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CÓD: OP-003OT-23

7908403543595

EMATER DF
EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO
RURAL DO DISTRITO FEDERAL

Assistente Administrativo
EDITAL Nº 01, DE 19 DE SETEMBRO DE 2023
• A Opção não está vinculada às organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na
carreira pública,

• Sua apostila aborda os tópicos do Edital de forma prática e esquematizada,

• Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: www.apostilasopção.com.br/contatos.php, com retorno do professor
no prazo de até 05 dias úteis.,

• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.

Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização.


ÍNDICE

Língua Portuguesa e Redação Oficial


1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. ................................................................................................. 7
2. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. ........................................................................................................................... 7
3. Domínio da ortografia oficial. .................................................................................................................................................... 8
4. Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conec-
tores e de outros elementos de sequenciação textual. ............................................................................................................. 8
5. Emprego de tempos e modos verbais. Emprego das classes de palavras. ................................................................................. 9
6. Domínio da estrutura morfossintática do período. .................................................................................................................... 16
7. Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. Relações de subordinação entre orações e entre termos
da oração. .................................................................................................................................................................................. 19
8. Emprego dos sinais de pontuação. ............................................................................................................................................ 22
9. Concordância verbal e nominal................................................................................................................................................. 26
10. Regência verbal e nominal. ........................................................................................................................................................ 28
11. Emprego do sinal indicativo de crase. ........................................................................................................................................ 29
12. Colocação dos pronomes átonos. .............................................................................................................................................. 29
13. Reescrita de frases e parágrafos do texto. ................................................................................................................................. 30
14. Significação das palavras. ........................................................................................................................................................... 36
15. Substituição de palavras ou de trechos de texto. ...................................................................................................................... 36
16. Reorganização da estrutura de orações e de períodos do texto................................................................................................. 37
17. Reescrita de textos de diferentes gêneros e níveis de formalidade. .......................................................................................... 37
18. Correspondência oficial: Manual de Comunicação Oficial do Governo do Distrito Federal – Documentos Eletrônicos Brasí-
lia-DF – 2023. Comunicação oficial. Redação Oficial. Elementos que compõem a estrutura dos documentos. Uso do correio
eletrônico (e-mail) corporativo. Tipos de documentos. Ato Normativo..................................................................................... 37

Realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política,


econômica e de direitos humanos do Distrito Federal (DF) e da Região
Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE)
1. Realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica do DF e da RIDE, instituída pela Lei Complemen-
tar no 94/1998 e suas alterações................................................................................................................................................ 53
2. II Plano Distrital de Política Para Mulheres (2020 – 2023)......................................................................................................... 57
ÍNDICE

Sistema Eletrônico de Informações – SEI


1. Decreto Distrital no 36.756/2015 e suas alterações (Sistema Eletrônico de Informações – SEI). .............................................. 67
2. Manual do Usuário (html). Visão Geral. O que é o SEI? Gestão por Processo e por Desempenho. Boas Práticas de Utilização
do Sistema. Vídeos Tutoriais. Iniciando Operações no SEI. Acesso ao Sistema. Barra de Ferramentas. Menu Principal. Tela
“Controle de Processos”. Tela do Processo. Base de Conhecimento. Tela do Documento. Restrição de Acesso. Operações
Básicas com Processos. Árvore de Documentos do Processo. Iniciar Processo. Tipos de Processo. Processos com Restrição
de Acesso. Concluir Processos. Reabrir Processos. Excluir Processos. Gerar PDF do Processo. Gerar Zip do processo. Trabalho
Colaborativo. Receber Processos na Unidade. Atribuir Processos a um Usuário. Enviar Processos para outra Unidade. Gru-
pos de Envio. Controle de Prazos. Inserir Anotações. Ciência. Relações entre Informações. Sobrestar Processo. Relacionar
Processos. Anexar Processos. Recuperando Informações. Verificar o Histórico de Modificações. Acrescentar Informações ao
Histórico. Acompanhamento Especial. Blocos Internos. Métodos de Pesquisa. Medições de Desempenho. Operações Básicas
com Documentos. Incluir Documentos. Documentos Gerados no Sistema. Editar Documentos. Incluir Imagens. Referenciar
Documentos ou Processos. Versões. Textos Padrão. Modelos de Documentos. Publicar Documentos. Documentos Externos.
Orientações para Digitalização. Excluir Documentos. Cancelar Documento. Assinaturas. Restrição à Visualização de Minutas.
Bloco de Reunião. Assinatura de Documento Interno. Assinatura de Documento Externo. Credenciais de Assinatura. Assina-
turas por Usuários de outras Unidades. Assinar Documentos em Bloco de Assinatura. Copiando e Movendo Informações. Du-
plicar Processo. Mover Documentos Externos. Alterar a Ordem dos Documentos. Usuários Externos. Interface com Usuários
Externos. Enviar E-mails. Grupos de E-mail. Acesso Externo. Assinatura por Usuário Externo. Arquivamento. Arquivamento e
Contagem de Temporalidade. Solicitar Desarquivamento.......................................................................................................... 70

Lei Orgânica do Distrito Federal e Lei Complementar nº 840/2011


(Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Distrito Federal,
das Autarquias e das Fundações Públicas Distritais).
1. Lei Orgânica do Distrito Federal: Título I – Dos Fundamentos da Organização dos Poderes e do Distrito Federal; Título II – Da
Organização do Distrito Federal; Título III – Da Organização dos Poderes; Título VI – Da Ordem Social e do Meio Ambiente.. 73
2. Lei Complementar nº 840/2011 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Distrito Federal, das Autarquias e das
Fundações Públicas Distritais): Título VI – Do Regime Disciplinar.............................................................................................. 104

Conhecimentos Específicos - Todos os Cargos


1. Estatuto Social da EMATER-DF.................................................................................................................................................... 109
2. Regimento Interno da Emater-DF............................................................................................................................................... 116
3. Decreto no 37.297/2016 (Código de Conduta da Alta Administração, o Código de Ética dos Servidores e Empregados Públi-
cos Civis do Poder Executivo do Distrito Federal)....................................................................................................................... 129
4. Decreto-Lei no 5.452/1943 (Consolidação das Leis do Trabalho – CLT): Título II – Das Normas Gerais de Tutela do Trabalho 137
5. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU – ODS ONU............................................................................................... 153
6. Lei nº 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD).................................................................................................... 156
7. Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação – LAI).............................................................................................................. 169
8. Lei no 13.303/2016 (Lei das Estatais).......................................................................................................................................... 176
9. Extensão Rural: História da Extensão Rural no Brasil e no Distrito Federal................................................................................ 194
10. Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER......................................................................................... 198
11. Desenvolvimento Sustentável..................................................................................................................................................... 200
ÍNDICE

Conhecimentos Específicos
Assistente Administrativo
1. Noções de administração de recursos humanos: as organizações e as pessoas que nelas trabalham; funções gerais e ativida-
des de rotina............................................................................................................................................................................... 203
2. Qualidade em prestação de serviços: as dimensões da qualidade pessoal e profissional; fatores que determinam a qualida-
de de um serviço; normalização técnica e qualidade; qualidade no atendimento ao público interno e externo; comunicação
e relações públicas...................................................................................................................................................................... 213
3. Noções de administração financeira: objetivo, funções e estrutura; finanças; patrimônio; liquidez e rentabilidade................ 223
4. Manutenção, planejamento, controle e movimentação de estoques de mercadorias e (ou) materiais; inventário (de mate-
riais e físico); armazenamento e movimentação de mercadorias e (ou) materiais.................................................................... 224
5. Noções de arquivamento e procedimentos administrativos: arquivo e sua documentação; organização de um arquivo;
técnicas e métodos de arquivamento; modelos de arquivos e tipos de pastas; arquivamento de registros informatizados..... 245
6. Noções de administração de material e de controle patrimonial............................................................................................... 254
7. Hierarquia e autoridade. ............................................................................................................................................................ 254
8. Eficiência, eficácia, produtividade e competitividade................................................................................................................. 255
9. Processo decisório...................................................................................................................................................................... 262
10. Planejamento administrativo e operacional. ............................................................................................................................. 268
11. Divisão do trabalho. ................................................................................................................................................................... 274
12. Controle e avaliação.................................................................................................................................................................... 275
13. Motivação e desempenho......................................................................................................................................................... 275
14. Liderança. ................................................................................................................................................................................... 277
15. Gestão da qualidade. ................................................................................................................................................................. 281
16. Equipes de trabalho. .................................................................................................................................................................. 293
17. Comunicação.............................................................................................................................................................................. 294
18. Sistemas de informação............................................................................................................................................................. 296
19. Técnicas de atendimento ao público. ......................................................................................................................................... 308
20. Relações humanas e relações públicas....................................................................................................................................... 308
21. Noções de Saúde e Segurança no Trabalho................................................................................................................................ 312
LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO OFICIAL

Tipos textuais
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
GÊNEROS VARIADOS. dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- específico para se fazer a enunciação.
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas características:
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido Apresenta um enredo, com ações
completo. e relações entre personagens, que
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e ocorre em determinados espaço e
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- TEXTO NARRATIVO tempo. É contado por um narrador,
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua e se estrutura da seguinte maneira:
interpretação. apresentação > desenvolvimento >
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do clímax > desfecho
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que Tem o objetivo de defender
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- determinado ponto de vista,
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- TEXTO DISSERTATIVO- persuadindo o leitor a partir do
tório do leitor. ARGUMENTATIVO uso de argumentos sólidos. Sua
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, estrutura comum é: introdução >
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- desenvolvimento > conclusão.
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar Procura expor ideias, sem a
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. necessidade de defender algum
ponto de vista. Para isso, usa-
Dicas práticas TEXTO EXPOSITIVO se comparações, informações,
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- definições, conceitualizações
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa- etc. A estrutura segue a do texto
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, dissertativo-argumentativo.
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações. Expõe acontecimentos, lugares,
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca pessoas, de modo que sua finalidade
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe- TEXTO DESCRITIVO é descrever, ou seja, caracterizar algo
cidas. ou alguém. Com isso, é um texto rico
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- em adjetivos e em verbos de ligação.
te de referências e datas.
Oferece instruções, com o objetivo
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de
de orientar o leitor. Sua maior
opiniões. TEXTO INJUNTIVO
característica são os verbos no modo
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
imperativo.
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin-
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de
Gêneros textuais
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do
A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto
cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor
da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
quando afirma que...
não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS. padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
Alguns exemplos de gêneros textuais:
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali- • Artigo
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele • Bilhete
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Bula
classificações. • Carta

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• Conto
• Crônica Uso do “S”, “SS”, “Ç”
• E-mail • “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex:
• Lista diversão)
• Manual • “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• Notícia • “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passa-
• Poema ram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)
• Propaganda
• Receita culinária Os diferentes porquês
• Resenha
• Seminário Usado para fazer perguntas. Pode ser
POR QUE
substituído por “por qual motivo”
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- Usado em respostas e explicações. Pode ser
PORQUE
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária, substituído por “pois”
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- O “que” é acentuado quando aparece como
dade e à função social de cada texto analisado. POR QUÊ a última palavra da frase, antes da pontuação
final (interrogação, exclamação, ponto final)
DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL. É um substantivo, portanto costuma vir
PORQUÊ acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo
ou pronome
A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes
à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso Parônimos e homônimos
analisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memo- As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro-
rizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que núncia semelhantes, porém com significados distintos.
também faz aumentar o vocabulário do leitor. Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe-
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma
que existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
atento! “rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é co- DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL.
nhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBS-
alfabeto se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e TITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E DE OU-
consoantes (restante das letras). TROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL.
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram
reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo
que elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpre-
nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional. tação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os
componentes do texto, de modo que são independentes entre si.
Uso do “X” Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente,
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o e vice-versa.
X no lugar do CH: Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja,
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxer- ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito
gar) ao conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá) Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de co-
Uso do “S” ou “Z” nectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida
Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser ob- a partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (anteci-
servadas: pa um componente).
• Depois de ditongos (ex: coisa) Confira, então, as principais regras que garantem a coesão tex-
• Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S” tual:
(ex: casa > casinha)
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou
origem. (ex: portuguesa)
• Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex:
populoso)

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REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) –
João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
anafórica
Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização
REFERÊNCIA Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e
africana.
advérbios) – catafórica
Mais um ano igual aos outros...
Comparativa (uso de comparações por semelhanças)
Substituição de um termo por outro, para evitar Maria está triste. A menina está cansada de ficar
SUBSTITUIÇÃO
repetição em casa.
No quarto, apenas quatro ou cinco convidados.
ELIPSE Omissão de um termo
(omissão do verbo “haver”)
Conexão entre duas orações, estabelecendo relação Eu queria ir ao cinema, mas estamos de
CONJUNÇÃO
entre elas quarentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL ou palavras que possuem sentido aproximado e
cozinha têm janelas grandes.
pertencente a um mesmo grupo lexical.

Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.

Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor; e
informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.

EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS. EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.

Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.

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Posso ajudar, senhora?


Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Ana se exercita pela manhã.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza
Todos parecem meio bobos.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo,
VERBO Chove muito em Manaus.
número, pessoa e voz.
A cidade é muito bonita quando vista do
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação
alto.

Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão
que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

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Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

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Grau do advérbio DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou ora-
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos. ções, nem após ponto-e-vírgula.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que Verbos
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito
• Superlativo analítico: muito cedo (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro
• Superlativo sintético: cedíssimo possuem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo
Curiosidades (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o • Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito per-
uso de alguns prefixos (supercedo). feito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; presente, futuro do pretérito.
salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) • Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito im-
e ordem (ultimamente; depois; primeiramente). perfeito, futuro.
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem
sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um Os tempos verbais compostos são formados por um verbo
sentido próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre
mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designa- flexão em tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no parti-
ção (eis); de realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou me- cípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
lhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí). • Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito,
pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do preté-
Pronomes rito.
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, • Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito,
isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no pretérito mais-que-perfeito, futuro.
enunciado, ele pode ser classificado da seguinte maneira: As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem,
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e po- aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando,
dem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...). fazendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particí-
nossos...) pio) ou advérbio (gerúndio).
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no
tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...) Tipos de verbos
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questio- Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal.
namentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...) Desse modo, os verbos se dividem em:
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar,
na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...) vender, abrir...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira • Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas termina-
imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...) ções quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situ- • Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados
ações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...) (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais
Colocação pronominal (falir, banir, colorir, adequar...)
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do • Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sem-
pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, pre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
la, no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do • Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre
verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo). conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles: acontecer...)
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; • Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular
advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demons- e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
trativos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no • Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos
gerúndio antecedidos por “em”. átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se,
Nada me faria mais feliz. pentear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções
• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerún- • Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si pró-
dio não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal. prios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho. • De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao
sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)
• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.
Orgulhar-me-ei de meus alunos.

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Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

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Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.

Ao conectar os termos das orações, as preposições estabelecem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de:
• Causa: Morreu de câncer.
• Distância: Retorno a 3 quilômetros.
• Finalidade: A filha retornou para o enterro.
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura.
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila.
• Lugar: O vírus veio de Portugal.
• Companhia: Ela saiu com a amiga.
• Posse: O carro de Maria é novo.
• Meio: Viajou de trem.

Combinações e contrações
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras palavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e
havendo perda fonética (contração).
• Combinação: ao, aos, aonde
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso

Conjunção
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabelecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante de
conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e interpre-
tação de textos, além de ser um grande diferencial no momento de redigir um texto.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e conjunções subordinativas.

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Conjunções coordenativas Seguindo o critério mórfico, nesse enunciado, apenas a palavra


As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- fria aceitaria o sufixo -mente, originando um advérbio nominal.
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma No enunciado, já temos o advérbio nominal intensamente, que,
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em primitivamente, é um adjetivo de intensidade. Esse fato reforça o
cinco grupos: terceiro item da explicação.
• Aditivas: e, nem, bem como. Com o mesmo raciocínio, somente as palavras fria e
• Adversativas: mas, porém, contudo. intensamente permitem-se articular (ou modificar) por outras
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. que sejam advérbios intensificadores, como tão, muito e bem,
• Conclusivas: logo, portanto, assim. dependendo do contexto.
• Explicativas: que, porque, porquanto.

Conjunções subordinativas
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada.
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido)
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada. É possível que surja uma dúvida: se o advérbio, assim como
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes: o adjetivo, permite-se articular por tão, muito e bem, como é
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas possível estabelecer um critério rigoroso para encontrar o adjetivo
substantivas, definidas pelas palavras que e se. sem confundi-lo com o advérbio?
• Causais: porque, que, como. Basta utilizar o primeiro item da explicação, ou seja, os adjetivos
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que. são variáveis em gênero e número. Veja o exemplo:
• Condicionais: e, caso, desde que.
• Conformativas: conforme, segundo, consoante. A lua brilhava intensamentes naquelas noites frias de inverno.
• Comparativas: como, tal como, assim como.
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que. Em Língua Portuguesa, jamais alguém falaria intensamentes,
• Finais: a fim de que, para que. afinal o advérbio é invariável. Frias soa bem aos ouvidos, pois se
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que. trata de uma construção normal. Dessa forma, nota-se que frias
• Temporais: quando, enquanto, agora. varia em gênero e/ou número, sendo esta a característica que a
diferencia de um advérbio.
DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PE- Seguindo os critérios estabelecidos anteriormente, apenas a
RÍODO. palavra fria daquele primeiro enunciado é um adjetivo.

A partir dessas explicações, fica claro que sempre que for


1
Não há como separar o conhecimento sintático do morfológico, falado sobre o estudo das Articulações Morfossintáticas, é preciso
afinal esse conhecimento contribui para uma maior segurança na conhecer e estudar as Classes de Palavras e a Análise Sintática.
determinação das funções sintáticas dos termos da oração: “a base
ou a natureza morfológica de um sintagma (constituinte imediato A morfologia estuda a classe e a forma, já a sintaxe, a relação
das orações) determina ou autoriza sua função sintática”. e a função.
Nada na língua funciona de maneira isolada. E é por isso que 2
Exemplo:
reconhecer a natureza morfológica das palavras é importante para “O dia está nublado”.
a compreensão de quais funções sintáticas elas poderão assumir
em uma frase. Análise morfológica
Vamos utilizar esse pensamento para analisar a existência de O – artigo.
adjetivos no seguinte enunciado: Dia – substantivo.
Está – verbo (estar).
A lua brilhava intensamente naquela noite fria de inverno. Nublado – adjetivo.

Para descobrir a quantidade de adjetivos que esse enunciado Análise Sintática


contém, é possível proceder morfossintaticamente dessa forma: O dia – Sujeito Simples.
1° – Na Língua Portuguesa, os adjetivos são variáveis em gênero Está nublado – predicado nominal, porque o verbo proposto
e/ou número; denota estado, se tratando de um verbo de ligação.
2° – Os adjetivos permitem-se articular (ou modificar) por Nublado – predicado do sujeito, afinal revela uma característica
outras palavras que sejam advérbios; sobre o mesmo.
3° – Somente adjetivos aceitam o sufixo -mente, dando origem
a um advérbio nominal.

1 https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/analise-morfos- 2 https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/analise-sintatica-analise-
sintatica---adjetivo-natureza-morfologica-e-sintatica.htm. -morfologica.htm.

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“João e José gostam de jogar todos os dias”.

Análise morfológica
João – substantivo próprio.
José – substantivo próprio.
Gostam – verbo (gostar).
De – preposição.
Jogar – verbo no infinitivo (forma original).
Todos – pronome indefinido.
Os – artigo definido.
Dias – substantivo simples.

Análise Sintática
João e José – sujeito composto (dois núcleos).
Gostam de jogar todos os dias – predicado verbal.
De jogar – objeto indireto (complementa o sentido do verbo).
Todos os dias – adjunto adverbial de tempo.

CLASSE GRAMATICAL FUNÇÃO SINTÁTICA CLASSIFICAÇÃO SINTATICAMENTE


– Núcleo do sujeito;

Denomina os seres em geral; – Comum e Próprio; – Núcleo do objeto direto;

É uma palavra nuclear; – Concreto e Abstrato; – Núcleo do objeto indireto;


Substantivo O substantivo (ou a palavra – Primitivo e derivado; – Núcleo do complemento nominal;
com valor de substantivo)
– Simples e composto; – Núcleo do predicativo do sujeito;
sempre vai funcionar como
núcleo dos termos. – Coletivo. – Núcleo do agente da passiva;
– Núcleo do adjunto adverbial.

Indica o gênero e o número do – Definidos;


Artigo – Adjunto adnominal
substantivo. – Indefinidos.
– Locução adjetiva;
Acompanha o substantivo, – Adjunto adnominal;
Adjetivo indicando qualidades ou – Substantivação do adjetivo;
características. – Nome predicativo.
– Flexões do adjetivo.

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– Cardinais;
Palavra que indica número de – Ordinais; – Nome predicativo;
Numeral ordem, múltiplo, quantidade
ou fração. – Multiplicativos; – Adjunto adnominal.
– Fracionários.
– Pessoal;
– Pronome substantivo (substitui o
– Tratamento; nome): núcleo dos termos;
– Possessivo; – Pronome adjetivo (acompanha o
Palavra que acompanha ou nome): adjunto adnominal;
Pronome – Demonstrativo;
substitui o substantivo.
– Objeto indireto;
– Indefinido;
– Adjunto adnominal;
– Interrogativo;
– Complemento nominal.
– Relativo.
– Verbo intransitivo: núcleo do
Indica processo (estado, ação, predicado verbal;
mudança, aparência, fenômeno
da natureza. Empregos de tempos e modos – Verbo transitivo direto: núcleo do
Verbo
verbais. predicado verbal;
O verbo é o núcleo do
predicado. – Verbo de ligação: predicado como
núcleo do predicado.
– Modo;
– Tempo;
– Afirmação;
Modifica o verbo, o adjetivo ou – Adjunto adverbial;
outro advérbio, já que exprime – Lugar;
Advérbio – Locução adverbial (modo, lugar,
circunstâncias (de lugar, modo, – Negação;
tempo). tempo, etc.).
– Intensidade;
– Dúvida;
– Interrogação.
Função de ligar palavras ou – Não tem função sintática,
Preposição Essenciais e acidentais.
orações, subordinando-as. funciona somente como conectivo.
Não possui função sintática,
Conjunções Liga palavras e orações. Coordenativas e subordinativas.
funciona somente como conetivo.
As interjeições são classificadas
Palavra que expressa surpresa, Não apresenta função sintática,
Interjeição segundo as emoções ou
emoções, aplauso. exprime emoções.
sentimentos.

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Exemplos
RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E EN- A notícia corria rápida como pólvora. (Corria está no singular
TRE TERMOS DA ORAÇÃO. RELAÇÕES DE SUBORDINA- concordando com a notícia.)
ÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO. As notícias corriam rápidas como pólvora. (Corriam, no plural,
concordando com as notícias.)
Frase
O núcleo do sujeito é a palavra principal do sujeito, que encerra
É todo enunciado capaz de transmitir a outrem tudo aquilo que
a essência de sua significação. Em torno dela, como que gravitam
pensamos, queremos ou sentimos.
as demais.
Exemplo: Os teus lírios brancos embelezam os campos. (Lí-
Exemplos
rios é o núcleo do sujeito.)
Caía uma chuva.
Dia lindo.
Podem exercer a função de núcleo do sujeito o substantivo e
palavras de natureza substantiva. Veja:
Oração
O medo salvou-lhe a vida. (substantivo)
É a frase que apresenta estrutura sintática (normalmente, su-
Os medrosos fugiram. (Adjetivo exercendo papel de substanti-
jeito e predicado, ou só o predicado).
vo: adjetivo substantivado.)
Exemplos
A definição mais adequada para sujeito é: sujeito é o termo da
Ninguém segura este menino. (Ninguém: sujeito; segura este
oração com o qual o verbo normalmente concorda.
menino: predicado)
Havia muitos suspeitos. (Oração sem sujeito; havia muitos sus-
Sujeito simples: tem um só núcleo.
peitos: predicado)
Exemplo: As flores morreram.
Termos da oração
Sujeito composto: tem mais de um núcleo.
Exemplo: O rapaz e a moça foram encostados ao muro.
Termos sujeito
1. Sujeito elíptico (ou oculto): não expresso e que pode ser de-
essenciais predicado
terminado pela desinência verbal ou pelo contexto.
Exemplo: Viajarei amanhã. (sujeito oculto: eu)

Sujeito indeterminado: é aquele que existe, mas não podemos


complemento objeto ou não queremos identificá-lo com precisão.
verbal direto Ocorre:
Termos - quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem referência a
2. complemento objeto
integrantes nenhum substantivo anteriormente expresso.
nominal indireto
agente da passiva Exemplo: Batem à porta.

- com verbos intransitivo (VI), transitivo indireto (VTI) ou de li-


gação (VL) acompanhados da partícula SE, chamada de índice de
Adjunto indeterminação do sujeito (IIS).
Termos adnominal Exemplos:
3. Vive-se bem. (VI)
acessórios adjunto adverbial
aposto Precisa-se de pedreiros. (VTI)
Falava-se baixo. (VI)
4. Vocativo Era-se feliz naquela época. (VL)

Diz-se que sujeito e predicado são termos “essenciais”, mas Orações sem sujeito
note que o termo que realmente é o núcleo da oração é o verbo: São orações cujos verbos são impessoais, com sujeito inexis-
Chove. (Não há referência a sujeito.) tente.
Cansei. (O sujeito e eu, implícito na forma verbal.)
Os termos “acessórios” são assim chamados por serem supos- Ocorrem nos seguintes casos:
tamente dispensáveis, o que nem sempre é verdade. - com verbos que se referem a fenômenos meteorológicos.
Exemplo: Chovia. Ventava durante a noite.
Sujeito e predicado
Sujeito é o termo da oração com o qual, normalmente, o verbo - haver no sentido de existir ou quando se refere a tempo de-
concorda. corrido.
Exemplo: Há duas semanas não o vejo. (= Faz duas semanas)

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- fazer referindo-se a fenômenos meteorológicos ou a tempo Verbos transitivos diretos e indiretos: Exigem um objeto direto
decorrido. e um objeto indireto.
Exemplo: Fazia 40° à sombra. Exemplo: Os ministros informaram a nova política econômi-
ca aos trabalhadores. (VTDI)
- ser nas indicações de horas, datas e distâncias.
Exempl: São duas horas. Complementos verbais
Os complementos verbais são representados pelo objeto direto
Predicado nominal (OD) e pelo objeto indireto (OI).
O núcleo, em torno do qual as demais palavras do predicado
gravitam e que contém o que de mais importante se comunica a Objeto indireto
respeito do sujeito, e um nome (isto é, um substantivo ou adjetivo, É o complemento verbal que se liga ao verbo pela preposição
ou palavra de natureza substantiva). O verbo e de ligação (liga o nú- por ele exigida. Nesse caso o verbo pode ser transitivo indireto ou
cleo ao sujeito) e indica estado (ser, estar, continuar, ficar, perma- transitivo direto e indireto. Normalmente, as preposições que ligam
necer; também andar, com o sentido de estar; virar, com o sentido o objeto indireto ao verbo são a, de, em, com, por, contra, para etc.
de transformar-se em; e viver, com o sentido de estar sempre). Exemplo: Acredito em você.
Exemplo:
Os príncipes viraram sapos muito feios. (verbo de ligação mais Objeto direto
núcleo substantivo: sapos) Complemento verbal que se liga ao verbo sem preposição obri-
gatória. Nesse caso o verbo pode ser transitivo direto ou transitivo
Verbos de ligação direto e indireto.
São aqueles que, sem possuírem significação precisa, ligam um Exemplo: Comunicaram o fato aos leitores.
sujeito a um predicativo. São verbos de ligação: ser, estar, ficar, pa-
recer, permanecer, continuar, tornar-se etc. Objeto direto preposicionado
Exemplo: A rua estava calma. É aquele que, contrariando sua própria definição e característi-
ca, aparece regido de preposição (geralmente preposição a).
Predicativo do sujeito O pai dizia aos filhos que adorava a ambos.
É o termo da oração que, no predicado, expressa qualificação
ou classificação do sujeito. Objeto pleonástico
Exemplo: Você será engenheiro. É a repetição do objeto (direto ou indireto) por meio de um
pronome. Essa repetição assume valor enfático (reforço) da noção
- O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de liga- contida no objeto direto ou no objeto indireto.
ção, pode também ocorrer com verbos intransitivos ou com ver- Exemplos
bos transitivos. Ao colega, já lhe perdoei. (objeto indireto pleonástico)
Ao filme, assistimos a ele emocionados. (objeto indireto pleo-
Predicado verbal nástico)
Ocorre quando o núcleo é um verbo. Logo, não apresenta pre-
dicativo. E formado por verbos transitivos ou intransitivos. Predicado verbo-nominal
Exemplo: A população da vila assistia ao embarque. (Núcleo Esse predicado tem dois núcleos (um verbo e um nome), é for-
do sujeito: população; núcleo do predicado: assistia, verbo transi- mado por predicativo com verbo transitivo ou intransitivo.
tivo indireto) Exemplos:
A multidão assistia ao jogo emocionada. (predicativo do sujei-
Verbos intransitivos to com verbo transitivo indireto)
São verbos que não exigem complemento algum; como a ação A riqueza tornou-o orgulhoso. (predicativo do objeto com ver-
verbal não passa, não transita para nenhum complemento, rece- bo transitivo direto)
bem o nome de verbos intransitivos. Podem formar predicado sozi-
nhos ou com adjuntos adverbiais. Predicativo do sujeito
Exemplo: Os visitantes retornaram ontem à noite. O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de ligação,
pode também ocorrer com verbos intransitivos ou transitivos. Nes-
Verbos transitivos se caso, o predicado é verbo-nominal.
São verbos que, ao declarar alguma coisa a respeito do sujei- Exemplo: A criança brincava alegre no parque.
to, exigem um complemento para a perfeita compreensão do que
se quer dizer. Tais verbos se denominam transitivos e a pessoa ou Predicativo do objeto
coisa para onde se dirige a atividade transitiva do verbo se denomi- Exprime qualidade, estado ou classificação que se referem ao
na objeto. Dividem-se em: diretos, indiretos e diretos e indiretos. objeto (direto ou indireto).

Verbos transitivos diretos: Exigem um objeto direto. Exemplo de predicativo do objeto direto:
Exemplo: Espero-o no aeroporto. O juiz declarou o réu culpado.
Exemplo de predicativo do objeto indireto:
Verbos transitivos indiretos: Exigem um objeto indireto. Gosto de você alegre.
Exemplo: Gosto de flores.

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Adjunto adnominal As orações independentes de um período são chamadas de


É o termo acessório que vem junto ao nome (substantivo), res- orações coordenadas (OC), e o período formado só de orações co-
tringindo-o, qualificando-o, determinando-o (adjunto: “que vem ordenadas é chamado de período composto por coordenação.
junto a”; adnominal: “junto ao nome”). Observe: As orações coordenadas podem ser assindéticas e sindéticas.
Os meus três grandes amigos [amigos: nome substantivo] vie- As orações são coordenadas assindéticas (OCA) quando não
ram me fazer uma visita [visita: nome substantivo] agradável on- vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
tem à noite. Os jogadores correram, / chutaram, / driblaram.
São adjuntos adnominais os (artigo definido), meus (pronome OCA OCA OCA
possessivo adjetivo), três (numeral), grandes (adjetivo), que estão
gravitando em torno do núcleo do sujeito, o substantivo amigos; - As orações são coordenadas sindéticas (OCS) quando vêm in-
o mesmo acontece com uma (artigo indefinido) e agradável (adje- troduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
tivo), que determinam e qualificam o núcleo do objeto direto, o A mulher saiu do prédio / e entrou no táxi.
substantivo visita. OCA OCS

O adjunto adnominal prende-se diretamente ao substantivo, As orações coordenadas sindéticas se classificam de acordo
ao passo que o predicativo se refere ao substantivo por meio de com o sentido expresso pelas conjunções coordenativas que as in-
um verbo. troduzem. Pode ser:

Complemento nominal - Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só...


É o termo que completa o sentido de substantivos, adjetivos e mas também, não só... mas ainda.
advérbios porque estes não têm sentido completo. A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa
- Objeto – recebe a atividade transitiva de um verbo. ideia de acréscimo ou adição com referência à oração anterior, ou
- Complemento nominal – recebe a atividade transitiva de um seja, por uma conjunção coordenativa aditiva.
nome.
O complemento nominal é sempre ligado ao nome por prepo- - Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, porém,
sição, tal como o objeto indireto. todavia, contudo, entretanto, no entanto.
Exemplo: Tenho necessidade de dinheiro. A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa
ideia de oposição à oração anterior, ou seja, por uma conjunção
Adjunto adverbial coordenativa adversativa.
É o termo da oração que modifica o verbo ou um adjetivo ou
o próprio advérbio, expressando uma circunstância: lugar, tempo, - Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, por
fim, meio, modo, companhia, exclusão, inclusão, negação, afirma- isso, pois, logo.
ção, duvida, concessão, condição etc. A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expres-
sa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração anterior, ou
Período seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
Enunciado formado de uma ou mais orações, finalizado por:
ponto final ( . ), reticencias (...), ponto de exclamação (!) ou ponto - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou, ou... ou,
de interrogação (?). De acordo com o número de orações, classifi- ora... ora, seja... seja, quer... quer.
ca-se em: A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que estabele-
Apresenta apenas uma oração que é chamada absoluta. ce uma relação de alternância ou escolha com referência à oração
O período é simples quando só traz uma oração, chamada anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa alternativa.
absoluta; o período é composto quando traz mais de uma oração.
Exemplo: Comeu toda a refeição. (Período simples, oração absolu- - Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, porque,
ta.); Quero que você leia. (Período composto.) pois, porquanto.
Uma maneira fácil de saber quantas orações há num período A 2ª oração é introduzida por uma conjunção que expressa
é contar os verbos ou locuções verbais. Num período haverá tan- ideia de explicação, de justificativa em relação à oração anterior, ou
tas orações quantos forem os verbos ou as locuções verbais nele seja, por uma conjunção coordenativa explicativa.
existentes.
Há três tipos de período composto: por coordenação, por su- Período Composto por Subordinação
bordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo tempo Nesse período, a segunda oração exerce uma função sintática
(também chamada de misto). em relação à primeira, sendo subordinada a ela. Quando um perío-
do é formado de pelo menos um conjunto de duas orações em que
Período Composto por Coordenação uma delas (a subordinada) depende sintaticamente da outra (prin-
cipal), ele é classificado como período composto por subordinação.
As três orações que formam esse período têm sentido próprio As orações subordinadas são classificadas de acordo com a função
e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática: são inde- que exercem.
pendentes. Há entre elas uma relação de sentido, mas uma não de-
pende da outra sintaticamente.

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Orações Subordinadas Adverbiais As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas por
Exercem a função de adjunto adverbial da oração principal um pronome relativo (que, qual, cujo, quem, etc.) e são classifica-
(OP). São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa das em:
que as introduz: - Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas quando
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração prin- restringem ou especificam o sentido da palavra a que se referem.
cipal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, visto - Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas quan-
que. do apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se referem,
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a ocor- esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem restringi-lo ou
rência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, contanto especificá-lo.
que, a menos que, a não ser que, desde que.
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da oração Orações Reduzidas
principal, sem, no entanto, impedir sua realização. Conjunções: em- São caracterizadas por possuírem o verbo nas formas de gerún-
bora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais que, mesmo que. dio, particípio ou infinitivo. Ao contrário das demais orações subor-
- Conformativas: Expressam a conformidade de um fato com dinadas, as orações reduzidas não são ligadas através dos conecti-
outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo. vos. Há três tipos de orações reduzidas:
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao que
foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim que, - Orações reduzidas de infinitivo:
logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que). Infinitivo: terminações –ar, -er, -ir.
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi enun-
ciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de que, por- Reduzida: Meu desejo era ganhar na loteria.
que (=para que), que. Desenvolvida: Meu desejo era que eu ganhasse na loteria.
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi enuncia- (Oração Subordinada Substantiva Predicativa)
do na oração principal. Conjunções: porque, que, como (= porque),
pois que, visto que. - Orações Reduzidas de Particípio:
- Comparativas: Expressam ideia de comparação com referência Particípio: terminações –ado, -ido.
à oração principal. Conjunções: como, assim como, tal como, (tão)...
como, tanto como, tal qual, que (combinado com menos ou mais). Reduzida: A mulher sequestrada foi resgatada.
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona pro- Desenvolvida: A mulher que sequestraram foi resgatada. (Ora-
porcionalmente ao que foi enunciado na principal. Conjunções: à ção Subordinada Adjetiva Restritiva)
medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto
menos. - Orações Reduzidas de Gerúndio:
Orações Subordinadas Substantivas Gerúndio: terminação –ndo.
São aquelas que, num período, exercem funções sintáticas pró-
prias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjun- Reduzida: Respeitando as regras, não terão problemas.
ções integrantes que e se. Desenvolvida: Desde que respeitem as regras, não terão pro-
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É aquela blemas. (Oração Subordinada Adverbial Condicional)
que exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal.
Observe: O filho quer a sua ajuda. (objeto direto)
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É aquela
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO.
que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração princi-
pal. Observe: Preciso de sua ajuda. (objeto indireto) PONTUAÇÃO
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela que
exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Observe: É Para a elaboração de um texto escrito, deve-se considerar o uso
importante sua ajuda. (sujeito) adequado dos sinais de pontuação como: pontos, vírgula, ponto e
- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: É vírgula, dois pontos, travessão, parênteses, reticências, aspas, etc.
aquela que exerce a função de complemento nominal de um ter- Tais sinais têm papéis variados no texto escrito e, se utilizados
mo da oração principal. Observe: Estamos certos de sua inocência. corretamente, facilitam a compreensão e entendimento do texto.
(complemento nominal)
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela que — A Importância da Pontuação
exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal, vindo As palavras e orações são organizadas de maneira sintática, se-
3

sempre depois do verbo ser. Observe: O principal é sua felicidade. mântica e também melódica e rítmica. Sem o ritmo e a melodia, os
(predicativo) enunciados ficariam confusos e a função comunicativa seria preju-
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela que dicada.
exerce a função de aposto de um termo da oração principal. Obser- O uso correto dos sinais de pontuação garante à escrita uma
ve: Ela tinha um objetivo: a felicidade de todos. (aposto) solidariedade sintática e semântica. O uso inadequado dos sinais de
pontuação pode causar situações desastrosas, como em:
Orações Subordinadas Adjetivas – Não podem atirar! (entende-se que atirar está proibido)
Exercem a função de adjunto adnominal de algum termo da
oração principal. 3 BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2009.

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– Não, podem atirar! (entende-se que é permitido atirar) Ex.: “Que gentil que estava a espanhola!”
“Mas, na morte, que diferença! Que liberdade!”
— Ponto
Este ponto simples final (.) encerra períodos que terminem por Este sinal é colocado após uma interjeição.
qualquer tipo de oração que não seja interrogativa direta, a excla- Ex.: — Olé! exclamei.
mativa e as reticências. — Ah! brejeiro!
Outra função do ponto é a da pausa oracional, ao acompanhar
muitas palavras abreviadas, como: p., 2.ª, entre outros. As mesmas observações vistas no ponto de interrogação, em re-
Se o período, oração ou frase terminar com uma abreviatura, lação ao emprego do ponto final e ao uso de maiúscula ou minúscu-
o ponto final não é colocado após o ponto abreviativo, já que este, la inicial da palavra seguinte, são aplicadas ao ponto de exclamação.
quando coincide com aquele, apresenta dupla serventia.
Ex.: “O ponto abreviativo põe-se depois das palavras indicadas — Reticências
abreviadamente por suas iniciais ou por algumas das letras com que As reticências (...) demonstram interrupção ou incompletude de
se representam, v.g. ; V. S.ª ; Il.mo ; Ex.a ; etc.” (Dr. Ernesto Carneiro um pensamento.
Ribeiro) Ex.: — “Ao proferir estas palavras havia um tremor de alegria
O ponto, com frequência, se aproxima das funções do ponto e na voz de Marcela: e no rosto como que se lhe espraiou uma onda
vírgula e do travessão, que às vezes surgem em seu lugar. de ventura...”
— “Não imagina o que ela é lá em casa: fala na senhora a todos
Obs.: Estilisticamente, pode-se usar o ponto para, em períodos os instantes, e aqui aparece uma pamonha. Ainda ontem...
curtos, empregar dinamicidade, velocidade à leitura do texto: “Era
um garoto pobre. Mas tinha vontade de crescer na vida. Estudou. Quando colocadas no fim do enunciado, as reticências dispen-
Subiu. Foi subindo mais. Hoje é juiz do Supremo.”. É muito utilizado sam o ponto final, como você pode observar nos exemplos acima.
em narrações em geral. As reticências, quando indicarem uma enumeração inconclusa,
podem ser substituídas por etc.
— Ponto Parágrafo Ao transcrever um diálogo, elas indicam uma não resposta do
Separa-se por ponto um grupo de período formado por orações interlocutor. Já em citações, elas podem ser postas no início, no
que se prendem pelo mesmo centro de interesse. Uma vez que o meio ou no fim, indicando supressão do texto transcrito, em cada
centro de interesse é trocado, é imposto o emprego do ponto pa- uma dessas partes.
rágrafo se iniciando a escrever com a mesma distância da margem Quando ocorre a supressão de um trecho de certa extensão,
com que o texto foi iniciado, mas em outra linha. geralmente utiliza-se uma linha pontilhada.
O parágrafo é indicado por ( § ) na linguagem oficial dos artigos As reticências podem aparecer após um ponto de exclamação
de lei. ou interrogação.

— Ponto de Interrogação — Vírgula


É um sinal (?) colocado no final da oração com entonação inter- A vírgula (,) é utilizada:
rogativa ou de incerteza, seja real ou fingida. - Para separar termos coordenados, mesmo quando ligados por
A interrogação conclusa aparece no final do enunciado e requer conjunção (caso haja pausa).
que a palavra seguinte se inicie por maiúscula. Já a interrogação Ex.: “Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado”.
interna (quase sempre fictícia), não requer que a próxima palavra
se inicia com maiúscula. IMPORTANTE!
Ex.: — Você acha que a gramática da Língua Portuguesa é com- Quando há uma série de sujeitos seguidos imediatamente de
plicada? verbo, não se separa do verbo (por vírgula) o ultimo sujeito da série
— Meu padrinho? É o Excelentíssimo Senhor coronel Paulo Vaz .
Lobo Cesar de Andrade e Sousa Rodrigues de Matos. Ex.: Carlos Gomes, Vítor Meireles, Pedro Américo, José de Alen-
car tinham-nas começado.
Assim como outros sinais, o ponto de interrogação não requer
que a oração termine por ponto final, a não ser que seja interna. - Para separar orações coordenadas aditivas, mesmo que estas
Ex.: “Esqueceu alguma cousa? perguntou Marcela de pé, no pa- se iniciem pela conjunção e, proferidas com pausa.
tamar”. Ex.: “Gostava muito das nossas antigas dobras de ouro, e eu le-
vava-lhe quanta podia obter”.
Em diálogos, o ponto de interrogação pode aparecer acompa-
nhando do ponto de exclamação, indicando o estado de dúvida de - Para separar orações coordenadas alternativas (ou, quer, etc.),
um personagem perante diante de um fato. quando forem proferidas com pausa.
Ex.: — “Esteve cá o homem da casa e disse que do próximo mês Ex.: Ele sairá daqui logo, ou eu me desligarei do grupo.
em diante são mais cinquenta...
— ?!...” IMPORTANTE!
Quando ou exprimir retificação, esta mesma regra vigora.
— Ponto de Exclamação Ex.: Teve duas fases a nossa paixão, ou ligação, ou qualquer ou-
Este sinal (!) é colocado no final da oração enunciada com ento- tro nome, que eu de nome não curo.
nação exclamativa.

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Caso denote equivalência, o ou posto entre os dois termos não - Omissão por zeugma.
é separado por vírgula. Ex.: Na classe, alguns alunos são interessados; outros, (são) re-
Ex.: Solteiro ou solitário se prende ao mesmo termo latino. lapsos. (Supressão do verbo “são” antes do vocábulo “relapsos”)

- Em aposições, a não ser no especificativo. - Para indicar a interrupção de um seguimento natural das ideias
Ex.: “ora enfim de uma casa que ele meditava construir, para e se intercala um juízo de valor ou uma reflexão subsidiária.
residência própria, casa de feitio moderno...”
- Para evitar e desfazer alguma interpretação errônea que pode
- Para separar os pleonasmos e as repetições, quando não tive- ocorrer quando os termos estão distribuídos de forma irregular na
rem efeito superlativamente. oração, a expressão deslocada é separada por vírgula.
Ex.: “Nunca, nunca, meu amor!” Ex.: De todas as revoluções, para o homem, a morte é a maior
A casa é linda, linda. e a derradeira.

- Para intercalar ou separar vocativos e apostos. - Em enumerações


Ex.: Brasileiros, é chegada a hora de buscar o entendimento. sem gradação: Coleciono livros, revistas, jornais, discos.
É aqui, nesta querida escola, que nos encontramos. com gradação: Não compreendo o ciúme, a saudade, a dor da
despedida.
- Para separar orações adjetivas de valor explicativo.
Ex.: “perguntava a mim mesmo por que não seria melhor depu- Não se separa por vírgula:
tado e melhor marquês do que o lobo Neves, — eu, que valia mais, - sujeito de predicado;
muito mais do que ele, — ...” - objeto de verbo;
- adjunto adnominal de nome;
- Para separar, na maioria das vezes, orações adjetivas restritiva - complemento nominal de nome;
de certa extensão, ainda mais quando os verbos de duas orações - oração principal da subordinada substantiva (desde que esta
distintas se juntam. não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
Ex.: “No meio da confusão que produzira por toda a parte este
acontecimento inesperado e cujo motivo e circunstâncias inteira- — Dois Pontos
mente se ignoravam, ninguém reparou nos dois cavaleiros...” São utilizados:
- Na enumeração, explicação, notícia subsidiária.
IMPORTANTE! Ex.: Comprou dois presentes: um livro e uma caneta.
Mesmo separando por vírgula o sujeito expandido pela oração “que (Viegas) padecia de um reumatismo teimoso, de uma
adjetiva, esta pontuação pode acontecer. asma não menos teimosa e de uma lesão de coração: era um hos-
Ex.: Os que falam em matérias que não entendem, parecem fa- pital concentrado”
zer gala da sua própria ignorância. “Queremos governos perfeitos com homens imperfeitos: dispa-
rate”
- Para separar orações intercaladas.
Ex.: “Não lhe posso dizer com certeza, respondi eu” - Em expressões que se seguem aos verbos dizer, retrucar, res-
ponder (e semelhantes) e que dão fim à declaração textual, ou que
- Para separar, geralmente, adjuntos adverbiais que precedem assim julgamos, de outrem.
o verbo e as orações adverbiais que aparecem antes ou no meio da Ex.: “Não me quis dizer o que era: mas, como eu instasse muito:
sua principal. — Creio que o Damião desconfia alguma coisa”
Ex.: “Eu mesmo, até então, tinha-vos em má conta...”
- Em alguns casos, onde a intenção é caracterizar textualmente
- Para separar o nome do lugar em datas. o discurso do interlocutor, a transcrição aparece acompanhada de
Ex.: São Paulo, 14 de janeiro de 2020. aspas, e poucas vezes de travessão.
Ex.: “Ao cabo de alguns anos de peregrinação, atendi às suplicas
- Para separar os partículas e expressões de correção, continua- de meu pai:
ção, explicação, concessão e conclusão. — Vem, dizia ele na última carta; se não vieres depressa acharás
Ex.: “e, não obstante, havia certa lógica, certa dedução” tua mãe morta!”
Sairá amanhã, aliás, depois de amanhã.
Em expressões que, ao serem enunciadas com entonação espe-
- Para separar advérbios e conjunções adversativos (porém, to- cial, o contexto acaba sugerindo causa, consequência ou explicação.
davia, contudo, entretanto), principalmente quando pospostos. Ex.: “Explico-me: o diploma era uma carta de alforria”
Ex.: “A proposta, porém, desdizia tanto das minhas sensações
últimas...” - Em expressões que possuam uma quebra na sequência das
ideias.
- Algumas vezes, para indicar a elipse do verbo. Ex.: Sacudiu o vestido, ainda molhado, e caminhou.
Ex.: Ele sai agora: eu, logo mais. (omitiu o verbo “sairei” após “Não! bradei eu; não hás de entrar... não quero... Ia a lançar-lhe
“eu”; elipse do verbo sair) as mãos: era tarde; ela entrara e fechara-se”

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— Ponto e Vírgula — Parênteses e Colchetes


Sinal (;) que denota pausa mais forte que a vírgula, porém mais Estes sinais ( ) [ ] apontam a existência de um isolamento sin-
fraca que o ponto. É utilizado: tático e semântico mais completo dentro de um enunciado, assim
como estabelecem uma intimidade maior entre o autor e seu leitor.
- Em trechos longos que já possuam vírgulas, indicando uma Geralmente, o uso do parêntese é marcado por uma entonação es-
pausa mais forte. pecial.
Ex.: “Enfim, cheguei-me a Virgília, que estava sentada, e travei- Se a pausa coincidir com o início da construção parentética, o
-lhe da mão; D. Plácida foi à janela” sinal de pontuação deve aparecer após os parênteses, contudo, se
a proposição ou frase inteira for encerrada pelos parênteses, a no-
- Para separar as adversativas onde se deseja ressaltar o con- tação deve aparecer dentro deles.
traste. Ex.: “Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que
Ex.: “Não se disse mais nada; mas de noite Lobo Neves insistiu seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão
no projeto” frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida”
“A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio que
- Em leis, separando os incisos. se tem inventado para a divulgação do pensamento”. (Carta inserta
nos Anais da Biblioteca Nacional, vol. I) [Carlos de Laet]
- Enumeração com explicitação.
Ex.: Comprei alguns livros: de matemática, para estudar para - Isolar datas.
o concurso; um romance, para me distrair nas horas vagas; e um Ex.: Refiro-me aos soldados da Primeira Guerra Mundial (1914-
dicionário, para enriquecer meu vocabulário. 1918).

- Enumeração com ponto e vírgula, mas sem vírgula, para mar- - Isolar siglas.
car distribuição. Ex.: A taxa de desemprego subiu para 5,3% da população eco-
Ex.: Comprei os produtos no supermercado: farinha para um nomicamente ativa (PEA)...
bolo; tomates para o molho; e pão para o café da manhã.
- Isolar explicações ou retificações.
— Travessão Ex.: Eu expliquei uma vez (ou duas vezes) o motivo de minha
É importante não confundir o travessão (—) com o traço de preocupação.
união ou hífen e com o traço de divisão empregado na partição de
sílabas. Os parênteses e os colchetes estão ligados pela sua função dis-
O uso do travessão pode substituir vírgulas, parênteses, colche- cursiva, mas estes são utilizados quando os parênteses já foram em-
tes, indicando uma expressão intercalada: pregados, com o objetivo de introduzir uma nova inserção.
Ex.: “... e eu falava-lhe de mil cousas diferentes — do último bai- São utilizados, também, com a finalidade de preencher lacunas
le, da discussão das câmaras, berlindas e cavalos, de tudo, menos de textos ou para introduzir, em citações principalmente, explica-
dos seus versos ou prosas” ções ou adendos que deixam a compreensão do texto mais simples.

Se a intercalação terminar o texto, o travessão é simples; caso — Aspas


contrário, se utiliza o travessão duplo. A forma mais geral do uso das aspas é o sinal (“ ”), entretanto,
Ex.: “Duas, três vezes por semana, havia de lhe deixar na algi- há a possibilidade do uso das aspas simples (‘ ’) para diferentes fina-
beira das calças — umas largas calças de enfiar —, ou na gaveta da lidades, como em trabalhos científicos sobre línguas, onde as aspas
mesa, ou ao pé do tinteiro, uma barata morta” simples se referem a significados ou sentidos: amare, lat. ‘amar’
port.
IMPORTANTE! As aspas podem ser utilizadas, também, para dar uma expres-
Como é possível observar no exemplo, pode haver vírgula após são de sentido particular, ressaltando uma expressão dentro do
o travessão. contexto ou indicando uma palavra como estrangeirismo ou uma
gíria.
O travessão pode, também, denotar uma pausa mais forte. Se a pausa coincidir com o final da sentença ou expressão que
Ex.: “... e se estabelece uma cousa que poderemos chamar —, está entre aspas, o competente sinal de pontuação deve ser utili-
solidariedade do aborrecimento humano” zado após elas, se encerrarem somente uma parte da proposição;
mas se as aspas abarcarem todo o período, frase, expressão ou sen-
Além disso, ainda pode indicar a mudança de interlocutor, na tença, a respectiva pontuação é abrangida por elas.
transcrição de um diálogo, com ou sem aspas. Ex.: “Aí temos a lei”, dizia o Florentino. “Mas quem as há de
Ex.: — Ah! respirou Lobo Neves, sentando-se preguiçosamente segurar? Ninguém.”
no sofá. “Mísera, tivesse eu aquela enorme, aquela Claridade imortal,
— Cansado? perguntei eu. que toda a luz resume!”
— Muito; aturei duas maçadas de primeira ordem (...) “Por que não nasce eu um simples vaga-lume?”

Neste caso, pode, ou não, combinar-se com as aspas. - Delimitam transcrições ou citações textuais.
Ex.: Segundo Rui Barbosa: “A política afina o espírito.”

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— Alínea
Apresenta a mesma função do parágrafo, uma vez que denota diferentes centros de assuntos. Como o parágrafo, requer a mudança
de linha.
De forma geral, aparece em forma de número ou letra seguida de um traço curvo.
Ex.: Os substantivos podem ser:
a) próprios
b) comuns

— Chave
Este sinal ({ }) é mais utilizado em obras científicas. Indicam a reunião de diversos itens relacionados que formam um grupo.
4
Ex.: Múltiplos de 5: {0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35,… }.
Na matemática, as chaves agrupam vários elementos de uma operação, definindo sua ordem de resolução.
Ex.: 30x{40+[30x(84-20x4)]}
Também podem ser utilizadas na linguística, representando morfemas.
Ex.: O radical da palavra menino é {menin-}.

— Asterisco
Sinal (*) utilizado após ou sobre uma palavra, com a intenção de se fazer um comentário ou citação a respeito do termo, ou uma expli-
cação sobre o trecho (neste caso o asterisco se põe no fim do período).
Emprega-se ainda um ou mais asteriscos depois de uma inicial, indicando uma pessoa cujo nome não se quer ou não se pode declinar:
o Dr.*, B.**, L.***

— Barra
Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

4 https://bit.ly/2RongbC.

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CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
“obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a
volta às aulas.
Quando tem função de adjetivo para um substantivo,
Bastante criança ficou doente com a volta às
BASTANTE concorda em número com o substantivo.
aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável.
O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila
MENOS
existe na língua portuguesa. para a festa.
As crianças mesmas limparam a sala depois
MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a
da aula.
PRÓPRIO que fazem referência.
Eles próprios sugeriram o tema da formatura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve
Adicione meia xícara de leite.
concordar com o substantivo.
MEIO / MEIA Manuela é meio artista, além de ser
Quando tem função de advérbio, modificando um
engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da
mensalidade.

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

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Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador; negligente;
EM
perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

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Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que • Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei
fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado minha avó até à feira.
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, • Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado):
modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática: Ana da faculdade.
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.
DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em
Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto dire- caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no
to), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo: masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo. à escola / Amanhã iremos ao colégio.

Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto in-


direto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer
COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS.
o sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da cam- A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
panha eleitoral. frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposi- após o verbo – ênclise.
ção) e de um objeto indireto (com preposição): De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
à senhora. gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE. Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma dique a eufonia da frase.
só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de-
marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não Próclise
é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão. Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em-
prego da crase: Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu- Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
na. cientemente.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica- Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas. Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
estresse. Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei- Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
xando de lado a capacidade de imaginar. Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
à esquerda. Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra- jam reduzidas: Percebia que o observavam.
se: Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé. tudo dá.
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter- Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
mos uma reunião frente a frente. tentos são para nos prejudicarem.
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar.
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te Ênclise
atender daqui a pouco. Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça
a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras. Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha indicativo: Trago-te flores.
fica a 50 metros da esquina. Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo posição em: Saí, deixando-a aflita.
• Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha.
/ Dei um picolé à minha filha.

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Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com


outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO.
Apressei-me a convidá-los.
REESCRITA DE FRASES
Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. A Reescrita de Frases é um assunto solicitado em muitos edi-
tais. A habilidade de reescrever frases requer diferentes conheci-
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no mentos da Língua Portuguesa, como ortografia, acentuação, pon-
futuro do pretérito que iniciam a oração. tuação, sintaxe, significação das palavras, as classes de palavras e
Dir-lhe-ei toda a verdade. interpretação de texto.
Far-me-ias um favor? A grande maioria das questões de Reescrita de Frases solicitará
que uma frase seja reescrita sem que haja alteração em seu senti-
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de do e que a correção gramatical seja preservada. Ou seja, uma frase
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. reescrita deve obedecer aos padrões da norma-culta e deve manter
Eu lhe direi toda a verdade. o sentido original daquilo que a frase diz.
Tu me farias um favor? Por isso é importante possuir boa habilidade de interpretação
e compreensão de texto, já que é necessário, antes de tudo, com-
preender aquilo que a frase está dizendo.
Colocação do pronome átono nas locuções verbais
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal “Desde dezembro, bombeiros salvaram mil pessoas nas praias
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve- paulistas”
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos: O que a frase acima está dizendo? Que desde o mês de dezem-
Devo-lhe dizer a verdade. bro, os bombeiros salvaram mil pessoas nas praias do estado de São
Devo dizer-lhe a verdade. Paulo (paulistas). Este é o sentido original da frase, e note que já foi
realizada uma reescrita da frase. Apesar de apresentar palavras di-
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes ferentes, ambas falam a mesma coisa. Além disso, o exemplo acima
do auxiliar ou depois do principal. não apresenta nenhum erro gramatical.
Exemplos: Depois de compreender o sentido da frase, você deve verifi-
Não lhe devo dizer a verdade. car se há erros de grafia, acentuação, concordância, regência, cra-
Não devo dizer-lhe a verdade. se, pontuação. Em uma questão, se a alternativa apresentar algum
destes erros, você já poderá eliminá-la, pois não será a correta.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
o pronome átono ficará depois do auxiliar. Questão: (Câmara de Sertãozinho - SP - Tesoureiro - VUNESP)
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. Uma frase condizente com as informações do texto e escrita em
conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa é:
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do (A) Os brasileiros desconfiam de que adaptarão-se à nova reali-
auxiliar. dade do mercado de trabalho, ainda que estão entusiasmados com
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade. as novas tecnologias.
(B) Embora otimistas com os efeitos da revolução digital em
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois suas carreiras, os brasileiros dispõem de capacidades digitais
do infinitivo. aquém do que imaginam.
Exemplos: (C) De acordo com lista do LinkedIn para 2018, quase metade
Hei de dizer-lhe a verdade. dos brasileiros desconhecem as habilidades que o mercado mais
Tenho de dizer-lhe a verdade. necessita.
(D) Fazem cinco anos apenas que certas habilidades digitais
Observação passou a ser requeridas, o que significa que o cenário das empresas
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções: mudou muito rápido.
Devo-lhe dizer tudo. (E) Mais de 80% dos entrevistados afirmaram que estão oti-
Estava-lhe dizendo tudo. mistas no que refere-se às novas tecnologias, mas reconhecem que
Havia-lhe dito tudo. não as domina.

Na alternativa “A”, o correto seria “desconfiam de que se adap-


tarão”. Esta alternativa já poderia ser eliminada.
A alternativa “C” também está incorreta, pois quem desconhe-
ce as habilidades que o mercado mais necessita é quase metade
dos brasileiros, o verbo é no singular.

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Na alternativa “D”, temos um erro logo no início. O correto é Ao reescrever uma frase, é possível:
“Faz cinco anos”. Ademais, certas habilidades digitais passaram a
ser requeridas, plural. Substituir verbo por substantivo
Quando o pronome relativo “que” é um fator atrativo, a prócli- Em gramática, temos o substantivo verbal, que é um substanti-
se deve ser utilizada. Por isso, na alternativa “E”, o correto seria “no vo derivado do infinitivo, do gerúndio ou do particípio de um verbo.
que se refere”. Ex.: Espero que se corrija a prova.
Resta-nos a alternativa “B”, que é a correta e não apresenta Espero a correção da prova.
erros.
Substituir substantivo por verbo
Mas não basta somente verificar se há erros, é preciso muito A ideia aqui é a mesma, só que ocorre o oposto.
mais para reescrever frases e mandar bem neste tipo de questão. Ex.: Exijo a dedicação dos alunos.
É preciso ter em mente que as frases reescritas devem: Exijo que os alunos se dediquem.
– Respeitar as sequências de ideias
Ex.: “Você está intragável hoje. Qual é o seu problema?” — A Voz Verbal
Aqui, temos uma afirmação e depois uma pergunta. Essa or- Voz verbal é a forma assumida pelo verbo para indicar se o su-
dem precisa ser respeitada na reescrita. Uma solução seria: Hoje jeito gramatical é agente ou paciente da ação. Existem três vozes
você está intragável. Posso saber por quê? verbais:
– Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expres-
– Não omitir informação essencial sa pelo verbo.
Utilizando o mesmo exemplo acima, se só houvesse a pergun- Ex.: Ele | fez | o trabalho. (ele - sujeito agente) (fez - ação) (o
ta, a informação sobre o sujeito estar intragável hoje seria omitida, trabalho - objeto paciente)
o que seria um erro.
– Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação ex-
– Não expressar opinião pressa pelo verbo.
É uma reescrita daquilo que a frase diz, não daquilo que você Ex.: O trabalho | foi feito | por ele. (O trabalho - sujeito pacien-
acha. Não mude o sentido da frase de acordo com sua opinião. te) (foi feito - ação) (por ele - agente da passiva)

– Utilizar vocabulário e expressões diferentes das do texto – Reflexiva: há dois tipos de voz reflexiva:
original 1) Reflexiva: será chamada simplesmente de reflexiva quando o
Afinal, é para reescrever a frase, utilizar outras palavras. sujeito praticar a ação sobre si mesmo.
Ex.: - Carla machucou-se.
— Sinônimos e Antônimos – Marcos cortou-se com a faca.
Aproveitando o gancho, uma reescrita é utilizar palavras dife-
rentes para dizer a mesma coisa. Para isso, nada melhor do que 2) Reflexiva Recíproca: será chamada de reflexiva recíproca
conhecer os sinônimos e os antônimos. quando houver dois elementos como sujeito: um pratica a ação so-
bre o outro, que pratica a ação sobre o primeiro.
Sinônimos Ex.: - Paula e Renato amam-se.
São palavras diferentes que possuem o mesmo significado. – Os jovens agrediram-se durante a festa.
Ex.: Muitas pessoas conseguiram emprego. – Os ônibus chocaram-se violentamente.
Diversas pessoas conseguiram emprego.
Apesar de diferentes, as duas palavras expressam valor de A mudança da voz verbal pode ser utilizada na reescrita de fra-
quantidade elevada. ses.
Ex.: Qualquer cidadão comprova isso.
Antônimos Isso é comprovado por qualquer cidadão.
São palavras que se contradizem, opostos. Também podem
ocorrer por complementaridade (onde a negação de uma implica a Pode-se observar isso.
afirmação da outra e vice-versa). Isso pode ser observado.
Ex.: O rapaz estava triste.
O rapaz não estava feliz. Muitas questões, inclusive, solicitam que a frase seja reescrita
Ao negar a felicidade do rapaz, implica-se que este estava triste. em determinada voz verbal.
Questão: (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - FCC) O cére-
— Verbos e Substantivos bro humano exibe diferentes padrões de atividade para diferentes
5
Os verbos e os substantivos são elementos importantes das experiências.
frases. Os substantivos compõem a classe de palavras com que se Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbal
denominam os seres, animados ou inanimados, concretos ou abs- resultante será:
tratos, os estados, as qualidades, as ações. Já os verbos, são a classe (A) são exibidas
de palavras que, do ponto de vista semântico, contêm as noções de (B) são exibidos
ação, processo ou estado, e, do ponto de vista sintático, exercem a (C) exibe-se
função de núcleo do predicado das sentenças. (D) é exibido
5 https://bit.ly/2U03syd (E) exibiam-se

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A alternativa correta é a “B”. A reescrita ficaria: “Diferentes pa- Mesmo com a alteração, a frase ainda diz a mesma coisa, o
drões de atividade são exibidos pelo cérebro humano para diferen- sujeito continua praticando a mesma ação.
tes experiências”. O sujeito “O cérebro humano” torna-se agente — O Tempo Composto
da passiva. Para ter um tempo composto, é preciso um verbo auxiliar e
um principal. O verbo auxiliar sofrerá flexão em tempo e pessoa,
— O Tempo Verbal ao mesmo tempo em que o verbo principal permanecerá sempre
6
Os tempos verbais indicam quando, o momento em que uma no particípio.
ação ocorre. Tal ação pode ocorrer no presente, no passado ou no O verbo auxiliar mais utilizado é o “ter”, contudo, o verbo “ha-
futuro. ver” também pode ser utilizado.

Verbo “ir” - 1ª pessoa do singular Tempos compostos do indicativo


Indicativo – Pretérito perfeito composto do indicativo: indica uma ação
Presente: vou. que ocorreu no passado de maneira repetida, e se prolonga até ao
Pretérito Imperfeito: ia. momento presente.
Pretérito Perfeito: fui. Ex.: Eu tenho feito exercícios todos os dias.
Pretérito Mais-que-perfeito: fora.
Futuro do Presente: irei. – Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo: indica
Futuro do Pretérito: iria. uma ação que ocorreu no passado, antes de outra ação que tam-
bém ocorreu no passado.
Subjuntivo Ex.: Eu tinha feito exercícios antes de ir trabalhar.
Presente: que eu vá.
Pretérito Imperfeito: se eu fosse. – Futuro do presente composto do indicativo: indica uma ação
Futuro: quando eu for. que ocorrerá no futuro, mas que estará terminada antes de outra
ação futura.
Imperativo Ex.: Eu terei feito exercícios antes de falar com minha mãe ao
Imperativo Afirmativo: #-# entardecer.
Imperativo Negativo: #-#
– Futuro do pretérito composto do indicativo: indica uma ação
Infinitivo que poderia ter acontecido, mas que fica condicionada a outra ação
Infinitivo Pessoal: por ir eu. passada.
Ex.: Eu teria feito exercícios se tivesse dormido bastante.
É possível reescrever uma frase alterando o tempo verbal, sem
alterar seu sentido. Tempos compostos do subjuntivo
Ex.: Em 1930 ocorreu a Grande Depressão. – Pretérito perfeito composto do subjuntivo: indica ação que já
Em 1930 ocorre a Grande Depressão. está concluída e que é anterior a outra.
Ex.: Ninguém acredita que eu tenha feito exercícios.
Mesmo com os tempos verbais alterados, o sentido da frase foi
preservado. Ficamos sabendo quando a Grande Depressão ocorreu. – Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo: indica
ação ocorrida no passado, antes de outra ação que também ocor-
— A Locução Verbal reu no passado.
7
Uma locução verbal é composta por um verbo principal em Ex.: Embora eu tivesse feito exercícios, ninguém acreditou.
uma de suas formas nominais seguido por verbo auxiliar devida-
mente flexionado. – Futuro composto do subjuntivo: indica ação que estará ter-
O verbo principal expressa a ideia principal da frase. O verbo minada no futuro, antes de outra ação que também ocorrerá no
auxiliar, por sua vez, auxilia uma das formas nominais, constituindo futuro.
uma locução verbal, onde somente ele é conjugado. Ex.: Quando eu tiver feito exercícios, todos acreditarão.
“Ainda estou assistindo àquele filme que você me indicou”.
Locução Verbal: estou assistindo Uso das formas nominais compostas
Verbo auxiliar: estou – Infinitivo pessoal composto: indica um fato passado já con-
Verbo principal: assistindo cluído. Segue as regras de uso do infinitivo pessoal simples.
Ex.: Termos feito exercícios melhorou nosso humor.
Ao reescrever uma frase, podemos eliminar a locução verbal e
manter somente o verbo. Ou podemos incluir uma locução verbal – Infinitivo impessoal composto: indica um fato passado já con-
na frase. cluído. Segue as regras de uso do infinitivo impessoal simples.
Ex.: Vou conversar com meu gerente a respeito do emprésti- Ex.: Gostei muito de ter feito exercícios.
mo.
Conversarei com meu gerente a respeito do empréstimo. – Gerúndio composto: indica uma ação prolongada que termi-
nou antes da ação da oração principal.
6 https://bit.ly/36uVZtL Ex.: Tendo feito exercícios, eu já me sentia bem melhor.
7 https://bit.ly/2Rvfg9X

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O tempo composto pode ser utilizado para reescrever uma fra- – Este, esta e isto, no discurso direto, passam para aquele,
se e manter seu sentido. aquela, aquilo no discurso indireto.
Ex.: Eu acabara de comer quando o telefone tocou. Há questões que solicitam a mudança de discurso.
Eu tinha acabado de comer quando o telefone tocou.
Questão: (Câmara de Fortaleza - CE - Consultor Técnico Legis-
— Discurso Direto e Indireto8 lativo - FCC) Ao se transpor o trecho O padre Lopes confessou que
não imaginara a existência de tantos doidos no mundo (1° parágra-
Discurso direto fo) para o discurso direto, o verbo sublinhado assume a seguinte
É uma transcrição exata da fala das personagens, ou de alguém, forma:
sem a participação do narrador. (A) imaginaria.
Ex.: O treinador afirmou: (B) imagino.
– O elenco precisa focar mais nos jogos. (C) imaginarei.
(D) imaginei.
Discurso indireto (E) imaginasse.
É uma intervenção do narrador no discurso ao fazer uso de suas
próprias palavras para reproduzir as falas das personagens. A alternativa correta é a “D”. O verbo “imaginar” está no preté-
Ex.: O treinador afirmara que o elenco precisava focar mais nos rito mais-que-perfeito, ao transpor para o discurso direto, vai para
jogos. o pretérito perfeito do indicativo. O padre Lopes confessou: “Eu não
imaginei a existência de tantos doidos no mundo”.
Para passar do discurso direto para o discurso indireto
Mudança das pessoas do discurso: — Substituir Locuções por Palavras (e Vice-Versa)
– A 1.ª pessoa no discurso direto passa para a 3.ª pessoa no As locuções são formadas pelo conjunto de duas ou mais pa-
discurso indireto. lavras que denotam um único significado, exercendo somente uma
– Os pronomes eu, me, mim, comigo, no discurso direto, pas- função gramatical.
sam para ele, ela, se, si, consigo, o, a, lhe no discurso indireto. As locuções se classificam de acordo com a função que desem-
– Os pronomes nós, nos, conosco, no discurso direto, passam penham na oração:
para eles, elas, os, as, lhes no discurso indireto. – Locução adjetiva: desempenha função de adjetivo;
– Os pronomes meu, meus, minha, minhas, nosso, nossos, nos- – Locução adverbial: desempenha função de advérbio;
sa, nossas, no discurso direto, passam para seu, seus, sua e suas no – Locução prepositiva: desempenha função de preposição;
discurso indireto. – Locução conjuntiva: desempenha função de conjunção;
– Locução verbal: desempenha função de verbo;
Mudança de tempos verbais: – Locução substantiva: desempenha função de substantivo;
– O presente do indicativo, no discurso direto, passa para pre- – Locução pronominal: desempenha função de pronome;
térito imperfeito do indicativo no discurso indireto. – Locução interjetiva: desempenha função de interjeição.
– O pretérito perfeito do indicativo, no discurso direto, passa
para pretérito mais-que-perfeito do indicativo no discurso indireto. Ao reescrever uma frase, é possível substituir uma locução e
– O futuro do presente do indicativo, no discurso direto, passa preservar o sentido original.
para futuro do pretérito do indicativo no discurso indireto. Ex.: A higiene da boca das crianças é muito importante. (te-
– O presente do subjuntivo, no discurso direto, passa para pre- mos uma locução adjetiva, da + substantivo boca, desempenhando
térito imperfeito do subjuntivo no discurso indireto. a função de adjetivo)
– O futuro do subjuntivo, no discurso direto, passa para preté- A higiene bucal das crianças é muito importante. (adjetivo bu-
rito imperfeito do subjuntivo no discurso indireto. cal)
– O imperativo, no discurso direto, passa para pretérito imper-
feito do subjuntivo no discurso indireto. Ficou feliz assim que soube o resultado do sorteio.
Ficou feliz quando soube o resultado do sorteio.
Mudança na pontuação das frases:
– As frases exclamativas, interrogativas imperativas, no discur- Ele fez o jantar a fim de impressionar a namorada.
so direto, passam para frases declarativas no discurso indireto. Ele fez o jantar para impressionar a namorada.

Mudança dos advérbios e adjuntos adverbiais: — Oração Desenvolvida Por Reduzida e Vice-Versa9
– Ontem, no discurso direto, passa para no dia anterior no dis- As orações reduzidas são introduzidas por formas nominais (in-
curso indireto. finitivo, gerúndio ou particípio) e não são acompanhadas por con-
– Hoje e agora, no discurso direto, passam para naquele dia e junção ou pronome relativo.
naquele momento no discurso indireto. Ex.: Oração reduzida de infinitivo: É provável ele atrasar a aula.
– Amanhã, no discurso direto, passa para no dia seguinte no Oração reduzida de gerúndio: Mesmo atrasando a aula, ele dis-
discurso indireto. se que faria.
– Aqui, aí, cá, no discurso direto, passam para ali e lá no dis- Oração reduzida de particípio: Mesmo atrasado, ele disse que
curso indireto. daria a aula.

8 https://bit.ly/2t2i7hr 9 https://bit.ly/2O2Uw7y

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Oração desenvolvida: Depois de que passar três anos nesta ci- Há maior ênfase ao substantivo e a frase no primeiro caso, pois
dade, sentia-se muito triste. o adjetivo “alegre” aparece antes dos substantivos.
Oração Reduzida: Após três anos passados nesta cidade, sen- Contudo, é bom sempre ficar atento, já que alguns adjetivos
tia-se muito triste. podem assumir significados diferentes de acordo com sua posição.
Ex.: Moça pobre (sem recursos financeiros), pobre moça (infe-
É possível reescrever uma frase optando pela forma reduzida liz); jogador simples (humilde), simples jogador (mero).
ou desenvolvida, e ainda assim manter o sentido original.
Ex.: Não comendo o jantar, não terás sobremesa. Em nossa Língua Portuguesa, há a anteposição dos possesivos
Se não comeres o jantar, não terás sobremesa. aos substantivos.
Ex.: Nosso pai.
Como fizeram bagunça, os meninos ficaram de castigo. Teu olhar.
Quando fizeram bagunça, os meninos ficaram de castigo. Todavia, há uma posposição proposital quando se trata da lin-
Fazendo bagunça, os meninos ficaram de castigo. guagem enfática.
Ex.: Pai nosso, que estai no céu...
— Substituir Conectivos de Valor Semântico Equivalente Quanto meu dói um olhar teu!
Assim como os sinônimos, o mesmo vale para os conectivos
de valor semântico equivalente. Sinônimos são palavras diferentes É preferível utilizar a conjunção porém intercalada na oração.
que dizem a mesma coisa. Há, também, conectivos que, apesar de Ex.: O filme, porém, se repetia.
serem palavras diferentes, exercem a mesma função. Mesmo assim, é possível inserir tal conjunção adversativa ao
Por isso é possível substituir o conector e manter o sentido da final da oração pertencente.
frase. Ex.: O filme se repetia, porém.
Ex.: Conectivos com valor de oposição/restrição: Mas, apesar
de, no entanto, entretanto, porém, contudo, todavia, tampouco, por Lembrando que!11
outro lado. Frase: É uma junção de palavras que apresenta sentido comple-
to, mesmo que não haja um verbo para dar sentido e termina com
Eu faria todo o trabalho, mas estava cansado. uma pausa pontuada. “Socorro!”, por exemplo, é uma frase que
Eu faria todo o trabalho, porém estava cansado. apresenta sentido completo: alguém está pedindo ajuda. As frases
que apresentam verbos são constituídas de oração(ões).
Ana empurrou a amiga e a ameaçou. (valor de adição)
Ana empurrou a amiga, como também a ameaçou. (valor de Oração: Toda oração possui um verbo ou uma locução verbal.
adição) Uma frase pode conter uma ou mais orações. “Socorro, eu preciso
de ajuda!” Uma oração, sozinha, nem sempre faz sentido. Às vezes
— Ordem Das Palavras Na Frase10 ela precisa de outros elementos para ter sentido. Entretanto, sem-
As frases podem ser construídas de forma direta ou inversa. pre que houver um verbo na frase, há uma oração.
Numa frase em ordem direta, os termos regentes precedem os ter-
mos regidos: sujeito + verbo + complementos e/ou adjuntos: Período: Um período é uma frase que possui uma oração ou
Ex.: Roberto / fez / uma casa de pássaros em seu quintal. mais: “Quando ele apareceu, mostrou as garras com as quais ata-
caria.”. Aqui, há três verbos, ou seja, mais de uma oração, o que
Já na ordem inversa, há alteração na sequência normal dos ter- compõe um período composto. Um período simples apresenta so-
mos. mente uma oração que se agrupa em torno de apenas um verbo ou
Ex.: Em seu quintal, Roberto fez uma casa de pássaros. locução verbal: “Faltam somente alguns dias.”.

Por apresentar maior sentimentalismo, transmitir mais emo- Há algumas questões de concursos públicos que podem solici-
ção, a ordem inversa aparece mais na literatura. tar para que diversas frases sejam reescritas em apenas um único
período, sem que o sentido da frase seja alterado.
Há mais...
Um período pode ser organizado de diversas maneiras, sem Questão: (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - FCC)
que isso altere seu sentido original. Existe uma enfermidade moderna que afeta dois terços dos
Ex.: Ele notou a ponta de sarcasmo em seu sorriso. adultos. // Essa enfermidade é a privação de sono crônica, que vem
Em seu sorriso, ele notou a ponta de sarcasmo. crescendo na esteira de dispositivos que emitem luz azul. (1° pará-
Ele notou, em seu sorriso, a ponta de sarcasmo. grafo)
A ponta de sarcasmo, ele notou em seu sorriso.
As frases acima estão reescritas em um único período, com cor-
Alguns adjetivos, que aparecem antes ou depois dos substanti- reção e coerência, do seguinte modo:
vos, dão à frase maior ou menor ênfase. (A) Afetam dois terços dos adultos a privação de sono crônica,
Ex.: É um alegre sujeito de boa postura. uma enfermidade moderna, que tem crescido na esteira dos dispo-
É um sujeito alegre de boa postura. sitivos que emitem luz azul.

10 https://bit.ly/2RtO1wG 11 https://bit.ly/2RvjdeN

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(B) Uma enfermidade moderna, à qual afeta dois terços dos adultos, é a privação de sono crônica, que tem crescido na esteira de
dispositivos que emitem luz azul.
(C) A enfermidade moderna, que vem afetando dois terços dos adultos e crescendo na esteira de dispositivos dos quais emitem luz
azul é a privação de sono crônica.
(D) Tem vindo crescendo junto aos dispositivos que emitem luz azul, a privação de sono crônica: uma enfermidade moderna, que afeta
dois terços dos adultos.
(E) A privação de sono crônica, uma enfermidade moderna que vem crescendo na esteira de dispositivos que emitem luz azul, afeta
dois terços dos adultos.

Na alternativa “A” o sujeito não concorda com “a privação de sono crônica”. Por isso deve ser flexionado no singular “Afeta dois ter-
ços...”.
Na alternativa “B”, há o uso incorreto da crase em “à qual”, o correto seria “a qual”.
Na alternativa “C” o correto seria “os quais emitem luz azul”, pois os dispositivos são quem emitem a luz azul.
Na alternativa “D”, o sujeito é “a privação de sono crônica”, que está sendo separada, incorretamente, do verbo por vírgula.
Resta a alternativa “E”, que está correta. As vírgulas isolam o aposto explicativo de maneira correta.

— Dicas para uma boa escrita

Expressões Condenáveis Uso Recomendado


A nível de / Ao nível Em nível, No nível
Face a / Frente a Ante, Diante, Em face de, Em vista de, Perante
Onde (Quando não exprime lu-
Em que, Na qual, Nas quais, No qual, Nos quais
gar)
Sob um ponto de vista De um ponto de vista
Sob um prisma Por (ou através de) um prisma
Em virtude de, Por causa de, Em consequência de, Por, Em razão
Em função de
de

Expressões não recomendadas


– a partir de (a não ser com valor temporal).
Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se de...

– através de (para exprimir “meio” ou instrumento).


Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de, segundo...

– devido a.
Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa de.

– dito.
Opção: citado, mencionado.

– enquanto.
Opção: ao passo que.

– inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).


Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.

– no sentido de, com vistas a.


Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.

– pois (no início da oração).


Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.

– principalmente.
Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular.

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Expressões que demandam atenção


– acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se. Polissemia e monossemia
– aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar, As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar
aceito. mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a
– acendido, aceso (formas similares) – idem. frase. Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo).
– à custa de – e não às custas de. Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas
– à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que, con- um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos).
forme.
– na medida em que – tendo em vista que, uma vez que. Denotação e conotação
– a meu ver – e não ao meu ver. Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam
– a ponto de – e não ao ponto de. um sentido objetivo e literal. Ex: Está fazendo frio. / Pé da mulher.
– a posteriori, a priori – não tem valor temporal. Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam
– em termos de – modismo; evitar. um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé
– enquanto que – o que é redundância. da cadeira.
– entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a.
– implicar em – a regência é direta (sem em). Hiperonímia e hiponímia
– ir de encontro a – chocar-se com. Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de signi-
– ir ao encontro de – concordar com. ficado entre as palavras.
– se não, senão – quando se pode substituir por caso não, se- Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que
parado; quando não se pode, junto. tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.
– todo mundo – todos. Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, por-
– todo o mundo – o mundo inteiro. tanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex:
– não pagamento = hífen somente quando o segundo termo Limão é hipônimo de fruta.
for substantivo.
– este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo Formas variantes
presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando). São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem
– esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – in-
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do pre- farto / gatinhar – engatinhar.
sente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
Arcaísmo
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS. do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que
ainda podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante
Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> far-
sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça mácia / franquia <—> sinceridade.
as principais relações e suas características:
SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRECHOS DE
Sinonímia e antonímia TEXTO.
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado
semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
<—> esperto Para a realização de exercícios de substituição de palavras e ex-
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam signifi- pressões de um texto, é necessário algum conhecimento gramatical
cados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex: prévio.
forte <—> fraco Substituir uma palavra pode parecer simples, porém é uma
ação que possui certa complexidade. Não basta apenas substituir a
Parônimos e homônimos palavra em si, é preciso atenção para manter o sentido original da
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro- frase; em suma, quando substituímos uma palavra de uma frase,
núncia semelhantes, porém com significados distintos. nenhum erro gramatical ou semântico pode ocorrer.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe- Justamente por isso o conhecimento gramatical prévio é de ex-
go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal). trema importância, afinal o ato de substituir palavras ou expressões
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma requer inúmeras habilidades.
grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo Imagine só que uma determinada questão solicite que você
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta). substitua tal palavra por um sinônimo? Como você vai responder
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma se não souber o que é um sinônimo? Ou pode ser que a questão
pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (nu- apresente uma alternativa onde é preciso substituir uma figura de
meral) X sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical). linguagem, ou até mesmo alternativas onde a regência ou concor-
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, dância precisa ser mantida.
porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver-
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).

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LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO OFICIAL

Por exemplo: “O menino ficou muito triste porque sua bola fu- toda administração pública, claro está que devem igualmente nor-
rou”. tear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe
que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma
A palavra triste poderia ser substituída por chateado, e ainda obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transpa-
assim a frase manteria seu significado original. rência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibili-
Essa mesma frase poderia ser reescrita dessa forma: “A bola dade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que
furou, por isso o menino ficou triste”. Veja como a frase foi alterada, um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade
porém ainda diz a mesma coisa. implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de atender
Já a conjunção porque pode ser substituída por pois, já que à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece
ambas são conjunções explicativas. a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao
Como você pode ver, não se trata de algo tão simples assim, período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigato-
entretanto, não é nenhum bicho de sete cabeças. Basta ter bastan- riedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de
te atenção, ler a questão com atenção, verificar o que é solicitado. 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos
Também cabe aqui a interpretação de textos, pois muitas vezes ha- transcorridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no
verá um texto que deverá ser lido e a expressão a ser substituída período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, cla-
será retirada desse mesmo texto, sendo assim, antes de substituir reza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se
será preciso compreender o texto. às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única in-
Algumas habilidades que você deve possuir para substituir pa- terpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige
lavras ou expressões de textos são: significação das palavras (se- o uso de certo nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também
mântica), ortografia, classes de palavras (morfologia), figuras de que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois
linguagem e de sintaxe, regência e concordância (nominal e verbal) há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor
e interpretação de texto. dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de
expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos
cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).
REORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ORAÇÕES E DE Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações
PERÍODOS DO TEXTO. oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de
tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos
em tópicos anteriores. para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro
de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio
século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primei-
REESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E ra edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação
NÍVEIS DE FORMALIDADE. que se buscou fazer das características específicas da forma oficial
de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha
a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente
em tópicos anteriores.
se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a
redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês
CORRESPONDÊNCIA OFICIAL: MANUAL DE COMUNI- do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases.
CAÇÃO OFICIAL DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à
– DOCUMENTOS ELETRÔNICOS BRASÍLIA-DF – 2023. evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com im-
COMUNICAÇÃO OFICIAL. REDAÇÃO OFICIAL. ELEMEN- pessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso
TOS QUE COMPÕEM A ESTRUTURA DOS DOCUMEN- que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do
TOS. USO DO CORREIO ELETRÔNICO (E-MAIL) CORPO- texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas
RATIVO. TIPOS DE DOCUMENTOS. ATO NORMATIVO. essas características fundamentais da redação oficial, passemos à
análise pormenorizada de cada uma delas.

O que é Redação Oficial12 A Impessoalidade


Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A reda- a) alguém que comunique,
ção oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão b) algo a ser comunicado, e
culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. c) alguém que receba essa comunicação.
Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que
dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço
fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Di-
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega- visão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto
lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa
Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro ór-
12 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm

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LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO OFICIAL

gão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Perce- to é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal,
be-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários
assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está aci-
embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che- ma das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos
fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo,
que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro- por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos
nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes os cidadãos.
setores da Administração guardem entre si certa uniformidade; Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex-
duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre-
concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e
temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes- figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir,
soal; então, que não existe propriamente um “padrão oficial de lingua-
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni- gem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações
verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das for-
qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na mas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se con-
redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exem- sagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão
plo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre
jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empre-
isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão, gada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso
a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vo-
elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja cabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento
alcançada a necessária impessoalidade. por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado,
portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros
A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologis-
nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio ca- mo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
ráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalida-
de. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normati- Formalidade e Padronização
vo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,
o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi-
sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é
se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata
informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da-
dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível
qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento);
o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.
como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária
sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é
uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extrema- una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo
mente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma-
costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que nual, exige que se atente para todas as características da redação
auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc. Para oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza
mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distân- datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a
cia. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transforma- correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza-
ções, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de
si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compre- normas específicas para cada tipo de expediente.
ende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por
exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de deter- Concisão e Clareza
minado padrão de linguagem que incorpore expressões extrema- A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do
mente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo
estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija com
dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento
faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para revisar
com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes se
de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias
uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão cul- de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao

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LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO OFICIAL

princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empre- Pronomes de Tratamento


gar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de
forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, Breve História dos Pronomes de Tratamento
não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem
reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após
inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos,
foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em “como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a
todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de dis-
secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas de- tinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de
talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de
que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um
relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e
clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se
claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na hierarquia
No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência,
estritamente das demais características da redação oficial. Para ela vossa santidade. ” A partir do final do século XVI, esse modo de
concorrem: tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e de-
que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; pois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de en- desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes
tendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autorida-
restrita, como a gíria e o jargão; des civis, militares e eclesiásticas.
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a impres-
cindível uniformidade dos textos; Concordância com os Pronomes de Tratamento
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguís- Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta)
ticos que nada lhe acrescentam. apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal,
nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gra-
É pela correta observação dessas características que se redige matical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comuni-
com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo cação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo
texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo
e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitu- sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelên-
ra que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente, cia conhece o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos
deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes-
destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em de- so...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero
corrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e
que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso in-
é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técni- terlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefa-
cos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos do”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa
que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessa- Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.
riamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comu-
nicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve pro- Emprego dos Pronomes de Tratamento
ceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece
“Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. a secular tradição. São de uso consagrado:
Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

As comunicações oficiais a) do Poder Executivo;


A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, se- Presidente da República;
guir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Vice-Presidente da República;
Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada Ministros de Estado;
tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo. Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fe-
Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns deral;
a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego Oficiais-Generais das Forças Armadas;
dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação Embaixadores;
do signatário. Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de
cargos de natureza especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.

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LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO OFICIAL

b) do Poder Legislativo: Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o em-


Deputados Federais e Senadores; prego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem
Ministro do Tribunal de Contas da União; o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o
Deputados Estaduais e Distritais; uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em
comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem
c) do Poder Judiciário: concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por
Ministros dos Tribunais Superiores; doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Membros de Tribunais; Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a dese-
Juízes; jada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma
Auditores da Justiça Militar. Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comu-
nicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos vocativo:
Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec-
tivo: Magnífico Reitor,
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, (...)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fede- Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a
ral. hierarquia eclesiástica, são:

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O voca-
seguido do cargo respectivo: tivo correspondente é:
Senhor Senador, Santíssimo Padre,
Senhor Juiz, (...)
Senhor Ministro,
Senhor Governador, Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em co-
municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
(...)
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações
Ministro de Estado da Justiça dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Se-
70.064-900 – Brasília. DF nhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores
religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos
A Sua Excelência o Senhor e demais religiosos.
Senador Fulano de Tal
Senado Federal Fechos para Comunicações
70.165-900 – Brasília. DF O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos
A Sua Excelência o Senhor para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Por-
Fulano de Tal taria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze
Juiz de Direito da 10a Vara Cível padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual
Rua ABC, no 123 estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para to-
01.010-000 – São Paulo. SP das as modalidades de comunicação oficial:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Re-
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento pública:
digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dig- Respeitosamente,
nidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in-
sendo desnecessária sua repetida evocação. ferior:
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e Atenciosamente,
para particulares. O vocativo adequado é:
Senhor Fulano de Tal, Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a au-
(...) toridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, de-
No envelope, deve constar do endereçamento: vidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das
Ao Senhor Relações Exteriores.
Fulano de Tal
Rua ABC, nº 123
70.123 – Curitiba. PR

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Identificação do Signatário Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Repú- em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.
blica, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos
o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assina- a estrutura é a seguinte:
tura. A forma da identificação deve ser a seguinte: – Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que
solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver
(espaço para assinatura) sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu-
NOME nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos
Chefe da Secretária-geral da Presidência da República do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as-
sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
(espaço para assinatura) segundo a seguinte fórmula:
NOME “Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, enca-
Ministro de Estado da Justiça minho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Depar-
tamento Geral de Administração, que trata da requisição do servi-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura dor Fulano de Tal. ” Ou “Encaminho, para exame e pronunciamento,
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao me- a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do
nos a última frase anterior ao fecho. Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de
projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. ”
O Padrão Ofício – Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela fi- algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode-
nalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário,
o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de encaminhamento.
cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas seme-
lhanças. f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);

Partes do documento no Padrão Ofício g) assinatura do autor da comunicação; e


O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes
partes: h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signa-
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que tário).
o expede:
Exemplos: Forma de diagramação
Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte
forma de apresentação:
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha- a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo
mento à direita: 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
Exemplo: b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman po-
13 der-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
Brasília, 15 de março de 1991. c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número
da página;
c) assunto: resumo do teor do documento d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres-
Exemplos: sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda
Assunto: Produtividade do órgão em 2002. e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. espelho”);
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân-
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida cia da margem esquerda;
a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o en- f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni-
dereço. mo, 3,0 cm de largura;
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5 O
e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento constante neste item aplica-se também à exposição de motivos e à
de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem).
– Introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de
na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não
uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre- comportar tal recurso, de uma linha em branco;
-me informar que”, empregue a forma direta; i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado,
– Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do
em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; documento;
– Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen-
tada a posição recomendada sobre o assunto.

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j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel — Forma e Estrutura
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão
e ilustrações; ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencio-
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser nado pelo cargo que ocupa.
impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; Exemplos:
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subche-
Rich Text nos documentos de texto; fe para Assuntos Jurídicos
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro- Exposição de Motivos
veitamento de trechos para casos análogos;
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem — Definição e Finalidade
ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da
documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - relatório República ou ao Vice-Presidente para:
produtividade ano 2002” a) informá-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou
Aviso e Ofício c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
— Definição e Finalidade
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial pratica- Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
mente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expe- República por um Ministro de Estado.
dido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Mi-
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas nistério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os
demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de intermi-
assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, nisterial.
no caso do ofício, também com particulares.
— Forma e Estrutura
— Forma e Estrutura Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente
Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula. projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante. A ex-
Exemplos: posição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
Excelentíssimo Senhor Presidente da República formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Senhora Ministra exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma
Senhor Chefe de Gabinete medida ou submeta projeto de ato normativo.
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin- No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmen-
tes informações do remetente: te leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República,
– Nome do órgão ou setor; sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício.
– Endereço postal; Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre-
– telefone E endereço de correio eletrônico. sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam
Memorando também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentá-
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente,
— Definição e Finalidade apontar:
O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da
administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquica- medida ou do ato normativo proposto;
mente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou
de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e even-
caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a ex- tuais alternativas existentes para equacioná-lo;
posição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou
determinado setor do serviço público. Sua característica principal é qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema.
a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve
pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos buro- Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição
cráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comuni- de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte
cações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março
documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. de 2002.
Esse procedimento permite formar uma espécie de processo sim- Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério
plificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, ou órgão equivalente) nº de 200.
e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no
memorando. 1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências
2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
medida proposta

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3. Alternativas existentes às medidas propostas são, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exoneração,
Mencionar: demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é necessário
- Se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; o encaminhamento do formulário de anexo à exposição de motivos.
- Se há projetos sobre a matéria no Legislativo; Ressalte-se que:
- Outras possibilidades de resolução do problema. – A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico
não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
4. Custos – O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos
Mencionar: pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos
- Se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça- comentários a serem ali incluídos.
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
- Se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que
especial ou suplementar; a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, concisão,
- Valor a ser despendido em moeda corrente; impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de
linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a principal
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos
se o ato proposto for medido provisória ou projeto de lei que deva Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia
tramitar em regime de urgência) ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada
Mencionar: no Diário Oficial da União, no todo ou em parte.
- Se o problema configura calamidade pública;
- Por que é indispensável a vigência imediata; Mensagem
- Se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te-
nham sido previstos; — Definição e Finalidade
- Se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
prevista. Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medi- da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião
da proposta possa vir a tê-lo) da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
7. Alterações propostas matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar
8. Síntese do parecer do órgão jurídico veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida pro- de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensa-
posta à luz das questões levantadas no item 10.4.3. gem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da Re-
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar- pública, a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens
retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as se-
a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o guintes finalidades:
exame ou se reformule a proposta. O preenchimento obrigatório do a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complemen-
anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de tar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou complementar são
alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade: enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode
resolver; ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro- nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos,
blema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é
do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da
na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe- República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para
cutivo (v. 10.4.3.). que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). Quan-
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos. to aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria-
nual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicio-
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas nais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros
na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo, do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao
o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166
formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro- da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis fi-
funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de nanceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do
certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional está
ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que co-
e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de manda as sessões conjuntas. As mensagens aqui tratadas coroam o
motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange
providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá o minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das ma-
problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal térias objeto das proposições por elas encaminhadas. Tais exames
(nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, rever- materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no
assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da União.
Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da

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exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66,
de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem § 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é
de encaminhamento ao Congresso. parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto
b) encaminhamento de medida provisória. vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se
o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso, restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto)
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do j) outras mensagens.
Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência
pela Coordenação de Documentação da Presidência da República. mensagens com:
c) indicação de autoridades. – Encaminhamento de atos internacionais que acarretam en-
As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos – Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às opera-
Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do ções e prestações interestaduais e de exportação
Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Di- (Constituição, art. 155, § 2o, IV);
plomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, inci- – Proposta de fixação de limites globais para o montante da
sos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae do indicado, – Pedido de autorização para operações financeiras externas
devidamente assinado, acompanha a mensagem. (Constituição, art. 52, V); e outros.
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden- Entre as mensagens menos comuns estão as de:
te da República se ausentarem do País por mais de 15 dias. Trata- – Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constitui-
-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a ção, art. 57, § 6o);
autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O – Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da
Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada – Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobi-
Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas. lização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de – Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz
concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter (Constituição, art. 84, XX);
tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII – Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso – Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Cons-
Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem tituição, art. 137);
a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do – Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio
art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo – Proposta de modificação de projetos de leis financeiras
administrativo. (Constituição, art. 166, § 5o);
f) encaminhamento das contas referentes ao exercício ante- – Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem
rior. O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou re-
abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as jeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166,
contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), § 8o);
para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui- – Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públi-
ção, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a cas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc.
tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci-
plinado no art. 215 do seu Regimento Interno. — Forma e Estrutura
g) mensagem de abertura da sessão legislativa. As mensagens contêm:
Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizon-
do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Cons- talmente, no início da margem esquerda:
tituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa Mensagem no
Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo
porque vai encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda;
forma de livro. Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos). c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio- d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e
nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente
a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos, da República, não traz identificação de seu signatário.
nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de san-
ção.
i) comunicação de veto.

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Telegrama —Valor documental


Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de
— Definição e Finalidade correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os proce- aceito como documento original, é necessário existir certificação di-
dimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda gital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida
comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por em lei.
tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos
e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegra-
ma apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio
QUESTÕES
eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam-
bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação 1. (ENEM - 2012) “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu
deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza). biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava de-
safetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim
— Forma e Estrutura era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guara-
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura ni e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil.
dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio
Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nati-
na Internet.
vistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor
de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e
Fax
até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas fa-
— Definição e Finalidade cetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma for- será digitalizada.
ma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desen- História Viva, n.º 99, 2011.
volvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensa-
gens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alen-
conhecimento há premência, quando não há condições de envio do car e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que
documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele (A) a digitalização dos textos é importante para que os leitores
segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário possam compreender seus romances.
o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com (B) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante
o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapida- porque deixou uma vasta obra literária com temática atempo-
mente. ral.
(C) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digi-
— Forma e Estrutura talização, demonstra sua importância para a história do Brasil
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura Imperial.
que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o (D) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importan-
documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário te papel na preservação da memória linguística e da identidade
com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, confor- nacional.
me exemplo a seguir: (E) o grande romancista José de Alencar é importante porque
se destacou por sua temática indianista.
Correio Eletrônico
2. (FUVEST - 2013) A essência da teoria democrática é a su-
— Definição e finalidade pressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou
Correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos,
transformou-se na principal forma de comunicação para transmis- políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela
são de documentos. cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida.
Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos
— Forma e Estrutura melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais
flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua es- deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difu-
trutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatí- são desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em
vel com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e termos que os tornem acessíveis a todos.
Comunicações Oficiais). O campo assunto do formulário de correio
eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a or- (Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)
ganização documental tanto do destinatário quanto do remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, prefe-
rencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha al-
gum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de
leitura. Caso não seja disponível, deve constar na mensagem o pe-
dido de confirmação de recebimento.

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No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas” indica que o autor
(A) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da sociedade.
(B) considera utópicos os objetivos dessas ciências.
(C) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ciências sociais”.
(D) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.
(E) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.

3. (UERJ - 2016)

A última fala da tirinha causa um estranhamento, porque assinala a ausência de um elemento fundamental para a instalação de um
tribunal: a existência de alguém que esteja sendo acusado.
Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação aos usuários da internet:
(A) proferem vereditos fictícios sem que haja legitimidade do processo.
(B) configuram julgamentos vazios, ainda que existam crimes comprovados.
(C) emitem juízos sobre os outros, mas não se veem na posição de acusados.
(D) apressam-se em opiniões superficiais, mesmo que possuam dados concretos.

4. (FUNDEP – 2014) As tipologias textuais são constructos teóricos inerentes aos gêneros, ou seja, lança-se mão dos tipos para a
produção dos gêneros diversos. Um professor, ao solicitar à turma a escrita das “regras de um jogo”, espera que os estudantes utilizem,
predominantemente, a tipologia
(A) descritiva, devido à presença de adjetivos e verbos de ligação.
(B) narrativa, devido à forte presença de verbos no passado.
(C) injuntiva, devido à presença dos verbos no imperativo.
(D) dissertativa, devido à presença das conjunções.

5. (ENEM 2010)
MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.
Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.
Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo funções específicas, formais e de conteúdo.
Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é
(A) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado.
(B) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos que visam à adesão ao consumo.
(C) defender a importância do conhecimento de informática pela população de baixo poder aquisitivo.
(D) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente desfavorecidas.
(E) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a máquina, mesmo a mais moderna.

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6. (IBADE – 2020 adaptada) “A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun-
diais. ____________?”
(A) Porque – porquê – por que – Por quê
(B) Porque – porquê – por que – Por quê
(C) Por que – porque – porquê – Por quê
(D) Porquê – porque – por quê – Por que
(E) Por que – porque – por quê – Porquê

10. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto:


Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?
Uma organização não governamental holandesa está propondo
um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias
sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o
grau de felicidade dos usuários longe da rede social.
https://www.dicio.com.br/partilhar/ acesso em fevereiro de 2020 O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi-
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que
O texto apresentado é um verbete. Assinale a alternativa que o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
representa sua definição ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar
(A) é um tipo textual dissertativo-argumentativo, com o intuito um contador na rede social.
de persuadir o leitor. Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
(B) é um tipo e gênero textual de caráter descritivo para de- dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
talhar em adjetivos e advérbios o que é necessário entender. Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
(C) é um gênero textual de viés narrativo para contar em crono- em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
logia obrigatória o enredo por meio de personagens. a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
(D) é um gênero textual de caráter informativo, que tem por in- ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
tuito explicar um conceito, mais comumente em um dicionário (http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
ou enciclopédia.
(E) é um tipo textual expositivo, típico em redações escolares. Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
7. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa em pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
que todas as palavras estão adequadamente grafadas. usuários longe da rede social.”
(A) Silhueta, entretenimento, autoestima. A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
(B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento. (A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
(C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta. preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
(D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo. ticamente.
(E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo. (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
8. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEI- raria o sentido do texto.
RANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de (C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
forma incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas informação nova.
erroneamente, exceto em: (D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
(A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó.
(E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
(B) É um privilégio estar aqui hoje.
qual são introduzidas de forma mais generalizada
(C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade.
(D) A criança estava com desinteria.
11. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon-
(E) O bebedoro da escola estava estragado.
dem a um adjetivo, exceto em:
(A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
9. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo
(B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a (C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de (D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga
classificação. sem fim.
“____________ o céu é azul?” (E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
“Meus pais chegaram atrasados, ____________ pegaram trân-
sito pelo caminho.”
“Gostaria muito de saber o ____________ de você ter faltado
ao nosso encontro.”

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12. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e
só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são, continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais se-
respectivamente: creto de calar.
(A) adjetivo, adjetivo
(B) advérbio, advérbio LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de janeiro: Record, 2004.
(C) advérbio, adjetivo
(D) numeral, adjetivo Os textos fazem uso constante de recurso que permitem a ar-
(E) numeral, advérbio ticulação entre suas partes. Quanto à construção do fragmento, o
elemento
13. (BANCO DO BRASIL) Opção que preenche corretamente as (A) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em
lacunas: O gerente dirigiu-se ___ sua sala e pôs-se ___ falar ___ crônica de jornal”.
todas as pessoas convocadas. (B) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”.
(A) à - à – à (C) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”.
(B) a - à – à (D) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus
(C) à - a – a pais”.
(D) a - a – à (E) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”.
(E) à - a - à
17. (FCC – 2007) O emprego do elemento sublinhado compro-
14. (FEI) Assinalar a alternativa que preenche corretamente as mete a coerência da frase:
lacunas das seguintes orações: (A) Cada época tem os adolescentes que merece, pois estes são
I. Precisa falar ___ cerca de três mil operários. influenciados pelos valores socialmente dominantes.
(B) Os jovens perderam a capacidade de sonhar alto, por conse-
II. Daqui ___ alguns anos tudo estará mudado.
guinte alguns ainda resistem ao pragmatismo moderno.
III. ___ dias está desaparecido.
(C) Nos tempos modernos, sonhar faz muita falta ao adolescen-
IV. Vindos de locais distantes, todos chegaram ___ tempo ___
te, bem como alimentar a confiança em sua própria capacidade
reunião.
criativa.
(A) a - a - há - a – à (D) A menos que se mudem alguns paradigmas culturais, as ge-
(B) à - a - a - há – a rações seguintes serão tão conformistas quanto a atual.
(C) a - à - a - a – há (E) Há quem fique desanimado com os jovens de hoje, por-
(D) há - a - à - a – a quanto parece faltar-lhes a capacidade de sonhar mais alto.
(E) a - há - a - à – a.
18. (UDESC – 2008) Identifique a ordem em que os períodos
15. (TRE) O uso do acento grave (indicativo de crase ou não) devem aparecer, para que constituam um texto coeso e coerente.
está incorreto em: (Texto de Marcelo Marthe: Tatuagem com bobagem. Veja, 05
(A) Primeiro vou à feira, depois é que vou trabalhar. mar. 2008, p. 86.)
(B) Às vezes não podemos fazer o que nos foi ordenado. I - Elas não são mais feitas em locais precários, e sim em gran-
(C) Não devemos fazer referências àqueles casos. des estúdios onde há cuidado com a higiene.
(D) Sairemos às cinco da manhã. II - As técnicas se refinaram: há mais cores disponíveis, os pig-
(E) Isto não seria útil à ela. mentos são de melhor qualidade e ferramentas como o laser tor-
naram bem mais simples apagar uma tatuagem que já não se quer
16. (ENEM – 2014) Há qualquer coisa de especial nisso de botar mais.
a cara na janela em crônica de jornal ‒ eu não fazia isso há muitos III - Vão longe, enfim, os tempos em que o conceito de tatua-
anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas gem se resumia à velha âncora de marinheiro.
vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do IV - Nos últimos dez ou quinze anos, fazer uma tatuagem dei-
mais, em certos dias mesmo o escritor mais escolado não está lá xou de ser símbolo de rebeldia de um estilo de vida marginal.
grande coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo para recla- Assinale a alternativa que contém a sequência correta, em que
mar: moderna demais, antiquada demais. os períodos devem aparecer.
Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar (A) II, I, III, IV
ideias. Há os textos que parecem passar despercebidos, outros ren- (B) IV, II, III, I
dem um montão de recados: “Você escreveu exatamente o que eu (C) IV, I, II, III
sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso (D) III, I, IV, II
que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os es- (E) I, III, II, IV
tímulos são valiosos pra quem nesses tempos andava meio assim: é
como me botarem no colo ‒ também eu preciso. Na verdade, nunca
fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal. De modo
que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que
iam acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a
sério ser sério… mesmo quando parece que estou brincando: essa

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19. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós 23. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamente
____________________.” as lacunas correspondentes.
Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada- A arma ___ se feriu desapareceu.
mente a frase acima. Assinale-a. Estas são as pessoas ___ lhe falei.
(A) desfilando pelas passarelas internacionais. Aqui está a foto ___ me referi.
(B) desista da ação contra aquele salafrário. Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava.
(C) estejamos prontos em breve para o trabalho. Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos.
(D) recuperássemos a vaga de motorista da firma. (A) que, de que, à que, cujo, que.
(E) tentamos aquele emprego novamente. (B) com que, que, a que, cujo qual, onde.
(C) com que, das quais, a que, de cujo, onde.
20. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente (D) com a qual, de que, que, do qual, onde.
as lacunas do texto a seguir: (E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja.
“Todas as amigas estavam _______________ ansiosas
_______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as 24. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa:
críticas foram ______________ indulgentes ______________ ra- (A) Avisaram-no que chegaríamos logo.
paz, o qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciên- (B) Informei-lhe a nota obtida.
cias exatas, demonstrava uma certa propensão _______________ (C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos
arte.” sinais de trânsito.
(A) meio - para - bastante - para com o - para - para a (D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo.  
(B) muito - em - bastante - com o - nas - em (E) Muita gordura não implica saúde.
(C) bastante - por - meias - ao - a - à
(D) meias - para - muito - pelo - em - por 25. (FMPA – MG)
(E) bem - por - meio - para o - pelas – na Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen-
te aplicada:
21. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo (A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
com a gramática: (B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros.
I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores. (C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
II - Muito obrigadas! – disseram as moças. (D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever.
III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada. (E) A cessão de terras compete ao Estado.
IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso. 26. (UEPB – 2010)
(A) em I e II Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos
(B) apenas em IV maiores nomes da educação mundial na atualidade.
(C) apenas em III Carlos Alberto Torres
(D) em II, III e IV
1
O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por-
(E) apenas em II tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no
3
pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversida-
22. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio de não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que
em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo
culta é: de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está
(A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se a diversidade
seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e a realidade fos-
líderes pefelistas. se uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de
(B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre-
qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa- sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade
íses passou despercebida. porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder,
(C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe.
dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação […]
social. Rosa Maria Torres
(D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um 15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre
morador não muito consciente com a limpeza da cidade. 16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po-
(E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui- lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e
mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra, pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de
a aventura à repetição. reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a
escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o
tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
indesejadas.
[…]

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Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibi- 28. (IABAS – FARMACÊUTICO - IBADE - 2019)
lidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29. Infestação de escorpiões no Brasil pode ser imparável
A infestação de escorpião no Brasil é o exemplo perfeito de
Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema como a vida moderna se tornou imprevisível. É uma característica
identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que do que, no complexo campo de problemas, chamamos de um mun-
I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo do “VUCA” (Volatility, uncertainty, complexity and ambiguity em in-
semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni- glês) - um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo.
mo, em relação à “diversidade”. Escorpiões, como as baratas que eles comem, são um a espécie
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi- incrivelmente adaptável. O número de pessoas picadas em todo o
dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura Brasil aumentou de 12 mil em 2000 para 140 mil no ano passado,
no paradigma argumentativo do enunciado. de acordo com o Ministério da Saúde. A espécie que aterroriza os
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co- brasileiros é o perigoso escorpião amarelo, ou Tityus serrulatus. Ele
loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi- se reproduz por meio do milagre da partenogênese, significando
dade e identidade”. que um escorpião feminino simplesmente gera cópias de si mesma
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi- duas vezes por ano - nenhuma participação masculina é necessária.
ção(ões) verdadeira(s). A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico “pro-
(A) I, apenas blema perverso”. Este termo, usado pela primeira vez em 1973, re-
(B) II e III fere-se a enormes problemas sociais ou culturais como pobreza e
(C) III, apenas guerra - sem solução simples ou definitiva, e que surgem na interse-
(D) II, apenas ção de outros problemas. Nesse caso, a infestação do escorpião ur-
(E) I e II bano no Brasil é o resultado de uma gestão inadequada do lixo, sa-
neamento inapropriado, urbanização rápida e mudanças climáticas.
27. (UNIFOR CE – 2006) No VUCA, quanto mais recursos você der para os problemas,
Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi- melhor. Isso pode significar tudo, desde campanhas de conscien-
sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao tização pública que educam brasileiros sobre escorpiões até for-
resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um ças-tarefa exterminadoras que trabalham para controlar sua popu-
rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o lação em áreas urbanas. Os cientistas devem estar envolvidos. O
silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as sistema nacional de saúde pública do Brasil precisará se adaptar a
suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Per- essa nova ameaça.
guntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra, Apesar da obstinada cobertura da imprensa, as autoridades
indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e federais de saúde mal falaram publicamente sobre o problema do
de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de escorpião urbano no Brasil. E, além de alguns esforços mornos em
ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada nível nacional e estadual para treinar profissionais de saúde sobre o
de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralida- risco de escorpião, as autoridades parecem não ter nenhum plano
de. para combater a infestação no nível epidêmico para o qual ela está
Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis se dirigindo.
diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa Temo que os escorpiões amarelos venenosos tenham reivindi-
indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui- cado seu lugar ao lado de crimes violentos, tráfico brutal e outros
mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas- problemas crônicos com os quais os urbanitas no Brasil precisam
sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na lidar diariamente.
igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis- * Hamilton Coimbra Carvalho é pesquisador em Problemas So-
tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos ciais Complexos, na Universidade de São Paulo (USP).
estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […]
Texto adaptado de Revista Galileu
(Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001. (https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/MeioAmbiente/noti-
p.68) cia/2019/02/infestacao-de-escorpioes-no-brasilpode-ser-imparavel-di-
z-pesquisador.html)
Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo- Observe a oração destacada:
cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se “A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico “pro-
o contexto, é blema perverso.”
(A) ceticismo. Sobre seus termos, é correto afirmar que:
(B) desdém. (A) escorpião é núcleo do sujeito.
(C) apatia. (B) urbano é predicativo do objeto.
(D) desinteresse. (C) perverso é núcleo do sujeito.
(E) negligência. (D) clássico é núcleo do predicativo do objeto.
(E) problema é núcleo do predicativo do sujeito.

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29. (SEAP-GO - AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL - IADES - Em “como se se fosse afundando, num prazer grosso que nem
2019) azeite”, é correto afirmar que:
(A) o termo “que” é um pronome relativo e funciona como su-
jeito.
(B) em “como SE SE fosse afundando”, têm-se, respectivamen-
te, uma conjunção subordinativa de natureza condicional e
uma partícula integrante do verbo.
(C) a expressão “que nem” é uma locução conjuntiva coorde-
nativa aditiva.
(D) em “como se se fosse afundando”, o primeiro “se” é par-
tícula apassivadora, enquanto o segundo “se” é um pronome
clítico.
(E) o termo “num” é uma combinação, entre a preposição “em”
e o artigo definido “um”, que apresenta caráter informal na lín-
gua portuguesa.
COYLE, A. Administração penitenciária: uma abordagem de direitos
humanos. Manual para servidores penitenciários. Brasília: Ministério 31. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – IF-BA –
da Justiça, 2002, p. 21. 2019)
Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto
Com base nas relações morfossintáticas estabelecidas pelo au- afirmar que o vocativo adequado a um texto no padrão ofício desti-
tor no primeiro período, assinale a alternativa correta. nado ao presidente do Congresso Nacional é
(A) Na linha 1, a conjunção “Quando” relaciona orações coor- (A) Senhor Presidente.
denadas entre si. (B) Excelentíssimo Senhor Presidente.
(B) Os termos “em prisões” (linha 1) e “seu aspecto físico” (li- (C) Presidente.
nha 2) funcionam como complementos verbais e classificam- (D) Excelentíssimo Presidente.
-se, respectivamente, como objeto indireto e objeto direto. (E) Excelentíssimo Senhor.
(C) As formas verbais “pensam” (linha 1) e “tendem a conside-
rar” (linhas 1 e 2) referem-se ao mesmo sujeito sintático: “as 32. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR
pessoas” (linha 1). ADMINISTRATIVO - INSTITUTO AOCP - 2019 )
(D) Na linha 1, a exclusão do pronome “elas” alteraria a estru- Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi-
tura do período, pois o predicado da segunda oração passaria a cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm
se referir a um sujeito indeterminado. várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação
(E) Na linha 2, o adjetivo “físico” completa o sentido do subs- que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que
tantivo “aspecto”, por isso desempenha a função de comple- se quer dizer.
mento nominal. (A) Dois-pontos.
(B) Ponto-e-vírgula.
30. (IF-RO - ENGENHEIRO CIVIL - IBADE - 2019) (C) Ponto-de-interrogação.
“Viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, sur- (D) Ponto-de-exclamação.
gir de ombros e braços nus, para dançar. A Lua destoldara-se nesse
momento, envolvendo-a na sua coma de prata, a cujo refulgir os 33. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS-
meneios da mestiça melhor se acentuavam, cheios de uma graça AOCP – 2018)
irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso, Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder
com muito de serpente e muito de mulher. Público redige atos normativos e comunicações. Em relação à reda-
Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebo- ção de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO,
lando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, os itens a seguir.
ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num re- A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos
quebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga são necessários para a comunicação: a) emissor, b) receptor, c) con-
empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como teúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa.
se se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite, em que Com relação à redação oficial, o emissor é o Serviço Público (Minis-
se não toma pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se voltas- tério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assunto
se à vida, soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O desti-
e vergando as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os natário ou receptor dessa comunicação ou é o público, o conjunto
quadris, e em seguida sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente, dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros
erguendo e abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro, Poderes da União.
sobre a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra, tiri- ( ) Certo
lando.” ( ) Errado
O cortiço, Aluísio de Azevedo.

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34. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 )


Determinadas palavras são frequentes na redação oficial. GABARITO
Conforme as regras do Acordo Ortográfico que entrou em vigor
em 2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras
grafadas conforme o Acordo. 1 D
I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, ca- 2 E
pitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-coordenador.
3 C
II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, di-
retor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral, sócio-gerente. 4 C
III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-dire- 5 B
tor, general de brigada, general de exército, segundo-secretário.
6 D
IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação,
pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-vestibular; Secretaria- 7 A
-Geral. 8 B
V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró-
-ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-família, Secretaria- 9 C
-Executiva, tenente-coronel. 10 D
Assinale a alternativa CORRETA:
11 B
(A) As afirmações I, II, III e V estão corretas.
(B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas. 12 B
(C) As afirmações II, III e IV estão corretas. 13 C
(D) As afirmações I, II e IV estão corretas.
14 A
(E) As afirmações III, IV e V estão corretas.
15 E
35. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018) 16 A
Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua.
Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que funda- 17 A
mentem esses usos. 18 C
Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3: 19 C
1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de
Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem. 20 A
2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª 21 C
Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do crime.
22 E
3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relaciona-
mento difícil com a mãe e teria discutido com ela momentos antes 23 C
de desferir os golpes. 24 A
INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso
da vírgula em cada frase. 25 C
( ) Para destacar deslocamento de termos. 26 B
( ) Para separar adjuntos adverbiais. 27 D
( ) Para indicar um aposto.
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: 28 E
(A) 1 – 2 – 3. 29 B
(B) 2 – 1 – 3.
30 B
(C) 3 – 1 – 2.
(D) 3 – 2 – 1. 31 B
32 B
33 CERTO
34 E
35 C

52
REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA,
ECONÔMICA E DE DIREITOS HUMANOS DO DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO
INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA E ECONÔMICA DO DF E DA RIDE, INSTITUÍDA
PELA LEI COMPLEMENTAR NO 94/1998 E SUAS ALTERAÇÕES

Visão histórica
A capital do Brasil foi primeiramente Salvador, depois se tornou o Rio de Janeiro e atualmente é Brasília no planalto central. A ideia
de levar a capital para o planalto central, porém ocorreu bem antes da fundação de Brasília. Abaixo relatamos um quadro histórico sobre
os fatos relevantes.

Marques de Pombal menciona levar a capital para interior do país usando como justificativa a segurança nacional,
1761
visto ficar interiorizada longe da costa marítima.
1789 Na inconfidência mineira manifestou-se o desejo de interiorizar a capital levando-a para a cidade de Ouro Preto.
Foi criado o congresso nacional. O deputado José de Bonifácio defendia veementemente a interiorização da ca-
1823 pital.
Neste mesmo ano José Bonifácio propõe o nome de “Brasília” para a nova capital.
Foi promulgada a 1ª constituição republicana.
1891 Esta constituição determinou a transferência, a demarcação e reserva de uma área de 14.400 Km2 no planalto
central para a fixação da capital do Brasil, oficializando assim a construção de Brasília.
Foi encaminhada para o Planalto Central a Missão Crul que era uma missão exploradora do planalto central do
1882 Brasil com o objetivo de fazer um estudo técnico. A missão Crul estudou e demarcou a área para a futura construção
da capital.
1922 Pedra Fundamental (Simplesmente um símbolo para anunciar que será construída a capital).
Foi encaminhada outra missão exploradora denominada Missão Poli Coelho para atualizar os dados, visto que 1ª
1946
missão foi no século passado.
1956 - 1960 No governo do presidente JK a capital é transferida após sua construção parcial.

Fatos relevantes sobre JK referentes a construção da capital


1954 — Morte de Getúlio Vargas
1955 — Eleição de Juscelino Kubitschek (JK)

Após ser eleito JK aplicou o seu plano político que continha dois pilares, conforme a imagem abaixo:

PLANO POLÍTICO DE JUSCELINO KUBITSCHEK (JK)


PILAR POLÍTICO PILAR ECONÔMICO
DEFENDER A CONSTITUIÇÃO LEMA PARA DESENVOLVIMENTO: 50 ANOS EM 5
PLANO DE 30 METAS PARA O DESENVOLVIMENTO
DEFENDER A DEMOCRACIA
LANÇAMENTO DA META SÍNTESE (CONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA)

Dentro deste contexto foi lançada então a Meta Síntese que tratava da construção e transferência da capital para a Brasília.

Construção e interiorização da capital


Na construção da capital no interior do Brasil ocorreram migrações internas principalmente de nordestinos e isto resultou num cres-
cimento desordenado na região.
Os seguintes fatores estavam envolvidos:
1 — Segurança nacional
2 — Interiorização do povoamento
3 — Integração nacional
4 — Interiorizaçao do desenvolvimento (pecuária e agricultura)

53
REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA, ECONÔMICA E DE DIREITOS HUMANOS DO
DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

A região do Distrito Federal e os arredores foram protagonistas dos fatos citados acima causando um grande impacto social e econô-
mico.
Neste cenário JK colocou o seu plano de desenvolvimento e metas estabelecidas por meio da construção de rodovias, abertura para
entrada de indústrias automobilísticas, etc. Esse foi um período marcado pelo grande desenvolvimento do Brasil em todos os aspectos.

Outros Fatos relevantes sobre a construção de Brasília


• Os trabalhadores na construção de Brasília eram conhecidos como “Candangos”;
• Participação da empresa pública NOVACAP na construção de Brasília;
• Os nomes chaves responsáveis pela construção de Brasília foram: Juscelino Kubitschek (Presidente do Brasil), Oscar Niemeyer (Pro-
jeto arquitetônico), Lúcio Costa (Projeto Urbanístico) e Israel Pinheiro (político e empresário).

Realocação populacional
Como foi relatado, Brasília foi construída por trabalhadores (candangos) vindos de outras regiões do Brasil (principalmente nordeste).
Estes trabalhadores fixaram residência na região, portanto era necessário realoca-los, liberando assim á área construída do DF para av
função política-administrativa.
Dentro deste contexto esta população foi alocada na periferia, nascendo então as Cidades Satélites, que inicialmente eram cinco nú-
cleos habitacionais: Planaltina, Brazilândia, Taguatinga, Núcleo Bandeirante e Candangolândia.
Todos esses acontecimentos se deram antes da inauguração de Brasília, mas até hoje o governo do Distrito Federal adota uma política
habitacional e urbana. Esta postura tem como objetivo preservar o plano piloto original da construção de Brasília com sua função políti-
ca-administrativa.
Dentro deste cenário migratório, os municípios do entorno de Goiás e Minas Gerais também foram alvos da migração de contingentes
populacionais, desta forma o DF e estes munícipios ficaram com relações estabelecidas e dependentes um do outro.

Criação da RIDE-DF (Rede Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno)


Ride na verdade é uma legislação que visa regulamentar aspectos jurídicos e administrativos desta realidade concreta de dependência
social, espacial, econômica, cultural e política entre as partes, neste caso do DF e os municípios do entorno.
Vamos ver a imagem abaixo para solidificar o conceito de RIDE.

R I D E
REGIÃO INTEGRADA (CONJUNTA) DESENVOLVIMENTO

Fatos relevantes sobre RIDE


• A RIDE-DF é a Rede Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno;
• A RIDE-DF é formada pelo DF + alguns municípios de Goiás e outros de Minas Gerais;
• As áreas de atuação da RIDE são: Transporte, saneamento básico, infraestrutura, saúde, segurança educação;
• Os municípios que pertencem a RIDE possuem prioridades na captação de recursos da UNIÃO;
• A legislação da RIDE foi criada em 1998 pela lei complementar No 94;
• A legislação da RIDE foi alterada em junho 2018 pela lei complementar 163 sancionada pelo presidente Michel Temer;
• Em 1998 a RIDE era formada pelo DF + 19 municípios de Goiás 2 de Minas Gerais;
• Após a alteração da lei em 2018 temos o DF + 29 municípios de Goiás 4 de Minas Gerais;
• Os 4 municípios de MG que fazem parte da RIDE são: Cabeceira Grande, Arinos, Buritis e Unaí, sendo que Cabeceira Grande e Arinos
são inclusões recentes na RIDE;
• Existem outras RIDE pelo Brasil regulamentadas pela legislação;
• Há 3 RIDEs no BRASIL (1º-DF e Entrono, 2º Teresina e Timom, 3º Juazeiro e Petrolina;
• A RIDE objeto do nosso estudo é a RIDE-DF e entorno;
• RIDE é diferente de Região Metropolitana.

Diferença entre RIDE e Região Metropolitana

RIDE REGIÃO METROPOLITANA


LEI FEDERAL LEI ESTADUAL
2 OU MAIS UNIDADES FEDERATIVAS TODOS OS MUNICÍPIOS DO ESTADO

Geografia e política regional


O Distrito Federal possui a área de 5.801,9 km² e está localizado na região Centro-Oeste. As regiões limítrofes do DF são Planaltina de
Goiás (Norte), Formosa (Nordeste e Leste), Minas gerais (Leste), Cristalina e Luziânia (Sul), Santo Antônio do Descoberto (Oeste e Sudoes-
te), Corumbá de Goiás (Oeste) e Padre Bernardo (Noroeste).

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DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

Abaixo relatamos um quadro de resumo geográfico e político-regional

RELEVO Planalto
VEGETAÇÃO Cerrado
CLIMA Tropical
HORÁRIO 3 horas em relação a Greenwich (Inglaterra)
RIOS PRINCIPAIS Preto, Paranoá, São Bartolomeu e Santo Antônio do Descoberto
GOVERNO DO DF Governador e câmara legislativa com 24 deputados

O Distrito Federal é dividido em 35 Regiões Administrativas, segundo a figura abaixo:

RA CIDADE RA CIDADE RA CIDADE


I Plano Piloto XII Samambaia XXIII Varjão
II Gama XIII Santa Maria XXIV Park Way
III Taguatinga XIV São Sebastião XXV Estrutural / Scia
IV Brazlândia XV Recanto das Emas XXVI Sobradinho II
V Sobradinho XVI Lago Sul XXVII Jardim Botânico
VI Planaltina XVII Riacho Fundo XXVIII Itapoã
VII Paranoá XVIII Lago Norte XXIX SIA
VIII Núcleo Bandeirante XIX Candangolândia XXX Vicente Pires
IX Ceilândia XX Águas Claras XXXI Fercal
X Guará XXI Riacho Fundo 2 XXXII Sol Nascente / Pôr do Sol
XXXIII Arniqueira
XI Cruzeiro XXII Sudoeste / Octagonal XXXIV Água Quente
XXXV Arapoanga

A região do plano piloto do DF é composta de órgãos diversos do governo federal, embaixadas, residências oficiais e prédios públicos
federais e estão localizados na asa norte e sul e lago sul, em sua grande maioria.
Também existe uma divisão em áreas segundo o segmento de atuação das empresas, tais como: Setor Comercial, Setor Bancário, Setor
Hospitalar, Setor de Diversões, Setor de Autarquias, Setor de Embaixadas, Setor de Clubes, áreas comerciais, residenciais, etc.

O fluxo urbano da região administrativa principal possui as vias principais


• Via Eixo Monumental: Esta avenida divide as áreas da região da Asa Norte e Asa Sul. Nestas áreas estão o congresso nacional, os
ministérios e outros órgãos;
• Via Eixo Rodoviário: É uma longa avenida que liga a cidade de norte a sul, de um lado a outro.
• W-3: Avenida comercial com muitas lojas, etc. Esta avenida também atravessa a cidade da asa norte a asa sul.
• L-2: Avenida onde encontramos escolas, hospitais, igrejas, etc. Esta avenida também atravessa a asa sul e norte.
• A Região administrativa principal possui o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.

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DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

Quando falamos em “Asa Norte” e “Asa Sul’, nos referimos a Plano Piloto (Planejamento da área administrativa do governo federal),
de acordo com a figura abaixo:

População de Brasília
Brasília é formada por gente de todos os lugares, todas as idades e de muitas gerações. É uma mistura de sotaques do Nordeste, Su-
deste, Norte e Sul do país e até de estrangeiros. Todos eles somam uma população de 2.786.684 de habitantes, e, segundo dados do IBGE,
a estimativa é que sejam mais de 3 milhões de pessoas na capital em 2017.
Por conta de seu rápido crescimento, já é a quarta cidade mais populosa do país. A maioria dos moradores, 52%, é mulher e tem em
média 30 anos. A expectativa de vida por aqui está cada vez maior – hoje já é de 77,6 anos, a segunda maior do país. A densidade demo-
gráfica atual é de 444,66 hab/km².
Os primeiros habitantes que chegaram a Brasília vieram, principalmente, atraídos pelos empregos na construção civil e ajudaram na
construção da capital. Eles eram chamados de candangos e aqui construíram e criaram famílias. Desses, surgiram os “brasilienses”, o gen-
tílico usado para quem nasceu aqui e adotado por quem veio de fora e assumiu a cidade como sua.
Assim como naquela época, a maioria dos imigrantes ainda hoje vem da região Nordeste, principalmente Bahia, Maranhão e Piauí, e
do Centro-Oeste, a maior parte de Goiás.
A capital ainda atrai tantos imigrantes por conta das oportunidades de trabalho, principalmente no setor público. A maioria da popu-
lação economicamente ativa da cidade (71,8%) trabalha na área de serviços, sendo que 15% é servidor da administração pública, defesa
ou seguridade social, de acordo com dados de 2015 da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

Economia
Para fins de entendimento vamos dividir a economia e setores conforme abaixo:

SETOR DA
PARTICIPAÇÃO SETORES ECONÔMICOS
ECONOMIA
Comunicações: Cia Brasil Telecom., estações publicas e privadas de televisão e suas regio-
nais, TV Câmara, TV Senado e Justiça.
TERCIÁRIO 94,3% Finanças: Em Brasília ficas as sedes de vários bancos tais como: Banco Central, Banco do
Brasil, Banco de Brasília, Caixa Econômica Federal, etc.
Entretenimento, tecnologia de informática e serviços legais.
SECUNDÁRIO 5,4% Construção e processamento de alimentos
Produtos agrícolas: café, hortaliças e grãos, milho, morango, etc.
PRIMÁRIO 0,3%
Pecuária e artesanato.

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DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

Clima § 2º Os Municípios que vierem a ser constituídos a partir de


No DF é predominante o clima tropical, com sua temperatura desmembramento de território de Município citado no § 1º deste
média de 22º C e variações que vão de 13º a 28º C. artigo passarão a compor, automaticamente, a Região Integrada de
Durante o dia a temperatura tende a se elevar. Sendo que após Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno.
a primavera acontecem períodos chuvosos com fortes chuvas de Art. 2º É o Poder Executivo autorizado a criar um Conselho Ad-
curta duração e a umidade do ar relativa do ar chega a 70% ministrativo para coordenar as atividades a serem desenvolvidas na
Durante os meses de maio e setembro as temperaturas ficam Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno.
mais altas com a baixa umidade relativa do ar. O território de Brasí- Parágrafo único. As atribuições e a composição do Conselho de
lia é muito seco, os períodos de seca tendem a durar até cinco me- que trata este artigo serão definidas em regulamento, dele parti-
ses. O DF é marcado pela baixa umidade relativa do ar, acentuando cipando representantes dos Estados e Municípios abrangidos pela
o desconforto e alerta de autoridades. RIDE.
Art. 3º Consideram-se de interesse da RIDE os serviços públicos
Cultura comuns ao Distrito Federal e aos Municípios que a integram, es-
Brasília foi reconhecida como patrimônio histórico da huma- pecialmente aqueles relacionados às áreas de infra-estrutura e de
nidade pela UNESCO, preservando assim o plano piloto original do geração de empregos.
projeto. Dentro deste cenário foi reconhecido o projeto urbanístico Art. 4º É o Poder Executivo autorizado a instituir o Programa
de Lucio Costa e o projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer. Especial de Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal.
Museus Históricos: Parágrafo único. O Programa Especial de Desenvolvimento do
• Catetinho: Primeira Residência oficial de Juscelino Kubitschek Entorno do Distrito Federal, ouvidos os órgãos competentes, esta-
• Museu vivo da história candanga. belecerá, mediante convênio, normas e critérios para unificação de
• Museu Nacional da República procedimentos relativos aos serviços públicos, abrangidos tanto
• Centro cultural três poderes os federais e aqueles de responsabilidade de entes federais, como
aqueles de responsabilidade dos entes federados referidos no art.
Todos reúnem fotos, peças e objetos de JK, objetos da história 1º, especialmente em relação a:
dos construtores de Brasília (candangos) e da república. I - tarifas, fretes e seguros, ouvido o Ministério da Fazenda;
• Casa do Cantador: Espaço dedicado aos repentistas e litera- II - linhas de crédito especiais para atividades prioritárias;
tura de Cordel III - isenções e incentivos fiscais, em caráter temporário, de fo-
• Feira da Torre de TV: Mostra a diversidade do povo de Brasí- mento a atividades produtivas em programas de geração de empre-
lia, através da culinária, objetos em geral. gos e fixação de mão-de-obra.
Art. 5º Os programas e projetos prioritários para a região, com
LEI COMPLEMENTAR Nº 94, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 especial ênfase para os relativos à infra-estrutura básica e geração
de empregos, serão financiados com recursos:
Autoriza o Poder Executivo a criar a Região Integrada de Desen- I - de natureza orçamentária, que lhe forem destinados pela
volvimento do Distrito Federal e Entorno - RIDE e instituir o Progra- União, na forma da lei;
ma Especial de Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal, e II - de natureza orçamentária que lhe forem destinados pelo
dá outras providências. Distrito Federal, pelos Estados de Goiás e de Minas Gerais, e pelos
Municípios abrangidos pela Região Integrada de que trata esta Lei
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- Complementar;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: III - de operações de crédito externas e internas.
Art. 6º A União poderá firmar convênios com o Distrito Federal,
Art. 1º É o Poder Executivo autorizado a criar, para efeitos de os Estados de Goiás e de Minas Gerais, e os Municípios referidos
articulação da ação administrativa da União, dos Estados de Goiás no § 1º do art. 1º, com a finalidade de atender o disposto nesta Lei
e Minas Gerais e do Distrito Federal, conforme previsto nos arts. Complementar.
21, inciso IX, 43 e 48, inciso IV, da Constituição Federal, a Região Art. 7º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua
Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - RIDE. publicação.
§ 1º A Região Administrativa de que trata este artigo é cons- Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário.
tituída pelo Distrito Federal, pelos Municípios de Abadiânia, Água
Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Alto Paraíso de Brasília, 19 de fevereiro de 1998; 177 da Independência e 110
Goiás, Alvorada do Norte, Barro Alto, Cabeceiras, Cavalcante, Cida- da República.
de Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina,
Flores de Goiás, Formosa, Goianésia, Luziânia, Mimoso de Goiás,
Niquelândia, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, II PLANO DISTRITAL DE POLÍTICA PARA MULHERES
Santo Antônio do Descoberto, São João d’Aliança, Simolândia, Val- (2020 – 2023)
paraíso de Goiás, Vila Boa e Vila Propício, no Estado de Goiás, e
de Arinos, Buritis, Cabeceira Grande e Unaí, no Estado de Minas
DECRETO Nº 42.590, DE 07 DE OUTUBRO DE 2021
Gerais. (Redação dada pela Lei Complementar nº 163, de
2018)
Aprova o II Plano Distrital de Políticas Públicas para as Mulhe-
res, institui o Comitê de Articulação e Monitoramento e dá outras
providências.

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DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

§4º Também poderão ser convidados a participar do Comitê de


O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições Articulação e Monitoramento do II PDPM especialistas e represen-
que lhe confere o artigo 100, incisos VII e X, da Lei Orgânica do Dis- tantes de outros órgãos ou entidades públicas e privadas.
trito Federal, DECRETA: Art. 5º Compete ao Comitê de Articulação e Monitoramento
Art. 1º O II Plano Distrital de Políticas para as Mulheres - II do II PDPM:
PDPM, consiste em conjunto de propostas de políticas públicas I - articular, apoiar, incentivar e subsidiar tecnicamente a imple-
elaboradas por órgãos governamentais, não governamentais e so- mentação do II PDPM;
ciedade civil para garantir a igualdade das mulheres e combater a II - estabelecer a metodologia de monitoramento do II PDPM;
discriminação de gênero. III - acompanhar, monitorar e avaliar as atividades de imple-
Art. 2º O II PDPM passa a vigorar nos termos do disposto no mentação do II PDPM;
Anexo deste Decreto. IV - promover a difusão do II PDPM junto a órgãos e entidades
Art. 3º O acompanhamento, a articulação, o monitoramento governamentais e não governamentais;
e a avaliação periódica quanto ao cumprimento dos objetivos, me- V - efetuar ajustes de objetivos, ações e metas do II PDPM;
tas e ações definidos no II PDPM, será implementado pelo Comitê VI - elaborar relatório anual de acompanhamento das ações do
de Articulação e Monitoramento do II PDPM, instituído nos termos II PDPM, e
deste Decreto e vinculado à Secretaria de Estado da Mulher do Dis- VII - Criar as condições necessárias para a elaboração do III Pla-
trito Federal. no Distrital de Políticas para as Mulheres, com escopo de garantir a
Art. 4º O Comitê de Articulação e Monitoramento do II PDPM continuidade e o aprimoramento das ações estipuladas no II PDPM.
de que trata o artigo anterior será integrado por: Art. 6º O Comitê de Articulação e Monitoramento do II PDPM
I - 4 (quatro) representantes do Conselho dos Direitos da Mu- tem como Objetivo Geral:
lher do Distrito Federal,obrigatoriamente dentre as representações I - articular, monitorar e avaliar periodicamente o cumprimento
da sociedade civil; e dos objetivos, metas e ações definidos no II PDPM.
II - 1 (uma) representante, titular e suplente, dos seguintes ór- Art. 7º O Comitê de Articulação e Monitoramento do II PDPM
gãos da Administração Pública do Distrito Federal: tem como Objetivos Específicos:
a) Secretaria de Estado de Economia; I - Articular e fortalecer a integração entre os órgãos envolvidos
b) Secretaria de Estado de Saúde; no II PDPM;
c) Secretaria de Estado de Comunicação; II - Promover a participação e o controle social no processo de
d) Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania; implementação, monitoramento e avaliação do II PDPM;
e) Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e III - Fortalecer a Secretaria de Estado da Mulher do Distrito
Desenvolvimento Rural; Federal para a articulação, implementação e aprimoramento do II
f) Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa; PDPM;
g) Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade; IV - Apresentar o relatório de execução e avaliação do II PDPM,
h) Secretaria de Estado de Esporte e Lazer; no início do ciclo do Plano Plurianual, visando a incorporação de
i) Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social; propostas de políticas para as mulheres no PPA 2024-2027; e
j) Secretaria de Estado de Turismo; V - Elaborar, ao final do triênio 2020/2023, proposta de texto
k) Secretaria de Estado de Educação; para iniciar discussão para elaboração do III PDPM.
l) Secretaria de Estado de Empreendedorismo; Art. 8º O Comitê de Articulação e Monitoramento deliberará
m) Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico; mediante resolução, por maioria simples dos presentes, tendo sua
n) Secretaria de Estado de Trabalho; coordenadora o voto de qualidade no caso de empate.
o) Secretaria de Estado de Governo; Art. 9º O Comitê de Articulação e Monitoramento poderá insti-
p) Secretaria de Estado de Juventude; tuir câmaras técnicas, que auxiliarão no cumprimento de suas atri-
q) Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade; buições, bem como na sistematização das informações recebidas e
r) Secretaria Extraordinária da Pessoa com Deficiência; poderão ainda, subsidiar a elaboração dos relatórios anuais.
s) Secretaria de Estado de Segurança Pública; Art. 10. A Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal
t) Secretaria de Estado de Atendimento à Comunidade; prestará suporte técnico e administrativo para a execução dos tra-
u) Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação; balhos e o funcionamento do Comitê de Articulação e Monitora-
v) Secretaria de Estado Desenvolvimento Urbano e Habitação; mento do II PDPM e suas câmaras técnicas.
w) Secretaria de Estado de Obras e Infraestrutura; e Art. 11. As atividades dos membros do Comitê de Articulação
x) Secretaria Extraordinária da Família. e Monitoramento e das câmaras técnicas são consideradas serviço
§1º À Secretaria de Estado da Mulher competirá a coordenação público relevante, não remunerado.
do Comitê e indicará seus representantes nos termos do inciso II do Art. 12. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
art. 4º Brasília, 07 de outubro de 2021 132º da República e 62º de
§ 2º Os membros do Comitê de Articulação e Monitoramento Brasília
do II PDPM serão indicados pelos titulares dos órgãos e entidades
relacionados neste artigo, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da
publicação deste Decreto, e designados por ato da Secretária de
Estado da Mulher do Distrito Federal.
§3º Serão convidadas para participar do Comitê de Articulação
e Monitoramento do II PDPM a Defensoria Pública do Distrito Fede-
ral e a Companhia de Planejamento do Distrito Federal.

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DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

ANEXO - Promover o acesso de mulheres a programas e projetos de


II PLANO DISTRITAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES geração de renda, por meio do incentivo à economia solidária e à
2020 – 2023 criação de espaços colaborativos.

O II Plano Distrital de Políticas para as Mulheres - II PDPM, con- Metas


siste em conjunto de propostas de políticas públicas elaboradas por - Reduzir a taxa de desemprego de mulheres no DF;
órgãos governamentais, não governamentais e sociedade civil para - Aumentar o número de mulheres atendidas com processos
garantir a igualdade das mulheres e combater a discriminação de de formação profissional e ação empreendedora nos programas e
gênero, contemplando ações e metas distribuídas em 9 eixos. projetos de desenvolvimento da autonomia econômica;
Eixo 1 – Igualdade no Mundo do Trabalho e Autonomia Eco- - Aumentar o número de parcerias com organizações governa-
nômica mentais e não governamentais, para o desenvolvimento de ações
Eixo 2 – Educação para Igualdade de promoção da igualdade de gênero e oferta de cursos de para
Eixo 3 – Saúde Integral das Mulheres, Direitos Sexuais e mulheres por meio da REDE SOU MAIS MULHER;
Reprodutivos - Aumentar o número de cursos, palestras, treinamentos para a
Eixo 4 – Enfrentamento de Todas as Formas de Violência contra formação e profissionalização de mulheres;
as Mulheres - Aumentar o número de mulheres com acesso a linhas de cré-
Eixo 5 – Participação das Mulheres nos Espaços de Poder e dito e financiamento para fomentar a ação empreendedora;
Decisão - Ampliar o número de vagas para mulheres em feiras e/ou lo-
Eixo 6 – Igualdade para as Mulheres Rurais jas/espaços colaborativos.
Eixo 7 – Cultura, Esporte Comunicação e Mídia
Eixo 8 – Enfrentamento do Racismo, Sexismo, Lesbofobia e EIXO 2
Transfobia EDUCAÇÃO PARA A IGUALDADE
Eixo 9 – Igualdade para Mulheres Jovens, Mulheres Idosas e
Mulheres com Deficiência Objetivo Geral
Contribuir para a redução da desigualdade de gênero e para
EIXO 1 o enfrentamento do preconceito e da discriminação étnico-racial,
IGUALDADE NO MUNDO DO TRABALHO E AUTONOMIA religiosa, geracional, por orientação sexual e por identidade de gê-
ECONÔMICA nero, por meio da formação de gestores/as profissionais da edu-
cação e estudantes em todos os níveis e modalidades de ensino.
Objetivo Geral Faz-se necessário garantir o acesso, a permanência e o sucesso de
Promover a autonomia econômica das mulheres e a igualda- jovens e mulheres à educação de qualidade, com especial atenção
de no mundo do trabalho, tanto no que se refere ao acesso quan- aos grupos com baixa escolaridade (mulheres adultas e idosas, com
to à remuneração das mulheres urbanas, do campo e do Cerrado, deficiência, negras, indígenas, rurais e em situação de prisão).
considerando todas as desigualdades de classe, raça e etnia, de-
senvolvendo ações específicas que contribuam para eliminação da Objetivos Específicos
desigual divisão de gênero do trabalho, com ênfase em políticas de - Promover o acesso e a permanência na educação formal de
erradicação da pobreza e na valorização da participação das mulhe- meninas e mulheres para promover o pleno desenvolvimento de
res no desenvolvimento socioeconômico. suas competências e de sua autonomia emocional, social e econô-
mica;
Objetivos Específicos - Consolidar, na política educacional do DF, o respeito pela di-
- Ampliar a inserção das mulheres no mundo do trabalho, favo- versidade em todas as suas formas, de modo a garantir uma educa-
recendo sua autonomia econômica; ção igualitária e cidadã;
- Contribuir para a igualdade salarial entre homens e mulheres; - Contribuir para a redução da violência de gênero, incluindo a
- Contribuir para superação e eliminação da cultura da divisão temática da prevenção da violência sexual, familiar e doméstica de
sexual do trabalho, promovendo a valorização do trabalho das mu- forma transversal no curriculum escolar e no projeto político peda-
lheres; gógico das escolas do DF;
- Promover o acesso e a permanência de mulheres, ao longo da - Promover a inclusão, nos cursos de capacitação e de formação
vida, na educação formal, para fortalecer a formação e oportunizar de profissionais da educação e da comunidade escolar, temas com
o acesso ao mercado de trabalho e à sua autonomia econômica; foco na construção de uma cultura de paz, equidade de gênero e
- Ampliar o acesso de mulheres a iniciativas de promoção do respeito às diversidades; e
empreendedorismo feminino, oferecendo novas oportunidades de - Promover formação continuada para gestores, professores e
geração de renda. estudantes, com o intuito de desenvolver escuta qualificada, atitu-
- Promover e ampliar o acesso de mulheres a cursos de qualifi- de protetiva e atuação em Rede nas situações de vulnerabilidade
cação profissional, a fim de melhorar as oportunidades de coloca- social e de violência doméstica.
ção/recolocação no mercado de trabalho;
- Promover o acesso das mulheres ao mercado de trabalho for- Metas
mal, por meio do fomento à criação de vagas de emprego a serem - Incluir programas que contemplem a temática de gênero na
preenchidas exclusivamente por mulheres; política educacional do DF;

59
REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA, ECONÔMICA E DE DIREITOS HUMANOS DO
DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

- Ampliar o número de vagas nos cursos de formação da Sub- - Assegurar o direito ao atendimento especializado, personali-
secretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação – zado e humanizado nas situações de violação de direitos, de violên-
EAPE, que possuem temática relacionada a relações étnico-raciais, cia sexual, doméstica e familiar em toda a Rede de saúde pública e
igualdade de gênero e direitos humanos, promoção da Cultura da privada do DF; e
Paz e prevenção de todos os tipos de violência; - Promover estratégias de comunicação e educação em saúde,
- Ampliar o acesso e o número de vagas para matrículas de mu- com foco na qualificação dos profissionais e na orientação da popu-
lheres e seus filhos desde a educação básica até a formação profis- lação nas temáticas relacionadas às relações étnicoraciais, na igual-
sionalizante e superior; dade de gênero e direitos humanos, na promoção da Cultura da Paz
- Ampliar o número de matrículas de mulheres na Educação de e na prevenção de todos os tipos de violência.
Jovens e Adultos - EJA, a fim de viabilizar o acesso da jovem, adulta
e idosa à educação formal; e Metas
- Ampliar o número de escolas contempladas com ações do - Implantar o Centro Especializado de Saúde da Mulher - CES-
Programa “Maria da Penha Vai à Escola”. MU nas Regiões de saúde do DF;
- Implantar a Linha de Cuidado da Atenção Oncológica no DF,
EIXO 3 assegurando o acesso à confirmação diagnóstica, ao tratamento de
SAÚDE INTEGRAL DAS MULHERES, DIREITOS SEXUAIS E câncer e às cirurgias reparadoras;
REPRODUTIVOS - Implantar a Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde
de pessoas em situação de violência sexual, doméstica e familiar;
Objetivo Geral - Ampliar o número de mulheres que realizam exame de ma-
Assegurar o direito à saúde integral, sexual e reprodutiva das mografia e citopatológico do colo do útero;
mulheres, promovendo a vida com qualidade, equidade e direi- - Aumentar o número de partos normais no SUS e na saúde
tos, por meio da implementação de estratégias para qualificação e suplementar;
acesso a todas as ações da saúde, sem discriminação de qualquer - Reduzir a incidência de gravidez na adolescência, entre as fai-
espécie, resguardadas as identidades e especificidades de raça, et- xas etárias de 10 a 19 anos;
nia, geração, classe social, orientação sexual, identidade de gênero - Aumentar o número de mulheres assistidas pela saúde pri-
e deficiência. sional; e
- Aumentar o número de profissionais de saúde com acesso a
Objetivos Específicos programas de educação permanente que abordem a temática re-
- Contribuir para o fortalecimento e a implementação integral lacionada às relações étnico-raciais, igualdade de gênero e direitos
das legislações e Políticas Nacional e Distrital de Atenção Integral à humanos, promoção da Cultura da Paz e prevenção de todos os ti-
Saúde da Mulheres e das diretrizes do SUS, considerando-se as mu- pos de violência.
lheres em todas as suas especificidades e diversidades étnicoracial
e de gênero; EIXO 4
- Promover melhorias nas condições de saúde física e mental ENFRENTAMENTO DE TODAS AS FORMAS DE VIOLÊNCIA
das mulheres, em todas as fases da sua vida, com a garantia de CONTRA AS MULHERES
acesso à prevenção, à assistência e à recuperação e reabilitação da
sua saúde; Objetivo Geral
- Formular e implantar políticas que promovam a qualificação Estabelecer princípios, diretrizes, projetos e políticas de pre-
e humanização da atenção integral à saúde de meninas e mulheres venção e combate à violênciacontra as mulheres, assim como de
na Rede Pública e Privada do DF, visando o enfrentamento das Do- assistência e garantia de direitos às mulheres em situação de vio-
enças Crônicas Não Transmissíveis e dos Transtornos Mentais; lência, conforme normas e instrumentos internacionais de direitos
- Promover os direitos sexuais e os direitos reprodutivos de humanos e legislação nacional e distrital.
todas as mulheres, com a implantação de iniciativas afirmativas e
inovadoras, considerando-se as suas características geracionais, de Objetivos Específicos
raça, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, local de mora- - Promover a implementação da Lei n. 11.340, de 7 de agosto
dia, trabalho, deficiência e situação de privação de liberdade; de 2006 – Lei Maria da Penha, garantindo sua plena divulgação, in-
- Promover o acesso e a assistência às mulheres no planeja- cluindo o tema nos currículos de formação de agentes de seguran-
mento reprodutivo, no pré-natal, no parto, no puerpério e no acom- ça, de saúde, de educação e de outros profissionais;
panhamento da primeira infância, com atendimento adequado, se- - Fortalecer a rede de serviços especializados de atendimento
guro e humanizado; às mulheres em situação de violência e ampliar as parcerias com
- Propor políticas, programas, projetos e ações que promovam instituições que atuam nessa temática.
a saúde sexual e reprodutiva de meninas no DF, com foco na redu- - Promover a formulação de políticas públicas de redução da
ção do índice de gravidez na adolescência e na prevenção de doen- violência de gênero em espaços públicos e privados;
ças e infecções sexualmente transmissíveis – DST/IST; - Promover ações que favoreçam mudança cultural, por meio
- Promover o acesso de mulheres à atenção humanizada para da disseminação de valores éticos de irrestrito respeito às diversi-
a prevenção, o diagnóstico e o tratamento imediato e completo do dades de gênero e valorização da cultura da paz;
câncer, em especial, em relação aos cuidados necessários para o - Realizar trabalho de responsabilização reeducação e reflexão
câncer de mama e de colo de útero; com autores de violência doméstica contra as mulheres;
- Fortalecer a segurança cidadã das mulheres em situação de
violência e acesso à justiça;

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DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

- Promover políticas de enfrentamento da exploração sexual e - Promover a formação de lideranças femininas, por meio da
do tráfico de mulheres; oferta de programas e incentivo à participação de meninas e mu-
- Garantir o atendimento humanizado, integral e qualificado às lheres em conselhos e grupos organizados; e
mulheres nos serviços especializados e na rede de enfrentamento - Promover a participação das mulheres no planejamento ur-
da violência; bano das cidades.
- Garantir o direito à segurança e à integridade física e emocio-
nal de mulheres em situação de violência doméstica e familiar com Metas
risco iminente de morte, por meio de abrigamento; - Ampliar o número de mulheres em cargos de decisão no âm-
- Promover campanhas e ações em defesa da Lei Maria da Pe- bito do Governo do Distrito Federal; e
nha (Lei n. 11.340/2006); - Aumentar o número de mulheres participando da formulação
- Realizar cursos de formação na área de questões de gênero e e implementação das políticas públicas, por meio da representação
de violência contra as mulheres; e em Conselhos, Fóruns, Comitês etc.
- Implementar parcerias para atuar na prevenção e no enfrenta-
mento da violência de gênero, sem preconceitos e discriminações. EIXO 6
IGUALDADE PARA AS MULHERES RURAIS
Metas
- Reduzir os índices de violência contra as mulheres e de femi- Objetivo Geral
nicídios; Promover o direito das mulheres à vida com qualidade no meio
- Ampliar os serviços especializados de atendimento às mulhe- rural, respeitando suas especificidades e garantindo o acesso a
res em situação de violência e a capilaridade do atendimento; bens, equipamentos e serviços públicos, em especial no acesso à
- Aumentar o número de serviços de abrigamento (Casas Abri- terra e ao desenvolvimento rural sustentável.
go, Abrigamento Provisório);
- Articular a priorização do atendimento das mulheres em situ- Objetivos Específicos
ação de violência nos programas de habitação social, inserção no - Promover o acesso das mulheres rurais às Políticas Públicas,
mundo do trabalho, geração de trabalho e renda, economia solidá- com foco na promoção, na proteção e na garantia dos direitos;
ria e capacitação profissional; - Garantir o funcionamento e a participação das Mulheres Ru-
- Incorporar a temática do enfrentamento da violência contra rais no Fórum Distrital Permanente das Mulheres do Campo e do
as mulheres e a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) nos con- Cerrado;
teúdos programáticos de cursos principalmente no processo de for- - Promover a valorização e o reconhecimento da contribuição
mação dos operadores de direito, de gestores e gestoras públicos/ econômica das mulheres rurais, favorecendo sua autonomia socio-
as e no conteúdo dos concursos públicos; econômica;
- Construir equipamentos públicos especializados de atendi- - Aprimorar a organização produtiva das mulheres do campo,
mento às mulheres e aos autores de violência; e respeitando suas especificidades culturais e a sustentabilidade am-
- Ampliar o quantitativo das Casas da Mulher Brasileira. biental;
- Fortalecer a agricultura familiar e os agronegócios, por meio
EIXO 5 da disponibilidade da assistência técnica e extensão rural; e
PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NOS ESPAÇOS DE PODER - Fortalecer a cadeia produtiva, prestando apoio à sua organi-
E DECISÃO zação, produção e comercialização, viabilizando, também, o acesso
aos recursos naturais e materiais.
Objetivo Geral
Fomentar e fortalecer a participação igualitária, plural e mul- Metas
tirracial das mulheres nos espaços de poder e decisão, por meio da - Implantar a Agenda das Mulheres Rurais no DF;
promoção de mudanças culturais, legislativas e institucionais que - Realizar 5 reuniões por ano do Fórum Distrital Permanente
contribuam para a construção de valores e atitudes equânimes e das Mulheres do Campo e do Cerrado;
democráticas na implementação de políticas de igualdade de gê- - Ampliar o número de mulheres rurais atendidas por progra-
nero. mas nas áreas da assistência social, da saúde, do trabalho, na ga-
rantia de direitos e na promoção, proteção e prevenção no enfren-
Objetivos Específicos tamento à violência;
- Promover a criação, a revisão e a implementação de políticas, - Aumentar o número de mulheres com acesso a programas de
programas, projetos e ações, legislação e demais instrumentos nor- organização produtiva e de agronegócios, em especial, para aquelas
mativos, com vistas à promoção da igualdade de gênero e à amplia- que vivem em contexto de vulnerabilidade social, notadamente nas
ção de oportunidades para as mulheres na ocupação de posições periferias urbanas para o desenvolvimento de sua autonomia eco-
de decisão nas instituições governamentais e não governamentais; nômica e o empreendedorismo rural; e
- Promover estratégias para a ampliação da participação das - Ampliar o número de mulheres rurais atendidas em progra-
mulheres nos espaços de poder e decisão e garantir a sua participa- mas de geração de renda, para promover a comercialização da
ção político-partidária; produção, viabilizando o acesso ao crédito e a sua participação em
- Garantir a participação das mulheres no controle social das feiras permanentes e em eventos.
políticas públicas, especialmente por meio do fortalecimento do
Conselho dos Direitos da Mulher do DF – CDM;

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DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

EIXO 7 - Contribuir para a superação da violência contra as mulheres


CULTURA, ESPORTE, COMUNICAÇÃO E MÍDIA e da violência institucional, decorrente do racismo, do sexismo, da
lesbofobia e da transfobia e de todas as formas de preconceito e
Objetivo Geral discriminação;
Ampliar e promover a participação das mulheres na vida cul- - Instituir ações para superação do racismo institucional contra
tural e no exercício do esporte, do lazer, da comunicação e da mí- mulheres, garantindo o acesso equânime aos diferentes serviços e
dia, observando-se as dimensões de raça, etnia, orientação sexual, às políticas públicas;
identidade de gênero, local de moradia, trabalho, classe social, de- - Implantar a Rota da Diversidade do DF;
ficiência e geracional das mulheres. - Realizar encontros, seminário e espaços para debates e dis-
cussão programática do enfrentamento do racismo, do sexismo, da
Objetivos Específicos lesbofobia e da transfobia;
- Promover a participação das mulheres na vida cultural, me- - Realizar campanha de promoção da igualdade de acesso, de
diante o acesso aos meios de produção, aos eventos, aos acervos permanência e de ascensão das mulheres negras, lésbicas e transe-
de bibliotecas, às universidades, observando-se sempre suas espe- xuais nas instituições públicas e privadas;
cificidades; - Aumentar a disponibilização de financiamento por meio de
- Promover a inserção das mulheres em ações educativas de microcrédito para população negra, mulheres e LGBTs; e
esporte e lazer, orientadas para inclusão social e para cidadania; - Implementar o Plano Distrital de Promoção da Igualdade Ra-
- Ampliar a participação das mulheres nas diferentes modali- cial.
dades esportivas, a fim de promover a valorização feminina e os
referenciais de igualdade de gênero; Metas
- Combater os estereótipos femininos em campanhas publicitá- - Aumentar a inserção das mulheres negras e LGBTs no mer-
rias, por meio de debates e espaços de discussão; cado de trabalho, promovendo-se a igualdade de oportunidades;
- Promover o protagonismo feminino, ampliando as formas de - Implementar o Plano de Capacitação em Direitos Humanos
inserção e de acesso aos meios de comunicação e à mídia; e para servidores públicos do DF;
- Promover o acesso de mulheres à produção artística e cultural - Ampliar o oferecimento de cursos que contribuam para valo-
e realizar a divulgação, incentivando a valorização e a difusão dos rização da diversidade e para a superação do racismo, do sexismo,
trabalhos produzidos pelas mulheres. da lesbofobia e da transfobia; e
- Realizar pesquisas relacionadas à temática de gênero e diver-
Metas sidade.
- Realizar ações educativas que favoreçam a participação das
mulheres em espaços públicos e em eventos culturais e esportivos; EIXO 9
- Aumentar o número de vagas em eventos esportivos e de la- IGUALDADE PARA AS MULHERES JOVENS, MULHERES
zer para as mulheres do DF; IDOSAS E MULHERES COM DEFICIÊNCIA
- Aumentar o número de mulheres com acesso a programas de
formação para a produção artística e cultural; Objetivo Geral
- Elaborar plano de comunicação e mídia, voltado para as polí- Promover a igualdade de direitos e de oportunidades para mu-
ticas de gênero; e lheres jovens, mulheres idosas e mulheres com deficiência.
- Divulgar periodicamente os dados do Observatório da Mulher,
como meio de promover a comunicação e a mídia. Objetivos Específicos
- Contribuir para a implementação da Política Distrital de Aten-
EIXO 8 ção ao Jovem, ao Idoso e às Pessoas com Deficiência, com a incor-
ENFRENTAMENTO DO RACISMO, SEXISMO, LESBOFOBIA poração do recorte de gênero nos programas, projetos e ações por
E TRANSFOBIA elas articuladas;
- Garantir a igualdade de direitos e oportunidades no acesso,
Objetivo Geral na permanência e na promoção das jovens, das idosas e das mulhe-
Instituir políticas, programas e ações de enfrentamento do ra- res com deficiência no mercado de trabalho;
cismo, do sexismo, da lesbofobia e da transfobia, a fim de garantir a - Fortalecer ações de promoção da autonomia das mulheres
equidade, por intermédio da incorporação da perspectiva de raça, jovens e idosas, considerando-se as suas especificidades e diversi-
etnia e orientação sexual nas políticas direcionadas às mulheres. dades;
- Fortalecer ações de promoção da autonomia das mulheres
Objetivos Específicos com deficiência, considerando-se as suas especificidades e diversi-
- Favorecer a promoção das mulheres, considerando sua diver- dades, com especial atenção ao que se refere à acessibilidade, ao
sidade com foco na superação das desigualdades baseadas no ra- acesso ao mercado de trabalho, à educação especial e ao enfrenta-
cismo, no sexismo, na orientação sexual e na identidade de gênero; mento da violência;
- Fomentar a produção e difusão de conhecimentos sobre a - Favorecer o acesso das mulheres jovens ao primeiro emprego;
dimensão ideológica do racismo, do sexismo, da lesbofobia e da e
transfobia sobre todas as formas de discriminação e preconceito - Incentivar e fortalecer a inclusão das mulheres no sistema
contra as mulheres, em especial a misoginia e a heteronormativi- previdenciário, especialmente as rurais e as idosas.
dade;

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DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

Metas 2. Em relação à população feminina do Distrito Federal (DF), a


- Diminuir as formas de violência e de discriminação contra capital tem o maior índice de processos de medidas protetivas por
meninas, mulheres jovens, idosas e mulheres com deficiência, por violência contra a mulher do País. São 2.243 processos a cada 100
meio de garantia de acesso aos equipamentos públicos, programas mil mulheres residentes. O DF é seguido pelo Mato Grosso do Sul,
e projetos governamentais; com 1.793, e pelo Paraná, com 1.522. Entre janeiro de 2020 e maio
- Aumentar o acesso de mulheres jovens, idosas e com defici- deste ano, o Brasil registrou 572.159 medidas protetivas de urgên-
ência ao mercado de trabalho; cia para meninas e mulheres em situação de violência doméstica.
- Ampliar o oferecimento de cursos de formação profissional, Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br>.
visando à absorção das mulheres jovens, idosas e com deficiência Acerca da realidade social e cultural do DF no que tange à
ao mundo do trabalho; violência contra a mulher, assinale a alternativa correta.
- Incluir as especificidades das mulheres jovens, idosas e com (A) A violência contra a mulher é um fenômeno social carac-
deficiência nas políticas públicas direcionadas às mulheres; terístico de pequenas e de médias cidades, sendo Brasília uma
- Aumentar a produção e publicação de estudos, pesquisas, exceção à regra.
dados e indicadores sobre igualdade de gênero, mulheres jovens, (B) A ausência de legislação específica de proteção à mulher
idosas e com deficiência; e vítima de violência e de políticas de combate a essa tipologia
- Ampliar a permanência das meninas e mulheres jovens na de crime indica um elevado índice de violência contra a mulher
educação formal, para evitar a evasão escolar, em especial para as no DF.
negras, as trabalhadoras rurais, as quilombolas, asindígenas, as lés- (C) No DF, há apenas uma delegacia especializada em crimes
bicas, as mulheres com deficiência e as adolescentes que estejam contra a mulher, o que aumenta a impunidade dos criminosos
cumprindo medidas socioeducativas. e a sensação de vulnerabilidade das mulheres.
(D) A violência contra a mulher está dispersa no território da
Prezado(a), Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e En-
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico torno, sendo maior nas cidades com mais poder aquisitivo e
será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re- com menor população.
servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila, (E) Os principais registros de crimes contra a mulher no DF re-
sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona- lacionam-se a injúria, a ameaça e a lesão corporal, o que indica
dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não o alto número de medidas protetivas.
cabem na estrutura de nossas apostilas. 3. Relativamente às mais diversificadas características que en-
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são volvem o Distrito Federal, julgue o item.
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po- A ideia de transferência da Capital do Brasil para área litorânea
dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste do interior do País é relativamente recente, só vindo à tona a partir
material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno. dos anos 1930-1940 (Era Vargas).
Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha me- ( ) CERTO
lhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação da ( ) ERRADO
apostila.
Se preferir, indicamos também acesso direto ao arquivo pelo 4. Relativamente às mais diversificadas características que en-
link a seguir: https://www.mulher.df.gov.br/pdpm/ volvem o Distrito Federal, julgue o item.
Incluída no Plano de Metas de Juscelino Kubistchek (JK), a cons-
trução de Brasília, realizada em tempo recorde e inaugurada em
QUESTÕES 1960, foi justificada, entre outras razões, como estímulo à interiori-
zação do desenvolvimento nacional.
1. A Casa do Cantador na Região Administrativa de Ceilândia é ( ) CERTO
um dos principais equipamentos culturais de Ceilândia e do Distrito ( ) ERRADO
Federal (DF). Esse equipamento integra a realidade cultural do DF
e foi fundado como espaço da cultura popular. Quanto à Casa do 5. Relativamente às mais diversificadas características que en-
Cantador, assinale a alternativa correta. volvem o Distrito Federal, julgue o item.
(A) É local de apresentação e formação de músicos e cantores A realidade étnica, social e cultural do Distrito Federal é marca-
de música clássica e ópera. da, ainda hoje, pela época de sua construção pelos candangos e de
(B) Representa um importante museu que registra a memória seus primeiros núcleos populacionais: uma população majoritaria-
musical do período anterior ao da construção de Brasília. mente formada por migrantes vindos do Sul e do Norte do País, com
(C) É um importante centro cultural de memória e manifesta- pouco significativa influência mineira e nordestina.
ção de artistas locais, com destaque para a cultura nordestina. ( ) CERTO
(D) Consiste em local de acervo do Ministério da Cultura em ( ) ERRADO
Brasília.
(E) É a sede das escolas de samba e dos grupos carnavalescos
em Ceilândia.

