da soberania ucraniana e a influência russa na região. Sabe-se que
desde 1991 a Ucrânia é um país independente, mas que sua história foi em parte compartilhada
com a Rússia e em outros momentos foi um território dominado pela Rússia. Ainda hoje,
percebe-se grande influência do ex-líder soviético sobre o país europeu. Por isso, devido aos
laços históricos, os russos não conseguem reconhecer a identidade nacional ucraniana como
algo separado da Rússia. Isso faz com que o país tenha receio em perder sua influência na
região, especialmente com a recente aproximação com o ocidente, motivando as invasões que
ocorreram neste ano. Com a incursão russa em território ucraniano, aspectos geopolíticos
tornaram-se alvos da discussão. A soberania da Ucrânia foi violada e da mesma forma, os
Direitos Internacionais - conjunto de normas definido pela humanidade através de seus
representantes, que auxilia na regulação das relações externas e na boa convivência entre as
nações - e o acordo feito no Memorando de Budapeste de 1994, que consistia em a Rússia
respeitar as fronteiras da Ucrânia, não ameaçando-as com força e em troca Kiev transferir para
Moscou suas armas nucleares da época da URSS. Logo, percebe-se que o conflito Rússia e
Ucrânia permeia por aspectos históricos, culturais, econômicos, geopolíticos e é de grande
relevância para o cenário internacional atual.
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5. Posicionamento da União Europeia
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Este período turbulento causou a morte de cerca de 100 pessoas, até que em 22 de
fevereiro de 2014, o ex-presidente Yanukovich fugiu da Ucrânia. Neste momento, o governo
russo aproveita-se da desordem, apoiando grupos pró-Rússia que tomaram as principais
instituições políticas da região da Crimeia, afastando os interesses comuns entre Ucrânia e
União Europeia, além da expulsão da Rússia do G8, grupo dos 8 países mais industrializados
do mundo. A União Europeia, então, aplica uma série de sanções econômicas ao governo
russo.
A relação da União Europeia com a Rússia foi iniciada, especialmente, em 1997, com a
assinatura de um Acordo de Parceria e Cooperação. Entretanto, a Guerra na Ucrânia causou
não só a condenação da agressão russa por parte da UE como a adoção de novas sanções, que
já haviam sido implementadas desde a anexação da Crimeia, em 2014.
A iminência da Guerra na Ucrânia levou a União Europeia a rever dois de seus pilares
de relações com a Rússia: a energia e a defesa. Considerando os laços estreitos entre a UE e a
Rússia no setor energético, os Estados-Membros possuíam interesses estratégicos em melhorar
as condições do comércio de energia. Isso incluía garantias de fornecimentos (volumes),
infraestruturas operacionais, princípios de transparência, acesso recíproco a mercados,
diversificação e eficiência energética.
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A Rússia construiu um enorme gasoduto até a Alemanha, batizado de Nord Stream 2.
A partir dessa infraestrutura, o gás russo, que passa majoritariamente pela Ucrânia, deixaria de
passar pela Ucrânia, excluindo uma receita de cerca de 1 bilhão de dólares por ano para o país.
Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o projeto é também uma arma
geopolítica do Kremlin, já que reduziria as barreiras ucranianas para um ataque russo. Assim,
o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou a interrupção da certificação do gasoduto.
Sob o prisma da defesa, instrumentos recentes foram ativados de forma mais robusta,
entre os quais o Fundo Europeu de Defesa (FED) com oito bilhões de euros até 2027 e o
Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (MEAP) ativado para comprar armas para a Ucrânia. A
“Bússola Estratégica”, aprovada em 21 de março de 2022, ilustra a aceleração da UE em jeito
de “salto decisivo” no novo ambiente estratégico. Centrada na ação e na capacidade de agir
com recursos de defesa, a “Bússola” centra o seu objetivo na proteção dos cidadãos, dos
valores e dos interesses da UE, confirmando a centralidade da perspectiva normativa também
nesta política.
Neste momento, uma das críticas dirigidas à UE é de querer ganhar a guerra sem a
fazer. É uma crítica pertinente? Se considerarmos o reequilíbrio interno e a viragem acelerada
em domínios centrais para a sua soberania estratégica, tais como a energia e a defesa, a União
Europeia adota uma estratégia e instrumentos não só para lidar com Moscou, mas também para
se afirmar como ator global. A questão em aberto é saber se a extraordinária coesão atual, em
contexto de crise, irá perdurar entre os seus Estados-Membros.
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5.2. Posição da União Europeia face à guerra
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A União Europeia e seus cidadãos expressam sua solidariedade
à Ucrânia e ao seu povo. Sob esse prisma, foram tomadas
medidas concretas para apoiar a Ucrânia e os países vizinhos
que fornecem proteção aos refugiados da guerra, que podem ser
contempladas na infografia ao lado. Tais medidas incluem:
proteção temporária;
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23
6. Descrição dos membros
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6.3. Bulgária - Kiril Petkov
25
6.5. Países Baixos – Mark Rutte
26
6.7. Dinamarca - Mette Frederiksen
27
6.9. Finlândia - Sanna Marin
28
6.11. Alemanha - Olaf Scholz
29
6.13. Hungria - Viktor Orbán
30
6.15. Letônia - Krišjānis Kariņš
31
6.17. Polônia – Mateusz Morawiecki
32
um desafio para a nação abarcar esse volume elevado de refugiados, devendo contar, então,
com o apoio de outros Estados-Membros da União Europeia.
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6.20. Eslováquia – Eduard Heger
33
6.22. Suécia – Magdalena Andersson
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7. Referências bibliográficas
https://www.bbc.com/portuguese/geral-60549234
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2022/02/russia-e-ucrania-a-complicada-historia-
que-conecta-e-divide-os-dois-paises
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2022/03/linha-do-tempo-mostra-os-30-anos-de-
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https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60570951
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https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2022/02/24/interna_internacional,1347511/russia-x-
ucrania-entenda-as origens-dos-conflitos-e-o-contexto-historico.shtml
https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/entenda-a-tensao-entre-russia-e-ucrania-na-fronteira-
entre-os-paises
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60580704
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/por-que-a-russia-invadiu-a-ucrania-em-2022.htm
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60514952
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60606340 https://brasilescola.uol.com.br/geografia/a-
importancia-estrategica-crimeia.htm
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60462510
https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/veja-as-mudancas-apos-putin-reconhecer-donetsk-e-
lugansk-como-independentes/
https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/podcast-e-tem-mais-impasse-sobre-gas-da-russia-acirra-
tensoes-produzidas-pela guerra-na-ucrania/
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60623903
https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2022/01/28/interna_internacional,1340898/nord-
stream-2-o-gasoduto-da-discordia.shtml
https://www.cnnbrasil.com.br/business/russia-ameaca-cortar-o-fornecimento-de-gas-da-europa-
fechando-nord-stream-1
https://jus.com.br/artigos/96672/a-invasao-da-ucrania-a-onu-e-o-direito-internacional
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