63
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DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

6. Em que pese o Distrito Federal (DF) ser a menor unidade da 8. O Distrito Federal “ganhou” 39.176 moradores em um
Federação em extensão territorial, ele apresenta diversidade em re- ano, entre 2020 e 2021. Ao todo, a população da capital chega a
lação aos aspectos geográficos. No que tange a esse tema, assinale 3.094.325 moradores, com crescimento de 1,27% com relação ao
a alternativa correta. ano anterior. Os dados foram estimados pelo Instituto Brasileiro de
(A) O relevo do DF constituído, em sua maioria, pelos planal- Geografia e Estatística (IBGE) e são referentes a 1º de julho de 2021.
tos dissecados por processos erosivos, tem altitudes modestas Disponível em: <https://g1.globo.com/df>. Acesso em: 27 jul.
em relação ao conjunto do Planalto Central, tendo como ponto 2022.
mais elevado a Praça do Cruzeiro, com 1.200 metros acima do Quanto aos elementos que caracterizam a realidade étnica e
nível do mar. social do Distrito Federal (DF), assinale a alternativa correta.
(B) O maciço da Contagem, onde o Plano Piloto se localiza, é a (A) A população do DF apresenta um número levemente maior
área de relevo mais elevado dentro do território do DF. de homens, pois é um polo de atração populacional e, em ge-
(C) O Planalto Central e, em especial, a reserva ecológica das ral, os homens migram em maior quantidade.
Águas Emendadas é local de nascentes de rios de importantes (B) Pelas estimativas do IBGE, Brasília é a quarta maior capital
bacias hidrográficas brasileiras, como a dos rios São Francisco, do País, atrás das grandes cidades do sudeste brasileiro, quais
Tocantins- Araguaia e Paraná. sejam São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, respectiva-
(D) O cerrado, bioma predominante no DF, é uma vegetação mente.
típica do Centro-Oeste brasileiro, sendo caracterizada pela re- (C) Em que pese o aumento da população verificado pelo IBGE,
duzida diversidade de flora e fauna. nos últimos 20 anos, tem-se observado a queda da população
(E) Os tipos climáticos encontrados no DF são o tropical conti- do DF, resultado das migrações para os municípios do entorno
nental e o temperado de altitude, ambos pautados por verões e das restrições ao crescimento demográfico existentes.
quentes e chuvosos e invernos frios e secos. (D) O setor de serviços e, em especial, os relacionados ao setor
público direta ou indiretamente é fator de atração da popula-
7. Brasília, enquanto ideologia espacial que identifica o territó- ção à Brasília, capital federal com funções administrativas.
rio da nação, exige referências cruzadas sobre os sentidos atribuí- (E) A pandemia da Covid-19 teve impacto no crescimento de-
dos à modernização, ao desenvolvimento e ao Estado. mográfico de Brasília, pois houve restrições à livre circulação
Disponível em: <ub.edu/geocit/coloquio2014/Everaldo%20 de pessoas no território nacional no período de 2020 a 2022.
da% 20Costa.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2022.
Na década de 1950, a política de transferência da capital fede- 9. O Distrito Federal (DF) faz limite com duas outras Unidades
ral para o Planalto Central trouxe, em seu bojo, ideologias e argu- Federativas (UF) do Brasil, sendo praticamente um enclave em um
mentos que justificaram a criação da nova capital. Assinale a alter- deles. Entre as UF listadas a seguir, assinale aquela que faz limite
nativa que indica o argumento correto a respeito dessa realidade com DF, de forma correta.
histórica. (A) Goiás
(A) A transferência da capital federal para o interior do Brasil (B) Mato Grosso
deve-se à distância geográfica do principal rival geopolítico à (C) Tocantins
época, a Argentina. (D) Pará
(B) Enquanto nova capital federal, Brasília é expressão material
e simbólica do poder para o controle e a articulação do terri- 10. Brasília não é dividida em cidades e bairros. A capital é com-
tório nacional. posta por 33 Regiões Administrativas (RA) oficialmente constituídas
(C) Nesse período, o estado de Goiás era uma região de expan- como dependentes do Governo do Distrito Federal (adaptado de
são da indústria, notadamente Anápolis, Goiânia e Itumbiara, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2022). Entre as alternativas abai-
cidades que deram suporte à construção da nova capital e ga- xo, identifique aquelas que correspondem a RA do DF:
rantiram desenvolvimento e abastecimento a Brasília. I. Águas Claras
(D) No interior brasileiro, havia um ambiente político propício II. Samambaia
à instalação da nova capital que, dessa forma, ficaria mais pró- III. São Sebastião
xima do povo brasileiro e dos apoiadores do governo de Jusce- IV. Vila Rica
lino Kubitschek. V. Lagoa Santa
(E) Nos anos de 1950 e de 1960, o Centro-Oeste era uma região Assinale a alternativa correta.
de elevado crescimento econômico e dinâmicas econômicas (A) I, IV e V são RA do DF apenas
como o início da modernização da agricultura, o que garantiu (B) I, II e III são RA do DF apenas
à nova capital federal recursos financeiros e humanos para sua (C) II, III e IV são RA do DF apenas
construção. (D) I, III e V são RA do DF apenas

GABARITO

1 C
2 E
3 ERRADO

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REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA, ECONÔMICA E DE DIREITOS HUMANOS DO
DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

4 CERTO ______________________________________________________

5 ERRADO ______________________________________________________
6 C ______________________________________________________
7 B
______________________________________________________
8 D
9 A ______________________________________________________
10 B ______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
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REALIDADE ÉTNICA, SOCIAL, HISTÓRICA, GEOGRÁFICA, CULTURAL, POLÍTICA, ECONÔMICA E DE DIREITOS HUMANOS DO
DISTRITO FEDERAL (DF) E DA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO (RIDE)

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SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES – SEI

(Inciso revogado parcialmente pelo(a) Decreto 37565 de


DECRETO DISTRITAL NO 36.756/2015 E SUAS ALTERAÇÕES 23/08/2016)
(SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES – SEI). (Parágrafo revogado parcialmente pelo(a) Decreto 37565 de
23/08/2016)
DECRETO Nº 36.756, DE 16 DE SETEMBRO DE 2015. Art. 3º-A. Integram a estrutura de gestão do SEI-GDF: (Artigo
acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
Estabelece o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) como sis- I - Órgão Gestor: Secretaria de Estado de Economia (SEEC), por
tema oficial para a gestão de documentos e processos administra- meio da: (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
tivos no âmbito dos órgãos da Administração Direta e Indireta do a) Unidade Central de Gestão: Unidade Central de Gestão do
Distrito Federal, e dá outras providências. Processo Eletrônico e Inovação da Secretaria Executiva de Gestão
Administrativa (UGPEL/SEGEA/SEEC); e (alterado(a) pelo(a) Decreto
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições 40803 de 21/05/2020)
que lhe confere o artigo 100, incisos VII, X e XXVI, da Lei Orgânica do b) Unidade Técnica de Gestão: Subsecretaria de Tecnologia
Distrito Federal, tendo em vista o disposto na Lei Distrital nº 2.834, da Informação e Comunicação da Secretaria Executiva de Gestão
de 07 de dezembro de 2001, na Lei nº 2.545, de 28 de abril de 2000, Administrativa (SUTIC/SEGEA/SEEC); (alterado(a) pelo(a) Decreto
na Lei nº 4.990, de 12 de dezembro de 2012, DECRETA: 40803 de 21/05/2020)
II - Órgãos e entidades do Distrito Federal, serviços sociais au-
Art. 1º Fica estabelecido o Sistema Eletrônico de Informações tônomos e organizações sociais, ambos com contrato de gestão fir-
- SEI-GDF como sistema oficial de gestão de documentos e proces- mado com o Distrito Federal, por meio: (alterado(a) pelo(a) Decreto
sos administrativos eletrônicos e digitais, no âmbito dos órgãos e 40803 de 21/05/2020)
das entidades do Distrito Federal. (Artigo alterado pelo(a) Decreto a) do Comitê Setorial de Gestão: composto por servidores de
37565 de 23/08/2016) áreas estratégicas indicados pelos titulares dos órgãos e entidades
§ 1º Ficam vedadas iniciativas para implantar sistema seme- do Distrito Federal, serviços sociais autônomos e organizações so-
lhante e com o mesmo propósito. ciais, ambos com contrato de gestão firmado com o Distrito Federal,
§ 2º A Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e cuja competência é restrita à fase de implantação do SEI-GDF; (alte-
Gestão do Distrito Federal - SEPLAG deve expedir Portaria para defi- rado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
nir o funcionamento do Sistema Integrado de Controle de Processos b) da Unidade Setorial de Gestão: preferencialmente, unidade
- SICOP enquanto não for implantado o SEI-GDF em todos os órgãos orgânica responsável pela gestão de documentos, protocolos e ar-
e entidades do Distrito Federal. (Parágrafo alterado pelo(a) Decreto quivos no âmbito de cada órgão e entidade do Distrito Federal, ser-
37565 de 23/08/2016) viço social autônomo e organização social, ambos com contrato de
§ 3º A critério do Órgão Gestor, poderá ser autorizada a implan- gestão firmado com o Distrito Federal, ou, a critério, comissão per-
tação do SEI como sistema oficial de gestão de documentos e pro- manente oficialmente designada, instituída por membros das áreas
cessos administrativos eletrônicos e digitais no âmbito dos serviços de documentação, gestão de pessoas e tecnologia da informação,
sociais autônomos e das organizações sociais, ambos com contrato desde que tenham realizado treinamento específico para Gestor da
de gestão firmado com o Distrito Federal. (Parágrafo acrescido(a) Unidade Setorial de Gestão do SEI-GDF e assinado o Termo de Res-
pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020) ponsabilidade emitido pela Unidade Central de Gestão; (alterado(a)
Art. 2º São objetivos do SEI: pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
I – aumentar a produtividade e a celeridade na tramitação de c) da Unidade de Tecnologia da Informação: unidade orgânica
documentos e processos; responsável pela tecnologia da informação no âmbito de cada órgão
II – aprimorar a segurança e a confiabilidade dos dados e das e entidade do Distrito Federal, dos serviços sociaisautônomos e das
informações; organizações sociais, ambos com contrato de gestão firmado com o
III – criar condições mais adequadas para a produção e utiliza- Distrito Federal; (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
ção de informações; d) de usuários do SEI-GDF: servidores e empregados lotados
IV – facilitar o acesso às informações; e nos órgãos e entidades do Distrito Federal, dos serviços sociais au-
V – reduzir o uso de papel, os custos operacionais e de armaze- tônomos e das organizações sociais, ambos com contrato de gestão
namento da documentação. firmado com o Distrito Federal, e público externo. (alterado(a) pe-
(Artigo revogado parcialmente pelo(a) Decreto 37565 de lo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
23/08/2016) Parágrafo único. O acesso do público externo ao SEI-GDF de-
(Inciso revogado parcialmente pelo(a) Decreto 37565 de pende de regulamentação por portaria da Secretaria de Estado de
23/08/2016) Economia. (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
(Inciso revogado parcialmente pelo(a) Decreto 37565 de (Artigo revogado parcialmente pelo(a) Decreto 37565 de
23/08/2016) 23/08/2016)

67
SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES – SEI

(Inciso revogado parcialmente pelo(a) Decreto 37565 de IV - monitorar ocorrências de incidentes e problemas técnicos
23/08/2016) relativos ao SEI-GDF e aplicar soluções; (Inciso acrescido pelo(a) De-
(Inciso revogado parcialmente pelo(a) Decreto 37565 de creto 37565 de 23/08/2016)
23/08/2016) V - orientar os órgãos e as entidades do Distrito Federal quanto:
Art. 4º-A. Compete à Unidade Central de Gestão do SEI-GDF: (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
(Artigo acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) a) à permissão de acesso à rede de comunicação local; (Inciso
I - divulgar as políticas, normas e manuais relacionados à ges- acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
tão e operacionalização do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decre- b) ao conhecimento do tipo de conexão com a Unidade Téc-
to 37565 de 23/08/2016) nica de Gestão; e (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de
II - promover a gestão do Projeto de Implantação do SEI-GDF 23/08/2016)
nos órgãos e nas entidades do Distrito Federal; (Inciso acrescido pe- c) ao conhecimento do tráfego de rede entre o órgão e a Uni-
lo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) dade Técnica de Gestão; e (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565
III - promover a gestão do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) De- de 23/08/2016)
creto 37565 de 23/08/2016) I - analisar e propor, juntamente com a Unidade Central de Ges-
IV - definir e atribuir perfis de acesso aos usuários das Unida- tão, as melhorias no Processo Eletrônico Nacional - PEN-SEI. (Inciso
des Setoriais de Gestão ao SEI-GDF, de acordo com parâmetros do acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
Órgão Gestor do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 Art. 4º-C. Compete aos órgãos e entidades do Distrito Federal:
de 23/08/2016) (Artigo acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
V - gerir e manter atualizadas as tabelas auxiliares de tipos de I - apoiar o Comitê Setorial de Gestão e a Unidade Setorial de
assuntos, processos e tipos de documentos enviadas pelos órgãos Gestão no cumprimento de suas atividades e atribuições; (Inciso
e entidades do Distrito Federal; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
37565 de 23/08/2016) II - garantir a execução das ações previstas no cronograma de
VI - promover e fomentar a capacitação, realização de eventos implantação do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565
e reuniões visando à uniformização de procedimentos de operacio- de 23/08/2016)
nalização do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de III - designar Comitê Setorial de Gestão composto de servidores
23/08/2016) de cada uma de suas Subsecretarias ou unidades correlatas para
VII - desenvolver o Plano de Comunicação Social referente à fornecer informações que forem solicitadas na fase de implantação
utilização do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de do SEI-GDF; (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
23/08/2016) IV - desenvolver o Plano de Comunicação Social, referente à
VIII - orientar e assistir tecnicamente os órgãos e entidades do utilização do Sistema com a área de comunicação social do Órgão
Distrito Federal e os usuários do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Gestor do Sistema e com a Secretaria da Casa Civil, Relações Ins-
Decreto 37565 de 23/08/2016) titucionais e Sociais; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de
IX - realizar auditorias e monitorar acessos e visualizações da 23/08/2016)
Unidade Setorial de Gestão, para que estejam dentro das norma- V - demandar a aquisição de certificados digitais para as áreas
tizações estabelecidas pela Unidade Central de Gestão do SEI-GDF; estratégicas, de acordo com as necessidades apontadas pelo Comi-
(alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020) tê Setorial de Gestão; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de
X - avaliar e propor melhorias no SEI-GDF; e (Inciso acrescido 23/08/2016)
pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) VI - garantir suporte tecnológico referente à implantação, utili-
XI - garantir que as melhorias no SEI-GDF estejam aderentes zação, manutenção e sustentação do Sistema; (Inciso acrescido pe-
ao Processo Eletrônico Nacional (PEN), do Ministério da Economia lo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
e ao Tribunal Regional Federal da 4ª Regiao (TRF-4), e que atendam VII - garantir a utilização do SEI-GDF em todos os seus proces-
aos órgãos e entidades do Distrito Federal, aos serviços sociais au- sos; (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
tônomos e às organizações sociais, ambos com contrato de gestão VIII - garantir a correta utilização do Sistema após a fase de im-
firmado com o Distrito Federal. (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 plantação, em conformidade com as diretrizes do Órgão Gestor do
de 21/05/2020) Sistema. (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
Art. 4º-B. Compete à Unidade Técnica de Gestão do SEI-GDF: Art. 4º-D. Compete ao Comitê Setorial de Gestão: (Artigo acres-
(Artigo acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) cido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
I - implementar as atualizações de versões do SEI-GDF, quan- I - executar as ações de gestão do SEI-GDF no âmbito do seu
do disponibilizadas pelo Processo Eletrônico Nacional – (PEN), do órgão em consonância com os normativos do Órgão Gestor, durante
Ministério da Economia e/ou pelo Tribunal Regional Federal da 4ª a fase de implantação do Sistema; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto
Regiao (TRF-4); (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020) 37565 de 23/08/2016)
II - analisar e propor, juntamente com a Unidade Central de II - executar as ações previstas no cronograma de implantação
Gestão, as melhorias ao Processo Eletrônico Nacional – (PEN) e/ou do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Regiao (TRF-4). (alterado(a) pe- III - levantar e validar as informações referentes às estruturas
lo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020) das unidades administrativas, usuários, e demais tabelas auxiliares
III - garantir suporte tecnológico referente à preservação e à do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
segurança das bases de dados do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) IV - manter atualizadas as tabelas de unidades, assinaturas,
Decreto 37565 de 23/08/2016) usuários, assuntos, tipo de processos, modelos e hipóteses legais;
(Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)

68
SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES – SEI

V - orientar os usuários quanto aos procedimentos operacionais IX - atender e orientar as unidades administrativas quanto aos
de uso do SEI-GDF, em relação às especificidades dos processos de- procedimentos de digitalização, de acordo com a legislação vigente
finidos pelo órgão, e solicitar a capacitação de usuários sempre que e as recomendações técnicas do Órgão Gestor do Sistema; (Inciso
necessário; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
VI - orientar as unidades administrativas envolvidas nos pro- X - receber, analisar e encaminhar à Unidade Central de Ges-
cessos em implantação quanto: (Inciso acrescido pelo(a) Decreto tão as ocorrências de problemas técnicos não solucionadas inter-
37565 de 23/08/2016) namente; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
a) à produção e atualização das Bases de Conhecimento do SEI- XI - monitorar acessos e permissões dos usuários para que es-
-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) tejam dentro das normatizações estabelecidas pela Unidade Cen-
b) à guarda e ao acondicionamento dos documentos digitaliza- tral de Gestão do SEI-GDF; (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de
dos e não certificados digitalmente que forem inseridos no SEI-GDF; 21/05/2020)
(Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) XII - monitorar e elaborar relatórios do SEI-GDF no âmbito ins-
c) aos procedimentos de digitalização, de acordo com a legisla- titucional que forneçam dados sobre seus atendimentos. (altera-
ção vigente e as recomendações técnicas do Órgão Gestor do Siste- do(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
ma; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) XIII - propor melhorias ao SEI-GDF. (Inciso acrescido pelo(a) De-
VII - receber, analisar e encaminhar ao Órgão Gestor do Siste- creto 37565 de 23/08/2016)
ma as ocorrências de problemas técnicos não solucionados; (Inciso Art. 4º-F. Compete à Unidade de Tecnologia da Informação, no
acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) âmbito dos órgãos e entidades: (Artigo acrescido pelo(a) Decreto
VIII - indicar quais as unidades administrativas procederão à 37565 de 23/08/2016)
Certificação Digital de documentos; (Inciso acrescido pelo(a) Decre- I - definir um ponto focal da área; (Inciso acrescido pelo(a) De-
to 37565 de 23/08/2016) creto 37565 de 23/08/2016)
IX - monitorar e elaborar relatórios sobre a fase de implantação II - manter atualizada a lista de usuários que têm permissão
e funcionamento do SEI-GDF; e (Inciso acrescido pelo(a) Decreto de acesso à rede de comunicação local; (Inciso acrescido pelo(a)
37565 de 23/08/2016) Decreto 37565 de 23/08/2016)
X - monitorar acessos e visualizações dos usuários para que es- III - conhecer: (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de
tejam dentro das normatizações estabelecidas pela Unidade Central 23/08/2016)
do SEI-GDF. (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) a) o tipo de conexão com a Unidade Técnica de Gestão; (Inciso
Art. 4º-E Compete à Unidade Setorial de Gestão do SEI-GDF, acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
no âmbito de cada órgão e entidade do Distrito Federal, serviços b) conhecer a análise do tráfego de rede do órgão com a Uni-
sociais autônomos e organizações sociais, ambos com contrato de dade Técnica de Gestão; e (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565
gestão firmado com o Distrito Federal: (alterado(a) pelo(a) Decreto de 23/08/2016)
40803 de 21/05/2020) IV - fornecer suporte tecnológico referente à implantação e
I - executar as ações de gestão do SEI-GDF, em consonância utilização do SEI-GDF; e (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de
com os normativos e orientações do Órgão Gestor do Sistema, de- 23/08/2016)
pois da fase de implantação; (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de V - disponibilizar hardwares, softwares, redes de comunicação
21/05/2020) e o suporte ao usuário. (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de
II - aplicar e disseminar as diretrizes, normas, orientações e 23/08/2016)
procedimentos relacionados ao SEI-GDF; (alterado(a) pelo(a) De- VI - atender e orientar as unidades administrativas quanto aos
creto 40803 de 21/05/2020) procedimentos de digitalização, de acordo com a legislação vigente
III - informar à Unidade Central de Gestão a necessidade de e as recomendações técnicas do Órgão Gestor do Sistema. (Inciso
alimentação e atualização das tabelas auxiliares do SEI-GDF; (Inciso acrescido(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) Art. 5º A Secretaria de Estado de Economia (SEEC) é o Órgão
IV - manter atualizadas as tabelas auxiliares do SEI-GDF, cujo Gestor do SEI-GDF, por meio da Secretaria Executiva de Gestão Ad-
cadastro seja de sua competência; (alterado(a) pelo(a) Decreto ministrativa (SEGEA), cabendo-lhe: (Artigo alterado(a) pelo(a) De-
40803 de 21/05/2020) creto 40803 de 21/05/2020)
V - cadastrar e gerenciar as permissões de acesso dos usuários; I - representar o Distrito Federal na Comunidade de Negócios
(alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020) do Processo Eletrônico Nacional (PEN), do Ministério da Economia;
VI - orientar e assistir os usuários quanto aos procedimentos (alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)
operacionais de uso do SEI-GDF, em relação às especificidades dos II - estabelecer e manter atualizadas as diretrizes, normas, ma-
processos de negócio local, e solicitar a capacitação de usuários nuais e procedimentos de gestão do SEI-GDF; (Inciso acrescido pe-
sempre que necessário; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de lo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
23/08/2016) III - apoiar e acompanhar a Unidade Central de Gestão na im-
VII - orientar as unidades administrativas a produzir e manter plementação e gestão do SEI-GDF; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto
atualizadas as Bases de Conhecimento; (alterado(a) pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
40803 de 21/05/2020) IV - estabelecer portaria conjunta com os demais órgãos e en-
VIII - orientar as unidades administrativas quanto à guarda e ao tidades do Distrito Federal para a implantação do SEI-GDF; (Inciso
acondicionamento dos documentos digitalizados e não certificados acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016)
digitalmente que forem inseridos no SEI-GDF; (Inciso acrescido pe- V - constituir comissões de negócio e técnica para estudos de
lo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) melhorias do SEI-GDF e apresentá-los ao Ministério da Economia;
(alterado(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020)

69
SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES – SEI

VI - representar o Governo do Distrito Federal na Comunidade


de Negócios do Processo Eletrônico Nacional - PEN-SEI, do Ministé- MANUAL DO USUÁRIO (HTML). VISÃO GERAL. O QUE
rio do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; (Inciso acrescido É O SEI? GESTÃO POR PROCESSO E POR DESEMPENHO.
pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) BOAS PRÁTICAS DE UTILIZAÇÃO DO SISTEMA. VÍDEOS
VII - promover políticas de capacitação, assistência técnica, TUTORIAIS. INICIANDO OPERAÇÕES NO SEI. ACESSO
monitoramento e avaliação das atividades relacionadas ao SEI-GDF; AO SISTEMA. BARRA DE FERRAMENTAS. MENU
(Inciso acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) PRINCIPAL. TELA “CONTROLE DE PROCESSOS”. TELA
VIII - manter o SEI-GDF de forma centralizada no ambiente cor- DO PROCESSO. BASE DE CONHECIMENTO. TELA DO
porativo ‘Data Center do GDF’; (Inciso acrescido pelo(a) Decreto DOCUMENTO. RESTRIÇÃO DE ACESSO. OPERAÇÕES
37565 de 23/08/2016) BÁSICAS COM PROCESSOS. ÁRVORE DE DOCUMENTOS
IX - delegar atribuições do SEI-GDF aos órgãos e entidades do DO PROCESSO. INICIAR PROCESSO. TIPOS DE
Distrito Federal, conforme a necessidade; e (Inciso acrescido pe- PROCESSO. PROCESSOS COM RESTRIÇÃO DE ACESSO.
lo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) CONCLUIR PROCESSOS. REABRIR PROCESSOS. EXCLUIR
X - garantir recursos de tecnologia da informação, equipe téc- PROCESSOS. GERAR PDF DO PROCESSO. GERAR ZIP
nica especializada, recursos materiais e estrutura de gestão para DO PROCESSO. TRABALHO COLABORATIVO. RECEBER
manutenção e sustentação do SEI-GDF. (Inciso acrescido pelo(a) PROCESSOS NA UNIDADE. ATRIBUIR PROCESSOS
Decreto 37565 de 23/08/2016) A UM USUÁRIO. ENVIAR PROCESSOS PARA OUTRA
XI - autorizar a implantação do SEI no âmbito dos serviços so- UNIDADE. GRUPOS DE ENVIO. CONTROLE DE PRAZOS.
ciais autônomos e das organizações sociais, ambos com contrato de INSERIR ANOTAÇÕES. CIÊNCIA. RELAÇÕES ENTRE
gestão firmado com o Distrito Federal, nos termos do art. 1º, §3º. INFORMAÇÕES. SOBRESTAR PROCESSO. RELACIONAR
(Inciso acrescido(a) pelo(a) Decreto 40803 de 21/05/2020) PROCESSOS. ANEXAR PROCESSOS. RECUPERANDO
(Parágrafo alterado pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) INFORMAÇÕES. VERIFICAR O HISTÓRICO DE
(Parágrafo alterado pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) MODIFICAÇÕES. ACRESCENTAR INFORMAÇÕES
(Parágrafo alterado pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) AO HISTÓRICO. ACOMPANHAMENTO ESPECIAL.
Art. 6º Para fins de gestão e funcionamento do SEI, fica regula- BLOCOS INTERNOS. MÉTODOS DE PESQUISA.
mentada a assinatura eletrônica como registro inequívoco de signa- MEDIÇÕES DE DESEMPENHO. OPERAÇÕES BÁSICAS
tário de ato, podendo ser: COM DOCUMENTOS. INCLUIR DOCUMENTOS.
a) assinatura digital: baseada em certificado digital emitido por DOCUMENTOS GERADOS NO SISTEMA. EDITAR
autoridade certificadora credenciada na Infraestrutura de Chaves DOCUMENTOS. INCLUIR IMAGENS. REFERENCIAR
Públicas Brasileiras (ICP – BRASIL); e DOCUMENTOS OU PROCESSOS. VERSÕES. TEXTOS
b) assinatura cadastrada: realizada mediante prévio credencia- PADRÃO. MODELOS DE DOCUMENTOS. PUBLICAR
mento de acesso de usuário, com fornecimento de login e senha. DOCUMENTOS. DOCUMENTOS EXTERNOS.
Art. 7º Deverá ser criada Comissão Permanente para garantir ORIENTAÇÕES PARA DIGITALIZAÇÃO. EXCLUIR
a preservação dos documentos e processos eletrônicos, de forma DOCUMENTOS. CANCELAR DOCUMENTO.
que não haja perda ou corrupção da integridade das informações. ASSINATURAS. RESTRIÇÃO À VISUALIZAÇÃO DE
Art. 7º-A. O SEI-GDF é utilizado pelo servidor mediante login/se- MINUTAS. BLOCO DE REUNIÃO. ASSINATURA
nha de rede local do órgão ou entidade que seja acessível pela rede DE DOCUMENTO INTERNO. ASSINATURA DE
GDFNET. (Artigo acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) DOCUMENTO EXTERNO. CREDENCIAIS DE
Art. 7º-B. A implantação do SEI-GDF deve ser escalonada, ini- ASSINATURA. ASSINATURAS POR USUÁRIOS DE
ciando-se por processos selecionados junto aos órgãos e as enti- OUTRAS UNIDADES. ASSINAR DOCUMENTOS EM
dades do Distrito Federal, depois estendida aos demais processos BLOCO DE ASSINATURA. COPIANDO E MOVENDO
até que se atinja a implantação completa. (Artigo acrescido pelo(a) INFORMAÇÕES. DUPLICAR PROCESSO. MOVER
Decreto 37565 de 23/08/2016) DOCUMENTOS EXTERNOS. ALTERAR A ORDEM DOS
Art. 7º-C. Havendo divergência entre a padronização definida DOCUMENTOS. USUÁRIOS EXTERNOS. INTERFACE
pela Unidade Central de Gestão do SEI-GDF e a operacionalização COM USUÁRIOS EXTERNOS. ENVIAR E-MAILS.
da implantação executada pelo órgão ou entidade, este terá o pra- GRUPOS DE E-MAIL. ACESSO EXTERNO. ASSINATURA
zo de 15 dias corridos, a partir da notificação de desconformidade, POR USUÁRIO EXTERNO. ARQUIVAMENTO.
para fazer a adequação ou apresentar contrarrazões. (Artigo acres- ARQUIVAMENTO E CONTAGEM DE TEMPORALIDADE.
cido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) SOLICITAR DESARQUIVAMENTO.
Parágrafo único. Expirado o prazo de adequação, a Unidade
Central de Gestão do SEI-GDF realizará os ajustes necessários no SEI- Prezado(a),
-GDF. (Parágrafo acrescido pelo(a) Decreto 37565 de 23/08/2016) A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico
Art. 8º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re-
servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila,
Brasília, 16 de setembro de 2015. sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona-
dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não
cabem na estrutura de nossas apostilas.

70
SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES – SEI

Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são 4. CESPE / CEBRASPE - 2021 - PG-DF - Analista Jurídico - Adminis-
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po- tração- Com base no disposto no Decreto distrital n.º 36.756/2015
dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste que dispõe sobre o Sistema Eletrônico de Informações (SEI), julgue
material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno. o item a seguir.
Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha me- O SEI é o sistema oficial de gestão de documentos e processos
lhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação da administrativos eletrônicos e digitais no âmbito dos órgãos e das
apostila. entidades do Distrito Federal, sendo vedada qualquer iniciativa de
Se preferir, indicamos também acesso direto ao arquivo pelo link implantação de sistema semelhante e com o mesmo propósito.
a seguir: https://softwarepublico.gov.br/social/articles/0004/9746/ ( ) CERTO
sei-doc-usuario.pdf ( ) ERRADO

QUESTÕES 5. 2023 - Fiscal de Defesa do Consumidor (PROCON DF)- No


que diz respeito à computação em nuvem e ao Decreto Distrital n.º
36.756/2015, que estabelece o sistema eletrônico de informações
1. IADES - 2023 - GDF-SEEC - Analista em Políticas Públicas e (SEI) como o sistema oficial para a gestão de documentos e de pro-
Gestão Governamental - Tecnologia da Informação/Comunicação- cessos administrativos no âmbito dos órgãos da administração dire-
De acordo com o Decreto distrital nº 36.756/2015, que estabelece o ta e indireta do Distrito Federal, julgue o item.
Sistema Eletrônico de Informações (SEI), assinale a alternativa cor- O aumento da produtividade e da celeridade na tramitação de
respondente a competência da Unidade Técnica de Gestão do SEI documentos e de processos e o aprimoramento da segurança e da
no âmbito do Governo do Distrito Federal (SEI-GDF). confiabilidade dos dados e das informações são alguns dos objeti-
(A) Desenvolver o plano de comunicação social referente à uti- vos do SEI, conforme dispõe o Decreto Distrital n.º 36.756/2015.
lização do SEI-GDF. ( ) CERTO
(B) Definir e atribuir perfis de acesso dos usuários das Unidades ( ) ERRADO
Setoriais de Gestão ao SEI-GDF, segundo parâmetros do órgão
gestor do SEI-GDF.
6. QUADRIX - 2023 - Fiscal de Defesa do Consumidor (PROCON
(C) Gerir e manter atualizadas as tabelas auxiliares de tipos de
DF)- No que diz respeito à computação em nuvem e ao Decreto
assuntos, processos e tipos de documentos, enviadas pelos ór-
gãos e pelas entidades do Distrito Federal. Distrital n.º 36.756/2015, que estabelece o sistema eletrônico de
(D) Monitorar ocorrências de incidentes e problemas técnicos informações (SEI) como o sistema oficial para a gestão de documen-
relativos ao SEI-GDF e aplicar soluções. tos e de processos administrativos no âmbito dos órgãos da admi-
(E) Promover e fomentar a capacitação e a realização de even- nistração direta e indireta do Distrito Federal, julgue o item.
tos e reuniões, visando à uniformização de procedimentos de De acordo com o Decreto Distrital n.º 36.756/2015, caso o SEI
operacionalização do SEI-GDF. não atenda a determinado órgão do GDF, é facultado a esse órgão
implantar um sistema semelhante e com o mesmo propósito. Res-
2. CESPE / CEBRASPE - 2021 - PG-DF - Analista Jurídico - Adminis- salta‑se, porém, a exigência de que exista integração entre os dois
tração- Com base no disposto no Decreto distrital n.º 36.756/2015 sistemas.
que dispõe sobre o Sistema Eletrônico de Informações (SEI), julgue ( ) CERTO
o item a seguir. ( ) ERRADO
A fim de evitar o vazamento de informações sigilosas, o SEI con-
templa, entre os seus objetivos, o de limitar o acesso à informação. 7. 2023 - Fiscal de Defesa do Consumidor (PROCON DF)- No
( ) CERTO que diz respeito à computação em nuvem e ao Decreto Distrital n.º
( ) ERRADO 36.756/2015, que estabelece o sistema eletrônico de informações
(SEI) como o sistema oficial para a gestão de documentos e de pro-
3. IBFC - 2022 - DETRAN-DF - Técnico em Atividades de Trân- cessos administrativos no âmbito dos órgãos da administração dire-
sito- O Decreto Distrital nº 36.756/2015 estabelece o Sistema Ele- ta e indireta do Distrito Federal, julgue o item.
trônico de Informações (SEI) como sistema oficial para a gestão de Segundo o Decreto Distrital n.º 36.756/2015, compete à uni-
documentos e processos administrativos no âmbito dos órgãos da dade central de gestão do SEI‑GDF a divulgação das políticas, das
Administração Direta e Indireta do Distrito Federal. Sobre o assunto, normas e dos manuais relacionados à gestão e à operacionalização
assinale a alternativa que apresenta incorretamente um dos obje- do SEI‑GDF.
tivos do SEI. ( ) CERTO
(A) Criar condições mais adequadas para a produção e utiliza- ( ) ERRADO
ção de informações
(B) Aumentar os custos operacionais e de armazenamento da
documentação
(C) Aprimorar a segurança e a confiabilidade dos dados e das
informações
(D) Facilitar o acesso às informações

71
SISTEMA ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES – SEI

8. IADES - 2023 - Auditor de Atividades Urbanas (SEPLAD DF) /


Vigilância Sanitária (e mais 4 concursos)- Com base no disposto no GABARITO
Manual do Usuário do Sistema Eletrônico de Informações, no que
se refere a usuários externos, assinale a alternativa correta.
1 D
(A) Ao usuário externo não poderá ser concedida a autorização
para modificação de documentos específicos no processo. 2 ERRADO
(B) Os documentos externos disponibilizados pelo usuário ex- 3 B
terno devem estar em formato html.
(C) Ao usuário externo poderá ser concedida a autorização para 4 CERTO
visualizar o processo, bem como as atualizações posteriores à 5 CERTO
disponibilização do acesso externo.
6 ERRADO
(D) Documentos externos podem, além de ser inseridos em
blocos, ser liberados para assinatura de usuários externos. 7 CERTO
(E) O usuário externo deverá, em qualquer hipótese, obter au- 8 C
torização para assinar documentos.
9 E
9. IADES - 2023 - Gestor em Políticas Públicas e Gestão Gover- 10 A
namental (SEPLAD DF)/Administração (e mais 14 concursos)- De
acordo com o Decreto Distrital no 36.756/2015, o qual estabelece o ANOTAÇÕES
Sistema Eletrônico de Informações (SEI), assinale a alternativa que
apresenta uma competência expressa dos órgãos e entidades do
Distrito Federal. ______________________________________________________
(A) Facilitar o acesso às informações.
(B) Aumentar a produtividade e a celeridade na tramitação de ______________________________________________________
documentos e processos.
______________________________________________________
(C) Criar condições mais adequadas para a produção e a utiliza-
ção de informações. ______________________________________________________
(D) Aprimorar a segurança e a confiabilidade dos dados e das
informações. ______________________________________________________
(E) Garantir a utilização do SEI-GDF em todos os seus processos.
______________________________________________________
10. IADES - 2023 - Analista em Políticas Públicas e Gestão Go-
vernamental (SEPLAD DF)/Gestão Governamental- respeito do Sis- ______________________________________________________
tema Eletrônico de Informações (SEI), nos termos do Decreto distri- ______________________________________________________
tal no 36.756/2015, assinale a alternativa correta.
(A) O SEI tem por objetivo aprimorar a segurança e a confiabili- ______________________________________________________
dade dos dados e das informações.
(B) Em face do princípio da eficiência, deve-se incentivar a im- ______________________________________________________
plementação de sistemas semelhantes ao SEI no âmbito dos
órgãos do Distrito Federal. ______________________________________________________
(C) A implementação do SEI no âmbito dos serviços sociais au-
tônomos e das organizações sociais é vedada. ______________________________________________________
(D) O gestor de cada órgão detém a faculdade de decidir pela
______________________________________________________
implementação do sistema de gestão de processos administra-
tivos eletrônicos e digitais. ______________________________________________________
(E) O SEI não tem por escopo a redução de custos operacionais.
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

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72
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL
E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

IX - valorizar e desenvolver a cultura local, de modo a contribuir


LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL: TÍTULO I – DOS para a cultura brasileira.
FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES E DO X - assegurar, por parte do poder público, a proteção indivi-
DISTRITO FEDERAL; TÍTULO II – DA ORGANIZAÇÃO DO dualizada à vida e à integridade física e psicológica das vítimas e
DISTRITO FEDERAL; TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DOS testemunhas de infrações penais e de sues respectivos familiares.
PODERES; TÍTULO VI – DA ORDEM SOCIAL E DO MEIO XI - zelar pelo conjunto urbanístico de Brasília, tombado sob a
AMBIENTE inscrição nº 532 do Livro do Tombo Histórico, respeitadas as defini-
ções e critérios constantes do Decreto nº 10.829, de 2 de outubro
TÍTULO I de 1987, e da Portaria nº 314, de 8 de outubro de 1992, do então
DOS FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES E DO Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural - IBPC, hoje Instituto do
DISTRITO FEDERAL Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.
XII – promover, proteger e defender os direitos da criança, do
Art. 1º O Distrito Federal, no pleno exercício de sua autonomia adolescente e do jovem.
política, administrativa e financeira, observador os princípios cons- XIII - valorizar a vida e adotar políticas públicas de saúde, de
titucionais, reger-se-á por esta Lei Orgânica. assistência e de educação preventivas do suicídio.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce XIV - promover a inclusão digital, o direito de acesso à Internet,
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da o exercício da cidadania em meios digitais e a prestação de serviços
Constituição Federal e desta Lei Orgânica. públicos por múltiplos canais de acesso.
Art. 2º O Distrito Federal integra a união indissolúvel da Repú- Art. 4º É assegurado o exercício do direito de petição ou repre-
blica Federativa do Brasil e tem como valores fundamentais: sentação, independentemente de pagamento de taxas ou emolu-
I - a preservação de sua autonomia como unidade federativa; mentos, ou de garantia de instância.
II - a plena cidadania; Art. 5º A soberania popular será exercida pelo sufrágio univer-
III - a dignidade da pessoa humana; sal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e, nos
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; termos da lei, mediante:
V - o pluralismo político. I - plebiscito;
Parágrafo único. Ninguém será discriminado ou prejudicado II - referendo;
em razão de nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, característi- III - iniciativa popular.
cas genéticas, estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, con-
vicções políticas ou filosóficas, orientação sexual, deficiência física, TÍTULO II
imunológica, sensorial ou mental, por ter cumprido pena, nem por DA ORGANIZAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL
qualquer particularidade ou condição, observada a Constituição Fe-
deral. CAPÍTULO I
Art. 3º São objetivos prioritários do Distrito Federal: DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
I - garantir e promover os direitos humanos assegurados na
Constituição Federal e na Declaração Universal dos Direitos Huma- Art. 6º Brasília, Capital da República Federativa do Brasil, é a
nos; sede do governo do Distrito Federal.
II - assegurar ao cidadão o exercício dos direitos de iniciativa Art. 7º São símbolos do Distrito Federal a bandeira, o hino e o
que lhe couberem, relativos ao controle da legalidade e legitimi- brasão.
dade dos atos do Poder Público e da eficácia dos serviços públicos; Parágrafo único. A lei poderá estabelecer outros símbolos e dis-
III - preservar os interesses gerais e coletivos; por sobre seu uso no território do Distrito Federal.
IV - promover o bem de todos; Art. 8º O território do Distrito Federal compreende o espaço
V - proporcionar aos seus habitantes condições de vida com- físico geográfico que se encontra sob seu domínio e jurisdição.
patíveis com a dignidade humana, a justiça social e o bem comum; Art. 9º O Distrito Federal, na execução de seu programa de
VI - dar prioridade ao atendimento das demandas da sociedade desenvolvimento econômico-social, buscará a integração com a re-
nas áreas de educação, saúde, trabalho, transporte, segurança pú- gião do entorno do Distrito Federal.
blica, moradia, saneamento básico, lazer e assistência social;
VII - garantir a prestação de assistência jurídica integral e gra-
tuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
VIII - preservar sua identidade, adequando as exigências do
desenvolvimento à preservação de sua memória, tradição e pecu-
liaridades;

73
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

CAPÍTULO II X — elaborar e executar o Plano Diretor de Ordenamento Ter-


DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO DISTRITO FEDERAL ritorial, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e Planos de Desenvolvi-
mento Local, para promover adequado ordenamento territorial, in-
Art. 10. O Distrito Federal organiza-se em Regiões Adminis- tegrado aos valores ambientais, mediante planejamento e controle
trativas, com vistas à descentralização administrativa, à utilização do uso, parcelamento e ocupação do solo urbano;
racional de recursos para o desenvolvimento sócio-econômico e à XI - autorizar, conceder ou permitir, bem como regular, licenciar
melhoria da qualidade de vida. e fiscalizar os serviços de veículos de aluguéis;
§1º A lei disporá sobre a participação popular no processo de XII - dispor sobre criação, transformação e extinção de cargos,
escolha do Administrador Regional. empregos e funções públicas;
§2º A remuneração dos Administradores Regionais não pode- XIII - dispor sobre a organização do quadro de seus servido-
rá ser superior à fixada para os Secretários de Governo do Distrito res; instituição de planos de carreira, na administração direta, au-
Federal. tarquias e fundações públicas do Distrito Federal; remuneração e
§3° A proibição de que trata o art. 19, §8°, aplica-se à nomea- regime jurídico único dos servidores;
ção de administrador regional. XIV - exercer o poder de polícia administrativa;
Art. 11. As Administrações Regionais integram a estrutura ad- XV - licenciar estabelecimento industrial, comercial, prestador
ministrativa do Distrito Federal. de serviços e similar ou cassar o alvará de licença dos que se torna-
Art. 12. Cada Região Administrativa do Distrito Federal terá um rem danosos ao meio ambiente, à saúde, ao bem-estar da popula-
Conselho de Representantes Comunitários, com funções consulti- ção ou que infringirem dispositivos legais;
vas e fiscalizadoras, na forma da lei. XVI - regulamentar e fiscalizar o comércio ambulante, inclusive
Art. 13. A criação ou extinção de Regiões Administrativas ocor- o de papéis e de outros resíduos recicláveis;
rerá mediante lei aprovada pela maioria absoluta dos Deputados XVII - dispor sobre a limpeza de logradouros públicos, remoção
Distritais. e destino do lixo domiciliar e de outros resíduos;
Parágrafo único. Com a criação de nova região administrativa, XVIII - dispor sobre serviços funerários e administração dos ce-
fica criado, automaticamente, conselho tutelar para a respectiva mitérios;
região. XIX - dispor sobre apreensão, depósito e destino de animais e
mercadorias apreendidas em decorrência de transgressão da legis-
CAPÍTULO III lação local;
DA COMPETÊNCIA DO DISTRITO FEDERAL XX - disciplinar e fiscalizar, no âmbito de sua competência, com-
petições esportivas, espetáculos, diversões públicas e eventos de
Art. 14. Ao Distrito Federal são atribuídas as competências le- natureza semelhante, realizados em locais de acesso público;
gislativas reservadas aos Estados e Municípios, cabendo-lhe exer- XXI - dispor sobre a utilização de vias e logradouros públicos;
cer, em seu território, todas as competências que não lhe sejam XXII - disciplinar o trânsito local, sinalizando as vias urbanas e
vedadas pela Constituição Federal. estradas do Distrito Federal;
XXIII - exercer inspeção e fiscalização sanitária, de postura
SEÇÃO I ambiental, tributária, de segurança pública e do trabalho, relativa-
DA COMPETÊNCIA PRIVATIVA mente ao funcionamento de estabelecimento comercial, industrial,
prestador de serviços e similar, no âmbito de sua competência, res-
Art. 15. Compete privativamente ao Distrito Federal: peitada a legislação federal;
I - organizar seu Governo e Administração; XXIV - adquirir bens, inclusive por meio de desapropriação, por
II - criar, organizar ou extinguir Regiões Administrativas, de necessidade, utilidade pública ou interesse social, nos termos da
acordo com a legislação vigente; legislação em vigor;
III - instituir e arrecadar tributos, observada a competência XXV - licenciar a construção de qualquer obra;
cumulativa do Distrito Federal; XXVI - interditar edificações em ruína, em condições de insalu-
IV - fixar, fiscalizar e cobrar tarifas e preços públicos de sua bridade e as que apresentem as irregularidades previstas na legisla-
competência; ção específica, bem como fazer demolir construções que ameacem
V - dispor sobre a administração, utilização, aquisição e aliena- a segurança individual ou coletiva;
ção dos bens públicos; XXVII - dispor sobre publicidade externa, em especial sobre exi-
VI - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces- bição de cartazes, anúncios e quaisquer outros meios de publicida-
são ou permissão, os serviços de interesse local, incluído o de trans- de ou propaganda, em logradouros públicos, em locais de acesso
porte coletivo, que tem caráter essencial; público ou destes visíveis.
VII - manter, com a cooperação técnica e financeira da União,
programas de educação, prioritariamente de ensino fundamental e SEÇÃO II
pré-escolar; DA COMPETÊNCIA COMUM
VIII - celebrar e firmar ajustes, consórcios, convênios, acordos
e decisões administrativas com a União, Estados e Municípios, para Art. 16. É competência do Distrito Federal, em comum com a
execução de suas leis e serviços; União:
IX - elaborar e executar o plano plurianual, as diretrizes orça- I - zelar pela guarda da Constituição Federal, desta Lei Orgânica,
mentárias e o orçamento anual; das leis e das instituições democráticas;
II - conservar o patrimônio público;

74
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

III - proteger documentos e outros bens de valor histórico e cul- §2º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, o Distrito Fede-
tural, monumentos, paisagens naturais notáveis e sítios arqueológi- ral exercerá competência legislativa plena, para atender suas pecu-
cos, bem como impedir sua evasão, destruição e descaracterização; liaridades.
IV - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual- §3º A superveniência de lei federal sobre normas gerais sus-
quer de suas formas; pende a eficácia de lei local, no que lhe for contrário.
V - preservar a fauna, a flora e o cerrado;
VI - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à CAPÍTULO IV
ciência; DAS VEDAÇÕES
VII -prestar serviços de assistência à saúde da população e de
proteção e garantia a pessoas portadoras de deficiência com a coo- Art. 18. É vedado ao Distrito Federal:
peração técnica e financeira da União; I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, em-
VIII - combater as causas da pobreza, a subnutrição e os fatores baraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus repre-
de marginalização, promovendo a integração social dos segmentos sentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma
desfavorecidos; da lei, a colaboração de interesse público;
IX - fomentar a produção agropecuária e organizar o abasteci- II - recusar fé aos documentos públicos;
mento alimentar; III - subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com recursos
X - promover programas de construção de moradias e a melho- públicos, quer pela imprensa, rádio, televisão, serviço de alto-falan-
ria das condições habitacionais e de saneamento básico; te ou qualquer outro meio de comunicação, propaganda político-
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos -partidária ou com fins estranhos à administração pública;
de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seu IV - doar bens imóveis de seu patrimônio ou constituir sobre
território; eles ônus real, bem como conceder isenções fiscais ou remissões de
XII - estabelecer e implantar política para a segurança do trân- dívidas, sem expressa autorização da Câmara Legislativa, sob pena
sito. de nulidade do ato.
Parágrafo único. Lei complementar deve fixar norma para a co-
operação entre a União e o Distrito Federal, tendo em vista o equi- CAPÍTULO V
líbrio do desenvolvimento e o bem-estar no âmbito do território do DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Distrito Federal.
SEÇÃO I
SEÇÃO III DISPOSIÇÕES GERAIS
DA COMPETÊNCIA CONCORRENTE
Art. 19. A Administração Pública direta e indireta de qualquer
Art. 17. Compete ao Distrito Federal, concorrentemente com a dos poderes do Distrito Federal obedece aos princípios de legali-
União, legislar sobre: dade, impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade, mo-
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e ur- tivação, participação popular, transparência, eficiência e interesse
banístico; público, e também ao seguinte:
II - orçamento; I – os cargos, os empregos e as funções públicas são acessíveis
III - junta comercial; aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,
IV - custas de serviços forenses; assim como aos estrangeiros, na forma da legislação;
V - produção e consumo; II – a investidura em cargo ou emprego público depende de
VI - cerrado, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, de- aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em-
controle da poluição; prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para car-
VII - proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, paisa- go em comissão declarado, em lei, de livre nomeação e exoneração;
gístico e turístico; III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
VIII - responsabilidade por danos ao meio ambiente, ao consu- anos, prorrogável uma vez, por igual período;
midor e a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, espe- IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de con-
leológico, turístico e paisagístico; vocação, o aprovado em concurso público de provas ou de provas
IX - educação, cultura, ensino e desporto; e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados,
X - previdência social, proteção e defesa da saúde; para assumir cargo ou emprego na carreira;
XI – defensoria pública e assistência jurídica nos termos da le- V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
gislação em vigor; vidores ocupantes de cargo efetivo, e pelo menos cinquenta por
XII – proteção e integração social das pessoas com deficiência; cento dos cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores
XIII - proteção à infância e à juventude; de carreira nos casos e condições previstos em lei, destinam-se ape-
XIV - manutenção da ordem e segurança internas; nas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
XV - procedimentos em matéria processual; VII - a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos
XVI - organização, garantias, direitos e deveres da polícia civil. para portadores de deficiência, garantindo as adaptações necessá-
§1º O Distrito Federal, no exercício de sua competência suple- rias a sua participação em concursos públicos, bem como definirá
mentar, observará as normas gerais estabelecidas pela União. critérios de sua admissão;

75
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

VIII - a lei estabelecerá os casos de contratação de pessoal por XXI - todo agente público, qualquer que seja sua categoria ou a
tempo determinado para atender a necessidade temporária de ex- natureza do cargo, emprego, função, é obrigatório a declarar seus
cepcional interesse público; bens na posse, exoneração ou aposentadoria;
IX – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que XXII - lei disporá sobre cargos que exijam exame psicotécnico
trata o art. 33, §5º, somente podem ser fixados ou alterados por lei para ingresso e acompanhamento psicológico para progressão fun-
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegura- cional.
da revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de XXIII - aos integrantes da carreira de Fiscalização e Inspeção é
índices; garantida a independência funcional no exercício de suas atribui-
X – para fins do disposto no art. 37, XI, da Constituição da Re- ções, exigido nível superior de escolaridade para ingresso na car-
pública Federativa do Brasil, fica estabelecido que a remuneração e reira.
o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos, §1º É direito do agente público, entre outros, o acesso à pro-
dos membros de qualquer dos Poderes e dos demais agentes políti- fissionalização e ao treinamento como estímulo à produtividade e
cos do Distrito Federal, bem como os proventos de aposentadorias à eficiência.
e pensões, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos §2º A lei estabelecerá a punição do servidor público que des-
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Terri- cumprir os preceitos estabelecidos neste artigo.
tórios, na forma da lei, não se aplicando o disposto neste inciso aos §3º São obrigados a fazer declaração pública anual de seus
subsídios dos Deputados Distritais; bens, sem prejuízo do disposto no art. 97, os seguintes agentes pú-
XI - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não pode- blicos:
rão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; I - Governador;
XII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- II - Vice-Governador;
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do III - Secretários de Governo;
serviço público; IV – diretores de empresas públicas, sociedades de economia
XIII – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi- mista, autarquias e fundações;
co não são computados nem acumulados para fins de concessão de V - Administradores Regionais;
acréscimos ulteriores; VI - Procurador-Geral do Distrito Federal
XIV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e VII - Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal;
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto: VIII - Deputados Distritais.
a) nos incisos X e XIII deste artigo e no art. 125, V; IX – Defensor Público-Geral do Distrito Federal.
b) nos arts. 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I, da Constituição §4º Para efeito do limite remuneratório de que trata o inciso
Federal; XI, não serão computadas as parcelas de caráter indenizatório pre-
XV – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, vistas em lei.
exceto quando houver compatibilidade de horários e observado, §5º Aplica-se o disposto no inciso X a todas as empresas públi-
em qualquer caso, o disposto no inciso X: cas e às sociedades de economia mista distritais, e suas subsidiárias.
a) a de dois cargos de professor; §6º Do percentual definido no inciso V deste artigo excluem-se
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; os cargos em comissão dos gabinetes parlamentares e lideranças
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de partidárias da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
saúde, com profissões regulamentadas; §7º Para a privatização ou extinção de empresa pública ou so-
XVI – a proibição de acumular estende-se a empregos e fun- ciedade de economia mista a que se refere o inciso XVIII deste ar-
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda- tigo, a lei específica dependerá de aprovação por dois terços dos
des de economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas, membros da Câmara Legislativa.
direta ou indiretamente, pelo Poder Público; I - A privatização de empresa pública ou sociedade de econo-
XVII - a administração fazendária e seus agentes fiscais, aos mia mista, de que trata o inciso VXIII deste artigo, condicionada à
quais compete exercer privativamente a fiscalização de tributos do autorização legislativa nos termos deste parágrafo, depende de ma-
Distrito Federal, terão, em suas áreas de competência e jurisdição, nifestação favorável da população, sob a forma de referendo;
precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da II - a lei que autorizar a privatização, mediante alienação de
lei; ações de empresa pública e sociedade de economia mista, estabe-
XVIII – somente por lei específica pode ser: lecerá a exigência de cumprimento pelo adquirente de metas de
a) criada autarquia e autorizada a instituição de empresa públi- qualidade do serviço de atendimento aos objetivos sociais inspira-
ca, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo a lei dores da constituição da entidade.
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; §8º É proibida a designação para função de confiança ou a no-
b) transformada, fundida, cindida, incorporada, privatizada ou meação para emprego ou cargo em comissão, incluídos os de natu-
extinta entidade de que trata a alínea a; reza especial, de pessoa condenada, em decisão transitada em jul-
XIX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- gado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, até o transcurso do prazo de 8 anos após o cumprimento da pena,
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; salvo se sobrevier decisão judicial pela absolvição do réu ou pela
XX - ressalvada a legislação federal aplicável, ao servidor públi- extinção da punibilidade, por:
co do Distrito Federal é proibido substituir, sob qualquer pretexto, I - ato tipificado como causa de inelegibilidade prevista na le-
trabalhadores de empresas privadas em greve; gislação eleitoral;
II - prática de crimes previstos na Lei federal nº 8.069, de 13 de
julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente;

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

III - prática de crimes previstos na Lei federal nº 10.741, de 1º IV - no processo administrativo, qualquer que seja o objeto ou
de outubro de 2003 - Estatuto do Idoso; procedimento, observar-se-ão, entre outros requisitos de validade,
IV - prática de crimes previstos na Lei nº 11.340, de 7 de agosto o contraditório, a ampla defesa e o despacho ou decisão motivados;
de 2006 - Lei Maria da Penha. V - a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e as cam-
§9º Fica vedada a nomeação de cônjuge, companheiro ou pa- panhas dos órgãos e entidades da administração pública, ainda que
rente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, não custeada diretamente pelo erário, obedecerá ao seguinte: ter
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não po-
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, dendo constar símbolos, expressões, nomes ou imagens que carac-
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos;
de função gratificada, na administração pública direta e indireta em ser suspensa noventa dias antes das eleições, ressalvadas aquelas
qualquer dos Poderes do Distrito Federal, compreendido na veda- essenciais ao interesse público.
ção o ajuste mediante designações recíprocas. VI – a todos são assegurados a razoável duração do processo
§10. A vedação de que trata o §9º não se aplica aos ocupantes administrativo e os meios que garantam a celeridade de sua trami-
de cargo efetivo da carreira em cuja estrutura esteja o cargo em tação.
comissão ou a função gratificada ocupada. §1º Os Poderes do Distrito Federal, com base no plano anual
§11. A apuração do percentual de que trata o inciso V é feita de publicidade, ficam obrigados a publicar, nos seus órgãos oficiais,
em relação ao somatório dos cargos em comissão providos na ad- quadros demonstrativos de despesas realizadas com publicidade e
ministração direta, autárquica e fundacional de cada Poder. propaganda, conforme dispuser a lei.
§12. A lei deve dispor sobre os requisitos e as restrições ao ocu- §2º Os Poderes do Distrito Federal mandarão publicar, trimes-
pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que tralmente, no Diário Oficial demonstrativo das despesas realizadas
possibilite o acesso a informações privilegiadas. com propaganda e publicidade de todos os seus órgãos, inclusive os
§13. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos ór- da administração indireta, empresas públicas, sociedades de eco-
gãos e entidades da administração pública pode ser ampliada me- nomia mista e fundações mantidas pelo Poder Público, com a discri-
diante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o Poder minação do beneficiário, valor e finalidade, conforme dispuser a lei.
Público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho §3º Os Poderes do Distrito Federal mandarão publicar, mensal-
para o órgão ou a entidade, cabendo à lei dispor sobre: mente, nos respectivos sítios oficiais na internet, demonstrativo de
I – prazo de duração do contrato; todas as despesas realizadas por todos os seus órgãos, de forma cla-
II – controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, ra e compreensível ao cidadão, inclusive os da administração indire-
obrigações e responsabilidade dos dirigentes; ta, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
III – remuneração do pessoal. mantidas pelo Poder Público, com a discriminação do beneficiário,
§14. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo- do valor e da finalidade, conforme dispuser a lei.
sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 da Constitui- §4º A lei deve disciplinar as formas de participação do usuário
ção Federal com a remuneração ou subsídio de cargo, emprego ou na administração pública direta e indireta, regulando especialmen-
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta te:
Lei Orgânica, os cargos eletivos e os cargos em comissão declara- I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
dos, em lei, de livre nomeação e exoneração. em geral, assegurada a manutenção de serviços de atendimento ao
Art. 20. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito usuário e a avaliação periódica externa e interna da qualidade dos
privado, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos serviços;
que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros, assegu- II – o acesso dos usuários a registros administrativos e infor-
rado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e
ou culpa. XXXIII, da Constituição Federal;
Art. 21. É vedado discriminar ou prejudicar qualquer pessoa III – a representação contra o exercício negligente ou abusivo
pelo fato de haver litigado ou estar litigando contra os órgãos públi- de cargo, emprego ou função na administração pública.
cos do Distrito Federal, nas esferas administrativa ou judicial. §5º A divulgação feita por autoridade de ato, programa, obra
Parágrafo único. As pessoas físicas ou jurídicas que se conside- ou serviço públicos de sua iniciativa, incluídos os decorrentes de
rarem prejudicadas poderão requerer revisão dos atos que derem emendas à lei orçamentária anual, não caracteriza promoção pes-
causa a eventuais prejuízos. soal, quando atenda os critérios previstos em norma interna de
Art. 22. Os atos da administração pública de qualquer dos Po- cada poder.
deres do Distrito Federal, além de obedecer aos princípios constitu- Art. 23. A administração pública é obrigada a:
cionais aplicados à administração pública, devem observar também I - atender a requisições judiciais nos prazos fixados pela auto-
o seguinte: ridade judiciária;
I - os atos administrativos são públicos, salvo quando a lei, no II - fornecer a qualquer cidadão, no prazo máximo de dez dias
interesse da administração, impuser sigilo; úteis, independentemente de pagamento de taxas ou emolumen-
II - a administração é obrigada a fornecer certidão ou cópia au- tos, certidão de atos, contratos, decisões ou pareceres, para defesa
tenticada de atos, contratos e convênios administrativos a qualquer de seus direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal
interessado, no prazo máximo de trinta dias, sob pena de respon- ou coletivo.
sabilidade de autoridade competente ou servidor que negar ou re- Parágrafo único. A autoridade ou servidor que negar ou retar-
tardar a expedição; dar o disposto neste artigo incorrerá em pena de responsabilidade,
III - é garantida a gratuidade da expedição da primeira via da excetuados os casos de comprovada impossibilidade.
cédula de identidade pessoal;

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Art. 24. A direção superior das empresas públicas, autarquias, CAPÍTULO VI


fundações e sociedades de economia mista terá representantes dos DOS SERVIDORES PÚBLICOS
servidores, escolhidos do quadro funcional, para exercer funções
definidas, na forma da lei. Art. 33. O Distrito Federal instituirá regime jurídico único e pla-
nos de carreira para os servidores da administração pública direta,
SEÇÃO II autárquica e fundações públicas, nos termos do art. 39 da Consti-
DOS SERVIÇOS PÚBLICOS tuição Federal.
§1º No exercício da competência estabelecida no caput, serão
Art. 25. Os serviços públicos constituem dever do Distrito Fede- ouvidas as entidades representativas dos servidores públicos por
ral e serão prestados, sem distinção de qualquer natureza, em con- ela abrangidos.
formidade com o estabelecido na Constituição Federal, nesta Lei §2º As entidades integrantes da administração pública indireta
Orgânica e nas leis e regulamentos que organizem sua prestação. não mencionadas no caput instituirão planos de carreira para os
Art. 26. Observada a legislação federal, as obras, compras, alie- seus servidores, observado o disposto no parágrafo anterior.
nações e serviços da administração serão contratados mediante §3º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo-
processo de licitação pública, nos termos da lei. nentes do sistema remuneratório deve observar:
Art. 27. Os atos de improbidade administrativa importarão sus- I – a natureza, o grau de responsabilidade, as peculiaridades e a
pensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponi- complexidade dos cargos componentes de cada carreira;
bilidade dos bens e ressarcimento ao erário, na forma e gradação II – os requisitos para a investidura.
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. §4º O Distrito Federal deve manter escola de governo para for-
Art. 28. É vedada a contratação de obras e serviços públicos mação e aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se
sem prévia aprovação do respectivo projeto, sob pena de nulidade a participação nos cursos um dos requisitos para promoção na car-
do ato de contratação. reira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos
Art. 29. REVOGADO com os demais entes federados ou suas entidades.
Art. 30. Lei disporá sobre participação popular na fiscalização §5º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Se-
da prestação dos serviços públicos do Distrito Federal. cretários de Estado, os administradores regionais e os demais casos
previstos na Constituição Federal são remunerados exclusivamente
SEÇÃO III por subsídio, fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qual-
DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA quer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação
ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o
Art. 31. A administração tributária do Distrito Federal é com- disposto no art. 19, IX e X.
posta servidores das carreiras Auditoria Tributária e Gestão Fazen- §6º A remuneração dos servidores públicos organizados em
dária. carreira pode ser fixada nos termos do §5º.
§1º As funções de lançamento, fiscalização e arrecadação e o §7º Lei complementar pode estabelecer a relação entre a
julgamento dos processos administrativos fiscais são exercidas pri- maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido,
vativamente por integrantes da carreira Auditoria Tributária. em qualquer caso, o disposto no art. 19, X.
§2º O julgamento de processos fiscais em segunda instância é §8º Os Poderes Executivo e Legislativo devem publicar, até 31
de competência de órgão colegiado, integrado por servidores da de janeiro de cada ano, os valores do subsídio e da remuneração
carreira Auditoria Tributária e representantes dos contribuintes. dos cargos e empregos públicos.
§3º Excetuam-se da competência privativa prevista no §1º o §9º A lei deve disciplinar a aplicação de recursos orçamentá-
lançamento, a fiscalização e a arrecadação de taxas que tenham rios provenientes da economia com despesas correntes em cada
como fato gerador o exercício do poder de polícia, bem como o jul- órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento
gamento de processos administrativos decorrentes dessas funções, de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desen-
na forma da lei. volvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do
§4º A administração tributária, atividade essencial ao funciona- serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
mento do Distrito Federal, tem recursos prioritários para realização produtividade.
de suas atividades e atua de forma integrada com as administrações Art. 34. A lei assegurará aos servidores da administração direta
tributárias da União, estados e municípios, inclusive com o compar- isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou asse-
tilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei melhadas do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Execu-
ou de convênio. tivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as
§5º As atividades complementares de caráter administrativo ao relativas da natureza ou local de trabalho.
exercício da administração tributária são exercidas por servidores Art. 35. São direitos dos servidores públicos, sujeitos ao regime
da carreira Gestão Fazendária. jurídico único, além dos assegurados no §2º do art. 39 da Constitui-
Art. 32. Lei específica deve dispor sobre a organização e o fun- ção Federal, os seguintes:
cionamento da administração tributária, bem como tratar da orga- I - gratificação do titular quando em substituição ou designado
nização e estruturação da carreira Auditoria Tributária e da carreira para responder pelo expediente;
Gestão Fazendária. II - duração do trabalho normal não superior a oito horas diá-
rias e quarenta horas semanais, facultado ao Poder Público conce-
der a compensação de horários e a redução da jornada, nos termos
da lei;

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III - proteção especial à servidora gestante ou lactante, inclusi- §2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor es-
ve mediante a adequação ou mudança temporária de suas funções, tável, deve ele ser reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
quando for recomendável a sua saúde ou à do nascituro, sem preju- estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
ízo de seus vencimentos e demais vantagens; aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
IV - atendimento em creche e pré-escola a seus dependentes, muneração proporcional ao tempo de serviço.
nos termos da lei, bem como amamentação durante o horário do §3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
expediente, nos 12 primeiros meses de vida da criança; vidor estável deve ficar em disponibilidade, com remuneração pro-
V - vedação do desvio de função, ressalvada, sem prejuízo de porcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
seus vencimentos, salários e demais vantagens do cargo, emprego em outro cargo.
ou função: a mudança de função concedida a servidora gestante, §4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
sob recomendação médica; a transferência concedida que tiver sua tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
capacidade de trabalho reduzida em decorrência de acidente ou para essa finalidade.
doença de trabalho, para locais ou atividades compatíveis com sua Art. 41. Ao servidor público efetivo, nos termos da Constituição
situação. Federal, é assegurado regime próprio de previdência social.
VI - recebimento de vale-transporte, nos casos previstos em lei; §1º O regime próprio de previdência social, observados os cri-
VII - participação na elaboração e alteração dos planos de car- térios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, é instituído
reira; por lei complementar.
VIII - promoções por merecimento ou antiguidade, no serviço §2º O tempo de contribuição prestado sob o regime de aposen-
público, nos termos da lei; tadoria especial é computado da mesma forma, quando o servidor
IX - quitação da folha de pagamento do servidor ativo e inativo ocupar outro cargo de regime idêntico, ou pelo critério da propor-
da administração direta, indireta e fundacional do Distrito Federal cionalidade, quando se tratar de regimes diversos, na forma da lei.
até o quinto dia útil do mês subsequente, sob pena de incidência de Art. 42. É assegurada a participação de servidores públicos na
atualização monetária, obedecido o disposto em lei. gerência de fundos e entidades para os quais contribui, na forma
§1º Para a atualização a que se refere o inciso IX utilizar-se-ão da lei.
os índices oficiais, e a importância apurada será paga juntamente Art. 43. Será concedida licença para atendimento de filho, geni-
com a remuneração do mês subsequente. tor e cônjuge doente, a homem ou mulher, mediante comprovação
§2º É computado como exercício efetivo, para efeito de pro- por atestado médico da rede oficial de saúde do Distrito Federal.
gressão funcional ou concessão de licença-prêmio e aposentadoria Parágrafo único. É assegurado ao servidor público que tenha
nas carreiras específicas do serviço público, os tempo de serviço cônjuge ou dependente com deficiência, horário especial de servi-
prestado por servidor requisitado a qualquer dos Poderes do Dis- ço, independentemente da compensação de horário, obedecido o
trito Federal. disposto em lei.
Art. 36. É garantido ao servidor público o direito à livre asso- Art. 44. Ao servidor público da administração direta, autárquica
ciação sindical, observado o disposto no art. 8º da Constituição Fe- e fundacional do Distrito Federal, fica assegurado:
deral. I - percebimento de adicional de um por cento por ano de ser-
Parágrafo único. A lei disporá sobre licença sindical para os diri- viço público efetivo, nos termos da lei;
gentes de federações e sindicatos de servidores públicos, durante o II - contagem, para todos os efeitos legais, do período em que o
exercício do mandato, resguardados os direitos e vantagens ineren- servidor estiver de licença concedida por junta médica oficial;
tes à carreira de cada um. III – contagem recíproca, para efeito de aposentadoria, do tem-
Art. 37. Às entidades representativas dos servidores públicos po de contribuição na administração pública e na atividade privada,
do Distrito Federal cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos rural e urbana, na forma prevista no art. 201, §9º, da Constituição
ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou admi- Federal.
nistrativas, observado o disposto no art. 8º da Constituição Federal. Parágrafo único. Ficam assegurados os benefícios constantes
Art. 38. Às entidades de caráter sindical que preencham os re- do art. 35, III, IV e V, e do art. 43 desta Lei Orgânica aos servidores
quisitos estabelecidos em lei, é assegurado o desconto em folha de das empresas públicas e das sociedades de economia mista do Dis-
pagamento das contribuições dos associados, aprovadas em assem- trito Federal.
bléia geral.
Art. 39. O direito de greve é exercido nos termos e nos limites CAPÍTULO VII
definidos em lei complementar. DOS SERVIDORES PÚBLICOS MILITARES
Art. 40. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- Art. 45.REVOGADO
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público. CAPÍTULO VIII
§1º O servidor público estável só perde o cargo: DOS BENS DO DISTRITO FEDERAL
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe sejam asse- Art. 46. São bens do Distrito Federal:
gurados o contraditório e a ampla defesa; I - os que atualmente lhe pertecem, que vier a adquirir ou fo-
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desem- rem atribuídos;
penho, na forma de lei complementar, assegurado o contraditório II - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes
e a ampla defesa. e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decor-
rentes de obras da União;

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III - a rede viária do Distrito Federal, sua infra-estrutura e bens CAPÍTULO II


acessórios. DO PODER LEGISLATIVO
Art. 47. Os bens do Distrito Federal declarados inservíveis em
processo regular poderão ser alienados, mediante licitação, caben- SEÇÃO I
do doação somente nos casos que lei especificar. DA CÂMARA LEGISLATIVA
§1º Os bens imóveis do Distrito Federal só podem ser objeto
de alienação, aforamento, comodato ou cessão de uso, mediante Art. 54. O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Legislativa,
autorização legislativa. composta de Deputados Distritais, representantes do povo, eleitos
§2º Todos os bens do Distrito Federal deverão ser cadastrados e investidos na forma da legislação federal.
com a identificação respectiva. Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro
Art. 48. O uso de bens do Distrito Federal por terceiros poderá anos, iniciando-se com a posse dos eleitos.
ser feito mediante concessão administrativa de uso, permissão ou Art. 55. A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem sede em
autorização, conforme o caso e o interesse público, na forma da lei. Brasília, Capital da República Federativa do Brasil.
Art. 49. A aquisição por compra ou permuta, bem como a alie- Parágrafo único. Poderá a Câmara Legislativa reunir-se tempo-
nação dos bens imóveis do Distrito Federal dependerão de prévia rariamente, em qualquer local do Distrito Federal, por deliberação
avaliação e autorização da Câmara Legislativa, subordinada à com- da maioria absoluta de seus membros, sempre que houver motivo
provação da existência de interesse público e à observância da le- relevante e de conveniência pública ou em virtude de acontecimen-
gislação pertinente à licitação. to que impossibilite seu funcionamento na sede.
Art. 50. O Governador encaminhará, anualmente, à Câmara Le- Art. 56. Salvo disposição em contrário da Constituição Federal e
gislativa relatório do qual conste a identificação dos bens do Distrito desta Lei Orgânica, as deliberações da Câmara Legislativa e de suas
Federal objeto de concessão ou permissão de uso no exercício, as- comissões serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria
sim como sua destinação e beneficiário. absoluta de seus membros, em votação ostensiva.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste artigo Parágrafo único. Quando o sigilo for imprescindível ao interes-
importa crime de responsabilidade. se público, devidamente justificado, a votação poderá ser realizada
Art. 51. Os bens do Distrito Federal destinar-se-ão prioritaria- por escrutínio secreto, desde que requerida por partido político
mente ao uso público, respeitadas as normas de proteção ao meio com representação na Câmara Legislativa e aprovada, em votação
ambiente, ao patrimônio histórico, cultural, arquitetônico e paisa- ostensiva, pela maioria absoluta dos Deputados Distritais.
gístico, e garantido o interesse social. Art. 57. O Poder Legislativo é representado por seu Presidente
§1º Os bens públicos tornar-se-ão indisponíveis ou disponíveis e, judicialmente, nos casos em que a Câmara Legislativa compareça
por meio de afetação ou desafetação, respectivamente, nos termos a juízo em nome próprio, por sua Procuradoria-Geral.
da lei. §1º Excetua-se do disposto neste artigo a desafetação prevista
§2º A desafetação, por lei específica, só será admitida em caso no Plano Diretor Local e a desafetação que seja feita por lei espe-
de comprovado interesse público, após ampla audiência à popula- cífica, motivada esta por situação de relevante interesse público,
ção interessada. precedida de estudos técnicos que avaliem o impacto da alteração,
§3º O Distrito Federal utilizará seus bens dominiais como ins- aprovados pelo órgão técnico do Distrito Federal.
trumento para a realização de políticas de ocupação ordenada o I – representar a Câmara Legislativa judicialmente nos casos em
território. que a Casa compareça a juízo em nome próprio;
Art. 52. Cabe ao Poder Executivo a administração dos bens do II - promover a defesa da Câmara, requerendo a qualquer ór-
Distrito Federal, ressalvado à Câmara Legislativa administrar aque- gão, entidade ou tribunal as medidas de interesse da Justiça, da Ad-
les utilizados em seus serviços e sob sua guarda. ministração e do Erário;
III - promover a uniformização da jurisprudência administrati-
TÍTULO III va e a compilação da legislação da Câmara Legislativa e do Distrito
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES Federal;
IV - prestar consultoria e assessoria jurídica à Mesa Diretora e
CAPÍTULO I aos demais órgãos da estrutura adminsitrativa;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS V - REVOGADO.
§2º O ingresso da carreira de Procurador da Câmara Legislativa
Art. 53. São Poderes do Distrito Federal, independentes e har- far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
mônicos entre si, o Executivo e o Legislativo. §3º A Câmara Legislativa do Distrito Federal regulamentará a
§1º É vedada a delegação de atribuições entre os Poderes. organização e o funcionamento da sua Procuradoria-Geral e da res-
§2º O cidadão, investido na função de um dos Poderes, não pectiva carreira de Procurador da Câmara Legislativa.
poderá exercer a de outro, salvo as exceções previstas nesta Lei Or- §4º A Câmara Legislativa disporá, ainda, sobre o funcionamen-
gânica. to da sua Procuradoria-Geral até que sejam providos por concurso
público os respectivos cargos daquele órgão.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

SEÇÃO II I - eleger os membros da Mesa Diretora e constituir suas co-


DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA LEGISLATIVA missões;
II - dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços ad-
Art. 58. Cabe à Câmara Legislativa, com a sanção do Governa- ministrativos;
dor, não exigida esta para o especificado no art. 60 desta Lei Or- III - estabelecer e mudar temporariamente sua sede, o local de
gânica, dispor sobre todas as matérias de competência do Distrito suas reuniões, bem como o de suas comissões permanentes;
Federal, especialmente sobre: IV - zelar pela preservação de sua competência legislativa;
I - matéria tributária, observado o disposto nos arts. 145, 147, V – criar, transformar ou extinguir cargos de seus serviços, pro-
150, 152, 155, 156 e 162 da Constituição Federal; vê-los, e iniciar o processo legislativo para fixar ou modificar as res-
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anu- pectivas remunerações ou subsídios;
al, operações de crédito, dívida pública e empréstimos externos a VI - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbi-
qualquer título a ser contraídos pelo Distrito Federal; tem do poder regulamentar, configurando crime de responsabilida-
III - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e de sua reedição;
funções públicas, fixação dos vencimentos ou aumento de sua re- VII – fixar o subsídio do Governador, do Vice-governador, dos
muneração; Secretários de Estado do Distrito Federal e dos Administradores Re-
IV - planos e programas locais de desenvolvimento econômico gionais, observados os princípios da Constituição Federal;
social; VIII – fixar o subsídio dos Deputados Distritais, observados os
V - educação, saúde, previdência, habitação, cultura, ensino, princípios da Constituição Federal;
desporto e segurança pública; IX - solicitar intervenção federal para garantir o livre exercício
VI - autorização para alienação dos bens imóveis do Distrito de suas atribuições, nos termos dos arts. 34, IV e 36, I da Constitui-
Federal ou cessão de direitos reais a eles relativos, bem como re- ção Federal;
cebimento, pelo Distrito Federal, de doações com encargo, não se X - promover, periodicamente, a consolidação dos textos legis-
considerando como tais a simples destinação específica do bem; lativos com a finalidade de tornar sua consulta acessível aos cida-
VII - criação, estruturação e atribuições de Secretarias do Go- dãos;
verno do Distrito Federal e demais órgãos e entidades da adminis- XI - dar posse ao Governador e Vice-Governador e conhecer da
tração direta e indireta; renúncia de qualquer deles; declarar vacância e promover as res-
VIII - uso do solo rural, observado o disposto nos arts. 184 a 191 pectivas substituições ou sucessões, nos termos desta Lei Orgânica;
da Constituição Federal; XII - autorizar o Governador e o Vice-Governador a se ausenta-
IX - planejamento e controle do uso, parcelamento, ocupação rem do Distrito Federal por mais de quinze dias;
do solo e mudança de destinação de áreas urbanas, observado o XIII - proceder à tomada de contas do Governador, quando não
disposto nos arts. 182 e 183 da Constituição Federal. apresentadas nos prazos estabelecidos;
X - criação, incorporação, fusão e desmembramento de Regiões XIV - convocar Secretários de Governo, dirigentes e servidores
Administrativas; da administração direta e indireta do Distrito Federal a prestar pes-
XI - concessão ou permissão para a exploração de serviços pú- soalmente informações sobre assuntos previamente determinados,
blicos, incluído o de transporte coletivo; importando crime de responsabilidade a ausência sem justificativa
XII - o servidor público, seu regime jurídico, provimento de car- adequada ou o não atendimento no prazo de trinta dias, bem como
gos, estabilidade e aposentadoria; a prestação de informações falsas, nos termos da legislação perti-
XIII - criação, transformação, fusão e extinção de entidades pú- nente;
blicas do Distrito Federal, bem como normas gerais sobre privatiza- XV - julgar anualmente as contas prestadas pelo Governador
ção das entidades de direito privado integrantes da administração e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos do governo;
indireta; XVI - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos
XIV - prestação de garantia, pelo Distrito Federal, em operação os da administração indireta;
de crédito contratada por suas autarquias, fundações, empresas XVII – escolher quatro entre os sete membros do Tribunal de
públicas e sociedades de economia mista; Contas do Distrito Federal;
XV - aquisição, administração, alienação, arrendamento e ces- XVIII – aprovar previamente, em votação ostensiva, após ar-
são de bens imóveis do Distrito Federal; guição em seção pública, a escolha dos titulares do cargo de con-
XVI - transferência temporária da sede do Governo; selheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal indicados pelo
XVII - proteção e integração de pessoas portadoras de defici- Governador;
ência; XIX - suspender, no todo ou em parte, a execução de lei ou ato
XVIII - proteção a infância, juventude e idosos; normativo declarado ilegal ou inconstitucional tanto pelo Supremo
XIX - organização do sistema local de emprego, em consonância Tribunal Federal quanto pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal
com o sistema nacional. nas suas respectivas áreas de competência, em sentenças transita-
Art. 59. Compete à Câmara Legislativa autorizar, nos limites das em julgado;
estabelecidos pelo Senado Federal, a celebração de operações de XX - aprovar previamente a indicação ou destituição do Procu-
crédito, a realização de operações externas de natureza financeira, rador-Geral do Distrito Federal;
bem como a concessão de qualquer garantia pelo Distrito Federal XXI – convocar o Procurador-Geral do Distrito Federal e o De-
ou por suas autarquias. fensor Público-Geral do Distrito Federal a prestar informações so-
Art. 60. Compete, privativamente, à Câmara Legislativa do Dis- bre assuntos previamente determinados, no prazo de trinta dias,
trito Federal: sujeitando-se estes às penas da lei por ausência injustificada;

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

XXII - declarar a perda do mandato do Governador e do Vice- I – por iniciativa própria, até o término de cada sessão legislati-
-Governador; va, mediante entendimento com a Mesa Diretora ou a presidência
XXIII - autorizar, por dois terços dos seus membros, a instaura- de Comissão;
ção de processo contra o Governador, o Vice-Governador e os Se- II – finda a gestão à frente da pasta.
cretários de Governo;
XXIV - processar e julgar o Governador nos crimes de responsa- SEÇÃO III
bilidade, bem como adotar as providências pertinentes, nos termos DOS DEPUTADOS DISTRITAIS
da legislação federal, quanto ao Vice-Governador e Secretários de
Governo, nos crimes da mesma natureza ou conexos com aqueles; Art. 61. Os Deputados Distritais são invioláveis, civil e penal-
XXV - processar e julgar o Procurador-Geral nos crimes de res- mente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
ponsabilidade; §1º Os Deputados Distritais, desde a expedição do diploma, se-
XXVI - REVOGADO rão submetidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça do Dis-
XXVII – aprovar previamente, em votação ostensiva, após ar- trito Federal e Territórios.
guição pública, a escolha dos membros do conselho de Governo §2º Desde a expedição do diploma, os membros da Câmara
indicados pelo Governador; Legislativa não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime ina-
XXVIII - aprovar previamente a alienação de terras públicas com fiançável.
área superior a vinte e cinco hectares e, no caso de concessão de §3º No caso de flagrante de crime inafiançável os autos serão
uso, com área superior a cinquenta hectares; remetidos dentro de vinte e quatro horas à Câmara Legislativa, para
XXIX - apreciar e julgar, anualmente, as contas do Tribunal de que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
Contas do Distrito Federal; §4º Recebida a denúncia contra o Deputado Distrital por crime
XXX - receber renúncia de Deputado Distrital e declarar a va- ocorrido após a diplomação, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal
cância do cargo; e Territórios dará ciência à Câmara Legislativa, que, por iniciativa de
XXXI - declarar a perda de mandato de Deputado Distrital, partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus
como prevê o art. 63, §2º; membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
XXXII - solicitar ao Governador informação sobre atos de sua §5º O pedido de sustação será apreciado pela Câmara Legisla-
competência; tiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebi-
XXXIII - encaminhar, por intermédio da Mesa Diretora, reque- mento pela Mesa Diretora.
rimento de informação aos Secretários de Governo, implicando §6º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto
crime de responsabilidade, nos termos da legislação pertinente, a durar o mandato.
recusa ou o não atendimento no prazo de trinta dias, bem como o §7º Os Deputados Distritais não serão obrigados a testemunhar
fornecimento de informação falsa; sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício
XXXIV - apreciar vetos, observado, no que couber, o disposto do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles
nos arts. 66 e 67 da Constituição Federal; receberam informações.
XXXV - aprovar previamente a indicação de presidente de insti- §8º A incorporação de Deputados Distritais às Forças Armadas,
tuição financeiras oficiais do Distrito Federal; embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de
XXXVI - REVOGADO prévia licença da Câmara Legislativa.
XXXVII - emendar a Lei Orgânica, promulgar leis, nos casos de §9º As imunidades dos Deputados Distritais subsistirão durante
silêncio do Governador, expedir decretos legislativos e resoluções; o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de
XXXVIII - regulamentar as formas de participação popular pre- dois terços dos membros da Câmara Legislativa, nos casos de atos
vistas nesta Lei Orgânica; praticados fora do recinto da Casa que sejam incompatíveis com a
XXXIX - indicar membros do Conselho de Governo, nos termos execução da medida.
do art. 108, V; §10. Poderá o Deputado Distrital, mediante licença da Câmara
XL - conceder título de cidadão benemérito ou honorário, nos Legislativa, desempenhar missões de caráter diplomático e cultural.
termos do regimento interno; Art. 62. Os Deputados Distritais não poderão:
XLI - autorizar referendo e convocar plebiscito. I - desde a expedição do diploma:
§1º Em sua função fiscalizadora, a Câmara Legislativa obser- a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito pú-
vará, no que couber, o disposto nos arts. 70 a 75 da Constituição blico, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou
Federal. empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contra-
§2º No caso do inciso XI, a Mesa Diretora da Câmara Legislativa to obedecer a cláusulas uniformes;
enviará denúncia, em cinco dias, à Comissão Especial composta em b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
conformidade com o art. 68, garantida a proporcionalidade partidá- inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum nas entidades cons-
ria; a qual emitirá parecer, no prazo de quinze dias, submetendo-o tantes da alínea anterior;
imediatamente ao Plenário. II - desde a posse:
§3º A remuneração dos Deputados Distritais obedecerá ao li- a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa
mite estabelecido pela Constituição Federal. que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de
§4º Sem prejuízo do disposto no inciso XIV do caput, os Secre- direito público, ou nela exercer função remunerada;
tários de Estado e dirigentes da administração pública direta e indi- b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum,
reta do Distrito Federal comparecerão perante a Câmara Legislativa nas entidades referidas no inciso I, a;
ou suas comissões para expor assuntos de interesse de sua área de c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti-
atribuição: dades a que se refere o inciso I, a;

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público ele- SEÇÃO IV


tivo. DO FUNCIONAMENTO DA CÂMARA LEGISLATIVA
Art. 63. Perderá o mandato o Deputado Distrital:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo SUBSEÇÃO I
anterior; DAS REUNIÕES
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro
parlamentar; Art. 65. A Câmara Legislativa reunir-se-á, anualmente, em sua
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à ter- sede, de 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de
ça parte das sessões ordinárias, salvo licença ou missão autorizada dezembro.
pela Câmara Legislativa; §1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados,
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na domingos ou feriados.
Constituição Federal; §2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, nem encerrada sem a
julgado; aprovação do projeto de lei do orçamento.
VII - que utilizar-se do mandato para a prática de atos de cor- Art. 66. A Câmara Legislativa, em cada legislatura, reunir-se-á
rupção ou improbidade administrativa. em sessões preparatórias no dia 1º de janeiro, observado o seguin-
§1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos te:
definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas assegu- I - na primeira sessão legislativa, para a posse dos Deputados
radas ao Deputado Distrital ou a percepção de vantagens indevidas. Distritais, eleição e posse dos membros da Mesa Diretora;
§2º Nos casos dos incisos I, II, VI e VII, a perda do mandato é II - na terceira sessão legislativa, para posse dos membros da
decidida por maioria absoluta dos membros da Câmara Legislativa, Mesa Diretora eleitos no último dia útil da primeira quinzena de de-
em votação ostensiva, mediante provocação da Mesa Diretora ou zembro da sessão legislativa anterior, permitida uma única recon-
de partido político representado na Casa, assegurada ampla defesa. dução subsequente, na mesma legislatura ou na seguinte.
§3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda declarada Parágrafo único. Na composição da Mesa Diretora é assegura-
pela Mesa Diretora, de ofício ou mediante provocação de qualquer da, tanto quanto possível, a proporcionalidade da representação
dos membros da Câmara Legislativa ou de partido político nela re- partidária ou de blocos parlamentares com participação na Câmara
presentado, assegurada ampla defesa. Legislativa.
§4º A renúncia de Deputado Distrital submetido a processo Art. 67. A convocação extraordinária da Câmara Legislativa far-
que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste ar- -se-á:
tigo, terá seu efeitos suspensos até as deliberações finais de que I - pelo Presidente, nos casos de:
tratam os §§2º e 3º. a) decretação de estado de sítio ou estado de defesa que atinja
Art. 64. Não perderá o mandato o Deputado Distrital: o território do Distrito Federal;
I - investido na função de Ministro de Estado, Secretário-Execu- b) intervenção no Distrito Federal;
tivo de Ministério ou equivalente, Secretário de Estado, Administra- c) recebimento dos autos de prisão de Deputado Distrital, na
dor Regional, Chefe de Missão Diplomática Temporária ou dirigente hipótese de flagrante de crime inafiançável;
máximo de Autarquia, Fundação Pública, Agência, Empresa Pública d) posse do Governador e Vice-Governador;
ou Sociedade de Economia Mista pertencentes à Administração Pú- II - pela Mesa Diretora ou a requerimento de um terço dos De-
blica Federal e Distrital; putados que compõem a Câmara Legislativa, para apreciação de ato
II - licenciado pela Câmara Legislativa por motivo de doença ou do Governador do Distrito Federal que importe crime de responsa-
para tratar, sem remuneração, de interesse particular desde que, bilidade;
neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por ses- III - pelo Governador do Distrito Federal, pelo Presidente da Câ-
são legislativa. mara Legislativa ou a requerimento da maioria dos seus membros,
§1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidu- em caso de urgência ou interesse público relevante;
ra nas funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento IV - pela comissão representativa prevista no art. 68, §5º, nas
e vinte dias. hipóteses estabelecidas nesta Lei Orgânica.
§2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição Parágrafo único. Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara
para preenchê-la, se faltarem mais de quinze meses para o término Legislativa somente deliberará sobre a matéria para a qual tiver sido
do mandato. convocada.
§3º Na hipótese do inciso I, o Deputado Distrital poderá optar SUBSEÇÃO II
pela remuneração de seu mandato. DAS COMISSÕES

Art. 68. A Câmara Legislativa terá comissões permanentes e


temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas
no seu regimento interno ou no ato legislativo de que resultar sua
criação.
§1º Na composição de cada comissão, é assegurada, tanto
quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos
blocos parlamentares com participação na Câmara Legislativa.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

§2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, SUBSEÇÃO I


cabe: DAS EMENDAS À LEI ORGÂNICA
I - apreciar e emitir parecer sobre proposições, na forma do
regimento interno da Câmara Legislativa; Art. 70. A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante propos-
II - realizar audiências públicas com entidades representativas ta:
da sociedade civil; I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Legisla-
III - convocar Secretários de Governo, dirigentes e servidores tiva;
da administração pública direta e indireta do Distrito Federal e o II - do Governador do Distrito Federal;
Procurador-Geral a prestar informações sobre assuntos inerentes a III - de cidadãos, mediante iniciativa popular assinada, no míni-
suas atribuições; mo, por um por cento dos eleitores do Distrito Federal distribuídos
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas em, pelo menos, três zonas eleitorais, com não menos de três déci-
contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; mos por cento do eleitorado de cada uma delas.
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; §1º A proposta será discutida e votada em dois turnos, com
VI - apreciar programas de obras, planos regionais e setoriais interstício mínimo de dez dias, e considerada aprovada se obtiver
de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer; em ambos, o voto favorável de dois terços dos membros da Câmara
VII - fiscalizar os atos que envolvam gastos de órgãos e entida- Legislativa.
des da administração pública. §2º A emenda à Lei Orgânica será promulgada pela Mesa Di-
§3º Às comissões parlamentares de inquérito aplica-se o se- retora da Câmara Legislativa, com o respectivo número de ordem.
guinte: §3º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda que
I - são criadas mediante requerimento: ferir princípios da Constituição Federal.
a) de um terço dos membros da Câmara Legislativa; §4º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
b) de iniciativa popular, com o mínimo de subscritores previsto havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
no art. 76; mesma sessão legislativa.
II - destinam-se à apuração de fato determinado e por prazo §5º A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de
certo; intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio.
III - têm poderes de investigação próprios das autoridades ju-
diciais, além de outros previstos em lei e no regimento interno da SUBSEÇÃO II
Câmara Legislativa; DAS LEIS
IV - o requerimento, atendidas as formalidades regimentais,
independe de aprovação; Art. 71. A iniciativa das leis complementares e ordinárias, ob-
V - a instalação de comissão parlamentar de inquérito de ini- servada a forma e os casos previstos nesta Lei Orgânica, cabe:
ciativa popular tem precedência sobre as demais e não pode ser I – a qualquer membro ou comissão da Câmara Legislativa;
inviabilizada em razão de formalidades regimentais; II – ao Governador;
VI - suas conclusões, se for o caso, devem ser encaminhadas ao III – aos cidadãos;
Tribunal de Contas, ao Ministério Público ou à Procuradoria-Geral IV – ao Tribunal de Contas, nas matérias do art. 84, IV, e do art.
do Distrito Federal, para que promovam, conforme o caso, a res- 86;
ponsabilidade civil, criminal, administrativa ou tributária do infrator. V – à Defensoria Pública, nas matérias do art. 114, §4º.
§4º A omissão de informação às comissões parlamentares de §1º Compete privativamente ao Governador do Distrito Fede-
inquérito, inclusive as que envolvam sigilo, ou a prestação de infor- ral a iniciativa das leis que disponham sobre:
mações falsas constituem crime de responsabilidade, na forma da I - criação de cargos, funções ou empregos públicos na admi-
legislação pertinente. nistração direta, autárquica e fundacional, ou aumento de sua re-
§5º Durante o recesso, haverá uma comissão representativa muneração;
da Câmara Legislativa, com atribuições definidas no regimento in- II - servidores públicos do Distrito Federal, seu regime jurídico,
terno, cuja composição reproduzirá, tanto quanto possível, a pro- provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
porcionalidade de representação partidária, eleita na última sessão III - organização da Procuradoria-Geral do Distrito Federal;
ordinária de casa sessão legislativa. IV - criação, estruturação, reestruturação, desmembramento,
extinção, incorporação, fusão e atribuições das Secretarias de Go-
SEÇÃO V verno, Órgãos e entidades da administração pública;
DO PROCESSO LEGISLATIVO V - plano plurianual, orçamento anual e diretrizes orçamentá-
rias.
Art. 69. O processo legislativo compreende a elaboração de: VI – plano diretor de ordenamento territorial, lei de uso e ocu-
I - emendas à Lei Orgânica; pação do solo, plano de preservação do conjunto urbanístico de
II - leis complementares; Brasília e planos de desenvolvimento local;
III - leis ordinárias; VII – afetação, desafetação, alienação, aforamento, comodato e
IV - decretos legislativos; cessão de bens imóveis do Distrito Federal.
V - resoluções. §2º Não será objeto de deliberação proposta que vise a conce-
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre elaboração, der gratuidade ou subsídio em serviço público prestado de forma
redação, alteração e consolidação das leis do Distrito Federal. indireta, sem a correspondente indicação da fonte de custeio.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

§3º As emendas parlamentares a proposição de iniciativa do II – o regime jurídico dos servidores públicos civis;
Poder Executivo, inclusive aos projetos de lei de que trata o §1º, VI, III - a lei de organização da Procuradoria-Geral do Distrito Fe-
deste artigo, devem guardar pertinência temática com a matéria a deral;
deliberar. IV – o código tributário do Distrito Federal;
Art. 72. Não será admitido aumento da despesa prevista: V - a lei que dispõe sobre as atribuições do Vice-Governador do
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador do Distrito Distrito Federal;
Federal, ressalvado o disposto no art. 166, §§3º e 4º da Constituição VI - a lei que dispõe sobre a organização do sistema de educa-
Federal; ção do Distrito Federal;
II – nos projetos sobre organização dos serviços administrati- VII - a lei de organização da previdência dos servidores públicos
vos da Câmara Legislativa, do Tribunal de Contas e da Defensoria do Distrito Federal;
Pública. VIII - a lei que dispõe sobre o plano diretor de ordenamento
Art. 73. O Governador do Distrito Federal pode solicitar urgên- territorial do Distrito Federal.
cia para apreciação de projetos de sua iniciativa. IX - a lei que dispõe sobre a Lei de Uso e Ocupação do Solo;
§1º Se, na hipótese prevista no caput, a Câmara Legislativa não X - a lei que dispõe sobre o Plano de Preservação do Conjunto
se manifestar sobre a proposição em até quarenta e cinco dias, esta Urbanístico de Brasília;
deverá ser incluída na Ordem do Dia, sobrestando-se a deliberação XI - a lei que dispõe sobre o Plano de Desenvolvimento Local.
quanto aos demais assuntos, para que se ultime a votação. XII – a lei de organização e funcionamento da Defensoria Públi-
§2º Os prazos de que trata o parágrafo anterior não ocorrem ca do Distrito Federal.
nos períodos de recesso da Câmara Legislativa, nem se aplicam a SUBSEÇÃO III
projetos de código e de emendas a esta Lei Orgânica. DA INICIATIVA POPULAR
Art. 74. Aprovado o projeto de lei, na forma regimental, será
ele enviado ao Governador que, aquiescendo, o sancionará e pro- Art. 76. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresenta-
mulgará. ção à Câmara Legislativa de emenda à Lei Orgânica, na forma do
§1º Se o Governador do Distrito Federal considerar o projeto art. 70, III, ou de projeto de lei devidamente articulado, justificado
de lei, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao inte- e subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado do Distrito
resse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze Federal, distribuído por três zonas eleitorais, assegurada a defesa
dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro do projeto por representantes dos respectivos autores perante as
de quarenta e oito horas, os motivos do veto ao Presidente da Câ- comissões nas quais tramitar.
mara Legislativa.
§2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, SEÇÃO VI
parágrafo, inciso ou alínea. DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA
§3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Governador
importará sanção. SUBSEÇÃO I
§4º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado ao Gover- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
nador para promulgação.
§5º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no art. 66, Art. 77. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera-
§4º, da Constituição Federal, o veto será incluído na ordem do dia cional e patrimonial do Distrito Federal e das entidades da adminis-
da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições até a sua tração direta, indireta e das fundações instituídas ou mantidas pelo
votação final, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria abso- Poder Público, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
luta dos Deputados, em votação ostensiva. aplicação de subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela
§6º Se a lei não for promulgada em quarenta e oito horas pelo Câmara Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de
Governador nos casos dos §§3º e 4º, o Presidente da Câmara Legis- controle interno de cada Poder.
lativa a promulgará e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Parágrafo único. Deve prestar contas qualquer pessoa física ou
Vice-Presidente fazê-lo. jurídica pública ou privada que utilize, arrecade, guarde, gerencie
§7º A matéria constante de projeto lei rejeitado somente po- ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais o
derá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, Distrito Federal responda, ou que, em nome deste, assuma obriga-
mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara ções de natureza pecuniária.
Legislativa. Art. 78. O controle externo, a cargo da Câmara Legislativa, será
§8º Caso o projeto de lei seja vetado durante o recesso da Câ- exercido com auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, ao
mara Legislativa, o Governador comunicará o veto à comissão a que qual compete:
se refere o art. 68, §5º e, dependendo da urgência e da relevância I - apreciar as contas anuais do Governador, fazer sobre elas re-
da matéria, poderá convocar a Câmara Legislativa para sobre ele se latórios analítico e emitir parecer prévio no prazo de sessenta dias,
manifestar, nos termos do art. 67, IV. contados do seu recebimento da Câmara Legislativa.
Art. 75. As leis complementares serão aprovadas por maioria II - julgas as contas:
absoluta dos Deputados da Câmara Legislativa e receberão nume- a) dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,
ração distinta das leis ordinárias. bens e valores da administração direta e indireta ou que estejam
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, constituirão leis com- sob sua responsabilidade, incluídos os das fundações e sociedades
plementares, entre outras: instituídas ou mantidas pelo Poder Público do Distrito Federal, bem
I - a lei de organização do Tribunal de Contas do Distrito Fede- como daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregu-
ral; laridade de que resulte prejuízo ao erário;

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

b) dos dirigentes ou liquidantes de empresas incorporadas, ex- §1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado di-
tintas, liquidadas ou sob intervenção ou que, de qualquer modo, retamente pela Câmara Legislativa, que solicitará, de imediato, ao
venham a integrar, provisória ou definitivamente, o patrimônio do Poder Executivo as medidas cabíveis.
Distrito Federal ou de outra entidade da administração indireta. §2º Se a Câmara Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de
c) daqueles que assumam obrigações de natureza pecuniária noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo ante-
em nome do Distrito Federal ou de entidade da administração in- rior, o Tribunal decidirá da questão.
direta; §3º O Tribunal encaminhará à Câmara Legislativa, trimestral e
d) dos dirigentes de entidades dotadas de personalidade ju- anualmente, relatório circunstanciado e demonstrativo das ativida-
rídica de direito privado que recebam contribuições, subvenções, des internas e de controle externo realizadas.
auxílios e afins, até o limite do patrimônio transferido. §4º Nos casos de irregularidade ou ilegalidade constatados,
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de sem imputação de débito, em que o Tribunal de Contas do Distrito
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e Federal decidir não aplicar o disposto no inciso IX deste artigo, de-
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder verão os respectivos votos ser publicados juntamente com a ata da
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em sessão em que se der o julgamento.
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas §5º As decisões do Tribunal de Contas do Distrito Federal de
e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o que resultem imputação de débitos ou multa terá eficácia de título
fundamento legal do ato concessório; executivo.
IV - avaliar a execução das metas previstas no plano plurianual, Art. 79. A Câmara Legislativa ou a comissão competente, diante
nas diretrizes orçamentárias e no orçamento anual; de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob forma de in-
V - realizar, por iniciativa própria, da Câmara Legislativa ou de vestimentos não programados ou de incentivos, isenções, anistias,
alguma de suas comissões técnicas ou de inquérito, inspeções e au- remissões, subsídios ou benefícios de natureza financeira, tributária
ditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou creditícia não aprovados, poderá solicitar à autoridade governa-
e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Executivo mental responsável que, no prazo de cinco dias, preste esclareci-
e Legislativo do Distrito Federal: mentos necessários.
a) da estimativa, lançamento, arrecadação, recolhimento, par- §1º Não prestados os esclarecimentos ou considerados estes
celamento e renúncia de receitas; insuficientes, a Câmara Legislativa ou a comissão competente so-
b) dos incentivos, transações, remissões e anistias fiscais, isen- licitará ao Tribunal de Contas pronunciamento conclusivo sobre a
ções, subsídios, benefícios e afins, de natureza financeira, tributá- matéria, no prazo de trinta dias.
ria, creditícia e outras concedidas pelo Distrito Federal; §2º Entendendo o Tribunal de Contas irregular a despesa,
c) das despesas de investimento e custeio, inclusive á conta de a comissão competente, se julgar que o gasto possa causar dano
fundo especial, de natureza contábil ou financeira; irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá à Câmara
d) das concessões, cessões, doações, permissões e contratos Legislativa sua sustação, se ainda não realizado, ou seu reembolso
de qualquer natureza, a título oneroso ou gratuito, e das subven- devidamente atualizado monetariamente, consoante regras vigen-
ções sociais ou econômicas, dos auxílios, contribuições e doações. tes, se já efetuado.
e) de outros atos e procedimentos de que resultem variações §3º O Tribunal de Contas do Distrito Federal agirá de ofício ou
patrimoniais; mediante iniciativa da Câmara Legislativa, do Ministério Público ou
VI - fiscalizar as aplicações do Poder Público em empresas de das autoridades financeiras e orçamentárias do Distrito Federal ou
cujo capital social o Distrito Federal participe de forma direta ou dos demais órgãos auxiliares, sempre que houver indício de irre-
indireta, nos termos do respectivo ato constitutivo; gularidade em qualquer despesa, inclusive naquela decorrente de
VII - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados ao contrato.
Distrito Federal ou pelo Distrito Federal, mediante convênio, acor- Art. 80. Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de forma
do, ajuste ou outros instrumentos congêneres; integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
VIII - prestar as informações solicitadas pela Câmara Legislativa I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria-
ou por qualquer de suas comissões técnicas ou de inquérito sobre nual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos do
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e pa- Distrito Federal;
trimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à
IX - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despe- eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira, contábil e
sa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, a qual patrimonial nos órgãos e entidades da administração do Distrito Fe-
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dado deral, e quanto à da aplicação de recursos públicos por entidades
causado ao erário; de direito privado;
X - assinar prazo que o órgão ou entidade adote as providências III - exercer o controle sobre o deferimento de vantagens e a
necessárias ao exato cumprimento da lei, verificada a ilegalidade; forma de calcular qualquer parcela integrante da remuneração,
XI - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, co- vencimento ou salário de seus membros ou servidores;
municando a decisão à Câmara Legislativa; IV - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan-
XII - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou tias, bem como os dos direitos e haveres do Distrito Federal;
abusos apurados; V - avaliar a relação de custo e benefício das renúncias de recei-
XIV - apreciar e apurar denúncias sobre irregularidades e ilega- tas e dos incentivos, remissões, parcelamentos de dívidas, anistias,
lidades dos atos sujeitos a seu controle. isenções, subsídios, benefícios e afins de natureza financeira, tribu-
tária, creditícia e outros.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

VI - apoiar o controle externo, no exercício de sua missão ins- I – três pelo Governador do Distrito Federal, com a aprovação
titucional. da Câmara Legislativa, sendo um de livre escolha, e dois alternada-
§1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem co- mente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao
nhecimento de qualquer irregularidade, ilegalidade ou ofensa aos Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os crité-
princípios do art. 37 da Constituição Federal, dela darão ciência ao rios de antiguidade e merecimento;
Tribunal de Contas do Distrito Federal, sob pena de responsabilida- II – quatro pela Câmara Legislativa.
de solidária. §3º REVOGADO
§2º As contas públicas do Distrito Federal ficarão, durante ses- §4º Os Conselheiros do Tribunal de Contas têm as mesmas ga-
senta dias, anualmente, em local próprio da Câmara Legislativa à rantias, prerrogativas, impedimentos e subsídio dos Desembarga-
disposição de qualquer contribuinte para exame e apreciação e se- dores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, apli-
rão disponibilizadas de maneira permanente, atualizadas mensal- cando-se-lhes, quanto a aposentadoria e pensão, as normas do art.
mente, nos sítios oficiais na internet do Poder Legislativo, do Poder 41.
Executivo e do Tribunal de Contas do Distrito Federal, recomendan- §5º Os Conselheiros, nas suas faltas e impedimentos, serão
do-se a criação de sítios específicos na internet para a publicação substituídos por Auditores, na forma da lei.
permanente das contas públicas, de forma clara e compreensível §6º O Auditor, quando em substituição a Conselheiro, terá as
ao cidadão. mesmas garantias, prerrogativas e impedimentos do titular e, no
§3º Qualquer cidadão, partido político, associação ou entidade exercício das demais atribuições da judicatura, as de Juiz de Direito
sindical é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregulari- da Justiça do Distrito Federal e Territórios.
dades ao Tribunal de Contas ou à Câmara Legislativa. §7º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal
§4º A prestação de contas anual do Governador e as tomadas farão declaração pública de bens, no ato da posse e no término do
ou prestações de contas anuais dos administradores dos órgãos e exercício do cargo.
entidades do Distrito Federal deverão ser acompanhadas de relató- §8º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Fede-
rio circunstanciado do órgão de controle interno sobre o resultado ral, nos casos de crime comum e nos de responsabilidade, serão
das atividades indicadas neste artigo. processados e julgados, originariamente, pelo Superior Tribunal de
Art. 81. O Tribunal de Contas do Distrito Federal prestará contas Justiça.
anualmente de sua execução orçamentária, financeira e patrimo- §9° É proibida a nomeação para o cargo de Conselheiro do Tri-
nial à Câmara Legislativa até sessenta dias da data da abertura da bunal de Contas do Distrito Federal de pessoa que tenha praticado
sessão do ano seguinte àquele a que se referir o exercício financeiro ato tipificado como causa de inelegibilidade prevista na legislação
quanto aos aspectos de legalidade, legitimidade e economicidade, eleitoral.
observados os demais preceitos legais. Art. 83. Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Fede-
ral ainda que em disponibilidade, não poderão exercer outra função
SUBSEÇÃO II pública, nem qualquer profissão remunerada, salvo uma de magis-
DO TRIBUNAL DE CONTAS tério, nem receber, a qualquer título ou pretexto, participação nos
processos, bem como dedicar-se à atividade político-partidária, sob
Art. 82. O Tribunal de Contas do Distrito Federal, integrado por pena de perda do cargo.
sete Conselheiros, tem sede na cidade de Brasília, quadro próprio Art. 84. É da competência exclusiva do Tribunal de Contas do
de pessoal e jurisdição em todo o território do Distrito Federal, Distrito Federal:
exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96 da I - elaborar, aprovar e alterar seu regimento interno;
Constituição Federal. II - organizar seus serviços auxiliares e prover os respectivos
§1º Os Conselheiros do Tribunal serão nomeados entre brasi- cargos, ocupados aqueles em comissão preferencialmente por ser-
leiros que satisfaçam os seguintes requisitos: vidores de carreira do próprio tribunal, nos casos e condições que
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de deverão ser previstos em sua lei de organização;
idade; III - conceder licença, férias e outros afastamentos a Conselhei-
II - idoneidade moral e reputação ilibada; ros e Auditores;
III - notáveis conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e IV - propor à Câmara Legislativa a criação, transformação e ex-
financeiros ou de administração pública; tinção de cargos e afixação dos respectivos vencimentos;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva ativi- V - elaborar sua proposta orçamentária, observados os princí-
dade profissional que exija os conhecimentos mencionados no item pios estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
anterior. Art. 84-A. O Tribunal de Contas do Distrito Federal é represen-
§2º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito Federal tado por seu Presidente e, judicialmente, por sua Procuradoria-Ge-
serão escolhidos: ral.
I - dois pelo Governador do Distrito Federal, com aprovação da §1º São funções institucionais da Procuradoria-Geral do Tribu-
Câmara Legislativa, sendo um, alternadamente, entre auditores e nal de Contas do Distrito Federal, em seu âmbito:
membros do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, indica- I - representar o Tribunal de Contas do Distrito Federal judicial-
dos em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigui- mente;
dade e merecimento; II - promover a defesa do Tribunal de Contas do Distrito Fede-
II - cinco pela Câmara Legislativa. ral, requerendo a qualquer órgão, entidade ou tribunal as medidas
de interesse da Justiça, da Administração e do Erário;

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

III - promover a uniformização da jurisprudência administrativa §2º Se, ante de realizado o segundo turno, ocorrer morte, de-
e a compilação da legislação de interesse do Tribunal de Contas do sistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, entre
Distrito Federal. os remanescentes, o de maior votação.
§2º O ingresso no cargo de Procurador do Tribunal de Contas §3º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em
do Distrito Federal é feito mediante concurso público de provas e segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação quali-
títulos. ficar-se-á o mais idoso.
§3º Lei de iniciativa do Tribunal de Contas do Distrito Federal Art. 91. O Governador e o Vice-Governador do Distrito Federal
deve dispor sobre a criação dos cargos e a estrutura da sua Procu- tomarão posse em sessão da Câmara Legislativa, quando prestarão
radoria-Geral. o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição Fe-
§4º O Tribunal de Contas do Distrito Federal deve dispor sobre deral e a Lei Orgânica, observar as leis e promover o bem geral do
a organização e o funcionamento da sua Procuradoria-Geral. povo do Distrito Federal.
Art. 85. Funcionará junto ao Tribunal de Contas o Ministério Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para
Público, regido pelos princípios institucionais de unidade, indivisibi- a posse, o Governador ou o Vice-Governador do Distrito Federal,
lidade e independência funcional, com as atribuições de guarda da salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será
lei e fiscal de sua execução. declarado vago.
Parágrafo único. A proibição de que trata o art. 82, §9°, aplica- Art. 92. Cabe ao Vice-Governador substituir o Governador em
-se à nomeação do Procurador-Geral do Ministério Público de Con- sua ausência ou impedimento e suceder-lhe no caso de vaga.
tas do Distrito Federal. Parágrafo único. O Vice-Governador do Distrito Federal, além
Art. 86. Lei complementar do Distrito Federal disporá sobre a de suas atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar,
organização e funcionamento do Tribunal de Contas, podendo di- auxiliará o Governador, sempre que por ele convocado para mis-
vidi-lo em câmaras e criar delegações ou órgãos destinados a au- sões especiais.
xiliá-lo no exercício de suas funções e na descentralização dos seus Art. 93. Em caso de impedimento do Governador e do Vice-Go-
trabalhos. vernador, ou de vacância dos respectivos cargos, serão sucessiva-
CAPÍTULO III mente chamados ao exercício da chefia do Poder Executivo o Presi-
DO PODER EXECUTIVO dente da Câmara Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios.
SEÇÃO I Art. 94. Vagando os cargos de Governador e Vice-Governador
DO GOVERNADOR E VICE-GOVERNADOR do Distrito Federal, se fará eleição noventa dias depois de aberta a
última vaga.
Art. 87. O Poder Executivo é exercido pelo Governador do Dis- §1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do mandato, a
trito Federal, auxiliado pelos Secretários de Governo. eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última
Art. 88. A eleição do Governador e do Vice-Governador do Dis- vaga, pela Câmara Legislativa, na forma da Lei.
trito Federal realizar-se-á noventa dias antes do término do manda- §2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o pe-
to de seus antecessores, e a posse ocorrerá no dia 1º de janeiro do ríodo de seus antecessores.
ano subsequente. Art. 95. O Governador e o Vice-Governador deverão residir no
§1º A eleição do Governador do Distrito Federal importará a do Distrito Federal.
Vice-Governador com ele registrado. Art. 96. O Governador e o Vice-Governador não poderão, sem
§2º A eleição do Governador do Distrito Federal é feita por su- licença da Câmara Legislativa, ausentar-se do Distrito Federal por
frágio universal e por voto direto e secreto. período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
§3º O mandato do Governador é de quatro anos, vedada a ree- Parágrafo Primeiro. A licença a que se refere o caput deverá ser
leição para o período subsequente. justificada.
§3º O mandato do Governador do Distrito Federal será de qua- §2° O Governador e o Vice-Governador do Distrito Federal po-
tro anos, permitida a reeleição para um único período subsequente. derão afastar-se durante trinta dias, a título de férias, em cada ano
Art. 89. São condições de elegibilidade para Governador e Vice- de seu mandato.
-Governador do Distrito Federal: Art. 97. O Governador e o Vice-Governador deverão, no ato da
I - nacionalidade brasileira; posse e no término do mandato, fazer declaração pública de bens.
II - pleno exercício dos direitos políticos; Art. 98. Aplicam-se ao Governador e ao Vice-Governador, no
III - domicílio eleitoral na circunscrição do Distrito Federal pelo que couber, as proibições e impedimentos estabelecidos para os
prazo fixado em lei; Deputados Distritais, fixados no art. 62.
IV - filiação partidária; Art. 99. Perderá o mandato o Governador que assumir outro
V - idade mínima de trinta anos; cargo ou função na administração pública direta ou indireta, fede-
VI - alistamento eleitoral. ral, estadual, municipal ou do Distrito Federal, ressalvada a posse
Art. 90. Será considerado eleito Governador do Distrito Federal em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38,
o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria I, IV e V da Constituição Federal.
absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§1º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta no primei- SEÇÃO II
ro turno, faz-se nova eleição, na qual concorrem os dois candidatos DAS ATRIBUIÇÕES DO GOVERNADOR
mais votados, sendo considerado eleito o que obtiver a maioria dos
votos válidos. Art. 100. Compete privativamente ao Governador do Distrito
Federal:

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

I - representar o Distrito Federal perante o Governo da União e XXV - decretar situação de emergência e estado de calamidade
das Unidades da Federação, bem como em suas relações jurídicas, pública no Distrito Federal;
políticas, sociais e administrativas; XXVI - praticar os demais atos de administração, nos limites da
II - nomear, observado o disposto no caput do art. 244 e em seu competência do Poder Executivo;
parágrafo único, os membros do Conselho de Educação do Distrito XXVII – nomear, dispensar, exonerar, demitir e destituir servi-
Federal; dores da administração pública direta, autárquica e fundacional.
III - nomear e exonerar Secretários de Governo; XXVIII – nomear e destituir o Defensor Público-Geral do Distrito
IV - exercer, com auxílio dos Secretários de Governo, a direção Federal, na forma da lei.
superior da administração do Distrito Federal; XXIX - nomear, na forma da lei, o Diretor-Geral do Departamen-
V - exercer o comando superior da Polícia Militar e do Corpo to de Trânsito do Distrito Federal, dentre os servidores efetivos, in-
de Bombeiros Militar do Distrito Federal, e promover seus oficiais; dicado em lista tríplice elaborada pela categoria do órgão.
VI - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos Parágrafo único. A nomeação do Diretor-Geral da Polícia Civil
nesta Lei Orgânica; do Distrito Federal dá-se por indicação em lista tríplice elaborada
VII - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como pelos Delegados de Polícia e Policiais Civis do Distrito Federal.
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
VIII - nomear, na forma da lei, os Comandantes-Gerais da Polí- SEÇÃO III
cia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, bem DA RESPONSABILIDADE DO GOVERNADOR
como o Diretor-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal, observado
o disposto no parágrafo único deste artigo. Art. 101. São crimes de responsabilidade os atos do Governa-
IX - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; dor do Distrito Federal que atentem contra a Constituição Federal,
X - dispor sobre a organização e o funcionamento da adminis- esta Lei Orgânica e, especialmente, contra:
tração do Distrito Federal, na forma desta Lei Orgânica; I - a existência da União e do Distrito Federal;
XI – remeter mensagem à Câmara Legislativa por ocasião da II - o livre exercício do Poder Executivo e do Poder Legislativo ou
abertura da sessão legislativa, expondo a situação do Distrito Fede- de outras autoridades constituídas;
ral e indicando as providências que julgar necessárias; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
XII - nomear os Conselheiros do Tribunal de Contas do Distrito IV - a segurança interna do País e do Distrito Federal;
Federal, após a aprovação pela Câmara Legislativa, observado o dis- V - a probidade na administração;
posto no art. 82, §§1º e 2º e seus incisos; VI - a lei orçamentária;
XIII - nomear e destituir o Procurador-Geral do Distrito Federal, VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
na forma da lei; Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo serão de-
XIV - nomear os membros do Conselho de Governo, e que se finidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e
refere no art. 108; julgamento.
XV - nomear e destituir presidente de instituições financeiras Art. 101-A. São crimes de responsabilidade os atos dos secre-
controladas pelo Distrito Federal, após a aprovação pela Câmara tários de governo, dos dirigentes e servidores da administração pú-
Legislativa, na forma do art. 60, XXXV; blica direta e indireta, do Procurador-Geral, dos comandantes da
XVI - enviar à Câmara Legislativa projetos de lei relativos a pla- Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar e do Diretor-Geral
no plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, dívida da Polícia Civil que atentarem contra a Constituição Federal, esta Lei
pública e operações de crédito; Orgânica e, especialmente, contra:
XVII - prestar anualmente à Câmara Legislativa, no prazo de I - a existência da União e do Distrito Federal;
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas refe- II - o livre exercício dos Poderes Executivo e Legislativo e das
rentes ao exercício anterior; outras autoridades constituídas;
XVIII - prover e extinguir os cargos públicos do Distrito Federal, III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
na forma da lei; IV - a segurança interna do País e do Distrito Federal;
XIX - nomear e demitir diretores de sociedades de economia V - a probidade na administração;
mista, empresas públicas e fundações mantidas pelo Poder Público; VI - a lei orçamentária;
XX - subscrever ou adquirir ações, realizar ou aumentar capi- VII - o cumprimento das leis e decisões judiciais;
tal, desde que haja recursos disponíveis, de sociedade de economia §1° A recusa em atender a convocação da Câmara Legislativa
mista ou de empresa pública, bem como dispor, a qualquer título, ou de qualquer das suas comissões constitui igualmente crime de
no todo ou em parte, de ações ou capital que tenham subscrito, ad- responsabilidade.
quirido, realizado ou aumentado, mediante autorização da Câmara §2° A Mesa Diretora, as Comissões Permanentes e os Deputa-
Legislativa; dos Distritais poderão apresentar ao plenário denúncia solicitando
XXI - delegar, por decreto, a qualquer autoridade do Executivo a instauração de processo por crime de responsabilidade contra
atribuições administrativas que não sejam de sua exclusiva compe- qualquer das autoridades elencadas no caput.
tência; §3º Admitida a acusação constante da denúncia, por maioria
XXII - solicitar intervenção federal na forma estabelecida pela absoluta dos deputados distritais, será a autoridade julgada perante
Constituição da República; a própria Câmara Legislativa.
XXIII - celebrar ou autorizar convênios, ajustes ou acordos com §4º Após admitida a denúncia pela Câmara Legislativa a autori-
entidades públicas ou particulares, na forma da legislação em vigor; dade será afastada imediatamente de seu cargo.
XXIV - realizar operações de crédito autorizadas pela Câmara
Legislativa;

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

§5º Aos ex-governadores e aos ex-ocupantes dos cargos refe- Legislativa ou a qualquer de suas comissões quando convocados,
ridos no caput, aplica-se o disposto no §1º quando a convocação além da não prestação de informações no prazo de trinta dias ou o
referir-se a atos praticados no período de mandato ou gestão dos fornecimento de informações falsas.
respectivos cargos.” §2º O acolhimento da denúncia pela prática de crime de res-
Art. 102. Qualquer cidadão, partido político, associação ou en- ponsabilidade acarreta o afastamento do Secretário de Governo do
tidade sindical poderá denunciar à Câmara Legislativa o Governa- exercício de suas funções.
dor, o Vice-Governador e os Secretários de Governo por crime de SEÇÃO V
responsabilidade. DO CONSELHO DE GOVERNO
Art. 103. Admitida acusação contra o Governador, por dois ter-
ços da Câmara Legislativa, será ele submetido a julgamento perante Art. 108. O Conselho de Governo é o órgão superior de con-
o Superior Tribunal de Justiça, nas infrações penais comuns, ou pe- sulta do Governador do Distrito Federal, que o preside e do qual
rante a própria Câmara Legislativa, nos crimes de responsabilidade. participam:
§1º O Governador ficará suspenso de suas funções: I - o Vice-Governador do Distrito Federal;
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou II - o Presidente da Câmara Legislativa;
queixa-crime pelo Superior Tribunal de Justiça; III - os líderes da maioria e da minoria na Câmara Legislativa;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do pro- IV - quatro cidadãos brasileiros natos, residentes no Distrito
cesso pela Câmara Legislativa. Federal há pelo menos dez anos, maiores de trinta anos de idade,
§2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento todos com mandato de dois anos, vedada a recondução, sendo dois
não estiver concluído, cessará o afastamento do Governador não nomeados pelo Governador e dois indicados pela Câmara Legisla-
estará sujeito a prisão. tiva.
§3º .REVOGADO Art. 109. Compete ao Conselho de Governo pronunciar-se so-
§4º.REVOGADO bre questões relevantes suscitadas pelo Governo do Distrito Fede-
Art. 104. A condenação do Governador ou do Vice-Governador ral, incluída a estabilidade das instituições e os problemas emergen-
do Distrito Federal implica a destituição do cargo, sem prejuízo das tes de grave complexidade e magnitude.
demais sanções legais cabíveis. Parágrafo único. A lei regulará a organização e funcionamento
do Conselho de Governo e as atribuições de seus membros, que as
SEÇÃO IV exercerão independentemente de qualquer remuneração.
DOS SECRETÁRIOS DE GOVERNO
CAPÍTULO IV
Art. 105. Os Secretários de Estado serão escolhidos entre bra- DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
sileiros maiores de vinte e um anos, no exercício dos direitos políti-
cos, aplicando-se-lhes o disposto no art. 19, §8°. SEÇÃO I
Parágrafo único. Compete aos Secretários de Governo, além de DA PROCURADORIA-GERAL DO DISTRITO FEDERAL
outras atribuições estabelecidas nesta Lei Orgânica e nas demais
leis: Art. 110. A Procuradoria-Geral é o órgão central do sistema jurí-
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos dico do Poder Executivo, de natureza permanente, na forma do art.
e entidades da administração do Distrito Federal, na área de sua 132 da Constituição Federal.
competência; Parágrafo único. A proibição de que trata o art. 19, §8°, aplica-
II - referendar os decretos e os atos assinados pelo Governador, -se à nomeação do Procurador-Geral do Distrito Federal.
referentes à área de sua competência; Art. 111 - São funções institucionais da Procuradoria-Geral do
III - expedir instruções para a execução das leis, decretos e re- Distrito Federal:
gulamentos; Art. 111. São funções institucionais da Procuradoria-Geral do
IV - apresentar ao Governador relatório anual de sua gestão; Distrito Federal:
V - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem I - representar o Distrito Federal judicial e extra-judicialmente;
outorgadas ou delegadas pelo Governador do Distrito Federal; II - representar a Fazenda Pública perante os Tribunais de Con-
VI - comparecer à Câmara Legislativa ou a suas comissões nos tas da União, do Distrito Federal e Juntas de Recursos Fiscais;
casos e para os fins indicados nesta Lei Orgânica; III - promover a defesa da Administração Pública requerendo
VII - delegar a seus subordinados, por ato expresso, atribuições a qualquer órgão, entidade ou tribunal as medidas de interesse da
previstas na legislação. Justiça da Administração e do Erário.
Art. 106. Os Secretários de Governo poderão comparecer à IV - representar sobre questões de ordem jurídica sempre que
Câmara Legislativa do Distrito Federal ou a qualquer de suas co- o interessado público ou a aplicação do Direito o reclamarem;
missões, por sua iniciativa ou por convocação, para expor assunto V - promover a uniformização da jurisprudência administrativa
relevante de sua secretaria. e a compilação da legislação do Distrito Federal;
Art. 107. Os Secretários de Governo serão, nos crimes de co- VI - prestar orientação jurídico-normativa para a administração
muns e nos de responsabilidade, processados e julgados pelo Tribu- pública direta, indireta e fundacional.
nal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, ressalvada a compe- VII - efetuar a cobrança judicial da dívida do Distrito Federal.
tência dos órgãos judiciários federais. §1º A cobrança judicial da dívida do Distrito Federal a que se
§1º São crimes de responsabilidade dos Secretários de Gover- refere o inciso VII deste artigo inclui aquela relativa à Câmara Legis-
no os referidos nos arts. 60, XII e 101, bem como os demais previs- lativa do Distrito Federal.
tos em lei, incluída a recusa ou o não comparecimento à Câmara §2º REVOGADO

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

Art. 112. Os servidores de apoio às atividades jurídicas serão CAPÍTULO V


organizados em carreira, com quadro próprio e funções específicas. DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 113 - Aplicam-se aos Procuradores das Autarquias e Fun-
dações do Distrito Federal os mesmos direitos e deveres, garantias, Art. 117.REVOGADO
vencimentos, proibições e impedimentos da atividade correcional Art. 117-A. A Segurança Pública, dever do Estado, direito e res-
e de disposições atinentes à carreira de Procurador do Distrito Fe- ponsabilidade de todos, é exercida com base nos seguintes princí-
deral. pios:
Art. 113. Aplicam-se aos Procuradores das Autarquias e Funda- I - respeito aos direitos humanos e promoção dos direitos e das
ções do Distrito Federal e aos Procuradores da Câmara Legislativa garantias fundamentais individuais e coletivas, especialmente dos
do Distrito Federal os mesmos direitos, deveres, garantias, venci- segmentos sociais de maior vulnerabilidade;
mentos, proibições e impedimentos da atividade correcional e de II - preservação da ordem pública, assim entendidas as ordens
disposições atinentes à carreira de Procurador do Distrito Federal. urbanística, fundiária, econômica, tributária, das relações de consu-
mo, ambiental e da saúde pública;
SEÇÃO II III - gestão integrada de seus órgãos e deles com as esferas edu-
DA DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL cacional, da saúde pública e da assistência social, com a finalidade
de prestar serviço concentrado na prevenção;
Art. 114. A Defensoria Pública é instituição permanente e es- IV - ênfase no policiamento comunitário;
sencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe fundamen- V - preservação da incolumidade das pessoas e do patrimônio
talmente, como expressão e instrumento do regime democrático, público e privado.
a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa §1º São objetivos da política de segurança pública:
judicial e extrajudicial, em todos os graus, dos direitos individuais e I - a prevenção das infrações penais, por meio de procedimen-
coletivos de forma integral e gratuita aos necessitados, na forma do tos investigatórios e de policiamento ostensivo;
art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal. II - a apuração das infrações penais, por meio de procedimen-
§1º À Defensoria Pública do Distrito Federal é assegurada, nos tos investigatórios de polícia judiciária;
termos do art. 134, §2º, da Constituição Federal, e do art. 2º da III - o exercício da atividade de defesa civil, prevenção e comba-
Emenda Constitucional nº 69, de 29 de março de 2012, autonomia te a incêndios, alagamentos, enchentes e outros desastres;
funcional e administrativa, cabendo-lhe elaborar, nos termos da lei IV - a guarda dos prédios públicos do Distrito Federal.
de diretrizes orçamentárias, sua proposta orçamentária e encami- §2º A política de segurança pública do Distrito Federal se nor-
nhá-la ao Poder Executivo para consolidação da proposta de lei de teará pela lei do Plano Decenal de Segurança Pública, cujo texto
orçamento anual e submissão ao Poder Legislativo. tratará do planejamento estratégico do setor, estabelecendo dire-
§2º O Defensor Público-Geral do Distrito Federal só pode ser trizes, metas e ajustes a serem permanentemente feitos pelo Poder
destituído, nos termos da lei, por iniciativa do Governador e prévia Público para o seu atingimento.
deliberação da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Art. 118. REVOGADO
§3º São princípios institucionais da Defensoria Pública a uni- SEÇÃO I
dade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se DA POLÍCIA CIVIL
também, no que couber, o disposto nos arts. 93 e 96, II, da Consti-
tuição Federal. Art. 119. À Polícia Civil, órgão permanente dirigido por dele-
§4º Compete privativamente à Defensoria Pública a iniciativa gado de polícia de carreira, incumbe, ressalvada a competência da
das leis sobre: União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações pe-
I – sua organização e funcionamento; nais, exceto as militares.
II – criação, transformação ou extinção dos seus cargos públi- §1º São princípios institucionais da Polícia Civil unidade, indivi-
cos e fixação dos respectivos vencimentos ou subsídios; sibilidade, legalidade, moralidade, impessoalidade, hierarquia fun-
III – o estatuto dos defensores públicos do Distrito Federal. cional, disciplina e unidade de doutrina e de procedimentos.
Art. 115. É assegurada ao policial militar, ao policial civil e ao §2º REVOGADO
bombeiro militar do Distrito Federal assistência jurídica especializa- §4º Aos integrantes da categoria de delegado de polícia é ga-
da prestada pelo Distrito Federal, quando, no exercício da função, rantida independência funcional no exercício das atribuições de Po-
se envolva em fatos de natureza penal ou administrativa. lícia Judiciária.
§1º Lei complementar de iniciativa do Poder Executivo disporá §5º Os Institutos de Criminalística, de Medicina Legal e de Iden-
sobre a assistência jurídica prestada ao policial militar, ao policial tificação compõem a estrutura administrativa da Polícia Civil, de-
civil e ao bombeiro militar do Distrito Federal. vendo seus dirigentes ser escolhidos entre os integrantes do quadro
§2º Não é prestada a assistência jurídica de que trata este ar- funcional do respectivo instituto.
tigo nas hipóteses de improbidade administrativa apurada em pro- §6º A função de policial civil é considerada técnica.
cesso administrativo disciplinar. §7º O ingresso na carreira de policial civil do Distrito Federal é
Art. 116. Haverá na Assistência Judiciária centro de atendimen- feito na forma da lei.
to para a assistência jurídica, apoio e orientação à mulher vítima de §8º As atividades desenvolvidas nos Institutos de Criminalísti-
violência, bem como a seus familiares. ca, de Medicina Legal e de Identificação são considerados de natu-
reza técnico-científica.
§9º Aos integrantes das categorias de perito criminal, médico
legista e perito papiloscopista é garantida a independência funcio-
nal na elaboração dos laudos periciais.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

§10. Compete ao Diretor-Geral da Polícia Civil do Distrito Fede- Art. 123. O estabelecimento prisional destinado a mulheres
ral, por delegação, autorizar a realização de concursos públicos para terá, em local anexo e independente, creche em tempo integral
o provimento de cargos das carreiras da Polícia Civil, o que ocorre para seus filhos de 0 a 6 anos, atendidos por pessoas especializadas,
sempre que as vagas excedam a 5% dos respectivos cargos ou, com assegurado aos filhos das presidiárias o direito à amamentação até
menor número, de acordo com a necessidade, bem como decidir completarem, no mínimo, 12 meses de idade.
sobre o provimento dos cargos e expedir normas complementares Parágrafo único. À mulher presidiária será garantida assistência
necessárias aos referidos fins. pré-natal prioritariamente e a obrigatoriedade de assistência inte-
§11. A delegação de que trata o §10 exige prévia manifestação gral a sua saúde.
da Secretaria de Estado de Planejamento e Orçamento do Distrito Art. 124. Os estabelecimentos prisionais e correcionais propor-
Federal, antes da realização do concurso, que confirme a existência cionarão aos internos condições de exercer atividades produtivas
de disponibilidade orçamentária para cobrir as despesas com o pro- remuneradas, que lhes garantam o sustento e o de suas famílias.
vimento dos cargos.
§12. É assegurado, pelo menos 1 vez ao ano ou quando da no- SEÇÃO V
meação por concurso público, o concurso de remoção interno, na DO DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO
hipótese em que o número de interessados seja superior ao núme-
ro de vagas, com critérios objetivos, pretéritos e determinados na Art. 124-A. O Departamento de Trânsito do Distrito Federal –
Polícia Civil do Distrito Federal para todos os cargos e carreiras. Detran-DF, entidade autárquica integrante do Sistema Nacional de
§13. O concurso de remoção de que trata o §12 abrange todas Trânsito, com personalidade jurídica própria e autonomia adminis-
as unidades e seções da Polícia Civil do Distrito Federal, excetuan- trativa, financeira e técnica, é o órgão executivo de trânsito, vincula-
do-se apenas as funções comissionadas. do à Secretaria de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal.
§14. É obrigatória a comprovação dos pré-requisitos objetivos Parágrafo único. Compete ao Detran-DF, além das atribuições
e determinados exigidos de cada função para lotação pelo concurso fixadas na legislação federal, o exercício do poder de polícia admi-
de remoção. nistrativa de trânsito no âmbito do Distrito Federal, bem como a
§15. Aos integrantes das categorias de agente de polícia, agen- fixação dos preços públicos a serem cobrados pelos serviços admi-
te policial de custódia e escrivão de polícia é garantida a indepen- nistrativos prestados aos usuários.
dência funcional na elaboração e no conteúdo dos atos legais dele-
gados ou próprios sob sua responsabilidade. SEÇÃO VI
§16. A Polícia Civil do Distrito Federal pode dispor de unidade DA SEGURANÇA METROVIÁRIA
especializada na custódia de presos provisórios e bens apreendidos,
devendo seu dirigente ser escolhido entre os integrantes da catego- Art. 124-B. À segurança do transporte metroviário, exercida
ria funcional de Agente Policial de Custódia. por Agente de Segurança Metroviária do corpo próprio da Compa-
Art. 119-A. Lei disporá sobre normas específicas e suplementa- nhia do Metropolitano do Distrito Federal, incumbe a adoção de
rá as normas federais sobre a organização da Polícia Civil do Distrito medidas de natureza técnica, administrativa e educativa que visem
Federal e sobre direitos, garantias e deveres de seus integrantes, a incolumidade dos usuários, agentes públicos e patrimônios a ela
nos termos do art. 24, XVI, e §1º, da Constituição Federal e do art. vinculados, bem como a prevenção de acidentes, ressalvada a com-
17, XVI, desta Lei Orgânica, sendo-lhes devido, sem prejuízo do sub- petência dos órgãos de segurança pública do Distrito Federal.
sídio e de outras verbas de natureza indenizatória, auxílio-moradia, §1º A segurança metroviária deve colaborar com o policiamen-
auxílio-uniforme e auxílio-alimentação, na forma do regulamento. to ostensivo para manutenção da ordem pública e prevenção ou re-
Parágrafo único. Aplica-se aos integrantes das carreiras de De- pressão de crimes nas áreas do serviço do transporte metroviário.
legado de Polícia do Distrito Federal e de Polícia Civil do Distrito §2º Compete à segurança metroviária o exercício do poder de
Federal, no que couber, a lei que trata de direitos e garantias dos polícia administrativa na modalidade fiscalização e consentimento
servidores públicos civis do Distrito Federal. no âmbito das áreas do serviço metroviário.

SEÇÃO II ( )
DA POLÍCIA MILITAR
Art. 120.REVOGADO TÍTULO VI
DA ORDEM SOCIAL E DO MEIO AMBIENTE
SEÇÃO III
DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR CAPÍTULO I
Art. 121. REVOGADO DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

SEÇÃO IV Art. 200. A ordem social tem como base o primado do trabalho
DA POLÍTICA PENITENCIÁRIA e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
Art. 201. O Distrito Federal, em ação integrada com a União,
Art. 122. A legislação penitenciária do Distrito Federal assegu- assegurará os direitos ambiente equilibrado, lazer e desporto.
rará o respeito às regras da Organização das Nações Unidas para o Art. 202. Compete ao Poder Público, em caso de iminente peri-
tratamento de reclusos, a defesa técnica nas infrações disciplinares go ou calamidade pública, prover o atendimento das necessidades
e definirá a composição e competência do Conselho de Política Pe- coletivas urgentes e transitórias, podendo para este fim requisitar
nitenciária do Distrito Federal. propriedade particular, observado o disposto na Constituição Fede-
ral.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

Art. 203. A seguridade social compreende conjunto de ações §4º Salvo disposição de lei complementar federal em contrário,
de iniciativa do Poder Público e da sociedade, destinadas a assegu- o Distrito Federal deve aplicar, anualmente, em ações e serviços pú-
rar os direitos referentes a saúde, previdência e assistência social. blicos de saúde, no mínimo:
§1º O dever do Poder Público não exclui o das pessoas, da famí- I – 12% do produto da arrecadação dos impostos a que se refe-
lia, das empresas e da sociedade. re o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, I, a, e
§2º O Distrito Federal promoverá, nos termos da lei, o planeja- II, da Constituição Federal, deduzidas as parcelas que, nos estados,
mento e o desenvolvimento de ações baseadas nos objetivos pre- seriam destinadas a municípios;
vistos nos arts. 194 e 195 da Constituição Federal. II – 15% do produto da arrecadação dos impostos a que se refe-
§3º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá re o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, I, b, e
ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de §3º, da Constituição Federal.
custeio total. Art. 206. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
CAPÍTULO II §1º As instituições privadas poderão participar, de forma com-
DA SAÚDE plementar, do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes deste,
mediante contrato de direito público ou convênio, concedida prefe-
Art. 204. A saúde é direito de todos e dever do Estado, asse- rência às entidades filantrópicas e às sem fins lucrativos.
gurado mediante políticas sociais, econômicas e ambientais que §2º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou
visem: capitais estrangeiros na assistência à saúde do Distrito Federal, sal-
I - ao bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da coleti- vo nos casos previstos em lei federal.
vidade, a redução do risco de doenças e outros agravos; §3º É vedada a destinação de recursos públicos do Distrito Fe-
II - ao acesso universal e igualitário às ações e serviços de saú- deral para auxílio, subvenções, juros e prazos privilegiados a ins-
de, para sua promoção, prevenção, recuperação e reabilitação: tituições privadas com fins lucrativos, bem como para serviços de
§1º A saúde expressa a organização social e econômica, e tem saúde privativos de servidores.
como condicionante e determinantes, entre outros, o trabalho, a §3º É vedada a destinação de recursos públicos do Distrito Fe-
renda, a alimentação, o saneamento, o meio ambiente, a habitação, deral para auxílio, subvenções, juros e prazos privilegiados a insti-
o transporte, o lazer, a liberdade, a educação,. o acesso e a utiliza- tuições privadas com fins lucrativos.“
ção agroecológica da terra. §4º É vedada, nos serviços públicos de saúde, a contratação de
§2º As ações e serviços de saúde são de relevância pública e prestadores de serviço de empresas de caráter privado, salvo nos
cabe ao Poder Público sua normatização, regulamentação, fiscaliza- casos previstos em lei.
ção e controle, devendo sua execução ser feita, preferencialmente, §5º É vedada a designação ou nomeação de proprietários, ad-
por meio de serviços públicos e, complementarmente, por inter- ministradores e dirigentes de entidades ou serviços privados de
médio de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, nos termos saúde para exercer cargo de chefia ou função de confiança no Siste-
da lei. ma Único de Saúde do Distrito Federal.
Art. 205. As ações e serviços públicos de saúde integram uma Art. 207. Compete ao Sistema Único de Saúde do Distrito Fede-
rede única e hierarquizada, constituindo o Sistema Único de Saúde ral, além de outras atribuições estabelecidas em lei:
- SUS, no âmbito do Distrito Federal, organizado nos termos da lei I - identificar, intervir, controlar e avaliar os fatores determinan-
federal, obedecidas as seguintes diretrizes: tes e condicionantes da saúde individual e coletiva;
I - atendimento integral ao indivíduo, com prioridade para ativi- II - formular política de saúde destinada a promover, nos cam-
dades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; pos econômico e social, a observância do disposto no art. 204;
II - descentralização administrativo-financeira dos serviços de III - participar na formulação da política de ações de saneamen-
saúde para as regiões administrativas; to básico e de seu controle, integrando-as às ações e serviços de
III - participação da comunidade; saúde;
IV - direito do indivíduo à informação sobre sua saúde e a da IV - prevenir os fatores determinantes das deficiências mental,
coletividade, as formas de tratamento, os riscos a que está exposto sensorial e física, observados os aspectos de profilaxia;
e os métodos de controle existentes; V - oferecer assistência odontológica preventiva e de recupe-
V - gratuidade da assistência à saúde no âmbito do SUS; ração;
VI - integração dos serviços que executem ações preventivas e VI - participar na formulação e execução da política de fiscali-
curativas adequadas às realidades epidemiológicas. zação e inspeção de alimentos, bem como do controle do seu teor
§1º Os gestores do Sistema Único de Saúde poderão admitir nutricional;
agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias VII - formular política de recursos humanos na área de saúde,
por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza garantidas as condições adequadas de trabalho a seus profissionais;
e a complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para VIII - promover e fomentar o desenvolvimento de novas tec-
sua atuação. nologias, a produção de medicamentos, matérias-primas, insumos
§2º Lei disporá sobre o regime jurídico e a regulamentação das e imunobiológicos por laboratórios oficiais;
atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às IX - promover e fomentar práticas alternativas de diagnósticos
endemias. e terapêutica, de comprovada base científica, entre outras, a home-
§3º Além das hipóteses previstas no art. 41, §1º, e no art. 169, opatia, acumputura e fitoterapia;
§4º, da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equiva- X - participar da formulação da política e do controle das ações
lentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate de preservação do meio ambiente, nele compreendido o trabalho;
às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento
dos requisitos específicos fixados em lei para o seu exercício.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

XI - participar no controle e fiscalização da produção, no trans- II - incentivar a instalação e o funcionamento de unidades tera-
porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, pêuticas e educacionais para recuperação de usuários de substân-
tóxicos, mutagênicos, carcinogênicos, inclusive radioativos; cias que gerem dependência física ou psíquica;
XII - fiscalizar e controlar os expurgos, lixos, dejetos e esgotos III - prover o atendimento médico e odontológico aos estudan-
hospitalares, industriais e de origem nociva, em conformidade com tes da rede pública, prioritariamente aos do ensino fundamental.
o art. 293, bem como participar na elaboração das normas perti- Art. 210. Compete ao Poder Público incentivar e auxiliar enti-
nentes; dades filantrópicas de estudos, pesquisas e combate ao câncer e ás
XIII - desenvolver o sistema público de coleta, processamento doenças infecto-contagiosas, na forma da lei.
e transfusão de sangue e seus derivados, vedado todo tipo de co- Art. 211. É dever do Poder Público promover e restaurar a saú-
mercialização; de psíquica do indivíduo, baseado no rigoroso respeito aos direitos
XIV - garantir a assistência integral ao portador de qualquer do- humanos e da cidadania, mediante serviços de saúde preventivos,
ença infecto-contagiosa, inclusive ao portador do vírus da Síndrome curativos e extra-hospitalares.
da Imunodeficiência Adquirida-SIDA, assegurada a internação dos §1º Fica vedado o uso de celas-fortes e outros procedimentos
doentes nos serviços mantidos direta ou indiretamente pelo Siste- violentos e desumanos ao doente mental.
ma Único de Saúde e vedada qualquer forma de discriminação por §2º A internação psiquiátrica compulsória, realizada pela equi-
parte de instituições públicas ou privadas; pe de saúde mental das emergências psiquiátricas como último re-
XV - prestar assistência integral à saúde da mulher, em todas as curso, deverá ser comunicada aos familiares e à Defensoria Pública.
fases biológicas, bem como nos casos de aborto previsto em lei e de §3º Serão substituídos, os leitos psiquiátricos manicomiais por
violência sexual, assegurado o atendimento nos serviços do Sistema recursos alternativos como a unidade psiquiátrica em hospital ge-
Único de Saúde - SUS, mediante programas específicos; ral, hospitais-dia, hospitais-noite, centros de convivência, lares abri-
XVI - garantir o atendimento médico-geriátrico ao idoso na gados, cooperativas e atendimentos ambulatoriais.
rede de serviços públicos; §4º As emergências psiquiátricas deverão obrigatoriamente
XVII - orientar o planejamento familiar, de livre decisão do ca- compor as emergências dos hospitais gerais.
sal, garantido o acesso universal aos recursos educacionais e cientí- Art. 212. Compete ao Poder Público investir em pesquisa e pro-
ficos e vedada qualquer forma de ação coercitiva por parte de insti- dução de medicamentos e destinar recursos especiais, definidos
tuições públicas ou privadas; anualmente no orçamento.
XVII - garantir o atendimento integral à saúde da criança e do Art. 213. Cabe ao Distrito Federal, em coordenação com a
adolescente, por intermédio de equipe multidisciplinar; União, desenvolver ações com vistas a promoção, proteção, recu-
XIX - executar a vigilância sanitária mediante ações que elimi- peração e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos a
nem, diminuam ou previnam riscos à saúde e intervir nos proble- riscos e agravos advindos das condições e processos de trabalho,
mas sanitários decorrentes da degradação do meio ambiente, da incluídas, entre outras atividades:
produção e circulação de bens e da prestação de serviços de inte- I - a informação ao trabalhador, entidade sindical e empresa
resse da saúde; sobre:
XX - executar a vigilância epidemiológica, mediante ações que a) riscos de acidentes do trabalho e de doenças profissionais;
proporcionem o conhecimento, detecção ou prevenção dos fatores b) resultados de fiscalização e avaliação ambiental;
determinantes e condicionantes de saúde coletiva ou individual, c) exames médicos de admissão, periódicos e de demissão;
adotando medidas de prevenção e controle das doenças ou agra- II - a assistência a vítimas de acidentes do trabalho e portado-
vos; res de doenças profissionais e do trabalho;
XXI - executar a vigilância alimentar e nutricional, mediante III - a promoção regular de estudos e pesquisas sobre saúde do
ações destinadas ao conhecimento, detecção, controle e avaliação trabalhador;
da situação alimentar e nutricional da população, e reconhecer in- IV - a proibição de exigência de atestado de esterilização, de
tervenções para prevenir ou eliminar riscos e sequelas originadas teste de gravidez e de anti-HIV como condição para admissão ou
do consumo inadequado de alimentos; permanência no emprego;
XXII - promover a educação alimentar e nutricional; V - a intervenção com finalidade de interromper as atividades
XXIII - prestar assistência à saúde comunitária mediante acom- em locais de trabalho comprovadamente insalubres, de risco ou
panhamento do doente em sua realidade familiar, comunitária e que tenham provocado graves danos à saúde do trabalhador.
social; Art. 214. A política de recursos humanos para o SUS será, nos
XXIV - prestar assistência farmacêutica e garantir o acesso da termos da lei federal, organizada e formalizada articuladamente
população aos medicamentos necessários à recuperação de sua com as instituições governamentais de ensino e de saúde, com
saúde; aprovação pela Câmara Legislativa.
XXV - executar o controle sanitário-fármaco-epidemiológico Parágrafo único. O plano de carreira da área de saúde da ad-
sobre estabelecimentos de dispensação e manipulação de medica- ministração pública direta, indireta e fundacional deverá garantir a
mentos, drogas e insumos farmacêuticos destinados ao uso e con- admissão por concurso público.
sumo humano. Art. 215. O Sistema Único de Saúde do Distrito Federal contará,
Art. 208. É dever do Poder Público garantir ao portador de de- sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com três instâncias
ficiência os serviços de reabilitação nos hospitais, centros de saúde colegiadas e definidas na forma da lei:
e centros de atendimento. I - a Conferência de Saúde;
Art. 209. Ao Poder Público, na forma da lei e no limite das dis- II - o Conselho de Saúde;
ponibilidades orçamentárias, compete: III - os Conselhos Regionais de Saúde.
I - criar banco de órgãos e tecidos;

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

§1º A Conferência de Saúde, órgão colegiado, com represen- b) gratuidade de sepultamento e dos meios e procedimentos a
tação de entidades governamentais e não governamentais e da so- ele necessários;
ciedade civil, reunir-se-á a cada dois anos para avaliar e propor as c) apoio a entidades representativas da comunidade na criação
diretrizes da política de saúde do Distrito Federal, por convocação de creches e pré-escolas comunitárias, conforme o disposto no art.
do Governador ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho 221;
de Saúde, pela maioria absoluta dos seus membros. d) atendimento a criança e adolescente;
§2º O Conselho de Saúde, de caráter permanente e deliberati- e) atendirmento a idoso e à pessoa portadora de deficiência,
vo, órgão colegiado com representação do governo, prestadores de na comunidade.
serviços, profissionais de saúde e usuários, atuará na formulação de Art. 219. O Poder Público estabelecerá convênios, contratos e
estratégias e no controle de execução da política de saúde, inclusive outras formas de cooperação com entidades beneficentes ou pri-
nos aspectos econômicos e financeiros, e terá suas decisões homo- vadas sem fins lucrativos, para a execução de planos de assistên-
logadas pelo Secretário de Saúde do Distrito Federal. cia a criança, adolescente, idoso, dependentes de substâncias quí-
§3º Os Conselhos Regionais de Saúde, de caráter permanente micas, portadores de deficiência e de patologia grave assim definida
e deliberativo, órgãos colegiados, com representação do governo, em lei.
prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários, atuarão Parágrafo único. REVOGADO
na formulação, execução, controle e fiscalização da política da saú- Art. 220. As ações governamentais na área da assistência social
de, em cada Região Administrativa, inclusive nos aspectos econômi- serão financiadas com recursos do orçamento da seguridade social
cos e financeiros, e terão suas decisões homologadas pelo Diretor do Distrito Federal, da União e de outras fontes, na forma da lei.
Regional de Saúde. Parágrafo único. A aplicação e a distribuição dos recursos para
§4º A representação dos usuários na Conferência e nos Conse- a assistência social serão realizadas com base nas demandas sociais
lhos de Saúde será paritária com o conjunto dos demais segmentos. e previstas no plano plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no
§5º A composição, organização e normas de funcionamento orçamento anual.
dos órgãos a que se refere o caput serão definidas em seus respec- CAPÍTULO IV
tivos regimentos internos. DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Art. 216. O Sistema Único de Saúde do Distrito Federal será
financiado com recursos do orçamento do Distrito Federal e da SEÇÃO I
União, alérm de outras fontes, na forma da lei. DA EDUCAÇÃO
§1º As empresas privadas prestadoras de serviços de assis-
tência médica, administradoras de planos de saúde e congêneres Art. 221. A Educação, direito de todos, dever do Estado e da
ressarcirão o Distrito Federal das despesas de atendimentos dos se- família, nos termos da Constituição Federal, fundada nos ideais de-
gurados respectivos em unidades de saúde pertencentes ao poder mocráticos de liberdade, igualdade, respeito aos direitos humanos
público do Distrito Federal. e valorização da vida, deve ser promovida e incentivada com a co-
§2º O pagamento de que trata o parágrafo anterior é de res- laboração da sociedade, tem por fim a formação integral da pessoa
ponsabilidade das empresas a que estejam associadas as pessoas humana, a sua preparação para o exercício consciente da cidadania
atendidas em unidades de saúde do Distrito Federal. e a sua qualificação para o trabalho e é ministrada com base nos
seguintes princípios:
CAPÍTULO III I – erradicação do analfabetismo;
DA PROMOÇÃO E DA ASSISTÊNCIA SOCIAL II – pluralismo de ideias e de concepções filosóficas, políticas,
estéticas, religiosas e pedagógicas, que conduza o educando à for-
Art. 217. A assistência social é dever do Estado e será presta- mação de uma postura ética e social próprias;
da a quem dela necessitar, independentemente de contribuição a III – valorização dos profissionais da educação, com garantia,
seguridade social, assegurados os direitos sociais estabelecidos no na forma da lei, de plano de carreira e com ingresso exclusivamente
art. 6º da Constituição Federal. por concurso público de provas e provas e títulos, realizado perio-
Parágrafo único. É dever do Poder Público proteger a família, dicamente;
maternidade, infância, adolescência, velhice, assim como integrar IV – universalização do atendimento escolar;
socialmente os segmentos desfavorecidos. V – garantia do padrão de qualidade;
Art. 218. Compete ao Poder Público, na forma da lei e por in- VI – garantia do princípio do mérito, objetivamente apurado;
termédio da Secretaria competente, coordenar, elaborar e executar VII – avaliação por órgão próprio do sistema educacional;
política de assistência social descentralizada e articulada com ór- VIII – coexistência de instituições públicas e privadas;
gãos públicos e entidades sociais sem fins lucrativos, com vistas a IX – incentivo à participação da comunidade no processo edu-
assegurar especialmente; cacional, na forma da lei;
I - apoio técnico e financeiro para programas de caráter sócio- X – amparo aos adolescentes em conflito com a lei, inclusive
-educativos desenvolvidos por entidades beneficentes e de iniciati- com sua formação em curso profissionalizante;
va de organizações comunitárias; XI – promoção humanística, artística e científica;
II - serviços assistenciais de proteção e defesa aos segmentos XII – igualdade de condições para acesso e permanência na es-
da população de baixa renda como: cola;
a) alojamento e apoio técnico e social para mendigos, gestan- XIII – gratuidade do ensino em instituições da rede pública.
tes, egressos de prisões ou de manicômios, portadores de defici- XIV - pacificação social e prevenção contra a violência funda-
ência, migrantes e pessoas vítimas de violência doméstica e pros- mentada em gênero, em especial aquela cometida contra a mulher.
tituídas;

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

§1º A educação básica pública é obrigatória e gratuita dos 4 aos Parágrafo único. Cabe ao Poder Público implantar programa
17 anos de idade, assegurada inclusive a sua oferta para todos os permanente de alfabetização de adultos articulado com os demais
que a ela não tiveram acesso na idade própria. programas dirigidos a este segmento, observada a obrigatoriedade
§2º REVOGADO de ação das unidades escolares em sua área de influência, em coo-
§3º O Poder Público pode celebrar convênios com prefeituras peração com os movimentos sociais organizados.
e estados que compõem a Rede Integrada de Desenvolvimento do Art. 226. O Poder Público deverá assegurar, na rede pública de
Distrito Federal e Entorno – RIDE, de modo a apoiar medidas de ensino, atividades e manifestações culturais integradas, garantido o
aperfeiçoamento dos profissionais da educação, suporte técnico- acesso a museus, arquivos, monumentos históricos, artísticos, reli-
-pedagógico-administrativo, transferência de tecnologias e mate- giosos e naturais como recursos educacionais.
riais para instituições públicas de ensino. Art. 227. O Poder Público deve manter atendimento suplemen-
§4º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Pú- tar ao educando em todas as etapas da educação básica, mediante
blico ou a sua oferta irregular importam responsabilidade da auto- assistência médica, odontológica e psicológica.
ridade competente, nos termos da Constituição Federal. Parágrafo único. O Poder Público deve submeter, quando ne-
§5º O acesso ao ensino obrigatório gratuito constitui direito cessário, os alunos da rede pública de ensino a teste nutricional e
público subjetivo. de acuidade visual e auditiva, a fim de detectar possíveis desvios
Art. 221-A. Respeitado o estabelecido em Lei Nacional, o Dis- prejudiciais a seu pleno desenvolvimento.
trito Federal pode fixar conteúdo complementar, com o objetivo de Art. 228. É dever do Poder Público garantir o serviço de orienta-
modernizar o sistema público de ensino, incluindo conteúdos e dis- ção educacional em ambiente privativo, exercido por profissionais
ciplinas regionalizadas. habilitados, em todas as etapas e modalidades da educação básica.
Art. 221-B. Os recursos públicos devem ser destinados às ins- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às escolas
tituições públicas de ensino e podem ser dirigidos às instituições profissionalizantes, aos centros de línguas, às escolas-parques e à
comunitárias, confessionais ou filantrópicas de ensino, desde que educação de jovens e adultos.
estas: Art. 229. Cabe ao Poder Público assegurar contínua formação
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus exce- e especialização de todos os profissionais da educação básica, na
dentes financeiros em educação; forma da lei.
II – assegurem a destinação do seu patrimônio a outra escola Art. 230. O Poder Público deve promover a descentralização de
comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no recursos necessários à manutenção e ao funcionamento das insti-
caso de encerramento de suas atividades. tuições da rede pública de ensino, inclusive das Diretorias Regionais
Parágrafo único. Os recursos de que trata este artigo podem de Ensino, na forma da lei.
ser destinados a bolsas de estudo para a educação básica, na forma Parágrafo único. O Poder Público deve promover a descentra-
da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando lização de recursos necessários para o aparelhamento, a moderni-
houver falta de vagas e de cursos regulares da rede pública na loca- zação e a contínua atualização das bibliotecas públicas das institui-
lidade de residência do educando, ficando obrigado o Poder Público ções de ensino.
a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade. Art. 231. Os profissionais da carreira de magistério público que
Art. 222. O Poder Público deve assegurar, na forma da lei, a alfabetizem crianças ou adultos têm tratamento especial quanto a
gestão democrática do sistema público de ensino, com participação sua remuneração, a ser definido em lei.
e cooperação de todos os segmentos envolvidos no processo edu- Art. 232. O Poder Público garante atendimento educacional es-
cacional e na definição, na implementação e na avaliação de sua pecializado, em todos os níveis, aos superdotados e às pessoas com
política. deficiência, na medida do grau de deficiência de cada indivíduo, in-
Parágrafo único. A gestão democrática é assegurada por meio clusive com preparação para o trabalho.
de seleção com provas e eleição direta, podendo o Distrito Federal §1º Profissionais da carreira de magistério público, técnicos e
implantar o sistema de concurso público para gestor escolar. auxiliares que estejam em exercício em unidades de ensino da rede
Art. 223. O Distrito Federal deve garantir, na forma da lei, aten- pública e que atendam diretamente a pessoas com deficiência e a
dimento em: crianças e adolescentes em conflito com a lei fazem jus a gratifica-
I – creches para crianças de 0 a 3 anos; ção especial, nos termos da lei.
II – pré-escolas para crianças de 4 a 5 anos. §2º Os serviços educacionais referidos no caput são preferen-
Parágrafo único. O Poder Público deve garantir atendimento cialmente ministrados na rede regular de ensino, resguardadas as
em creche a crianças com deficiência, oferecendo recursos e servi- necessidades de acompanhamento e de adaptação e garantidos os
ços especializados de educação e reabilitação. materiais e os equipamentos adequados.
Art. 224. O Poder Público deve assegurar atendimento ao edu- §3º O Poder Público deve destinar percentual mínimo do orça-
cando, em todas as etapas da educação básica, por meio de pro- mento da educação para assegurar ensino especial gratuito a por-
gramas suplementares de material didático-escolar, transporte, ali- tadores de deficiência de todas as faixas etárias, na forma da lei.
mentação e assistência à saúde. Art. 233. A educação é direito de todos e deve compreender as
Art. 225. O Poder Público deve prover atendimento a jovens áreas cognitiva, afetivo-social e físico-motora.
e a adultos, principalmente trabalhadores, por meio de programas §1º A educação física e a educação artística são disciplinas cur-
específicos, de modo a compatibilizar educação e trabalho. riculares obrigatórias, ministradas de forma teórica e prática em
todos os níveis de ensino da rede escolar.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

§2º É dever do Poder Público garantir as condições necessá- Art. 240. O Poder Público deve criar seu próprio sistema de
rias à prática de educação física curricular, ministrada por professor educação superior, articulado com os demais níveis, na forma da lei.
licenciado em educação física e ajustada a necessidades de cada §1º Na instalação de unidades de educação superior do Dis-
faixa etária e condições da população escolar. trito Federal, consideram-se, prioritariamente, regiões densamente
§3º Será estimulada a criação de turmas especiais a fim de pre- povoadas não atendidas por ensino público superior, observada a
parar alunos que demonstrem aptidão e talento para o esporte de vocação regional.
competição. §2º As instituições de ensino superior gozam de autonomia
§4º O Poder Público, por intermédio de seus órgãos competen- didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimo-
tes, somente pode conceder autorização de funcionamento, a par- nial.
tir do ensino fundamental, a escolas que apresentem instalações Art. 241. O Poder Público deve aplicar, anualmente, no mínimo
para prática de educação física e desporto. 25% da receita resultante de impostos, incluída a proveniente de
§5º É livre, nos termos da lei, o acesso da comunidade a instala- transferências, na manutenção e no desenvolvimento da educação
ções esportivas das instituições de ensino da rede pública do Distri- básica pública, e no mínimo 3% na educação superior pública.
to Federal, com a orientação de professores de educação física, em §1º São vedados o desvio temporário, a retenção ou qualquer
horários e dias que não prejudiquem a prática pedagógica regular restrição ao emprego dos recursos referidos no caput.
de cada instituição de ensino. §2º O Poder Público deve publicar, em até 30 dias após o encer-
Art. 234. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui ramento de cada bimestre, relatório resumido da execução do orça-
disciplina em horário regular de todas as etapas da educação bási- mento da educação e de seus programas suplementares de mate-
ca. rial didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
Art. 235. A rede oficial de ensino deve incluir em seu currículo, §3º A distribuição dos recursos públicos deve assegurar prio-
em todos os níveis, conteúdo programático de educação ambien- ridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no
tal, educação financeira, educação sexual, educação para o trânsi- que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e
to, saúde oral, comunicação social, artes, prevenção de doenças, equidade, nos termos dos planos nacional e distrital de educação.
cidadania, pluralidade cultural, pluralidade racial, além de outros Art. 242. O Poder Público poderá dotar de infra-estrutura e re-
adequados à realidade específica Distrito Federal. cursos necessários escolas comunitárias, organizadas e geridas pela
§1º A língua espanhola pode constar como opção de língua es- própria comunidade, sem fins lucrativos e integradas ao sistema de
trangeira de todas as etapas da educação básica da rede pública de ensino, desde que ofereçam ensino gratuito.
ensino, tendo em vista o que estabelece o art. 4º, parágrafo único, Art. 243. O Poder Público somente deve aplicar recursos em
da Constituição Federal. instituições de ensino públicas ou em estabelecimentos de ensino
§2º Para efeito do disposto no caput, o Poder Público deve in- que atendam ao disposto no art. 213 da Constituição Federal.
cluir a literatura brasiliense no currículo das instituições públicas, Art. 244. O Conselho de Educação do Distrito Federal, ór-
com vistas a incentivar e difundir as formas de produção artístico- gão consultivo-normativo de deliberação coletiva e de assessora-
-literária locais. mento superior à Secretaria de Estado de Educação, incumbido de
§3º O currículo escolar e o universitário devem incluir, no con- estabelecer normas e diretrizes para o Sistema de Ensino do Distrito
junto das disciplinas, conteúdo sobre as lutas das mulheres, dos Federal, com atribuições e composição definidas em lei, tem seus
negros, dos índios e de outros na história da humanidade e da so- membros nomeados pelo Governador do Distrito Federal, escolhi-
ciedade brasileira. dos entre pessoas de notório saber e experiência em educação, que
Art. 236. Cabe ao Poder Público manter um sistema de biblio- representem os diversos níveis de ensino e os profissionais da edu-
tecas escolares na rede pública e incentivar a criação de bibliotecas cação pública e privada no Distrito Federal.
na rede privada, na forma da lei. Art. 245. A lei deve estabelecer o plano de educação do Distrito
Art. 237. O Poder Público deve garantir que o ensino médio Federal, de duração decenal, na forma do art. 214 da Constituição
público seja integrado com a educação profissional, com vistas à Federal.
formação de profissionais qualificados, na forma da lei. §1º A proposta do plano de educação do Distrito Federal é ela-
§1º O Poder Público deve oferecer educação profissional para borada pelo Poder Executivo e submetida à apreciação da Câmara
alunos egressos do ensino médio público que não tiverem acesso à Legislativa até 30 de abril do último ano de sua vigência, e é devol-
educação superior. vida para sanção até 15 de agosto do mesmo ano.
§2º O Poder Público deve incentivar o estágio para estudante §2º O plano de educação decenal do Distrito Federal pode ser
em regime de cooperação com entidades públicas e privadas, sem revisto para se adequar ao Plano Nacional de Educação – PNE em
vínculo empregatício e como situação transitória, com vistas à inte- até 1 ano, contado da publicação do PNE.
gração do educando no mercado de trabalho, na forma da lei.
Art. 238. O Poder Público implantará escolas rurais com a ga- SEÇÃO II
rantia de que os alunos nelas matriculados tenham direito a trata- DA CULTURA
mento adequado a sua realidade, com adoção de critérios que le-
vem em conta as estações do ano, seus ciclos agrícolas, a pecuária, Art. 246. O Poder Público garantirá a todos o pleno exercício
as atividades extrativas e a aquisição de conhecimento específico dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura; apoiará e in-
de vida rural, mediante aulas práticas, na forma da lei. centivará a valorização e difusão das manifestações culturais, bem
Art. 239. Compete ao Poder Público promover, anualmente, como a proteção do patrimônio artístico, cultural e histórico do Dis-
o recenseamento dos educandos da educação básica, fazer-lhes a trito Federal.
chamada escolar e zelar por sua frequência à escola junto aos pais §1º Os direitos citados no caput constituem:
ou aos responsáveis.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

I - a liberdade de expressão cultural e o respeito a sua plurali- VI - prioridade aos programas e projetos que, por meio de cur-
dade; sos práticos e teóricos, objetivem o desenvolvimento do processo
II - o modo de criar, fazer e viver; de criação e aperfeiçoamento do indivíduo e da sociedade;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; VII - cessão das instalações das escolas da rede pública do Dis-
IV - a difusão e circulação dos bens culturais. trito Federal para manifestações culturais, sem prejuízo das ativida-
§2º O Poder Público propiciará a difusão dos bens culturais, des pedagógicas;
respeitada a diversidade étnica, religiosa, ideológica, criativa e ex- VIII - constituição de programas que visem a propiciar conhe-
pressiva de seus autores e intérpretes. cimento sobre o valor cultural, artístico e ambiental do Distrito Fe-
§3º O Conselho de Cultura do Distrito Federal, com estrutu- deral;
ra, composição, competência e funcionamento definidos em lei, é IX - regionalização da produção cultural e artística, garantida a
órgão normativo e articulador da ação cultural no Distrito Federal, preservação das particularidades e identidades da arte e da cultura
vinculados a ele os conselhos de cultura de cada Região Adminis- no Distrito Federal, na forma da lei;
trativa. X - formulação e implantação de política e programas de desen-
§4º O Poder Executivo estabelecerá formas de incentivo à par- volvimento de recursos humanos para a área da cultura;
ticipação da sociedade civil complementarmente aos investimentos XI - criação e manutenção, nas Regiões Administrativas, de es-
destinados à cultura. paços culturais de múltiplo uso, devidamente equipados e acessí-
§5º O Poder Público manterá o Fundo de Apoio à Cultura, com veis à população.
dotação mínima de três décimos por cento da receita corrente lí- Art. 249. O Poder Público apoiará e incentivará a participação
quida. de empresas privadas no estímulo à cultura, na forma da lei.
Art. 247. O Poder Público adotará medidas de preservação das Art. 250. É vedada a extinção de qualquer espaço cultural públi-
manifestações e dos bens de valor histórico, artístico e cultural, co sem a criação de novo espaço equivalente, ouvida a comunidade
bem como das paisagens notáveis, naturais e construídas, e dos sí- local por intermédio do respectivo Conselho Regional de Cultura.
tios arqueológicos, buscada a articulação orgânica com as vocações Art. 251. A lei disporá sobre fixação de datas comemorativas de
da região do entorno. alta significação para os diferentes segmentos étnicos.
§1º O disposto no caput abrange bens de natureza material e Art. 252. O Poder Público manterá sistemas integrados de ar-
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, relacionados quivos, bibliotecas e museus, que responderão pela política geral
com a identidade, ação e memória dos deferentes grupos integran- dos respectivos setores no âmbito da administração pública, na for-
tes da comunidade. ma da lei.
§2º A lei resguardará Brasília como Patrimônio Cultural da Hu- Parágrafo único. O Poder Público firmará convênios com os Po-
manidade, conforme definição da UNESCO, cujos critérios serão es- deres Legislativo e Judiciário à inclusão de suas unidades nos siste-
tabelecidos em lei complementar. mas integrados referidos no caput.
§2º Esta lei resguardará Brasília como Patrimônio Cultural da Art. 253. As áreas públicas, especialmente os parques, praças,
Humanidade, nos termos dos critérios vigentes quando do tomba- jardins e terminais rodoviários podem ser utilizados para manifesta-
mento de seu conjunto urbanístico, conforme definição da UNES- ções artístico-culturais, desde que sem fins lucrativos e compatíveis
CO, em 1987. “ com a preservação ambiental, paisagística, arquitetônica e históri-
§3º Cabe à administração pública a gestão da documentação ca.
governamental e as providências para preservação e franquia da SEÇÃO III
sua consulta, na forma da lei. DO DESPORTO
§4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos,
na forma da lei. Art. 254. É dever do Distrito Federal fomentar práticas despor-
Art. 248. O Poder Público terá como prioritária a implantação tivas, formais e não-formais, como incentivo a educação, promo-
de política articulada com a educação e a comunicação, que garanta ção social, integração sócio cultural e preservação da saúde física e
o desenvolvimento cultural do Distrito Federal, mediante: mental do cidadão.
I - estímulo, por meio de incentivos fiscais, a empreendimentos Parágrafo único. As unidades e centros esportivos pertencen-
privados que se voltem para a produção cultural e artística, preser- tes ao Poder Público do Distrito Federal estarão voltadas para a po-
vação e restauração do patrimônio cultural do Distrito Federal, na pulação, com atendimento especial a criança, adolescente, idoso e
forma da lei; portadores de deficiência.
II - elaboração de programas de estímulo a artes literárias, mú- Art. 255. As ações do Poder Público darão prioridade:
sica, artes plásticas e cênicas, bem como editoração e fotografia; I - ao desporto educacional e, em casos específicos, ao despor-
III - criação de programas de estímulo ao cinema e vídeo no to de alto rendimento, respeitado o tratamento diferenciado para o
Distrito Federal; desporto profissional e o não profissional;
IV - realização de concursos, encontros e mostras nacionais e II - ao lazer popular como forma de promoção social;
internacionais e disseminação de espaços que permitam a expe- III - à promoção e estímulo a prática da educação física;
rimentação e divulgação de linguagens expressivas tradicionais e IV - à manutenção e adequação dos locais já existentes, bem
novas; como previsão de novos espaços para esporte e lazer, garantida a
V - constituição, preservação e revitalização de bibliotecas, mu- adaptação necessária para portadores de deficiência, crianças, ido-
seus e arquivos de âmbito nacional e regional, que possam viabili- sos e gestantes;
zar permanente intercâmbio com instituições congêneres e com a V - à proteção e incentivo a manifestações desportivas de cria-
sociedade; ção nacional;

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

VI - à criação, incentivo e apoio a centros de pesquisa científica CAPÍTULO VI


para desenvolvimento de tecnologia, formação e aperfeiçoamento DA DEFESA DO CONSUMIDOR
de recursos humanos para o desporto e a educação física.
Parágrafo único. No exercício de sua competência, o Poder Pú- Art. 263. Cabe ao Poder Público, com a participação da comu-
blico respeitará a autonomia das entidades desportivas dirigentes e nidade e na forma da lei, promover a defesa do consumidor, me-
associações, quanto a sua organização e funcionamento. diante:
Art. 256. A lei disporá sobre o sistema de desporto do Distrito I - adoção de política governamental própria;
Federal. II - pesquisa, informação e divulgação de dados de consumo,
Parágrafo único. As entidades desportivas que vierem a in- junto a fabricantes, fornecedores e consumidores;
tegrar o sistema de desporto do Distrito Federal ficam sujeitas a III - atendimento, orientação, conciliação e encaminhamento
orientação normativa do Estado, obedecido o disposto no art. 217, do consumidor por meio de órgãos competentes, incluída a assis-
I da Constituição Federal. tência jurídica, técnica e administrativa;
Art. 257. Ao atleta selecionado para representar o Distrito Fe- IV - conscientização do consumidor, habilitando-o para o exer-
deral ou o País em competições oficiais, serão garantidos, na forma cício de suas funções no processo econômico;
da lei: V - proteção contra publicidade enganosa;
I - quando servidor público, seus vencimentos, direitos e vanta- VI - incentivo ao controle de qualidade de bens e serviços;
gens, no período de duração das competições; VII - fiscalização de preços, pesos e medidas;
II - quando estudante, todos os direitos inerentes a sua situa- VIII - estímulo a ações de educação sanitária;
ção escolar. IX - esclarecimento ao consumidor acerca do preço máximo de
CAPÍTULO V venda de bens e serviços, quando tabelados ou sujeitos a controle;
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL X - proteção de direitos dos usuários de serviços públicos.
Art. 264. O Poder Público adotará medidas necessárias à de-
Art. 258. A comunicação é bem social a serviço da pessoa hu- fesa, promoção e divulgação dos direitos do consumidor, em ação
mana da realização integral de suas potencialidades políticas e in- coordenada com órgãos e entidades que tenhas estas atribuições,
telectuais, garantido o direito fundamental do cidadão a participar na forma da lei.
dos assuntos da comunicação como maiores interessados por seus Art. 265. O Poder Público, na forma da lei, adotará medidas
processos, formas e conteúdos. para:
Parágrafo único. Todo cidadão tem direito à liberdade de opi- I - esclarecer o consumidor acerca dos impostos que incidam
nião e de expressão, incluída a liberdade de procurar, receber e sobre bens e serviços;
transmitir informações e idéias pelos meios disponíveis, observado II - assegurar que estabelecimentos comerciais apresentem
o disposto na Constituição Federal. seus produtos e serviços com preços e dados indispensáveis à deci-
Art. 259. A atuação dos meios de comunicação estatais e da- são consciente do consumidor;
queles direta ou indiretamente vinculados ao Poder Público carac- III - garantir os direitos assegurados nos contratos que regulam
terizar-se-á pela independência editorial dos poderes constituídos, as relações de consumo, vedado qualquer tipo de constrangimento
assegurada a possibilidade de expressão e confronto de correntes ou ameaça ao consumidor;
de opinião. IV - garantir o acesso do consumidor a informações sobre ele
Art. 260. É responsabilidade do Poder Público a promoção da existentes em bancos de dados, cadastros, fichas, registros de da-
cultura regional e o estímulo à produção independente que objeti- dos pessoais e de consumo, vedada a utilização de qualquer infor-
ve sua divulgação. mações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito,
Parágrafo único. A regionalização da produção cultural, artísti- quando consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos.
ca e jornalística dar-se-á conforme o estabelecido em lei. Art. 266. O sistema de defesa do consumidor, integrado por
Art. 261. O Poder Público manterá o Conselho de Comunicação órgãos públicos das áreas de saúde, alimentação, abastecimento,
Social do Distrito Federal, integrado por representantes de entida- assistência judiciária, crédito, habitação, segurança, educação e
des da sociedade civil e órgãos governamentais vinculados ao Poder por entidades privadas de defesa do consumidor, terá atribuições e
Executivo, conforme previsto em legislação complementar. composição definidas em lei.
Parágrafo único. O Conselho de Comunicação Social do Distrito Parágrafo único. O Poder Público adotará medidas de descen-
Federal dará assessoramento ao Poder Executivo na formulação e tralização dos órgãos que tenham atribuições de defesa do consu-
acompanhamento da política regional de comunicação social. midor.
Art. 262. As emissoras de televisão pertencentes ao Poder Pú- CAPÍTULO VII
blico terão intérpretes ou legendas para deficientes auditivos sem- DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
pre que transmitirem noticiários e comunicações oficiais.
Parágrafo único. O Poder Público implantará sistemas de Art. 267. É dever da família, da sociedade e do Poder Público
aprendizagem e comunicação destinados a portadores de defici- assegurar à criança e ao adolescente, nos termos da Constituição
ência visual e auditiva, de maneira a atender a suas necessidades Federal, com absoluta prioridade, o direito à vida, saúde, alimenta-
educacionais e sociais, em conformidade com o art. 232. ção, educação, lazer, profissionalização, cultura, dignidade, respei-
to, liberdade, convivência familiar e comunitária, além de colocá-los
a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, constrangimento, vexame, crueldade e opressão.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

§1º O Poder Público, por meio de ação descentralizada e arti- Art. 271. O Poder Público incentivará as entidades não gover-
culada com entidades governamentais e não governamentais, via- namentais, sem fins lucrativos, atuantes na política de amparo e
bilizará: bem-estar do idoso, devidamente registradas nos órgãos compe-
I - o atendimento à criança e ao adolescente, em caráter suple- tentes, subvencionando-as com auxílio financeiro e apoio técnico,
mentar, mediante programas que incluam sua proteção, garantin- na forma da lei.
do-lhes a permanência em seu próprio meio; Art. 272. O Poder Público assegurará a integração do idoso na
II - o cumprimento da legislação referente ao direito a creche, comunidade, defendendo sua dignidade e seu bem-estar, na forma
estabelecendo formas de fiscalização da qualidade do atendimento da lei, especialmente quanto:
a crianças, bem como sanções para os casos de inadimplemento; I - ao acesso a todos os equipamentos, serviços e programas
III - condições para que a criança ou adolescente, arrimo de culturais, educacionais, esportivos, recreativos, bem como à reser-
família, possa conciliar tais obrigações com a satisfação de suas ne- va de áreas em conjuntos habitacionais destinados a convivência e
cessidades lúdicas, de saúde e educação; lazer;
IV - o direito de cidadania de criança e adolescente órfãos, sem II - à gratuidade do transporte coletivo urbano para os maiores
amparo legal de pessoas por elas responsáveis, com ou sem vínculo de 65 anos, vedada a criação de qualquer tipo de dificuldade ou
de parentesco; embaraço ao beneficiário, e à progressiva extensão desse direito às
V - o atendimento a criança em horário integral nas instituições pessoas com idade entre 60 e 64 anos, na forma da lei;
educacionais. III - à criação de núcleos de convivência para idosos;
VI – o cumprimento da legislação referente ao atendimento IV - ao atendimento e orientação jurídica no que se refere a
socioeducativo, garantindo-se o respeito aos direitos humanos e à seus direitos;
doutrina da proteção integral. V - à criação de centros destinados ao trabalho e experimen-
§2º A proteção à vida é feita mediante a efetivação de política tação laboral e programas de educação continuada, reciclagem e
social pública, que resguarde o respeito à vida desde a concepção, enriquecimento cultural;
bem como ampare o nascimento e desenvolvimento da criança em VI - à preferência no atendimento em órgãos e repartições pú-
condições dignas de sobrevivência. blicas.
§3º O Distrito Federal estimula, mediante incentivos fiscais e CAPÍTULO IX
subsídios, nos termos da lei, o acolhimento ou a guarda de criança DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA
ou adolescente órfão ou abandonado.
Art. 268. As ações a infância e adolescência serão organizadas, Art. 273. É dever da família, da sociedade e do Poder Público
na forma da lei, com base nas seguintes diretrizes: assegurar a pessoas portadoras de deficiência a plena inserção na
I - descentralização do atendimento; vida econômica e social e o total desenvolvimento de suas poten-
II - valorização dos vínculos familiares e comunitários; cialidade.
III - atendimento prioritário em situações de risco, definidas em Art. 274. O Poder Público garantirá o direito de acesso adequa-
lei; do a logradouros e edifícios de uso público pelas pessoas portado-
IV - participação da sociedade na formulação de políticas e ras de deficiência, na forma da lei, que disporá quanto a normas de
programas, bem como no acompanhamento de sua execução, por construção, observada a legislação federal.
meio de organizações representativas. §1º As empresas de transporte coletivo garantirão a pessoas
Art. 269. O Poder Público apoiará a criação de associações civis portadoras de deficiência facilidade para a utilização de seus veí-
de defesa dos direitos da criança e adolescente, que busquem a culos.
garantia de seus direitos, de acordo com o Estatuto da Criança e do §2º O Poder Público reservará, em estacionamentos públicos,
Adolescente. vagas para veículos adaptados para portadores de deficiência.
Art. 269-A. O Poder Público manterá o Fundo dos Direitos da Art. 275. O Poder Público disporá sobre linhas de crédito das
Criança e do Adolescente, com dotação mínima de três décimos por entidades ou instituições financeiras, vinculadas ao Distrito Fede-
cento da receita tributária líquida. ral, destinadas a pessoas carentes e portadoras de deficiência para
Parágrafo único. É vedado o contingenciamento ou o remane- aquisição de equipamentos de uso pessoal que permitam correção,
jamento dos recursos destinados ao Fundo dos Direitos da Criança diminuição e superação de suas limitações.
e do Adolescente do Distrito Federal.
CAPÍTULO X
CAPÍTULO VIII DA MULHER E DAS MINORIAS
DO IDOSO
Art. 276 - É dever do Poder Público estabelecer políticas de pre-
Art. 270. É dever da família, da sociedade e do Poder Público venção e combate à violência, particularmente contra a mulher e as
garantir o amparo a pessoas idosas e sua participação na comunida- minorias, por meio dos seguintes mecanismos:
de; defender sua dignidade, bem-estar e o direito à vida, bem como I - criação de delegacias especiais de atendimento a mulher ví-
colocá-las a salvo de toda forma de negligência, discriminação, ex- tima de violência, em todas as Regiões Administrativas;
ploração, violência, crueldade e opressão. II - criação e manutenção de abrigos para mulheres vítimas de
Parágrafo único – Entende-se por idoso a pessoa com idade violência doméstica;
igual ou superior a 60 (sessenta) anos. III - execução de programas que visem a coibir a violência e a
discriminação sexual ou social contra a mulher;
IV - vedação da adoção de livro didático que dissemine qual-
quer forma de discriminação ou preconceito;

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

V - criação e execução de programas que visem a assistir ges- VII - estabelecer diretrizes específicas para proteção de recur-
tantes carentes, observado o disposto no art. 123, parágrafo único. sos minerais, no território do Distrito Federal;
VIII - estabelecer padrões de qualidade ambiental a ser obe-
CAPÍTULO X decidos em planos e projetos de ação, no meio ambiente natural e
DA MULHER, DO NEGRO E DAS MINORIAS construído;
IX - implantar sistema de informações ambientais, comuni-
Art. 276. É dever do Poder Público estabelecer políticas de pre- cando sistematicamente à população dados relativos a qualidade
venção e combate à violência e a discriminação, particularmente ambiental, tais como níveis de poluição, causas de degradação am-
contra a mulher, o negro e as minorias, por meio dos seguintes me- biental, situações de risco de acidentes e presença de substâncias
canismos: efetiva ou potencialmente danosas à saúde;
I - criação de delegacias especiais de atendimento à mulher ví- X - promover programas que assegurem progressivamente be-
tima de violência e ao negro vítima de discriminação; nefícios de saneamento à população urbana e rural;
II - criação e manutenção de abrigos para mulheres vítimas de XI - implantar e operar sistema de monitoramento ambiental;
violência doméstica; XII - licenciar e fiscalizar o desmatamento ou qualquer outra al-
III - criação e execução de programas que visem à coibição da teração da cobertura vegetal nativa, primitiva ou regenerada, bem
violência e a discriminação sexual, racial, social ou econômica; como a exploração de recursos minerais;
IV - vedação da adoção de livro didático que dissemine qual- XIII - promover medidas judiciais e administrativas necessárias
quer forma de discriminação ou preconceito; para coibir danos ao meio ambiente, responsabilizados os servido-
V - criação e execução de programas que visem a assistir ges- res públicos pela mora ou falta de iniciativa;
tantes carentes, observado o disposto no art. 123, parágrafo único; XIV - colaborar e participar de planos e ações de interesse am-
VI - incentivo e apoio às comemorações das datas importantes biental em âmbito nacional, regional e local;
para a cultura negra. XV - condicionar a concessão de benefícios fiscais e creditícios
Art. 277. As empresas e órgãos públicos situados no Distrito a pessoas físicas e jurídicas condenadas por atos cujas obrigações
Federal que, comprovadamente, discriminem a mulher nos pro- ambientais ainda estejam pendentes ao compromisso de quitação
cedimentos de seleção, contratação, promoção, aperfeiçoamento dessas obrigações;
profissional e remuneração, bem como por seu estado civil, sofre- XVI - estimular e promover o reflorestamento com espécies
rão sanções administrativas, na forma da lei. nativas em áreas degradadas, com o objetivo de proteger espe-
Parágrafo único. Aplicam-se as sanções referidas neste artigo cialmente encostas e recursos hídricos, bem como manter índices
a empresas e órgãos públicos que exijam documento médico para mínimos de cobertura vegetal original necessários à proteção da
controle de gravidez ou fertilidade. fauna nativa;
XVII - avaliar e incentivar o desenvolvimento, produção e insta-
CAPÍTULO XI lação de equipamentos, bem como a criação, absorção e difusão de
DO MEIO AMBIENTE tecnologias compatíveis com a melhoria da qualidade ambiental;
XVIII - conceder licenças, autorizações e fixar limitações admi-
Art. 278. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente nistrativas relativas ao meio ambiente;
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia quali- XIX - garantir a participação comunitária no planejamento, exe-
dade de vida, impondo-se ao Poder Público e coletividade o dever cução e vigilância de atividades que visem à proteção, recuperação
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. ou melhoria da qualidade ambiental;
Parágrafo único. Entende-se por meio ambiente o conjunto de XX - avaliar níveis de saúde ambiental, promovendo pesquisas,
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e investigações, estudos e outras medidas necessárias;
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas for- XXI - identificar, criar e administrar unidades de conservação
mas. e demais áreas de interesse ambiental, estabelecendo normas a
Art. 279. O Poder Público, assegurada a participação da coleti- serem observadas nestas áreas, incluídos os respectivos planos de
vidade, zelará pela conservação, proteção e recuperação do meio manejo;
ambiente, coordenando e tornando efetivas as ações e recursos hu- XXII - promover a educação ambiental, objetivando a conscien-
manos, financeiros, materiais, técnicos e científicos dos órgãos da tização pública para a preservação, conservação e recuperação do
administração direta e indireta, e deverá: meio ambiente;
I - planejar e desenvolver ações para a conservação, preserva- XXIII - controlar e fiscalizar obras, atividades, processos pro-
ção, proteção, recuperação e fiscalização do meio ambiente; dutivos e empreendimentos que, direta ou indiretamente, possam
II - promover o diagnóstico e zoneamento ambiental do terri- causar degradação ao meio ambiente, bem como adotar medidas
tório, definindo suas limitações e condicionantes ecológicas e am- preventivas ou corretivas e aplicar sanções administrativas perti-
bientais para ocupação e uso dos espaços territoriais; nentes.
III - elaborar e implementar o plano de proteção ao meio am- Art. 280. As terras públicas, consideradas de interesse para a
biente, definindo áreas prioritárias de ação governamental; proteção ambiental, não poderão ser transferidas a particulares, a
IV - estabelecer normas relativas ao uso e manejo de recursos qualquer título.
ambientais; Art. 281. O Poder Público poderá estabelecer restrições admi-
V - estabelecer normas e padrões de qualidade ambiental para nistrativas de uso de áreas privadas para fins de proteção a ecos-
aferição e monitoramento dos níveis de poluição do solo, subsolo, sistemas.
do ar, das águas e acústica, entre outras;
VI - exercer o controle e o combate da poluição ambiental;

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

Art. 282. Cabe ao Poder Público estabelecer diretrizes especí- degradação ao meio ambiente, ao qual se dará publicidade, ficando
ficas para proteção de mananciais hídricos, por meio de planos de à disposição do público por no mínimo trinta dias antes da audiên-
gerenciamento, uso e ocupação de áreas de drenagem de bacias cia pública obrigatória.
e sub-bacias hidrográficas, que deverão dar prioridade à solução de §1º Os projetos de parcelamento do solo no Distrito Federal
maior alcance ambiental, social e sanitário, além de respeitar a par- terão sua aprovação condicionada a apresentação de estudo de im-
ticipação dos usuários. pacto ambiental e respectivo relatório, para fins de licenciamento.
Parágrafo único. Cabe ao órgão ambiental do Distrito Federal a §2º Quando da aprovação pelo Poder Público de projeto de
gestão do sistema de gerenciamento de recursos hídricos. parcelamento do solo, o respectivo licenciamento constará do ato
Art. 283. O órgão ambiental do Distrito Federal deverá divul- administrativo de aprovação, com as limitações administrativas,
gar, a cada semestre, relatório de qualidade da água distribuída à caso existam.
população. §3º O estudo prévio de impacto ambiental será realizado por
Art. 284. Os recursos hídricos do Distrito Federal constituem equipe multidisciplinar, cujos membros deverão ser cadastrados no
patrimônio público. órgão ambiental do Distrito Federal.
§1º É dever do Governo do Distrito Federal, do cidadão e da §4º A execução das atividades referidas no caput dependerá de
sociedade zelar pelo regime jurídico das águas, devendo o Poder prévio licenciamento pelo órgão ambiental, sem prejuízo de outras
Público disciplinar: licenças exigidas por lei.
I - o uso racional dos recursos hídricos para toda a coletividade; §5º Poderá ser exigido estudo de impacto ambiental e respec-
II - a proteção das águas contra ações ou eventos que compro- tivo relatório em empreendimento ou atividades já instaladas, a
metam a utilização atual e futura, bem como a integridade e reno- qualquer tempo, na hipótese de realização de auditoria ambiental.
vação física, química e biológica do ciclo hidrológico; §6º Na aprovação de projetos de parcelamento do solo para
III - seu controle, de modo a evitar ou minimizar os impactos fins urbanos com área igual ou inferior a sessenta hectares, ou com
danosos causados por eventos meteorológicos; área igual ou inferior a cem hectares no caso de projetos urbanís-
IV - a utilização das águas para abastecimento público, pscicul- ticos de habitação de interesse social com pequeno potencial de
tura, pesca e turismo; impacto ambiental, e de parcelamento do solo com finalidade rural
V - a exploração racional dos depósitos naturais de água, águas com área igual ou inferior a duzentos hectares cuja fração mínima
subterrâneas e afluentes. corresponda à definida nos planos diretores, o órgão ambiental
§2º Compete ao Distrito Federal para assegurar o disposto nes- pode substituir a exigência de apresentação de estudo de impacto
te artigo: ambiental e do respectivo relatório prevista no §1º pela avaliação
I - instituir normas de gerência e monitoramento dos recursos de impacto ambiental definida em lei específica ou pelo licencia-
hídricos no seu território; mento ambiental simplificado, referentes, entre outros fatores, às
II - adotar a bacia hidrográfica como base unitária de gerencia- restrições ambientais, à capacidade de abastecimento de água,
mento, considerado o ciclo hidrológico em todas as suas fases; às alternativas de esgotamento sanitário e de destinação final de
III - cadastrar, registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões águas pluviais, mantida a obrigatoriedade da realização de audiên-
de atividades de pesquisa ou exploração de recursos hídricos con- cia pública.
cedidas ou efetuadas pela União. §7º Para fins de licenciamento ambiental de projetos de parce-
§3º A exploração de recursos hídricos no Distrito Federal não lamento do solo em imóveis rurais de propriedade da Administra-
poderá comprometer a preservação do patrimônio natural e cultu- ção Pública direta ou indireta, com objetivo de regularizar a situa-
ral do seu território. ção fundiária de ocupações consolidadas em consonância com as
Art. 285. Incumbe ao Poder Público estabelecer normas, pa- definições do Plano Diretor de Ordenamento territorial – PDOT, o
drões e parâmetros para prevenir, combater e controlar a poluição órgão ambiental substituirá a exigência de apresentação do Estudo
e a erosão do solo em quaisquer de suas formas, bem como fixas as de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental prevista
medidas necessárias a seu manejo, respeitada sua vocação quanto no §1º pelo Relatório de Controle Ambiental – RCA e pelo Plano de
à capacidade de uso. Controle Ambiental – PCA.
Art. 286. O Distrito Federal, de comum acordo com a União, Art. 290. O Poder Público estabelecerá, na forma da lei comple-
zelará pelos recursos minerais de seu território, fiscalizando a explo- mentar, tributação das atividades que utilizem recursos ambientais
ração de jazidas e estimulando estudos e pesquisas de solos, geoló- e impliquem significativa degradação ambiental.
gicas e de tecnologia mineral. Art. 291. Os projetos com significativo potencial poluidor, após
Art. 287. O Poder Público manterá permanente fiscalização e a realização do estudo de impacto ambiental e da audiência públi-
controle da emissão de gases e partículas poluidoras produzidas ca, serão submetidos a apreciação do Conselho de Meio Ambiente
pelas fontes estacionárias e não estacionárias, obrigatório nessas do Distrito Federal.
atividades o uso de equipamentos antipoluentes. Art. 292. As pessoas físicas e jurídicas, públicas ou privadas,
Art. 288. O Poder Público estimulará a eficiência energética e a que exerçam atividades consideradas efetiva ou potencialmente
conservação de energia, incluída a utilização de fontes alternativas poluidoras, temporárias ou permanentes, são responsáveis, direta
não poluidoras. ou indiretamente, pela coleta, acondicionando, tratamento, esgota-
Art. 289. Cabe ao Poder Público, na forma da lei, exigir a reali- mento e destinação final dos resíduos produzidos.
zação de estudo prévio de impacto ambiental para construção, ins- Parágrafo único. O Poder Público promoverá o controle e ava-
talação, reforma, recuperação, ampliação e operação de empreen- liação de irregularidades que agridam ao meio ambiente e, na for-
dimentos ou atividades potencialmente causadoras de significativa ma da lei, exigirá adoção das medidas corretas necessárias e aplica-
rá as penalidades cabíveis aos responsáveis.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

Art. 293. O processamento, controle, e destinação de resídu- I - lagos e lagoas;


os rurais e urbanos obedecerão a normas previstas na legislação II - nascentes, remanescentes de matas ciliares ou de galerias,
local de proteção ambiental, sem prejuízo dos demais dispositivos mananciais de bacias hidrográficas e faixas marginais de proteção
legais indicentes. de águas superficiais, conforme definidas pelo órgão ambiental do
§1º O Poder Público implementará política setorial com vistas Distrito Federal;
à coleta seletiva, transporte, tratamento e disposição final de resí- III - áreas que abriguem exemplares da fauna e flora amea-
duos urbanos, com ênfase nos processos que envolvam sua reci- çados de extinção, vulneráveis, raros ou menos conhecidos, bem
clagem. como aquelas que sirvam como local de pouso, alimentação ou re-
§2º É vedado, no território do Distrito Federal, lançar esgotos produção;
hospitalares, industriais, residenciais e de outras fontes, diretamen- IV - áreas de interesse arqueológico, histórico, científico, paisa-
te em cursos ou corpos d’água, sem prévio tratamento. gístico e cultural;
§3º Cabe ao Poder Público regulamentar a permissão para uso V - aquelas assim declaradas em lei.
dos recursos naturais como via der esgotamento dos dejetos cita- Art. 302. São espaços territoriais especialmente protegidos,
dos no §2º, após conveniente tratamento, controle e avaliação dos cuja utilização dependerá de prévia autorização dos órgãos compe-
teores poluentes. tentes, de modo a preservar seus atributos essenciais:
Art. 294. É vedada a implantação de aterros sanitários próxi- I - as coberturas florestais nativas;
mos a rios, lagos e demais fontes de recursos hídricos, respeitado o II - as unidades de conservação já existentes;
afastamento mínimo definido, em cada caso específico, pelo órgão III - aquelas assim declaradas em lei.
ambiental do Distrito Federal. Art. 303. O Poder Público criará sistema permanente de prote-
Art. 295. As unidades de conservação, os parques, as praças, o ção, na forma da lei, que desenvolva ações permanentes de prote-
conjunto urbanístico de Brasília, objeto de tombamento e Patrimô- ção, recuperação e fiscalização do meio ambiente, primordialmente
nio Cultural da Humanidade, bem como os demais bens imóveis de para preservar a diversidade e integridade do patrimônio genético
valor cultural, são espaços territoriais especialmente protegidos e contido em seu território, incluídas a manutenção e ampliação de
sua utilização far-se-á na forma da lei. bancos de germoplasma e a fiscalização das entidades dedicadas a
§1º Cabe ao Poder Público estabelecer e implantar controle da pesquisa e a manipulação de material genético.
poluição visual no Distrito Federal, de modo a assegurar a preserva- Parágrafo único. É garantida a participação do Sistema Único
ção da estética dos ambientes. de Saúde nas ações de preservação do meio ambiente, nos termos
§2º Na criação pelo Poder Público de unidades de conservação, do art. 207, X.
serão alocados recursos financeiros, estabelecidos prazos para re- Art. 304. Compete ao Poder Público promover a conscientiza-
gularização fundiária, demarcação, zoneamento e implantação da ção da sociedade para a preservação do meio ambiente, conserva-
estrutura de fiscalização. ção de energia e sadia qualidade de vida.
§3º Nas unidades de conservação do Distrito Federal, criados Parágrafo único. O bioma cerrado, sua flora e fauna, bem como
com a finalidade de preservar a integridade de exemplares dos as relações ecológicas existentes e formas de conservação, preser-
ecossistemas que possuam características naturais peculiares ou vação, manejo, ocupação e exploração, deverão receber atenção
abriguem exemplares raros da biota regional, é vedada qualquer especial do Poder Público.
atividade ou empreendimento público ou privado que degrade ou Art. 305. O Distrito Federal deverá manter mapa atualizado que
altere as características naturais. indique as unidades de conservação e demais áreas de proteção
Art. 296. Cabe ao Poder Público proteger e preservar a flora ambiental de seu território.
e a fauna, as espécies ameaçadas de extinção, as vulneráveis e ra- Art. 306. Cabe ao Poder Público garantir à população o acesso
ras, vedadas as práticas cruéis contra animais, a pesca predatória, a sistemático a informações referentes a níveis de poluição e causas
caça, sob qualquer pretexto, em todo o Distrito Federal. da degradação ambiental de qualquer natureza e origem.
Art. 297. Os proprietários ou concessionários rurais ficam obri- Art. 307. Compete ao Poder Público instituir órgãos próprios
gados, na forma da lei, a conservar o ambiente de suas propriedade para estudar, planejar e controlar a utilização racional do meio am-
ou lotes rurais, ou a recuperá-lo, preferencialmente com espécies biente, bem como daquelas tecnologias menos agressivas ao meio
nativas. ambiente, contempladas também as práticas populares e empíri-
Art. 298. As coberturas vegetais nativas existentes no Distrito cas, utilizadas secularmente.
Federal não poderão ter suas áreas reduzidas, salvo nos casos pre- Parágrafo único. Com a finalidade de assegurar a prática e o
vistos em lei. efetivo controle das ações que objetivem a proteção do meio am-
Art. 299. O Distrito Federal adotará políticas de estímulo ao re- biente, o Distrito Federal deverá manter:
florestamento ecológico em áreas degradadas, a fim de proteger I - subprocuradoria especializada em tutela ambiental, defesa
encostas e recursos hídricos e de manter os índices mínimos de co- de interesses difusos e do patrimônio histórico, cultural, paisagís-
bertura vegetal. tico, arquitetônico e urbanístico, integrante da Procuradoria-Geral
§1º Será estimulado o reflorestamento econômico integrado, do Distrito Federal;
com essências diversificadas, em áreas ecologicamente adequadas. II - delegacias policiais especializadas e unidades de policia-
§2º O Poder Público promoverá e estimulará ampla e perma- mento ambiental integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal,
nente arborização de logradouros públicos. incumbidas da prevenção, da repressão e da apuração dos ilícitos
Art. 300. A prática do carvoejamento visando à produção de ambientais, sem prejuízo das ações dos demais órgãos de fiscaliza-
carvão vegetal para fins industriais é proibida no território do Dis- ção especializados.
trito Federal.
Art. 301. São áreas de preservação permanente:

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

Art. 308. O Poder Público regulamentará, controlará e fiscali- Art. 183. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
zará a produção, estocagem, manejo, transporte, comercialização, comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou
consumo, uso, disposição final, pesquisa e experimentação de subs- a terceiro.
tâncias nocivas à saúde, à qualidade de vida e ao meio ambiente. §1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário
Parágrafo único. São vedadas no território do Distrito Federal, somente pode ser liquidada na forma prevista no art. 119 e seguin-
observada a legislação federal: tes na falta de outros bens que assegurem a execução do débito
I - a instalação de indústrias químicas de agrotóxicos, seus com- pela via judicial.
ponentes e afins; §2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responde o servi-
II - a fabricação, comercialização e utilização de substâncias que dor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
emanem o composto cloro-flúor-carbono (CFC); §3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores, e
III - a fabricação, comercialização e utilização de equipamen- contra eles tem de ser executada, na forma da lei civil.
tos e instalações nucleares, à exceção dos destinados a pesquisa Art. 184. A responsabilidade perante o Tribunal de Contas de-
científica e a uso terapêutico, que dependerão de licenciamento corre de atos sujeitos ao controle externo, nos termos da Lei Orgâ-
ambiental; nica do Distrito Federal.
IV - a instalação de depósitos de resíduos tóxicos ou radioativos Art. 185. A perda do cargo público ou a cassação de aposenta-
de outros Estados e países. doria determinada em decisão judicial transitada em julgado dis-
Art. 309. Ao Poder Público incumbe, na forma da lei, implantar pensa a instauração de processo disciplinar e deve ser declarada
unidades técnicas preventivas, curativas e emergenciais, para aten- pela autoridade competente para fazer a nomeação.
dimento a pessoas e instalações afetadas por emanações tóxicas ou Art. 186. A responsabilidade administrativa, apurada na forma
quaisquer outras causas nocivas à população e ao meio ambiente. desta Lei Complementar, resulta de infração disciplinar cometida
Art. 310. O Poder Público disporá de laboratórios para análises por servidor no exercício de suas atribuições, em razão delas ou
físico-químico-biológicas, bem como incentivará e facilitará a par- com elas incompatíveis.
ticipação da sociedade civil na apresentação de amostras de subs- §1º A responsabilidade administrativa do servidor, observado o
tâncias suspeitas de potencial poluidor, cuja análise terá resultados prazo prescricional, permanece em relação aos atos praticados no
públicos. exercício do cargo:
Art. 311. As normas de preservação ambiental quanto à polui- I – após a exoneração;
ção sonora, fixando níveis máximos de emissão de sons e ruídos, II – após a aposentadoria;
de acordo com o local e a duração da fonte, serão estabelecidas na III – após a vacância em razão de posse em outro cargo inacu-
forma da lei, observada a legislação federal pertinente. mulável;
IV – durante as licenças, afastamentos e demais ausências pre-
vistos nesta Lei Complementar.
LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011 (REGIME JURÍDICO
§2º A aplicação da sanção cominada à infração disciplinar de-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO DISTRITO FEDE-
corre da responsabilidade administrativa, sem prejuízo:
RAL, DAS AUTARQUIAS E DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS
I – de eventual ação civil ou penal;
DISTRITAIS): TÍTULO VI – DO REGIME DISCIPLINAR
II – do ressarcimento ao erário dos valores correspondentes
aos danos e aos prejuízos causados à administração pública;
LEI COMPLEMENTAR Nº 840, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011 III – da devolução ao erário do bem ou do valor público des-
viado, nas mesmas condições em que se encontravam quando da
Dispõe sobre o regime jurídicos dos servidores públicos civis do ocorrência do fato, com a consequente indenização proporcional à
Distrito Federal, das autarquias e das fundações públicas distritais. depreciação.
CAPÍTULO II
( ) DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES
TÍTULO VI
DO REGIME DISCIPLINAR SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
DAS RESPONSABILIDADES Art. 187. A infração disciplinar decorre de ato omissivo ou co-
missivo, praticado com dolo ou culpa, e sujeita o servidor às san-
Art. 181. O servidor responde penal, civil e administrativamen- ções previstas nesta Lei Complementar.
te pelo exercício irregular de suas atribuições. Art. 188. As infrações disciplinares classificam-se, para efeitos
§1º As sanções civis, penais e administrativas podem cumular- de cominação da sanção, em leves, médias e graves.
-se, sendo independentes entre si. Parágrafo único. As infrações médias e as infrações graves
§2º A responsabilidade administrativa do servidor é afastada são subclassificadas em grupos, na forma desta Lei Complementar.
no caso de absolvição penal que negue a existência do fato ou sua Art. 189. Para efeitos desta Lei Complementar, considera-se
autoria, com decisão transitada em julgado. reincidência o cometimento de nova infração disciplinar do mes-
§3º A responsabilidade administrativa perante a administração mo grupo ou classe de infração disciplinar anteriormente cometida,
pública não exclui a competência do Tribunal de Contas prevista na ainda que uma e outra possuam características fáticas diversas.
Lei Orgânica do Distrito Federal. Parágrafo único. Entende-se por infração disciplinar anterior-
Art. 182. A responsabilidade penal abrange crimes e contraven- mente cometida aquela já punida na forma desta Lei Complemen-
ções imputados ao servidor, nessa qualidade. tar.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

SEÇÃO II VI – discriminar qualquer pessoa, no recinto da repartição, com


DAS INFRAÇÕES LEVES a finalidade de expô-la a situação humilhante, vexatória, angustian-
te ou constrangedora, em relação a nascimento, idade, etnia, raça,
Art. 190. São infrações leves: cor, sexo, estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções
I – descumprir dever funcional ou decisões administrativas políticas ou filosóficas, orientação sexual, deficiência física, imuno-
emanadas dos órgãos competentes; lógica, sensorial ou mental, por ter cumprido pena, ou por qualquer
II – retirar, sem prévia anuência da chefia imediata, qualquer particularidade ou condição.
documento ou objeto da repartição; Art. 192. São infrações médias do grupo II:
III – deixar de praticar ato necessário à apuração de infração I – ofender fisicamente a outrem em serviço, salvo em resposta
disciplinar, retardar indevidamente a sua prática ou dar causa à a injusta agressão ou em legítima defesa própria ou de outrem;
prescrição em processo disciplinar; II – praticar ato de assédio sexual ou moral;
IV – recusar-se, quando solicitado por autoridade competente, III – coagir ou aliciar subordinado no sentido de filiar-se a as-
a prestar informação de que tenha conhecimento em razão do exer- sociação, sindicato, partido político ou qualquer outra espécie de
cício de suas atribuições; agremiação;
V – recusar-se, injustificadamente, a integrar comissão ou gru- IV – exercer atividade privada incompatível com o exercício do
po de trabalho, ou deixar de atender designação para compor co- cargo público ou da função de confiança;
missão, grupo de trabalho ou para atuar como perito ou assistente V – usar recursos computacionais da administração pública
técnico em processo administrativo ou judicial; para, intencionalmente:
VI – recusar fé a documento público; a) violar sistemas ou exercer outras atividades prejudiciais a si-
VII – negar-se a participar de programa de treinamento exigido tes públicos ou privados;
de todos os servidores da mesma situação funcional; b) disseminar vírus, cavalos de tróia, spyware e outros males,
VIII – não comparecer, quando convocado, a inspeção ou perí- pragas e programas indesejáveis;
cia médica; c) disponibilizar, em sites do serviço público, propaganda ou
IX – opor resistência injustificada ou retardar, reiteradamente publicidade de conteúdo privado, informações e outros conteúdos
e sem justa causa: incompatíveis com os fundamentos e os princípios da administra-
a) o andamento de documento, processo ou execução de ser- ção pública;
viço; d) repassar dados cadastrais e informações de servidores públi-
b) a prática de atos previstos em suas atribuições; cos ou da repartição para terceiros, sem autorização;
X – cometer a servidor atribuições estranhas ao cargo que ocu- VI – permitir ou facilitar o acesso de pessoa não autorizada,
pa, exceto em situações de emergência e em caráter transitório; mediante atribuição, fornecimento ou empréstimo de senha ou
XI – manter sob sua chefia imediata, em cargo em comissão qualquer outro meio:
ou função de confiança, o cônjuge, o companheiro ou parente, por a) a recursos computacionais, sistemas de informações ou ban-
consanguinidade até o terceiro grau, ou por afinidade; co de dados da administração pública;
XII – promover manifestação de apreço ou desapreço no recin- b) a locais de acesso restrito.
to da repartição;
XIII – perturbar, sem justa causa, a ordem e a serenidade no SEÇÃO IV
recinto da repartição; DAS INFRAÇÕES GRAVES
XIV – acessar, armazenar ou transferir, intencionalmente, com
recursos eletrônicos da administração pública ou postos à sua dis- Art. 193. São infrações graves do grupo I:
posição, informações de conteúdo pornográfico ou erótico, ou que I – incorrer na hipótese de:
incentivem a violência ou a discriminação em qualquer de suas for- a) abandono de cargo;
mas; b) inassiduidade habitual;
XV – usar indevidamente a identificação funcional ou outro do- II – acumular ilegalmente cargos, empregos, funções públicas
cumento que o vincule com o cargo público ou função de confiança, ou proventos de aposentadoria, salvo se for feita a opção na forma
em ilegítimo benefício próprio ou de terceiro. desta Lei Complementar;
III – proceder de forma desidiosa, incorrendo repetidamente
SEÇÃO III em descumprimento de vários deveres e atribuições funcionais;
DAS INFRAÇÕES MÉDIAS IV – acometer-se de incontinência pública ou ter conduta es-
candalosa na repartição que perturbe a ordem, o andamento dos
Art. 191. São infrações médias do grupo I: trabalhos ou cause dano à imagem da administração pública;
I – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos pre- V – cometer insubordinação grave em serviço, subvertendo a
vistos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua respon- ordem hierárquica de forma ostensiva;
sabilidade ou de seu subordinado; VI – dispensar licitação para contratar pessoa jurídica que te-
II – ausentar-se do serviço, com frequência, durante o expe- nha, como proprietário, sócio ou administrador:
diente e sem prévia autorização da chefia imediata; a) pessoa de sua família ou outro parente, por consanguinida-
III – exercer atividade privada incompatível com o horário do de até o terceiro grau, ou por afinidade;
serviço; b) pessoa da família de sua chefia mediata ou imediata ou ou-
IV – praticar ato incompatível com a moralidade administrativa; tro parente dela, por consanguinidade até o terceiro grau, ou por
V – praticar o comércio ou a usura na repartição; afinidade;

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

VII – dispensar licitação para contratar pessoa física de família II – sem apuração em regular processo disciplinar previsto nes-
ou parente mencionado no inciso VI, a e b; ta Lei Complementar.
VIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estran- Art. 197. São circunstâncias atenuantes:
geiro; I – ausência de punição anterior;
IX – exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, co- II – prestação de bons serviços à administração pública distrital;
tista ou comanditário; III – desconhecimento justificável de norma administrativa;
X – participar de gerência ou administração de sociedade ou IV – motivo de relevante valor social ou moral;
empresa privada, personificada ou não personificada, salvo: V – estado físico, psicológico, mental ou emocional abalado,
a) nos casos previstos nesta Lei Complementar; que influencie ou seja decisivo para a prática da infração disciplinar;
b) nos períodos de licença ou afastamento do cargo sem remu- VI – coexistência de causas relativas à carência de condições de
neração, desde que não haja proibição em sentido contrário, nem material ou pessoal na repartição;
incompatibilidade; VII – o fato de o servidor ter:
c) em instituições ou entidades beneficentes, filantrópicas, de a) cometido a infração disciplinar sob coação a que podia resis-
caráter social e humanitário e sem fins lucrativos, quando compatí- tir, ou em cumprimento a ordem de autoridade superior, ou sob a
veis com a jornada de trabalho. influência de violenta emoção, provocada por ato injusto provindo
Parágrafo único. A reassunção das atribuições, depois de con- de terceiro;
sumado o abandono de cargo, não afasta a responsabilidade admi- b) cometido a infração disciplinar na defesa, ainda que putativa
nistrativa, nem caracteriza perdão tácito da administração pública, ou com excesso moderado, de prerrogativa funcional;
ressalvada a prescrição. c) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência,
Art. 194. São infrações graves do grupo II: logo após a infração disciplinar, evitar ou minorar as suas conse-
I – praticar, dolosamente, ato definido em lei como: quências;
a) crime contra a administração pública; d) reparado o dano causado, por sua espontânea vontade e an-
b) improbidade administrativa; tes do julgamento.
II – usar conhecimentos e informações adquiridos no exercício Art. 198. São circunstâncias agravantes:
de suas atribuições para violar ou tornar vulnerável a segurança, os I – a prática de ato que concorra, grave e objetivamente, para o
sistemas de informática, sites ou qualquer outra rotina ou equipa- desprestígio do órgão, autarquia ou fundação ou da categoria fun-
mento da repartição; cional do servidor;
III – exigir, solicitar, receber ou aceitar propina, gratificação, co- II – o concurso de pessoas;
missão, presente ou auferir vantagem indevida de qualquer espécie III – o cometimento da infração disciplinar em prejuízo de crian-
e sob qualquer pretexto. ça, adolescente, idoso, pessoa com deficiência, pessoa incapaz de
IV – valer-se do cargo para obter proveito indevido para si ou se defender, ou pessoa sob seus cuidados por força de suas atribui-
para outrem, em detrimento da dignidade da função pública; ções;
V – utilizar-se de documento sabidamente falso para prova de IV – o cometimento da infração disciplinar com violência ou
fato ou circunstância que crie direito ou extinga obrigação perante grave ameaça, quando não elementares da infração;
a administração pública distrital. V – ser o servidor quem:
Parágrafo único. Para efeitos do inciso III, não se considera pre- a) promove ou organiza a cooperação ou dirige a atividade dos
sente o brinde definido na legislação. demais coautores;
b) instiga subordinado ou lhe ordena a prática da infração dis-
CAPÍTULO III ciplinar;
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES c) instiga outro servidor, propõe ou solicita a prática da infração
disciplinar.
Art. 195. São sanções disciplinares: Art. 199. A advertência é a sanção por infração disciplinar leve,
I – advertência; por meio da qual se reprova por escrito a conduta do servidor.
II – suspensão; Parágrafo único. No lugar da advertência, pode ser aplicada,
III – demissão; motivadamente, a suspensão até trinta dias, se as circunstâncias
IV – cassação de aposentadoria ou de disponibilidade; assim o justificarem.
V – destituição do cargo em comissão. Art. 200. A suspensão é a sanção por infração disciplinar média
Parágrafo único. As sanções disciplinares são aplicadas às infra- pela qual se impõe ao servidor o afastamento compulsório do exer-
ções disciplinares tipificadas em lei. cício do cargo efetivo, com perda da remuneração ou subsídio dos
Art. 196. Na aplicação das sanções disciplinares, devem ser dias em que estiver afastado.
considerados: §1 º A suspensão não pode ser:
I – a natureza e a gravidade da infração disciplinar cometida; I – superior a trinta dias, no caso de infração disciplinar média
II – os danos causados para o serviço público; do grupo I;
III – o ânimo e a intenção do servidor; II – superior a noventa dias, no caso de infração disciplinar mé-
IV – as circunstâncias atenuantes e agravantes; dia do grupo II.
V – a culpabilidade e os antecedentes funcionais do servidor. §2º Aplica-se a suspensão de até:
§1º A infração disciplinar de menor gravidade é absorvida pela I – trinta dias, quando o servidor incorrer em reincidência por
de maior gravidade. infração disciplinar leve;
§2º Nenhuma sanção disciplinar pode ser aplicada: II – noventa dias, quando o servidor incorrer em reincidência
I – sem previsão legal; por infração disciplina média do grupo I.

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LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

§3º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade Parágrafo único. Se o servidor já tiver sido exonerado quando
de suspensão pode ser convertida em multa, observado o seguinte: da aplicação da sanção prevista neste artigo, a exoneração é conver-
I – a multa é de cinquenta por cento do valor diário da remune- tida em destituição do cargo em comissão.
ração ou subsídio, por dia de suspensão; Art. 206. A demissão, a cassação de aposentadoria ou disponi-
II – o servidor fica obrigado a cumprir integralmente a jornada bilidade ou a destituição de cargo em comissão, motivada por infra-
de trabalho a que está submetido. ção disciplinar grave do grupo II, implica a incompatibilização para
§4º É aplicada multa ao servidor inativo que houver praticado nova investidura em cargo público do Distrito Federal pelo prazo de
na atividade infração disciplinar punível com suspensão. dez anos, sem prejuízo de ação cível ou penal e das demais medidas
§5º A multa de que trata o §4º corresponde ao valor diário dos administrativas.
proventos de aposentadoria por dia de suspensão cabível. Art. 207. A punibilidade é extinta pela:
Art. 201. A advertência e a suspensão têm seus registros can- I – morte do servidor;
celados, após o decurso de três e cinco anos de efetivo exercício, II – prescrição.
respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, prati- Art. 208. A ação disciplinar prescreve em:
cado nova infração disciplinar, igual ou diversa da anteriormente I – cinco anos, quanto à demissão, destituição de cargo em co-
cometida. missão ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
§1º O cancelamento da sanção disciplinar não surte efeitos II – dois anos, quanto à suspensão;
retroativos e é registrado em certidão formal nos assentamentos III – um ano, quanto à advertência.
funcionais do servidor. §1º O prazo de prescrição começa a correr da primeira data
§2º Cessam os efeitos da advertência ou da suspensão, se lei em que o fato ou ato se tornou conhecido pela chefia da repartição
posterior deixar de considerar como infração disciplinar o fato que onde ele ocorreu, pela chefia mediata ou imediata do servidor, ou
as motivou. pela autoridade competente para instaurar sindicância ou processo
§3º A sanção disciplinar cancelada nos termos deste artigo não disciplinar.
pode ser considerada para efeitos de reincidência. §2º A instauração de processo disciplinar interrompe a prescri-
Art. 202. A demissão é a sanção pelas infrações disciplinares ção, uma única vez.
graves, pela qual se impõe ao servidor efetivo a perda do cargo pú- §3º Interrompida a prescrição, sua contagem é reiniciada de-
blico por ele ocupado, podendo ser cominada com o impedimento pois de esgotados os prazos para conclusão do processo disciplinar,
de nova investidura em cargo público. previstos nesta Lei Complementar, incluídos os prazos de prorroga-
§1º A demissão de que trata este artigo também se aplica no ção, se houver.
caso de: §4º O prazo de prescrição fica suspenso enquanto a instaura-
I – infração disciplinar grave, quando cometida por servidor ção ou a tramitação do processo disciplinar ou a aplicação de san-
efetivo no exercício de cargo em comissão ou função de confiança ção disciplinar estiver obstada por determinação judicial.
do Poder Executivo ou Legislativo do Distrito Federal; §5º Os prazos de prescrição previstos na lei penal, havendo
II – reincidência em infração disciplinar média do grupo II. ação penal em curso, aplicam-se às infrações disciplinares capitula-
§2º Se o servidor já tiver sido exonerado quando da aplicação das também como crime.
da sanção prevista neste artigo, a exoneração é convertida em de- Art. 209. Não é punido o servidor que, ao tempo da infração
missão. disciplinar, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do
§3º Também se converte em demissão a vacância em decor- fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, devi-
rência de posse em outro cargo inacumulável ocorrida antes da do a:
aplicação da sanção prevista neste artigo. I – insanidade mental, devidamente comprovada por laudo de
Art. 203. A cassação de aposentadoria é a sanção por infração junta médica oficial;
disciplinar que houver sido cometida pelo servidor em atividade, II – embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou for-
pela qual se impõe a perda do direito à aposentadoria, podendo ça maior.
ser cominada com o impedimento de nova investidura em cargo Parágrafo único. A punibilidade não se exclui pela embriaguez,
público. voluntária ou culposa, por álcool, entorpecente ou substância de
Parágrafo único. A cassação de aposentadoria é aplicada por efeitos análogos.
infração disciplinar punível com demissão. Art. 210. Fica isento de sanção disciplinar o servidor cuja con-
Art. 204. A cassação de disponibilidade é a sanção por infração duta funcional, classificada como erro de procedimento, seja carac-
disciplinar que houver sido cometida em atividade, pela qual se im- terizada, cumulativamente, pela:
põe a perda do cargo público ocupado e dos direitos decorrentes I – ausência de dolo;
da disponibilidade, podendo ser cominada com o impedimento de II – eventualidade do erro;
nova investidura em cargo público. III – ofensa ínfima aos bens jurídicos tutelados;
Parágrafo único. A cassação de disponibilidade é aplicada por IV – prejuízo moral irrelevante;
infração disciplinar punível com demissão e na hipótese do art. 40, V – reparação de eventual prejuízo material antes de se instau-
§2º. rar sindicância ou processo disciplinar.
Art. 205. A destituição do cargo em comissão é a sanção por ( )
infração disciplinar média ou grave, pela qual se impõe ao servi-
dor sem vínculo efetivo com o Distrito Federal a perda do cargo em
comissão por ele ocupado, podendo ser cominada com o impedi-
mento de nova investidura em outro cargo efetivo ou em comissão.

107
LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL E LEI COMPLEMENTAR Nº 840/2011

(C) A Lei Orgânica do DF prevê apenas o plebiscito como meio


QUESTÕES de participação popular.
(D) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e
1. IADES - 2019 - BRB - Escrituário pelo voto indireto, excepcionalmente secreto.
Segundo dispõe a Lei Orgânica do Distrito Federal, compete pri- (E) O território do DF abrange o espaço físico geográfico que se
vativamente ao Distrito Federal encontra sob seu domínio e jurisdição.
(A) fomentar a produção agropecuária e organizar o abasteci-
mento alimentar. 5. IADES - 2021 - BRB - Analista de Tecnologia da Informação
(B) conservar o patrimônio público. No que tange ao Regime Disciplinar previsto na Lei Comple-
(C) regulamentar e fiscalizar o comércio ambulante, inclusive o mentar nº 840/2011, assinale a alternativa correta.
de papéis e de outros resíduos recicláveis. (A) Atos comissivos não podem ser enquadrados como infra-
(D) estabelecer e implantar política para a segurança do trân- ções disciplinares.
sito. (B) Os antecedentes funcionais do servidor não podem ser con-
(E) proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à siderados na aplicação das sanções disciplinares.
ciência. (C) Em face do exercício irregular de suas atribuições, o servi-
dor responde penal, civil e administrativamente.
2. IADES - 2022 - ADASA - Técnico em Regulação de Serviços (D) A ação disciplinar prescreve em cinco anos, quando a pe-
Públicos nalidade a ser aplicada for de advertência, suspensão ou de-
No que tange à natureza jurídica e política do Distrito Federal missão.
(DF), assinale a alternativa correta. (E) A recusa de fé a documento público é classificada como
(A) O DF integra a União indissolúvel da República Federativa uma infração média.
do Brasil, tem por valor fundamental, entre outros, a plena ci-
dadania e é regido por lei orgânica em razão de sua soberania GABARITO
política.
(B) A plena cidadania e a promoção do bem de todos são valo-
res fundamentais do DF. 1 C
(C) O referendo, meio de exercício da soberania popular, con-
2 D
siste na consulta por meio da qual a população delibera acerca
do ato legislativo antes de ele ser aprovado pelo poder ou por 3 C
autoridade competente. 4 E
(D) O pluralismo político é um dos valores fundamentais do
DF, e o referido ente tem como objetivo prioritário promover 5 C
a inclusão digital, o direito de acesso à internet, o exercício da
cidadania em meios digitais e a prestação de serviços públicos ANOTAÇÕES
por múltiplos canais de acesso.
(E) Para que o cidadão possa exercer o direito de petição, faz-se ______________________________________________________
necessário o preenchimento de uma série de requisitos, entre
______________________________________________________
eles, o pagamento de taxas e a garantia de instância.
______________________________________________________
3. IADES - 2023 - SEAGRI-DF - Técnico de Desenvolvimento e
Fiscalização Agropecuária - Agente Administrativo ______________________________________________________

De acordo com o disposto na Lei Orgânica do Distrito Federal, o ______________________________________________________


Distrito Federal organiza-se em regiões administrativas, com vistas
______________________________________________________
a (à)
(A) aumentar os gastos públicos. ______________________________________________________
(B) promover os direitos humanos.
(C) melhoria da qualidade de vida. ______________________________________________________
(D) preservação dos interesses individuais.
(E) centralização administrativa. ______________________________________________________

______________________________________________________
4. IADES - 2023 - SEAGRI-DF - Técnico de Desenvolvimento e
Fiscalização Agropecuária - Agente Administrativo ______________________________________________________
De acordo com a Lei Orgânica do Distrito Federal (DF), assinale
a alternativa correta. ______________________________________________________
(A) O hino não é considerado símbolo do DF.
(B) Não compete ao DF, na execução de seu programa de de- ______________________________________________________
senvolvimento econômico-social, buscar a integração com a
região do entorno do Distrito Federal. ______________________________________________________

108
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Todos os Cargos

Art. 7º. São objetivos da EMATER-DF:


ESTATUTO SOCIAL DA EMATER-DF I- colaborar com os órgãos competentes do Governo do Distri-
to Federal e da Administração Federal na formulação e execução
ESTATUTO DA EMATER-DF das políticas de assistência técnica e extensão rural e atividades de
pesquisa aplicada
Aprovado pela 6ª (Sexta) Assembleia Geral Extraordinária da II- planejar, coordenar e executar programas de assistência téc-
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER-DF, rea- nica e extensão rural e atividades de pesquisa aplicada, visando a
lizada no dia 14/08/2023, nos termos da Deliberação n.º 49/2023, inovação tecnológica e a construção de conhecimento de natureza
do Conselho de Administração, conforme a análise e manifestação técnica, econômica, ambiental e humano-social, para formação de
da Procuradoria-Geral do Distrito Federal (Nota Técnica nº 70/2023 pessoas, aumento da produção e produtividade agrícolas e a me-
– SEPLAD/SPLAN/SESTDF), ratificada pelo Ofício nº 2689/2023 lhoria das condições de vida no meio rural do Distrito Federal e sua
- SEPLAD/GAB, com aprovação, exarada no Parecer Jurídico nº região geoeconômica, de acordo com as políticas de ação do Gover-
131/2023 - PGCONS/PGDF. no do Distrito Federal e do Governo Federal.
Art. 8º. Para consecução dos seus objetivos deverá a EMATER-
TÍTULO I -DF observará os seguintes princípios:
DO REGIME JURÍDICO DA EMPRESA E SEUS OBJETIVOS E I- desenvolvimento rural sustentável, compatível com a utiliza-
DIRETRIZES DE AÇÃO ção adequada dos recursos naturais e com a preservação do meio
ambiente;
CAPÍTULO I II- fomento a processos participativos, com enfoque multidis-
DO REGIME JURÍDICO DA EMATER-DF ciplinar, interdisciplinar e intercultural, buscando a construção da
cidadania e a democratização da gestão da política pública;
Art. 1º. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do III- adoção dos princípios da agricultura de base ecológica
Distrito Federal (EMATER-DF), criada pelo Decreto nº 4.140, de 07 como enfoque preferencial para o desenvolvimento de sistemas de
de abril de 1978, de acordo com a autorização constante da Lei nº produção sustentáveis;
6.500, de 07 de dezembro de 1977, fica constituída na forma esta- IV- equidade nas relações de gênero, geração, raça e etnia;
belecida por este Estatuto. V- contribuição para a segurança e soberania alimentar e nu-
Art. 2º. A EMATER-DF é uma empresa pública, individual, do- tricional.
tada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio Art. 9º. Para consecução dos seus objetivos deverá a EMATER-
próprio, autonomia jurídica, administrativa e financeira, integrante -DF observar as seguintes diretrizes básicas:
da administração indireta do Distrito Federal. I- promoção do desenvolvimento rural sustentável;
Art. 3º. A EMATER-DF, com sede e foro em Brasília-DF e atu- II- apoio às iniciativas econômicas que promovam as potencia-
ação no território do Distrito Federal e sua região geoeconômica, lidades e vocações regionais e locais;
reger-se-á pela Lei nº 6.500, de 07 de dezembro de 1977, pela Lei nº III- aumento da produção, da qualidade e da produtividade das
13.303, de 30 de junho de 2016, pelo presente Estatuto e, subsidia- atividades e serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive
riamente, pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e demais agroextrativistas, florestais e artesanais;
normas de direito a ela aplicáveis. IV- promoção da melhoria da qualidade de vida de seus bene-
Art. 4º. O prazo de duração da EMATER-DF é indeterminado. ficiários;
Art. 5º. A EMATER-DF, para fins de exercício de supervisão por V- assessoramento às diversas fases das atividades econômi-
vinculação de que trata o art. 89 da Lei nº 13.303, de 30 de junho cas, à gestão de negócios, sua organização, à produção, inserção no
de 2016, vincula-se à Secretaria de Estado de Agricultura, Abasteci- mercado, e abastecimento, observando as peculiaridades das dife-
mento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal. rentes cadeias produtivas;
VI- desenvolvimento das ações voltadas ao uso, manejo, prote-
CAPÍTULO II ção, conservação e recuperação dos recursos naturais, dos agroe-
DOS OBJETIVOS, PRINCÍPIOS E DAS DIRETRIZES DE AÇÃO DA cossistemas e da biodiversidade;
EMATER-DF VII- construção de sistemas de produção sustentáveis a partir
do conhecimento científico, empírico e tradicional;
Art. 6º. A EMATER-DF constitui-se no principal instrumento VIII- aumento da renda do público beneficiário e agregação de
do Governo do Distrito Federal para execução das atividades de valor a sua produção;
assistência técnica e extensão rural (ATER), atividades de pesquisa IX- apoio ao associativismo e ao cooperativismo, bem como à
aplicada, e das políticas públicas para o desenvolvimento rural sus- formação de agentes de assistência técnica e extensão rural;
tentável e segurança alimentar, relacionadas às dimensões huma-
no-social, ambiental, econômica e tecnológica.

109
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

X- promoção do desenvolvimento e da apropriação de inova- I- participação de entidades da administração indireta do Dis-


ções tecnológicas e organizativas adequadas ao público beneficiário trito Federal e da União, assegurada sempre, a participação majori-
e à integração deste ao mercado; tária do Distrito Federal;
XI- promoção da integração da EMATER-DF, por meio de suas II- incorporação de lucros, reservas, dotações orçamentárias e
atividades de assistência técnica e extensão rural, atividades de outros recursos.Art. 13. O Patrimônio da EMATER-DF será consti-
pesquisa aplicada, com as instituições que desenvolvem outras di- tuído:
mensões de inovação, pesquisa e ensino, aproximando a produção I- dos bens móveis e imóveis de qualquer natureza que lhes
agrícola, o espaço rural e o espaço urbano do conhecimento cien- forem transferidos como integralização do capital;
tífico; II- dos bens e direitos que lhe forem transferidos ou por ela
XII- contribuição para a expansão do aprendizado e da quali- adquiridos;
ficação profissional e diversificada, apropriada e contextualizada à III- de bens móveis e imóveis que lhe forem doados, transferi-
realidade do meio rural brasileiro. dos ou legados, na forma permitida em lei.
XIII- compatibilização dos programas de assistência técnica e
extensão rural e de atividades de pesquisa aplicada, com as políti- CAPÍTULO II
cas públicas nacionais e regionais de desenvolvimento rural; DOS RECURSOS FINANCEIROS
XIV- estabelecimento e manutenção de processos de relacio-
namento operacional com as diretrizes da Secretaria de Estado de Art. 14. Constituem recursos financeiros da EMATER-DF:
Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito I- as transferências consignadas nos orçamentos anuais do Dis-
Federal e demais órgãos e entidades ligados às atividades de desen- trito Federal;
volvimento rural; II- os recursos provenientes de convênios, contratos e ajustes
XV- estímulo ao desenvolvimento tecnológico, gerencial e in- por ela firmados; III - os créditos abertos em seu favor;
clusão socioprodutiva, por meio do crédito rural, programas de fo- IV- os recursos de capital, inclusive os resultados de conversão,
mento e apoio aos organismos creditícios na aplicação dos recursos em espécie, de bens e direitos;
financeiros e na avaliação dos resultados; V- a venda de bens patrimoniais;
XVI- apoio à formação e ao aperfeiçoamento do quadro de em- VI- os recursos de operação de crédito decorrentes de emprés-
pregados para a qualificação de suas atividades profissionais, com timos e financiamentos; VII - doações e legados que lhe forem fei-
vistas à promoção do desenvolvimento rural sustentável; tos;
XVII- estabelecimento e manutenção de sistema de acompa- VIII- recursos provenientes de fundos existentes ou a serem
nhamento, avaliação de resultados e controle das atividades de as- criados, destinados a promover o desenvolvimento rural sustentá-
sistência técnica e extensão rural e atividades de pesquisa aplicada; vel e a melhoria das condições de vida no meio rural;
XVIII- promover o desenvolvimento de produtos, serviços e IX- recursos decorrentes de lei específica;
processos para atender à identidade e propósitos da Empresa. X- participação no resultado econômico apresentado em cada
Art. 10. Para o alcance dos objetivos estatutários, a EMATER-DF exercício financeiro, por Empresas de cujo capital o Distrito Federal
poderá ser contratada por órgãos e entidades públicos ou privados, detém maioria, em conformidade com o que ficar estabelecido, em
mediante remuneração, para executar serviços de assistência técni- cada caso, pelo Governador do Distrito Federal;
ca e extensão rural. XI- receitas operacionais;
XII- auxílios e subvenções, atendidas as prescrições legais;
TÍTULO II XIII - outras receitas.
DOS REGIMES PATRIMONIAL E ECONÔMICO-FINANCEIRO Parágrafo único. A EMATER-DF não poderá:
I- lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários,
CAPÍTULO I conversíveis em ações;
DO CAPITAL SOCIAL E DO PATRIMÔNIO II - emitir partes beneficiárias.

Art. 11. O capital social da EMATER-DF é de R$ 677.760,52 CAPÍTULO III


(seiscentos e setenta e sete mil, setecentos e sessenta reais e cin- DO EXERCÍCIO SOCIAL E DO RESULTADO ECONÔMICO
quenta e dois centavos), nos termos do Decreto nº 22.668, de 11 de
janeiro de 2002. Art. 15. O exercício social da EMATER-DF corresponderá ao ano
§ 1º Integrará, ainda, o capital da EMATER-DF o valor de in- civil, levantando-se, obrigatoriamente, o seu balanço em 31 de de-
corporação de bens móveis e imóveis de propriedade do Distrito zembro de cada ano, para todos os fins de direito.
Federal, sob a administração da Secretaria de Estado de Agricultu- Art. 16. Os resultados apurados em balanço, observada a legis-
ra, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal no lação aplicável à espécie, terão a destinação que a Assembleia Geral
montante e na forma a serem estabelecidos por ato do Governador deliberar, estabelecida, desde logo, prioridade para o aumento de
do Distrito Federal. capital.
§ 2º A incorporação de que trata o parágrafo anterior depende Art. 17. A prestação de contas da EMATER-DF será submetida
de deliberação de assembleia geral extraordinária com deliberação ao Conselho de Administração, para pronunciamento prévio, e à
favorável pela reforma do Estatuto. Assembleia Geral para aprovação e posterior encaminhamento ao
Art. 12. Por meio de assembleia geral extraordinária com deli- Tribunal de Contas do Distrito Federal, nos prazos e na forma da
beração favorável pela reforma do Estatuto, poderá ser autorizado legislação.
o aumento do capital social da EMATER-DF mediante:

110
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 18. Aplicam-se à EMATER-DF as disposições da Lei nº 6.404, § 2º A inobservância dos requisitos previstos neste Estatuto
de 15 de dezembro de 1976, e as normas da Comissão de Valores impede a posse, tornando sem efeito o ato de designação ou no-
Mobiliários, relativas escrituração e elaboração de demonstrações meação.
financeiras, inclusive a obrigatoriedade de auditoria independente Art. 22. Os administradores deverão participar, na posse e pe-
por auditor registrado nesse órgão. riodicamente, de treinamentos específicos sobre legislação societá-
Parágrafo único. A EMATER-DF divulgará, em nota explicativa às ria e de mercado de capitais, divulgação de informações, controle
demonstrações financeiras, os dados operacionais e financeiros das interno, código de conduta, a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013
atividades relacionadas à consecução dos fins de interesse coletivo. (Lei Anticorrupção), e demais temas relacionados às atividades da
EMATER-DF.
TÍTULO III Art. 23. O Conselho de Administração deverá exigir, como con-
DA ORGANIZAÇÃO FORMAL E FUNCIONAL DA EMATER-DF dição para investidura em cargo de diretoria, a assunção de com-
promisso com metas e resultados específicos a serem alcançados,
CAPÍTULO I que deverá ser aprovada pelo Conselho de Administração, a quem
DA ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO incumbe fiscalizar seu cumprimento.
Parágrafo único. A diretoria deverá apresentar, até a última
Art. 19. São órgãos estatutários da EMATER-DF: reunião ordinária do Conselho de Administração do ano anterior, a
I - Assembleia Geral; quem compete sua aprovação:
II- Conselho de Administração; I- plano de negócios para o exercício anual seguinte;
III - Conselho Fiscal; II- estratégia de longo prazo atualizada com análise de riscos e
IV- Presidência; oportunidades para, no mínimo, os próximos 5 (cinco) anos.
V- Diretoria Executiva; Art. 24. Os administradores deverão ser submetidos a avaliação
VI- Comitê de Elegibilidade Estatutário. de desempenho, individual e coletiva, de periodicidade anual, ob-
Art. 20. Sem prejuízo das demais exigências previstas neste servados os seguintes requisitos mínimos:
Estatuto e na legislação, são requisitos para indicação e posse de I- exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitude e
membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, da à eficácia da ação administrativa;
Presidência e da Diretoria Executiva da EMATER-DF: II- contribuição para o resultado do exercício;
I- ser pessoa natural com reputação ilibada; III- consecução dos objetivos estabelecidos no plano de negó-
II- ter formação acadêmica e experiência profissional compatí- cios e atendimento à estratégia de longo prazo.
veis com a responsabilidade e a complexidade do exercício da fun-
ção, comprovada mediante currículo; SEÇÃO I
III- ausência de enquadramento nas hipóteses de inelegibi- DA ASSEMBLEIA GERAL
lidade previstas nas alíneas do inciso I do caput do art. 1º da Lei
Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, com as alterações Art. 25. A Assembleia Geral, constituída pelo ente controlador
introduzidas pela Lei Complementar nº 135, de 4 de junho de 2010. único da EMATER-DF, o Distrito Federal, é o órgão com poderes para
Parágrafo único. A formação acadêmica deverá contemplar deliberar sobre todos os negócios relativos ao objeto da Empresa,
curso de graduação ou pós- graduação reconhecido ou credenciado nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e deste
pelo Ministério da Educação. Estatuto.
Art. 21. É vedada a indicação e posse no Conselho de Adminis- § 1º A Assembleia Geral será convocada por deliberação do
tração, no Conselho Fiscal, na Presidência e na Diretoria Executiva Conselho de Administração ou, nas hipóteses admitidas em lei, pela
da EMATER-DF: diretoria, pelo Conselho Fiscal ou pelo Distrito Federal.
I- de pessoa que, nos últimos três anos, tenha firmado contrato § 2º As convocações serão realizadas com antecedência míni-
ou parceria como fornecedor ou comprador, demandante ou ofer- ma oito dias.
tante, de bens ou serviços de qualquer natureza com o ente contro- § 3º Os trabalhos da Assembleia Geral serão dirigidos pelo Pre-
lador ou com a própria EMATER-DF, ou tenha sido dirigente estatu- sidente da EMATER-DF ou por substituto por ele designado.
tário de partido político ou titular de mandato eletivo de qualquer § 4º Nas Assembleias Gerais tratar-se-á exclusivamente do ob-
ente da federação, ainda que licenciado do cargo; jeto declarado nos editais de convocação, não se admitindo a inclu-
II- de representante do órgão regulador ao qual a EMATER-DF são de assuntos gerais na pauta da Assembleia.
está sujeita; § 5º As atas da Assembleia Geral poderão ser lavradas de forma
III- de pessoa que possua qualquer conflito de interesse pesso- sumária, nos casos previstos na Lei nº 6.404/76.
al com a administração pública distrital, direta ou indireta; § 6º A Assembleia Geral realizar-se-á, de forma remota ou pre-
IV- de pessoa que seja cônjuge, companheiro ou parente em sencial, ordinariamente, uma vez por ano, na forma da lei, e ex-
linha reta ou colateral, por consanguinidade ou por afinidade, até traordinariamente, sempre que os interesses da Empresa exigirem,
o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de agente observados os aspectos legais relativos às convocações e delibera-
público investido em cargo de conselho, direção, chefia ou assesso- ções.
ramento na EMATER-DF. Art. 26. Compete privativamente à Assembleia Geral, além de
§ 1º Os requisitos previstos neste Estatuto deverão ser com- outras atribuições previstas em lei:
provados mediante apresentação de documentos e assinatura de I- alterar o Estatuto e o capital social da EMATER-DF;
declarações pelo indicado, na forma exigida em formulário padroni- II- eleger e destituir, a qualquer tempo, os membros do Conse-
zado, anteriormente à posse. lho de Administração e do Conselho Fiscal;

111
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III- fixar a remuneração dos administradores e conselheiros fis- V- discutir, aprovar e monitorar decisões envolvendo práticas
cais, observados os aspectos legais aplicáveis; de governança corporativa, política de gestão de pessoas e código
IV- tomar, anualmente, as contas dos administradores e deli- de conduta dos agentes;
berar sobre as demonstrações financeiras por eles apresentadas; VI- implementar e supervisionar os sistemas de gestão de ris-
V- deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista con- cos e de controle interno estabelecidos para a prevenção e mitiga-
correr para a formação do capital social; ção dos principais riscos da EMATER-DF, inclusive os riscos relacio-
VI- deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e cisão nados à integridade das informações contábeis e financeiras e os
da Empresa, sua dissolução e liquidação, eleger e destituir liquidan- relacionados à ocorrência de corrupção e fraude;
tes e julgar-lhes as contas. VII- estabelecer a política de divulgação e porta-vozes visando
a eliminar risco de contradição entre informações de diversas áreas
SEÇÃO II e as dos executivos da EMATER-DF;
DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO VIII- aprovar a carta anual de governança coorporativa, o Có-
digo de Conduta e Integridade e o relatório anual integrado ou de
Art. 27. O Conselho de Administração, órgão de administra- sustentabilidade da EMATER-DF;
ção superior, de caráter normativo e deliberativo, responsável pela IX- promover, quando exigido, análise de atendimento pela di-
orientação e controle administrativo da EMATER-DF, compõe-se de retoria das metas e resultados na execução do plano de negócios e
7 (sete) membros, a saber: da estratégia de longo prazo, devendo publicar suas conclusões e
I- o Secretário de Estado de Agricultura, Abastecimento e De- informá-las à Câmara Legislativa do Distrito Federal e ao Tribunal de
senvolvimento Rural do Distrito Federal, que o presidirá; Contas do Distrito Federal;
II- o Presidente da Associação dos Empregados da EMATER-DF, X- realizar a avaliação de desempenho anual da diretoria, quan-
ASSER; do exigida, podendo contar com apoio metodológico e procedi-
III- um membro indicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa mental do comitê de elegibilidade estatutário;
Agropecuária – Embrapa; XI- aprovar o planejamento estratégico da EMATER-DF;
IV- um membro indicado por entidades representativas da agri- XII- aprovar programas anuais e plurianuais da EMATER-DF e
cultura familiar; respectivos orçamentos;
V - um membro indicado por entidades representativas da agri- XIII- aprovar os relatórios financeiros da Presidência acompa-
cultura patronal; nhados de laudo de auditoria e apresentar recomendações sobre a
VI - dois membros de livre escolha do Governador do Distrito evolução das receitas e despesas da EMATER-DF;
Federal, escolhidos dentre brasileiros que atendam às exigências XIV- deliberar sobre os balanços e as prestações de contas da
deste Estatuto, oriundos de órgãos ou entidades públicos ou priva- EMATER-DF, após exame e pronunciamento do Conselho Fiscal,
dos ligados à assistência técnica e extensão rural, ao ensino, à pes- submetendo-as à aprovação da Assembleia Geral;
quisa, ao desenvolvimento agrícola, ou às atividades agropecuárias XV- apreciar o relatório anual de atividades da Presidência;
ou agroindustriais. XVI- deliberar sobre o aumento de capital da Empresa, sempre
§ 1º Os membros do Conselho de Administração a que se re- que necessário, submetendo-o à aprovação da Assembleia Geral;
ferem os incisos III, IV, V e VI serão indicados pelo Governador do XVII- deliberar sobre o quadro de pessoal e o Plano de Empre-
Distrito Federal e eleitos pela Assembleia Geral, para ocuparem a gos e Salários da EMATER-DF, em consonância com a política de
função pelo prazo de gestão unificado de dois anos, permitidas, no pessoal preconizada e observada pela legislação do Distrito Federal;
máximo, três reconduções consecutivas. XVIII- apreciar os aumentos salariais da EMATER-DF, observada
§ 2º São membros natos do Conselho de Administração o Se- a legislação aplicável;
cretário de Estado Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento XIX- delegar competência ao Presidente da EMATER-DF, quan-
Rural do Distrito Federal e o Presidente da Associação dos Empre- do julgar necessário;
gados da EMATER-DF. XX- autorizar o uso, a locação, a aquisição, a alienação ou o gra-
§ 3º Todos os membros deverão residir no Distrito Federal ou vame de bens imóveis da EMATER-DF;
sua região geoeconômica. XXI- autorizar a locação e alienação de bens móveis da empre-
§ 4º Os membros do Conselho de Administração investir-se-ão sa, bem como a transferência, a renúncia e a desistência de direito
na gestão mediante assinatura de termo de posse no livro próprio, e ação;
desde que preencham os requisitos previstos neste Estatuto e na XXII- examinar e submeter à aprovação da Assembleia Geral
legislação. eventuais alterações do Estatuto da EMATER-DF;
Art. 28. Além de outras atribuições previstas neste Estatuto ou XXIII- aprovar o Regimento Interno da EMATER-DF e suas mo-
em lei, compete ao Conselho de Administração: dificações; XXIV - aprovar o Regulamento de Licitações e Contratos
I- fixar a orientação geral dos negócios da Empresa; da EMATER-DF; XXV - aprovar seu próprio Regimento Interno e suas
II- eleger e destituir o Presidente e o Diretor Executivo da EMA- modificações;
TER-DF e fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dis- XXVI- autorizar afastamentos superiores a 30 (trinta) dias do
puser o Estatuto; Presidente e do Diretor Executivo da EMATER-DF;
III- fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tem- XXVII- recomendar a realização de auditoria independente;
po, os livros e papéis da Empresa, solicitar informações sobre con- XXVIII- deliberar sobre pedido da Empresa para contrair em-
tratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos; préstimos ou aceitar doações, inclusive com encargos;
IV- convocar a Assembleia Geral quando julgar conveniente, ou XXIX- resolver os casos omissos neste Estatuto e outras ques-
nos casos previstos em lei; tões que lhe forem apresentadas pela Presidência.

112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º O Presidente do Conselho poderá baixar resolução ad re- § 1º A escolha dos membros do Conselho Fiscal deverá recair
ferendum do Conselho de Administração nos casos de emergência sobre pessoas naturais residentes no Distrito Federal e sua região
ou quando o órgão, por qualquer razão, não puder reunir-se em geoeconômica, com comprovada experiência em administração e
tempo hábil. controle nas áreas financeira, contábil e patrimonial.
§ 2º Os atos baixados na forma do parágrafo anterior terão va- § 2º Pelo menos um membro do Conselho Fiscal deverá ser
lidade legal e deverão ser submetidos ao referendo do Conselho de servidor público com vínculo permanente com a administração pú-
Administração na próxima reunião. blica.
§ 3º O Presidente da EMATER-DF, com o auxílio de seus órgãos Art. 35. Sem prejuízo das demais exigências previstas neste
de apoio, atuará como secretário executivo do Conselho de Admi- Estatuto e na legislação, são requisitos para indicação e posse de
nistração. membros do Conselho Fiscal:
Art. 29. O Conselho de Administração reunir-se-á mensalmente I- ser pessoa natural residente no País, com formação acadê-
de forma remota ou presencial em sessão ordinária e, extraordina- mica compatível com o exercício da função e que tenham exercido,
riamente, quando convocado pelo seu Presidente ou pela maioria por prazo mínimo de 3 (três) anos, cargo de direção ou assessora-
de seus membros. mento na administração pública ou cargo de conselheiro fiscal ou
§ 1º As reuniões serão convocadas com antecedência mínima administrador em empresa;
de 08 (oito) dias úteis, devendo ser encaminhadas aos membros a II- não ter sido membro do Conselho de Administração ou da
pauta dos trabalhos e a documentação a ser objeto de discussão e/ diretoria da EMATER DF nos últimos vinte e quatro meses e não
ou deliberação. ser empregado da empresa estatal, de sociedade controlada ou do
§ 2º O Conselho de Administração poderá convocar qualquer mesmo grupo, nem ser cônjuge ou parente, até terceiro grau, de
servidor, empregado ou Diretor vinculado à EMATER-DF para pres- administrador da empresa estatal.
tar esclarecimentos em reunião. Art. 36. O Conselho Fiscal será presidido por um dos seus mem-
Art. 30. O Conselho de Administração só poderá reunir-se com bros, eleitos por seus pares.
a presença de pelo menos 04 (quatro) de seus membros, incluído Art. 37. O prazo de mandato dos membros do Conselho Fiscal
nesse quórum, necessariamente, o Presidente. perdura até a primeira assembleia geral ordinária que se realizar
Parágrafo único. Nas ausências e impedimentos do Presidente, após sua eleição, podendo ser reeleitos por até 2 (duas) vezes.
o Conselho de Administração será presidido pelo mais idoso dentre Art. 38. Os membros do Conselho Fiscal investir-se-ão median-
os demais membros. te assinatura de termo de posse no livro de atas do órgão, desde
Art. 31. As decisões do Conselho de Administração serão toma- que preencham os requisitos previstos neste Estatuto e na legisla-
das por maioria simples de votos, cabendo ao seu Presidente, além ção.
do voto comum, o de qualidade nos casos de empate. Art. 39. O Conselho Fiscal reunir-se-á mensalmente, de forma
§ 1º À exceção dos natos, perderá o mandato o membro que remota ou presencial, em sessão ordinária e extraordinariamente,
faltar injustificadamente a 3 (três) reuniões, consecutivas ou alter- quando convocados pelo seu Presidente ou pela maioria de seus
nadas, durante o respectivo prazo de gestão. membros, e dessas reuniões lavrar-se-ão atas que, depois de apro-
§ 2º O prazo para justificação da ausência será de 10 (dez) dias, vadas, serão assinadas pelos membros presentes.
contados da data da reunião em que houver ocorrido a falta. Art. 40. Os membros do Conselho Fiscal receberão 10% do va-
Art. 32. Das reuniões do Conselho de Administração lavrar-se-á lor da remuneração fixada para o Presidente da EMATER-DF, a título
ata pelo Secretário Executivo, a qual, depois de aprovada, será assi- de remuneração mensal.
nada pelos membros presentes. § 1º A remuneração dos conselheiros é proporcional ao núme-
Art. 33. Os membros do Conselho de Administração receberão ro de reuniões de que tenham efetivamente participado, conforme
10% (dez por cento) do valor da remuneração fixada para o Presi- registro em ata.
dente da EMATER-DF, a título de remuneração mensal. § 2º É vedado o pagamento de gratificação aos Administrado-
§ 1º A remuneração dos conselheiros é proporcional ao núme- res e empregados da EMATER pela participação em mais de dois
ro de reuniões de que tenham efetivamente participado, conforme órgãos de deliberação coletiva no âmbito da administração direta e
registro em ata. indireta do Distrito Federal.
§ 2º É vedado o pagamento de gratificação aos Administrado- Art. 41. Além de outras atribuições previstas neste Estatuto ou
res e empregados da EMATER pela participação em mais de dois em lei compete privativamente ao Conselho Fiscal:
órgãos de deliberação coletiva no âmbito da administração direta e I- acompanhar a execução financeira e orçamentária da EMA-
indireta do Distrito Federal. TER-DF, podendo examinar livros e requisitar informações;
II- examinar balancetes, balanços, relatórios financeiros e pres-
SEÇÃO III tações de contas da EMATER-DF, encaminhando-os ao Conselho de
DO CONSELHO FISCAL Administração com o respectivo pronunciamento, podendo reco-
mendar a contratação de auditoria independente;
Art. 34. O Conselho Fiscal da EMATER-DF, órgão responsável III- articular-se com órgãos de auditoria independente, contra-
pela fiscalização dos atos e fatos administrativos dos dirigentes da tados pela EMATER-DF;
Empresa, relacionados com as atividades econômicas, financeiras IV- opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a
e contábeis, compõe-se de 03 (três) membros eleitos pela Assem- serem submetidas ao Conselho de Administração, relativas a modi-
bleia Geral. ficação do capital social, planos de investimento ou orçamentos de
capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação,
fusão ou cisão;

113
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V- fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos ad- IX- submeter ao Conselho de Administração os balanços, rela-
ministradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e tórios financeiros e prestação de contas da EMATER-DF, acompa-
estatutários; nhados do pronunciamento do Conselho Fiscal;
VI- opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo X- criar e operar os mecanismos necessários à articulação com
constar do seu parecer as informações complementares que julgar os órgãos do poder público e do setor privado, especialmente os de
necessárias ou úteis à deliberação do Conselho de Administração; pesquisa agropecuária, crédito rural, provisão de insumos, comer-
VII- denunciar, por qualquer de seus membros, aos Diretores e, cialização de produtos agropecuários e organização de produtores;
se estes não tomarem as providências necessárias para a proteção XI- estabelecer unidades operacionais, táticas e estratégicas
dos interesses da Empresa, ao Conselho de Administração, os erros, para execução dos projetos de assistência técnica e extensão rural,
fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis à atividades de pesquisa aplicada e demais previsões estatutárias.
Empresa; XII- submeter à deliberação do Conselho de Administração o
VIII- avaliação periódica sobre a aderência das práticas empre- Quadro de Pessoal e o Plano de Empregos e Salários da EMATER-DF;
sariais ao Código de Conduta e Integridade, incluindo o comprome- XIII- propor ao Conselho de Administração aumento salarial
timento dos administradores com a difusão da cultura de integrida- para os empregados da EMATER-DF, respeitada a legislação vigente;
de e a valorização do comportamento ético; XIV- encaminhar ao Conselho de Administração proposta de
IX- dar apoio contínuo à implementação do programa de inte- aumento de capital da EMATER-DF;
gridade, mediante avaliação periódica sobre a aderência das práti- XV- autorizar a contratação de firmas idôneas e de competên-
cas empresariais ao Código de Conduta e Integridade, incluindo o cia técnica, para os serviços de auditoria;
comprometimento dos administradores com a difusão da cultura XVI- supervisionar as atividades técnicas e administrativas da
de integridade e a valorização do comportamento ético. EMATER-DF;
XVII- assinar contratos, convênios, acordos de cooperação e
SEÇÃO IV outros ajustes, ou delegar poderes para tal;
DA PRESIDÊNCIA XVIII- admitir, promover, transferir, ceder, demitir, aplicar pena-
lidades e praticar os demais atos de administração relacionados à
Art. 42. A Presidência, órgão de administração superior, é res- gestão de pessoal;
ponsável pela gestão da EMATER-DF e será dirigida por um Presi- XIX- movimentar recursos financeiros da Empresa, juntamente
dente indicado pelo Governador do Distrito Federal e eleito pelo com a Diretoria Executiva;
Conselho de Administração. XX- executar outras atribuições previstas neste Estatuto ou que
§ 1º O Presidente será eleito para o prazo de gestão de 2 (dois) lhe forem determinadas ou delegadas pelo Conselho de Adminis-
anos, sendo permitidas, no máximo, três reconduções consecuti- tração;
vas. XXI- divulgar na internet os requisitos de transparência de que
§ 2º A escolha do Presidente deverá recair sobre técnicos bra- trata este Estatuto.
sileiros, de nível superior, com comprovada experiência adminis- Art. 44. O Presidente da EMATER-DF terá como substituto
trativa e notórios conhecimentos na área de assistência técnica e eventual o Diretor Executivo da Empresa.
extensão rural. Parágrafo único. Em caso de vacância do cargo de Presidente,
Art. 43. Ao Presidente da EMATER-DF cabe desempenhar as se- o Diretor Executivo assumirá a Presidência da Empresa interina-
guintes atribuições, além das que lhe forem fixadas em Regimento: mente, até que ocorra nova indicação pelo Governador do Distrito
I- representar a EMATER-DF em juízo ou fora dele e constituir Federal.
procuradores; SEÇÃO V
II- cumprir e fazer cumprir o Estatuto, as deliberações do Con- DA DIRETORIA EXECUTIVA
selho de Administração e demais normas legais e regulamentos
aplicáveis à Empresa; Art. 45. A Diretoria Executiva, órgão de administração supe-
III- elaborar e submeter à aprovação do Conselho de Adminis- rior, é responsável pela coordenação da execução das atividades da
tração o Regimento Interno da EMATER-DF; EMATER-DF e será dirigida por um Diretor Executivo, indicado pelo
IV- submeter à aprovação do Conselho de Administração a carta Governador do Distrito Federal e eleito pelo Conselho de Adminis-
anual de governança coorporativa, o Código de Conduta e Integri- tração.
dade e o relatório integrado ou de sustentabilidade da EMATER-DF; § 1º O Diretor Executivo será eleito para o prazo de gestão de
V- apresentar, até a última reunião ordinária do Conselho de 2 (dois) anos, sendo permitidas, no máximo, três reconduções con-
Administração do ano anterior, o plano de negócios para o exercício secutivas.
anual seguinte e a estratégia de longo prazo atualizada com análise § 2º A escolha do Diretor Executivo deverá recair sobre técni-
de riscos e oportunidades para, no mínimo, os próximos 5 (cinco) cos brasileiros, de nível superior, pertencente à tabela de empregos
anos; permanentes da EMATER-DF, com comprovada experiência admi-
VI- estabelecer normas operacionais e administrativas que re- nistrativa.
gerão as atividades da EMATER-DF, respeitadas as disposições do Art. 46. Ao Diretor Executivo da EMATER-DF cabe desempenhar
presente Estatuto; as seguintes atribuições:
VII- submeter à aprovação do Conselho de Administração os I- coordenar e controlar as atividades técnicas e administrativas
programas anuais e plurianuais, bem como os respectivos orçamen- da EMATER-DF;
tos; II- dar cumprimento aos planos anuais e plurianuais e respecti-
VIII- submeter à apreciação do Conselho de Administração os vos orçamentos, após aprovados;
relatórios anuais de atividades;

114
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III- movimentar os recursos financeiros da Empresa, juntamen- II- propor as medidas preventivas e corretivas dos desvios de-
te com o Presidente; tectados;
IV- exercer outras atribuições previstas neste Estatuto ou que III- verificar o cumprimento e a implementação pela Empresa
forem determinadas ou delegadas pelo Presidente; das recomendações ou determinações da Controladoria-Geral do
V- representar o Presidente em suas ausências e impedimen- Distrito Federal, do Tribunal de Contas do Distrito Federal e do Con-
tos; selho Fiscal;
VI- colaborar com o Presidente em todos os atos administrati- IV- aferir a adequação do controle interno, a efetividade do
vos com vistas à boa gestão dos negócios da Empresa. gerenciamento dos riscos e dos processos de governança e a con-
fiabilidade do processo de coleta, mensuração, classificação, acu-
SEÇÃO VI mulação, registro e divulgação de eventos e transações, visando ao
DO COMITÊ DE ELEGIBILIDADE ESTATUTÁRIO preparo de demonstrações financeiras.

Art. 47. O Comitê de Elegibilidade Estatutário é o órgão respon- SEÇÃO II


sável pela verificação da conformidade do processo de indicação e DO COMITÊ DE INTEGRIDADE, CONFORMIDADE
de avaliação de administradores e conselheiros fiscais, com com- E GESTÃO DE RISCOS
petência para auxiliar o acionista controlador na indicação desses
membros. Art. 52. O Comitê de Integridade, Conformidade e Gestão de
Parágrafo único. O Comitê de Elegibilidade Estatutário será Riscos é vinculado à Presidência e será liderado pelo Diretor Exe-
composto por três membros que atendam aos requisitos do art. 20 cutivo.
e 21 deste Estatuto. Art. 53. Sem prejuízo das atribuições previstas no Regimento
Art. 48. Compete ao Comitê de Elegibilidade Estatutário, sem Interno da EMATER-DF e na legislação, compete ao Comitê de Inte-
prejuízo de outras competências previstas em lei: gridade, Conformidade e Gestão de Riscos:
I- opinar, de modo a auxiliar o ente controlador na indicação I- estabelecer políticas de incentivo ao respeito às leis, às nor-
membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, da mas e aos regulamentos, bem como à prevenção, à detecção e ao
Presidência e da Diretoria Executiva sobre o preenchimento dos re- tratamento de riscos de condutas irregulares, ilícitas ou antiéticas
quisitos e a ausência de vedações para as respectivas investiduras; dos membros da organização empresarial;
II- verificar a conformidade do processo de avaliação dos mem- II- adotar estruturas e práticas eficientes de controles internos
bros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, da Presi- e de gestão de riscos estratégicos, patrimoniais, operacionais, fi-
dência e da Diretoria Executiva, quando exigido. nanceiros, sociais, ambientais e reputacionais, dentre outros;
§ 1º O comitê de elegibilidade deverá opinar, no prazo de oito III- propor políticas de Integridade, Conformidade e Gerencia-
dias úteis, contado da data de recebimento do formulário padro- mento de Riscos para a empresa, as quais deverão ser periodica-
nizado, sob pena de aprovação tácita e responsabilização dos seus mente revisadas e aprovadas pelo Conselho de Administração, e
membros caso se comprove o descumprimento de algum requisito. comunicá-las a todo o corpo funcional da organização;
§ 2º O comitê de elegibilidade estatutário deliberará por maio- IV- verificar a aderência da estrutura organizacional e dos pro-
ria de votos, com registro em ata, que deverá ser lavrada na forma cessos, produtos e serviços da empresa às leis, normativos, políticas
de sumário dos fatos ocorridos, inclusive das dissidências e dos pro- e diretrizes internas e demais regulamentos aplicáveis;
testos, e conter a transcrição apenas das deliberações tomadas. V- comunicar à Diretoria Executiva, ao Conselho de Administra-
§ 3º Devem ser divulgadas as atas das reuniões do comitê es- ção e ao Conselho Fiscal a ocorrência de ato ou conduta em desa-
tatutário realizadas com o fim de verificar o cumprimento, pelos cordo com as normas aplicáveis à empresa;
membros indicados, dos requisitos definidos na política de indica- VI- verificar a aplicação adequada do princípio da segregação
ção, devendo ser registradas as eventuais manifestações divergen- de funções, de forma que seja evitada a ocorrência de conflitos de
tes de conselheiros. interesse e fraudes;
CAPÍTULO II VII- verificar o cumprimento do Código de Conduta e Integrida-
DAS UNIDADES INTERNAS DE GOVERNANÇA de, bem como promover treinamentos periódicos aos empregados
e dirigentes da empresa sobre o tema;
Art. 49. São unidades internas de governança e integridade: VIII- coordenar os processos de identificação, classificação e
I - Auditoria Interna; avaliação dos riscos a que está sujeita a empresa;
II - Comitê de Integridade, Conformidade e Gestão de Riscos. IX- coordenar a elaboração e monitorar os planos de ação para
mitigação dos riscos identificados, verificando continuamente a
SEÇÃO I adequação e a eficácia da gestão de riscos;
DA AUDITORIA INTERNA X- estabelecer planos de contingência para os principais pro-
cessos de trabalho da organização;
Art. 50. A Auditoria Interna é vinculada ao Conselho de Admi- XI- elaborar relatórios trimestrais de suas atividades, subme-
nistração, ao qual se reportará diretamente. tendo-os à Presidência, aos Conselhos de Administração e Fiscal.
Art. 51. Sem prejuízo das atribuições previstas no Regimento XII- disseminar a importância da conformidade e do gerencia-
Interno da EMATER-DF e na legislação, compete à Auditoria Interna: mento de riscos, bem como a responsabilidade de cada área da Em-
I- executar as atividades de auditoria de natureza contábil, fi- presa nestes aspectos;
nanceira, orçamentária, administrativa, patrimonial e operacional XIII- outras atividades correlatas definidas pela Diretoria Exe-
da Empresa; cutiva.

115
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. O Comitê de Integridade, Conformidade e Parágrafo único. No caso de extinção da EMATER-DF, seus bens
Gestão de Riscos poderá contar com o apoio operacional da audi- e direitos, atendidos os encargos e responsabilidades assumidas,
toria interna e manter interlocução direta com o Conselho Fiscal e reverterão ao patrimônio do Distrito Federal.
com o Conselho de Administração, especialmente quando houver Art. 61. Este Estatuto, após aprovado pela Assembleia Geral,
suspeita do envolvimento em irregularidades por parte dos mem- entrará em vigor na data de sua publicação.
bros da diretoria ou quando estes se furtarem à obrigação de ado-
tar medidas necessárias em relação à situação a ele relatada.
REGIMENTO INTERNO DA EMATER-DF
TÍTULO IV
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE E TRANSPARÊNCIA REGIMENTO INTERNO DA EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNI-
CA E EXTENSÃO RURAL DO DISTRITO FEDERAL - EMATER-DF
Art. 54. A EMATER-DF manterá programa de integridade com-
patível com o porte econômico e a complexidade de suas opera- TÍTULO I
ções. DAS COMPETÊNCIAS LEGAIS E DA ESTRUTURA
Art. 55. A EMATER-DF elaborará e divulgará o Código de Condu-
ta e Integridade que disponha sobre os requisitos previstos no § 1º CAPÍTULO I
do art. 9º da Lei nº 13.303/16. DAS COMPETÊNCIAS LEGAIS
Art. 56. A EMATER-DF observará os requisitos de transparência
previstos no art. 8º da Lei nº 13.303/16. Art. 1º A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do
Distrito Federal - EMATER-DF, criada pelo Decreto nº 4.140, de 07
TÍTULO V de abril de 1978, de acordo com a autorização constante da Lei nº
DA ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL 6.500, de 07 de dezembro de 1977, fica organizada na forma esta-
belecida por este Regimento.
Art. 57. O regime jurídico do pessoal da EMATER-DF é o da Con- Art. 2º A EMATER-DF tem sua natureza jurídica e objeto social
solidação das Leis do Trabalho e legislação complementar. previstos na legislação específica e no Estatuto da EMATER-DF.
§ 1º O ingresso no quadro de pessoal da EMATER-DF será efe-
tuado mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, CAPÍTULO II
nos termos do artigo 37, inciso II, da Constituição Federal, observa- DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
da, quanto aos cargos e funções de confiança, de livre nomeação e
exoneração, a ressalva ali prevista. Art. 3º A EMATER-DF possui a seguinte estrutura administra-
§ 2º Para execução de serviços especializados de assessora- tiva:
mento superior, dos Conselhos de Administração e Fiscal, da Pre- Assembleia Geral
sidência e da Diretoria Executiva, a EMATER-DF poderá contratar Conselho de Administração - COADM Conselho Fiscal - COFIS
pessoas físicas de reconhecida capacidade para ocupar empregos Comitê de Elegibilidade Estatutário - CELEG Auditoria Interna
comissionados. - AUDIT
§ 3º Para a contratação mencionada no § 2º serão observadas Comitê de Integridade, Conformidade e Gestão de Riscos - CI-
as normas legais aplicáveis, bem como o item “8.2” do vigente Pla- COG
no de Emprego e Salários – PES, que dispõe sobre o provimento de
empregos e funções gerenciais e de assessoramento. Presidência - PRESI
§ 4º Em todos os contratos de trabalho firmados pela EMATER- Gabinete da Presidência - GABIN Assessoria Jurídica - ASJUR
-DF deverá estar consignado que o empregado poderá ser transfe- Assessoria Especial da Presidência - ASSEP Assessoria de Comu-
rido para qualquer localidade da área de atuação da empresa, de nicação Social - ASCOM Assessoria de Ouvidoria - OUVID
acordo com as necessidades de serviço. Assessoria de Controle Interno - CONIN
Art. 58. A remuneração do pessoal da EMATER-DF procurará
acompanhar os níveis de mercado, respeitada a legislação vigente. Diretoria Executiva - DIREX
Art. 59. Todo o pessoal técnico e administrativo da EMATER-DF Assessoria da Diretoria - ASDIR
será submetido, periodicamente, a uma avaliação de desempenho, Centro de Inteligência e Planejamento Estratégico - CIPLA
visando medir a melhoria alcançada pelo empregado e os impactos Centro de Formação Tecnológica e Desenvolvimento Profissio-
por ele gerados no alcance dos objetivos da Empresa. nal - CEFOR
Parágrafo único. A avaliação de que trata este artigo será rea-
lizada por meio de sistema próprio a ser estabelecido e aprovado Coordenadoria de Gestão e Modernização - COGEM G
pela Presidência. erência de Normatização e Recursos Humanos - GENRH
Gerência de Planejamento e Orçamento - GEPRO
TÍTULO VI Gerência de Tecnologia da Informação - GETIN
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Gerência de Contratos e Convênios - GCONV
Art. 60. A extinção da EMATER-DF dependerá de lei específica Coordenadoria de Administração e Finanças - COAFI
com aprovação por dois terços dos membros da Câmara Legislativa Gerência de Finanças - GEFIN Gerência de Pessoal - GEPES
do Distrito Federal, nos termos do art. 19, § 7º, da Lei Orgânica do Gerência de Contabilidade - GECON
Distrito Federal.

116
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Gerência de Material e Patrimônio - GEMAP V-promover a captação de recursos financeiros destinados à


Gerência de Logística - GELOG execução de atividades da Empresa;
Gerência de Conservação e Manutenção Predial - GEMAN VI-representar a EMATER-DF em juízo ou fora dele e constituir
procuradores;
Coordenadoria de Operações - COPER VII-cumprir e fazer cumprir o Estatuto, as deliberações do Con-
Gerência de Desenvolvimento Econômico Rural - GEDEC selho de Administração e demais normas legais e regulamentos
Gerência de Meio Ambiente - GEAMB aplicáveis à Empresa;
Gerência de Desenvolvimento Sócio Familiar - GEDES VIII-estabelecer normas operacionais e administrativas;
Gerência de Desenvolvimento Agropecuário - GEAGR IX-submeter à aprovação do Conselho de Administração a carta
Gerência de Agricultura Urbana - GEURB anual de governança coorporativa, o Código de Conduta e Integri-
Gerência de Comercialização e Organização Rural - GECOR dade e o relatório integrado ou de sustentabilidade da EMATER-DF;
X-apresentar, até a última reunião ordinária do Conselho de
Unidade Regional da Emater Oeste - UREO Administração do ano anterior, o plano de negócios para o exercício
Escritório Local da Emater Alexandre Gusmão - ELALG anual seguinte e a estratégia de longo prazo atualizada com análise
Escritório Local da Emater Brazlândia - ELBRA de riscos e oportunidades para, no mínimo, os próximos 5 (cinco)
Escritório Local da Emater Ceilândia - ELCEI anos;
Escritório Local da Emater Gama - ELGAM XI-submeter à aprovação do Conselho de Administração os pro-
Escritório Local da Emater São Sebastião - ELSEB gramas anuais e plurianuais, bem como os respectivos orçamentos;
Escritório Local da Emater Sobradinho - ELSOB XII-submeter à apreciação do Conselho de Administração os
Escritório Local da Emater Vargem Bonita - ELVAB relatórios anuais de atividades;
Escritório Especializado em Agricultura Orgânica e Agroecolo- XIII-submeter ao Conselho de Administração os balanços, re-
gia - ESORG latórios financeiros e prestação de contas da EMATER-DF, acompa-
nhados do pronunciamento do Conselho Fiscal;
Unidade Regional da Emater Leste - URLE XIV-criar e operar os mecanismos necessários à articulação com
Escritório Local da Emater Jardim - ELJAR os órgãos do poder público e do setor privado, especialmente os de
Escritório Local da Emater PAD/DF - ELPAD pesquisa agropecuária, crédito rural, provisão de insumos, comer-
Escritório Local da Emater Paranoá - ELPAR cialização de produtos agropecuários e organização de produtores;
Escritório Local da Emater Pipiripau - ELPIP XV-estabelecer unidades operacionais para execução dos pro-
Escritório Local da Emater Planaltina - ELPLA jetos de assistência técnica e extensão rural;
Escritório Local da Emater Rio Preto - ELRIP XVI-constituir comissões e grupos de trabalho, de caráter per-
Escritório Local da Emater Tabatinga - ELTAB manente ou temporário;
Escritório Local da Emater Taquara - ELTAQ XVII-submeter à deliberação do Conselho de Administração o
Quadro de Pessoal e o Plano de Empregos e Salários da EMATER-DF;
TÍTULO II XVIII-propor ao Conselho de Administração aumento salarial
DAS COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÃOS E UNIDADES para os empregados da EMATER-DF, respeitada a legislação vigente;
XIX-encaminhar ao Conselho de Administração proposta de au-
CAPÍTULO I mento de capital da EMATER-DF;
DAS COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS XX-autorizar a contratação de firmas idôneas e de competência
técnica, para os serviços de auditoria;
Art. 4º São órgãos estatutários da EMATER-DF: XXI-assinar contratos, convênios, acordos de cooperação e ou-
I-Assembleia Geral; tros ajustes, ou delegar poderes para tal;
II-Conselho de Administração; XXII-admitir, promover, transferir, ceder, demitir, aplicar pena-
III-Conselho Fiscal; lidades e praticar os demais atos de administração relacionados à
IV-Presidência; gestão de pessoal;
V-Diretoria Executiva; XXIII-movimentar recursos financeiros da Empresa, juntamente
VI-Comitê de Elegibilidade Estatutário. com o Diretor Executivo;
Parágrafo único. A Assembleia Geral, o Conselho de Adminis- XXIV-executar outras atribuições previstas no Estatuto ou que
tração e o Conselho Fiscal têm suas competências, regras de funcio- lhe forem determinadas ou delegadas pelo Conselho de Adminis-
namento e composição definidas no Estatuto da EMATER-DF. tração;
Art. 5º À Presidência, órgão estatutário de direção superior, XXV-divulgar na internet os requisitos de transparência exigi-
compete: dos pela legislação.
I-dirigir as atividades técnicas e administrativas da Empresa, Art. 6º À Diretoria Executiva, órgão estatutário de direção su-
praticando todos os atos inerentes à respectiva gestão; perior, compete:
II-fixar as políticas e diretrizes da Empresa em consonância com I-coordenar e controlar as atividades técnicas e administrativas
o planejamento estratégico do Governo do Distrito Federal; da Empresa;
III-aprovar o Plano Anual de Trabalho - PAT e o planejamento II-colaborar com o Presidente em todos os atos administrativos
estratégico da Empresa; com vistas à boa gestão dos negócios da Empresa;
IV-promover ações para o planejamento e o orçamento da Em- III-coordenar o processo de elaboração e implementação das
presa, bem como supervisionar e acompanhar as suas execuções; diretrizes de Assistência Técnica e Extensão Rural;

117
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV-promover a articulação entre as Coordenadorias para elabo- II- Comitê de Integridade, Conformidade e Gestão de Riscos.
ração e consolidação do Plano Anual de Trabalho - PAT da Empresa Art. 9º À Auditoria Interna, unidade interna vinculada ao Con-
e submetê-lo à Presidência; selho de Administração, compete:
V-coordenar a elaboração do Relatório Anual de Atividades da I-planejar, colocando à apreciação do Conselho de Administra-
Empresa; ção, o plano anual de atividades de Auditoria Interna e executá-lo
VI-acompanhar a elaboração, a execução e os resultados dos evidenciando eventuais desvios ao longo da gestão;
planos, programas, projetos, convênios, contratos e atividades de- II-executar as atividades de auditoria de natureza contábil, fi-
senvolvidas pela Empresa, em consonância com o planejamento nanceira, orçamentária, administrativa, patrimonial e operacional
estratégico e orçamentário da Empresa; da Empresa;
VII-dar cumprimento aos planos anuais e plurianuais e respec- III-propor as medidas preventivas e corretivas dos desvios de-
tivos orçamentos, após aprovados; tectados;
VIII-promover a captação de recursos financeiros destinados à IV-verificar o cumprimento e a implementação pela Empresa
execução de atividades da Empresa; das recomendações ou determinações da Controladoria-Geral do
IX-movimentar recursos financeiros da Empresa, juntamente Distrito Federal, do Tribunal de Contas do Distrito Federal e do Con-
com o Presidente; selho Fiscal;
X-cumprir e fazer cumprir o Estatuto, as deliberações do Conse- V-aferir a adequação do controle interno, a efetividade do
lho de Administração e demais normas legais e regulamentos apli- gerenciamento dos riscos e dos processos de governança e a con-
cáveis à Empresa; fiabilidade do processo de coleta, mensuração, classificação, acu-
XI-subsidiar o Presidente na seleção, avaliação de desempe- mulação, registro e divulgação de eventos e transações, visando ao
nho, promoção e movimentação de pessoal, bem como no provi- preparo de demonstrações financeiras;
mento às unidades da Empresa dos recursos materiais necessários VI-realizar avaliação de desempenho anual, individual e cole-
ao desenvolvimento das atividades; tiva, dos membros do Conselho de Administração e dos dirigentes,
XII-articular com o setor público e privado do País e do exterior observados os requisitos previstos no Estatuto da EMATER-DF;
sobre assuntos de interesse da Empresa e do setor; VII-atuar nas matérias afetas à integridade, conformidade e
XIII-representar o Presidente em suas ausências e impedimen- gestão de riscos relacionadas às suas competências.
tos; § 1º A Auditoria Interna e a Assessoria de Controle Interno fun-
XIV-executar outras atribuições previstas no Estatuto ou que cionarão de forma cooperativa, visando cumprir matérias afetas às
lhe forem determinadas ou delegadas pela Presidência. suas competências.
Art. 7º Ao Comitê de Elegibilidade Estatutário, órgão responsá- § 2º A Auditoria Interna observará a legislação aplicável aos ór-
vel pela verificação da conformidade do processo de indicação e de gãos de auditoria interna, no que couber.
avaliação de administradores e conselheiros fiscais, compete: Art. 10. Ao Comitê de Integridade, Conformidade e Gestão de
I-opinar, de modo a auxiliar o ente controlador na indicação Riscos, unidade interna vinculada à Presidência, compete:
membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, da I-estabelecer políticas de incentivo ao respeito às leis, às nor-
Presidência e da Diretoria Executiva sobre o preenchimento dos re- mas e aos regulamentos, bem como à prevenção, à detecção e ao
quisitos e a ausência de vedações para as respectivas investiduras; tratamento de riscos de condutas irregulares, ilícitas ou antiéticas
II-verificar a conformidade do processo de avaliação dos mem- dos membros da organização empresarial;
bros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, da Presi- II-adotar estruturas e práticas eficientes de controles internos e
dência e da Diretoria Executiva. de gestão de riscos estratégicos, patrimoniais, operacionais, finan-
§ 1º O Comitê de Elegibilidade Estatutário será composto pelo ceiros, sociais, ambientais e reputacionais, dentre outros;
Chefe da Assessoria Jurídica, Chefe da Assessoria de Controle Inter- III-propor políticas de Integridade, Conformidade e Gerencia-
no e Gerente da Gerência de Pessoal. mento de Riscos para a empresa, as quais deverão ser periodica-
§ 2º O comitê de elegibilidade deverá opinar, no prazo de oito mente revisadas e aprovadas pelo Conselho de Administração, e
dias úteis, contado da data de recebimento do formulário padro- comunicá-las a todo o corpo funcional da organização;
nizado, sob pena de aprovação tácita e responsabilização dos seus IV-verificar a aderência da estrutura organizacional e dos pro-
membros caso se comprove o descumprimento de algum requisito. cessos, produtos e serviços da empresa às leis, normativos, políticas
§ 3º O comitê de elegibilidade estatutário deliberará por maio- e diretrizes internas e demais regulamentos aplicáveis;
ria de votos, com registro em ata, que deverá ser lavrada na forma V-comunicar à Diretoria Executiva, ao Conselho de Administra-
de sumário dos fatos ocorridos, inclusive das dissidências e dos pro- ção e ao Conselho Fiscal a ocorrência de ato ou conduta em desa-
testos, e conter a transcrição apenas das deliberações tomadas. cordo com as normas aplicáveis à empresa;
§ 4º Devem ser divulgadas as atas das reuniões do comitê es- VI-verificar a aplicação adequada do princípio da segregação
tatutário realizadas com o fim de verificar o cumprimento, pelos de funções, de forma que seja evitada a ocorrência de conflitos de
membros indicados, dos requisitos definidos na política de indica- interesse e fraudes;
ção, devendo ser registradas as eventuais manifestações divergen- VII-verificar o cumprimento do Código de Conduta e Integrida-
tes de conselheiros. de, bem como promover treinamentos periódicos aos empregados
CAPÍTULO II e dirigentes da empresa sobre o tema;
DAS COMPETÊNCIAS DAS UNIDADES INTERNAS VIII-coordenar os processos de identificação, classificação e
DE GOVERNANÇA avaliação dos riscos a que está sujeita a empresa;
IX-coordenar a elaboração e monitorar os planos de ação para
Art. 8º São unidades internas de governança e integridade: mitigação dos riscos identificados, verificando continuamente a
I- Auditoria Interna; adequação e a eficácia da gestão de riscos;

118
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

X-estabelecer planos de contingência para os principais proces- IV-participar de ações relativas à elaboração do orçamento e à
sos de trabalho da organização; captação de recursos financeiros;
XI-elaborar relatórios trimestrais de suas atividades, subme- V-articular com os órgãos do Governo do Distrito Federal, Câ-
tendo-os à Presidência, aos Conselhos de Administração e Fiscal; mara Legislativa e demais instâncias governamentais;
XII-disseminar a importância da conformidade e do gerencia- VI-subsidiar, organizar e acompanhar pronunciamentos públi-
mento de riscos, bem como a responsabilidade de cada área da Em- cos da Direção e demais unidades;
presa nestes aspectos; VII-assessorar o desenvolvimento e elaborar relatórios, publi-
XIII-exercer outras atividades correlatas definidas pela Direto- cações e demais meios de divulgação e de promoção técnica e ins-
ria Executiva; titucional da Empresa;
XIV-estabelecer atribuições em matéria de integridade, confor- VIII-representar o Presidente e o Diretor, em reuniões ligadas
midade e gestão de riscos às demais unidades da Empresa. às políticas, diretrizes, estratégias e processos de trabalho da Em-
§ 1º O Comitê de Integridade, Conformidade e Gestão de Riscos presa;
será composto pelo Diretor Executivo, que o liderará, Chefe da As- IX-emitir parecer em processos e outros documentos ligados às
sessoria de Controle Interno, que coordenará suas atividades, Chefe atividades de sua responsabilidade;
da Assessoria Jurídica, Coordenadores e Supervisores Regionais. X-assessorar, dinamizar e acompanhar programas, projetos e
§ 2º O Comitê de Integridade, Conformidade e Gestão de Ris- as atividades estratégicas de Assistência Técnica e Extensão Rural;
cos poderá contar com o apoio operacional da Auditoria Interna e XI-promover ações de capacitação e mobilização de extensio-
manter interlocução direta com o Conselho Fiscal e com o Conselho nistas e agricultores para desenvolvimento de ações estratégicas
de Administração, especialmente quando houver suspeita do en- visando ao desenvolvimento rural sustentável;
volvimento em irregularidades por parte dos membros da diretoria XII-promover ações visando à captação de recursos financeiros
ou quando estes se furtarem à obrigação de adotar medidas neces- e humanos para o apoio de programas, projetos e atividades estra-
sárias em relação à̀ situação a ele relatada. tégicas de assistência técnica e extensão rural;
XIII-propor o estabelecimento de parcerias, cooperações e
CAPÍTULO III convênios visando à soma de esforços e o sinergismo das ações
DAS COMPETÊNCIAS DAS UNIDADES INTERNAS oriundas de instituições governamentais e não governamentais e
de agentes do desenvolvimento rural sustentável;
Art. 11. Ao Gabinete da Presidência - GABIN, unidade orgânica XIV-articular junto ao Governo Federal, Governo do Distrito Fe-
subordinada à Presidência, compete: deral e outras instâncias dos poderes constituídos o desenvolvimen-
I-assessorar a Presidência no despacho de seu expediente, na to dos programas, projetos e atividades sob sua responsabilidade;
representação social e no preparo das correspondências; XV-promover diagnósticos, estabelecer referências e indicado-
II-assessorar na elaboração das políticas e diretrizes da Empre- res que permitam embasamento e melhor compreensão do pro-
sa; gresso dos programas, projetos e atividades estratégicas de Assis-
III-encaminhar e acompanhar os assuntos pendentes de deci- tência Técnica e Extensão Rural da Empresa.
são da Presidência; Art. 14. À Assessoria de Comunicação Social - ASCOM, unidade
IV-preparar os atos a serem baixados pela Presidência; orgânica subordinada à Presidência, compete:
V-coordenar as atividades da secretaria da Presidência e res- I-planejar, coordenar e executar o Plano de Publicidade e Pro-
pectiva tramitação de processos e expedientes; paganda da EMATER-DF;
VI-coordenar as atividades de secretariado da Assembleia Ge- II-planejar, coordenar e executar programas e projetos relacio-
ral, do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal. nados à comunicação social da Empresa;
Art. 12. À Assessoria Jurídica - ASJUR, unidade orgânica subor- III-difundir a imagem e o trabalho da EMATER-DF junto aos di-
dinada à Presidência, compete: versos segmentos da sociedade;
I-prestar assessoramento jurídico ao Conselho de Administra- IV-divulgar as realizações e decisões da Empresa de interesse
ção, à Presidência da EMATER-DF e a Diretoria Executiva, emitindo coletivo;
pareceres e despachos; V-prestar assessoramento à Direção da Empresa em assuntos
II-promover, mediante mandato do Presidente, a represen- relacionados à comunicação social;
tação judicial e extrajudicial da EMATER-DF, elaborando petições, VI-manter o público beneficiário atualizado e informado sobre
contestações, recursos e outros instrumentos de natureza jurídica; os serviços da Empresa e a política agrícola do País e do Distrito
III-examinar o conteúdo de contratos, convênios, acordos e ou- Federal;
tros instrumentos de natureza jurídica de interesse da EMATER-DF; VII-coordenar e executar a manutenção de informações no sítio
IV-promover cobranças administrativas, judiciais e extrajudi- eletrônico da EMATER-DF, articulando-se com as demais unidades
ciais de interesse da EMATER-DF; organizacionais.
V-acompanhar a atualização da legislação, doutrina e jurispru- Art. 15. À Assessoria de Ouvidoria - OUVID, unidade orgânica
dência referentes a assuntos pertinentes. subordinada à Presidência, compete:
Art. 13. À Assessoria Especial da Presidência - ASSEP, unidade I-planejar, coordenar e executar as ações de ouvidoria, cartas
orgânica subordinada à Presidência, compete: de serviços e transparência no âmbito da EMATER-DF, observada a
I-assessorar a Presidência e demais unidades da Empresa; legislação específica;
II-participar de grupos de trabalho e de acompanhamento de II-promover a participação do usuário de serviços públicos na
programas, projetos e atividades; administração pública, em cooperação com outras entidades de de-
III-acompanhar o andamento de programas, projetos e outras fesa do usuário, na forma da legislação;
ações na Câmara Legislativa e no Congresso Nacional;

119
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III-facilitar o acesso do cidadão ao serviço de ouvidoria, orien- VII-apoiar o aperfeiçoamento das práticas administrativas da
tando-o acerca de seus direitos e deveres ou encaminhando-o aos Empresa;
órgãos competentes para tal orientação; VIII-monitorar a execução do ciclo orçamentário e a utilização
IV-receber, analisar e encaminhar às unidades competentes as dos recursos públicos, dando ciência de eventuais anormalidades à
manifestações, acompanhando seu tratamento e efetiva conclusão, Controladoria-Geral do Distrito Federal e ao respectivo ordenador
e respondendo aos usuários nos prazos e formas previstos na legis- de despesas da Empresa;
lação; IX-orientar os gestores quanto à utilização e prestação de con-
V-receber denúncias sobre práticas de corrupção, fraude, atos tas de recursos transferidos a entidades públicas e privadas, por
ilícitos e irregularidades que prejudiquem o patrimônio e a repu- meio de convênios, acordos, termos de parceria e instrumentos
tação da Empresa, incluindo as infrações ao Código de Conduta e congêneres;
Integridade da EMATER-DF, assegurando a proteção à identidade X-atuar na integração institucional entre a EMATER-DF e a Con-
do(s) denunciante(s) por tempo indeterminado e o sigilo do proces- troladoria- Geral do Distrito Federal.
so de investigação e apuração de responsabilidade até a publicação Parágrafo único. A Assessoria de Controle Interno e a Auditoria
da decisão administrativa definitiva; Interna funcionarão de forma cooperativa, visando cumprir maté-
VI-manter interlocução direta com os órgãos integrantes do Sis- rias afetas às suas competências.
tema de Gestão de Ouvidoria do Distrito Federal – SIGO/DF, parti- Art. 17. À Assessoria da Diretoria - ASDIR, unidade orgânica su-
cipando de atividades, prestando apoio, registrando manifestações bordinada à Diretoria Executiva, compete:
no sistema e encaminhando dados consolidados e sistematizados I-assessorar o Diretor e demais unidades da Empresa;
do andamento e resultado das manifestações recebidas; II-participar de grupos de trabalho e de acompanhamento dos
VII-manter atualizadas as informações e as estatísticas referen- programas, projetos e atividades;
tes às suas atividades; III-dar suporte técnico na elaboração e execução das diretrizes
VIII-elaborar, anualmente, relatório de gestão a ser encaminha- de Assistência Técnica e Extensão Rural;
do à autoridade competente e divulgado integralmente na internet, IV-acompanhar o andamento de programas, projetos e outras
contemplando, no mínimo, o número de manifestações recebidas ações na Câmara Legislativa e no Congresso Nacional;
no ano anterior, os motivos das manifestações, a análise dos pontos V-participar de ações relativas à elaboração do orçamento e à
recorrentes e as providências adotadas pela Empresa nas soluções captação de recursos financeiros;
apresentadas; VI-articular junto aos órgãos do Governo do Distrito Federal,
IX-auxiliar na prevenção e correção dos atos e procedimentos Câmara Legislativa e demais instâncias governamentais;
incompatíveis com os princípios aplicáveis aos serviços públicos VII-subsidiar, organizar e acompanhar pronunciamentos públi-
previstos na legislação; cos da Direção e demais unidades;
X-promover a adoção de mediação e conciliação entre o usu- VIII-assessorar o desenvolvimento e elaborar relatórios, publi-
ário e a Empresa, sem prejuízo de outras unidades competentes; cações e demais meios de divulgação e de promoção técnica e ins-
XI-propor aperfeiçoamentos na prestação dos serviços da Em- titucional da Empresa;
presa. IX-representar o Presidente e o Diretor, em reuniões ligadas às
Art. 16. À Assessoria de Controle Interno - CONIN, unidade or- políticas, diretrizes, estratégias e processos de trabalho da Empre-
gânica subordinada à Presidência, compete: sa;
I-planejar, colocando à apreciação da Presidência, o Plano X-emitir parecer em processos e outros documentos ligados às
Anual de Trabalho da unidade e executá-lo evidenciando eventuais atividades de sua responsabilidade;
desvios ao longo da gestão, apresentando relatórios das atividades, XI-assessorar, dinamizar e acompanhar planos, programas, pro-
propondo medidas a serem implementadas, se for o caso; jetos, convênios, contratos e demais atividades desenvolvidas no
II-coordenar as providências administrativas necessárias ao âmbito da Empresa;
atendimento das recomendações e determinações da Controlado- XII-promover a capacitação e a mobilização de extensionistas
ria-Geral do Distrito Federal, do Tribunal de Contas do Distrito Fede- e agricultores em ações estratégicas visando ao desenvolvimento
ral, do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, da Auditoria rural sustentável;
Interna e da Presidência; XIII-promover ações de captação de recursos financeiros e hu-
III-coordenar as atividades relacionadas à integridade, confor- manos para o apoio dos planos, programas, projetos e atividades
midade e gestão de riscos, prestando apoio técnico e operacional estratégicas de Assistência Técnica e Extensão Rural;
ao Comitê de Integridade, Conformidade e Gestão de Riscos e às XIV-propor o estabelecimento de parcerias, cooperações e
demais unidades da Empresa quanto a essa matéria; convênios visando o sinergismo das ações oriundas de instituições
IV-orientar e realizar controle de conformidade em matéria de governamentais e não governamentais e de agentes do desenvolvi-
apuração de responsabilidade disciplinar, correição, prejuízo ao erá- mento rural sustentável;
rio, reconhecimento de dívida, suprimento de fundos, prestação de XV-articular junto ao Governo Federal, ao Governo do Distrito
contas e outras demandas relacionadas à responsabilidade funcio- Federal e outras instâncias dos poderes constituídos, visando ao de-
nal e utilização de recursos públicos; senvolvimento das atividades sob sua responsabilidade;
V-orientar as unidades da Empresa de forma a minimizar as XVI-promover diagnósticos e estabelecer referências e indica-
probabilidades de falhas e desvios quanto ao alcance dos objetivos dores que permitam o acompanhamento das atividades estratégi-
e metas; cas da Empresa.
VI-atuar nas atividades demandadas pela Presidência e pela Art. 18. Ao Centro de Inteligência e Planejamento Estratégico
Direção da Empresa, pela Controladoria-Geral do Distrito Federal e - CIPLA, unidade orgânica subordinada à Diretoria Executiva, com-
pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal; pete:

120
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I-elaborar e implementar o planejamento estratégico da Em- XIII-auxiliar na elaboração de materiais didáticos e recursos au-
presa em consonância com as orientações do Governo do Distrito diovisuais de apoio às atividades de educação de ATER, bem como
Federal; na normatização de publicações técnicas;
II-elaborar análises conjunturais econômica, social e ambiental, XIV-coordenar e supervisionar as atividades da Biblioteca e de
nas esferas distrital, nacional e internacional para subsidiar direcio- divulgação de informações documentais, técnicas e conjunturais;
namentos e tomadas de decisão para futuros trabalhos; XV-proporcionar acesso as informações relacionadas a assis-
III-elaborar estudos para proposição de políticas públicas, dire- tência técnica e extensão rural;
trizes, programas, projetos, e parcerias com a finalidade de promo- XVI-assessorar e elaborar relatórios, publicações e demais
ver o desenvolvimento da ATER com vistas ao aumento da sustenta- meios de divulgação e de promoção técnica de competência da uni-
bilidade econômica, social e ambiental das comunidades rurais do dade;
Distrito Federal e Entorno; XVII-elaborar, implementar e coordenar a Política de Treina-
IV-avaliar e registrar os impactos da ação da ATER nas comuni- mento e Desenvolvimento de Pessoas da Empresa;
dades rurais do DF e Entorno; XVIII-realizar o treinamento, na posse e periodicamente, dos
V-elaborar a carta anual de governança coorporativa, o plano membros do Conselho de Administração e dos dirigentes, sobre
de negócios para o exercício anual seguinte e a estratégia de longo legislação societária e de mercado de capitais, divulgação de infor-
prazo atualizada com análise de riscos e oportunidades para, no mí- mações, controle interno, código de conduta, a Lei nº 12.846/13
nimo, os próximos 5 (cinco) anos; (Lei Anticorrupção), e demais temas relacionados às atividades da
VI-elaborar o relatório integrado ou de sustentabilidade da EMATER-DF;
EMATER-DF; XIX-emitir declarações e certificados, segundo os critérios pre-
VII-fomentar e articular a elaboração de projetos e instrumen- vistos em norma.
tos adequados para captação de recursos, para o desenvolvimento Art. 20. À Coordenadoria de Gestão e Modernização - COGEM,
das atividades planejadas pela Empresa e a sustentabilidade insti- unidade orgânica de direção intermediária, diretamente subordina-
tucional. da à Diretoria Executiva, compete:
Art. 19. Ao Centro de Formação Tecnológica e Desenvolvimen- I-coordenar e acompanhar a execução dos planos, programas,
to Profissional - CEFOR, unidade orgânica subordinada à Diretoria projetos, convênios, contratos e atividades desenvolvidas no âmbi-
Executiva, compete: to de suas Gerências;
I-administrar as instalações, máquinas e equipamentos do Cen- II-propor, elaborar e implementar processos de modernização
tro de Formação Tecnológica e Desenvolvimento Profissional, e das administrativa;
unidades de formação e estabelecer as diretrizes técnicas da uni- III-articular e subsidiar a Direção, com iniciativas alinhadas com
dade; as diretrizes de Governo para implementação do Plano Plurianual
II-elaborar Plano Anual de Trabalho da unidade em consonân- vinculando as ações de planejamento, orçamento e acompanha-
cia e em apoio aos Planos Anuais de Trabalho dos Escritórios Locais; mento da atividades da Empresa;
III-participar das ações relativas à elaboração do orçamento e à IV-subsidiar a Direção da Empresa na seleção, avaliação de de-
identificação de recursos necessários para implementação das ati- sempenho, promoção e movimentação de pessoal bem como no
vidades da unidade; provimento às unidades da Empresa dos recursos materiais neces-
IV-articular ações com centros de pesquisas, universidades e sários ao desenvolvimento das atividades;
demais órgãos governamentais, não governamentais e entidades V-propor diretrizes e normas que visem ao aperfeiçoamento
privadas; dos fluxos de trabalho;
V-propor, organizar, apoiar e executar ações de capacitação VI-coordenar o sistema EMATER Web e o Painel de Gestão por
tecnológica, em atividades agrícolas e não agrícolas, para o público Resultados;
beneficiário; VII-elaborar o Plano Anual de Trabalho da Coordenadoria, com
VI-propor, apoiar, organizar e executar atividades de formação, definição das ações prioritárias a serem desenvolvidas;
capacitação e aperfeiçoamento de técnicos para o processo de ino- VIII-consolidar o Relatório Anual de Atividades da Empresa;
vação tecnológica e desenvolvimento rural; IX-identificar fontes de recursos para implementação das ativi-
VII-promover estudos e propor inovações metodológicas para dades da Coordenadoria;
dinamizar a oferta e execução de treinamentos; X-coordenar e assessorar a avaliação da estrutura organizacio-
VIII-representar a Empresa em comissões, comitês, câmaras e nal da Empresa;
outros colegiados, mediante autorização da Direção; XI-atualizar, consolidar informações e reportar as unidades de
IX-elaborar e acompanhar planos, programas, projetos, convê- Planejamento do GDF, em sistemas de acompanhamento estraté-
nios, contratos e atividades afetas à sua unidade; gico;
X-planejar, coordenar e monitorar o desenvolvimento das ativi- XII-elaborar o Relatório Anual de Atividades da EMATER-DF
dades de Metodologia e Comunicação Rural; com base nos Planos Anuais de Trabalho elaborados pelas unida-
XI-acompanhar e avaliar os métodos de educação de ATER exe- des, avaliando a consistência com o planejamento estratégico da
cutadas pelas unidades ligadas à COPER, de modo a contribuir no Empresa.
monitoramento e avaliação das ações planejadas; Art. 21. À Gerência de Normatização e Recursos Humanos -
XII-promover o uso dos métodos de extensão rural e propor GENRH, unidade orgânica subordinada à Coordenadoria de Gestão
inovações metodológicas para dinamizar as ações de ATER que va- e Modernização, compete:
lorizem o conhecimento local e o saber dos agricultores; I-administrar o Plano de Empregos e Salários da Empresa, e co-
ordenar o seu processo de reestruturação;

121
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II-promover análise da estrutura organizacional e das compe- I-elaborar, executar, monitorar e atualizar o Plano Diretor de
tências regimentais e propor aperfeiçoamentos; Tecnologia da Informação - PDTI da Empresa, em consonância com
III-manter atualizado o sistema de consolidação das normas e o Comitê de Tecnologia da Informação e alinhado ao planejamento
padrões organizacionais vigentes na Empresa; estratégico da Empresa;
IV-desenvolver e implementar com as demais unidades da Em- II-manter e administrar os sistemas de informação e os servido-
presa, projetos de racionalização de métodos, mapeamento e me- res de arquivo e banco de dados institucionais, assegurando a qua-
lhoria de processos; lidade, a confiabilidade, a disponibilidade e a segurança dos dados
V-apoiar as iniciativas de inovação gerencial e de modernização e informações processadas;
administrativa; III-monitorar, zelar e orientar as demais unidades quanto à se-
VI-identificar, por meio de pesquisas e estudos, a força de tra- gurança da informação;
balho necessária à execução das atividades da Empresa e suas uni- IV-desenvolver, analisar, implantar, manter, pesquisar ou co-
dades; ordenar a terceirização de projetos, de sistemas e de soluções de
VII-planejar, executar e monitorar os processos de recrutamen- software para atender as diversas atividades desenvolvidas pela
to e seleção de pessoal, incluindo realização de concurso público e Empresa;
seleção interna, bem como programa de desligamento voluntário V-elaborar as normas de utilização de recursos de tecnologia da
ou aposentadoria incentivada; informação e fiscalizar o seu cumprimento na Empresa;
VIII-coordenar a avaliação do período de experiência dos em- VI-administrar e monitorar a rede de computadores de forma a
pregados; mantê-la em funcionamento e em segurança;
IX-manter um banco de talentos atualizado referente à forma- VII-propor a aquisição de equipamentos e programas compu-
ção e experiência profissional dos empregados; tacionais;
X-gerir o processo de avaliação de desempenho e maturidade VIII-realizar atualizações, instalar e configurar novos aplicativos
dos empregados da EMATER-DF; e utilitários na Empresa;
XI-verificar requisitos e elaborar os atos de progressão funcio- IX-organizar, controlar e executar as atividades de telecomuni-
nal dos empregados para posterior aprovação da Presidência; cações digitais da Empresa, com exceção do controle de consumo e
XII-desenvolver, implementar e coordenar a gestão do clima faturas de telefonia fixa e celular;
organizacional, e promover os programas de melhoria da qualidade X-coordenar as ações de suporte técnico às unidades da Em-
de vida dos empregados; presa quanto ao emprego da informática e dos recursos computa-
XIII-planejar, executar e monitorar os processos de recruta- cionais;
mento e seleção dos programas de estágio e empregado aprendiz. XI-propor e auxiliar na implantação de processos e plataformas
Art. 22. À Gerência de Planejamento e Orçamento - GEPRO, computacionais visando a melhoria das atividades da Empresa;
unidade orgânica subordinada à Coordenadoria de Gestão e Mo- XII-manter a base de usuários e unidades do Sistema Eletrônico
dernização, compete: de Informações - SEI, bem como atuar junto ao Governo do Distrito
I-elaborar e acompanhar, em conjunto com as demais unidades Federal e ao órgão de gestão do SEI.
responsáveis pelos programas temáticos, o Plano Plurianual - PPA, Art. 24. À Gerência de Contratos e Convênios - GCONV, unidade
o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias - PLDO e a proposta de orgânica subordinada à Coordenadoria de Gestão e Modernização,
Lei Orçamentária Anual - PLOA, emendas parlamentares e outros compete:
planejamentos orçamentários; I-elaborar as minutas de contratos, convênios, contratos de re-
II-manter o controle atualizado da dotação e execução orça- passe, termos de cooperação e demais ajustes, bem como termos
mentária, informando disponibilidade orçamentária e dotação es- aditivos e distratos, que envolvam a participação da EMATER-DF,
pecífica para as despesas, classificando-as de acordo com a Lei de em cumprimento às determinações legais vigentes;
Diretrizes Orçamentária, a Lei Orçamentária Anual, os planos de II-organizar e manter atualizados o registro de contratos, con-
aplicação, bem como as respectivas alterações e revisões nos res- vênios, termos de cooperação e outros ajustes e distratos, inclusive
pectivos instrumentos legais; dos termos aditivos e da relação de executores, quando for o caso,
III-coletar dados e informações sobre a execução física, orça- em cumprimento às determinações legais vigentes;
mentária e financeira das ações em desenvolvimento no âmbito III-encaminhar para publicação na imprensa oficial os instru-
da EMATER-DF para atualização do Sistema de Acompanhamento mentos firmados pela EMATER-DF, bem como os demais atos admi-
Governamental - SAG e informar as demais unidades sobre a dispo- nistrativos que se fizerem necessários;
nibilidade orçamentária para a execução dos planos de trabalhos; IV-articular com os executores e seus respectivos superiores
IV-coordenar, supervisionar e controlar a execução das ativida- a fim de garantir toda a documentação necessária à prestação de
des relacionadas ao orçamento da Empresa; contas em tempo hábil, em cumprimento às determinações legais
V-apoiar as unidades da Empresa na elaboração e compatibi- vigentes;
lização dos seus Planos Anuais de Trabalho com as programações V-receber e analisar as informações apresentadas pelos exe-
orçamentárias anuais; cutores, realizando levantamento de eventuais pendências, inserir
VI-coletar dados e informações em conjunto com as demais os dados nos sistemas disponibilizados para a prestação de contas
unidades para a elaboração dos instrumentos de prestação de con- pelo concedente e contratante;
tas do Governo do Distrito Federal. VI-receber, enviar e administrar toda a documentação relativa
Art. 23. À Gerência de Tecnologia da Informação - GETIN, uni- a contratos e convênios que envolvam captação de recursos para a
dade orgânica subordinada à Coordenadoria de Gestão e Moderni- EMATER-DF, inserindo-as nos respectivos processos, sempre com o
zação, compete: conhecimento do executor;

122
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VII-apoiar os executores nas captações de dados para presta- V-implementar e acompanhar sistema que identifique a origem
ção de contas; dos recursos financeiros arrecadados;
VIII-planejar, coordenar e controlar o desenvolvimento das ati- VI-programar e efetuar pagamentos;
vidades de prestação de contas; VII-manter o registro, em sistema próprio, da movimentação e
IX-colaborar com a elaboração do Plano Anual de Compras e controle dos saldos bancários;
Contratações; VIII-zelar pela guarda e segurança de numerários, títulos, docu-
X-monitorar para assegurar a eficiência e eficácia na execução mentos e valores pertencentes à Empresa.
dos contratos e convênios, delineando as diretrizes aos seus execu- Art. 27. À Gerência de Pessoal - GEPES, unidade orgânica exe-
tores de modo a viabilizar todos os seus instrumentos jurídicos, nos cutiva diretamente subordinada à Coordenadoria de Administração
termos e prazos da legislação de regência; e Finanças, compete:
XI-cadastrar e acompanhar as propostas de transferências vo- I-organizar e operacionalizar as atividades relativas aos em-
luntárias e inserção de documentos no sistema governamental, pregados no que se refere à legislação trabalhista, previdenciária
proceder à intermediação entre o órgão concedente e a EMATER- e tributária;
-DF de todos os procedimentos necessários para a efetivação dos II-processar a documentação relativa às admissões, dispensas
convênios e contratos de repasse; e demais ocorrências relacionadas à movimentação e lotação de
XII-acompanhar a execução dos convênios e contratos de re- empregados;
passe e lançamento no sistema governamental dos pagamentos III-executar os serviços relativos ao cadastro de pessoal, pro-
solicitados pelos executores, intermediando junto às instituições movendo o registro e atualização das ocorrências referentes ao his-
concedentes e mandatárias a liberação e desbloqueio de recursos tórico funcional;
para cumprimento das obrigações junto aos fornecedores. IV-elaborar a folha de pagamento;
Art. 25. À Coordenadoria de Administração e Finanças - COAFI, V-organizar e fazer o controle das férias, licenças e afastamen-
unidade orgânica de direção intermediária, diretamente subordina- tos dos empregados;
da à Diretoria Executiva, compete: VI-efetuar o controle das frequências dos empregados com o
I-coordenar, supervisionar e controlar a execução das ativida- apoio das demais unidades da Empresa.
des relacionadas à administração e às finanças da Empresa; VII-promover e controlar o fornecimento de vales refeição e
II-participar na implementação e na formulação das diretrizes transporte;
de Assistência Técnica e Extensão Rural; VIII-encaminhar as obrigações acessórias aos órgãos compe-
III-elaborar o Plano Anual de Trabalho da Coordenadoria, com tentes, relativas à área de pessoal;
definição das ações prioritárias a serem desenvolvidas; IX-preparar a documentação necessária ao recolhimento das
IV-subsidiar a Direção da Empresa na seleção, avaliação de de- obrigações sociais e previdenciárias, e os descontos em favor de
sempenho, promoção e movimentação de pessoal bem como no consignatários;
provimento às unidades da Empresa dos recursos materiais neces- X-fornecer dados e informações à GECON, necessários à consti-
sários ao desenvolvimento das atividades; tuição e baixas das provisões trabalhistas;
V-propor diretrizes e normas que visem ao aperfeiçoamento XI-fornecer subsídios, dados e informações para órgãos do
das suas atividades; Governo do Distrito Federal e demais unidades organizacionais, na
VI-coordenar e acompanhar a execução dos planos, programas, execução da gestão de recursos humanos;
projetos, convênios, contratos e atividades desenvolvidas no âmbi- XII-fornecer informações aos órgãos de controle federais e es-
to de suas Gerências; taduais, relacionadas à área de pessoal.
VII-providenciar levantamentos dos balanços e demais peças Art. 28. À Gerência de Logística - GELOG, unidade orgânica exe-
que compõem as prestações de contas da Empresa; cutiva diretamente subordinada à Coordenadoria de Administração
VIII-identificar fontes de recursos para implementar as ativida- e Finanças, compete:
des da Coordenadoria; I-organizar, controlar e executar as atividades de gestão de fro-
IX-manter informada a Direção da Empresa da situação finan- ta, serviços de transporte, manutenção e documentação correlatas
ceira de convênios, ajustes, contratos, aditivos e acordos; da Empresa;
X-propor alterações no orçamento anual e solicitações de cré- II-gerenciar o sistema documental da Empresa e em órgãos do
dito adicional; Governo do Distrito Federal;
XI-submeter o Plano Anual de Compras e Contratações para III-organizar e operacionalizar os serviços de transporte;
aprovação e supervisionar suas ações; IV-propor, executar e controlar o plano de manutenção de ve-
XII-promover cobranças administrativas. ículos;
Art. 26. À Gerência de Finanças - GEFIN, unidade orgânica exe- V-coordenar os processos de renovação da frota e alienação
cutiva diretamente subordinada à Coordenadoria de Administração de veículos;
e Finanças, compete: VI-estabelecer controle da circulação de veículos e infrações de
I-organizar as atividades referentes ao estabelecimento e movi- trânsito;
mentação de recursos e financeiros da Empresa; VII-executar os serviços de montagem e desmontagem de es-
II-executar e manter o controle atualizado da execução orça- truturas de apoio a métodos coletivos de ATER;
mentária com base na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Or- VIII-controlar e orientar os serviços de segurança e brigadista
çamentária Anual; de prédios próprios, em atendimento à legislação vigente;
III-emitir relatórios decorrentes da administração orçamentária IX-supervisionar, organizar, controlar e operacionalizar serviços
e financeira da Empresa; de protocolo e arquivo da Empresa;
IV-arrecadar os recursos originários de prestação de serviços;

123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

X-gerenciar o arquivo de documentação, zelando pela guarda VIII-supervisionar, organizar, controlar e operacionalizar as ati-
do acervo histórico, processos físicos e os atos administrativos da vidades relativas a almoxarifado e patrimônio, obedecendo a legis-
EMATER-DF; lação vigente;
XI-gerenciar a reserva de auditórios e espaços de reunião da IX-registrar, alocar e controlar a transferência dos bens patri-
EMATER-DF. moniais da Empresa, e os que forem colocados sob sua guarda;
Art. 29. À Gerência de Manutenção Predial - GEMAN, unidade X-propor baixas e alienação dos bens patrimoniais e materiais
orgânica executiva diretamente subordinada à Coordenadoria de inservíveis e controlar a documentação dos itens alienados;
Administração e Finanças, compete: XI-fornecer dados às comissões de inventário do imobilizado e
I-organizar, controlar e executar as atividades de manutenção às comissões de inventário de materiais do almoxarifado;
predial e documentação dos imóveis da Empresa; XII-inventariar e emitir relatório anualmente dos bens patrimo-
II-instalar e promover a conservação de equipamentos hidráu- niais e dos materiais em estoque;
licos, elétricos e outros bens; XIII-elaborar a estimativa de material de expediente que aten-
III-administrar todos os imóveis de uso da Empresa mantendo da às demandas da Empresa, bem como providenciar pedidos de
atualizado seus registros, promovendo reformas e executando vis- compras quando verificada a baixa de itens em estoque no almo-
torias necessárias; xarifado;
IV-controlar e orientar os serviços de conservação e manuten- XIV-promover e zelar pela conservação, segurança e prazo de
ção preventiva das estruturas utilizadas pela Empresa validade dos materiais de consumo.
V-propor, executar e controlar o plano de manutenção das es- Art. 32. À Coordenadoria de Operações - COPER, unidade orgâ-
truturas utilizadas pela Empresa; nica de direção intermediária, diretamente subordinada à Diretoria
VI-controlar e orientar os serviços de recepção, copa, limpeza, Executiva, compete:
vigilância e conservação das estruturas utilizadas pela Empresa. I-coordenar a execução da implementação das diretrizes de
Art. 30. À Gerência de Contabilidade - GECON, unidade orgâni- Assistência Técnica e Extensão Rural em consonância com as tec-
ca executiva diretamente subordinada à Coordenadoria de Admi- nologias de produção, inclusive as agroecológicas e de produção
nistração e Finanças, compete: orgânica, comercialização, organização rural, crédito rural e respon-
I-coordenar, orientar, executar e avaliar as atividades de conta- sabilidade ambiental social e da agricultura urbana;
bilidade da Empresa; II-elaborar o Plano Anual de Trabalho da Coordenadoria, com
II-elaborar os balanços gerais, balancetes e demais demonstra- definição das ações prioritárias a serem desenvolvidas;
tivos contábeis da Empresa; III-subsidiar a Direção da Empresa na seleção, avaliação de de-
III-executar as atividades relacionadas ao Imposto de Renda de sempenho, promoção e movimentação de pessoal bem como no
Pessoa Jurídica, e a outras obrigações fiscais e sociais; provimento às unidades da Empresa dos recursos materiais neces-
IV-orientar os demais setores da COAFI quanto à constituição sários ao desenvolvimento das atividades;
das provisões instituídas pelas normas legais; IV-estimular a inovação tecnológica nos processos de desenvol-
V-manter atualizado o cadastro da Empresa e as certidões ne- vimento rural;
gativas de tributos; V-propor diretrizes e normas que visem o aperfeiçoamento das
VI-sugerir mudanças no Plano de Contas; suas atividades;
VII-coordenar as atividades pertinentes à contabilidade efetiva- VI-coordenar e acompanhar a execução dos planos, programas,
da pelas demais áreas; projetos, convênios, contratos e atividades desenvolvidas no âmbi-
VIII-receber e apoiar as auditorias contábeis; to de suas Gerências;
IX-efetuar o controle financeiro dos bens patrimoniais; VII-propor e apoiar estudos, pesquisas, elaborações e avalia-
X-promover o registro dos livros fiscais mantendo a documen- ções de projetos, programas, planos e políticas públicas;
tação organizada nos termos da legislação vigente; VIII-coordenar as demandas e as ações de capacitação do pú-
XI-elaborar a apuração do superávit financeiro da EMATER-DF. blico beneficiário da Empresa;
Art. 31. À Gerência de Compras, Material e Patrimônio - GE- IX-identificar fontes de recursos para a implementação das ati-
MAP, unidade orgânica executiva diretamente subordinada à Coor- vidades da Coordenadoria;
denadoria de Administração e Finanças, compete: X-promover e executar, por meio de suas unidades, a articu-
I-elaborar o Plano Anual de Compras e Contratações; lação entre as atividades de Pesquisa e Extensão Rural, com os
II-supervisionar, organizar, controlar e executar as atividades de centros de pesquisa, universidades, agentes financeiros e demais
aquisição de bens e serviços da EMATER-DF; órgãos governamentais e não governamentais;
III-apoiar a elaboração dos projetos de captação de recurso; XI-coordenar o levantamento, sistematização e disponibiliza-
IV-instruir os processos para aquisição de bens, materiais e ção das informações relativas à produção agropecuária e dos dados
equipamentos, contratação de serviços e obras; conjunturais sobre atividades agropecuárias e não agropecuárias.
V-auxiliar as unidades requisitantes na elaboração de termos Art. 33. À Gerência de Desenvolvimento Agropecuário - GEA-
de referência e projetos básicos; GR, unidade orgânica executiva diretamente subordinada à Coorde-
VI-executar e acompanhar a tramitação dos processos de aqui- nadoria de Operações, compete:
sições e contratações, zelando pelo bom andamento destes, visan- I-planejar, coordenar e controlar o desenvolvimento das ativi-
do sua conclusão em prazo proporcional à complexidade da referi- dades de agricultura, pecuária, irrigação e uso racional de agrotó-
da demanda; xicos;
VII-realizar os procedimentos licitatórios com vistas à aquisição II-estabelecer as diretrizes técnicas da Gerência em consonân-
de bens e serviços, e acompanhar os atos decorrentes em todas as cia com as diretrizes da Empresa;
suas fases;

124
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III-elaborar Plano Anual de Trabalho da Gerência em consonân- III-elaborar Plano Anual de Trabalho da Gerência em consonân-
cia e em apoio aos Planos Anuais de Trabalho dos Escritórios Locais; cia e em apoio aos Planos Anuais de Trabalho dos Escritórios Locais;
IV-identificar de recursos necessários para implementação das IV-identificar recursos necessários para implementar as ativi-
atividades da Gerência; dades da Gerência;
V-incentivar ações de ATER para apoiar o desenvolvimento das V-orientar, assessorar e elaborar e/ou desenvolver trabalhos
cadeias produtivas agropecuárias; correlatos à adequação das propriedades rurais quanto à legislação
VI-apoiar a capacitação técnica dos extensionistas nos assuntos ambiental e à regularização fundiária;
pertinentes às cadeias produtivas; VI-desenvolver a aplicação do geoprocessamento nas ativida-
VII-promover a educação sanitária vegetal e animal em conso- des de Assistência Técnica e Extensão Rural;
nância com legislação aplicável; VII-articular com os centros de pesquisas, universidades, de-
VIII-articular com os centros de pesquisa, universidades, agen- mais órgãos governamentais e não governamentais;
tes financeiros e demais órgãos governamentais e não governa- VIII-representar a Empresa em comissões, comitês, câmaras e
mentais; outros colegiados, mediante autorização da Direção;
IX-representar a Empresa em comissões, comitês, câmaras e IX-assessorar e elaborar relatórios, publicações e demais meios
outros colegiados, mediante autorização da Direção; de divulgação e de promoção técnica de competência da Gerência;
X-assessorar e elaborar relatórios, publicações e demais meios X-elaborar e acompanhar planos, programas, projetos, convê-
de divulgação e de promoção técnica de competência da Gerência; nios, contratos e atividades afetas à sua Gerência.
XI-elaborar e acompanhar planos, programas, projetos, convê- Art. 36. À Gerência de Desenvolvimento Econômico Rural - GE-
nios, contratos e demais atividades afetas à Gerência. DEC, unidade orgânica executiva diretamente subordinada à Coor-
Art. 34. À Gerência de Desenvolvimento Sócio Familiar - GEDES, denadoria de Operações, compete:
unidade orgânica executiva diretamente subordinada à Coordena- I-planejar, coordenar e acompanhar as atividades de crédito
doria de Operações, compete: rural, empreendedorismo e gestão, agroindústria e informações
I-planejar, coordenar e controlar o desenvolvimento das ativi- conjunturais das cadeias produtivas;
dades de desenvolvimento humano e sócio familiar; II-estabelecer as diretrizes técnicas da Gerência em consonân-
II-estabelecer as diretrizes técnicas da Gerência em consonân- cia com as diretrizes da Empresa;
cia com as diretrizes da Empresa; III-elaborar Plano Anual de Trabalho da Gerência em consonân-
III-elaborar Plano Anual de Trabalho da Gerência em consonân- cia e em apoio aos Planos Anuais de Trabalho dos Escritórios Locais;
cia e em apoio aos Planos Anuais de Trabalho dos Escritórios Locais; IV-identificar recursos necessários para implementar as ativi-
IV-identificar os recursos necessários para implementar as ati- dades da Gerência;
vidades da Gerência; V-desenvolver ações e assessorar a Empresa quanto às políticas
V-desenvolver ações e assessorar a Empresa em atividades re- e atividades relacionadas ao crédito rural e suas aplicabilidades;
lativas à segurança alimentar e nutricional, cidadania e benefícios VI-promover ações de assistência técnica e extensão rural para
sociais, saúde preventiva, educação, cultura e lazer, habitação e sa- formação e orientação de empreendedores rurais em gestão e es-
neamento, artesanato, turismo, produção associada e outras que tratégias de negócios;
promovam o desenvolvimento rural sustentável; VII-promover e articular ações no sentido de desenvolver e dis-
VI-assessorar e atuar nos processos de organização social no seminar as boas práticas de fabricação na produção de alimentos;
meio rural; VIII-diagnosticar e divulgar as informações conjunturais das ca-
VII-apoiar a capacitação técnica dos extensionistas nos assun- deias produtivas agropecuárias e não agropecuárias relacionadas
tos pertinentes a área de desenvolvimento humano e organização ao ambiente rural;
social; IX-articular ações com os centros de pesquisa, instituições de
VIII-articular com os centros de pesquisas, universidades, de- ensino superior e médio, agentes financeiros e demais órgãos go-
mais órgãos governamentais e não governamentais; vernamentais e não governamentais;
IX-acompanhar e divulgar as políticas públicas relacionadas ao X-representar a Empresa em comissões, comitês, câmaras e ou-
desenvolvimento social; tros colegiados, mediante autorização da Direção;
X-assessorar e elaborar relatórios, publicações e demais meios XI-assessorar e elaborar relatórios, publicações e demais meios
de divulgação e de promoção técnica de competência da Gerência; de divulgação e de promoção técnica de competência da Gerência;
XI-representar a Empresa em comissões, comitês, câmaras e XII-elaborar e acompanhar planos, programas, projetos, convê-
outros colegiados, mediante autorização da Direção; nios, contratos e atividades afetas à atribuição da Gerência.
XII-elaborar e acompanhar planos, programas, projetos, convê- Art. 37. À Gerência de Agricultura Urbana - GEURB, unidade
nios, contratos e atividades afetas à Gerência. orgânica executiva diretamente subordinada à Coordenadoria de
Art. 35. À Gerência de Meio Ambiente - GEAMB, unidade orgâ- Operações, compete:
nica executiva diretamente subordinada à Coordenadoria de Ope- I-planejar, coordenar e controlar o desenvolvimento das ativi-
rações, compete: dades de agricultura urbana;
I-desenvolver ações e assessorar a Empresa em atividades rela- II-estabelecer as diretrizes técnicas da Gerência em consonân-
tivas à preservação, conservação, recuperação, controle e educação cia com as diretrizes da Empresa;
ambiental, ao manejo e conservação da água e do solo, e outras III-elaborar Plano Anual de Trabalho da Gerência em consonân-
ações que promovam a sustentabilidade ambiental; cia e em apoio aos Planos Anuais de Trabalho dos Escritórios Locais;
II-estabelecer as diretrizes técnicas da Gerência em consonân- IV-identificar recursos necessários para implementação das ati-
cia com as diretrizes da Empresa; vidades da Gerência;

125
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V-incentivar a produção agropecuária orgânica e de base agro- III-promover a articulação, supervisão, orientação monitora-
ecológica, e promover a segurança alimentar em áreas urbanas; mento e avaliação das ações de Assistência Técnica e Extensão Rural
VI-promover o desenvolvimento da agricultura urbana e pe- entre os Escritórios Locais e as gerências táticas
riurbana; IV-monitorar e avaliar quantitativamente e qualitativamente a
VII-promover a sustentabilidade ambiental nas atividades rela- execução Plano Anual de Trabalho - PAT;
cionadas à agricultura urbana; V-compatibilizar e integrar as ações de desenvolvimento rural;
VIII-apoiar a capacitação técnica dos extensionistas nos assun- VI-subsidiar a Direção da Empresa na seleção, avaliação de de-
tos pertinentes às cadeias produtivas em área urbana; sempenho, promoção e movimentação de pessoal bem como no
IX-promover a educação sanitária vegetal e animal nas ativida- provimento às unidades da Empresa dos recursos materiais neces-
des desenvolvidas em área urbana e em consonância com legisla- sários ao desenvolvimento das atividades;
ção aplicável; VII-promover a integração entre gerências subordinadas à Co-
X-articular ações com os centros de pesquisa, universidades, ordenadoria de Operações, líderes de projetos estratégicos e Escri-
agentes financeiros e demais órgãos governamentais e não gover- tórios locais;
namentais; VIII-articular com centros de pesquisas, universidades e demais
XI-representar a Empresa em comissões, comitês, câmaras e órgãos governamentais, não governamentais e entidades privadas;
outros colegiados, mediante autorização da Direção; IX-coordenar e acompanhar a execução dos planos, programas,
XII-assessorar e elaborar relatórios, publicações e demais meios projetos, convênios, contratos e atividades desenvolvidas no âmbi-
de divulgação e de promoção técnica de competência da Gerência; to de seus Escritórios locais.
XIII-elaborar e acompanhar planos, programas, projetos, con- Art. 40. Aos Escritórios Locais da EMATER-DF, unidades orgâni-
vênios, contratos e demais atividades afetas à Gerência. cas descentralizadas subordinadas à Coordenadoria de Operações
Art. 38. A Gerência de Comercialização e Organização Rural - - COPER, compete:
GECOR, unidade orgânica executiva diretamente subordinada à Co- I-prestar serviços de assistência técnica e extensão rural e aten-
ordenadoria de Operações, compete: der ao público beneficiário da Empresa;
I-assessorar, planejar, coordenar e acompanhar as atividades II-elaborar e executar o Plano de Anual de Trabalho da sua área
de organização rural e comercialização de produtos de origem rural de atuação em consonância com as diretrizes da Empresa, sob a
nos mercados públicos e privados; orientação da Coordenadoria de Operações, respeitando os anseios
II-estabelecer as diretrizes técnicas da Gerência; da população e a cultura local;
III-elaborar Plano Anual de Trabalho da Gerência em consonân- III-representar a Empresa junto às organizações locais, Conse-
cia e em apoio aos Planos Anuais de Trabalho dos Escritórios Locais; lho Regional de Desenvolvimento Rural Sustentável e outros cole-
IV-identificar recursos necessários para implementar as ativi- giados em nível local, mediante autorização da Direção;
dades da Gerência; IV-elaborar, executar e acompanhar planos, programas, proje-
V-acompanhar, divulgar e implementar políticas e programas tos, convênios, contratos e atividades visando ao desenvolvimento
governamentais de comercialização de produtos de origem rural; sustentável das comunidades rurais, de acordo com as diretrizes da
VI-fomentar ações relacionadas aos circuitos curtos de comer- Empresa, organizações de agricultores e demais parceiros envolvi-
cialização, varejo e atacado, e acesso a novos mercados; dos;
VII-apoiar processos de organização da produção voltados para V-articular com órgãos governamentais e não governamentais
a comercialização de produtos de origem rural; em nível local;
VIII-apoiar os processos de regularização dos espaços de co- VI-planejar, apoiar e executar programas de capacitação para o
mercialização; público beneficiário em sua área de atuação;
IX-assessorar, coordenar e atuar nos processos de organização VII-manter atualizados os dados dos sistemas de gestão e de
rural; acompanhamento de ATER;
X-acompanhar, divulgar e implementar políticas e programas VIII-planejar, coordenar e controlar o desenvolvimento das
governamentais voltadas para organização rural; atividades dos Postos Avançados da EMATER-DF vinculados à sua
XI-elaborar relatórios e análises, publicações e demais meios unidade.
de divulgação e de promoção técnica de competência da Gerência; Art. 41. Ao Escritório Especializado em Agricultura Orgânica e
XII-articular ações com os centros de pesquisa, instituições de Agroecologia - ESORG, unidade orgânica executiva diretamente su-
ensino superior e médio, agentes financeiros e demais órgãos go- bordinada à Coordenadoria de Operações, compete:
vernamentais e não governamentais; I-planejar, coordenar e acompanhar as atividades para o de-
XIII-representar a Empresa em comissões, comitês, câmaras e senvolvimento da agricultura orgânica e agroecológica do Distrito
outros colegiados, mediante autorização da Direção; Federal;
XIV-elaborar e acompanhar planos, programas, projetos, con- II-elaborar Plano Anual de Trabalho do escritório em consonân-
vênios, contratos e atividades afetas à atribuição da Gerência. cia e em apoio aos Planos Anuais de Trabalho dos Escritórios Locais;
Art. 39. À Unidade Regional Leste - URLE e à Unidade Regional III-identificar recursos necessários para implementar as ativida-
Oeste - UREO, unidades orgânicas diretamente subordinadas à Co- des do escritório;
ordenadoria de Operações, compete: IV-fomentar ações relacionadas aos processos de produção or-
I-estabelecer as diretrizes técnicas dos Escritórios Locais; gânica e agroecológica;
II-elaborar o Plano Anual de Trabalho das Unidades Regionais, V-apoiar processos de organização da produção voltados para
em consonância e em apoio aos Planos Anuais de Trabalho dos Es- a comercialização de produtos de origem rural orgânicos e agroe-
critórios Locais, e os relatórios anuais de desempenho; cológicos;
VI-apoiar processos de certificação da produção;

126
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VII-articular ações com os centros de pesquisa, universidades, XIII-colaborar com as ações de transparência da Empresa;
agentes financeiros e demais órgãos governamentais e não gover- XIV-aderir e adotar as políticas e práticas de conformidade, in-
namentais; tegridade e gestão de riscos em vigor na Empresa.
VIII-representar a Empresa em comissões, comitês, câmaras e
outros colegiados, mediante autorização da Direção; TÍTULO III
IX-assessorar e elaborar relatórios, publicações e demais meios DAS ATRIBUIÇÕES DAS FUNÇÕES GRATIFICADAS E EMPREGOS
de divulgação e de promoção técnica de competência do escritório; EM COMISSÃO
X-inserir os princípios da agroecologia, suas bases metodológi-
cas e científicas no contexto do planejamento operacional e estra- CAPÍTULO I
tégico da Empresa; DAS FUNÇÕES GRATIFICADAS E EMPREGOS EM COMISSÃO
XI-promover a transição agroecológica de propriedades con-
vencionais de forma a desenvolver a agricultura com bases susten- Art. 43. Aos Coordenadores cabe:
táveis mediante produção de alimento seguro e sustentabilidade I-coordenar, acompanhar, controlar e avaliar as atividades de-
ambiental; senvolvidas nas suas respectivas áreas de atuação;
XII-apoiar o desenvolvimento de produtores orgânicos levando II-assessorar o Presidente e o Diretor Executivo nas áreas de
inovações tecnológicas para beneficiar a produtividade, a rentabi- suas competências;
lidade, a qualidade do alimento e a saúde do trabalhador e consu- III-indicar a necessidade de capacitação e desenvolvimento dos
midores; recursos humanos;
XIII-planejar, apoiar e executar programas de capacitação para IV-estabelecer, manter e operacionalizar sistema de integração
o público beneficiário; interinstitucional, tendo em vista o alcance dos objetivos da Em-
XIV-manter atualizado os dados dos sistemas de gestão e de presa;
acompanhamento de ATER; V-propor normas que visem ao aperfeiçoamento da execução
XV-representar a Empresa junto às organizações locais, Conse- das atividades que lhes são afetas;
lho Regional de Desenvolvimento Rural Sustentável e outros cole- VI-propor a designação, substituição ou dispensa de emprega-
giados em nível local, mediante autorização da Direção; dos que lhes são diretamente subordinados;
XVI-elaborar, executar e acompanhar planos, programas, proje- VII-implantar e operacionalizar sistemas de informações geren-
tos, convênios, contratos e atividades visando ao desenvolvimento ciais para subsidiar a Direção;
sustentável das comunidades rurais, de acordo com as diretrizes da VIII-exercer outras atividades que lhes forem atribuídas pela
Empresa, organizações de agricultores e demais parceiros envolvi- Direção.
dos. Art. 44. Aos Supervisores das Unidades Regionais cabe:
Art. 42. A todas as unidades da EMATER-DF compete: I-supervisionar, acompanhar, monitorar e avaliar as atividades
I-elaborar, executar e monitorar o Plano Anual de Trabalho da desenvolvidas pelos Escritórios vinculados às suas respectivas áreas
unidade, alinhado com o planejamento estratégico da EMATER-DF; de atuação;
II-elaborar e acompanhar a execução de programas de traba- II-acompanhar e controlar o desempenho dos gerentes subor-
lho, planos, projetos, convênios, contratos e atividades relativos à dinados;
unidade; III-exercer todos os atos administrativos necessários à imple-
III-propor procedimentos operacionais, instruções normativas mentação das atividades que lhes são afetas;
e normas organizacionais que visem o aperfeiçoamento das ativida- IV-analisar relatórios técnicos, gerenciais, administrativos, con-
des de competência da unidade; junturais e de desempenho dos Escritórios vinculados às suas res-
IV-observar e fazer cumprir as normas organizacionais da EMA- pectivas áreas de atuação;
TER-DF; V-acompanhar a execução do Planos Anual de Trabalho e com-
V-colaborar com a realização de diagnósticos e formulação de patibilizar as ações das Gerências envolvidas na sua execução;
indicadores que permitam o acompanhamento das atividades es- VI-promover a articulação com os responsáveis pelos projetos
tratégicas da unidade; estratégicos com as unidades vinculadas à Coordenadoria de Ope-
VI-assessorar e elaborar relatórios, publicações e demais meios rações;
de divulgação e de promoção técnica de competência da unidade; VII-subsidiar a Direção da Empresa na seleção, promoção e mo-
VII-representar a Empresa em comissões, comitês e outros co- vimentação de pessoal;
legiados, quando necessário ou solicitado, mediante autorização da VIII-assessorar a Coordenadoria de Operações nas áreas de
Direção; suas competências; e
VIII-manter documentos de utilização sistemática e permanen- IX-exercer outras atividades que lhes forem atribuídas pela Co-
te; ordenadoria de Operações.
IX-manter e conservar o material permanente necessário aos Art. 45. Aos Gerentes e Chefes de Unidades e Assessorias cabe:
seus serviços; I- supervisionar e orientar as equipes sob suas responsabilidades;
X-identificar fontes de recursos necessários à implementação II-acompanhar e controlar o desempenho técnico dos empre-
das atividades da unidade; gados que lhes são subordinados;
XI-alimentar as bases de dados da Empresa de modo a permitir III-exercer todos os atos administrativos necessários à imple-
monitoramento e avaliação de resultados das ações planejadas; mentação das atividades que lhes são afetas;
XII-responder tempestivamente aos pedidos de informação re- IV-articular com as demais unidades da Empresa;
alizados no âmbito da Lei de Acesso a Informação, e pelos órgãos de V-exercer outras atividades que lhe forem atribuídas pela Pre-
controle interno e externo; sidência ou Direção;

127
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VI-planejar, coordenar, acompanhar e supervisionar as ativida- VI-articular com os órgãos do Governo do Distrito Federal, Câ-
des dos Escritórios, gerências e unidades; mara Legislativa e demais instâncias governamentais;
VII-emitir relatórios técnicos, gerenciais, administrativos, con- VII-subsidiar, organizar e acompanhar pronunciamentos públi-
junturais e de desempenho dos Escritórios, gerências e unidades; cos da Direção e demais unidades;
VIII-gerenciar as atividades técnicas, administrativas e financei- VIII-participar do assessoramento e execução de relatórios, pu-
ras e responder pelo patrimônio sob suas guardas; blicações e demais veículos de divulgação e de promoção técnica e
IX-fazer cumprir os planos de trabalho e cronogramas estabele- institucional da Empresa;
cidos nos programas, projetos e compatibilizar as ações das gerên- IX-representar o Presidente e o Diretor em atividades ligadas
cias e unidades envolvidas na sua execução; às políticas e as diretrizes estratégicas e os processos de trabalho
X-articular com o poder público e setor privado visando ao ade- da Empresa;
quado desempenho de suas funções; X-participar de estudos e pesquisas de opinião de processos e
XI-participar das atividades das comunidades e demais organi- métodos;
zações, formais e informais, das áreas de atuação, mediante auto- XI-emitir parecer em processos e outros documentos ligados às
rização da Direção. atividades de sua responsabilidade;
Art. 46. Aos Secretários do Gabinete e Coordenadorias cabe: XII-zelar pela manutenção, conservação e perfeita utilização
I-organizar, controlar e manter o arquivo de documentos da dos bens e dependências sob sua responsabilidade;
unidade, obedecendo às normas e legislação vigentes; XIII-adotar ou sugerir medidas adequadas à boa execução dos
II-organizar e controlar as agendas do Presidente, Diretor, Che- serviços;
fe de Gabinete, Coordenadores e Gerentes anotando e comunican- XIV-assessorar na organização de eventos e na mobilização de
do, em tempo hábil, compromissos assumidos pelos mesmos; produtores e suas organizações e comunidades;
III-atender ao público interno e externo, fazendo triagem dos XV-exercer outras atividades que lhe forem atribuídas pela Di-
assuntos, orientando, prestando informações e tomando as provi- reção.
dências necessárias para as devidas soluções; CAPÍTULO II
IV-redigir documentos, observando as normas técnicas da Em- DAS SUBSTITUIÇÕES
presa;
V-receber, protocolar e distribuir as correspondências e docu- Art. 48. O Presidente da EMATER-DF, em seus impedimentos e
mentos da unidade; ausências eventuais, será substituído pelo Diretor Executivo.
VI-efetuar e receber ligações telefônicas, transmitindo e ano- Art. 49. O Diretor Executivo, em seus impedimentos e ausên-
tando recados, registrando interurbanos e ligações para celulares cias eventuais, será substituído por um dos Coordenadores por ele
em formulários próprios; indicado, desde que designado pelo Presidente.
VII-zelar pelos bens patrimoniais da Empresa lotados na unida- Art. 50. O Chefe de Gabinete, em seus impedimentos e ausên-
de, providenciando o pedido de reparos e a manutenção dos mes- cias eventuais, será substituído por um dos Coordenadores, Asses-
mos; sores ou Empregados do quadro permanente indicado e designado
VIII-controlar, sob orientação do responsável pela unidade, a pelo Presidente.
movimentação de bens patrimoniais, utilizando registros em for- Art. 51. Os Coordenadores, em seus impedimentos e ausências
mulários próprios, auxiliando no levantamento da localização e es- eventuais, serão substituídos por Empregados do quadro perma-
tado de conservação dos mesmos; nente por eles indicados, com anuência do Diretor Executivo, desig-
IX-preencher formulários de requisição de passagens, diárias, nados pelo Presidente.
suprimentos de fundos e respectivos relatórios, para prestação de Art. 52. Os Gerentes, em seus impedimentos e ausências even-
contas junto às unidades competentes; tuais, serão substituídos por Empregados do quadro permanente
X-auxiliar no controle da distribuição, conservação, manuten- por eles indicados, com anuência dos Coordenadores, designados
ção e abastecimento dos veículos lotados na unidade, registrando pelo Presidente.
informações sobre a situação dos mesmos e informando ao seu Art. 53. Os Secretários, em seus impedimentos e ausências
chefe imediato; XI- observar as normas de higiene e segurança do eventuais, serão substituídos por Empregados do quadro perma-
trabalho; nente por eles indicados, com anuência dos chefes imediatos, de-
XII- executar outras atividades de mesma natureza e nível de signados pelo Presidente.
complexidade que lhe forem atribuídas pela chefia imediata.
Art. 47. Aos Assessores ocupantes de Empregos em Comissão TÍTULO IV
cabe: DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
I-assessorar o Conselho de Administração e Fiscal, a Presidên-
cia, a Diretoria e as Assessorias; Art. 54. A subordinação hierárquica dos órgãos e unidades or-
II-participar de grupos de trabalhos e de acompanhamento dos gânicas da Empresa define-se na posição de cada um deles na estru-
planos, programas, projetos e atividades da Empresa; tura organizacional, na forma do organograma, e pelo enunciado de
III-dar suporte técnico na formulação e execução do Plano Anu- suas respectivas competências.
al de Trabalho da Empresa; Art. 55. Os titulares de cargos de Direção poderão constituir
IV-acompanhar o andamento de Programas, Projetos e outras grupos de trabalho, de caráter permanente ou transitório, sob sua
ações na Câmara Legislativa e no Congresso Nacional; responsabilidade direta, sempre que julgar conveniente para o me-
V-participar de ações relativas à elaboração do orçamento e à lhor desempenho das funções dentro de suas respectivas áreas de
captação de recursos financeiros; atuação.

128
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 56. A Presidência, considerando as necessidades de ade- ANEXO I


quação organizacional e modernização, poderá propor ao Conselho CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
de Administração a alteração deste Regimento Interno a qualquer DIRETA E INDIRETA DO DISTRITO FEDERAL
tempo.
Parágrafo único. Será construído grupo de trabalho para avaliar TÍTULO I
a necessidade de atualização ou revisão do Regimento Interno a DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
cada período de 2 (dois) anos a contar de sua publicação.
Art. 57. Os casos omissos serão resolvidos pela Presidência, CAPÍTULO I
que baixará atos próprios, observadas as normas legais, regulamen- DOS PRINCÍPIOS E VALORES FUNDAMENTAIS DA
tares e estatutárias. CONDUTA ÉTICA
Art. 58. O presente Regimento Interno entra em vigor na data
de sua publicação. Art. 1º Fica instituído o Código de Conduta da Alta Adminis-
Art. 59. Revogam-se as disposições em contrário. tração Pública Direta e Indireta do Distrito Federal, cujas normas
aplicam-se às seguintes autoridades:
I - Secretários de Estado, Secretários de Estado Adjuntos e Se-
DECRETO NO 37.297/2016 (CÓDIGO DE CONDUTA DA
cretários Executivos ou cargos de natureza equivalente; (Inciso Alte-
ALTA ADMINISTRAÇÃO, O CÓDIGO DE ÉTICA DOS SER-
rado(a) pelo(a) Decreto 42973 de 03/02/2022)
VIDORES E EMPREGADOS PÚBLICOS CIVIS DO PODER
II - dirigentes máximos de órgãos especializados; (Inciso Altera-
EXECUTIVO DO DISTRITO FEDERAL)
do(a) pelo(a) Decreto 42973 de 03/02/2022)
III - dirigentes máximos das entidades da Administração Direta
DECRETO Nº 37.297, DE 29 DE ABRIL DE 2016. e Indireta do Distrito Federal.
Art. 2º No exercício de suas funções, as pessoas abrangidas por
Aprova, no âmbito da Administração Pública Direta e Indireta este Código devem pautarse pelos padrões de ética, sobretudo no
do Distrito Federal, o Código de Conduta da Alta Administração, o que diz respeito à integridade, à moralidade, à impessoalidade, à
Código de Ética dos Servidores e Empregados Públicos Civis do Po- clareza de posições e ao decoro, com vistas a motivar o respeito e a
der Executivo e institui as Comissões de Ética do Poder Executivo do confiança do público em geral.
Distrito Federal e dá outras providências. Parágrafo único. Os padrões éticos de que trata este artigo são
exigidos no exercício e na relação entre as atividades públicas e pri-
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições vada, de modo a prevenir eventuais conflitos de interesses.
que lhe conferem os incisos VII, X e XXVI do artigo 100 da Lei Orgâ-
nica do Distrito Federal, DECRETA: TÍTULO II
DA CONDUTA ÉTICA DAS AUTORIDADES
Art. 1º Fica aprovado, no âmbito da Administração Pública Dire-
ta e Indireta do Distrito Federal, o Código de Conduta da Alta Admi- CAPÍTULO I
nistração, o Código de Ética dos Servidores e Empregados Públicos DAS NORMAS FUNDAMENTAIS
Civis do Poder Executivo e institui as Comissões de Ética, na forma
estabelecida, respectivamente, nos Anexos I, II e III deste Decreto. Art. 3º As normas fundamentais de conduta das autoridades da
Art. 2º O Código de Conduta da Alta Administração e o Código Administração Pública do Distrito Federal visam, especialmente, às
de Ética dos Servidores e Empregados Públicos Civis do Poder Exe- seguintes finalidades:
cutivo do Distrito Federal deverão estar disponíveis em todos os ór- I - tornar claras as regras éticas de conduta das autoridades pú-
gãos e entidades da Administração Pública sujeitos às suas normas, blicas, para que a sociedade possa aferir a integridade e a lisura do
em local visível e de fácil acesso ao público. processo decisório governamental;
Art. 3º Em razão de distintas especificidades técnicas, institu- II - contribuir para o aperfeiçoamento dos padrões éticos das
cionais ou jurídicas devidamente motivadas, outras normas de con- autoridades públicas, a partir do exemplo dado pelas autoridades
duta ética poderão ser aprovadas no âmbito do Poder Executivo do de nível hierárquico superior;
Distrito Federal. III - preservar a imagem e a reputação do administrador públi-
Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. co, cuja conduta esteja de acordo com as normas éticas estabeleci-
Brasília, 29 de abril de 2016. das neste Código;
IV - estabelecer regras básicas sobre conflitos de interesses pú-
blicos e privados e limitações às atividades profissionais posteriores
ao exercício de cargo público;
V - minimizar a possibilidade de conflito entre o interesse priva-
do e o dever funcional das autoridades públicas; e
VI - criar mecanismo de consulta destinado a possibilitar o pré-
vio e pronto esclarecimento de dúvidas quanto à conduta ética do
administrador público.

129
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO II CAPÍTULO III


DOS CONFLITOS DE INTERESSES DO RELACIONAMENTO ENTRE AS AUTORIDADES PÚBLICAS

Art. 4º Configura conflito de interesse e conduta antiética, den- Art. 8º Eventuais divergências entre as autoridades públicas re-
tre outros comportamentos: feridas no art. 1º devem ser resolvidas internamente, mediante co-
I - o investimento em bens cujo valor ou cotação possa ser ordenação administrativa, não lhes cabendo manifestarse publica-
afetado por decisão ou política governamental a respeito da qual mente sobre matéria que não seja afeta à sua área de competência.
a autoridade pública tenha informações privilegiadas em razão do Art. 9º É vedado à autoridade pública opinar publicamente a
cargo ou função; respeito da honorabilidade e do desempenho funcional de outra
II - custeio de despesas por particulares de forma a influenciar autoridade pública.
nas decisões administrativas.
Art. 5º No relacionamento com outros órgãos e entidades da TÍTULO III
Administração Pública do Distrito Federal, a autoridade pública DA CONDUTA ÉTICA
deve esclarecer a existência de eventual conflito de interesses e co-
municar qualquer circunstância ou fato impeditivo de sua participa- CAPÍTULO I
ção em decisão coletiva ou em órgão colegiado. DOS DEVERES E DAS VEDAÇÕES À AUTORIDADE PÚBLICA
Art. 6º As propostas de trabalho ou de negócio futuro no setor
privado e qualquer negociação que envolva conflito de interesses SEÇÃO I
devem ser imediatamente informadas pela autoridade pública dis- DOS DEVERES ÉTICOS FUNDAMENTAIS
trital à Comissão-Geral de Ética Pública, independentemente da sua
aceitação ou rejeição. Art. 10. A autoridade pública deve atuar com retidão e honra-
Art. 7º Após deixar o cargo, a autoridade pública não pode: (Ar- dez, procurando satisfazer o interesse público e evitar obter provei-
tigo Alterado(a) pelo(a) Decreto 42973 de 03/02/2022) to ou vantagem pessoal indevida para si ou para terceiro.
I - atuar em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídica, Art. 11. A observância do interesse público, especialmente no
inclusive sindicato ou associação de classe, em processo ou negócio que diz respeito à proteção e manutenção do patrimônio público,
do qual tenha participado, em razão do cargo; (Inciso Alterado(a) implica o dever de abster-se a autoridade pública de qualquer ato
pelo(a) Decreto 42973 de 03/02/2022) que importe em enriquecimento ilícito, gere prejuízo à Fazenda Pú-
II - prestar consultoria a pessoa física ou jurídica, inclusive sindi- blica, atente contra os princípios da Administração Pública ou viole
cato ou associação de classe, valendo-se de informações não divul- direito de particular.
gadas publicamente a respeito de programas ou políticas do órgão Art. 12. A autoridade pública não utilizará bens ou recursos pú-
ou da entidade da Administração Pública do Distrito Federal a que blicos, humanos ou materiais, para fins pessoais, particulares, polí-
esteve vinculado ou com que tenha tido relacionamento direto e re- ticos ou partidários, nem se valerá de sua função para obtenção de
levante nos seis meses anteriores ao término do exercício de função vantagem indevida.
pública. (Inciso Alterado(a) pelo(a) Decreto 42973 de 03/02/2022) Art. 13. A idoneidade é condição essencial para ocupação de
III - (Inciso Revogado(a) pelo(a) Decreto 42973 de 03/02/2022) cargos políticos ou comissionados no Poder Executivo do Distrito
IV - (Inciso Revogado(a) pelo(a) Decreto 42973 de 03/02/2022) Federal.
V - (Inciso Revogado(a) pelo(a) Decreto 42973 de 03/02/2022) Art. 14. São deveres da autoridade pública, dentre outros:
Art. 7º-A Na ausência de lei dispondo sobre prazo diverso, é I - agir com lealdade e boa-fé;
de quatro meses, contados da exoneração, o período de interdição II - ser justo e honesto no desempenho de suas funções e em
para atividade incompatível com o cargo anteriormente exercido, suas relações com os demais agentes públicos, superiores hierár-
obrigando-se a autoridade pública a observar, neste prazo, as se- quicos e com os usuários do serviço público;
guintes regras: (Acrescido(a) pelo(a) Decreto 42973 de 03/02/2022) III - praticar a cortesia e a urbanidade nas relações públicas e
I - não aceitar cargo de administrador ou conselheiro, ou es- respeitar a capacidade e as limitações individuais dos usuários, sem
tabelecer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica com a discriminação ou preconceito;
qual tenha mantido relacionamento oficial direto e relevante nos IV - respeitar a hierarquia administrativa;
seis meses anteriores à exoneração; (Acrescido(a) pelo(a) Decreto V - não ceder às pressões que visem a obter quaisquer favores,
42973 de 03/02/2022) benesses ou vantagens indevidas;
II - não intervir, em benefício ou em nome de pessoa física ou VI - reconhecer o mérito de cada servidor e propiciar igualdade
jurídica, junto a órgão ou entidade da Administração Pública do de oportunidade para o desenvolvimento profissional, não admitin-
Distrito Federal com que tenha tido relacionamento oficial direto do atitude que possa afetar a carreira profissional de subordinados.
e relevante nos seis meses anteriores à exoneração. (Acrescido(a) Parágrafo único. Além dos deveres listados nos incisos I a VI
pelo(a) Decreto 42973 de 03/02/2022) do caput deste artigo, os administradores de companhias estatais
Parágrafo único. Não há remuneração, pelo Poder Público, abertas devem: (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Decreto 40695 de
durante o período de interdição de que trata o caput deste artigo. 07/05/2020)
(Acrescido(a) pelo(a) Decreto 42973 de 03/02/2022) I - guardar sigilo das informações relativas a ato ou fato relevan-
te às quais tenham acesso privilegiado em razão do cargo ou posi-
ção que ocupam até sua efetiva divulgação ao mercado; e (Inciso
acrescido(a) pelo(a) Decreto 40695 de 07/05/2020)

130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - comunicar qualquer ato ou fato relevante de que tenham a) transferência de bens a cônjuge, ascendente, descendente
conhecimento ao Diretor de Relações com Investidores da Estatal, ou parente na linha colateral;
que promoverá sua divulgação, ou, no caso de omissão deste, à b) aquisição, direta ou indireta, do controle de empresa;
CVM. (Inciso acrescido(a) pelo(a) Decreto 40695 de 07/05/2020) c) outras alterações significativas ou relevantes no valor ou na
natureza do patrimônio;
SEÇÃO II II - atos de gestão de bens, cujo valor possa ser substancialmen-
DAS VEDAÇÕES te alterado por decisão ou política governamental.
§ 1º É vedado o investimento em bens cujo valor ou cotação
Art. 15. Dentre as vedações, a autoridade pública não pode: possa ser afetado por decisão ou política governamental a respeito
I - utilizar-se de cargo, emprego ou função, de facilidades, ami- da qual a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em
zades, posições e influências, para obter favorecimento, para si ou razão do cargo ou função, inclusive investimentos de renda variável
para outrem em qualquer órgão e/ou entidade públicos; ou em commodities, contratos futuros e moedas para fim especula-
II - imputar a outrem fato desabonador da moral e da ética que tivo, excetuadas aplicações em modalidades de investimento que a
sabe não ser verdade; CGEP venha a especificar.
III - ser conivente com erro ou infração a este Código; § 2º Em caso de dúvida, a CGEP poderá solicitar informações
IV - usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício adicionais e esclarecimentos sobre alterações patrimoniais a ela
regular de direito por qualquer pessoa; comunicadas pela autoridade pública ou que, por qualquer outro
V - faltar com a verdade com pessoa que necessite do atendi- meio, cheguem ao seu conhecimento.
mento em serviços públicos; e § 3º A autoridade pública poderá consultar previamente a
VI - exercer atividade profissional antiética ou relacionar o seu CGEP a respeito de ato específico de gestão de bens que pretenda
nome a empreendimento que atente contra a moral pública. realizar.
Art. 16. A autoridade pública não poderá receber salário ou ou- § 4º A fim de preservar o caráter sigiloso das informações per-
tra remuneração de fonte privada em desacordo com a lei, nem re- tinentes à situação patrimonial da autoridade pública, as comunica-
ceber transporte, hospedagem ou favores de particulares de forma ções e consultas, após serem conferidas e respondidas, serão acon-
a permitir situação que possa gerar dúvida sobre a sua probidade dicionadas em envelope lacrado, que somente poderá ser aberto
ou honorabilidade. por determinação da Comissão.
Parágrafo único. É permitida a participação em seminários, Art. 21. A autoridade pública que mantiver participação supe-
congressos e eventos semelhantes, desde que tornada pública rior a 5% (cinco por cento) do capital de sociedade de economia
eventual remuneração, bem como o pagamento das despesas de mista, de instituição financeira, ou de empresa que negocie com o
viagem pelo promotor do evento, o qual não poderá ter interesse Poder Público, tornará público este fato.
em decisão a ser tomada pela autoridade.
Art. 17. É permitido à autoridade pública o exercício não remu- TÍTULO IV
nerado de encargo de mandatário, desde que não implique a práti- DA CENSURA ÉTICA E DE OUTRAS DISPOSIÇÕES
ca de atos empresariais ou outros incompatíveis com o exercício do
seu cargo ou função. Art. 22. A violação das normas estipuladas neste Código acarre-
Art. 18. É vedada à autoridade pública a aceitação de presen- tará, sem prejuízo das medidas ou sanções administrativas, civis ou
tes, salvo de autoridades estrangeiras nos casos protocolares em criminais previstas em legislação própria, a aplicação pela Comissão
que houver reciprocidade. de Ética Pública de censura ética às autoridades em exercício ou já
Parágrafo único. Não se consideram presentes para os fins des- exoneradas.
te artigo os brindes que: § 1º A fundamentação da aplicação da censura ética constará
I - não tenham valor comercial; em Relatório, assinado por todos os integrantes da Comissão-Geral
II - distribuídos por entidades de qualquer natureza a título de de Ética, com a ciência do agente público faltoso.
cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de even- § 2º A Comissão de Ética Pública poderá adotar outras provi-
tos especiais ou datas comemorativas, não ultrapassem o valor de dências que estejam no seu âmbito de competência, além da apli-
R$ 100,00. cação da censura ética.
Art. 23. A Comissão-Geral de Ética Pública deverá encaminhar o
SEÇÃO III Relatório à autoridade competente.
DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS Parágrafo único. Caberá à autoridade competente avaliar a
oportunidade e conveniência de eventual exoneração do cargo em
Art. 19. Além da declaração de bens e rendas de que trata a Lei comissão ou dispensa da função de confiança, conforme avaliação
Federal nº 8.730, de 10 de novembro de 1993, a autoridade pública, ao grau de censurabilidade da conduta.
no prazo de 10 dias contados de sua posse, enviará à Comissão-Ge- Art. 24. As normas previstas neste Código de Conduta da Alta
ral de Ética Pública - CGEP informações sobre sua situação patri- Administração Pública Direta e Indireta do Distrito Federal aplicam-
monial que, real ou potencialmente, possa suscitar conflito com o -se sem prejuízo dos deveres funcionais e sanções disciplinares
interesse público, indicando o modo pelo qual irá evitá-lo. previstas em lei, bem como da apuração de responsabilidade civil,
Art. 20. As alterações relevantes no patrimônio da autoridade penal e administrativa.
pública deverão ser imediatamente comunicadas à CGEP, especial-
mente quando se tratar de:
I - atos de gestão patrimonial que envolvam:

131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ANEXO II VI - declarar suspeição, impedimento e eventual circunstância


CÓDIGO DE ÉTICA DOS SERVIDORES E EMPREGADOS PÚBLI- configuradora de conflito de interesses que implique em ofensa à
COS CIVIS DO PODER EXECUTIVO DO DISTRITO FEDERAL legitimidade de participação em processo administrativo, procedi-
mento e decisão monocrática ou em órgão colegiado;
CAPÍTULO I VII - abster-se de utilizar o cargo, função ou emprego público
PARTE GERAL para obter benefícios ou vantagens indevidas para si ou para ou-
trem;
Art. 1º O Código de Ética dos Servidores e Empregados Públicos VIII - não promover manifestações de apreço ou desapreço na
Civis do Poder Executivo do Distrito Federal, sem prejuízo da aplica- repartição;
ção de outras normas constitucionais e legais, tem por finalidade: IX - levar ao conhecimento da autoridade competente ato ou
I - tornar claras e acessíveis as regras éticas de conduta a serem fato de que teve conhecimento que possa causar prejuízo à Admi-
observadas e praticadas pelos servidores e empregados públicos; nistração Pública ou constituir infração ou violação a qualquer dis-
II - garantir a necessária integridade, lisura, legitimidade e posição deste Código;
transparência à Administração Pública; X - abster-se de atuar com proselitismo político a favor ou con-
III - preservar a imagem e a reputação dos servidores e em- tra partidos políticos ou candidatos através da utilização do cargo,
pregados públicos do Distrito Federal, cujas condutas estejam de da função ou do emprego público ou por meio da utilização de in-
acordo com as normas éticas previstas neste Código. fraestrutura, bens ou recursos públicos;
Art. 2º Todos os agentes da Administração Pública Distrital têm XI - não participar de transações ou operações financeiras utili-
deveres éticos aos quais aderem automaticamente no momento de zando informação privilegiada da entidade a que pertence ou tenha
sua investidura. Além de observar os princípios da legalidade, im- acesso por sua condição ou exercício do cargo, função ou emprego
pessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, cortesia, propor- que desempenha, nem permitir o uso impróprio da informação para
cionalidade, razoabilidade, probidade, segurança jurídica, suprema- interesse incompatível com o interesse da Administração Pública;
cia do interesse público, finalidade e motivação, devem pautar-se XII - prestar contas da gestão dos bens, direitos e serviços reali-
pelos padrões da ética. zados à coletividade no exercício das atribuições;
Art. 3º Aos servidores e empregados públicos impõe-se atua- XIII - atuar com diligência, sobriedade, profissionalismo e com-
ção profissional condizente com o cargo e a busca permanente do prometimento, no exercício das atribuições;
interesse público e do bem comum, observando em sua função ou XIV - apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
fora dela, a dignidade, o decoro, o zelo e os princípios morais em exercício do cargo, da função ou do emprego público;
busca da excelência profissional, ciente de que seus atos, compor- XV - velar pela regularidade e eficácia dos processos ou deci-
tamentos e atitudes implicam diretamente na preservação da ima- sões nas quais intervenha;
gem da Administração Pública. XVI - abster-se de praticar atos que prejudiquem as funções ou
Parágrafo único. A idoneidade é condição essencial para ocupa- a reputação de outros servidores públicos ou cidadãos;
ção de cargo comissionado pelos servidores ou empregados públi- XVII - guardar assiduidade, pontualidade, eficiência e eficácia
cos do Distrito Federal. no cumprimento das atribuições;
Art. 4º A observância do interesse público, especialmente no XVIII - comunicar previamente ao superior hierárquico eventu-
que diz respeito à proteção e manutenção do patrimônio público, ais ausências;
implica o dever de abster-se o agente da prática de ato que importe XIX - não se retirar da repartição pública, sem estar autorizado,
em reconhecimento ilícito, gere prejuízo à Fazenda Pública, atente qualquer documento, livro, processo ou bem pertencente ao patri-
contra os princípios da Administração Pública ou viole direito de mônio público;
particular. XX - não exercer atividade profissional incompatível com os ter-
mos deste Código ou associar o seu nome a empreendimento de
CAPÍTULO II natureza duvidosa que comprometa a idoneidade ou a legitimidade
VEDAÇÕES E DEVERES funcional;
XXI - não utilizar sua identidade funcional com abuso de poder
Art. 5º É vedado ao servidor ou empregado público agir com ou desvio de finalidade com o objetivo de obter vantagem ou be-
discriminação ou preconceito. nefício estranho ao exercício do cargo, função ou emprego público;
Art. 6º É dever do servidor ou empregado público: XXII - não exercer atividade privada incompatível com o exercí-
I - agir com cordialidade, urbanidade, disponibilidade e atenção cio do cargo, função ou emprego público, observadas as restrições
com todos os usuários do serviço público; dispostas no art. 37, inciso XVI, da Constituição da República Fede-
II - desempenhar as atribuições com probidade, retidão, justiça rativa do Brasil de 1988 e no art. 19, inciso XV, da Lei Orgânica do
e lealdade com vistas à plena realização do interesse público; Distrito Federal;
III - exercer as atribuições com eficiência e excelência, evitando XXIII - utilizar os recursos públicos disponíveis com responsabi-
ações que atrasem a prestação do serviço público; lidade, economicidade e clareza;
IV - guardar reserva e discrição sobre fatos e informações de XXIV - proteger e conservar os bens do Estado, devendo uti-
que tenha conhecimento em razão do exercício de suas atribuições, lizá-los para o desempenho das atribuições de maneira racional e
sem prejuízo dos deveres e responsabilidades previstas em normas eficiente;
que regulam o sigilo administrativo;
V - dar cumprimento às ordens superiores, ressalvadas aquelas
manifestamente ilegais;

132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XXV - resistir a pressões de quaisquer origens que visem à ob- II - os brindes de distribuição coletiva a título de divulgação ou
tenção de favores, benesses ou vantagens indevidas, bem como de patrocínio estipulados contratualmente por ocasião de eventos es-
adoção de conduta em violação da lei e dos preceitos éticos que peciais ou em datas comemorativas, nos limites do contrato;
orientam a atuação do servidor público, e comunicá-las a seus su- III - os presentes de menor valor realizados em razão de vínculo
periores; de amizade ou relação pessoal ou decorrentes de acontecimentos
XXVI - assumir a responsabilidade pela execução do seu tra- no qual seja usual efetuá-los; e
balho e pelos pareceres e opiniões profissionais de sua autoria, IV - ingressos para participação em atividades, shows, eventos,
apoiando-se em documentos e evidências que permitam convicção simpósios, congressos ou convenções, desde que ajustados em con-
da realidade ou da veracidade dos fatos ou das situações apresenta- trapartida de contrato administrativo ou convênio.
das, de modo a evitar posicionamentos meramente pessoais; Art. 11. Ao servidor ou empregado público é facultada a par-
XXVII - manter-se atualizado em relação à legislação, aos regu- ticipação em eventos, seminários, simpósios e congressos, desde
lamentos e demais normas relativas ao desempenho de suas atri- que eventual remuneração, vantagem ou despesa não implique em
buições; situação caracterizadora de conflito de interesses, aplicando-se no
XXVIII - não fazer uso de informações privilegiadas ou recober- que couber a Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013.
tas de sigilo, em favor de si próprio, parentes, amigos ou quaisquer § 1º Considera-se conflito de interesse a situação gerada pelo
terceiros. confronto de pretensões públicas e privadas que possa compro-
Art. 7º No exercício das atribuições, o servidor ou empregado meter o interesse coletivo ou influenciar o desempenho da função
público deve atuar com comprometimento ético e moral, cujos ele- pública.
mentos são indissociáveis para o alcance de sua finalidade social. § 2º A ocorrência de conflito de interesses independe da exis-
Art. 8º O servidor ou empregado público deve viabilizar a pu- tência de prova de lesão ao patrimônio público, do recebimento de
blicidade dos atos administrativos por meio de ações transparentes qualquer vantagem ou ganho pelo servidor, empregado público ou
que permitam o acesso às informações governamentais, nos ter- terceiro.
mos da Lei nº 4.990, de 12 de dezembro de 2012 e do Decreto nº CAPÍTULO IV
34.276, de 11 de abril de 2013. SANÇÕES ÉTICAS E PROCEDIMENTO
Art. 9º Diante de situações excepcionais e extraordinárias, o
servidor ou empregado público deve ser diligente e proativo, na Art. 12. A violação aos dispositivos estabelecidos no presente
medida de suas competências, para realizar as tarefas necessárias Código enseja ao servidor ou empregado público infrator a aplica-
para mitigar, neutralizar ou superar as dificuldades momentâneas. ção de censura ética.
Parágrafo único. A aplicação da censura ética não implica preju-
CAPÍTULO III ízo das penalidades previstas no regime jurídico específico aplicável
REGIME DE BENEFÍCIOS ao cargo, função ou emprego público, nem das responsabilidades
penais e civis estabelecidas em lei.
Art. 10. O servidor ou empregado público não deve, direta ou Art. 13. Em caso de violação ao presente código, cada órgão ou
indiretamente, solicitar, insinuar, aceitar ou receber bens, benefí- entidade, deve instaurar o procedimento para apuração de respon-
cios ou quaisquer vantagens materiais ou imateriais, para si ou para sabilidade correspondente a cada caso.
outrem, em razão do exercício de suas atribuições, cargo, função ou § 1º O procedimento deve ser instruído com a manifestação da
emprego público. respectiva assessoria jurídica e da Comissão de Ética responsável de
§ 1º Entende-se como bens e vantagens de natureza indevida cada órgão ou entidade.
quaisquer benefícios, viagens, hospedagens, privilégios, transporte § 2º A censura ética prevista no artigo anterior deve ser aplica-
ou valor, especialmente se proveniente de pessoa física ou jurídica da pela Comissão de Ética responsável de cada órgão ou entidade.
que: § 3º As Comissões de Ética devem encaminhar Relatório ao Di-
I - tenha atividade regulada ou fiscalizada pelo órgão ou enti- rigente Máximo do Órgão e Entidade, relatando o grau de censura-
dade em que o servidor ou empregado público desempenhe atri- bilidade da conduta.
buições;
II - administre ou explore concessões, autorizações ou permis- CAPÍTULO V
sões concedidas por órgão ou entidade no qual o servidor ou em- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
pregado público esteja vinculado;
III - seja ou pretenda ser contratada por órgão ou entidade em Art. 14. Este Código aplica-se aos servidores e empregados
que o servidor ou empregado público desempenhe atribuições; públicos do Distrito Federal, sem prejuízo da aplicação das normas
IV - aguarde decisão ou ação do órgão ou entidade em que o específicas a cada carreira e de outros regimes jurídicos vigentes.
servidor ou empregado público desempenhe atribuições; Art. 15. As infrações às normas deste Código praticadas por
V - tenha interesse que possa ser afetado por decisão, ação, empregados terceirizado podem acarretar na substituição destes
retardamento ou omissão do órgão ou entidade em que o servidor pela empresa prestadora de serviços.
ou empregado público desempenhe atribuições. Parágrafo único. O gestor do contrato é responsável pela con-
§ 2º Não serão considerados como bens e vantagens de natu- dução do procedimento da solicitação de substituição do emprega-
reza indevida: do terceirizado.
I - as condecorações, honrarias e reconhecimentos protocola- Art. 16. O provimento no serviço público implica a ciência das
res recebidos de governos, organismos nacionais e internacionais normas deste Código, vedado a alegação de desconhecimento.
ou entidades sem fins lucrativos, nas condições em que a lei e o
costume oficial admitam esses benefícios;

133
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ANEXO III IV - coordenar, avaliar e supervisionar a atuação das comissões


DAS COMISSÕES DE ÉTICA NO PODER EXECUTIVO DO de ética dos órgãos e entidades do Poder Executivo do Distrito Fe-
DISTRITO FEDERAL deral;
V - organizar e desenvolver, em cooperação com outros órgãos/
TÍTULO I entidades, cursos, manuais, cartilhas, palestras, seminários e outras
DA GESTÃO DA ÉTICA ações de capacitação e disseminação do Código de Conduta da Alta
Administração e do Código de Ética dos Servidores e Empregados
CAPÍTULO I Públicos Civis do Poder Executivo do Distrito Federal;
DA COMISSÃO-GERAL DE ÉTICA PÚBLICA VI - elaborar plano de trabalho específico, envolvendo, se for o
caso, outros órgãos e entidades do Distrito Federal com o objetivo
Art. 1º Fica criada a Comissão-Geral de Ética Pública - CGEP, de criar eficiente sistema de informação, educação, acompanha-
vinculada ao Governador do Distrito Federal, com a finalidade de mento e avaliação de resultados da gestão ética distrital;
promover atividades que dispõem sobre a conduta ética de servi- VII - aprovar o seu regimento interno; e
dores e empregados públicos, em especial: VIII - desenvolver outras atividades inerentes à sua finalidade.
I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a § 1º À Casa Civil do Distrito Federal compete prestar o apoio
ética pública; técnico e administrativo à CGEP. (Parágrafo Alterado(a) pelo(a) De-
II - contribuir para a implementação de políticas públicas tendo creto 42973 de 03/02/2022)
a transparência e o acesso à informação como instrumentos funda- § 2º Cumpre à CGEP responder a consultas sobre aspectos éti-
mentais para o exercício da gestão da ética pública; cos que lhe forem dirigidas pelas demais Comissões de Ética e pe-
III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a com- los órgãos e entidades que integram o Poder Executivo do Distrito
patibilização e interação de normas, procedimentos técnicos e de Federal, bem como pelos cidadãos e servidores que venham a ser
gestão relativos à ética pública; e indicados para ocupar cargo ou função abrangida pelo Código de
IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedi- Conduta da Alta Administração do Distrito Federal.
mentos de incentivo e incremento ao desempenho institucional na
gestão da ética pública do Distrito Federal. CAPÍTULO II
Art. 2º A CGEP será integrada por 5 membros titulares e 5 su- DAS COMISSÕES DE ÉTICA
plentes, que devem ser cidadãos de reconhecida idoneidade moral,
reputação ilibada e experiência na administração pública, e desig- Art. 4º Em todos os órgãos e entidades do Poder Executivo
nados pelo Governador do Distrito Federal, para mandatos de 2 deve haver Comissão de Ética, integrada por 3 servidores ou empre-
anos, permitida uma recondução. (Artigo Alterado(a) pelo(a) De- gados públicos efetivos e respectivos suplentes e criada por meio
creto 42973 de 03/02/2022) de Portaria do respectivo Secretário de Estado ou do dirigente má-
§ 1º A atuação no âmbito da CGEP não enseja qualquer remu- ximo da entidade, encarregada de orientar e aconselhar sobre a éti-
neração para seus membros e os trabalhos nela desenvolvidos são ca funcional do servidor e empregado público, no tratamento com
considerados prestação de relevante serviço público, devendo ser as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer
registrados nos assentamentos funcionais do integrante. concretamente de atos susceptíveis de censura ética. (Artigo Alte-
§ 2º O Presidente da Comissão-Geral de Ética Pública será elei- rado(a) pelo(a) Decreto 43170 de 31/03/2022)
to dentre seus membros e terá o voto de qualidade em caso de I - (Inciso Revogado(a) pelo(a) Decreto 43170 de 31/03/2022)
empate nas deliberações. II - (Inciso Revogado(a) pelo(a) Decreto 43170 de 31/03/2022)
§ 3º Ficará suspenso da Comissão, até o trânsito em julgado, § 1º A criação de Comissão de Ética prevista no caput não se
o membro que vier a ser indiciado criminalmente, responder a aplica às Administrações Regionais, cuja apuração de eventual in-
processo administrativo disciplinar ou transgredir a qualquer dos fração ética deverá ser promovida pela Comissão instalada na Se-
preceitos do Código de Ética dos Servidores e Empregados Públicos cretaria de Estado supervisora.
Civis do Poder Executivo do Distrito Federal e do Código de Conduta § 2º No caso de inexistirem condições objetivas para apuração
da Alta Administração. de violações éticas no âmbito do órgão ou entidade, ou mesmo em
Art. 3º À CGEP compete: face da inexistência de Comissão de Ética pelos mesmos motivos, a
I - atuar como instância consultiva do Governador do Distrito autoridade máxima pode utilizar-se de Comissão de Ética instalada
Federal e dos Secretários de Estado em matéria de ética pública; em outro Órgão ou Entidade ou das comissões permanentes ou es-
II - administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Admi- peciais de apuração de responsabilidade já existentes. (Parágrafo
nistração do Distrito Federal, devendo: Alterado(a) pelo(a) Decreto 42973 de 03/02/2022)
a) receber propostas e sugestões para o seu aprimoramento e § 3º Os membros de cada Comissão de Ética serão escolhidos
modernização, submetendo-as ao Governador do Distrito Federal; entre servidores e empregados do seu quadro permanente, entre
b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas, brasileiros de reconhecida idoneidade moral, reputação ilibada e
deliberando sobre casos omissos; dotados de conhecimentos de Administração Pública e designados
c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desa- pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão, para man-
cordo com as normas nele previstas, quando praticadas pelas auto- datos de 2 anos, permitida uma recondução.
ridades a ele submetidas; § 4º A Portaria a que se refere o caput deverá ser publicada no
III - dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código Diário Oficial do Distrito Federal, com a indicação dos nomes dos
de Ética dos Servidores e Empregados Públicos Civis do Poder Exe- membros titulares e dos respectivos suplentes.
cutivo do Distrito Federal;

134
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 5º A atuação, no âmbito da Comissão de Ética não enseja VII - desenvolver ou supervisionar a elaboração de estudos e
qualquer remuneração para seus membros e os trabalhos nela pareceres com vistas a subsidiar o processo de tomada de decisão
desenvolvidos serão considerados prestação de relevante serviço da Comissão; e
público, devendo ser registrados nos assentamentos funcionais do VIII - solicitar às autoridades submetidas ao Código de Conduta
integrante. da Alta Administração informações e subsídios para instruir assunto
§ 6º Ficará suspenso da Comissão de Ética, até o trânsito em sob apreciação da Comissão de Ética.
julgado, o membro que vier a ser indiciado criminalmente, respon-
der a processo administrativo disciplinar ou transgredir a qualquer CAPÍTULO IV
dos preceitos do Código de Ética dos Servidores e Empregados Pú- DOS DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS MEMBROS DAS
blicos Civis do Poder Executivo do Distrito Federal. COMISSÕES DE ÉTICA
Art. 5º É dever do titular do órgão ou entidade da Administra-
ção Pública do Distrito Federal: Art. 10. Os membros de Comissão de Ética obrigam-se a apre-
I - assegurar as condições de trabalho para que as comissões sentar e manter arquivadas declarações de bens e rendas, assim
de ética cumpram suas funções, inclusive para que do exercício das como informações sobre sua situação patrimonial que, real ou po-
atribuições de seus integrantes não lhes resulte qualquer prejuízo tencialmente, possam suscitar conflito com o interesse público.
ou dano; e Art. 11. O membro de Comissão de Ética que estiver relaciona-
II - conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da ética con- do com matéria que envolva servidor ou empregado público sub-
forme processo coordenado pela Comissão-Geral de Ética Pública. metido ao Código de Ética do Poder Executivo do Distrito Federal
deverá abster-se de participar de deliberação, declarando seu im-
CAPÍTULO III pedimento.
DAS ATRIBUIÇÕES DAS COMISSÕES DE ÉTICA Art. 12. As matérias examinadas nas reuniões da Comissão de
Ética são consideradas de caráter sigiloso até a deliberação final.
Art. 6º Cada Comissão de Ética contará com um secretário e um Art. 13. Os membros da Comissão não poderão se manifestar
presidente, escolhidos dentre seus membros, vinculada administra- publicamente sobre situação específica que possa vir a ser objeto
tivamente à autoridade máxima do órgão ou entidade. de sua deliberação formal.
Art. 7º Compete ao Presidente da Comissão Ética: Art. 14. Os membros da Comissão deverão justificar previa-
I - convocar e presidir as reuniões; mente eventual impossibilidade de comparecer às reuniões.
II - orientar os trabalhos da comissão, ordenar os debates, ini-
ciar e concluir as deliberações; CAPÍTULO V
III - tomar os votos e proclamar os resultados; DAS COMPETÊNCIAS DA COMISSÃO DE ÉTICA
IV - autorizar a presença de pessoas nas reuniões que, por si ou
por entidades que representem, possam contribuir para os traba- Art. 15. Compete às Comissões de Ética:
lhos da Comissão; I - orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor
V - assinar correspondência externa em nome da Comissão e no tratamento com as pessoas e com o patrimônio;
solicitar as assinaturas dos demais membros quando considerar II - atuar como instância consultiva de dirigentes, servidores e
conveniente; empregados públicos no âmbito de seu respectivo órgão ou enti-
VI - proferir voto de qualidade; e dade;
VII - decidir os casos de urgência ad referendum da Comissão. III - convocar servidor e empregado público para prestar infor-
Art. 8º Compete aos membros da Comissão de Ética: mações ou apresentar documentos;
I - examinar as matérias que lhe forem submetidas, emitindo IV - esclarecer e julgar comportamentos eticamente duvidosos;
pareceres; V - aproveitar, sempre que possível, os eventos de treinamento
II - pedir vista de matéria em deliberação na Comissão; de agentes públicos para divulgação das normas de conduta ética,
III - solicitar informações a respeito de matérias sob exame da por meio de explanação ou distribuição de folhetos, folders e ou-
Comissão; e tros instrumentos congêneres;
IV - representar a Comissão em atos públicos, por delegação VI - inserir, quando cabível, nos manuais e procedimentos téc-
do Presidente. nicos, cartilhas e similares, mensagens que contemplem conduta
Art. 9º Compete ao Secretário da Comissão de Ética: ética apropriada, divulgando normas de conduta dos agentes públi-
I - organizar a agenda das reuniões e assegurar o apoio logístico cos e o funcionamento da Comissão;
à Comissão; VII - elaborar plano de trabalho específico para a gestão da éti-
II - secretariar as reuniões da Comissão; ca no órgão ou entidade, com o objetivo de criar meios suficientes e
III - proceder ao registro das reuniões e à elaboração de suas eficazes de informação, educação e monitoramento relacionados às
atas; normas de conduta do servidor ou empregado público;
IV - dar apoio à Comissão e seus integrantes para o cumprimen- VIII - elaborar estatísticas de processos analisados, acompa-
to das atividades que lhe sejam próprias; nhando a evolução numérica para que sirva de subsídios à elabora-
V - instruir as matérias sujeitas a deliberações; ção de relatórios gerenciais nos quais constem dados sobre a efeti-
VI - providenciar, previamente à instrução de matéria para deli- vidade de gestão pública;
beração pela Comissão, parecer sobre a legalidade de ato a ser por IX - aplicar o Código de Ética dos Servidores e Empregados Pú-
ela baixado; blicos Civis do Poder Executivo do Distrito Federal devendo:

135
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) receber propostas e sugestões para o seu aprimoramento § 4º Concluída a instrução processual, as Comissões de Ética
e modernização submetendo-as à Comissão-Geral de Ética Pública proferirão decisão conclusiva e fundamentada.
para seu aperfeiçoamento; § 5º Se a conclusão for pela existência de falta ética, as Comis-
b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas normas e sões de Ética tomarão as seguintes providências, no que couber:
deliberar sobre casos omissos; I - encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou
c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desa- função de confiança à autoridade hierarquicamente superior ou de-
cordo com as normas éticas pertinentes; e volução ao órgão de origem, conforme o caso; e
d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão ou II - encaminhamento, conforme o caso, para a Controlado-
entidade a que estiver vinculada, o desenvolvimento de ações ob- ria-Geral do Distrito Federal ou unidade específica do Sistema de
jetivando a disseminação, capacitação e treinamento sobre as nor- Correição do Distrito Federal de que trata a Lei nº 4.938, de 19 de
mas de ética e disciplina; setembro de 2012, para exame de eventuais transgressões discipli-
X - Comunicar à CGEP situações que possam configurar des- nares.
cumprimento do Código de Conduta da Alta Administração do Dis- § 6º A recomendação prevista no inciso I do § 5º será feita com
trito Federal; e avaliação do grau de censurabilidade da conduta.
XI - desenvolver outras atividades inerentes à sua finalidade. Art. 22. Será mantido com a chancela de reservado, até que es-
teja concluído qualquer procedimento instaurado para apuração de
CAPÍTULO VI prática em desrespeito às normas éticas, com acesso ao interessado
DO FUNCIONAMENTO DA COMISSÃO DE ÉTICA e seu representante.
§ 1º Concluída a investigação e após a deliberação da Comissão
Art. 16. O dirigente máximo de cada órgão ou entidade auto- do órgão ou entidade, os autos deixarão de ser reservados.
rizará, se houver necessidade, a dedicação exclusiva dos servidores § 2º Na hipótese de os autos estarem instruídos com documen-
designados para integrar a Comissão de Ética. to acobertado por sigilo legal, o acesso a esse tipo de documento
Art. 17. Compete aos dirigentes máximos dos órgãos e entida- somente será permitido a quem detiver direito perante o órgão ou
des do Poder Executivo do Distrito Federal: entidade originariamente encarregado da sua guarda.
I - observar e fazer observar as normas de ética e disciplina; § 3º Para resguardar o sigilo de documentos que assim devam
II - constituir a Comissão de Ética, nos termos do art. 4º, do ser mantidos, as Comissões, depois de concluído o processo de in-
Anexo III, deste Decreto; (Inciso Alterado(a) pelo(a) Decreto 42973 vestigação, providenciarão para que tais documentos sejam desen-
de 03/02/2022) tranhados dos autos, lacrados e acautelados.
III - garantir os recursos humanos, materiais e financeiros para Art. 23. A qualquer pessoa que esteja sendo investigada no re-
que a Comissão de Ética cumpra com suas atribuições; e cinto das Comissões de Ética é assegurado o direito de saber o que
IV - atender com prioridade às solicitações da CGEP. lhe está sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e de ter
Art. 18. As reuniões da Comissão de Ética ocorrerão por inicia- vista dos autos mesmo que ainda não tenha sido notificada da exis-
tiva do seu Presidente. tência do procedimento investigatório.
Art. 19. Os trabalhos das Comissões de Ética devem ser desen- Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo inclui o de
volvidos com observância dos seguintes princípios: obter cópia dos autos e de certidão do seu teor.
I - celeridade; Art. 24. As Comissões de Ética não poderão se eximir de funda-
II - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada; mentar o julgamento da falta ética do servidor, empregado público
III - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser man- ou prestador de serviços contratado, alegando a falta de previsão
tida sob reserva, se este assim o desejar; e no Código de Ética do Poder Executivo do Distrito Federal, cabendo-
IV - independência e imparcialidade dos seus membros na apu- -lhe recorrer à analogia, aos costumes e princípios éticos e morais
ração dos fatos. conhecidos em outras profissões. Parágrafo único. Havendo dúvida
Art. 20. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de quanto à legalidade, a Comissão de Ética competente deverá ouvir
direito privado, associação ou entidade de classe poderá provocar a previamente a assessoria jurídica do órgão ou entidade.
atuação da Comissão de Ética, visando à apuração de infração ética Art. 25. As Comissões de Ética, sempre que constatarem a pos-
imputada a agente público, órgão ou setor específico do Poder Exe- sível ocorrência de ilícitos penais, civis ou administrativos, encami-
cutivo do Distrito Federal. nharão cópia dos autos às autoridades competentes para apuração
Art. 21. O processo de apuração de prática de ato em desres- dos fatos, sem prejuízo das medidas de sua competência.
peito ao preceituado no Código de Ética dos Servidores e Empre- Art. 26. As decisões das Comissões de Ética, na análise de qual-
gados Públicos Civis do Poder Executivo do Distrito Federal será quer fato ou ato submetido à sua apreciação ou por ela levantado,
instaurado, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada, res- serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos inves-
peitando-se o contraditório e ampla defesa pela Comissão de Ética, tigados, divulgadas no sítio do próprio órgão, bem como remetidas
que notificará o investigado para manifestar-se por escrito no prazo à Comissão- Geral de Ética Pública.
de 5 dias. Art. 27. A conclusão da apuração não excederá 20 dias, conta-
§ 1º O investigado poderá produzir prova documental e teste- dos da data de instauração do processo, admitida a sua prorrogação
munhal necessárias à sua defesa. por igual período.
§ 2º As Comissões poderão requisitar os documentos que en-
tenderem necessários à instrução probatória, inclusive promover
diligências e solicitar parecer.
§ 3º Na hipótese de serem juntados novos elementos de prova,
o investigado será notificado para se manifestar no prazo de 10 dias.

136
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

TÍTULO II TÍTULO II
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO

Art. 28. Os trabalhos na Comissão-Geral de Ética Pública e nas CAPÍTULO I


Comissões de Ética são considerados relevantes e têm prioridade DA IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL
sobre as atribuições próprias dos cargos dos seus membros, quan-
do estes não atuarem com exclusividade na Comissão. SEÇÃO I
Art. 29. Os órgãos e entidades da Administração Pública do Dis- DA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL
trito Federal darão tratamento prioritário às solicitações de docu- (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
mentos necessários à instrução dos procedimentos de investigação
instaurados pela Comissão-Geral de Ética Pública e pelas Comissões Art. 13 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social é obriga-
de Ética. tória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza
Parágrafo único. As autoridades competentes não poderão ale- rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por conta
gar sigilo para deixar de prestar informação solicitada pela Comis- própria de atividade profissional remunerada. (Redação dada pelo
são-Geral de Ética Pública e pelas Comissões de Ética dos órgãos e Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
entidades. § 1º - O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, a quem:
Art. 30. A infração de natureza ética cometida por membro de (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
Comissão de Ética será apurada pela Comissão-Geral de Ética Pú- I - proprietário rural ou não, trabalhe individualmente ou em
blica. regime de economia familiar, assim entendido o trabalho dos mem-
Art. 31. A Comissão-Geral de Ética Pública manterá controle bros da mesma família, indispensável à própria subsistência, e exer-
das decisões finais tomadas pelas Comissões de Ética para fins de cido em condições de mútua dependência e colaboração;(Incluído
consulta pelos órgãos ou entidades da Administração Pública do pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
Distrito Federal. II - em regime de economia familiar e sem empregado, explore
Art. 32. Os Presidentes das Comissões de Ética atuarão como área não excedente do módulo rural ou de outro limite que venha a
agentes de ligação com a CGEP, que disporá em Resolução própria ser fixado, para cada região, pelo Ministério do Trabalho e Previdên-
sobre as atividades que deverão desenvolver para o cumprimento cia Social. (Incluído pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
de suas atribuições. § 2º A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) obede-
Art. 33. Caberá recurso ao dirigente máximo do órgão ou enti- cerá aos modelos que o Ministério da Economia adotar. (Redação
dade nos julgamentos exarados pelas Comissões de Ética. dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 1º O recurso deverá ser fundamentado e interposto perante § 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
a própria Comissão ou a CGEP, cabendo a estas o juízo de reconsi- § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
deração da decisão em 5 dias ou neste prazo encaminhá- lo, devida-
mente instruído, ao dirigente máximo do órgão ou entidade. SEÇÃO II
§ 2º São irrecorríveis as instaurações e demais deliberações da DA EMISSÃO DA CARTEIRA
referida Comissão. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
§ 3º Caberá recurso ao Governador do Distrito Federal dos jul-
gamentos da Comissão-Geral de Ética. Art. 14. A CTPS será emitida pelo Ministério da Economia pre-
Art. 34. A investidura em cargo ou função pública ou a cele- ferencialmente em meio eletrônico. (Redação dada pela Lei nº
bração de contrato de trabalho por agentes públicos deverá ser 13.874, de 2019)
acompanhado de Termo de Compromisso, em que o interessado Parágrafo único. Excepcionalmente, a CTPS poderá ser emitida
reconhece e se compromete a observar as normas do Código de em meio físico, desde que: (Redação dada pela Lei nº 13.874, de
Conduta da Alta Administração ou Código de Ética dos Servidores e 2019)
Empregados Públicos Civis do Poder Executivo do Distrito Federal. I - nas unidades descentralizadas do Ministério da Economia
que forem habilitadas para a emissão; (Incluído pela Lei nº 13.874,
de 2019)
DECRETO-LEI NO 5.452/1943 (CONSOLIDAÇÃO DAS II - mediante convênio, por órgãos federais, estaduais e mu-
LEIS DO TRABALHO – CLT): TÍTULO II – DAS NORMAS nicipais da administração direta ou indireta; (Incluído pela Lei nº
GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO 13.874, de 2019)
III - mediante convênio com serviços notariais e de registro,
sem custos para a administração, garantidas as condições de segu-
DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943
rança das informações. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 15. Os procedimentos para emissão da CTPS ao interessa-
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. do serão estabelecidos pelo Ministério da Economia em regulamen-
() to próprio, privilegiada a emissão em formato eletrônico. (Redação
dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 16. A CTPS terá como identificação única do empregado o
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF). (Redação
dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)

137
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) § 6º A comunicação pelo trabalhador do número de inscrição
IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) no CPF ao empregador equivale à apresentação da CTPS em meio
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.874, digital, dispensado o empregador da emissão de recibo. (Incluído
de 2019) pela Lei nº 13.874, de 2019)
a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) § 7º Os registros eletrônicos gerados pelo empregador nos sis-
b) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) temas informatizados da CTPS em meio digital equivalem às anota-
Art. 17 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019) ções a que se refere esta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 18 (Revogado pela Lei nº 7.855, de 1989) § 8º O trabalhador deverá ter acesso às informações da sua
Art. 19 - (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) CTPS no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a partir de sua ano-
Art. 20 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019) tação. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 21 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019) Art. 29-A. O empregador que infringir o disposto no caput e no
Art. 22 - (Revogado pelo Decreto-Lei nº 926, de 10.10.1969) § 1º do art. 29 desta Consolidação ficará sujeito a multa no valor de
Art. 23 - (Revogado pelo Decreto-Lei nº 926, de 10.10.1969) R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado prejudicado, acrescido
Art. 24 - (Revogado pelo Decreto-Lei nº 926, de 10.10.1969) de igual valor em cada reincidência. (Incluído pela Lei nº 14.438, de
2022) Produção de efeitos
SEÇÃO III § 1º No caso de microempresa ou de empresa de pequeno por-
DA ENTREGA DAS CARTEIRAS DE TRABALHO E te, o valor final da multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos
PREVIDÊNCIA SOCIAL reais) por empregado prejudicado. (Incluído pela Lei nº 14.438, de
2022) Produção de efeitos
Art. 25 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019) § 2º A infração de que trata o caput deste artigo constitui exce-
Art. 26 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019) ção ao critério da dupla visita. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022)
Art. 27. (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Produção de efeitos
Art. 28. (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Art. 29-B. Na hipótese de não serem realizadas as anotações a
que se refere o § 2º do art. 29 desta Consolidação, o empregador
SEÇÃO IV ficará sujeito a multa no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) por
DAS ANOTAÇÕES empregado prejudicado. (Incluído pela Lei nº 14.438, de 2022) Pro-
dução de efeitos
Anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social Art. 30 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 29. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para Art. 31 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019)
anotar na CTPS, em relação aos trabalhadores que admitir, a data Art. 32 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019)
de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, fa- Art. 33 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019)
cultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, con- Art. 34 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019)
forme instruções a serem expedidas pelo Ministério da Economia. Art. 35 - (Revogado pela Lei nº 6.533, de 24.5.1978)
(Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 1º As anotações concernentes à remuneração devem especi- SEÇÃO V
ficar o salário, qualquer que seja sua forma de pagamento, seja êle DAS RECLAMAÇÕES POR FALTA OU RECUSA DE ANOTAÇÃO
em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta.
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) Art. 36 - Recusando-se a emprêsa fazer às anotações a que se
§ 2º - As anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social refere o art. 29 ou a devolver a Carteira de Trabalho e Previdência
serão feitas: (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Social recebida, poderá o empregado comparecer, pessoalmente
a) na data-base; (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) ou intermédio de seu sindicato perante a Delegacia Regional ou ór-
b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador; (Redação gão autorizado, para apresentar reclamação. (Redação dada pelo
dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
c) no caso de rescisão contratual; ou (Redação dada pela Lei nº Art. 37 - No caso do art. 36, lavrado o têrmo de reclamação,
7.855, de 24.10.1989) determinar-se-á a realizarão de diligência para instrução do feito,
d) necessidade de comprovação perante a Previdência Social. observado, se fôr o caso o disposto no § 2º do art. 29, notificando-
(Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) -se posteriormente o reclamado por carta registrada, caso persista
§ 3º - A falta de cumprimento pelo empregador do disposto a recusa, para que, em dia e hora prèviamente designados, venha
neste artigo acarretará a lavratura do auto de infração, pelo Fiscal prestar esclarecimentos ou efetuar as devidas anotações na Cartei-
do Trabalho, que deverá, de ofício, comunicar a falta de anotação ra de Trabalho e Previdência Social ou sua entrega. (Redação dada
ao órgão competente, para o fim de instaurar o processo de anota- pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
ção. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Parágrafo único. Não comparecendo o reclamado, lavrar-se-á
§ 4º É vedado ao empregador efetuar anotações desabonado- têrmo de ausência, sendo considerado revel e confesso sôbre os
ras à conduta do empregado em sua Carteira de Trabalho e Previ- têrmos da reclamação feita, devendo as anotações serem efetuadas
dência Social. (Incluído pela Lei nº 10.270, de 29.8.2001) por despacho da autoridade que tenha processado a reclamação.
§ 5º O descumprimento do disposto no § 4º deste artigo sub- (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
meterá o empregador ao pagamento de multa prevista no art. 52 Art. 38 - Comparecendo o empregador e recusando-se a fazer
deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 10.270, de 29.8.2001) as anotações reclamadas, será lavrado um termo de compareci-
mento, que deverá conter, entre outras indicações, o lugar, o dia e

138
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

hora de sua lavratura, o nome e a residência do empregador, asse- § 1º Especificamente quanto à infração a que se refere o caput
gurando-se-lhe o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a contar do deste artigo, o valor final da multa aplicada será de R$ 800,00 (oi-
termo, para apresentar defesa. tocentos reais) por empregado não registrado, quando se tratar de
Parágrafo único - Findo o prazo para a defesa, subirá o processo microempresa ou empresa de pequeno porte. (Incluído pela Lei nº
à autoridade administrativa de primeira instância, para se ordena- 13.467, de 2017) (Vigência)
rem diligências, que completem a instrução do feito, ou para julga- § 2º A infração de que trata o caput deste artigo constitui exce-
mento, se o caso estiver suficientemente esclarecido. ção ao critério da dupla visita. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 39 - Verificando-se que as alegações feitas pelo reclama- (Vigência)
do versam sôbre a não existência de relação de emprêgo ou sendo Art. 47-A. Na hipótese de não serem informados os dados a
impossível verificar essa condição pelos meios administrativos, será que se refere o parágrafo único do art. 41 desta Consolidação, o
o processo encaminhado a Justiça do Trabalho ficando, nesse caso, empregador ficará sujeito à multa de R$ 600,00 (seiscentos reais)
sobrestado o julgamento do auto de infração que houver sido lavra- por empregado prejudicado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
do. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) (Vigência)
§ 1º - Se não houver acôrdo, a Junta de Conciliação e Julgamen- Art. 48 - As multas previstas nesta Seção serão aplicadas pela
to, em sua sentença ordenará que a Secretaria efetue as devidas autoridade de primeira instância no Distrito Federal, e pelas auto-
anotações uma vez transitada em julgado, e faça a comunicação à ridades regionais do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio,
autoridade competente para o fim de aplicar a multa cabível. (Inclu- nos Estados e no Território do Acre.
ído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 2º - Igual procedimento observar-se-á no caso de processo SEÇÃO VIII
trabalhista de qualquer natureza, quando fôr verificada a falta de DAS PENALIDADES
anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social, devendo o
Juiz, nesta hipótese, mandar proceder, desde logo, àquelas sôbre Art. 49 - Para os efeitos da emissão, substituição ou anotação
as quais não houver controvérsia (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de Carteiras de Trabalho e Previdência Social, considerar-se-á, cri-
de 28.2.1967) me de falsidade, com as penalidades previstas no art. 299 do Có-
SEÇÃO VI digo Penal: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
DO VALOR DAS ANOTAÇÕES I - Fazer, no todo ou em parte, qualquer documento falso ou al-
terar o verdadeiro; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 40. A CTPS regularmente emitida e anotada servirá de pro- II - Afirmar falsamente a sua própria identidade, filiação, lugar
va: (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) de nascimento, residência, profissão ou estado civil e beneficiários,
I - Nos casos de dissídio na Justiça do Trabalho entre a emprêsa ou atestar os de outra pessoa; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
e o empregado por motivo de salário, férias ou tempo de serviço; 28.2.1967)
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) III - Servir-se de documentos, por qualquer forma falsificados;
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
III - Para cálculo de indenização por acidente do trabalho ou IV - falsificar, fabricando ou alterando, ou vender, usar ou pos-
moléstia profissional. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de suir Carteira de Trabalho e Previdência Social assim alteradas; (In-
28.2.1967) cluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
V - Anotar dolosamente em Carteira de Trabalho e Previdência
SEÇÃO VII Social ou registro de empregado, ou confessar ou declarar em juízo
DOS LIVROS DE REGISTRO DE EMPREGADOS ou fora dêle, data de admissão em emprêgo diversa da verdadeira.
(Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 41 - Em todas as atividades será obrigatório para o em- Art. 50 - Comprovando-se falsidade, quer nas declarações para
pregador o registro dos respectivos trabalhadores, podendo ser emissão de Carteira de Trabalho e Previdência Social, quer nas res-
adotados livros, fichas ou sistema eletrônico, conforme instruções pectivas anotações, o fato será levado ao conhecimento da autori-
a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho. (Redação dada pela dade que houver emitido a carteira, para fins de direito.
Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Falsificação de carteira de trabalho
Parágrafo único - Além da qualificação civil ou profissional de Art. 51 - Incorrerá em multa de valor igual a 3 (três) vêzes o
cada trabalhador, deverão ser anotados todos os dados relativos salário-mínimo regional aquêle que, comerciante ou não, vender ou
à sua admissão no emprego, duração e efetividade do trabalho, a expuser à venda qualquer tipo de carteira igual ou semelhante ao
férias, acidentes e demais circunstâncias que interessem à proteção tipo oficialmente adotado. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229,
do trabalhador. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) de 28.2.1967)
Art. 42 - (Revogado pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) Art. 52 - O extravio ou inutilização da Carteira de Trabalho e
Art. 43 - (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Previdência Social por culpa da empresa sujeitará esta à multa de
Art. 44 - (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) valor igual á metade do salário mínimo regional. (Redação dada
Art. 45 - (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967) pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
Art. 46 - (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967) Art. 53 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019)
Art. 47. O empregador que mantiver empregado não registrado Art. 54 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019)
nos termos do art. 41 desta Consolidação ficará sujeito a multa no Art. 55 - Incorrerá na multa de valor igual a 1 (um) salário-mí-
valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) por empregado não registrado, nimo regional a emprêsa que infringir o art. 13 e seus parágrafos.
acrescido de igual valor em cada reincidência. (Redação dada pela (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) Art. 56 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019)

139
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO II § 6º É facultado ao empregado contratado sob regime de tem-


DA DURAÇÃO DO TRABALHO po parcial converter um terço do período de férias a que tiver di-
reito em abono pecuniário. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
SEÇÃO I (Vigência)
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR § 7º As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo dis-
posto no art. 130 desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467,
Art. 57 - Os preceitos deste Capítulo aplicam-se a todas as ativi- de 2017) (Vigência)
dades, salvo as expressamente excluídas, constituindo exceções as Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de
disposições especiais, concernentes estritamente a peculiaridades horas extras, em número não excedente de duas, por acordo indivi-
profissionais constantes do Capítulo I do Título III. dual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Redação
dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
SEÇÃO II § 1º A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cin-
DA JORNADA DE TRABALHO quenta por cento) superior à da hora normal. (Redação dada pela
Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em § 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força
qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas
desde que não seja fixado expressamente outro limite. em um dia for compensado pela correspondente diminuição em
§ 1º Não serão descontadas nem computadas como jornada outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não ex- ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja
cedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez mi- ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. (Redação dada
nutos diários. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua resi- § 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que
dência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária,
retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive na forma dos §§ 2º e 5º deste artigo, o trabalhador terá direito ao
o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o
trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador. (Redação valor da remuneração na data da rescisão. (Redação dada pela Lei
dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) nº 13.467, de 2017) (Vigência)
§ 3º (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) § 4º (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial § 5º O banco de horas de que trata o § 2º deste artigo poderá
aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensa-
possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele ção ocorra no período máximo de seis meses. (Incluído pela Lei nº
cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a pos- 13.467, de 2017) (Vigência)
sibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. § 6º É lícito o regime de compensação de jornada estabeleci-
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) do por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no
§ 1º O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tem- mesmo mês. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
po parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empre- Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolida-
gados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. (Incluí- ção, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, con-
do pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) venção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário
§ 2º Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininter-
parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, ruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para
na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coleti- repouso e alimentação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vi-
va. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) gência)
§ 3º As horas suplementares à duração do trabalho semanal Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horá-
normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) rio previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos
sobre o salário-hora normal. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados,
(Vigência) e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações
§ 4º Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tem- de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o §
po parcial ser estabelecido em número inferior a vinte e seis horas 5º do art. 73 desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consi- 2017) (Vigência)
deradas horas extras para fins do pagamento estipulado no § 3º, Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para com-
estando também limitadas a seis horas suplementares semanais. pensação de jornada, inclusive quando estabelecida mediante acor-
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) do tácito, não implica a repetição do pagamento das horas exceden-
§ 5º As horas suplementares da jornada de trabalho normal po- tes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima
derão ser compensadas diretamente até a semana imediatamente semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional. (Incluído
posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compen- Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não des-
sadas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) caracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de ho-
ras. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)

140
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as cons- Art. 64 - O salário-hora normal, no caso de empregado men-
tantes dos quadros mencionados no capítulo “Da Segurança e da salista, será obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à
Medicina do Trabalho”, ou que neles venham a ser incluídas por ato duração do trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) vezes
do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorroga- o número de horas dessa duração.
ções só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autori- Parágrafo único - Sendo o número de dias inferior a 30 (trinta),
dades competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias de
para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à ve- trabalho por mês.
rificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, Art. 65 - No caso do empregado diarista, o salário-hora normal
quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais será obtido dividindo-se o salário diário correspondente à duração
e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim. do trabalho, estabelecido no art. 58, pelo número de horas de efe-
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as tivo trabalho.
jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas ininter- SEÇÃO III
ruptas de descanso. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) DOS PERÍODOS DE DESCANSO
Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração
do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fa- Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período
zer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.
conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar
prejuízo manifesto. Trabalho aos domingos
§ 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido inde- Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso se-
pendentemente de convenção coletiva ou acordo coletivo de traba- manal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo mo-
lho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) tivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço,
§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.
maior, a remuneração da hora excedente não será inferior à da hora Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos domin-
normal. Nos demais casos de excesso previstos neste artigo, a re- gos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida
muneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) supe- escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de
rior à da hora normal, e o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) quadro sujeito à fiscalização.
horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite. Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma
§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultan- do art. 67, será sempre subordinado à permissão prévia da autori-
te de causas acidentais, ou de força maior, que determinem a im- dade competente em matéria de trabalho.
possibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser Parágrafo único - A permissão será concedida a título perma-
prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, nente nas atividades que, por sua natureza ou pela conveniência
durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo pública, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao Ministro
perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em perí- do Trabalho, Industria e Comercio, expedir instruções em que sejam
odo não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa especificadas tais atividades. Nos demais casos, ela será dada sob
recuperação à prévia autorização da autoridade competente. forma transitória, com discriminação do período autorizado, o qual,
Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítu- de cada vez, não excederá de 60 (sessenta) dias.
lo: (Redação dada pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994) Art. 69 - Na regulamentação do funcionamento de atividades
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível sujeitas ao regime deste Capítulo, os municípios atenderão aos
com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser ano- preceitos nele estabelecidos, e as regras que venham a fixar não
tada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de poderão contrariar tais preceitos nem as instruções que, para seu
empregados; (Incluído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994) cumprimento, forem expedidas pelas autoridades competentes em
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de matéria de trabalho.
gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste arti- Art. 70 - Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, é vedado o tra-
go, os diretores e chefes de departamento ou filial. (Incluído pela balho em dias feriados nacionais e feriados religiosos, nos têrmos
Lei nº 8.966, de 27.12.1994) da legislação própria. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
III - os empregados em regime de teletrabalho que prestam 28.2.1967)
serviço por produção ou tarefa. (Redação dada pela Lei nº 14.442, Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda
de 2022) de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicá- repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e,
vel aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá
o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de exceder de 2 (duas) horas.
função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entre-
acrescido de 40% (quarenta por cento). (Incluído pela Lei nº 8.966, tanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a
de 27.12.1994) duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
Art. 63 - Não haverá distinção entre empregados e interessa- § 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na du-
dos, e a participação em lucros e comissões, salvo em lucros de ração do trabalho.
caráter social, não exclui o participante do regime deste Capítulo. § 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição
poderá ser reduzido por ato do Ministro do Trabalho, Indústria e
Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de Previdên-
cia Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente

141
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

às exigências concernentes à organização dos refeitórios, e quando SEÇÃO V


os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho DO QUADRO DE HORÁRIO
prorrogado a horas suplementares.
§ 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intra- Art. 74. O horário de trabalho será anotado em registro de em-
jornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urba- pregados. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
nos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, ape- § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
nas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por § 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalha-
cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. dores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída,
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência) em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções
§ 5º O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Mi-
fracionado, e aquele estabelecido no § 1º poderá ser fracionado, nistério da Economia, permitida a pré-assinalação do período de
quando compreendidos entre o término da primeira hora traba- repouso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
lhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em § 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o
convenção ou acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do ser- horário dos empregados constará do registro manual, mecânico ou
viço e em virtude das condições especiais de trabalho a que são eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste
submetidos estritamente os motoristas, cobradores, fiscalização artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
de campo e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários, § 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exce-
empregados no setor de transporte coletivo de passageiros, manti- ção à jornada regular de trabalho, mediante acordo individual es-
da a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores crito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Incluído
ao final de cada viagem. (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) pela Lei nº 13.874, de 2019)
(Vigência)
Art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilogra- SEÇÃO VI
fia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa) minu- DAS PENALIDADES
tos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez)
minutos não deduzidos da duração normal de trabalho. Art. 75 - Os infratores dos dispositivos do presente Capítulo in-
correrão na multa de cinquenta a cinco mil cruzeiros, segundo a
SEÇÃO IV natureza da infração, sua extensão e a intenção de quem a praticou,
DO TRABALHO NOTURNO aplicada em dobro no caso de reincidência e oposição à fiscalização
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, ou desacato à autoridade.
o Parágrafo único - São competentes para impor penalidades, no
trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, Distrito Federal, a autoridade de 1ª instância do Departamento Na-
para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vin- cional do Trabalho e, nos Estados e no Território do Acre, as auto-
te por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. (Redação dada pelo ridades regionais do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio.
Decreto-lei nº 9.666, de 1946)
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 CAPÍTULO II-A
minutos e 30 segundos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, (INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.467, DE 2017) (VIGÊNCIA)
de 1946) DO TELETRABALHO
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o tra-
balho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em regime
seguinte. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946) de teletrabalho observará o disposto neste Capítulo. (Incluído pela
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tra- Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
tando de empresas que não mantêm, pela natureza de suas ativida- Art. 75-B. Considera-se teletrabalho ou trabalho remoto a
des, trabalho noturno habitual, será feito, tendo em vista os quan- prestação de serviços fora das dependências do empregador, de
titativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em maneira preponderante ou não, com a utilização de tecnologias de
relação às empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de informação e de comunicação, que, por sua natureza, não configure
suas atividades, o aumento será calculado sobre o salário mínimo trabalho externo. (Redação dada pela Lei nº 14.442, de 2022)
geral vigente na região, não sendo devido quando exceder desse li- § 1º O comparecimento, ainda que de modo habitual, às de-
mite, já acrescido da percentagem. (Redação dada pelo Decreto-lei pendências do empregador para a realização de atividades espe-
nº 9.666, de 1946) cíficas que exijam a presença do empregado no estabelecimento
§ 4º As prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto não descaracteriza o regime de teletrabalho ou trabalho remoto.
neste capítulo. (Incluído pela Lei nº 14.442, de 2022)
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem § 2º O empregado submetido ao regime de teletrabalho ou tra-
períodos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho notur- balho remoto poderá prestar serviços por jornada ou por produção
no o disposto neste artigo e seus parágrafos. (Redação dada pelo ou tarefa. (Incluído pela Lei nº 14.442, de 2022)
Decreto-lei nº 9.666, de 1946) § 3º Na hipótese da prestação de serviços em regime de tele-
§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto trabalho ou trabalho remoto por produção ou tarefa, não se aplica-
neste capítulo. (Incluído pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946) rá o disposto no Capítulo II do Título II desta Consolidação. (Incluído
pela Lei nº 14.442, de 2022)

142
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 4º O regime de teletrabalho ou trabalho remoto não se con- Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo de res-
funde nem se equipara à ocupação de operador de telemarketing ponsabilidade comprometendo-se a seguir as instruções fornecidas
ou de teleatendimento. (Incluído pela Lei nº 14.442, de 2022) pelo empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
§ 5º O tempo de uso de equipamentos tecnológicos e de infra- Art. 75-F. Os empregadores deverão dar prioridade aos empre-
estrutura necessária, bem como de softwares, de ferramentas digi- gados com deficiência e aos empregados com filhos ou criança sob
tais ou de aplicações de internet utilizados para o teletrabalho, fora guarda judicial até 4 (quatro) anos de idade na alocação em vagas
da jornada de trabalho normal do empregado não constitui tempo para atividades que possam ser efetuadas por meio do teletrabalho
à disposição ou regime de prontidão ou de sobreaviso, exceto se ou trabalho remoto. (Incluído pela Lei nº 14.442, de 2022)
houver previsão em acordo individual ou em acordo ou convenção
coletiva de trabalho. (Incluído pela Lei nº 14.442, de 2022) CAPÍTULO III
§ 6º Fica permitida a adoção do regime de teletrabalho ou tra- DO SALÁRIO MÍNIMO
balho remoto para estagiários e aprendizes. (Incluído pela Lei nº
14.442, de 2022) SEÇÃO I
§ 7º Aos empregados em regime de teletrabalho aplicam-se DO CONCEITO
as disposições previstas na legislação local e nas convenções e nos
acordos coletivos de trabalho relativas à base territorial do estabe- Art. 76 - Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e
lecimento de lotação do empregado. (Incluído pela Lei nº 14.442, paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao
de 2022) trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço,
§ 8º Ao contrato de trabalho do empregado admitido no Brasil e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as
que optar pela realização de teletrabalho fora do território nacional suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário,
aplica-se a legislação brasileira, excetuadas as disposições constan- higiene e transporte.
tes da Lei nº 7.064, de 6 de dezembro de 1982, salvo disposição em Art. 77 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
contrário estipulada entre as partes. (Incluído pela Lei nº 14.442, Art. 78 - Quando o salário for ajustado por empreitada, ou con-
de 2022) vencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma
§ 9º Acordo individual poderá dispor sobre os horários e os remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia nor-
meios de comunicação entre empregado e empregador, desde que mal da região, zona ou subzona.
assegurados os repousos legais. (Incluído pela Lei nº 14.442, de Parágrafo único. Quando o salário-mínimo mensal do empre-
2022) gado a comissão ou que tenha direito a percentagem for integrado
Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de teletra- por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido o salário-
balho deverá constar expressamente do instrumento de contrato -mínimo, vedado qualquer desconto em mês subseqüente a título
individual de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 14.442, de 2022) de compensação. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 1º Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial Art. 79 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, Art. 80. (Revogado pela Lei 10.097, de 2000)
registrado em aditivo contratual. (Incluído pela Lei nº 13.467, de Art. 81 - O salário mínimo será determinado pela fórmula Sm
2017) (Vigência) = a + b + c + d + e, em que “a”, “b”, “c”, “d” e “e” representam,
§ 2º Poderá ser realizada a alteração do regime de teletraba- respectivamente, o valor das despesas diárias com alimentação, ha-
lho para o presencial por determinação do empregador, garantido bitação, vestuário, higiene e transporte necessários à vida de um
prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente re- trabalhador adulto.
gistro em aditivo contratual. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 1º - A parcela correspondente à alimentação terá um valor
(Vigência) mínimo igual aos valores da lista de provisões, constantes dos qua-
§ 3º O empregador não será responsável pelas despesas resul- dros devidamente aprovados e necessários à alimentação diária do
tantes do retorno ao trabalho presencial, na hipótese de o empre- trabalhador adulto.
gado optar pela realização do teletrabalho ou trabalho remoto fora § 2º - Poderão ser substituídos pelos equivalentes de cada gru-
da localidade prevista no contrato, salvo disposição em contrário po, também mencionados nos quadros a que alude o parágrafo an-
estipulada entre as partes. (Incluído pela Lei nº 14.442, de 2022) terior, os alimentos, quando as condições da região, zona ou subzo-
Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aqui- na o aconselharem, respeitados os valores nutritivos determinados
sição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológi- nos mesmos quadros.
cos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do tra- § 3º - O Ministério do Trabalho, Industria e Comercio fará, pe-
balho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo riodicamente, a revisão dos quadros a que se refere o § 1º deste
empregado, serão previstas em contrato escrito. (Incluído pela Lei artigo.
nº 13.467, de 2017) (Vigência) Art. 82 - Quando o empregador fornecer, in natura, uma ou
Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste ar- mais das parcelas do salário mínimo, o salário em dinheiro será de-
tigo não integram a remuneração do empregado. (Incluído pela Lei terminado pela fórmula Sd = Sm - P, em que Sd representa o salário
nº 13.467, de 2017) (Vigência) em dinheiro, Sm o salário mínimo e P a soma dos valores daquelas
Art. 75-E. O empregador deverá instruir os empregados, de ma- parcelas na região, zona ou subzona.
neira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de Parágrafo único - O salário mínimo pago em dinheiro não será
evitar doenças e acidentes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo fixado para a
de 2017) (Vigência) região, zona ou subzona.

143
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 83 - É devido o salário mínimo ao trabalhador em domicílio, Art. 119 - Prescreve em 2 (dois) anos a ação para reaver a dife-
considerado este como o executado na habitação do empregado ou rença, contados, para cada pagamento, da data em que o mesmo
em oficina de família, por conta de empregador que o remunere. tenha sido efetuado.
Art. 120 - Aquele que infringir qualquer dispositivo concernen-
SEÇÃO II te ao salário mínimo será passível da multa de cinquenta e dois mil
DAS REGIÕES, ZONAS E SUBZONAS cruzeiros, elevada ao dobro na reincidência.
Art. 84 - (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 121 (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 85 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 122 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
Art. 86 - (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 123 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
Art. 124 - A aplicação dos preceitos deste Capítulo não poderá,
SEÇÃO III em caso algum, ser causa determinante da redução do salário.
DA CONSTITUIÇÃO DAS COMISSÕES Art. 125 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
Art. 87 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 126 - O Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, expedi-
Art. 88 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) rá as instruções necessárias à fiscalização do salário mínimo, poden-
Art. 89 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) do cometer essa fiscalização a qualquer dos órgãos componentes
Art. 90 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) do respectivo Ministério, e, bem assim, aos fiscais dos Institutos de
Art. 91 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Aposentadoria e Pensões na forma da legislação em vigor.
Art. 92 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 127 (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 93 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 128 (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 94 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
Art. 95 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) CAPÍTULO IV
Art. 96 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) DAS FÉRIAS ANUAIS
Art. 97 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
Art. 98 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
Art. 99 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) SEÇÃO I
Art. 100 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) DO DIREITO A FÉRIAS E DA SUA DURAÇÃO
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
SEÇÃO IV
DAS ATRIBUIÇÕES DAS COMISSÕES DE SALÁRIO MÍNIMO Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de
Art. 101 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) um período de férias, sem prejuízo da remuneração. (Redação dada
Art. 102 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
Art. 103 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do
Art. 104 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte
Art. 105 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) proporção:(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
Art. 106 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao ser-
Art. 107 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) viço mais de 5 (cinco) vezes; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de
Art. 108 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) 13.4.1977)
Art. 109 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6
Art. 110 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) (seis) a 14 (quatorze) faltas; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de
Art. 111 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) 13.4.1977)
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quin-
SEÇÃO V ze) a 23 (vinte e três) faltas; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de
DA FIXAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO 13.4.1977)
Art. 112 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte
Art. 113 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. (Incluído pelo Decreto-lei nº
Art. 114 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) 1.535, de 13.4.1977)
Art. 115 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) § 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do
Art. 116 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) empregado ao serviço. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de
13.4.1977)
SEÇÃO VI § 2º - O período das férias será computado, para todos os efei-
DISPOSIÇÕES GERAIS tos, como tempo de serviço. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de
Art. 117 - Será nulo de pleno direito, sujeitando o empregador 13.4.1977)
às sanções do art. 120, qualquer contrato ou convenção que estipu- Art. 130-A. (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017)
le remuneração inferior ao salário mínimo estabelecido na região, Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos
zona ou subzona, em que tiver de ser cumprido. do artigo anterior, a ausência do empregado: (Redação dada pelo
Art. 118 - O trabalhador a quem for pago salário inferior ao Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
mínimo terá direito, não obstante qualquer contrato ou convenção I - nos casos referidos no art. 473; (Incluído pelo Decreto-lei nº
em contrário, a reclamar do empregador o complemento de seu 1.535, de 13.4.1977)
salário mínimo estabelecido na região, zona ou subzona, em que
tiver de ser cumprido.

144
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Il - durante o licenciamento compulsório da empregada por SEÇÃO II


motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para DA CONCESSÃO E DA ÉPOCA DAS FÉRIAS
percepção do salário-maternidade custeado pela Previdência So- (REDAÇÃO DADA PELO DECRETO-LEI Nº 1.535, DE 13.4.1977
cial; (Redação dada pela Lei nº 8.921, de 25.7.1994)
III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade ates- Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador,
tada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em
hipótese do inciso IV do art. 133; (Redação dada pela Lei nº 8.726, que o empregado tiver adquirido o direito. (Redação dada pelo De-
de 5.11.1993) creto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que § 1º Desde que haja concordância do empregado, as férias po-
não tiver determinado o desconto do correspondente salário;(In- derão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não
cluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não po-
V - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito derão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. (Redação dada
administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado pela Lei nº 13.467, de 2017)
ou absolvido; e (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipó- § 3º É vedado o início das férias no período de dois dias que
tese do inciso III do art. 133. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. (Incluído
13.4.1977) pela Lei nº 13.467, de 2017)
Art. 132 - O tempo de trabalho anterior à apresentação do em- Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito,
pregado para serviço militar obrigatório será computado no perío- ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias.
do aquisitivo, desde que ele compareça ao estabelecimento dentro Dessa participação o interessado dará recibo. (Redação dada pela
de 90 (noventa) dias da data em que se verificar a respectiva baixa. Lei nº 7.414, de 9.12.1985)
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem
Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso que apresente ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previdên-
do período aquisitivo: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de cia Social, para que nela seja anotada a respectiva concessão. (In-
13.4.1977) cluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (ses- § 2º - A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro
senta) dias subseqüentes à sua saída; (Incluído pelo Decreto-lei nº ou nas fichas de registro dos empregados. (Incluído pelo Decreto-lei
1.535, de 13.4.1977) nº 1.535, de 13.4.1977)
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, § 3º Nos casos em que o empregado possua a CTPS em meio
por mais de 30 (trinta) dias; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de digital, a anotação será feita nos sistemas a que se refere o § 7º do
13.4.1977) art. 29 desta Consolidação, na forma do regulamento, dispensadas
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de as anotações de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela
30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos servi- Lei nº 13.874, de 2019)
ços da empresa; e (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor
IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de aci- consulte os interesses do empregador. (Redação dada pelo Decre-
dente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) me- to-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
ses, embora descontínuos. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de § 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo
13.4.1977) estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo
§ 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anota- período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para
da na Carteira de Trabalho e Previdência Social. (Incluído pelo De- o serviço. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
creto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos,
§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. (Re-
o empregado, após o implemento de qualquer das condições pre- dação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
vistas neste artigo, retornar ao serviço. (Incluído pelo Decreto-lei Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o pra-
nº 1.535, de 13.4.1977) zo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a res-
§ 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo a empresa pectiva remuneração. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antece- 13.4.1977)
dência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim da para- § 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador te-
lisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo, nha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação
comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas.
categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos lo- (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
cais de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.016, de 30.3.1995) § 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cen-
§ 4º (Vetado) (Incluído pela Lei nº 9.016, de 30.3.1995) to) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja
cumprida. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
§ 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será re-
metida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplica-
ção da multa de caráter administrativo. (Incluído pelo Decreto-lei
nº 1.535, de 13.4.1977)

145
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar cimal recebida naquele período, após a atualização das importân-
serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em cias pagas, mediante incidência dos percentuais dos reajustamen-
virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele. tos salariais supervenientes. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) 13.4.1977
Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço)
SEÇÃO III do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no va-
DAS FÉRIAS COLETIVAS lor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 (Vide Lei nº
7.923, de 1989)
Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os § 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze)
empregados de uma empresa ou de determinados estabeleci- dias antes do término do período aquisitivo. (Incluído pelo Decreto-
mentos ou setores da empresa. (Redação dada pelo Decreto-lei nº -lei nº 1.535, de 13.4.1977
1.535, de 13.4.1977 § 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refe-
§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais re este artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empre-
desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos. (Re- gador e o sindicato representativo da respectiva categoria profis-
dação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 sional, independendo de requerimento individual a concessão do
§ 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comu- abono.(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
nicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedên- § 3º (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017)
cia mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias, Art. 144. O abono de férias de que trata o artigo anterior, bem
precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela como o concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho,
medida. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 do regulamento da empresa, de convenção ou acordo coletivo, des-
§ 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida de que não excedente de vinte dias do salário, não integrarão a re-
comunicação aos sindicatos representativos da respectiva categoria muneração do empregado para os efeitos da legislação do trabalho.
profissional, e providenciará a afixação de aviso nos locais de traba- (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1998)
lho. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o
Art. 140 - Os empregados contratados há menos de 12 (doze) caso, o do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois)
meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, dias antes do início do respectivo período.(Redação dada pelo De-
então, novo período aquisitivo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº creto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
1.535, de 13.4.1977 Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento,
Art. 141 - (Revogado pela Lei nº 13.874, de 2019) com indicação do início e do termo das férias. (Incluído pelo Decre-
to-lei nº 1.535, de 13.4.1977
SEÇÃO IV
DA REMUNERAÇÃO E DO ABONO DE FÉRIAS SEÇÃO V
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 DOS EFEITOS DA CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remune-
ração que lhe for devida na data da sua concessão. (Redação dada Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples
§ 1º - Quando o salário for pago por hora com jornadas variá- ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de fé-
veis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor rias cujo direito tenha adquirido. (Redação dada pelo Decreto-lei nº
do salário na data da concessão das férias. (Incluído pelo Decreto- 1.535, de 13.4.1977
-lei nº 1.535, de 13.4.1977 Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após
§ 2º - Quando o salário for pago por tarefa tomar-se-á por base 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido
a media da produção no período aquisitivo do direito a férias, apli- demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao pe-
cando-se o valor da remuneração da tarefa na data da concessão ríodo incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na propor-
das férias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 ção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior
§ 3º - Quando o salário for pago por percentagem, comissão a 14 (quatorze) dias.(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
ou viagem, apurar-se-á a média percebida pelo empregado nos 12 13.4.1977
(doze) meses que precederem à concessão das férias. (Incluído pelo Art. 147 - O empregado que for despedido sem justa causa, ou
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 cujo contrato de trabalho se extinguir em prazo predeterminado,
§ 4º - A parte do salário paga em utilidades será computada antes de completar 12 (doze) meses de serviço, terá direito à remu-
de acordo com a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência neração relativa ao período incompleto de férias, de conformidade
Social. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 com o disposto no artigo anterior. (Redação dada pelo Decreto-lei
§ 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insa- nº 1.535, de 13.4.1977
lubre ou perigoso serão computados no salário que servirá de base Art. 148 - A remuneração das férias, ainda quando devida após
ao cálculo da remuneração das férias.(Incluído pelo Decreto-lei nº a cessação do contrato de trabalho, terá natureza salarial, para os
1.535, de 13.4.1977 efeitos do art. 449. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
§ 6º - Se, no momento das férias, o empregado não estiver 13.4.1977
percebendo o mesmo adicional do período aquisitivo, ou quando o
valor deste não tiver sido uniforme será computada a média duode-

146
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO VI SEÇÃO VIII


DO INÍCIO DA PRESCRIÇÃO DAS PENALIDADES
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 (INCLUÍDA PELO DECRETO-LEI Nº 1.535, DE 13.4.1977

Art. 149 - A prescrição do direito de reclamar a concessão das Art. 153 - As infrações ao disposto neste Capítulo serão punidas
férias ou o pagamento da respectiva remuneração é contada do com multas de valor igual a 160 BTN por empregado em situação
término do prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso, da ces- irregular. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
sação do contrato de trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei nº Parágrafo único - Em caso de reincidência, embaraço ou resis-
1.535, de 13.4.1977 tência à fiscalização, emprego de artifício ou simulação com o obje-
tivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em dobro. (Redação dada
SEÇÃO VII pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
(Incluída pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 CAPÍTULO V
DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO
Art. 150 - O tripulante que, por determinação do armador, for (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 6.514, DE 22.12.1977)
transferido para o serviço de outro, terá computado, para o efeito
de gozo de férias, o tempo de serviço prestado ao primeiro, ficando SEÇÃO I
obrigado a concedê-las o armador em cujo serviço ele se encontra DISPOSIÇÕES GERAIS
na época de gozá-las. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
13.4.1977 Art. . 154 - A observância, em todos os locais de trabalho, do
§ 1º - As férias poderão ser concedidas, a pedido dos interes- disposto neste Capitulo, não desobriga as empresas do cumprimen-
sados e com aquiescência do armador, parceladamente, nos portos to de outras disposições que, com relação à matéria, sejam inclu-
de escala de grande estadia do navio, aos tripulantes ali residentes. ídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados
(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos,
§ 2º - Será considerada grande estadia a permanência no porto bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.
por prazo excedente de 6 (seis) dias.(Incluído pelo Decreto-lei nº (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
1.535, de 13.4.1977 Art. 155 - Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente
§ 3º - Os embarcadiços, para gozarem férias nas condições des- em matéria de segurança e medicina do trabalho: (Redação dada
te artigo, deverão pedi-las, por escrito, ao armador, antes do início pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
da viagem, no porto de registro ou armação.(Incluído pelo Decreto- I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a
-lei nº 1.535, de 13.4.1977 aplicação dos preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos
§ 4º - O tripulante, ao terminar as férias, apresentar-se-á ao ar- no art. 200; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
mador, que deverá designá-lo para qualquer de suas embarcações II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização
ou o adir a algum dos seus serviços terrestres, respeitadas a condi- e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina
ção pessoal e a remuneração. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha
de 13.4.1977 Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; (Incluído pela Lei
§ 5º - Em caso de necessidade, determinada pelo interesse pú- nº 6.514, de 22.12.1977)
blico, e comprovada pela autoridade competente, poderá o arma- III - conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou
dor ordenar a suspensão das férias já iniciadas ou a iniciar-se, res- de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Tra-
salvado ao tripulante o direito ao respectivo gozo posteriormente. balho, em matéria de segurança e medicina do trabalho. (Incluído
(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
§ 6º - O Delegado do Trabalho Marítimo poderá autorizar a Art. 156 - Compete especialmente às Delegacias Regionais do
acumulação de 2 (dois) períodos de férias do marítimo, mediante Trabalho, nos limites de sua jurisdição: (Redação dada pela Lei nº
requerimento justificado: (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 6.514, de 22.12.1977)
13.4.1977 I - promover a fiscalização do cumprimento das normas de
I - do sindicato, quando se tratar de sindicalizado; e (Incluído segurança e medicina do trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 22.12.1977)
II - da empresa, quando o empregado não for sindicalizado.(In- II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das
cluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 disposições deste Capítulo, determinando as obras e reparos que,
Art. 151 - Enquanto não se criar um tipo especial de cader- em qualquer local de trabalho, se façam necessárias; (Incluído pela
neta profissional para os marítimos, as férias serão anotadas pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Capitania do Porto na caderneta-matrícula do tripulante, na pági- III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das
na das observações. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de normas constantes deste Capítulo, nos termos do art. 201. (Incluído
13.4.1977 pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 152 - A remuneração do tripulante, no gozo de férias, será Art. 157 - Cabe às empresas: (Redação dada pela Lei nº 6.514,
acrescida da importância correspondente à etapa que estiver ven- de 22.12.1977)
cendo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina
do trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

147
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, § 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão
quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de
trabalho ou doenças ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 6.514, de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina
22.12.1977) do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recur-
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão so. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
regional competente; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) § 4º - Responderá por desobediência, além das medidas pe-
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade compe- nais cabíveis, quem, após determinada a interdição ou embargo,
tente. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de
Art. 158 - Cabe aos empregados: (Redação dada pela Lei nº um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o
6.514, de 22.12.1977 prosseguimento de obra, se, em conseqüência, resultarem danos a
I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, terceiros. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; (Re- § 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente de re-
dação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) curso, e após laudo técnico do serviço competente, poderá levantar
Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos des- a interdição. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
te Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) § 6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da
Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa interdição ou embargo, os empregados receberão os salários como
injustificada: (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) se estivessem em efetivo exercício. (Incluído pela Lei nº 6.514, de
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na 22.12.1977)
forma do item II do artigo anterior; (Incluído pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977) SEÇÃO III
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA E DE MEDICINA DO
pela empresa.(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) TRABALHO NAS EMPRESAS
Art. 159 - Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Tra-
balho, poderão ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a serem ex-
ou municipais atribuições de fiscalização ou orientação às empresas pedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter
quanto ao cumprimento das disposições constantes deste Capítulo. serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Parágrafo único - As normas a que se refere este artigo estabe-
SEÇÃO II lecerão: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
DA INSPEÇÃO PRÉVIA E DO EMBARGO OU INTERDIÇÃO a) classificação das empresas segundo o número de emprega-
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 6.514, DE 22.12.1977) dos e a natureza do risco de suas atividades; (Incluído pela Lei nº
6.514, de 22.12.1977)
Art. 160 - Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas ati- b) o numero mínimo de profissionais especializados exigido de
vidades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instala- cada empresa, segundo o grupo em que se classifique, na forma da
ções pela autoridade regional competente em matéria de segu- alínea anterior; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
rança e medicina do trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de c) a qualificação exigida para os profissionais em questão e o
22.12.1977) seu regime de trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
§ 1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modifica- d) as demais características e atribuições dos serviços especia-
ção substancial nas instalações, inclusive equipamentos, que a em- lizados em segurança e em medicina do trabalho, nas empresas.
presa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Art. 163. Será obrigatória a constituição de Comissão Interna
§ 2º - É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela de Prevenção de Acidentes e de Assédio (Cipa), em conformidade
Delegacia Regional do Trabalho, dos projetos de construção e res- com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho e Previdên-
pectivas instalações. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) cia, nos estabelecimentos ou nos locais de obra nelas especificadas.
Embargo ou interdição (Redação dada pela Lei nº 14.457, de 2022)
Art. 161 - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regulamentará as
técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente ris- atribuições, a composição e o funcionamento das CIPA (s). (Redação
co para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na Art. 164 - Cada CIPA será composta de representantes da em-
decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as provi- presa e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem
dências que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de a ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único
trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) do artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão § 1º - Os representantes dos empregadores, titulares e suplen-
imediato apoio às medidas determinadas pelo Delegado Regional tes, serão por eles designados. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) 22.12.1977)
§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo § 2º - Os representantes dos empregados, titulares e suplentes,
serviço competente da Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, indepen-
agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical. (Incluído dentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados in-
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) teressados. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

148
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração § 3º - O Ministério do Trabalho estabelecerá, de acordo com
de 1 (um) ano, permitida uma reeleição. (Incluído pela Lei nº 6.514, o risco da atividade e o tempo de exposição, a periodicidade dos
de 22.12.1977) exames médicos. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
§ 4º - O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao mem- § 4º - O empregador manterá, no estabelecimento, o material
bro suplente que, durante o seu mandato, tenha participado de me- necessário à prestação de primeiros socorros médicos, de acor-
nos da metade do número de reuniões da CIPA. (Incluído pela Lei do com o risco da atividade. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de
nº 6.514, de 22.12.1977) 24.10.1989)
§ 5º - O empregador designará, anualmente, dentre os seus § 5º - O resultado dos exames médicos, inclusive o exame com-
representantes, o Presidente da CIPA e os empregados elege- plementar, será comunicado ao trabalhador, observados os precei-
rão, dentre eles, o Vice-Presidente. (Incluído pela Lei nº 6.514, de tos da ética médica. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
22.12.1977) § 6º Serão exigidos exames toxicológicos, previamente à admis-
Art. 165 - Os titulares da representação dos empregados nas são e por ocasião do desligamento, quando se tratar de motorista
CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se profissional, assegurados o direito à contraprova em caso de resul-
como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econô- tado positivo e a confidencialidade dos resultados dos respectivos
mico ou financeiro.(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) exames. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empre- § 7º Para os fins do disposto no § 6º, será obrigatório exame
gador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a toxicológico com janela de detecção mínima de 90 (noventa) dias,
existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob específico para substâncias psicoativas que causem dependência
pena de ser condenado a reintegrar o empregado. (Redação dada ou, comprovadamente, comprometam a capacidade de direção,
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) podendo ser utilizado para essa finalidade o exame toxicológico
previsto na Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de
SEÇÃO IV Trânsito Brasileiro, desde que realizado nos últimos 60 (sessenta)
DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL dias. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 169 - Será obrigatória a notificação das doenças profissio-
Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, nais e das produzidas em virtude de condições especiais de traba-
gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao lho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as
risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sem- instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho. (Redação dada
pre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa prote- pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
ção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) SEÇÃO VI
DAS EDIFICAÇÕES
Redistribuição de aprovações burocráticas emitidas pelo ex-
tinto Ministério do Trabalho Art. 170 - As edificações deverão obedecer aos requisitos téc-
Art. 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à nicos que garantam perfeita segurança aos que nelas trabalhem.
venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
do Ministério do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de Art. 171 - Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três)
22.12.1977) metros de pé-direito, assim considerada a altura livre do piso ao
teto. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
SEÇÃO V Parágrafo único - Poderá ser reduzido esse mínimo desde que
DAS MEDIDAS PREVENTIVAS DE MEDICINA DO TRABALHO atendidas as condições de iluminação e conforto térmico compatí-
veis com a natureza do trabalho, sujeitando-se tal redução ao con-
Art. 168 - Será obrigatório exame médico, por conta do em- trole do órgão competente em matéria de segurança e medicina do
pregador, nas condições estabelecidas neste artigo e nas instruções trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
complementares a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho: Art. 172 - 0s pisos dos locais de trabalho não deverão apre-
(Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) sentar saliências nem depressões que prejudiquem a circulação de
I - a admissão; (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) pessoas ou a movimentação de materiais. (Redação dada pela Lei
II - na demissão; (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) nº 6.514, de 22.12.1977)
III - periodicamente. (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Art. 173 - As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de
§ 1º - O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos forma que impeçam a queda de pessoas ou de objetos. (Redação
casos em que serão exigíveis exames: (Redação dada pela Lei nº dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
7.855, de 24.10.1989) Art. 174 - As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas,
a) por ocasião da demissão; (Incluído pela Lei nº 7.855, de pisos, corredores, coberturas e passagens dos locais de trabalho de-
24.10.1989) verão obedecer às condições de segurança e de higiene do trabalho
b) complementares. (Incluído pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-se em perfeito
§ 2º - Outros exames complementares poderão ser exigidos, estado de conservação e limpeza. (Redação dada pela Lei nº 6.514,
a critério médico, para apuração da capacidade ou aptidão física de 22.12.1977)
e mental do empregado para a função que deva exercer. (Redação
dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)

149
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO VII II - as exigências similares relativas ao manuseio e à armaze-


DA ILUMINAÇÃO nagem de materiais, inclusive quanto às condições de segurança
e higiene relativas aos recipientes e locais de armazenagem e os
Art. 175 - Em todos os locais de trabalho deverá haver ilumina- equipamentos de proteção individual; (Incluído pela Lei nº 6.514,
ção adequada, natural ou artificial, apropriada à natureza da ativi- de 22.12.1977)
dade. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) III - a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida
§ 1º - A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral nos equipamentos de transporte, dos avisos de proibição de fumar
e difusa, a fim de evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e de advertência quanto à natureza perigosa ou nociva à saúde
e contrastes excessivos. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) das substâncias em movimentação ou em depósito, bem como das
§ 2º - O Ministério do Trabalho estabelecerá os níveis mínimos recomendações de primeiros socorros e de atendinento médico e
de iluminamento a serem observados. (Incluído pela Lei nº 6.514, símbolo de perigo, segundo padronização internacional, nos rótulos
de 22.12.1977) dos materiais ou substâncias armazenados ou transportados. (In-
cluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
SEÇÃO VIII Parágrafo único - As disposições relativas ao transporte de ma-
DO CONFORTO TÉRMICO teriais aplicam-se, também, no que couber, ao transporte de pesso-
as nos locais de trabalho. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 176 - Os locais de trabalho deverão ter ventilação natu- Art. . 183 - As pessoas que trabalharem na movimentação de
ral, compatível com o serviço realizado. (Redação dada pela Lei nº materiais deverão estar familiarizados com os métodos raciocinais
6.514, de 22.12.1977) de levantamento de cargas. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
Parágrafo único - A ventilação artificial será obrigatória sempre 22.12.1977)
que a natural não preencha as condições de conforto térmico. (In- SEÇÃO XI
cluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) DAS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Art. . 177 - Se as condições de ambiente se tornarem descon- (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 6.514, DE 22.12.1977)
fortáveis, em virtude de instalações geradoras de frio ou de calor,
será obrigatório o uso de vestimenta adequada para o trabalho em Art.184 - As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados
tais condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas, isolamen- de dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem neces-
to térmico e recursos similares, de forma que os empregados fi- sários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente
quem protegidos contra as radiações térmicas. (Redação dada pela quanto ao risco de acionamento acidental. (Redação dada pela Lei
Lei nº 6.514, de 22.12.1977) nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. . 178 - As condições de conforto térmico dos locais de tra- Parágrafo único - É proibida a fabricação, a importação, a venda,
balho devem ser mantidas dentro dos limites fixados pelo Minis- a locação e o uso de máquinas e equipamentos que não atendam
tério do Trabalho.(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) ao disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 185 - Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser
SEÇÃO IX executados com as máquinas paradas, salvo se o movimento for in-
DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS dispensável à realização do ajuste. (Redação dada pela Lei nº 6.514,
de 22.12.1977)
Art. 179 - O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições Art. 186 - O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adi-
de segurança e as medidas especiais a serem observadas relativa- cionais sobre proteção e medidas de segurança na operação de
mente a instalações elétricas, em qualquer das fases de produção, máquinas e equipamentos, especialmente quanto à proteção das
transmissão, distribuição ou consumo de energia. (Redação dada partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às máquinas
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) e equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas,
Art. . 180 - Somente profissional qualificado poderá instalar, sua adequação e medidas de proteção exigidas quando motoriza-
operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas. (Redação dada das ou elétricas.(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. . 181 - Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou SEÇÃO XII
instalações elétricas devem estar familiarizados com os métodos de DAS CALDEIRAS, FORNOS E RECIPIENTES SOB PRESSÃO
socorro a acidentados por choque elétrico. (Redação dada pela Lei
nº 6.514, de 22.12.1977) Art.187 - As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral
SEÇÃO X que operam sob pressão deverão dispor de válvula e outros disposi-
DA MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO tivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a pressão interna
DE MATERIAIS de trabalho compatível com a sua resistência. (Redação dada pela
Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. . 182 - O Ministério do Trabalho estabelecerá normas so- Parágrafo único - O Ministério do Trabalho expedirá normas
bre: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) complementares quanto à segurança das caldeiras, fornos e reci-
I - as precauções de segurança na movimentação de materiais pientes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento inter-
nos locais de trabalho, os equipamentos a serem obrigatoriamente no, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de elimina-
utilizados e as condições especiais a que estão sujeitas a operação e ção de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações
a manutenção desses equipamentos, inclusive exigências de pesso- ou equipamentos necessários à execução segura das tarefas de
al habilitado; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) cada empregado. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

150
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. . 188 - As caldeiras serão periodicamente submetidas a cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos
inspeções de segurança, por engenheiro ou empresa especializada, graus máximo, médio e mínimo. (Redação dada pela Lei nº 6.514,
inscritos no Ministério do Trabalho, de conformidade com as instru- de 22.12.1977)
ções que, para esse fim, forem expedidas.(Redação dada pela Lei nº Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas,
6.514, de 22.12.1977) na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho
§ 1º - Toda caldeira será acompanhada de “Prontuário”, com e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,
documentação original do fabricante, abrangendo, no mínimo: es- impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente
pecificação técnica, desenhos, detalhes, provas e testes realizados do trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 12.740, de 2012)
durante a fabricação e a montagem, características funcionais e a I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei
pressão máxima de trabalho permitida (PMTP), esta última indica- nº 12.740, de 2012)
da, em local visível, na própria caldeira. (Incluído pela Lei nº 6.514, II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades
de 22.12.1977) profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. (Incluído pela Lei
§ 2º - O proprietário da caldeira deverá organizar, manter atua- nº 12.740, de 2012)
lizado e apresentar, quando exigido pela autoridade competente, o III – colisões, atropelamentos ou outras espécies de acidentes
Registro de Segurança, no qual serão anotadas, sistematicamente, ou violências nas atividades profissionais dos agentes das autorida-
as indicações das provas efetuadas, inspeções, reparos e quaisquer des de trânsito. (Incluído pela Lei nº 14.684, de 2023)
outras ocorrências. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao
§ 3º - Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipien- empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário
tes sob pressão deverão ser submetidos à aprovação prévia do sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou par-
órgão regional competente em matéria de segurança do trabalho. ticipações nos lucros da empresa. (Incluído pela Lei nº 6.514, de
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) 22.12.1977)
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubri-
SEÇÃO XIII dade que porventura lhe seja devido. (Incluído pela Lei nº 6.514,
DAS ATIVIDADES INSALUBRES OU PERIGOSAS de 22.12.1977)
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 6.514, DE 22.12.1977) § 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros
da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por
Art. . 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalu- meio de acordo coletivo. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)
bres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de tra- § 4º São também consideradas perigosas as atividades de tra-
balho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima balhador em motocicleta. (Incluído pela Lei nº 12.997, de 2014)
dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensi- Art.194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade
dade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.(Redação ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde
dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedi-
Art. . 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das das pelo Ministério do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514,
atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os cri- de 22.12.1977)
térios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância Art. . 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade
aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho,
exposição do empregado a esses agentes. (Redação dada pela Lei far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou En-
nº 6.514, de 22.12.1977) genheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. (Reda-
Parágrafo único - As normas referidas neste artigo incluirão me- ção dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
didas de proteção do organismo do trabalhador nas operações que § 1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias
produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômo- profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a
dos.(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o ob-
Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade jetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalu-
ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) bres ou perigosas. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de tra- § 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja
balho dentro dos limites de tolerância;(Incluído pela Lei nº 6.514, por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado,
de 22.12.1977) o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não
II - com a utilização de equipamentos de proteção individual houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do
ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
a limites de tolerância. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) § 3º - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a
Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex
comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando officio da perícia. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo. Art.196 - Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos a con-
Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, tar da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprova-
acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do dos pelo Ministro do Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11.
Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por Art. . 197 - Os materiais e substâncias empregados, manipula-
dos ou transportados nos locais de trabalho, quando perigosos ou
nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, reco-

151
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspon- V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, so-
dente, segundo a padronização internacional. (Redação dada pela bretudo no trabalho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de
Lei nº 6.514, de 22.12.1977) água potável, alojamento profilaxia de endemias;(Incluído pela Lei
Parágrafo único - Os estabelecimentos que mantenham as ati- nº 6.514, de 22.12.1977)
vidades previstas neste artigo afixarão, nos setores de trabalho atin- VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas
gidas, avisos ou cartazes, com advertência quanto aos materiais e nocivas, radiações ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e
substâncias perigosos ou nocivos à saúde. (Redação dada pela Lei trepidações ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, com
nº 6.514, de 22.12.1977) especificação das medidas cabíveis para eliminação ou atenuação
desses efeitos limites máximos quanto ao tempo de exposição, à
SEÇÃO XIV intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do tra-
DA PREVENÇÃO DA FADIGA balhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade controle
permanente dos locais de trabalho e das demais exigências que se
Art. . 198 - É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo façam necessárias; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exi-
disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher. gências, instalações sanitárias, com separação de sexos, chuveiros,
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou condi-
Parágrafo único - Não está compreendida na proibição deste ções de conforto por ocasião das refeições, fornecimento de água
artigo a remoção de material feita por impulsão ou tração de vago- potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua
netes sobre trilhos, carros de mão ou quaisquer outros aparelhos execução, tratamento de resíduos industriais; (Incluído pela Lei nº
mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos, fixar 6.514, de 22.12.1977)
limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado servi- VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas
ços superiores às suas forças. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de sinalizações de perigo.(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
22.12.1977) Parágrafo único - Tratando-se de radiações ionizantes e explo-
Art.199 - Será obrigatória a colocação de assentos que asse- sivos, as normas a que se referem este artigo serão expedidas de
gurem postura correta ao trabalhador, capazes de evitar posições acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico.
incômodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija que (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
trabalhe sentado. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Parágrafo único - Quando o trabalho deva ser executado de pé, SEÇÃO XVI
os empregados terão à sua disposição assentos para serem utiliza- DAS PENALIDADES
dos nas pausas que o serviço permitir. (Redação dada pela Lei nº
6.514, de 22.12.1977) Atualização do valor das multas
Art. 201 - As infrações ao disposto neste Capítulo relativas à
SEÇÃO XV medicina do trabalho serão punidas com multa de 3 (três) a 30
DAS OUTRAS MEDIDAS ESPECIAIS DE PROTEÇÃO (trinta) vezes o valor de referência previsto no artigo 2º, parágrafo
único, da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975, e as concernentes à
Art. 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer dispo- segurança do trabalho com multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) ve-
sições complementares às normas de que trata este Capítulo, ten- zes o mesmo valor. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
do em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de tra- Parágrafo único - Em caso de reincidência, embaraço ou resis-
balho, especialmente sobre: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de tência à fiscalização, emprego de artifício ou simulação com o ob-
22.12.1977) jetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em seu valor máximo.
I - medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
proteção individual em obras de construção, demolição ou reparos; Art. 202. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Art. 203. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, in- Art. 204 - (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
flamáveis e explosivos, bem como trânsito e permanência nas áreas Art. 205. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
respectivas; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Art. 206. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedrei- Art. 207. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
ras, sobretudo quanto à prevenção de explosões, incêndios, des- Art. 208. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
moronamentos e soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. Art. 209. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
e facilidades de rápida saída dos empregados; (Incluído pela Lei nº Art. 210. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
6.514, de 22.12.1977) Art. 211. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventi- Art. 212. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
vas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas Art. 213. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
e paredes, construção de paredes contra-fogo, diques e outros an- Art. 214. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
teparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores Art. 215 (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização; Art. 216. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Art. 217. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 218. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 219. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 220. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

152
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 221. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)


Art. 222. (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Art. 223 - (Revogado pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA ONU – ODS ONU

Os 193 Estados membros da ONU, incluindo o Brasil, comprometeram-se a adotar a chamada Agenda Pós-2015, considerada uma das
mais ambiciosas da história da diplomacia internacional. A partir dela, as nações trabalharão para cumprir os Objetivos de Desenvolvimen-
to Sustentável (ODS).1
Os ODS representam um plano de ação global para eliminar a pobreza extrema e a fome, oferecer educação de qualidade ao longo da
vida para todos, proteger o planeta e promover sociedades pacíficas e inclusivas até 2030.
Estão baseados nos compromissos para as crianças e os adolescentes nas áreas de pobreza, nutrição, saúde, educação, água e sanea-
mento e igualdade de gênero contidos nos precursores dos ODS, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
Os ODS também incluem novos objetivos e metas relacionados à proteção da criança e do adolescente, à educação infantil e à redução
das desigualdades.
Essa nova agenda apresenta uma oportunidade histórica para melhorar os direitos e o bem-estar de cada criança e cada adolescen-
te, especialmente os mais desfavorecidos, e garantir um planeta saudável para as meninas e os meninos de hoje e para as futuras gerações.
O UNICEF saúda esse ‘plano de ação para as pessoas, planeta e prosperidade’ ambicioso e universal e compromete-se a fazer todo o
possível para alcançar os objetivos.
Vamos trabalhar em parceria com governos, sociedade civil, empresas, universidades e outras agências das Nações Unidas – e espe-
cialmente com as crianças, os adolescentes e os jovens – para fortalecer o que funciona, inovar para melhorar soluções e resultados, medir
o progresso e compartilhar lições aprendidas.

O desenvolvimento sustentável não vai acontecer se as crianças não tiverem oportunidades justas

Não pode haver desenvolvimento sustentável, prosperidade ou paz sem equidade – oportunidades justas para cada criança e cada
adolescente. Se as crianças e os adolescentes mais desfavorecidos não compartilham desse progresso, ele não será sustentável.
A nova agenda tem o potencial de definir o desenvolvimento global em um caminho mais equitativo. Ela dá a oportunidade de se ofe-
recer a todas as crianças e todos os adolescentes as ferramentas, as habilidades e os serviços de que necessitam para sobreviver, prosperar
e percorrer a maior parte de sua vida.
Os progressos para alcançar as metas serão avaliados levando-se em consideração se as intervenções estão reduzindo a desigualdade
e chegando às crianças, aos adolescentes e às comunidades mais vulneráveis. Dados consistentes e desagregados desempenham um papel
crucial na identificação e no alcance das meninas e dos meninos que estão às margens da sociedade.
Crianças, adolescentes e jovens precisam de um espaço para se envolver com aqueles que vão colocar os ODS em prática. As pessoas
jovens podem ajudar a mudar sua própria vida e suas comunidades – elas têm ideias, energia ilimitada para a ação e a maior participação
no futuro. Capacitadas e fortalecidas pelo conhecimento e pela consciência dos seus direitos e das necessidades urgentes do mundo, elas
podem ajudar a garantir que os gestores cumpram os compromissos assumidos.

Construindo um futuro sustentável

Os ODS compreendem 17 objetivos e 169 metas. Nem todos fazem referência às crianças e aos adolescentes, mas todos são relevan-
tes para a vida deles. Juntos, os objetivos representam uma abordagem integral para atender às necessidades de meninas e meninos e
para proteger seus direitos.

1 Fonte: Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel Acesso em: 05/10/2023

153
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Medidas tomadas para proteger os oceanos e os ecossistemas, Porque muitas meninas ainda enfrentam discriminação, o ob-
criar cidades sustentáveis, investir em energia e infraestrutura, re- jetivo sobre igualdade de gênero apresenta metas sobre o fortale-
forçar as instituições e estabelecer parcerias influenciarão a vida cimento de capacidades, o enfrentamento da discriminação e o fim
das crianças e dos adolescentes. Para que as crianças e os adoles- de práticas como o casamento infantil e mutilação/corte genital.
centes possam herdar um planeta mais sustentável, os ODS reque- Acordados os ODS, serão necessários empenho e determina-
rem a integração das políticas de mudança climática nas estratégias ção para fornecer oportunidades justas na vida para cada criança e
e planos nacionais e a garantia de acesso a serviços de energia aces- cada adolescente. As apostas são altas. Como decidimos investir em
síveis, confiáveis e modernos para todos até 2030. crianças e adolescentes e como as engajamos na construção do fu-
Muitos dos novos objetivos abordam os perigos mais iminentes turo acabará por determinar se seremos bem-sucedidos na criação
que as crianças e os adolescentes enfrentam hoje. A violência ame- de um mundo mais pacífico, próspero e sustentável.
aça a vida e o futuro de milhões de meninas e meninos e destrói o
tecido social de comunidades e nações. A inclusão da agenda de No alvorecer do século XXI, o mundo enfrentou desafios sem
resposta e enfrentamento da violência – incluindo abuso, explora- precedentes. A rápida globalização, as mudanças climáticas, as cres-
ção e tráfico – na agenda internacional é uma das grandes realiza- centes desigualdades e os avanços tecnológicos trouxeram oportu-
ções dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. nidades, mas também ameaças. Ficou evidente que as estratégias
Alguns objetivos dialogam diretamente com os temas sem os de desenvolvimento tradicionais, muitas vezes focadas em uma úni-
quais as meninas e os meninos não podem sobreviver, prosperar ca dimensão – seja econômica, social ou ambiental –, eram inade-
e desenvolver plenamente seu potencial – alimentação, cuidados quadas para abordar os desafios complexos do novo milênio.
de saúde, água potável, educação e perspectivas de emprego. O Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que vi-
objetivo sobre nutrição exige um fim à desnutrição, que ameaça a goraram de 2000 a 2015, foram a primeira tentativa das Nações
vida das crianças e prejudica a sua saúde e seu crescimento físico, Unidas de estabelecer um conjunto de metas globais de desenvol-
sua educação e seu futuro. vimento. Embora tenham alcançado sucessos significativos, como a
O objetivo sobre saúde aborda os riscos que meninas e me- redução pela metade da proporção de pessoas vivendo em extre-
ninos enfrentam ao longo do seu ciclo de vida, da mortalidade na ma pobreza, eles também enfrentaram críticas por sua abordagem
infância às doenças não transmissíveis . O foco sobre os determi- fragmentada e por não abordar alguns desafios emergentes.
nantes sociais – e a necessidade de fortalecer os sistemas de saúde Reconhecendo essas limitações e a necessidade de uma visão
e redes de segurança social – dialoga com os fatores que afetam a mais integrada e inclusiva, a ONU iniciou consultas globais para
saúde dos mais desfavorecidos. formular a próxima agenda pós-2015. Este processo envolveu go-
O objetivo sobre água e saneamento segue sendo um assunto vernos, sociedade civil, setor privado e cidadãos comuns de todo o
inacabado sobre desenvolvimento, visando ao acesso universal e mundo, culminando na adoção dos Objetivos de Desenvolvimento
equitativo, com especial atenção para as necessidades das mulhe- Sustentável (ODS) em 2015.
res e meninas e das pessoas vulneráveis. Os ODS, ao contrário dos ODM, não são apenas para os países
Muitas crianças não frequentam a escola, enquanto muitas ou- em desenvolvimento ou sobre a erradicação da pobreza. Eles re-
tras passam anos na sala de aula e não aprendem nem mesmo as conhecem que os desafios, como as mudanças climáticas ou a de-
habilidades básicas. O objetivo sobre educação aborda o acesso a sigualdade, são globais em natureza e requerem ação conjunta de
oportunidades de aprendizagem e a qualidade do ensino. Acrescen- todas as nações. A nova agenda é holística, interconectada e indi-
ta a educação infantil na agenda e visa assegurar que a educação visível, sublinhando que não podemos prosperar economicamente
esteja acessível a todas as crianças, independentemente de seu gê- às custas do planeta ou de determinados segmentos da população.
nero, condição física, raça ou etnia ou local de moradia. A adoção dos ODS pela Assembleia Geral da ONU em 2015
O objetivo sobre crescimento econômico e emprego pede uma marcou um ponto de inflexão na abordagem global do desenvolvi-
estratégia global para garantir oportunidades de trabalho para as mento. Enquanto o mundo continua a enfrentar desafios multiface-
pessoas jovens. Ele também visa acabar com o trabalho infantil e tados, a Agenda 2030 fornece um roteiro para um futuro mais justo,
aborda o recrutamento e emprego de crianças como soldados – resiliente e sustentável. Esta introdução aprofundada estabelece as
uma inclusão fundamental para a agenda do desenvolvimento glo- bases para uma compreensão mais detalhada de cada um dos 17
bal. objetivos e sua relevância em nosso mundo interconectado.
Os objetivos abordam o enfrentamento da pobreza, da desi-
gualdade e da discriminação de gênero, que prejudicam as crianças — A estrutura dos ODS
e os adolescentes e afetam o seu potencial. O objetivo sobre pobre- A formulação dos ODS foi um processo inclusivo e participativo
za reconhece o alcance universal e muitas dimensões do problema, que envolveu uma série de consultas, debates e negociações. Di-
e insta os países a desenvolver e fortalecer os sistemas de proteção ferentemente dos ODM, que foram muitas vezes vistos como uma
social. agenda imposta principalmente pelos países desenvolvidos aos pa-
Reconhecendo que as crianças e os adolescentes mais pobres íses em desenvolvimento, os ODS foram moldados por uma ampla
não estão recebendo oportunidades justas e que a discriminação variedade de partes interessadas, incluindo governos, organizações
com base em fatores como raça e etnia ou local de moradia pode internacionais, sociedade civil, setor privado e cidadãos.
reforçar a pobreza por meio das gerações, o objetivo sobre desi- Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são acom-
gualdade invoca os países a implementar políticas que reduzam as panhados por 169 metas específicas e um conjunto de indicadores
diferenças entre ricos e pobres. que ajudam a medir o progresso. Esta estrutura detalhada serve
para:
– Especificidade: para evitar ambiguidades, as metas foram
projetadas para serem claras e mensuráveis.

154
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Abrangência: a inclusão de um grande número de metas re- 7. Energia limpa e acessível


flete a complexidade dos desafios do desenvolvimento e a necessi- A energia é central para quase todos os grandes desafios e
dade de abordá-los de múltiplas frentes. oportunidades de desenvolvimento. O objetivo busca garantir o
– Interconexão: os objetivos e metas estão interligados, desta- acesso a fontes de energia acessíveis, confiáveis, sustentáveis e mo-
cando que o progresso em uma área pode afetar, e ser afetado por, dernas para todos.
progresso em outras áreas.
Os ODS são universais, o que significa que se aplicam a todos 8. Trabalho decente e crescimento econômico
os países, independentemente de seu nível de desenvolvimento Crescimento econômico, se não for inclusivo e equitativo, pode
econômico. Esta universalidade é reflexo da percepção de que os agravar as desigualdades. Este objetivo foca na promoção de políti-
desafios do desenvolvimento, como as mudanças climáticas, a de- cas que incentivem o empreendedorismo, a criação de empregos e
sigualdade e os conflitos, não conhecem fronteiras e só podem ser o trabalho decente para todos.
resolvidos através de esforços cooperativos.
Além disso, eles são construídos sobre a ideia de que as três 9. Indústria, inovação e infraestrutura
dimensões do desenvolvimento sustentável - econômica, social e Infraestrutura resiliente e inovação são cruciais para o desen-
ambiental - estão interligadas e são mutuamente dependentes. Por volvimento econômico e bem-estar. Este objetivo promove a indus-
exemplo, não se pode alcançar o desenvolvimento econômico sus- trialização inclusiva e sustentável, e incentiva a inovação e a pes-
tentável sem abordar questões sociais como educação e saúde ou quisa.
sem considerar o impacto ambiental das atividades econômicas.
10. Redução das desigualdades
— Os 17 objetivos Desigualdades, tanto dentro como entre países, representam
um dos maiores desafios para o desenvolvimento. Este objetivo
1. Erradicação da pobreza procura nivelar o campo de jogo, dando a todos uma chance justa
A pobreza, em todas as suas formas, é o principal obstáculo ao de sucesso.
desenvolvimento humano. Este objetivo vai além da simples ideia
de renda, abordando as múltiplas dimensões da pobreza, incluindo 11. Cidades e Comunidades sustentáveis
falta de acesso a serviços básicos, discriminação e exclusão, e vulne- À medida que a urbanização avança, é essencial criar cidades
rabilidade a choques externos. e assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sus-
tentáveis. Este objetivo se concentra em soluções para a habitação
2. Fome zero e agricultura sustentável adequada, transporte sustentável, planejamento urbano verde e
Alimentar a crescente população mundial de forma sustentável gestão de desastres.
requer transformações na forma como produzimos e consumimos
alimentos. Este objetivo foca em práticas agrícolas sustentáveis, se- 12. Consumo e produção responsáveis
gurança alimentar e nutricional, e resiliência de sistemas agrícolas. Os padrões insustentáveis de consumo e produção ameaçam
os limites planetários e a qualidade de vida de todos. Este objetivo
3. Saúde e bem-estar promove a adoção de práticas sustentáveis, a redução do desperdí-
A saúde é um direito humano fundamental e um pilar essen- cio e a reflexão sobre os padrões de consumo.
cial do desenvolvimento sustentável. O objetivo abrange uma am-
pla gama de questões, desde a redução da mortalidade materna e 13. Ação contra a mudança global do clima
infantil até o combate a doenças, incluindo as não transmissíveis e As mudanças climáticas são uma das maiores ameaças à vida
aquelas relacionadas à água e saneamento. como a conhecemos. Este objetivo reconhece a necessidade de me-
didas urgentes, enfatizando a importância dos acordos internacio-
4. Educação de qualidade nais, como o Acordo de Paris, e ações em níveis nacionais e locais.
A educação é a pedra angular do desenvolvimento pessoal e
societal. Este objetivo visa garantir uma educação inclusiva, equita- 14. Vida na água
tiva e de qualidade para todos, preparando os indivíduos para se- Os oceanos, mares e recursos marinhos desempenham fun-
rem cidadãos responsáveis e informados. ções vitais para a vida na Terra. Este objetivo visa conservar e usar
de maneira sustentável esses recursos, abordando questões como
5. Igualdade de gênero a poluição marinha, acidificação dos oceanos e pesca insustentável.
As desigualdades de gênero persistem em todo o mundo, pre-
judicando as mulheres e meninas e impedindo o desenvolvimento. 15. Vida terrestre
Este objetivo enfatiza a necessidade de acabar com a discriminação, A biodiversidade terrestre é fundamental para a humanidade
a violência e qualquer forma de subjugação das mulheres e meni- por suas contribuições ecológicas, econômicas e sociais. Este obje-
nas. tivo aborda a proteção, recuperação e promoção do uso sustentável
dos ecossistemas terrestres, a luta contra a desertificação e a de-
6. Água potável e saneamento tenção da perda de biodiversidade.
A água é a fonte da vida. A garantia de acesso a fontes de água
limpa e ao saneamento adequado para todos é vital para a saúde
pública, bem-estar e desenvolvimento sustentável.

155
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

16. Paz, justiça e instituições eficazes – Dados e monitoramento: acompanhar o progresso requer
Paz duradoura e sociedades inclusivas são cruciais para o de- dados precisos e atualizados, o que pode ser um desafio em países
senvolvimento sustentável. Este objetivo foca em reduzir todas as com capacidades estatísticas limitadas.
formas de violência, promover a justiça para todos e construir insti-
tuições eficazes e responsáveis em todos os níveis. — A importância dos ODS para o futuro global
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) represen-
17. Parcerias e meios de implementação tam uma compreensão evoluída e integrada do desenvolvimento.
Para atingir os 16 objetivos anteriores, é necessária uma parce- Diferente dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) que
ria global robusta e cooperativa. Este objetivo ressalta a importân- os precederam, os ODS não se concentram apenas em desafios de
cia da colaboração entre governos, setor privado e sociedade civil, desenvolvimento no mundo em desenvolvimento, mas reconhe-
garantindo recursos, tecnologia e comércio justo para todos. cem que desafios como mudanças climáticas, desigualdade e con-
sumo insustentável são preocupações universais.
Os ODS reconhecem a interdependência das dimensões eco- Um dos princípios fundamentais dos ODS é “não deixar nin-
nômicas, sociais e ambientais do desenvolvimento sustentável e guém para trás”. Eles reconhecem que o desenvolvimento não pode
enfatizam a importância de abordar cada área não isoladamente, ser sustentável se não for equitativo. Ao abordar questões como
mas como parte de um todo interconectado. A abordagem abran- pobreza, fome, saúde, educação e igualdade de gênero, os ODS pro-
gente e inclusiva dos ODS reflete a compreensão de que os desafios curam criar um mundo onde todos têm acesso a oportunidades e
que enfrentamos são globais em escala e requerem ação coletiva. O direitos iguais.
compromisso com esses objetivos e sua implementação eficaz pode Vários ODS, diretamente ou indiretamente, se concentram na
conduzir o mundo a um futuro mais equitativo e sustentável para proteção do meio ambiente. Seja através da ação climática, da pro-
todos. teção da vida na terra e na água ou do estabelecimento de padrões
de consumo e produção sustentáveis, os ODS reconhecem que a
Implementação e desafios dos ODS saúde e o bem-estar humanos estão intrinsecamente ligados à saú-
A implementação dos ODS exige uma abordagem multifaceta- de do planeta.
da e colaborativa. Para isso, foram estabelecidos mecanismos que Os ODS fornecem uma agenda comum que une nações, setor
incluem: privado, sociedade civil e indivíduos em um esforço colaborativo.
– Planos Nacionais: os países são incentivados a integrar os Este é um reconhecimento de que os desafios que enfrentamos são
ODS em suas políticas e estratégias nacionais. Isto ajuda a garantir interconectados e exigem uma ação coletiva. Eles também incenti-
que a implementação seja adaptada às circunstâncias locais. vam a inovação e a colaboração. Eles reconhecem que para enfren-
– Parcerias público-privadas: o setor privado tem um papel tar os desafios do século 21, precisamos de soluções inovadoras e
crucial na implementação dos ODS, especialmente em áreas como parcerias entre governos, setor privado e sociedade civil.
inovação, financiamento e tecnologia. As parcerias entre governos A adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é um
e empresas são essenciais para mobilizar recursos e expertise. compromisso global com um futuro melhor e mais sustentável. Sua
– Mobilização de recursos: a implementação eficaz dos ODS importância vai além de metas e indicadores; eles representam
requer financiamento substancial. Isto pode vir de fontes públicas, uma visão compartilhada de humanidade e um plano conjunto para
como orçamentos nacionais, e fontes privadas, como investimentos um futuro onde todas as pessoas vivem em harmonia e prosperi-
e filantropia. dade em um planeta saudável. Ao trabalhar juntos para alcançar
– Troca de conhecimento e capacitação: muitos países podem esses objetivos, temos a oportunidade não apenas de enfrentar os
se beneficiar do compartilhamento de soluções e práticas eficazes. desafios mais prementes de nosso tempo, mas também de criar um
A cooperação internacional e regional é vital para a transferência de legado de justiça, equidade e sustentabilidade para as gerações fu-
conhecimento e fortalecimento de capacidades. turas.

— Desafios na implementação
Apesar do compromisso global com os ODS, vários desafios
LEI Nº 13.709/2018 (LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE
persistem:
DADOS – LGPD)
– Complexidade e interconexão: dada a interdependência dos
objetivos, a ação em uma área pode afetar os resultados em outra. LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018
Esta complexidade pode tornar a implementação e o monitoramen- Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)
to um desafio. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
– Desigualdades persistentes: enquanto alguns países ou regi- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
ões têm avançado rapidamente, outros estão ficando para trás. As
desigualdades dentro e entre os países podem impedir o progresso. CAPÍTULO I
– Mudanças climáticas e desastres naturais: eventos climáti- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
cos extremos e desastres naturais podem desfazer anos de progres-
so, especialmente em países vulneráveis. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais,
– Política e Governança: em alguns lugares, a falta de vontade inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí-
política, a corrupção ou a instabilidade política podem obstruir a dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os
implementação dos ODS. direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen-
volvimento da personalidade da pessoa natural.

156
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de in- §2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso
teresse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Dis- III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em
trito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que
Vigência serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de-
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como verão observar a limitação imposta no §4º deste artigo.
fundamentos: §3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco-
I - o respeito à privacidade; mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput
II - a autodeterminação informativa; deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac-
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação to à proteção de dados pessoais.
e de opinião; §4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá ser
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos-
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu- sua capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação
midor; e dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali- Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais. I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden-
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento re- tificada ou identificável;
alizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou
ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou do étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a
país onde estejam localizados os dados, desde que: organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referen-
I - a operação de tratamento seja realizada no território nacio- te à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando
nal; vinculado a uma pessoa natural;
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser
o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis
indivíduos localizados no território nacional; ou(Redação dada pela e disponíveis na ocasião de seu tratamento;
Lei nº 13.853, de 2019) Vigência IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais,
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole- estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou
tados no território nacional. físico;
§1º Consideram-se coletados no território nacional os dados V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais
pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta. que são objeto de tratamento;
§2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen- VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público
to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei. ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen-
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais: to de dados pessoais;
I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti- VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou
culares e não econômicos; privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do
II - realizado para fins exclusivamente: controlador;
a) jornalístico e artísticos; ou VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera-
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11 dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os
desta Lei; titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados
III - realizado para fins exclusivos de: (ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
a) segurança pública; IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador;
b) defesa nacional; X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais,
c) segurança do Estado; ou como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação,
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais; utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa-
ou mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam controle da informação, modificação, comunicação, transferência,
objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes difusão ou extração;
de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e dis-
de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o poníveis no momento do tratamento, por meio dos quais um dado
país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pesso- perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indi-
ais adequado ao previsto nesta Lei. víduo;
§1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo-
regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro- ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados
porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse pessoais para uma finalidade determinada;
público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação
proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei. de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de
dados;
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados
armazenados em banco de dados, independentemente do proce-
dimento empregado;

157
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XV - transferência internacional de dados: transferência de da- CAPÍTULO II


dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
qual o país seja membro;
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, trans- SEÇÃO I
ferência internacional, interconexão de dados pessoais ou trata- DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
mento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e
entidades públicos no cumprimento de suas competências legais, Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser
ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização realizado nas seguintes hipóteses:
específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti- I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
das por esses entes públicos, ou entre entes privados; II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: docu- controlador;
mentação do controlador que contém a descrição dos processos de III - pela administração pública, para o tratamento e uso com-
tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às liberdades partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas
civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, salvaguardas previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, con-
e mecanismos de mitigação de risco; vênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do
XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração Capítulo IV desta Lei;
pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garanti-
fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com da, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais;
sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro-
seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte
caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação o titular, a pedido do titular dos dados;
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial,
XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res- administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307,
ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853, VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular
de 2019) Vigência ou de terceiro;
Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento
observar a boa-fé e os seguintes princípios: realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida-
I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí- de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi- IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do
lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direi-
finalidades; tos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos
II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalida- dados pessoais; ou
des informadas ao titular, de acordo com o contexto do tratamento; X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na
III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces- legislação pertinente.
sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos §1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às Vigência
finalidades do tratamento de dados; §2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e Vigência
gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre §3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público deve
a integralidade de seus dados pessoais; considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que justifica-
V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, ram sua disponibilização.
clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne- §4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no
cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento; caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi-
VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações cla- cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios
ras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamen- previstos nesta Lei.
to e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos §5º O controlador que obteve o consentimento referido no in-
comercial e industrial; ciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou comparti-
VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati- lhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consen-
vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados timento específico do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses
e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, de dispensa do consentimento previstas nesta Lei.
comunicação ou difusão; §6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não
VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs-
de danos em virtude do tratamento de dados pessoais; tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e
IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata- da garantia dos direitos do titular.
mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos; §7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re-
X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, ferem os §§3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas
pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro- finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e especí-
var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da-
dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.

158
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titular, Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá
assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei. (In- fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí-
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem,
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei mas não se limitam a:
deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
a manifestação de vontade do titular. II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus
§1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de- direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as
verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu- legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais,
ais. nos termos desta Lei.
§2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti- §1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse do
mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei. controlador, somente os dados pessoais estritamente necessários
§3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício para a finalidade pretendida poderão ser tratados.
de consentimento. §2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a trans-
§4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi- parência do tratamento de dados baseado em seu legítimo inte-
nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes- resse.
soais serão nulas. §3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re-
§5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata-
mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra- mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados
tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo os segredos comercial e industrial.
do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou-
ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput SEÇÃO II
do art. 18 desta Lei. DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS
§6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos
I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po-
titular, com destaque de forma específica do teor das alterações, derá ocorrer nas seguintes hipóteses:
podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido, I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma
revogá-lo caso discorde da alteração. específica e destacada, para finalidades específicas;
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte-
sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza- ses em que for indispensável para:
das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
características previstas em regulamentação para o atendimento do lador;
princípio do livre acesso: b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução,
I - finalidade específica do tratamento; pela administração pública, de políticas públicas previstas em leis
II - forma e duração do tratamento, observados os segredos ou regulamentos;
comercial e industrial; c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem-
III - identificação do controlador; pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis;
IV - informações de contato do controlador; d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro-
V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da
controlador e a finalidade; Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen- e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de
to; e terceiro;
VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos conti- f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado
dos no art. 18 desta Lei. por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá-
§1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse ria; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência
será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te- g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos
nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen- processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas
tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca. eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta
§2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou- Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda-
ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais.
não compatíveis com o consentimento original, o controlador de- §1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento
verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida- de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa
de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí-
alterações. fica.
§3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição para §2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” do
o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício de di- inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades públi-
reito, o titular será informado com destaque sobre esse fato e sobre cas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento,
os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular elencados nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei.
no art. 18 desta Lei.

159
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais §4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco- tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as-
nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in-
parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder formação adicional mantida separadamente pelo controlador em
Público, no âmbito de suas competências. ambiente controlado e seguro.
§4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com SEÇÃO III
objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS
tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica E DE ADOLESCENTES
e de assistência à saúde, desde que observado o §5º deste artigo,
incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí- Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado-
cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência deste artigo e da legislação pertinente.
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou §1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser re-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência alizado com o consentimento específico e em destaque dado por
II - as transações financeiras e administrativas resultantes do pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (Incluí- §2º No tratamento de dados de que trata o §1º deste artigo, os
do pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência controladores deverão manter pública a informação sobre os tipos
§5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência à de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimentos
saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de seleção de para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.
riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como na con- §3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o
tratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº 13.853, de consentimento a que se refere o §1º deste artigo quando a coleta
2019) Vigência for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza-
Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e
pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de anoni- em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen-
mização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusi- timento de que trata o §1º deste artigo.
vamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, puder §4º Os controladores não deverão condicionar a participação
ser revertido. dos titulares de que trata o §1º deste artigo em jogos, aplicações
§1º A determinação do que seja razoável deve levar em con- de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações
sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários pessoais além das estritamente necessárias à atividade.
para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno- §5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis
logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios. para verificar que o consentimento a que se refere o §1º deste ar-
§2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso- tigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecno-
ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil logias disponíveis.
comportamental de determinada pessoa natural, se identificada. §6º As informações sobre o tratamento de dados referidas nes-
§3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e técni- te artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e aces-
cas utilizados em processos de anonimização e realizar verificações sível, consideradas as características físico-motoras, perceptivas,
acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de Proteção sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos
de Dados Pessoais. audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a infor-
Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos mação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada ao
de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se- entendimento da criança.
rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para
a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em SEÇÃO IV
ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança pre- DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS
vistas em regulamento específico e que incluam, sempre que pos-
sível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem como Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá
considerem os devidos padrões éticos relacionados a estudos e nas seguintes hipóteses:
pesquisas. I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os
§1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es- dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da
tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma finalidade específica almejada;
hipótese poderá revelar dados pessoais. II - fim do período de tratamento;
§2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança da III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito
informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em cir- de revogação do consentimento conforme disposto no §5º do art.
cunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro. 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou
§3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio-
regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida- lação ao disposto nesta Lei.
des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências. Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de
seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades,
autorizada a conservação para as seguintes finalidades:

160
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto
lador; nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí- sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei
vel, a anonimização dos dados pessoais; nº 13.853, de 2019) Vigência
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi- §7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni-
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei- mizados pelo controlador.
ro, e desde que anonimizados os dados. §8º O direito a que se refere o §1º deste artigo também poderá
ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor.
CAPÍTULO III Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso-
DOS DIREITOS DO TITULAR ais serão providenciados, mediante requisição do titular:
I - em formato simplificado, imediatamente; ou
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de II - por meio de declaração clara e completa, que indique a ori-
seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber- gem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados e a
dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei. finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e in-
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con- dustrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da data
trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual- do requerimento do titular.
quer momento e mediante requisição: §1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que fa-
I - confirmação da existência de tratamento; voreça o exercício do direito de acesso.
II - acesso aos dados; §2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a crité-
III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza- rio do titular:
dos; I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces- II - sob forma impressa.
sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto §3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do
nesta Lei; titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica in-
V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou tegral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial e
produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula- industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional,
mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer- em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em
cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên- outras operações de tratamento.
cia §4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferenciada
VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti- acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste artigo
mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta Lei; para os setores específicos.
VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de
o controlador realizou uso compartilhado de dados; decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa-
VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen- tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as
timento e sobre as consequências da negativa; decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de
IX - revogação do consentimento, nos termos do §5º do art. 8º consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Reda-
desta Lei. ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em §1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas, in-
relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade formações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro-
nacional. cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os
§2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda- segredos comercial e industrial.
mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em §2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata
caso de descumprimento ao disposto nesta Lei. o §1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e
§3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos mediante industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri-
requerimento expresso do titular ou de representante legalmente ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado
constituído, a agente de tratamento. de dados pessoais.
§4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da provi- §3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
dência de que trata o §3º deste artigo, o controlador enviará ao Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de
titular resposta em que poderá: direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo.
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e indi- Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de
car, sempre que possível, o agente; ou dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, na
II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado- forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instrumen-
ção imediata da providência. tos de tutela individual e coletiva.
§5º O requerimento referido no §3º deste artigo será atendido
sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em re-
gulamento.
§6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-

161
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO IV Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Pú-
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO blico deve atender a finalidades específicas de execução de políticas
públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades públicas,
SEÇÃO I respeitados os princípios de proteção de dados pessoais elencados
DAS REGRAS no art. 6º desta Lei.
§1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso,
de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº exceto:
12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) , I - em casos de execução descentralizada de atividade pública
deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico
na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de
competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú- novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
blico, desde que: II - (VETADO);
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente,
competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen- observadas as disposições desta Lei.
do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina- IV - quando houver previsão legal ou a transferência for respal-
lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução dada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou(In-
dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
em seus sítios eletrônicos; V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi-
II - (VETADO); e vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e
III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera- resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde
ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei
Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência nº 13.853, de 2019) Vigência
IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência §2º Os contratos e convênios de que trata o §1º deste artigo
§1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de deverão ser comunicados à autoridade nacional.
publicidade das operações de tratamento. Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes-
§2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas men- soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva-
cionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de que do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti-
trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à mento do titular, exceto:
Informação) . I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta
§3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do Lei;
titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada
específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507, publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou
de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784, III - nas exceções constantes do §1º do art. 26 desta Lei.
de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) , Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que
e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Incluído
Informação) . pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter pri- Art. 28. (VETADO).
vado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamento Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo-
dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo, nos mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de
termos desta Lei. operações de tratamento de dados pessoais, informações específi-
§5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra-
aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar
em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo. para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia 13.853, de 2019)Vigência
mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas
no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento complementares para as atividades de comunicação e de uso com-
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos partilhado de dados pessoais.
termos desta Lei.
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco- SEÇÃO II
nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú- DA RESPONSABILIDADE
blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento
dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do
deste Capítulo. tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade
Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interoperá- nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer
vel e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execução cessar a violação.
de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à descen- Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Po-
tralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das der Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de da-
informações pelo público em geral. dos pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para
os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.

162
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO V ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inciso


DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade na-
cional.
Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so- §1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, de-
mente é permitida nos seguintes casos: verão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias
I - para países ou organismos internacionais que proporcionem mínimas para a transferência que observem os direitos, as garantias
grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei; e os princípios desta Lei.
II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de §2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de
cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de normas corporativas globais submetidas à aprovação da autoridade
proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou
a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe- realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata-
rência; mento, quando necessário.
b) cláusulas-padrão contratuais; §3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer-
c) normas corporativas globais; tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que
d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi- permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu-
tidos; lamento.
III - quando a transferência for necessária para a cooperação ju- §4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão
rídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de inves- ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade
tigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de direito com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados.
internacional; §5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge-
IV - quando a transferência for necessária para a proteção da rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste
vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas
V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência; e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previsto
VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido nos §§1º e 2º do art. 46 desta Lei.
em acordo de cooperação internacional; Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi-
VII - quando a transferência for necessária para a execução de cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di-
política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; comunicadas à autoridade nacional.
VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es-
pecífico e em destaque para a transferência, com informação prévia CAPÍTULO VI
sobre o caráter internacional da operação, distinguindo claramente DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
esta de outras finalidades; ou
IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos SEÇÃO I
incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei. DO CONTROLADOR E DO OPERADOR
Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas
jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor- operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe-
mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, cialmente quando baseado no legítimo interesse.
no âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade na- Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro-
cional a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes-
por país ou organismo internacional. soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de
Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou do tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os
organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art. segredos comercial e industrial.
33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o
consideração: relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados
I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia
destino ou no organismo internacional; da segurança das informações e a análise do controlador com re-
II - a natureza dos dados; lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco
III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados adotados.
pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei; Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as
IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula- instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observância
mento; das próprias instruções e das normas sobre a matéria.
V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res- Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões de
peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos da-
VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência. dos e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos regis-
Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra- tros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transparência.
tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas
para uma determinada transferência, normas corporativas globais

163
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO II II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes-


DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro-
teção de dados; ou
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata- III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos
mento de dados pessoais. dados ou de terceiro.
§1º A identidade e as informações de contato do encarrega- Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando
do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva, deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a segurança
preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias rele-
§2º As atividades do encarregado consistem em: vantes, entre as quais:
I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar I - o modo pelo qual é realizado;
esclarecimentos e adotar providências; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro- III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à
vidências; época em que foi realizado.
III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res- Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola-
peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao
pessoais; e deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro- Lei, der causa ao dano.
lador ou estabelecidas em normas complementares. Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito
§3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas comple- das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de respon-
mentares sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusi- sabilidade previstas na legislação pertinente.
ve hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação, confor-
me a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de CAPÍTULO VII
tratamento de dados. DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
§4º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
SEÇÃO I
SEÇÃO III DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS
DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de
Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí- segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados
cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou
dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis- ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer
lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo. forma de tratamento inadequado ou ilícito.
§1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da- §1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni-
dos: cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo,
I - o operador responde solidariamente pelos danos causados considerados a natureza das informações tratadas, as característi-
pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es-
proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os
do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con- princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei.
trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei; §2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser
II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço até
tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon- a sua execução.
dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art. Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa
43 desta Lei. que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga-
§2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos
a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a dados pessoais, mesmo após o seu término.
alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional
ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva- e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar-
mente onerosa. retar risco ou dano relevante aos titulares.
§3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham por §1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme de-
objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo podem finido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo:
ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto na le- I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;
gislação pertinente. II - as informações sobre os titulares envolvidos;
§4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres- III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas
so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in-
no evento danoso. dustrial;
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza- IV - os riscos relacionados ao incidente;
dos quando provarem: V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes sido imediata; e
é atribuído; VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter
ou mitigar os efeitos do prejuízo.

164
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente h) seja atualizado constantemente com base em informações
e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti- obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi-
tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais cas;
como: II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança
I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au-
II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente. toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover o
§3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, de
comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas forma independente, promovam o cumprimento desta Lei.
que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e §3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser pu-
nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados blicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhecidas
a acessá-los. e divulgadas pela autoridade nacional.
Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões
pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes-
de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos soais.
princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen-
tares. CAPÍTULO VIII
DA FISCALIZAÇÃO
SEÇÃO II
DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA SEÇÃO I
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas
competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmente Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in-
ou por meio de associações, poderão formular regras de boas práti- frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às
cas e de governança que estabeleçam as condições de organização, seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio-
o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo reclama- nal: (Vigência)
ções e petições de titulares, as normas de segurança, os padrões I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi-
técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no das corretivas;
tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de super- II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da
visão e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil
tratamento de dados pessoais. no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, a
§1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e o R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração;
operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e aos III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in-
dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a gra- ciso II;
vidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de IV - publicização da infração após devidamente apurada e con-
dados do titular. firmada a sua ocorrência;
§2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até
do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura, a sua regularização;
a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração;
dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para VII - (VETADO);
os titulares dos dados, poderá: VIII - (VETADO);
I - implementar programa de governança em privacidade que, IX - (VETADO).
no mínimo: X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a
a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses,
processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de
forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de dados pessoais; XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da-
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que este- dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de
jam sob seu controle, independentemente do modo como se reali- 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº
zou sua coleta; 13.853, de 2019)
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope- XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacio-
rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados; nadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em §1º As sanções serão aplicadas após procedimento administra-
processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privacida- tivo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma gra-
de; dativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades do
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e critérios:
titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis- I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais
mos de participação do titular; afetados;
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e esta- II - a boa-fé do infrator;
beleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos; III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e IV - a condição econômica do infrator;

165
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V - a reincidência; Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações


VI - o grau do dano; a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano
VII - a cooperação do infrator; ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional.
VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro- (Vigência)
cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá
tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo-
disposto no inciso II do §2º do art. 48 desta Lei; ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da
IX - a adoção de política de boas práticas e governança; multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.
X - a pronta adoção de medidas corretivas; e
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi- CAPÍTULO IX
dade da sanção. DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD)
§2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san- E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO-
ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de AIS E DA PRIVACIDADE
11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada
pela Lei nº 13.853, de 2019) SEÇÃO I
§3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD)
artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, Art. 55. (VETADO).
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da-
novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas) dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia
§4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no
caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa- Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não §1º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresarial §2º(Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, ou §3º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
demonstrado de forma inequívoca e idônea. Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853,
§5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela ANPD, de 2019)
inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Defesa I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela
de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de Lei nº 13.853, de 2019)
julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995. (Incluído II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
pela Lei nº 13.853, de 2019) vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das san- V - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
ções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste arti- V-A - Procuradoria; e(Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
go para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853, de VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces-
2019) sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853,
II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e de 2019)
entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos. Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) (cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei nº
§7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados 13.853, de 2019)
de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con- §1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi-
ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro-
controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do
este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do
Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regulamen- Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de
to próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei, que nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que orienta- §2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre
rão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência) brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa-
§1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de- ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para
vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata- os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias §3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4
para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de- §4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor
monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei. nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco)
§2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden- e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In-
tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de multa simples ou diária.

166
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e
membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será completa- internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu-
do pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos
seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados
em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis- pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida-
trativo disciplinar.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº
§1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de 13.853, de 2019)
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote-
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis- ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional
são especial constituída por servidores públicos federais estáveis. ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tra-
§2º Compete ao Presidente da República determinar o afasta- tamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e
mento preventivo, somente quando assim recomendado pela co- industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
missão especial de que trata o §1º deste artigo, e proferir o julga- XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú-
mento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in-
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais
exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir pa-
maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) recer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei;
Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida-
13.853, de 2019) des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es- XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de
trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac-
§1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen- to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento
tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção
da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In- de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853,
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
§2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias
ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e pla-
Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da nejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de
Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o detalha-
Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções mento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no- 2019)
meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm-
nº 13.853, de 2019) bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a
Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo,
2019) sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de
I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis- tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853,
lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial, XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen-
observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informações tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou
quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar os situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, de
fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro
2019) de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi-
Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi-
2019) croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas
IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode-
realizado em descumprimento à legislação, mediante processo ad- clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a
ministrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o direi- esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
to de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu-
V - apreciar petições de titular contra controlador após com- ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten-
provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro
não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu- de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo,
VI - promover na população o conhecimento das normas e das sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos
políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

167
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe- I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os
nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re-
2019) passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri- 2019)
mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra- II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que
ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e
para exercer suas competências em setores específicos de ativida- imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e(Incluído IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro
pela Lei nº 13.853, de 2019) das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por 2019)
meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamento V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído pela VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con-
Lei nº 13.853, de 2019) tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi-
§1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento de cos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei nº
dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles limi- 13.853, de 2019)
tes, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de mí- VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da-
nima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e os dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído
direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Federal e pela Lei nº 13.853, de 2019)
nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di-
§2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná- I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da
lises de impacto regulatório.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
§3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº
regulação de setores específicos da atividade econômica e gover- 14.460, de 2022)
namental devem coordenar suas atividades, nas correspondentes Art. 56. (VETADO).
esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas Art. 5 7. (VETADO).
atribuições com a maior eficiência e promover o adequado funcio-
namento dos setores regulados, conforme legislação específica, e o SEÇÃO II
tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído pela Lei DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
nº 13.853, de 2019) PESSOAIS E DA PRIVACIDADE
§4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in-
clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades Art. 58. (VETADO).
da administração pública responsáveis pela regulação de setores Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais
específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci- e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representan-
litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD. tes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos:(Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§5º No exercício das competências de que trata o caput deste I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº
artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do 13.853, de 2019)
segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei. II - 1 (um) do Senado Federal;(Incluído pela Lei nº 13.853, de
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 2019)
§6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e 13.853, de 2019)
as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça;(Incluído pela Lei
de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nº 13.853, de 2019)
Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe- V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí-
te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no do pela Lei nº 13.853, de 2019)
que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído
correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública. pela Lei nº 13.853, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela-
Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.853,
órgãos e entidades com competências sancionatórias e normativas de 2019)
afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen- VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova-
tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853, IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das
de 2019) categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº
Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial
relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (Incluído
pela Lei nº 13.853, de 2019)

168
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In- Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to-
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de
§1º Os representantes serão designados por ato do Presidente procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa
da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº 13.853, do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial,
de 2019) agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
§2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos
VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu- e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas
lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública. competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no §2º
§3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire-
e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema
13.853, de 2019) Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata a
I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Lei Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 .
nº 13.853, de 2019) Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data
Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon- operações de tratamento e a natureza dos dados.
dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não excluem
§4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Dados outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacionados à ma-
Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de serviço pú- téria ou nos tratados internacionais em que a República Federativa
blico relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de do Brasil seja parte.
2019) Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº
Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da- 13.853, de 2019)
dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a ela- C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
boração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853, I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;
de 2019) (Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Brasília , 14 de agosto de 2018; 197º da Independência e 130º
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído pela da República.
Lei nº 13.853, de 2019)
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (Incluído
LEI Nº 12.527/2011
pela Lei nº 13.853, de 2019)
(LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO – LAI)
V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
2019)
Art. 59. (VETADO). Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Consti-
CAPÍTULO X tuição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei
nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.
Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da
Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações: A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
“Art. 7º .................................................................. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
.......................................................................................
X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a CAPÍTULO I
determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi- DISPOSIÇÕES GERAIS
no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda
obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem obser-
proteção de dados pessoais; vados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim
..............................................................................” (NR) de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
“Art. 16. ................................................................. 5º , no inciso II do §3º do art. 37 e no §2º do art. 216 da Consti-
....................................................................................... tuição Federal.
II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finali- Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
dade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto nas
hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de dados
pessoais.” (NR)

169
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor-
Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Ju- mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e
diciário e do Ministério Público; ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com-
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, preensão.
as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu- CAPÍTULO II
nicípios. DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às
entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realiza- Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observa-
ção de ações de interesse público, recursos públicos diretamente das as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:
do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, I - gestão transparente da informação, propiciando amplo aces-
termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen- so a ela e sua divulgação;
tos congêneres. II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade,
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en- autenticidade e integridade; e
tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal,
recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even-
a que estejam legalmente obrigadas. tual restrição de acesso.
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as- Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen-
segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser de, entre outros, os direitos de obter:
executados em conformidade com os princípios básicos da adminis- I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de
tração pública e com as seguintes diretrizes: acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo obtida a informação almejada;
como exceção; II - informação contida em registros ou documentos, produ-
II - divulgação de informações de interesse público, indepen- zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou
dentemente de solicitações; não a arquivos públicos;
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec- III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou
nologia da informação; entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
na administração pública; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
V - desenvolvimento do controle social da administração pú- V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti-
blica. dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú-
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti- blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos adminis-
lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em trativos; e
qualquer meio, suporte ou formato; VII - informação relativa:
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro-
que seja o suporte ou formato; gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente como metas e indicadores propostos;
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
para a segurança da sociedade e do Estado; de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in-
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
identificada ou identificável; VIII – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.345, de 2022)
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à §1º O acesso à informação previsto no caput não compreende
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimen-
transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena- to científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu-
mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa- rança da sociedade e do Estado.
ção; §2º Quando não for autorizado acesso integral à informação
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser co- por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
nhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au- sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
torizados; parte sob sigilo.
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido §3º O direito de acesso aos documentos ou às informações ne-
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in- les contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e
divíduo, equipamento ou sistema; do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisó-
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, in- rio respectivo.
clusive quanto à origem, trânsito e destino; §4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido for-
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não
com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos
termos do art. 32 desta Lei.

170
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado me-
interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura diante:
de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva docu- I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e
mentação. entidades do poder público, em local com condições apropriadas
§6º Verificada a hipótese prevista no §5º deste artigo, o res- para:
ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa-
10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro- ções;
vem sua alegação. b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res-
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in- pectivas unidades;
dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a infor-
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de inte- mações; e
resse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à
§1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, de- participação popular ou a outras formas de divulgação.
verão constar, no mínimo:
I - registro das competências e estrutura organizacional, en- CAPÍTULO III
dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi- DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
mento ao público;
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur- SEÇÃO I
sos financeiros; DO PEDIDO DE ACESSO
III - registros das despesas;
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, in- Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de
clusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º
contratos celebrados; desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, identificação do requerente e a especificação da informação reque-
projetos e obras de órgãos e entidades; e rida.
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. §1º Para o acesso a informações de interesse público, a identi-
§2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e enti- ficação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem
dades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legí- a solicitação.
timos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios §2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar
oficiais da rede mundial de computadores (internet). alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de
§3º Os sítios de que trata o §2º deverão, na forma de regula- seus sítios oficiais na internet.
mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: §3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o determinantes da solicitação de informações de interesse público.
acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conce-
linguagem de fácil compreensão; der o acesso imediato à informação disponível.
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos §1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani- disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve-
lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta,
em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; efetuar a reprodução ou obter a certidão;
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura- II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou
ção da informação; parcial, do acesso pretendido; ou
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do
disponíveis para acesso; seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda,
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co- interessado da remessa de seu pedido de informação.
municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entida- §2º O prazo referido no §1º poderá ser prorrogado por mais 10
de detentora do sítio; e (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili- o requerente.
dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. §3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações
17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po-
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar
pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008. a informação de que necessitar.
§4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha- §4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de infor-
bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a mação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser infor-
que se refere o §2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em mado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua
tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e fi- interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade compe-
nanceira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com- tente para sua apreciação.
plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade §5º A informação armazenada em formato digital será forneci-
Fiscal). da nesse formato, caso haja anuência do requerente.

171
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par-
em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classi-
acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o ficadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido
lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir pedido de acesso ou desclassificação;
a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa
ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi-
mesmo tais procedimentos. mentos previstos nesta Lei.
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é §1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre-
órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior
cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo
custo dos serviços e dos materiais utilizados. (Vide Lei nº 14.129, de 5 (cinco) dias.
de 2021) (Vigência) §2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro-
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que ado-
no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fa- te as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto
zê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos nesta Lei.
termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. §3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da
Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação é União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavalia-
gratuito. (Redação dada pela Lei nº 14.129, de 2021) (Vigência) ção de Informações, a que se refere o art. 35.
§1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassifica-
valor necessário ao ressarcimento dos custos dos serviços e dos ma- ção de informação protocolado em órgão da administração públi-
teriais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da ca federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da
informação exigir reprodução de documentos pelo órgão ou pela área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reava-
entidade pública consultada. (Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021) liação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
(Vigência) §1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
§2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no §1º deste gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia-
artigo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à
prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças
da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. (Incluído pela Lei nº Armadas, ao respectivo Comando.
14.129, de 2021) (Vigência) §2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta,
documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de- caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações
verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta prevista no art. 35.
confere com o original. Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classifica-
interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão ção de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação pró-
de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não pria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em
ponha em risco a conservação do documento original. seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.
de negativa de acesso, por certidão ou cópia. Art. 19. (VETADO).
§1º (VETADO).
SEÇÃO II §2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor-
DOS RECURSOS marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do
Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou recurso, negarem acesso a informações de interesse público.
às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor re- Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº
curso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata
ciência. este Capítulo.
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarqui- CAPÍTULO IV
camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti- SEÇÃO I
dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à DISPOSIÇÕES GERAIS
Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco)
dias se: Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for ne- à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
gado;

172
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. As informações ou documentos que versem I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do
sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos prati- Estado; e
cada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que
poderão ser objeto de restrição de acesso. defina seu termo final.
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo SEÇÃO III
industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômi- DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE INFORMAÇÕES SIGILOSAS
ca pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha
qualquer vínculo com o poder público. Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação
de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades,
SEÇÃO II assegurando a sua proteção.(Regulamento)
DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUANTO AO §1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação clas-
GRAU E PRAZOS DE SIGILO sificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham ne-
cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie- forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes
dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as infor- públicos autorizados por lei.
mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: §2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida- obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
de do território nacional; §3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a se-
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as rem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e
em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; divulgação não autorizados.
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne-
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente
ou monetária do País; conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu-
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi- rança para tratamento de informações sigilosas.
cos das Forças Armadas; Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen- razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades
volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, de tratamento de informações sigilosas adotará as providências ne-
instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; cessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autori- observem as medidas e procedimentos de segurança das informa-
dades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou ções resultantes da aplicação desta Lei.
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de in-
vestigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a pre- SEÇÃO IV
venção ou repressão de infrações. DOS PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO,
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públi- RECLASSIFICAÇÃO E DESCLASSIFICAÇÃO
cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à
segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da
ultrassecreta, secreta ou reservada. administração pública federal é de competência:(Regulamento)
§1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data a) Presidente da República;
de sua produção e são os seguintes: b) Vice-Presidente da República;
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro-
II - secreta: 15 (quinze) anos; e gativas;
III - reservada: 5 (cinco) anos. d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
§2º As informações que puderem colocar em risco a segurança e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes
do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônju- no exterior;
ges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob si- II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos
gilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e socieda-
em caso de reeleição. des de economia mista; e
§3º Alternativamente aos prazos previstos no §1º , poderá ser III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos
estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia,
de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento
do prazo máximo de classificação. Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regula-
§4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o mentação específica de cada órgão ou entidade, observado o dis-
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au- posto nesta Lei.
tomaticamente, de acesso público. §1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere
§5º Para a classificação da informação em determinado grau à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão
utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: no exterior, vedada a subdelegação.

173
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecre- I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifica-
to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I de- ção de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da
verá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e
previsto em regulamento. à pessoa a que elas se referirem; e
§3º A autoridade ou outro agente público que classificar infor- II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por tercei-
mação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que tra- ros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa
ta o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que a que elas se referirem.
se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento. §2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de si- artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os §3º O consentimento referido no inciso II do §1º não será exigi-
seguintes elementos: do quando as informações forem necessárias:
I - assunto sobre o qual versa a informação; I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver
II - fundamento da classificação, observados os critérios esta- física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamen-
belecidos no art. 24; te para o tratamento médico;
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi-
dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a
previstos no art. 24; e identificação da pessoa a que as informações se referirem;
IV - identificação da autoridade que a classificou. III - ao cumprimento de ordem judicial;
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no IV - à defesa de direitos humanos; ou
mesmo grau de sigilo da informação classificada. V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela au- §4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada,
toridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente supe- honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito
rior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previs- de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o
tos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução titular das informações estiver envolvido, bem como em ações vol-
do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24.(Regulamento) tadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
§1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar §5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata-
as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto- mento de informação pessoal.
ridades ou agentes públicos.
§2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa- CAPÍTULO V
minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de DAS RESPONSABILIDADES
danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
§3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili-
o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua dade do agente público ou militar:
produção. I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des-
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu- ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la
blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutili-
regulamento: zar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conheci-
últimos 12 (doze) meses; mento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com função pública;
identificação para referência futura; III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de à informação;
informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa- IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir
ções genéricas sobre os solicitantes. acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;
§1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi- V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de
cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes. terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou
§2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de in- por outrem;
formações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in-
dos fundamentos da classificação. formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo
de terceiros; e
SEÇÃO V VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con-
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de
agentes do Estado.
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito §1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e
de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con-
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias sideradas:
individuais.
§1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati-
vas à intimidade, vida privada, honra e imagem:

174
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como
transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios ne- ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu
les estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania
contravenção penal; ou nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às
II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro relações internacionais do País, observado o prazo previsto no §1º
de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão do art. 24.
ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela §2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única reno-
estabelecidos. vação.
§2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou §3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do §1º deve-
agente público responder, também, por improbidade adminis- rá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação
trativa, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos
1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992. ou secretos.
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor- §4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de
mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder Reavaliação de Informações nos prazos previstos no §3º implicará a
público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às desclassificação automática das informações.
seguintes sanções: §5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e
I - advertência; funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
II - multa; observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e de-
III - rescisão do vínculo com o poder público; mais disposições desta Lei.(Regulamento)
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe- Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tra-
dimento de contratar com a administração pública por prazo não tados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco-
superior a 2 (dois) anos; e mendações constantes desses instrumentos.
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Insti-
administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran- tucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Cre-
te a própria autoridade que aplicou a penalidade. denciamento (NSC), que tem por objetivos:(Regulamento)
§1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli- I - promover e propor a regulamentação do credenciamento
cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para
do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. tratamento de informações sigilosas; e
§2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive
quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti- aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com
dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado,
aplicada com base no inciso IV. acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo
§3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên- das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais
cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, órgãos competentes.
facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, or-
de 10 (dez) dias da abertura de vista. ganização e funcionamento do NSC.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamen- Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no-
te pelos danos causados em decorrência da divulgação não autori- vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurí-
zada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações dica, constante de registro ou banco de dados de entidades gover-
pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos namentais ou de caráter público.
casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à rea-
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa físi- valiação das informações classificadas como ultrassecretas e secre-
ca ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer na- tas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de
tureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa vigência desta Lei.
ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. §1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia-
ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre-
CAPÍTULO VI vistos nesta Lei.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS §2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Co-
Art. 35. (VETADO). missão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos
§1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa- desta Lei.
ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, so- §3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto
bre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da
competência para: legislação precedente.
I - requisitar da autoridade que classificar informação como ul- §4º As informações classificadas como secretas e ultrassecretas
trassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte- não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, au-
gral da informação; tomaticamente, de acesso público.
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se-
cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada,
observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e

175
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência


desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi- LEI NO 13.303/2016 (LEI DAS ESTATAIS)
nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que
lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo ór- LEI Nº 13.303, DE 30 DE JUNHO DE 2016.
gão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da socie-
informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei; dade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União,
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de
e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
correto cumprimento do disposto nesta Lei; e decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum-
primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. TÍTULO I
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis- DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLICAS E ÀS SO-
tração pública federal responsável: CIEDADES DE ECONOMIA MISTA
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo-
mento à cultura da transparência na administração pública e cons- CAPÍTULO I
cientização do direito fundamental de acesso à informação; DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao
desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa
nistração pública; pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias,
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da ad- abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de eco-
ministração pública federal, concentrando e consolidando a publi- nomia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cação de informações estatísticas relacionadas no art. 30; cípios que explore atividade econômica de produção ou comercia-
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório lização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade
anual com informações atinentes à implementação desta Lei. econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei de prestação de serviços públicos.
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua pu- §1º O Título I desta Lei, exceto o disposto nos arts. 2º, 3º, 4º,
blicação. 5º, 6º, 7º, 8º, 11, 12 e 27, não se aplica à empresa pública e à socie-
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezem- dade de economia mista que tiver, em conjunto com suas respec-
bro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: tivas subsidiárias, no exercício social anterior, receita operacional
“Art. 116. ................................................................... bruta inferior a R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais).
............................................................................................ §2º O disposto nos Capítulos I e II do Título II desta Lei apli-
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do ca-se inclusive à empresa pública dependente, definida nos termos
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver do inciso III do art. 2º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori- de 2000 , que explore atividade econômica, ainda que a atividade
dade competente para apuração; econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja
.................................................................................” (NR) de prestação de serviços públicos.
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990, §3º Os Poderes Executivos poderão editar atos que estabele-
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A: çam regras de governança destinadas às suas respectivas empresas
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci- públicas e sociedades de economia mista que se enquadrem na hi-
vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su- pótese do §1º, observadas as diretrizes gerais desta Lei.
perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra §4º A não edição dos atos de que trata o §3º no prazo de 180
autoridade competente para apuração de informação concernente (cento e oitenta) dias a partir da publicação desta Lei submete as
à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, respectivas empresas públicas e sociedades de economia mista às
ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun- regras de governança previstas no Título I desta Lei.
ção pública.” §5º Submetem-se ao regime previsto nesta Lei a empresa pú-
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, blica e a sociedade de economia mista que participem de consórcio,
em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas conforme disposto no art. 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro
nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao dis- de 1976 , na condição de operadora.
posto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III. §6º Submete-se ao regime previsto nesta Lei a sociedade, in-
Art. 46. Revogam-se: clusive a de propósito específico, que seja controlada por empresa
I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e pública ou sociedade de economia mista abrangidas no caput .
II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991. §7º Na participação em sociedade empresarial em que a em-
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após presa pública, a sociedade de economia mista e suas subsidiárias
a data de sua publicação. não detenham o controle acionário, essas deverão adotar, no de-
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e
123º da República.

176
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ver de fiscalizar, práticas de governança e controle proporcionais Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de
à relevância, à materialidade e aos riscos do negócio do qual são personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada
partícipes, considerando, para esse fim: por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito
I - documentos e informações estratégicos do negócio e demais a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito
relatórios e informações produzidos por força de acordo de acionis- Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.
tas e de Lei considerados essenciais para a defesa de seus interesses §1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia
na sociedade empresarial investida; mista tem os deveres e as responsabilidades do acionista contro-
II - relatório de execução do orçamento e de realização de in- lador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 ,
vestimentos programados pela sociedade, inclusive quanto ao ali- e deverá exercer o poder de controle no interesse da companhia,
nhamento dos custos orçados e dos realizados com os custos de respeitado o interesse público que justificou sua criação.
mercado; §2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de eco-
III - informe sobre execução da política de transações com par- nomia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliários sujei-
tes relacionadas; ta-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 .
IV - análise das condições de alavancagem financeira da socie-
dade; CAPÍTULO II
V - avaliação de inversões financeiras e de processos relevantes DO REGIME SOCIETÁRIO DA EMPRESA PÚBLICA E DA
de alienação de bens móveis e imóveis da sociedade; SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
VI - relatório de risco das contratações para execução de obras,
fornecimento de bens e prestação de serviços relevantes para os SEÇÃO I
interesses da investidora; DAS NORMAS GERAIS
VII - informe sobre execução de projetos relevantes para os in-
teresses da investidora; Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a
VIII - relatório de cumprimento, nos negócios da sociedade, forma de sociedade anônima e, ressalvado o disposto nesta Lei, es-
de condicionantes socioambientais estabelecidas pelos órgãos am- tará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro
bientais; de 1976 .
IX - avaliação das necessidades de novos aportes na socieda- Art. 6º O estatuto da empresa pública, da sociedade de eco-
de e dos possíveis riscos de redução da rentabilidade esperada do nomia mista e de suas subsidiárias deverá observar regras de go-
negócio; vernança corporativa, de transparência e de estruturas, práticas de
X - qualquer outro relatório, documento ou informação produ- gestão de riscos e de controle interno, composição da administra-
zido pela sociedade empresarial investida considerado relevante ção e, havendo acionistas, mecanismos para sua proteção, todos
para o cumprimento do comando constante do caput . constantes desta Lei.
Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será Art. 7º Aplicam-se a todas as empresas públicas, as sociedades
exercida por meio de empresa pública, de sociedade de economia de economia mista de capital fechado e as suas subsidiárias as dis-
mista e de suas subsidiárias. posições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as normas
§1º A constituição de empresa pública ou de sociedade de eco- da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e elaboração
nomia mista dependerá de prévia autorização legal que indique, de demonstrações financeiras, inclusive a obrigatoriedade de audi-
de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de se- toria independente por auditor registrado nesse órgão.
gurança nacional, nos termos do caput do art. 173 da Constituição Art. 8º As empresas públicas e as sociedades de economia mis-
Federal . ta deverão observar, no mínimo, os seguintes requisitos de trans-
§2º Depende de autorização legislativa a criação de subsidiá- parência:
rias de empresa pública e de sociedade de economia mista, assim I - elaboração de carta anual, subscrita pelos membros do Con-
como a participação de qualquer delas em empresa privada, cujo selho de Administração, com a explicitação dos compromissos de
objeto social deve estar relacionado ao da investidora, nos termos consecução de objetivos de políticas públicas pela empresa públi-
do inciso XX do art. 37 da Constituição Federal . ca, pela sociedade de economia mista e por suas subsidiárias, em
§3º A autorização para participação em empresa privada pre- atendimento ao interesse coletivo ou ao imperativo de segurança
vista no §2º não se aplica a operações de tesouraria, adjudicação de nacional que justificou a autorização para suas respectivas criações,
ações em garantia e participações autorizadas pelo Conselho de Ad- com definição clara dos recursos a serem empregados para esse
ministração em linha com o plano de negócios da empresa pública, fim, bem como dos impactos econômico-financeiros da consecução
da sociedade de economia mista e de suas respectivas subsidiárias. desses objetivos, mensuráveis por meio de indicadores objetivos;
Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalida- II - adequação de seu estatuto social à autorização legislativa
de jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com de sua criação;
patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela III - divulgação tempestiva e atualizada de informações relevan-
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. tes, em especial as relativas a atividades desenvolvidas, estrutura
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante per- de controle, fatores de risco, dados econômico-financeiros, comen-
maneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal tários dos administradores sobre o desempenho, políticas e práticas
ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a de governança corporativa e descrição da composição e da remune-
participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, ração da administração;
bem como de entidades da administração indireta da União, dos IV - elaboração e divulgação de política de divulgação de in-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. formações, em conformidade com a legislação em vigor e com as
melhores práticas;

177
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V - elaboração de política de distribuição de dividendos, à luz III - canal de denúncias que possibilite o recebimento de de-
do interesse público que justificou a criação da empresa pública ou núncias internas e externas relativas ao descumprimento do Código
da sociedade de economia mista; de Conduta e Integridade e das demais normas internas de ética e
VI - divulgação, em nota explicativa às demonstrações finan- obrigacionais;
ceiras, dos dados operacionais e financeiros das atividades relacio- IV - mecanismos de proteção que impeçam qualquer espécie
nadas à consecução dos fins de interesse coletivo ou de segurança de retaliação a pessoa que utilize o canal de denúncias;
nacional; V - sanções aplicáveis em caso de violação às regras do Código
VII - elaboração e divulgação da política de transações com par- de Conduta e Integridade;
tes relacionadas, em conformidade com os requisitos de competi- VI - previsão de treinamento periódico, no mínimo anual, sobre
tividade, conformidade, transparência, equidade e comutatividade, Código de Conduta e Integridade, a empregados e administradores,
que deverá ser revista, no mínimo, anualmente e aprovada pelo e sobre a política de gestão de riscos, a administradores.
Conselho de Administração; §2º A área responsável pela verificação de cumprimento de
VIII - ampla divulgação, ao público em geral, de carta anual de obrigações e de gestão de riscos deverá ser vinculada ao diretor-
governança corporativa, que consolide em um único documento -presidente e liderada por diretor estatutário, devendo o estatuto
escrito, em linguagem clara e direta, as informações de que trata social prever as atribuições da área, bem como estabelecer meca-
o inciso III; nismos que assegurem atuação independente.
IX - divulgação anual de relatório integrado ou de sustentabi- §3º A auditoria interna deverá:
lidade. I - ser vinculada ao Conselho de Administração, diretamente ou
§1º O interesse público da empresa pública e da sociedade de por meio do Comitê de Auditoria Estatutário;
economia mista, respeitadas as razões que motivaram a autoriza- II - ser responsável por aferir a adequação do controle inter-
ção legislativa, manifesta-se por meio do alinhamento entre seus no, a efetividade do gerenciamento dos riscos e dos processos de
objetivos e aqueles de políticas públicas, na forma explicitada na governança e a confiabilidade do processo de coleta, mensuração,
carta anual a que se refere o inciso I do caput . classificação, acumulação, registro e divulgação de eventos e tran-
§2º Quaisquer obrigações e responsabilidades que a empresa sações, visando ao preparo de demonstrações financeiras.
pública e a sociedade de economia mista que explorem atividade §4º O estatuto social deverá prever, ainda, a possibilidade de
econômica assumam em condições distintas às de qualquer outra que a área de compliance se reporte diretamente ao Conselho de
empresa do setor privado em que atuam deverão: Administração em situações em que se suspeite do envolvimento
I - estar claramente definidas em lei ou regulamento, bem do diretor-presidente em irregularidades ou quando este se furtar
como previstas em contrato, convênio ou ajuste celebrado com o à obrigação de adotar medidas necessárias em relação à situação a
ente público competente para estabelecê-las, observada a ampla ele relatada.
publicidade desses instrumentos; Art. 10. A empresa pública e a sociedade de economia mista
II - ter seu custo e suas receitas discriminados e divulgados de deverão criar comitê estatutário para verificar a conformidade do
forma transparente, inclusive no plano contábil. processo de indicação e de avaliação de membros para o Conselho
§3º Além das obrigações contidas neste artigo, as sociedades de Administração e para o Conselho Fiscal, com competência para
de economia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliá- auxiliar o acionista controlador na indicação desses membros.
rios sujeitam-se ao regime informacional estabelecido por essa au- Parágrafo único. Devem ser divulgadas as atas das reuniões do
tarquia e devem divulgar as informações previstas neste artigo na comitê estatutário referido no caput realizadas com o fim de verifi-
forma fixada em suas normas. car o cumprimento, pelos membros indicados, dos requisitos defi-
§4º Os documentos resultantes do cumprimento dos requisi- nidos na política de indicação, devendo ser registradas as eventuais
tos de transparência constantes dos incisos I a IX do caput deverão manifestações divergentes de conselheiros.
ser publicamente divulgados na internet de forma permanente e Art. 11. A empresa pública não poderá:
cumulativa. I - lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários,
Art. 9º A empresa pública e a sociedade de economia mista conversíveis em ações;
adotarão regras de estruturas e práticas de gestão de riscos e con- II - emitir partes beneficiárias.
trole interno que abranjam: Art. 12. A empresa pública e a sociedade de economia mista
I - ação dos administradores e empregados, por meio da imple- deverão:
mentação cotidiana de práticas de controle interno; I - divulgar toda e qualquer forma de remuneração dos admi-
II - área responsável pela verificação de cumprimento de obri- nistradores;
gações e de gestão de riscos; II - adequar constantemente suas práticas ao Código de Con-
III - auditoria interna e Comitê de Auditoria Estatutário. duta e Integridade e a outras regras de boa prática de governança
§1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de Conduta e In- corporativa, na forma estabelecida na regulamentação desta Lei.
tegridade, que disponha sobre: Parágrafo único. A sociedade de economia mista poderá solu-
I - princípios, valores e missão da empresa pública e da socie- cionar, mediante arbitragem, as divergências entre acionistas e a
dade de economia mista, bem como orientações sobre a prevenção sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas minoritá-
de conflito de interesses e vedação de atos de corrupção e fraude; rios, nos termos previstos em seu estatuto social.
II - instâncias internas responsáveis pela atualização e aplicação Art. 13. A lei que autorizar a criação da empresa pública e da
do Código de Conduta e Integridade; sociedade de economia mista deverá dispor sobre as diretrizes e
restrições a serem consideradas na elaboração do estatuto da com-
panhia, em especial sobre:

178
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - constituição e funcionamento do Conselho de Administra- Parágrafo único. Consideram-se administradores da empresa


ção, observados o número mínimo de 7 (sete) e o número máximo pública e da sociedade de economia mista os membros do Conse-
de 11 (onze) membros; lho de Administração e da diretoria.
II - requisitos específicos para o exercício do cargo de diretor, Art. 17. Os membros do Conselho de Administração e os indi-
observado o número mínimo de 3 (três) diretores; cados para os cargos de diretor, inclusive presidente, diretor-geral
III - avaliação de desempenho, individual e coletiva, de perio- e diretor-presidente, serão escolhidos entre cidadãos de reputação
dicidade anual, dos administradores e dos membros de comitês, ilibada e de notório conhecimento, devendo ser atendidos, alterna-
observados os seguintes quesitos mínimos: tivamente, um dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I e,
a) exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitude e cumulativamente, os requisitos dos incisos II e III:
à eficácia da ação administrativa; I - ter experiência profissional de, no mínimo:
b) contribuição para o resultado do exercício; a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área de atu-
c) consecução dos objetivos estabelecidos no plano de negó- ação da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou
cios e atendimento à estratégia de longo prazo; em área conexa àquela para a qual forem indicados em função de
IV - constituição e funcionamento do Conselho Fiscal, que exer- direção superior; ou
cerá suas atribuições de modo permanente; b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes car-
V - constituição e funcionamento do Comitê de Auditoria Es- gos:
tatutário; 1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa de porte
VI - prazo de gestão dos membros do Conselho de Administra- ou objeto social semelhante ao da empresa pública ou da socieda-
ção e dos indicados para o cargo de diretor, que será unificado e de de economia mista, entendendo-se como cargo de chefia supe-
não superior a 2 (dois) anos, sendo permitidas, no máximo, 3 (três) rior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não estatutários
reconduções consecutivas; mais altos da empresa;
VII – (VETADO); 2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a
VIII - prazo de gestão dos membros do Conselho Fiscal não su- DAS-4 ou superior, no setor público;
perior a 2 (dois) anos, permitidas 2 (duas) reconduções consecuti- 3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação da
vas. empresa pública ou da sociedade de economia mista;
SEÇÃO II c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal em
DO ACIONISTA CONTROLADOR atividade direta ou indiretamente vinculada à área de atuação da
empresa pública ou sociedade de economia mista;
Art. 14. O acionista controlador da empresa pública e da socie- II - ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual
dade de economia mista deverá: foi indicado; e
I - fazer constar do Código de Conduta e Integridade, aplicável III - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas
à alta administração, a vedação à divulgação, sem autorização do nas alíneas do inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº
órgão competente da empresa pública ou da sociedade de econo- 64, de 18 de maio de 1990 , com as alterações introduzidas pela Lei
mia mista, de informação que possa causar impacto na cotação dos Complementar nº 135, de 4 de junho de 2010.
títulos da empresa pública ou da sociedade de economia mista e §1º O estatuto da empresa pública, da sociedade de economia
em suas relações com o mercado ou com consumidores e forne- mista e de suas subsidiárias poderá dispor sobre a contratação de
cedores; seguro de responsabilidade civil pelos administradores.
II - preservar a independência do Conselho de Administração §2º É vedada a indicação, para o Conselho de Administração e
no exercício de suas funções; para a diretoria:
III - observar a política de indicação na escolha dos administra- I - de representante do órgão regulador ao qual a empresa pú-
dores e membros do Conselho Fiscal. blica ou a sociedade de economia mista está sujeita, de Ministro
Art. 15. O acionista controlador da empresa pública e da so- de Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Municipal, de
ciedade de economia mista responderá pelos atos praticados com titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço público,
abuso de poder, nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de de natureza especial ou de direção e assessoramento superior na
1976 . administração pública, de dirigente estatutário de partido político
§1º A ação de reparação poderá ser proposta pela socieda- e de titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da
de, nos termos do art. 246 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de federação, ainda que licenciados do cargo;
1976 , pelo terceiro prejudicado ou pelos demais sócios, indepen- II - de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses,
dentemente de autorização da assembleia-geral de acionistas. como participante de estrutura decisória de partido político ou em
§2º Prescreve em 6 (seis) anos, contados da data da prática do trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de cam-
ato abusivo, a ação a que se refere o §1º. panha eleitoral;
III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical;
SEÇÃO III IV - de pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como
DO ADMINISTRADOR fornecedor ou comprador, demandante ou ofertante, de bens ou
serviços de qualquer natureza, com a pessoa político-administrati-
Art. 16. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, o administrador de va controladora da empresa pública ou da sociedade de economia
empresa pública e de sociedade de economia mista é submetido mista ou com a própria empresa ou sociedade em período inferior
às normas previstas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 . a 3 (três) anos antes da data de nomeação;

179
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V - de pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de con- §2º É assegurado aos acionistas minoritários o direito de eleger
flito de interesse com a pessoa político-administrativa controladora 1 (um) conselheiro, se maior número não lhes couber pelo processo
da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a de voto múltiplo previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
própria empresa ou sociedade. 1976 .
§3º A vedação prevista no inciso I do §2º estende-se também Art. 20. É vedada a participação remunerada de membros da
aos parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau das pesso- administração pública, direta ou indireta, em mais de 2 (dois) con-
as nele mencionadas. selhos, de administração ou fiscal, de empresa pública, de socieda-
§4º Os administradores eleitos devem participar, na posse e de de economia mista ou de suas subsidiárias.
anualmente, de treinamentos específicos sobre legislação societá- Art. 21. (VETADO).
ria e de mercado de capitais, divulgação de informações, controle Parágrafo único. (VETADO).
interno, código de conduta, a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 SEÇÃO V
(Lei Anticorrupção), e demais temas relacionados às atividades da DO MEMBRO INDEPENDENTE DO CONSELHO DE
empresa pública ou da sociedade de economia mista. ADMINISTRAÇÃO
§5º Os requisitos previstos no inciso I do caput poderão ser dis-
pensados no caso de indicação de empregado da empresa pública Art. 22. O Conselho de Administração deve ser composto, no
ou da sociedade de economia mista para cargo de administrador ou mínimo, por 25% (vinte e cinco por cento) de membros indepen-
como membro de comitê, desde que atendidos os seguintes quesi- dentes ou por pelo menos 1 (um), caso haja decisão pelo exercício
tos mínimos: da faculdade do voto múltiplo pelos acionistas minoritários, nos
I - o empregado tenha ingressado na empresa pública ou na so- termos do art. 141 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 .
ciedade de economia mista por meio de concurso público de provas §1º O conselheiro independente caracteriza-se por:
ou de provas e títulos; I - não ter qualquer vínculo com a empresa pública ou a socie-
II - o empregado tenha mais de 10 (dez) anos de trabalho efeti- dade de economia mista, exceto participação de capital;
vo na empresa pública ou na sociedade de economia mista; II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o ter-
III - o empregado tenha ocupado cargo na gestão superior da ceiro grau ou por adoção, de chefe do Poder Executivo, de Ministro
empresa pública ou da sociedade de economia mista, comprovan- de Estado, de Secretário de Estado ou Município ou de administra-
do sua capacidade para assumir as responsabilidades dos cargos de dor da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
que trata o caput . III - não ter mantido, nos últimos 3 (três) anos, vínculo de qual-
quer natureza com a empresa pública, a sociedade de economia
SEÇÃO IV mista ou seus controladores, que possa vir a comprometer sua in-
DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO dependência;
IV - não ser ou não ter sido, nos últimos 3 (três) anos, emprega-
Art. 18. Sem prejuízo das competências previstas no art. 142 da do ou diretor da empresa pública, da sociedade de economia mis-
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , e das demais atribuições ta ou de sociedade controlada, coligada ou subsidiária da empresa
previstas nesta Lei, compete ao Conselho de Administração: pública ou da sociedade de economia mista, exceto se o vínculo
I - discutir, aprovar e monitorar decisões envolvendo práticas for exclusivamente com instituições públicas de ensino ou pesquisa;
de governança corporativa, relacionamento com partes interessa- V - não ser fornecedor ou comprador, direto ou indireto, de
das, política de gestão de pessoas e código de conduta dos agentes; serviços ou produtos da empresa pública ou da sociedade de eco-
II - implementar e supervisionar os sistemas de gestão de riscos nomia mista, de modo a implicar perda de independência;
e de controle interno estabelecidos para a prevenção e mitigação VI - não ser funcionário ou administrador de sociedade ou enti-
dos principais riscos a que está exposta a empresa pública ou a so- dade que esteja oferecendo ou demandando serviços ou produtos
ciedade de economia mista, inclusive os riscos relacionados à inte- à empresa pública ou à sociedade de economia mista, de modo a
gridade das informações contábeis e financeiras e os relacionados à implicar perda de independência;
ocorrência de corrupção e fraude; VII - não receber outra remuneração da empresa pública ou
III - estabelecer política de porta-vozes visando a eliminar risco da sociedade de economia mista além daquela relativa ao cargo de
de contradição entre informações de diversas áreas e as dos execu- conselheiro, à exceção de proventos em dinheiro oriundos de par-
tivos da empresa pública ou da sociedade de economia mista; ticipação no capital.
IV - avaliar os diretores da empresa pública ou da sociedade de §2º Quando, em decorrência da observância do percentual
economia mista, nos termos do inciso III do art. 13, podendo con- mencionado no caput , resultar número fracionário de conselhei-
tar com apoio metodológico e procedimental do comitê estatutário ros, proceder-se-á ao arredondamento para o número inteiro:
referido no art. 10. I - imediatamente superior, quando a fração for igual ou supe-
Art. 19. É garantida a participação, no Conselho de Adminis- rior a 0,5 (cinco décimos);
tração, de representante dos empregados e dos acionistas mino- II - imediatamente inferior, quando a fração for inferior a 0,5
ritários. (cinco décimos).
§1º As normas previstas na Lei nº 12.353, de 28 de dezembro §3º Não serão consideradas, para o cômputo das vagas desti-
de 2010 , aplicam-se à participação de empregados no Conselho de nadas a membros independentes, aquelas ocupadas pelos conse-
Administração da empresa pública, da sociedade de economia mis- lheiros eleitos por empregados, nos termos do §1º do art. 19.
ta e de suas subsidiárias e controladas e das demais empresas em §4º Serão consideradas, para o cômputo das vagas destinadas
que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital a membros independentes, aquelas ocupadas pelos conselheiros
social com direito a voto. eleitos por acionistas minoritários, nos termos do §2º do art. 19.
§5º (VETADO).

180
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO VI VI - avaliar e monitorar, em conjunto com a administração e a


DA DIRETORIA área de auditoria interna, a adequação das transações com partes
relacionadas;
Art. 23. É condição para investidura em cargo de diretoria da VII - elaborar relatório anual com informações sobre as ativi-
empresa pública e da sociedade de economia mista a assunção de dades, os resultados, as conclusões e as recomendações do Comi-
compromisso com metas e resultados específicos a serem alcança- tê de Auditoria Estatutário, registrando, se houver, as divergências
dos, que deverá ser aprovado pelo Conselho de Administração, a significativas entre administração, auditoria independente e Comitê
quem incumbe fiscalizar seu cumprimento. de Auditoria Estatutário em relação às demonstrações financeiras;
§1º Sem prejuízo do disposto no caput , a diretoria deverá VIII - avaliar a razoabilidade dos parâmetros em que se funda-
apresentar, até a última reunião ordinária do Conselho de Adminis- mentam os cálculos atuariais, bem como o resultado atuarial dos
tração do ano anterior, a quem compete sua aprovação: planos de benefícios mantidos pelo fundo de pensão, quando a em-
I - plano de negócios para o exercício anual seguinte; presa pública ou a sociedade de economia mista for patrocinadora
II - estratégia de longo prazo atualizada com análise de riscos e de entidade fechada de previdência complementar.
oportunidades para, no mínimo, os próximos 5 (cinco) anos. §2º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir meios
§2º Compete ao Conselho de Administração, sob pena de seus para receber denúncias, inclusive sigilosas, internas e externas à
integrantes responderem por omissão, promover anualmente aná- empresa pública ou à sociedade de economia mista, em matérias
lise de atendimento das metas e resultados na execução do plano relacionadas ao escopo de suas atividades.
de negócios e da estratégia de longo prazo, devendo publicar suas §3º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá se reunir quando
conclusões e informá-las ao Congresso Nacional, às Assembleias necessário, no mínimo bimestralmente, de modo que as informa-
Legislativas, à Câmara Legislativa do Distrito Federal ou às Câmaras ções contábeis sejam sempre apreciadas antes de sua divulgação.
Municipais e aos respectivos tribunais de contas, quando houver. §4º A empresa pública e a sociedade de economia mista de-
§3º Excluem-se da obrigação de publicação a que se refere o verão divulgar as atas das reuniões do Comitê de Auditoria Estatu-
§2º as informações de natureza estratégica cuja divulgação possa tário.
ser comprovadamente prejudicial ao interesse da empresa pública §5º Caso o Conselho de Administração considere que a divul-
ou da sociedade de economia mista. gação da ata possa pôr em risco interesse legítimo da empresa pú-
blica ou da sociedade de economia mista, a empresa pública ou a
SEÇÃO VII sociedade de economia mista divulgará apenas o extrato das atas.
DO COMITÊ DE AUDITORIA ESTATUTÁRIO §6º A restrição prevista no §5º não será oponível aos órgãos de
controle, que terão total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas
Art. 24. A empresa pública e a sociedade de economia mista do Comitê de Auditoria Estatutário, observada a transferência de
deverão possuir em sua estrutura societária Comitê de Auditoria sigilo.
Estatutário como órgão auxiliar do Conselho de Administração, ao §7º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir auto-
qual se reportará diretamente. nomia operacional e dotação orçamentária, anual ou por projeto,
§1º Competirá ao Comitê de Auditoria Estatutário, sem prejuí- dentro de limites aprovados pelo Conselho de Administração, para
zo de outras competências previstas no estatuto da empresa públi- conduzir ou determinar a realização de consultas, avaliações e in-
ca ou da sociedade de economia mista: vestigações dentro do escopo de suas atividades, inclusive com a
I - opinar sobre a contratação e destituição de auditor inde- contratação e utilização de especialistas externos independentes.
pendente; Art. 25. O Comitê de Auditoria Estatutário será integrado por,
II - supervisionar as atividades dos auditores independentes, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, em sua maio-
avaliando sua independência, a qualidade dos serviços prestados ria independentes.
e a adequação de tais serviços às necessidades da empresa pública §1º São condições mínimas para integrar o Comitê de Auditoria
ou da sociedade de economia mista; Estatutário:
III - supervisionar as atividades desenvolvidas nas áreas de con- I - não ser ou ter sido, nos 12 (doze) meses anteriores à nome-
trole interno, de auditoria interna e de elaboração das demonstra- ação para o Comitê:
ções financeiras da empresa pública ou da sociedade de economia a) diretor, empregado ou membro do conselho fiscal da empre-
mista; sa pública ou sociedade de economia mista ou de sua controladora,
IV - monitorar a qualidade e a integridade dos mecanismos de controlada, coligada ou sociedade em controle comum, direta ou
controle interno, das demonstrações financeiras e das informações indireta;
e medições divulgadas pela empresa pública ou pela sociedade de b) responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou qual-
economia mista; quer outro integrante com função de gerência de equipe envolvi-
V - avaliar e monitorar exposições de risco da empresa públi- da nos trabalhos de auditoria na empresa pública ou sociedade de
ca ou da sociedade de economia mista, podendo requerer, entre economia mista;
outras, informações detalhadas sobre políticas e procedimentos II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o
referentes a: segundo grau ou por adoção, das pessoas referidas no inciso I;
a) remuneração da administração; III - não receber qualquer outro tipo de remuneração da em-
b) utilização de ativos da empresa pública ou da sociedade de presa pública ou sociedade de economia mista ou de sua controla-
economia mista; dora, controlada, coligada ou sociedade em controle comum, direta
c) gastos incorridos em nome da empresa pública ou da socie- ou indireta, que não seja aquela relativa à função de integrante do
dade de economia mista; Comitê de Auditoria Estatutário;

181
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - não ser ou ter sido ocupante de cargo público efetivo, ain- sociais, esportivas, educacionais e de inovação tecnológica, desde
da que licenciado, ou de cargo em comissão da pessoa jurídica de que comprovadamente vinculadas ao fortalecimento de sua marca,
direito público que exerça o controle acionário da empresa pública observando-se, no que couber, as normas de licitação e contratos
ou sociedade de economia mista, nos 12 (doze) meses anteriores à desta Lei.
nomeação para o Comitê de Auditoria Estatutário.
§2º Ao menos 1 (um) dos membros do Comitê de Auditoria TÍTULO II
Estatutário deve ter reconhecida experiência em assuntos de con- DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLICAS, ÀS SOCIE-
tabilidade societária. DADES DE ECONOMIA MISTA E ÀS SUAS SUBSIDIÁRIAS QUE
§3º O atendimento às previsões deste artigo deve ser com- EXPLOREM ATIVIDADE ECONÔMICA DE PRODUÇÃO OU CO-
provado por meio de documentação mantida na sede da empresa MERCIALIZAÇÃO DE BENS OU DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS,
pública ou sociedade de economia mista pelo prazo mínimo de 5 AINDA QUE A ATIVIDADE ECONÔMICA ESTEJA SUJEITA AO
(cinco) anos, contado a partir do último dia de mandato do membro REGIME DE MONOPÓLIO DA UNIÃO OU SEJA DE PRESTAÇÃO
do Comitê de Auditoria Estatutário. DE SERVIÇOS PÚBLICOS.

SEÇÃO VIII CAPÍTULO I


DO CONSELHO FISCAL DAS LICITAÇÕES

Art. 26. Além das normas previstas nesta Lei, aplicam-se aos SEÇÃO I
membros do Conselho Fiscal da empresa pública e da sociedade de DA EXIGÊNCIA DE LICITAÇÃO E DOS CASOS DE DISPENSA E DE
economia mista as disposições previstas na Lei nº 6.404, de 15 de INEXIGIBILIDADE
dezembro de 1976 , relativas a seus poderes, deveres e responsa-
bilidades, a requisitos e impedimentos para investidura e a remu- Art. 28. Os contratos com terceiros destinados à prestação de
neração, além de outras disposições estabelecidas na referida Lei. serviços às empresas públicas e às sociedades de economia mista,
§1º Podem ser membros do Conselho Fiscal pessoas naturais, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação
residentes no País, com formação acadêmica compatível com o de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo pa-
exercício da função e que tenham exercido, por prazo mínimo de 3 trimônio ou à execução de obras a serem integradas a esse patri-
(três) anos, cargo de direção ou assessoramento na administração mônio, bem como à implementação de ônus real sobre tais bens,
pública ou cargo de conselheiro fiscal ou administrador em empre- serão precedidos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as
sa. hipóteses previstas nos arts. 29 e 30.
§2º O Conselho Fiscal contará com pelo menos 1 (um) mem- §1º Aplicam-se às licitações das empresas públicas e das socie-
bro indicado pelo ente controlador, que deverá ser servidor público dades de economia mista as disposições constantes dos arts. 42 a
com vínculo permanente com a administração pública. 49 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 .
§2º O convênio ou contrato de patrocínio celebrado com pes-
CAPÍTULO III soas físicas ou jurídicas de que trata o §3º do art. 27 observará, no
DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE que couber, as normas de licitação e contratos desta Lei.
DE ECONOMIA MISTA §3º São as empresas públicas e as sociedades de economia
mista dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo
Art. 27. A empresa pública e a sociedade de economia mista te- nas seguintes situações:
rão a função social de realização do interesse coletivo ou de atendi- I - comercialização, prestação ou execução, de forma direta,
mento a imperativo da segurança nacional expressa no instrumento pelas empresas mencionadas no caput , de produtos, serviços ou
de autorização legal para a sua criação. obras especificamente relacionados com seus respectivos objetos
§1º A realização do interesse coletivo de que trata este artigo sociais;
deverá ser orientada para o alcance do bem-estar econômico e para II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a
a alocação socialmente eficiente dos recursos geridos pela empre- suas características particulares, vinculada a oportunidades de ne-
sa pública e pela sociedade de economia mista, bem como para o gócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de procedi-
seguinte: mento competitivo.
I - ampliação economicamente sustentada do acesso de consu- §4º Consideram-se oportunidades de negócio a que se refe-
midores aos produtos e serviços da empresa pública ou da socieda- re o inciso II do §3º a formação e a extinção de parcerias e outras
de de economia mista; formas associativas, societárias ou contratuais, a aquisição e a alie-
II - desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasileira para nação de participação em sociedades e outras formas associativas,
produção e oferta de produtos e serviços da empresa pública ou da societárias ou contratuais e as operações realizadas no âmbito do
sociedade de economia mista, sempre de maneira economicamen- mercado de capitais, respeitada a regulação pelo respectivo órgão
te justificada. competente.
§2º A empresa pública e a sociedade de economia mista de- Art. 29. É dispensável a realização de licitação por empresas
verão, nos termos da lei, adotar práticas de sustentabilidade am- públicas e sociedades de economia mista:
biental e de responsabilidade social corporativa compatíveis com o I - para obras e serviços de engenharia de valor até R$
mercado em que atuam. 100.000,00 (cem mil reais), desde que não se refiram a parcelas de
§3º A empresa pública e a sociedade de economia mista po- uma mesma obra ou serviço ou ainda a obras e serviços de mesma
derão celebrar convênio ou contrato de patrocínio com pessoa fí- natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
sica ou com pessoa jurídica para promoção de atividades culturais, concomitantemente;

182
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II - para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00 XIV - nas contratações visando ao cumprimento do disposto
(cinquenta mil reais) e para alienações, nos casos previstos nesta nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de
Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, 2004 , observados os princípios gerais de contratação dela cons-
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado de uma tantes;
só vez; XV - em situações de emergência, quando caracterizada ur-
III - quando não acudirem interessados à licitação anterior e gência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
essa, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipa-
a empresa pública ou a sociedade de economia mista, bem como mentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os
para suas respectivas subsidiárias, desde que mantidas as condi- bens necessários ao atendimento da situação emergencial e para
ções preestabelecidas; as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo
IV - quando as propostas apresentadas consignarem preços máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional ou contado da ocorrência da emergência, vedada a prorrogação dos
incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes; respectivos contratos, observado o disposto no §2º ;
V - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi- XVI - na transferência de bens a órgãos e entidades da adminis-
mento de suas finalidades precípuas, quando as necessidades de tração pública, inclusive quando efetivada mediante permuta;
instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel, desde XVII - na doação de bens móveis para fins e usos de interesse
que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo ava- social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socio-
liação prévia; econômica relativamente à escolha de outra forma de alienação;
VI - na contratação de remanescente de obra, de serviço ou de XVIII - na compra e venda de ações, de títulos de crédito e de
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que dívida e de bens que produzam ou comercializem. (Vide ADIN
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as 5624) (Vide ADIN 5846)(Vide ADIN 5924)(Vide ADIN 6029)
mesmas condições do contrato encerrado por rescisão ou distrato, §1º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação
inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; nos termos do inciso VI do caput , a empresa pública e a sociedade
VII - na contratação de instituição brasileira incumbida regi- de economia mista poderão convocar os licitantes remanescentes,
mental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen- na ordem de classificação, para a celebração do contrato nas condi-
volvimento institucional ou de instituição dedicada à recuperação ções ofertadas por estes, desde que o respectivo valor seja igual ou
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável inferior ao orçamento estimado para a contratação, inclusive quan-
reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; to aos preços atualizados nos termos do instrumento convocatório.
VIII - para a aquisição de componentes ou peças de origem na- §2º A contratação direta com base no inciso XV do caput não
cional ou estrangeira necessários à manutenção de equipamentos dispensará a responsabilização de quem, por ação ou omissão, te-
durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original nha dado causa ao motivo ali descrito, inclusive no tocante ao dis-
desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for in- posto na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 .
dispensável para a vigência da garantia; §3º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput podem
IX - na contratação de associação de pessoas com deficiência ser alterados, para refletir a variação de custos, por deliberação
física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, para a pres- do Conselho de Administração da empresa pública ou sociedade
tação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o de economia mista, admitindo-se valores diferenciados para cada
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; sociedade.
X - na contratação de concessionário, permissionário ou auto- Art. 30. A contratação direta será feita quando houver inviabili-
rizado para fornecimento ou suprimento de energia elétrica ou gás dade de competição, em especial na hipótese de:
natural e de outras prestadoras de serviço público, segundo as nor- I - aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só
mas da legislação específica, desde que o objeto do contrato tenha possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante co-
pertinência com o serviço público. mercial exclusivo;
XI - nas contratações entre empresas públicas ou sociedades de II - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados,
economia mista e suas respectivas subsidiárias, para aquisição ou com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a
alienação de bens e prestação ou obtenção de serviços, desde que inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação:
os preços sejam compatíveis com os praticados no mercado e que a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou exe-
o objeto do contrato tenha relação com a atividade da contratada cutivos;
prevista em seu estatuto social; b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
XII - na contratação de coleta, processamento e comerciali- c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
zação de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em ou tributárias;
áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa- d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser-
ções ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas viços;
de baixa renda que tenham como ocupação econômica a coleta de e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
as normas técnicas, ambientais e de saúde pública; g) restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
XIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou §1º Considera-se de notória especialização o profissional ou a
prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexi- empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente
dade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, orga-
especialmente designada pelo dirigente máximo da empresa públi- nização, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos rela-
ca ou da sociedade de economia mista;

183
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é §3º No caso de inviabilidade da definição dos custos consoante
essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação o disposto no §2º, a estimativa de custo global poderá ser apurada
do objeto do contrato. por meio da utilização de dados contidos em tabela de referência
§2º Na hipótese do caput e em qualquer dos casos de dispen- formalmente aprovada por órgãos ou entidades da administração
sa, se comprovado, pelo órgão de controle externo, sobrepreço ou pública federal, em publicações técnicas especializadas, em banco
superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado de dados e sistema específico instituído para o setor ou em pesqui-
quem houver decidido pela contratação direta e o fornecedor ou o sa de mercado.
prestador de serviços. §4º A empresa pública e a sociedade de economia mista po-
§3º O processo de contratação direta será instruído, no que derão adotar procedimento de manifestação de interesse privado
couber, com os seguintes elementos: para o recebimento de propostas e projetos de empreendimentos
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que com vistas a atender necessidades previamente identificadas, ca-
justifique a dispensa, quando for o caso; bendo a regulamento a definição de suas regras específicas.
II - razão da escolha do fornecedor ou do executante; §5º Na hipótese a que se refere o §4º, o autor ou financiador
III - justificativa do preço. do projeto poderá participar da licitação para a execução do em-
preendimento, podendo ser ressarcido pelos custos aprovados pela
SEÇÃO II empresa pública ou sociedade de economia mista caso não vença
DISPOSIÇÕES DE CARÁTER GERAL SOBRE LICITAÇÕES o certame, desde que seja promovida a cessão de direitos de que
E CONTRATOS trata o art. 80.
Art. 32. Nas licitações e contratos de que trata esta Lei serão
Art. 31. As licitações realizadas e os contratos celebrados por observadas as seguintes diretrizes:
empresas públicas e sociedades de economia mista destinam-se a I - padronização do objeto da contratação, dos instrumentos
assegurar a seleção da proposta mais vantajosa, inclusive no que convocatórios e das minutas de contratos, de acordo com normas
se refere ao ciclo de vida do objeto, e a evitar operações em que internas específicas;
se caracterize sobrepreço ou superfaturamento, devendo observar II - busca da maior vantagem competitiva para a empresa públi-
os princípios da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da ca ou sociedade de economia mista, considerando custos e benefí-
publicidade, da eficiência, da probidade administrativa, da econo- cios, diretos e indiretos, de natureza econômica, social ou ambien-
micidade, do desenvolvimento nacional sustentável, da vinculação tal, inclusive os relativos à manutenção, ao desfazimento de bens e
ao instrumento convocatório, da obtenção de competitividade e do resíduos, ao índice de depreciação econômica e a outros fatores de
julgamento objetivo. igual relevância;
§1º Para os fins do disposto no caput , considera-se que há: III - parcelamento do objeto, visando a ampliar a participação
I - sobrepreço quando os preços orçados para a licitação ou os de licitantes, sem perda de economia de escala, e desde que não
preços contratados são expressivamente superiores aos preços re- atinja valores inferiores aos limites estabelecidos no art. 29, incisos
ferenciais de mercado, podendo referir-se ao valor unitário de um I e II;
item, se a licitação ou a contratação for por preços unitários de ser- IV - adoção preferencial da modalidade de licitação denomina-
viço, ou ao valor global do objeto, se a licitação ou a contratação for da pregão, instituída pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 ,
por preço global ou por empreitada; para a aquisição de bens e serviços comuns, assim considerados
II - superfaturamento quando houver dano ao patrimônio da aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser ob-
empresa pública ou da sociedade de economia mista caracterizado, jetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usu-
por exemplo: ais no mercado;
a) pela medição de quantidades superiores às efetivamente V - observação da política de integridade nas transações com
executadas ou fornecidas; partes interessadas.
b) pela deficiência na execução de obras e serviços de enge- §1º As licitações e os contratos disciplinados por esta Lei de-
nharia que resulte em diminuição da qualidade, da vida útil ou da vem respeitar, especialmente, as normas relativas à:
segurança; I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só-
c) por alterações no orçamento de obras e de serviços de enge- lidos gerados pelas obras contratadas;
nharia que causem o desequilíbrio econômico-financeiro do contra- II - mitigação dos danos ambientais por meio de medidas con-
to em favor do contratado; dicionantes e de compensação ambiental, que serão definidas no
d) por outras alterações de cláusulas financeiras que gerem procedimento de licenciamento ambiental;
recebimentos contratuais antecipados, distorção do cronograma III - utilização de produtos, equipamentos e serviços que, com-
físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo contratual com provadamente, reduzam o consumo de energia e de recursos na-
custos adicionais para a empresa pública ou a sociedade de econo- turais;
mia mista ou reajuste irregular de preços. IV - avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação
§2º O orçamento de referência do custo global de obras e servi- urbanística;
ços de engenharia deverá ser obtido a partir de custos unitários de V - proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e
insumos ou serviços menores ou iguais à mediana de seus corres- imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi-
pondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da reto causado por investimentos realizados por empresas públicas e
Construção Civil (Sinapi), no caso de construção civil em geral, ou no sociedades de economia mista;
Sistema de Custos Referenciais de Obras (Sicro), no caso de obras VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobi-
e serviços rodoviários, devendo ser observadas as peculiaridades lidade reduzida.
geográficas.

184
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§2º A contratação a ser celebrada por empresa pública ou so- II - suspensa pela empresa pública ou sociedade de economia
ciedade de economia mista da qual decorra impacto negativo so- mista;
bre bens do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e imaterial III - declarada inidônea pela União, por Estado, pelo Distrito Fe-
tombados dependerá de autorização da esfera de governo encar- deral ou pela unidade federativa a que está vinculada a empresa
regada da proteção do respectivo patrimônio, devendo o impacto pública ou sociedade de economia mista, enquanto perdurarem os
ser compensado por meio de medidas determinadas pelo dirigente efeitos da sanção;
máximo da empresa pública ou sociedade de economia mista, na IV - constituída por sócio de empresa que estiver suspensa, im-
forma da legislação aplicável. pedida ou declarada inidônea;
§3º As licitações na modalidade de pregão, na forma eletrôni- V - cujo administrador seja sócio de empresa suspensa, impedi-
ca, deverão ser realizadas exclusivamente em portais de compras da ou declarada inidônea;
de acesso público na internet. VI - constituída por sócio que tenha sido sócio ou administra-
§4º Nas licitações com etapa de lances, a empresa pública ou dor de empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no pe-
sociedade de economia mista disponibilizará ferramentas eletrôni- ríodo dos fatos que deram ensejo à sanção;
cas para envio de lances pelos licitantes. VII - cujo administrador tenha sido sócio ou administrador de
Art. 33. O objeto da licitação e do contrato dela decorrente será empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no período
definido de forma sucinta e clara no instrumento convocatório. dos fatos que deram ensejo à sanção;
Art. 34. O valor estimado do contrato a ser celebrado pela em- VIII - que tiver, nos seus quadros de diretoria, pessoa que parti-
presa pública ou pela sociedade de economia mista será sigiloso, cipou, em razão de vínculo de mesma natureza, de empresa decla-
facultando-se à contratante, mediante justificação na fase de pre- rada inidônea.
paração prevista no inciso I do art. 51 desta Lei, conferir publicidade Parágrafo único. Aplica-se a vedação prevista no caput :
ao valor estimado do objeto da licitação, sem prejuízo da divulgação I - à contratação do próprio empregado ou dirigente, como pes-
do detalhamento dos quantitativos e das demais informações ne- soa física, bem como à participação dele em procedimentos licitató-
cessárias para a elaboração das propostas. rios, na condição de licitante;
§1º Na hipótese em que for adotado o critério de julgamento II - a quem tenha relação de parentesco, até o terceiro grau
por maior desconto, a informação de que trata o caput deste artigo civil, com:
constará do instrumento convocatório. a) dirigente de empresa pública ou sociedade de economia
§2º No caso de julgamento por melhor técnica, o valor do prê- mista;
mio ou da remuneração será incluído no instrumento convocatório. b) empregado de empresa pública ou sociedade de economia
§3º A informação relativa ao valor estimado do objeto da lici- mista cujas atribuições envolvam a atuação na área responsável
tação, ainda que tenha caráter sigiloso, será disponibilizada a ór- pela licitação ou contratação;
gãos de controle externo e interno, devendo a empresa pública ou c) autoridade do ente público a que a empresa pública ou so-
a sociedade de economia mista registrar em documento formal sua ciedade de economia mista esteja vinculada.
disponibilização aos órgãos de controle, sempre que solicitado. III - cujo proprietário, mesmo na condição de sócio, tenha ter-
§4º (VETADO). minado seu prazo de gestão ou rompido seu vínculo com a respecti-
Art. 35. Observado o disposto no art. 34, o conteúdo da pro- va empresa pública ou sociedade de economia mista promotora da
posta, quando adotado o modo de disputa fechado e até sua aber- licitação ou contratante há menos de 6 (seis) meses.
tura, os atos e os procedimentos praticados em decorrência desta Art. 39. Os procedimentos licitatórios, a pré-qualificação e os
Lei submetem-se à legislação que regula o acesso dos cidadãos às contratos disciplinados por esta Lei serão divulgados em portal es-
informações detidas pela administração pública, particularmente pecífico mantido pela empresa pública ou sociedade de economia
aos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 . mista na internet, devendo ser adotados os seguintes prazos míni-
Art. 36. A empresa pública e a sociedade de economia mista mos para apresentação de propostas ou lances, contados a partir da
poderão promover a pré-qualificação de seus fornecedores ou pro- divulgação do instrumento convocatório:
dutos, nos termos do art. 64. I - para aquisição de bens:
Art. 37. A empresa pública e a sociedade de economia mista a) 5 (cinco) dias úteis, quando adotado como critério de julga-
deverão informar os dados relativos às sanções por elas aplicadas mento o menor preço ou o maior desconto;
aos contratados, nos termos definidos no art. 83, de forma a man- b) 10 (dez) dias úteis, nas demais hipóteses;
ter atualizado o cadastro de empresas inidôneas de que trata o art. II - para contratação de obras e serviços:
23 da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 . a) 15 (quinze) dias úteis, quando adotado como critério de jul-
§1º O fornecedor incluído no cadastro referido no caput não gamento o menor preço ou o maior desconto;
poderá disputar licitação ou participar, direta ou indiretamente, da b) 30 (trinta) dias úteis, nas demais hipóteses;
execução de contrato. III - no mínimo 45 (quarenta e cinco) dias úteis para licitação
§2º Serão excluídos do cadastro referido no caput , a qualquer em que se adote como critério de julgamento a melhor técnica ou a
tempo, fornecedores que demonstrarem a superação dos motivos melhor combinação de técnica e preço, bem como para licitação em
que deram causa à restrição contra eles promovida. que haja contratação semi-integrada ou integrada.
Art. 38. Estará impedida de participar de licitações e de ser con- Parágrafo único. As modificações promovidas no instrumento
tratada pela empresa pública ou sociedade de economia mista a convocatório serão objeto de divulgação nos mesmos termos e pra-
empresa: zos dos atos e procedimentos originais, exceto quando a alteração
I - cujo administrador ou sócio detentor de mais de 5% (cinco não afetar a preparação das propostas.
por cento) do capital social seja diretor ou empregado da empresa
pública ou sociedade de economia mista contratante;

185
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 40. As empresas públicas e as sociedades de economia d) parâmetros de adequação ao interesse público, à economia
mista deverão publicar e manter atualizado regulamento interno de na utilização, à facilidade na execução, aos impactos ambientais e
licitações e contratos, compatível com o disposto nesta Lei, espe- à acessibilidade;
cialmente quanto a: e) concepção da obra ou do serviço de engenharia;
I - glossário de expressões técnicas; f) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram
II - cadastro de fornecedores; a concepção adotada;
III - minutas-padrão de editais e contratos; g) levantamento topográfico e cadastral;
IV - procedimentos de licitação e contratação direta; h) pareceres de sondagem;
V - tramitação de recursos; i) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos com-
VI - formalização de contratos; ponentes construtivos e dos materiais de construção, de forma a
VII - gestão e fiscalização de contratos; estabelecer padrões mínimos para a contratação;
VIII - aplicação de penalidades; VIII - projeto básico: conjunto de elementos necessários e su-
IX - recebimento do objeto do contrato. ficientes, com nível de precisão adequado, para, observado o dis-
Art. 41. Aplicam-se às licitações e contratos regidos por esta posto no §3º, caracterizar a obra ou o serviço, ou o complexo de
Lei as normas de direito penal contidas nos arts. 89 a 99 da Lei nº obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado com base nas
8.666, de 21 de junho de 1993 . indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegure a viabi-
lidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
SEÇÃO III empreendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra e a
DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA OBRAS E SERVIÇOS definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os
seguintes elementos:
Art. 42. Na licitação e na contratação de obras e serviços por a) desenvolvimento da solução escolhida, de forma a fornecer
empresas públicas e sociedades de economia mista, serão observa- visão global da obra e a identificar todos os seus elementos consti-
das as seguintes definições: tutivos com clareza;
I - empreitada por preço unitário: contratação por preço certo b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de-
de unidades determinadas; talhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou
II - empreitada por preço global: contratação por preço certo de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e
e total; de realização das obras e montagem;
III - tarefa: contratação de mão de obra para pequenos traba- c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais
lhos por preço certo, com ou sem fornecimento de material; e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especifica-
IV - empreitada integral: contratação de empreendimento em ções, de modo a assegurar os melhores resultados para o empre-
sua integralidade, com todas as etapas de obras, serviços e instala- endimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
ções necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de mé-
sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, todos construtivos, instalações provisórias e condições organiza-
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em con- cionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
dições de segurança estrutural e operacional e com as característi- execução;
cas adequadas às finalidades para as quais foi contratada; e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da
V - contratação semi-integrada: contratação que envolve a ela- obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de supri-
boração e o desenvolvimento do projeto executivo, a execução de mentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em
obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de tes- cada caso;
tes, a pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes f) (VETADO);
para a entrega final do objeto, de acordo com o estabelecido nos IX - projeto executivo: conjunto dos elementos necessários e
§§1º e 3º deste artigo; suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas
VI - contratação integrada: contratação que envolve a elabora- técnicas pertinentes;
ção e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execu- X - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e
ção de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio
de testes, a pré-operação e as demais operações necessárias e sufi- econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus finan-
cientes para a entrega final do objeto, de acordo com o estabeleci- ceiro decorrente de eventos supervenientes à contratação, conten-
do nos §§1º, 2º e 3º deste artigo; do, no mínimo, as seguintes informações:
VII - anteprojeto de engenharia: peça técnica com todos os ele- a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura
mentos de contornos necessários e fundamentais à elaboração do do contrato, impactantes no equilíbrio econômico-financeiro da
projeto básico, devendo conter minimamente os seguintes elemen- avença, e previsão de eventual necessidade de prolação de termo
tos: aditivo quando de sua ocorrência;
a) demonstração e justificativa do programa de necessidades, b) estabelecimento preciso das frações do objeto em que ha-
visão global dos investimentos e definições relacionadas ao nível de verá liberdade das contratadas para inovar em soluções metodoló-
serviço desejado; gicas ou tecnológicas, em obrigações de resultado, em termos de
b) condições de solidez, segurança e durabilidade e prazo de modificação das soluções previamente delineadas no anteprojeto
entrega; ou no projeto básico da licitação;
c) estética do projeto arquitetônico;

186
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) estabelecimento preciso das frações do objeto em que não §4º No caso de licitação de obras e serviços de engenharia, as
haverá liberdade das contratadas para inovar em soluções meto- empresas públicas e as sociedades de economia mista abrangidas
dológicas ou tecnológicas, em obrigações de meio, devendo haver por esta Lei deverão utilizar a contratação semi-integrada, prevista
obrigação de identidade entre a execução e a solução pré-definida no inciso V do caput , cabendo a elas a elaboração ou a contrata-
no anteprojeto ou no projeto básico da licitação. ção do projeto básico antes da licitação de que trata este parágrafo,
§1º As contratações semi-integradas e integradas referidas, podendo ser utilizadas outras modalidades previstas nos incisos do
respectivamente, nos incisos V e VI do caput deste artigo restringir- caput deste artigo, desde que essa opção seja devidamente justifi-
-se-ão a obras e serviços de engenharia e observarão os seguintes cada.
requisitos: §5º Para fins do previsto na parte final do §4º, não será admi-
I - o instrumento convocatório deverá conter: tida, por parte da empresa pública ou da sociedade de economia
a) anteprojeto de engenharia, no caso de contratação integra- mista, como justificativa para a adoção da modalidade de contrata-
da, com elementos técnicos que permitam a caracterização da obra ção integrada, a ausência de projeto básico.
ou do serviço e a elaboração e comparação, de forma isonômica, Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços
das propostas a serem ofertadas pelos particulares; de engenharia admitirão os seguintes regimes:
b) projeto básico, nos casos de empreitada por preço unitário, I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os objetos,
de empreitada por preço global, de empreitada integral e de contra- por sua natureza, possuam imprecisão inerente de quantitativos
tação semi-integrada, nos termos definidos neste artigo; em seus itens orçamentários;
c) documento técnico, com definição precisa das frações do II - empreitada por preço global, quando for possível definir
empreendimento em que haverá liberdade de as contratadas ino- previamente no projeto básico, com boa margem de precisão, as
varem em soluções metodológicas ou tecnológicas, seja em termos quantidades dos serviços a serem posteriormente executados na
de modificação das soluções previamente delineadas no antepro- fase contratual;
jeto ou no projeto básico da licitação, seja em termos de detalha- III - contratação por tarefa, em contratações de profissionais
mento dos sistemas e procedimentos construtivos previstos nessas autônomos ou de pequenas empresas para realização de serviços
peças técnicas; técnicos comuns e de curta duração;
d) matriz de riscos; IV - empreitada integral, nos casos em que o contratante neces-
II - o valor estimado do objeto a ser licitado será calculado com site receber o empreendimento, normalmente de alta complexida-
base em valores de mercado, em valores pagos pela administração de, em condição de operação imediata;
pública em serviços e obras similares ou em avaliação do custo glo- V - contratação semi-integrada, quando for possível definir pre-
bal da obra, aferido mediante orçamento sintético ou metodologia viamente no projeto básico as quantidades dos serviços a serem
expedita ou paramétrica; posteriormente executados na fase contratual, em obra ou serviço
III - o critério de julgamento a ser adotado será o de menor pre- de engenharia que possa ser executado com diferentes metodolo-
ço ou de melhor combinação de técnica e preço, pontuando-se na gias ou tecnologias;
avaliação técnica as vantagens e os benefícios que eventualmente VI - contratação integrada, quando a obra ou o serviço de en-
forem oferecidos para cada produto ou solução; genharia for de natureza predominantemente intelectual e de ino-
IV - na contratação semi-integrada, o projeto básico poderá vação tecnológica do objeto licitado ou puder ser executado com
ser alterado, desde que demonstrada a superioridade das inova- diferentes metodologias ou tecnologias de domínio restrito no mer-
ções em termos de redução de custos, de aumento da qualidade, cado.
de redução do prazo de execução e de facilidade de manutenção §1º Serão obrigatoriamente precedidas pela elaboração de
ou operação. projeto básico, disponível para exame de qualquer interessado, as
§2º No caso dos orçamentos das contratações integradas: licitações para a contratação de obras e serviços, com exceção da-
I - sempre que o anteprojeto da licitação, por seus elementos quelas em que for adotado o regime previsto no inciso VI do caput
mínimos, assim o permitir, as estimativas de preço devem se basear deste artigo.
em orçamento tão detalhado quanto possível, devendo a utilização §2º É vedada a execução, sem projeto executivo, de obras e
de estimativas paramétricas e a avaliação aproximada baseada em serviços de engenharia.
outras obras similares ser realizadas somente nas frações do em- Art. 44. É vedada a participação direta ou indireta nas licitações
preendimento não suficientemente detalhadas no anteprojeto da para obras e serviços de engenharia de que trata esta Lei:
licitação, exigindo-se das contratadas, no mínimo, o mesmo nível I - de pessoa física ou jurídica que tenha elaborado o antepro-
de detalhamento em seus demonstrativos de formação de preços; jeto ou o projeto básico da licitação;
II - quando utilizada metodologia expedita ou paramétrica para II - de pessoa jurídica que participar de consórcio responsável
abalizar o valor do empreendimento ou de fração dele, considera- pela elaboração do anteprojeto ou do projeto básico da licitação;
das as disposições do inciso I, entre 2 (duas) ou mais técnicas esti- III - de pessoa jurídica da qual o autor do anteprojeto ou do
mativas possíveis, deve ser utilizada nas estimativas de preço-base projeto básico da licitação seja administrador, controlador, geren-
a que viabilize a maior precisão orçamentária, exigindo-se das lici- te, responsável técnico, subcontratado ou sócio, neste último caso
tantes, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento na motivação quando a participação superar 5% (cinco por cento) do capital vo-
dos respectivos preços ofertados. tante.
§3º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos §1º A elaboração do projeto executivo constituirá encargo do
decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados à contratado, consoante preço previamente fixado pela empresa pú-
escolha da solução de projeto básico pela contratante deverão ser blica ou pela sociedade de economia mista.
alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos.

187
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§2º É permitida a participação das pessoas jurídicas e da pes- Art. 48. Será dada publicidade, com periodicidade mínima se-
soa física de que tratam os incisos II e III do caput deste artigo em mestral, em sítio eletrônico oficial na internet de acesso irrestrito, à
licitação ou em execução de contrato, como consultor ou técnico, relação das aquisições de bens efetivadas pelas empresas públicas
nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusi- e pelas sociedades de economia mista, compreendidas as seguintes
vamente a serviço da empresa pública e da sociedade de economia informações:
mista interessadas. I - identificação do bem comprado, de seu preço unitário e da
§3º Para fins do disposto no caput , considera-se participação quantidade adquirida;
indireta a existência de vínculos de natureza técnica, comercial, II - nome do fornecedor;
econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto bási- III - valor total de cada aquisição.
co, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos servi-
ços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens SEÇÃO V
e serviços a estes necessários. DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA ALIENAÇÃO DE BENS
§4º O disposto no §3º deste artigo aplica-se a empregados in-
cumbidos de levar a efeito atos e procedimentos realizados pela Art. 49. A alienação de bens por empresas públicas e por socie-
empresa pública e pela sociedade de economia mista no curso da dades de economia mista será precedida de:
licitação. I - avaliação formal do bem contemplado, ressalvadas as hipó-
Art. 45. Na contratação de obras e serviços, inclusive de enge- teses previstas nos incisos XVI a XVIII do art. 29;
nharia, poderá ser estabelecida remuneração variável vinculada ao II - licitação, ressalvado o previsto no §3º do art. 28.
desempenho do contratado, com base em metas, padrões de qua- Art. 50. Estendem-se à atribuição de ônus real a bens integran-
lidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega tes do acervo patrimonial de empresas públicas e de sociedades
definidos no instrumento convocatório e no contrato. de economia mista as normas desta Lei aplicáveis à sua alienação,
Parágrafo único. A utilização da remuneração variável respeita- inclusive em relação às hipóteses de dispensa e de inexigibilidade
rá o limite orçamentário fixado pela empresa pública ou pela socie- de licitação.
dade de economia mista para a respectiva contratação. SEÇÃO VI
Art. 46. Mediante justificativa expressa e desde que não impli- DO PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO
que perda de economia de escala, poderá ser celebrado mais de
um contrato para executar serviço de mesma natureza quando o Art. 51. As licitações de que trata esta Lei observarão a seguinte
objeto da contratação puder ser executado de forma concorrente e sequência de fases:
simultânea por mais de um contratado. I - preparação;
§1º Na hipótese prevista no caput deste artigo, será mantido II - divulgação;
controle individualizado da execução do objeto contratual relativa- III - apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de
mente a cada um dos contratados. disputa adotado;
§2º (VETADO). IV - julgamento;
SEÇÃO IV V - verificação de efetividade dos lances ou propostas;
DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA AQUISIÇÃO DE BENS VI - negociação;
VII - habilitação;
Art. 47. A empresa pública e a sociedade de economia mista, na VIII - interposição de recursos;
licitação para aquisição de bens, poderão: IX - adjudicação do objeto;
I - indicar marca ou modelo, nas seguintes hipóteses: X - homologação do resultado ou revogação do procedimento.
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto; §1º A fase de que trata o inciso VII do caput poderá, excepcio-
b) quando determinada marca ou modelo comercializado por nalmente, anteceder as referidas nos incisos III a VI do caput , desde
mais de um fornecedor constituir o único capaz de atender o objeto que expressamente previsto no instrumento convocatório.
do contrato; §2º Os atos e procedimentos decorrentes das fases enumera-
c) quando for necessária, para compreensão do objeto, a iden- das no caput praticados por empresas públicas, por sociedades de
tificação de determinada marca ou modelo apto a servir como refe- economia mista e por licitantes serão efetivados preferencialmente
rência, situação em que será obrigatório o acréscimo da expressão por meio eletrônico, nos termos definidos pelo instrumento con-
“ou similar ou de melhor qualidade”; vocatório, devendo os avisos contendo os resumos dos editais das
II - exigir amostra do bem no procedimento de pré-qualificação licitações e contratos abrangidos por esta Lei ser previamente pu-
e na fase de julgamento das propostas ou de lances, desde que jus- blicados no Diário Oficial da União, do Estado ou do Município e na
tificada a necessidade de sua apresentação; internet.
III - solicitar a certificação da qualidade do produto ou do pro- Art. 52. Poderão ser adotados os modos de disputa aberto ou
cesso de fabricação, inclusive sob o aspecto ambiental, por institui- fechado, ou, quando o objeto da licitação puder ser parcelado, a
ção previamente credenciada. combinação de ambos, observado o disposto no inciso III do art.
Parágrafo único. O edital poderá exigir, como condição de acei- 32 desta Lei.
tabilidade da proposta, a adequação às normas da Associação Bra- §1º No modo de disputa aberto, os licitantes apresentarão lan-
sileira de Normas Técnicas (ABNT) ou a certificação da qualidade ces públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes, conforme o
do produto por instituição credenciada pelo Sistema Nacional de critério de julgamento adotado.
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro) . §2º No modo de disputa fechado, as propostas apresentadas
pelos licitantes serão sigilosas até a data e a hora designadas para
que sejam divulgadas.

188
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 53. Quando for adotado o modo de disputa aberto, pode- §8º O descumprimento da finalidade a que se refere o §7º
rão ser admitidos: deste artigo resultará na imediata restituição do bem alcançado ao
I - a apresentação de lances intermediários; acervo patrimonial da empresa pública ou da sociedade de econo-
II - o reinício da disputa aberta, após a definição do melhor lan- mia mista, vedado, nessa hipótese, o pagamento de indenização em
ce, para definição das demais colocações, quando existir diferença favor do adquirente.
de pelo menos 10% (dez por cento) entre o melhor lance e o sub- Art. 55. Em caso de empate entre 2 (duas) propostas, serão uti-
sequente. lizados, na ordem em que se encontram enumerados, os seguintes
Parágrafo único. Consideram-se intermediários os lances: critérios de desempate:
I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o I - disputa final, em que os licitantes empatados poderão apre-
julgamento pelo critério da maior oferta; sentar nova proposta fechada, em ato contínuo ao encerramento
II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados da etapa de julgamento;
os demais critérios de julgamento. II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes,
Art. 54. Poderão ser utilizados os seguintes critérios de julga- desde que exista sistema objetivo de avaliação instituído;
mento: III - os critérios estabelecidos no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23
I - menor preço; de outubro de 1991 , e no §2º do art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de
II - maior desconto; junho de 1993 ;
III - melhor combinação de técnica e preço; IV - sorteio.
IV - melhor técnica; Art. 56. Efetuado o julgamento dos lances ou propostas, será
V - melhor conteúdo artístico; promovida a verificação de sua efetividade, promovendo-se a des-
VI - maior oferta de preço; classificação daqueles que:
VII - maior retorno econômico; I - contenham vícios insanáveis;
VIII - melhor destinação de bens alienados. II - descumpram especificações técnicas constantes do instru-
§1º Os critérios de julgamento serão expressamente identifi- mento convocatório;
cados no instrumento convocatório e poderão ser combinados na III - apresentem preços manifestamente inexequíveis;
hipótese de parcelamento do objeto, observado o disposto no inci- IV - se encontrem acima do orçamento estimado para a contra-
so III do art. 32. tação de que trata o §1º do art. 57, ressalvada a hipótese prevista
§2º Na hipótese de adoção dos critérios referidos nos incisos no caput do art. 34 desta Lei;
III, IV, V e VII do caput deste artigo, o julgamento das propostas será V - não tenham sua exequibilidade demonstrada, quando exi-
efetivado mediante o emprego de parâmetros específicos, defini- gido pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista;
dos no instrumento convocatório, destinados a limitar a subjetivi- VI - apresentem desconformidade com outras exigências do
dade do julgamento. instrumento convocatório, salvo se for possível a acomodação a
§3º Para efeito de julgamento, não serão consideradas vanta- seus termos antes da adjudicação do objeto e sem que se prejudi-
gens não previstas no instrumento convocatório. que a atribuição de tratamento isonômico entre os licitantes.
§4º O critério previsto no inciso II do caput : §1º A verificação da efetividade dos lances ou propostas pode-
I - terá como referência o preço global fixado no instrumento rá ser feita exclusivamente em relação aos lances e propostas mais
convocatório, estendendo-se o desconto oferecido nas propostas bem classificados.
ou lances vencedores a eventuais termos aditivos; §2º A empresa pública e a sociedade de economia mista pode-
II - no caso de obras e serviços de engenharia, o desconto in- rão realizar diligências para aferir a exequibilidade das propostas ou
cidirá de forma linear sobre a totalidade dos itens constantes do exigir dos licitantes que ela seja demonstrada, na forma do inciso V
orçamento estimado, que deverá obrigatoriamente integrar o ins- do caput .
trumento convocatório. §3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia, conside-
§5º Quando for utilizado o critério referido no inciso III do ram-se inexequíveis as propostas com valores globais inferiores a
caput , a avaliação das propostas técnicas e de preço considerará o 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores:
percentual de ponderação mais relevante, limitado a 70% (setenta I - média aritmética dos valores das propostas superiores a 50%
por cento). (cinquenta por cento) do valor do orçamento estimado pela empre-
§6º Quando for utilizado o critério referido no inciso VII do sa pública ou sociedade de economia mista; ou
caput , os lances ou propostas terão o objetivo de proporcionar II - valor do orçamento estimado pela empresa pública ou so-
economia à empresa pública ou à sociedade de economia mista, ciedade de economia mista.
por meio da redução de suas despesas correntes, remunerando-se §4º Para os demais objetos, para efeito de avaliação da exequi-
o licitante vencedor com base em percentual da economia de re- bilidade ou de sobrepreço, deverão ser estabelecidos critérios de
cursos gerada. aceitabilidade de preços que considerem o preço global, os quanti-
§7º Na implementação do critério previsto no inciso VIII do tativos e os preços unitários, assim definidos no instrumento con-
caput deste artigo, será obrigatoriamente considerada, nos termos vocatório.
do respectivo instrumento convocatório, a repercussão, no meio Art. 57. Confirmada a efetividade do lance ou proposta que ob-
social, da finalidade para cujo atendimento o bem será utilizado teve a primeira colocação na etapa de julgamento, ou que passe a
pelo adquirente. ocupar essa posição em decorrência da desclassificação de outra
que tenha obtido colocação superior, a empresa pública e a socie-
dade de economia mista deverão negociar condições mais vantajo-
sas com quem o apresentou.

189
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§1º A negociação deverá ser feita com os demais licitantes, se- conceder aos licitantes que manifestem interesse em contestar o
gundo a ordem inicialmente estabelecida, quando o preço do pri- respectivo ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do direito ao
meiro colocado, mesmo após a negociação, permanecer acima do contraditório e à ampla defesa.
orçamento estimado. §4º O disposto no caput e nos §§1º e 2º deste artigo aplica-se,
§2º (VETADO). no que couber, aos atos por meio dos quais se determine a contra-
§3º Se depois de adotada a providência referida no §1º deste tação direta.
artigo não for obtido valor igual ou inferior ao orçamento estimado SEÇÃO VII
para a contratação, será revogada a licitação. DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES DAS LICITAÇÕES
Art. 58. A habilitação será apreciada exclusivamente a partir
dos seguintes parâmetros: Art. 63. São procedimentos auxiliares das licitações regidas por
I - exigência da apresentação de documentos aptos a compro- esta Lei:
var a possibilidade da aquisição de direitos e da contração de obri- I - pré-qualificação permanente;
gações por parte do licitante; II - cadastramento;
II - qualificação técnica, restrita a parcelas do objeto técnica ou III - sistema de registro de preços;
economicamente relevantes, de acordo com parâmetros estabele- IV - catálogo eletrônico de padronização.
cidos de forma expressa no instrumento convocatório; Parágrafo único. Os procedimentos de que trata o caput deste
III - capacidade econômica e financeira; artigo obedecerão a critérios claros e objetivos definidos em regu-
IV - recolhimento de quantia a título de adiantamento, tratan- lamento.
do-se de licitações em que se utilize como critério de julgamento a Art. 64. Considera-se pré-qualificação permanente o procedi-
maior oferta de preço. mento anterior à licitação destinado a identificar:
§1º Quando o critério de julgamento utilizado for a maior ofer- I - fornecedores que reúnam condições de habilitação exigidas
ta de preço, os requisitos de qualificação técnica e de capacidade para o fornecimento de bem ou a execução de serviço ou obra nos
econômica e financeira poderão ser dispensados. prazos, locais e condições previamente estabelecidos;
§2º Na hipótese do §1º, reverterá a favor da empresa pública II - bens que atendam às exigências técnicas e de qualidade da
ou da sociedade de economia mista o valor de quantia eventual- administração pública.
mente exigida no instrumento convocatório a título de adiantamen- §1º O procedimento de pré-qualificação será público e perma-
to, caso o licitante não efetue o restante do pagamento devido no nentemente aberto à inscrição de qualquer interessado.
prazo para tanto estipulado. §2º A empresa pública e a sociedade de economia mista pode-
Art. 59. Salvo no caso de inversão de fases, o procedimento rão restringir a participação em suas licitações a fornecedores ou
licitatório terá fase recursal única. produtos pré-qualificados, nas condições estabelecidas em regula-
§1º Os recursos serão apresentados no prazo de 5 (cinco) dias mento.
úteis após a habilitação e contemplarão, além dos atos praticados §3º A pré-qualificação poderá ser efetuada nos grupos ou seg-
nessa fase, aqueles praticados em decorrência do disposto nos inci- mentos, segundo as especialidades dos fornecedores.
sos IV e V do caput do art. 51 desta Lei. §4º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, contendo al-
§2º Na hipótese de inversão de fases, o prazo referido no §1º guns ou todos os requisitos de habilitação ou técnicos necessários
será aberto após a habilitação e após o encerramento da fase pre- à contratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualdade de
vista no inciso V do caput do art. 51, abrangendo o segundo prazo condições entre os concorrentes.
também atos decorrentes da fase referida no inciso IV do caput do §5º A pré-qualificação terá validade de 1 (um) ano, no máximo,
art. 51 desta Lei. podendo ser atualizada a qualquer tempo.
Art. 60. A homologação do resultado implica a constituição de §6º Na pré-qualificação aberta de produtos, poderá ser exigida
direito relativo à celebração do contrato em favor do licitante ven- a comprovação de qualidade.
cedor. §7º É obrigatória a divulgação dos produtos e dos interessados
Art. 61. A empresa pública e a sociedade de economia mista que forem pré-qualificados.
não poderão celebrar contrato com preterição da ordem de classifi- Art. 65. Os registros cadastrais poderão ser mantidos para efei-
cação das propostas ou com terceiros estranhos à licitação. to de habilitação dos inscritos em procedimentos licitatórios e se-
Art. 62. Além das hipóteses previstas no §3º do art. 57 desta rão válidos por 1 (um) ano, no máximo, podendo ser atualizados a
Lei e no inciso II do §2º do art. 75 desta Lei, quem dispuser de com- qualquer tempo.
petência para homologação do resultado poderá revogar a licitação §1º Os registros cadastrais serão amplamente divulgados e fi-
por razões de interesse público decorrentes de fato superveniente carão permanentemente abertos para a inscrição de interessados.
que constitua óbice manifesto e incontornável, ou anulá-la por ile- §2º Os inscritos serão admitidos segundo requisitos previstos
galidade, de ofício ou por provocação de terceiros, salvo quando for em regulamento.
viável a convalidação do ato ou do procedimento viciado. §3º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assu-
§1º A anulação da licitação por motivo de ilegalidade não gera midas será anotada no respectivo registro cadastral.
obrigação de indenizar, observado o disposto no §2º deste artigo. §4º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou can-
§2º A nulidade da licitação induz à do contrato. celado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências
§3º Depois de iniciada a fase de apresentação de lances ou pro- estabelecidas para habilitação ou para admissão cadastral.
postas, referida no inciso III do caput do art. 51 desta Lei, a revoga- Art. 66. O Sistema de Registro de Preços especificamente desti-
ção ou a anulação da licitação somente será efetivada depois de se nado às licitações de que trata esta Lei reger-se-á pelo disposto em
decreto do Poder Executivo e pelas seguintes disposições:

190
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§1º Poderá aderir ao sistema referido no caput qualquer órgão IX - a obrigação do contratado de manter, durante a execução
ou entidade responsável pela execução das atividades contempla- do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumi-
das no art. 1º desta Lei. das, as condições de habilitação e qualificação exigidas no curso do
§2º O registro de preços observará, entre outras, as seguintes procedimento licitatório;
condições: X - matriz de riscos.
I - efetivação prévia de ampla pesquisa de mercado; §1º (VETADO).
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re- §2º Nos contratos decorrentes de licitações de obras ou ser-
gulamento; viços de engenharia em que tenha sido adotado o modo de dispu-
III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle e atuali- ta aberto, o contratado deverá reelaborar e apresentar à empresa
zação periódicos dos preços registrados; pública ou à sociedade de economia mista e às suas respectivas
IV - definição da validade do registro; subsidiárias, por meio eletrônico, as planilhas com indicação dos
V - inclusão, na respectiva ata, do registro dos licitantes que quantitativos e dos custos unitários, bem como do detalhamento
aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do licitan- das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais
te vencedor na sequência da classificação do certame, assim como (ES), com os respectivos valores adequados ao lance vencedor, para
dos licitantes que mantiverem suas propostas originais. fins do disposto no inciso III do caput deste artigo.
§3º A existência de preços registrados não obriga a administra- Art. 70. Poderá ser exigida prestação de garantia nas contrata-
ção pública a firmar os contratos que deles poderão advir, sendo ções de obras, serviços e compras.
facultada a realização de licitação específica, assegurada ao licitante §1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes moda-
registrado preferência em igualdade de condições. lidades de garantia:
Art. 67. O catálogo eletrônico de padronização de compras, ser- I - caução em dinheiro;
viços e obras consiste em sistema informatizado, de gerenciamento II - seguro-garantia;
centralizado, destinado a permitir a padronização dos itens a serem III - fiança bancária.
adquiridos pela empresa pública ou sociedade de economia mista §2º A garantia a que se refere o caput não excederá a 5% (cin-
que estarão disponíveis para a realização de licitação. co por cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas
Parágrafo único. O catálogo referido no caput poderá ser utili- mesmas condições nele estabelecidas, ressalvado o previsto no §3º
zado em licitações cujo critério de julgamento seja o menor preço deste artigo.
ou o maior desconto e conterá toda a documentação e todos os §3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en-
procedimentos da fase interna da licitação, assim como as espe- volvendo complexidade técnica e riscos financeiros elevados, o limi-
cificações dos respectivos objetos, conforme disposto em regula- te de garantia previsto no §2º poderá ser elevado para até 10% (dez
mento. por cento) do valor do contrato.
CAPÍTULO II §4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou resti-
DOS CONTRATOS tuída após a execução do contrato, devendo ser atualizada moneta-
riamente na hipótese do inciso I do §1º deste artigo.
SEÇÃO I Art. 71. A duração dos contratos regidos por esta Lei não exce-
DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS derá a 5 (cinco) anos, contados a partir de sua celebração, exceto:
I - para projetos contemplados no plano de negócios e inves-
Art. 68. Os contratos de que trata esta Lei regulam-se pelas timentos da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
suas cláusulas, pelo disposto nesta Lei e pelos preceitos de direito II - nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cinco)
privado. anos seja prática rotineira de mercado e a imposição desse prazo
Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos disciplinados inviabilize ou onere excessivamente a realização do negócio.
por esta Lei: Parágrafo único. É vedado o contrato por prazo indeterminado.
I - o objeto e seus elementos característicos; Art. 72. Os contratos regidos por esta Lei somente poderão ser
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; alterados por acordo entre as partes, vedando-se ajuste que resulte
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data- em violação da obrigação de licitar.
-base e a periodicidade do reajustamento de preços e os critérios Art. 73. A redução a termo do contrato poderá ser dispensada
de atualização monetária entre a data do adimplemento das obri- no caso de pequenas despesas de pronta entrega e pagamento das
gações e a do efetivo pagamento; quais não resultem obrigações futuras por parte da empresa públi-
IV - os prazos de início de cada etapa de execução, de conclu- ca ou da sociedade de economia mista.
são, de entrega, de observação, quando for o caso, e de recebimen- Parágrafo único. O disposto no caput não prejudicará o registro
to; contábil exaustivo dos valores despendidos e a exigência de recibo
V - as garantias oferecidas para assegurar a plena execução do por parte dos respectivos destinatários.
objeto contratual, quando exigidas, observado o disposto no art. Art. 74. É permitido a qualquer interessado o conhecimento
68; dos termos do contrato e a obtenção de cópia autenticada de seu
VI - os direitos e as responsabilidades das partes, as tipificações inteiro teor ou de qualquer de suas partes, admitida a exigência de
das infrações e as respectivas penalidades e valores das multas; ressarcimento dos custos, nos termos previstos na Lei nº 12.527, de
VII - os casos de rescisão do contrato e os mecanismos para 18 de novembro de 2011 .
alteração de seus termos;
VIII - a vinculação ao instrumento convocatório da respectiva
licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, bem como ao
lance ou proposta do licitante vencedor;

191
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 75. A empresa pública e a sociedade de economia mista Art. 80. Os direitos patrimoniais e autorais de projetos ou ser-
convocarão o licitante vencedor ou o destinatário de contratação viços técnicos especializados desenvolvidos por profissionais au-
com dispensa ou inexigibilidade de licitação para assinar o termo tônomos ou por empresas contratadas passam a ser propriedade
de contrato, observados o prazo e as condições estabelecidos, sob da empresa pública ou sociedade de economia mista que os tenha
pena de decadência do direito à contratação. contratado, sem prejuízo da preservação da identificação dos res-
§1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, pectivos autores e da responsabilidade técnica a eles atribuída.
por igual período.
§2º É facultado à empresa pública ou à sociedade de economia SEÇÃO II
mista, quando o convocado não assinar o termo de contrato no pra- DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS
zo e nas condições estabelecidos:
I - convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classifi- Art. 81. Os contratos celebrados nos regimes previstos nos inci-
cação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propos- sos I a V do art. 43 contarão com cláusula que estabeleça a possibili-
tas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualiza- dade de alteração, por acordo entre as partes, nos seguintes casos:
dos em conformidade com o instrumento convocatório; I - quando houver modificação do projeto ou das especifica-
II - revogar a licitação. ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
Art. 76. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, II - quando necessária a modificação do valor contratual em
reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incor- nos limites permitidos por esta Lei;
reções resultantes da execução ou de materiais empregados, e res- III - quando conveniente a substituição da garantia de execu-
ponderá por danos causados diretamente a terceiros ou à empresa ção;
pública ou sociedade de economia mista, independentemente da IV - quando necessária a modificação do regime de execução
comprovação de sua culpa ou dolo na execução do contrato. da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face
Art. 77. O contratado é responsável pelos encargos trabalhis- de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
tas, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. originários;
§1º A inadimplência do contratado quanto aos encargos tra- V - quando necessária a modificação da forma de pagamento,
balhistas, fiscais e comerciais não transfere à empresa pública ou à por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
sociedade de economia mista a responsabilidade por seu pagamen- inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela-
to, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regula- ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra-
rização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
de Imóveis. VI - para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-
§2º (VETADO). mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis-
Art. 78. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-
partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
cada caso, pela empresa pública ou pela sociedade de economia previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
mista, conforme previsto no edital do certame. impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força
§1º A empresa subcontratada deverá atender, em relação ao maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
objeto da subcontratação, as exigências de qualificação técnica im- mica extraordinária e extracontratual.
postas ao licitante vencedor. §1º O contratado poderá aceitar, nas mesmas condições con-
§2º É vedada a subcontratação de empresa ou consórcio que tratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, ser-
tenha participado: viços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial
I - do procedimento licitatório do qual se originou a contrata- atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício
ção; ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para
II - direta ou indiretamente, da elaboração de projeto básico os seus acréscimos.
ou executivo. §2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
§3º As empresas de prestação de serviços técnicos especializa- estabelecidos no §1º, salvo as supressões resultantes de acordo ce-
dos deverão garantir que os integrantes de seu corpo técnico execu- lebrado entre os contratantes.
tem pessoal e diretamente as obrigações a eles imputadas, quando §3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços
a respectiva relação for apresentada em procedimento licitatório unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acor-
ou em contratação direta. do entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no §1º.
Art. 79. Na hipótese do §6º do art. 54, quando não for gera- §4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o con-
da a economia prevista no lance ou proposta, a diferença entre a tratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos traba-
economia contratada e a efetivamente obtida será descontada da lhos, esses materiais deverão ser pagos pela empresa pública ou so-
remuneração do contratado. ciedade de economia mista pelos custos de aquisição regularmente
Parágrafo único. Se a diferença entre a economia contratada e comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indeni-
a efetivamente obtida for superior à remuneração do contratado, zação por outros danos eventualmente decorrentes da supressão,
será aplicada a sanção prevista no contrato, nos termos do inciso VI desde que regularmente comprovados.
do caput do art. 69 desta Lei.

192
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§5º A criação, a alteração ou a extinção de quaisquer tributos II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos
ou encargos legais, bem como a superveniência de disposições le- da licitação;
gais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a
com comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a empresa pública ou a sociedade de economia mista em virtude de
revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso. atos ilícitos praticados.
§6º Em havendo alteração do contrato que aumente os encar- CAPÍTULO III
gos do contratado, a empresa pública ou a sociedade de economia DA FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE
mista deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-
-financeiro inicial. Art. 85. Os órgãos de controle externo e interno das 3 (três) es-
§7º A variação do valor contratual para fazer face ao reajus- feras de governo fiscalizarão as empresas públicas e as sociedades
te de preços previsto no próprio contrato e as atualizações, com- de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas domicilia-
pensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições das no exterior, quanto à legitimidade, à economicidade e à eficácia
de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações da aplicação de seus recursos, sob o ponto de vista contábil, finan-
orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, ceiro, operacional e patrimonial.
não caracterizam alteração do contrato e podem ser registrados por §1º Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata o
simples apostila, dispensada a celebração de aditamento. caput , os órgãos de controle deverão ter acesso irrestrito aos do-
§8º É vedada a celebração de aditivos decorrentes de eventos cumentos e às informações necessários à realização dos trabalhos,
supervenientes alocados, na matriz de riscos, como de responsabi- inclusive aqueles classificados como sigilosos pela empresa pública
lidade da contratada. ou pela sociedade de economia mista, nos termos da Lei nº 12.527,
SEÇÃO III de 18 de novembro de 2011 .
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS §2º O grau de confidencialidade será atribuído pelas empresas
públicas e sociedades de economia mista no ato de entrega dos do-
Art. 82. Os contratos devem conter cláusulas com sanções ad- cumentos e informações solicitados, tornando-se o órgão de con-
ministrativas a serem aplicadas em decorrência de atraso injustifi- trole com o qual foi compartilhada a informação sigilosa correspon-
cado na execução do contrato, sujeitando o contratado a multa de sável pela manutenção do seu sigilo.
mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no con- §3º Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capítu-
trato. lo aplicar-se-ão, também, às empresas públicas e às sociedades de
§1º A multa a que alude este artigo não impede que a empresa economia mista de caráter e constituição transnacional no que se
pública ou a sociedade de economia mista rescinda o contrato e refere aos atos de gestão e aplicação do capital nacional, indepen-
aplique as outras sanções previstas nesta Lei. dentemente de estarem incluídos ou não em seus respectivos atos
§2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, e acordos constitutivos.
será descontada da garantia do respectivo contratado. Art. 86. As informações das empresas públicas e das socieda-
§3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia presta- des de economia mista relativas a licitações e contratos, inclusive
da, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferen- aqueles referentes a bases de preços, constarão de bancos de da-
ça, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos dos eletrônicos atualizados e com acesso em tempo real aos órgãos
pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista ou, ain- de controle competentes.
da, quando for o caso, cobrada judicialmente. §1º As demonstrações contábeis auditadas da empresa pública
Art. 83. Pela inexecução total ou parcial do contrato a empresa e da sociedade de economia mista serão disponibilizadas no sítio
pública ou a sociedade de economia mista poderá, garantida a pré- eletrônico da empresa ou da sociedade na internet, inclusive em
via defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: formato eletrônico editável.
I - advertência; §2º As atas e demais expedientes oriundos de reuniões, ordi-
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou nárias ou extraordinárias, dos conselhos de administração ou fiscal
no contrato; das empresas públicas e das sociedades de economia mista, inclu-
III - suspensão temporária de participação em licitação e impe- sive gravações e filmagens, quando houver, deverão ser disponibili-
dimento de contratar com a entidade sancionadora, por prazo não zados para os órgãos de controle sempre que solicitados, no âmbito
superior a 2 (dois) anos. dos trabalhos de auditoria.
§1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia presta- §3º O acesso dos órgãos de controle às informações referidas
da, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferen- no caput e no §2º será restrito e individualizado.
ça, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos §4º As informações que sejam revestidas de sigilo bancário,
pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista ou co- estratégico, comercial ou industrial serão assim identificadas, res-
brada judicialmente. pondendo o servidor administrativa, civil e penalmente pelos danos
§2º As sanções previstas nos incisos I e III do caput poderão ser causados à empresa pública ou à sociedade de economia mista e a
aplicadas juntamente com a do inciso II, devendo a defesa prévia seus acionistas em razão de eventual divulgação indevida.
do interessado, no respectivo processo, ser apresentada no prazo §5º Os critérios para a definição do que deve ser considerado
de 10 (dez) dias úteis. sigilo estratégico, comercial ou industrial serão estabelecidos em
Art. 84. As sanções previstas no inciso III do art. 83 poderão regulamento.
também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em ra- Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e
zão dos contratos regidos por esta Lei: demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelos órgãos do
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por sistema de controle interno e pelo tribunal de contas competente,
meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos; na forma da legislação pertinente, ficando as empresas públicas e

193
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

as sociedades de economia mista responsáveis pela demonstração §2º (VETADO).


da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos ter- §3º Permanecem regidos pela legislação anterior procedimen-
mos da Constituição. tos licitatórios e contratos iniciados ou celebrados até o final do pra-
§1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de zo previsto no caput .
licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo proto- Art. 92. O Registro Público de Empresas Mercantis e Ativida-
colar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a des Afins manterá banco de dados público e gratuito, disponível na
ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e responder à internet, contendo a relação de todas as empresas públicas e as
impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade sociedades de economia mista.
prevista no §2º. Parágrafo único. É a União proibida de realizar transferência
§2º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica voluntária de recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios
poderá representar ao tribunal de contas ou aos órgãos integrantes que não fornecerem ao Registro Público de Empresas Mercantis e
do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação Atividades Afins as informações relativas às empresas públicas e às
desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. sociedades de economia mista a eles vinculadas.
§3º Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema Art. 93. As despesas com publicidade e patrocínio da empresa
de controle interno poderão solicitar para exame, a qualquer tem- pública e da sociedade de economia mista não ultrapassarão, em
po, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, pa- cada exercício, o limite de 0,5% (cinco décimos por cento) da receita
trimonial e operacional das empresas públicas, das sociedades de operacional bruta do exercício anterior.
economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no exterior, obri- §1º O limite disposto no caput poderá ser ampliado, até o limi-
gando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas corretivas per- te de 2% (dois por cento) da receita bruta do exercício anterior, por
tinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. proposta da diretoria da empresa pública ou da sociedade de eco-
Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de economia nomia mista justificada com base em parâmetros de mercado do
mista deverão disponibilizar para conhecimento público, por meio setor específico de atuação da empresa ou da sociedade e aprovada
eletrônico, informação completa mensalmente atualizada sobre a pelo respectivo Conselho de Administração.
execução de seus contratos e de seu orçamento, admitindo-se re- §2º É vedado à empresa pública e à sociedade de economia
tardo de até 2 (dois) meses na divulgação das informações. mista realizar, em ano de eleição para cargos do ente federativo a
§1º A disponibilização de informações contratuais referentes a que sejam vinculadas, despesas com publicidade e patrocínio que
operações de perfil estratégico ou que tenham por objeto segredo excedam a média dos gastos nos 3 (três) últimos anos que antece-
industrial receberá proteção mínima necessária para lhes garantir dem o pleito ou no último ano imediatamente anterior à eleição.
confidencialidade. Art. 94. Aplicam-se à empresa pública, à sociedade de eco-
§2º O disposto no §1º não será oponível à fiscalização dos ór- nomia mista e às suas subsidiárias as sanções previstas na Lei nº
gãos de controle interno e do tribunal de contas, sem prejuízo da 12.846, de 1º de agosto de 2013 , salvo as previstas nos incisos II,
responsabilização administrativa, civil e penal do servidor que der III e IV do caput do art. 19 da referida Lei .
causa à eventual divulgação dessas informações. Art. 95. A estratégia de longo prazo prevista no art. 23 deverá
Art. 89. O exercício da supervisão por vinculação da empresa ser aprovada em até 180 (cento e oitenta) dias da data de publica-
pública ou da sociedade de economia mista, pelo órgão a que se ção da presente Lei.
vincula, não pode ensejar a redução ou a supressão da autonomia Art. 96. Revogam-se:
conferida pela lei específica que autorizou a criação da entidade I - o §2º do art. 15 da Lei nº 3.890-A, de 25 de abril de 1961 ,
supervisionada ou da autonomia inerente a sua natureza, nem au- com a redação dada pelo art. 19 da Lei nº 11.943, de 28 de maio
toriza a ingerência do supervisor em sua administração e funciona- de 2009;
mento, devendo a supervisão ser exercida nos limites da legislação II - os arts. 67 e 68 da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997 .
aplicável. Art. 97. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de controle Brasília, 30 de junho de 2016; 195º da Independência e 128º
não podem implicar interferência na gestão das empresas públicas da República.
e das sociedades de economia mista a ele submetidas nem ingerên-
cia no exercício de suas competências ou na definição de políticas
EXTENSÃO RURAL: HISTÓRIA DA EXTENSÃO RURAL NO
públicas.
BRASIL E NO DISTRITO FEDERAL
TÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS O Brasil, com sua extensa área territorial e vasta diversidade
de biomas, é uma potência agrícola global. O desenvolvimento do
Art. 91. A empresa pública e a sociedade de economia mista setor agrícola não foi apenas resultado de seus recursos naturais,
constituídas anteriormente à vigência desta Lei deverão, no prazo mas também de práticas, inovações e esforços para transferir co-
de 24 (vinte e quatro) meses, promover as adaptações necessárias nhecimentos técnicos aos agricultores. Nesse cenário, a extensão
à adequação ao disposto nesta Lei. rural se consolidou como uma ponte entre a pesquisa agropecuária
§1º A sociedade de economia mista que tiver capital fechado e o campo, desempenhando um papel central na modernização da
na data de entrada em vigor desta Lei poderá, observado o prazo agricultura brasileira.
estabelecido no caput , ser transformada em empresa pública, me- A agricultura brasileira, desde o período colonial, foi marcada
diante resgate, pela empresa, da totalidade das ações de titularida- por distintas formas produtivas, desde latifúndios monocultores até
de de acionistas privados, com base no valor de patrimônio líquido pequenas propriedades familiares. Porém, a falta de acesso à infor-
constante do último balanço aprovado pela assembleia-geral.

194
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mação e tecnologia foi por muito tempo um limitador do desenvol- cientes) tornaram a implementação de programas de extensão uma
vimento agrícola, principalmente para pequenos e médios produ- tarefa complexa. Além disso, havia resistência cultural e desconfian-
tores. Nesse contexto, a extensão rural surgiu como um mecanismo ça por parte de muitos agricultores em relação a novas técnicas e
para diminuir essa lacuna, propondo uma relação mais próxima e práticas.
direta com o homem do campo, visando sua capacitação e empo- A fase inicial da extensão rural no Brasil, até a década de 1940,
deramento. foi marcada por tentativas, aprendizados e adaptações. Embora
Apesar de ser reconhecido primordialmente por sua impor- fosse um período de estruturação e consolidação da ideia de ex-
tância política e administrativa como sede do governo federal, o tensão, as sementes plantadas nessa época forneceram a base para
Distrito Federal tem uma relevante parcela rural, que abriga desde o desenvolvimento de programas mais robustos e sistemáticos nas
produções familiares até experimentações agrícolas. Estas áreas décadas subsequentes. A extensão rural começava a se firmar como
rurais, por estarem próximas ao centro político, acabam por vezes uma ferramenta essencial para a modernização da agricultura bra-
refletindo as dinâmicas e transformações das políticas agrícolas do sileira.
país de maneira mais imediata.
A extensão rural se apresenta não apenas como transmissão de — Institucionalização (1940 - 1960)
técnicas, mas como uma via de mão dupla, na qual extensionistas e
agricultores trocam experiências, adaptam soluções e co-criam es- O cenário pós Segunda Guerra
tratégias para enfrentar os desafios do campo. Ao longo da história O período pós Segunda Guerra Mundial marcou um momento
brasileira, essa prática tem passado por diversas metamorfoses, es- de reconstrução e transformação global. O mundo presenciou um
pelhando os desafios socioeconômicos e ambientais de cada época. boom tecnológico, com inovações que passaram a influenciar diver-
Assim, ao explorar a trajetória da extensão rural no Brasil e no sas áreas, incluindo a agricultura. O Brasil, imerso nesse contexto e
Distrito Federal, mergulhamos em uma narrativa sobre desenvolvi- buscando modernizar sua produção agrícola, viu na extensão rural
mento, inovação, desafios e adaptações, reconhecendo a centra- um mecanismo fundamental para essa transformação.
lidade do setor agrícola na formação socioeconômica do país e a
importância de conectar ciência, prática e tradição no campo. Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural (ABCAR)
Em 1948, foi fundada a Associação Brasileira de Crédito e Assis-
— Origens (até a década de 1940) tência Rural (ABCAR), um marco na institucionalização da extensão
rural no Brasil. Com apoio do governo e cooperação internacional,
Um país de base agrária principalmente dos Estados Unidos, a ABCAR atuou como principal
Ao longo de sua história colonial e nos primeiros momentos entidade de extensão, focando inicialmente em regiões de maior
como nação independente, o Brasil teve sua economia fortemen- desenvolvimento agrícola, como o Sudeste.
te ancorada na agricultura. Grandes ciclos econômicos, como o do A ABCAR não só introduziu técnicas agrícolas modernas, mas
açúcar, café e borracha, deram forma à nossa paisagem econômica também buscou promover uma mudança cultural no campo. Seu
e social. No entanto, a produção agrícola era muitas vezes baseada trabalho envolveu a introdução de práticas de gestão, incentivo à
em práticas tradicionais, com pouca intervenção tecnológica. cooperação entre agricultores e a promoção da cidadania e educa-
ção rural.
Os primeiros passos da extensão rural
Antes da oficialização da extensão rural como uma prática sis- A extensão e a modernização agrícola
temática, já existiam iniciativas isoladas que buscavam levar conhe- A década de 1950 foi marcada pelo desejo de modernização da
cimentos mais avançados ao campo. Estas iniciativas eram frequen- agricultura brasileira. Sob influência do “Milagre Verde”, que pro-
temente conduzidas por escolas agrícolas, sociedades rurais e até moveu o uso intensivo de insumos químicos e variedades de alto
mesmo por missionários. Era uma fase onde a extensão estava mais rendimento em diversos países, o Brasil buscou atualizar suas práti-
ligada à ideia de educação rural e alfabetização do que à transmis- cas agrícolas. A extensão rural desempenhou um papel chave, sen-
são de técnicas agrícolas avançadas. do o veículo para introduzir essas novas técnicas aos agricultores.

Influência internacional e modelos iniciais Desafios e críticas


O conceito de extensão rural, como é entendido hoje, teve suas Apesar do crescimento e fortalecimento da extensão rural
raízes em modelos desenvolvidos principalmente nos Estados Uni- durante este período, também surgiram críticas. Muitos alegavam
dos no final do século XIX e início do século XX. O “Modelo Smi- que a abordagem adotada era muito top-down, impondo técnicas
th-Lever”, por exemplo, instituído nos EUA em 1914, teve grande sem considerar a realidade e o conhecimento local dos agricultores.
influência na forma como o Brasil começou a perceber a necessi- Além disso, a forte ênfase na modernização às vezes levava a práti-
dade de uma ação organizada de extensão. A ideia de conectar uni- cas insustentáveis e à marginalização de pequenos agricultores em
versidades, pesquisadores e agricultores começou a ganhar força, benefício da agricultura de grande escala.
reconhecendo-se que a pesquisa agrícola não seria efetiva sem uma A fase de institucionalização da extensão rural no Brasil entre
ponte direta com o produtor. 1940 e 1960 foi fundamental para estabelecer a prática como um
pilar da política agrícola nacional. Foi um período de rápido apren-
Desafios e limitações dizado, expansão e adaptação, onde a extensão rural começou a
Apesar de haver uma crescente percepção da importância da moldar a face da agricultura brasileira. Contudo, os desafios enfren-
extensão rural neste período, o Brasil enfrentou desafios. A vasti- tados e as críticas levantadas nesse período também sinalizavam a
dão territorial, as diferenças regionais, a variedade de cultivos e a necessidade de uma abordagem mais inclusiva e sustentável para a
falta de infraestrutura (como estradas e meios de comunicação efi- extensão no futuro.

195
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Expansão e consolidação (1960 - 1980) — Descentralização e redefinição (1980 - 2000)

O Brasil em transformação O contexto socioeconômico


A década de 1960 viu o Brasil passar por intensas mudanças so- A década de 1980, muitas vezes chamada de “década perdi-
ciopolíticas. O Golpe Militar de 1964 levou à instauração de uma di- da”, trouxe consigo desafios econômicos significantes para o Bra-
tadura que perduraria até 1985. Durante este período, houve uma sil, incluindo inflação elevada, dívidas externas e crises fiscais. No
busca intensiva pelo desenvolvimento econômico, sendo a agricul- entanto, foi também um período de transição política, com o fim
tura uma das áreas focais. Com o objetivo de transformar o país do regime militar e a redemocratização do país. Essas mudanças
em uma potência agrícola e garantir a segurança alimentar, houve tiveram impactos diretos na maneira como a extensão rural foi con-
uma massiva mobilização de recursos para a pesquisa e extensão duzida e percebida.
agrícola.
Descentralização das políticas de extensão
Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural Durante a década de 1980, a extensão rural começou a ser
(EMBRATER) descentralizada. A responsabilidade pela prestação de serviços de
Criada em 1973, a EMBRATER surgiu como parte desse impulso extensão, anteriormente centralizada em agências federais como a
modernizador. Absorvendo as funções da ABCAR, a EMBRATER se EMBRATER, foi gradualmente transferida para as unidades federati-
tornou o principal órgão nacional de extensão rural, atuando em vas. Isso levou a uma maior participação dos estados e municípios
parceria com as empresas estaduais de extensão. Seu papel não era na formulação e implementação de políticas de extensão.
apenas transferir tecnologia, mas também coordenar e formular
políticas de extensão em nível nacional. A ascensão da agricultura familiar
Durante esse período, houve um reconhecimento crescente
A Era da revolução verde no Brasil da importância da agricultura familiar. Ao contrário do modelo an-
Inspirado pelo sucesso da Revolução Verde em outros países, o terior, focado em grandes propriedades e monoculturas, a década
Brasil adotou muitas de suas práticas durante as décadas de 1960 de 1990 viu esforços para apoiar pequenos agricultores. Programas
e 1970. Com o apoio da extensão rural, foram introduzidos no país como o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricul-
variedades de cultivos de alto rendimento, fertilizantes químicos e tura Familiar) foram criados, e a extensão rural desempenhou um
pesticidas. Este período viu um aumento significativo na produção papel vital na transferência de tecnologias apropriadas para essa
agrícola, solidificando a posição do Brasil como uma potência agrí- modalidade de agricultura.
cola global.
O movimento pela agroecologia
Impactos sociais e ambientais Junto com a valorização da agricultura familiar, surgiu um mo-
Porém, a intensa modernização da agricultura teve seus custos. vimento pela agroecologia, buscando uma agricultura mais susten-
O foco em grandes propriedades e monoculturas levou a uma con- tável e integrada ao meio ambiente. A extensão rural começou a
centração de terras, marginalizando pequenos agricultores. As prá- explorar e promover práticas agroecológicas, enfatizando a diversi-
ticas intensivas da Revolução Verde também levaram a problemas dade, rotação de culturas, e uso mínimo de insumos químicos.
ambientais, como erosão do solo, contaminação da água e perda
de biodiversidade. Desafios financeiros e institucionais
A despeito das mudanças positivas na abordagem da extensão
A busca por sustentabilidade e participação rural, o período foi marcado por restrições financeiras. Com as cri-
Reconhecendo os problemas emergentes, começaram esforços ses econômicas e a descentralização, muitas entidades de extensão
na década de 1970 para tornar a agricultura mais sustentável. A ex- enfrentaram falta de recursos e tiveram que se reestruturar. Isso
tensão rural começou a promover práticas como rotação de cultu- levou a debates sobre a eficácia e eficiência da extensão rural e so-
ras, manejo integrado de pragas e conservação do solo. Também bre como melhor atender às necessidades dos agricultores em um
houve uma crescente consciência da importância da participação ambiente de recursos limitados.
dos agricultores no processo de extensão, levando a métodos mais A extensão rural, nas décadas de 1980 e 1990, passou por uma
participativos. redefinição significativa em suas práticas e objetivos. De um mode-
A fase de expansão e consolidação da extensão rural entre lo centralizado e voltado para a agricultura de larga escala, migrou-
1960 e 1980 foi marcada por conquistas significativas em termos de -se para uma abordagem mais descentralizada, inclusiva e ambien-
produção agrícola. No entanto, também trouxe à luz os desafios da talmente consciente. Embora tenham surgido novos desafios, esse
modernização rápida e sem reflexão. O papel da extensão rural foi período lançou as bases para uma extensão rural mais adaptada às
fundamental nesse processo, tanto na promoção de novas tecnolo- realidades e diversidades do Brasil.
gias quanto na reorientação em direção a práticas mais sustentáveis
e inclusivas. Esta fase preparou o terreno para as transformações e — Século XXI: inovação, sustentabilidade e participação
descentralizações que ocorreriam nas décadas seguintes.
O novo milênio: Desafios e oportunidades
O início do século XXI foi marcado por um cenário globalizado,
onde a tecnologia e a informação passaram a ter um papel cen-
tral. O Brasil, inserido neste contexto, experimentou crescimento
econômico, mas também enfrentou desafios como as mudanças

196
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

climáticas e a necessidade de produção agrícola sustentável. A ex- Desafios e particularidades


tensão rural, mais uma vez, se viu na encruzilhada entre tradição e Diferente de regiões agrícolas tradicionais, o DF possui uma
inovação. proximidade única entre zonas rurais e urbanas. Isso traz vantagens,
como acesso a mercados e facilidade de comunicação, mas também
A revolução digital no campo desafios, como conflitos de uso da terra, pressões urbanísticas e
Com o advento das tecnologias de informação e comunicação questões de manejo de recursos hídricos.
(TICs), a extensão rural começou a se beneficiar de ferramentas
como softwares de gestão agrícola, drones, satélites e plataformas Inovação e sustentabilidade
online. Isso permitiu uma extensão mais eficaz, alcançando um nú- A EMATER-DF tem desempenhado um papel proativo na in-
mero maior de agricultores e oferecendo soluções personalizadas. trodução de tecnologias inovadoras para os agricultores da região.
Projetos de agricultura de precisão, uso eficiente de água e produ-
Foco na sustentabilidade e agroecologia ção orgânica são alguns exemplos. Há também um forte incentivo
Reconhecendo os impactos negativos da agricultura intensiva, à agroecologia, com a promoção de práticas que respeitem o meio
houve um movimento contínuo em direção à sustentabilidade. A ambiente e promovam a biodiversidade.
extensão rural passou a promover ainda mais práticas agroecológi-
cas, manejo integrado de recursos e conservação da biodiversidade. Participação e integração com a comunidade
Além disso, com a crescente preocupação global com as mudanças A proximidade da zona rural com o ambiente urbano permitiu
climáticas, a extensão rural teve papel crucial na difusão de práticas uma maior integração entre produtores e consumidores. A EMA-
agrícolas resilientes ao clima. TER-DF promoveu diversas iniciativas, como feiras agroecológicas,
que aproximaram o público urbano da realidade dos agricultores,
Participação ativa dos agricultores valorizando o produto local e promovendo uma alimentação sau-
A abordagem de extensão rural no século XXI tornou-se mais dável.
participativa. Valorizando o conhecimento local, as agências de ex- A extensão rural no Distrito Federal reflete a singularidade de
tensão passaram a envolver mais os agricultores no processo de uma região que combina características urbanas e rurais. Através da
decisão, reconhecendo-os como parceiros e não apenas como re- atuação da EMATER-DF, os agricultores do DF têm sido capazes de
ceptores de tecnologia. Isso resultou em soluções mais adaptadas enfrentar desafios específicos e aproveitar as oportunidades ofere-
às realidades locais. cidas por sua localização única. A história da extensão rural no DF é
um testemunho da capacidade de adaptar práticas agrícolas às cir-
Parcerias e colaborações cunstâncias locais, buscando sempre a sustentabilidade, inovação e
Neste período, observou-se um aumento nas parcerias entre integração com a comunidade.
órgãos de extensão, instituições de pesquisa, universidades e o se-
tor privado. A natureza multidisciplinar dos desafios agrícolas exigiu — Do passado ao futuro
uma abordagem colaborativa, onde diferentes entidades trabalha- A extensão rural no Brasil possui uma rica e dinâmica história,
ram juntas para fornecer soluções holísticas. refletindo as transformações sociais, políticas e econômicas que o
O século XXI trouxe consigo um conjunto de desafios e oportu- país experimentou ao longo do século XX e início do século XXI. Des-
nidades para a extensão rural no Brasil. Com foco em inovação, sus- de seus primórdios voltados para a difusão de técnicas agrícolas,
tentabilidade e participação, a extensão rural continuou a evoluir, até a valorização da agricultura familiar e práticas agroecológicas, a
buscando soluções que não apenas aumentassem a produtividade extensão rural tem desempenhado um papel fundamental na pro-
agrícola, mas que também fossem ambientalmente sustentáveis e moção do desenvolvimento agrícola sustentável.
socialmente justas. Adaptando-se às realidades em constante mu- A trajetória da extensão rural no país pode ser vista como um
dança, a extensão rural reafirmou seu papel vital na paisagem agrí- espelho das prioridades nacionais: a busca por segurança alimentar
cola brasileira. nas décadas de 1960 e 1970, a redefinição e descentralização nos
anos 1980 e 1990, e o foco na inovação e sustentabilidade no século
— Extensão rural no Distrito Federal XXI.
O Distrito Federal, por sua vez, oferece um interessante micro-
O cenário particular do Distrito Federal cosmo da extensão rural. A EMATER-DF, ao longo de sua história,
O Distrito Federal (DF), criado em 1960 para ser a sede da ca- enfrentou desafios específicos, mas também aproveitou as oportu-
pital federal, Brasília, apresenta uma particularidade em relação a nidades únicas apresentadas pela proximidade entre zonas urbanas
outros estados brasileiros. Embora a maioria das atividades esteja e rurais.
centrada na administração pública e em serviços, a região também Olhando para o futuro, a extensão rural no Brasil e no Distrito
possui uma zona rural ativa, com uma diversidade de pequenos e Federal tem o potencial de continuar a desempenhar um papel cru-
médios produtores que cultivam desde hortaliças até grãos. cial. Com os crescentes desafios das mudanças climáticas, da neces-
sidade de alimentar uma população em crescimento e da conserva-
A criação da EMATER-DF ção da biodiversidade, a extensão rural será essencial para conectar
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito pesquisa, inovação e as realidades no campo.
Federal (EMATER-DF) foi criada em 1977 com a missão de promover Assim, a história da extensão rural no Brasil e no Distrito Fede-
o desenvolvimento rural sustentável no DF. Desde o início, sua abor- ral não é apenas um registro do passado, mas uma fonte de inspira-
dagem foi voltada para a agricultura familiar, focando em práticas ção e orientação para as futuras gerações de agricultores, técnicos,
sustentáveis e na melhoria da qualidade de vida dos agricultores. pesquisadores e formuladores de políticas. Através da colaboração,

197
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

inovação e respeito ao meio ambiente e às comunidades rurais, a VI - contribuição para a segurança e soberania alimentar e nu-
extensão rural pode continuar a moldar um futuro agrícola próspe- tricional.
ro e sustentável para o Brasil. Art. 4º São objetivos da Pnater:
I - promover o desenvolvimento rural sustentável;
II - apoiar iniciativas econômicas que promovam as potenciali-
POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E
dades e vocações regionais e locais;
EXTENSÃO RURAL – PNATER
III - aumentar a produção, a qualidade e a produtividade das
atividades e serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive
LEI Nº 12.188, DE 11 DE JANEIRO DE 2010. agroextrativistas, florestais e artesanais;
IV - promover a melhoria da qualidade de vida de seus bene-
Institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão ficiários;
Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária - PNATER e o V - assessorar as diversas fases das atividades econômicas, a
Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agri- gestão de negócios, sua organização, a produção, inserção no mer-
cultura Familiar e na Reforma Agrária - PRONATER, altera a Lei no cado e abastecimento, observando as peculiaridades das diferentes
8.666, de 21 de junho de 1993, e dá outras providências. cadeias produtivas;
VI - desenvolver ações voltadas ao uso, manejo, proteção, con-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- servação e recuperação dos recursos naturais, dos agroecossiste-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: mas e da biodiversidade;
VII - construir sistemas de produção sustentáveis a partir do
CAPÍTULO I conhecimento científico, empírico e tradicional;
DA POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTEN- VIII - aumentar a renda do público beneficiário e agregar valor
SÃO RURAL PARA A AGRICULTURA FAMILIAR E REFORMA a sua produção;
AGRÁRIA - PNATER IX - apoiar o associativismo e o cooperativismo, bem como a
formação de agentes de assistência técnica e extensão rural;
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Assistência Técni- X - promover o desenvolvimento e a apropriação de inovações
ca e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária tecnológicas e organizativas adequadas ao público beneficiário e a
- PNATER, cuja formulação e supervisão são de competência do Mi- integração deste ao mercado produtivo nacional;
nistério do Desenvolvimento Agrário - MDA. XI - promover a integração da Ater com a pesquisa, aproximan-
Parágrafo único. Na destinação dos recursos financeiros da do a produção agrícola e o meio rural do conhecimento científico; e
Pnater, será priorizado o apoio às entidades e aos órgãos públicos e XII - contribuir para a expansão do aprendizado e da qualifi-
oficiais de Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER. cação profissional e diversificada, apropriada e contextualizada à
Art. 2º Para os fins desta Lei, entende-se por: realidade do meio rural brasileiro.
I - Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER: serviço de educa- Art. 5º São beneficiários da Pnater:
ção não formal, de caráter continuado, no meio rural, que promove I - os assentados da reforma agrária, os povos indígenas, os
processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização remanescentes de quilombos e os demais povos e comunidades
das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, tradicionais; e
inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais; II - nos termos da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006, os
II - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortaleci- agricultores familiares ou empreendimentos familiares rurais, os
mento da Agricultura Familiar - DAP: documento que identifica os silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores, bem como os
beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultu- beneficiários de programas de colonização e irrigação enquadrados
ra Familiar - PRONAF; e nos limites daquela Lei.
III - Relação de Beneficiários - RB: relação de beneficiários do Parágrafo único. Para comprovação da qualidade de beneficiá-
Programa de Reforma Agrária, conforme definido pelo Instituto Na- rio da Pnater, exigir-se-á ser detentor da Declaração de Aptidão ao
cional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA. Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - DAP
Parágrafo único. Nas referências aos Estados, entende-se consi- ou constar na Relação de Beneficiário - RB, homologada no Sistema
derado o Distrito Federal. de Informação do Programa de Reforma Agrária - SIPRA.
Art. 3º São princípios da Pnater:
I - desenvolvimento rural sustentável, compatível com a utiliza- CAPÍTULO II
ção adequada dos recursos naturais e com a preservação do meio DO PROGRAMA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EX-
ambiente; TENSÃO RURAL NA AGRICULTURA FAMILIAR E NA REFORMA
II - gratuidade, qualidade e acessibilidade aos serviços de assis- AGRÁRIA - PRONATER
tência técnica e extensão rural;
III - adoção de metodologia participativa, com enfoque multi- Art. 6º Fica instituído, como principal instrumento de imple-
disciplinar, interdisciplinar e intercultural, buscando a construção mentação da Pnater, o Programa Nacional de Assistência Técnica e
da cidadania e a democratização da gestão da política pública; Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária - PRO-
IV - adoção dos princípios da agricultura de base ecológica NATER.
como enfoque preferencial para o desenvolvimento de sistemas de Art. 7º O Pronater terá como objetivos a organização e a exe-
produção sustentáveis; cução dos serviços de Ater ao público beneficiário previsto no art.
V - equidade nas relações de gênero, geração, raça e etnia; e 5º desta Lei, respeitadas suas disponibilidades orçamentária e fi-
nanceira.

198
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 8º A proposta contendo as diretrizes do Pronater, a ser en- § 2º Para Entidades Executoras legalmente constituídas há mais
caminhada pelo MDA para compor o Plano Plurianual, será elabo- de 1 (um) ano e menos de 5 (cinco) anos, regulamento estabelecerá
rada tendo por base as deliberações de Conferência Nacional, a ser progressivamente o número máximo de famílias a serem atendidas
realizada sob a coordenação do Conselho Nacional de Desenvolvi- anualmente no âmbito do Pronater. (Incluído pela Lei nº 14.615,
mento Rural Sustentável - CONDRAF. de 2023)
Parágrafo único. O regulamento desta Lei definirá as normas de Art. 16. Do indeferimento de pedido de credenciamento, bem
realização e de participação na Conferência, assegurada a participa- como do ato de descredenciamento de Entidade Executora do Pro-
ção paritária de representantes da sociedade civil. nater, caberá recurso, no prazo de 15 (quinze) dias contados da data
Art. 9º O Condraf opinará sobre a definição das prioridades do em que o interessado tomar ciência do ato contestado:
Pronater, bem como sobre a elaboração de sua proposta orçamen- I - ao gestor do Pronater no MDA, na hipótese de indeferimen-
tária anual, recomendando a adoção de critérios e parâmetros para to ou descredenciamento por Conselho Estadual;
a regionalização de suas ações. II - ao Ministro do Desenvolvimento Agrário, nas demais hipó-
Art. 10. O Pronater será implementado em parceria com os teses de indeferimento ou descredenciamento.
Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Sustentável e da Agricul- Art. 17. A critério do órgão responsável pelo credenciamento
tura Familiar ou órgãos similares. ou pela contratação, será descredenciada a Entidade Executora que:
Art. 11. As Entidades Executoras do Pronater compreendem as I - deixe de atender a qualquer dos requisitos de credencia-
instituições ou organizações públicas ou privadas, com ou sem fins mento estabelecidos no art. 15 desta Lei;
lucrativos, previamente credenciadas na forma desta Lei, e que pre- II - descumpra qualquer das cláusulas ou condições estabeleci-
encham os requisitos previstos no art. 15 desta Lei. das em contrato.
Art. 12. Os Estados cujos Conselhos referidos no art. 10 desta Parágrafo único. A Entidade Executora descredenciada nos ter-
Lei firmarem Termo de Adesão ao Pronater poderão dele participar, mos do inciso II deste artigo somente poderá ser novamente cre-
mediante: denciada decorridos 5 (cinco) anos, contados da data de publicação
I - o credenciamento das Entidades Executoras, na forma do do ato que aplicar a sanção.
disposto no art. 13 desta Lei;
II - a formulação de sugestões relativas à programação das CAPÍTULO IV
ações do Pronater; DA CONTRATAÇÃO DAS ENTIDADES EXECUTORAS
III - a cooperação nas atividades de acompanhamento, contro-
le, fiscalização e avaliação dos resultados obtidos com a execução Art. 18. A contratação das Entidades Executoras será efetivada
do Pronater; pelo MDA ou pelo Incra, observadas as disposições desta Lei, bem
IV - a execução de serviços de Ater por suas empresas públicas como as da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
ou órgãos, devidamente credenciados e selecionados em chamada Art. 19. A contratação de serviços de Ater será realizada por
pública. meio de chamada pública, que conterá, pelo menos:
CAPÍTULO III I - o objeto a ser contratado, descrito de forma clara, precisa e
DO CREDENCIAMENTO DAS ENTIDADES EXECUTORAS sucinta;
II - a qualificação e a quantificação do público beneficiário;
Art. 13. O credenciamento de Entidades Executoras do Prona- III - a área geográfica da prestação dos serviços;
ter será realizado pelos Conselhos a que se refere o art. 10 desta Lei. IV - o prazo de execução dos serviços;
Art. 14. Caberá ao MDA realizar diretamente o credenciamento V - os valores para contratação dos serviços;
de Entidades Executoras, nas seguintes hipóteses: VI - a qualificação técnica exigida dos profissionais, dentro das
I - não adesão do Conselho ao Pronater no Estado onde preten- áreas de especialidade em que serão prestados os serviços;
da a Entidade Executora ser credenciada; VII - a exigência de especificação pela entidade que atender
II - provimento de recurso de que trata o inciso I do art. 16 à chamada pública do número de profissionais que executarão os
desta Lei. serviços, com suas respectivas qualificações técnico-profissionais;
Art. 15. São requisitos para obter o credenciamento como Enti- VIII - os critérios objetivos para a seleção da Entidade Execu-
dade Executora do Pronater: tora.
I - contemplar em seu objeto social a execução de serviços de Parágrafo único. Será dada publicidade à chamada pública,
assistência técnica e extensão rural; pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, por meio de divulgação na
II - estar legalmente constituída há mais de 1 (um) ano; (Reda- página inicial do órgão contratante na internet e no Diário Oficial
ção dada pela Lei nº 14.615, de 2023) da União, bem como, quando julgado necessário, por outros meios.
III - possuir base geográfica de atuação no Estado em que soli-
citar o credenciamento; CAPÍTULO V
IV - contar com corpo técnico multidisciplinar, abrangendo as DO ACOMPANHAMENTO, CONTROLE, FISCALIZAÇÃO E DA
áreas de especialidade exigidas para a atividade; AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DA EXECUÇÃO DO PRONATER
V - dispor de profissionais registrados em suas respectivas enti-
dades profissionais competentes, quando for o caso; Art. 20. A execução dos contratos será acompanhada e fiscali-
VI - atender a outras exigências estipuladas em regulamento. zada nos termos do art. 67 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 1º O prazo previsto no inciso II e o disposto no § 2º do caput Art. 21. Os contratos e todas as demais ações do Pronater serão
deste artigo não se aplicam às entidades públicas. (Renumerado do objeto de controle e acompanhamento por sistema eletrônico, sem
parágrafo único pela Lei nº 14.615, de 2023) prejuízo do lançamento dos dados e informações relativos ao Pro-
grama nos demais sistemas eletrônicos do Governo Federal.

199
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. Os dados e informações contidos no sistema Art. 29. Esta Lei entra em vigor 30 (trinta) dias após a data de
eletrônico deverão ser plenamente acessíveis a qualquer cidadão sua publicação oficial, observado o disposto no inciso I do art. 167
por meio da internet. da Constituição Federal.
Art. 22. Para fins de acompanhamento da execução dos contra- Brasília, 11 de janeiro de 2010; 189º da Independência e 122º
tos firmados no âmbito do Pronater, as Entidades Executoras lança- da República.
rão, periodicamente, em sistema eletrônico, as informações sobre
as atividades executadas, conforme dispuser regulamento.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Art. 23. Para fins de liquidação de despesa, as Entidades Execu-
toras lançarão Relatório de Execução dos Serviços Contratados em
sistema eletrônico, contendo: O conceito de desenvolvimento sustentável foi oficialmente de-
I - identificação de cada beneficiário assistido, contendo nome, clarado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
qualificação e endereço; Humano, realizada em 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia, e, por
II - descrição das atividades realizadas; isso, também chamada de Conferência de Estocolmo. A importância
III - horas trabalhadas para realização das atividades; da elaboração do conceito, nessa época, foi a de unir as noções de
IV - período dedicado à execução do serviço contratado; crescimento e desenvolvimento econômico com a preservação da
V - dificuldades e obstáculos encontrados, se for o caso; natureza, questões que, até então, eram vistas de forma separada.
VI - resultados obtidos com a execução do serviço; Em 1987, foi elaborado o Relatório “Nosso Futuro Comum”,
VII - o ateste do beneficiário assistido, preenchido por este, de mais conhecido como Relatório Brundtland, que formalizou o ter-
próprio punho; mo desenvolvimento sustentável e o tornou de conhecimento pú-
VIII - outros dados e informações exigidos em regulamento. blico mundial. Em 1992, durante a ECO-92, o conceito “satisfazer as
§ 1º A Entidade Executora manterá em arquivo, em sua sede, necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gera-
toda a documentação original referente ao contrato firmado, in- ções futuras de suprir suas próprias necessidades” tornou-se o eixo
cluindo o Relatório a que se refere o caput deste artigo, para fins principal da conferência, concentrando os esforços internacionais
de fiscalização, pelo prazo de 5 (cinco) anos, a contar da aprovação para o atendimento dessa premissa. Com esse objetivo, foi elabo-
das contas anuais do órgão contratante pelo Tribunal de Contas da rada a Agenda 21, com vistas a diminuir os impactos gerados pelo
União. aumento do consumo e do crescimento da economia pelo mundo.
§ 2º O órgão contratante bem como os órgãos responsáveis
pelo controle externo e interno poderão, a qualquer tempo, requi- Medidas Sustentáveis
sitar vista, na sede da Entidade Executora, da documentação origi-
nal a que se refere o § 1º deste artigo, ou cópia de seu inteiro teor, Dentre as medidas que podem ser adotadas tanto pelos gover-
a qual deverá ser providenciada e postada pela Entidade Executora nos quanto pela sociedade civil em geral para a construção de um
no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data de recebimento mundo pautado na sustentabilidade, podemos citar:
da requisição. - redução ou eliminação do desmatamento;
Art. 24. A metodologia e os mecanismos de acompanhamen- - reflorestamento de áreas naturais devastadas;
to, controle, fiscalização e avaliação dos resultados obtidos com a - preservação das áreas de proteção ambiental, como reservas
execução de cada serviço contratado serão objeto de regulamento. e unidades de conservação de matas ciliares;
Art. 25. Os relatórios de execução do Pronater, incluindo nome, - fiscalização, por parte do governo e da população, de atos de
CNPJ e endereço das Entidades Executoras, bem como o valor dos degradação ao meio ambiente;
respectivos contratos e a descrição sucinta das atividades desen- - adoção da política dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar) ou dos
volvidas, serão disponibilizados nas páginas do MDA e do Incra na 5Rs (repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar);
internet. - contenção na produção de lixo e direcioná-lo corretamente
Art. 26. O MDA encaminhará ao Condraf, para apreciação, rela- para a diminuição de seus impactos;
tório anual consolidado de execução do Pronater, abrangendo tanto - diminuição da incidência de queimadas;
as ações de sua responsabilidade como as do Incra. - diminuição da emissão de poluentes na atmosfera, tanto pe-
las chaminés das indústrias quanto pelos escapamentos de veículos
CAPÍTULO VI e outros;
DISPOSIÇÕES FINAIS - opção por fontes limpas de produção de energia que não ge-
rem impactos ambientais em larga e média escala;
Art. 27. O art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, passa - adoção de formas de conscientizar o meio político e social das
a vigorar acrescido do seguinte inciso XXX: medidas acimas apresentadas.
“Art. 24. ...............................................................................
............................................................................................. Essas medidas são, portanto, formas viáveis e práticas de se
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou construir uma sociedade sustentável que não comprometa o meio
privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de natural tanto na atualidade quanto para o futuro a médio e longo
assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacio- prazo.
nal de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e
na Reforma Agrária, instituído por lei federal.
..........................................................................................” (NR)
Art. 28. A instituição do Pronater não exclui a responsabilidade
dos Estados na prestação de serviços de Ater.

200
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Desenvolvimento Sustentável Urbano2 6. Água limpa e saneamento - Garantir disponibilidade e ma-


nejo sustentável da água e saneamento para todos.
O tema desenvolvimento sustentável está intimamente relacio- 7. Energia limpa e acessível - Garantir acesso à energia barata,
nado com mudanças de comportamentos que contribuam para que confiável, sustentável e renovável para todos.
os indivíduos vivam em harmonia com os recursos naturais e com o 8. Trabalho de decente e crescimento econômico - Promover o
meio ambiente, sem comprometer a capacidade das gerações futu- crescimento econômico sustentável, inclusivo, emprego produtivo
ras de suprir suas próprias necessidades. e pleno, e trabalho para todos.
Nos países industrializados, os padrões de consumo das ci- 9. Inovação infraestrutura - Construir infraestrutura resiliente,
dades representam uma pressão muito séria sobre o ecossistema promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a
global, ao passo que no mundo em desenvolvimento os assenta- inovação.
mentos humanos necessitam de mais matéria-prima, energia e de- 10. Redução das desigualdades - Reduzir as desigualdades
senvolvimento econômico simplesmente para superar seus proble- dentro dos países e entre eles.
mas econômicos e sociais básicos. 11. Cidades e comunidades sustentáveis - Tornar as cidades
Nesse sentido, os processos de urbanização estão diretamente e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sus-
relacionados com aumento dos impactos ambientais. O processo tentáveis.
de Industrialização e seus efeitos para a poluição do meio ambien- 12. Consumo e produção responsáveis - Assegurar padrões de
tem, e as aglomerações urbanas são dois exemplos impactantes produção e de consumo sustentáveis.
desse processo, tendo em vista que produzem grande consumo 13. Ação contra a mudança global do clima - Tomar medidas
energético, movimentações de terra e impermeabilização do solo, urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
desflorestamento, alto nível de emissões de gases poluentes, polui- 14. Vida na água - Conservação e uso sustentável dos ocea-
ção dos corpos d’água, contaminação do solo e problemas ambien- nos, dos mares, e dos recursos marinhos para o desenvolvimento
tais diretamente decorrentes da urbanização. sustentável.
Dentre as prioridades do desenvolvimento sustentável pode- 15. Vida terrestre - Proteger, recuperar e promover o uso sus-
mos mencionar: tentável dos ecossistemas terrestres, gerir as florestas de forma
- manter as cidades arborizadas; sustentável, combater a desertificação, deter e reverter a degrada-
- ruas e calçadas limpas, dotadas de segurança, acessibilidade, ção da Terra e deter a perda da biodiversidade.
sinalização e iluminação adequada; 16. Paz, justiça e instituições eficazes - Promover sociedades
- incentivar a locomoção a pé ou o uso de bicicletas, que além pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, propor-
de reduzir a poluição evitam o sedentarismo; cionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes,
- incentivar um planejamento sustentável de forma que os responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
bairros possuam estruturas tais como comércio, farmácias, super- 17. Parcerias e meios de implementação - Fortalecer os meios
mercados, padarias e academias, evitando longos deslocamentos de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvi-
da população, evitando engarrafamentos, poluição e estresse; mento sustentável.
- otimização do uso da água e energia;
- criar espaços públicos de convivência, atraentes e seguros; Desenvolvimento Rural Sustentável
- equilíbrio entre áreas verdes e áreas construídas;
- correta destinação dos resíduos sólidos; Entende-se como Desenvolvimento Rural Sustentável (DRS)
- redução da poluição sonora; um conjunto de práticas e tecnologias aplicadas ao meio rural que
possibilite a exploração e utilização de recursos no meio rural, que
— Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) podem ser no âmbito da agropecuário ou outro, tal como o turismo
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é um ape- rural por exemplo, de forma a tender os critérios definidos interna-
lo universal da Organização das Nações Unidas à ação para erradi- cionalmente para o Desenvolvimento sustentável
car a pobreza, proteger o planeta como um todo e assegurar paz e O desenvolvimento sustentável pressupõe a parceria entre
prosperidade para todos. São eles (conforme tabela disponível no governos e empresas para a reorientação do consumo e produção
site da ONU – brasil.un.org/pt-br) baseada na ética, transparência e factibilidade. À medida que a
humanidade aumenta sua capacidade de intervir na natureza para
1. Erradicação da pobreza - Acabar com a pobreza em todas as satisfação de necessidades crescentes, surgem tensões e conflitos
suas formas e em todos os lugares. quanto ao uso do território e seus recursos[ https://pt.wikipedia.
2. Fome zero e agricultura sustentável - Acabar com a fome, org/wiki/Desenvolvimento_rural_sustent%C3%A1vel].
alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover Por esta razão, o crescimento sustentável na área rural também
a agricultura sustentável. vem sendo um fator básico para o crescimento do país. Nesse sen-
3. Saúde e bem-estar - Assegurar uma vida saudável e promo- tido, a preocupação dos produtores agrícolas, tanto de grande ou
ver o bem-estar para todos para todas as idades. pequeno porte, é desenvolver um modelo de agricultura que não
4. Educação de qualidade - Assegurar a educação inclusiva, e traga danos ao meio ambiente e que promova uma crescimento
equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendiza- economicamente viável, capaz inclusive de oferecer melhores con-
gem ao longo da vida de todos. dições para os trabalhadores.
5. Igualdade de gênero - Alcançar a igualdade de gênero e em- O objetivo do desenvolvimento rural sustentável, portanto, é
poderar todas as mulheres e meninas. incentivar o uso adequado da terra e dos recursos naturais, seja
2 [ Adaptado de: http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/ecod- nas áreas de agricultura familiar, assentamentos da reforma agrária,
-basico-urbanismo-sustentavel

201
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Terras Indígenas ou Comunidades Extrativistas, nas Áreas Susceptí- 2. IADES - 2019 - CRN - 3ª Região (SP e MS) - Auxiliar Adminis-
veis à Desertificação (ASD) e nas áreas de produção agropecuária trativo
de tipo patronal/empresarial de grande escala. A Lei n° 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados) incide
O Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Ex- quanto ao cadastro de usuários e clientes, alterando a maneira
trativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, trabalha com di- como as organizações devem tratar dados pessoais, com vistas a
versos projetos na área de gestão ambiental sustentável: proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e
a respeitar o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade
Gestão Ambiental Rural (Gestar)3 e o exercício da cidadania. Considerando o disposto na referida lei,
Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, o projeto de assinale a alternativa correta.
Gestão Ambiental Rural (Gestar) promove atividades de motivação, (A) Essa lei aplica-se exclusivamente a dados coletados por
capacitação e engajamento com a participação dos moradores das meio digital.
comunidades e de representantes de organizações da sociedade ci- (B) Para os fins dessa lei, considera-se dado pessoal qualquer
vil, das escolas, das universidades e dos governos. informação relacionada a pessoa física ou jurídica identificada
ou identificável.
Entre seus objetivos estão: (C) O tratamento de dados pessoais, bem como o compartilha-
mento desses dados, somente é permitido mediante consenti-
- Estimular o uso de tecnologias ambientalmente corretas, com mento do titular, salvo casos de exceção previstos na lei.
ênfase na segurança alimentar e no melhoramento tecnológico e fi- (D) Dados pessoais de crianças podem ser coletados sem con-
nanceiro dos participantes. O público são os moradores do meio ru- sentimento prévio e armazenados para fins de contato com os
ral que realizam atividades agrícolas, agroindustriais e de serviços. pais ou o responsável legal.
- Estimular a conscientização dos moradores das comunidades (E) O consentimento do tratamento dos dados deve ser forneci-
sobre questões ambientais em espaços de discussão onde sejam do pelo titular antecipadamente à coleta dos dados e presume
geradas propostas de recuperação, de preservação e de conserva- concordância com o compartilhamento dos respectivos dados
ção de áreas impactadas pela ação do homem. pessoais com entidades parceiras por tempo indeterminado.
- Apoiar pesquisas ambientais e o desenvolvimento de instru-
mentos e metodologias, promover a identificação e facilitação de fi- 3. IADES - 2022 - BRB - Escriturário
nanciamentos nacionais e internacionais e de créditos que tenham A respeito da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) –
relação com a gestão ambiental rural.
Lei nº 13.709/2018, assinale a alternativa correta.
(A) A LGPD não se aplica ao tratamento de dados pessoais rea-
Dessa forma, verificamos que o desafio do desenvolvimento
lizado para fins exclusivamente artísticos.
rural sustentável engloba duas metas principais: reverter o estágio
(B) A disciplina da proteção de dados pessoais tem a transpa-
atual de degradação dos ecossistemas provocada pela agropecuá-
rência como um de seus fundamentos.
ria, e ainda, promover, difundir e consolidar formas de desenvolvi-
(C) A LGPD considera como dado anonimizado a informação re-
mento rural praticados em bases sustentáveis.
lacionada a pessoa natural identificada ou identificável.
(D) Dados referentes à filiação a sindicatos não são considera-
QUESTÕES dos como dados pessoais sensíveis.
(E) O tratamento de dados pessoais sensíveis não poderá, em
nenhuma hipótese, ocorrer sem consentimento do titular.
1. IADES - 2019 - BRB - Escrituário
Considere que, em um órgão público, foi detectada a neces- 4. CESPE / CEBRASPE - 2021 - PG-DF - Técnico Jurídico - Apoio
sidade da atribuição de responsáveis para manterem registro das Administrativo
operações de tratamento de dados pessoais. De acordo com a Lei À luz da Lei Orgânica do Distrito Federal e do Código de Ética
nº 13.709/2018, quem devem ser esses responsáveis? dos Servidores e Empregados Públicos Civis do Poder Executivo, jul-
(A) Os agentes de tratamento de dados e o conselho diretor. gue o próximo item.
(B)O controlador e o operador. É permitido a subsecretário de Secretaria de Estado do Distrito
(C)O presidente da República e o controlador. Federal receber presente de autoridade estrangeira, em situação
(D)A autoridade nacional e o operador. protocolar, quando houver reciprocidade.
(E)O governante e a autoridade nacional. ( ) Certo
( ) Errado

3 http://www.brasil.gov.br/noticias/meio-ambiente/2010/01/desen-
volvimento-rural-sustentavel

202
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

5. CESPE / CEBRASPE - 2021 - PG-DF - Técnico Jurídico - Apoio (C) notório conhecimento científico e idade inferior a 45 anos
Administrativo de idade.
À luz da Lei Orgânica do Distrito Federal e do Código de Ética (D) idade inferior a 45 anos de idade e notório reconhecimento
dos Servidores e Empregados Públicos Civis do Poder Executivo, jul- sociocultural.
gue o próximo item. (E) notório reconhecimento sociocultural e sólido saber jurídi-
Servidor público da Procuradoria-Geral do Distrito Federal que co.
receber ingresso para assistir a show ou a congresso respeitará o
Código de Ética dos Servidores caso a admissão ao evento esteja 9. FEPESE - 2023 - Companhia Águas de Joinville - Assistente
ajustada em contrapartida de contrato administrativo ou convênio. Administrativo
( ) Certo De acordo com a Lei nº 13.303/2016, a exploração de atividade
( ) Errado econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa:
(A) privada, de sociedade de economia mista e multinacionais.
6. Instituto Consulplan - 2023 - Câmara de São Joaquim da Bar- (B) pública, de sociedade de economia mista e de suas subsi-
ra - SP - Oficial Legislativo diárias.
Conforme disposto na Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Aces- (C) limitada e multinacionais.
so à Informação), o órgão público deverá autorizar ou conceder o (D) estrangeira.
acesso imediato à informação disponível e, caso não seja possível, (E) público-privada.
deverá adotar determinados procedimentos como indicar as razões
de fato ou de direito da recusa do acesso pretendido. Diante do 10. IBADE - 2019 - Prefeitura de Seringueiras - RO - Técnico Am-
exposto, assinale a afirmativa correta de acordo com a referida Lei. biental
(A) A informação armazenada em formato digital será obriga- De acordo com a Lei Federal nº 12.188/2010, pode-se afirmar
toriamente materializada e fornecida no formato físico com a que:
informação de que confere com o original. (A) aumentar a renda do público beneficiário e agregar valor à
(B) Não cabe a interposição de recursos quando o acesso não sua produção não se constitui como um dos objetivos da Pna-
for autorizado por se tratar de informação total ou parcialmen- ter.
te sigilosa, de modo que o requerente deverá ser informado (B) gratuidade, qualidade e acessibilidade aos serviços de assis-
sobre essa impossibilidade. tência técnica e extensão rural não fazem parte dos princípios
(C) Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações da Pnater.
e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão poderá ofe- (C) na destinação dos recursos financeiros da Pnater, será prio-
recer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a rizado o apoio às entidades e aos órgãos privados.
informação de que necessitar. (D) institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão
(D) Estando a informação solicitada disponível ao público em Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária – PNATER –
formato impresso, ainda que em meio de acesso universal o ór- dentre outras medidas.
gão deverá reproduzir a referida informação, proporcionando o (E) contribuição para a segurança e soberania alimentar e nutri-
fornecimento direto, a fim de facilitar ao requerente. cional não faz parte dos princípios da Pnater.

7. FEPESE - 2023 - Companhia Águas de Joinville - Assistente GABARITO


Administrativo
De acordo com o artigo 5º da Lei 12.527/2011:
“É ..................................Estado garantir o direito de aces- 1 B
so à informação, que será franqueada, mediante procedimen-
2 C
tos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em lingua-
gem..................................... .” 3 A
(A) dever do • de fácil compreensão 4 CERTO
(B) facultado ao • tecnicista
5 CERTO
(C) dever do • informal
(D) facultado ao • prolixa 6 C
(E) dever do • estrangeira 7 A

8. FEPESE - 2023 - Companhia Águas de Joinville - Assistente 8 A


Administrativo 9 B
A Lei nº 13.303/2016 estabelece expressamente que os mem-
10 D
bros do Conselho de Administração e os indicados para os cargos
de diretor, inclusive presidente, diretor-geral e diretor-presidente,
serão escolhidos entre cidadãos de:
(A) reputação ilibada e de notório conhecimento.
(B) reputação ilibada e notório reconhecimento social.

203
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ANOTAÇÕES
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204
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo

de várias contribuições apontaram como um dos marcos, que os


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS colaboradores eram influenciados pelos fatores psicológicos e
HUMANOS: AS ORGANIZAÇÕES E AS PESSOAS QUE sociais na elaboração de suas atividades.
NELAS TRABALHAM; FUNÇÕES GERAIS E ATIVIDADES A relação humana passou a ser mais reconhecida no ambiente
DE ROTINA de trabalho nas organizações de maior porte de complexidade.
No entanto, como podemos perceber, são essenciais que as
Evolução e desafios da gestão de pessoas nas organizações organizações estejam atentas as várias situações do dia a dia dos
Entender a evolução e desafios da gestão de pessoas nas seus colaboradores, pois os fatores emocionais afetam diretamente
organizações é de suma importância para os envolvidos no processo no seu desempenho, podendo levar ao stress, problemas com os
de gestão. Pois é um processo que vem ocorrendo há séculos e demais colegas, bem como afetar diretamente em graves problemas
abrange discussões em vários campos do conhecimento1. psicológicos.
Na área de gestão, foi marcante por meio de alguns Além dos movimentos da administração cientifica e das relações
movimentos. O primeiro movimento marcante ocorreu por meio da humanas, outro fato marcante na evolução da área de gestão de
Administração Científica2, impulsionada por Frederick W. Taylor, nos pessoas, foram às relações industriais, bem como foram essenciais
Estados Unidos, e Henri Fayol, na França. O objetivo fundamental para o desenvolvimento das organizações. Nos Estados Unidos,
desses movimentos eram proporcionar fundamentação científica sobretudo no período imediatamente posterior a Segunda Guerra
às atividades administrativas, substituindo a improvisação e o Mundial, verificou-se notável aumento do poder dos sindicatos de
empirismo3. trabalhadores.
Taylor, com base em suas pesquisas e análises em oficinas, Esta situação determinou mudanças significativas na
concluiu que as pessoas produziam muito menos do que poderiam administração de pessoal das empresas, cujas atividades se
produzir. A partir daí, desenvolveu seu sistema de administração restringiam às rotinas de pessoal orientadas pelo enfoque legal e
científica, que visava à racionalização do trabalho, mais disciplinar. Em virtude dessa nova relação de forças, as empresas
especificamente na simplificação dos movimentos requeridos para passaram a preocupar-se mais com suas condições de trabalho
a execução das tarefas, tornando-se esse movimento como um dos e a concessão de benefícios aos seus empregados. E, também
fatos marcantes do século passado. passaram a sentir a necessidade de negociar com as entidades
Após várias discussões de insatisfação por parte dos representativas dos trabalhadores.
trabalhadores, surgiu um novo movimento, denominado Escola De acordo com Chiavenato, foi neste século que se visualizou
das Relações Humanas. Este movimento teve como enfoque a três eras organizacionais:
constatação da necessidade de considerar a relevância dos fatores – Era da industrialização clássica: refere-se ao período
psicológicos4 e sociais na produtividade. As bases desses movimentos após a Revolução Industrial, até meados de 1950 e metade do
foram dadas pelos estudos do psicólogo americano Elton Mayo. século XX. A cultura organizacional era voltada para o passado e
Mayo desenvolveu uma experiência pioneira no campo do para a valorização e conservação das tradições. As pessoas eram
comportamento humano no trabalho. Essa experiência na Fábrica consideradas recursos de produção.
de Western Eletric, no distrito de Hawthorn, em Chicago, teve Nesta época, surgem os departamentos de relações industriais
como enfoque inicial estudos da iluminação na produtividade, e departamentos de pessoal, destinados a fazerem os empregados
índice de acidentes e fadiga5. No entanto, estas pesquisas além cumprirem as exigências e normas organizacionais. Os empregados
eram vistos apenas como fornecedores de esforços físicos e
1 Ávila, Lucas Veiga. Gestão de pessoas / Lucas Veiga Ávila, Jaime musculares onde predominava a mão de obra farta;
Peixoto Stecca. – Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, – Era neoclássica: é o período entre as décadas de 1950 a 1990,
Colégio Politécnico; Rede e-Tec Brasil, 2015. logo após a Segunda Guerra Mundial. A teoria clássica foi substituída
2 Administração Científica é o modelo de administração desenvolvido pela teoria neoclássica de administrar. O modelo burocrático foi
pelo engenheiro Norte-Americano Frederick Taylor, considerado o pai redimensionado pela teoria estruturalista e a teoria das relações
da administração científica e um dos primeiros sistematizadores. humanas foi substituída pela teoria comportamental.
3 Empirismo foi uma teoria do conhecimento que afirma que o conhe- – Era da informação: teve início em 1990 até a atualidade.
cimento vem apenas ou principalmente, a partir da experiência. Foi à era das mudanças rápidas e inesperadas. Teve um grande
4 Fatores psicológicos são fatores relacionados a emoção da pessoa, desenvolvimento e passou a influenciar o comportamento das
que podem levar a desatenção e influenciam no comportamento. organizações em relação às pessoas.
5 Fadiga, fisiologicamente, descreve a incapacidade de continuar As organizações modernas deixaram para trás a era clássica
funcionando ao nível normal da capacidade pessoal. Ou seja, quando e neoclássica de administrar, de valorizar as tradições antigas
a pessoa exerce uma atividade por muito tempo realizando os mesmos mudando a maneira de pensar, de agir e de administrar pessoas.
movimentos. Sendo assim, o departamento de pessoal passa a ser chamado de
departamento de recursos humanos.

205
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Podemos verificar que não foram poucos os acontecimentos A preocupação com as pessoas não só evoluiu como expandiu
da área de gestão desde o início do século XX, mas foi a partir dos para outros níveis. A área de RH, cuja atuação, antes se encontrava
anos de 1960 que começou a se falar em administração de recursos mais evidente nos níveis operacionais passou a ser considerada
humanos, em decorrência do crescimento das organizações e como um fator estratégico para as empresas.
foram aparecendo novas oportunidades de trabalho e as empresas A administração de recursos humanos sofreu alterações
passaram a valorizar o capital humano, denominado o processo de significativas como forma evolutiva, quando deixou de apenas
administração de recursos humanos. contabilizar entradas de empregados na organização, dando
A Administração de Recursos Humanos (ARH) consiste maior importância às horas trabalhadas, absenteísmo6 e atrasos,
no planejamento, na organização, no desenvolvimento, na com efeito nos pagamentos ou descontos, passando para a fase
coordenação e no controle de técnicas capazes de promover o da administração que considera os recursos humanos de forma
desempenho eficiente do pessoal, ao mesmo tempo em que a incorporada a estratégia do negócio.
organização representa o meio que permite às pessoas que com ela Por meio destes processos, surge o cargo de gerente7 de
colaboram alcançar os objetivos individuais relacionados direta ou recursos humanos, tentando, assim, humanizar a organização.
indiretamente com o trabalho. Podemos entender que a ARH busca Esse novo contexto tem a função de alterar o foco de protetor para
conquistar e manter empregados na organização, trabalhando e planejador e agente de mudanças.
dando o máximo de si, com uma atitude positiva e favorável. Com a era do conhecimento, na qual as informações estão à
Quando se fala em Administração de Recursos Humanos (ADR), disposição de todos e a todo o momento, as pessoas procuram cada
torna-se como referência a administração das pessoas que participam vez mais o seu desenvolvimento pessoal e profissional. A formação
das organizações e que nelas desempenham determinados desses novos profissionais obrigou as empresas a remodelar as suas
papéis. Visto que esta área é fundamental para o sucesso de uma estratégias e os seus programas de gestão de pessoas.
organização, pois ela é responsável pelo abastecimento, aplicação, A gestão de pessoas na era do conhecimento abriu inúmeros
manutenção, monitoramento, desenvolvimento de novos talentos, espaços relacionados à reestruturação dos processos internos de
da gestão, orientação, treinamento das pessoas. Ou seja, a função recursos humanos, dos programas, e das estratégias para atrair,
envolve todo o processo de gestão, desde a entrada do funcionário desenvolver, recompensar e reter os mais importantes ativos da
até a sua saída. empresa, que são as pessoas. A figura a seguir destaca que a função
Esse setor procura por meio de suas ações integrarem e de RH deve assumir a multiplicidade de papéis operacionais e
comprometer os colaboradores com os objetivos organizacionais, estratégicos, mesmo que eles possam parecer paradoxais8.
visando obter maior desempenho e, consequentemente, melhores
resultados para a organização. Atualmente, devido às constantes Papéis do RH
mudanças econômicas, tecnológicas e sociais, é de fundamental
importância que as organizações estejam voltadas para a gestão de
recursos humanos e torna-se visível que o diferencial competitivo
das organizações está nas pessoas nelas inseridas e em seus
recursos disponíveis.
Diversos são os projetos que o setor desenvolve e tem a
responsabilidade de manter em andamento nas organizações.
Alguns desses projetos são de responsabilidade social e exigida por
lei, tais como a inclusão de pessoas com deficiência.
Pode-se dizer que muitas organizações estão investindo em
responsabilidade social, preocupando-se com o ambiente interno e
externo da empresa. Deficientes físicos que antes eram considerados
inaptos para o trabalho, assumem cada vez mais cargos em grandes
empresas. O mercado de trabalho para estas pessoas especiais está
crescendo gradativamente, embora lentamente.
A ARH é uma das principais áreas responsável pelas pessoas
em uma organização. Sem pessoas não há empresa, produtos ou
serviços, por isso é fundamental ter essa área bem estruturada e
definida nas organizações.
As pessoas constituem o principal ativo da organização, o
setor de RH desempenha funções que permitem a colaboração
eficaz para alcance dos objetivos organizacionais e individuais, https://central3.to.gov.br/arquivo/453262/
pois dependendo da maneira como as pessoas são tratadas,
podem aumentar ou reduzir as forças e fraquezas da organização. 6 Absenteísmo é uma palavra com origem no latim, onde absens, que
Outros fatores importantes a serem considerados na evolução significa “estar fora, afastado ou ausente”.
da administração de RH foi o crescimento industrial, a revolução 7 Gerente é o responsável pelo planejamento e controle da execução
industrial e a substituição do trabalho manual pela máquina. dos trabalhos de seus subordinados no dia a dia de uma determinada
A revolução gerou um impacto significativo nas indústrias e foi empresa.
responsável pelo crescimento dessas firmas, e pelo aumento do 8 Paradoxais é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a
ambiente competitivo. Essa transformação modificou o mercado na uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição.
época e acabou influenciando também os modelos administrativos. Ou seja, é o oposto que alguém pensa ser a verdade.

206
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O modelo disposto na figura acima é desenvolvido em dois Esta visão compreende vários elementos como: a relação que
eixos: um que parte do foco estratégico (longo prazo) ao foco a organização quer estabelecer com os seus colaboradores, se
operacional (dia a dia) e outro que parte das atividades de processo limitada a recompensar desempenho ou se baseada na troca de
até as pessoas. No cruzamento destes eixos são delineados os comprometimento por qualidade do trabalho a ser realizado; o grau
quatro papéis principais de RH: de participação que se pretende; a ênfase dada ao recrutamento, se
interno ou externo, quando necessário; por fim, se o desempenho
– A administração de estratégias de RH; será baseado e avaliado de forma individual, ou em equipes, ou,
– A administração da infraestrutura da empresa; ainda, alguma mistura entre os dois. É esta visão que vai definir, em
– A administração da contribuição dos funcionários; princípio, como os subsistemas serão administrados.
– A administração da transformação e da mudança. A incorporação da visão estratégica à área de recursos humanos
Desenvolve-se assim, a metáfora de quatro papéis reorienta o foco de poder nas organizações. E isso se deve a
desempenhados por esses profissionais: consciência de que são as pessoas que formulam e implementam as
– Parceiro estratégico; estratégias organizacionais necessárias à obtenção dos resultados
– Especialista administrativo; desejados e que sua atuação constitui um elemento diferenciador
– Defensor dos empregados; no sucesso da organização.
– Agentes de mudança. Dessa forma, seu comprometimento com a realização dos
O setor de recursos humanos tem a responsabilidade de criar objetivos organizacionais passa a ser uma variável relevante. Sabe-se
uma infraestrutura organizacional por meio da excelência nos que as organizações não se orientam por um objetivo estritamente
serviços oferecidos e da eficiência dos processos administrativos. racional, mas sim por meio da coalizão de interesses. Não há uma
Com a atuação do gestor de pessoas, cabe a área de RH estimular adaptação passiva da organização ao seu meio ambiente, mas sim
a contribuição dos colaboradores, o comprometimento e a todo um processo de mediação e jogo desenvolvido pelos diferentes
capacitação, quando necessário. atores organizacionais.
Na função administrativa da infraestrutura da empresa, os Atualmente, devido às constantes mudanças econômicas,
profissionais de RH criam e desenvolvem processos para contratação, tecnológicas e sociais, é de fundamental importância que as
avaliação e treinamento dos funcionários. Esses profissionais atuam organizações estejam voltadas para a gestão de recursos humanos e
também na melhoria de processos da área de RH, bem como em torna-se visível que o diferencial competitivo das organizações está
outras áreas, com vistas a reduzir custos e a melhorar a eficiência nas pessoas nelas inseridas e em seus recursos disponíveis.
das atividades da empresa.
Quando os colaboradores se tornam competentes e dedicados, — Ferramentas de gestão e estilos de liderança
o know-how9 se torna um importante ativo mensurável refletido Ferramentas de gestão
nos resultados financeiros da empresa. Classificam-se como principais ferramentas de gestão
de pessoas:
— Novos conceitos – Liderança: Liderança é um dos temas da administração que
mais cresce e se discute em vários campos do conhecimento.
O papel da gestão de pessoas em processos de mudanças Nas organizações cooperativas, os lideres tem um papel de suma
estratégicas importância, pois trabalha-se muito na busca de motivar equipe de
A função da área de recursos humanos como agente de trabalho, articular estratégias com os cooperados, busca soluções
mudança é catalisar os esforços de transformação organizacional de melhorias nos processos.
para que ela se torne mais competitiva. A gestão da mudança é uma – Motivação: A motivação é um processo psicológico intrínseco
das mais importantes contribuições da área de recursos humanos a cada ser humano. É importante a diferenciação entre fatores
para a gestão estratégica e essa contribuição se torna efetiva a partir de satisfação (como alimento, reconhecimento, entre outros) e
do gerenciamento da cultura da organização, do desenvolvimento fatores de motivação. A motivação, portanto, nasce somente das
de novas competências, da formação de equipes e do envolvimento necessidades humanas e não daquelas coisas que satisfazem estas
das pessoas no processo de transformação10. necessidades.
O papel estratégico a ser desempenhado, passa a repensar as Motivação, na perspectiva da relação entre o indivíduo e o
atividades próprias da área de RH em termos estratégicos, ou seja, trabalho nas organizações, tem sido a principal preocupação das
de forma a integrar os objetivos de longo prazo da organização, as ciências do comportamento e, em particular, na moderna gestão
variáveis relevantes do ambiente e as necessidades decorrentes estratégica de pessoas.
em termos de pessoas. Um dos mecanismos deste processo é a
visão estratégica em relação aos subsistemas de seleção, avaliação, – Aumento salariais e/ou promoções: O aumento salarial/
recompensas e desenvolvimento. promoções deve ser incluído no plano de cargos e salários da
9 know-how é uma expressão em inglês que pode ser traduzida para empresa, e definido como um método motivacional. A empresa
“saber como”. O termo refere-se ao conjunto de habilidades técnicas, deve utilizar estes dois fatores para criar uma equipe de trabalho
conhecimentos, práticas, tecnologias e processos organizacionais que estimulada a crescer profissionalmente, sendo remunerada de
permitem o desenvolvimento de produtos/serviços, além de uma me- forma adequada e, assim contribuir para o desenvolvimento da
lhor gestão do negócio e um diferencial competitivo para as empresas empresa.
e para os próprios colaboradores. – Avaliação de desempenho: Avaliar desempenho implica
10 Ávila, Lucas Veiga. Gestão de pessoas / Lucas Veiga Ávila, Jaime atribuir um juízo de valor sobre o conjunto de comportamentos
Peixoto Stecca. – Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, necessários ao bom exercício do cargo manifestados por indivíduos
Colégio Politécnico; Rede e-Tec Brasil, 2015.

207
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e equipes. Consiste, assim, em identificar informações válidas, muito leal e generoso. Está sempre querendo saber como apoiar a
precisas e sistemáticas acerca do quanto o desempenho do equipe e valorizar os funcionários. É confiável e defende as outras
indivíduo está de acordo com o esperado para seu cargo. pessoas.
Para tal, a delimitação prévia de um plano de trabalho, entre – Líder conector/vinculador: vê o mundo como uma rede de
chefia e subordinado, na etapa de planejamento, que esteja alinhado relacionamentos e se empolga diante da possibilidade de conectar
com os critérios de verificação de desempenho, é fundamental para indivíduos de seus contatos. É considerado curioso por natureza,
a correta execução e consequente avaliação de desempenho. sempre faz perguntas sobre a origem, à experiência e as habilidades
de cada um. Seu ponto forte é a capacidade de enxergar o que há
– Programas e treinamento de capacitação: O treinamento é de melhor nos outros.
considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas – Líder professor: está sempre voltado para o outro, ou seja,
para que se tornem mais produtivas, criativas e inovadoras, a fim de para os sentimentos dele, para sua compreensão, suas habilidades
contribuir melhor para os objetivos organizacionais e se tornarem e seu desempenho. Destaca-se como líder pela fé no potencial dos
cada vez mais valiosas, ou seja, o treinamento é o processo de outros.
qualidades nos recursos humanos para habita-los a serem mais – Líder assessor/conselheiro: está sempre à procura de
produtivos e contribuir melhor para o alcance dos objetivos informações que ajudarão as pessoas a tomar decisões mais
organizacionais. acertadas. Seu ponto forte é a autoconfiança, é extremamente
O propósito do treinamento é aumentar a produtividade dos capaz, intuitivo, com opiniões fortes, seguro. Nesse sentido,
indivíduos em seus cargos influenciando seus comportamentos. destaca-se pelo seu bom senso.
– Líder influenciador: faz com que as pessoas ajam com base
– Processo de feedback: O Feedback é uma das ferramentas no que recomenda. Seu objetivo é sempre convencer por meio de
essenciais da Gestão de Pessoas, pois é por meio dele que todos persuasão ou charme. É impaciente e ouve apenas o que deseja.
os profissionais, de qualquer grau hierárquico, podem obter os – Líder pioneiro: é um explorador e se entusiasma com o
subsídios necessários para potencializar suas habilidades e eliminar que nunca viu, com quem ainda não conhece. Se apega ao que
comportamentos sabotadores. Para isso, o feedback deve ser virá em seguida. Gosta de projetos novos e é motivado por novas
aplicado de modo objetivo, claro e justo, oferecendo ao colaborador experiências. Não tem medo do fracasso. Seu ponto forte é o
a visualização clara dos pontos que precisam ser melhorados. otimismo.
Entretanto, o feedback também é uma forma extraordinária – Líder compensador: é uma pessoa sensível, sente que todo
de o gestor reconhecer seus profissionais e equipes pela realização o universo precisa ser alinhado. Esforça-se para equilibrar tudo
efetiva de seu trabalho e pelos resultados obtidos por meio de sua e espera muito de todos. Se alguém não fizer o seu trabalho, ele
dedicação, profissionalismo e empenho. falará na cara.
– Pesquisa de clima organizacional: A pesquisa de clima É importante se destacar que os tipos de líderes são inúmeros,
organizacional tem por finalidade conhecer a percepção dos e a tendência é crescer a cada dia, pois os novos mercados, novos
servidores a respeito dos fatores internos e externos que compõem o modelos de gestão, novos modos de produção, criam um novo
construto Clima Organizacional. O conjunto de dados e informações sistema, que é impulsionado pelos tipos de comportamentos, em
obtidos na pesquisa constituem o material de apoio necessário para especial das novas gerações Y e Z com maior destaque.
a elaboração de programas de melhorias contínuas, implantação e
monitoramento de ações que têm como objetivo final o alcance das — A negociação no contexto organizacional
metas institucionais, paralelamente ao aumento da satisfação e do Negociação ou barganha é o processo de tomar decisões em
bem-estar do servidor. conjunto sobre assuntos que afetam direta ou indiretamente os
indivíduos envolvidos com interesses e preferências diferentes.
Estilos de liderança Para obter sucesso em negociações o administrador deve possuir
Pode se destacar vários tipos de liderança, mas apresenta-se habilidades como: Saber planejar; Conhecer bem o assunto;
a seguir os tipos de líderes mais comuns e suas relações com as Pensar clara e objetivamente sob pressão e incerteza ; Expressar
organizações: verbalmente as suas ideias; Saber ouvir; Saber julgar; Possuir uma
– Líder entusiasta: possui a energia dominante no ambiente e inteligência geral; Ser íntegro; Ter persuasão e paciência11.
se sente impelido de fazer o que pode para aumentá-la. Tem visão Toda negociação visa uma “zona de acordo” conforme o
de mundo, é otimista com suas ações, assume o lugar à frente da esquema abaixo:
equipe, faz perguntas, sempre está aminado e atrai as pessoas. Não
é tolerante nem gentil, mas desafiam os outros a liberar o próprio
potencial.
– Líder estimulador: quando está em seu melhor momento se
atém naturalmente ao que há de melhor nas pessoas e ao que está
dando certo para elas, é emotivo, sendo que suas emoções podem
oscilar muito, mas no fim voltam a se estabilizar, as pessoas o
consideram divertido, encorajador e inspirador. Abriga as emoções
dos outros, sente-se responsável por elas, por mudá-las e elevá-las.
– Líder provedor: está sempre atento ao estado emocional dos
outros, procura maneiras de atrair as pessoas para o grupo e de
fazer com que se sintam queridas, ouvidas e admiradas. É um amigo 11 http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/
k212445.pdf

208
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/k212445.pdf

“A” e “B” são diferentes posições que buscam uma posição intermediária, ou de acordo, através da negociação. Obviamente “A” tentará usar
de argumentação e estratégia para trazer a posição de acordo “x” mais para a região de seus interesses (a), enquanto que “B” fará com que a
posição de acordo seja deslocada para o seu sentido (b).
Quase sempre as partes envolvidas mostram que seus limites sejam superiores ou inferiores às quais se tem interesse, fazendo com
que o que foi concedido durante a barganha não influencie no resultado final da negociação.

Estratégia de Negociação
Toda negociação envolve um plano estratégico para direcioná-la. Estratégia de Negociação é um compromisso de se atingir os objetivos
do negociador. Três tipos de estratégias podem ser empregadas durante um processo de negociação:
– Dura, o negociador encara a negociação como um processo antagônico, trabalha à base de ameaças, não faz nada para gerar
confiança na outra parte e tem como objetivo derrotá-la;
– Suave, o negociador, chamado de “soft” ou “bonzinho”, faz de tudo para preservar o relacionamento com a outra parte. Para evitar
conflitos, ele cede às pressões;
– Colaborativo ou Honroso, sendo o meio termo entre as duas anteriores, o negociador enfatiza a criatividade, a construção e a
confiança mútua e busca conjunta por soluções que atendam os interesses de todos.
Reuniões de Críticas
Várias empresas fazem reuniões em que as pessoas, são convidadas a falar, sugerir, avaliar, criticar. Estas reuniões têm por finalidade
abrir de verdade os canais de comunicação interno, e passou a ser uma necessidade vital. São chamadas de encontro de feedback, outras
de avaliação motivacional, seja como for, as empresas sabem que essa é uma peça muito importante de qualquer política de abertura.
A questão é, como não deixar tudo isso apenas na teoria e fazer essas reuniões funcionarem na prática? Boa parte destas sessões
acabam sendo pura perda de tempo. Por insegurança, receio de se comprometer, medo da reação da chefia, comodismo ou simples
timidez, as pessoas não falam o que realmente pensam.
O resultado são monólogos por parte do condutor da reunião, ou algumas frases vazias por parte de quem está falando. Muitas
empresas, porém, têm tido excelentes resultados com esse tipo de iniciativa.
Nestas empresas as reuniões obedecem a uma estrutura genuinamente destinada a fazer com que os participantes se expressem. Para
isso é indispensável um tipo de líder que inspire confiança nas pessoas, aplique boas técnicas na condução da conversa e não se conforme
com reuniões onde os presentes passem o tempo ocultando o que acham.
É incrível o que se pode descobrir nessas reuniões. Há pessoas que trabalham juntas há anos, mas só durante a avaliação é que
descobre o que a outra pensa dela. O primeiro ponto a observar para o sucesso desse tipo de reunião, é ter em mente que o seu objetivo
não é lavar roupa suja. E sim, dar ideias para colocar a casa em ordem, tentar arrumar o que não está ajudando (ou o que está atrapalhando)
e ressaltar o que vale a pena.
Tudo o que um funcionário reivindica geralmente é muito simples, como melhor comunicação com a chefia e direito a participar mais
do processo de trabalho. Na segunda questão chave, o superior deve garantir que jamais, em hipótese alguma, haverá qualquer tipo de
retaliação pelo que foi dito, profissionalmente, na reunião de crítica.
Não basta que ele diga isso, é indispensável que as pessoas acreditem e, para tanto, essa imunidade deve ser praticada de verdade.
Estabelecida a confiança, trata-se de fazer as reuniões renderem, as barreiras têm que ser rompidas e as pessoas têm de falar.
O condutor da conversa terá tanto mais chances de êxito quanto mais aplicar algumas regras básicas: A reunião tem de ter um foco,
cada reunião deve-se dedicar a um ou dois temas. Para fazer os participantes se desinibirem, o medidor deve recorrer a frases capazes de
desbloquear a conversa.
É importante que o medidor anote tudo o que foi discutido, ponto por ponto, e faça uma ata de reunião. Jamais deve deixar uma
crítica sem resposta. Se possível deve ser marcada uma data para próxima reunião, o ideal é que elas ocorram de dois em dois meses ou
uma vez por trimestre.
Uma boa sugestão também é sempre que possível, fazer alguma espécie de happy hour para descontrair, aumentar a proximidade e
tentar melhorar a forma como se trabalha.

209
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Gestão Estratégica de Pessoas A área de gestão de pessoas


O conceito de gestão estratégica se refere a um tipo de gestão A área de gestão de pessoas passa a desempenhar um papel
que se preocupa com os objetivos e metas da organização e com estratégico, em que ela deve conhecer a essência da organização
o desempenho e as formas de atuação mais adequados para e de cada uma de suas áreas para garantir a melhor aplicação e
concretizá-los, considerando-se o curto, o médio e o longo prazos. alocação possíveis dos recursos humanos. Essa área deve ser a
O foco é a definição dos resultados esperados, o planejamento e o detentora das informações sobre o perfil dos funcionários da
monitoramento das ações para seu alcance12. organização e também sobre os resultados, devendo coordenar
O desempenho diz respeito não só à organização, mas também os esforços para suprir as necessidades de pessoal de uma forma
às pessoas que nela atuam. O planejamento estratégico da altamente técnica, com a identificação dos perfis profissionais
organização, em que são definidas as diretrizes para desempenho, adequados. Isso inclui a criação de oportunidades de crescimento
é desdobrado nos diversos níveis organizacionais até o individual. profissional para as pessoas da organização, uma vez que novas
O modelo de gestão estratégica de pessoas inclui a definição competências individuais poderão ser necessárias.
dos perfis profissionais e da quantidade de pessoas com tais A atuação estratégica dessa área prevê que sejam reestudadas as
perfis, necessários para atuar na organização. Além disso, abrange formas de admissão de funcionários, baseando-se na identificação das
o estabelecimento de uma política que oferecerá o respaldo competências essenciais para a organização e daquelas que podem ser
adequado para a sustentabilidade da gestão. obtidas fora da organização. O cunho estratégico dessa e das demais
Essa política deverá contemplar os aspectos relativos ao áreas da organização deve representar a obtenção dos melhores
recrutamento de pessoal, à estratégia de desenvolvimento resultados com a melhor aplicação possível de todos os recursos.
profissional e pessoal, à estratégia de realocação e redistribuição O gestor que trata da gestão estratégica de pessoas precisa
do pessoal, à avaliação de desempenho, à estrutura de carreira, à estar preparado para fazer frente ao novo desafio que se apresenta
remuneração e aos incentivos, entre outros. Cabe ressaltar que a com as mudanças de escopo e de abordagem até então praticados
definição dessas políticas não se restringe ao estabelecimento de na gestão de pessoas. Para a implementação da gestão estratégica
regras aleatórias para cada tema. de pessoas, novas atividades, mecanismos e instrumentos deverão
Elas devem ser integradas de modo a imprimir consistência e ser incluídos no escopo de ação e atuação da área de gestão de
coerência. Tal integração deve se basear em um conjunto básico pessoas.
de premissas a serem utilizadas como diretriz para o enunciado de
todas as definições incluídas no conjunto de políticas de gestão de — Competência interpessoal
pessoas. Para serem bem-sucedidos em sua atuação profissional, os
Os principais aspectos a serem contemplados por essa política indivíduos necessitam adquirir uma adequada competência técnica,
incluem: a qual envolve conhecimentos, habilidades e atitudes específicos da
– A definição de critérios para o recrutamento de pessoal, profissão. No entanto, não basta apenas tal tipo de competência,
baseado nas competências necessárias à organização; sendo importante também o desenvolvimento da competência
– O estabelecimento de uma estratégia de desenvolvimento interpessoal13.
profissional e pessoal que possibilite o aprimoramento contínuo do Esta consiste na habilidade de lidar eficazmente com relações
quadro de pessoal; interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada às
– A estruturação da avaliação do desempenho que permita, necessidades de cada uma e às exigências da situação. Cada um dos
além da vinculação à progressão do funcionário, a identificação das tipos de competência depende da outra.
necessidades de capacitação; Observa-se que o homem contemporâneo vem deixando
– A definição de critérios para a criação de carreiras que para trás os sentimentos, a emoção, a espiritualidade. As pessoas
estimulem o desenvolvimento profissional e o desempenho; mostram-se menos capazes de se mostrarem solidárias, dialogarem,
– O estabelecimento de uma estratégia de realocação e de exprimirem afeto, tornando-se estranhas umas às outras, mais
redistribuição de funcionários que seja compatível com os perfis e reservadas, mais defensivas. Cria-se assim um individualismo
quantitativos necessários à organização. exacerbado, que prejudica as relações sociais.
A sociedade tecnológica privilegia a intelectualidade e a
É nesse contexto que entra a gestão estratégica de pessoas racionalidade, valorizando os aspectos técnicos e intelectuais
que, alinhada aos objetivos e metas da organização, se preocupa correlatos, e relegando a segundo plano emoções e sentimentos.
com o perfil e com o quantitativo adequados ao quadro de pessoal, Nesse contexto, o desenvolvimento da competência interpessoal
para realizar as atividades que lhe são atribuídas, garantindo o adquire importância fundamental no espaço do trabalho.
desempenho esperado. A comunicação permeia todas as ações dos seres humanos,
A premissa do desempenho e do alcance dos resultados envolve a competência interpessoal, e constitui a base dos
esperados implica uma série de mudanças na forma de agir do relacionamentos entre as pessoas.
atual ‘departamento de pessoal’, por meio de um modelo de gestão
estratégica de pessoas, transformando-o em uma área de ‘gestão Relações interpessoais
estratégica de pessoas’. Quando uma pessoa tem um contato inicial com outra, gera-se
uma primeira impressão, que se relaciona com diversos elementos.
A experiência anterior de cada indivíduo, suas expectativas
e motivações no momento, e a própria situação do encontro
influenciam a primeira impressão. Esta impressão poderá ser
12 https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2521/1/GPFT%20 13 http://repositorio.bahiana.edu.br/jspui/bitstream/bahia-
-%20ApostilaCE.pdf na/2334/1/Competencia3_VF.pdf

210
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

diferente se houver ou não a presença de certos preconceitos, se Lembre-se em relação a isso que a utilização de metodologias
existir um clima favorável para a aceitação das diferenças no outro, ativas de ensino-aprendizagem nos cursos de graduação
se o contexto for formal ou informal. implica, muitas vezes, na constituição de pequenos grupos,
É preciso ter consciência, portanto, de que o impacto do outro cuja produtividade está fundamentalmente relacionada com o
sobre nós não depende exclusivamente da outra pessoa, mas desenvolvimento de um adequado espírito de grupo. Ou seja, para
que sofre influência de elementos subjetivos nossos e do próprio aprender melhor, é preciso também desenvolver a competência
contexto. Quando a primeira impressão é positiva para ambos interpessoal.
os lados, tende a haver simpatia e aproximação, facilitando o
relacionamento interpessoal e as atividades em comum. Inteligências interpessoais
No entanto, se o impacto positivo ocorrer apenas de um lado, Para ampliarmos o entendimento acerca da competência
sem reciprocidade, o relacionamento tende a se tornar difícil, interpessoal, é útil abordarmos as inteligências pessoais
tenso, exigindo empenho de ambas as partes para um maior descritas por Gardner14. Elas fazem parte das inteligências
conhecimento que possa mudar aquela primeira impressão. múltiplas conceituadas pelo referido autor (linguística, musical,
Para facilitar a aproximação entre pessoas desconhecidas entre lógico-matemática, espacial, corporal-cinestésica, intrapessoal,
si, na constituição de grupos de diferentes finalidades, aconselha- interpessoal, tendo, posteriormente, sido incluídas a naturalista e
se a utilização de estratégias diversas que permitam um clima de a existencial).
maior relaxamento e a possibilidade de troca de informações entre Cada indivíduo apresenta níveis diferentes de tais inteligências,
os participantes, de modo a sentirem que passaram a conhecer sendo algumas delas particularmente desenvolvidas, e outras se
um pouco sobre as outras pessoas. Identificar pontos em comum, manifestam com menor força. No entanto, Gardner afirma que o
por exemplo, favorece a criação de um vínculo inicial entre os desenvolvimento do senso de eu, um elemento chave na esfera das
indivíduos. inteligências pessoais (intra e interpessoal), aparece como a mais
Em situações de trabalho, onde atuam duas ou mais pessoas, há elevada conquista dos seres humanos, uma capacidade corolária
interações e sentimentos recomendados, tais como: comunicação, que suplanta e preside sobre outras formas mais mundanas e
cooperação, respeito e amizade. No entanto, nem sempre os parciais de inteligência.
sentimentos despertados correspondem ao padrão esperado, A inteligência intrapessoal está envolvida principalmente no
e, desse modo, eles influenciarão as interações e as próprias exame e no conhecimento que o indivíduo faz de seus próprios
atividades. Se eles forem positivos, haverá aumento de interação e sentimentos, enquanto a inteligência interpessoal olha para fora,
cooperação entre os indivíduos, com uma repercussão favorável nas em direção ao comportamento, sentimentos e motivações dos
atividades, mas, se forem negativos, tal como antipatia e rejeição, outros. Através da primeira, podemos ter acesso à nossa vida
elas serão provavelmente prejudicadas. sentimental, nossos afetos e emoções, distingui-los uns dos outros,
Quando alguém começa a participar de um grupo, traz consigo dar nome a eles, e utilizá-los como um meio de compreender e
uma base interna de diferenças (conhecimentos, informações, orientar nosso comportamento.
opiniões, preconceitos, atitudes, experiência anterior, gostos, A capacidade central da inteligência interpessoal está em
crenças, valores e estilo comportamental). Desse modo, geram-se observar e fazer distinções entre outros indivíduos, e, em particular,
inevitáveis diferenças de percepções, opiniões e sentimentos em entre seus humores, temperamentos, motivações e intenções.
relação a cada situação compartilhada. Gardner assinala que, provavelmente, algumas inteligências,
Para que exista uma interação positiva, é necessário que como as pessoais, continuam a se desenvolver naturalmente
os participantes tenham a capacidade de aceitar e respeitar as durante toda a vida. Assim, os indivíduos podem ser estimulados
diferenças, encarando-as como uma forma de conhecer mais as a desenvolver atitudes e condutas que o auxiliem a ampliar sua
pessoas e ampliar seus próprios pontos de vista. inteligência interpessoal.
O modo como se lida com as diferenças individuais exerce forte As inteligências pessoais de Gardner foram incluídas na
influência sobre a interação grupal, sobretudo nos processos de definição de Salovey15 de inteligência emocional, a qual inclui cinco
comunicação, no relacionamento interpessoal, no comportamento domínios principais. O elemento mais importante da inteligência
organizacional e na produtividade. Se as diferenças são aceitas e emocional é a capacidade de reconhecer as próprias emoções.
se lida com elas de forma aberta, a comunicação flui facilmente, as Os outros aspectos constituem saber lidar com emoções de
pessoas ouvem umas às outras, falam o que pensam e sentem, e modo que sejam adequadas, capacidade de colocá-las a serviço
conseguem dar e receber feedback. de uma meta, ou seja, motivar-se, reconhecer emoções nos outros
Mas, se forem negadas e suprimidas, a comunicação se torna (empatia), e lidar com relacionamentos. Pessoas empáticas, capazes
falha, incompleta, insuficiente, gerando distorções e “fofocas”. Não de reconhecer sinais sutis do que os outros querem ou precisam,
se fala o que gostaria de falar, não se ouve, captando-se apenas o mostram-se mais eficientes em profissões assistenciais, ensino,
que reforça sua imagem das outras e da situação. vendas e administração.
Há uma influência recíproca entre as relações interpessoais e o
clima de grupo. Pode haver um ambiente agradável e estimulante,
ou, ao contrário, desagradável, neutro ou monótono. Geram-se
assim satisfações ou insatisfações pessoais e grupais.
O adequado funcionamento de um grupo depende 14 Howard Gardner é um psicólogo cognitivo e educacional estaduni-
essencialmente da competência interpessoal do líder e dos dense, ligado à Universidade de Harvard e conhecido em especial pela
membros. Apenas quando esta se desenvolve o grupo se sua teoria das inteligências múltiplas.
transformará verdadeiramente em uma equipe, atuando de forma 15 Peter Salovey é um psicólogo dos Estados Unidos, pioneiro e um
sinérgica. dos principais investigadores em inteligência emocional.

211
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A empatia alimenta-se da autoconsciência; quanto mais abertos estamos para nossas emoções, mais hábeis seremos na leitura
de sentimentos. A teoria da inteligência emocional pode ajudar a conceituar as habilidades específicas e os complexos processos que
constituem a base da competência interpessoal, e, assim, conduzir a um melhor entendimento de como integrar de forma bem-sucedida
o desenvolvimento dessa habilidade.
É necessário criar oportunidades para que as questões voltadas ao autoconhecimento, comunicação, relacionamento intra e
interpessoal sejam discutidas e experiência das durante o seu período de formação. Dessa forma, contribui-se para o desenvolvimento da
competência interpessoal.
— Gerenciamento de conflitos
Os conflitos existem desde o início da humanidade, fazem parte do processo de evolução dos seres humanos e são necessários para o
desenvolvimento e o crescimento de qualquer sistema familiar, social, político e organizacional. O conflito é assim compreendido como parte
integrante das condições de existência humana, por isso, a expressão gestão de conflitos é mais adequada do que a expressão solução de
conflitos, uma vez que se há de conviver com ele16.
Constantemente nos vemos envolvidos em algum tipo de conflito, seja consigo mesmo, seja com os familiares, seja com os colegas de
trabalho. O fato é que intrinsecamente acabamos por desenvolver estratégias para administrar ou pelo menos minimizar os conflitos que
emergem em nosso cotidiano.
De fato, administrar conflitos tornou-se uma habilidade fundamental a todo líder. Devido à prática, ao conhecimento teórico e empírico
desenvolvido ao longo da carreira, alguns conseguem se sobressair nessa tarefa.
Ao analisar, nos anúncios de vagas de emprego, as competências requeridas para os cargos de gestão, observa-se que saber negociar,
ter habilidade para lidar com conflitos, competências interpessoais e inteligência emocional quase sempre aparecem no topo da lista
de habilidades exigidas. Com efeito, percebe-se no mercado uma carência de profissionais com este perfil, não obstante, são raras as
organizações que desenvolvem programas e treinamentos internos que fomentem essas características em seus colaboradores.
O conflito não é prejudicial, muito pelo contrário, pode ser uma fonte de inovação, o que pode ser prejudicial é a forma como ele será
tratado. Por isso é tão importante para o líder aprender estratégias para gerenciar conflitos.
A gestão de conflitos por meio das estratégias corretas irá identificar as fontes, tipos, níveis e intenção das partes envolvidas na
situação conflitante, com a perspectiva de convertê-la em resultados positivos. Isso significa dizer que não existirá ganhador ou perdedor
da questão, mas sim, atores cooperando por uma resolução satisfatória, ou seja, que atenda às expectativas de ambas as partes.
Existe um modelo que propõe uma sequência de ações, divididas em cinco estágios para a resolução de conflitos, observe no quadro
a seguir:
Processo do Conflito
PROCESSO DE CONFLITO
Categorias de Formação do
Estágios Caracterização dos Estágios Gestão de Conflitos
conflito
Estágio I
Condições antecedentes
– Comunicação;
Oposição Fontes do conflito IDENTIFICAR
– Estrutura;
Potencial ou
– Variáveis Pessoais.
Incompatibilidade
Estágio II
– Conflito Percebido;
Níveis de Conflito IDENTIFICAR
Cognição – Conflito Sentido.
Personalização
Intenções para administração do conflito
– Competição;
Estágio III
– Colaboração;
Intenções das partes COMPREENDER
– Compromisso;
Intenções
– Não enfrentamento;
– Acomodação.
Estágio IV Conflito aberto
– Comportamento das partes; Comportamento das partes INTERPRETAR
Comportamento – Reação dos outros.

Estágio V
– Melhoria do desempenho do grupo;
Consequências do conflito UTILIZAR
– Piora do desempenho do grupo.
Consequências
https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/livro.php?codigo=38054

16 Silva, Liliane de Souza Vieira da. Gestão de conflitos e técnicas de negociação. / Liliane de Souza Vieira da Silva. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.

212
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Como podemos perceber no quadro acima, no primeiro e segundo estágios: é identificado o conflito avaliando-se a motivação (fontes)
e o nível da discordância. No terceiro estágio, compreendem-se as intenções das partes.
O quarto estágio trata de interpretar o conflito por meio do comportamento, tanto dos conflitantes, quanto daqueles que estão
envolvidos na atmosfera conflitiva, e no quinto estágio a utilização das consequências definirá a funcionalidade ou disfuncionalidade do
conflito.
Além de entender o estágio do conflito, é importante considerar a visão que os envolvidos possuem do conflito. Considerando que há
duas formas de lidar com o conflito (evitando ou enfrentando), constatamos que algumas pessoas preferem evitar negando e ignorando
a existência do conflito, o que não é a melhor estratégia, e outros optam por enfrentar o conflito tentando vencer ou unir as partes,
conforme evidencia-se na figura a seguir:

Formas de lidar com o Conflito

https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/livro.php?codigo=38054

Quando o conflito não é negligenciado e o indivíduo assume sua existência e opta por enfrentá-lo, tentando unir as partes (ainda que
a princípio não seja essa a intenção), a situação vivenciada proporciona um aprendizado que o ajudará a lidar melhor em situações futuras
e a se conhecer melhor. Chiavenato cita três tipos de abordagens para solução de conflitos, a saber:
– Abordagem estrutural: Recursos limitados, escassos e interdependentes, onde são percebidas condições de diferenciação, são
fontes que criam conflitos. E agindo sobre algum desses elementos geradores, a situação conflitante poderá ser controlada mais facilmente.
– Abordagem de processo: Essa abordagem pode envolver as partes envolvidas no conflito e pessoas de fora ou uma terceira parte,
tentando amenizar um conflito de três formas: a desativação do conflito, onde uma das partes opta pela cooperação promovendo o
acordo; reunião de confrontação entre as partes, em que são abertos os motivos do conflito de maneira mais direta entre os envolvidos;
ou colaboração, que ocorre após passadas as etapas anteriores, com as duas partes buscando uma resolução vantajosa para todos.
– Abordagem mista: envolve tanto os aspectos estruturais como os de processo, e pode ser feita através da adoção de regras para
resolução de conflitos, ou criação de papéis integradores. A adoção de regras se utiliza de meios estruturais para influenciar no processo
de conflito, criando regras e regulamentos que delimitem a ação das pessoas.

Já a criação de papéis integradores consiste em criar terceiras partes dentro da organização, de forma que elas estejam sempre
disponíveis para auxiliar na busca de soluções favoráveis dos conflitos que possam surgir.
Na literatura, e outras fontes, existem várias estratégias para solução de conflitos, vamos abordar agora um método que é comumente
utilizado. Conforme apresenta-se na figura a seguir, neste método há quatro estilos de administração de conflitos: competição, colaboração,
afastamento e acomodação.

213
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Estilos de administração de conflitos

https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/livro.php?codigo=38054

Sobre as ações (competição, colaboração, afastamento e acomodação) propostas no modelo acima, temos:

A – Competição
É uma atitude assertiva e não cooperativa, onde prevalece o uso do poder. Ao competir, o indivíduo procura atingir os seus próprios
interesses em detrimento dos interesses da outra pessoa. É um estilo agressivo e antagônico onde o indivíduo faz uso do poder para
vencer. A competição pode significar “proteger seus direitos”, defender uma posição na qual acredita, ou simplesmente querer ganhar.
Mesmo sendo um estilo coercitivo, há ocasiões em que o uso da competição é justificável e pode ter resultados positivos. Eis alguns
exemplos:
– Quando ações rápidas e decisivas são vitais, por exemplo, numa emergência, e não há tempo para troca de opiniões.
– Quando estão em jogo princípios importantes.
– Quando você está num beco sem saída, numa situação de “ou ele ou eu”.
– Quando nem o diálogo nem o tempo ajudaram a resolver o conflito que tende a se deteriorar cada vez mais.

B – Acomodação
É uma atitude inassertiva, cooperativa e autossacrificante, o oposto de competir. Ao se acomodar, a pessoa renuncia aos seus próprios
interesses para satisfazer os interesses da outra parte. A acomodação é identificada por um comportamento generoso, altruísta, dócil à
vontade da outra pessoa ou, então, abrindo mão de seu ponto de vista em favor do outro.
A acomodação, quando aplicada no momento adequado, pode trazer bons resultados. Eis alguns exemplos:
– Quando é especialmente importante preservar a harmonia e evitar uma quebra no relacionamento.
– Para demonstrar generosidade de sua parte.
– Quando a questão é muito mais importante para o outro e você tem pouco a perder, e é útil para manter um relacionamento
colaborativo.
– Quando você está batido, e a competição só irá prejudicar seus interesses.

C – Afastamento
É uma atitude inassertiva e não cooperativa. Ao afastar-se, a pessoa não se empenha em satisfazer os seus interesses, tampouco ela
coopera com a outra pessoa. O indivíduo coloca-se diplomaticamente à margem do conflito, às vezes adiando o assunto para um momento
mais adequado, ou então simplesmente recuando diante de uma situação de ameaça (física, emocional ou intelectual).

214
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Eis algumas ocasiões em que o estilo afastamento pode ser


adotado: QUALIDADE EM PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS:
– Quando o custo de um confronto é maior do que o benefício AS DIMENSÕES DA QUALIDADE PESSOAL E
que o resultado possa trazer. PROFISSIONAL; FATORES QUE DETERMINAM A
– Se ambas as partes considerarem a questão pouco QUALIDADE DE UM SERVIÇO; NORMALIZAÇÃO
significativa. TÉCNICA E QUALIDADE; QUALIDADE NO
– Quando as duas partes precisarem reduzir as tensões e esfriar ATENDIMENTO AO PÚBLICO INTERNO E EXTERNO;
a cabeça. COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS
– Para resguardar sua neutralidade ou reputação.
– Quando há uma real possibilidade de o problema sumir A qualidade do atendimento ao público apresenta-se como um
sozinho. desafio institucional e, e deve ter como meta aprimorar e uniformi-
zar o serviço oferecido tanto ao público externo como ao público
D – Acordo interno.
É uma posição intermediária entre assertividade e cooperação. Vale ressaltar que, o agente responsável por realizar o atendi-
O indivíduo procura soluções mutuamente aceitáveis, que mento, ao fazê-lo, não o faz por si mesmo, e sim, pela instituição, ou
satisfaçam parcialmente os dois lados. Ele abre mão de alguma seja, ele representa a organização naquele momento, é a imagem
coisa, desde que em contrapartida receba algo em troca que seja da organização que se apresenta na figura desse agente.
de seu interesse. O acordo significa trocar concessões, ou então Quando falamos em atendimento de qualidade, pensamos em
procurar por uma rápida solução de meio-termo. É uma espécie de excelência na forma com que nossos clientes (internos ou exter-
“toma-lá-dá-cá”. nos) são tratados, e lidar com pessoas, que é o que ocorre em um
Eis alguns casos em que o estilo acordo pode trazer bons atendimento, exige uma postura comportamental comprometida
resultados: com o outro, com suas necessidades, seus anseios, mas também
– Quando todos têm a perder se não chegarem a um com a organização, suas regras, ou seja, exige responsabilidade, co-
entendimento. nhecimento de funções, uso adequado de ferramentas para se en-
– Quando os dois lados têm a mesma força. quadrar ao sistema de funcionamento da organização e, agilidade,
– Quando você quer chegar a um acordo temporário para cordialidade, eficiência e principalmente, empatia, para realizar um
situações complexas. atendimento de excelência junto ao público.
– Quando, mesmo que os prejuízos sejam inevitáveis, as perdas Atendimento corresponde ao ato de atender, ou seja, ao ato de
puderem ser reduzidas para os dois lados. prestar atenção às pessoas com as quais mantemos contato.
A qualidade do atendimento prestado depende da capacidade
E – Colaboração de se comunicar com o público e da mensagem transmitida.
É uma atitude tanto assertiva quanto cooperativa. Ao colaborar,
o indivíduo procura trabalhar com a outra pessoa tendo em vista Postura de atendimento
encontrar uma solução que satisfaça plenamente aos interesses Aqui falamos em fatores pessoais que influenciam o atendi-
das duas partes. Significa aprofundar o assunto para identificar as mento: Apresentação pessoal, cortesia (personalizar o atendimen-
necessidades e interesses dos dois lados e encontrar uma solução to), atenção, tolerância (grau de aceitação de diferente modo de
satisfatória para todos os envolvidos. pensar), discrição, conduta, objetividade.
Ao colaborar, o indivíduo procura aprender com os desacordos,
olhando o ponto de vista do outro, bem como resolver situações que A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos esses
de outra forma poderiam descambar para competição por recursos, aspectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua to-
ou ainda tentar encontrar soluções criativas para problemas de talidade e nossa condição emocional.
relacionamento interpessoal.
Alguns exemplos do uso apropriado do estilo colaboração: Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de
– Quando você precisa encontrar uma solução integrada e POSTURA. São eles:
as necessidades e interesses de ambas as partes são por demais
importantes para serem ignoradas. 01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza por
– Quando existe um ambiente de mútua confiança. um posicionamento de humildade, mostrando-se sempre disponí-
– Quando você quer o comprometimento dos outros através vel para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta POS-
de uma decisão consensual. TURA DE ABERTURA do atendente suscita alguns sentimentos posi-
– Quando ambas as partes ganham mais juntas do que tivos nos clientes, como por exemplo:
isoladamente. a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o peito
– Quando as competências e habilidades dos participantes se aberto, passa ao cliente um sentimento de receptividade e acolhi-
complementam. mento;
b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclinado,
transmite ao cliente a humildade do atendente;
c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme, traduzem respeito
e segurança;
d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afetividade
e calorosidade.

215
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPORAL: que Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este
se caracteriza pela existência de uma unidade entre o que dizemos profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instan-
e o que expressamos no nosso corpo. te em que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e confor- a felicidade do outro.
táveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos senti- 03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE ESPÍ-
mentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais RITO POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos positivos,
livres do stress, das doenças, dos medos. para ter atitudes adequadas no momento do atendimento. Ele sabe
que é fundamental separar os problemas particulares do dia a dia
03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair dois as- do trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chega-
pectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que elas tradu- da do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com
zem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a sua função a consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os clientes
social que diz em que condições ocorreu a expressão, seus efeitos a solucionarem suas necessidades. A postura é de realizar serviços
sobre o observador e quem a expressa. para o cliente.
Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento A FUGA DOS CLIENTES
inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o or- As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fo-
ganismo e o seu meio ambiente. gem delas por problemas relacionados à postura de atendimento.
Numa escala decrescente de importância, podemos observar
Observando estas condições principais que causam a vincula- os seguintes ercentuais:
ção ou o afastamento do cliente da empresa, podemos separar a - 68% dos clientes fogem das empresas por problemas de pos-
estrutura de uma empresa de serviços em dois itens: tura no atendimento;
- 14% fogem por não terem suas reclamações atendidas;
Os serviços - 9% fogem pelo preço;
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações e, - 9% fogem por competição, mudança de endereço, morte.
como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio.
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de serviços, A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas
a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados os organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não definem
aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como: o uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio ser-
ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portanto, viço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita dificuldade em
depende mais diretamente da empresa e está mais relacionado satisfazer plenamente o cliente.
com as condições sistêmicas. Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contra-
tam profissionais com características básicas para atender o públi-
A postura de atendimento. co, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam
É o tratamento dispensado às pessoas, está mais relacionado um padrão de atendimento e este passa a ser realizado de acordo
com o funcionário em si, com as suas atitudes e o seu modo de agir com as características individuais e o bom senso de cada um.
com os clientes. Portanto, está ligado às condições individuais. A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políticas faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles não
das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de aten- sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é a
dimento e de um perfil básico para o profissional de atendimento, tarefa mais simples da empresa e que menos merece preocupação.
como forma de avançar no próprio negócio. Dessa maneira, estes Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que perpas-
dois itens se tornam complementares e inter-relacionados, com de- sam pela condição individual e por condições sistêmicas.
pendência recíproca para terem peso. Estas condições sistêmicas estão relacionadas a:
1. falta de uma política clara de serviços;
O profissional do atendimento 2. indefinição do conceito de serviços;
Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se 3. falta de um perfil adequado para o profissional de atendi-
necessário falar do Verdadeiro profissional do atendimento. mento;
4. falta de um padrão de atendimento;
Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento: 5. inexistência do follow up;
01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de compre- 6. falta de treinamento e qualificação de pessoal.
ender e atender as necessidades dos clientes, fazer com que ele
seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e proporcioná-lo Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação
um ambiente agradável. Este profissional é voltado completamente de pessoas com características opostas ao necessário para atender
para a interação com o cliente, estando sempre com as suas ante- ao público, como: timidez, avareza, rebeldia...
nas ligadas neste, para perceber constantemente as suas necessida-
des. Para este profissional, não basta apenas conhecer o produto ou Os requisitos para contratação deste profissional
serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse em relação Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisitos
às necessidades dos clientes e atendê-las. são essenciais ao atendente. São eles:
02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessidades - Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para - Gostar de lidar com gente.
entender o lado humano, é necessário que este profissional tenha - Ser extrovertido.
uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar com gente. - Ter humildade.

216
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Cultivar um estado de espírito positivo. Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento ver-
- Satisfazer as necessidades do cliente. bal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um aceno
- Cuidar da aparência. de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente sentir-se acolhido e
certo de estar recebendo toda a atenção necessária para satisfazer
Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento. os seus anseios.

Outros fatores importantes no atendimeto Alguns exemplos são:


1. no hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho de
O olhar limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente olha
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do para ele e diz com um sorriso: “bom dia !“
olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos 2. o caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no momento
mais profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito. do pagamento;
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so- 03. o frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o
mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos o carro entrando no posto e faz uma sudação...
real sentido dos olhos.
A invasão
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de acolhi- Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com INVA-
mento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de von- SÃO DE TERRITÓRIO.
tade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza e Vamos entender melhor isso.
desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissabor Todo ser humano sente necessidade de definir um TERRITÓ-
pelo atendimento. RIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este território
não se configura apenas em um espaço físico demarcado, mas prin-
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho cipalmente num espaço pessoal e social, o que podemos traduzir
nos nossos olhos ? A resposta é simples: como a necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar distância ideal entre si e os outros de acordo com cada situação.
de ajudar o próximo. Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto, privacidade, o que normalmente traz conseqüências negativas.
pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para Podemos exemplificar estas invasões com algumas situações corri-
o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender queiras: uma piada muito picante contada na presença de pessoas
as necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito. estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase se
encostando nele; dar um tapinha nas costas...
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir: Nas situações de atendimento, são bastante comuns as inva-
sões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, causam
01. Interesse quando: mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como atitudes
- brilha; grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos destas atitu-
- tem atenção; des e situações mais comuns:
- vem acompanhado de aceno de cabeça. - insistência para o cliente levar um item ou adquirir um bem;
- seguir o cliente por toda a loja;
02. Desinteresse quando: - o motorista de taxi que não pára de falar com o cliente pas-
- é apático; sageiro;
- é imóvel, rígido; - o garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pratos
- não tem expressão. sem ser solicitado;
- o funcionário que cumprimenta o cliente com dois beijinhos
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O olhar e tapinhas nas costas;
nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com o olhar. - o funcionário que transfere a ligação ou desliga o telefone
sem avisar.
A aproximação - raio de ação. Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profissio-
A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito de nal do atendimento.
RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o público, independente
deste ser cliente ou não. O sorriso
Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 metros O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem uni-
de distância do público e de um tempo imediato, ou seja, pronta- versal.
mente. Imagine que você tem um exame de saúde muito importante
Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcioná- para receber e está apreensivo com o resultado. Você chega à clí-
rio estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para a nica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um sorriso
interação, a tornam mais eficaz. caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro e mais confiante,
diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi in-
terpretado como um ato de apaziguamento.

217
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das 01. tomar um BANHO antes do trabalho diário: além da função
pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes são ava- higiênica, também é revigorante e espanta a preguiça;
liadas mais favoravelmente do que as não sorridentes. 02. cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, cabelos
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de comu- cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas
nicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e geralmente asseadas, barba feita;
informa mais do que a linguagem falada e a escrita. Dessa forma, 03. roupas limpas e conservadas;
podemos passar vários tipos de sentimentos e acarretar as mais di- 04. sapatos limpos;
versas emoções no outro. 05. usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local visível pelo
cliente.
Ir ao encontro do cliente
IR AO ENCONTRO DO CLIENTE é um forte sinal de compromis- Quando estes cuidados básicos não são tomados, o cliente se
so no atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a im- questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da sua aparência
portância dada ao cliente no momento de atendimento, na qual o pessoal, como é que vai cuidar de me prestar um bom serviço ? “
atendente faz tudo o que é possível para atender as suas necessi- A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto importante
dades, pois ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo para criar uma relação de proximidade e confiança entre o cliente
ao encontro do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para e o atendente.
com ele.
Cumprimento caloroso
A primeira impressão O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem fir-
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A PRIMEI- meza ?
RA IMPRESSÃO É A QUE FICA. Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece al-
Você concorda com ela? guém, a sua integridade moral, pela qualidade do seu aperto de
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a empre- mão.
sa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão inicial, O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passividade, baixa
se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar. energia, desinteresse, pouca interação, falta de compromisso com
É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o clien- o contato.
te perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os seus Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que machuca
desejos satisfeitos. a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, causa um mal
Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmen- estar, traduzindo hiperatividade, agressividade, invasão e desres-
te os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos que as peito. O ideal é ter um cumprimento firme, que prenda toda a mão,
empresas adotam são os contatos via telemarketing, mala-direta, mas que a deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demons-
visitas, mas nem sempre são eficazes. tra interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e
A maioria das empresas não têm noção da quantidade de clien- compromisso com o contato.
tes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam meca- É importante lembrar que o cumprimento deve estar associado
nismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito abertos,
clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para re- totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal.
forçar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho.
Quando as organizações atentam para essa importância, elas NÃO SE ESQUEÇA: APESAR DE HAVER UMA FORMA ADEQUADA
passam a aplicar instrumentos de medição. DE CUMPRIMENTAR, ESTA JAMAIS DEVERÁ SER MECÂNICA E AU-
Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a realida- TOMÁTICA.
de, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subjetivas ou pedem
a opinião aberta sobre o assunto. Tom de voz
Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não colher as A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda de
informações reais. intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as pala-
A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos e da- vras, são mais importantes do que as próprias palavras.
dos, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e o produto Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje do
adquiridos da empresa. conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na próxi-
ma semana “. De acordo com a maneira que dizemos e de acordo
Apresentação pessoal com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações diferentes
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente quando o do cliente.
atendemos com as unhas sujas, os cabelos despenteados, as roupas Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpando
mal cuidadas... ? pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando com
O atendente está na linha de frente e é responsável pelo conta- calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a reação
to, além de representar a empresa neste momento. Para transmitir do cliente será de compreensão.
confiabilidade, segurança, bons serviços e cuidado, se faz necessá- Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica,
rio, também, ter uma boa apresentação pessoal. estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter
um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando...
Alguns cuidados são essenciais para tornar este item mais com- As palavras são símbolos com significados próprios. A forma
pleto. São eles: como elas são utilizadas também traz o seu significado e com isso,
cada palavra tem a sua vibração especial.

218
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Saber escutar tante comum em situações de atendimento, pois ele reflete o nível
Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR ? Se de satisfação, ou não, do cliente em relação ao atendente. Com este
você respondeu que não, você errou. efeito, as atitudes batem e voltam, ou seja, se você atende bem,
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro o cliente se sente bem e trata o atendente com respeito. Se este
sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo atende mal, o cliente reage de forma negativa e hostil. O cliente não
da comunicação. está na esteira da linha de produção, merecendo ser tratado com
diferenciação e apreço.
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nossa Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, que
capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de vida, que é
cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das bar- SERVIR AO PRÓXIMO.
reiras que atrapalham e empobrecem o processo de comunicação. Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, re-
São elas: tratam bem a falta de calor do atendente. Com estas atitudes, o
* os nossos PRECONCEITOS; atendente parece estar pedindo ao cliente que este se afaste, vá
* as DISTRAÇÕES; embora, desapareça da sua frente, pois ele não é bem vindo. Assim,
* os JULGAMENTOS PRÉVIOS; o atendente esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente
* as ANTIPATIAS. FELIZ.

Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, precisamos As gafes no atendimento


compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do outro, Depois de conhecermos a postura correta de atendimento,
fazendo uma leitura completa da situação. também é importante sabermos quais são as formas erradas, para
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de recep- jamais praticá-las. Quem as pratica, com certeza não é um verdadei-
tividade e simpatia, afinal, nós temos DOIS OUVIDOS E UMA BOCA, ro profissional de atendimento. Podemos dividi-las em duas partes,
O QUE NOS SUGERE QUE É PRECISO ESCUTAR MAIS DO QUE FALAR. que são:
Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o, fa-
lando mais que ele, dividindo a atenção com outras situações - tira- Postura Inadequada
mos dele, a oportunidade de expressar os seus verdadeiros anseios A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura física
e necessidades e corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos ao mais sutil comentário negativo sobre a empresa na presença do
conseguir atendê-las. cliente.
A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que vamos Em relação à postura física, podemos destacar como inadequa-
conhecer mais na frente ). Ela, nos permite escutar de fato, os sen- do, o atendente:
timentos por trás do que está sendo dito, mas, para isso, é preciso * se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no seu
que o atendente esteja sintonizado emocionalmente com o cliente. birô por não estar com o cliente (esta atitude impede que ele inte-
Esta sintonia se dá através do despojamento das barreiras que já raja no raio de ação);
falamos antes. * mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento;
* cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas só
Agilidade devem ser feitas no banheiro);
Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder a qua- * comer na frente do cliente (comum nas empresas que ofere-
lidade do serviço prestado. cem lanches ou têm cantina);
A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia de res- * gritar para pedir alguma coisa;
peito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessidade do cliente * se coçar na frente do cliente;
em relação à utilização adequada do seu tempo. * bocejar (revela falta de interesse no atendimento).
Quando há agilidade, podemos destacar:
- o atendimento personalizado; Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:
- a atenção ao assunto; * se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona, por
- o saber escutar o cliente; exemplo;
- cuidar das solicitações e acompanhar o cliente durante todo o * receber presentes do cliente em troca de um bom serviço;
seu percurso na empresa. * fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou serviços
na frente do cliente;
O calor no atendimento * desmerecer ou criticar o fabricante do produto que vende, o
O atendimento caloroso evita dissabores e situações constran- parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem para o cliente;
gedoras, além de ser a comunhão de todos os pontos estudados * falar mau das pessoas na sua ausência e na presença do clien-
sobre postura. te;
O atendente escolhe a condição de atender o cliente e para * usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais;
isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se sentir impor- * reclamar na frente do cliente;
tante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente busca ser * lamentar;
reconhecido e, transmitindo calorosidade nas atitudes, o atendente * colocar problemas salariais;
satisfaz as necessidades do cliente de estima e consideração. * “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.
Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente a
sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de retornar ao LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS OUTROS E
atendente como um bumerangue. O EFEITO BUMERANGUE é bas- NÃO SE SERVIR DOS OUTROS.

219
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Usar chavões
O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como forma de fugir à sua responsabilidade no atendimento ao cliente. Citamos aqui,
os mais comuns:

PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO A ESTE ATENDENTE ?


* o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER ...
* o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA FAZ PELO SENHOR...
* o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS...
* AÍ VEM ELE DE NOVO...
Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a liberação do lado bom da pessoa que atende o cliente.

Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo vicioso na postura inadequada, pois, o atendente usa os chavões (pensa
dessa forma em relação ao cliente e a situação de atendimento ), o cliente se aborrece e descarrega no atendente, ou simplesmente não
volta mais.
Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança radical no pensamento e postura do atendente.

Impressões finais do cliente


Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e, consequentemente,
sobre a empresa.
Duas são as formas de impressões finais mais comuns do cliente:
1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto (pessoal) e/ou telefônico com o atendente;
2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos conhecê-las com mais detalhes.

Momentos da verdade
Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer episódio no qual o cliente entra em contato com qualquer aspecto da orga-
nização e obtem uma impressão da qualidade do seu serviço.
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado. Este é o mo-
mento que separa o grande profissional dos demais.

220
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da verdade, considerando-o único e fundamental para definir a satisfação
do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO ATENDIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que é composto de elementos
básicos do processo de interação, que são:

221
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a ) A pessoa 03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a impressão de


A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente. En- educação e respeito. São INCORRETAS as atitudes de transferir a li-
tão, podemos entender que a pessoa mais importante é o cliente gação antes do cliente concluir o que iniciou a falar; passar a ligação
que está na frente e precisa de atenção. para a pessoa ou ramal errado ( mostrando com isso que não ouviu
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamen- o que ele disse ); desligar sem cumprimento ou saudação; dividir a
te com o cliente, tentando atender a todas as suas necessidades. atenção com outras conversas; deixar o telefone tocar muitas vezes
Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e, sem atender; dar risadas no telefone.
portanto, a pessoa fundamental neste momento é o cliente.
Aspectos psicológicos do atendente
b ) A hora Nós falamos sobre a importância da postura de atendimento.
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente, Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos do atendimento.
pois somente nele podemos atuar. Vamos a eles.
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o fu-
turo não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente como Empatia
fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e ago- O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, que sig-
ra são os únicos momentos nos quais podemos interagir e precisa- nifica entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a capacidade de
mos fazer isto da melhor forma. nos colocarmos no lugar do outro, procurando sempre entender
as suas necessidades, os seus anseios, os seus sentimentos. Dessa
c ) A tarefa forma, é uma aptidão pessoal fundamental na relação atendente -
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais importante cliente. Para conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar
diante desta pessoa mais importante para nós, na hora mais impor- dos nossos preconceitos e preferências, evitando julgar o outro a
tante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ, atendendo partir de nossas referências e valores.
as suas necessidades. A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa estar-
Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Ver- mos abertos para conhecermos as nossas emoções. Quanto mais
dade e, para que estes sejam plenos, é necessário que os funcioná- isto acontece, mais hábeis seremos na leitura dos sentimentos dos
rios de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham outros. Quando não temos certeza dos nossos próprios sentimen-
poder de decisão. É necessário que os chefes concedam autonomia tos, dificilmente conseguimos ver os dos outros.
aos seus subordinados para atuarem com precisão nos Momentos E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, está na
da Verdade. capacidade de interpretar os canais não-verbais de comunicação do
outro, que são: os gestos, o tom de voz, as expressões faciais...
Teleimagem Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está ligada ao
Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM da envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer uma
empresa e dele mesmo. atitude muito sublime que se chama HUMILDADE. Sem ela é im-
TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma na sua possível ser empático.
mente ( imagem mental ) sobre quem o está atendendo e , con- Quando não somos humildes, vemos as pessoas de maneira
sequentemente, sobre a empresa ( que é representada por este deturpada, pois olhamos através dos óculos do orgulho e do egoís-
atendente). mo, com os quais enxergamos apenas o nosso pequenino mundo.
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente enca- O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a humanida-
minhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a empresa é de, impedindo-a de ser feliz.
comprometida com o cliente. No entanto, se a imagem é negativa, Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho , crian-
vemos normalmente o cliente fugindo da empresa. Como no aten- do uma couraça ao nosso redor para nos proteger. Com eles, nós
dimento telefônico, o único meio de interação com o cliente, é atra- achamos que somos tudo o que importa e esquecemos de olhar
vés da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se necessário para o outro e perguntar como ele está, do que ele precisa, em que
usá-la de forma adequada para satisfazer as exigências do cliente. podemos ajudar.
Dessa forma, classificamos 03 itens básicos ligados a palavra e as Esquecemos de perceber principalmente os seus sentimentos
atitudes, como fundamentais na formação da TELEIMAGEM. e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos tornamos vaidosos
e passamos a ver os outros de acordo com o que estes óculos regis-
São eles: tram: os nossos preconceitos, nossos valores, nossos sentimentos...
01. O TOM DE VOZ: é através dele que transmitimos interesse Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não sabe-
e atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e distante, passamos mos repartir, não sabemos doar.
ao cliente, a idéia de desatenção e desinteresse. Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma decidida e lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os
atenciosamente, satisfazemos as necessidades do cliente de sentir- nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem har-
-se assistido, valorizado, respeitado, importante. monização com o outro e passam por cima de tudo.
OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABALHAR COM
02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas o atenden- O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE DE SE COLOCAR NO
te passa a idéia de respeito pelo cliente. Aqui fica expressamente LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS SEUS SENTIMENTOS E NECES-
PROIBIDO o uso de termos como: amor, bem, benzinho, chuchu, SIDADES.
mulherzinha, queridinha, colega ...

222
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois * Atitudes de rejeição.


as raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir, podemos É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade,
lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe: “Só para que o atendente consiga manter uma atitude positiva com os
se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos“. Isto é clientes e as situações.
empatia.
O envolvimento
Percepção A demonstração de interesse, prestando atenção ao cliente e
Percepção é a capacidade que temos de compreender e cap- voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o caminho para o
tar as situações, o que exige sintonia e é fundamental no processo verdadeiro sentido de atender.
de atendimento ao público. Para percebermos melhor, precisamos Na área de serviços, o produto é o próprio serviço prestado,
passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando assim, mais que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com o cliente. Um ser-
próximos do outro. Mas, como é isso ? Vamos ficar vazios ? É isso viço é, então, um resultado psicológico e pessoal que depende de
mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos preconceitos, das nossas an- fatores relacionados com a interação com o outro. Quando o aten-
tipatias, dos nossos medos, dos nossos bloqueios, vamos observar dente tem um envolvimento baixo com o cliente, este percebe com
as situações na sua totalidade, para entendermos melhor o que o clareza a sua falta de compromisso. As preocupações excessivas, o
cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo real: certa vez, em trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a falta de liderança,
uma loja de carros, entra um senhor de aproximadamente 65 anos, o nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma intera-
usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça amarrada na ção fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimento não permite
cintura por um barbante. Ele entrou na sala do gerente, que imedia- captar a essência dos desejos do cliente, o que se traduz em insatis-
tamente se levantou pedindo para ele se retirar, pois não era permi- fação. Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por parte
tido “pedir esmolas ali “. O senhor com muita paciência, retirou de do atendente. Quando este divide a atenção no atendimento entre
um saco plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse: “eu o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente sente-se desres-
quero comprar aquele carro ali”. peitado, diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a empresa
Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramente o é de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre.
que podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as situações. Esta ação traz consequências negativas como: impossibilidade
Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo é muito de escutar o cliente, falta de empatia, desrespeito com o seu tem-
mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e não é harmôni- po, pouca agilidade, baixo compromisso com o atendimento.
co e com ele percebemos a essência dos fatos e situações. Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura ade-
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com a quada para o atendimento ao público, obrigando o atendente a di-
PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção, na qual vidir o seu trabalho entre atendimento pessoal e telefônico, quando
vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos interessa. Esta normalmente há um fluxo grande de ambos no setor. Neste caso, o
seleção age como um filtro, que deixa passar apenas o que convém. ideal seria separar os dois tipos de atendimento, evitando proble-
Esta filtragem está diretamente relacionada com a nossa condição mas desta espécie.
física-psíquicaemocional. Como é isso ? Vamos entender: Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
a)Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, a * atender pessoalmente e interromper com o telefone
sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu posso * atender o telefone e interromper com o contato direto
percebê-lo como um braço com uma faca para me apunhalar; * sair para tomar café ou lanchar
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um cheiro * conversar com o colega do lado sobre o final de semana, fé-
agradável de comida; rias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao cliente
c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte mais
amena da repreensão e reprimir a mais severa. Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um exibi-
Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo cionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho. O cliente
de defesa. deve ser poupado dele.

O estado interior Atendimento e qualidade


O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a condi- A globalização, os desafios do desenvolvimento tecnológico e
ção interna, o estado de espírito diante das situações. cultural e a competição entre as organizações trazem como con-
A atitude de quem atende o público está diretamente relacio- sequência o interesse pela qualidade de seus produtos e serviços.
nada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém um Esse interesse não se restringe às empresas privadas e se es-
equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas, as suas tende, também, ao setor público.
atitudes serão mais positivas frente ao cliente. Assim, vemos que
Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos e ₋ Os empresários buscam aperfeiçoar o desempenho em suas
sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, dão suporte as ati- áreas de atuação (produtos ou serviços) e o relacionamento com os
tudes frente ao cliente. seus clientes.
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos ne- ₋ O setor público enfrenta os desafios de melhorar (1) a quali-
gativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as atitudes dade de seus serviços, (3) aumentar a satisfação dos usuários e (2)
advindas deste estado, sofrerão as suas influências e serão: instituir um atendimento de excelência ao público.
* Atitudes preconceituosas;
* Atitudes de exclusão e repulsa;
* Atitudes de fechamento;

223
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os clientes e usuários das organizações públicas e privadas Princípios para o bom atendimento na gestão da qualidade
também se mostram mais exigentes na escolha de serviços e pro- 1. Foco no Cliente. Nas empresas privadas, a importância dada
dutos de melhor qualidade. Assim, a relação com estes clientes e a esse princípio se deve principalmente ao fato de que o sucesso
usuários passa ser um novo foco de preocupação e demanda esfor- da venda (lucro financeiro) depende da satisfação do cliente com a
ços para sua melhoria. qualidade do produto e também com o tratamento recebido e com
o resultado da própria negociação.
Qualidade No setor público, este princípio se relaciona sobretudo aos con-
O conceito de qualidade é amplo e suscita várias interpreta- ceitos de cidadania, participação, transparência e controle social.
ções. As mais expressivas se referem, por um lado, à definição de Para cumprir este princípio é necessário ter atenção com dois
qualidade como busca da satisfação do cliente, e, por outro, à busca aspectos:
da excelência para todas as atividades de um processo. ₋ verificar se o que é estabelecido como qualidade atende a
Na mesma vertente, a qualidade é também considerada como todos os usuários, inclusive aos mais exigentes;
fator de transformação no modo como a organização se relaciona ₋ fazer bem feito o serviço e, depois, checar os passos necessá-
com seus clientes, agregando valor aos serviços a ele destinados. rios para a sua execução.
Em face dessa diversidade de significados, cabe às organiza- Deve se lembrar que tais atitudes levam em conta tanto o
ções identificar os atributos ou indicadores de qualidade dos seus atendimento do usuário quanto as atividades e rotinas que envol-
produtos e serviços do ponto de vista dos seus usuários. Entre es- vem o serviço.
tes, podem ser destacados a eficiência, a eficácia, a ética profissio-
nal, a agilidade no atendimento, entre outros. 2. O serviço ou produto deve atender a uma real necessidade
do usuário. Este princípio se relaciona à dimensão da validade, isto
No Brasil, a questão da qualidade na área pública vem sendo é, o serviço ou produto deve ser exatamente como o usuário espe-
abordada pelo Programa de Qualidade no Serviço Público que tem ra, deseja ou necessita que ele seja.
por objetivos elevar o padrão dos serviços prestados e tornar o 3. Manutenção da qualidade . O padrão de qualidade mantido
cidadão mais exigente em relação a esses serviços. Para tanto, o ao longo do tempo é que leva à conquista da confiabilidade.
Programa visa a transformação das organizações e entidades públi-
cas no sentido de valorizar a qualidade na prestação de serviços ao A atuação com base nesses princípios deve ser orientada
público, retirando o foco dos processos burocráticos. por algumas ações que imprimem qualidade ao atendimento, tais
O programa estabelece que o cidadão como principal foco de como:
atenção de qualquer órgão público federal. Define padrões de qua- ₋ identificar as necessidades dos usuários;
lidade do atendimento e prevê a avaliação de satisfação do usuário ₋ cuidar da comunicação (verbal e escrita);
por todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal ₋ evitar informações conflitantes;
direta, indireta e fundacional que atendem diretamente ao cidadão. ₋ atenuar a burocracia;
Nesse sentido considera-se que o serviço público deve ter as ₋ cumprir prazos e horários;
seguintes características: ₋ desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade;
₋ Adequado: realizado na forma prevista em lei devendo aten- ₋ divulgar os diferenciais da organização;
der ao interesse público; ₋ imprimir qualidade à relação atendente/usuário;
₋ Eficiente: alcança o melhor resultado com menor consumo ₋ fazer uso da empatia;
de recursos; ₋ analisar as reclamações;
₋ Seguro: não coloca em risco a vida, a saúde, a segurança, o ₋ acatar as boas sugestões.
patrimônio ou os direitos materiais e imateriais do cidadão-usuário;
₋ Contínuo: oferecido sem risco de interrupção, sendo obriga- Essas ações estão relacionadas a indicadores que podem ser
tório o planejamento e a adoção de medidas de prevenção para percebidos e avaliados de forma positiva pelos usuários, entre eles:
evitar a descontinuidade. competência, presteza, cortesia, paciência, respeito.
Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciência, des-
respeito, imposição de normas ou exibição de poder tornam o aten-
dente intolerável, na percepção dos usuários.
Usuários/ Clientes No conjunto dessas ações deve ainda ser ressaltada a empatia
Existem dois tipos de usuários ou clientes de uma organização: como um fator crucial para a excelência no atendimento ao públi-
• externos - recebem serviços ou produtos na sua versão final. co. A utilização adequada dessa ferramenta no momento em que
• internos –fazem parte da organização, de seus setores, gru- as pessoas estão interagindo é fundamental. No bom atendimento
pos e atividades. é importante a utilização de frases como “Bom-dia”, “Boa-tarde”,
“Sente-se por favor”, ou “Aguarde um instante, por favor”, que, di-
Para identificar esses tipos de usuários, as pessoas da organiza- tas com suavidade e cordialidade, podem levar o usuário a perceber
ção devem responder o seguinte: o tratamento diferenciado que algumas organizações já conseguem
₋ Com que pessoas mantenho contato enquanto trabalho? oferecer ao seu público-alvo.
₋ Quem recebe o resultado do meu trabalho?
₋ Qual o nível de satisfação das pessoas que dependem do re-
sultado dos serviços executados por mim?

224
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do fluxo de caixa desenvolver e implementar medidas e projetos


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: OBJETIVO, com vistas ao crescimento e fluxos de caixa adequados para se ob-
FUNÇÕES E ESTRUTURA; FINANÇAS; PATRIMÔNIO; ter retorno financeiro tal como oportunidade de aumento dos in-
LIQUIDEZ E RENTABILIDADE vestimentos para o alcance das metas da empresa.

— Indicadores de desempenho, Tipo e Variáveis • Tomada de decisões de investimento


A administração financeira pode ser dividida em áreas de atua- Consiste na decisão da aplicação dos recursos financeiros em
ção, que podem ser entendidas como tipos de meios de transações ativos correntes (circulantes) e não correntes (ativo realizável a lon-
ou negócios financeiros: go prazo e permanente), o administrador financeiro estuda a situa-
ção na busca de níveis desejáveis de ativos circulantes , também é
Finanças Corporativas ele quem determina quais ativos permanentes devem ser adqui-
Abrangem na maioria, relações com cooperações (sociedades ridos e quando os mesmos devem ser substituídos ou liquidados,
anônimas). As finanças corporativas abrangem todas as decisões da busca sempre o equilíbrio e níveis otimizados entre os ativos cor-
empresa que tenham implicações financeiras, não importando que rentes e não-correntes, observa e decide quando investir, como e o
área funcional reivindique responsabilidade sobre ela. custo, se valerá a pena adquirir um bem ou direito, e sempre evita
desperdícios e gastos desnecessários ou de riscos irremediável, e
Investimentos até mesmo a imobilização dos recursos correntes, com altíssimos
São recursos depositados de forma temporária ou permanente gastos com imóveis e bens que trarão pouco retorno positivo e mui-
em certo negócio ou atividade da empresa, em que se deve levar ta depreciação no seu valor, que impossibilitam o funcionamento
em conta os riscos e retornos potenciais ligados ao investimento do fenômeno imprescindível para a empresa, o ‘capital de giro’.
em um ativo financeiro, o que leva a formar, determinar ou definir o Como critérios de decisão de investimentos entre projetos mu-
preço ou valor agregado de um ativo financeiro, tal como a melhor tuamente exclusivos, pode haver conflito entre o VAL (Valor Atual
composição para os tipos de ativos financeiros. Líquido) e a TIR (Taxa Interna de Rendibilidade). Estes conflitos de-
Os ativos financeiros são classificados no Balanço Patrimo- vem ser resolvidos usando o critério do VAL.
nial em investimentos temporários e em ativo permanente (ou imo-
bilizado), este último, deve ser investido com sabedoria e estratégia • Tomada de decisões de financiamentos
haja vista que o que traz mais resultados é se trabalhar com recur- Diz respeito à captação de recursos diversos para o financia-
sos circulantes por causa do alto índice de liquidez apresentado. mento dos ativos correntes e não correntes, no que tange a todas
as atividades e operações da empresa; operações estas que neces-
Instituições financeiras sitam de capital ou de qualquer outro tipo de recurso necessário
São empresas intimamente ligadas às finanças, onde analisam para a execução de metas ou planos da empresa. Leva-se sempre
os diversos negócios disponíveis no mercado de capitais — poden- em conta a combinação dos financiamentos a curto e longo prazo
do ser aplicações, investimentos ou empréstimos, entre outros — com a estrutura de capital, ou seja, não se tomará emprestado mais
determinando qual apresentará uma posição financeira suficiente à do que a empresa é capaz de pagar e de se responsabilizar, seja a
atingir determinados objetivos financeiros, analisados por meio da curto ou a longo prazo. O administrador financeiro pesquisa fontes
avaliação dos riscos e benefícios do empreendimento, certificando- de financiamento confiáveis e viáveis, com ênfase no equilíbrio en-
-se sua viabilidade. tre juros, benefícios e formas de pagamento. É bem verdade que
muitas dessas decisões são feitas ante a necessidade (e até ao certo
Finanças Internacionais ponto, ante ao desespero), mas independentemente da situação de
Como o próprio nome supõe, são transações diversas podendo emergência é necessária uma análise e estudo profundo e minu-
envolver cooperativas, investimentos ou instituições, mas que se- cioso dos prós e contras, a fim de se ter segurança e respaldo para
rão feitas no exterior, sendo preciso um analista financeiro interna- decisões como estas.
cional que conheça e compreenda este ramo de mercado.
— Planejamento financeiro de curto e longo prazo
— Princípios gerais de alavancagem operacional e financeira A administração financeira de uma empresa pode ser realiza-
Todas as atividades empresariais envolvem recursos e, por- da por pessoas ou grupos de pessoas que podem ser denominadas
tanto, devem ser conduzidas para a obtenção de lucro. As ativida- como: vice-presidente de finanças (conhecido como Chief Financial
des do porte financeiro têm como base de estudo e análise dados Officer – CFO), controller e gerente financeiro, sendo também de-
retirados do Balanço Patrimonial, mas principalmente do fluxo de nominado simplesmente como administrador financeiro.
caixa da empresa já que daí, é que se percebe a quantia real de
seu disponível circulante para financiamentos e novas atividades. Sendo que, independentemente da classificação, tem-se os
As funções típicas do administrador financeiro são: mesmos objetivos e características, obedecendo aos níveis hierár-
quicos, coordenando o diretor financeiro e este coordena a contabi-
• Análise, planejamento e controle financeiro lidade, a tesouraria com relação ao diretor financeiro encontram-se
Baseia-se em coordenar as atividades e avaliar a condição fi- a níveis hierárquicos iguais, onde existem distinções entre as fun-
nanceira da empresa, por meio de relatórios financeiros elaborados ções definidas pelo organograma da empresa.
a partir dos dados contábeis de resultado, analisar a capacidade de
produção, tomar decisões estratégicas com relação ao rumo total Contudo, é necessário deixar bem claro que, cada empresa
da empresa, buscar sempre alavancar suas operações, verificar não possui e apresenta um especifico organograma e divisões deste se-
somente as contas de resultado por competência, mas a situação tor, dependendo bastante de seu tamanho. Em empresas peque-

225
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nas, o funcionamento, controle e análise das finanças, são feitas


somente no departamento contábil — até mesmo, por questão de MANUTENÇÃO, PLANEJAMENTO, CONTROLE E
encurtar custos e evitar exageros de departamentos, pelo fato de MOVIMENTAÇÃO DE ESTOQUES DE MERCADORIAS
seu pequeno porte, não existindo necessidade de se dividir um se- E (OU) MATERIAIS; INVENTÁRIO (DE MATERIAIS E
tor que está inter-relacionado e, que dependendo da capacitação FÍSICO); ARMAZENAMENTO E MOVIMENTAÇÃO DE
do responsável desse setor, poderá muito bem arcar com as duas MERCADORIAS E (OU) MATERIAIS
funções: de tesouraria e controladoria. Porém, à medida que a em-
presa cresce, o funcionamento e gerenciamento das finanças evo- ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
luem e se desenvolvem para um departamento separado, conec- Recurso – Conceito = É aquele que gera, potencialmente ou de
tado diretamente ao diretor-financeiro, associado à parte contábil forma efetiva, riqueza.
da empresa, já que esta possibilita as informações para a análise e
tomada de decisão. Administração de Recursos - Conceitos - Atividade que plane-
ja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas,
No caso de uma empresa de grande porte, é imprescindível o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos e com-
esta divisão, para não ocorrer confusão e sobrecarga. Deste modo, prar até a entrega do produto terminado para o cliente.
a tesouraria (ou gerência financeira) cuida da parte específica das É um sistema integrado com a finalidade de prover à adminis-
finanças em espécie, da administração do caixa, do planejamento tração, de forma contínua, recursos, equipamentos e informações
financeiro, da captação de recursos, da tomada de decisão de de- essenciais para a execução de todas as atividades da Organização.
sembolso e despesas de capital, assim como o gerenciamento de
crédito e fundo de pensão. Já a controladoria (ou contabilidade) é Evolução da Administração de Recursos Materiais e Patrimo-
responsável com a contabilidade de finanças e custos, assim como, niais
do gerenciamento de impostos — ou seja, cuida do controle contá- A evolução da Administração de Materiais processou-se em
bil do patrimônio total da empresa. várias fases:
- A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da empre-
— Conceitos básicos de análise de balanços e demonstrações sa, pois comprar era a essência do negócio;
financeiras - Atividades de compras como apoio às atividades produtivas
Todo administrador da área de finanças deve levar em conta, os se, portanto, integradas à área de produção;
objetivos dos acionistas e donos da empresa, para daí sim, alcançar - Condenação dos serviços envolvendo materiais, começando
seus próprios objetivos. Pois conduzindo bem o negócio — cuidan- com o planejamento das matérias-primas e a entrega de produtos
do eficazmente da parte financeira — consequentemente ocasiona- acabados, em uma organização independente da área produtiva;
rá o desenvolvimento e prosperidade da empresa, de seus proprie- - Agregação à área logística das atividades de suporte à área
tários, sócios, colaboradores internos e externos — stakeholders de marketing.
(grupos de pessoas participantes internas ou externas do negócio
da empresa, direta ou indiretamente) — e, logicamente, de si pró- Com a mecanização, racionalização e automação, o excedente
prio (no que tange ao retorno financeiro, mas principalmente a sua de produção se torna cada vez menos necessário, e nesse caso a
realização como profissional e pessoal). Administração de Materiais é uma ferramenta fundamental para
Podemos verificar que existem diversos objetivos e metas a se- manter o equilíbrio dos estoques, para que não falte a matéria-pri-
rem alcançadas nesta área, dependendo da situação e necessidade, ma, porém não haja excedentes.
e de que ponto de vista e posição serão escolhidos estes objetivos. Essa evolução da Administração de Materiais ao longo dessas
Mas, no geral, a administração financeira serve para manusear da fases produtivas baseou-se principalmente, pela necessidade de
melhor forma possível os recursos financeiros e tem como objetivo produzir mais, com custos mais baixos. Atualmente a Administra-
otimizar o máximo que se puder o valor agregado dos produtos e ção de Materiais tem como função principal o controle de produ-
serviços da empresa, a fim de se ter uma posição competitiva dian- ção e estoque, como também a distribuição dos mesmos.
te de um mercado repleto de concorrência, proporcionando, deste
modo, o retorno positivo a tudo o que foi investido para a realização As Três Fases da Administração de Recursos Materiais e Pa-
das atividades da mesma, estabelecendo crescimento financeiro e trimoniais
satisfação aos investidores. Existem muitas empresas que, mesmo 1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência.
fora do contexto operacional, alocam as suas poupanças em inves- 2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em prejudicar ou-
timentos financeiros, com o objetivo de maximizarem os lucros das tras áreas da Organização. Busca pela eficácia.
mesmas. 3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par atender
Subdivisões da administração financeira: bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efetividade.
• Valor e orçamento de capital;
• Análise de retorno e risco financeiro; Visão Operacional e Visão Estratégica
• Análise da estrutura de capital financeira; Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada a ativida-
• Análise de financiamentos de longo prazo ou curto prazo; des específicas. Melhorar algo que já existe.
• Administração de caixa ou caixa financeira. Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as coisas de
um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a alta performance
de maneira sistêmica. Ou seja, envolvendo toda a organização de
maneira interrelacional.

226
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do au- Condições de pagamento


tor era, conforme sua época, garantir a melhoria quantitativa das Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha
ações dos empregados. Aqueles que mantêm uma padronização de maior flexibilidade na transformação ou venda do produto.
são recompensados pela Organização. Na moderna interpretação
da Fábula a autora passa a idéia de que precisamos além de traba- Diferença Básica entre Administração de Materiais e Adminis-
lhar investir no nosso talento de maneira diferencial. Assim, pode- tração Patrimonial
remos não só garantir a sustentabilidade da Organização para os A diferença básica entre Administração de Materiais e Admi-
diversos invernos como, também, fazê-los em Paris. nistração Patrimonial é que a primeira se tem por produto final a
Historicamente, a administração de recursos materiais e patri- distribuição ao consumidor externo e a área patrimonial é respon-
moniais tem seu foco na eficiência de processos – visão operacio- sável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto final é a
nal. Hoje em dia, a administração de materiais passa a ser chamada conservação e manutenção de bens.
de área de logística dentro das Organizações devido à ênfase na A Administração de Materiais é, portanto um conjunto de
melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entre produtores atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma cen-
e consumidores, de forma a obter o melhor nível de rentabilidade tralizada ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os
para a organização e maior satisfação dos clientes. materiais necessários ao desempenho normal das respectivas atri-
A Administração de Materiais possui hoje uma Visão Estraté- buições. Tais atividades abrangem desde o circuito de reaprovisio-
gica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INOVAÇÃO e não namento, inclusive compras, o recebimento, a armazenagem dos
baseado na melhor no que já existe. A partir da visão estratégica a materiais, o fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes,
Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais passa ser co- até as operações gerais de controle de estoques etc.
nhecida por LOGISTICA. A Administração de Materiais destina-se a dotar a adminis-
Sendo assim: tração dos meios necessários ao suprimento de materiais impres-
cindíveis ao funcionamento da organização, no tempo oportuno,
VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor
custo.
EFICIENCIA EFETIVIDADE
ESPECIFICA SISTEMICA A oportunidade, no momento certo para o suprimento de
materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do
QUANTITATIVA E momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima
QUANTITATIVA
QUALTAITIVA das necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a pro-
MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO vidência do suprimento após esse momento poderá levar a falta do
material necessário ao atendimento de determinada necessidade
QUANTO QUANDO
da administração.
São tarefas da Administração de Materiais:
Princípios da Administração de Recursos Materiais e Patrimo- - Controle da produção;
niais - Controle de estoque;
- Qualidade do material; - Compras;
- Quantidade necessária; - Recepção;
- Prazo de entrega - Inspeção das entradas;
- Preço; - Armazenamento;
- Condições de pagamento. - Movimentação;
- Inspeção de saída
Qualidade do Material - Distribuição.
O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua
aceitação dentro e fora da empresa (mercado). Sem o estoque de certas quantidades de materiais que aten-
dam regularmente às necessidades dos vários setores da organiza-
Quantidade ção, não se pode garantir um bom funcionamento e um padrão de
Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades atendimento desejável. Estes materiais, necessários à manutenção,
da produção e estoque, evitando a falta de material para o abaste- aos serviços administrativos e à produção de bens e serviços, for-
cimento geral da empresa bem como o excesso em estoque. mam grupos ou classes que comumente constituem a classificação
de materiais. Estes grupos recebem denominação de acordo com o
Prazo de Entrega serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à nature-
Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor atendi- za dos materiais que neles são relacionados (tintas, ferragens, etc.),
mento aos consumidores e evitar falta do material. ou do tipo de demanda, estocagem, etc.
Menor Preço Classificação de Materiais
O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em posi- Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma,
ção da concorrência no mercado, proporcionando à empresa um dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar confu-
lucro maior. são, ou seja, um produto não poderá ser classificado de modo que
seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. A classifica-
ção, ainda, deve ser feita de maneira que cada gênero de material

227
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos químicos pode- mações necessárias, suficientes e desejadas por meios de números
rão estragar produtos alimentícios se estiverem próximos entre si. e/ou letras. Os sistemas de codificação mais comumente usados
Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo segun- são: o alfabético (procurando aprimorar o sistema de codificação,
do critérios adotados, agrupando-o de acordo com a semelhança, passou-se a adotar de uma ou mais letras o código numérico), al-
sem, contudo, causar confusão ou dispersão no espaço e alteração fanumérico e numérico, também chamado “decimal”. A escolha do
na qualidade. sistema utilizado deve estar voltada para obtenção de uma codifi-
O objetivo da classificação de materiais é definir uma catalo- cação clara e precisa, que não gere confusão e evite interpretações
gação, simplificação, especificação, normalização, padronização duvidosas a respeito do material. Este processo ficou conhecido
e codificação de todos os materiais componentes do estoque da como “código alfabético”. Entre as inúmeras vantagens da codifi-
empresa. cação está a de afastar todos os elementos de confusão que por-
O sistema de classificação é primordial para qualquer Departa- ventura se apresentarem na pronta identificação de um material.
mento de Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle O sistema classificatório permite identificar e decidir priorida-
eficiente dos estoques, armazenagem adequada e funcionamento des referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de
correto do almoxarifado. estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da
empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos mate-
O princípio da classificação de materiais está relacionado à: riais.
Para Viana um bom método de classificação deve ter algumas
Catalogação características: ser abrangente, flexível e prático.
A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação - Abrangência: deve tratar de um conjunto de características,
de materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um con- em vez de reunir apenas materiais para serem classificados;
junto de dados relativos aos itens identificados, codificados e ca- - Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos
dastrados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas de classificação de modo que se obtenha ampla visão do gerencia-
da empresa. mento do estoque;
Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande diversi- - Praticidade: a classificação deve ser simples e direta.
dade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no caso
de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha-se Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária
a simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao simpli- uma divisão que norteie os vários tipos de classificação.
ficarmos um material, favorecemos sua normalização, reduzimos Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de
as despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cadernos materiais.
com capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para Para o autor Viana os principais tipos de classificação são:
que haja a normalização. - Por tipo de demanda
Ao requisitar uma quantidade desse material, o usuário irá for- - Materiais críticos
necer todos os dados (tipo de capa, número de folhas e formato), o - Pericibilidade
que facilitará sobremaneira não somente sua aquisição, como tam- - Quanto à periculosidade
bém o desempenho daqueles que se servem do material, pois a não - Possibilidade de fazer ou comprar
simplificação (padronização) pode confundir o usuário do material, - Tipos de estocagem
se este um dia apresentar uma forma e outro dia outra forma de - Dificuldade de aquisição
maneira totalmente diferente. - Mercado fornecedor.

Especificação - Por tipo de demanda: A classificação por tipo de demanda se


Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. Mate-
material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor riais não de estoque: são materiais de demanda imprevisível para
entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento. Esses
material a ser requisitado. materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência de
regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais
Normalização somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em
A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utili- que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição
zados os materiais em suas diversas finalidades e da padronização quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se
e identificação do material, de modo que o usuário possa requisitar forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no
e o estoquista possa atender os itens utilizando a mesma termino- estoque. A outra divisão são os Materiais de estoques: são mate-
logia. A normalização é aplicada também no caso de peso, medida riais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para
e formato. que não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimen-
to automático. Deve existir no estoque, seu ressuprimento deve ser
Codificação automático, com base na demanda prevista e na importância para
É a apresentação de cada item através de um código, com as a empresa.
informações necessárias e suficientes, por meio de números e/ou
letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais armaze- Os materiais de estoque se subdividem ainda;
nados no estoque, quando a quantidade de itens é muito grande. Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produtivos que
Em função de uma boa classificação do material, poderemos partir compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao
para a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as infor- processo produtivo. Matéria prima que são materiais básicos e in-

228
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo produtivo. Produtos em fabricação que são também conhecidos como
materiais em processamento que estão sendo processados ao longo do processo produtivo. Não estão mais no estoque porque já não são
mais matérias-primas, nem no estoque final porque ainda não são produtos acabados. Produtos acabados: produtos já prontos. Materiais
de manutenção: materiais aplicados em manutenção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos: materiais não incorporados ao
produto no processo produtivo da empresa. Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em diversos setores da em-
presa.
Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance a eficácia na gestão de estoque é necessário que se separe de forma clara, aquilo
que é essencial do que é secundário em termos de valor de consumo. Para fazer essa separação nós contamos com uma ferramenta cha-
mada de Curva ABC ou Curva de Pareto, ela determina a importância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio consumo
em determinado período. Curva ABC é um importante instrumento para se examinar estoques, permitindo a identificação daqueles itens
que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. Ela consiste na verificação, em certo espaço de tempo (nor-
malmente 6 meses ou 1 ano), do consumo em valor monetário, ou quantidade dos itens do estoque, paraque eles possam ser classificados
em ordem decrescente de importância.

Os materiais são classificados em:


- Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser trabalhados com uma atenção especial pela administração. Os dados aqui
classificados correspondem, em média, a 80% do valor monetário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses valores são orienta-
tivos e não são regra).
- Classe B: São os itens intermediários que deverão ser tratados logo após as medidas tomadas sobre os itens de classe A; são os se-
gundos em importância. Os dados aqui classificados correspondem em média, a 15% do valor monetário total do estoque e no máximo
30% dos itens estudados (esses valores são orientadores e não são regra).
- Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gerarem
custo de manter estoque. Deverão ser tratados, somente, após todos os itens das classes A e B terem sido avaliados. Em geral, somente
5% do valor monetário total representam esta classe, porém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores são orientadores
e não são regra).

Metodologia de cálculo da curva ABC


A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques, para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de prio-
ridades, para a programação da produção.

Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes, desne-
cessária. É conveniente que os itens mais importantes, segundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos importantes. Assim,
economiza-se tempo e recursos.
Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o processo em 6 etapas a seguir:
1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequada para cada um
deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o custo do estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mark-up, etc.
2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são: quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitário. Com esses
dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a quantidade pelo custo unitário.

229
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é preciso organizá-los em ordem decrescente de valor.
4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo total acumulado
e os percentuais do custo total acumulado de cada item em relação ao total.
5º) Construir a curva ABC
Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distribuídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do custo total
acumulado.

6º) Análise dos resultados


Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo mostra
algumas indicações para sua elaboração:

Classe % itens Valor acumulado Importância


A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:

Classe Nº itens % itens Valor acumulado Itens em estoque


A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola, Giz, Isqueiro.

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A
(apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque dos itens C
(sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma ação mais
rentável para a empresa do nosso exemplo.

Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se obter
o material.
Os materiais são classificados em materiais:
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.

230
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados - Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressupri-
como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e mento, ou seja, é um material não de estoque.
podem colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da em-
presa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. - Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser classifica-
Os materiais classificados como “Y” são também imprescindíveis dos por suas dificuldades de compra em materiais de difícil aquisi-
para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmen- ção e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir de:
te substituídos em curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronogra-
que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à se- ma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca oferta no
gurança das pessoas, ao ambiente ou ao patrimônio da organização mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; Sazonalida-
e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de de: há alteração da oferta do material em determinados períodos
serem encontrados. do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte es-
seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode pecial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves
ser adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos.
similar podem ser encontrados facilmente?
- Mercado fornecedor: Esta classificação está intimamente li-
Ainda em relação aos tipos de materiais temos; gada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do mer-
- Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja cado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais do
demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Materiais
risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvol-
devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, por- vendo fornecedores nacionais.
tanto, sujeitos ao controle de obsolescência.
Recebimento e Armazenagem
A quantidade de material cadastrado como material crítico Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de
dentro de uma empresa deve ser mínimo. compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilida-
Os materiais são classificados como críticos segundo os se- de a conferência dos materiais destinados à empresa.
guintes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material As atribuições básicas do Recebimento são:
importado, único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de - Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devo-
difícil obtenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de lução de materiais;
materiais de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de - Analisar a documentação recebida, verificando se a compra
transporte; Críticos por problemas de armazenagem ou transpor- está autorizada;
te de materiais perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou - Controlar os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto
grandes dimensões; Críticos por problema de previsão, por ser di- de transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos;
fícil prever seu uso; Críticos por razões de segurança de materiais - Proceder a conferência visual, verificando as condições de
de alto custo de reposição ou para equipamento vital da produção. embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se
for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos docu-
- Perecibilidade: Os materiais também podem ser classificados mentos;
de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades - Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos mate-
físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classifica- riais recebidos;
ção; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado - Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utiliza- - Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da libe-
ção poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem ração de pagamento ao fornecedor;
por longos períodos. Ex. alimentos, remédios; - Liberar o material desembaraçado para estoque no almoxa-
- Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação permite a rifado;
identificação de materiais que devido a suas características físico-
-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, trans- A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir
porte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis. a função em quatro fases:
- Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação visa de- 1a fase - Entrada de Materiais
terminar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fa- A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria
bricados internamente ou comprados: da empresa representa o início do processo de Recebimento e tem
- Fazer internamente: fabricados na empresa; os seguintes objetivos:
- Comprar: adquiridos no mercado; - A recepção dos veículos transportadores;
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos; - A triagem da documentação suporte do recebimento;
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos a - Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em análise,
análise de custos. está autorizada pela empresa;
- Constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega
- Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classificados em contratual;
materiais de estocagem permanente e temporária. - Constatação se o número do documento de compra consta
- Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis na nota fiscal;
de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes.

231
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Cadastramento no sistema das informações referentes a com- 3a fase - Conferência Qualitativa


pras autorizadas, para as quais se inicia o processo de recebimento; Visa garantir a adequação do material ao fim que se destina. A
- O encaminhamento desses veículos para a descarga; análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da
confrontação das condições contratadas na Autorização de Forne-
As compras não autorizadas ou em desacordo com a progra- cimento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa
mação de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os mo- garantir o recebimento adequado do material contratado pelo exa-
tivos no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para me dos seguintes itens:
as operações de análise de avarias e conferência de volumes é o - Características dimensionais;
“Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido - Características específicas;
quando do recebimento da mercadoria a ser transportada. - Restrições de especificação;
As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em
relação às condições de contrato devem motivar a recusa do re- A armazenagem nada mais é do que um conjunto de funções
cebimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as cir- que tem nele a recepção, descarga, carregamento, arrumação e
cunstâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos conservação de matérias – primas, produtos acabados ou semi –
do transportador. O exame para constatação das avarias é feito acabados.
através da análise da disposição das cargas, da observação das em- Este processo envolve mercadorias, e apenas produz resul-
balagens, quanto a evidências de quebras, umidade e amassados. tados quando é realizado uma operação com o objetivo de lhe
Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser acrescentar valor. A armazenagem pode ser definida como o com-
encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do mate- promisso entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na
rial no Almoxarifado, a recepção é voltada para a conferência de prática isso só é possível se tiver em conta todos os fatores que
volumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos regis- influenciam os custos de armazenagem, bem como a importância
tros e controles de compra. Para a descarga do veículo transpor- relativa dos mesmos.
tador é necessária a utilização de equipamentos especiais, quais A função de armazenamento de material é agir com maior agi-
sejam: paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes. lidade entre suprimento e as necessidades de produção.
O cadastramento dos dados necessários ao registro do rece- O armazenamento incorpora diversos aspectos diferentes das
bimento do material compreende a atualização dos seguintes sis- operações logísticas. Devido à interação, o armazenamento não
temas: se enquadra nitidamente em esquemas de classificação utilizados
- Sistema de Administração de Materiais e gestão de esto- quando se fala em gerenciamento de pedidos, inventário ou trans-
ques: dados necessários à entrada dos materiais em estoque, vi- porte.
sando ao seu controle; As atividades que compõem a armazenagem são:
- Sistema de Contas a pagar : dados referentes à liberação de - Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a
pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da identificação do material recebido, analisar o documento fiscal com
posição de fornecedores; o pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal.
- Sistema de Compras : dados necessários à atualização de sal- - Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda
dos e baixa dos processos de compras; do material. A classificação dos estoques constitui-se em: estoque
de produtos em processo, estoque de matéria – prima e materiais
2a fase - Conferência Quantitativa auxiliares ,estoque operacional, estoque de produtos acabados e
É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo for- estoques de materiais administrativos.
necedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A - Distribuição: está relacionada à expedição do material, que
conferência por acusação também conhecida como “contagem envolve a acumulação do que foi recebido da parte de estocagem,
cega “ é aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebi- a embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu des-
da, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A con- tino final. Nessa atividade normalmente precisa-se de nota fiscal de
frontação do recebido versus faturado é efetuada a posteriori por saída para que haja controle do estoque.
meio do Regularizador que analisa as distorções e providencia a
recontagem. Tipos de armazenagem:
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes po- A armanezagem temporária tem como função conseguir uma
dem ser contados utilizando os seguintes métodos: forma de arrumação fácil de material, como por exemplo, a coloca-
- Manual: para o caso de pequenas quantidades; ção de estrados para uma armazenagem direta entre outros. Já a
- Por meio de cálculos: para o caso que envolve embalagens armazenagem permanente tem um local pré-definido para o depó-
padronizadas com grandes quantidades; sito de materiais, assim o fluxo do material determina a disposição
- Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que do armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, assim, garan-
envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos, tindo a organização do mesmo.
porcas, arruelas;
- Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesa- Vantagens da armazenagem:
gem pode ser feita através de balanças rodoviárias ou ferroviárias; A armazenagem quando efetuada de maneira correta pode
- Medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas; trazer muitos benefícios, nos quais traz diretamente a redução de
custos.
- Redução dos custos de movimentação bem como das exis-
tências;
- Facilidade na fiscalização do processo;

232
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Redução de perdas e inutilidades. Tipos de Armazenagem


- Aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores;
- Agiliza o processo de entrega; Armazenagem temporária
- Compensa defasagens de produção Aqui podem ser criadas armações corridas de modo a conse-
- Melhor aproveitamento do espaço; guir uma arrumação fácil do material, colocação de estrados para
uma armazenagem direta, pranchas entre outros. Aqui a força da
Desvantagens da armazenagem: gravidade joga a favor.
Algumas desvantagens segundo:
- Imobilização de capital; Armazenagem permanente
- A armazenagem requer serviços administrativos de controles É um processo predefinido num local destinado ao depósito
e gerenciamento; de matérias.
- A mercadoria tem prazo de validade nos quais devem ser res- O fluxo de material determina:
peitados; - A disposição do armazém - critério de armazenagem;
- Um armazém de grande porte requer máquinas com tecno- - A técnica de armazenagem - espaço físico no armazém;
logia. - Os acessórios do armazém;
- A organização da armazenagem.
Armazenagem em função das prioridades
Não existe nenhuma norma que regule o modo como os ma- Armazenagem interior/exterior
teriais devem estar dispostos no armazém, porém essa decisão de- A armazenagem ao ar livre representa uma clara vantagem a
pende de vários fatores. Senão veja-se: nível econômico, sendo esta muito utilizada para material de ferra-
gens e essencialmente material pesado.
Armazenagem por agrupamento:
Esta espécie de armazenagem facilita a arrumação e busca de Armazenagem em função dos materiais
materiais, podendo prejudicar o aprovisionamento do espaço. É o A armazenagem deve ter em conta a natureza dos materiais
caso dos moldes, peças, lotes de aprovisionamento aos quais se de modo a obter-se uma disposição racional do armazém, sendo
atribui um número que por sua vez pertence a um grupo, identifi- importante classificá-los.
cando-os com a divisão da estante respectiva . - Armazém de commodities: Madeira, algodão, tabaco e cere-
ais;
Armazenagem por tamanho, peso e característica do mate- - Armazém para granel: A armazenagem deste material deve
rial. ocorrer nas imediações do local de utilização, pois o transporte des-
Neste critério o talão de saída deve conter a informação relati- te tipo de material é dispendioso. Para grandes quantidades deste
va ao setor do armazém onde o material se encontra. Este critério material a armazenagem faz-se em silos ou reservatórios de gran-
permite um melhor aprovisionamento do espaço, mas exige um des dimensões. Para quantidades menores utilizam-se bidões, latas
controlo rigoroso de todas as movimentações. e caixas. Armazena-se grãos, produtos líquidos, etc;
Armazenagem por frequência - Armazéns frigorificados: Produtos perecíveis, frutas, comida
O controle através da ficha técnica permite determinar o lo- congelada, etc;
cal onde o material deverá ser colocado, consoante a frequência - Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário: Produtos
com que este é movimentado. A ficha técnica também consegue domésticos e mobiliário;
verificar o tamanho das estantes, de modo a racionalizar o aprovei- - Armazéns de mercadorias em geral: Produtos diversos. O
tamento do espaço. principal objetivo é agregar o material em unidades de transporte e
armazenagem tão grandes quanto possíveis, de modo a preencher
Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote di- o veiculo por completo.
ário - Gases - Os gases obedecem a medidas especiais de precau-
Esta armazenagem é constituída por um segundo armazém de ção, uma vez que tornam-se perigosos ao estarem sujeitos a altas
pequenos lotes o qual se destina a cobrir as necessidades do dia- pressões e serem inflamáveis. Por sua vez a armazenagem de gar-
-a-dia. Este armazém de movimento possui uma variada gama de rafas de gás está sujeita a regras específicas e as unidades de trans-
materiais. porte são por norma de grandes dimensões.

Armazenagem por setores de montagem Critérios de Armazenagem


Neste tipo de armazenagem as peças de série são englobadas Dependendo das características do material, a armazenagem
num só grupo, de forma a constituir uma base de uma produção pode dar-se em função dos seguintes parâmetros:
por família de peças. Este critério conduz à organização das peças - Fragilidade;
por prioridades dentro de cada grupo. - Combustibilidade;
- Volatilização;
A mecanização dos processos de armazenagem fará com que o - Oxidação;
critério do percurso mais breve e de menor frequência seja imple- - Explosividade;
mentado na elaboração de novas técnicas de armazenagem - Intoxicação;
- Radiação;
- Corrosão;
- Inflamabilidade;

233
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Volume; é necessário identificar adequadamente os meios para distribuir o


- Peso; produto, para que esse chegue ao cliente certo, na quantidade cer-
- Forma. ta e no momento certo.
Um bom produto pode não ter aceite do mercado, caso esse
Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem regras ta- não esteja disponível nos lugares certos para o consumo. Portan-
xativas que regulem o modo como os materiais devem ser dispos- to, o sucesso ou fracasso de um produto no mercado depende de
tos no Almoxarifado. Por essa razão, deve-se analisar, em conjunto, sua disponibilidade para consumo, no tempo e quantidade certa. O
os parâmetros citados anteriormente, para depois decidir pelo tipo cliente ao procurar uma determinada marca, não encontrando-a,
de arranjo físico mais conveniente, selecionando a alternativa que esse tenderá comprar uma outra marca qualquer. Dessa forma, um
melhor atenda ao fluxo de materiais: dos instrumentos da Logística que busca solucionar esse problema
1. armazenagem por tamanho: esse critério permite bom apro- e o desenvolvimento e utilização de um correto Processo de Distri-
veitamento do espaço; buição.
2. armazenamento por frequência: esse critério implica arma-
zenar próximo da saída do almoxarifado os materiais que tenham Dimensões do processo de distribuição: canal de distribuição
maior frequência de movimento; e distribuição física
3. armazenagem especial, onde destacam-se: - Canal de distribuição está relacionado ao conjunto de orga-
a) os ambientes climatizados; nizações interdependentes envolvidas na disponibilização de um
b) os produtos inflamáveis, que são armazenados sob rígidas produto (bem e/ou serviço) para uso e/ou consumo. Dessa forma,
normas de segurança; entende-se canal de distribuição como sendo, o conjunto de or-
c) os produtos perecíveis (método FIFO) ganizações que executam as funções necessárias para deslocar os
4. Armazenagem em área externa: devido à sua natureza, mui- produtos da produção até o consumo. Nesse contexto surgem os
tos materiais podem ser armazenados em áreas externas, o que intermediários que são as organizações que constituem o canal de
diminui os custos e amplia o espaço interno para materiais que ne- distribuição, ou seja, são empresas comerciais que operam entre os
cessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados nos produtores e os clientes finais.
pátios externos os materiais a granel, tambores e “containers”, pe- - Distribuição Física: refere-se à movimentação de produtos
ças fundidas e chapas metálicas. para o local adequado, nas quantidades e tempos (prazos) corretos,
5. Coberturas alternativas: não sendo possível a expansão do de maneira eficiente e eficaz em termos de custo, ou seja, refere-se
almoxarifado, a solução é a utilização de galpões plásticos, que dis- ao uso correto das estratégias de logística relacionadas ao processo
pensam fundações, permitindo a armazenagem a um menor custo. de distribuição, tais como, armazenagem/estocagem, embalagem,
transporte, movimentação interna de materiais, bem como dos sis-
Independentemente do critério ou método de armazenamen- temas e equipamentos necessários para essas funções.
to adotado é oportuno observar as indicações contidas nas emba-
lagens em geral. INTERMEDIÁRIOS
Relacionam-se abaixo, alguns exemplos dos principais interme-
Estudo do layout diários atuantes em um canal de distribuição:
Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto do - Varejista: tipo de intermediário cujo principal objetivo é re-
layout de um almoxarifado, de forma que se possa obter as seguin- alizar a venda de bens e/ou serviços diretamente ao cliente final.
tes condições: Ex.: Supermercado, papelaria, farmácia, bazar, loja de calçados, etc.
1. Máxima utilização do espaço; - Atacadista: intermediário que compra e revende mercado-
2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão de obra e rias para os varejistas e a outros comerciantes e/ou para estabe-
equipamentos); lecimentos industriais, institucionais e usuários comerciantes, mas
3. Pronto acesso a todos os itens; que não vende em pequenas quantidades para clientes finais. Ex.:
4. Máxima proteção aos itens estocados; Martins, Atacadão
5. Boa organização; - Distribuidor: geralmente, esse termo é confundido com o
6. Satisfação das necessidades dos clientes. Atacadista. Porém, para bens industriais, o mesmo agrega, além da
No projeto de um almoxarifado devem ser verificados os se- venda, armazenagem e assistência técnica dentro de uma área ge-
guintes aspectos: ográfica delimitada de atuação, ou seja, busca atender demandas
1. Itens a serem estocados (itens de grande circulação, grande mais regionalizadas. Ex.: Distribuidor de tratores e implementos
peso e volume); agrícolas em uma determinada região.
2. Corredores (facilidades de acesso); - Agentes (relações de longo prazo) e Corretores (relações de
3. Portas de acesso (altura, largura); curto prazo): pessoas jurídicas comissionadas que vendem uma li-
4. Prateleiras e estruturas (altura x peso); nha de produtos de uma empresa sob relação contratual. Podem
5. Piso (resistência). trabalhar com exclusividade apenas os produtos de uma única em-
presa (agentes exclusivos) ou trabalham com produtos similares de
Distribuição De Materiais empresas diferentes (agentes não exclusivos).

O processo de distribuição: conceitos e estratégias IMPORTÂNCIA DOS INTERMÉDIARIOS


Ter um bom produto (bem ou serviço) não basta! Há a necessi- Pode-se identificar diversos aspectos que justificam a impor-
dade que esse produto chegue até o cliente da melhor forma possí- tância dos intermediários no canal de distribuição, dentre esses
vel, seja esse um produto de consumo ou industrial. Nesse sentido, destacam-se:

234
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Aumento da eficiência do processo de distribuição, pois não canal é requisitado quando o fabricante prefere não utilizar os in-
seria eficiente para um fabricante ou produtor buscar atender termediários disponíveis no mercado, optando pela força de venda
clientes individualmente; própria e providenciando a movimentação física dos produtos até
- Transformação das transações em processos repetitivos e o cliente final. O mesmo oferece às empresas a vantagem de maior
rotineiros, simplificando atividades e os processos de pedido, pa- controle das funções de Marketing a serem desempenhadas, sem
gamento, etc. a necessidade de motivar intermediários e depender de resultados
- Facilitação do processo de busca de produtos, ampliando o de terceiros. Uma das desvantagens é a exigência de maiores inves-
acesso dos clientes a uma gama maior de produtos. timentos, uma vez que as funções mercadológicas são assumidas.

FUNÇÕES DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO Fabricante Varejista Cliente Final (NÍVEL UM) - é um dos ca-
As funções objetivam tornar o canal de distribuição mais efe- nais mais utilizados pelos fabricantes de produtos de escolha,
tivo (eficiente e eficaz), podendo ser dividida em três categorias: como alimentação, vestuário, livros, eletrodomésticos. Nesse caso,
Transacionais: compreendem a compra, a venda dos produtos, o fabricante transfere ao intermediário grande parte das funções
bem como assumir os riscos comerciais envolvidos no processo; mercadológicas (venda, transporte, crédito, embalagens). Ex.: Lojas
Facilitação: relacionam-se com o financiamento de crédito, Bahia, Supermercado Extra, etc.
o controle de produtos (inspecionar e classificar produtos), bem
como a coleta de informações de marketing, tornando mais fáceis Fabricante Atacadista Varejista Cliente Final (NÍVEL DOIS) - esse
os processos de compra e venda. Produtores e intermediários po- tipo de canal é utilizado no mercado de bens de consumo, quando
dem trabalhar juntos para criar valor para seus clientes por meio a distribuição visa atingir um número muito grande e disperso de
de previsões de vendas, análises competitivas e relatórios sobre as clientes (ampliar capilaridade).
condições do mercado, focando atingir as reais necessidades dos Uma empresa que visa cobrir um mercado de forma intensiva
clientes; pode utilizar esse canal que, além das vendas, oferece financiamen-
Logísticas: envolvem a movimentação e a combinação de pro- to, transportes, promoções, etc. É um dos sistemas mais tradicio-
dutos em quantidades que os tornem fáceis de comprar. nais para alguns tipos de produtos como bebidas, limpeza, etc.

DECISÕES DE PROJETO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Fabricante Agente (Atacadista) Varejista Cliente Final (NÍVEL
Para se projetar um canal de distribuição é necessário avaliar TRES): Nesse sistema, o agente (broker) desempenha a função de
alguns atributos: reunir o comprador e o vendedor. O agente é na verdade, um in-
Avaliar claramente os mercados (reais e potenciais) a serem termediário que não compra produtos, apenas representa o fabri-
trabalhados. cante ou o atacadista (aqueles que realmente compram os bens) na
- Determinar as características dos clientes (segmentação), em busca de mercados à produção dos fabricantes ou na localização de
termos de números de clientes, dispersão geográfica, frequência fontes de suprimento para esses fabricantes.
de compra, etc.
- Determinar as características dos produtos quanto à pere- Prestador de Serviço Usuário Final: A distribuição de serviços
cibilidade, dimensões, grau de padronização e necessidades dos para usuários finais ou empresariais é mais simples e direta do que
clientes. a distribuição de bens tangíveis, em função das características dos
- Determinar as características dos intermediários, quanto ao serviços. O profissional de Marketing de Serviços está menos pre-
tipo de transporte, sistema de equipamentos e armazenagem utili- ocupado com a armazenagem, transporte e controle do estoque
zado, sistemas de TI, etc. e, normalmente usa canais mais curtos. Outra consideração é a
- Diagnosticar as características ambientais quanto às condi- contínua necessidade de manutenção de relacionamentos pessoais
ções locais, legislação, etc. entre produtores e usuários de serviços.
- Avaliar as características das empresas envolvidas quanto so-
lidez financeira, composto de produtos (bens e serviços), nível de Prestador de ServiçoAgente Usuário Final: Na prestação de ser-
serviço, estratégias de marketing, etc. viços também há a possibilidade da utilização de agentes, os quais
nesse caso são denominados de corretores. Os exemplos mais co-
TIPOLOGIAS DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO muns incluem os corretores de seguro, corretores de fundo de in-
FabricanteCliente Final/Cliente Empresarial (NÍVEL ZERO) - é vestimentos, agentes de viagem, etc.
o canal de distribuição mais simples e direto do fabricante até o
usuário final, sendo também o mais comum no cenário empresa- GESTÃO DAS RELAÇÕES NO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
rial. Quando essse canal de distribuição é usado em mercados de
consumo, pode assumir duas formas. A primeira é a Venda Direta Conflitos no Canal
que envolve contatos de vendas pessoais entre o comprador e o Conflito é um fenômeno que resulta da natureza social dos re-
vendedor, como aqueles que ocorrem com os produtos agrícolas lacionamentos. Especificamente, no caso dos canais de distribui-
(feiras), processo Avon, Yakult, etc. Já a segunda forma é o Marke- ção, o conflito surge quando um membro do canal crê que outro
ting Direto, o qual abrange uma comunicação direta entre o com- membro esteja impedindo a realização de seus objetivos especí-
prador e o vendedor, conforme ocorre nas vendas por meio de ca- ficos. Diversos fatores podem favorecer o surgimento de conflito
tálogos ou mala direta. Pode-se considerar que os canais diretos entre os membros do canal:
são mais importantes no mercado empresarial (B2B), onde a maior - Incongruência de papéis entre os membros;
parte dos equipamentos, peças e matéria-prima são vendidas por - Escassez de recursos e discordância na sua alocação;
meio de contatos diretos entre vendedores e compradores. Esse

235
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Diferenças de percepção e interpretação dos estímulos am- uma liderança no canal: o líder do canal tende emergir quando o ca-
bientais; nal de distribuição enfrenta ambientes ameaçadores, aqueles onde
- Diferenças de expectativas em relação ao comportamento es- a demanda é declinante, a concorrência aumenta e a incerteza é
perado dos outros membros; elevada.
- Discordância no domínio da decisão;
- Incompatibilidade de metas específicas dos membros; Construindo a confiança no canal
- Dificuldades de comunicação. Muitos canais estão rumando para a construção da confiança
mútua como base para o sucesso das relações entre os membros
Há três principais tipos de conflitos que podem ocorrer nos ca- do canal. Geralmente essa confiança requer que esses membros
nal de distribuição: reconheçam sua interdependência e saibam compartilhar proces-
- O conflito Vertical – tipo de conflito que ocorre entre mem- sos e informações.
bros de diferentes níveis no canal. Ex.: Fabricantes versus Ataca-
distas ou Varejistas. Quando um fabricante vende seus produtos ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO
diretamente aos clientes via internet, poderá gerar algum tipo de Em termos gerais, existem três tipos de estratégias de distri-
conflito vertical entre esse e seus varejistas. buição:
- O conflito Horizontal, conflito que envolve divergências entre - Distribuição intensiva – essa estratégia torna um certo produ-
membros do mesmo nível no canal, como Atacadistas versus Ata- to disponível no maior número de estabelecimentos de uma região,
cadistas ou franqueados (lojas) pertencentes a uma certa franquia visando obter maior exposição e ampliar a oportunidade de ven-
competindo em uma mesma região. Esses conflitos podem ocorrer, da. Produtos com baixo valor unitário e alta frequência de compra
devido as diferenças quanto aos limites de território ou em termos são vendidos intensivamente, de modo que os clientes considerem
dos preços praticados. conveniente comprá-los. Assim, por meio da distribuição intensiva,
- Conflito Multicanal – é o conflito que surge quando um fabri- os clientes podem encontrar os produtos no maior número de lo-
cante utiliza dois ou mais canais simultâneos que vendem para o cais possíveis.
mesmo mercado. Ex. loja virtual versus loja física ou uso de repre- - Distribuição seletiva – estratégia que consiste no fato do fa-
sentantes. bricante vender produtos por meio de mais de um dos intermediá-
rios disponíveis em uma região, mas não em todos. Sendo assim, os
Poder no canal intermediários escolhidos são considerados osmelhores para ven-
Poder é a capacidade que um dos membros do canal tem de in- der os produtos com base em sua localização, reputação, clientela
fluenciar as variáveis do mix mercadológico de um outro membro. e outros pontos fortes. A distribuição seletiva é empregada quan-
Nesse sentido, o membro que exerce Poder está interferindo ou do osclientes buscam produtos de compra comparada. Cabe ainda
até modificando os objetivos mercadológicos do outro membro. De destacar que, nesse caso, havendo menos “parceiros” de canal,
uma forma mais geral, conceito de Poder está associado à capaci- torna-se possível desenvolver relacionamentos mais estreitos com
dade de um membro particular do canal de controlar ou influenciar cada um desses, permitindo que o fabricante obtenha boa cobertu-
o comportamento de outro(s) membro(s) do canal. ra do mercado com mais controle e menos custos, comparado com
a distribuição intensiva.
Fontes de Poder no canal - Distribuição exclusiva - ocorre quando o fabricante vende
Em geral, existem cinco tipos de fontes de poder que são exer- seus produtos por meio de um único intermediário em uma de-
cidos no canal: terminada região, onde esserecebe o direito exclusivo de distribuir
- Recompensa: é a capacidade de um agente recompensar um tais produtos. Esse tipo de estratégia é utilizada quando um deter-
outro quando esse último conforma-se à influência do primeiro. A minado produto requer um esforço especializado de venda ou in-
recompensa, normalmente está associada com fontes econômicas. vestimentos em estoques e instalações específicas. A distribuição
- Coerção: é o oposto do Poder de recompensa, onde o exer- exclusiva é oposta à distribuição intensiva, sendo mais adequada à
cício do Poder está associado à expectativa de um dos agentes em medida em que se deseja operar apenas com “parceiros” exclusivos
relação à capacidade de retaliação do outro, caso esse não se sub- de canal que possam apoiar ou servir o produto de forma adequa-
meta às tentativas de influência do primeiro. da, ou seja, enfatizando uma determinada imagem que possa cara-
- Legítimo: deriva de normas internalizadas em um membro terizar luxo ou exclusividade.
(contrato) e que estabelecem que outro membro tem o direito de
influenciá-lo, existindo a obrigação de aceitar essa influência. A definição mais detalhada dos objetivos dos canais de distri-
- Informacional: origina-se pela posse de um membro de infor- buição depende essencialmente de cada organização, da forma
mações valorizadas por outros membros do canal. com que ela compete no mercado e da estrutura geral da cadeia
- Experiência: deriva do conhecimento (know-how) que um de suprimentos. Porém, é possível identificar alguns fatores gerais,
membro detem em relação a outro membro. comum na maioria deles:
- Assegurar a rápida disponibilidade do produto no mercado
Liderança do canal identificado como prioritários, ou seja, o produto precisa estar dis-
Quando os conflitos se reduzem e há um aumento de coope- ponível para a venda nos estabelecimentos varejistas do tipo cor-
ração entre os membros do canal, essas características podem re- reto;
sultar no surgimento de membros que, devido a fatores como, alto - Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto sob
poder de barganha, poder legítimo, poder de informação, tornam- enfoque, isto é buscar parcerias entre fabricante e varejista que
-se líderes do canal.Por ouro lado, alguns autores identificaram um possibilitem a exposição mais adequada da mercadoria nas lojas;
padrão consistente de condições que determinam o surgimento de

236
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Promover cooperação entre os participantes da cadeia de su- Toda produção visa a um ponto final, que é chegar às mãos do
primentos, principalmente relacionada aos fatores mais significati- consumidor.
vos associados à distribuição física, ou seja, buscar lotes mínimos “Nadar e morrer na praia” não é objetivo de nenhuma institui-
dos pedidos, uso ou não de paletização ou de tipos especiais de ção que vise ao lucro. Nem entidades sem fins lucrativos desejam
acondicionamentos em embalagens, condições de descarga, restri- que seus feitos não alcancem os objetivos, mesmo que estes não
ções de tempo de espera, etc. sejam financeiros.
- Assegurar nível de serviço estabelecido previamente pelos Uma boa distribuição, associada a um produto de boa quali-
parceiros da cadeia de suprimentos; dade, a uma propaganda eficaz e a um preço justo, faz com que
- Garantir rápido e preciso fluxo de informações entre os par- os produtos sejam disponibilizados a seus consumidores, de modo
ceiros; e que estes possam fazer a opção pela compra. Estando nas pratelei-
- Procurar redução de custos, de maneira integrada, atuando ras, o produto passa a fazer parte de uma gama de produtos con-
em conjunto com os parceiros, analisando a cadeia de suprimentos correntes que podem ser comprados ou não.
na sua totalidade. O primeiro passo para ele poder fazer parte dessa opção de
compra é estar disponível nas prateleiras.
Os canais de distribuição podem desempenhar quatro funções Outros fatores como propaganda, preço e qualidade do produ-
básicas, segundo as modernas concepções trazidas pelo supply to, podem variar entre produtos concorrentes, mas a distribuição
chain management: é uma condição obrigatória para todas as empresas que querem
- Indução da demanda – as empresas da cadeia de suprimentos vender seus produtos.
necessitam gerar ou induzir a demanda de seus serviços ou merca- Se o produto não está disponível na prateleira, independente
dorias; de todos os outros fatores que influenciam a compra, este não po-
- Satisfação da demanda – é necessário comercializar os servi- derá ser comprado.
ços ou mercadorias para satisfazer a demanda; Imagine um produto com uma qualidade maravilhosa, com
- Serviço de pós-venda – uma vez comercializados os serviços uma estratégia de propaganda primorosa, com um preço imbatível,
ou mercadorias, precisa-se oferecer os serviços de pós-venda; e mas não disponível no mercado.
- Troca de informações – o canal viabiliza a troca de informa- A distribuição física acontece em vários níveis dentro de uma
ções ao longo de toda a cadeia de suprimentos, acrescendo-se tam- instituição. Isso ocorre em razão de que a posição hierárquica inter-
bém os consumidores que disponibilizam um retorno importante fere no processo. Uma decisão tomada pela alta administração de
tanto para os fabricantes quanto para os varejistas. uma empresa é chamada de decisão estratégica e deve ser seguida
pelos demais níveis hierárquicos.
Entre fatores estratégicos importantes no sistema distributivo A decisão tática é tomada e imposta pela média gerência e a
podem ser levantadas as seguintes questões: operacional diz respeito à supervisão que se encarregará de fazer
- Se o número, o tamanho e a localização das unidades fabris com que os projetos sejam cumpridos e executados.
atendem às necessidades de mercado, Para um melhor entendimento, seguem os níveis da adminis-
- Se a localização geográfica dos mercados e os seus respecti- tração da distribuição física.
vos custos de abastecimento são compatíveis, • Estratégico;
- Se a frequência de compras dos clientes, o número e o tama- • Tático;
nho dos pedidos justificam o esforço distributivo, • Operacional.
- Se o custo do pedido e o custo de distribuição estão em bases
compatíveis com o mercado, a. Nível Estratégico
- Se os métodos de armazenagem e os seus custos são justificá- Neste nível, a alta administração da empresa decide o modo
veis com os resultados operacionais gerados, que deve ter a configuração do sistema de distribuição. Podem ser
- Se os métodos de transporte adotados são adequados, relacionadas às seguintes preocupações:
• Localização dos armazéns;
Em conformidade com o potencial do mercado, é importante • Seleção dos modais de transportes;
analisar a demanda de cada mercado atendido pela empresa e se o • Sistema de processamento de pedidos etc.
tipo de sistema de distribuição adotado é adequado.
b. Nível Tático
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA É o nível em que a média gerência da empresa estará envolvida
A distribuição física de produtos ou distribuição física são os em utilizar seus recursos da melhor e maior forma possível. Suas
processos operacionais e decontrole que permitem transferir os preocupações são:
produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a mer- • Ociosidade do equipamento de transmissão de pedidos ser
cadoria é finalmente entregue ao consumidor. (NOVAES, 1994). a mínima;
Pode-se dizer que seu objetivo geral é levar os produtos certos, • Ocupação otimizada da área de armazéns;
para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço • Otimização dos meios de transportes, sempre em níveis má-
desejado, pelo menor custo possível. ximos possíveis à carga etc.
A distribuição física tem, como foco principal, todos os produ-
tos que a companhia oferece para vender, ou seja, desde o instante c. Nível Operacional
em que a produção é terminada até o momento em que o cliente É o nível em que a supervisão garante a execução das tarefas
recebe a mercadoria (produto). diárias para assegurar que os produtos se movimentem pelo canal
de distribuição até o último cliente. Podem ser citadas:

237
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Carregar caminhões;
• Embalar produtos;
• Manter registros dos níveis de inventário etc.

MODALIDADES DE TRANSPORTE
O transporte de mercadorias é parte fundamental do comércio. Como o produto é entregue e a qualidade com que chega até o cliente
final é o que define a satisfação do comprador e a possibilidade de um cliente fiel. Sendo assim, deve-se usar o modal – meio de transporte
– que atenda às expectativas do comprador.
Dados mostram que o transporte representa 60% dos custos logísticos, 3,5% do faturamento e tem papel preponderante na qualida-
de dos serviços logísticos, impactando diretamente no tempo de entrega, confiabilidade e segurança dos produtos.

Qual o melhor modal?


São basicamente cinco os modais: rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo e dutoviário.
Para o transporte de mercadorias, cada modal possui suas vantagens e desvantagens. Para cada rota há possibilidade de escolha e
esta deve ser feita mediante análise profunda dos custos e características do serviço.

O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior classifica o Sistema de Transporte, quanto à forma, em:
- Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário);
- Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário e Ferroviário);
- Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido por um único contrato;
- Segmentados: envolve diversos contratos para diversos modais;
- Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino final, necessita ser transbordada para prosseguimento em veículo da mes-
ma modalidade de transporte (regido por um único contrato).

VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS DE TRANSPORTE

Transporte Rodoviário
É aquele que se realiza em estradas, com utilização de caminhões e carretas. Trata-se do transporte mais utilizado no Brasil, apesar
do custo operacional e do alto consumo de óleo diesel.

Vantagens Desvantagens
•Capacidade de tráfego por qualquer rodovia •Menor capacidade de cargas entre todos os modais;
(flexibilidade operacional)
•Usado em qualquer tipo de carga. •Alto custo de operação
•Agilidade no transporte e no acesso às cargas •Alto risco de roubo/Frota antiga- acidentes
•Não necessita de entrepostos especializados •Vias com gargalos gerando gastos extras e maior tempo
para entrega.
•Amplamente disponível •Alto grau de poluição
•Fácil contratação e gerenciamento. •Alto valor de transporte.
•Adequado para curtas e médias distâncias •Menos competitivo à longa distância;
Quando usar o Transporte Rodoviário - Mercadorias perecíveis, mercadorias de alto valor agregado, pequenas distâncias (até 400
Km), trajetos exclusivos onde não há vias para outros modais, quando o tempo de trânsito for valor agregado.

Transporte Ferroviário
Transporte ferroviário é aquele realizado sobre linhas férreas, para transportar pessoas e mercadorias. As mercadorias transportadas
neste modal são de baixo valor agregado e em grandes quantidades como: minério, produtos agrícolas, fertilizantes, carvão, derivados de
petróleo, etc.

238
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Vantagens Desvantagens
•Grande capacidade de cargas •Alto custo de implantação
•Transporte lento devido às suas operações
•Baixo custo de transporte (Inexistência de pedágios) de carga e descarga
•Adequado para longas distâncias •Pouca flexibilidade de equipamentos.
•Baixíssimo nível de acidentes. •Malha ferroviária insuficiente.
•Alta eficiência energética. •Malha ferroviária sucateada
•Melhores condições de segurança da carga. •Necessita de entrepostos especializados.
•Menor flexibilidade no trajeto (nem
•Menor poluição do meio ambiente sempre chega ao destino final, dependendo de
outros modais.)

Quando usar o Transporte Ferroviário - Grandes volumes de cargas / Grandes distâncias a transportar (800 km) / Trajetos exclusivos
(não há vias para outros modais)

Transporte Aquaviário
Realizado por meio de barcos, navios ou balsas. Engloba tanto o transporte marítimo, utilizando como via de comunicação os mares
abertos, como o transporte fluvial, por lagos e rios. É o transporte mais utilizado no comércio internacional.

Vantagens Desvantagens

•Maior capacidade de carga •Necessidade de transbordo nos portos


•Menor custo de transporte (Frete de custo relativamente baixo) •Longas distâncias dos centros de produção
•Apesar de limitado às zonas costeiras, registra grande •Menor flexibilidade nos serviços aliado a
competitividade para longas distâncias frequentes congestionamentos nos portos

•Mercadoria de baixo valor agregado. •É de gerenciamento complexo, exigindo


muitos documentos.

Quando usar o Transporte Aquaviário- Grandes volumes de carga / Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há vias
para outros modais) / Tempo de trânsito não é importante / Encontra-se uma redução de custo de frete.

Tipos de navios:

Navios para cargas gerais ou convencionais:


Navios dotados de porões (holds) e pisos (decks), utilizados para carga seca ou refrigerada, embaladas ou não.

Navios especializados:
Graneleiros (bulk vessels): carga a granél (líquido, gasoso e sólido), sem decks.
Ro-ro (roll-on roll-off): cargas rolantes, veículos entram por rampa, vários decks de diversas alturas.

Navios Multipropósito:
Transportam cargas de navios de cargas gerais e especializados ao mesmo tempo.
Granel sólido + líquido
Minério + óleo
Ro-ro + container

Navios porta-container:
Transportam exclusivamente cargas em container.
Sólido, líquido, gasoso
Desde que seja em container
Tem apenas 01 (um) deck (o principal)

239
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Transporte Aéreo
O transporte aéreo é aquele realizado através de aeronaves e pode ser dividido em Nacional e Internacional.

Vantagens Desvantagens

•É o transporte mais rápido •Menor capacidade de carga (Limite de volume e


peso|)
•Não necessita embalagem mais reforçada (manuseio mais •Valor do frete mais elevado em relação aos
cuidadoso); outros modais
•Os aeroportos normalmente estão localizados mais •Depende de terminais de acesso
próximos aos centros de produção.
•Transporte de grandes distâncias.
•Seguro de transporte é muito baixo.
Quando usar o Transporte Ferroviário - Pequenos volumes de cargas / Mercadorias com curto prazo de validade e/ou frágeis / Gran-
des distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há via para outros modais) / Tempo de trânsito é muito importante.

Tipos de Aeronaves:
Full pax = somente de passageiros.
Full cargo = somente de cargas.
Combi = misto de carga e passageiros

Transporte Dutoviário
Esta modalidade de transporte não apresenta nenhuma flexibilidade, visto que há uma limitação no número de produtos que podem
utilizar este modal. O transporte é feito através de dutos cilíndricos. Pode ser utilizado para transporte de petróleo, produtos derivados
do minério, gases e grãos.

Vantagens Desvantagens
•Muitas dutovias são subterrâneas e/ou submarinas, considerado •Pode ocasionar um grande acidente
uma vantagem, pois minimizam os riscos causados por outros veículos; ambiental caso suas tubulações se rompam

•O dutoviário transporta de forma segura e para longas distancias •Possui uma capacidade de serviço muito
limitada
•Proporciona um menor índice de perdas e roubos •Custos fixos são mais elevados
•Baixo consumo de energia. •Investimento inicial elevado.
•Alta confiabilidade. •Requer mais licenças ambientais.
•Simplificação de carga e descarga
•Transporte de volumes granéis muito elevados.
Tipos de dutos
- Subterrâneos
- Aparentes
- Submarinos
Oleodutos = gasolina, álcool, nafta, glp, diesel.
Minerodutos = sal-gema, ferro, concentr.fosfático.
Gasodutos = gás natural.

Observa-se que os meios de transportes estão cada vez mais inter-relacionados buscando compartilhar e gerar economia em escala,
capacidade no movimento de cargas e diferencial na oferta de serviços logísticos. Porém, o crescimento dessa integração multimodal
muitas vezes é dificultado pela infraestrutura ofertada pelos setores privados e públicos.

Estoques
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que descreve
bem o dilema da descrição de estoques. O controle de estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem absorver de 25 a
40% dos custos totais, representando uma porção substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta compreensão do
seu papel na logística e de como devem ser gerenciados”.

240
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Razões para manter estoque custos, representam alternativas eficientes para evitar-se falta de
A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exi- materiais. Adicionalmente, a realização de contratos futuros pode
ge investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita representar um instrumento eficiente para proteger a empresa de
sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a eventual oscilação de preços de seus insumos básicos.
manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é im- Para manutenção de estoques de materiais em processos, jus-
possível conhecer exatamente a demanda futura e como nem sem- tifica-se a maior flexibilidade do processo produtivo, caso ocorra
pre os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-se interrupção em alguma das linhas de produção da empresa. Obvia-
acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias mente, essa questão deve ser substituída pela adoção de proces-
e minimizar os custos totais de produção e distribuição. sos de produção mais confiáveis, para evitar a ocorrências destas
Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades, interrupções.
ou seja: A manutenção de estoques de produtos acabados é justificada
- Melhoram o nível de serviço. por duas razões: garantir atendimentos efetuados para as vendas
- Incentivam economias na produção. realizadas e diminuir os custos de mudança na linha de produção.
- Permitem economias de escala nas compras e no transporte.
- Agem como proteção contra aumentos de preços. Técnicas de Administração de estoques
- Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo
de ressuprimento. CURVA ABC
- Servem como segurança contra contingências. Segrega os estoques em três grupos, demonstrando grafica-
mente com eixos de valores e quantidades, que considera os mate-
Abrangência da Administração de Estoques riais divididos em três grandes grupos, de acordo com seus valores
A administração de estoques é de importância significativa na de preço/custo e quantidades, sendo assim materiais “classe A” re-
maioria das empresas, tanto em função do próprio valor dos itens presentam a minoria da quantidade total e a maioria do valor total,
mantidos em estoque, associação direta com o ciclo operacional da “classe C” a maioria da quantidade total e a minoria do valor total,
empresa. Da mesma forma como as contas a receber, os níveis de “classe B” valores e quantidades intermediárias.
estoques também dependem em grande parte do nível de vendas, O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da “classe
com uma diferença: enquanto os valores a receber surgem após a B e C” menos sofisticados.
realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes
das realizações das vendas. MODELO DE LOTE ECONÔMICO
Permite determinar a quantidade ótima que minimiza os cus-
Essa é uma diferença crítica e a necessidade de prever as ven- tos totais de estocagem de pedido para um item do estoque. Con-
das antes de se estabelecer os níveis desejados de estoques, torna siderando os custo de pedir e os custos de manter os materiais.
sua administração uma tarefa difícil. Deve se observar também que Sendo os custos de pedir, os fixos, administrativos ao se efetuar e
os erros na fixação dos níveis de estoque podem levar à perda das receber um pedido e o custo de manter são os variáveis por unida-
vendas (caso tenham sido subdimensionados) ou a custos de es- de da manutenção de um item de estoque por umdeterminado pe-
tocagem excessivos (caso tenham sido superdimensionados), resi- ríodo (custo de armazenagem) segundo, “oportunidade” de outros
dindo, portanto, na correta determinação dos níveis de estoques, investimentos.
a importância da sua administração. Seu objetivo é garantir que os
estoques necessários estejam disponíveis quando necessários para Custo total = custo de pedir + custo de manter
manutenção do ritmo de produção, ao mesmo tempo em que os
custos de encomenda e manutenção de estoques sejam minimi- PONTO DE PEDIDO
zados. Determina em que ponto os estoques serão pedidos levando
em consideração o tempo de entrega dos principais itens.

Os estoques podem ser classificados como: Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x demanda
- Matéria-prima diária
- Produtos em processo
- Materiais de embalagem SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
- Produtos acabados
- Suprimentos Os Sistemas básicos utilizados na administração de estoques
são:
A razão para manutenção de estoques depende fundamental-
mente da natureza desses materiais. 1. FMS (Flexible Manufacturing System)
Para manutenção dos estoques de matérias primas, são utiliza- Nesse sistema, os computadores comandam as operações
das justificativas como a facilidade para o planejamento do proces- das máquinas de produção e, inclusive, comandam a troca de fer-
so produtivo, a manutenção do melhor preço deste produto, a pre- ramentas das operações de manuseio de materiais, ferramentas,
venção quanto à falta de materiais e, eventualmente, a obtenção acessórios e estoques. Pode-se incluir no software módulos de
de descontos por aquisição de grandes quantidades. monitoração do controle estatístico da qualidade. Normalmente, é
Essas razões são contra-argumentadas de várias formas. Atu- aplicado em fábricas com grande diversidade de peças de produtos
almente, as modernas técnicas de administração de estoques, finais montados em lotes. Podemos destacar entre as vantagens do
o conceito do “Supply Chain Management” que ajuda a reduzir FMS, as seguintes:

241
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Permite maior produtividade das máquinas, que passam a 5. Sistema KANBAN-JIT


ter utilização de 80% a 90% do tempo disponível. O sistema Kanban foi desenvolvido para ser utilizado onde os
• Possibilita maior atenção aos consumidores em função da empregados possuem motivação e mobilização, com grande liber-
flexibilidade proporcionada. dade de ação. Nessas fábricas, na certeza de que os empregados
• Diminui os tempos de fabricação. trabalham com dedicação e responsabilidade, é legítimo um tra-
• Em função do aumento da flexibilidade, permite aumen- balhador parar a linha de montagem ou produção porque achou
tar a variedade dos produtos ofertados. algo errado, os empregados mantém-se ocupados todo o tempo,
ajudando-se mutuamente ou trocando de tarefas conforme as ne-
2. MRP-Material Requirement Planing cessidades. O sistema Kanban-JIT é um sistema que “puxa” a produ-
O MRP é um sistema completo para emitir ordens de fabrica- ção da fábrica, inclusive até o nível de compras, pelas necessidades
ção, de compras, controlar estoques e administrar a carteira de geradas na montagem final. As peças ou submontagens são colo-
pedidos dos clientes. Opera em base semanal, impondo com isso cadas em caixa feitas especialmente para cada uma dessas partes,
uma previsão de vendas no mesmo prazo, de modo a permitir a ge- que, ao serem esvaziadas na montagem, são remetidas ao posto de
ração de novas ordens de produção para a fábrica. O sistema pode trabalho que faz a última operação a essa remessa, que funciona
operar com diversas fórmulas para cálculo dos lotes de compras, como uma ordem de produção.
fabricação e montagem, operando ainda com diversos estoques de
material em processo, como estoque de matérias primas, partes, 6. Sistema Just in Time
submontagens e produtos acabados.A maior vantagem do MRP É preciso que haja um sistema integrado de planejamento de
consiste em utilizar programas de computadores complexos, levan- distribuição. É assim que surge o Just in Time, que é derivado do
do em consideração todos os fatores relevantes para conseguir o sistema Kanban. De acordo com Henrique Corrêa e Irineu Gianesi, a
melhor cumprimento de prazos de entrega, com estoques baixos, responsável pela implantação do Just in Time foi a Toyota, criando
mesmo que a fábrica tenha muitos produtos em quantidade, de esse sistema em 1970 e impondo-o para quem quisesse trabalhar
uma semana para outra. em parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque, passando a
Um ponto fundamental para o correto funcionamento do sis- responsabilidade e o comprometimento de não parar sua produção
tema é a rigorosa disciplina a ser observada pelos funcionários que para seus terceirizados.
interagem com o sistema MRP, em relação à informação de dados O Just in Time visa o “estoque zero”. O objetivo principal é
para computador. Sem essadisciplina, a memória do MRP vai acu- suprir produtos para a linha de produção e clientes da empresa,
mulando erros nos saldos em estoques e nas quantidades neces- somente quando for necessário. Ao longo da cadeia logística, as
sárias. relações entre as empresas - inclusive com o emprego de recur-
sos de comunicação e tecnologias de informação, devem ser ga-
3. Sistema Periódico rantidas de tal forma que os resultados, e, portanto, os serviços
A característica básica deste sistema é a divisão da fábrica em prestados pela logística obedeçam exatamente às necessidades de
vários setores de processamento sucessivo de vários produtos simi- serviços expressas pelos clientes. É muito importante, portanto que
lares. Cada setor recebe um conjunto de ordens de fabricação para haja uma cooperação, um bom relacionamento entre a empresa e
serem iniciados e terminados no período. Com isso, no fim de cada seus fornecedores externos e internos. Um ponto muito favorável
período, se todos os setores cumprirem sua carga de trabalho, não no Just in Time é que ele diminui a probabilidade de que ocorram
haverá qualquer material em aberto. Isso facilita o controle de cada perdas de produtos.
setor da fábrica, atribuindo responsabilidades bem definidas.
Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido às suas ca- Outros sistemas de estoques
racterísticas, não se tornou obsoleto face aos sistemas modernos, Sistema de Duas Gavetas - Consiste na separação física em
nos quais é possível à adoção de períodos curtos, menores que uma duas partes. Uma parte será utilizada totalmente até a data da en-
semana. comenda de um novo lote e a outra será utilizada entre a data da
encomenda e a data do recebimento do novo lote. A grande van-
4. OPT-Optimezed Production Technology tagem deste sistema está na substancial redução do processo bu-
O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem diferen- rocrático de reposição de material (bujão de gás). A denominação
te dos sistemas anteriores, enfatizando a racionalidade do fluxo “DUAS GAVETAS” decorre da ideia de guardar um mesmo lote em
de materiais pelos diversos postos de trabalho de uma fábrica. Os duas gavetas distintas.
pressupostos básicos do OPT foram originados por formulações
matemáticas. Nesse sistema, as ordens de fabricação são vistas Sistema de Estoque Mínimo - É usado principalmente quando
como tendo de passar por filas de espera de atendimento nos di- a separação entre as duas partes do estoque não é feita fisicamen-
versos postos de trabalho na fábrica. O conjunto de postos de tra- te, mas apenas registrada na ficha de controle de estoque, com o
balho forma então uma rede de filas de espera. ponto de separação entre as partes. Enquanto o estoque mínimo
O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes gerenciais para estiver sendo utilizado, o Departamento de Compras terá prazo su-
ajudar a determinar o Lote ótimo para cada componente ou sub- ficiente para adquirir e repor o material no estoque.
montagem a ser processado em cada posto de trabalho. Muita ên-
fase é dedicada aos pontos de gargalo da produção. Sistema de Renovação Periódica - Consiste em fazer pedidos
para reposição dos estoques em intervalos de tempo pré-estabe-
lecidos para cada item. Estes intervalos, para minimizar o custo de
estoque, devem variar de item para item. A quantidade a ser com-
prada em cada encomenda é tal que, somada com a quantidade

242
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

existente em estoque, seja suficiente para atender a demanda até A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – conhecida
o recebimento da encomenda seguinte. Logicamente, este sistema como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresentam em seus arti-
obriga a manutenção de um estoque reserva. Deve-se adotar pe- gos 44, 45 e 46, medidas destinadas à preservação do patrimônio
ríodos iguais para um grande número de itens em estoque pois, público. Uma delas estabelece que o resultado da venda de bens
procedendo a compra simultânea de diversos itens, pode-se obter móveis e imóveis e de direitos que integram o patrimônio público
condições vantajosas na transação (compra e transporte). não poderá mais ser aplicado em despesas correntes, exceto se a
lei autorizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de previ-
Sistema de Estocagem para um Fim Específico - Apresenta duas dência social, geral e própria dos servidores.
subdivisões: Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorporação de
a) Estocagem para atender a um programa de produção pré- ativos por venda, que é receita de capital, deverão ser aplicados em
-determinado: despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas (pas-
É utilizada nas indústrias de tipo contínuo ou semicontínuo sivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o incremen-
que estabelece, com antecedência de vários meses, os níveis de to de outro ativo, com a realização de despesas de investimento, de
produção. A programação (para vários períodos, semanas e meses) forma a manter preservado o valor do patrimônio público.
elaborada pelo P.C.P. deverá ser coerente para todos os segmen-
tos, desde o recebimento do material até o embarque do produto TOMBAMENTO DE BENS
acabado. O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebimento
dos bens móveis pelos órgãos, como visto anteriormente, pela con-
Vantagens: ferência física dos bens pelo Almoxarifado. Após registro de entra-
* Estoques menores, sem riscos de se esgotarem, objetiva- da do bem no sistema de gerenciamento de material no estoque,
mente controlados por se conhecer a demanda futura. o responsável por este encaminhará uma comunicação ao Setor de
* Melhores condições de compra de materiais, pois pode-se Patrimônio (com cópia da nota de empenho, documentos fiscais e
aceitarcontratos de grandes volumes para entregas parceladas. Aa- outros que se fizerem necessários), informando o destino (centros
tividade de compra fica reduzida, sem a necessidade de emitirpedi- de responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em esto-
dos de fornecimento para cada lote de material. que, o Setor de Patrimônio deverá aguardar comunicação de saí-
da deste, através de uma Guia de Baixa de Materiais emitida pelo
b) Estocagem para atender especificamente a uma ordem de Almoxarifado. Caso o bem seja entregue diretamente ao destino
produção ou a uma requisição: É o método empregado nas produ- final, o Almoxarifado encaminhará a Guia de Saída ao Patrimônio,
ções do tipo intermitente, onde a indústria fabrica sob encomenda, juntamente com os demais documentos do processo de empenho.
sendo justificável no caso de materiais especiais ou necessários es- O tombamento consiste na formalização da inclusão física de
poradicamente. Os pedidos de material neste sistema são baseadas um bem patrimonial no acervo do órgão, com a atribuição de um
principalmente na lista material (“ROW MATERIAL”) e na progra- único número por registro patrimonial, ou agrupando-se uma sequ-
mação geral (AP = “ANNUAL PLANNING”). Existem casos em que o ência de registros patrimoniais quando for por lote, que é denomi-
pedido para compra precisa ser feito mesmo antes do projeto do nado “número de tombamento”. Pelo tombamento aplica-se uma
produto estar detalhado, ou seja, antes da listagem do material es- conta patrimonial do Plano de Contas do órgão a cada material, de
tar pronta, pois os itens necessários podem ter um ciclo de fabrica- acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor do bem
ção excessivamente longo. Ex.: grandes motores, turbinas e navios. a ser registrado é o valor constante do respectivo documento de
incorporação (valor de aquisição).
Enfim, o controle de estoques exerce influência muito grande A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem, de pla-
na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capital que poderia queta de identificação, por colagem ou rebitamento, a qual conterá
estar sendo investido de outras maneiras. Portanto, aumentar a o número de registro patrimonial.
rotatividade do estoque auxilia a liberar ativos e economiza o custo Na colocação da plaqueta deverão ser observados os seguintes
de manutenção e controle que podem absorver de 25 a 40% dos aspectos: local de fácil visualização para efeito de identificação por
custos totais, conforme mencionado anteriormente. meio de leitor óptico, preferencialmente na parte frontal do bem;
evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta ou que pos-
Gestão patrimonial sam acarretar sua deterioração; evitar fixar a plaqueta em partes
O patrimônio é o objeto administrado que serve para propi- que não ofereçam boa aderência, por apenas uma das extremida-
ciar às entidades a obtenção de seus fins. Para que um patrimônio des ou sobre alguma indicação importante do bem.
seja considerado como tal, este deve atender a dois requisitos: o
elemento ser componente de um conjunto que possua conteúdo Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física antes
econômico avaliável em moeda; e exista interdependência dos ele- de serem distribuídos aos diversos centros de responsabilidade do
mentos componentes do patrimônio e vinculação do conjunto a órgão. Os bens patrimoniais cujas características físicas ou a sua
uma entidade que vise alcançar determinados fins. própria natureza impossibilitem a aplicação de plaqueta também
Do ponto de vista econômico, o patrimônio é considerado terão número de tombamento, mas serão marcados e controlados
uma riqueza ou um bem suscetível de cumprir uma necessidade em separado. Caso o local padrão para a colagem da plaqueta seja
coletiva, sendo este observado sob o aspecto qualitativo, enquan- de difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou estantes en-
to que sob o enfoque contábil observa-se o aspecto quantitativo costadas na parede, que não possam ser movimentados devido ao
(Ativo =Passivo + Situação Líquida). Exceção a alguns casos, quando peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar mais próximo
se utiliza o termo “substância patrimonial” é que a contabilidade
visualiza o patrimônio de forma qualitativa.

243
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ao local padrão. Em caso de perda, descolagem ou deterioração da ção dos bens e identificação de todos os problemas ocorridos nes-
plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem está localizado de- tes números do Termo de Responsabilidade; e plaquetável ou não
verá comunicar, impreterivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio. plaquetável.
A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixação O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o recebi-
de plaquetas (ou adesivos): a) estantes, armários, arquivos e bens mento da documentação hábil, pelo Setor de Patrimônio, que pro-
semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na parte frontal superior cederá ao tombamento e cadastramento em sistema específico,
direita, no caso de arquivos de aço, e na parte lateral superior di- utilizando diversos dados, tais como: número do registro; tipo de
reita, no caso de armários, estantes e bens semelhantes, sempre imóvel; denominação do imóvel; características (descrição detalha-
com relação a quem olha o móvel; b) mesas e bens semelhantes: da do bem); valor de aquisição (valor histórico); forma de ingres-
a plaqueta deve ser fixada na parte frontal central, contrária à po- so (compra, doação, permuta, comodato, construção, usucapião,
sição de quem usa o bem, com exceção das estações de trabalho desapropriação, cessão, outras); classificação contábil/patrimonial;
e/ou àqueles móveis que foram projetados para ficarem encosta- número do empenho e data de emissão; fonte de recurso; núme-
dos em paredes, nos quais as plaquetas serão fixadas em parte de ro do processo de aquisição e ano; tipo/número do documento de
fácil visualização; c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte aquisição (nota fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção
fixa inferior do motor; d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta Interna, Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão
deve ser fixada no lado externo direito, em relação a quem opera em Comodato, outros); nome do fornecedor (código); localização
a máquina; e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso (identificação do centro de responsabilidade); situação do bem (re-
a plaqueta nunca deve ser colocada em partes revestidas por cour- gistrado, alocado, cedido em comodato, em manutenção, em de-
vin, couro ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem segu- pósito para manutenção, em depósito para triagem, em depósito
rança. A plaqueta deverá ser fixada na base, nos pés ou na parte para redistribuição, em depósito para alienação, em sindicância,
mais sólida; f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: desaparecido, baixado, outros); estado de conservação (bom, re-
em aparelhos de ar condicionado, o local indicado é sempre na par- gular, precário, inservível); data da incorporação; unidade da fede-
te mais fixa e permanente do aparelho, nunca no painel removível ração; tipo de logradouro; número; complemento;bairro/distrito;
ou na carcaça; g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve município; cartório de registro; matrícula; livro; folhas; data do re-
ser fixada na parte lateral direita do painel de direção, em relação gistro; data da reavaliação; moeda da reavaliação; valor do aluguel;
ao motorista, na parte mais sólida e nãoremovível, nunca em aces- valor do arrendamento; valor de utilização; valor de atualização;
sórios; h) quadros e obras de arte: a colocação da plaqueta, neste moeda de atualização; data da atualização; reavaliador; e CPF/CNPJ
caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a estética, nem do reavaliador.
diminua seu valor comercial; i) esculturas: nas esculturas a plaque-
ta deve ser fixada na base. Nos quadros ela deve ser colocada na CONTROLE DE BENS
parte de trás, na lateral direita; j) quadros magnéticos: nos qua- Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o
dros magnéticos a plaqueta deverá ser colocada na parte frontal conjunto de procedimentos relativos à distribuição, transferência,
inferior direita, caso não seja possível a colagem neste local, colar saída provisória, empréstimo e arrendamento a que estão sujeitos
nesta mesma posição na parte posterior do quadro; e k) fixação de no período decorrido entre sua incorporação e desincorporação.
plaquetas em outros bens: entende-se como outros bens aqueles Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de
materiais que não podem ser classificados claramente como apa- material permanente recém adquirido, de acordo com a destina-
relhos, máquinas, motores, etc. Em tais bens, a plaqueta deve ser ção dada no processo administrativo de aquisição correspondente.
fixada na base, na parte onde são manuseados. A movimentação de qualquer bem móvel será feita mediante o
A seguir são elencados, como sugestões, dados necessários preenchimento do Termo de Responsabilidade, que deverá conter
ao registro dos bens no sistema de patrimônio: número do tomba- no mínimo, as seguintes informações: número do Termo de Res-
mento; data do tombo; descrição padronizada do bem (descrição ponsabilidade; nome do local de lotação do bem (incluindo tam-
básica pré-definida em um sistema de patrimônio); marca/modelo/ bém o nome do sublocal de lotação); declaração de responsabilida-
série (também pré-definidos em um sistema de patrimônio); carac- de; número do tombamento; descrição; quantidade; indicação se é
terísticas (descrição detalhada); valor unitário de aquisição (valor plaquetável; valor unitário; valor total; total de bens arrolados no
histórico); agregação (acessório ou componente); forma de ingres- Termo de Responsabilidade; data do Termo; nome e assinatura do
so (compra, fabricação própria, doação, permuta, cessão, outras); responsável patrimonial; e data de assinatura do Termo.
classificação contábil/patrimonial; número do empenho e data de A transferência é a operação de movimentação de bens, com a
emissão; fonte de recurso; número do processo de aquisição e ano; consequente alteração da carga patrimonial. A autoridade transfe-
tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/fatura, co- ridora solicita ao setor competente do órgão a oficialização do ato,
mercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de Doação, Ter- por meio das providências preliminares. É importante destacar que
mo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros); nome do a transferência de responsabilidade com movimentação de bens
fornecedor (código); garantia (data limite da garantia e empresa de somente será efetivada pelo Setor de Patrimônio mediante solicita-
manutenção); localização (identificação do centro de responsabili- ção do responsável pela carga cedente com anuência do recebedor.
dade); situação do bem (registrado, alocado, cedido em comoda- A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avariados, obsoletos
to, em manutenção, em depósito para manutenção, em depósito ou sem utilização também se caracteriza como transferência. Neste
para triagem, em depósito para redistribuição, em depósito para caso, a autoridade da unidade onde o bem está localizado devolve-
alienação, em sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado -o com a observância das normas regulamentares, a fim de que a o
de conservação (bom, regular, precário, inservível, recuperável); Setor Patrimonial possa manter rigoroso controle sobre a situação
histórico do bem vinculado a um sistema de manutenção, quando do bem. Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio do
existir. Tal informação permitirá o acompanhamento da manuten- órgão também ficam sob a guarda dos servidores deste setor (fiéis

244
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

depositários), e serão objetos de análise para a determinação da Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros tam-
baixa ou transferência a outros setores. É importante colocar que bém deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, nenhum res-
uma cópia do Termo de Responsabilidade de cada setor deverá ser paldo legal.
fixada em local visível a todos, dentro de seu recinto de trabalho,
visando facilitar o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de INVENTÁRIO
acesso ao setor). Para que ocorra a transferência de responsabili- O Inventário determina a contagem física dos itens de estoque
dade entre dois setores pertencentes a um mesmo órgão, deverão e em processos, para comparar a quantidade física com os dados
ser observados os seguintes parâmetros:solicitação, por escrito, do contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as discrepâncias
interessado em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de que possam existir entre os valores contábeis, dos livros, e o que
acordo” do setor cedente com a autorização de transferência ; so- realmente existe em estoque.
licitação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emis- O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário geral é
são do Termo de Responsabilidade; após a emissão do Termo de elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com
Responsabilidade, o Setor de Patrimônio remeterá o mesmo ao a contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário
agente patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e rotativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer
do recebedor. tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada
Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois grupo de itens em determinados períodos.
setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser observados Inventário na administração pública: Inventário são a discrimi-
os seguintes parâmetros: solicitação, por escrito, do interessado nação organizada e analítica de todos os bens (permanentes ou de
em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do consumo) e valores de um patrimônio, num determinado momen-
setor cedente com a autorização de transferência e anuência das to, visando atender uma finalidade específica. É um instrumento
unidades de controle do patrimônio e do titular do órgão; solicita- de controle para verificação dos saldos de estoques nos almoxari-
ção do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão do fados e depósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão
Termo de Transferência de Responsabilidade; após a emissão do ou entidade, informando seu estado de conservação, e mantendo
Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio o remeterá ao atualizados e conciliados os registros do sistema de administração
agente patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e patrimonial e os contábeis, constantes do sistema financeiro. Além
do recebedor. Quando a transferência de responsabilidade do bem disso, o inventário também pode ser utilizado para subsidiar as to-
ocorrer sem a movimentação deste, isto é, quando ocorrer a mu- madas de contas indicando saldos existentes, detectar irregularida-
dança da responsabilidade patrimonial de um servidor para outro, des e providenciar as medidas cabíveis.
desde que não pressuponha mudança de local do bem, deverão ser Através do inventário pode-se confirmar a localização e atribui-
observados os seguintes procedimentos: o Setor de Recursos Hu- ção da carga de cada material permanente, permitindo a atualiza-
manos (ou equivalente) deverá encaminhar ao Setor de Patrimônio ção dos registros dos bens permanentes bem como o levantamen-
cópia da portaria que substitui o servidor responsável; de posse das to da situação dos equipamentos e materiais em uso, apurando
informações contidas na portaria, o Setor de Patrimônio emite o a ocorrência de dano, extravio ou qualquer outra irregularidade.
respectivo Termo de Transferência de Responsabilidade; emitido o Podem-se verificar também no inventário as necessidades de ma-
Termo, este será encaminhado ao agente patrimonial da unidade, nutenção e reparo e constatação de possíveis ociosidades de bens
que providenciará a conferência dos bens e assinatura do Termo; móveis, possibilitando maior racionalização e minimização de cus-
uma vez assinado o Termo, o agente providenciará para que uma tos, bem como a correta fixação da plaqueta de identificação. Na
das vias seja arquivada no setor onde os bens se encontram e outra Administração Pública, o inventário é entendido como o arrola-
encaminhada ao Setor de Patrimônio. mento dos direitos e comprometimentos da Fazenda Pública, fei-
Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela movi- to periodicamente, com o objetivo de se conhecer a exatidão dos
mentação de bens patrimoniais para fora da instalação ou depen- valores que são registrados na contabilidade e que formam o Ativo
dência onde estão localizados, em decorrência da necessidade de e o Passivo ou, ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade
conserto, manutenção ou da sua utilização temporária por outro dos agentes sob cuja guarda se encontram determinados bens. Os
centro de responsabilidade ou outro órgão, quando devidamente diversos tipos de inventários são realizados por determinação de
autorizado. Qualquer que seja o motivo da saída provisória, esta autoridade competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimô-
deverá ser autorizada pelo dirigente do órgão gestor ou por outro nio e das unidades de controle patrimonial ou de qualquer detentor
servidor que recebeu delegação para autorizar tal ato. Toda a ma- de carga dos diversos centros de responsabilidade, periodicamente
nutenção de bem incorporado ao patrimônio de um órgão deverá ou a qualquer tempo. Os inventários na Administração Pública de-
ser solicitada pelos agentes patrimoniais ou responsáveis e resulta- vem ser levantados não apenas por uma questão de rotina ou de
rá na emissão de uma Ordem de Serviço pelo Setor de Manutenção, disposição legal, mas também como medida de controle, tendo em
que tomará todas as providências para proceder à assistência de vista que os bens nele arrolados não pertencem a uma pessoa físi-
bem em garantia ou utilizando-se de seus recursos próprios. ca, mas ao Estado, e precisam estar resguardados quanto a quais-
Empréstimo: O empréstimo é a operação de remanejamen- quer danos. Na Administração Pública o inventário é obrigatório,
to de bens entre órgãos por um período determinado de tempo, pois a legislação estabelece que o levantamento geral de bens mó-
sem envolvimento de transação financeira. O empréstimo deve ser veis e imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade
evitado. Porém, se não houver alternativa, os órgãos envolvidos gestora e os elementos da escrituração sintética da contabilidade
devem manter um rigoroso controle, de modo a assegurar a de- (art. 96 da Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964).
volução do bem na mesma condição em que estava na ocasião do A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais,
empréstimo. Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes ao bem como a responsabilidade dos setores onde se localizam tais
poder público é vedado, salvo exceções previstas em leis. bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário median-

245
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

te verificações físicas pelo menos uma vez por ano. Para fins de A alienação de bens está sujeita à existência de interesse públi-
atualização física e monetária e de controle, a época da inventaria- co e à autorização da Assembleia Legislativa (para os casos previs-
ção será: anual para todos os bens móveis e imóveis sob-respon- tos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que será efetuada por
sabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro (confirmação comissão de licitação de leilão ou outra modalidade prevista para a
dos dados apresentados no Balanço Geral); e no início e término Administração Pública.
da gestão, isto é, na substituição dos respectivos responsáveis, no A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados à alie-
caso de bens móveis. nação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser remetido ao
Setor de Patrimônio, o qual instaurará o procedimento respectivo;
Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históri- sempre que possível, os bens serão agrupados em lotes para que
cos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores constan- seja procedida a sua baixa; os bens objeto de baixa serão vistoria-
tes de inventários já existentes, com indicação da data de aquisição. dos in loco por uma Comissão Interna de Avaliação de Bens, no pró-
Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica ve- prio órgão, os quais, observando o estado de conservação, a vida
dada toda e qualquer movimentação física de bens localizados nos útil, o valor de mercado e o valor contábil, formalizando laudo de
endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante avaliação dos bens, classificando-os em:
autorização específica das unidades de controle patrimonial, ou do a) bens móveis permanentes inservíveis: quando for consta-
dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal a Comis- tado serem os bens danificados, obsoletos, fora do padrão ou em
são de Inventário de Bens. desuso devido ao seu estado precário de conservação; e
Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados b) bens móveis permanentes excedentes ou ociosos: quando
sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico e/ou for constatado estarem os bens em perfeitas condições de uso e
contábil: Levantamento físico, material ou de fato é o levantamen- operação, porém sem utilização.
to efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida
dos componentes patrimoniais. Os bens móveis permanentes considerados excedentes ou
Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado de ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, ficando proi-
elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O simples bida a retirada de peças e dos periféricos a ele relacionados, exceto
arrolamento não interessa para a contabilidade se não for comple- nos casos autorizados pelo chefe da unidade gestora.
tado pela avaliação. Sem a expressão econômica, o arrolamento
serve apenas para controle da existência dos componentes patri- ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS
moniais. O desfazimento é a operação de baixa de um bem pertencen-
O inventário é dividido em três fases: Levantamento: compre- te ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do seu
ende a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e passivos valor do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial, a reti-
do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: identificação, rada de bem da carga patrimonial do órgão, mediante registro da
agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o registro das carac- transferência deste para o controle de bens baixados, feita exclu-
terísticas e quantidades obtidas no levantamento. O arrolamento sivamente pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo
pode apresentar os componentes patrimoniais deforma resumida gestor. O número de patrimônio de um bem baixado não deverá
e recebe a denominação “sintética”. Quando tais componentes são ser utilizado em outro bem.
relacionados individualmente, o arrolamento é analítico; Avaliação: A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas a
é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao elemento pa- seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição; co-
trimonial. Os critérios de avaliação dos componentes patrimoniais modato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no cadastro. Em
devem ter sempre por base o custo. A atribuição do valor aos com- qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa de-
ponentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua na- finitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, por seu
tureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade. estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do serviço
público. As orientações administrativas devem ser obedecidas, em
ALIENAÇÃO DE BENS cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de ges-
De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende-se tão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada.
como alienação a transferência de propriedade, remunerada ou Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse em
gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em paga- utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando em condições
mento, investidura, legitimação de posse ou concessão de domínio. de uso (em estado regular de conservação), o dirigente do órgão
Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela deverá, primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. Para tanto,
Administração, desde que satisfaça as exigências administrativas. o detentor da carga deverá preencher formulário próprio criado
Muito embora as Constituições Estaduais possam determinar que pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão competente que
a autorização de doação de bens móveis seja submetida à Assem- poderá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantrópicas
bleia Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993, reconhecidas como de interesse público, delegacias, escolas ou bi-
que institui normas para licitações e contratos da Administração bliotecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se
Pública 37 e dá outras providências, faculta a obrigação de licitação existe interesse pelos bens.
específica para doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a Se houver interesse, a autoridade competente deverá efetuar
alienação por leilão. o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado permane-
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor- cerá guardado em local apropriado, sob a responsabilidade de um
dinada à existência de interesse público devidamente justificado. servidor público, até a aprovação de baixa, ficando expressamente
proibido o uso do bem desde o início da tramitação do processo de
baixa até sua destinação final.

246
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O registro no sistema patrimonial será efetivado com base no • Um arquivo é o conjunto de documentos produzidos e acu-
Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os seguintes dados: mulados por uma entidade coletiva, pública e privada, pessoa ou
número do tombamento; descrição; quantidade baixada (quando família, no desempenho de suas atividades, independentemente da
se tratar de lote de bens não plaquetados); forma de baixa; motivo natureza do suporte.
de baixa; data de baixa; número da Portaria ou Termo de Baixa. Vi- • Um documento é o registro de informações, independente
sando o correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial, da natureza do suporte que a contém.
faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir: o Setor de • Já informação é um “elemento referencial, noção, ideia ou
Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, emitirá por mensagem contidos num documento.
processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor de Patrimônio O suporte é o meio física, aquela que o contém o documento,
verificará junto ao Setor Financeiro quanto à existência do compro- podendo ser: papel; pen-drive; película fotográfica; microfilme; CD;
vante de pagamento, em caso de licitação e, em seguida, procederá DVD; entre outros.
à entrega do mesmo mediante recibo próprio; emitido o Termo,
o Setor de Patrimônio providenciará o documento de quitação de Outros conceitos importantes de se ter claro na mente:
responsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem detinha Arquivos: órgãos que recolhem naturalmente os documentos
a responsabilidade do bem. de arquivo, que são acumulados organicamente pela entidade, de
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e ao forma ordenada, preservando-os para a consecução dos objetivos
dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedientes para funcionais, legais e administrativos, tendo em conta sua utilidade
que seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de alienação futura.
ou desfazimento.17 Bibliotecas: reúnem documentos de biblioteca, que são mate-
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas riais ordenados para estudo, pesquisa e consulta.
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que Museus: colecionam documentos (bidimensionais e/ou tridi-
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de mensionais) de museu, que são criações artísticas ou culturais de
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab- uma civilização ou comunidade, possuindo utilidade cultural, de in-
sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção formação, educação e entretenimento.
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a cor- Centros de documentação ou informação: é um órgão/insti-
reta compreensão do seu papel na logística e de como devem ser tuição/serviço que busca juntar, armazenar, classificar, selecionar e
gerenciados”. disseminar informação das mais diversas naturezas, incluindo aque-
las próprias da biblioteconomia, da arquivística, dos museus e da
informática.
NOÇÕES DE ARQUIVAMENTO E PROCEDIMENTOS
ADMINISTRATIVOS: ARQUIVO E SUA Princípios
DOCUMENTAÇÃO; ORGANIZAÇÃO DE UM ARQUIVO; A arquivologia possui uma série de princípios fundamentais
TÉCNICAS E MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO; para o seu funcionamento. São eles:
MODELOS DE ARQUIVOS E TIPOS DE PASTAS;
ARQUIVAMENTO DE REGISTROS INFORMATIZADOS • Princípio da proveniência, respeito aos fundos ou método
histórico: fundo é um conjunto de documentos de uma mesma pro-
Conceitos veniência. Eles podem ser fundos abertos ou fechados.
Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, Fundo aberto é aquele ao qual podem ser acrescentados novos
temos quatro definições para o termo arquivologia: documentos em função do fato de a entidade produtora continuar
1. Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma em atividade.
entidade coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desem- Fundo fechado é aquele que não recebe acréscimo de docu-
penho de suas atividades, independentemente da natureza do su- mentos, uma vez que a entidade produtora não se encontra mais
porte. em atividade. Porém, ele pode continuar recebendo acréscimo de
2. Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o documentos desde que seja proveniente da mesma entidade pro-
processamento técnico, a conservação e o acesso a documentos. dutora de quando a organização estava funcionando.
3. Instalações onde funcionam arquivos.
4. Móvel destinado à guarda de documentos. • Princípio da indivisibilidade ou integridade arquivística: é
necessário manter a integridade do arquivo, sem dispersar, mutilar,
Podemos entender ela como um conjunto de princípios, nor- alienar, destruir sem autorização ou adicionar documento indevido.
mas, técnicas e procedimentos para gerenciar as informações no
processo de produção, organização, processamento, guarda, utili- • Princípio do respeito à ordem original, ordem primitiva ou
zação, identificação, preservação e uso de documentos de arquivos. “santidade” da ordem original: o arquivo deve conservar o arranjo
dado por quem o produziu, seja uma entidade coletiva, pessoa ou
família. Ou seja, ele deve ser colocado no seu lugar de origem den-
tro do fundo de onde provém.
17Fonte: BRASIL Revista TECHOJE/Ttransportes, administração de
materiais e distribuição física. Trad. Hugo T. Y. Yoshizaki/ FOINA, Paulo • Princípio da Organicidade: é o princípio que possibilita a
Rogério. Tecnologia de informação: planejamento e gestão/www. diferenciação entre documentos de arquivo e outros documentos
administradores.com.br /www.itsmnapratica.com.br/www.purainfo. existentes no ambiente organizacional.
com.br – por DiegoDuarte/ por Rogerio Araujo)

247
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Princípio da Unicidade: independentemente de forma, gê- Dentre as competências delegadas ao órgão, destacam-se as
nero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu seguintes:
caráter único, em função do contexto em que foram produzidos. — Definir normas gerais e estabelecer diretrizes para o pleno
funcionamento do SINAR. Visando à Gestão, à preservação e ao
• Princípio da cumulatividade ou naturalidade: seus registros acesso aos documentos do arquivo;
são formados de maneira progressiva, natural e orgânica em função — Promover o inter-relacionamento de arquivos público de
do desempenho natural das atividades da organização, família ou privados com vistas ao intercâmbio e à integração sistêmica das ati-
pessoa, por produção e recebimento, e não de maneira artificial. vidades arquivísticas;
— Zelar pelo cumprimento dos dispositivos constitucionais e
• Princípio da reversibilidade: todo procedimento ou trata- legai que preservam o funcionamento e acesso aos arquivos pú-
mento aplicado aos arquivos poderá, necessariamente, ser rever- blicos;
tido, caso seja necessário. Para se evitar a desintegração ou perda — Estimular programas de preservação e gestão de documen-
de unidade do fundo. tos produzido (orgânicos) e recebidos por órgãos e entidades, no
âmbito federal, estadual e municipal, em decorrência da função
• Princípios da inalienabilidade e imprescritibilidade: aplicado executiva, legislativa e judiciária;
ao setor público, estabelecendo que a transferência de propriedade — Subsidiar a elaboração de planos nacionais nos Poderes Le-
dos arquivos públicos a terceiros é proibida; e que o direito público gislativo, Executivo e Judiciário, bem como nos Estado, no Distrito
sobre os seus arquivos não prescreve com o tempo. Federal e Municípios;
— Declarar que como de interesse público e social os arquivos
• Princípio da universalidade: implica ao arquivista uma abor- privados que contenham fontes relevantes para a história e o de-
dagem mais geral sobre a gestão dos documentos de arquivo antes senvolvimento nacionais, nos termos do art. 13 da Lei n.º 8159/91.
que ele possa se aprofundar em maiores detalhes sobre cada natu-
reza documental. SINAR
Sistema Nacional de Arquivos, em 1978, não obstante os es-
• Princípio da proveniência territorial/territorialidade: es- forços realizados no sentido de estimular a adoção de políticas que
tabelece que os documentos deverão ser arquivados no território assegurassem a preservação do patrimônio documental em decor-
onde foram produzidos. rência da implementação do sistema foi bastante prejudicada em
decorrência da concepção estreita que norteou o Governo Feral, à
• Princípio da pertinência territorial: afirma que os documen- época, com relação à problemática arquivística.
tos deverão ser arquivados no local de sua pertinência, e não de A promulgação da Lei n.º 8159/91 retorna a questão da Política
sua acumulação. Nacional de Arquivos, reconhecendo e legitimando a necessidade
de um Sistema que promova a efetiva integração sistêmica dos ar-
quivos públicos e privados nos moldes legais e tecnicamente corre-
tos, visando à gestão, à preservação e ao acesso aos documentos
POLÍTICAS PÚBLICAS DE ARQUIVO, LEGISLAÇÃO ARQUI- de arquivo.
VÍSTICA Legislação Federal
Os arquivos públicos são conjuntos de documentos produzidos (Caro candidato(a) indicamos a consulta das Leis e decretos
e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de abaixo para aprofundar os estudos)
âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e Municipal em decor- – Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a
rência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias. (Lei Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados.
nº 8.159/91). – Lei nº 5.433, de 8 de maio de 1968. Regula a microfilmagem
Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos de documentos oficiais e dá outras providências.
produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decor- – Decreto no 1.799, de 30 de janeiro de 1996. Regulamenta a
rência de suas atividades. Os arquivos privados podem ser identifi- Lei no 5.433, de 8 de maio de 1968, que regula a microfilmagem de
cados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde documentos oficiais.
que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para – Portaria da Secretaria da Justiça nº 58, de 20 de junho de
a história e desenvolvimento científico nacional. (Lei nº 8.159/91). 1996. Regulamenta o registro e a fiscalização do exercício da ativi-
dade de microfilmagem de documentos, em conformidade com o
CONARQ parágrafo único do artigo 15 do Decreto nº 1.799, de 30 de janeiro
O Conselho Nacional de Arquivos é um órgão colegiado, vin- de 1996.
culado ao Arquivo Nacional, criado pelo art. 26 da Lei 8159, de 8 – Decreto nº 2.134, de 24 de janeiro de 1997. Regulamenta o
de Janeiro de 1991, que dispõe da Política Nacional de Arquivos e art. 23 da Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a
regulamentado pelo decreto n.º 1173 de 19 de Junho de 1994, al- categoria dos documentos públicos sigilosos e o acesso a eles, e dá
terado pelo decreto n.º 1491, de 25 de Abril de 1995, que tem por outras providências.
finalidade:
I - Definir a Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados; Citamos alguns artigos importantes da Legislação Federal:
II - Exercer a orientação normativa visando à Gestão Documen- – A eliminação de documentos produzidos por instituições pú-
tal e à proteção especial aos documentos de arquivo. blicas e de caráter público será realizada mediante autorização da
instituição arquivística pública, na sua específica esfera de compe-
tência (Lei no. 8.159, de 08/01/91, Art. 9°.);

248
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Os documentos, em tramitação ou em estudo, poderão, a – O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promo-
critério da autoridade competente, ser microfilmados, não sendo verá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inven-
permitida a sua eliminação até a definição de sua destinação final tários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de ou-
(Decreto no. 1.799, de 30/01/96, Art. 11); tras formas de acautelamento e preservação (Art. 216, parág. 1º.);
– A eliminação de documentos, após a microfilmagem, dar-se-á
por meios que garantam sua inutilização, sendo a mesma precedida Lei no. 8.159, de 08/01/91: dispõe sobre a Política Nacional de
de lavratura de termo próprio e após a revisão e a extração de filme Arquivos Públicos e Privados
cópia (idem, Art. 12); – É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção
– A eliminação de documentos oficiais ou públicos só deverá especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à
ocorrer se prevista na tabela de temporalidade do órgão, aprovada administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como ele-
pela autoridade competente na esfera de sua atuação e respeitado mentos de prova e informação (Art. 1º.);
o disposto no art. 9° da Lei no. 8.159, de 8 de janeiro de 1991 (idem, – Os documentos de valor permanente são inalienáveis e im-
Art. 12 parágrafo único). prescritíveis (Art. 10);
– Ficará sujeito a responsabilidade penal, civil e administrativa,
Constituição da República Federativa do Brasil (1988) na forma da legislação em vigor aquele que desfigurar ou destruir
– É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o documentos de valor permanente ou considerado como de interes-
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional (Art.5°, se público e social (Art. 25);
XIV);
– Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações Decreto no. 82.308, de 25/09/78: institui o Sistema Nacional de
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que Arquivo (SINAR)
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, res- – Fica instituído o Sistema Nacional de Arquivo (SINAR) com
salvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da so- a finalidade de assegurar, com vistas ao interesse da comunidade,
ciedade e do Estado (Art. 5°., XXXIII); ou pelo seu valor histórico, a preservação de documentos do Poder
– São a todos assegurados, independentemente do pagamen- Público (Art. 1o.);
to de taxas, ... b) a obtenção de certidões em repartições públicas, – Compete ao Órgão Central do Sistema: ... III-supervisionar a
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse conservação dos documentos sob sua custódia (Art. 4°.);
pessoal (Art. 5°., XXXIV); – Compete aos Órgãos Setoriais e Seccionais do Sistema: ... III
– A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais - preservar os documentos sob sua guarda, responsabilizando-se
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem (Art. pela sua segurança (Art. 5º.); Decreto no. 1799, de 30 de janeiro de
5°., LX); 1996: Regulamenta a Lei no. 5.433, de 8 de maio de 1968, que regu-
– Conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimen- la a microfilmagem de documentos oficiais, e a outras providências)
to de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de – Os documentos oficiais ou públicos, com valor de guarda per-
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de manente, não poderão ser eliminados após a microfilmagem de-
caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se pre- vendo ser recolhidos ao arquivo público de sua esfera de atuação
fira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (Art. 5°, ou preservados pelo próprio órgão detentor (Art.13).
LXXII);
– É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni- RESOLUÇÃO N.º 4, DE 28 DE MARÇO DE 1996.
cípios: ... II recusar fé aos documentos públicos (Art.19); Dispõe sobre o Código de Classificação de Documentos de Ar-
– É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Fe- quivo para a Administração Pública.
deral e dos Municípios: ... V- proporcionar os meios de acesso à
cultura, à educação e à ciência (Art.23); Levando em consideração que o acumulo da massa docu-
– Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da mental é um retrocesso da agilidade da obtenção da informação
documentação governamental e as providências para franquear sua o presidente do CONARQ dentro de suas atribuições e baseado na
consulta a quantos dela necessitem (Art. 216, parág. 2°.); Resolução 1º (adoção de um Plano de Classificação para arquivos
– A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a correntes) resolve aprovar medidas e definir funções.
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão Para os Arquivos Públicos foi aprovado, para as Atividades-
qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição (Art. -Meio, o Código de Classificação da Administração Pública que ser-
220). ve como modelo. Também foi atribuído que as entidades poderão
– É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Fe- adaptar esse Código de Classificação de acordo com a decorrência
deral e dos Municípios: ... III- proteger os documentos, as obras e de suas atividades, estipulando mudanças nos prazos de guarda, de
outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, destinação (eliminação ou guarda permanente), inserção de novas
as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV- impedir classes, subclasses e assim por diante.
a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de
outros bens de valor histórico, artístico ou cultural (Art. 23); Classificação, Temporalidade e Destinação de Documentos de
– Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de nature- Arquivos Relativos às Atividade – Meio da Administração Pública.
za material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, A Política Nacional de Arquivos, de acordo com os princípios
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos di- teóricos da moderna Arquivologia, compreende a definição e a no-
ferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se ção de um conjunto de normas e procedimentos técnicos e admi-
incluem: ... IV- as obras, objetos, documentos, edificações e demais nistrativos para disciplinar as atividades relativas aos serviços ar-
espaços destinados às manifestações artístico-culturais (Art. 216); quivísticos da administração pública, trazendo, por consequência, a

249
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

melhoria dos arquivos públicos. A implantação dessa política inclui essas são duas classes comuns a toda Atividades-Meio de uma orga-
necessariamente o processo de restauração da própria administra- nização. O restante das classes fica aberto para o uso de acordo com
ção pública. No entanto, com essa modernização, pressupõem no- as atividades documentais executadas pela organização.
vas formas de relacionamento entra máquina administrativa gover-
namental e seus arquivos, como condição imprescindível para que Aplicação do Código de Classificação de Documentos de Ar-
estes últimos sirvam como instrumento de apoio à organização do quivo
estado e da sociedade. A classificação faz parte do importante processo de Gestão Do-
O controle sobre a produção documental e a racionalização de cumental de Arquivos, pois a classificação faz parte da eficiência, do
seu fluxo, atreves da aplicação de modernas técnicas e recursos tec- controle e da agilidade no gerenciamento das informações.
nológicos, são objetivos de um programa de gestão de documentos, Duas etapas caracterizam a aplicação do Código de Classifica-
que levará à melhoria dos serviços arquivísticos, reganhando, com ção: Classificação e Arquivamento.
isso, a função social que os arquivos devem ter, aumentando-lhes
a eficácia garantindo o cumprimento dos direitos de cidadania e a) Classificação
sendo, para o próprio Estado suporte para as decisões políticos-ad- Primeiramente, essa etapa deve ser realizada por servidores
ministrativas. treinado e aptos. O processo de classificação é lento pois necessita
Contudo, o Código de Classificação de Documentos de Arquivo da leitura de cada documento com o intuito de aplicar o código de
para a Administração Pública: atividades meio e a tabela básica de classificação (ESTUDO). Quando a informação se refere a dois ou
temporalidade e destinação de documentos de arquivos relativos mais assuntos é usado um mecanismo, chamado Referência Cruza-
às atividades meio da Administração Pública foram elaborados por da, onde é usado uma folha de referência. Essa folha é colocada na
técnicos do Arquivo Nacional, da antiga Secretaria de Administra- pasta ou nas pastas onde a referência é menor e, consequentemen-
ção Federal e do Ministério do Planejamento e Orçamento e cons- te, o documento vai ocupar o lugar onde ele tem maior importân-
tituem elementos essenciais à organização do arquivos correntes cia. A codificação é importante na classificação pois faz uma revisão
e intermediários, permitindo o acesso aos documentos através da dos códigos utilizados e sua confirmação é feita com o registro do
racionalização e controlo eficazes das informações neles contidas. código na primeira folha do documento.
É importante focar que, a utilização desses instrumentos (Tabe-
la de Temporalidade e Destinação), além de possibilitar o controle b) Arquivamento
e a rápida recuperação de informações, orientará as atividades de Com a efetuação da classificação o documento, ele deve ser
racionalização da produção e fluxo documentais, avaliação e desti- encaminhado para o seu destino: a tramitação ou despacho final.
nação dos documentos produzidos e recebidos, aumentando a efi- O arquivamento tem o objetivo de preservar a ordem estabelecida
cácia dos serviços arquivísticos da administração pública em todas pelos códigos aplicados na fase de classificação (Princípio da Pro-
as esferas. veniência) visando o acelerar o arquivamento. Uma característica
Código de Classificação de Documentos de Arquivo importante no processo de arquivamento é a preocupação com a
É o principal instrumento para a classificação dos documentos utilização do espaço (hoje em dia praticamente todos os Arquivos
no Arquivo Corrente ou na massa documental. A ordem estabeleci- sofrem com esse problema) por isso neste processo há a preocupa-
da é baseada no agrupamento de documentos de um mesmo tema, ção se existem réplicas ou documentos que falam do mesmo assun-
com a preocupação de agilizar o recolhimento, transferência e o to, havendo isso, serão encaminhados para a eliminação.
acesso ao documento.
Para a administração pública federal o modo de classificação Temporalidade e Destinação de Documentos de Arquivo da
adotado foi o Método de Classificação Decimal (técnica de Melvil Atividades-Meio da Administração Pública
Dewey). As dez principias são representadas por números inteiros Na necessidade de medidas que definam quais são as atitudes
com três algarismos: Classe 100; Classe 200; Classe 300; Classe 400; a serem tomadas com os documentos, em relação a preservação,
Classe 500; Classe 600; Classe 700; Classe 800; Classe 900. destinação intermediária ou permanente de acordo com seu valor
Essas classes podem ser divididas em subclasses, que podem secundário representado para a sociedade, é necessário a elabora-
ser divididas em grupo, que podem ser divididas em subgrupos. Os ção de uma Tabela de Temporalidade.
números sempre estarão se submetendo a uma subordinação ao
anterior. Vejamos: a) Disposição da Tabela de Temporalidade
Classe 000 Sendo resultante de várias análises a Tabela de Temporalidade
Subclasse 010 tem os objetivos de definir guarda, destinação e garantir o fácil e
Grupo 012 rápido acesso às informações. Em sua estrutura básica são encon-
Subgrupo 012.11 trados os prazos de guarda na fase corrente e intermediária, e sua
destinação final além de observações para maior entendimento.
Neste modelo de Plano de Classificação as classes de 000 e 900
já vem rotuladas com seus respectivos assuntos: Administração Ge- b) Elaboração da Tabela de Temporalidade
ral e Assuntos Diversos. Mesmo com essas definições essas duas O Princípio das Três Idades é fundamental, pois ele rege toda a
classes poderão sofrer alterações no seu contexto de subclasses, vida da informação, atendendo as necessidades da Tabela de Tem-
grupos e subgrupos. Alterações que poderão acrescentar ou reduzir poralidade. Para a determinação do caráter primário ou secundário
seu volume de informação. Essas duas classes já foram incluídas no é necessário a verificação se a informação tem caráter administrati-
modelo Plano de Classificação porque segundo seus elaboradores

250
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vo ou probatório/informativo, respectivamente. Em seguida vem a formação de uma Comissão Permanente de Avaliação. Essa Comissão
levantará dados sobre as atividades desenvolvidas pela Administração Geral e suas subsidiárias afim de determinar o melhor período de
tempo que documento dever permanecer em cada fase.
Depois de sua elaboração, a Tabela de Temporalidade é encaminhada para a instituição arquivística pública responsável pela área de
situação do Arquivo requerente (onde será aprovada ou não), também há a necessidade de edição da mesma em Diário Oficial e é espe-
rado 45 dias para possíveis manifestações. Depois desse processo e com a aprovação, a Tabela de Temporalidade, da empresa pública ou
privada, será implantada com a orientação e acompanhamento de um Arquivista.

c) Aplicação da Tabela de Temporalidade


O usuário da Tabela de Temporalidade terá a sua disposição, na própria tabela, as orientações e explicações. A principal preocupação
na aplicação da Tabela de Temporalidade é a verificação da organicidade estabelecida aos documentos de arquivo. Esse é a principal mu-
dança que os Arquivos estão sofrendo hoje em dia.
A aplicação da Tabela de Temporalidade tem sido comprometida pois muitos Arquivos não têm profissionais com nível superior de
Arquivologia, ou seja, o responsável, que não tem o curso, na maioria das vezes não é condizente com a utilização do Plano de Classificação
e a aplicação da Tabela de Temporalidade, comprometendo a ênfase da Arquivologia: a organicidade.
A Tabela de Temporalidade é um modo de controlar o fluxo dos documentos em cada fase. Na fase corrente, o valor primário é o
importante; na fase intermediária, o valor primário perde importância e é feita uma averiguação do seu valor secundário e é dado um
prazo de precação (para possíveis pesquisas); em seguida é eliminado ou passa para a guarda permanente (quando constatado seu valor
secundário). Baseado nesses princípios a Tabela de Temporalidade estipula o tempo que o documento deve permanecer na fase corrente
e intermediária ou se será eliminado ou destinado à guarda permanente.
Normas
(Caro(a) candidato(a) os arquivos das normas são extensivos e não tem como serem resumidos, por isso não colocamos os mesmos em
nosso material. Sugerimos para aprofundamento do seu estudo, a leitura das normas.)
– ISAD(G) – Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística
– ISAAR(CPF) – Norma Internacional de Registo de Autoridade Arquivística para Pessoas Coletivas, Pessoas Singulares e Famílias
– ISDF – Norma Internacional para a Descrição de Funções
– ISDIAH – Norma Internacional para Instituições com Acervo Arquivístico.

SISTEMAS E REDES DE ARQUIVO


Sistema “é o conjunto de princípios coordenados entre si, de modo que concorram para um determinado fim”. Paes (2005) ensina que
os métodos de arquivamento podem ser divididos em duas classes:

No sistema direto buscamos os documentos diretamente onde estão localizados, sem o auxílio de instrumentos de pesquisa. Dentro
desse sistema temos os métodos de arquivamento:
- Alfabético: organização dos documentos feita palavra por palavra e letra por letra. Devemos observar as regras de alfabetação para
a utilização desse método.

251
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Geográfico: a utilização deste método é tomada quando a política de arquivo define como primordial para organização dos docu-
mentos é a procedência local do mesmo.

Método de Arquivamento

CLASSIFICAÇÃO POR ASSUNTO MÉTODO GEOGRÁFICO


Brasília
PATRIMÔNIO Rio de Janeiro
São Paulo
MÉTODO ALFABÉTICO
Aguiar, Celso
PESSOAL - ADMISSÃO Borges, Francisco
Cardoso Jurandir
Castro, Lúcia
MÉTODO (SECUNDÁRIO) CRONOLÓGICO
Jan. a jul. de 1980
DEMISSÃO - FOLHAS DE PAGAMENTO
Ago. a dez. 1980
Jan. a jul 1981

- Correspondência com outros países: alfabeta-se em primeiro lugar o país, seguido da capital e do correspondente. As demais cidades
serão alfabetadas em ordem alfabética, após as respectivas capitais dos países a que se referem.

Regras de alfabetação18
As seguintes as regras de alfabetação obedecem ao seguinte:
O arquivamento de NOMES obedece a algumas regras, denominadas Regras de Alfabetação, que são as seguintes:
- Nos nomes individuais considera-se, primeiramente, o último nome e depois o prenome.

EXEMPLO:
Miguel Soares Brito
Cláudia Regina Vieira
Ivo Pereira da Paz
ARQUIVAM- SE:
1º BRITO, Miguel Soares
2º PAZ, Ivo Pereira da
3º VIEIRA, Cláudia Regina

– Quando houver sobrenomes iguais, prevalece a ordem alfabética do prenome.


EXEMPLO:
Hermínia Ferreira
Ana Lúcia Ferreira
Mauro Ferreira
ARQUIVAM- SE:
1º FERREIRA, Ana Lúcia
2º FERREIRA, Hermínia
3º FERREIRA, Mauro

– Nomes compostos de um substantivo e um adjetivo ou ligados por hífen não se separam.


EXEMPLO:
Heitor Villa Lobos
Elza Campo Verde
Teobaldo Casa Grande
ARQUIVAM- SE:
1º CAMPO VERDE, Elza
2º CASA GRANDE, Teobaldo
18 Fonte: Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica

252
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3º VILLA LOBOS, Heitor William Outhwaite


ARQUIVAM- SE:
– Os nomes com SANTA, SANTO ou SÃO seguem a regra dos BINGHAM, John E.
nomes formados de um adjetivo e um substantivo. MAC DONALD, George
EXEMPLO: OUTHWAITE, William
Vera Maria São Gonçalo
Carmem Santo Antônio – As partículas dos nomes estrangeiros podem ou não ser con-
Maria da Paz Santa Cruz sideradas. O mais comum é considera-la como parte integrante do
ARQUIVAM- SE: nome, principalmente quando escritas em letra maiúscula.
1º SANTA CRUZ, Maria da Paz EXEMPLO:
2º SANTO ANTÔNIO, Carmem Francisco Di Cavalcanti
3º SÃO GONÇALO, Vera Maria Lilian Cruz D’Almada
Maria Luiza O’Hara
– As iniciais abreviativas de prenomes têm precedência na clas- ARQUIVAM- SE:
sificação de nomes iguais. 1º D’ALMADA, Lilian Cruz
EXEMPLO: 2º DI CAVALCANTI, Francisco
Moacir Moreira 3º O’HARA, Maria Luiza
Moisés Moreira
M. Moreira – Os nomes espanhóis são registrados pelo penúltimo sobreno-
ARQUIVAM- SE: me, que corresponde ao sobrenome da família do pai.
1º MOREIRA, M. EXEMPLO:
2º MOREIRA, Moacir Angel Del Arco Y Molinero
3º MOREIRA, Moisés Juan Garcia Vasques
Antonio de los Rios
– As partículas tais como de, d’, da, do, e, não são consideradas. ARQUIVAM-SE:
EXEMPLO: 1º ARCO Y MOLINERO, Agel Del
Virgínia Souza e Silva 3º RIOS, Antonio de los
Heloísa R. do Amparo 2º GARCIA VASQUES, Juan
Regina Viana d’Almeida
ARQUIVAM- SE: – Os nomes orientais japoneses, chineses, árabes e outros são
ALMEIDA, Regina Viana d’ arquivados como se apresentam.
AMPARO, Heloísa R. do EXEMPLO:
SILVA, Virgínia Souza e Li Yutang
Adib Hassib
– Os nomes que exprimem grau de parentesco, como: FILHO, Al BenHur
JUNIOR, NETO, SOBRINHO, são considerados parte integrante do úl- ARQUIVAM-SE:
timo sobrenome, mas não são considerados na alfabetação. Adib Hassib
EXEMPLO: Al BenHur
André Luís Silva Júnior Li Yutang
Marcos Soares Filho – Os nomes de firmas e empresas devem ser considerados tais
Amaury Reis Serafim Filho como se apresentam.
ARQUIVAM-SE: EXEMPLO:
SERAFIM FILHO, Amaury Reis Transportadora Americana Ltda
SILVA JUNIOR, André Luís Sapataria Dengo e Denga S/A
SOARES FILHO, Marcos Rezende Barros & Cia
ARQUIVAM-SE:
– Os títulos são colocados no fim, entre parênteses. REZENDE BARROS & CIA
EXEMPLO: SAPATARIA DENGO e DENGA S/A
Maj Int Sérgio F. Brito TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA
Ministro Moreira Lima Pe. Antônio Vieira
ARQUIVAM-SE: – Os nomes de instituições e órgãos governamentais em portu-
BRITO, Sérgio F. (Maj Int) guês, consideram-se como se apresentam.
LIMA, Moreira (Ministro) EXEMPLO:
VIEIRA, Antônio (Pe.) Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
Banco do Brasil
– Os nomes estrangeiros comuns são considerados pelo sobre- Companhia Estadual de Água e Esgoto
nome, salvo nos casos de nomes espanhóis e orientais. ARQUIVAM-SE:
EXEMPLO: BANCO do Brasil
John E. Bingham COMPANHIA Estadual de Água e Esgoto
George Mac Donald EMPRESA Brasileira de Correios e Telégrafos

253
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Os nomes de instituições ou órgãos de países estrangeiros – Variadex: Segundo PAES (2002), a Remington Rand concebeu
devem ser precedidos pelo nome do país. o método variadex, introduzindo as cores como elementos auxilia-
EXEMPLO: res para facilitar não só o arquivamento, como a localização de do-
Public Record Office cumentos. Nesse método, trabalha-se com uma chave constituída
Editorial Hispano Europea, S.A de cinco cores.
United State Air Force
ARQUIVAM-SE: LETRAS CORES
ESPANHA Editorial
Hispano Europea, S.A A, B, C, D e abreviações Ouro
ESTADOS UNIDOS United E, F, G, H e abreviações Rosa
State Air Force
I, J, K, L, M, N e abreviações Verde
INGLATERRA Public
Record Office O, P, Q e abreviações Azul
R, S, T, U, V, W, Y, Z e abreviações Palha
– Nos títulos de congressos, seminários, conferências, assem-
bleias, reuniões e outros eventos. Os números arábicos, romanos – Automático: É utilizado somente na Europa. Nesse método
ou escritos por extenso, deverão aparecer no fim, entre parênteses. os papéis são arquivados com guias alfabéticas numeradas uma a
EXEMPLO: uma. Este método é combina letras, números e cores. É considera-
1º Seminário sobre Medicina Aeroespacial do um método semidireto porque quando vai numerar é necessário
VII Congresso Brasileiro de Arquivologia olhar uma tabela antes (indireto), mas o nome é alfabético (direto).
Quarta Assembleia de Diretores Lojistas – Soundex: Utilizado somente na Europa. Este método utiliza
ARQUIVAM- SE: a fonética (som das palavras) e não pela ordem alfabética. Método
ASSEMBLEIA de Diretores Lojistas (Quarta) soundex: ordenação que tem por eixo a fonética dos nomes que
CONGRESSO Brasileiro de Arquivologia (VII) intitulam os documentos de um determinado arquivo. Usam‐se no-
SEMINÁRIO sobre Medicina Aeroespacial (1º) mes para a organização dos arquivos, reunindo‐os pela semelhança
da pronúncia, mesmo que a grafia seja diferente.
Estas regras podem ser alteradas para melhor adaptarem-se à – Mnemônico: É considerado um método obsoleto. Busca com-
empresa, instituição, firma, órgão, desde que o critério escolhido binar as letras do alfabeto (símbolos) de forma a auxiliar a memória
seja uniforme para toda a empresa, e que sejam feitas remissivas* na busca da informação no material de arquivo.
para serem evitadas dúvidas futuras.
ex.: Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. – Rôneo: Também é considerado um método obsoleto. Conhe-
ver EMBRAER cido como um método híbrido. Ele combina letras, números e cores.
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária Criação de documentos
ver INFRAERO Etapa de determinação de sistemas de normas, trâmites, for-
matos, modelos e conteúdo, com a finalidade de garantir total rigor
Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica na geração de documentos de arquivo, incluindo a integridade e
ver CENDOC da autenticidade em caso de arquivo eletrônico. É importante que
o profissional arquivista preze pela racionalização, produzindo so-
No sistema indireto, para recuperarmos os documentos de que mente documentos fundamentais, além da elaboração de modelos
necessitamos, temos de nos valer de instrumento (s) de pesquisa de formulários a serem aplicados pela organização e conforme as
(s), como índices e catálogos, os principais métodos deste sistema necessidades de seus departamentos e órgãos.
são: Aquisição de documentos
– Numérico: pode ser cronológico, simples ou digital. Precisa- Etapa de arquivamento corrente e de recolhimento e transfe-
-se de uma espécie sumário ou índice para que possamos recuperar rência de arquivo. Em suma, consiste na admissão de documentos
o documento. Tal método só deve ser utilizado para quantidade pe- nos principais arquivos (correntes, intermediários e permanentes),
quena de documentos. de modo que garanta que o documento adquirido é íntegro, autên-
– Por assunto: método muito utilizado para tratar de grandes tico e genuíno. A microfilmagem dos documentos de propriedade
massas de documentos. Este método requer, obrigatoriamente, a de outras organizações faz parte dessa etapa, na qual também es-
elaboração de um alfabético remissivo, além de uma grande espe- tão envolvidos os procedimentos de empréstimo temporário, de-
cialização do arquivista para atribuir os devidos termos (descrito- pósito, dação e doação. Tratando-se de documentos arquivísticos
res) aos respectivos documentos. digitais, o rigor n processo de aquisição deve ser redobrado, devido
às necessidades de validação e verificação, autenticidade e integri-
A função primordial dos arquivos é disponibilizar as informa- dade do documento.
ções contidas nos documentos para a tomada de decisão e com-
provação de direitos e obrigações, o que só se efetivará se os do-
cumentos estiverem corretamente classificados e devidamente
guardados.

254
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Classificação de documentos Preservação de documentos


A classificação conduz a ordenação intelectual de todo o acer- Conjunto de ações e medidas relacionadas à manutenção da
vo de modo que represente o sistema decisório e organizacional da integridade física e da logicidade dos materiais no passar do tempo.
instituição, além de para simplificar o acesso aos documentos ge- Em outras palavras, a preservação de condimentos visa à ampliação
rados. É a etapa de criação e aplicação de planos que contemplem da vida útil do documento, bem como proteger o seu conteúdo de
as tarefas e as ações da instituição armazenadora dos documentos prováveis danos. É uma medida de ordem operacional, administra-
nos estágios corrente e intermediário, assim como a estruturação tiva e política, pois muitos documentos expressam um registro cul-
de quadros no arquivo permanente. O arquivista é responsável pela tural de um lugar ou período específicos, podendo ser valiosos para
monitoração e pelo controle de utilização do plano, assim como pequenos grupos ou mesmo para a Humanidade. Para a preserva-
pelo contato com as repartições produtoras, tendo em vista a iden- ção do documento arquivístico, deve-se observar os procedimentos
tificação de potenciais necessidades de revisão do instrumento e aplicados nas etapas de produção, tramitação e armazenamento.
sua execução, sempre que considerar cabível. Os documentos ar- Tais procedimentos são propostos em detalhes pelo Conselho Na-
quivísticos podem ser classificados quanto a: natureza assunto, ti- cional de Arquivos, nas Recomendações para a Produção e Armaze-
pologia, gênero, espécie, formato e forma. namento de Documentos de Arquivo.
Avaliação de documentos Etapas da preservação / conservação de documentos: higieni-
Etapa efetuada com base em parâmetros predeterminados e zação, estabilização, acondicionamento, área de armazenamento,
no estabelecimento de prazos de guarda e destinação (preservação plano de emergência, manuseio e deslocamento dos documentos.
permanente ou eliminação) dos documentos arquivísticos. A ava- Tipologia Documental
liação requer a atuação de profissionais arquivistas na criação e na Etapa integrante da identificação Arquivística que consiste no
execução da tabela de temporalidade, assim como dos editais e das tratamento de documentos, conhecimentos e informações para
listas de eliminação e descarte de documentos arquivísticos no âm- identificação do documento arquivado (papel, microfilme, digital,
bito de sua alçada e também no desempenho da Comissão Perma- etc.). Tem como objetivo os tipos documentais, bem como a con-
nente de Avaliação de Documentos. A avaliação compreende, ain- figuração de sua espécie documental conforme a atividade que o
da, as atividades de microfilmagem, de digitalização de documentos originou, a natureza de suas informações método de registro.
e de fiscalização (para prevenir que documentos arquivísticos sejam Objetivos da análise documental arquivística
eliminados sem autorização); para documentos arquivísticos digi- Estabelecer a lógica orgânica dos conjuntos documentais; apri-
tais, evita-se a sobrecarga, garantindo que documentos que possam morar as diversas ações arquivísticas, como a descrição, avaliação e
ser descartados não permaneçam no ambiente eletrônico. a classificação. O objetivo pode ser de natureza probatória, dispo-
Difusão de documentos sitiva ou informativa.
Trata-se da democratização do acervo, abrangendo não só a Percurso: deve-se iniciar, obrigatoriamente, pela identificação
acessibilidade aos documentos arquivísticos, mas também à pro- da instituição produtora. A partir disso, a análise deverá percorrer:
pagação de seu conteúdo. É uma ação que requer integração de 1. da sua competência à sua estrutura
setores distintos, assim como de diferentes conhecimentos e pro- 2. da sua estrutura ao seu funcionamento
fissionais. Nesse contexto, os documentos arquivísticos digitais têm 3. do seu funcionamento à atividade refletida no documento
maior vantagem, pois sua transmissão entre os interessados é mais 4. da atividade ao tipo do documento
simplificada. 5. do tipo à espécie do documento
Descrição de documentos 6. da espécie ao documento
Grupo de procedimentos que aborda os aspectos formais e de 7. finalmente, chega-se alcançar o ponto de encontro pretendi-
conteúdo dos documentos para a criação de ferramentas de pes- do entre documento (meio, suporte, contextualização) e sua função
quisa. A descrição é resultante dos processos de classificação e de a finalidade da emissão do documento).
avaliação. Aliás, é a etapa da descrição que viabiliza que a classifi-
cação dos documentos atinja integralmente suas finalidades. Para Sequência: deve-se identificar e/ou determinar:
isso, é necessário que esteja associada a um grupo de metadados 1. origem / entidade geradora
que reproduzam todo o conteúdo de identificação do acervo do ar- 2. vinculo à competência e as funções da instituição acumula-
quivo, além de explicar a sua estruturação. Os instrumentos de pes- dora
quisa que sustentam a descrição – índices, guias, inventários, catá- 3. a relação entre espécie em foco e tipo do documento
logos, etc. – ilustram os documentos arquivísticos no que se refere 4. conteúdo
à sua identificação, localização e gerenciamento, além de sinalizar o 5. datação
pesquisador quanto aos sistemas arquivísticos que os gerou quanto Elementos importantes na análise tipológica (Grupo de Traba-
ao contexto local. lho dos Arquivistas de Madri):
— Tipo espécie do documento + atividade relacionada: desig-
Indexação: elemento importante da descrição de documentos nação a ser pesquisada na legislação, em dicionários terminológi-
e necessária nas três fases documentais, trata-se do sistema de de- cos, em glossários, em manuais de rotinas burocráticas, ou a partir
finição de pontos de acesso para simplificar a recuperação dos do- do documento em si; caracteres externos (formato, forma, gênero,
cumentos ou das informações neles contidas. Abrange a elaboração suporte).
e o uso de índices e de vocabulários controlados (feita no Brasil pela — Código da série que referente ao tipo no plano de classifi-
NOBRADE - Norma Brasileira de Descrição Arquivística). Os docu- cação.
mentos digitais devem ser indexados da mesma forma. — Instituição produtora acumuladora (se houver subdivisões,
estas serão funções)
— Destinatário (se houver)

255
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Legislação: que estabelece a instituição e a atividade gera- Metadados


dora da série Em uma simples definição, metadados constituem dados so-
— Tramitação: conjunto de sequência das medidas e trâmites bre outros dados. Em outras palavras, são informações ordenadas
definidos para progresso de documentos de cunho administrativo que dão suporte à identificação, à descrição, ao gerenciamento, à
— Documentos básicos que integram o processo localização, ao entendimento e à conservação de documentos digi-
— Ordenação: localização do documento dentro do acervo tais, além de simplificar a interação e comunicação entre sistemas
—Conteúdo: informações recorrentes na tipologia analisada armazenadores. Os metadados são fundamentais para a comunica-
— Vigência: período de arquivamento do acervo no setor ção entre computadores, mas também podem ser decifrados pela
— Prazos: período de permanência no acervo setorial (preser- inteligência humana. Quaisquer dados descritivos de um documen-
vação em acervo permanente ou eliminação). Não se aplica na aná- to convencional ou eletrônico, sobre autor, data e local de criação,
lise de documentos de guarda permanente. informação contida, dimensões e forma, constituem os metadados.
Podem ser dados acessíveis sobre uma determinada obra registro
SISTEMAS INFORMATIZADOS DE GESTÃO ARQUIVÍSTICA de uma biblioteca, ou mesmo informações técnicas subtraídas de
DE DOCUMENTOS (SIGAD) uma fotografia digital (data da criação, tipo de câmera utilizada, for-
mato, tamanho do arquivo, diagrama de cores, entre outros).
Definição
Conjunto de operações especializadas, próprio do sistema de
gerenciamento arquivístico de documentos, processado pela com-
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAL E DE
putação. Pode englobar desde um software específico a uma deter-
CONTROLE PATRIMONIAL
minada quantidade de softwares conectados, ou a uma conciliação
destes. É executável em sistemas que fazem uso de documentos Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em
digitais ou físicos (sistemas híbridos) e suas principais operações tópicos anteriores.
são: controle de versões, captura de documentos, controle sobre a
destinação e os prazos de guarda, aplicação do plano de classifica-
HIERARQUIA E AUTORIDADE.
ção, armazenamento seguro e garantia ao acesso e à preservação a
médio e longo prazo de arquivos físicos e digitais autênticos e con-
fiáveis. A organização consiste em um conjunto de posições funcionais
Documentos digitais e hierárquicas orientado para o objetivo econômico de produzir
Um SIGAD compreende todos os tipos de documentos arqui- bens ou serviços.
vísticos digitais de uma instituição, como arquivos de imagens (fo- Além de uma estrutura de funções especializada, a organização
tografias e vídeos), textos, registros sonoros, correspondência ele- precisa também de uma estrutura hierárquica para dirigir as opera-
trônica, banco de dados e páginas da Internet. ções dos níveis que lhe estão subordinados.
Em toda organização formal existe uma hierarquia que divide a
Requisitos: organização em camadas ou níveis de autoridade.
• Captura, armazenamento, indexação e recuperação integral Na medida em que se sobe na escala hierárquica, aumenta o
dos elementos digitais do documento de arquivo como uma unida- volume de autoridade do administrador.
de complexa
• Captura, armazenamento, indexação e recuperação integral Quanto maior a organização, maior tende a ser o número de
dos documentos de arquivo níveis hierárquicos da estrutura.
• Gerenciamento dos documentos arquivísticos com base do
plano de classificação para sustentar o vínculo orgânico entre do- Organograma: é um gráfico que representa a estrutura formal
cumentos de uma organização.
• Exportação dos documentos para transferência e recolhimen-
to
• Armazenamento confiável para assegurar a autenticidade dos
documentos
• Implementação dos metadados relacionados aos documen-
tos para descrever as circunstâncias desses próprios documentos
• Integração entre documentos convencionais e documentos
digitais
• Armazenamento confiável para assegurar a autenticidade dos
documentos
• Aplicação de tabela de destinação e periodicidade
• Ferramentas para gerenciamento de estratégias de preserva-
ção dos documentos
• Análise e triagem dos documentos para recolhimento e pre-
servação dos materiais de valor permanente Autoridade
Para Max Weber, a Autoridade poderia se manifestar sobre três
formas: Para Max Weber a Autoridade ou Dominação se manifesta
quando há a influência de alguém sobre outrem de forma legítima.

256
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Nesse ponto cabe uma distinção sutil com o conceito de Poder, que, de alguém ter autoridade para exigir determinadas tarefas de ou-
de uma forma bem simplificada e reduzida, seria a capacidade de tras pessoas. A autoridade emana do superior para o subordinado,
influência de alguém sobre outrem, mas, sem, propriamente, legi- enquanto a responsabilidade é a obrigação exigida do subordinado
timidade - quem tem autoridade tem poder mas quem tem poder para que realize tais deveres.
não necessariamente teria autoridade.
1) A autoridade tradicional
Baseia-se nos costumes e tradições culturais de um determina-
EFICIÊNCIA, EFICÁCIA, PRODUTIVIDADE E
do grupo ou sociedade, sendo melhor representada pelas figuras
COMPETITIVIDADE
de patriarcas, anciãos, clãs em sociedades antigas, ou pelo senhor
feudal na Idade Média ou mesmo pela família. A legitimação deste Sob o prisma da Ciência Administrativa, faz-se necessária a
tipo de autoridade decorre dos mitos, costumes, hábitos e tradi- verificação dos tradicionais conceitos de eficiência e eficácia e de
ções, que passam de geração para geração ou é delegado, depen- outro mais novo, a efetividade. A partir desse embasamento, será
dente da crença na santidade dos hábitos. A principal característica analisado o entendimento da Ciência Jurídica acerca da introdução
é o patrimonialismo. do Princípio da Eficiência na CF. Serão vistos os principais debates e
dúvidas sobre o tema e, ainda, apresentadas algumas observações.
2) A autoridade carismática Idalberto Chiavenato ensina que toda organização deve ser
Sua fonte decorre dos traços pessoais de um indivíduo, ou seja, analisada sob o escopo da eficácia e da eficiência, ao mesmo tem-
é algo personalístico, místico, arbitrário, baseado no carisma. Não po:
é racional, herdada ou delegável, já que própria de alguém. Quem eficácia é uma medida normativa do alcance dos resultados,
melhor representa este tipo de autoridade são profetas, heróis, lí- enquanto eficiência é uma medida normativa da utilização dos re-
deres, guerreiros, que acabam por se manifestar em grupos revolu- cursos nesse processo. (...) A eficiência é uma relação entre custos
cionários, partidos políticos, nações em revolução. Devido à essas e benefícios. Assim, a eficiência está voltada para a melhor maneira
características, não é uma autoridade estável ou constante, pois a pela qual as coisas devem ser feitas ou executadas (métodos), a fim
lealdade decorre da devoção ou reconhecimento de que os traços de que os recursos sejam aplicados da forma mais racional possível
pessoais são legítimos e, não propriamente as qualificações do in- (...) (Chiavenato, 1994, p. 70).
divíduo. Tão logo essas características não sejam mais reconhecidas A eficiência não se preocupa com os fins, mas apenas com os
como legítimas, a autoridade é perdida. meios, ela se insere nas operações, com vista voltada para os aspec-
tos internos da organização. Logo, quem se preocupa com os fins,
3) A autoridade racional-legal em atingir os objetivos é a eficácia, que se insere no êxito do alcan-
Esta é a única autoridade considerada racional por Weber, sen- ce dos objetivos, com foco nos aspectos externos da organização.
do fundamentada nas regras e normas estabelecidas por um regu- À medida que o administrador se preocupa em fazer correta-
lamento reconhecido e aceito por uma determinada comunidade, mente as coisas, ele está se voltando para a eficiência (melhor uti-
grupo ou sociedade. É a base do Estado moderno, assumindo ca- lização dos recursos disponíveis). Porém, quando ele utiliza estes
racterísticas impessoais, formais e meritocráticas. Sua legitimidade instrumentos fornecidos por aqueles que executam para avaliar o
decorre da lei, da justiça. Toda organização formal (Estado, empre- alcance dos resultados, isto é, para verificar se as coisas bem feitas
sas, exércitos, etc) tem como base este tipo de autoridade, que cria são as que realmente deveriam ser feitas,
“figuras de autoridade” com direitos e obrigações. então ele está se voltando para a eficácia (alcance dos objetivos
Os três tipos expostos são ideais, não no sentido de que deve- através dos recursos disponíveis) (Chiavenato, 1994, p. 70).
riam ser estes os existentes na realidade, mas no sentido de serem O autor diz que nem sempre se é eficiente e eficaz ao mesmo
projeções “utópicas”, que não podem ser encontradas de forma tempo. Uma organização pode ser eficiente e não ser eficaz e vice-
pura na realidade, apresentando-se, frequentemente, combinados. -versa. O ideal é ser igualmente eficiente e eficaz.
O propósito de Weber era fazer uma construção intelectual, exa- Chiavenato oferece pitorescos exemplos para diferenciar os
gerando alguns aspectos da realidade, possibilitando uma melhor conceitos: eficiência é ir à igreja, enquanto eficácia é praticar os va-
compreensão da Sociedade em que vivemos.. lores religiosos; eficiência é rezar, enquanto eficácia é ganhar o céu;
A autoridade se distingue por três características: ou ainda utilizando um outro exemplo, eficiência é jogar futebol
1. Autoridade é alocada em posições da organização e não em com arte, enquanto eficácia é ganhar o jogo.
pessoas. Os administradores têm autoridade devido às posições Sérgio Rodrigues Bio (1996), caminha no mesmo sentido no
que ocupam. Outros administradores nas mesmas posições têm a que diz respeito aos conceitos. Para ele “eficiência diz respeito a
mesma autoridade. método, a modo certo de fazer as coisas. (...)
2. Autoridade é aceita pelos subordinados. Os subordinados Uma empresa eficiente é aquela que consegue o seu volume
aceitam a autoridade dos superiores porque acreditam que eles de produção com o menor dispêndio possível de recursos. Portan-
têm o direito legítimo, transmitido pela organização, de dar ordens to, ao menor custo por unidade produzida”. Já a “eficácia diz respei-
e esperar o seu cumprimento. to a resultados, a produtos decorrentes de uma atividade qualquer.
3. Autoridade flui abaixo por meio da hierarquia verticalizada. Trata-se da escolha da solução certa para determinado problema ou
A autoridade flui do topo até a base da organização e as posições do necessidade. (...) Uma empresa eficaz coloca no mercado o volume
topo têm mais autoridade do que as posições da base. pretendido do produto certo para determinada necessidade” (BIO,
1996, p. 21).
O grau de autoridade é proporcional ao grau de responsabi-
lidade assumida pela pessoa. Para os autores neoclássicos, a res-
ponsabilidade provém da relação superior-subordinado e do fato

257
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Porém, o autor vincula a eficácia à eficiência: “(...) a eficácia ência: aqui, mais importante que o simples alcance dos objetivos es-
depende não somente do acerto das decisões estratégicas e das tabelecidos é deixar explícito como esses foram conseguidos. Existe
ações tomadas no ambiente externo, mas também do nível de efici- claramente a preocupação com os mecanismos utilizados para ob-
ência(...)” (BIO, 1996, p. 22). tenção do êxito da ação estatal, ou seja, é preciso buscar os meios
Leon C. Megginson, Donald C. Mosley e Paul H. Pietri Jr. dizem mais econômicos e viáveis, utilizando a racionalidade econômica
que uma das formas de se medir o desempenho organizacional re- que busca maximizar os resultados e minimizar os custos, ou seja,
fere-se à eficiência e à eficácia, conceitos que, segundo eles, são fazer o melhor com menores custos, gastando com inteligência os
bem diferentes. recursos pagos pelo contribuinte (Torres, 2004, p. 175).
Para os autores: Modernamente, a literatura especializada achou por bem in-
eficiência é a capacidade de ‘fazer as coisas direito’, é um con- corporar um terceiro conceito, mais complexo que eficiência e efi-
ceito matemático: é a relação entre insumo e produto (input e ou- cácia. Trata-se da efetividade, especialmente válida para a adminis-
tput). Um administrador eficiente é o que consegue produtos mais tração pública.
elevados (resultados, produtividade, desempenho) em relação aos A efetividade, na área pública, afere em que medida os resulta-
insumos (mão-de-obra, material, dinheiro, máquinas e tempo) ne- dos de uma ação trazem benefício à população. Ou seja, ela é mais
cessários à sua consecução. Em outras palavras, um administrador é abrangente que a eficácia, na medida em que esta indica se o obje-
considerado eficiente quando minimiza o custo dos recursos usados tivo foi atingido, enquanto a efetividade mostra se aquele objetivo
para atingir determinado fim. Da mesma forma, se o administrador trouxe melhorias para a população visada.
consegue maximizar os resultados com determinada quantidade de Mais uma vez vale a pena recorrer a Torres. Para ele:
insumos, será considerado eficiente (Megginson et al, 1998, p. 11). efetividade: é o mais complexo dos três conceitos, em que a
Por outro lado, “eficácia é a capacidade de ‘fazer as coisas cer- preocupação central é averiguar a real necessidade e oportunida-
tas’ ou de conseguir resultados. Isto inclui a escolha dos objetivos de de determinadas ações estatais, deixando claro que setores são
mais adequados e os melhores meios de alcançá-los. Isto é, admi- beneficiados e em detrimento de que outros atores sociais. Essa
nistradores eficazes selecionam as coisas ‘certas’ para fazer e os averiguação da necessidade e oportunidade deve ser a mais de-
métodos ‘certos’ para alcançá-las” (Megginson et al, 1998, p. 11). mocrática, transparente e responsável possível, buscando sintoni-
James A. F. Stoner e R. Edward Freeman dizem que: zar e sensibilizar a população para a implementação das políticas
Peter Drucker propôs o julgamento do desempenho de um ad- públicas. Este conceito não se relaciona estritamente com a ideia
ministrador através dos critérios gêmeos de eficácia – capacidade de eficiência, que tem uma conotação econômica muito forte, haja
de fazer as coisas ‘certas’ – e eficiência – a capacidade de fazer as vista que nada mais impróprio para a administração pública do que
cosias ‘certo’. Desses dois critérios, pelo que sugere Drucker, a efi- fazer com eficiência o que simplesmente não precisa ser feito (Tor-
cácia é o mais importante, já que nenhum nível de eficiência, por res, 2004, p. 175).
maior que seja, irá compensar a escolha dos objetivos errados (Sto- Torres ainda relaciona os conceitos de eficiência e efetividade
ner e Freeman, 1995. p. 136). às reformas gerenciais.
Richard L. Daft diz que: À medida que aumentam as preocupações com a melhoria da
eficiência é um conceito mais limitado que diz respeito aos tra- qualidade do Estado, as preocupações com eficiência e efetivida-
balhos internos da organização. A eficiência organizacional é o vo- de vão se sobrepondo às limitadas questões de ajuste fiscal. Ainda
lume de recursos utilizados para produzir uma unidade de produto. segundo o autor, eficiência tem foco na relação custo/benefício,
Ela pode ser medida como a razão entre as entradas e as saídas. Se enquanto efetividade se concentra na qualidade do resultado e na
uma organização puder conseguir um determinado nível de produ- própria necessidade de certas ações públicas.
ção com menos recursos que outra, diz-se que ela é mais eficiente Conforme comentado anteriormente, a introdução do Princí-
(Daft, 1999, p. 39). pio da Eficiência na Constituição Federal, através da Emenda Cons-
Segundo o autor, “a eficácia organizacional é o grau em que titucional no. 19, representou um marco para a administração pú-
a organização realiza seus objetivos. Eficácia é um conceito abran- blica brasileira.
gente. Ele implicitamente leva em consideração um leque de vari- A Constituição de 1988 representou, para a gestão pública, um
áveis tanto do nível organizacional como do departamental. A efi- retrocesso ao modelo burocrático. Portanto, a edição da Emenda
cácia avalia a extensão em que os múltiplos objetivos – oficiais ou Constitucional no. 19 significa uma verdadeira mudança de para-
operativos – foram alcançados” (Daft,1999, p. 39). digma e a possibilidade de importantes avanços para o campo pú-
O autor diz que a eficácia é difícil de ser medida nas organiza- blico. Com ela, tem-se a permissão legal para se adotar no Brasil as
ções e tem opinião parecida sobre a relação entre eficácia e eficiên- reformas gerenciais.
cia que Chiavenato: A EC 19 contém numerosos artigos com significativas inovações
Às vezes a eficiência conduz à eficácia. Em outras organizações, e expressamente traz o Princípio da Eficiência:
eficiência e eficácia não são relacionadas. Uma organização pode “Art 37- A administração pública direta e indireta de qualquer
ser altamente eficiente e não conseguir seus objetivos porque fa- dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
brica um produto para o qual não existe demanda. De maneira aná- nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
loga, uma organização pode alcançar suas metas de lucros, mas ser moralidade, publicidade e eficiência,(...)”
ineficiente (Daft, 1999, p. 39). Nesse momento, ao analisar o texto constitucional, cabe recur-
Torres traz os dois conceitos para a área pública: so aos ensinamentos da Ciência Jurídica.
Eficácia: basicamente, a preocupação maior que o conceito O renomado Hely Lopes de Meirelles diz que:
revela se relaciona simplesmente com o atingimento dos objetivos o Princípio da Eficiência exige que a atividade administrativa
desejados por determinada ação estatal, pouco se importando com seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o
os meios e mecanismos utilizados para atingir tais objetivos. Efici- mais moderno princípio da função administrativa, que já não se

258
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo na busca do significado de eficiência recorre à ciência da Adminis-
resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimen- tração, mais especificamente aos conceitos de Idalberto Chiavena-
to das necessidades da comunidade e seus membros (Meirelles, to, para diferenciar eficiência de eficácia.
2002, p. 94). Ao analisar os conceitos da administração, diz que a distinção
Maria Sylvia di Pietro cita a mesma definição do Prof Meirelles também existe na ciência do Direito, na doutrina civilista, que dis-
e acrescenta definição dada por Carvalho Simas, que esse dever de tingue, obrigações de meio e obrigações de resultado.
eficiência corresponde ao dever de boa administração da doutrina Nesse sentido, cita Orlando Gomes:
italiana, o que já se acha consagrado, entre nós, pela Reforma Ad- para compreender a discrepância, impõe-se a distinção entre
ministrativa Federal do Dec. Lei 200/67, quando submete toda a as obrigações de meios e as obrigações de resultado. Correspondem
atividade do Executivo ao controle de resultado, fortalece o sistema as primeiras a uma atividade concreta do devedor, por meio da qual
de mérito, sujeitando a administração à eficiência administrativa e faz o possível para cumpri-las.
recomendando a demissão ou dispensa do servidor comprovada- Nas outras, o cumprimento só se verifica se o resultado é atin-
mente ineficiente ou desidioso. gido (Gomes, 1984, p. 21).
A autora ainda diz tratar-se de ideia muito presente entre os E vai buscar correspondência ainda com o Direito Italiano em
objetivos da Reforma do Estado. Com esse objetivo estão sendo Alberto Trabucchi, que afirma: “se a obrigação é de resultado, o
idealizados institutos, como os contratos de gestão, as agências au- adimplemento se entende verificado somente quando o resultado
tônomas, as organizações sociais e tantas outras inovações com que é alcançado; se é de meios, a obrigação é cumprida quando é em-
depara o administrador a todo o momento. pregada a atividade que se podia exigir da diligência do bom pai de
Alexandre de Moraes (2000) diz que este princípio obriga a família” (Trabucchi, 1991. p. 476).
Administração direta e indireta e seus agentes a prática do bem Conclui dizendo que “entendo que o princípio da eficiência,
comum, por meio do manejo de suas competências de maneira im- contido no ‘caput’ do art. 37 da Constituição, refere-se à noção de
parcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia obrigações de meios. Ao dizer-se que o agente administrativo deve
e sempre almejando a qualidade, bem como adotando os critérios ser eficiente, está-se dizendo que ele deve agir, como diz Trabucchi,
necessários para melhor utilização dos recursos públicos. com ‘diligência do bom pai de família’”.
Por outro lado, Celso Antônio Bandeira de Mello tem uma visão E argúi se o artigo é de alguma utilidade ou é um simples ador-
bem crítica sobre a introdução do princípio: no como diz Celso Antônio Bandeira de Mello, demonstrando pou-
Trata-se, evidentemente, de algo mais do que desejável. Con- ca convicção acerca de sua serventia.
tudo, é juridicamente tão fluido e tão difícil o controle ao lume do No entendimento de Amaral, o princípio contido no art 37 da
Direito, que mais parece um simples adorno agregado ao artigo 37 CF aborda apenas o conceito de eficiência, não englobando o da
ou o extravasamento de uma aspiração dos que buliram no texto. eficácia, nem tampouco, portanto, o da efetividade.
(...) Finalmente, este princípio é uma faceta de um princípio mais A própria Constituição reconhece a diferença entre eficiência e
amplo já superiormente tratado há muito tempo no Direito italiano: eficácia. É o que fica patente com a leitura do artigo 74, que trata
o princípio da boa administração. de um sistema de controle interno integrado entre os Poderes Le-
Lúcia Valle Figueiredo também não vê a novidade com bons gislativo, Executivo e Judiciário, inciso II: “comprovar a legalidade e
olhos: avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência da gestão orça-
é de se perquirir o que muda com a inclusão do princípio da mentária, (...)”
eficiência, pois, ao que se infere, com segurança, à Administração Compartilhando da visão de Amaral, não se pode admitir que
Pública sempre coube agir com eficiência com seus cometimentos. a Constituição reconhece a distinção entre conceitos em um artigo
Na verdade, no novo conceito instaurado de Administração Geren- e não o faz em outro. Tal hipótese seria completamente absurda.
cial, de ‘cliente’, em lugar de administrado, o novo ‘clichê’ produzido Nessa seara, pode-se concluir que a CF, ao tratar do princípio da
pelos reformadores, fazia-se importante, até para justiçar perante eficiência, não faz menção à eficácia, nem tampouco à efetividade.
o país as mudanças constitucionais pretendidas, trazer ao texto o Surge então um questionamento fundamental. É viável ou
princípio da eficiência. Tais mudanças, na verdade, redundaram em mesmo desejável um Estado eficiente, mas que não seja eficaz nem
muito pouco de substancialmente novo, e em muito trabalho aos efetivo? É claro que a resposta é negativa. Toda a moderna teoria
juristas para tentar compreender figuras emprestadas sobretudo gerencial sobre o Estado e, mais ainda, todas as ações do Estado
do Direito Americano, absolutamente diferente do Direito Brasileiro devem ocorrer no sentido de que os objetivos desejados pela admi-
(Figueiredo, 2001, p. 63). nistração devam ser alcançados, com os melhores meios possíveis,
O Prof Antônio Carlos da Cintra do Amaral, renomado jurista, atendendo às necessidades da população visada. Portanto, dizer
escreveu um artigo intitulado “O Princípio da Eficiência no Direito que a Constituição naquele momento se referia somente aos meios
Administrativo”, na revista eletrônica Diálogo Jurídico, no. 13, de é um contrassenso.
junho/agosto de 2002. Outros autores podem afirmar que a vontade do legislador
Neste artigo, o autor afasta conjecturas sobre a vontade do le- deve ser levada em consideração e que o princípio englobaria o
gislador e sobre a preocupação que ocorreu no Congresso Nacional conceito de eficácia, como pode se inferir da opinião de mestres
sobre a tramitação da proposta de emenda constitucional. Para ele, como Moraes e Di Pietro.
esses fatores não são de nenhuma relevância para a interpretação Ou seja, para alguns autores o legislador, ao anunciar o princí-
das normas. Nesse caso, o que deve prevalecer é o significado ob- pio da eficiência, estaria englobando também os princípios da efi-
jetivo do princípio da eficiência, contido no ‘caput’ do art. 37 da CF. cácia e da efetividade, ou, pelo menos, o primeiro. Os três ou dois
Em seguida, Amaral remete ao significado comum das palavras princípios estariam condensados em um só. Seria como afirmar que
eficiência e eficácia no dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, os Constituintes não conheciam ou não levaram em conta a diferen-
no qual elas são consideradas sinônimas. Como acha insuficiente, ciação oriunda da Ciência Administrativa.

259
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Trilhando essa vertente se avista a solução. O artigo 74 data A Emenda Constitucional 19 visou à boa administração, a admi-
da redação original da Constituição. Sempre o tema de Controle In- nistração capaz de proporcionar bem estar à população. Ela não foi
terno sofreu muita influência da Ciência da Administração. Daí a um adereço. Ela permite que leis infraconstitucionais adotem me-
menção à eficiência e eficácia. canismos inovadores, sob a alegação de que estão de acordo com o
Já a redação da EC 19 se deu em outra realidade. O que se bus- Princípio da Eficiência.
cava era a modernização da administração pública. Uma mudança A partir dela, toda conduta do governante estritamente legal
de paradigmas do modelo burocrático, que se preocupava princi- sob o ponto de vista processual, mas que não traga benefícios prá-
palmente com meios, para o modelo gerencial, com ênfase em re- ticos, afronta a lei. Por exemplo, a construção de uma ponte. Não
sultados. basta que o processo licitatório esteja dentro da conformidade legal
A introdução do Princípio da Eficiência significou um norte, um e que a construção seja feita na melhor relação entre qualidade e
estímulo, uma indicação de caminho para a administração pública. preço. É necessário que estes pressupostos sejam cumpridos, mas
Ela não se satisfazia somente com o controle, ela queria resultados. impõe-se um passo adiante. A ponte tem de atender aos anseios
A administração pública no Brasil é pendular. Ora gravita para das pessoas que dela se servirão. Ela tem de trazer benefícios à po-
o controle, ora para a flexibilidade. A Constituição de 1988 foi um pulação.
movimento no sentido do controle. A Emenda Constitucional 19 um A promulgação da emenda não significou um choque entre
movimento para a flexibilidade. duas ciências. Ao contrário, representa um momento em que a Ci-
Outra controvérsia acerca do Princípio da Eficiência é sua rela- ência Jurídica, sob a influência dos administradores públicos, pro-
ção com outros princípios, notadamente o Princípio da Legalidade. duziu um texto condizente com as práticas modernas de gestão e,
Amaral ressalta que não vê oposição entre os princípios da efi- a partir daí, inclusive utilizando-se de conhecimentos jurídicos, a
ciência e o da legalidade, na medida em que a atuação do agente Ciência da Administração pôde produzir significativos avanços na
administrativo deve ser eficiente e legal.Di Pietro afirma que a efi- condução das políticas públicas.
ciência é princípio que soma aos demais impostos à administração, Surgiram as agências executivas, as agências reguladoras, as
não podendo sobrepor-se a nenhum deles, especialmente ao da Oscips, as O.S., o contrato de gestão, o termo de parceria, a modali-
legalidade, sob pena de gerar sérios riscos à segurança jurídica e ao dade de pregão no âmbito da licitação, e ocorreu o fim da unicidade
próprio Estado de Direito. do regime jurídico único como obrigatoriedade. Essas, entre outras
Bento diz que se pode presumir a possibilidade de ocorrer con- medidas, significaram a materialização dos pressupostos do Prin-
flito entre o princípio da eficiência e o da legalidade, ou mesmo o cípio da Eficiência, a saber: a eficiência, a eficácia e a efetividade.
da moralidade. Argumenta que uma saída para essa questão seria o Na prática, o que se viu é que o Princípio da Eficiência ultrapas-
princípio da eficiência ser usado para barrar atos ineficientes, ainda sou os limites do debate acadêmico e se instalou definitivamente na
que legais e morais, ou seja, uma arma contra a falta de inteligência vida pública nacional. A partir dele, sob o escopo legal, abriu-se a
administrativa. Para este autor, dizer que a eficiência deve ocorrer possibilidade de se praticar a administração pública com eficiência,
dentro dos limites da legalidade não resolve a questão, pois coloca eficácia e efetividade. Os pressupostos da moderna teoria gerencial
a eficiência em um patamar meramente residual. Mas é preciso ir podem ser adotados por qualquer governo, seja nos planos federal,
além e verificar a questão da discricionariedade administrativa. estadual ou municipal.
Uma saída seria: Ou seja, a introdução desse princípio no ordenamento jurídico
a distinção entre as instâncias superiores da administração, en- é a autorização básica e necessária para introduzir a moderna teoria
carregadas de formular as estratégias mais gerais a respeito das gerencial na administração pública brasileira.
políticas públicas além de estabelecer o seu marco regulatório, e Portanto, cabe agora aos gestores públicos dar as efetivas res-
aqueles órgãos inferiores encarregados da sua implementação, postas à população, no sentido de garantir a ela a prestação de
concentrando o projeto antidiscricionário sobre o topo da adminis- comodidades públicas condizentes com seus anseios reais, a tanto
tração enquanto admite a flexibilização organizacional – posto que tempo postos em segundo plano pelos governantes brasileiros.
sempre supervisionada, inclusive do ponto de vista da eficiência –
na sua base (Bento, 2003. p. 149). Produtividade e Competitividade
Aqui cabe discordar da visão de Bento. Ao se avaliar uma ação Com as transformações ocorridas no cenário das organizações
estatal sob o prisma da eficiência e sob o da legalidade, não se está em geral a maior preocupação das empresas é como competir com
diminuindo nenhum dos dois princípios. A Constituição determinou grandes e repentinas mudanças no mercado.
que os Poderes obedecerão aos princípios da eficiência e da legali- Algumas empresas utilizam técnicas como Downsizing (redu-
dade. Logo, todos os atos públicos deverão caminhar sob o resguar- ção de pessoal) na tentativa de reduzir custos e consequentemente
do de ambos os princípios. Não pode haver choque entre eles. Não seus preços de venda. Outras tantas, investem em programas rela-
se pode admitir uma ação dentro dos limites da legalidade e não cionados à qualidade, investimentos tecnológicos e outras técnicas
atinente à eficiência, ou vice-versa. propostas para se atingir o objetivo desejado.
Nesse momento, poderia haver o questionamento se esses Na verdade as empresas devem ofertar produtos e serviços
debates sobre conceitos jurídicos teriam alguma utilidade para a que atendam as necessidades e expectativas do mercado, que se-
administração. A resposta com certeza seria positiva. Em toda a jam úteis, que cubram custos, que garantam lucros e que tenham
oportunidade que alguém ligado a qualquer ciência afirmar que o preços competitivos. Para que isso aconteça às empresas precisam
Princípio da Eficiência só diz respeito aos meios, que ele é somente conhecer muito bem o mercado que querem atender ou atendem
um adereço e que guarda alguma objeção ao Princípio da Legalida- (nicho de mercado), verificar a melhor estratégia de atuação, recur-
de, poderá ser respondido pelo administrador público. sos e tecnologia necessárias para a obtenção de produtos, aquisição
e controle de matérias primas, conhecer a atuação dos concorren-
tes, a utilização correta da informação que quando bem utilizada e

260
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

organizada representa o meio de integrar as diversas funções, pro- Produtividade


cessos e setores e outros tantos conhecimentos necessários para A produtividade é considerada uma sincronia de estraté-
obter o sucesso desejado. Em resumo isto significa ter qualidade. gias das empresas com o mercado, desta forma, Cerqueira Neto
A qualidade representa um modo de gestão das organizações (1991:43) a define como: “as grandes empresas se empenham na
em que as pessoas devam fazer as coisas certas, no tempo certo e implementação de programas de qualidade total, cujos resultados
ao menor custo e para isso precisam dominar e usar o conhecimen- não só garantem a plena satisfação dos clientes como também re-
to necessário para a organização da empresa. duzem os custos de operação, minimizando as perdas, diminuindo
consideravelmente os custos com serviços externos otimizando a
Qualidade utilização dos recursos existentes.”
Qualidade são aspectos de um produto ou serviço que lhe per- De acordo com Longenecker, Moore e Petty (1997, p. 484), pro-
mitem satisfazer necessidades (Longenecker; Moore; Petty ,1997, dutividade é a eficiência com a qual os insumos são transformados
p. 470), Segundo Miranda (1994, p.5) as organizações precisam ge- em produção.
rar produtos e serviços em condições de satisfazer as demandas dos A administração da produção/operações tem sofrido trans-
usuários finais – consumidores sob todos os aspectos. formações imensas com as mudanças mercadológicas, alcance de
Portanto, Gestão da Qualidade significa um modo de organiza- metas estratégicas e competitivas das organizações. As empresas
ção das empresas para garantir produtos e serviços com qualidade, precisam constantemente aprimorar produtividade, qualidade e
que envolvem alta conformação às especificações, aparência atra- eficiência, que exige bom estruturamento, comunicação fácil e am-
tiva do produto, respostas rápidas às mudanças de especificações, biente de valorização do ser humano. Para que estejam enquadra-
baixas taxas de defeitos, tempo curto de manufatura e aspectos das neste contexto, algumas empresas adotaram e readequaram
tecnológicos tais como: tecnologia básica de processo, tecnologia técnicas de qualidade, queima de linhas de produtos não compe-
dos materiais, tecnologia envolvida no processo de manuseio e tec- titivos, adoção de fluxo de produção mais eficiente, dentre outros
nologia de produção. O uso destas tecnologias associadas ao pro- processos que a tornem mais competitiva.
cesso da Gestão da Qualidade possibilita aumento da produtividade Tornou-se necessário sincronizar estratégias das empresas com
e, por conseguinte, influencia a sua própria competitividade. Essas o mercado e a manufatura, que atendam clientes, usuários e aque-
tecnologias podem representar um fator estratégico e competiti- les que os representam e os influenciam, ter consciência que a sa-
vo para o ambiente operacional, com relação a grande variedade tisfação está relacionada com o que a concorrência oferece e que
de opções de arranjos do fluxo de trabalho que refletirá no pronto a satisfação é conseguida durante toda a vida útil do produto não
atendimento ao cliente. apenas na hora da compra, significa dizer que a produtividade está
O gerenciamento da qualidade total é uma abordagem voltada baseada em melhorias contínuas internas que refletiram externa-
para as operações gerenciais. A qualidade é inserida em um pro- mente. Desta forma, as empresas além de satisfazerem seus consu-
duto durante o processo operacional, e não acrescentada a ela na midores, devem também ser melhores que seus concorrentes.
fase de inspeção. A qualidade de um produto é influenciada por seu A gestão da qualidade trata o processo manufatureiro como
desing, pela qualidade de matérias primas e pelo desempenho dos um potencial alavancador de competitividade e como parte destas
empregados. estratégias estão as obtenções de produtos sem erros, entregas
Com a atual realidade econômica as empresas para enfrentar a rápidas ao consumidor, cumprimento de prazos de entregas, colo-
competitividade precisam constantemente avaliar suas estratégias cação de novos produtos no mercado dentro do prazo preestabe-
de ação com relação à qualidade, em muitos momentos se depa- lecido, mix de produtos amplos conforme demanda do mercado,
ram com a questão da certificação ou seja ISO. estratégias adequadas para produzir a baixos custos. A gestão da
ISO é a sigla de uma organização internacional, não governa- qualidade auxilia o setor operacional a administrar redução de per-
mental, que elabora normas internacionais que descrevem sistemas das e custos de operação, estrangulamentos das linhas de produ-
de qualidade. O Brasil participa da ISO através da ABNT (Associação ção, aprimoramento de métodos e testes de inspeção, otimização
Brasileira de Normas Técnicas), que é uma sociedade privada, sem do tempo de produção, definição de manutenções preventivas,
fins lucrativos, onde participam pessoas físicas e jurídicas, e reco- eliminação de retrabalhos e outras tomadas de decisão necessá-
nhecida pelo governo brasileiro. rias para concretizar a gestão. Tanto as organizações de fabricação
O processo de certificação é composto por círculos da quali- quanto às de serviços usam um processo operacional que converte
dade que se baseiam nas ideias dos empregados, reunindo-se pe- insumos em produtos ou serviços. Esses tipos básicos de processos
riodicamente para identificar e resolver problemas. Inspeção que é são oficinas de trabalho, produção contínua e produção por lote. A
o método tradicionalmente usado para manter o controle da qua- programação adequada e o controle do fluxo de trabalho são ne-
lidade. E o controle da qualidade moderno que envolve o uso de cessários tanto nas organizações de fabricação quanto de serviços.
técnicas estatísticas, planos de amostragem, variáveis e atributos,
para detectar e tratar problemas relacionados à qualidade. A admi- Competitividade
nistração da qualidade é importante nos negócios de serviço, bem A competitividade está diretamente ligada à eficiência empre-
como na fabricação. sarial.
Com um mercado cada vez mais competitivo as empresas se Competitividade é a base do sucesso ou fracasso de um negó-
deparam com um ambiente de alta pressão, exigindo das mesmas cio onde há livre concorrência. Aqueles com boa competitividade
produtos ou serviços com padrões cada vez melhores, e muitas ve- prosperam e se destacam dos seus concorrentes, independente do
zes, para sobreviver são impelidas a serem flexíveis e inovadoras. A seu potencial de lucro e crescimento...
certificação é uma forma da empresa demonstrar para o mercado Competitividade é a correta adequação das atividades do ne-
produtos ou serviços com qualidade facilitando relações comerciais. gócio no seu microambiente. ( DEGEN, 1989, p.106-107)

261
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A competição é o termômetro para as adaptações das ativida- mento é um processo, articulado e intencional, destinado a susten-
des de uma empresa em relação ao seu nicho de mercado. Uma das tar ou a promover o desempenho global da organização, com base
estratégias utilizadas pelas empresas para serem competitivas é a no conhecimento.
diferenciação de seus produtos e/ou serviços. A gestão da qualida- Ter controle, facilidade de acesso e manter um gerenciamento
de auxilia no processo de competitividade a partir do momento que integrado sobre essas informações passou a ser um diferencial para
oferece ao mercado produtos livres de defeitos, entregas rápidas, que se possam atingir objetivos desejados, gerenciar informações
isto associado aos programas operacionais que passam a contribuir não é mais o bastante para as empresas, que tem como principal
plenamente para atender seus consumidores. objetivo atual administrar conhecimento.
O modelo de gestão da qualidade procura atender prontamen-
te aos requisitos da competitividade através da colocação de novos Conhecimento significa informação interpretada, o que ela
produtos e serviços, necessidade de oferecer produtos e serviços pode causar quando utilizada em determinadas tomadas de de-
com alta qualidade a custos relativamente baixos que os tornem cisões. Saber como o meio reage às informações, anterver-se às
competitivos, capacidade rápida de inovação, dentre outras. mudanças e ser bem sucedido nos objetivos a que se propõe. A
administração do conhecimento envolve pessoas, tecnologia e pro-
Informação e competitividade cessos, desta forma, utiliza o conhecimento acessível de fontes ex-
A informação é muito mais que dados processados: são dados ternas, embute e armazena conhecimento em processos de negó-
coletados, organizados, ordenados, aos quais são atribuídos signifi- cios, representa conhecimento em banco de dados e documentos,
cados e contexto. promove crescimento do conhecimento através da cultura das or-
Para ser competitivo é necessário conhecer o ambiente exter- ganizações e incentivos, transfere e compartilha conhecimento ao
no e o ambiente interno, definindo caminhos que garantam a conti- longo da organização e avalia o valor de ativos de conhecimento .O
nuidade empresarial. A empresa é entendida como um sistema que maior desafio da gestão do conhecimento encontra-se em objetivos
engloba recursos físicos, humanos e organizacionais, para transfor- corporativos x individuais, aprendizagem individual x grupal x or-
mar matérias primas em produtos na forma de bens e serviços. O ganizacional, subculturas executiva x técnica x operacional, vínculo
maior desafio das empresas é sempre ofertar produtos e serviços com criação de valor e infraestrutura tecnológica.
que satisfaçam plenamente seus clientes, cobrindo seus custos e Embora informática e tecnologia representam uma grande par-
garantindo seus lucros. te da administração do conhecimento, as pessoas continuam sen-
A empresa para ser competitiva precisa levar em consideração do a força que dá movimento à administração do conhecimento. O
atuação dos seus concorrentes diretos, fornecedores, clientes, ino- conhecimento é criado apenas pelos indivíduos e a eles pertence.
vações (desenvolvimento de novos produtos), estratégias mercado- Uma organização não pode criar conhecimento sem as pessoas. O
lógicas, gerenciar materiais e operações e outros aspectos relevan- que pode fazer é apoiar pessoas criativas e prover contextos para
tes para garantir sua participação no mercado. que essas gerem conhecimento. Além da geração e/ou aquisição
A informação está presente nas ações da empresa como um de conhecimento, é preciso cuidar para que ele seja catalogado,
todo, no conhecimento do mercado, definição de produtos, formas transferido, assimilado e utilizado, ou seja, estoque, fluxos e con-
de atuação do processo operacional, interligando sistemas como teúdos de conhecimento. Aprender com a experiência, aplicar o
suprimentos, compras, vendas entre outros envolvidos no cenário conhecimento adquirido da experiência, tratar situações comple-
empresarial e inter-relacionados. Tem por objetivo promover o co- xas, resolver problemas quando faltam informações importantes,
nhecimento básico e orientações que se fazem necessárias a cada determinar o que é importante, ter capacidade para raciocinar e
processo, função, desde que seja no momento certo e na quantida- pensar, reagir rápida e corretamente a novas situações, compre-
de adequada. ender imagens visuais, processar, ser criativo e imaginativo, utili-
A informação significa dados em uso e seu valor é determinado zar heurística (normas práticas advindas da experiência) são algu-
pelo usuário. A informação utilizada no sistema empresarial pode mas das características de um comportamento inteligente a serem
ser organizada de acordo com o ciclo empresarial, agrupada pela otimizadas na execução de qualquer atividade funcional em uma
sua similaridade e a estreita relação da organização em suas fun- empresa e são também características em que se observa uma ní-
ções e processos com a cadeia de informação que garante tomada tida correlação entre conhecimento, aprendizagem e criatividade.
de decisão precisa em tempo real. Tomada de decisão humana e a tomada de decisão organizacional
Sobrevivência e sucesso empresarial dependem completamen- está fundamentada no princípio que as organizações nunca podem
te da habilidade da organização para ajustar à dinâmica do am- ser perfeitamente racionais, porque os seus membros têm habilida-
biente empresarial. Mudanças em informática geraram aberturas des limitadas de processamento de informações.
em acesso e controlam a informação e o conhecimento. O conheci- Para que as organizações se tornem mais inteligentes é neces-
mento é inerente à vantagem competitiva e a tecnologia converte sário construir tipos de habilidades de aprendizagem dentro das
desafios em oportunidades. organizações, sendo requerido que estas sejam mais do que obriga-
Não há vantagem competitiva sustentável senão através do toriamente competentes na aprendizagem de circuito único (que se
que a empresa SABE, como consegue UTILIZAR o que sabe e a rapi- apoia em uma habilidade de detectar e corrigir o erro com relação
dez com que APRENDE algo novo. a um dado conjunto de normas operacionais), também possuindo
A administração do conhecimento é a solução para as capaci- habilidades em termos de aprendizagem de circuito duplo (que
dades técnicas da empresa, para criar o conhecimento que impul- depende de ser capaz de olhar de forma multifacetada uma dada
siona a empresa adiante. Administração do conhecimento significa situação, questionando a relevância das normas em funcionamen-
pensamento fora dos limites de praticas atuais, produtos, serviços e to). A aprendizagem se torna evidente dentro de uma organização
organizações. O ambiente organizacional moderno exige inovação, quando em um determinado cenário seus membros experimentam
criatividade e ênfase no capital intelectual. A gestão do conheci- uma situação problemática e questionam / investigam / refletem

262
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

em favor da organização. Transformam desafios em oportunidades Brasileiro da Qualidade e Produtividade, a abertura econômica que
e confrontam o esperado com os resultados atuais das ações de expôs as empresas brasileiras a um ambiente de grande competi-
modo a tornar evidentes os resultados e as expectativas. ção, a evolução do cidadão brasileiro enquanto consumidor, que
A aprendizagem no contexto organizacional pode tornar-se evi- passou a exercer mais plenamente seus direitos e deveres e a es-
dente interpretando experiências passadas que levaram ao sucesso tabilização da moeda foram fatores indutores e decisivos para esse
ou fracasso, analise entre ações e resultados organizacionais que in- movimento.
dicarão ações futuras, visualização do cenário organizacional quan- A qualidade deixou a ser preocupação exclusiva dos técnicos,
to a desempenho, demanda e mudanças necessárias buscando a para ser de todos. O conceito atual é que qualidade é adequação ao
minimização de interesses conflitantes, análise das teorias de ação uso, cujos requisitos devem estar preestabelecidos.
e propostas de reestruturação, descrição e análise das experiências O mercado globalizado vem demandando novas abordagens
da organização. em termos da questão da qualidade. Uma adequada gestão pela
A construção e manutenção de um ambiente propício ao qualidade, que tem decisiva contribuição para alavancar à compe-
aprendizado favorece a criatividade, bem como motivação para o titividade, passou a ser decisiva para a sobrevivência das empresas.
trabalho, pelo prazer e satisfação, um conhecimento e experiência Surgem as chamadas barreiras não tarifárias ou barreiras técni-
abrangente, uma cultura organizacional que inclua valores predo- cas, estabelecidas através da promulgação de normas, regulamen-
minantes para a inovação e, de especial relevância, a disposição tos ou procedimentos de avaliação da conformidade. O fato é que
para correr riscos e aprender com os próprios erros. O conhecimen- o espaço para dificultar o acesso a mercados através do estabele-
to apresenta tanto um componente tácito quanto um componente cimento de tarifas acabou para a grande maioria dos países, pas-
explícito e, em consequência disso, pode ser mais ou menos «ensi- sando estes a fazê-lo através das barreiras técnicas. Por avaliação
nável». Analisada em termos de incremento do sucesso empresa- da conformidade entende-se a implementação de uma sistemática,
rial, uma crescente vantagem competitiva de uma empresa está di- com regras preestabelecidas e devidamente acompanhadas e ava-
retamente relacionada à dificuldade com que outras possam copiar liadas, que propicia adequado grau de confiança de que um pro-
seu conhecimento. duto, processo ou serviço atende aos requisitos de uma norma ou
O conhecimento não está somente nos indivíduos ou nas roti- regulamento técnico.
nas de trabalho das organizações, mas está cada vez mais presente A preocupação constante, do empresário moderno, é de ofe-
nas redes de conhecimentos que ligam as organizações, e o desafio recer sempre produtos e serviços com altos índices de qualidade.
está exatamente em perceber e enfrentar as limitações das novas Ser competitivo é encontrar métodos para reduzir o esforço físico,
tecnologias de informação que permitem a existência desta rede, encurtar o tempo de execução, diminuir custos, oferecer produtos
uma vez que estas tecnologias têm se orientado mais no sentido de e serviços com alta qualidade e bons preços de venda. Entretanto, é
mover a informação de “uma cabeça para outra”, em vez de perme- necessário que as empresas conheçam seus pontos fortes e fracos
ar as rotinas organizacionais. internos e externos. O parâmetro para saber se uma empresa tem
As organizações se deparam com o conhecimento explícito que competitividade, instaura-se no confronto com outras empresas si-
pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em afirmações milares existentes em diferentes regiões.
gramaticais, expressões matemáticas, especificações, manuais e as- As empresas independentemente de seu porte, ramo ou lo-
sim por diante, e o conhecimento tácito difícil de ser articulado a calização, precisam a todo instante da informação sobre diversos
linguagem formal, sendo um conhecimento pessoal incorporado à assuntos e áreas do conhecimento, desta forma, para serem com-
experiência individual envolvendo fatores intangíveis. A interação petitivas precisam dominar e fazer uso do conhecimento necessá-
entre essas duas formas complementares de conhecimento resulta rio para ofertar ao mercado produtos e serviços que atendam suas
na principal dinâmica da criação do conhecimento na organização. necessidades.
Em síntese a administração do conhecimento é algo feito por Uma empresa representa um sistema complexo, estruturado
pessoas. A tecnologia da informação é um recurso de apoio, mas o por funções e processos que devem agir de modo ordenado, inte-
foco principal deve ser as mudanças necessárias nos processos da grado e sincronizado. Representa um grande desafio para a gestão
empresa (que precisam mudar para incorporar atividades de coleta de empresas fazer com que todos os seus elementos atuem ordena-
e utilização do conhecimento), os papéis e responsabilidades na or- damente em direção a sua razão de ser: o cliente. A gestão da quali-
ganização (por exemplo, quem capta e quem conserva as informa- dade representa este meio, uma forma de organização da empresa
ções) e os incentivos (por exemplo, o que fazer para que as pesso- em busca de seus objetivos.
as contribuam com seus conhecimentos). Os mais bem-sucedidos Um sistema da qualidade é basicamente um sistema de infor-
projetos organizacionais os quais focam o conhecimento devem dar mação. Permite ordenar o conhecimento usado na empresa, sincro-
atenção a uma sinergia significativa entre os fatores humanos, orga- nizando a atuação de pessoas, postos de trabalhos e fornecedores
nizacionais, técnicos e estratégicos. em busca de objetivos comuns, em direção ao sucesso da empresa.
Qualidade e produtividade são fatores chave para a competiti- O fluxo de informação do processo, que representa o elemento bá-
vidade e sempre foi preocupação dos setores produtivos, em maior sico da organização das empresas, é que proporciona o devido meio
ou menor escala em diferentes setores. de comunicação entre os componentes da empresa, assegurando
A qualidade observou diferentes abordagens ao longo do tem- o fornecimento de produtos certos, com especificações de acordo
po sendo até hoje fator de sucesso para as empresas. Com o acir- com os requisitos dos clientes, nos prazos e quantidades corretas,
ramento da competição a qualidade passou a ser uma questão de a um custo mínimo e plena satisfação das pessoas envolvidas com
sobrevivência no mundo empresarial. a empresa.
No Brasil, a partir do inicio da década de 90, vem sendo ob-
servado grande movimento em prol da melhoria da qualidade de
produtos e serviços. A criação de programas, tais como, o Programa

263
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Estabelecer um sistema de organização de empresas com base Marketing: trabalhando com as fontes de conhecimentos ex-
na gestão da informação representa um meio para ordenar o uso ternos à empresa, por meio da mudança de foco que incorpora,
do conhecimento necessário à atividade empresarial visando o su- buscar e mostrar a realidade atual (pesquisas de mercado conven-
cesso da mesma. cionais), o desenvolvimento de mecanismos para analisar tendên-
No contexto atual das empresas o conhecimento assume cada cias futuras;
vez mais um papel central. Os recursos econômicos básicos passam Vendas e serviços: incorporação de conhecimentos externos à
a contar, além do capital, dos recursos naturais e da mão-de-obra empresa, com a acumulação de dados e informações sobre os clien-
com dados para a formação de conhecimentos necessários aos pro- tes em tempo real, que posteriormente podem ser trabalhados por
cessos produtivos e de negócios. ferramentas de Tecnologia de Informação, voltadas à construção de
O conhecimento tem o seu valor e para o ambiente organiza- conhecimentos mediante análises estatísticas e cruzamentos destes
cional o mesmo se faz presente através da aplicação de programas dados e informações.
da qualidade, produtividade, capacidade de inovar, aplicando o O uso dos conceitos de Gestão da Qualidade e Gestão do Co-
conhecimento ao trabalho, criando os `trabalhadores do conhe- nhecimento como fatores chave para a produtividade e competi-
cimento’, fazendo com que novos desafios se façam presentes: a tividade organizacional, pretende expor diversas visões ligadas a
produtividade do trabalho com o conhecimento e a formação deste estes contextos, buscando entender o impacto destes temas na
novo trabalhador possibilita a empresa competir e garantir sua per- inovação dos processos organizacionais. Isso permite concluir que
manência no mercado. é impossível implementar a gestão da qualidade sem o devido uso
Para as organizações conhecimento significa aplicar um con- da informação.
junto de regras, procedimentos e relações a um conjunto de dados
para que este atinja valor informacional.
PROCESSO DECISÓRIO
Uma informação idêntica, da mesma forma que um recurso
físico, terá diferente valor para pessoas, locais e tempos diferen-
tes, variando então seu valor econômico conforme o contexto Nos dias de hoje, com a competitividade cada vez mais acir-
Com relação a essa integração da gestão do conhecimento com rada entre as organizações, a todo momento necessitamos tomar
os processos empresariais da organização, as tradicionais áreas ou decisões sempre que estamos diante de um problema que apresen-
departamentos funcionais da empresa continuam existindo, mas ta mais de uma alternativa de solução. Mesmo quando possuímos
com novos desafios e propósitos. Cada vez mais devem deixar sua uma única opção para solucioná-lo, poderemos ter a alternativa de
postura isolada e procurar contribuir efetivamente na formação adotar ou não essa opção.
de linguagens comuns com outros departamentos, em especial O processo de escolher o caminho mais adequado para a em-
naqueles processos em que atuam conjuntamente. Neste sentido, presa, naquela circunstância, também é conhecido como tomada
pode ser mencionado o que deverá ocorrer com as seguintes áreas de decisão.
funcionais Finanças: tem como propósito contabilizar ou medir os Os administradores devem ter como objetivo em suas tomadas
recursos intangíveis (conhecimentos) presentes nos processos de de decisão:
negócios empresariais; • minimizar perdas;
Recursos Humanos: utilizando a gestão do conhecimento para • maximizar ganhos; e
fatores tais como a liderança, cultura corporativa, relações interfun- • alcançar uma situação em que, comparativamente, o gestor
cionais e gestão por competências; julgue que haverá um ganho entre o estado em que se encontra a
Qualidade: enfatizando processos empresariais, do fornecedor organização e o estado em que irá se encontrar depois de imple-
até a entrega ao cliente, busca do conhecimento externo à empresa mentada a decisão.
para aprimorar técnicas administrativas como o benchmarking de
melhores práticas; Para que se tome a melhor decisão em determinadas situações
Tecnologia da Informação: inserindo nas organizações novas de problema, cabe à pessoa que vai tomar a decisão elaborar to-
ferramentas de Tecnologia de Informação para a gestão do conhe- das as alternativas possíveis sobre o problema em questão, visan-
cimento, considerando a visão estratégica que a empresa emprega do escolher o melhor caminho para otimizar a opção pela qual se
nestes temas, aspectos humanos e comportamentais ligados ao uso decidiu, possibilitando à empresa crescer e desenvolver-se nesse
destas ferramentas; contexto de competitividade tão agressiva.
Engenharia: desenvolver produtos como um processo coor-
denado, através do uso da engenharia simultânea, com o envolvi- O que significa decidir
mento de pessoas de diferentes áreas funcionais, envolvimento de • “Tomar decisões é o processo de escolher uma dentre um
clientes no projeto e da realização de experimentações, contribui, conjunto de alternativas.”(Caravantes)
com as atividades ligadas à formação de competências centrais da • “Uma decisão pode ser descrita, de forma simplista, como
empresa, para a criação de novos conhecimentos e inovações; uma escolha entre alternativas ou possibilidades com o objetivo de
Manufatura ou fabricação (área de produção da fábrica): con- resolver um problema ou aproveitar uma oportunidade.” (Sobral).
tribuindo com mais espaços de conversão de conhecimentos tácito • “A tomada de decisão ocorre em reação a um problema, isto
/ explícito, mediante oportunidade dada por recursos como a pro- é, existe uma discrepância entre o estado atual das coisas e o esta-
dução enxuta, que incentiva o agrupamento de visões diferentes do desejável que exige uma consideração sobre cursos de ação al-
para a análise e solução de problemas da produção. ternativos. (...) O conhecimento sobre a existência de um problema
e sobre a necessidade de uma decisão depende da percepção da
pessoa.” (Robbins).

264
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• “(...) Embora tudo aquilo que um administrador faz envolva a tomada de decisões, isso não significa que todas as decisões sejam
complexas e demoradas. Naturalmente, as decisões estratégicas têm mais visibilidade, mas os administradores tomam muitas pequenas
decisões todos os dias. Aliás, quase sempre as decisões gerenciais são de rotina. No entanto, é o conjunto dessas decisões que permite à
organização resolver problemas, aproveitar oportunidades e, com isso, alcançar seus objetivos.” (Sobral)

Administrar é, em última análise, tomar decisões.


Para atingir os resultados organizacionais de forma eficiente e eficaz, é preciso fazer escolhas.
Qual o negócio da organização? Qual estratégia vai ser utilizada? Qual tecnologia vai ser empregada? Que fonte de recursos financei-
ros vai ser utilizada? A máquina será comprada ou alugada? Estas e inúmeras outras perguntas precisam ser respondidas durante a gestão
de uma organização. Para respondê-las é preciso fazer escolhas, é preciso decidir!

Técnicas de análise e solução de problemas


O MASP — Método de Análise e Solução de Problemas é um método gerencial que é utilizado para a criação, manutenção ou melhoria
de padrões. É uma metodologia para se manter e controlar a qualidade, e deve ser de amplo conhecimento de todos, ou seja, deve ser
dominada por todas as partes envolvidas dentro de uma organização.
Esse método apresenta duas grandes vantagens:
• permite a solução de problemas de modo eficaz;
• permite que os indivíduos de uma organização se capacitem de maneira a solucionar os problemas que sejam de sua responsabili-
dade.

O MASP é um caminho ordenado, composto de passos e subpassos pré-definidos para a escolha de um problema, análise de suas
causas, determinação e planejamento de um conjunto de ações que consistem uma solução, verificação do resultado da solução e reali-
mentação do processo para a melhoria do aprendizado e da própria forma de aplicação em ciclos posteriores.
Partindo também do pressuposto de que em toda solução há um custo associado, a solução que se pretende descobrir é aquela que
maximize os resultados, minimizando os custos envolvidos. Há, portanto, um ponto ideal para a solução, em que se pode obter o maior
benefício para o menor esforço, o que pode ser definido como decisão ótima (BAZERMAN).
A construção do MASP como método destinado a solucionar problemas dentro das organizações passou pela idealização de um con-
ceito, o ciclo PDCA, para incorporar um conjunto de ideias inter-relacionadas que envolve a tomada de decisões, a formulação e compro-
vação de hipóteses, a objetivação da análise dos fenômenos, dentre outros, o que lhe confere um caráter sistêmico.
Embora o MASP derive do ciclo PDCA, é importante que não se confunda os dois métodos, pois: O MASP é um método eficaz, ele
procura resolver problemas de forma rápida e objetiva e com menor custo a empresa, ou seja, é um método que tem como característica
a racionalidade utilizando lógica e dados.

O MASP é formado por oito etapas:

265
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1. Identificação do problema O ponto preponderante da etapa de Observação é coletar in-


A identificação do problema é a primeira etapa do processo de formações que podem ser úteis para direcionar um processo de
melhoria em que o MASP é empregado. Se feita de forma clara e análise que será feito na etapa posterior. Kume compara esta etapa
criteriosa pode facilitar o desenvolvimento do trabalho e encurtar o com uma investigação criminal observando que “os detetives com-
tempo necessário à obtenção do resultado. parecem ao local do crime e investigam cuidadosamente o local
A identificação do problema tem pelo menos duas finalidades: procurando evidências” o que se assemelha a um pesquisador ou
(a) selecionar um tópico dentre uma série de possibilidades, con- equipe que buscam a solução para um problema.
centrando o esforço para a obtenção do maior resultado possível;
e (b) aplicar critérios para que a escolha recaia sobre um problema 3. Análise
que mereça ser resolvido. A etapa de análise é aquela em que serão determinadas as
principais causas do problema. Se não identificamos claramente as
O que é um problema? causas provavelmente serão perdidos tempo e dinheiro em várias
Não é fácil explicar precisamente o que é um problema, mas, tentativas infrutíferas de solução. Por isso ela é a etapa mais impor-
de maneira geral, podemos dizer que é uma questão que nos pro- tante do processo de solução de problemas. Para Kume a análise se
pomos resolver. Perceba que solucionar um problema não significa, compõe de duas grandes partes que é a identificação de hipóteses e
necessariamente, ter-se um método para solucioná-lo. o teste dessas hipóteses para confirmação das causas. A identifica-
Exemplo: ção das causas deve ser feita de maneira “científica” o que consiste
– Uma pessoa enfrenta problemas para alcançar certos objeti- da utilização de ferramentas da qualidade, informações, fatos e da-
vos e não sabe que ações deve tomar para conseguir solucioná-los. dos que deem ao processo um caráter objetivo.
Então, ao resolver um problema identificamos os seguintes Essa etapa consiste em fazer uma análise das perdas que estão
componentes: ocorrendo, que estão sendo causadas pelo problema em questão,
• um objetivo a ser alcançado; assim como os potenciais ganhos que o MASP pode trazer. O item
• um conjunto de ações pré-pensadas para resolvê-lo; e “quanto” da fase anterior pode subsidiar a presente. Falconi afirma
• a situação inicial do problema. que nesta fase se deve responder, basicamente, a duas coisas: o
que se está perdendo e o que é possível ganhar.
Outro exemplo: Lembramos que quando nos referirmos a perdas de natureza
Imaginemos uma produção de parafusos. Considera-se normal qualitativa temos grande dificuldade para medir seu custo para a
a existência de 10 defeitos por milhão de parafusos fabricados. Ad- organização ou até mesmo podemos dizer que isso seja impossível.
mite-se a ocorrência de um problema apenas quando for consta- Quais podem ser os custos do aumento do número de ocorrên-
tado um número de defeitos que ultrapasse a razão de mais de 10 cias de reclamações dos clientes? Quais serão os custos para a ima-
parafusos defeituosos por milhão produzido. gem da organização, provocados pela perda de credibilidade em de-
corrência de algum defeito existente em um determinado produto?
Nesse sentido, um problema é sempre um resultado indese-
jável (Falconi), mas geralmente a solução implica o retorno a um Passos da Etapa 3 – Análise
desempenho anterior aceitável. - Levantamento das variáveis que influenciam no problema
Na abordagem do autor Maximiano, “um problema é uma si- - Escolha das causas mais prováveis (hipóteses)
tuação que exige uma decisão ou solução, e para tanto oferece um - Coleta de dados nos processos
conjunto de possibilidades, entre as quais é necessário escolher - Análise das causas mais prováveis; confirmação das hipóteses
uma ou mais”. Na abordagem desse autor, os problemas podem ser - Teste de consistência da causa fundamental
caracterizados por: - Foi descoberta a causa fundamental?
(a) diferença entre situação real e ideal; 1.
(b) situação adversa; 2. 4. Plano de Ação
(c) missões e objetivos; Uma vez que as verdadeiras causas do problema foram iden-
(d) situação que oferece escolhas; tificadas, ou pelo menos as causas mais relevantes entre várias,
(e) obstáculos ao tentar atingir metas; e as formas de eliminá-las devem então ser encontradas. Para Ho-
(f) desvios do comportamento esperado. sotani esta etapa consiste em definir estratégias para eliminar as
verdadeiras causas do problema identificadas pela análise e então
Passos da Etapa 1 – Identificação do problema transformar essas estratégias em ação. Conforme a complexidade
- Identificação dos problemas mais comuns do processo em que o problema se apresenta, é possível que possa
- Levantamento do histórico dos problemas existir um conjunto de possíveis soluções. As ações que eliminam as
- Evidência das perdas existentes e ganhos possíveis causas devem, portanto, ser priorizadas, pois somente elas podem
- Escolha do problema evitar que o problema se repita novamente.
- Formar a equipe e definir responsabilidades
- Definir o problema e a meta Passos da Etapa 4: Plano de ação
- Definir estratégia de ação.
2. Observação - Elaborar plano de ação.
A observação do problema é a segunda etapa do MASP e con-
siste averiguar as condições em que o problema ocorre e suas ca-
racterísticas específicas do problema sob uma ampla gama de pon-
tos de vista.

266
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Essa fase consiste no estabelecimento de metas a atingir, isto é, elas devem ser alcançadas com o método MASP. Na maioria dos
MASPs de manutenção, o objetivo é, de maneira geral, o retorno às condições ideais anteriores à ocorrência do problema.

5. Ação
Na sequência da elaboração do plano de ação, está o desenvolvimento das tarefas e atividades previstas no plano. Esta etapa do
MASP consiste em nomear os responsáveis pela sua execução, iniciando-se por meio da comunicação do plano com as pessoas envolvidas,
passando pela execução propriamente dita, e terminando com o acompanhamento dessas ações para verificar se sua execução foi feita
de forma correta e conforme planejado.

Passos da Etapa 5 – Ação


- Divulgação e alinhamento
- Execução das ações
- Acompanhamento das ações

6. Verificação
Essa etapa do MASP representa a fase de check do ciclo PDCA e consiste na coleta de dados sobre as causas, sobre o efeito final
(problema) e outros aspectos para analisar as variações positivas e negativas possibilitando concluir pela efetividade ou não das ações de
melhoria (contramedidas). É nesta etapa que se verifica se as expectativas foram satisfeitas, possibilitando aumento da autoestima, cresci-
mento pessoal e a descoberta do prazer e excitação que a solução de problemas pode proporcionar às pessoas (HOSOTANI).
Parker observa que “nenhum problema pode ser considerado resolvido até que as ações estejam completamente implantadas, ela
esteja sob controle e apresente uma melhoria em performance”. Assim, o monitoramento e medição da efetividade da solução implantada
são essenciais por um período de tempo para que haja confiança na solução adotada. Hosotani também enfatiza este ponto ao afirmar
que os resultados devem ser medidos em termos numéricos, comparados com os valores definidos e analisados usando ferramentas da
qualidade para ver se as melhorias prescritas foram ou não atingidas.

Passos da Etapa 6 – Verificação


- Comparar resultados obtidos com os previstos.
- Listar efeitos colaterais não previstos.
- Verificar nível do bloqueio observado (grau de eficácia do plano de ação)

7. Padronização
Uma vez que as ações de bloqueio ou contramedidas tenham sido aprovadas e satisfatórias para o alcance dos objetivos ela podem
ser instituídas como novos métodos de trabalho. De acordo com Kume existem dois objetivos para a padronização. Primeiro, afirma o
autor, sem padrões o problema irá gradativamente retornar à condição anterior, o que levaria à reincidência. Segundo, o problema pro-
vavelmente acontecerá novamente quando novas pessoas (empregados, transferidos ou temporários) se envolverem com o trabalho. A
preocupação neste momento é, portanto, a reincidência do problema, que pode ocorrer pela ação ou pela falta da ação humana. A padro-
nização não se faz apenas por meio de documentos. Os padrões devem ser incorporados para se tornar “uma dos pensamentos e hábitos
dos trabalhadores” (KUME), o que inclui a educação e o treinamento.
Passos da Etapa 7 – Padronização
- Elaboração ou alteração de documentos
- Registro e comunicação
- Definir mudanças que devem ser incorporadas ao Procedimento Padrão Operacional — PPO.
- Revisar padrão (Modificar / Comunicar).
- Treinar pessoal (no PPO revisado).
- Comunicação clara e adequada dos motivos do treinamento.
- Auditar cumprimento do padrão

8. Conclusão
A etapa de Conclusão fecha o método de análise e solução de problemas. Os objetivos da conclusão são basicamente rever todo o
processo de solução de problemas e planejar os trabalhos futuros. Parker reconhece a importância de fazer um balanço do aprendizado,
aplicar a lições aprendidas em novas oportunidades de melhoria.

Passos da Etapa 8 – Conclusão


- Identificação dos problemas remanescentes
- Planejamento das ações antirreincidência
- Balanço do aprendizado
- Concluir MASP e elaborar relatório sobre o mesmo.

O MASP é um método que permanece atual e em prática contínua, resistindo às ondas do modismo, incluindo aí a da Gestão da Qua-
lidade Total, sendo aplicado regularmente até progressivamente por organizações de todos os portes e ramos.

267
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

FATORES QUE AFETAM A DECISÃO

São inúmeros os fatores que afetam a decisão, tais como custos envolvidos, fatores políticos, objetivos, riscos que podem ser assu-
midos, tempo disponível para decidir, quantidade de informações disponíveis, viabilidade das soluções, autoridade e responsabilidade do
tomador de decisão, estrutura de poder da organização etc.
Chiavenato destaca três condições sob as quais a decisão pode ser tomada:

Certeza: É a situação em que temos sob controle todos os fatores que afetam a tomada de decisão. Sabemos quais são os riscos e
probabilidades de ocorrência de eventos, temos informações sobre custos, sabemos quais são os fatores potencializadores e restritores,
temos estudos de viabilidade das alternativas etc.
Risco: É a situação em que sabemos a probabilidade de ocorrência de um evento, mas que tomamos diferentes decisões, de acordo
com os riscos que estamos dispostos a assumir.
Incerteza: Situação em que o tomador de decisão tem pouca ou nenhuma informação a respeito da probabilidade de ocorrência de
cada evento futuro.

Tipos de decisões
Maximiano ensina que uma decisão é uma escolha entre alternativas ou possibilidades.
As decisões são escolhas necessárias para a resolução de problemas ou aproveitamento de oportunidades, sejam elas relativas a as-
pectos operacionais, como comprar ou alugar uma máquina, ou estratégicos, como entrar ou não no mercado internacional.
Todos sabemos que o tipo e a qualidade de decisões tomadas nas organizações afetam todo o seu contexto, podendo influenciar es-
tratégias organizacionais, políticas ou até mesmo uma determinada parcela da sociedade onde elas estejam inseridas.
Por essa razão, ao longo do tempo, os gestores vêm se apoiando em diversos fatores para que a tomada de decisão seja o mais asser-
tiva possível e o tomador de decisão possa estar mais seguro diante de possíveis e prováveis problemas que possam surgir.

268
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

De maneira geral, podemos dizer que os gestores, no momen- desse tipo de problema, procurando princípios e soluções que pos-
to da tomada de decisão, poderão se defrontar com dois tipos de sam ser aplicados à situação, mas sempre levando em consideração
situação que, de acordo com sua natureza, terão e abordagem dife- que as metodologias de solução de problemas passados podem não
rente para se alcançar as soluções adequadas. ser aplicáveis no caso em questão.
O processo de tomar decisões, ou processo decisório, se com- Pelo fato de as decisões não programadas serem tão importan-
põe de uma sequência de etapas, que vão da identificação da ques- tes para as empresas e tão comuns para a gerência, a eficiência de
tão a ser resolvida até a ação, quando uma alternativa de solução é um gerente muitas vezes será julgada de acordo com a qualidade de
colocada em prática. sua tomada de decisão.

As decisões nas organizações se dividem em duas categorias Também há tipos de decisão quanto ao nível organizacional em
principais: as programadas e as não programadas. que ela é tomada. Assim, decisões estratégicas são aquelas mais
amplas, referentes à organização como um todo e sua relação com
Podemos considerar decisões programadas aquelas que toma- o ambiente. São tomadas nos níveis mais altos da hierarquia e pos-
mos quando percebemos os problemas como bem compreendidos, suem consequências de longo prazo.
altamente estruturados, rotineiros, repetitivos e para cuja solução As decisões táticas ou administrativas são tomadas nos níveis
podemos utilizar procedimentos e regras sistemáticos. Essas deci- das unidades organizacionais ou departamentos.
sões são sempre semelhantes. Decisões operacionais, por sua vez, são aquelas tomadas no
As decisões programadas ou estruturadas compõem o acervo, dia-a-dia, relacionadas a tarefas e aspectos cotidianos da realida-
o estoque de soluções armazenadas pela organização, com base de organizacional. Vimos, nos elementos da decisão, a definição de
nas experiências anteriores por que passou. tomador da decisão. Maximiano nos ensina uma outra tipologia,
São utilizadas, portanto, para resolver problemas que já foram referente a quem é o tomador de decisões:
enfrentados antes e que possuem um comportamento semelhante. Decisões autocráticas: São decisões tomadas sem discussões,
Para estes tipos de problemas, não há necessidade de criação acordos e debates. O tomador de decisão deve ser um gerente ou
de alternativas de solução e escolha da mais adequada. Basta seguir alguém com responsabilidade e autoridade para tal. É uma forma
as ações que já foram exercidas com sucesso nas ocasiões anterio- rápida de tomada de decisão e não deve ser questionada. Muitas
res. Por este motivo, são mais comuns no nível operacional, na base vezes, são decisões de cunho estritamente técnico.
da pirâmide hierárquica. Decisões compartilhadas: São aquelas decisões tomadas de
Como exemplo, podemos citar uma situação de incêndio, onde forma compartilhada, entre gerente e equipe. Têm características
já há um roteiro de etapas a serem seguidas, já se sabe qual ca- marcantes, tais como o debate, participação e busca de consenso.
minho os ocupantes de cada andar do prédio devem seguir, pois Podem ser consultivas, quando a decisão é tomada após a consul-
todo o estudo da melhor rota de fuga já foi feito com antecedência. ta,ou participativa, quando a decisão é tomada de forma conjunta.
Esses são exemplos de decisões programadas, pois são repetitivas Decisões delegadas: “São tomadas pela equipe ou pessoa que
e rotineiras. recebeu poderes para isso. As decisões delegadas não precisam ser
aprovadas ou revistas pela administração. A pessoa ou grupo assu-
Por este motivo, são mais comuns no nível operacional, na base me plena responsabilidade pelas decisões, tendo para isso a infor-
da pirâmide hierárquica. mação, a maturidade, as qualificações e as atitudes suficientes para
As decisões não programadas ou não estruturadas são neces- decidir da melhor maneira possível”.
sárias em situações em que as decisões programadas não conse-
guem resolver. Identificamos ainda, dentro do conceito de elementos da de-
Quando nos referimos a decisões não programadas nos referi- cisão o item de: Certeza, risco e incerteza - Podemos chamar de
mos àquelas que resultam de problemas que não são bem compre- incerteza aquela situação que, muitas vezes, se configura por existi-
endidos, são “pobres” de estruturação, tendem a ser singulares e rem informações insuficientes e dúbias para os tomadores de deci-
não se prestam aos procedimentos sistêmicos ou rotineiros. são. Isso certamente inviabiliza a clareza das alternativas e traz con-
São situações inesperadas, que a organização está enfrentando sigo riscos inerentes, fazendo com que a decisão tomada se torne
pela primeira vez e que admitem diferentes formas de resolução, mais difícil de ser operacionalizada.
cada uma com suas vantagens e desvantagens. Mas, para escolher a alternativa mais eficaz, além de ser neces-
Estas situações exigem uma análise mais profunda, um diag- sário identificar claramente qual é o problema e de se ter em mãos
nóstico para o perfeito entendimento do problema até a tomada informações de qualidade, o gestor precisa possuir também um co-
de decisão que vai levar à ação. Por este motivo são mais comuns nhecimento aprofundado do mercado em que atua, conhecendo
no nível institucional ou estratégico da organização, no topo da pi- seus concorrentes e a capacidade organizacional deles. É assim que
râmide hierárquica. são geridas empresas bem estruturadas e administradas. Esse gru-
po é composto especialmente pelas organizações de grande porte.
Os problemas que exigem esse tipo de decisões serão solucio- É importante que o gestor decida com rapidez e que reduza
nados a partir da habilidade dos gerentes em tomar decisões, já a incerteza. Agindo assim poderá planejar de maneira estratégica
que não existem soluções rotineiras. possíveis ações futuras que poderão dar à sua empresa vantagem
Como exemplo, podemos citar os gerentes, principalmente competitiva em relação às concorrentes.
nos níveis mais altos da organização, que muitas vezes necessitam • decisão em condições de certeza – ocorre quando há total
tomar decisões não programadas durante o curso de definição de conhecimento de todos os estados da natureza do processo deci-
metas e estratégias de uma empresa e em suas atividades diárias. sório.
Em muitas ocasiões eles utilizam sua própria experiência na solução

269
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Chamamos de certeza saber 100% sobre a situação que está Idalberto Chiavenato diz: “Planejamento é um processo de es-
ocorrendo no instante em que se está tomando a decisão. tabelecer objetivos e definir a maneira como alcança-los”.
• decisão em condições de risco – ocorre quando não são co- • Processo: Sequência de etapas que levam a um determinado
nhecidas as probabilidades associadas a cada um dos estados da fim. O resultado final do processo de planejamento é o PLANO;
natureza do processo decisório. • Estabelecer objetivos: Processo de estabelecer um fim;
A situação é pouco conhecida. Para a tomada de decisão em • Definir a maneira: um meio, maneira de como alcançar.
condições de risco, a certeza irá variar entre 0% e 100%. Sob con-
dições de risco, o gestor utiliza a experiência pessoal, sua intuição • Passos do Planejamento
ou informações secundárias para mensurar as chances de acerto de — Definição dos objetivos: O que quer, onde quer chegar.
alternativas ou resultados. — Determinar a situação atual: Situar a Organização.
• decisão em condições de incerteza ou em condições de igno- — Desenvolver possibilidades sobre o futuro: Antecipar even-
rância – ocorre quando não se obtiveram informações e dados so- tos.
bre as circunstâncias do processo decisório ou em relação à parcela — Analisar e escolher entre as alternativas.
dessa situação. Para decidir numa situação dessas deve-se recorrer — Implementar o plano e avaliar o resultado.
à intuição e à criatividade.
• decisão em condições de competição ou em condições de • Vantagens do Planejamento
conflito – ocorre quando a estratégia e a situação em si do processo — Dar um “norte” – direcionamento;
de tomada de decisão são determinadas pela ação de competido- — Ajudar a focar esforços;
res. Quando ocorre de um gestor, ao tomar uma decisão, prever — Definir parâmetro de controle;
que não haverá nenhum resultado não previsto, classificamos essa — Ajuda na motivação;
decisão como uma decisão programada. — Auxilia no autoconhecimento da organização.

— Processo de planejamento
PLANEJAMENTO ADMINISTRATIVO E OPERACIONAL.
• Planejamento estratégico ou institucional
Funções de administração Estratégia é o caminho escolhido para que a organização possa
chegar no destino desejado pela visão estratégica. É o nível mais
• Planejamento, organizaçãop, direção e controle amplo de planejamento, focado a longo prazo. É desdobrado no
Planejamento Tático, e o Planejamento Tático é desdobrado no Pla-
• PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE nejamento Operacional.
— Global — Objetivos gerais e genéricos — Diretrizes estratégi-
cas — Longo prazo — Visão forte do ambiente externo.

Fases do Planejamento Estratégico:


— Definição do negócio, missão, visão e valores organizacio-
nais;
— Diagnóstico estratégico (análise interna e externa);
— Formulação da estratégia;
— Implantação;
— Controle.

• Planejamento tático ou intermediário


— Planejamento
Complexidade menor que o nível estratégico e maior que o
Processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura
operacional, de média complexidade e compõe uma abrangência
desejada. A organização estabelece num primeiro momento, atra-
departamental, focada em médio prazo.
vés de um processo de definição de situação atual, de oportunida-
— Observa as diretrizes do Planejamento Estratégico;
des, ameaças, forças e fraquezas, que são os objetos do processo de
— Determina objetivos específicos de cada unidade ou depar-
planejamento. O planejamento não é uma tarefa isolada, é um pro-
tamento;
cesso, uma sequência encadeada de atividades que trará um plano.
— Médio prazo.
• Ele é o passo inicial;
• É uma maneira de ampliar as chances de sucesso;
• Planejamento operacional ou chão de fábrica
• Reduzir a incerteza, jamais eliminá-la;
Baixa complexidade, uma vez que falamos de somente uma
• Lida com o futuro: Porém, não se trata de adivinhar o futuro;
única tarefa, focado no curto ou curtíssimo prazo. Planejamento
• Reconhece como o presente pode influenciar o futuro, como
mais diário, tarefa a tarefa de cada dia para o alcance dos objetivos.
as ações presentes podem desenhar o futuro;
Desdobramento minucioso do Planejamento Estratégico.
• Organização ser PROATIVA e não REATIVA;
— Observa o Planejamento Estratégico e Tático;
• Onde a Organização reconhecerá seus limites e suas compe-
— Determina ações específicas necessárias para cada atividade
tências;
ou tarefa importante;
• O processo de Planejamento é muito mais importante do que
— Seus objetivos são bem detalhados e específicos.
seu produto final (assertiva);

270
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Negócio, Missão, Visão e Valores


Negócio, Visão, Missão e Valores fazem parte do Referencial estratégico: A definição da identidade a organização.
— Negócio = O que é a organização e qual o seu campo de atuação. Atividade efetiva. Aspecto mais objetivo.
— Missão = Razão de ser da organização. Função maior. A Missão contempla o Negócio, é através do Negócio que a organização alcança a
sua Missão. Aspecto mais subjetivo. Missão é a função do presente.
— Visão = Qual objetivo e a visão de futuro. Define o “grande plano”, onde a organização quer chegar e como se vê no futuro, no des-
tino desejado. Direção mais geral. Visão é a função do futuro.
— Valores = Crenças, Princípios da organização. Atitudes básicas que sem elas, não há negócio, não há convivência. Tutoriza a escolha
das estratégias da organização.

• Análise SWOT
Strenghs – Weaknesses – Opportunities – Threats.
Ou FFOA
Forças – Fraquezas – Oportunidades – Ameaças.
É a principal ferramenta para perceber qual estratégia a organização deve ter.
É a análise que prescreve um comportamento a partir do cruzamento de 4 variáveis, sendo 2 do ambiente interno e 2 do ambiente
externo. Tem por intenção perceber a posição da organização em relação às suas ameaças e oportunidades, perceber quais são as forças
e as fraquezas organizacionais, para que a partir disso, a organização possa estabelecer posicionamento no mercado, sendo elas: Posição
de Sobrevivência, de Manutenção, de Crescimento ou Desenvolvimento. Em que para cada uma das posições a organização terá uma
estratégia definida.
Ambiente Interno: É tudo o que influencia o negócio da organização e ela tem o poder de controle. Pontos Fortes: Elementos que
influenciam positivamente. Pontos Fracos: Elementos que influenciam negativamente.
Ambiente Externo: É tudo o que influencia o negócio da organização e ela NÃO tem o poder de controle. Oportunidades: Elementos
que influenciam positivamente. Ameaças: Elementos que influenciam negativamente.

• Matriz GUT
Gravidade + Urgência + Tendência
Gravidade: Pode afetar os resultados da Organização.
Urgência: Quando ocorrerá o problema.
Tendência: Irá se agravar com o passar do tempo.
Determinar essas 3 métricas plicando uma nota de 1-5, sendo 5 mais crítico, impactante e 1 menos crítico e com menos impacto.
Somando essas notas. Levando em consideração o problema que obtiver maior total.

PROBLEMA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA TOTAL


X 1 3 3 7
Y 3 2 1 6

271
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Ferramenta 5W2H
Ferramenta que ajuda o gestor a construir um Plano de Ação. Facilitando a definição das tarefas e dos responsáveis por cada uma
delas. Funciona para todos os tipos de negócio, visando atingir objetivos e metas.
5W: What? – O que será feito? - Why? Porque será feito? - Where? Onde será feito? - When? Quando será feito? – Who? Quem fará?
2H: How? Como será feito? – How much? Quanto irá custar para fazer?
Não é uma ferramenta para buscar causa de problemas, mas sim elaborar o Plano de Ação.

WHAT WHY WHERE WHEN WHO HOW HOW MUCH


Padronização Otimizar Coordenação Agosto 2021 João Silva Contratação 2.500,00
de Rotinas tempo de Assessoria
externa
Sistema de Impedir Setor Compras 20/08/21 Paulo Compra de 4.000,00
Segurança entrada de Santos equipamentos e
Portaria pessoas não instalação
Central autorizadas

• Análise competitiva e estratégias genéricas


Gestão Estratégica: “É um processo que consiste no conjunto de decisões e ações que visam proporcionar uma adequação competiti-
vamente superior entre a organização e seu ambiente, de forma a permitir que a organização alcance seus objetivos”.
Michael Porter, Economista e professor norte-americano, nascido em 1947, propõe o segundo grande essencial conceito para a com-
preensão da vantagem competitiva, o conceito das “estratégias competitivas genéricas”.
Porter apresenta a estratégia competitiva como sendo sinônimo de decisões, onde devem acontecer ações ofensivas ou defensivas
com finalidade de criar uma posição que possibilite se defender no mercado, para conseguir lidar com as cinco forças competitivas e com
isso conseguir e expandir o retorno sobre o investimento.
Observa ainda, que há distintas maneiras de posicionar-se estrategicamente, diversificando de acordo com o setor de atuação, capa-
cidade e características da Organização. No entanto, Porter desenha que há três grandes pilares estratégicos que atuarão diretamente no
âmbito da criação da vantagem competitiva.
As 3 Estratégias genéricas de Porter são:
1. Estratégia de Diferenciação: Aumentar o valor – valor é a percepção que você tem em relação a determinado produto. Exemplo:
Existem determinadas marcas que se posicionam no mercado com este alto valor agregado.
2. Estratégia de Liderança em custos: Baixar o preço – preço é quanto custo, ser o produto mais barato no mercado. Quanto vai custar
na etiqueta.
3. Estratégia de Foco ou Enfoque: Significa perceber todo o mercado e selecionar uma fatia dele para atuar especificamente.

• As 5 forças Estratégicas
Chamada de as 5 Forças de Porter (Michael Porter) – é uma análise em relação a determinado mercado, levando em consideração 5
elementos, que vão descrever como aquele mercado funciona.
1. Grau de Rivalidade entre os concorrentes: com que intensidade eles competem pelos clientes e consumidores. Essa força tenciona
as demais forças.
2. Ameaça de Produtos substitutos: ameaça de que novas tecnologias venham a substituir o produto ou serviço que o mercado ofe-
rece.
3. Ameaça de novos entrantes: ameaças de que novas organizações, ou pessoas façam aquilo que já está sendo feito.
4. Poder de Barganha dos Fornecedores: Capacidade negocial das empresas que oferecem matéria-prima à organização, poder de
negociar preços e condições.
5. Poder de Barganha dos Clientes: Capacidade negocial dos clientes, poder de negociar preços e condições.

• Redes e alianças
Formações que as demais organizações fazem para que tenham uma espécie de fortalecimento estratégico em conjunto. A formação
de redes e alianças estratégicas de modo a poder compartilhar recursos e competências, além de reduzir seus custos.
Redes possibilitam um fortalecimento estratégico da organização diante de seus concorrentes, sem aumento significativo de custos.
Permite que a organização dê saltos maiores do que seriam capazes sozinhas, ou que demorariam mais tempo para alcançar individual-
mente.
Tipos: Joint ventures – Contratos de fornecimento de longo prazo – Investimentos acionários minoritário – Contratos de fornecimento
de insumos/ serviços – Pesquisas e desenvolvimento em conjunto – Funções e aquisições.
Vantagens: Ganho na posição de barganha (negociação) com seus fornecedores e Aumento do custo de entrada dos potenciais con-
correntes em um mercado = barreira de entrada.

272
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Administração por objetivos • Tipos de departamentalização


A Administração por objetivos (APO) foi criada por Peter Duc- É uma forma de sistematização da estrutura organizacional,
ker que se trata do esforço administrativo que vem de baixo para visa agrupar atividades que possuem uma mesma linha de ação
cima, para fazer com que as organizações possam ser geridas atra- com o objetivo de melhorar a eficiência operacional da empresa.
vés dos objetivos. Assim, a organização junta recursos, unidades e pessoas que te-
Trata-se do envolvimento de todos os membros organizacio- nham esse ponto em comum.
nais no processo de definição dos objetivos. Parte da premissa de Quando tratamos sobre organogramas, entramos em conceitos
que se os colaboradores absorverem a ideia e negociarem os obje- de divisão do trabalho no sentido vertical, ou seja, ligado aos níveis
tivos, estarão mais dispostos e comprometidos com o atingimento de autoridade e hierarquia existentes. Quando falamos sobre de-
dos mesmos. partamentalização tratamos da especialização horizontal, que tem
Fases: Especificação dos objetivos – Desenvolvimento de pla- relação com a divisão e variedade de tarefas.
nos de ação – Monitoramento do processo – Avaliação dos resul-
tados. • Departamentalização funcional ou por funções: É a forma
mais utilizada dentre as formas de departamentalização, se tratan-
• Balanced scorecard do do agrupamento feito sob uma lógica de identidade de funções
Percepção de Kaplan e Norton de que existem bens que são e semelhança de tarefas, sempre pensando na especialização, agru-
intangíveis e que também precisam ser medidos. É necessário apre- pando conforme as diferentes funções organizacionais, tais como
sentar mais do que dados financeiros, porém, o financeiro ainda faz financeira, marketing, pessoal, dentre outras.
parte do Balanced scorecard. Vantagens: especialização das pessoas na função, facilitando a
Ativos tangíveis são importantes, porém ativos intangíveis me- cooperação técnica; economia de escala e produtividade, mais indi-
recem atenção e podem ser ponto de diferenciação de uma organi- cada para ambientes estáveis.
zação para a outra. Desvantagens: falta de sinergia entre os diferentes departa-
Por fim, é a criação de um modelo que complementa os dados mentos e uma visão limitada do ambiente organizacional como um
financeiros do passado com indicadores que buscam medir os fato- todo, com cada departamento estando focado apenas nos seus pró-
res que levarão a organização a ter sucesso no futuro. prios objetivos e problemas.

• Processo decisório • Por clientes ou clientela: Este tipo de departamentalização


É o processo de escolha do caminho mais adequado à organiza- ocorre em função dos diferentes tipos de clientes que a organiza-
ção em determinada circunstância. ção possui. Justificando-se assim, quando há necessidades hete-
Uma organização precisa estar capacitada a otimizar recursos e rogêneas entre os diversos públicos da organização. Por exemplo
atividades, assim como criar um modelo competitivo que a possibi- (loja de roupas): departamento masculino, departamento feminino,
lite superar os rivais. Julgando que o mercado é dinâmico e vive em departamento infantil.
constante mudança, onde as ideias emergem devido às pressões. Vantagem: facilitar a flexibilidade no atendimento às deman-
Para que um negócio ganhe a vantagem competitiva é neces- das específicas de cada nicho de clientes.
sário que ele alcance um desempenho superior. Para tanto, a or- Desvantagens: dificuldade de coordenação com os objetivos
ganização deve estabelecer uma estratégia adequada, tomando as globais da organização e multiplicação de funções semelhantes
decisões certas. nos diferentes departamentos, prejudicando a eficiência, além de
poder gerar uma disputa entre as chefias de cada departamento
— Organização diferente, por cada uma querer maiores benefícios ao seu tipo de
cliente.
• Estrutura organizacional
A estrutura organizacional na administração é classificada • Por processos: Resume-se em agregar as atividades da orga-
como o conjunto de ordenações, ou conjunto de responsabilidades, nização nos processos mais importantes para a organização. Sendo
sejam elas de autoridade, das comunicações e das decisões de uma assim, busca ganhar eficiência e agilidade na produção de produ-
organização ou empresa. tos/serviços, evitando o desperdício de recursos na produção orga-
É estabelecido através da estrutura organizacional o desenvol- nizacional. É muito utilizada em linhas de produção.
vimento das atividades da organização, adaptando toda e qualquer Vantagem: facilita o emprego de tecnologia, das máquinas e
alteração ou mudança dentro da organização, porém essa estrutura equipamentos, do conhecimento e da mão-de-obra e possibilita um
pode não ser estabelecida unicamente, deve-se estar pronta para melhor arranjo físico e disposição racional dos recursos, aumentan-
qualquer transformação. do a eficiência e ganhos em produtividade.
Essa estrutura é dividida em duas formas, estrutura informal
e estrutura formal, a estrutura informal é estável e está sujeita a • Departamentalização por produtos: A organização se estru-
controle, porém a estrutura formal é instável e não está sujeita a tura em torno de seus diferentes tipos de produtos ou serviços.
controle. Justificando-se quando a organização possui uma gama muito va-
riada de produtos que utilizem tecnologias bem diversas entre si,
ou mesmo que tenham especificidades na forma de escoamento da
produção ou na prestação de cada serviço.
Vantagem: facilitar a coordenação entre os departamentos en-
volvidos em um determinado nicho de produto ou serviço, possibi-
litando maior inovação na produção.

273
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Desvantagem: a “pulverização” de especialistas ao longo da or- ministração e tem um conjunto de regras e regulamentos a seguir.
ganização, dificultando a coordenação entre eles. O principal objetivo da organização é atingir as metas estabeleci-
das. Como resultado, o trabalho é atribuído a cada indivíduo com
• Departamentalização geográfica: Ou departamentalização base em suas capacidades. Em outras palavras, existe uma cadeia
territorial, trata-se de critério de departamentalização em que a de comando com uma hierarquia organizacional e as autoridades
empresa se estabelece em diferentes pontos do país ou do mun- são delegadas para fazer o trabalho.
do, alocando recursos, esforços e produtos conforme a demanda Além disso, a hierarquia organizacional determina a relação
da região. lógica de autoridade da organização formal e a cadeia de coman-
Aqui, pensando em uma organização Multinacional, pressu- do determina quem segue as ordens. A comunicação entre os dois
pondo-se que há uma filial em Israel e outra no Brasil. Obviamen- membros é apenas por meio de canais planejados.
te, os interesses, hábitos e costumes de cada povo justificarão que
cada filial tenha suas especificidades, exatamente para atender a Tipos de estruturas de organização formal:
cada povo. Assim, percebemos que, dentro de cada filial nacional, — Organização de Linha
poderão existir subdivisões, para atender às diferentes regiões de — Organização de linha e equipe
cada país, com seus costumes e desejos. Como cada filial estará — Organização funcional
estabelecida em uma determinada região geográfica e as filiais es- — Organização de Gerenciamento de Projetos
tarão focadas em atender ao público dessa região. Logo, provavel- — Organização Matricial
mente haverá dificuldade em conciliar os interesses de cada filial
geográfica com os objetivos gerais da empresa. Organização informal refere-se a uma estrutura social interliga-
da que rege como as pessoas trabalham juntas na vida real. É pos-
• Departamentalização por projetos: Os departamentos são sível formar organizações informais dentro das organizações. Além
criados e os recursos alocados em cada projeto da organização. disso, esta organização consiste em compreensão mútua, ajuda e
Exemplo (construtora): pode dividir sua organização em torno das amizade entre os membros devido ao relacionamento interpessoal
construções “A”, “B” e “C”. Aqui, cada projeto tende a ter grande que constroem entre si. Normas sociais, conexões e interações go-
autonomia, o que viabiliza a melhor consecução dos objetivos de vernam o relacionamento entre os membros, ao contrário da orga-
cada projeto. nização formal.
Vantagem: grande flexibilidade, facilita a execução do projeto e Embora os membros de uma organização informal tenham res-
proporciona melhores resultados. ponsabilidades oficiais, é mais provável que eles se relacionem com
Desvantagem: as equipes perdem a visão da empresa como seus próprios valores e interesses pessoais sem discriminação.
um todo, focando apenas no seu projeto, duplicação de estruturas A estrutura de uma organização informal é plana. Além disso,
(sugando mais recursos), e insegurança nos empregados sobre sua as decisões são tomadas por todos os membros de forma coleti-
continuidade ou não na empresa quando o projeto no qual estão va. A unidade é a melhor característica de uma organização infor-
alocados se findar. mal, pois há confiança entre os membros. Além disso, não existem
regras e regulamentos rígidos dentro das organizações informais;
• Departamentalização matricial regras e regulamentos são responsivos e adaptáveis ​​às mudanças.
Também é chamada de organização em grade, e é uma mistu- Ambos os conceitos de organização estão inter-relacionados.
ra da departamentalização funcional (mais verticalizada), com uma Existem muitas organizações informais dentro de organizações for-
outra mais horizontalizada, que geralmente é a por projetos. mais, portanto, eles são mutuamente exclusivos.
Nesse contexto, há sempre autoridade dupla ou dual, por res- • Cultura organizacional
ponder ao comando da linha funcional e ao gerente da horizontal. A cultura organizacional é responsável por reunir os hábitos,
Assim, há a matricial forte, a fraca e a equilibrada ou balanceada: comportamentos, crenças, valores éticos e morais e as políticas in-
• Forte – aqui, o responsável pelo projeto tem mais autoridade; ternas e externas da organização.
• Fraca – aqui, o gerente funcional tem mais autoridade;
• Equilibrada ou Balanceada – predomina o equilíbrio entre os — Direção
gerentes de projeto e funcional. Direção essencialmente como uma função humana, apêndice
de psicologia organizacional. Recrutar e ajustar os esforços para que
Porém, não há consenso na literatura se a departamentalização os indivíduos consigam alcançar os resultados pretendidos pela or-
matricial de fato é um critério de departamentalização, ou um tipo ganização.
de estrutura organizacional. Direção = Rota – Intensidade = Grau – Persistência = Capacida-
de de sobrevivência (gatilhos da motivação)
Desvantagens: filiais, ou projetos, possuírem grande autono-
mia para realizar seu trabalho, dificultando o processo administra- • Motivação
tivo geral da empresa. Além disso, a dupla subordinação a que os “Pode ser entendido como o conjunto de razões, causa e mo-
empregados são submetidos pode gerar ambiguidade de decisões tivos que são responsáveis pela direção, intensidade e persistência
e dificuldade de coordenação. do comportamento humano em busca de resultados. ” É o que des-
perta no ser a vontade de alcançar os objetivos pretendidos. Algo
• Organização formal e informal acontece no indivíduo e ele reage. Estímulos: quanto mais atingível
Organização formal trata-se de uma organização onde duas ou parecer o resultado maior a motivação e vice-e-versa.
mais pessoas se reúnem para atingir um objetivo comum com um A (Razão, Causas, Motivos) pode ser: Intrínseca (Interna): do
relacionamento legal e oficial. A organização é liderada pela alta ad- próprio ser ou, Extrínseca (Externa): algo que vem do meio.

274
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Porém a motivação é sempre um processo do indivíduo, sem- — Autoridade: Direito formal e legítimo, que algo ou alguém
pre uma resposta interna aos estímulos. tem, para te dar ordens, alocar recursos, tomar decisões e de con-
duzir ações.
— Dilema chefia e liderança: Chefe é aquele que toma ações
baseadas em seu cargo, onde sofre a influência dos poderes for-
mais. E o líder é aquele que toma as decisões, recebe e consegue
liderar os indivíduos, através de seu poder informal, independente
do cargo que ocupe.

Conceito de Poder, segundo o Dilema chefia e liderança é o que


consegue agrupar os dois distintos tipos de poder, os poderes for-
mais e informais.

• Tipos de Liderança:
Transacional: Baseada na troca. Liderança tradicional, incenti-
vos materiais. Funciona bem em ambientes estáveis, pois líderes e
liderados precisam estar “satisfeitos” com o negócio em si.
Transformacional: Baseada na mudança. Liderança atual: Ins-
pira seus subordinados. Quando construída, gera resultados acima
da transacional, já que os subordinados alcançam uma posição de
agentes de mudança e inovação.

• Comunicação
É a ligação entre a liderança e a motivação. Para motivar é ne-
cessário comunicar-se bem. A comunicação é essencial para o todo
dentro da organização. A organização que possui uma boa comuni-
cação, tende a ser valorizada pelos indivíduos, consequentemente
gera melhores resultados.
A comunicação organizacional eficiente é fundamental para o
êxito na organização. Caso a comunicação seja deficiente, acarreta-
rá um grau de incompreensão no ambiente organizacional, dificul-
Liderança tando a organização de atingir seus objetivos.
Fenômeno social, depende da relação das pessoas. Aspecto Através da comunicação a organização, bem como sua lideran-
ligado a relação dos indivíduos. Capacidade de exercer liderança ça, obtém maior engajamento de seus colaboradores de forma mais
– influência: fazer com que as pessoas façam aquilo que elas não efetiva.
fariam sem a presença do líder. Importante utilização do poder para A comunicação interna tem como objetivo manter os indiví-
influenciar o comportamento de outras pessoas, ocorrendo em duos informados quanto as diretrizes, filosofia, cultura, valores e
uma dada situação. resultados obtidos pela organização. Agregando valor e tornando a
— Liderança precisa de pessoas. organização competitiva no mercado.
— Influência: capacidade de fazer com que o indivíduo mude
de comportamento. • Descentralização e delegação
— Poder: que não está relacionado ao cargo, pode ser por via Centralização ocorre quando uma organização decide que a
informal. maioria das decisões deve ser tomadas pelos ocupantes dos car-
— Situação: em determinadas situações a liderança pode apa- gos no topo somente. Descentralização ocorre quando o contrário
recer. acontece, ou seja, quando a autoridade para tomar as decisões está
dispersa pela empresa, na base, através dos diversos setores.
Não confunda: Chefia (posição formal) – Autoridade (dada por Delegação é o processo usado para transferir autoridade e res-
algum aspecto) – Liderança – Poder. ponsabilidade para os membros organizacionais em níveis hierár-
A influência acontece e gera a liderança, o poder é por onde quicos inferiores.
essa influência acontece. Esse poder pode ser formal ou informal.
Segundo Max Weber: “Poder é a capacidade de algo ou alguém — Controle
fazer com que um indivíduo ou algo, faça alguma coisa, mesmo que Segundo Djalma de Oliveira:
este ofereça resistência. ” – Exemplo: votação, alistamento militar “Controle é uma função do processo administrativo que, me-
para homens. diante a comparação com padrões previamente estabelecidos, pro-
— Poderes formais são aqueles que estão relacionados ao car- cura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a
go e ficam no cargo independente de quem o ocupe. Já poderes finalidade de realimentar os tomadores de decisões, de forma que
informais são aqueles que ficam com a pessoa, independente do possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em fun-
cargo que o indivíduo ocupe. ções do processo administrativo, para assegurar que os resultados
satisfaçam aos desafios e aos objetivos estabelecidos. ”
Segundo Robbins e Coulter:

275
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

“O processo de monitorar as atividades de forma a assegurar A nova fase de produção envolve um pequeno grupo de pes-
que elas estejam sendo realizadas conforme o planejado e corrigir soas que conhece, cria, planeja o que vai ser produzido, inclusive a
quaisquer desvios significativos. ” maneira como vai ser produzido e o outro grupo é obrigado à sim-
Segundo Maximiano: ples execução do trabalho, sempre parcelado, pois a cada um cabe
“Consiste em fazer comparação e tomar a decisão de confirmar uma parte do processo.
ou modificar os objetivos e os recursos empregados em sua reali- A divisão do trabalho foi intensificada quando Frederick Taylor
zação. ” (1856-1915), no livro Princípios de Administração Científica, esta-
belece os parâmetros do método científico de racionalização da
No processo administrativo o controle aparece como a etapa produção, visando o aumento de produtividade com a economia de
final, porém, o controle acontece durante todas as fases do proces- tempo, a supressão de gestos desnecessários e comportamentos
so, é contínua. supérfluos no interior do processo produtivo.
O Taylorismo ou administração científica do trabalho surge
• Objetivo: como uma nova cultura do trabalho na passagem do século XIX para
— Identificar os problemas, falhas, erros e desvios. o século XX, nos Estados Unidos, nação que começava a despontar
— Fazer com que os resultados obtidos estejam próximos dos como potência mundial, período em que se consolida um padrão de
resultados esperados. acumulação capitalista sustentado no industrialismo e na atuação
— Fazer com que a organização trabalhe de forma mais ade- monopolista dos capitais. Período em que o conhecimento cientí-
quada. fico se torna cada vez mais decisivo para desenvolver as diversas
— Proporcionar informações gerenciais periódicas. áreas da produção industrial (elétrica, química, telecomunicações,
— Redefinir e retroalimentar os objetivos (feedback). metalurgia, construção naval e outras).
Taylor parte do princípio de que o trabalhador é indolente, gos-
• Características ta de fazer cera e usa os movimentos de forma inadequada. Obser-
- Monitorar e avaliar ações. vando seus gestos, determina a simplificação deles, de tal forma
- Verificar desvios (positivos e negativos) que a devida postura do corpo, dos pés e das mãos possa aumentar
- Promover mudanças (correção e aprimoramento) a produtividade. Também a divisão e o parcelamento do trabalho
se mostra importante para a simplificação e maior rapidez do pro-
• Tipos, vantagens e desvantagens. cesso. São criados gerentes especializados em treinar operários,
— Preventivo (ex-ante): Controle proativo. Objetiva prevenir, usando cronômetros e depois vigiando-os no desempenho de suas
evitar e identificar possíveis problemas, antes que eles aconteçam. funções. Os bons funcionários são estimulados com recompensas,
— Simultâneo: Controle reativo. Acontece durante a execução os indolentes, sujeitos a punições. Taylor tentava convencer os ope-
das tarefas. Controle estatístico da produção, verificar as margens rários de que tudo isso era para o bem deles, pois, em última aná-
de erro de produção. Avaliação, monitoramento. lise, o aumento da produção revertia em benefícios também para
— Posterior (ex-post): Controle reativo. Inspeção no final do eles, gerando a sociedade da opulência e do lazer.
processo produtivo se avalia o resultado dado. Acontece após. O modo taylorista de produção extrapolou os domínios da fá-
brica, atingindo outros tipos de empresas, como os esportes, medi-
• Sistema de medição de desempenho organizacional cina, a escola e até a atividade de dona de casa. Por exemplo, um
Faz parte das etapas do Processo de Controle os sistemas de ferro de passar é fabricado de acordo com os critérios de econo-
medição de desempenho, onde pode-se: mia de tempo, de gasto de energia, a localização da pia e do fogão
— Estabelecer padrões: definição de objetivos, metas e desem- devem favorecer a mobilidade, os produtos de limpeza devem ser
penho esperado. eficazes, etc. O homem reduzido a gestos mecânicos pelo parcela-
— Monitorar desempenho: acompanhar, coletar informação, mento das tarefas, foi retratado em Tempos Modernos, filme clás-
andar simultaneamente ao processo. Determinar o que medir, sico de Charles Chaplin.
como medir e quando medir. O sistema de racionalização do trabalho faz com que o setor
— Comparação com o padrão: análise dos resultados reais em de planejamento se desenvolva, tendo em vista a necessidade de
comparação com o objetivo previamente estabelecido. aprimorar as formas de controle da execução das tarefas. Ocorre,
— Medidas Corretivas: tomar as decisões que levem a orga- portanto a separação entre o trabalho manual e o trabalho intelec-
nização a atingir os resultados desejados. Caminhos: Não mudar tual. A necessidade de planejamento desenvolve intensa burocrati-
nada. Corrigir desempenho. Alterar padrões. zação. Os burocratas são especialistas na administração de coisas e
de homens, estabelecendo e justificando a hierarquia e a impesso-
alidade das normas. A burocracia e o planejamento se apresentam
DIVISÃO DO TRABALHO. com a imagem de neutralidade que mascara um conteúdo ideoló-
gico eminentemente político, tratando-se de uma técnica eficiente
Nos sistemas domésticos de manufatura era comum o traba- de dominação social.
lhador conhecer todas as etapas da produção, desde o projeto até a Não é fácil submeter o operário a um trabalho rotineiro, irre-
execução. A partir da implantação do sistema fabril, no entanto, isto flexivo e repetitivo, no qual, enquanto homem, ele seja reduzido a
não é mais possível, devido a crescente complexidade resultante da gestos estereotipados (padronizados). Se o trabalhador não com-
divisão do trabalho. preende o sentido de sua ação e se o produto do trabalho não lhe
pertence, torna-se difícil dedicar com empenho a qualquer tarefa.
O taylorismo substitui as formas de coação visíveis, de violência di-
reta, pessoal, de um feitor de escravos, por formas mais sutis que

276
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tornam o operário dócil e submisso. É um sistema que impessoaliza Apesar de esse processo organizacional produzir um aumento
a ordem (não se sabe de onde ela vem), que não aparece mais com na produtividade, ocasiona também o surgimento de trabalhadores
a face de um chefe que oprime, diluindo-se nas ordens de serviço alienados quanto ao processo produtivo, isso quer dizer que o tra-
vindas do setor de planejamento. Este mecanismo retira do operá- balhador conhece somente uma única etapa da produção, tornan-
rio toda criatividade, cumprindo apenas ordens e recebe estímulos do-se muito limitado.
para alcançar o grau exemplar de operário-padrão. O recurso de O ideal é possuir funcionários dotados de capacidades distin-
distribuição de prêmios, gratificações e promoções para se obter tas, o que favorece a flexibilização funcional.
índices cada vez maiores de produção estimula a competição facili-
tando ao capitalista o controle absoluto do produto final. A aceitação da divisão do trabalho deveu-se a vários fatores,
Marx viveu no período em que a explosão capitalista sobre o a saber:
proletariado era muito explícito e por isso achava que o antagonis- - Padronização e simplificação das atividades dos operários e
mo entre as classes chegaria ao ponto crucial em que o crescente posteriormente do pessoal de nível mais elevado.
empobrecimento do operariado levaria à tomada de consciência da - Maior especialização e detalhamento das tarefas.
dominação e à consequente superação dela por meio da revolu- - Melhor aproveitamento do trabalho especializado por meio
ção. No entanto, ocorreu a tendência oposta a partir da diminuição de departamentalização.
da exploração econômica das massas, os conflitos existentes foram
dissimulados, não havendo oposição porque o homem perdeu sua As consequências que a divisão do trabalho trouxe no curto
dimensão de crítica. prazo foram:
Não podemos assumir a posição ingênua da crítica gratuita à - Maior produtividade e melhor rendimento do pessoal envol-
técnica, mas é preciso preocupar-se com a sua absolutização. Onde vido.
a técnica se torna o princípio motor, o homem se encontra mutila- - Maior eficiência da organização, como resultante do item an-
do, reduzido ao anonimato diante das funções que desempenha. terior.
Enquanto prevalecerem as funções divididas do homem que pensa - Redução dos custos de produção, principalmente os de mão-
e do homem que só executa, será impossível evitar a dominação -de-obra e de materiais diretos.
pois sempre existirá a ideia de que alguns sabem e são competentes
e, portanto decidem, a maioria que nada sabe é incompetente e A Especialização veio como uma consequência da divisão do
executa. Por isso torna-se fundamental a reflexão sobre os fins que trabalho. Cada órgão ou cargo passa a ter funções e tarefas especí-
a técnica atende, observando se ela está a serviço da humanidade ficas e especializadas.
ou da sua exploração. Os neoclássicos passam a se preocupar com a especialização
A divisão do trabalho favorece a vida em sociedade, pois cada dos órgãos que compõem a estrutura organizacional.
indivíduo tem sua função na estrutura social, desempenha algo
que é necessário e útil para si e para as outras pessoas.
Apesar de esse processo organizacional produzir um aumento
CONTROLE E AVALIAÇÃO.
na produtividade, ocasiona também o surgimento de trabalhadores
alienados quanto ao processo produtivo, isso quer dizer que o tra- Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em
balhador conhece somente uma única etapa da produção, tornan- tópicos anteriores.
do-se muito limitado.
O ideal é possuir funcionários dotados de capacidades distin-
MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO.
tas, o que favorece a flexibilização funcional.19
Trata-se da decomposição de um processo complexo em pe-
quenas tarefas, ou seja, é a divisão do trabalho corresponde à es- — Motivação
pecialização de tarefas com funções específicas, com finalidade de A implantação da psicologia nas organizações nas últimas dé-
dinamizar e otimizar a produção industrial. Esse processo produz cadas concedeu aos gestores, as respostas de certas lacunas sobre
eficiência e rapidez ao sistema produtivo. o trabalho humano, pois o homem é movido por uma força interior,
A especialização delimitada de funções e tarefas nas etapas mas, para que seja satisfatória, e traga bem estar, é estimulada por
produtivas industriais é derivada, principalmente, do crescimento fatores externos. No ponto econômico das organizações, quando
do comércio, do capitalismo e impulsionada pela intensificação da o colaborador trabalha com satisfação é sinal de mais resultado e
produção industrial. mais rentabilidade para a empresa.
A divisão do trabalho faz com que o trabalhador adquira, com Motivação é um processo responsável por impulso no compor-
a tarefa repetitiva, uma agilidade maior e com isso fique “treinado” tamento do ser humano para uma determinada ação, que o estimu-
na execução de seus movimentos, provocando assim uma diminui- la para realizar suas tarefas de forma que o objetivo esperado seja
ção no tempo gasto, o resultado é o aumento da produção em todo alcançado de forma satisfatória.
período de trabalho. De acordo com Robbins (2005) a motivação possui três proprie-
A divisão do trabalho favorece a vida em sociedade, pois cada dades que a regem, uma é a direção, o foco da pessoa em sua meta
indivíduo tem sua função na estrutura social, desempenha algo e como realizar, outra é a intensidade, se o objetivo proposto é feito
que é necessário e útil para si e para as outras pessoas. como algo que vai lhe trazer satisfação ou será realizado por obriga-
ção, e a permanência. “A motivação é específica. Uma pessoa mo-
tivada para trabalhar pode não ter motivação para estudar ou vice-
-versa. Não há um estado geral de motivação, que leve uma pessoa
19--> Texto adaptado de Eduardo de Freitas a sempre ter disposição para tudo.” (MAXIMILIANO, 2007, p.250).

277
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

“Motivação é ter um motivo para fazer determinada tarefa, agir e da insatisfação é a não-satisfação. Pelo fato das pessoas não es-
com algum propósito ou razão. Ser feliz ou estar feliz no período tarem insatisfeitas, não quer dizer que estão satisfeitas. Os incenti-
de execução da tarefa, auxiliado por fatores externos, mas princi- vos motivacionais que acercam as condições de trabalho, Herzberg
palmente pelos internos. O sentir-se bem num ambiente holístico, caracterizou como fatores higiênicos.
ambientar pessoas e manter-se em paz e harmonia, com a soma Ainda dentro da teoria de Herzberg, Chiavenato (2005), aborda
dos diversos papéis que encaramos neste teatro da vida chamado dizendo que para Herzberg a motivação das pessoas para o trabalho
“sociedade”, resulta em uma parcialidade única e que requer cuida- vai depender de dois fatores, sendo os higiênicos que correspon-
dos e atenção.” (KLAVA, 2010). dem ao contexto do trabalho e os motivacionais que correspondem
O que os gestores estão buscando são como manter sempre ao cargo, tarefas e atividades relacionadas com o cargo.
seus colaboradores satisfeitos, para que assim possam exercer suas “As condições ambientais, no entanto, não são suficientes para
funções com o rendimento esperado pela organização, de modo induzir o estado de motivação para o trabalho. Para que haja moti-
que também, lhe seja prazeroso e satisfatório. Por exemplo, além vação, de acordo com Herzberg, é preciso que a pessoa esteja sinto-
da remuneração, que já foi provado não ser o principal fator moti- nizada com seu trabalho, que enxergue nele a possibilidade de exer-
vacional do ser humano, existe os fatores de relações interpessoais, citar suas habilidades ou desenvolver suas aptidões.” (MAXIMIANO,
como ambiente de trabalho, o relacionamento com os demais co- 2007 p.268-269).
laboradores, são estímulos para que os funcionários se motivem ao Seguindo ainda a linha das teorias que aborda à motivação
trabalho. Zanelli (2004), apresenta a teoria X e Y, onde McGregor abordou
A partir da análise do filme Invictus (2010) a liderança exercida que o homem tem aversão ao trabalho, precisa ser controlado e
com democracia revela o respeito das pessoas, sem forçá-las para punido, só se interessa pela parte financeira que o trabalho irá lhe
que isso aconteça. E dessa forma as pessoas se sentem motivadas proporcionar, sendo está à teoria X, dentro da teoria Y, McGregor
a realizarem seus trabalhos sem uma pressão superior, dando-lhes diz que o desempenho do homem no trabalho é um fator mais de
bem estar em seu ambiente. natureza gerencial do que motivacional. O autor ainda acrescenta:
Com a compreensão desses pontos, sabemos de que forma “A conclusão de McGregor foi a de que a prática gerencial
uma pessoa pode sentir-se motivada dentro da organização. Mas, apoiada na teoria X ignorava os estudos da motivação desenvolvi-
por trás de tudo isso, tem a questão do poder, pois pela busca do dos por Maslow, que ressaltavam o quanto a motivação seria decor-
bem estar no trabalho, há também a ambição econômica e por sta- rente da emergência de necessidades humanas dispostas hierarqui-
tus dentro das organizações, cabe aos gestores a complicada tarefa camente.” (ZANELLI, 2004 p.151-152).
de fazer dos seus colaboradores, aliados, de forma benéfica para Entende-se pois, que várias teorias foram criadas para abordar
todos da organização. a motivação, cada uma com um enfoque, mais aliadas a analisar de
forma criteriosa a respeito do comportamento do indivíduo; de que
Teorias que abordam a motivação formas são motivados, quais os mecanismos que poderão ser usados
De acordo com Zanelli (2004) ao longo do tempo foram sur- para que o processo motivacional aconteça de forma a trazer êxodo
gindo conceitos e posteriormente teorias abordando a motivação tanto para o indivíduo quanto para a organização. Segundo Chiavena-
humana, diversos teóricos contribuíram para tal propósito, anali- to (2005, p.247). “Não faltam teorias sobre motivação. Nem pesqui-
sando o comportamento do indivíduo e buscando entender o que sas sobre o assunto. O fato é que o assunto é complexo”.
o faz motivado, e como o processo da motivação ocorre na vida do
ser humano, dentre esses teóricos se destacaram alguns, que ana- Processo motivacional
lisaram de forma a colocar essas teorias dentro do contexto organi- De acordo com Chiavenato (2005), a motivação vai estar atrela-
zacional: Maslow, Herzberg, McGregor são alguns desses teóricos. da com o comportamento humano, quando este pretende alcançar
Pode-se observar que Maslow em sua teoria destaca que o algum objetivo, a uma variedade de fatores que poderão influenciar
comportamento do indivíduo está sujeito a uma hierarquia de fa- a motivação do indivíduo, quando o mesmo tem uma determinada
tores, baseada nas necessidades humanas, o teórico afirma que o necessidade, imediatamente busca mecanismos que faz com que a
indivíduo só será motivado a partir do momento que suas necessi- satisfação seja suprida de forma a lhe garantir um conforto e reali-
dades básicas forem supridas, colocando estas como sendo as ne- zação, ainda segundo o autor:
cessidades fisiológicas e de segurança, estando na base da pirâmide “Os seres humanos são motivados por uma grande variedade
hierárquica de Maslow, o indivíduo conseguiria atingir uma nova de fatores. O processo motivacional pode ser explicado da seguinte
necessidade a partir do momento que a anterior tiver sido satis- forma: as necessidades e carências provocam tensão e desconforto
feita, as necessidades superiores apresentam-se como motivadoras na pessoa e desencadeiam um processo que busca reduzir ou eli-
da conduta humana, ou seja, as necessidades sociais, estima e au- minar a tensão. A pessoa escolhe um curso de ação para satisfazer
to-realização. Sobre esta mesma teoria Maximiano (2007, p.262), determinada necessidade ou carência. Se a pessoa consegue satis-
vai dizer: fazer a necessidade, o processo motivacional é bem-sucedido. Essa
Maslow desenvolveu a idéia de que as necessidades humanas avaliação do desempenho determina algum tipo de recompensa ou
dispõem-se numa hierarquia mais complexa que a simples divisão punição à pessoa.” (CHIAVENATO, 2005 p. 273).
em dois grandes grupos. Segundo Maslow, as necessidades huma- Essas considerações referentes à motivação nos levam a enten-
nas dividem-se em cinco grupos, necessidades fisiológicas ou bási- der que o processo motivacional está intimamente ligado ao com-
cas, segurança, sociais, estima, auto-realização. portamento do indivíduo, ou seja, o que ele busca alcançar; é claro
Segundo Robbins (2005), Herzberg, com a teoria dos dois fa- e faz se lembrar que o ambiente é fator preponderante para a busca
tores, traz que os estímulos de insatisfação se eliminados podem da realização das necessidades, vários fatores são responsáveis pela
apaziguar os colaboradores, mas não necessariamente trazem a sa-
tisfação. Desse modo o contrário de satisfação é a não-satisfação;

278
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

motivação humana. Dentro do contexto organizacional entende-se, As demais teorias, como, a teoria da fixação de objetivos, ênfa-
pois que o clima organizacional está relacionado com a motivação, se na produtividade; teoria do reforço, qualidade e volume de tra-
segundo Chiavenato (2005). balho; teoria do planejamento do trabalho, produtividade, absente-
“O clima organizacional está intimamente relacionado com o ísmo, satisfação e rotatividade; teoria da equidade, ponto forte na
grau de motivação de seus participantes. Quando há elevada moti- previsão do absenteísmo e da rotatividade; e a teoria da expectati-
vação entre os membros, o clima organizacional se eleva e traduz- va, o colaborador se sente motivado sabendo que a força exercida
-se em relações de satisfação, animação, interesse, colaboração ir- para objetivo terá o resultado esperado.
restrita etc., todavia, quando a baixa motivação entre os membros, “O ambiente de trabalho moderno é, para dizer o mínimo, desafia-
seja por frustração ou imposição de barreiras a satisfação, das ne- dor. O sucesso das organizações e das pessoas que as fazem funcionar
cessidades, o clima organizacional tende a baixar, caracterizando-se não vem fácil. Essa era de contrastes abre a porta para a criatividade na
por estados de depressão, desinteresse, apatia, insatisfação etc., administração. Os ganhos em produtividade, desempenho e lealdade
podendo em casos extremos chegar ao estado de agressividade, tu- do consumidor ficam à disposição daqueles que realmente respeitam
multo, inconformismo etc., típicos de situação em que os membros as necessidades dos trabalhadores, tanto no emprego quanto na vida
se defrontam abertamente com a organização, como nos casos de pessoal.” (KLAVA apud SCHERMERHORN et al, 2010).
greves, piquetes etc.” (CHIAVENATO, 2005 p. 269). As teorias motivacionais contemporâneas trouxeram uma nova
Portanto, os gestores devem compreender que o clima organi- roupagem, sobre a motivação do indivíduo, adequando as teorias
zacional é fator de grande importância nas organizações, a partir do anteriores a um contexto organizacional moderno e desafiador, que
momento que a organização oferece um ambiente que seja propí- as organizações terão que enfrentar.
cio para o colaborador se sentir motivado, animado e interessado
com o trabalho, a organização caminhará ao alcance dos resultados
positivos, colaborador que trabalha satisfeito a organização só ten-
LIDERANÇA.
de a crescer, mas para isso é preciso que haja condições; uma desta
é favorecer um ambiente de trabalho agradável. — Liderança
As organizações têm evoluído, sobretudo em termos estrutu-
As relações das teorias motivacionais contemporâneas e as rais e tecnológicos. As mudanças e o conhecimento são os novos
organizações paradigmas e têm vindo a exigir uma nova postura nos estilos pes-
A expansão da globalização exige pessoas bem instruídas e soais e organizacionais, voltados para uma realidade diferenciada
qualificadas. As teorias contemporâneas baseiam-se na necessida- e emergente. Neste contexto, a Liderança passa a ser a chave para
de de auto realização, a ambição por um bom cargo e status dos co- o sucesso organizacional, decorrendo de uma nova cultura e estru-
laboradores, essas teorias dão ênfase aos estímulos motivacionais tura, na qual se privilegia o capital intelectual, pois são as pessoas
principalmente no trabalho. que proporcionam as condições essenciais ao desenvolvimento das
Clayton Alderfer, com a Teoria ERG (Existence, Relatedness, organizações.
Growth), somou à Teoria das Necessidades descrita por Maslow, in- Ao longo dos tempos, a liderança tem sido alvo de interesse
formações das organizações contemporâneas, e propôs três grupos por parte das organizações e dos gestores, estes começaram a per-
de motivação no trabalho. O primeiro grupo foi o de existência, que ceber a importância que a mesma tem para o sucesso e o alcance
está associado às necessidades básicas, como descritas por Maslow dos objetivos traçados.
nas necessidades fisiológicas e de segurança. O segundo, as neces- Os líderes devem procurar incrementar, um melhor relaciona-
sidades de relacionamento, desejo que os seres humanos têm em mento entre as pessoas, incentivando o trabalho em equipa, moti-
manter relações sociais. No último grupo, aparece a necessidade de vando os colaboradores e proporcionando um ambiente de traba-
crescimento do colaborador, o desejo por cargos e status dentro da lho saudável, seguro e propício ao progresso e desenvolvimento das
organização, realização pessoal dá ênfase as necessidades de nível suas capacidades e talentos.
alto da teoria de Maslow. “Um desejo intrínseco de desenvolvimen- A Liderança é um tema muito atual e de importância estratégi-
to pessoal. Isto inclui os componentes intrínsecos da categoria esti- ca para as organizações, como tal, deve ser integrada na definição
ma de Maslow, bem como as características da necessidade de auto da estratégia organizacional. As organizações precisam das pessoas
realização”. (ROBBINS, 2005 p.136). para atingirem os seus objetivos e alcançar a sua visão e missão de
David McClelland e sua equipe deram ênfase a três necessi- futuro, assim como as pessoas necessitam das organizações para
dades: realização, poder e associação; que aparecem de forma di- atingirem as suas metas e realizações pessoais.
ferenciada em cada pessoa, caracterizando-as. A necessidade de As pessoas têm sido uma preocupação constante da gestão das
realização, a compulsão por eficiência, o desejo de ser cada vez organizações, uma vez que uma boa gestão das mesmas se traduz
melhor, e suprir sua necessidade pessoal, os grandes realizadores no diferencial que alavanca os bons resultados. Para trabalhar o ca-
se destacam das outras pessoas pelo seu desejo de fazer melhor as pital humano de modo a maximizar o seu desempenho, é necessá-
coisas. As pessoas que gostam de estar no comando, se caracteriza rio que os indivíduos se sintam motivados e satisfeitos com o seu
pela necessidade de poder, em estar liderando e preferem situa- líder e com a forma como que a Liderança vem sendo exercida.
ções competitivas e de status, tendem a se preocupar mais com o Os líderes têm a missão de atingir os resultados pretendidos
prestígio e a influência do que propriamente com o desempenho pela organização através das pessoas que lideram. Assim sendo,
eficaz. “Pessoas orientadas pela necessidade de associação buscam para que a gestão de pessoas seja eficaz, os líderes têm de ser os
a amizade, preferem situações de cooperação em vez de compe- modelos sociais, dando o exemplo, estando sempre na linha da
tição e desejam relacionamentos que envolvam um alto grau de frente, mostrando como se faz, fazendo.
compreensão mútua.” (ROBBINS, 2005 p.139)

279
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A liderança é considerada como um processo dinâmico e que de liderança não podem ser ensinadas nem aprendidas são inatas
vem sofrendo alterações e adaptações aos vários níveis, daí a ne- ao ser humano, estas vão sendo moldadas pelas experiências e co-
cessidade de trabalhar algumas das suas principais características nhecimentos adquiridos.
que permitem obter o máximo de eficiência e eficácia. Para Monford e tal. (2000, p.24), “Os líderes não nascem nem
Sejam quais forem as características pessoais e de personali- são feitos; de facto, o seu potencial inato é moldado pelas experi-
dade do líder, estas afetam as relações com os liderados e, conse- ências que lhes permitem desenvolver as capacidades necessárias
quentemente, o desempenho destes nas tarefas que executam nas à resolução de problemas sociais significativas.
organizações.
As diversas definições de liderança não são unânimes e estão • Gestão
longe de gerar consenso entre os autores. Desta forma, tem sido A gestão tem uma abrangência muito maior do que a liderança,
muito difícil definir o que é ser líder e o que é a liderança, havendo envolve tanto os aspectos comportamentais como os que estão di-
inúmeras definições para este conceito. retamente ligados à sua gestão, tais como: planeamento, controlo e
Segundo Yukl (1998, p.5), “A liderança é um processo através regulamentos internos e externos. Os gestores são mais racionais,
do qual um membro de um grupo ou organização influencia a in- trabalham mais com a “cabeça” do que com o “coração”.
terpretação dos eventos pelos restantes membros, a escolha dos Segundo Bennis & Nanus (1995), “gerir consiste em provocar,
objectivos e estratégias, a organização das actividades de trabalho, realizar, assumir responsabilidades, comandar. Diferentemente, li-
a motivação das pessoas para alcançar os objectivos, a manutenção derar consiste em exercer influência, guiar, orientar. Os gestores são
das relações de cooperação, o desenvolvimento das competências pessoas que sabem o que devem fazer. Os líderes são as que sabem
e confiança pelos membros, e a obtenção de apoio e cooperação de o que é necessário fazer.”
pessoas exteriores ao grupo ou organização.” Os gestores são conservadores e analíticos, reagem e adaptam-
A Liderança é uma tentativa de influência, de modo a conse- -se aos factos ao invés de transformá-los. Tendem a adoptar atitu-
guir dos seus liderados empenho e cooperação. Nessa perspectiva, des impessoais, calculam as vantagens da competição, negoceiam e
quando um chefe manipula ou exige obediência e cooperação de usam as recompensas e as punições como formas de coação. Estes
forma coerciva, não há liderança. estão perfeitamente enquadrados na cultura organizacional e lutam
pela optimização dos recursos de modo a alcançarem os resultados
Liderança X Gestão desejados.
A liderança e a gestão são vocábulos que por vezes são vistos Para que as organizações possam sobreviver num mercado glo-
por muitos como sinônimos, no entanto existem diferenças bem balizado e cada vez mais competitivo têm de ter uma boa gestão. A
notórias entre ambos, além disso um bom líder pode não ser um gestão tem que ter a implementação da mudança através da visão
bom chefe e vice-versa. do seu líder de forma a alcançar os resultados previamente defini-
De acordo com Rost & Smith (1992), “A liderança é uma influên- dos. Sem uma boa gestão as organizações não conseguirão atingir
cia de relacionamento, ao passo que a gestão é um relacionamento esses resultados e tornam-se pouco produtivas e competitivas.
de autoridade. A liderança é levada a cabo com líderes seguidores, Quer a gestão quer a liderança têm diferentes formas de gerir
enquanto a gestão é executada com gestores e subordinados.” a sua equipa, através dos diferentes líderes. Esta hipótese é bem
acolhida por Rowe (2001), através de um modelo triangular cujos
• Liderança vértices são a liderança gestionária, a liderança visionária e a lide-
A liderança é um processo mais emocional, envolve o coração. rança estratégica.
Os líderes são dinâmicos, criativos, carismáticos e inspiradores, são
visionários, assumem os riscos e sabem lidar com a mudança. Tipos de liderança
Os líderes são criativos e têm estilos mais imprevisíveis, são
mais intuitivos do que racionais. Em vez de se adaptarem, tentam • Líder Gestionário
transformar o estado das coisas. Os líderes atuam proativamente O líder gestionário está mais virado para a estabilidade finan-
formando ideias em vez de lhes reagirem. ceira a longo prazo e orientado para os comportamentos de curto
Um bom líder não é aquele que se preocupa em sê-lo, mas prazo e baixo custo. O seu relacionamento com as pessoas está in-
aquele que dá o exemplo mostrando como as coisas devem ser fei- timamente ligado com os seus papéis no processo de decisão, mas
tas, que tem ética e se preocupa com as pessoas que o rodeiam, raramente decide com base em valores. Não investe na inovação
que envolve e motiva toda a equipa. Deve focar-se no desenvolvi- que pode mudar a organização pois falta-lhe visão, iniciativa e cria-
mento das pessoas com quem trabalha para que se tornem mais tividade. Normalmente é reativo e adapta atitudes passivas perante
autónomas. os objetivos, estes centram-se nas necessidades sentidas e não nos
O líder tem a capacidade de gerir diferentes personalidades desejosos ou sonhos.
mobilizando-as para objetivos comuns. Liderar é saber comunicar
e conquistar a admiração e o respeito dos outros, fazendo com que • Líder Visionário
todo o grupo se identifique com o líder, o siga e execute as suas Já o líder visionário fomenta a mudança, a inovação e a criati-
decisões. vidade. É proativo, muda o modo de as pessoas pensarem acerca
daquilo que é desejável e necessário. Está orientado para o desen-
Os líderes são inovadores e criativos, procuram agir sobre a si- volvimento das pessoas e para o sucesso das organizações. Normal-
tuação em causa, as suas perspectivas e aspirações são a longo pra- mente decide com base em valores e relaciona-se com as pessoas
zo, têm uma atitude proativa, são emocionais e empáticos e atraem de modo intuitivo e empático. Enfatiza a viabilidade de empresa a
fortes sentimentos de identidade e diferenciação. As competências longo prazo mas os seus sonhos podem ser destruidores da riqueza
no curto prazo.

280
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Líder Estratégico • Liderança Autoritária


O líder estratégico combina as duas orientações, ou seja, com- Em primeiro lugar aparece a liderança autoritária, “o líder fixa
bina as qualidades dos gestores com as dos líderes. Acredita nas as diretrizes, sem qualquer participação do grupo”, é ele que fixa
escolhas estratégicas que fazem a diferença na organização. Essas todas as diretrizes e determina qual tarefa deve ser realizada, tudo
estratégias devem ter impacto imediato, sendo que as responsa- tem que ser feito como ele define. (CHIAVENATO, 2003)
bilidades serão a longo prazo. Fomenta o comportamento ético e Na liderança autoritária, autocrática ou diretiva o líder foca-
as decisões baseadas em valores. Tem elevadas expectativas acerca -se apenas nas tarefas e determina técnicas para a execução das
dos seus superiores, colaboradores e dele próprio. mesmas. O líder toma as decisões individualmente e não considera
Podemos então concluir que a liderança estratégica resulta da a opinião da equipe, ordena e impõe a sua vontade. Este tipo de
conciliação da liderança visionária e gestionária. liderança provoca tensão e frustração no grupo. O líder tem uma
Alguns indivíduos terão mais aptidão para liderar e outros para postura essencialmente diretiva e não dá espaço à criatividade dos
gerir, enquanto outros conciliam as duas vertentes. liderados. A sua postura por vezes é paternalista e fica satisfeito por
No entanto, muitos líderes podem aprender a gerir e muitos sentir que os outros dependem dele. É rápido na tomada de decisão
gestores podem melhorar as suas capacidades de liderança. e os seus objetivos são o lucro e os resultados. Por norma, neste
Estabelecendo a correspondência com a tese de Zaleznik, Rowe tipo de liderança as consequências são nefastas, existe ausência de
(2001) “ a liderança gestionária está para os gestores como a lide- espontaneidade e de iniciativa e quando o líder abandona a orga-
rança visionária está para os líderes. Ao contrário de Zaleznik “con- nização as pessoas sentem-se completamente perdidas pois não
sidera ainda que os dois papéis são conciliáveis na figura do líder estavam habituadas a tomar decisões e a terem iniciativa própria.
estratégico.” O trabalho só se realiza na presença do líder, pois na sua ausên-
cia o grupo é pouco produtivo e indisciplinado. O líder autoritário
A importância dos líderes normalmente não delega tarefas, prefere ser ele a executá-las. A
HARRIS (2001, p.394) “O Papel dos líderes é criar um ambiente liderança autoritária apresenta elevados níveis de produção, mas
em que as pessoas se sintam livres para experimentar, exprimir-se com evidentes sinais de frustração e agressividade.
com franqueza, tentar novas coisas. Ainda mais importante, o seu
papel é o de (…) construir o espaço, remover obstáculos e permitir • Liderança Liberal
que os empregados façam o seu trabalho. Um dos objetivos primor- A liderança liberal é totalmente inversa à autocrática, “há liber-
diais dos líderes deveria ser o de libertar os talentos de cada pessoa dade total para as decisões grupais ou individuais, e mínima partici-
para benefício delas próprias e da empresa como um todo.” pação do líder.” (CHIAVENATO, 2003)
Nas organizações é crucial que os líderes sejam pessoas idóne- Na liderança laissez faire ou liberal não há imposição de regras,
as e sejam um exemplo para toda a equipa, pois sem um bom líder parte-se do princípio que o grupo atingiu a maturidade e não ne-
não haverá uma boa equipa. É fundamental que exista uma boa cessita do líder para o orientar e o supervisionar. Caracteriza-se pela
liderança por parte dos líderes, somente assim a equipa será coesa total liberdade da equipa o líder não interfere na divisão das tarefas
e trabalhará afincadamente para o alcance das metas organizacio- nem na tomada de decisão, quem decide é o próprio grupo. Este é
nais e dos objetivos conjuntos. Se o objetivo primordial de um líder considerado o pior estilo de liderança, uma vez que não há demar-
é fazer com que os outros o sigam, então é imprescindível que dê cação dos níveis hierárquicos instala-se a confusão, a desorganiza-
bons exemplos e lhes mostre o caminho a seguir. ção, o desrespeito e a falta de um líder com poder e autoridade
A liderança é um tópico fundamental nas relações de trabalho, para resolver os conflitos.
os líderes têm de trabalhar no sentido de evitar conflitos laborais e Na liderança liberal o líder só participa na tomada de decisão
proporcionar benefícios para todos. quando é solicitado pelo grupo, os níveis de produtividade são in-
Por vezes, as incompatibilidades pessoais e profissionais entre satisfatórios e existem fortes sinais de individualismo, insatisfação e
os líderes e os liderados, fazem com que surjam conflitos difíceis de desrespeito pelo líder.
gerir, contribuindo para o insucesso das pessoas e o fracasso das
organizações, dificultando assim o alcance das metas traçadas. • Liderança Democrática
Segundo Russo (2005) “a discussão se os líderes nascem líderes No que respeita à liderança democrática, participativa ou con-
ou aprendem a sê-lo é longa. Contudo a resposta diz Russo é sim- sultiva, este estilo está voltado para as pessoas e há participação de
ples e direta: as duas afirmações são verdadeiras.” toda a equipa no processo de decisão. É o grupo que define as téc-
O líder deve ser capaz de criar um ambiente saudável, bem nicas para atingir os objetivos, no entanto o líder tem a responsabi-
como interação e dinâmica com toda a equipa de trabalho. É fun- lidade de alertar o grupo para as dificuldades existentes no alcance
damental criar desafios e dar autonomia, para que em conjunto se desses mesmos objetivos.
implementem e tomem as melhores decisões. Segundo, Chiavenato (2003, p.125), “As diretrizes são debati-
das e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder”.
Estilos de liderança O líder envolve todo grupo, pede sugestões e aceita opiniões,
As organizações, as equipas e as situações variam no tempo e existe confiança mútua, relações amistosas e muita compreensão.
no espaço, os líderes também, daí que é bastante comum que o su- Este estilo de liderança está orientado para as tarefas e para as pes-
cesso do líder e dos seus seguidores esteja diretamente relacionado soas. Os grupos submetidos à liderança democrática, apresentam
com o estilo de liderança adoptado. elevados níveis de produtividade, quer em quantidade quer em
White & Lippit (1939) fizeram os primeiros estudos para verifi- qualidade. Existe ainda, um clima de satisfação, integração e com-
car o impacto causado pelas diferentes formas de liderar. Segundo prometimento das pessoas para com a organização.
eles existem essencialmente três estilos de liderança: liderança au-
toritária, liberal e democrática.

281
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

De acordo com Fachada (1998), “A diferença entre o estilo efi- A Liderança Transformacional é o tipo de liderança que resul-
caz e ineficaz não depende unicamente do comportamento do líder, ta do processo de influenciar as grandes mudanças das atitudes e
mas da adequação desses comportamentos ao ambiente onde ele comportamentos dos membros da organização e o comprometi-
desempenha as suas funções.” mento com a missão e os objetivos da organização.
Segundo Bass (1985), os líderes transformacionais têm “visão”,
O estilo de liderança a adoptar vai depender sobretudo da prendem-se às suas convicções internas, têm vontade de encorajar
equipa a liderar e do seu tamanho. Deverá estar adaptada a cada e olhar os problemas de diferentes formas. Estes líderes são donos
pessoa, à equipa e à tarefa a realizar, só assim se conseguirá a máxi- do seu próprio destino e têm talento para atravessar os tempos de
ma eficácia na persecução dos objetivos. adversidade com sucesso.

Teorias da liderança Bass (1995) descobriu que as três principais características de


Existem várias teorias de liderança e podem ser classificadas um líder transformacional são o carisma, reconhecimento e estímu-
em quatro grupos: teorias de traços de personalidade (até aos anos lo de cada seguidor como incentivo intelectual para que os segui-
40), teorias sobre estilos de liderança/comportamento do líder (até dores examinem as situações de acordo com novas perspectivas.
aos anos 60), teorias situacionais/contingências da liderança (desde O mesmo autor (BASS, 2000, p.297) sustenta que “as qualida-
os anos 50 até final da década de 70) e por último as teorias dos des dos líderes transformacionais são afetadas pelas experiências
traços e do carisma (últimas décadas). de infância (pais zelosos e que estabelecem objetivos desafiantes).
Afirma mesmo que causas hereditárias podem estar na sua origem.”
• Teoria dos Estilos de Liderança Um líder Transformacional consegue que os seus seguidores
Na Teoria sobre os Estilos de Liderança a preocupação domi- prossigam além dos seus próprios interesses e altera ou transforma
nante nas várias teorias foi definir o comportamento do líder mais as suas metas em metas de todo o grupo ou da organização. Ele
eficaz. A abordagem dos estilos refere-se não ao que o indivíduo é faz com que os seguidores se envolvam integralmente para que se
mas ao que ele faz, ou seja, o seu estilo de liderar. Aqui destacam-se atinjam os objetivos organizacionais.
as maneiras e estilos de comportamento adoptados pelo líder: au- Segundo Yukl (1999, p.46), “as teorias da liderança carismáti-
tocracia, liberalismo e democracia, bem como a liderança centrada ca e transformacional contribuem para o nosso entendimento da
nos resultados da tarefa e a liderança centrada na preocupação com eficácia de liderança, mas a sua singularidade e contributo foram
as pessoas. exagerados.”
Como instrumento de avaliação dos estilos de liderança Black
e Mouton (1964), apresentam uma grelha de gestão, que é uma • Liderança Transacional
tabela de dupla entrada, composta por dois eixos: o eixo vertical A Liderança Transacional baseia-se na relação do líder e do li-
representa a “ênfase nas pessoas” e o eixo horizontal representa derado. O líder conduz e motiva toda a equipa na direção dos obje-
a “ênfase na produção”. Nos quatro cantos e no centro da grelha tivos estabelecidos.
os autores colocaram os principais estilos de liderança, de acordo Segundo Bass (1995), a liderança transacional “envolve a atri-
com a orientação para a tarefa ou para o relacionamento. Segundo buição de recompensas aos seguidores em troca da sua obediência.
os autores, é muito importante que cada líder aprenda a observar O líder reconhece as necessidades e desejos dos seus colaborado-
o seu estilo de liderança através da grelha, a fim de melhorar o seu res, clarificando-lhes como podem satisfazê-las em troca da execu-
desempenho, contribuindo assim, para o seu desenvolvimento pro- ção das tarefas e do desempenho.”
fissional, bem como para o desenvolvimento da organização. Muitas situações de liderança são baseadas num entendimen-
Para Chiavenato (2003, p.124), “São teorias que estudam a li- to entre o líder e os seus seguidores. Existe um contrato social im-
derança em termos de estilos de comportamento do líder em rela- plícito indicando que se concordar com o que o líder deseja fazer, o
ção aos seus subordinados. A abordagem dos estilos de liderança seguidor terá certos benefícios, tais como remuneração melhorada
se refere àquilo que o líder faz, isto é, o seu comportamento de ou a não-demissão.
liderar”. As transações construtivas resultam em consequências posi-
tivas, tais como a obtenção de uma promoção. Essas promoções
• Teoria dos Traços e do Carisma são vistas como mais eficazes e satisfatórias do que as transações
Nas últimas décadas os psicólogos organizacionais começam a corretivas, que trazem consequências negativas, tais como uma hu-
interessar-se pela cultura organizacional e pela mudança cultural. milhação.
De acordo com o trabalho de Shein (1989) os líderes têm de ter Este tipo de liderança, a par da liderança carismática, constitui
capacidades específicas como a paciência, persistência, contenção o estilo de liderança mais apropriado para a mudança organizacio-
da ansiedade, garantir estabilidade e confiança emocional, etc. Da nal.
análise de Shein resultam dois importantes conceitos: a liderança Não é a força da autoridade que os chefes possuem devido à
transformacional e a liderança transacional. sua posição privilegiada no organograma da organização que lhes
proporciona eficácia para liderar as pessoas, mas a percepção posi-
• Liderança Transformacional tiva desses seguidores que faz dele um verdadeiro líder.
Bass (1985), foi um dos pioneiros nos estudos da liderança Num mundo altamente dinâmico e instável onde o ambiente
transformacional e transacional, a considerar que a liderança tanto organizacional sofre continuamente profundas alterações impul-
envolve comportamentos transformacionais como transacionais. sionadas pelo processo de globalização, o mercado torna-se mais
Alguns autores (Barling, Slater e Kelloway, 2000; Judge e Bono, exigente e competitivo, exigindo das organizações adaptações e
2000) destacaram exclusivamente o papel da liderança transforma-
cional.

282
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

respostas rápidas a estas mudanças e alterações sofridas. As em- nistradores um conjunto de medidas para melhorar os processos
presas necessitam de profissionais capazes de responderem de for- de trabalho, surgindo, assim, o Círculo de Controle da Qualidade
ma ajustada e em tempo útil aos novos desafios. (CCQ).
O alinhamento entre as Práticas de Liderança e a Cultura Orga- O estabelecimento desse círculo envolvia estudos e aprimo-
nizacional é compreendido através dos conceitos percebidos atra- ramento do conhecimento dos trabalhadores na solução de pro-
vés da revisão bibliográfica. A revisão da literatura permitiu uma blemas a serem enfrentados nos processos de trabalho e também
melhor compreensão dos conceitos de Liderança e dos principais os problemas enfrentados pela própria empresa, inflacionando o
fatores que a influenciam. acúmulo de responsabilidades do trabalhador e criando uma via
A chave do sucesso para um elevado desempenho das orga- de apropriação de aptidões e capacidades antes não exploradas
nizações está na congruência entre os elementos da organização, pela empresa. A participação nesses círculos servia como critério
principalmente entre a estratégia, a estrutura, as pessoas, a própria de promoção e seleção dos trabalhadores para possíveis cargos na
cultura e como não podia deixar de ser a Liderança. Assim sendo, gerência. A adesão não era voluntária pelos indivíduos no CCQ e,
será crucial que a organização repense a forma como a Liderança também, não era voluntária a decisão pelas equipes de utilizar essa
vem sendo exercida, só assim, conseguirá pessoas motivadas e feli- técnica gerencial no enfrentamento dos problemas.
zes, contribuindo de forma decisiva para o aumento da performan- Aquela ideia de uma carga de subjetividade que toca no reco-
ce da organização. nhecimento, valorização e integração do indivíduo pela organiza-
ção, sendo ela a responsável e detentora das condições de modifi-
Conclui-se, que diante das mudanças, o líder deve conciliar os car, influenciar e aprimorar as coisas, as relações e os processos de
interesses da organização com os da sua equipa de trabalho, em- trabalho permite uma abordagem epistemológica desse modelo de
penhando-se afincadamente para proporcionar um ambiente fa- gestão da qualidade considerando suas relações com o indivíduo
vorável ao desenvolvimento dos seus liderado, influenciando-os a que participa, fazendo uma reflexão dos pensamentos de Drucker
alcançarem os objetivos comuns. (da escola neoclássica da administração) e de Edgar Schein (da psi-
cologia organizacional).
GESTÃO DA QUALIDADE. As organizações e o indivíduo participante
Se as organizações aplicam mudanças nos tipos de gestão, na
Gestão da qualidade atitude administrativa e na compreensão de um novo perfil de indi-
A gestão da qualidade nas organizações como um processo víduo trabalhador amplamente manifestadas pelo neoclassicismo
participativo entre dirigentes das organizações e trabalhadores da escola científica da administração é porque o indivíduo continua
tem relação com alguns acontecimentos posteriores à 2a Guerra, sendo uma base fundamental para o desenvolvimento das organi-
no Japão. A reconstrução do Japão pelos aliados pavimentou as zações.
condições para o desenvolvimento de uma nova atitude adminis- Para Peter Drucker a história do êxito das organizações é a his-
trativa flexível à maior participação dos indivíduos que trabalham tória do êxito da gerência. Os novos pressupostos gerenciais esta-
nas organizações. belecem: um novo perfil de trabalhador nas organizações, colocan-
Tornava-se necessário um novo projeto que assegurasse a re- do em aplicação o que aprende durante uma educação sistemática
construção do país. A reorganização social do mundo do trabalho e não apenas a sua habilidade manual ou seus músculos; um admi-
foi o caminho escolhido para atender às exigências da sociedade nistrador com a função de tornar produtivos os recursos humanos,
japonesa. Os grandes especialistas americanos de qualidade contri- fazendo com que as pessoas trabalhem em conjunto, unindo as ha-
buíram como consultores para o aperfeiçoamento da qualidade na bilidades e conhecimentos de cada indivíduo para um fim comum;
produção industrial japonesa. A partir de William Edwards Deming, uma atitude administrativa constante e crescente de utilização das
a qualidade se alastra no mundo, abrindo espaço para abordagens aptidões de todos os empregados (DRUCKER, 1971, 1970, 1964).
de planejamento, da produção com erro-zero e do controle da qua- A junção desse novo perfil de trabalhador, de administrador e
lidade. Taichiro Ohno, engenheiro-chefe da Toyota, empreendeu dessa atitude administrativa vai estabelecendo uma nova relação
esse novo modo de produção aproveitando o máximo da capaci- do indivíduo com a organização que trabalha. A organização espera
dade produtiva do indivíduo e introduzindo outras formas de apro- mais do trabalhador: suas aptidões, habilidades e sua subjetividade
priação do indivíduo pela produção capitalista. Surge o toyotismo: – a realização de suas aspirações e reconhecimento pelo trabalho.
[…] Seu primeiro passo foi agrupar os trabalhadores em equi- A oportunidade de participar mais, de trazer com isso uma
pes, com um líder de equipe no lugar do supervisor. Cada equipe mudança positiva para a organização, de obter reconhecimento e
era responsável por um conjunto de etapas de montagem e uma realização é de alguém que deseja e necessita pertencer e estar
parte da linha, e se pedia que trabalhassem em grupo, executando integrado, que sente a possibilidade de realizar-se e de sentir-se
o melhor possível as operações necessárias. O líder da equipe, além valorizado e amado: um indivíduo. Todavia, é preciso compreender
de coordená-la, realizava tarefas de montagem; particularmente, que esse desejo de participar, essa necessidade de pertencer apon-
substituía trabalhadores eventualmente faltantes – conceitos esses ta para uma individualidade que não é parte da organização, não
inéditos nas fábricas de produção em massa. (WOMACK, 1992, p. pertence a ela. Há um universo de compreensões, sentimentos e
47). expectativas do indivíduo distintos dos da organização.
A atitude administrativa de maior utilização possível das ap- É um movimento de necessidades e desejos do indivíduo e as
tidões de todos os empregados fez Ohno atribuir aos indivíduos necessidades e desejos da organização. A perspectiva da organiza-
novas funções relacionadas com o controle de qualidade. Era reser- ção e de seus dirigentes e a dos indivíduos que nela trabalham.
vado um horário em que, regularmente, a equipe sugeria aos admi-

283
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O conceito de contrato psicológico apresentado por Edgar A CULTURA DA QUALIDADE E OS VÍNCULOS QUE SE ESTABELE-
Shein (1982, p. 18) estabelece quais as relações que permeiam esse CEM ENTRE INDIVÍDUO E ORGANIZAÇÃO
movimento: “A idéia de um contrato psicológico denota que há um Uma leitura da psicologia das organizações acerca da cultura
conjunto não explícito de expectativas atuando em todos os mo- da qualidade aponta para uma crítica à institucionalização da ação
mentos entre todos os membros de uma organização e os diversos do indivíduo, visando garantir aquela harmonia organização/indi-
dirigentes e outras pessoas dessa organização.” A organização e víduo. A socialização é vista como uma aprendizagem de papéis a
seus dirigentes cuidam dos interesses institucionais, estabelecendo serem desempenhados no sistema em vigor.
objetivos, diretrizes e tomando decisões que afetam os indivíduos Deming (1990, p. 263) destaca que o desenvolvimento das pes-
que ali trabalham. As expectativas do indivíduo têm relação com as- soas numa cultura de qualidade é responsabilidade privativa da or-
pectos objetivos, como salários ou vencimentos, horas de trabalho, ganização : “[…] o recrutamento, o treinamento, a chefia e o apoio
benefícios, etc. e aspectos subjetivos, ligados ao íntimo do indiví- aos operários da produção do sistema de produção. Quem poderia
duo que envolvem o senso de dignidade e valor da pessoa. ser responsável por essas atividades se não a administração de pro-
Nas expectativas da organização o comprometimento do indi- dução?” Cada indivíduo deve saber o que se espera dele no desem-
víduo deve ser primeiramente com a organização em detrimento penho de um papel e também o que ele pode e deve esperar dos
de sua individualidade. outros indivíduos. Quanto mais o indivíduo se adapta ao sistema
A organização também tem certas expectativas implícitas mais tanto mais melhora seu desempenho, adquirindo, assim, uma iden-
sutis, por exemplo, de que o empregado melhorará a imagem da tidade nessa organização.
organização, será leal, manterá os segredos da organização e tudo É um projeto de controle e previsão do comportamento huma-
fará em prol dela [isto é, sempre terá elevado nível de motivação e no com propósitos de adaptá-lo ao meio, àquilo que está fora dele,
disposição de se sacrificar pela organização]. (SCHEIN, 1982, p. 19). além dele (FIGUEIREDO, 1989, p. 100-103). Fora dele e além dele é
Na disposição do indivíduo participante, o modelo de gestão da a organização. Faria e Oliveira (2007, p. 199) destacam que “[...] as
qualidade elogia essa atitude que interessa à produtividade e lucro novas tecnologias industriais revelaram-se ambiciosas estratégias
das organizações capitalistas e subverte as diferentes expectativas de dominação da alma humana e a organização foi reduzida a um
do contrato psicológico, apresentando as expectativas do indivíduo sistema politico-econômico, sociocultural e simbólico-imaginário
como sendo as suas expectativas em relação ao indivíduo. Entre- destinado a institucionalizar a relação de submissão.” A organiza-
tanto, os conceitos amplamente estimulados e valorizados da exce- ção ganha uma identidade e proclama aos indivíduos, por intermé-
lência, do “fazer certo o que é certo desde a primeira vez”, o “erro dio da gestão da qualidade, um autoconceito de missão (razão de
zero” ou “zero-defeito”, a obrigação de ser forte, a certeza do êxito sua existência, o seu fim último, o seu papel na sociedade – quem
sempre, o adaptar-se sempre, a necessidade de um desafio como é a organização), visão de futuro (o que a organização quer ser
estímulo e motivo sempre, a constância de propósitos, a internali- quando crescer – quem será a organização) e valores (os princípios
zação da cultura organizacional são valores do modelo de gestão e normas da organização). Não significam apenas conceitos sobre
da qualidade total que estabelecem um controle social, um insti- a organização, mas um autoconceito da organização pela organi-
tuto que assegura a harmonia entre as expectativas do indivíduo e zação. A gestão da qualidade declara o alinhamento da missão de
aquelas da organização. vida do indivíduo com a missão da organização, um sobrepor da vi-
O indivíduo participante digere esses ideais, ajusta-se a essa são individual de tempo e futuro com a visão de tempo e futuro da
lógica, sujeita-se a padrões de comportamento que o levam a re- organização e a aceitação dos valores da organização como sendo
nunciar sua autonomia. É a desconstrução de sua individualidade. seus valores individuais.
A discordância do indivíduo nesse processo é estranhada pela
Gestão da qualidade nas organizações e a desconstrução da organização; compreende uma atitude inadequada que poderá
individualidade desfigurar a imagem que a organização tem do indivíduo, porque
Os modos de gestão das organizações capitalistas têm como este “eu” tem uma identidade própria estranha a uma cultura onde
característica e fundamento uma abordagem funcionalista. Os mo- os papéis estão definidos. Não há espaço para o “eu próprio”, mas
delos de Taylor, Ford, Fayol, Deming, Ohno sempre primaram pelas apenas para o “eu adaptável” à organização. Para evitar conflitos,
operações – a tarefa é o movimento do indivíduo e nela se concen- o indivíduo submete-se a compreensões “prontas” da realidade e
tra seu comportamento. passa a estabelecer padrões de conduta que aliviem as tensões de
A história das organizações tem ideais de um novo indivíduo, uma contradição entre o “eu próprio” e o “autoconceito” da orga-
de um administrador com a função de unir, dispor, estimular, indu- nização.
zir, propor, maximizar as capacidades humanas e de uma atitude
administrativa de uso dessas capacidades para os interesses da or- O discurso da qualidade como prática organizacional
ganização. Serão abordados três aspectos da gestão da qualidade No decorrer do século XX, a progressiva atenção dedicada à
como afirmação de um contrato psicológico com o indivíduo-tra- linguagem nas ciências humanas e sociais favoreceu uma nova con-
balhador que subvertem sua individualidade com aquela ideia de cepção de realidade, da natureza do conhecimento e da concepção
harmonia ou de igualdades de expectativas entre organização/indi- de linguagem. A linguagem passa a ser instrumento para criar acon-
víduo: a cultura da qualidade e os vínculos que se estabelecem en- tecimentos. É centrada nas relações do cotidiano. É uma forma de
tre indivíduo e organização; o discurso da qualidade como prática ação no mundo. É uma prática discursiva.
organizacional; autorrealização do indivíduo, trabalho e o modelo A linguagem é possibilidade de configurar a realidade na me-
da qualidade. dida em que é uma prática que provoca efeitos. Tem como função
empreender e executar ações e não somente descrever o mun-
do. Assim, a linguagem é compreendida como ação (MELLO et al.,
2007, p. 26-32).

284
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A gestão da qualidade utiliza o discurso nas organizações como Essa conduta liberal da sociedade capitalista lançou a base para
prática de construção do novo. Esse discurso é encontrado na for- uma autorrealização do indivíduo. O interesse individual é apre-
ma escrita (manuais da qualidade, a difusão da missão, visão e valo- sentado como a mola propulsora dos sistemas baseados na livre
res da organização em documentos oficiais, expositores e locais de iniciativa. Defende que os indivíduos, por procurarem seus próprios
convivência), falada (oficinas, encontros, seminários e reuniões) e interesses, agem por fim em benefício da própria sociedade. Assim,
nas imagens veiculadas internamente na organização (símbolos da as condições políticas de legitimação da acumulação pela via do in-
qualidade, fotos de personalidades ilustres apresentadas na orga- dividualismo e da livre iniciativa são consumadas. A individualidade
nização como apoiadores da qualidade, etc.). foi reduzida a um mero instrumento produtivo.
É um discurso que flui como convocação ao indivíduo, sendo a Se os vínculos que se estabelecem entre indivíduo e a organi-
gestão da qualidade o meio de produção e reprodução da prática zação na cultura da qualidade e suas práticas discursivas subvertem
discursiva. É, portanto, um discurso ideológico da organização que a individualidade, uma posição passiva do indivíduo diante das for-
conclama os indivíduos a construírem uma realidade essencializan- mas de dominação sociais pode indicar o triunfo de uma revolução
te do perfeito, da qualidade total, da única e verdadeira gestão. contra si mesmo. Essa subversão apresenta-se de forma sutil, mas
Contudo, o discurso da qualidade total esconde sua forma de um sempre de forma intencional pela organização e, geralmente, não
sistema de produção que se apropria do indivíduo com a roupagem percebida pelo indivíduo.
de participativo e descentralizado. O mais importante é a atitude do indivíduo consigo. O redu-
O oxigênio que se respira no discurso da qualidade é o da or- cionismo de que todas as necessidades pessoais serão satisfeitas a
ganização perfeita a priori. Os objetivos de aplicação do modelo partir e somente pelo trabalho podem abrir um caminho de aceita-
(BRASIL, 2008/2009) estão expostos nos seus manuais: avaliar a ção de modelos de gestão das organizações sem a necessária crítica
qualidade do sistema de gestão da organização e promover o aper- e autonomia frente a eles.
feiçoamento e o aprendizado contínuo a partir das práticas de ges- As ideias de Maslow sobre as necessidades humanas (fisiológi-
tão. cas, segurança, sociais, de estima e autorrealização) e as de Drucker
Esse avaliar é a avaliação da aplicação do método, do modelo. sobre a organização como viabilizadora das condições ideais para a
Mas de forma alguma será a avaliação crítica do método, do mode- satisfação dessas necessidades pode tornar mais severo o controle
lo. Os critérios de avaliação estão previamente definidos: liderança; do comportamento do indivíduo pela organização:
planejamento ou estratégias e planos; foco no cliente ou cidadãos; O administrador precisa, de fato, supor com a Teoria Y (Mas-
sociedade; informação e conhecimento; pessoas; processos e re- low), que existe no mínimo um número considerável de pessoas na
sultados institucionais. força de trabalho que busca realização. [...] O administrador precisa
O Modelo de Gestão da qualidade traz a “explicação ideal” do ainda aceitar como sua tarefa tornar o trabalhador e suas ativida-
que significa Gestão Excelente. É a construção de uma versão de des plenas de realização. (DRUCKER, 1981, p. 321).
determinada realidade. A concepção da linguagem como “amo do O humanismo na gestão das organizações apontou para várias
sujeito” tem força maior em um projeto assim. As pessoas e seus frentes de mudança nas condições de trabalho. A escola compor-
grupos recebem o modelo de gestão como algo universalmente tamental da administração e a humanista da psicologia receberam
testado e aprovado, como uma realidade ideal que existia em ou- valiosas contribuições dos estudos de Maslow. Entretanto, as impli-
tro lugar e não se sabia disso, como algo que a partir dali vai ressig- cações de uma gestão com foco na autorrealização dos indivíduos
nificar todas as coisas e como se o passado vivido da organização que trabalham em uma organização têm outras variáveis:
tivesse sido uma grande alucinação. Esse discurso é uma prática Na teoria da auto-realização, o contrato envolve a troca de
que transforma o autoconceito. Uma realidade ideal conquistada oportunidade de obter recompensas intrínsecas (satisfação pela re-
coletivamente e importante para todos é uma versão negociada e alização e uso das capacidades próprias) pelo desempenho de alta
construída da organização e tem efeitos no indivíduo. qualidade e pela criatividade. Isso, por definição, cria um envolvi-
mento moral, e não um envolvimento calculista, e, dessa maneira,
Se a questão da prática discursiva da gestão da qualidade não libera um maior potencial de dedicação aos objetivos da organi-
revela “a sua outra face”, há no discurso outra intenção. Há um zação e um maior esforço criador desses objetivos [...] de modo
jogo em curso. Foucault (2007, p. 20) analisa assim a situação: “[…] dependente e submisso. (SCHEIN, 1982, p. 55, grifo nosso).
se o discurso verdadeiro não é mais, com efeito, desde os gregos, A base da gestão pela qualidade é ser uma gestão participativa
aquele que responde ao desejo ou aquele que exerce o poder, na que convida o indivíduo a usar de suas habilidades, seu pensamen-
vontade de verdade, na vontade de dizer esse discurso verdadeiro, to planejador e de sua subjetividade por outro caminho: o da co-
o que está em jogo, senão o desejo e o poder?” A prática discursiva operação “voluntária”. As concepções mais aceitas e investigadas
da gestão da qualidade serve aos interesses de um poder consti- sobre o comprometimento dos indivíduos na organização tem sido
tuído, de um que domina sobre os demais na organização e que consideradas (afetiva, calculativa e normativa) em outros estudos
tem o desejo de que os indivíduos apoiem seus objetivos na e pela (GOMIDE JÚNIOR; SIQUEIRA, 2004). Esse comprometimento reú-
organização. O discurso da qualidade reúne alguns instrumentos ne atitudes individuais com base afetiva (sentimentos e afetos) e
de controle da organização sobre o indivíduo, desconstruindo sua base cognitiva (crenças sobre o papel social dos envolvidos em uma
individualidade. relação de troca econômica e social). A organização espera que o
indivíduo tenha o desejo de participar e compreenda a importância
Autorrealização do indivíduo, trabalho e o modelo da quali- de sua participação.
dade
A teoria liberal destaca uma sociedade com oportunidades
iguais de ascensão, felicidade e prosperidade parecendo estar pre-
sente uma autonomia do indivíduo como construtor de seu futuro.

285
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Entretanto, as pesquisas sobre comprometimento organizacional descrevem as bases psicológicas que sustentam o comprometi-
mento dos indivíduos relacionando-o com estados psicológicos de desejo, obrigação ou necessidade de permanecer, de participar, de
pertencer à organização, conforme o Quadro 1 (FEITOSA, 2008; DEMO, 2003; REGO, 2003).20

Participa na implementação
Categorias Caracterização Estado psicológico
porque
Grau em que o indivíduo se sente
Afetiva emocionalmente ligado à organização e ... sente que quer participar Desejo
identificado e envolvido com ela.
Grau em que o indivíduo possui um sentido ... sente que tem o dever de
Normativa Obrigação
de obrigação (ou dever moral) de participar. participar
Grau em que o indivíduo participa devido ao
reconhecimento dos custos associados com
... sente que tem necessidade de
Calculativa sua não participação. Esse reconhecimento Necessidade
participar
pode advir do sentimento de perda de
recompensas econômicas ou sociais.

Benefícios da gestão da qualidade às empresas


Gerir a qualidade é administrar os processos organizacionais a partir de padrões pré-estabelecidos, corrigindo e implementando
melhorias continuamente.

A atual conjuntura dos mercados, de distintos segmentos, impõe às empresas um padrão de qualidade e capacidade de prover resul-
tados para se destacar em meio a alta competitividade existente, e ser bem sucedida.
A preocupação com a gestão da qualidade é algo que vem evoluindo junto às histórias das organizações, estando mais direcionada
aos produtos e processos inicialmente, e depois voltando sua atenção também aos desejos dos consumidores e às questões internas da
empresa. Dado os diversos aspectos a serem observados para o controle da gestão, foi criado o conceito de um sistema de gestão da
qualidade, ou SGQ, que abrange todas essas questões, planifica e executa as ações necessárias à consecução dos padrões de qualidade.

Sistema de gestão da qualidade


Este instrumento de gestão visa propiciar à organização o controle de todos os seus processos, de forma que um padrão de excelência
seja concebido e que as ações dos colaboradores no desempenho de suas atividades não saiam do pré-estabelecido, evitando a queda da
qualidade dos produtos ou serviços, possibilitando uma melhoria contínua e um subsídio de informações à tomada de decisão.
Uma ótima referência de padrões de excelências de qualidade que as empresas buscam alcançar é a NBR ISO 9001. Tal normativa
orienta as empresas a estabelecer seus processos de forma bem definida, podendo acompanhá-los de perto e aprimorá-los constante-
mente. Através dos indicadores de cada processo, e também dos objetivos, informações preciosas à tomada de decisões são geradas e vão
auxiliar os gestores nas ações corretivas, preventivas e de melhorias.
A definição das responsabilidades nos processos, dos indicadores e sua forma de acompanhamento permite à empresa um salto na
sua produtividade: produtos concebidos com o menor custo e no menor tempo possível, evitando-se o retrabalho e alcançando algo de
qualidade que promova a satisfação do cliente.
O sistema de gestão da qualidade aliado à gestão de pessoas vai garantir que a implementação da norma abranja todos os níveis
hierárquicos da empresa, de forma que todos adiram ao novo padrão de qualidade e se comprometam com a melhoria contínua no de-
sempenho. É essencial, também, que a alta administração e os líderes desempenhem o papel de difundir os valores, estimular a mudança
e assegurar o cumprimento dos novos padrões de forma satisfatória e permanente na empresa.

Benefícios de um sistema de gestão da qualidade às empresas


– Maior rentabilidade;
– Maior satisfação dos clientes;
– Maior competitividade da organização;
– Diminuição do retrabalho – menos custos e mais celeridade;
– Maior auto estima e motivação da equipe.
– Incrementos no desenvolvimento de competências e compartilhamento de conhecimentos inerentes às atividades da organização,
visto que são implementadas as melhores práticas de gestão.21

Qualidade de vida no trabalho - QVT


Quando falamos em organizações, estamos falando em um conjunto composto por indivíduos que buscam desempenhar suas fun-
ções e ter em contrapartida, atendidas suas necessidades, expectativas e desejos.
20Fonte: www.repositorio.ufc.br - Por Gustavo Pucci Schaumann/Antônio Caubi Ribeiro Tupinambá
21Fonte: www.ibccoaching.com.br – Por José Roberto Marques

286
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Na sociedade atual em que vivemos, uma dessas necessidades Para garantir a qualidade de vida no trabalho, a organização
mais discutidas no momento é o nível de qualidade de vida no âm- precisa preocupar-se não apenas com o ambiente físico da organi-
bito profissional, ou seja, não é apenas o retorno financeiro que zação, mas também com os aspectos psicológicos e físicos de seus
busca o profissional atual. Ele busca um ambiente saudável, que funcionários.
lhe proporcione um bem estar no aspecto físico, intelectual, emo- Alcançar a qualidade de vida é a verdadeira vontade do ser hu-
cional, espiritual e social. mano, que busca tudo que possa proporcionar maior bem estar e o
Sim, esse contexto todo atendido proporciona uma qualidade equilíbrio físico, psíquico e social, ou uma regra para se obter uma
de vida e saúde aos profissionais que traz retorno não somente vida mais satisfatória (SUMARIVA e OURIQUES, 2010).
a eles, mas principalmente às organizações, isso porque, quando De acordo com Chiavenato (1999), a qualidade de vida tem se
esse conceito é levando em consideração, problemas como falta de tornado um fator de grande importância nas organizações e está
autoestima, baixa motivação, queda de produtividade, ausências, diretamente relacionada à maximização do potencial humano, e
alta rotatividade, e tantas outras posturas que geram um quadro isto depende de tão bem as pessoas se sentem trabalhando na or-
de negatividade podem ser melhor administrados gerando retor- ganização. Nesse sentido, uma organização que se preocupa e tem
nos diretos e indiretos. ações voltadas à qualidade de vida de seus funcionários passará
Em razão disso, as organizações estão investindo em práticas confiança aos mesmos, pois são organizações que se preocupam
de boa conduta, de saúde física, mental e emocional, em preven- com o bem estar, satisfação, segurança, saúde e a motivação de
ção, em campanhas de consciência individual e coletiva, ou seja, seus funcionários (BORTOLOZO e SANTANA, 2011).
estimulando hábitos e estilos de vida que proporcionem maior bem Verifica-se também que no atual cenário empresarial e indus-
estar entre todos, aumentando assim a qualidade e a produtividade trial, a motivação exerce papel fundamental e primordial para a re-
oferecida pelo profissional, mas também gerando mais satisfação alização das atividades laborais dentro das organizações, uma vez
percebida por esse. que afeta diretamente a qualidade de vida e o comportamento do
Abaixo relacionamos alguns benefícios percebidos rapidamen- colaborador. Colaborando com essa afirmação, Chiavenato (1999)
te quando o conceito de qualidade de vida no ambiente profissio- afirma que o funcionário, quando motivado, tem maior disposição
nal recebe maior atenção das organizações: e capacidade para desempenhar suas atividades laborais. Assim,
- Aumento de produtividade. as organizações, para obterem de seus colaboradores uma melhor
- Profissionais mais presentes, atentos e motivados. produtividade e execução de suas funções, precisam investir em
- Melhora nas relações interpessoais seus funcionários, proporcionando aos mesmos, maior satisfação
- Diminuição em ocorrências de enfermidades e motivação para a realização de suas atividades de trabalho (AN-
- Baixa na rotatividade de profissionais DRADE, 2012).
- Aumento na disposição Diante do exposto, observa-se que a motivação é fator essen-
- Melhora no clima organizacional cial para que o colaborador tenha melhor desempenho e compro-
- Aumento no nível de satisfação metimento com suas atividades laborais.
- Diminuição no nível de stress Assim, a organização que enfatiza a motivação de seus colabo-
- Baixa no nível de acidentes de trabalho radores apresenta, por conseguinte, maior produtividade e, além
- Melhora na imagem da organização disso, propicia também ambientes de trabalho mais agradáveis e
- Aumento na capacidade de desempenho melhor qualidade de vida para seus funcionários (ANDRADE, 2012).
Pelo que foi mencionado anteriormente, o presente estudo
O aumento da competitividade entre as empresas, ocasionado tem por objetivo buscar e identificar na literatura científica, artigos
por inúmeros fatos ocorridos nos últimos anos no cenário mundial, relacionados à qualidade de vida nas organizações e à motivação
dentre eles a própria globalização, tem obrigado as empresas a bus- dos colaboradores, visando discorrer sobre os fatores que intera-
car formas para se tornarem mais competitivas. Portanto os inves- gem na motivação dos mesmos e sua associação com a qualidade
timentos em tecnologia, marketing e qualificação profissional são de vida dos funcionários.
cada vez mais importantes, sendo que as máquinas, equipamentos
e tecnologia têm grande importância no sucesso das empresas. Por Qualidade de Vida nas Organizações
outro lado, as pessoas que trabalham nas organizações são respon- O principal objetivo da implementação de programas que vi-
sáveis por conduzir e produzir estes resultados. Com base nisso, as sam oferecer maior qualidade de vida é a reestruturação do setor
empresas começam a perceber as pessoas como seu recurso mais produtivo, que possa estabelecer estratégias a fim de atender as
valioso, é o que alguns autores denominam de capital humano ou necessidades humanas básicas dos trabalhadores e também, maio-
intelectual (ODEBRECH e PEDROSO, 2010). res eficácia e produtividade.
Dentro das organizações, as pessoas são consideradas recur- Verifica-se que ainda não há uma definição precisa e consen-
sos, isto é, como portadores de habilidades e conhecimentos, que sual, na literatura científica sobre a qualidade de vida no trabalho
auxiliam no processo produtivo e crescimento empresarial, porém, (QVT), uma vez que a implementação desse tema em nosso país e
é de extrema importância não esquecer de que essas pessoas são em nossas instituições ainda é principiante.
humanas, formadas de personalidade, expectativas, objetivos pes- Muitos pesquisadores defendem que a qualidade de vida no
soais, e possuem necessidades (ANDRADE, 2012). trabalho pode ser entendida com uma estratégia, cuja “meta prin-
Para um melhor desenvolvimento das organizações, é preciso cipal de tal abordagem volta-se para a conciliação dos interesses
que os gestores preocupem-se com as condições de trabalho que dos indivíduos e das organizações, ou seja, ao mesmo tempo em
oferecem aos seus funcionários, visando proporcionar fatores que que melhora a satisfação do trabalhador, melhora a produtividade
contribuam positivamente nas condições e qualidade de vida dos da empresa” (FERNANDES, 1996).
trabalhadores (BORTOLOZO e SANTANA, 2011).

287
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

De acordo com Werther e Davis (1983), para que uma institui- muitas pessoas o têm como um fardo, como algo difícil, que só é
ção melhore a qualidade de vida no trabalho de seus colaboradores, realizado por uma necessidade financeira. Para outros, o trabalho
é necessário reunir esforços para tentar estabelecer cargos mais é interpretado com meio para crescimento pessoal, como sentido
satisfatórios e produtivos. Para tanto, precisa-se da implementação para a vida, definidor de responsabilidade e identidade pessoal.
de diferentes técnicas que visem à reformulação dos cargos e fun- Para muitos, a própria rotina e alienação que o trabalho pro-
ções de uma organização, contado também com participação dos move, acabam por caracterizá-lo como um simples meio de sobre-
trabalhadores envolvidos nesse processo. vivência.
Conforme salienta Vieira e Hanashiro (1990), a qualidade de Nessa interpretação sobre o trabalho, é desprezado e descon-
vida no trabalho tem por objetivo melhorar as condições de tra- siderado as expectativas, os sentimentos, a motivação e a qualida-
balho e também todas as demais funções, em qualquer que seja a de de vida dos colaboradores nas organizações, o que acaba refle-
natureza ou mesmo, nível hierárquico. tindo negativamente em sua autoestima e no seu desempenho na
Além disso, a QVT atua também nas variáveis ambientais, com- instituição empregadora (MIRANDA, 2009).
portamentais e organizacionais a fim de possibilitar humanização Desse modo, ressalta-se a importância de se abordar a quali-
do setor produtivo e, logicamente, obter resultados mais satisfató- dade de vida nas organizações, cujo propósito principal consiste na
rios, seja para o colaborador, seja para a instituição empregadora. satisfação pessoal do indivíduo na execução de suas tarefas dentro
Assim, espera-se também da QVT, a diminuição do conflito entre o das organizações (MAXIMIANO, 2000).
trabalhador e o capitalismo (organização). Verifica-se nos dias atuais, uma grande diferença, nas institui-
A literatura cientifica traz alguns modelos estruturais referen- ções e organizações, entre o avanço e o progresso técnico-científico
tes à abordagem da qualidade de vida no trabalho. Tais modelos e as questões sociais e aquelas relacionadas à qualidade de vida. A
atuam como indicadores da satisfação dos colaboradores com a qualidade de vida nas organizações, bem como a motivação e satis-
situação de trabalho bem como abordam também a satisfação dos fação do colaborador com sua atividade laboral são estratégias que
mesmos com suas atividades laborais. devem ser utilizadas pelas organizações a fim de se obter maiores
Dentre os vários modelos difundidos na literatura, o mais con- níveis de produtividade, levando-se sempre em consideração que o
tundente e abrangente é o que foi proposto por Watson (1973). fator mais importante empregado no setor produtivo é o humano
Para este autor, uma organização é humanizada quando ela atribui (MARRAS, 2002).
responsabilidades e autonomia aos seus colaboradores, cujo nível Com base na afirmação anterior e de acordo com o que é des-
varia de acordo com o cargo, bem como tem enfoque no desen- crito na literatura científica, a motivação é algo que necessita estar
volvimento pessoal do indivíduo, proporcionando, assim, melhor continuamente sendo estimulada numa organização, de modo que
desempenho dentro da instituição. o colaborador possa aplicar e desenvolver todo seu potencial. Para
Na prática, os critérios do modelo de Walton podem ser defini- tanto, é necessário que a organização propicie meios adequados
dos da seguinte forma (CHIAVENATO, 1999): para que o seu colaborar sinta e esteja sempre motivado, a fim de
1 - Compensação justa e adequada: mensura a adequação en- se obter um ambiente de trabalho saudável, humano, produtivo e
tre a remuneração do colaborador com suas atividades laborais; eficaz (MIRANDA, 2009).
avalia e compara, também, a remuneração entre os vários cargos e
funções dentro da empresa; compara a remuneração do funcioná- Motivação dos Colaboradores nas Organizações
rio com outros profissionais no mercado de trabalho. A motivação humana tem sido apontada como um dos maio-
2 - Condições de trabalho: avalia a jornada laboral e o ambien- res desafios e preocupações das organizações modernas. Este tema
te de trabalho, com vista a determinar que não sejam perigosos ou tem, inclusive, despertado o interesse depesquisadores, os quais
que tragam malefícios à saúde do colaborador. tentam explicar e entender o sentido dessa força que faz com que
3 - Uso e desenvolvimento de capacidades: refere-se à possi- as pessoas agem e atinjam seus objetivos.
bilidade do funcionário fazer uso, na prática, de todo seu conheci- Conforme explica Maximiano (2000), o termo motivação pode
mento e destreza. ser interpretado como “processo pelo qual um conjunto de razões
4 - Oportunidade de crescimento e segurança: verifica se a or- ou motivos explica, induz, incentiva, estimula ou provoca algum
ganização oferece oportunidade e possibilidade para crescimento e tipo de ação ou comportamento humano”. Nesse sentido, a moti-
desenvolvimento pessoal e profissional. vação pode ser entendida como uma razão que leva as pessoas à
5 - Integração social na organização: refere-se à presença de uma determinada ação ou comportamento.
respeito, ambiente harmônico, apoio mútuo e ausência de precon- Nesse contexto, para que os colaboradores possam realizar
ceitos e diferenças hierárquicas na instituição. suas atividades, de modo a obter satisfação e motivação, é ne-
6 - Constitucionalismo: verifica se a instituição possui normas e cessário que as organizações ofereçam um ambiente de trabalho
regras e se a mesma segue a legislação trabalhista. confortável e seguro. Além destes fatores, evidencia-se também a
7 - O trabalho e espaço total de vida: verifica se há equilíbrio importância de que sejam realizadas, no ambiente de trabalho, ati-
entre a vida laboral e a vida pessoal. vidades de socialização e interação, uma vez que estes elementos
8 - Relevância social da vida no trabalho: objetiva verificar o mostram-se de fundamental importância para a satisfação dos co-
desempenho da empresa na sociedade e responsabilidade social. laboradores com a organização e, consequentemente, maior pro-
dutividade (BORTOLOZO, 2011).
Qualidade de Vida e Motivação no Trabalho De acordo com Miranda (2009), sobre a motivação nas organi-
É sabido que a maior parte da vida das pessoas se passa dentro zações, atuam alguns sistemas motivacionais. Tais sistemas podem
das instituições de trabalho. Desse modo, é notória e inegável a ser entendidos como todos e quaisquer incentivos ou recompensas
importância que o trabalho exerce sobre a vida das pessoas. Há, que o colaborador recebe para conseguir atingir um determinado
contudo, uma nítida contradição em relação à atividade laboral: objetivo laboral. Podem ser citados, para exemplificar esses incen-

288
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tivos, programas de estímulo, remuneração de acordo com os re- No que se refere às questões físicopsicológicas do trabalho,
sultados, autogestão nos grupos de trabalho, enriquecimento do ressalta-se as condições reais oferecidas ao colaborador para o
trabalho, dentre outros. desempenho de suas funções, no tocante à jornada de trabalho e
Ressalta-se também que é através da motivação, associada à ambiente saudável (ANDRADE, 2012).
educação formal e à capacitação, que o profissional pode utilizar Contudo, é sabido que, muito mais que motivacional, a abor-
todo seu potencial, realizar todos seus objetivos e ideais, além de dagem dessa questão juntos às organizações é de fundamental
tornar-se evidência e um profissional de sucesso. importância para a manutenção e preservação de uma boa saúde
aos funcionários, a fim de assegurar uma prática profissional livre
Fatores Motivacionais de malefícios e que traga benefícios para sua sobrevivência e bem
A literatura científica evidencia que alguns fatores podem in- estar.
terferir diretamente na motivação dos colaboradores de uma orga-
nização, seja de maneira positiva ou negativamente. Dentre entre Segurança no trabalho
diversos fatores, pode-se elencar a remuneração e os benefícios Muito se discute hoje em dia acerca da questão da segurança
sociais, as condições físicas e psicológicas do trabalho e a questão do trabalhador e de seu ambiente laboral. Assim, ressalta-se que
da segurança no ambiente de trabalho. uma organização ideal para se trabalhar é aquela que busca aplicar,
captar e manter na organização, todos os recursos humanos corre-
Remuneração e Benefícios Sociais tamente. Para que esse objetivo seja atingido, ou seja, para que a
A remuneração e os benefícios sociais despontam como sendo empresa consiga manter o recurso humano, é necessário abordar
uma das principais funções da organização. Conforme salienta Mar- diversas questões e fatores, como a saúde, a higiene e a segurança
ras (2002), estes itens sempre mereceram uma atenção especial no trabalho (ANDRADE, 2012).
dos gestores da empresa que, com o passar dos tempos, ganhou A segurança no trabalho refere-se à área responsável pela
ainda mais relevância, exigindo ainda mais da administração. segurança industrial, higiene e medicina do trabalho, frente aos
É importante ressaltar ainda que salário e remuneração são funcionários da organização, atuando profilaticamente, vidando a
coisas distintas. De acordo com Gonçalves (2008) apud Andrade prevenção de acidentes e agravos à saúde, e atuando também na
(2012), a remuneração refere-se ao quantitativo referente à soma correção de acidentes de trabalho.
do salário devido pelo empregador aos valores que o empregado Desse modo, é necessário que as organizações possuam políti-
recebe de terceiros, em detrimento do contrato de trabalho. Como cas de prevenção a acidentes de trabalho, estimulem e orientem a
exemplo desse valor que o colaborador recebe de terceiros, pode- utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva, além
-se citar a gorjeta. de contar também com serviços de segurança no trabalho, visando
Desse modo, salário é o valor fixo, pré determinado, recebido à melhoria para as causas de higiene e segurança no trabalho (RI-
pelo serviço prestado, e a remuneração constitui-se do salário e dos BEIRO, 2005). Além disso, é fundamental que a organização possi-
demais benefícios e incentivos recebidos, seja por parte da empre- bilite condições mínimas de trabalho, proteção e higiene, de modo
sa, ou por parte dos clientes (ANDRADE, 2012). a garantir e assegurar os mesmos contra qualquer incidente e even-
É importante salientar ainda que, a fim de atender esta ne- tualidade, de modo que eles possam executar suas atividades com
cessidade de complementar o salário, existem os benefícios, con- confiança e evitar problemas futuros.
ceituado por Marras (2005) apud Andrade (2012) como planos ou De acordo com Marras (2004) apud Andrade (2012), a preven-
programas que a organização oferece aos seus colaboradores a fim ção de acidentes de trabalho tem por objetivo conscientizar o cola-
de complementar sua renda fixa, ou seja, seu salário. borador e oferecer proteção à sua vida e de seus companheiros de
Como já salientado anteriormente, estes itens atuam como es- trabalho, através de estratégias e ações seguras, bem como refle-
tímulos para que o colaborador se sinta satisfeito e motivado com xões das condições insalubres que, eventualmente, possam provo-
suas atividades profissionais, ao passo que, quanto mais satisfeito, car acidentes e agravos à saúde.Nota-se então o quão importante
desempenhará com mais afinco e eficácia suas atividades dentro é proporcionar a segurança no trabalho, tendo em vista que os co-
da organização. laboradores, estando seguros que a empresa está se preocupando
com sua saúde e com sua vida, irão sentir-se mais valorizados e
Condições físicas e psicológicas do trabalho motivados para trabalharem e produzirem.
É sabido que, numa organização, os funcionários estão expos- Com base em tudo que foi levantado e elucidado neste traba-
tos a uma série de fatores e condições de riscos ou insalubridades. lho, torna-se evidente a importância e relevância da qualidade de
Dentre esses fatores, pode-se citar a própria questão estrutural, o vida no trabalho, seja para a melhoria da qualidade de vida pessoal,
manuseio e operação dos recursos mecânicos e também os fatores seja melhoria do convício social, seja maior satisfação e motivação
psicológicos que podem interferir diretamente na saúde e na fun- do trabalhador com a instituição e, consequentemente, melhora na
cionalidade dos colaboradores. Dessa forma, para que o colabora- produtividade das empresas.
dor consiga uma maior produtividade, é necessário que a empresa Pode-se constatar também que a motivação do colaborador
ofereça condições ambientais mínimas para que os funcionários se com sua instituição empregadora estão diretamente atreladas a
sintam capazes. Assim, a organização precisa estar atenta a tais fa- fatores como salário, benefícios e remuneração; condições físicas e
tores, os quais podem interferir e refletir diretamente no bem estar psicológicas do trabalho e também, a um ambiente de trabalho se-
dos funcionários, na sua satisfação e na produtividade da organiza- guro. Ressalta-se ainda que a motivação dos colaboradores esteja
ção (FERNADES, 1996 apud ANDRADE, 2012). associada à qualidade de vida nas organizações.
Neste contexto, fala-se muito em humanização do ambiente Dessa forma, abordar qualidade de vida nas empresas, hoje
de trabalho, o qual precisa ser bom, alegre, descontraído e desafia- em dia, é mais que um benefício para o trabalhador/colaborador, é
dor, a fim de se ofertar um mínimo de qualidade de vida. uma necessidade de vital importância para que o maior patrimônio

289
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

da instituição, o trabalhador, tenha condições para desempenhar dúvida e mostrar os benefícios reais que a certificação na ISO 9001
com eficácia, suas tarifas, de modo que todos saiam ganhando, em- proporciona a um empreendimento, citaremos abaixo algumas
pregador e colaborador.22 vantagens da norma. Confira!

Quando surgiu o selo? Confiabilidade


Para entender o surgimento do selo, precisa-se primeiro com- Os clientes desejam mais que um produto ou serviço com bom
preender a origem da ISO 9001. O selo de qualidade é resultado preço, esperam também por qualidade naquilo que estão pagando.
da certificação na ISO 9001. A norma de qualidade foi criada pela Não é difícil encontrar casos de consumidores contestando a con-
Organização ISO, cuja sigla significa International Organization for fiabilidade de determinada marca. Serviços e produtos que apre-
Standardization, traduzida para o português como Organização In- sentam incertezas em sua origem ou qualidade são vistos de forma
ternacional de Normalização. negativa pelo mercado e possuem a imagem danificada.
Sediada em Genebra, Suíça, a ISO foi fundada há aproxima- A ISO 9001 propõe requisitos que aperfeiçoam o sistema de
damente 70 anos. A ISO foi projetada na intenção de se criar nor- gestão de qualidade aprimorando os processos de forma geral da
mas que fossem padrões para organizações de todos os países. Ou organização. Portanto, ela incentiva a melhora crescente das em-
seja, que elas pudessem ser utilizadas e reconhecidas em qualquer presas.
língua ou nação. Atualmente a Organização possui membros em A norma é respeitada e conhecida por todos os países. Agregar
aproximadamente 170 países. No Brasil, a ISO é representada pela o selo a sua marca significa que a empresa cumpre cada um dos re-
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). quisitos estipulados pela ISO 9001. Ou seja, o selo de qualidade traz
Com o surgimento da Organização, desenvolveu-se em 1987 a segurança e confiança para as empresas que a utilizam.
ISO 9001, consequentemente criando-se também o selo de quali-
dade que é o símbolo da certificação da norma. A ISO 9001 é base- Reconhecimento internacional
ada na norma britânica BS5750. Embora fosse considerada relevan- Cerca de 170 países utilizam a normas da Organização ISO e
te, a BS5750 apresentava algumas ineficiências como a questão da mais de um milhão de empresas espalhadas pelo mundo já foram
gestão dos processos e satisfação do cliente. certificadas na ISO 9001. Apenas na América do Sul são aproxima-
A ISO 9001 foi pensada para se tornar padrão internacional damente 50 mil empresas certificadas. A ISO 9001 possui validação
para garantir a qualidade de produtos e serviços. Como também, e reconhecimento internacional. O selo na norma abre portas para
facilitar a questão das exportações e reduzir os custos de fabrica- negociação com qualquer tipo de empresa dentro e fora do país.
ção. É importante destacar que a cada nação a norma recebe sua
própria versão baseada e adaptada na legislação interna. No Brasil,
A norma mais utilizada no mundo a norma é conhecida como NBR ISO 9001, que é reconhecida para
A ISO apresenta uma série de normas para diferentes áreas relações comerciais com qualquer outro país. Portanto, se você de-
do mercado; como a ISO 14001 voltada para o sistema de gestão seja ampliar as fronteiras do seu negócio, um dos esforços da sua
ambiental. Ela aborda os principais requisitos para as empresas empresa deve consistir em adquirir o selo de qualidade.
identificarem, controlarem e monitorarem o impacto sobre o meio
ambiente. Existe a ISO 22000 voltada para a segurança dos alimen- Melhoria do desempenho do produto/serviço
tos, a OHSAS 18001 focada na gestão de segurança e saúde ocupa- Informamos com certa frequência nos artigos do blog da Con-
cional, entre outras. sultoria Online que a ISO 9001 não beneficia diretamente a qua-
Dentre as normas da ISO, a mais utilizada pelas empresas é a lidade dos produtos e serviços.Isso porque o selo de qualidade é
ISO 9001 tanto por sua relevância, quanto pela abrangência. Ela é focado na qualidade dos processos de uma organização.
a responsável pelo sistema de gestão de qualidade. É a partir dela Caso sua dúvida esteja relacionada a qualidade dos produtos,
que as empresas se fundamentam para otimizar os processos de mais precisamente nos alimentos, entenda que a norma responsá-
funcionamento. vel pela segurança em alimentos é a ISO 22000.
Retomando o assunto da ISO 9001, para tornar ainda mais cla-
Funcionalidades da ISO 9001 ro sua funcionalidade no que se refere a qualidade dos produtos e
A ISO 9001 foi criada com a perspectiva que as empresas certi- serviços, daremos um breve exemplo:
ficadas atinjam metas e possam garantir a capacidade de eficiência Em uma determinada empresa de produção de bolos conta
tanto na produção quanto na entrega dos produtos/serviços. coma equipe de três funcionários. Essa organização não utiliza o
Neste sentido, uma das soluções básicas da ISO 9001 é, portan- sistema de gestão de qualidade baseado na ISO 9001, portanto não
to, alcançar um consenso sobre soluções que possam atender às há controle nos processos de produção. Por esse motivo, ocorrem
demandas da empresa, da sociedade e do comércio, ou seja todas uma série de consequências negativas como a irregularidade na
as partes interessadas. qualidade dos produtos. Quando um dos funcionários responsáveis
pela massa se ausenta, o critério para a produção se perde. A nor-
Para que serve o selo? ma de qualidade resolve exatamente problemas como esses. Ela
Uma das preocupações dos empresários é o que o selo de qua- cria padrões que possibilitam que a empresa mantenha a qualidade
lidade não seja mais que um quadro pendurado no escritório ou independentemente da presença ou ausência de um ou mais fun-
um símbolo adquirido pela empresa. Para esclarecer esse tipo de cionários. Ou seja, a norma ajuda a manter a qualidade dos bolos.
Embora a norma não atue diretamente nos serviços e produ-
22Fonte: www.unifia.edu.br – Texto adaptado de Jéssica Faria de tos, sua aplicação resulta na melhoria destes.Sendo assim, os re-
Carvalho/ Érica Preto Tamaio Martins/ Laureny Lúcio/ Pedro José sultados da adequação aos requisitos é a melhoria dos produtos/
Papandréa serviços.

290
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Satisfação do consumidor A organização também terá que arcar com custos de contra-
Ter o selo 9001 é sinônimo de preocupação com as expecta- tação de outros colaboradores para auxiliar no processo de ade-
tivas e interesses dos clientes. Haja vista que a norma foi criada quação aos requisitos da ISO 9001. Soma-se ainda a falta de tempo
com o foco voltado para o cliente. Pesquisas e entrevistas com o para pesquisas de consultorias e certificadoras com valores mais
consumidor fazem parte das estratégias da norma para adaptação em conta.
aos interesses do público.
Toda empresa que conta com clientes satisfeitos, tem mais Adequação aos processos feitos de forma irregular;
probabilidade de crescimento no faturamento e consequentemen- A norma é funcional e de fato propicia a empresa mudanças
te na lucratividade. Outro benefício de ser bem quisto é a melhora positivas em seu sistema como um todo (como foi dito nos tópicos
da imagem externa que configura como uma das funcionalidades anteriores). Implementá-la às pressas pode não ser tão construtivo
da gestão de qualidade. para os colaboradores, haja vista que algumas etapas de implemen-
tação exigem mais tempo por sua complexidade e abrangência de
Investimentos mais assertivos atuação.
Empresários com o sistema de gestão de qualidade alinhado
com a ISO 9001 poderão realizar investimentos mais seguros. Uma Desgaste da equipe encarregada do processo;
vez que os processos são mais organizados e apresentam menos Pela pressão gerada do prazo reduzido, muitos colaboradores
erros nos sistemas, contribuindo para o funcionamento como um são exigidos além do habitual e por isso sofrem desgaste e estresse
todo da empresa. Nesse sentido, o empreendimento se torna mais profissional. Consequências como essas também podem reduzir o
sólido, permitindo investimentos mais seguros e com a qualidade sucesso do projeto de certificação. É essencial que a equipe encar-
ISO. regada esteja apta e com tempo hábil para promover de maneira
satisfatória cada uma das exigências da norma de qualidade.
Melhora a imagem da empresa
Associar sua marca com o selo de qualidade é mostrar ao mer- Pouco aproveitamento dos requisitos da ISO 9001 que contri-
cado o empenho com o aperfeiçoamento contínuo da sua empresa. buem positivamente para a empresa.
Tendo em vista, que uma de suas premissas refere-se ao aprimora- A ISO 9001 gera uma série de resultados positivos, por isso em-
mento contínuo dos processos. Outro benefício se deve ao fato que bora ela não seja obrigatória é utilizada por milhares de empresas.
a ISO 9001 é vista positivamente pelo público externo, portanto A implantação feita com urgência pode impedir que a organização
estar ligado a norma é compartilhar dos mesmos atributos e qua- usufrua de todos os benefícios presentes na norma.
lidades dela. Portanto, para não enfrentar nenhuma das dificuldades apon-
tadas acima, aconselhamos que você inicie o quanto antes as fases
Todas as empresas precisam ter o selo? de adequação do sistema de gestão de qualidade ao da ISO 9001.
No Brasil não há nenhuma cobrança na legislação que obrigue Mas o que eu preciso fazer para ser certificado? Para orientá-
uma empresa a ser certificada, exceto para algumas modalidades -lo de modo prático informaremos algumas dicas que podem ser
específicas de negócios (confira no tópico “Quais requisitos são ne- seguidas por qualquer empreendimento, independentemente do
cessários para iniciar o processo de implementação da ISO 9001?” tamanho e tipo de organização.
e veja quais organizações são obrigadas a possuir a certificação).
Todavia, existe uma obrigatoriedade velada no mercado que Quais requisitos são necessários para iniciar o processo de
para determinadas relações comerciais exige-se o selo de qualida- implementação da ISO 9001?
de. Um dos exemplos é a exportação. Muitos países não aceitam Do ponto de vista legal, os únicos requisitos obrigatórios para
realizar trocas comerciais com empresas que não possuam o siste- uma empresa que está procurando se certificar na ISO 9001, são
ma de gestão de qualidade atrelado aos requisitos da ISO. as regulamentações do seu setor específico de operação. Ou seja,
Não apenas no mercado externo, como também entre empre- uma construtora deve seguir normas legais aplicáveis à sua ativida-
sas brasileiras exige-se a certificação em muitas situações. As or- de, assim como um escritório de contabilidade, etc. Em suma, não
ganizações exigem o selo como uma maneira de atestarem que a há leis específicas a serem seguidas em detrimento da norma, cada
empresa com a qual farão negócios possui certa comprovação de empresa precisa apenas estar regular com suas obrigações legais
qualidade e profissionalismo em sua gestão. particulares.
Esse é inclusive um dos motivos pelos quais as empresas pro- Algumas empresas específicas precisam ter o certificado da ISO
curam às pressas empresas de consultoria à procura da implemen- 9001 por força legal, como é o caso das vistorias veiculares no esta-
tação da norma. Alertamos para os tipos de problemas que podem do de São Paulo, ou das empresas pertencentes ao polo industrial
ser gerados devido a certificação realizada de última hora e apenas de Manaus, Amazonas. Para tais empresas, a regra de manter-se
por pressões comerciais: regular às leis inerentes à sua atividade continua válida, acrescida
agora da necessidade de ser certificada na ISO 9001 por determi-
Gastos elevados com a certificação; nação legal.
Uma vez que a implementação da norma será realizada em Alguns dos requisitos muito citados por quem está implemen-
pouco tempo devido a necessidade de estar com o selo antes que a tando a ISO 9001 são o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos
outra empresa desista de fechar o contrato, os gastos com consul- Ambientais) e PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde
tores serão redobrados. Já que eles terão que cumprir as ações com Ocupacional). Porém no caso dos dois, há uma certa confusão, pois
menos tempo de intervalo. eles são obrigatórios para todas as empresas que possuem funcio-
nários contratados no âmbito da CLT e não apenas às empresas que
estão procurando se certificar na ISO 9001. O fato de eles serem

291
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

bastante citados se dá em função de existir uma auditoria rigoro- 3º passo: treinamento


sa nestes itens, pois são de grande importância para a garantia da Essa é a fase de interpretação da ISO 9001. A consultoria Online
qualidade. Verde Ghaia traz os cursos a partir de uma plataforma online. O ma-
terial é disponibilizado através de vídeos, ilustrações e textos para
O que uma empresa precisa para obter o selo? facilitar a compreensão dos consultores internos, colaboradores da
A norma ISO 9001 foi criada para todas as áreas do mercado, empresa que serão responsáveis pela implementação do projeto.
ou seja para a indústria, comércio e prestação de serviços. Como
também para todos os portes de empreendimento, tanto para 4º passo: diagnóstico
grandes corporações quanto para microempresas. Nesta etapa a empresa deverá junto a consultoria avaliar como
Portanto, se você almeja aprimorar o sistema de gestão de está o sistema de gestão atual da empresa. É o momento de anali-
qualidade do seu negócio e ampliar as relações comerciais, basta: sar quais requisitos são cumpridos e quais não foram atendidos. É
- Ter um CNPJ regular um processo minucioso que exige atenção e tempo suficiente para
- Estar instalada em um imóvel regular que nenhum requisito passe despercebido.
- Disponibilidade de equipe para acompanhar a consultoria no
processo de implementação* 5º passo: Adequação aos requisitos
- Contratar um órgão certificador A alta direção deve estar aberta as mudanças que serão pro-
*Em algumas microempresas, o próprio proprietário junto a movidas para adequar corretamente os itens exigidos pela ISO
um consultor promove o processo de implementação da norma de 9001. O consultor fará esse processo alinhado a liderança, para não
qualidade. ocorrer qualquer tipo de transtorno ou desvio inapropriado do fun-
cionamento normal da operação.
Como obter o selo ISO 9001?
Uma empresa que possua um sistema de gestão da qualidade 6º passo: Auditoria interna
compatível com a norma ISO 9001 pode solicitar o selo de qualida- A auditoria interna funciona como um teste para a empresa.
de a partir de um órgão certificador autorizado pelo Instituto Nacio- Essa etapa é semelhante a simulação da auditoria externa que será
nal de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). realizada por uma certificadora.É neste momento que são observa-
Mas como saber se o meu sistema está de acordo com o pa- dos se as exigências estão sendo cumpridas corretamente. A Con-
drão ISO? A norma de qualidade possui uma série de requisitos que sultoria Online Verde Ghaia oferece 100% de garantia na certifica-
precisam ser interpretados para adequação. Para verificar cada um ção de forma contratual.
dos itens está sendo cumprido, é aconselhável que se tenha um co- Depois de submetida a implementação, a empresa deve con-
nhecimento prévio sobre o assunto.Por isso, recomenda-se auxílio tatar um órgão auditor, ou seja, uma empresa certificadora. Após
de um profissional da área. passar pelo crivo de auditoria externa e for aprovada, a organiza-
Para isso, existem empresas de consultoria com especialistas ção avaliada será certificada com o selo ISO 9001. A certificação é
em cada uma das normas que poderão tornar o processo rápido e portanto a comprovação de que a empresa anda de acordo com a
o menos burocrático possível. norma.
A consultoria Online Verde Ghaia possui experiência de 18 Muitas empresas, independentemente do seu processo produ-
anos no seguimento, auxiliando mais de duas mil organizações es- tivo, fazem uso do selo junto a marca para divulgarem que têm a
palhadas pelo Brasil e por outros países. Ela fornece um software ISO 9001. O selo e o certificado trazem o mesmo significado: con-
online que pode reduzir em até 60% os gastos, comparado a uma firmação de que a organização atua de acordo com o sistema de
consultoria convencional. gestão de qualidade reconhecido no mundo inteiro.
Com a ferramenta, é possível iniciar o processo a qualquer
hora e lugar. O software facilita a flexibilidade da equipe envolvida FERRAMENTAS de Gestão da qualidade
e proporciona meios como material online que pode ser consultado
no momento mais oportuno à organização BENCHMARKING
O benchmarking, introduzido em 1970 na empresa Xerox, é ca-
Qual é o processo de implementação da ISO 9001? racterizado como um processo contínuo e sistemático de pesquisa
para avaliar produtos, serviços, processos de trabalho de ouras em-
1º passo: Pesquise presas, a fim de identificar quais são as melhores práticas adotadas
Informar sobre a norma é uma das melhores formas de se pre- por elas. A partir dessa análise, a instituição verifica seus próprios
parar para o processo de implementação e antever as necessidades processos e realiza o aprimoramento organizacional, desenvolven-
de ajustes que serão necessários. Entenda como ela funciona, seus do a habilidade dos administradores de visualizar no mercado as
reais benefícios e a aplicação dela para sua empresa. Se você che- melhores práticas administrativas das empresas consideradas ex-
gou até aqui então essa parte já foi bastante explorada. celentes (benchmarks) em certos aspectos.
A meta é definir objetivos de gestão e legitimá-los por meio
2ª passo: Estipule uma equipe de comparações externas. A comparação costuma ser um saudá-
A organização é uma das chaves para o sucesso da adequação vel método didático, pois desperta para as ações que as empresas
aos requisitos. Portanto, estipule colaboradores que estarão empe- excelentes estão desenvolvendo e que servem de lição. A base do
nhados em otimizar e promover adequadamente os itens presen- benchmarking é não fechar-se em si mesma, no caso da empresa,
tes na ISO 9001. mas sim observar e avaliar constantemente o mundo exterior.
Segundo Chiavenato, o benchmarking exige três objetivos que
a organização precisa definir:

292
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Conhecer suas operações e avaliar seus pontos fortes e fra- MATRIZ GUT
cos. Deve documentar os passos e práticas de processos de traba- A Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) é uma forma
lho, definir medidas de desempenho e diagnosticar suas fragilida- de priorização baseado em medidas ou observações subjetivas. As
des. letras têm o seguinte significado:
• Localizar e conhecer os concorrentes ou organizações líderes • G (gravidade) – impacto do problema sobre os processos,
do mercado, para poder definir as habilidades, conhecendo seus pessoas, resultados. Refere-se ao custo por deixar de tomar uma
pontos fortes e fracos e compará-los com seus próprios pontos for- ação que poderia solucionar o problema;
tes e fracos. • U (urgência) - relaciona-se com o tempo disponível ou o ne-
• Incorporar o melhor do melhor adotando os pontos fortes cessário para resolver o problema;
dos concorrentes e, se possível, excedendo-os e ultrapassando-os. • T (tendência) – refere-se ao rumo ou propensão que o pro-
A principal barreira à adoção dessa ferramenta é convencer os ad- blema assumirá se nada for feito para eliminar o problema.
ministradores de que seus desempenhos podem ser melhorados. A filosofia do GUT é atribuir notas de 1 a 5 para cada uma das
Isso requer uma paciente abordagem e apresentação de evidências variáveis G, U e T dos problemas listados e tomar o produto como o
de melhores métodos utilizados por outras organizações. peso relativo do problema.
O método deve ser desenvolvido em grupo, sendo as notas
BRAINSTORMING atribuídas por consenso. Consenso é a concordância obtida pela
O brainstorming, desenvolvido em 1930 por Alex F. Osborn, argumentação lógica. Uma vez obtidas as notas, os problemas são
busca, a partir da criatividade de um grupo, a geração de ideias organizados em ordem decrescente.
para um determinado fim.
A técnica propõe que um grupo de pessoas (de duas até dez PRINCÍPIO DE PARETO
pessoas) se reúna e se utilize das diferenças em seus pensamentos O diagrama de Pareto é uma técnica de priorização das in-
e ideias para que possa chegar a um denominador comum eficaz e formações, dando uma ordem hierárquica de importância. Esta
com qualidade. técnica permite estabelecer dois grupos de causas para a maioria
É preferível que as pessoas que se envolvam nesse método se- dos processos. Uma grande quantidade de causas (ordem de 80%)
jam de setores e competências diferentes e nenhuma ideia é des- contribui muito pouco (ordem de 20%) para os efeitos observados.
cartada ou julgada como errada ou absurda. O ambiente deve ser Uma pequena quantidade de causas (ordem de 20%) contribui de
encorajador e sem críticas para os participantes ficarem a vonta- forma preponderante (ordem de 80%) para os efeitos observados.
de e deve ser incentivado o trabalho em grupo. Pegar carona nas O primeiro grupo é denominado “maiorias triviais” e o segundo
ideias dos outros deve ser incentivado. grupo de “minorias essenciais”.
Esta técnica utiliza uma abordagem de classificação para enu-
As quatro principais regras do brainstorming são: merar as causas de acordo com suas contribuições para atingir um
• Críticas são rejeitadas, pois a crítica pode inibir a participação dado efeito. A causa mais recorrente é vista do lado esquerdo do
das pessoas; diagrama e as causas menos recorrentes são mostradas em ordem
• Criatividade é bem-vinda. Vale qualquer ideia que lhe venha decrescente do lado direito. Em geral, a melhoria inicia-se a partir
a mente, sem preconceitos e sem medo que isso irá prejudicar. da causa mais recorrente, indo para as outras em ordem decrescen-
Uma ideia esdrúxula pode desencadear ideias inovadoras; te e assim por diante.
• Quantidade é necessária. Quanto mais ideias forem geradas,
maior é a chance de se encontrar uma boa ideia; DIAGRAMA DE ISHIKAWA
• Combinação e aperfeiçoamento são necessários. Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta gráfica utilizada pela
administração para o gerenciamento e o controle da qualidade em
O brainstorming pode ser feito de duas formas: estruturado ou diversos processos, e também é conhecido como Diagrama de Cau-
não estruturado. sa e Efeito ou Diagrama Espinha de peixe.
• No brainstorming ESTRUTURADO - os participantes lançam Na sua estrutura, os problemas são classificados em seis tipos
ideias seguindo uma sequência inicialmente estabelecida. Quando diferentes:
chega a sua vez, você lança a sua ideia. A vantagem desta forma é • Método,
que propicia oportunidades iguais a todos os participantes, geran- • Matéria prima,
do maior envolvimento. • Mão de obra,
• No brainstorming NÃO ESTRUTURADO - as ideias são lança- • Máquinas,
das aleatoriamente, sem uma sequencia inicialmente definida. Isso • Medição
cria um ambiente mais informal, porém com risco dos mais falantes • Meio ambiente.
dominarem a cena.
Esse sistema permite estruturar hierarquicamente as causas
BRAINWRITING potenciais de um determinado problema ou também uma oportu-
É uma variação do brainstorming, em que as ideias são escri- nidade de melhoria, assim como seus efeitos sobre a qualidade dos
tas, trazendo ordem e calma ao processo. Evita efeitos negativos de produtos.
reuniões, como a influência da opinião de coordenadores e chefes, O Diagrama de Ishikawa é uma das ferramentas mais eficazes
ou a dificuldade em verbalizar rapidamente as ideias. e mais utilizadas nas ações de melhoria e controle de qualidade nas
organizações, permitindo agrupar e visualizar as várias causas que
estão na origem qualquer problema ou de um resultado que se pre-
tende melhorar.

293
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

5W2H • Drástica – destrói o antigo e busca sua substituição por algo


A ferramenta 5W2H é uma forma rápida de verificação de inteiramente novo.
execução de tarefas a serem distribuídas aos colaboradores da em- • Processos – orienta o foco para os processos e não mais para
presa. Funciona como um mapeamento das atividades e pode ser as tarefas ou serviços, nem para pessoas ou para a estrutura orga-
usada de várias formas: para organizar tarefas, escrever um texto, nizacional.
enviar um email ou escrever um. A grande vantagem é criar um
mecanismo de comunicação eficaz uma vez que, se preenchidas as CLICLO PDCA
questões, teremos tudo o que é preciso para em termos de dados.
A sigla 5W2H representa:
- O QUÊ será feito (what)
- QUANDO será feito (when)
- QUEM fará (who)
- ONDE será feito (where)
- POR QUÊ será feito (why)
- COMO será feito (how)
- QUANTO custará (how much)

PROGRAMA 5S
O Programa 5S, originário no Japão, é considerado um pré-re-
quisito para qualquer programa de Gestão da Qualidade Total. O
5S foca o ambiente de trabalho da organização a fim de simplificar
o ambiente de trabalho e reduzir o desperdício. Como resultado,
ocorre melhoria no aspecto de qualidade e segurança. O ambiente
se torna limpo, organizado, evitando a perda de tempo e o desper-
dício de material.
Assim, o resultado da implantação dessa ferramenta será o O ciclo PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, é um ciclo
menor desperdício, melhor qualidade e ganhos expressivos na ad- de desenvolvimento que tem foco na melhoria contínua.
ministração do tempo. O PDCA foi idealizado por Shewhart e divulgado por Deming,
A sigla 5S refere-se na realidade a 5 letras iniciais de palavras quem efetivamente o aplicou. Inicialmente deu-se o uso para esta-
japonesas: tística e métodos de amostragem. O ciclo de Deming tem por princí-
• Seiri - Descartar pio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução
• Seiton - Organizar da gestão, como por exemplo na gestão da qualidade, dividindo-a
• Seiso - Limpar em quatro principais passos.
• Seiketsu - Saudável e seguro O PDCA é aplicado para se atingir resultados dentro de um sis-
• Shitsuke – Autodisciplina tema de gestão e pode ser utilizado em qualquer empresa de forma
a garantir o sucesso nos negócios, independentemente da área de
REENGENHARIA atuação da empresa.
A reengenharia pode ser considerada uma reação às mudanças O ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou con-
ambientais velozes e intensas e à total inabilidade das organizações junto de ações planejadas são executadas, checa-se se o que foi
em ajustar-se a essas mudanças. Significa fazer uma nova engenha- feito estava de acordo com o planejado, constantemente e repe-
ria da estrutura organizacional. tidamente (ciclicamente), e toma-se uma ação para eliminar ou ao
Representa uma reconstrução e não simplesmente uma refor- menos mitigar defeitos no produto ou na execução.
ma parcial da empresa. Não se trata de fazer reparos rápidos ou Os passos são os seguintes:
mudanças cosméticas na engenharia atual, mas de fazer um dese- • Plan (planejamento): estabelecer uma meta ou identifi-
nho organizacional totalmente novo e diferente. car o problema (um problema tem o sentido daquilo que impede
A reengenharia se baseia nos processos empresariais e consi- o alcance dos resultados esperados, ou seja, o alcance da meta);
dera que eles devem fundamentar o formato organizacional. Não analisar o fenômeno (analisar os dados relacionados ao problema);
se pretende melhorar os processos já existentes, mas a sua total analisar o processo (descobrir as causas fundamentais dos proble-
substituição por processos inteiramente novos. Nem se pretende mas) e elaborar um plano de ação.
automatizar os processos já existentes. Não se confunde com a me- • Do (execução): realizar, executar as atividades conforme
lhoria contínua, pois a reengenharia pretende criar um processo o plano de ação.
inteiramente novo e baseado na tecnologia da informação e não o • Check (verificação): monitorar e avaliar periodicamente
aperfeiçoamento gradativo e lento do processo atual. os resultados, avaliar processos e resultados, confrontando-os com
Segundo Chiavenato, a reengenharia se fundamenta em qua- o planejado, objetivos, especificações e estado desejado, consoli-
tro palavras chave: dando as informações, eventualmente confeccionando relatórios.
• Fundamental – busca reduzir a organização ao essencial e Atualizar ou implantar a gestão à vista.
fundamental. • Act (ação): Agir de acordo com o avaliado e de acordo
• Radical – impõe uma renovação radical, desconsiderando as com os relatórios, eventualmente determinar e confeccionar novos
estruturas e os procedimentos atuais para inventar novas maneiras planos de ação, de forma a melhorar a qualidade, eficiência e eficá-
de fazer o trabalho. cia, aprimorando a execução e corrigindo eventuais falhas.

294
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

pessoas, compreendendo a situação por diferentes perspectivas. Já


EQUIPES DE TRABALHO. a assertividade ajudará a não fugir das situações socialmente des-
confortáveis e estabelecer os seus limites sem agressividade.
— Trabalho em equipe Falando na agressividade, a inteligência emocional é outra ha-
Trabalho em equipe pode ser definido como os esforços con- bilidade importantíssima tanto para a gestão de conflitos quanto
juntos de um grupo ou sociedade visando a solução de um proble- para o ambiente profissional como um todo.
ma. Ou seja, um grupo ou conjunto de pessoas que se dedicam a
realizar determinada tarefa estão trabalhando em equipe. • Comunicação eficiente
Essa denominação se origina da época logo após a Primeira Se comunicar de forma clara e eficiente é essencial para um
Guerra Mundial. O trabalho em equipe, através da ação conjunta, bom trabalho em equipe. Alinhar as metas e objetivos é o primei-
possibilita a troca de conhecimentos entre especialistas de diversas ro passo para que tudo funcione sem problemas. Quando todos os
áreas. colaboradores entendem qual a direção que devem seguir com o
Como cada pessoa é responsável por uma parte da tarefa, o trabalho, é mais fácil orquestrar a execução.
trabalho em equipe oferece também maior agilidade e dinamismo. A comunicação também é importante para que todas as partes
Para que o trabalho em equipe funcione bem, é essencial que saibam o que é esperado delas. A delegação de tarefas deve ser
o grupo possua metas ou objetivos compartilhados. Também é ne- clara, e ser respeitada. Novamente, a assertividade será uma habili-
cessário que haja comunicação eficiente e clareza na delegação de dade essencial para a boa comunicação.
cada tarefa. Quando um colaborador não sabe expressar seus limites, pode
acabar pressionado a aceitar prazos que não pode cumprir ou tare-
Um bom exemplo de trabalho em equipe é a forma que times fas que não sabe realizar. Isso prejudicará tanto o desempenho da
esportivos são divididos. Cada jogador possui uma função específi- equipe, quanto a confiança dos colaboradores. E claro, o produto
ca, devendo desempenhá-la bem sem invadir o espaço e função dos final também será amplamente afetado.
seus companheiros de time. Por isso a comunicação pode ser vista como um dos principais
Cada vez mais as organizações valorizam colaboradores que pilares do bom trabalho em equipe.
apresentam facilidade com trabalho em equipe. Como a grande
maioria das tarefas e serviços requerem a atuação de diferentes • Proatividade
setores profissionais, colaborar e se comunicar bem é mais do que A proatividade é antecipar necessidades e, de forma autôno-
essencial. ma, todas as atitudes para atendê-las. Para o bom trabalho em
A capacidade para trabalho em equipe possibilita que você equipe, é preciso que todos os colaboradores tenham a habilidade
apresente melhores resultados e mais eficiência. Além disso, um de identificar situações-problema antes que elas aconteçam. O mais
ambiente corporativo composto por pessoas que se comunicam importante, no entanto, é tomar uma atitude e oferecer soluções.
bem e colaboram sem problemas é mais harmonioso, melhorando Uma equipe formada por colaboradores proativos tem um fun-
muito a qualidade de vida de todos os envolvidos. cionamento mais eficiente. Os resultados são melhores e obtidos
O trabalho em equipe é uma habilidade fundamental para bons de forma mais rápida. Essa característica também possibilita que
líderes. Por isso, se a liderança está no seu plano de carreira, você os processos sejam otimizados, elevando a qualidade do trabalho
precisa desenvolver essa capacidade. como um todo.
De uma forma geral, pessoas que possuem facilidade com Para que funcionários sejam proativos, no entanto, é necessá-
trabalho em equipe são mais contratáveis, trabalham melhor, têm rio que o estilo de liderança da organização seja flexível. A abertura
mais qualidade de vida no trabalho e mais possibilidades de rece- a feedbacks, sugestões e opiniões entre os gestores é essencial para
ber uma promoção. estimular a proatividade.

Quais as principais competências para trabalhar bem em • Inovação


equipe A criatividade e inovação são habilidades capazes de transfor-
O trabalho em equipe é uma competência composta de dife- mar a forma que uma equipe interage. Para o bom trabalho em
rentes habilidades. São capacidades que podem ser aprendidas e equipe, é preciso que seus integrantes estejam sempre inovando
desenvolvidas, e que devem ser trabalhadas por todos os profis- os processos e procurando soluções criativas. Isso possibilita a ob-
sionais. Independente da sua área, o autoconhecimento visando a tenção de melhores resultados, aumento da eficiência e otimização
melhora nunca deve cessar. dos processos.
A seguir, confira quais habilidades precisam ser desenvolvidas Da mesma forma que a proatividade, a criatividade na equipe
para aprimorar sua capacidade de trabalho em equipe. precisa de espaço concedido pela liderança para florescer. Estimular
a autogestão na equipe possibilita que os profissionais criem solu-
• Gerenciar conflitos ções inovativas para realizar suas tarefas.
Grande parte dos profissionais procura evitar os conflitos a
todo custo. No entanto, muitas vezes eles aparecem, e ignorá-los • Confiança
não é uma maneira saudável ou eficiente de proceder. Para traba- Não existe trabalho em equipe sem confiança mútua. Afinal,
lhar em equipe efetivamente, é preciso identificar, gerenciar e re- cada um precisa fazer a sua parte das tarefas e acreditar no po-
solver conflitos. tencial de seus companheiros. Quando você confia no resto na sua
Para isso, é necessário desenvolver um conjunto de habilidades equipe, consegue delegar tarefas sem temer pela qualidade do pro-
sociais. Destacam-se a empatia e a assertividade. A empatia é fun- duto final.
damental para que você consiga acessar o ponto de vista das outras

295
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Isso é especialmente verdadeiro para os líderes. Muitos gesto- E por falar em mundo corporativo, é necessário lembrar que
res cometem o erro de praticar a microgestão, tentando controlar a boa comunicação neste ambiente é bastante dinâmica. Ela não
todos os aspectos das tarefas de toda a equipe. Isso passa aos co- é realizada apenas por meio de conversas, formais e informais, te-
laboradores a mensagem de que o líder não confia em suas habili- lefonemas e reuniões. Ela está presente desde a pausa do café até
dades, afetando o relacionamento entre a equipe, a autoconfiança a emissão de documentos importantes. Além disso, há também a
e a motivação. utilização de ferramentas de comunicação escrita – como e-mail,
Para delegar, é preciso confiar. Se sua equipe sentir que a lide- memorandos e circulares, por exemplo – que fazem parte do dia a
rança e seus pares confiam em seu trabalho, tem muito mais chan- dia de qualquer organização atualmente.
ces de realizar as tarefas eficientemente e com motivação. Por isso, saber escrever de forma clara e objetiva, assim como
se comunicar de forma geral, utilizando todos os meios, é funda-
• Respeito mental para o desenvolvimento das demandas. Neste sentido,
O respeito mútuo é importantíssimo para o bom trabalho em investir em uma comunicação eficaz não é somente investir em
equipe. Colaboradores que não se respeitam como profissionais e comunicações verbais, uma vez que esta envolve também as comu-
como pessoas jamais terão um bom relacionamento. Sem o respei- nicações não verbais.
to, nenhuma outra habilidade que citamos anteriormente é possí- Lembre-se sempre que um bom profissional deve saber plane-
vel. jar e esquematizar suas ideias para transmiti-las de forma eficiente
Para estimular o respeito entre a equipe, é necessário trabalhar e serem entendidas com assertividade por aqueles que receberem
as habilidades de empatia e construir uma boa convivência entre os estas mensagens.
membros. Dinâmicas e exercícios de team building são ferramentas
valiosíssimas nesse cenário. • Porque é importante investir em uma comunicação eficaz?
É importante que as empresas entendam o quão valioso é ter
uma comunicação eficaz, que seja clara e direta entre todos aqueles
COMUNICAÇÃO. que fazem parte dos negócios. É essa comunicação que garante o
bom andamento dos processos, a execução das atividades e o al-
Comunicação cance de resultados extraordinários.
Diferente do que muitos acreditam, a comunicação não está Pode soar como exagero, querida pessoa, mas não é. Quando
ligada apenas ao fato de saber dizer algo a outras pessoas. Ela con- uma mensagem ou uma informação relevante para a equipe é mal
siste em fazer com que o outro lado – no caso, o receptor – entenda transmitida ela, consequentemente, será mal compreendida. Essa
aquilo que é dito, sem que haja qualquer tipo de má interpretação. falha na comunicação – que impactará o andamento das atividades
de toda uma equipe – poderá afetar negativamente o ambiente de
• O que é comunicação eficaz? trabalho e trazer diversos outros prejuízos para os negócios.
Uma comunicação eficaz no cenário organizacional pode ser Uma informação mal transmitida poderá impactar negativa-
entendida como aquela que transforma a atitude das pessoas. Se a mente o atendimento aos clientes e fornecedores, por exemplo,
comunicação apenas muda suas ideias, mas não provoca nenhuma além de interferir nas relações interpessoais de colegas de trabalho.
mudança de comportamentos, então ela não atingiu seu resultado. Diante disso, é essencial que você, seja empreendedor, empre-
Assim, quando falamos em comunicação eficaz, estamos falan- sário ou colaborador de uma empresa, perceba como é importante
do daquela que atinge com efetividade seu objetivo, que é transmi- garantir que a comunicação dentro das organizações seja realmente
tir uma mensagem com clareza, utilizando os mais diversos tipos de eficaz, pois ela contribui de maneira positiva com o equilíbrio orga-
canais de comunicação para isso. Ou seja, basicamente é quando nizacional.
o emissor passa uma informação ao seu receptor e este entende a
mensagem exatamente como ela foi transmitida, sem acrescentar • Assertividade nos processos
nada a mais ou a menos à sua interpretação. Todos sabemos que um dos maiores gaps existentes nos mais
Veja que neste parágrafo eu falei sobre os elementos que com- diversos ambientes corporativos é a falha na comunicação. Isso
põem a comunicação eficaz, aos quais vou ressaltar mais uma vez, acontece, pois, em grande parte dos casos, as pessoas que fazem
para que fique claro o que é necessário para que se estabeleça um parte da empresa e dos negócios, de uma forma geral, não têm a
processo comunicacional: consciência de que é necessário transmitir informações com clareza
– Emissor: Responsável por transmitir a mensagem, com todas e objetividade, para que assim, a execução dos processos organiza-
as informações necessárias para que haja o entendimento assertivo cionais sejam o mais assertivos possíveis.
e efetivo desta; Assim, criar esta consciência e este hábito em todos, indepen-
– Receptor: Trata-se de quem recebe a mensagem e faz a sua dentemente dos cargos ocupados, faz com que os processos te-
interpretação; nham um bom andamento e as demandas sejam executadas com
– Linguagem: Aqui estamos falando dos códigos de linguagem muito mais facilidade, tornando, assim, muito mais fácil, também, o
que são utilizados para que haja a transmissão correta das infor- alcance dos objetivos e resultados extraordinários.
mações;
– Mensagem: Por fim, a mensagem é basicamente o conjunto • Engaja e motiva os colaboradores
de informações que são transmitidas Quando existe uma comunicação eficaz nas empresas, os co-
laboradores que dela fazem parte sentem-se altamente satisfeitos.
A junção de todos estes elementos, faz com que a comunicação Isso acontece, pois eles enxergam que estão em um lugar onde exis-
aconteça, de forma verdadeiramente eficaz, nos mais diversos con- te transparência, objetividade e espírito de cooperação na forma de
textos, principalmente no empresarial. se comunicar.

296
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A consequência disso é um ambiente em que as atividades são tente contribui positivamente com a cultura corporativa e também
realizadas com muito mais fluidez, o que traz resultados positivos com todos os processos que citei nos parágrafos anteriores deste
para todos. Além disso, quando observam que a comunicação é efi- texto. Caso a resposta não seja satisfatória, vejam o que pode ser
caz na empresa, ou seja, que o que cada um diz verdadeiramente feito, levando em consideração o cenário da organização em si, bus-
importa e é levado em consideração, aumenta a sensação de per- cando e pesquisando ferramentas que lhes ajude a reverter esse
tencimento destes colaboradores, fazendo com haja um aumento quadro.
significativo de seu engajamento e motivação.
• Conheça o seu receptor
• Diminuição de conflitos Quando se diz que cada indivíduo é único não é algo dito alea-
A partir do momento que uma empresa investe em comuni- toriamente. Cada pessoa tem a sua própria construção de significa-
cação eficaz, ela evita a incidência de conflitos entre seus colabo- dos, que é pautada por toda uma carga cultural adquirida durante
radores. O motivo disso se dá pelo fato de que todos têm a grande toda a sua existência. Ou seja, as pessoas não agem igual, pois suas
preocupação de transmitirem suas mensagens com o maior núme- formas de pensar são embasadas em questões culturais e particu-
ro de informações possíveis, que facilitem a interpretação do colega lares.
que irá recebê-la e que, por ventura, executará determinada tarefa. Com isso, a forma de se expressar, a escolha das palavras, o
Com isso, ocorre uma diminuição considerável de discussões tom da voz ou o meio utilizado na comunicação influencia tanto na
desnecessárias, que surgem por simples falhas que acontecem na maneira como o ouvinte interpretará a mensagem recebida quanto
comunicação, seja por parte do emissor, ou por parte do receptor, na forma que esta mensagem será transmitida.
situações estas que, infelizmente, ainda são bastante corriqueiras Devido a isso, é importante entender quem é o seu receptor,
nos mais diversos ambientes organizacionais. para que assim você consiga se comunicar com ele, de uma maneira
que seja mais fácil para que ele compreenda e também para que
Além disso, por tornar o ambiente organizacional o mais trans- a sua mensagem seja recebida exatamente da forma como você
parente possível, caso ocorram conflitos, estes logo são resolvidos transmitiu, sem interpretações dúbias no futuro.
entre todos os envolvidos, uma vez que, através da comunicação • Invista na cultura de feedbacks
eficaz, estes tornaram-se maduros o suficiente, para, em um con- O processo de comunicação deve estar em evolução contínua,
versa amigável, sentarem-se e resolverem suas diferenças, sem que sendo aperfeiçoado todos os dias. Para isso, o feedback é uma
ninguém saia ofendido ou prejudicado com isso. ferramenta de suma importância, pois ele dá a oportunidade de
conversarmos com nossos receptores, no sentido de entender se a
• Melhora o clima organizacional mensagem que transmitimos foi bem compreendida, se eles neces-
Como um dos benefícios trazidos pelo investimento em uma sitam de mais informações, entre outros pontos, assim como eles
comunicação assertiva e eficaz nas empresas é a transparência, o também podem nos ajudar com sugestões, dizendo de que forma
clima organizacional melhora de forma considerável com isso. podemos melhorar estes processos dentro da empresa, para que
Isso acontece, pois os gestores, principalmente, fazem questão se tornem verdadeiramente eficazes e contribuam com o trabalho
de compartilhar todas as informações necessárias com seus cola- de todos.
boradores, o que tem como resultado uma equipe mais motivada e Dessa maneira, assegure-se do retorno da mensagem que foi
altamente valorizada, pois se sente parte dos processos, bem como transmitida, certifique-se se ela cumpriu com o objetivo e, de fato,
a diminuição de fofocas e especulações, que geralmente são os mo- gerou a atitude esperada. Caso isto não ocorra, o que você pode
tivos mais recorrentes dentro de uma empresa, que fazem com que fazer é passar a informação novamente, porém, dessa vez, utilizan-
o seu clima seja prejudicado, assim como o trabalho de todos. do mecanismos que a deixem mais clara, usando outros meios e
palavras, por exemplo.
• Dicas para desenvolver a comunicação eficaz na sua orga- O ideal aqui, na implementação da cultura de feedback, é que
nização todos procurem entender quais são as dúvidas, a fim de esclarecê-
Agora que conseguimos entender o quão importante é ter -las, e melhorar cada vez mais a comunicação existente entre cada
uma comunicação cada vez mais eficaz no ambiente corporativo, um que faz parte da organização.
vou compartilhar com você algumas dicas para que você consiga
desenvolver e acelerar este processo em seus negócios. Continue • Atente-se para o uso da Língua Portuguesa
a leitura e confira: Umas das situações, que ainda observamos bastante nos mais
diversos tipos de empresas, é o uso incorreto da língua portuguesa,
• Avalie o cenário seja de forma falada ou escrita. Por mais que tenhamos acesso à
No dia a dia das organizações é muito importante que os co- uma infinidade de informações, bem como facilidade para aprimo-
laboradores e a empresa estejam alinhados quanto aos objetivos rar nossos conhecimentos, muitos de nós ainda comete inúmeros
a serem alcançados, para que assim, todos caminhem juntos em pecados linguísticos, o que acaba por prejudicar consideravelmente
direção aos resultados extraordinários. Sendo assim, é através da a comunicação no ambiente organizacional.
comunicação eficaz que a organização conseguirá criar uma cultura Sendo assim, é essencial que antes de falarmos algo ou, prin-
corporativa, onde cada membro da equipe entende quais são os cipalmente, de escrevermos um e-mail ou ainda aquela mensagem
valores, crenças e regras de conduta da empresa. no bate-papo do trabalho, independentemente das pessoas com as
Neste sentido, para iniciar o processo de desenvolvimento de quais estejamos conversando, nós façamos o exercício de nos certi-
uma comunicação assertiva e transparente em seus negócios, é pri- ficamos se estamos nos comunicando corretamente, ou seja, se as
mordial que o seu primeiro passo a ser dado seja reunir os gestores palavras estão ortográfica e gramaticalmente certas, se cada uma
e líderes da sua empresa, para avaliarem se a comunicação exis- delas está transmitido a mensagem com o sentido que queremos

297
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

transmitir, entre outros cuidados, que farão com que a comunica- Impactos dos Sistemas e Tecnologias da Informação nas Orga-
ção seja de fato eficaz e alcance o seu objetivo, que é passar infor- nizações
mações, sem que haja erros de interpretação, tanto decorrentes de
nossa parte, quanto do receptor. A introdução de Sistemas e Tecnologias da Informação numa or-
Cultive o hábito de, sempre que tiver em dúvida sobre como ganização irá provocar um conjunto de alterações, nomeadamente
dizer ou escrever isso ou aquilo, pesquisar antes, seja na internet ou ao nível das relações da organização com o meio envolvente (ana-
em um dicionário, pois isso não é vergonha nenhuma e vai te aju- lisado em termos de eficácia) e ao nível de impactos internos na
dar no aprimoramento de seus conhecimentos e em seu repertório organização (analisados através da eficiência).
com o passar do tempo. As Tecnologias de Informação são recursos valiosos que provo-
cam repercussões em todos os níveis da estrutura organizacional:
a) Ao nível estratégico, quando uma ação é susceptível de au-
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO mentar a coerência entre a organização e o meio envolvente, que
por sua vez se traduz num aumento de eficácia em termos de cum-
As Tecnologias da Informação são ferramentas essenciais na primento da missão organizacional;
criação de sistemas de informação integrados e coordenados. b) Aos níveis táticos e operacionais, quando existem efeitos en-
Como refere Zorrinho23, “a gestão da informação é uma função que dógenos, traduzidos em aumento da eficiência organizacional em
conjuga a gestão do sistema de informação e do sistema informá- termos de opções estratégicas.
tico de suporte com a concepção dinâmica da organização num de-
terminado contexto envolvente”. Os Sistemas de Informações permitem às organizações a oferta
E hoje, mais do que nunca, os gestores têm que estar sensibi- de produtos a preços mais baixos que, aliados a um bom serviço e à
lizados para o fato de o planeamento estratégico dos Sistemas da boa relação com os clientes, resultam numa vantagem competitiva
Informação ser um fator chave da criação de valor agregado e das adicional, através de elementos de valor acrescentado cujo efeito
vantagens competitivas para a empresa. será a fidelidade dos clientes.
Se, por um lado, ajudam a detectar novas oportunidades e criar A utilização de Sistemas de Informações pode provocar, tam-
vantagens competitivas, por outro lado, ajudam a defendê-la de bém, alterações nas condições competitivas de determinado mer-
ameaças provenientes da concorrência. É neste âmbito que o binô- cado, em termos de alteração do equilíbrio dentro do setor de
mio SI/TI deve ser considerado no processo de formulação estraté- atividade, dissuasão e criação de barreiras à entrada de novos con-
gica do negócio e sempre na perspectiva de poder dar um contribu- correntes.
to positivo para uma melhor estratégia. Os SI/TI permitem, ainda, desenvolver novos produtos/serviços
Ao nível dos Sistemas da Informação, são definidas as necessi- aos clientes ou diferenciar os já existentes daqueles ofertados pela
dades de informação e sua aplicação no negócio, baseadas numa concorrência e que atraem o cliente de forma preferencial em rela-
análise da organização e do seu meio envolvente, bem como na ção à concorrência.
análise da estratégia global da organização. A utilização de alta tecnologia vai permitir uma relação mais es-
Ao nível das Tecnologias da Informação, é estabelecido qual a treita e permanente entre empresa e fornecedores, na medida em
sua real contribuição para o processamento de informação e para que qualquer pedido/sugestão da parte da empresa é possível ser
a satisfação das necessidades informacionais e aplicacionais, bem atendido/testado pelos fornecedores. A tecnologia permitiu uma
como o desenvolvimento de sistemas e criação de vantagens com- modificação na maneira de pensar e de agir dos produtores e con-
petitivas para a empresa, tendo em conta as prioridades fixadas na sumidores.
estratégia dos Sistemas da Informação. Os Sistemas de Informação e Tecnologias de Informação se con-
figuram ainda importante ferramenta nas relações travadas na es-
Os Sistemas de Informação são distribuídos em três modelos: fera da Administração Pública, na medida em que permite reduzir
decisão, mensuração e informação: a burocratização de procedimentos existentes entre Organização/
a) A informação: a informação vem de acordo com o seu pro- Administração Pública, na constante busca do cumprimento inte-
pósito, que é possibilitar a uma organização alcançar seus objeti- gral das obrigações legais das organizações e de acordo com os pra-
vos pelo eficiente uso de seus outros recursos. Contempla, além da zos prescritos em lei, através da transmissão de informação por via
identificação e da classificação, a transmissão de sinais por meio de magnética.
canais denominados relatórios gerenciais. As Tecnologias de Informação apresentam inegáveis impactos
b) A mensuração: trabalha com o problema de avaliação dos ao nível interno das organizações, atingindo fortemente:
dados e por isso é importante que esta seja estabelecida correta- - a estrutura orgânica e o papel de enquadramento/coordena-
mente. Logo, para que uma decisão seja tomada, é necessário que ção na organização;
a informação seja trabalhada, ou seja, mensurada. A mensuração - o nível psico-sociológico e das relações pessoais;
atribui valor a informação. É a informação mensurada, comparada, - o subsistema de objetivos e valores das pessoas que trabalham
com valor dentro de um contexto, que subsidia a tomada de deci- nas organizações;
são. - bem como o subsistema tecnológico.
c) A decisão: a tomada de decisões, objetiva solucionar proble-
mas e manter o caráter preditivo através de um modelo de decisão Os maiores benefícios aparecem quando as estratégias organi-
que visa explicar como as decisões realmente devem acontecer. zacionais, as estruturas e os processos são alterados conjuntamen-
te com os investimentos em Tecnologia de Informações. Segundo

23 ZORRINHO, C. Gestão da Informação. Condição para Vencer. Iapmei.1995.

298
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Venkatraman, referido por O’Brien24, o verdadeiro poder das TI está Os conceitos de sistemas são subjacentes ao campo dos siste-
em “reestruturar as relações nas redes empresariais para aprovei- mas de informação. Entendê-los irá ajudá-lo a compreender mui-
tar um leque mais vasto de competências.” tos outros conceitos na tecnologia, aplicações, desenvolvimento e
As Tecnologias da Informação permitem assim, ultrapassar todo administração dos sistemas de informação que abordaremos neste
um conjunto de barreiras na medida em que existe uma nova ma- livro. Os conceitos de sistemas o ajudam a entender:
neira de pensar, pois em tempo real é possível às empresas agir e - Tecnologia: Que as redes de computadores são sistemas de
reagir rapidamente aos clientes, mercados e concorrência. componentes de processamento de informações.
Portanto, nas organizações, a informação é um fator decisivo - Aplicações: Que os usos das redes de computadores pelas
na gestão por ser um recurso importante e indispensável tanto no empresas são, na verdade, sistemas de informação empresarial in-
contexto interno como no relacionamento com o exterior. terconectados.
Quanto mais confiável, oportuna e exaustiva for essa informa- - Desenvolvimento: Que o desenvolvimento de maneiras de
ção, mais coesa será a empresa e maior será o seu potencial de utilizar as redes de computadores nos negócios inclui o projeto dos
resposta às solicitações concorrenciais. Alcançar este objetivo de- componentes básicos dos sistemas de informação.
pende, em grande parte, do reconhecimento da importância da in- - Administração: Que a administração da informática enfatiza
formação e do aproveitamento das oportunidades oferecidas pela a qualidade, valor para o negócio e a segurança dos sistemas de
tecnologia para orientarem os problemas enraizados da informa- informação de uma organização.
ção.
A revolução da Informação exige, assim, mudanças profundas Portanto um sistema pode ser definido como um conjunto de
no modo como vemos a sociedade na organização e sua estrutura, componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar,
o que se traduz num grande desafio: aproveitar as oportunidades, recuperar, processar, armazenar e distribuir a informação com a fi-
dominando os riscos inerentes ou submeter-se aos riscos com todas nalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a
as incertezas que acarretam. análise e o processo decisório em empresas e organizações.
Na chamada “Sociedade de Informação”, esta possui um efeito Um sistema (por vezes chamado sistema dinâmico) possui al-
multiplicador que dinamizará todos os setores da economia, cons- guns ou funções básicas em interação:
tituindo, por sua vez, a força motora do desenvolvimento político, Entradas: são todos os elementos que o sistema deve receber
econômico, social, cultural e tecnológico. para serem processados e convertidos em saídas ou produtos, ou
seja, envolve a captação e reunião de elementos que entram no
Sistemas de Informações Gerenciais sistema para serem processados;
Saídas: são os resultados produzidos pelo sistema, em geral
Como já mencionado, entender a administração e o uso respon- diretamente relacionados aos objetivos ou razões dos sistemas;
sável e eficaz dos sistemas de informação é importante para ge- quando não acontece, então o sistema não está cumprindo o seu
rentes e outros trabalhadores do conhecimento atual sociedade de fim. As saídas envolvem a transferência de elementos produzidos
informação. por um processo de transformação até seu destino final.
Os mais variados sistemas e tecnologias da informação se torna-
ram um componente vital para o sucesso de empresas e organiza- Componentes e Processos Internos: são as partes internas
ções. Os sistemas de informação constituem um campo de estudo do sistema, utilizadas para converter as entradas em saídas. Os
essencial em administração e gerenciamento de empresas, uma vez processos são as ações realizadas pelos componentes do sistema
que é considerado uma importante área funcional para as opera- na transformação das entradas e saídas.
ções das empresas. Envolve processos de transformação que convertem insumo
Um sistema de informação (SI) é uma combinação de pessoas, (entrada) em produto
hardware, software, redes de comunicações e recursos de dados
que coleta, transforma e dissemina informações em uma organi- - Feedback e Controle: Os dois conceitos adicionais do conceito
zação. de sistema (entrada, processamento e saída) incluem o feedback
e o controle. Um sistema dotado de componentes de feedback e
1) Conceitos de Sistemas: Sistema é qualquer conjunto de com- controle às vezes é chamado de um sistema cibernético, ou seja, um
ponentes e processos por eles executado, que visam transformar sistema auto monitorado, autorregulado.
determinadas entradas em saídas (saídas do sistema). Assim, os a) Feedback: são dados sobre o desempenho de um siste-
componentes são também sistemas (subsistemas), e que, por sua ma. É o retorno sobre as saídas produzidas pelo sistema sobre as
vez, podem ser decompostos em novos sistemas menores. entradas do mesmo. É a avaliação da qualidade do produto do sis-
Assim, trata-se de uma série de elementos ou componentes in- tema. A realimentação deve ser contínua, para que se tenha certeza
ter-relacionados que coletam (entrada), manipulam e armazenam da evolução dirigida do sistema, garantindo seu desenvolvimento
(processo), disseminam (saída) os dados e informações e fornecem no sentido de adaptação as necessidades.
um mecanismo de feedback, apoiando o controle, a coordenação e b) Controle: envolve monitoração e avaliação do feedback para
a tomada de decisão em uma organização; auxiliam gerentes e fun- determinar se um sistema está se dirigindo para a realização de sua
cionários a analisar problemas, visualizar soluções e a criar novos meta; em seguida, a função de controle faz os ajustes necessários
produtos. aos componentes de entrada e processamento de um sistema para
garantir que seja alcançada a produção adequada.

24 O’BRIEN Virgínia. MBA intensivo em Gestão. Instituto Superior de Gestão.


Abril/ Controljomal Editora, Lda.1996.

299
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Identificação de Processos d. Ter um fluxo de procedimentos (internos e externos ao pro-


cessamento) racional, integrado, rápido e de menor custo possível.
e. Contar com dispositivos de controle interno que garantam a
confiabilidade das informações de saída e adequada proteção aos
dados controlados pelo sistema
f. Ser simples, seguro e rápido em sua operação.

3) Características dos Sistemas:


Um sistema não existe em um “vácuo”, ou seja, isolado; na ver-
dade, ele existe e funciona em um ambiente que contém outros
Exemplo: Uma Padaria - produzir pães e comercializá-los sistemas, vejamos:

Subsistema: Um sistema que é um componente de um sistema


maior que, por sua vez, é seu ambiente. Todo sistema pode ser divi-
dido em subsistemas menores, que recebem entradas específicas e
produzem saídas específicas. A divisão pode ser feita até o nível de
interesse da análise.
Cada Subsistema tem os mesmos elementos que um sistema,
isto é, recebe entradas e produz saídas através de componentes e
processos. Nota-se que cada subsistema é, na realidade, um siste-
ma em si, e poderia ser novamente em subsistemas componentes,
e assim por adiante, até o nível desejado de composição.
Fronteira de Sistema: Um sistema se separa de seu ambiente e
de outros sistemas por meio de suas fronteiras de sistema.
Interface: Vários sistemas podem compartilhar o mesmo am-
biente. Alguns desses sistemas podem ser conectados entre si por
meio de um limite compartilhado, ou interface.
2) Objetivos (Razões do Sistema) Sistema Aberto: Um sistema que interage com outros sistemas
A todo sistema devem ser associadas às razões de sua existên- em seu ambiente é chamado de um sistema aberto (conectado com
cia, de modo que seus elementos possam ser devidamente enten- seu ambiente pela troca de entrada e saída).
didos. Essas razões constituem-se os “objetivos” do sistema, e estão Sistema Adaptável: Um sistema que tem a capacidade de
diretamente relacionadas às saídas que o sistema deve produzir. transformar a si mesmo ou seu ambiente a fim de sobreviver é cha-
Um automóvel, por exemplo, pode ser definido, numa versão mado de um sistema adaptável.
simplista de suas razões, como um sistema do qual se quer “movi-
mento dirigido com transporte de carga”. 4) Tipos de Sistema da Informação:
Isto é, nessa definição simplista, o que se espera de um auto- Os sistemas de informação podem ser manuais ou compu-
móvel é o transporte de carga (pessoas, materiais, etc.) de um pon- tadorizados. Muitos sistemas de informação começam como
to para outro, o que implica definir um automóvel como um pro- sistemas manuais e se transformam em computadorizados que
dutor de “trabalho dirigido” (força aplicada), que a partir de uma estão configurados para coletar, manipular, armazenar e proces-
certa fonte geradora de energia, é capaz de transportar, de forma sar dados.
dirigida, carga de um ponto para outro, à velocidade desejada. Assim, temos os seguintes tipos de sistemas de informação:
Para tanto é necessário: a) Sistemas de informação manuais (papel-e-lápis)
- Transformar insumos em um novo produto; b) Sistemas de informação informais (boca-a-boca)
- Satisfazer as necessidades dos clientes; c) Sistemas de informação formais (procedimentos escritos)
- Tornar a relação custo x benefício favorável para gerar lucro e d) Sistemas de informação computadorizados
crescimento da empresa;
- Vender outros produtos. 5) Componentes de Sistema de Informação Computadorizado:
Um modelo de sistema de informação expressa uma estrutura
Vejamos mais alguns objetivos dos Sistemas e Tecnologias da conceitual fundamental para os principais componentes e ativida-
Informação: des dos sistemas de informação computadorizado.
Um sistema de informação depende dos recursos de pessoal,
a. Produzir informações realmente necessárias, confiáveis, em hardware, software e redes para executar atividades de entrada,
tempo hábil e com custo condizente, atendendo aos requisitos ope- processamento, saída, armazenamento e controle que convertem
racionais e gerenciais de tomada de decisão. recursos de dados em produtos de informação.
b. Ter por base diretrizes capazes de assegurar a realização dos O modelo de Sistemas de Informação destaca os cinco recursos
objetivos, de maneira direta, simples e eficiente. principais que podem ser aplicados a todos os tipos de sistemas de
c. Integrar-se à estrutura da organização e auxiliar na coorde- informação, vejamos:
nação das diferentes unidades organizacionais (departamentos, di-
visões, diretorias, etc.) por ele interligado.

300
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A) Recursos pessoais: compreendem os usuários finais, tais Redes de telecomunicações como a Internet, Intranets e Extra-
como os clientes online, fornecedores, funcionários e especialistas nets tornaram-se essenciais ao sucesso de operações de todos os
de SI, bem como os engenheiros de software, os diretores executi- tipos de organizações e de seus sistemas de informação baseados
vos de informação (CIOs, e o diretor executivo de tecnologia (CTO). no computador. As redes de telecomunicações consistem em com-
São necessárias pessoas para a operação de todos os sistemas putadores, processadores de comunicações e outros dispositivos
de informação. Esses recursos incluem os usuários finais e os espe- interconectados por mídia de comunicações e controlados por sof-
cialistas em SI. tware de comunicações.
- Usuários finais: são pessoas que utilizam um sistema de infor- O conceito de recursos de rede enfatiza que as redes de comu-
mação ou a informação que ele produz. nicações são um componente de recurso fundamental de todos os
- Especialistas em SI: são pessoas que desenvolvem e operam sistemas de informação. Os recursos de rede incluem:
sistemas de informação.
- Analistas de Sistemas: projetam sistemas de informa- - Mídia de comunicações: cabos de pares trançados, cabo
ção com base nas demandas dos usuários finais.
coaxial, cabo de fibra ótica, sistemas de micro-onda e sistemas de
- Desenvolvedores de Software: criam programas de computa-
satélite de comunicações.
dor seguindo as especificações dos analistas de sistemas.
- Suporte de rede: recursos de dados, pessoas, hardware e sof-
- Operadores do sistema: monitoram e operam grandes redes e
tware que apoiam diretamente a operação e uso de uma rede de
sistemas de computadores.
comunicações.
B) Recursos de hardware: Os recursos de hardware incluem
E) Recursos de dados: Os recursos de dados podem incluir da-
todos os dispositivos físicos e equipamentos utilizados no proces-
dos, modelo e bases de conhecimento, arquivos sobre seus clien-
samento de informações.
tes, fornecedores, funcionários, produtos e outras informações
- Máquinas: dispositivos físicos (redes de telecomunicações,
necessárias para os negócios, incluindo as bases de conhecimento
periféricos, computadores)
que são parte de seu sistema Central de Apoio à administração do
- Mídia: todos os objetos tangíveis nos quais são registrados
conhecimento.
dados (papel, discos magnéticos).
Os dados constituem um valioso recurso organizacional. Dessa
forma, os recursos de dados devem ser efetivamente administra-
Para tanto podemos citar dois exemplos de hardware em siste-
dos para beneficiar todos os usuários finais de uma organização. Os
mas de informação computadorizados são:
recursos de dados dos sistemas de informação normalmente são
1. Sistemas de computadores – consistem em unidades de pro-
organizados em:
cessamento central contendo microprocessadores e uma multipli-
- Bancos de dados - uma coleção de registros e arquivos logica-
cidade de dispositivos periféricos interconectados
mente relacionados. Um banco de dados incorpora muitos registros
anteriormente armazenados em arquivos separados para que uma
2. Periféricos de computador – são dispositivos, como um te-
fonte comum de registros de dados sirva muitas aplicações.
clado ou um mouse, para a entrada de dados e de comandos, uma
- Bases de conhecimento - que guardam conhecimento em
tela de vídeo ou impressora, para a saída de informação, e discos
uma multiplicidade de formas como fatos, regras e inferência sobre
magnéticos ou ópticos para armazenamento de recursos de dados.
vários assuntos.
C) Recursos de software: Os recursos de software incluem to- 6) Aplicações-Chaves na Organização
dos os conjuntos de instruções de processamento da informação.
- Programas: um conjunto de instruções que fazem com que - Sistemas Nível-Operacional - suporte aos gerentes organiza-
um computador execute uma tarefa específica. cionais no desenvolvimento de atividades elementares e transacio-
- Procedimentos: conjunto de instruções utilizadas por pessoas nais na organização
para finalizar uma tarefa. -TPS (Sistemas de Processamento de Transações - Transaction
Processing Systems).
Exemplos de recursos de software são:
1. Software de sistema – por exemplo, um programa de sistema - Sistemas Nível-Gerenciamento - suporte ao monitoramento,
operacional, que controla e apoia as operações de um sistema de controle, tomada de decisões e atividades administrativas de ge-
computador. rentes.
2. Software aplicativo - programas que dirigem o processamen- -DSS (Sistemas de Suporte a Decisão - Decision Support Sys-
to para um determinado uso do computador pelo usuário final. tems)
3. Procedimentos – são instruções operacionais para as pes- -MIS (Sistemas de Informações Gerenciais - Management Infor-
soas que utilizarão um sistema de informação. mation Systems)

D) Recursos de redes: Os recursos de rede consistem em mí- - Sistemas Nível-Estratégico - auxiliam gerentes sêniores a ma-
dias e redes de comunicação, apoiam componentes que são parte nipular e situar questões estratégicas e tendências de longo-prazo,
dos recursos de rede necessários ao apoio dos processos de e-busi- ambas na organização e no ambiente externo.
ness e de e-commerce e dos sistemas internos. -ESS (Sistemas de Suporte Executivo - Executive Support Sys-
tems)

301
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Sistemas Nível-Conhecimento - suporte aos negócios para D) Conhecimento


integrar novos conhecimentos e auxiliar a organização controlar o É o corpo ou as regras, diretrizes e procedimentos usados para
fluxo de papéis selecionar, organizar e manipular os dados, para torná-los úteis
-KWA (Sistemas de Conhecimento do Trabalho - Knowledge para uma tarefa específica. O ato de seleção ou rejeição dos fatos,
Work Systems) baseados na sua relevância em relação às tarefas particulares é
-OAS (Sistemas de Automação de Escritório - Office Automation também um tipo de conhecimento usado no processo de conversão
Systems) de dados em informação
-Data Warehouse (organizar dados corporativos) O conjunto de dados, regras, procedimentos e relações que de-
-Data Mining - Mineração de dados vem ser seguidos para se atingir o valor informacional ou o resulta-
-Workflow é definido como uma coleção de tarefas organizadas do adequado do processo está contido na base do conhecimento.
A organização ou o processamento dos dados pode ser feito
- Sistemas de Processamento de Transações mentalmente, manualmente ou através de um computador. A im-
Objetivo: reduzir custos através da automatização de rotinas. portância deve ser dada para que os resultados sejam úteis e de
Ex: imprimir cheques valor para tomar decisões
- Sistemas de Informações Gerenciais (SIG)
Objetivo: produzir relatórios gerenciais para o planejamento e E) Informação
controle. Ex: relatório de custos totais da folha de pagamento Um dado tornado mais útil através da aplicação do conheci-
mento.
- Sistemas de Apoio à Decisão A informação é valiosa se for pertinente à situação, fornecida
Objetivo: dar apoio e assistência em todos os aspectos da to- no tempo certo, para as pessoas certas de forma não complexa de-
mada de decisões sobre um problema específico, sugerindo alter- mais para ser entendida, deve ser precisa e completa, e de custo
nativas e dando assistência à decisão final. Ex: Auxiliar a determinar compatível.
a melhor localização para construir uma nova instalação industrial.
F) Características da boa informação:
- Sistemas Especialistas e Inteligência Artificial
Objetivo: ser capaz de fazer sugestões e checar as conclusões, - Precisa (ELSL) - entra lixo, sai lixo
tal como um especialista no assunto. Uma de suas vantagens é a - Completa - contém todos os fatos importantes
capacidade explicativa das conclusões às quais chega. Ex: Previsões - Econômico - valor da informação x custo de sua produção
de aplicações no mercado financeiro. - Flexível - pode ser usada para diversas finalidades
- Confiável - depende da coleta dos dados e das fontes de in-
7) Dados x Informações formação
Os termos dados e informações são muitas vezes empregados - Relevante - Importante para tomada de decisões (mais rele-
de modo intercambiável. Entretanto, você deve fazer a seguinte dis- vante para uns e menos para outros)
tinção: - Simples - Informações em excesso podem não demonstrar o
A) Dados: - são fatos ou observações crus, normalmente sobre que é realmente importante
fenômenos físicos ou transações de negócios. Mais especificamen- - Em tempo - A informação deve ser enviada a tempo para a
te, os dados são medidas objetivas dos atributos (características) de tomada de decisão
entidades como pessoas, lugares, coisas e eventos. - Verificável - pode ser checada, talvez em várias fontes
São os fatos em sua forma primária.
Ex: número de horas trabalhadas em uma semana. 8) Atividades dos Sistemas de Informação: as atividades de
processamento de informação (ou processamento de dados) que
B) Informações: - são dados processados que foram colocados acontecem nos sistemas de informação incluem:
em um contexto significativo e útil para um usuário final. Os dados - Entrada de recursos de dados: Os dados sobre transações co-
são submetidos a um processo de “valor adicionado” (processa- merciais e outros eventos devem ser capturados e preparados para
mento de dados ou processamento de informação) onde: processamento pela atividade de entrada. A entrada normalmente
- Sua forma é agregada, manipulada e organizada assume a forma de atividades de registro de dados como gravar e
- Seu conteúdo é analisado e avaliado editar.
- São colocados em um contexto adequado a um usuário hu- Uma vez registrados, os dados podem ser transferidos para
mano. uma mídia que pode ser lida por máquina, como um disco magnéti-
co, por exemplo, até serem requisitados para processamento.
C) Relações e Regras Atividades de entrada incluem a entrada de cliques de navega-
- Estabelecer relações e regras para organizar os dados ção do website, entradas e seleções de dados de e-commerce e de
- Informação útil e valiosa e-business, e consultas e respostas de colaboração online feitas por
- O tipo de informação criada depende da relação definida en- clientes, fornecedores e funcionários.
tre os dados existentes
- Adicionar dados novos ou diferentes significa que as relações - Transformação de dados em informação: Os dados normal-
podem ser redefinidas e novas informações podem ser criadas mente são submetidos a atividades de processamento como cálcu-
Ex. Adicionar dados de produtos específicos aos seus dados de lo, comparação, separação, classificação e resumo. Estas atividades
vendas para criar informações sobre vendas mensais quebradas por organizam, analisam e manipulam dados, convertendo-os assim em
linhas de produtos informação para os usuários finais.

302
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

As atividades de processamento são realizadas sempre que al- Os impactos das tecnologias já foram suficientemente grandes
gum dos computadores da empresa executa os programas que são para que alguns autores concluíssem que as mudanças delas decor-
parte dos recursos de software de e-business, de e-commerce ou rentes trarão consequentemente muito mais profundas e rápidas
dos sistemas internos. que todas as revoluções tecnológicas anteriores, alterando drastica-
A informação é transmitida de várias formas aos usuários finais mente o perfil de toda a sociedade e de suas organizações.
e colocada à disposição deles na atividade de saída. A meta dos Cada vez mais o foco de atenção para o uso dos recursos de
sistemas de informação é a produção de produtos de informação informática se desloca para resultados, por meio de abordagens
adequados aos usuários finais. inovadoras, que diferenciam produtos, mudam as relações de força
no mercado, criam ou destroem dependências entre organizações,
- Saída de produtos da informação: A informação é transmitida prendem clientes a fornecedores, reduzem prazos para atividades
em várias formas para os usuários finais e colocadas à disposição essenciais da organização, como o lançamento de novos produtos,
destes na atividade de saída. A meta dos sistemas de informação é mudam drasticamente as estruturas de custos de produtos e servi-
a produção de produtos de informação apropriados para os usuá- ços, criam canais de comunicação inimagináveis com o mercado há
rios finais. alguns anos.
- Armazenamento de recursos de dados: Armazenamento é um Tudo isso é possível e já está sendo utilizado nas empresas que
componente básico dos sistemas de informação. É a atividade do perceberam a importância estratégica das tecnologias de informa-
sistema de informação na qual os dados e informações são retidos ção.
de uma maneira organizada para uso posterior. Por muito tempo as organizações têm feito uso das tecnolo-
As atividades de armazenamento têm lugar quando os dados gias de informação, mas de forma não administrada ou inadequa-
da empresa são armazenados e controlados nos arquivos e bancos damente administrada. A maior parte das empresas ainda utiliza os
de dados nas drives de disco e em outros meios de armazenamento recursos de informática orientados para “dentro” da organização,
dos computadores da empresa. isto é, para resolver problemas internos de processamento de in-
- Controle de desempenho do sistema: Uma importante ativi- formações.
dade do sistema de informação é o controle de seu desempenho. Obviamente, esse tipo de uso também é necessário, mas im-
Um sistema de informação deve produzir feedback sobre suas ativi- portante que a visão das possibilidades de utilização daquelas tec-
dades de entrada, processamento, saída e armazenamento. O fee- nologias seja ampliada e contemple o novo universo que cada vez
dback deve ser monitorado e avaliado para determinar se o sistema mais mudará as relações de competitividade em todos os segmen-
está atendendo os padrões de desempenho estabelecidos. O fee- tos da economia. Ao lado do uso estratégico, tais tecnologias repre-
dback é utilizado para fazer ajustes nas atividades do sistema para sentam, também, um papel fundamental como agente de integra-
a correção de defeitos. ção e coesão organizacional.
As atividades de controle incluem a utilização de senhas e ou- Surge, então, uma situação complexa, em que muitos fatores
tros códigos de segurança pelos clientes, fornecedores e funcioná- de grande impacto empresarial precisam ser analisados. Esta é a
rios para a entrada nos websites de e-commerce e de e-business função do planejamento de informática: pesquisar, adequar e pla-
da empresa e para o acesso a seus bancos de dados e bases de nejar o uso das tecnologias de informações, contemplando a multi-
conhecimento. plicidade e as possibilidades de uso dessas tecnologias.
O planejamento do uso das tecnologias de informações deixa
9) Importância do Planejamento de Informática para a Eficá- de ser uma preocupação técnica para assumir uma importância es-
cia dos Sistemas de Informação: tratégica, passando a ser responsável por grande parte do sucesso
Hoje as tecnologias de informação são muito mais complexas e empresarial.
abrangentes que o tradicional processamento de dados, incluindo,
além destes, uma imensa variedade de recursos, classificados sob O uso das tecnologias de informação sob diversos ângulos:
os mais variados títulos: - Uso estratégico das tecnologias de informação;
- Integração organizacional;
- Sistemas de Informações Gerenciais - Apoio funcional e pessoal;
- Sistemas de Suporte a Decisões - Apoio às decisões básicas e processos administrativos
- Sistemas de Suporte à Gestão
- Automação de Escritórios Os usos potenciais das tecnologias de informações são pesqui-
- Automação de Processos sados exaustivamente, identificando-se, assim, o conjunto de apli-
- Automação Industrial cações e sistemas mais indicados para a empresa. Questões funda-
- Inteligência Artificial mentais são analisadas:
- Sistemas Especialistas
- Automação Bancária - Como devem ser associados os recursos técnicos de informa-
- Captura Direta de Informações ção à estrutura e filosofia administrativa da empresa?
- Como devem ser utilizadas as tecnologias de informações.
As tecnologias de informações, com toda essa abrangência, es- Principalmente visando o aumento da competitividade da organiza-
tão transformando os valores atuais, principalmente no mundo em- ção e o suporte eficaz às suas atividades essenciais?
presarial, muito mais profunda e rapidamente que qualquer outra - Que impactos devem ser esperados, e como a empresa deve
transformação tecno-social da história. se preparar, em função das rápidas transformações nas tecnologias
de informação?

303
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Como a informática, em toda a sua abrangência, deverá evoluir na empresa, de modo que os benefícios decorrentes possam ser
adequadamente aproveitados, causando o mínimo de perturbação organizacional, ou, em outras ocasiões, provocando mudanças orga-
nizacionais desejadas?

Estas questões devem ser analisadas de acordo com a empresa a ser informatizada, mesmo em empresas de pequeno porte, mas que
já sentem a necessidade de se informatizarem, mesmo que parcialmente.
Para qualquer tipo de organização, o processo sistemático de planejamento da informatização dá rumo mais claro e objetivo, orientan-
do o uso das tecnologias disponíveis de forma mais produtiva e para aplicações que efetivamente tragam benefícios reais, principalmente
considerando que em organizações pequenas os recursos disponíveis para a informática são limitados, devendo ser orientados para as
melhores oportunidades de uso.
Já para organizações de médio e grande porte, o que se constata é que os recursos de informática têm sido subaproveitados, sendo,
em geral, utilizados para sistemas e aplicações essencialmente transacionais (isto é, orientados para o processamento de transações, tais
como contabilidade, folha de pagamentos, controle de estoques, etc.), sem uma preocupação mais fortemente voltada para um melhor
posicionamento estratégico e para um maior grau de integração organizacional.

Questões básicas a considerar num processo de Planejamento de Informática


O planejamento de informática deve atentar para três questionamentos fundamentais:

1. Qual a filosofia de informações que a empresa deseja perseguir, incluindo o grau de disseminação de recursos pretendidos, a auto-
nomia desejada para as áreas (em termos de sistemas de informação), entre outros aspectos?
2. Como as tecnologias de informações podem contribuir para um melhor posicionamento estratégico, econômico e organizacional
da empresa?
3. Como a empresa deve tratar a sua evolução, em termos de atualização e capacitação permanente em relação às tecnologias de
informações?

A primeira questão é determinante para a condução de um processo de informatização com baixo nível de atrito entre a filosofia ad-
ministrativa da empresa e a estrutura de informática criada.
Já a segunda questão refere-se mais ao uso propriamente dito das tecnologias de informações para um elenco de aplicações de curto
a longo prazo, mas que tenham um fim orientado para resultados bem determinados.
A terceira questão refere-se ao cuidado permanente quanto à capacitação em face do conjunto de tecnologias, de forma que a em-
presa esteja continuamente preparada para acompanhar as novas possibilidades de utilização dessas tecnologias. Em outras palavras,
pode ser importante desenvolver aplicações e usos das tecnologias de informações, com o fim principal de manter a empresa a par das
evoluções dessas tecnologias, independentemente de aplicações com um fim mais imediato ou determinado.
As respostas a essas três questões fundamentais exigem o questionamento de diversos aspectos da organização, tais como suas filo-
sofias e estratégias básicas, seus processos operacionais, as funções executadas, bem como o desenvolvimento organizacional planejado.

10) O que é a Tecnologia da Informação? Hardware + Software + Comunicação

Para a implantação de um novo Sistema de Informação é necessário o cumprimento de algumas diretrizes:

a) Projeto
Um projeto é um empreendimento com começo e fim definidos, dirigido por pessoas, para cumprir metas estabelecidas dentro de
parâmetros de custo, tempo e qualidade.

304
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) Intuição Aproveite e leia isto:


Respeite a sua intuição, no entanto, use também abordagens
analíticas. Esteja aberto a soluções alternativas, como análise se- Devido à existência de diferentes interesses, especialidades e
quencial e tomada de decisão consensual. Antes de tomar a deci- níveis em uma organização são necessários diversos tipos de siste-
são final, reveja a situação e escute cuidadosamente o seu “sexto mas, pois nenhum sistema individual pode atender todas as neces-
sentido”. sidades de uma empresa. Destacam se 4 tipos principais de siste-
mas que atendem diversos níveis organizacionais:
c) Concentrar-se ativamente na função Interface - Sistemas do nível operacional, que dão suporte a gerentes
Dê atenção às interfaces gerencias. Às áreas indefinidas e operacionais em transações como vendas, contas, depósitos, fluxo
nebulosas. Procure aproximar equipes, organizações e sistemas. de matéria prima etc.
Questione responsabilidades que não estejam claras. Pergunte - Sistemas do nível de conhecimento envolvem as estações de
“para que”, “quando”, “como”, e “por que”. trabalho e automação de escritório a fim de controlar o fluxo de
Comece pelo planejamento em níveis globais, utilizando a documentos.
abordagem estratégica. Esteja seguro dos objetivos globais. De- - Sistemas do Nível Gerencial atendem atividades de monitora-
termine marcos. Estabeleça um consenso em relação à filosofia de ção, controle, tomada de decisões e procedimentos administrativos
gerenciamento. Para projetos maiores, utilize a estrutura analítica, dos gerentes médios e
comece no topo e em seguida estruture o projeto em diversos ní- - Sistemas de nível estratégico, que ajudam a gerencia sênior a
veis até que consiga chegar a “pacotes de trabalho” gerenciáveis. enfrentar questões e tendências, tanto no ambiente externo como
interno a empresa.
d) Controle e avalie resultados Além das características dos sistemas por níveis empresariais,
Implante sistemas e técnicas gerenciais que lhe permitem eles também atendem diversas áreas funcionais, como vendas,
acompanhar o andamento dos trabalhos e tomar medidas correti- marketing, fabricação, finanças, contabilidade e recursos humanos.
vas ao longo do curso dos mesmos. Os sistemas deverão ser simples
e flexíveis, especialmente para projetos de curta duração. Sistemas de Informação para cada nível organizacional
Sistemas de Processamento de Transações (SPTs) sistemas in-
e) Gerenciando a Qualidade tegrados que atendem o nível operacional, são computadorizados,
O zelo e atenção quanto a qualidade é uma das metas prin- realizando transações rotineiras como folha de pagamento, pedidos
cipais. Os padrões de qualidade são ditados pelas especificações etc.,
que, por sua vez, são usadas como base para monitorar o desempe- Sistemas nos quais os recursos são predefinidos e estrutura-
nho do projeto. Mesmo em projetos que não usam especificações dos, é através deles que os gerentes monitoram operações internas
detalhadas para estabelecer padrões de qualidade, espera-se um e externas da empresa. Apesar de constituir importante ferramenta
mínimo de qualidade funcional. As pressões exercidas por outros que dinamiza e flexibiliza as atividades dos gestores, são considera-
fatores, como custos e tempo, podem provocar negociações nas dos “críticos”, pois se deixarem de funcionar podem causar danos a
quais a qualidade será comprometida em favor do cronograma ou outras empresas inter-relacionadas e a própria. Atendem 4 catego-
do orçamento. Contudo, a defesa da qualidade do projeto perma- rias funcionais: vendas/marketing, fabricação/produção, finanças/
nece como uma das responsabilidades primordiais da gerência do contabilidade e recursos humanos.
projeto.
Sistemas de Trabalhadores de Conhecimento (STCs) e Siste-
11) Sistemas Específicos de Gestão de Informação25: mas de automação de escritório
Atendem necessidades do nível de conhecimento envolvendo
Sistemas Informatizados na Administração trabalhadores de conhecimento, pessoas com formação universitá-
Um administrador, precisa entender o papel dos diversos tipos ria como engenheiros e cientistas e trabalhadores de dados multi-
de Sistemas de Informação existentes nas empresas hoje, que são disciplinares como secretárias, contadores, arquivistas etc.
necessários para apoiar a tomada de decisões e atividades de traba- Se diferenciam, pois trabalhadores de conhecimento criam
lho existentes nos diversos níveis e funções organizacionais, sejam informações e trabalhadores de dados manipulam, usam informa-
elas desktop ou via web. ções prontas, a produtividade destes é aumentada com o uso dos
Eles provocam mudanças organizacionais e administrativas tra- Sistemas de automação de escritório que coordenam e comunicam
zendo desafios para administração, como Integração que é obter diversas unidades, trabalhadores, e fontes externas como clientes
vantagens com sistemas que integrem diversos níveis e funções e fornecedores.
organizacionais possibilitando troca de informações entre diversos Eles manipulam e gerenciam documentos, programação e co-
setores, este é o principal desafio, pois é o administrador que iden- municação, envolvendo além de textos, gráficos etc, hoje publica-
tifica quais setores precisam estar interligados. dos digitalmente em forma de sites para facilitar o acesso e distri-
O outro desafio é ter visão ampla, pois na filosofia da adminis- buição de informações.
tração os administradores são treinados para gerenciar uma linha
de produto e não a organização inteira como é exigido pelos siste- Sistemas de Informação Gerenciais (SIG)
mas integrados e redes setoriais. Estes desafios exigem enormes É o estudo dos sistemas de informação nas empresas e na
investimentos. administração, dão suporte ao nível gerencial através de relatórios,
processos correntes, histórico através de acessos on-line,
25 https://www.oficinadanet.com.br/artigo/738/tipos_de_sistemas_de_informa-
cao_na_empresa

305
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

orientados a eventos internos, apoiando o planejamento Sistemas de Informação de Fabricação e Produção, responsável
controle e decisão, dependem dos SPTs para aquisição de dados, pela produção de bens e serviços tratam do planejamento, desen-
resumindo e apresentando operações e dados básicos periodica- volvimento, manutenção e estabelecimento de metas de produção
mente. aquisição e armazenagem de equipamentos, matérias primas para
fabricar produtos acabados.
Sistemas de Apoio a Decisão (SAD) No Nível Estratégico ajudam a localizar novas fábricas e investir
Atendem também o nível de gerencia ajudando a tomar de- em novas de tecnologias de fabricação, no Nível de Gerencia anali-
cisões não usuais com rapidez e antecedência a fim de solucionar sam e monitoram custos, recursos de fabricação e produção no de
problemas não predefinidos, usam informações internas obtidas Conhecimento criam e distribuem conhecimentos especializados
dos SPT e SIG e também externas como preços de produtos con- orientando o processo de produção e no Operacional monitoram e
correntes etc. controlam a produção. Um exemplo simples deste tipo de sistema é
Têm maior poder analítico que os outros sistemas, construídos o controle de estoque com emissão de relatórios.
em diversos modelos para analisar e armazenar dados, tomar deci-
sões diárias, por isso possuem uma interface de fácil acesso e aten- Sistemas de Informação Financeira e Contábil
dimento ao usuário, são interativos, podendo-se alterar e incluir Responsáveis pela administração de ativos financeiros visando
dados através de menus que facilitam a entrada deles e obtenção o retorno ao investimento. A função Finanças se encarrega de iden-
de informações processadas. tificar novos ativos financeiros (ações títulos e dividas) através de
informações externas. Já a função Contabilidade é responsável pela
Sistemas de Apoio ao Executivo (SAEs) manutenção e gerenciamento de registros financeiros (recibos fo-
Atendem o nível gerencial, os gerentes seniores que tem pouco lha de pagamento etc.) para prestar contas aos seus recursos. Estes
ou nenhuma experiência com computadores, servem para tomar sistemas compartilham problemas, acompanhando o que possuem
decisões não rotineiras que exigem bom senso avaliação e percep- com o que necessitam.
ção. No nível Estratégico estabelecem metas de investimento pre-
Criam um ambiente generalizado de computação e comunica- vendo desempenho financeiro, no nível de Gerencia ajudam geren-
ção em vez de aplicações fixas e capacidades específicas. Projeta- tes a supervisionar e controlar recursos financeiros, no de Conheci-
dos para incorporar dados externos como leis e novos concorren- mento fornecem ferramentas analíticas como estações de trabalho
tes, também adquirem informações dos SIG e SAD a fim de obter para aumentar o retorno sobre investimento, e no Operacional
informações resumidas e úteis aos executivos, não só sob forma de monitoram o fluxo de recursos realizados pelas transações como
textos, mas também gráficos projetados para solucionar problemas cheques, pagamentos a fornecedores, relatórios e recibos.
específicos que se alteram seguidamente, através de modelos me-
nos analíticos. Sistemas de Recursos Humanos
Ele é formado por estações de trabalho, menus gráficos, dados Responsável por atrair, aperfeiçoar e manter a força de traba-
históricos e de concorrentes, bancos de dados externos, e possuem lho da empresa. Ajudam a identificar funcionários potenciais e se-
fácil comunicação e interface. lecionar novos, desenvolver talentos e potencialidades. No nível es-
Os Sistemas de Informação se relacionam um com outros a fim tratégico identificam habilidades, escolaridade, tipos de cargo além
de atender os diversos níveis e organizacionais, sendo os SPT a fon- de atender os planos de negócio.
te de dados mais importante para os outros sistemas, os SAEs são No Nível de Gerência monitoram o recrutamento, alocação e
os recebedores de dados de sistemas de níveis inferiores, os outros remuneração de funcionários, no de Conhecimento descrevem fun-
trocam dados entre si. ções relacionadas ao treinamento, elaboração de planos de carreira
Também atendem diferentes áreas funcionais, por isso é im- e relacionamentos hierárquicos entre funcionários e no Operacio-
portante e vantajoso a integração entre eles para há informação nal registram o recrutamento e colocação de funcionários da em-
possa chegar a diferentes partes da organização, no entanto, isto presa. Eles armazenam dados básicos de funcionários como nome
tem alto custo, é demorado e complexo por isso cada organização endereço, telefone, escolaridade, função salário, etc.
deve ligar os setores que acha necessário para atender suas neces-
sidades. Sistema Integrado de Informação e Processos de Negócios
Quanto a função organizacional, os SI se dividem em Sistemas Além de SIs para coordenar atividades e decisões da empresa
de Venda e Marketing, responsável pela venda do produto ou ser- e por setores através dos Sistemas Integrados e Processos de Ne-
viço. O Marketing procura identificar o que os clientes querem con- gócios automatizando o fluxo de informações, também necessitam
sumir e também os melhores clientes, criando e mostrando novos de Sistemas de Informação para gerenciamento de relações com
produtos ou serviços através de propagandas e promoções, já as clientes (CRM) e da cadeia de suprimento (SCM) para coordenar
Vendas contatam os clientes, oferecem os produtos e serviços fe- processos que abrangem diferentes funções empresariais, inclusive
cham pedidos, acompanham o comércio. compartilhadas com clientes e outros parceiros da cadeia de supri-
No nível estratégico eles monitoram e apoiam novos produtos mento.
e oportunidades e identificam o desempenho dos concorrentes. Os Processos de negócio é a maneira como o trabalho é orga-
No nível de Gerencia dão suporte a pesquisas de mercado cam- nizado, planejado e focado para produzir um produto ou serviço de
panhas promocionais e determinação e preços, analisando o de- valor. Pode se dizer que são um conjunto de atividades, fluxos de
sempenho do pessoal de vendas. trabalho, materiais, informações e conhecimentos, mas por outro
No nível de conhecimento apoiam estações de trabalho anali- lado referem-se a maneira da gerencia coordenar o trabalho.
sando marketing e no Operacional dão suporte ao atendimento e
localização de clientes.

306
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Embora cada função empresarial tenha seus processos de ne- redes chamadas setoriais privadas para coordenar pedidos e outras
gócio, eles podem ser Transfuncionais porque ligam fronteiras entre atividades com fornecedores, distribuidores, empresas parceiras e
as principais áreas funcionais e agrupam funcionários de diferentes até mesmo alguns clientes.
especialidades para completar as tarefas. Reprojetar um processo O uso de diversos SIs não integrados em uma organização pode
de negócio exige análise e planejamento para evitar que os siste- dificultar o acesso e compreensão de informações por parte da
mas façam o que a organização não precisa. gerencia e outros níveis organizacionais ou até mesmo apresentar
Os processos de relacionamento entre clientes e fornecedores a informação de forma errada e incompreensível causando grandes
são repensados de forma estratégica, pois com as empresas digi- danos, por isso muitas empresas estão montando ERPs Sistemas de
tais, o comercio eletrônico e a competição global eles tornaram-se Informação de planejamento empresarial que modelam e automa-
cada vez mais exigentes e se a organização não os atendem como tizam os processos de negócio atendendo todos os níveis da em-
quiserem perdem-nos. Por isso os clientes não são mais tratados presa, coletando e armazenando em um único arquivo os principais
como fontes de receita, mas como ativos que precisam ser preser- dados dos processos de negócio podendo ser acessados por todos
vados, tentar conquistar novos clientes também é importante. Atra- os setores da empresa, proporcionando aos gerentes informações
vés do Gerenciamento das relações com o cliente CRM que envolve precisas para coordenar informações diárias da empresa com am-
administração e tecnologia usando SIs para coordenar os processos pla visão dos processos de negócio e fluxo de informações.
de negócio e interações da empresa com clientes, vendas marketing Os Sistemas Integrados geram benefícios, promovem altera-
e serviços. ções em 4 dimensões da empresa: estrutura, processos de gerencia-
Antigamente eram cadastrados apenas alguns dados de clien- mento, plataforma de tecnologia e capacidade. Usados para apoiar
tes em fichas hoje com as ferramentas do CRM e os múltiplos canais estruturas organizacionais e criar uma nova cultura organizacional.
de comunicação armazenam-se dados completos ajudando as em- As informações são estruturadas ao redor de processos de negó-
presas a identificar os melhores clientes e até mesmo o que dese- cio transfuncionais aperfeiçoando relatórios gerenciais e tomada
jam consumir ou consomem mais. de decisões. Eles também oferecem a empresa uma plataforma de
tecnologia de SI única contendo dados de todos os processos de
O Gerenciamento da Cadeia de Suprimento (SCE) negócio. Aumentam a capacidade das empresas em interagir com
É a ligação e coordenação das atividades de compra fabricação todos os níveis da cadeia de suprimento ainda mais se usarem os
e movimentação de um produto para entregá-lo mais rapidamente mesmos softwares para integração, pois assim trocarão dados sem
ao consumidor com baixo custo. A cadeia de suprimento são proces- intervenção manual.
sos de negócios para selecionar matérias primas e transforma-las Mas quando a benefícios sempre a desafios para serem en-
em produtos intermediários e acabados interligando fornecedores, frentados, os SI integrados são difíceis de montar e exigem gran-
indústrias, transporte, varejo, clientes, com seleção de matéria pri- des investimentos em tecnologia, softwares complexos, hardware e
ma, controle de estoque, entrega, ou seja, fornecer serviços desde meios de armazenamento potentes, e mudanças nos processos de
a fonte até o consumidor. Este também inclui a Logística Reversa negócios e atividades.
que é a devolução de produtos identificando o motivo e o produto. As empresas que não aceitarem ou não possuem condições
Enfim o motivo principal é atender a todos evitar a falta de para acompanhar as mudanças não conseguirão integrar processos
produtos e matérias primas para comercialização e fabricação funcionais e empresarias, além do custo também envolve tempo,
respectivamente. Isto quando não ocorre o “Efeito Chicote” a in- cujo atraso na entrega ou implementação do sistema pode acar-
formação é modificada à medida que passa de entidade a entidade retar sua desatualização. Ainda pode ocorrer que as empresas não
(Fornecedor-Fabricante-Distribuidor-Varejo-Cliente), se estes níveis alcancem suas metas se utilizarem ERPs padrões e fiquem desatua-
compartilhassem informações teriam um melhor desempenho. lizadas, pois não atenderão o consumidor da forma que ele exige
Este gerenciamento tem duas formas, ele pode ser: perdendo a competitividade. As menores organizações ou as que
possuem sistemas isolados que atendem suas necessidades podem
a) SPC que é o planejamento da cadeia de suprimentos habili- não optar pelos SIs Integrados.
tando a empresa a gerar previsões de demanda e desenvolver pla- Quando as empresas operam internacionalmente, há diferen-
nos de aquisição de matéria prima e fabricação para um produto; tes maneiras de configurar os SI, baseando-se na estrutura orga-
nizacional, que pode ser Exportadora Nacional, onde as atividades
b) SCE que é a execução da cadeia de suprimentos serve para funcionais são centralizadas no pais de origem, Multinacionais
gerenciar o fluxo de produtos por meio das centrais de distribuição concentram administração e controle financeiro no pais de origem
e depósitos garantindo a entrega dos produtos. deixando produção vendas e marketing em outros países que são
adaptados para atender as condições locais de mercado. As fran-
Para garantir o gerenciamento da cadeia de suprimentos é pre- queadoras projetam, fabricam e financiam o produto no pais de
ciso que os membros da cadeia trabalhem em conjunto para atingir origem, levando a produção, marketing e recursos humanos para
a mesma meta e coordenar melhor os processos de negócio, para outros países. As Transnacionais não possuem sede local única e
isso as empresas estão recorrendo ao Processo Colaborativo que sim diversas e regionais ou mundiais, tendo suas estratégias geren-
é o uso de tecnologias digitais como Internet, Intranet e Extranet ciadas globalmente obtendo vantagens competitivas em cada local
para capacitar as organizações a desenvolver, montar e gerenciar os que está inserida.
produtos durante seu ciclo de vida. Com a evolução da TI e os meios de comunicação as organi-
Muitas empresas hoje são donas e responsáveis por sua pró- zações internacionais ganham mais flexibilidade em seus projetos
pria rede o que diminui custos e facilita o compartilhamento de in- empresariais globais, tendo 4 tipos de configuração: Sistemas Cen-
formações é claro tendo algumas restrições de acesso. Utilizam as tralizados onde o desenvolvimento e a operação ocorre no pais de
origem, Sistemas duplicados, o desenvolvimento ocorre no pais de

307
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

origem e as operações em unidades autônomas localizadas em ou- especial, o planejamento de necessidades que utiliza as informa-
tros países. Sistemas Descentralizados cada unidade e em cada pais ções mais recentes, pode reduzir o estoque, minimizando as incer-
elaboram sistemas específicos. Sistemas em rede o desenvolvimen- tezas em torno da demanda;
to e operação ocorre de modo integrado e coordenado em todas A informação aumenta a flexibilidade permitindo identificar
as unidades. (qual, quanto, como, quando e onde) os recursos que podem ser
Então Sistemas Integrados exigem conhecimento dos proces- utilizados para que se obtenha vantagem estratégica.
sos e níveis empresariais bem como fluxos de informações, sendo Um exemplo de posicionamento estratégico baseado em tec-
determinados pelos gerentes os setores que devem estar ligados nologia de informação é o caso de empresas de entrega expressa. A
para atender as necessidades da empresa de acordo com os recur- Fedex foi a primeira a oferecer serviço de entrega para o dia seguin-
sos tecnológicos e administrativos que ela possui. te em 1973 nos Estados Unidos. No final dos anos 80, com elevados
investimentos em TI, ela passou a ter o controle de todo o ciclo do
Sistemas de Informações Logísticas pedido do cliente. Com isso podia manter total rastreabilidade do
Os sistemas de informações logísticas funcionam como elos pedido.
que ligam as atividades logísticas em um processo integrado, com- Outro exemplo de como a informação tem grande importân-
binando hardware e software para medir, controlar e gerenciar as cia na logística é a interação entre fabricantes e varejistas no ge-
operações logísticas. Estas operações tanto ocorrem dentro de uma renciamento da cadeia de suprimentos, promovida no Brasil pelo
empresa específica, bem como ao longo de toda cadeia de supri- Movimento ECR Brasil. Com tal prática, algumas redes varejistas
mentos. começam a disponibilizar informações do ponto de venda para seus
Podemos considerar como hardware desde computadores e fornecedores de modo que estes sejam responsáveis pelo ressu-
dispositivos para armazenagem de dados até instrumentos de en- primento automático dos produtos. Isto reduz consideravelmente
trada e saída do mesmo, tais como: impressoras de código de bar- o custo com estoque dos varejistas e possibilita aos fabricantes ter
ras, leitores óticos, GPS, etc. Software inclui sistemas e aplicativos / melhor previsibilidade da demanda, propiciando uma utilização de
programas usados na logística. recursos mais racionalizada.
Os sistemas de informações logísticas possuem quatro diferen-
tes níveis funcionais:
a) sistema transacional,
b) controle gerencial,
c) apoio à decisão e
d) planejamento estratégico.

O papel da informação na logística26


O fluxo de informações é um elemento de grande importância
nas operações logísticas. Pedidos de clientes e de ressuprimento,
necessidades de estoque, movimentações nos armazéns, docu-
mentação de transporte e faturas são algumas das formas mais co-
muns de informações logísticas.
Antigamente, o fluxo de informações baseava-se principal-
mente em papel, resultando em uma transferência de informações Figura: Funcionalidades de um Sistema de Informações Logís-
lenta, pouco confiável e propensa a erros. O custo decrescente da ticas
tecnologia, associado a sua maior facilidade de uso, permitem aos
executivos poder contar com meios para coletar, armazenar, trans- O formato piramidal apresentado na figura sugere que a imple-
ferir e processar dados com maior eficiência, eficácia e rapidez. mentação de um sistema transacional robusto é a base que susten-
A transferência e o gerenciamento eletrônico de informações ta o aprimoramento dos outros três níveis.
proporcionam uma oportunidade de reduzir os custos logísticos A seguir será analisado cada um dos níveis, ressaltando a im-
através da sua melhor coordenação. Além disso, permite o aperfei- portância para a competitividade logística da empresa.
çoamento do serviço baseando-se principalmente na melhoria da
oferta de informações aos clientes. Sistema Transacional
Tradicionalmente, a logística concentrou-se no fluxo eficiente É a base para as operações logísticas e fonte para atividades de
de bens ao longo do canal de distribuição. O fluxo de informações planejamento e coordenação. Através de um sistema transacional,
muitas vezes foi deixado de lado, pois não era visto como algo im- informações logísticas são compartilhadas com outras áreas da
portante para os clientes. Além disso, a velocidade de troca/transfe- empresa, tais como: marketing, finanças, entre outras.
rência de informações limitava-se à velocidade do papel. Um sistema transacional é caracterizado por regras formaliza-
Os clientes percebem que informações sobre status do pedido, das, comunicações interfuncionais, grande volume de transações e
disponibilidade de produtos, programação de entrega e faturas são um foco operacional nas atividades cotidianas. A combinação de
elementos necessários do serviço total ao cliente; processos estruturados e grande volume de transações aumenta a
Com a meta de redução do estoque total na cadeia de supri- ênfase na eficiência do sistema de informações.
mento, os executivos percebem que a informação pode reduzir de A partir dele, ocorre o principal processo transacional logístico:
forma eficaz as necessidades de estoque e recursos humanos. Em o ciclo do pedido. Com isso, todas as atividades e eventos perten-
centes a este ciclo devem ser processados: entrada de pedidos, che-
cagem de crédito, alocação de estoque, emissão de notas, expedi-
26 http://www.tecspace.com.br/paginas/aula/faccamp/TI/

308
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ção, transporte e chegada do produto ao cliente. Informações sobre Em geral, as empresas que não possuem um sistema integrado en-
tais atividades/eventos, devem estar prontamente disponíveis, vis- frentam problemas na implementação destas ferramentas no que
to que o status do pedido é uma questão cada vez mais necessária diz respeito à conectividade com o sistema utilizado.
para um bom serviço ao cliente. Em ambos os tipos de ferramentas de apoio à decisão, exige-se
A falta de integração entre operações logísticas é um problema que o nível de expertise dos usuários seja elevado para lidar com
comumente encontrado em sistemas transacionais que não estão as dificuldades na implementação e utilização. Caso contrário, exis-
sob um sistema de gestão integrada. Isto pode ocorrer basicamente te necessidade de treinamento específico, o que ocorre na maioria
em três instâncias: dos casos.
- Entre atividades logísticas executadas dentro da empresa;
- Entre instalações da empresa; Planejamento Estratégico
- Entre a empresa e outras pertencentes à cadeia de suprimen- No planejamento estratégico as informações logísticas são sus-
tos ou prestadores de serviços logísticos. tentáculos para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da estraté-
gia logística. Com frequência, as decisões tomadas são extensões
Controle Gerencial do nível de apoio à decisão, embora sejam mais abstratas, menos
Este nível permite com que se utilize as informações disponí- estruturadas e com foco no longo prazo. Como exemplo, podemos
veis no sistema transacional para o gerenciamento das atividades citar as decisões baseadas em resultados de modelos de localização
logísticas. A mensuração de desempenho inclui indicadores: finan- de instalações e na análise da receptividade dos clientes à melhoria
ceiros, de produtividade, de qualidade e de serviço ao cliente. de um serviço.
De maneira geral, existe grande carência de indicadores / rela-
tórios de desempenho nas empresas brasileiras. Entre os principais Sistemas de Gestão Empresarial
fatores estão a ausência de um sistema transacional que possua Cada vez mais empresas brasileiras de médio e grande porte
todas as informações relevantes e de visão sobre as vantagens de e de vários setores da economia vêm implementando sistemas de
controlar as operações logísticas. gestão empresarial - ERP. Este tipo de sistema visa resolver proble-
Um exemplo disso, é a mensuração da disponibilidade de pro- mas de integração das informações nas empresas, visto que antes
dutos, ou seja, indicadores que apontem o percentual de pedidos elas operavam com muitos sistemas, caracterizando em alguns ca-
que foram entregues completos; sos “uma verdadeira colcha de retalhos”, o que inviabilizava uma
A presença de relatórios que tratam exceções é fundamental gestão integrada. Além disso, a implementação de um sistema ERP
para um bom gerenciamento, visto que as operações logísticas se permite que as empresas façam uma revisão em seus processos,
caracterizam pelo intenso fluxo de informações. Por exemplo, um eliminando atividades que não agregam valor.
sistema de controle proativo deve ter capacidade de prever futuras Associando sistemas ERP à funcionalidade de sistemas de in-
faltas no estoque com base nas previsões de demanda e recebi- formações logísticas, podemos verificar claramente que o principal
mentos previstos. objetivo de um sistema ERP, sob o ponto de vista logístico, é atuar
Um conceito cada vez mais utilizado nas empresas é o de Data como um sistema transacional, solucionando problemas com a au-
Warehouse (DW). Como o nome sugere, armazena dados históricos sência de integração entre atividades logísticas.
e atuais de várias áreas da empresa em um único banco de dados Porém, nem todas as implementações de ERP consideram as
com o objetivo de facilitar a elaboração de relatórios. O processo atividades logísticas de maneira integrada, isto resulta da falta de
de desenvolvimento de um DW fornece uma oportunidade para a foco na logística, o que após o processo de implementação pode
empresa rever e formalizar objetivos, planos e estratégia. trazer uma série de problemas para a gestão da logística.
Como exemplo podemos ter a seguinte situação: o responsável
Apoio à Decisão pelo transporte não possui informação sobre o status do pedido,
Esta funcionalidade caracteriza-se pelo uso de softwares para que contém dados sobre a alocação de estoque (disponibilidade) e
apoiar atividades operacionais, táticas e estratégicas que possuem sobre a data limite de expedição. Com isso, torna-se impraticável o
elevado nível de complexidade. Sem o uso de tais ferramentas, mui- processo de consolidação de cargas.
tas decisões são tomadas baseadas apenas no feeling, o que em Os principais sistemas ERP disponibilizam uma vasta possibi-
muitos casos aponta para um resultado distante do ótimo. Entre- lidade de gerar relatórios e fornecer indicadores de desempenho
tanto, se elas forem usadas, existe significativa melhoria na eficiên- pré-configurados para mensuração, análise e controle. Entretanto,
cia das operações logísticas, possibilitando, além do incremento do nem sempre as necessidades das empresas são atendidas. Com
nível de serviço, reduções de custos que justificam os investimentos isso, surge a necessidade de especificar estruturas de relatórios
realizados. adequadas a operação da empresa.
Existem diferenças entre as aplicações de ferramentas de apoio A adoção de um Data Warehouse27 (depósito de dados digitais
à decisão. Algumas são operacionais, pois estão voltadas para ope- que serve para armazenar informações detalhadas relativamente
rações mais rotineiras, tais como: programação e roteamento de a uma empresa, criando e organizando relatórios através de his-
veículos, gestão de estoque, etc. Por outro lado, existem ferramen- tóricos que são depois usados pela empresa para ajudar a tomar
tas que atuam mais tática e estrategicamente, tais como: localização decisões importantes com base nos fatos apresentados) favorece
de instalações, análise da rentabilidade de clientes e etc. A aplica- bastante este processo.
ção destas ferramentas vai depender principalmente da complexi- Embora um sistema ERP possua atributos que contribua para
dade existente nas atividades logísticas e de seu custo/benefício. melhorar a gestão na empresa, ele não possui ferramentas de apoio
Ferramentas que tendem a ser mais operacionais, devem estar à decisão. Vários fornecedores deste tipo de sistema investiram em
inteiramente conectadas com o sistema transacional, de modo que parcerias e aquisições para disponibilizar ferramentas de apoio à
os inputs sejam informações atualizadas e no formato adequado. 27 https://www.significados.com.br/data-warehouse/

309
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

decisão que auxiliem na melhoria da eficiência das operações lo- De acordo com Chiavenato (2010), o relacionamento inter-
gísticas na empresa e na cadeia de suprimentos, como forma de pessoal é uma variável do sistema de administração participativo,
preencher esta lacuna. que representa o comportamento humano que gera o trabalho em
equipe, confiança e participação das pessoas. “As pessoas não atu-
Softwares de apoio à decisão am isoladamente, mas por meio de interações com outras pessoas
A presença do sistema ERP está fortemente relacionada com para poderem alcançar seus objetivos” (CHIAVENATO, 2010, p. 115).
aspectos transacionais e de execução de atividades operacionais, Manter um bom relacionamento é imprescindível, o sucesso
servindo como base para uma série de aplicações de apoio à de- no dia a dia, na convivência com pessoas e também no ambiente
cisão. profissional depende muito de como você trata as pessoas a sua
As ferramentas logísticas mais comuns encontradas no mer- volta, não se pode escolher com quem trabalhar, ou com quem
cado são para as seguintes áreas: programação e roteamento de dividir uma mesa no trabalho, somos “convidados” a lidar com as
veículos, previsão da demanda, gerenciamento do armazém e pla- diferenças em todos os aspectos.
nejamento de estoques. Um relacionamento interpessoal saudável entre o líder e seus
Vale destacar que os sistemas ERP possuem módulos de geren- liderados facilita no desbloqueio da insegurança que rodeiam os co-
ciamento de armazéns, cujo principal objetivo é gerenciar o fluxo laboradores no dia a dia, o respeito e admiração trazem harmonia
de informações, através do controle de posições e lote, regra FIFO, para o ambiente de trabalho.
entre outras funcionalidades. Entretanto, funções relacionadas com O aprimoramento deste relacionamento é diário, construído
a existência de inteligência não são disponibilizadas. aos poucos e deve ser regado para que futuras frustrações e discór-
Duas ferramentas que não foram comentadas anteriormente dias no trabalho não venham a aparecer.
merecem destaque, principalmente pela pouca difusão nas empre- Algumas vezes, lidar com as diferenças causa incompatibilida-
sas brasileiras dos conceitos que as norteiam. de, desentendimentos, problemas, que devem ser solucionados a
O primeiro é o módulo informações sobre a demanda. Nele partir do bom relacionamento e diálogo entre os colaboradores,
são armazenados dados mercadológicos sobre a concorrência, da- pois, “pequenas ações são as sementes dos grandes resultados”
dos obtidos a partir dos PDV (ponto de venda) de seus principais (ALBUQUERQUE, 2012, p. 85).
clientes varejistas e ações promocionais tomadas pela empresa. O “As relações interpessoais desenvolvem-se em decorrência do
objetivo é fornecer mais informações para o processo de previsão processo de interação” (MOSCOVICI, 2011, p. 69). É uma maneira
da demanda. de conhecer mais, aprender com situações diversas no grupo social,
O segundo trata-se do módulo informações de transporte que vivenciando e trocando informações.
armazena dados referentes ao transporte, como frete e tempo de Interagir com o outro ou se comunicar muita das vezes se torna
trânsito, visando auxiliar na otimização da rede logística, bem como uma tarefa complicada, quando essa prática costuma falhar alguns
no planejamento de transporte, que determina o melhor modal conflitos surgem e não são fáceis de serem resolvidos. O ser hu-
para certas rotas. mano é envolvido por sentimentos, sensações e quase nunca pela
As vantagens competitivas são obtidas através da utilização de razão, para se trabalhar em equipe é necessário a flexibilidade e
redes de comunicação e sistemas informáticos que interconectem compreensão, afinal realizar tarefas em equipe e estar no meio de
empresas, clientes e fornecedores, aumentando a produtividade, pessoas no ambiente de trabalho pode gerar eficiência nas ativi-
logística e lucratividade, dentre outros benefícios às organizações dades e os objetivos lançados são alcançados com mais facilidade.
empresariais. “Influenciar pessoas é conseguir colaboração e cooperação.
A cooperação vai além do favor, que é uma gentileza espontânea,
além da obrigação e do poder de mando” (ALBUQUERQUE, 2012, p.
TÉCNICAS DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO. 84). As pessoas se sentem parte do grupo quando podem colaborar.
O trabalho em equipe também é muito característico do rela-
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em cionamento interpessoal, o individuo precisa aprender a trabalhar
tópicos anteriores. dentro de uma organização.
Equipe é considerada um “conjunto ou grupo de pessoas com
habilidades complementares, comprometidas umas com as outras
RELAÇÕES HUMANAS E RELAÇÕES PÚBLICAS.
pela missão comum, objetivos comuns, obtidos pela negociação en-
tre os membros envolvidos em um plano de trabalho bem difundi-
— Relacionamento interpessoal do” (CARVALHO, 2009, p. 94).
Para Albuquerque (2012), uma maneira de desenvolver a in- As empresas necessitam de funcionários qualificados e com
dividualidade de cada ser é aprender a aceitá-los como são, pois desenvoltura, transformar um grupo em equipe é um grande de-
assim nos adaptamos a cada um, construindo um comportamento safio, os funcionários estão cada dia mais isolados uns dos outros,
tolerante. Quando estamos dispostos a aceitar as pessoas, conse- possuem egoísmo e temem se aproximar demais do outro temendo
quentemente nos tornamos mais flexíveis e observadores, o que perder a vaga para um colega da mesma equipe. Gestores estão
facilita o convívio, o aprendizado, e a capacidade de desenvolver-se, a procura de pessoas que pensam juntas, desenvolvem juntas e
descobrindo valores a partir de fraquezas de outros. buscam crescimentos visando os lucros da empresa, hoje em dia
Mesmo sendo impossível agradar a todos o ser humano ne- funcionários estão sendo desligados por falta destas características.
cessita entender que precisa conviver com as pessoas a sua volta,
ninguém consegue viver sozinho, por isso tratar as pessoas bem ou
saber lhe dar com a presença de vários a sua volta é o mínimo que
se precisa diante de uma sociedade em decorrente ascensão.

310
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Muitos visam somente o salário no começo do mês ou benefí- O ideal é envolver os colaboradores certos na área certa e no
cios que a empresa pode oferecer a ele, é necessário abrir a mente, local correto, resultados positivos virão e uma gestão mais eficaz
pensar e agir alto, ter ações que vão deixar a empresa orgulhosa de irá surgir.
ter um funcionário que possua os valores da organização, proativo Baseado nos conceitos acima se entende que a comunicação
e faz acontecer na área de atuação. interna exerce um importante papel dentro das empresas, através
A comunicação é uma poderosa ferramenta capaz transformar dela os colaboradores executam suas funções de forma mais objeti-
situações, resolver conflitos e também esclarecer fatos embaraço- va e de acordo com os negócios da organização.
sos decorrentes do dia a dia, bem como ser gentil e educado no Para DUBRIN (2003) os canais formais de comunicação são os
ambiente de trabalho. caminhos oficiais para envio de informações dentro e fora da em-
Além de influenciar os outros, uma boa comunicação contribui presa, tendo como fonte de informação o organograma organiza-
para a imagem de si mesmo, em um ambiente de trabalho não é cional, que indica os canais que a mensagem deve seguir.
diferente, saber conversar com o gestor ou com a equipe de traba- A metodologia utilizada neste trabalho foi à pesquisa de cam-
lho é necessário, expressar ideias, expor opiniões, concordar com po, onde foi elaborado um questionário fechado com perguntas
palavras e atitudes que vão levar a empresa a resultados positivos direcionadas ao relacionamento interpessoal dentro das organiza-
é essencial. ções.
A comunicação é uma “ferramenta muito poderosa para o co- O uso do questionário para Luz (2003) é a técnica mais utilizada
mando, tanto que é considerada uma das competências essenciais nas pesquisas de clima, pois permite o uso das questões abertas ou
para o êxito profissional. Nos relacionamentos humanos tem seu fechadas, o custo é relativamente baixo, e pode ser aplicada a todos
valor potencializado” (ALBUQUERQUE, 2012, p. 104). ou só a uma amostra de colaboradores.
A dificuldade em expressar ideias ou falar em público existe e A escolha do questionário com questões fechadas deu-se pelo
acompanha diversas pessoas, somente o fato do colaborador saber fato dos resultados obtidos serem mais reais, o leitor e responsável
que precisa apresentar sua proposta em uma reunião ou expor sua por responder as perguntas necessita de mais atenção e compro-
opinião em algo importante dentro da organização gera medo e an- metimento em analisar e interagir com o responsável pela pesquisa.
siedade. O desenvolvimento pessoal de cada profissional é neces- O questionário elaborado foi aplicado a gestores de uma em-
sário, aperfeiçoar nas habilidades propostas deixa de lado o fato de presa, logo em seguida os dados foram abordados e analisados sob
não entregar o trabalho ofertado pela empresa. uma estatística, objetivando descrever qual o grau de satisfação e
Um assunto mal falado gera confusão de informações tornando de interesse dos mesmos em seus subordinados.
o ambiente de trabalho confuso e tenso, a união do relacionamento Através do gráfico 4.3 podemos observar que as mulheres
interpessoal com uma boa comunicação torna-se eficaz diante de possuem maior dificuldade no relacionamento interpessoal dentro
uma organização que necessita de colaboradores fluentes e certos desta organização. Não foi identificada a quantidade de homens e
do seu papel no trabalho. mulheres em cada área, porem com este questionário foi possível
“O desenvolvimento de competência interpessoal exige a aqui- identificar que o publico feminino tem certa dificuldade em se re-
sição e o aperfeiçoamento de certas habilidades de comunicação lacionar.
para facilidade de compreensão mútua” (MOSCOVICI, 2011, p. 102). Mesmo possuindo certa dificuldade com as colaboradoras,
Existem vários elementos primordiais e fundamentais dentro este índice não prejudica a gestão dos gerentes, conforme gráfico
da comunicação e que devemos utilizar em nosso dia a dia. 4.4 podemos ver que é maior a satisfação dos gestores quando hou-
Elementos - Segundo NASSAR (2005, p. 51), a estrutura comu- ve falar em relacionamento interpessoal.
nicacional possui quatro características essenciais. Tais como: Emis- Olhando de um modo geral os colaboradores conseguem se
sor – está ligado a organização é quem inicia a mensagem; Meio ou adequar uns aos outros e também com a empresa, a organização
Canal de transmissão – ligado as ferramentas de comunicação, é o oferece benefícios que fazem com que os mesmos se sintam moti-
meio através do qual é transmitida a mensagem; Receptor – público vados a trabalhar em equipe.
interno, a quem a mensagem é dirigida e as Respostas ou Feedback Lacombe (2005) afirma que a satisfação do pessoal com o am-
– que são os resultados obtidos. biente interno da empresa está vinculada a motivação, á lealdade
Obstáculos – Algumas palavras transmitidas não possuem o e á identificação com a empresa, facilitando, assim, a comunicação
mesmo significado para o emissor e receptor, surge então proble- interna e o relacionamento entre as pessoas.
mas devido diferenças de interpretação.
Para que a importante comunicação exerça seu papel dentro — Relações humanas
das empresas é necessário as ferramentas citadas acima, através O principal conceito dessa teoria administrativa é procurar
delas as pessoas terão mais facilidade em transmitir suas ideias e identificar e entender os sentimentos dos trabalhadores, bem como
opiniões e também de ouvir o que está sendo falado. relacionar essas emoções com as atividades por eles desempenha-
A valorização do seu quadro de pessoal é primordial para que das.
a empresa cresça e dê frutos, através disto os colaboradores se tor- Em outras palavras, é quando o colaborador deixa de ser trata-
naram mais satisfeitos e comprometidos com seu trabalho e com as do apenas como um “homem profissional” e começa a ser analisa-
atividades designadas. do por um viés mais humano, como um “homem social”, que tem
Para ARGENTI (2006, p. 169), “A comunicação interna no sé- um comportamento complexo e mutável.
culo XXI envolve mais do que memorandos e publicações; envolve Assim, o seu desempenho não poderia ser avaliado apenas pe-
desenvolver uma cultura corporativa e ter o potencial de motivar a los números finais apresentados, mas por todo o processo de pro-
mudança organizacional”. dução.

311
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Surgem aí questões como: o que o levou a produzir assim? Por Na primeira equipe, a experimental, as colaboradoras deve-
que em determinado mês ele tinha uma performance melhor ou riam desempenhar suas funções com uma exposição variável de
pior? luz. Ora elas recebiam mais luminosidade, ora menos.
Tudo começou a fazer parte de uma questão maior e, a partir No time dois, o de controle, as trabalhadoras produziam com
de então, fatores externos ao ambiente organizacional passaram a uma exposição constante à luz.
ser observados como elementos impactantes na mensuração dos O resultado foi que, em ambos os casos, a eficiência aumentou.
resultados. Foi, então, que os pesquisadores procuraram entender o que
levava a isso.
Características da teoria das relações humanas Depois de aumentar, diminuir e deixar os dois grupos em uma
Também conhecida como Escola das Relações Humanas, essa exposição contínua de luz, a conclusão foi de que a melhora no de-
teoria se baseava em três princípios básicos, que contrastavam com sempenho se dava mais por um fator psicológico do que algo fisio-
o modelo vigente até então, chamado de clássico ou mecanicista. lógico.
Ou seja, as mulheres se viam mais pressionadas a produzirem,
Confira as suas principais características: muito em função da pressão colocada sobre elas do que propria-
1 – O homem não é somente um ser mecânico, pois suas ações mente por uma mudança drástica causada pela luz.
são muito mais complexas do que as de uma máquina Por isso, os resultados encontrados nessa primeira fase foram
2 – Todo ser humano tem seu comportamento direcionado pelo deixados à margem do experimento.
sistema social, em conjunto com as suas necessidades biológicas
3 – As pessoas precisam de alguns elementos fundamentais – Segunda fase:
para viver, tais como: carinho, aprovação social, influência, prote- A segunda fase também era composta por dois grupos.
ção e autorrealização. Um deles era formado por seis moças, sendo que cinco delas
realizavam o trabalho de montar as relés – parte dos aparelhos te-
• Como surgiu a teoria das relações humanas? lefônicos – e a outra era responsável por prestar ajuda a elas, alcan-
A teoria das relações humanas surgiu no período entre o final çando ferramentas para abastecer o trabalho. Esse era o chamado
da década de 1920 e início da década de 1930, nos Estado Unidos. time experimental.
Na época, o país vivia a chamada Grande Depressão, que cul- O outro grupo era formado por apenas cinco funcionárias e um
minou com a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929. contador, que contabilizava o número de peças produzidas. Essa era
O movimento, então, aparece como uma tentativa de encon- a equipe de controle.
trar respostas para os problemas econômicos vividos no país. O estudo foi dividido em 12 períodos e identificou que o time
Soluções que até então eram inquestionáveis passaram a ser experimental produziu melhor, pois a supervisão era mais branda
problematizadas. e não havia aquela cobrança induzida pelo instrumento que fazia a
Tudo o que os empresários e a população em geral queriam quantificação do trabalho.
naquele momento era se reerguer como nação. No cenário um, o ambiente mais amistoso possibilitava um cli-
Justamente por isso, a teoria traz uma nova visão administra- ma mais descontraído, no qual as colegas passaram a ficar amigas e
tiva para as empresas, com o intuito de rever o entendimento do a construir uma boa relação fora dali.
capital humano dentro das organizações. Isso sem falar nos sentimentos de colaboração e de empatia,
também bastante reforçados.
Experiência de Hawthorne Era o oposto do encontrado no grupo de controle, no qual a
O grande marco da teoria das relações humanas foi a chamada competitividade imperava e o individualismo tomava conta.
“experiência de Hawthorne”.
Hawthorne é um bairro da cidade de Chicago, onde ficava a – Terceira fase:
Western Electric Company, empresa de componentes telefônicos Nesse momento, as questões físicas começaram a ser deixadas
na qual foi realizado o primeiro estudo, dividido em quatro etapas e um pouco de lado para dar mais atenção ao emocional e às relações
conduzido por Elton Mayo e Fritz Roethlisberger. interpessoais no trabalho.
Os dois professores da Universidade de Harvard foram contra- Foi quando iniciou o programa de entrevistas, que tinha como
tados para analisar a produtividade dos funcionários e a sua relação objetivo ouvir as opiniões dos funcionários a respeito de suas atri-
com as condições físicas de trabalho. buições.
O objetivo era entender como eles se sentiam ao realizar deter-
Elton Mayo minadas atividades e também como mudanças dentro da empresa
Elton Mayo é considerado por muitos como o pai da teoria das poderiam ser conduzidas e em quais aspectos.
relações humanas. No início, essas conversas eram dirigidas: o entrevistador con-
O pesquisador australiano foi o principal responsável pela me- duzia o bate-papo conforme desejava.
todologia da experiência de Hawthorne, assim como pela sua apli- No entanto, com o passar do tempo, os diálogos se tornaram
cação. mais livres e os colaboradores podiam abrir o coração e falar aber-
tamente sobre os seus anseios.
– Primeira fase: Durante as entrevistas, foi descoberta uma organização com-
Conhecida como estudos de iluminação, essa etapa contava posta pelos operários, algo informal, mas muito sério, que servia
com dois grupos de funcionárias que realizavam o mesmo tipo de como uma rede de apoio para que a classe se protegesse dos even-
atividade, só quem em condições distintas. tuais desmandos das chefias.

312
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Quarta fase: O comportamento teve atenção total dos chamados autores


A quarta e última fase se propôs, justamente, a entender um humanistas, que viam nos operários gente de carne e osso, que
pouco mais sobre esse movimento iniciado pelos empregados. também tem anseios, dificuldades e sentimentos irracionais.
A ideia foi de apresentar uma alternativa que poderia ser van- – Quais são as críticas à teoria das relações humanas?
tajosa para todos os funcionários: que tal oferecer aumento às Mas como nem tudo são flores, também existem muitas críti-
equipes caso houvesse um crescimento geral da produção? cas referentes a alguns métodos desenvolvidos pelos pensadores
De pronto, a maioria aceitou e o que se observou foi um senti- da teoria.
mento de solidariedade total.
Cada trabalhador ajudava o outro, a fim de que todos conse- Conheça os pontos mais desaprovados dentro da escola das
guissem cumprir suas metas e, assim, aumentassem os seus salá- relações humanas:
rios ao final do mês.
Foi criada uma uniformidade de comportamento, de modo que – Negação total de outras teorias
todos tinham que produzir em um determinado ritmo, com um ní- É natural que um pensamento surja para contrapor uma norma
vel de exigência que pudesse ser acompanhado pelos demais. vigente. No entanto, para muitos estudiosos, a teoria das relações
humanas simplesmente negou todos os preceitos das chamadas
Conclusão da experiência teorias clássicas e não debateu nem confrontou nenhum posicio-
A experiência de Hawthorne não trouxe só uma, mas inúmeras namento anterior.
conclusões, que serviram como verdadeiras bandeiras para a teoria
das relações humanas. – Desvio do principal problema das indústrias
Nos próximos tópicos, vamos trazer detalhes sobre elas. Muitos críticos defendem que a falta de produtividade nas em-
presas ainda não tem uma resposta conclusiva.
– Produtividade e interação social Segundo eles, o que a teoria das relações humanas fez foi ma-
Diferentemente do que defendiam as teorias clássicas, que quiar o problema, melhorando as relações de trabalho e valorizan-
entendiam que o desempenho profissional estava baseado única e do o empenho coletivo.
exclusivamente em questões fisiológicas e físicas, a escola das rela-
ções humanas trouxe o contraponto, que relacionava produtividade – Visão romântica do trabalhador
e interação social. Essa objeção vai muito ao encontro do que foi citado no item
Ou seja, quanto mais uma equipe trabalhar em sintonia, me- anterior.
lhores vão ser os resultados alcançados. Os defensores da escola das relações humanas acreditavam
que um trabalhador feliz teria um desempenho melhor, mas muitos
– A influência do grupo no pensamento individual argumentam que isso nem sempre representa a realidade.
A reação dos trabalhadores não acontece de forma isolada,
mas sim como membros de uma coletividade. – Baixo nível de amostragem em seus estudos
Isso fica evidente ao observar a maneira como todos procuram Outro ponto bastante criticado é a limitação do campo expe-
se adequar a determinados padrões e evitar punições por não se- rimental. Afinal, como basear um experimento em um grupo tão
guirem uma diretriz aceita pelo grande grupo. pequeno?
Autores resistentes à teoria defendem que as pesquisas deve-
– O reconhecimento além do monetário riam ser aprofundadas para se alcançar resultados mais conclusi-
Receber um aumento é importante, é claro. Mas o que a teo- vos.
ria das relações humanas busca mostrar é que o trabalhador busca
uma aprovação social, mais do que qualquer reajuste salarial. Ele Escola das relações humanas e seus teóricos
também deseja participar das atividades em grupo com maior re- Como já dito, Elton Mayo é considerado o maior expoente da
presentatividade e da criação de outras estruturas organizacionais. escola das relações humanas. Mas isso não significa dizer que ele é
Quem foi que disse que a única estrutura possível dentro de o único.
uma empresa é a tradicional, aquela montada pelos gestores? Nomes como o próprio Fritz Roethlisberger, co-autor da expe-
A teoria das relações humanas mostrou o contrário, com os riência de Hawthorne, William Dickson e Idalberto Chiavenato tam-
próprios operários montando o seu próprio grupo classista. bém contribuíram com temas relevantes para a área.

– A especialização e a troca de funções Roethlisberger e Dickson


A especialização não era vista como uma forma de tornar uma Juntos, os pesquisadores lançaram em 1939 a obra “Manage-
empresa mais eficaz. Na verdade, a busca por mais capacitação era ment and the worker”, na qual analisaram um grupo de emprega-
a oportunidade que os profissionais tinham de se livrar da rotina dos trabalhando.
monótona e repetitiva de seus cargos. Entre outros elementos, o livro trouxe contribuições importan-
Assim, era possível buscar uma promoção e trocar de função tes para a corrente teórica, enfatizando, por exemplo, que costu-
dentro da organização. mes e códigos de comportamento eram mais importantes do que
incentivos financeiros.
– Foco maior nos sentimentos do trabalhador Além disso, os autores abordaram o desenvolvimento natural
A maior conclusão tirada da teoria das relações humanas foi, da liderança. Segundo eles, essa é uma habilidade inata, mas que
sem dúvidas, o aprofundamento do lado social do profissional. pode ser aprimorada.

313
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Em outras palavras, você pode se tornar o líder que tanto de- A motivação foi um deles, entendendo que um indivíduo moti-
seja ser. vado tem maior propensão a atingir um objetivo pré-determinado
Ainda de acordo com Roethlisberger e Dickson, todas as pes- do que aquele que já não tem perspectivas.
soas têm necessidades sociais, que são tão importantes quanto às Em um primeiro momento, isso parece uma dedução lógica,
físicas. mas foi fazendo com que cada vez mais e mais empresas se preo-
Em outras palavras, o lado técnico e humano estão intimamen- cupassem em manter seus colaboradores dispostos e comprome-
te ligados e, para a compreensão total de um trabalhador, precisam tidos, inclusive a partir de incentivos e melhorias na qualidade do
ser analisados em conjunto. ambiente organizacional.28

Chiavenato
Idalberto Chiavenato é um pensador contemporâneo da teoria
NOÇÕES DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
das relações humanas.
O escritor brasileiro tem diversos livros publicados nas áreas de Como aprendemos anteriormente, a NR-6 é a norma que estabe-
administração de empresas e de recursos humanos. lece e define os tipos de EPIs que as empresas estão obrigadas a forne-
Com algumas adaptações para a realidade atual em relação ao cer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho o exigir,
texto original da Escola, como a correlação da satisfação profissio- a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
nal e os índices de turnover, por exemplo, Chiavenato é visto como De acordo com o dicionário Aurélio, código é o sistema de sím-
um dos maiores pensadores dos processos administrativos corpo- bolos que permite a representação de uma informação; e sigla é
rativos no mundo. o conjunto dasletrasiniciais dos vocábulos que formam um nome
próprio, normalmente utilizado como abreviaturas, por exemplo,
Qual a importância da teoria das relações humanas para as NR, que representa Norma Regulamentadora.
empresas? Os códigos, os símbolos, as abreviaturas, as siglas são bastante usa-
Criada há quase um século, a teoria das relações humanas ain- dos quando se trata de saúde e segurança do trabalho. As especificações
da é bastante atual e tem diversos pontos que podem ser explora- previstas nas leis de segurança do trabalho são fiscalizadas pelos órgãos
dos nos dias de hoje. competentes, neste caso, o MTE é o órgão federal fiscalizador.
Caro aluno, agora, imagine você trabalhando em um ambiente
A importância de olhar e valorizar o colaborador hospitalar. Um ambiente destes oferece muitos riscos para a sua
Um dos principais ensinamentos da teoria que pode ser trazido saúde, como o contato com bactérias, fungos, bacilos, parasitas,
para a atualidade é o de que o colaborador é parte fundamental do protozoários, vírus, considerados riscos biológicos. Além de ou-
desempenho da empresa e que, como tal, precisa ser valorizado. tros riscos, como a radiação ionizante proveniente de máquinas de
Por isso, enfatizar questões sociais e humanísticas defendidas pela raio-x. Lembre-se, no local em que você pode estar trabalhando,
teoria é algo que deve ser feito, mesmo 90 anos depois. existem placas avisando dos riscos e da proibição. E você precisa
Valorizar esse profissional significa dar todas as condições para conhecer estes riscos para se proteger e adotar as medidas cabíveis.
que ele desempenhe o seu papel da melhor maneira possível, além O tema que estamos tratando, formas de prevenção de aciden-
de recompensar sua atuação acima da média. tes, aborda muitos símbolos e códigos. Você sabe de quais códigos
Escutar o que ele tem a dizer, suas principais necessidades e estamos falando? Vamos conhecer um pouco mais de cada símbolo
suas inseguranças, é um meio de oferecer esse suporte, assim como utilizado nesta disciplina.
dar feedbacks constantes. O primeiro é o SST. Este é o código da disciplina chamada Segu-
Como medir o desempenho do colaborador? rança e Saúde no Trabalho, que visa, por meio de leis e princípios,
Garantir a valorização do seus funcionários é certeza de uma buscar a diminuição dos riscos existentes no ambiente de trabalho,
produtividade mais elevada e com qualidade. conseguir um meio ambiente de trabalho saudável e que não propi-
Mas como se certificar de que esse desempenho é, de fato, cie acidentes e doenças de trabalho.
aquele esperado? Bom, também existem as NRs, normas regulamentadoras. Nas
Quanto a isso, você pode ficar tranquilo. Existem formas de 36 normas existentes, existem muitos códigos espalhados, e iremos
mensurar a performance do seus colaboradores. aprendê-los.
Resolução de situações com a avaliação de desempenho Você deve estar se perguntando agora:
Com os Key Performance Indicators (KPIs), popularmente co- Mas por que preciso aprender os códigos utilizados nestas nor-
nhecidos como indicadores de performance, é possível recolher da- mas, isso realmente é importante?
dos confiáveis para basear uma avaliação de desempenho. Muito! Imagine trabalhar em um ambiente hospitalar que pos-
Existem diferentes tipos, capazes de avaliar questões como sui muitos riscos para a sua saúde.
produtividade, eficácia e vendas, por exemplo. Riscos como contato com bactérias, fungos, bacilos, parasitas,
Basta escolher as melhores opções para o seu caso e manter protozoários, vírus, os chamados riscos biológicos. Além de outros ris-
um acompanhamento contínuo. cos, como a radiação ionizante proveniente de máquinas de raio-x.

Teoria das relações humanas e o ciclo motivacional


A partir dos estudos propostos pela teoria das relações huma-
nas, outros elementos comportamentais dos profissionais começa- 28 Fonte: www.administradores.com.br/www.rhportal.com.br/www.
ram a ser analisados. ibccoaching.com.br/www.sbcoaching.com.br/www.administradores.
com.br . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

314
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Desse modo, no local em que vocês estarão diariamente trabalhando, existirão placas advertindo dos riscos e da proibição, por exem-
plo, de permanência em determinadas áreas. E é lógico que vocês precisam conhecer especialmente os códigos ou símbolos para se pro-
tegerem destes riscos e adotarem as medidas corretas.
A seguir, serão listados alguns códigos ou símbolos de SST.
• SST – Segurança e Saúde no Trabalho
• SMT – Segurança e Medicina do Trabalho
• NR – Norma Regulamentadora
• CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
• MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
• CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social
• SIT – Secretaria de Inspeção do Trabalho
• PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador
• CANPAT – Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho
• CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho
• DEFIT – Departamento de Fiscalização do Trabalho
• DSST – Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho
• SSST – Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho
• SRTE – Superintendência Regional do Trabalho e Emprego
• DRT – Delegacia Regional do Trabalho
• AFT – Auditor Fiscal do Trabalho
• AI – Auto de Infração
• Sinmetro – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.
• ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
• Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
• EPI – Equipamento de Proteção Individual
• EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
• CA – Certificado de Aprovação
• OIT – Organização Internacional do Trabalho
• ACGIH – American Conference of Governmental Industrial Hygienists
• CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho
• SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes
• SESMT – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho
• EST – Engenheiro de Segurança no Trabalho
• TST – Técnico de Segurança do Trabalho
• GR – Grau de Risco
• CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
• OS – Ordem de Serviço
• DDS – Diálogo Diário de Segurança
• CAI – Certificado de Aprovação das Instalações
• PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
• PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
• ASO – Atestado de Saúde Ocupacional.
• IBMP – Índice Biológico Máximo Permitido
• EE – Exposição Excessiva
• CRM – Conselho Regional de Medicina
• Pair – Perda Auditiva Induzida pelo Ruído
• Pairo – Perda Auditiva Induzida pelo Ruído Ocupacional
• CNAE – Classificação Nacional de Atividade Econômica
• PCMAT – Programa de Condições do Meio Ambiente do Trabalho
• PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
• PCA – Programa de Conservação Auditiva
• LT – Limite de Tolerância
• PPR – Programa de Proteção Radiológica
• CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear
• Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
• IOE – Indivíduo Ocupacionalmente Exposto
• AET – Análise Ergonômica do Trabalho
• PPEOB – Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno
• PAM – Plano de Ajuda Mútua
• PCE – Plano de Controle de Emergência

315
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• AR – Análise de Risco
• APR – Análise Preliminar de Risco
• PT – Permissão de Trabalho
• PET – Permissão de Entrada e Trabalho
• IPVS – Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde
• PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos
• CIPAmin – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Mineração
• SEP – Sistema Elétrico de Potência
• AT – Alta Tensão
• BT – Baixa Tensão
• CCS – Controlador Configurável de Segurança
• CLP – Controlador Lógico Programável
• PMTA – Pressão Máxima de Trabalho Admissível
• RGI – Risco Grave e Iminente
• PH – Profissional Habilitado
• GHS – Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de
• Produtos Químicos
• FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos

Caro aluno, vamos conhecer agora alguns dos símbolos utilizados como forma de orientação na prevenção de riscos nos diversos
ambientes de trabalho:

316
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Símbolos com forma circular de cor azul no fundo e o desenho na cor branca indicam uma atitude de obrigatoriedade para garantir a
segurança dentro do espaço:

Veja a seguir os símbolos que representam sinalização de incêndio e/ou emergência

317
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

4. (FASTEF - 2019 - UFCA - Assistente em Administração) Con-


QUESTÕES siste em uma das particularidades da organização informal:
(A) baseada em uma divisão racional do trabalho.
1. (FGV - 2017 - IBGE - Agente Censitário Regional) O processo (B) circunscrita a um local físico.
de organização segue alguns princípios básicos e exige que se to- (C) representada através do organograma.
mem decisões acerca de certos elementos, entre eles: (D) amplia-se a todos os interesses comuns das pessoas envol-
(A) especialização do trabalho e amplitude de controle; vidas.
(B) missão e visão organizacionais;
(C) cultura organizacional e sistemas de gestão; 5. (INSTITUTO AOCP - 2018 - ADAF - AM - Administrador) O de-
(D) divisão de tarefas e definição de metas; senho de organogramas e fluxogramas define a estrutura organiza-
(E) estrutura e estratégia organizacionais. cional para a empresa poder
(A) dotar de conformidade seus produtos e serviços para seus
2. (IF-MT - 2014 - IF-MT - Tecnólogo - Gestão de Pessoas) Sobre clientes.
tipos de organizações, analise as afirmativas. (B) gerenciar a cadeia de fornecedores, funcionários e interme-
diários.
I - Organização funcional é a forma estrutural baseada na es-
(C) zelar pelas habilidades e pelos desempenhos individuais e
pecialização e na supervisão funcional, na qual as linhas de comu-
do grupo.
nicação são diretas, a autoridade é funcional e as decisões são des-
(D) auditar o sistema de qualidade de acordo com a normati-
centralizadas. zação.
II - Organização linear é o formato estrutural híbrido que reúne (E) conquistar e fidelizar seus compradores para sua sobrevi-
características lineares e características funcionais. vência.
III - Organização linha – staff é a forma estrutural baseada em
linhas únicas de autoridade e responsabilidade, na qual predomina 6. (Quadrix - 2019 - CRO-GO - Fiscal Regional) Em relação aos
a aplicação do principio de autoridade e do comando único. conceitos básicos de administração, aos tipos de organização, às
IV - Staff ou assessoria significa a propriedade de prestar con- estruturas organizacionais, à departamentalização e aos organo-
sultoria, recomendações, sugestão ou prestar serviços especializa- gramas e fluxogramas, julgue o item.
dos. O aspecto piramidal é uma das características da organização
Estão corretas as afirmativas linear.
(A) II e III. ( ) CERTO
(B) II e IV. ( ) ERRADO
(C) I e IV.
(D) I e III. 7. (Quadrix - 2019 - CREA-TO - Agente Administrativo) No que
se refere à administração, aos tipos de organização, às estruturas
3. (AMAUC - 2019 - Prefeitura de Itá - SC - Agente Administrati- organizacionais, à departamentalização e aos organogramas e flu-
vo) Sobre organização, análise as proposições e identifique com (V) xogramas, julgue o item.
as verdadeiras e (F) as falsas: Na organização linha‐staff, somente existem órgãos de consul-
( ) Organização é compreendida como uma unidade ou enti- toria e assessoria.
dade social, na qual as pessoas interagem entre si para alcançar ( ) CERTO
objetivos comuns. ( ) ERRADO
( ) Organização é compreendida também como função admi-
nistrativa e parte do processo administrativo de organizar, estrutu- 8. (Quadrix - 2019 - CREA-TO - Agente de Fiscalização) No que
rar e integrar os recurso e os órgãos incumbidos de sua administra- se refere à administração, aos tipos de organização, às estruturas
ção e estabelece relações entre eles. organizacionais, à departamentalização e aos organogramas e flu-
( ) A organização enquanto entidade social se divide em organi- xogramas, julgue o item.
zação formal e organização informal. Na organização linear, cada gerente centraliza as comunica-
( ) A organização informal é aquela baseada em uma divisão ções em linha ascendente com relação aos subordinados.
racional do trabalho e na diferenciação e integração de seus ór- ( ) CERTO
gãos, representada por meio de organograma, ou seja, trata-se de ( ) ERRADO
organização formalizada oficialmente.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de 9. (Quadrix - 2019 - CRESS-GO - Agente Administrativo) Com re-
cima para baixo: lação às noções de administração, a funções administrativas e aos
(A) F, V, F, F. diversos enfoques da administração, julgue o item.
(B) V, V, V, V. As funções de administração devem ser executadas em sequ-
(C) V, V, V, F. ência nos procedimentos administrativos, de modo a manterem a
(D) F, V, V, V. coerência e a eficiência.
(E) V, F, V, V. ( ) CERTO
( ) ERRADO

318
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

10. (Quadrix - 2019 - CRESS-GO - Agente Administrativo) Com (D) A visão mecanicista proposta por Bertalanffy revela que,
relação às noções de administração, a funções administrativas e para compreender a realidade, é preciso analisar não apenas
aos diversos enfoques da administração, julgue o item. Se deter- elementos isolados, mas também suas inter-relações.
minada entidade adota o tipo de organização funcional, o controle (E)De acordo com os princípios da administração científica des-
disciplinar e a coordenação das diversas funções tornam‐se mais critos por Taylor, o objetivo da boa administração é pagar altos
difíceis. salários e ter baixos custos.
( ) CERTO
( ) ERRADO 14. (CONSULPLAN/MANAUS ENERGIA) As opções a seguir
apresentam afirmações a respeito de aspectos gerais da estratégia,
11. (CESPE/MCT-FINEP) Quanto à evolução histórica do pensa- estrutura e desempenho de uma organização. Assinale a única ver-
mento administrativo, assinale a opção correta. dadeira:
(A) Weber propõe que uma das principais vantagens da buro- (A) O ambiente de uma empresa é tudo aquilo que pode ser
cracia consiste em conferir rapidez à tomada de decisões. controlado.
(B) A organização que busca mensurar e analisar as atitudes (B) Na integração horizontal, procuram-se produtos e serviços
de seus empregados de modo a conseguir a sua satisfação no complementares.
trabalho está alinhada aos pressupostos da administração cien- (C) O desempenho de uma empresa independe de sua estra-
tífica. tégia.
(C) A organização que ressalta o papel dos gerentes como co- (D) A integração empresarial depende apenas da estrutura or-
nhecedores dos detalhes das tarefas desenvolvidas por seus ganizacional.
empregados alinha-se aos pressupostos da teoria clássica. (E) A estratégia de uma empresa depende principalmente de
(D) A abordagem contingencial se preocupa em analisar as sua estrutura.
funções da organização, dividindo-as em seis funções clássicas,
que incluem as comerciais, as financeiras e as contábeis. 15. (CESPE/TJ-ROo) Com relação à análise dos ambientes exter-
(E) A teoria de sistemas adota uma visão reducionista e analíti- no e interno de uma organização, assinale a opção correta.
ca da administração. (A) Na análise externa, os pontos fortes e fracos de uma em-
presa devem ser determinados por meio da relação entre os
12. (CESPE/TSE) A respeito das novas tecnologias gerenciais segmentos de mercados e a atual posição dos produtos ou ser-
que causam impacto nas organizações, assinale a opção correta. viços dessa empresa.
(A) Reengenharia é o processo sistemático, planejado, geren- (B) Quanto menos uma empresa conhece sobre seu concorren-
ciado, executado e acompanhado sob a liderança da alta admi- te, menor o risco estratégico dessa empresa em face das estra-
nistração da instituição, envolvendo e comprometendo todos tégias do concorrente.
os gerentes e responsáveis e colaboradores da organização. (C) Ameaças são fatores do ambiente externo que impactam
(B) Qualidade é o repensar fundamental e é a reestruturação diretamente nas organizações, podendo ser controladas antes
radical dos processos empresariais que visam alcançar drás- de prejudicarem o desenvolvimento das empresas.
ticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de (D) Os pontos fortes e fracos correspondem a variáveis contro-
desempenho, tais como custos, atendimento e velocidade. láveis por uma empresa, enquanto as oportunidades e as ame-
(C) Gestão estratégica está relacionada a propriedades ou ca- aças correspondem a variáveis não controláveis.
racterísticas de um produto ou serviço que influenciam relacio- (E) Mediante a análise das oportunidades e das fraquezas de
nadas à sua capacidade de satisfazer as necessidades explícitas um ambiente organizacional, obtêm-se a atual situação das
ou implícitas dos que o utilizam. vantagens competitivas de uma empresa.
(D) Empreendedorismo governamental significa a capacidade
de promover a sintonia entre os governos e as novas condições 16. (CESPE/CNJ) A área de recursos humanos considera as pes-
sócio-econômicas, políticas e culturais. soas administradores, independentemente do cargo e do nível or-
ganizacional que ocupam, pois, de acordo com os postulados dessa
13. (UnB/CESPE/TJ-AL) Acerca das diferentes abordagens da área de conhecimento, as organizações dependem de pessoas para
administração, assinale a opção correta. sua operação, direção e controle. Essa proposição rompe com a tra-
(A) A abordagem sistêmica pressupõe uma alta especialização dição de pensar nas pessoas como meros recursos organizacionais.
no desenvolvimento de uma tarefa específica de modo que o A partir dessas informações, e considerando os conceitos e práticas
trabalhador consiga ter uma visão holística do processo pro- relacionados a recursos humanos, julgue o item seguinte.
dutivo. A aplicação, um processo básico na gestão de pessoas, refere-
(B) A abordagem clássica da administração tem como princípio -se ao recrutamento de pessoas e à seleção e à pesquisa de merca-
aumentar o nível de entropia da organização. do de recursos humanos.
(C) A abordagem burocrática considera as pessoas em primeiro ( ) CERTO
plano por serem as responsáveis pela aplicação de suas normas ( ) ERRADO
e regras.

319
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

17. (CESPE/ANAC) A respeito de gestão de pessoas, julgue os (D) propor providências no sentido de melhorar o padrão de
item abaixo. desempenho de subordinados.
O mapeamento de competências origina tanto lacunas de (E) viabilizar a avaliação de comportamento dos subordinados,
aprendizagem a serem desenvolvidas como insumos para a reali- contando com um sistema amplo de medição capaz de levar
zação de avaliações de desempenho nas organizações, o que repre- em consideração as subjetividades individuais.
senta uma tendência da gestão de pessoas no setor público.
( ) CERTO 22. (CESPE/TC-DF) A respeito das funções de caráter estraté-
( ) ERRADO gico desempenhadas por organizações públicas, julgue o próximo
item.
18. (CESPE/MTE) - Agente Administrativo ) No que se refere ao O termo educação corporativa, adotado por unidades de ges-
comportamento organizacional, julgue o item a seguir. tão de pessoas, relaciona-se ao diagnóstico e ao planejamento de
A motivação para o trabalho, por vincular-se a um aspecto in- programas e de ações de aprendizagem direcionados por objetivos
trínseco ao indivíduo, de difícil observação, não pode ser influencia- organizacionais de curto prazo.
da por práticas de gestão de pessoas. ( ) CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) ERRADO
23. Julgue as sentenças a respeito do paradigma pós-burocrá-
19. (IADES/METRÔ-DF) No que diz respeito à atração e à re- tico, da administração pública gerencial e da nova administração
tenção de talentos nas organizações, assinale a alternativa correta. pública.
(A) O recrutamento integra o processo de agregar pessoas e I. O ideal do movimento da nova administração pública nos
funciona logo após a seleção anos 60 era a superação da burocracia no sentido do resgate da
(B) Enquanto o objetivo da seleção é abastecer o processo se- racionalidade substantiva dos sistemas administrativos.
letivo de candidatos, o objetivo do recrutamento é escolher e II. O termo “pós-burocrático” está mais associado à relativa
classificar os candidatos mais adequados às necessidades do perda de poder das organizações públicas contemporâneas que às
cargo e da organização. emergentes novas formas organizacionais discrepantes do tipo ide-
(C) O processo seletivo pode estar fundamentado no cargo a al weberiano.
ser preenchido ou nas competências a serem capturadas. III. A abordagem do new public management é mais um recur-
(D) A seleção de pessoal não é um sistema de comparação, mas so estruturador da discussão sobre as transformações ocorridas na
sim de escolha (tomada de decisão). gestão pública nas duas últimas décadas que um paradigma pres-
(E) A entrevista de seleção é considerada uma técnica altamen- critivo de reforma do estado.
te objetiva, com baixa margem de erro e variação. IV. A “administração pública gerencial” busca diferenciar-se da
burocrática no sentido de que se proclama orientada para resulta-
20. (CESPE/FUB) Considerando a gestão do clima e da cultura dos, focada no cidadão, flexível e aberta ao controle social.
organizacional como estratégia necessária à gestão de pessoas, jul- V. A implementação da “administração pública gerencial”, con-
gue o item seguinte. forme proposta pelo Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Es-
O nível de favorabilidade do clima organizacional pode ser ava- tado, requer prévia implementação da administração burocrática e
liado com base em taxa de turnover e de absenteísmo, em resulta- completa eliminação da administração patrimonial.
dos de avaliações de desempenho e em tipos de queixas no serviço Estão corretos apenas os itens
médico. (A) I, II e I
( ) CERTO (B) I, III e IV
( ) ERRADO (C) I, IV e V
(D) II, III e V
21. CESGRANRIO/Petrobras) Na gestão do desempenho, o de- (E) III, IV e V
senvolvimento da avaliação do desempenho apresenta objetivos
fundamentais para o alcance do sucesso da organização. 24. (ESAF) “Estrutura formal, objeto de grande parte de estu-
Entre os objetivos da avaliação de desempenho NÃO se inclui dos das organizações empresariais, é aquela deliberadamente pla-
o de nejada, em alguns de seus aspectos, pelo organograma. Estrutura
(A) fornecer oportunidade de crescimento e condições de efe- informal é a rede de relações sociais e pessoais que não é estabe-
tiva participação a todos os membros da organização, levando lecida ou requerida pela estrutura formal. Surge da interação social
em consideração os objetivos organizacionais e individuais. das pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente
(B) garantir o reconhecimento e o tratamento dos recursos
quando as pessoas se reúnem. Portanto, apresenta relações que
humanos como importante vantagem competitiva da organiza-
usualmente não aparecem no organograma.”
ção, cuja produtividade pode ser desenvolvida.
(C) permitir condições de medição do potencial humano, no
(Trecho extraído do livro Sistemas, organização e métodos: uma abor-
sentido de determinar sua plena aplicação.
dagem gerencial, de Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira. 11. ed. São
Paulo: Atlas, 2000, p. 82).

320
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Indique, nas opções abaixo, aquela que não se apresenta como 28. (UFT - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - COPESE - UFT
uma das características da organização formal: – 2017) Em relação às noções de administração financeira, o con-
(A) Divisão do trabalho. ceito de fluxo de caixa é:
(B) Especialização. (A) Controle de entradas e de saídas do estoque físico da em-
(C) Hierarquia. presa, de acordo com o regime de caixa.
(D) Distribuição da autoridade e de responsabilidade. (B) Relatório gerencial do fluxo de estoque relativo aos ativos
(E) Ênfase nas relações entre pessoas no trabalho. da organização.
(C) Relatório financeiro provenientes de controles bancários de
25. (CESPE/TRE-MT) Com relação ao processo organizacional, depreciação do capital permanente da organização.
assinale a opção correta. (D) Controle das entradas e das saídas financeiras em um de-
(A) Na realidade das organizações modernas, não há motivo terminado período de tempo.
administrativo para se manter uma estrutura organizacional
predominantemente centralizada. 29. (IDIB – CRF -2018) O patrimônio é definido como sendo:
(B) A abordagem divisional da departamentalização ocorre (A) O conjunto de bens tangíveis e intangíveis de propriedade
quando as atividades são agrupadas de acordo com as habili- de uma empresa.
dades, conhecimentos e recursos similares. (B) São bens da empresa utilizados para atingimento de seus
(C) Os administradores que atuam de acordo com a teoria X dos objetivos.
estilos de direção tendem a dirigir e controlar os subordinados (C) São bens, valores e as obrigações com sócios e terceiros.
de maneira rígida e intensiva, fiscalizando constantemente seu (D) Conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a
trabalho. uma determinada entidade.
(D) No exercício do controle, o administrador deve estar mais
atento aos casos padronizados do que às exceções. 30. (PREFEITURA DE SÃO JOÃO DEL REI - MG - TÉCNICO DE
(E) Os controles táticos devem estar localizados no mais alto CONTABILIDADE - IBGP – 2021) O objeto da contabilidade é o pa-
nível da organização. trimônio, que é definido como o conjunto de bens, direitos e obri-
gações, mensuráveis monetariamente e vinculados a uma entidade.
26. (GS Assessoria e Concursos - 2021 - Prefeitura de Irati - SC Nesse contexto, é CORRETO afirmar que o Balanço Patrimonial
- Agente Administrativo) Em relação a noções de técnicas de aten- é a representação gráfica do patrimônio, e tecnicamente evidencia:
dimento ao cliente, marque a alternativa INCORRETA. (A) A situação patrimonial da entidade em uma determinada
(A) Tenha empatia e se coloque no lugar do outro, a fim de data.
compreender os anseios e necessidades de quem está sendo (B) O resultado econômico decorrente da gestão patrimonial
atendido. em um determinado período.
(B) Comunique-se de maneira simples, seja cordial e objeti- (C) O saldo da equação patrimonial da entidade em uma deter-
vo. Evite jargões técnicos que poderá transmitir arrogância do minada data.
atendente. (D) Os aspectos estático e dinâmico do patrimônio da entidade.
(C) Coopere com os demais colegas de trabalho, mantendo re-
lacionamentos positivos e produtivos. 31. (PC-SE - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - CESPE / CEBRASPE –
(D) É aconselhável o uso de gírias no ambiente de trabalho. Car- 2021) Com relação aos conceitos fundamentais da contabilidade e
regar o vocabulário com gírias não torna a fala inconveniente seu mecanismo de registro de fatos administrativos, julgue o item
no atendimento ao público em geral. que segue.
(E) Seja cortês no atendimento: Um verdadeiro “Bom-dia”, “Bo- Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra as
a-tarde”, “Sente-se, por favor”, ou “Aguarde um instante, por variações expressas na equação fundamental do patrimônio, as
favor” são importantes no atendimento. quais afetam a situação líquida patrimonial.
( ) CERTO
27. (IDIB - 2018 - Prefeitura de Planaltina - GO - Auxiliar de Ar- ( ) ERRADO
quivo) Sobre os tipos de arquivos, assinale a opção que melhor re-
presenta o conceito de arquivo permanente: 32 (TERMOMACAÉ – ADMINISTRADOR - CESGRANRIO –
(A) É aquele destinado ao uso quotidiano de entrada e saída 2009) O índice de liquidez seca obtido do balanço de uma empresa
de documentos. é igual à razão
(B) É aquele destinado aos documentos que não pertencem ao (A) (ativo circulante - valor dos estoques) ÷ passivo circulante.
arquivo no qual foi colocada sob guarda. (B) contas a pagar ÷ contas a receber.
(C) É aquele que recebe documentos do arquivo frequente e (C) exigível a curto prazo ÷ exigível total.
que aguarda destinação. (D) exigível a curto prazo ÷ patrimônio líquido.
(D) É aquele cujos documentos são preservados de acordo com
(E) exigível total ÷ ativo total.
a sua temporalidade e informação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

GABARITO ANOTAÇÕES

1 A ______________________________________________________

2 C ______________________________________________________
3 C
______________________________________________________
4 D
______________________________________________________
5 C
6 CERTO ______________________________________________________
7 ERRADO ______________________________________________________
8 CERTO
______________________________________________________
9 ERRADO
10 CERTO ______________________________________________________

11 A ______________________________________________________
12 D ______________________________________________________
13 E
______________________________________________________
14 B
15 D ______________________________________________________
16 ERRADO ______________________________________________________
17 CERTO
______________________________________________________
18 ERRADO
______________________________________________________
19 C
20 CERTO ______________________________________________________
21 E ______________________________________________________
22 ERRADO
______________________________________________________
23 B
24 E ______________________________________________________
25 C ______________________________________________________
26 D
______________________________________________________
27 D
______________________________________________________
28 D
29 D ______________________________________________________
30 A _____________________________________________________
31 CERTO
_____________________________________________________
32 A
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

322

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